Interesse da China por África despertou as outras potências Hoje Macau - 5 Out 20189 Out 2018 Ahmed Ouyahia, de visita a Lisboa para participar na V Cimeira Luso-Argelina, salientou o papel da China no desenvolvimento económico do continente africano. [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro argelino afirmou ontem, em Lisboa, que o interesse da China por África criou “dinâmica económica” e despertou o interesse da Europa e de outros continentes para uma região anteriormente pouco apelativa. A China já tem uma presença “substancial” na Argélia, em sectores como a construção e o desenvolvimento económico e o país magrebino é signatário do memorando de entendimento relativo à nova Rota da Seda, a ambiciosa iniciativa chinesa de infraestruturas de transportes para facilitar o comércio entre Ásia, Europa e África, lançada pelo Presidente Xi Jinping. “Pensamos que a África ganhou muito com isto. Antes dos chineses terem chegado, com a sua ajuda, o seu interesse pelas matérias-primas (…) muitas outras regiões desenvolvidas do mundo olhavam para África com pouco interesse”, disse, em entrevista à Lusa, Ahmed Ouyahia, que ontem visitou Portugal, no âmbito da V Cimeira Luso-Argelina. “No nosso caso, somos um país possuidor de alguns recursos próprios como o petróleo, os chineses têm vindo trabalhar, fazemos contratos e pagamos no fim. Noutros países africanos, têm ajudado África a desenvolver-se com recurso ao crédito e comprando matérias primas. Desde que a China esta cá [África], criou uma dinâmica, importante para este continente e para o resto do mundo”, sublinhou o governante argelino. Bons parceiros A China apoiou a revolução argelina contra a França, da qual resultou, há 56 anos, a independência da Argélia, e é actualmente o seu principal parceiro económico. A cooperação económica, concretizada em 13 acordos em diversas áreas, foi um dos principais temas do encontro que Ahmed Ouyahia teve ontem com o seu homólogo António Costa, mas os dois governos comprometeram-se também a reforçar a cooperação policial e aprofundar os mecanismos de prevenção e combate à criminalidade organizada e terrorismo. “Uma ameaça que existe em todos os países”, lembrou o primeiro-ministro argelino, mas que “a Argélia praticamente conseguiu acabar” após 15 anos de luta. Questionado sobre as migrações, outro tema que tem dominado a agenda política europeia, disse que Portugal e Argélia têm uma visão convergente sobre o assunto. “O problema não é levantar muros, é de gerir e resolver as suas razões [das migrações]”, salientou o primeiro-ministro argelino, acrescentando que o tema do desenvolvimento tem estado ausente na análise deste problema.
Jorge Neto Valente vai recandidatar-se à AAM Hoje Macau - 5 Out 2018 [dropcap style≠‘circle’]J[/dropcap] orge Neto Valente, actual presidente da Associação dos Advogados de Macau (AAM), deverá recandidatar-se à presidência da associação, bem como os restantes corpos dirigentes, anunciou ontem José Rocha Diniz, administrador do Jornal Tribuna de Macau, no habitual espaço de comentário de que dispõe na TDM. O HM tentou confirmar a notícia junto do próprio Jorge Neto Valente, mas até ao fecho da edição não foi possível estabelecer contacto. Até ao momento, apenas o advogado Sérgio de Almeida Correia mostrou intenções de formalizar uma lista para as eleições que decorrem entre os dias 1 e 15 de Dezembro deste ano.
O MP aceita derrota no caso contra Jason Chao em que acusava o activista de difamar Wang Jianwei João Santos Filipe - 5 Out 2018 [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Ministério Público (MP) atirou a toalha ao chão e aceitou a derrota no caso movido contra o activista Jason Chao por difamação ao professor da Universidade de Macau (UM) Wang Jianwei. Em causa estavam três artigos publicado na página do Facebook da plataforma Macau Concealers, ligada à Associação Novo Macau, entre o final de 2014 e o início de 2015. A decisão do Tribunal Judicial de Base (TJB) foi tomada no dia 6 de Setembro, o que significa que o prazo legal para interpor recurso já foi ultrapassado. Até ontem Jason Chao ainda não tinha sido notificado de qualquer recurso, facto que fez com que o activista desse o caso por encerrado. “Já passaram os 20 dias que havia para interpor o recurso, por isso se tivesse havido uma decisão de fazer o processo subir para o Tribunal de Segunda Instância eu já teria sido informado. É seguro dizer, nesta altura, que Wang aceitou a decisão do tribunal”, afirmou Jason Chao, ao HM. O HM contactou o MP para confirmar a informação e perceber as razões que levaram o organismo a aceitar a derrota. Contudo, até ao fecho da edição de ontem, não houve qualquer resposta. Segundo Wang, também ele não podia recorrer, uma vez que não foi constituído como assistente. “Uma vez que o caso foi iniciado pelo MP, eram eles que tinham de recorrer. Como não estou constituído como assistente, não posso recorrer. Mas, pessoalmente, não concordo com a decisão”, afirmou Wang Jianwei, ao HM. Leitura semelhante foi feita por Jason Chao: “Como o Wang nem sequer foi constituído como assistente, nem teve acesso imediato à sentença, já para não mencionar o direito de recorrer da decisão”, explicou o activista. Acusação insuficiente Na altura da leitura da sentença, a juíza Chao Im Peng referiu que a acusação carecia de força probatória. No que diz respeito à acusação, ficou demonstrado que um dos artigos que o MP atribuía ao portal Macau Concealers era apenas a partilha de uma peça jornalística escrita por um outro jornal de Macau. “A acusação carece de provas sobre os autores dos artigos publicados e sobre as responsabilidades nos três artigos de Jason Chao, no que diz respeito à verificação dos factos, assim como à sua publicação”, consta na sentença, lida pela juíza Chao Im Peng, no passado dia 6 de Setembro. “O tribunal entende que as provas apresentadas são insuficientes para condenar o arguido”, foi acrescentado
Iniciadas obras de reconstrução do prédio Sin Fong Garden Hoje Macau - 5 Out 201810 Out 2018 [dropcap style≠‘circle’]R[/dropcap]ealizou-se ontem a cerimónia de início das obras do edifício Sin Fong Garden. A reconstrução vai demorar dois anos e meio, sendo um dos anos dedicado à demolição. Segundo a TDM, a reconstrução vai seguir a planta original. O prédio, que vai manter 30 andares, vai ter 144 apartamentos e 48 lugares de estacionamento, bem como um espaço comercial. Os problemas no edifício Sin Fong foram conhecidos em Outubro de 2012, quando foram detectadas fissuras em pilares do segundo piso tendo sido ordenada a evacuação do edifício perante o perigo de derrocada, deixando mais de 100 proprietários impedidos de usufruírem das suas casas.
Anima entrega hoje carta ao IACM a pedir adopção de galgos Diana do Mar - 5 Out 20189 Out 2018 A Anima vai entregar hoje uma carta a pedir a adopção dos galgos, após o acordo da Yat Yuen, desde que satisfeitas duas condições: os animais ficam no Canídromo e a Yat Yuen assegura os custos durante um ano. Um cenário que estará em risco no caso de o IACM decidir multar a empresa por abandono [dropcap style≠‘circle’]É[/dropcap] numa resposta positiva à carta que vai entregar hoje ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) que recai a derradeira esperança da Anima – Sociedade Protectora dos Animais relativamente à situação dos galgos. Segundo o presidente da Anima, Albano Martins, a proposta, constante da missiva, figura como “a solução mais airosa de todas” e permitirá pôr termo a uma “guerra esquisita” envolvendo “questões de face”. “Amanhã [hoje] vai seguir uma carta da Anima a pedir a adopção dos animais. A solução, que acho que é a única, tem já acordo da Yat Yuen”, afirmou Albano Martins ao HM. À luz do proposto, “a Anima assume a responsabilidade de todos os animais” desde que “satisfeitas duas condições”: os mais de 500 animais mantêm-se no Canídromo e a Yat Yuen assegura os custos durante um ano. Albano Martins duvida, porém, que a empresa do universo da STDM esteja disponível para arcar com as despesas se o IACM a obrigar a pagar uma outra factura, ou seja, uma multa entre 20 mil a 100 mil patacas por cada animal por abandono. Esse é, contudo, o cenário mais provável a avaliar pelas declarações do presidente do IACM, José Tavares, que reconheceu ser difícil concretizar, até sábado, a transferência dos animais do Canídromo para o terreno na Cordoaria, em Coloane, e deu também a entender que não há margem para alargar o prazo. Isto porque a Yat Yuen foi impedida de mover os galgos do Canídromo por ter falhado as exigências do Governo ao nível do isolamento de som das instalações, que ficam paredes meias com o Asilo Vila Madalena. “Eu não sei exactamente o que está a acontecer neste momento. A única coisa que sei é que não há luz verde para qualquer animal ser transferido para a Cordoaria. Portanto, deduzo que o IACM se prepara para multar a Yat Yuen e que os animais vão ficar no Canídromo” à sua responsabilidade, afirmou Albano Martins, indicando que “a Anima deixou de dialogar com o IACM depois de essa guerra entre o IACM e a Yat Yuen se ter intensificado”. “A Anima saiu fora desse campeonato. Aguardamos que haja uma decisão sensata que, claro, tem de vir do IACM e só depois é que nós entramos. Estamos à espera de saber qual é o destino que se vai dar aos animais”, apontou Albano Martins. Para o presidente da Anima, caso a Yat Yuen seja penalizada com as pesadas multas previstas e os animais fiquem no Canídromo à guarda do IACM emerge a pergunta: “Como é que se vão adoptar os animais e quem vai pagar a factura?”. “O Governo vai financiar uma operação que vai custar dezenas de milhões de patacas?”, insistiu, lembrando o discurso oficial de que “os dinheiros públicos não são para mexer”. Posto isto, uma coisa é certa para Albano Martins: “A Anima não fará parte de uma decisão que seja desastrosa”. “A Anima só irá auxiliar os animais se houver uma solução viável do ponto de vista financeiro e do trabalho. Não vamos para a frente de olhos vendados tentar salvar animais quando não temos condições para isso. O IACM cortou-nos as condições, nem fala connosco, só com a Yat Yuen, portanto, deduzo que estamos fora dessa parada”, sublinhou. Até aos tribunais O problema pode ser ainda mais complexo, adverte Albano Martins: “Se o IACM multar a Yat Yuen o que vai acontecer é muito simples: a Yat Yuen vai recorrer aos tribunais e os animais vão ficar pendurados – não vão ser nem da Yat Yuen nem do Governo até que saia uma decisão da justiça”. A Albano Martins preocupa apenas os animais. “Questões de dinheiro é com a Yat Yuen, questões de face é com o IACM – eles que façam o que entenderem. A única coisa que me preocupa são os animais. Se o caso for para tribunal [os galgos] não podem ir para lado nenhum”, realçou. Olhando para as sucessivas reviravoltas que têm acontecido desde que o Canídromo fechou portas, o presidente da Anima fala de um “processo numa terra que está habituada a não tomar decisões”. “Isto não é decisão nenhuma: como diz um amigo meu chinês é chutar para fora das quatro linhas – nem para a frente, nem para trás, nem para o lado”. “Ninguém do Governo está a querer resolver o problema de forma responsável e saudável porque o que está em causa é uma solução para os animais”.
Dadores de sangue premiados hoje Hoje Macau - 5 Out 2018 [dropcap style≠‘circle’]R[/dropcap]ealiza-se hoje, pelas 18h30, a cerimónia de atribuição de prémios aos dadores de sangue – 2018. Serão distinguidos os dadores de sangue que, até ao final do ano passado, deram sangue por 10 vezes ou em múltiplos de cinco, num total de 1017 pessoas. Serão atribuídas taças e prémios de honra aos dadores de sangue que já doaram 25, 30, 40, 50 e sucessivamente até 130 vezes. Estarão também presentes representantes de 56 escolas, instituições e associações, indicaram os Serviços de Saúde em comunicado.
IPOR quer reforçar língua portuguesa na Tailândia e no Vietname Hoje Macau - 5 Out 2018 [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] novo director do Instituto Português do Oriente (IPOR), em Macau, disse ontem à Lusa que vai reforçar a colaboração com o Vietname e a Tailândia, países onde a procura da língua portuguesa está a aumentar a passos largos. Aprofundar a colaboração com os “pontos de rede” do Sudeste Asiático e dar resposta a esse aumento da procura pelo ensino do português são os principais objectivos de Joaquim Coelho Ramos, que sucedeu em Setembro a João Laurentino Neves, responsável pela entidade nos últimos seis anos. Entre os principais “pontos de rede” onde vai apostar numa “linha de intervenção”, o novo director do IPOR destacou o Vietname e a Tailândia, mas sem descartar Austrália e Timor-Leste. Só no espaço de um ano, o IPOR deu formação, através de cursos gerais ou específicos, a cerca de cinco mil alunos, um “número que tem vindo sempre a aumentar”, frisou Joaquim Coelho Ramos. No Vietname, em particular, o responsável realçou a existência de novos projectos especiais e de escolas privadas para dar resposta à procura da aprendizagem da língua. “Penso que há uma aproximação muito grande entre o Oriente e aquilo que é hoje a CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], um projecto que está a crescer internacionalmente e a definir aquilo que são os seus objectivos, não só na área da cultura, da língua naturalmente, mas também na economia”, disse. O português é, por isso, “um despertar natural, porque, ao fim e ao cabo, é um instrumento de aproximação às áreas geográfica, geopolítica e de mercado”, disse. Joaquim Coelho Ramos mostrou-se ainda entusiasmado com o reforço de uma “diplomacia cultural”, prioridade definida pelo novo cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha Alves, durante um encontro com jornalistas na quarta-feira. “Vejo isso com grande entusiasmo. A ideia é articularmos esse trabalho” da diplomacia cultural, afirmou.
Conhecimento de línguas vantajoso para alunos de Macau João Santos Filipe - 5 Out 20189 Out 2018 Os vogais do Conselho de Juventude acreditam que a capacidade dos alunos locais para dominarem o inglês e o português pode fazer a diferença na altura de competir com os compatriotas da Grande Baía. O ensino das duas línguas pode sair reforçado nas próximas LAG [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] conhecimento do inglês e do português é considerado como uma das vantagem dos jovens de Macau face aos alunos das outras cidades da Grande Baía. O ponto de vista esteve ontem em discussão durante o Conselho de Juventude, que teve lugar no edifício da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) e poderá ser reforçado nas próximas Linhas de Acção Governativa (LAG). “Houve membros da comissão que sublinharam o facto dos jovens terem uma capacidade superior no domínio das línguas inglesa e portuguesa”, começou por explicar Wong Ka Ki, Chefe da Divisão de Formação e Apoio ao Associativismo Juvenil da DSEJ. Contudo, quando questionado sobre o facto de grande parte dos jovens não dominarem as línguas mencionadas, Wong apontou que existe a possibilidade de ser uma das prioridades para a área da educação nas próximas LAG. “Há vogais que acham que as línguas são uma das vantagens e que se deve ajustar as LAG para reforçar essa aposta. Foi uma questão colocada e que pode ser apresentada no próximo ano”, acrescentou. Na reunião participaram também o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, e o director da DSEJ, Lou Pak Sang. Segundo Wong, Alexis Tam mostrou-se aberto à possibilidade de reforçar a aposta no ensino destas línguas. “Ele reconheceu a importância. Disse que era uma boa iniciativa para as LAG, até porque dá muita importância à promoção da cultura dos jovens”, vincou. Ainda no que diz respeito às vantagens e perspectivas futuras dos mais novos, os membros da DSEJ foram parcos em palavras, mas Chan Iok Wai, Chefe do Departamento da Juventude da DSEJ, disse que as escolas locais vão visitar as cidades que, além de Macau e Hong Kong, incluem Dongguan, Foshan, Guangzhou, Huizhou, Jiangmen, Shenzhen, Zhaoqing, Zhongshan e Zhuhai. Segundo Chan, que com as visitas de estudo os jovens vão conseguir perceber os pontos em que terão de melhorar para se manterem competitivos no âmbito do projecto nacional. Apoios às escolas Na reunião foram ainda abordados os materiais distribuídos às escolas no seio do ensino sobre as catástrofes naturais. Na conferência de imprensa foram prometidos apoios para as escolas que sofreram danos causados pelo tufão Mangkhut. Também ontem, Alexis Tam entregou os Prémios Juventude 2017. A Associação Voluntária de Jovens de Macau com Habilidade Artística, a Associação de Shaoguan de Macau e a Associação Geral de Estudantes de Chong Wa de Macau foram distinguidas com os Prémios Actividades Juvenis. A rede de Serviços Juvenis Bosco, a Associação Geral de Estudantes de Chong Wa de Macau e a Associação de Juniores de Hou Kong receberam os Prémios Educação Cívica.
GPDP exige clarificação dos objectivos do registo de comunicações Andreia Sofia Silva - 5 Out 2018 [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Gabinete de Protecção dos Dados Pessoais (GPDP) emitiu ontem um comunicado onde esclarece alguns conteúdos do parecer relativo ao regime jurídico da intercepção e protecção de comunicações, enviado ao gabinete do secretário para a Segurança, e que continua sem tradução para português. O comunicado dá conta que, apesar de haver uma concordância com a implementação do diploma, o GPDP recomenda que a lei deve “regulamentar claramente as finalidades de utilização dos registos de comunicações”. É também pedido que sejam claras “as regras de utilização de registos de comunicações”, tendo como referência “os artigos 159 e 162 do Código do Processo Penal, para oferecer diferentes esquemas de autorização para discussão pública”. O novo regime jurídico deve também “regulamentar claramente os princípios para o tratamento de ficheiros de dados pelos operadores”. Além disso, o GPDP pede também que lhe sejam atribuídos mais poderes neste âmbito. “Recomendamos que sejam atribuídas ao GPDP as competências relacionadas com a fiscalização do cumprimento do dever de conservação de registos de comunicações pelos operadores, definido pelo regime jurídico”. Há legitimidade No seu parecer jurídico, o GPDP defende também que “a legitimidade, adequação e especificação do processo de intercepção [de comunicações] são suficientes” e que “o novo regime jurídico não envolve a vigilância e intercepção de comunicações em larga escala e não direccionada”. Por esse motivo, “não é necessário acrescentar regulamentos no regime jurídico para que os serviços que aplicam a lei possam usar esses métodos para interceptar as comunicações”. No que diz respeito à conservação dos registos de comunicação, a proposta de lei contém disposições que “não envolvem o conteúdo, pelo que podem cumprir as garantias originais”. Ainda assim, o GPDP acredita que “é necessário desenvolver regras de utilização de forma explícita”. Estes registos podem ser mantidos pelas autoridades pelo período de um ano, questão sobre a qual o GPDP não levanta qualquer objecção.
Ng Kuok Cheong e Au Kam San propõem debate no hemiciclo sobre o metro Victor Ng - 5 Out 2018 Os dois deputados Ng Kuok Cheong e Au Kam San lançam em conjunto um debate na Assembleia Legislativa (AL). Em causa estão os vários problemas que apareceram ligados ao metro ligeiro como a derrapagem orçamental, o atraso nas obras e os prejuízos no funcionamento. [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s deputados pró-democratas Ng Kuok Cheong e Au Kam San entendem que apesar do Metro Ligeiro ser um projecto no qual foi investida uma avultada soma de dinheiro oriunda dos cofres públicos, ao longo dos anos os problemas que foram surgindo também foram muitos. Na nota justificativa de debate, os deputados recordam que em 2007 o Governo planeava investir 4,2 mil milhões patacas para a construção do Metro Ligeiro. Em 2009, o custo do projecto já tinha sido aumentado para 7,5 mil milhões e o Governo garantiu a entrada em funcionamento da primeira fase do transporte ferroviário em 2015. Entretanto, com o Chefe do Executivo a anunciar em 2013 a mudança na linha da ZAPE o arranque das operações da primeira fase foi adiado até 2018. Ainda assim, os proponentes do debate recordam que até agora não começou nenhuma obra na península de Macau. Os dois deputados duvidam da eficiência económica do Metro Ligeiro e consideram que o projecto vai continuar a desperdiçar os subsídios, uma vez que a projecção de custos não tem parado de subir e apenas se foca ainda no segmento da Taipa. “Se o sistema do Metro Ligeiro não está estendido à península de Macau, vai tornar-se num projecto que conta com subsídios mas sem eficiência”, lê-se na nota. Tendo em conta o recente relatório do Comissariado de Auditoria (CA), os deputados estão preocupados com o desperdício contínuo de dinheiro dos cofres públicos e com a confusão nas obras para o Metro Ligeiro. Como tal, os dois legisladores defendem que o Governo reveja minuciosamente o sistema de transporte público e responda às questões como à sua eficiência económica, o calendário para a extensão à península de Macau para atenuar a pressão do trânsito, a tolerância aos atrasos nas obras e a falta de controlo do orçamento. A lei de Nick O presidente da Aliança de Povo de Instituição de Macau, Nick Lei, critica o facto de terem passado muitos anos sem haver uma data para a conclusão das obras do Metro Ligeiro. Em declarações ao Jornal do Cidadão, o dirigente associativo mostrou reservas quanto à viabilidade do projecto e questionou se valeria a pena gastar um valor muito elevado para melhorar o trânsito local, salientado que é preciso ter em conta o factor de eficiência económica. Face à opinião que exige suspensão de avanço do Metro Ligeiro, Nick Lei considera que não há informação suficiente para a sociedade discutir o assunto. Para isso, o presidente pede que o Governo divulgue as despesas da construção de cada linha e o planeamento.
Comissariado de Auditoria em encontro da Organização das Instituições Superiores de Controlo da CPLP Hoje Macau - 5 Out 201810 Out 2018 [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Comissário da Auditoria, Ho Veng On, participou, na qualidade de observador, na X Assembleia-Geral da Organização das Instituições Superiores de Controlo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (OISC/CPLP) que decorreu em Díli, entre 26 e 28 de Setembro. O impacto da colaboração das instituições públicas e privadas na melhoria dos trabalhos das instituições superiores de controle figurou como o tema central do evento, de acordo com um comunicado divulgado ontem pelo organismo. No texto que apresentou, Ho Veng On destacou que o Comissariado da Auditoria tem vindo a promover a boa governação dos recursos financeiros públicos nomeadamente através da realização de auditorias aos serviços e organismos públicos tidas por oportunas para ajuizar sobre a eficácia, economia e eficiência dos programas ou dos investimentos públicos de grande dimensão, segundo a mesma nota.
Hotel Estoril: Scott Chiang e Alin Lam condenados ao som da “Sinfonia da Retaliação” Victor Ng e João Santos Filipe - 5 Out 20189 Out 2018 O ex-presidente da Novo Macau denuncia a existência de um movimento de perseguição política às vozes dissonantes e frisa que os agentes policiais ouvidos em tribunal confessaram que queriam deter as pessoas que afixaram a faixa contra Alexis Tam no ex-hotel de Stanley Ho [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s activistas ligados à Novo Macau Scott Chiang e Alin Lam foram ontem condenados pela prática do crime de “introdução em lugar vedado ao público” e vão ter de pagar multas de 3 mil patacas e 4,5 mil patacas, respectivamente. Em causa está a entrada de ambos no Hotel Estoril, a 11 de Agosto de 2016, quando decorria o Festival de Mestre de Wushu, e colocaram uma faixa no edifício a acusar Alexis Tam de ser um assassino do património local. “Os dois arguidos alegaram que não sabiam que era proibido entrar no edifício. Na visão do tribunal, o Hotel Estoril é gerido pelo Instituto Cultural (IC) e vedado do exterior. Por isso, as afirmações de que não sabiam da existência de uma proibição de entrada são desconfiáveis”, leu a juíza Leong Fong Meng. “Os dois arguidos sabiam claramente que o acto podia resultar em sanções nos termos legais e por isso ficou comprovado o crime de introdução em lugar vedado ao público para os dois”, acrescentou. Os dois activistas acabaram absolvidos do crime de dano. “A polícia não conseguiu confirmar se o buraco existente na rede tinha sido feito recentemente ou há mais tempo. Os dois arguidos negaram a acusação e não existem provas suficientes que mostrem que o buraco foi feito pelos arguidos. Por isso, em relação ao crime de dano estão absolvidos”, afirmou Leong. A juíza fez questão de frisar que o crime não é “grave”, mas que como houve violação da lei é necessário que haja punição. Caso os arguidos falhem o pagamento das respectivas multas, Scott Chiang vai ter de cumprir 20 dias de prisão e Alin Lam 30 dias. A situação de Lam é mais complexa do que a de Scott Chiang, uma vez que o primeiro já tinha sido condenado no ano passado pelo crime de ofensa à integridade física, devido a um acidente de viação. Mesmo assim, não vai ter de cumprir pena. “Sinfonia da retaliação” À saída do tribunal, Scott Chiang considerou que o caso teve motivações políticas e que existe um movimento para silenciar as vozes discordantes das políticas do Governo. “Se olharmos numa perspectiva mais abrangente, há uma sinfonia de retaliações. (…) Há tendência para utilizar os tribunais com estas acusações e suprimir as vozes indesejadas. E algumas acusações têm sido mais eficazes do que outras”, começou por dizer. “Por exemplo, o outro caso em que estive envolvido [culpado, em conjunto com o deputado Sulu Sou, de violar a lei de manifestações] gerou muita atenção e levou as pessoas a questionar-se se não houve uma retaliação. Foi um caso que gerou um clima de medo entre alguns cidadãos, que começou a duvidar do que podem fazer”, acrescentou. O ex-presidente da Novo Macau questionou ainda o clima que se vive na RAEM: “Como é que este tipo de casos pode acontecer numa sociedade normal? São feitos todos os tipos de acusações só porque há pessoas que fazem coisas com que não se concorda? É por isso que digo que há uma sinfonia de retaliação em curso”, apontou. Em relação à condenação, Scott Chiang reafirmou que tanto ele como Alin não sabiam que não podiam entrar no Hotel Estoril e que apesar da pena poder parecer reduzida é “difícil de engolir”. Depois, voltou a apontar às motivações políticas das autoridades. “Até durante o julgamento, os polícias ouvidos admitiram que só correram para o hotel com o objectivo de prender os responsáveis pela faixa. Mas sabemos que pendurar uma faixa não é um crime”, apontou. “Isso diz muito sobre o seu profissionalismo, até porque afixar uma faixa não é um crime”, concluiu. Além desta condenação, Scott Chiang foi condenado pela violação da lei de reunião e manifestação, durante o protesto contra uma doação da Fundação Macau à Universidade de Jinan de 100 milhões de renimibis. Chiang foi condenado, a par do agora deputado Sulu Sou, mas acabou por recorrer para o Tribunal de Segunda Instância.
Sondagens dão vitória a Bolsonaro na segunda volta das presidenciais João Luz - 5 Out 20189 Out 2018 Este domingo os brasileiros vão às urnas escolher o próximo Presidente da República. A principal esgrima política é entre Haddad, e um Partido Trabalhista ferido por vários escândalos, e o candidato da extrema-direita Jair Bolsonaro, que lidera nas sondagens. O HM falou com eleitores e auscultou as suas expectativas para um dos mais importantes actos eleitorais da curta história da democracia brasileira [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] ebulição política no Brasil não é de agora, mas pode estar prestes a atingir o clímax. Desde a destituição de Dilma Rousseff, e mesmo durante o curto mandato de Michel Temer, o fantasma da extrema-direita tem pairado por cima do panorama político brasileiro, criando terreno fértil para a ascensão política de Jair Bolsonaro. De acordo com uma sondagem da Datafolha, que tentou levantar o véu sobre uma provável segunda volta, Jair Bolsonaro recolhe 44 por cento dos votos, contra 42 por cento de Fernando Haddad, uma diferença que está dentro da margem de erro e que constitui empate técnico. Os restantes 14 por cento dos inquiridos mostraram-se indecisos ou inclinados a votar em branco ou nulo, uma vez que o voto é obrigatório. Uma sondagem do Instituto Ibope revela que na primeira volta Bolsonaro reúne 31 por cento das intenções de voto, dez pontos percentuais à frente de Haddad. Em terceiro lugar surge Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista, com 11 por cento. Mais abaixo surge Geraldo Alckmin, do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), com 8 por cento, e Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, com 4 por cento. A confiar nesta projecção, a segunda volta, ou turno como se diz com sotaque brasileiro, acontecerá no dia 28 de Outubro. No entanto, é de referir que Bolsonaro tem vindo a subir nas sondagens. Nesta matemática de intenções, importa recordar que em 2014 quase 25 por cento do eleitorado decidiu a direcção do voto no próprio dia da eleição. Outro dos dados a reter é a subida dos eleitores que afirmam que jamais vão votar em Jair Bolsonaro (45 por cento), o antigo capitão do exército que tem proferido inúmeras declarações racistas e misóginas. Como sinal da crescente polarização política que o Brasil atravessa, também a rejeição total de Haddad se cifra nos 42 por cento. Primeiro será necessário ir a votos este fim-de-semana. Por cá, Roberval Teixeira e Silva já marcou o domingo para exercer o seu direito. “Vou a Hong Kong votar no consulado brasileiro. É um momento bastante especial no mundo e no Brasil com uma luta radical contra o conservadorismo que tem aparecido em todo o lado”, revela o director do Centro de Pesquisa para os Estudos Luso-Asiáticos da UM. O académico, que vive em Macau há 13 anos, encara esta eleição como um momento decisivo na história do país. “Luto contra a extrema-direita que está a tentar chegar perto do poder através da presidência e do voto. Vou exercer o meu direito de evitar que isso aconteça, esse é o meu objectivo”, explica Roberval Teixeira e Silva. Cácio Borges Inhaia está no polo oposto. Apesar de não poder votar, o gerente empresarial adianta que, se pudesse, o seu voto iria para Jair Bolsonaro. “Ele não tem qualquer escândalo. Estou confiante que ele ganhe já no primeiro turno. Vejo pelos meus amigos que o Brasil quer mudança.” Apelo do abismo Quanto às características de Bolsonaro que mais seduzem Cácio Borges Inhaia, a ideia de integridade surge no topo, nomeadamente quanto às políticas de família. “Ele preza muito a família, algo que no Brasil está muito perdido”, refere o brasileiro residente em Macau. Quando confrontado com algumas propostas do candidato da extrema-direita, como o corte nas licenças de maternidade, o residente de Macau refere que não leu sobre isso e descreve a forma como os meios de comunicação social escrevem mentiras sobre o seu candidato de eleição. É de referir que Bolsonaro proferiu algumas declarações polémicas quanto à natalidade de famílias pobres. “Devemos adoptar uma rígida política de controle da natalidade. Não podemos mais fazer discursos demagógicos, apenas cobrando recursos e meios do governo para atender a esses miseráveis que proliferam cada vez mais por toda esta nação.” As palavras são de Jair Bolsonaro, que se declarou a favor da pena de morte e de políticas de restrição da natalidade entre os pobres como forma de controlar a criminalidade e baixar o custo dos apoios sociais. Um pouco à imagem da eleição que conduziu Donald Trump à Casa Branca, os campos partidários no Brasil estão extremamente polarizados, reduzindo a troca de argumentos e ideias a insultos, desinformação e propaganda. Cristina Sant’Anna, empresária e activa opositora da ditadura militar, refere precisamente a falta de qualidade da discussão política. “Qualquer debate sobre candidatos é conversa de surdo. Ninguém ouve ninguém. Cada um já tem seu candidato e será refractário a qualquer informação, notícia, evidência contra ele. E é só ódio daqui pra frente. Minha preocupação é que essas eleições romperam o lacre da cultura de ódio às minorias, que faz parte da cultura brasileira desde sempre”. A residente de São Paulo é da opinião de que Bolsonaro trouxe à tona e legitimou o ódio aos negros, gays, pobres, mulheres e a “ideia de que uma elite branca, masculina, preconceituosa e discriminatória tem o direito de subjugar os demais sectores da sociedade aos seus mandos e desmandos”. História a repetir-se Com um passado de defesa da democracia, que lhe valeu uma curta estadia na prisão durante a ditadura militar, Cristina Sant’Anna encara a actual situação política do Brasil com apreensão. No entanto, não baixa os braços. “Não tivemos escolha no golpe promovido pelo exército, que resultou na ditadura. Mas agora temos”. A candidatura de Bolsonaro, que repetidas vezes manifestou desdém quanto ao processo democrático, assusta a empresária e alguns dos seus amigos. Em particular, uma amiga cujos pais foram perseguidos durante o fascismo ao ponto de terem de se exilar. Curiosamente, o pai da sua amiga chegou a cônsul do Brasil, mesmo no exílio. A actual campanha ressuscitou fantasmas de tempos de forte repressão política. “Se o desgraçado for eleito o que faremos? Teremos de fugir? Vai haver perseguição, porque afinal estamos todos expondo nossas ideias nas redes sociais? A mãe da minha amiga nem dorme mais. Tem sequelas até hoje, stress pós-traumático”, confessa a empresária. A violência também assusta Cristina Sant’Anna, além das palavras de Jair Bolsonaro até à realidade nas ruas. “Os grupos de direita, skinheads aí incluídos, estão atacando quem se manifesta nas ruas. Espancaram a criadora de um grupo chamado Mulheres contra Bolsonaro, que já tem mais de 3 milhões e meio de mulheres.” A tirar um doutoramento em História, com particular incidência na ditadura militar, Gisele Lobato entende que o fascismo não se desvaneceu totalmente em 1985. “Nunca acabou simbolicamente. Houve uma abertura política, redemocratização feita lenta e gradualmente pelos próprios militares, uma amnistia que impediu qualquer julgamento dos crimes que cometeram… faltou a ruptura”, teoriza a também jornalista que divide casa entre São Paulo e Lisboa. Quando fala de ditadura, Gisele Lobato não o faz no sentido literal, até porque o controlo das altas patentes militares não se sente na sociedade brasileira como no passado. “Falo das estruturas sociais, da violência estatal (vide nossas polícias, que têm apoio para matar diante do desespero da população com a violência urbana)… E a falta de ruptura impediu a revisão dessas estruturas, e ficou o mito de que a ditadura era boa, de que os comunistas estão por aí e são maus.” Sem preferência Também à imagem da eleição que tornou Donald Trump Presidente dos Estados Unidos, o sufrágio de domingo também deixa grande parte do eleitorado face à decisão de qual o mal menor, além da fadiga resultante da falta de identificação com qualquer candidato. Roberval Teixeira e Silva destaca esta particularidade nos eleitores que vivem em Macau. “Há quem diga que é melhor deixar para lá, votar em branco, não ir, existe essa postura de desistência. Especialmente entre as pessoas que têm uma relação menos próxima com o Brasil.” O restante eleitorado brasileiro que reside à beira do delta do Rio das Pérolas divide-se entre Bolsonaro, ou anti-PT e os anti-bolsonaristas. Entre as pessoas que convivem com o académico, a maior tendência é para votar contra o candidato da extrema-direita, sem qualquer expectativa de eleger um candidato com quem se identifiquem em absoluto. “Nenhum partido é puro, não existe essa ilusão, todos entram em jogos e esquemas de todos os tipos que nem imaginamos. De maneira geral, as pessoas parecem não ter um candidato ideal. muitas vezes, os votos vão mais contra alguém do que a favor de alguém. A minha posição é contra o fascismo.”
Futebol | Hélder Costa estreia-se na selecção portuguesa e Éder regressa Hoje Macau - 4 Out 201810 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] avançado Hélder Costa estreou-se hoje nos convocados da seleção portuguesa de futebol, para os jogos com a Polónia e a Escócia, numa lista em que se destaca o regresso de Éder e a ausência de Cristiano Ronaldo. Cristiano Ronaldo (Juventus) continua de fora das convocatórias da seleção portuguesa e vai manter-se, pelo menos, na próxima ronda de jogos em novembro. “Houve uma conversa tripartida, entre o jogador, o presidente da Federação [Fernando Gomes] e concordámos que o jogador não estaria disponível nestas duas convocatórias. Nesta e na próxima”, disse Fernando Santos. Apesar de não ir ser convocado para estas duas datas para jogos internacionais, em outubro e em novembro, o selecionador disse que no futuro Ronaldo continua disponível para representar a seleção. Hélder Lopes, do Wolverhampton, é a única estreia nos convocados de Fernando Santos, aos quais regressa Éder (Lokomotiv Moscovo), autor do golo que deu o triunfo a Portugal no Euro2016. Recuperado da lesão que o afastou do Mundial2018, Danilo (FC Porto) também está de volta às escolhas, assim como o lateral Kevin Rodrigues (Real Sociedad). De fora, em relação à convocatória para os jogos com a Croácia e com a Itália, saíram Raphael Guerreiro (Borussia Dortmund), Gelson Martins (Atlético de Madrid) e Rony Lopes (Mónaco). Portugal defronta a Polónia em Chorzow, em 11 de outubro, na segunda jornada da Liga das Nações, visitando três dias depois a Escócia, num encontro particular. Lista de 25 jogadores: Guarda-redes: Beto (Goztepe, Tur), Cláudio Ramos (Tondela) e Rui Patrício (Wolverhampton, Ing). Defesas: Cédric Soares (Southampton, Ing), João Cancelo (Juventus, Ita), Kevin Rodrigues (Real Sociedad, Esp), Luís Neto (Zenit, Rus), Mário Rui (Nápoles, Ita), Pedro Mendes (Montpellier, Fra), Pepe (Besiktas, Tur) e Rúben Dias (Benfica). Médios: Bruno Fernandes (Sporting), Danilo Pereira (FC Porto), Gedson Fernandes (Benfica), Pizzi (Benfica), Renato Sanches (Bayern, Ale), Rúben Neves (Wolverhampton, Ing), Sérgio Oliveira (FC Porto) e William Carvalho (Bétis, Esp). Avançados: André Silva (Sevilha, Esp), Bernardo Silva (Manchester City, Ing), Bruma (RB Leipzig, Ale), Éder (Lokomotiv Moscovo, Rus), Gonçalo Guedes (Valência, Esp) e Hélder Costa (Wolverhampton, Ing).
Fernando Santos: “Acredito no Ronaldo e sei que ele não cometeria um crime desse tipo” Hoje Macau - 4 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] selecionador nacional de futebol, Fernando Santos, mostrou-se solidário para com Cristiano Ronaldo e disse não acreditar que o capitão de Portugal tenha cometido o crime de que está a ser acusado. “Estou completamente de acordo com as declarações do presidente da Federação [Fernando Gomes]. Apesar de separar as questões pessoais das profissionais, tenho sempre atenção às questões pessoais dos meus jogadores. Acredito no que ele publicou há dias, reafirmando que está inocente. Conheço bem o Cristiano Ronaldo, acredito plenamente no que ele diz e sei que ele não cometeria um crime desse tipo”, afirmou, em conferência de imprensa. Fernando Santos, que divulgou a convocatória para o encontro da Liga das Nações A com a Polónia e o particular com a Escócia, na qual volta a não estar incluído Ronaldo, que está a ser alvo de uma investigação nos Estados Unidos por alegada violação de uma mulher norte-americana. A conferência acabou, inevitavelmente, por ser dominada por esta situação que envolve o jogador da Juventus, mas o selecionador recusou-se a revelar o teor da conversa que manteve com o jogador e “amigo” Cristiano Ronaldo. Já hoje, em declarações à Lusa, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) manifestou “total solidariedade” em relação ao internacional luso. Numa mensagem publicada na rede social Twitter, na véspera, Cristiano Ronaldo negou “terminantemente” as acusações de que é alvo. “Considero a violação um crime abjeto, contrário a tudo aquilo que sou e em que acredito. Não vou alimentar o espetáculo mediático montado por quem se quer promover à minha custa”, escreveu o capitão da seleção portuguesa. O jogador da Juventus, de 32 anos, é acusado por Kathryn Mayorga, que diz ter sido violada por Cristiano Ronaldo em 13 de junho de 2009 durante uma festa num hotel de Las Vegas, no estado norte-americano do Nevada. A polícia local anunciou na segunda-feira a reabertura da investigação, depois de Kathryn Mayorga, professora, de 34 anos, ter apresentado queixa na semana passada num tribunal do condado de Clarck, Las Vegas. Kathryn Mayroga denunciou a presumível violação à polícia de Las Vegas em 2009 e foi submetida a exames médicos, mas, segundo as autoridades, recusou-se a identificar o alegado agressor, uma versão contrariada na quarta-feira por um dos seus advogados, Leslie Stovall, que garante que a sua cliente nomeou Cristiano Ronaldo. Os advogados, que dizem não perceber por que parou a investigação, vão apresentar uma ação contra Ronaldo pelos crimes de violação sexual, tentativa de assédio sexual, coação para fraude, agressão a uma pessoa vulnerável, conspiração, difamação, abuso de processo, tentativa de silenciar o caso, tentativa de concretizar um acordo de não divulgação, negligência e violação de contrato. Assim que for notificado, o internacional português da equipa italiana Juventus terá 20 dias para responder à queixa. Os advogados de Mayorga referem ainda que a mulher terá sofrido distúrbios emocionais na sequência do incidente, tendo ficado frágil e sofrido de depressão. A situação terá ainda levado a suposta vítima a pensar em suicídio, bem como ao abuso do álcool, perda do emprego e com relações pessoais afetadas. Argumentam também que a mulher foi conduzida a um especialista, que lhe diagnosticou uma disfunção pós-traumática e uma depressão, consequência da alegada violação por parte de Cristiano Ronaldo. Kathryn Mayorga alega que terá sido coagida a assinar um acordo de confidencialidade a troco de cerca de 375 mil dólares, assentimento que agora os seus advogados consideram não ter valor legal. Presidente da FPF manifesta “total solidariedade” O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, manifestou também “total solidariedade” em relação a Cristiano Ronaldo. “Em meu nome e em nome da Federação Portuguesa de Futebol expresso total solidariedade ao Cristiano Ronaldo, numa altura em que o seu bom nome e reputação estão a ser postos em causa. Acredito nas palavras que ele emitiu ontem [quarta-feira], não só porque defendo a presunção de inocência como princípio basilar de um estado de direito, mas também porque conheço o Ronaldo há muitos anos e sou testemunha do seu bom caráter”, disse Fernando Gomes, em declarações à Lusa.
Pepetela diz que África subsaariana “vive um ciclo novo de maior transparência” Hoje Macau - 4 Out 20189 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] escritor angolano Pepetela considerou que a África subsaariana, incluindo o seu país, “vive um ciclo novo de maior transparência na governação”. “É um ciclo novo que se está a abrir em África, sem dúvida alguma. Há maior transparência na governação, maior seriedade nos negócios, luta contra a corrupção e maior liberdade e multiplicidade de imprensa”, considerou o autor. Falando aos jornalistas, em Penafiel, onde está a ser homenageado no festival literário Escritaria, o escritor disse que a narrativa do seu último livro, “Sua Excelência, de Corpo Presente”, não “trata só de Angola”. “Realmente, é uma história que poderá passar-se em qualquer país africano, a sul do Saara”, frisou, recordando que se está a viver uma fase “que vem depois daquele ciclo que foi desaparecendo, de partido único e de chefes muito autoritários”. Questionado, em concreto, sobre o que se passa atualmente em Angola, um ano depois de João Lourenço ter assumido a presidência do país, Pepetela considerou que o novo chefe do Estado angolano “fez tudo o que podia”. “Até surpreendeu muita gente, porque fez mais do que muita gente esperava”, acentuou, acrescentando que “o povo angolano está surpreendido e tem apoiado inteiramente”. “O grau de aceitação do presidente é uma coisa histórica”, reforçou. Apesar dos progressos, o autor avisa que “ainda é muito cedo para dizer que as coisas estão a caminhar naquele sentido”. “Ele está a cumprir o que prometeu, sem dúvida alguma, mas há muitas forças que se opõem”, exclamou. A situação económica e financeira de Angola, recordou ainda o escritor, “é muito complicada, é muito difícil e muito pior do que se pensava”. Apesar das dificuldades, a imagem que Angola tem agora no exterior, nomeadamente em Portugal e na União Europeia, é mais positiva. “Claramente a imagem mudou. Temos de aproveitar isso e reforçar essa relação”, sublinhou. Para Pepetela, a relação com Portugal e com os demais países da CPLP podia ser melhor, defendendo que a cultura permitiria uma maior aproximação dos povos que falam português. “Infelizmente, a CPLP é uma espécie de sindicato de chefes de Estado que se reúnem de vez em quando para aprovar não sei bem o quê”, criticou, dando como exemplo o facto de ter sido criado um Instituto da Língua Portuguesa que, lamentou, “ficou dez anos sem funcionar”. O autor angolano que venceu o Prémio Camões em 1997 admite, por outro lado, que os “escritores dos países africanos que escrevem em português têm sido valorizados em Portugal”. O problema maior, disse, está em África: “Nós é que temos falhado. Nos nossos países há muito pouca valorização dessa aproximação cultural e da própria cultura. Os países africanos deviam fazer mais com o pouco que têm. Portugal tem feito o que pode”.
Fundação José Saramago é uma porta aberta para a intimidade do Nobel Hoje Macau - 4 Out 201810 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Fundação José Saramago abre as portas para a obra do Nobel da Literatura em língua portuguesa, mas sobretudo permite mergulhar na intimidade do escritor, através das suas agendas e cadernos de apontamentos, que revelam um homem metódico no seu quotidiano. O primeiro andar da centenária Casa dos Bicos, em Lisboa, alberga o enorme espólio literário de José Saramago, todos os livros que publicou, em várias edições – incluindo o seu primeiro romance, “Terra do Pecado”, publicado em 1947 pela Minerva -, manuscritos e datiloscritos dessas obras, os livros que consultou para escrever “Memorial do Convento” e a bibliografia a que recorreu para construir o polémico “O evangelho segundo Jesus Cristo”. Tudo isto se encontra na exposição permanente da Fundação, “José Saramago. As Sementes e os frutos”, que é, na verdade, “uma transposição, em versão mais reduzida, para aquele espaço de uma outra mostra, de 2008, chamada ‘José Saramago. A consistência dos sonhos’”, que passou por Lisboa, Lanzarote, São Paulo e Cidade do México, contou à Lusa Sérgio Letria, diretor da Fundação José Saramago (FJS). “Quando a fundação veio para a Casa dos Bicos, achámos que, obviamente, teríamos de ter uma exposição permanente e, portanto, esta exposição resulta dessa grande exposição: temos aqui grande parte do espólio literário de José Saramago, temos originais, traduções, fotografias e está organizada por livro ou por tema”, disse à Lusa Sérgio Letria. Percorrendo a galeria onde está exposto o acervo saramaguiano, percebe-se a separação entre secções, os livros que escreveu, os traduzidos e publicados noutros países, e as obras de outros autores que Saramago traduziu. Depois, há alas dedicadas à atribuição do Prémio Nobel a José Saramago (em 1998), com a devida medalha, à sua intervenção cívica e política, ao diploma ‘Honoris Causa’ que recebeu, e à sua filmografia, no caso, o documentário de João Mário Grilo, que dá a conhecer a personalidade do escritor, e o filme “José e Pilar”, da autoria de Miguel Gonçalves Mendes, um relato sobre a sua vida ao lado de Pilar del Río, atual presidente da fundação. Mas aquele que poderá ser o aspeto mais surpreendente desta exposição é a personalidade de José Saramago e, em parte, a sua intimidade, revelada em agendas, nas quais anotava criteriosamente – com uma letra de imprensa pequena e absolutamente simétrica – tudo o que fazia, e caderninhos de anotações de capa preta, manuscritos em letra corrida, com ideias para os seus livros. São elementos “mais privados, mais pessoais”, dos quais ressalta a sua “capacidade de trabalho e a sua capacidade organizativa”, afirma Sérgio Letria. “Havia uma metodologia na forma como José Saramago trabalhava que fica bem patente nas agendas, na forma como ele anotava as coisas todas, os filmes que via, as peças de teatro a que assistia, as reuniões políticas e partidárias que tinha, as viagens que fazia, até, às vezes, valores que recebia por trabalhos que fazia, fossem revisões, traduções ou até de direitos de autor em alguns casos”, descreve à Lusa o diretor da FJS. O primeiro encontro marcado com aquela que viria a ser a mulher que o acompanharia até ao resto da vida, está anotado numa das agendas, com o nome “Pilar de Los Rios”, engano no apelido, posteriormente riscado com um traço, e corrigido, em cima, para “Pilar del Río”. Por outro lado, os cadernos de capa preta “são o coração literário de José Saramago”, diz Sérgio Letria, acrescentando: “Nós temos o trabalho final, que é o que nos chega enquanto leitores, mas nesses cadernos de capa preta temos os bastidores desse trabalho, como é que o autor pensava”. Por isso, fala de um possível “projeto de futuro” da fundação, de publicar os escritos pessoais de Saramago, uma ideia ainda indefinida, em função da impossibilidade de consultar o autor sobre “se aceitaria e o que acharia de possibilidade de os leitores um dia poderem ter acesso a esse material”. “De facto, colocando-me na pele do leitor, eu gostaria de saber como é que o ‘Memorial do Convento’ foi construído, como é que ‘O ano da morte de Ricardo Reis’ chegou a ser ‘O ano da morte de Ricardo Reis’, que ideias é que estavam na cabeça do autor. Pode ser um projeto de futuro, mas teria de ser muito bem pensado”. É que a fundação segue a regra de “nunca falar pelo Saramago”, são as ideias que ele deixou as que estão lá, explica Sérgio Letria à Lusa, contando que a FJS foi criada por vontade do próprio, de Pilar e de alguns amigos, para que existisse “uma entidade que trabalhasse com as palavras e as ideias do José Saramago”. Criada em junho de 2007, a fundação obteve oficialmente o espaço da Casa dos Bicos, por cedência da Câmara Municipal de Lisboa, em 2008, através de um contrato de dez anos, que se renovou automaticamente este ano, por mais dez. Além da obra de Saramago, o trabalho da FJS gira em torno de “uma declaração de princípios que o próprio deixou escrita, onde estão enumeradas as áreas em que a fundação deverá trabalhar: defesa da cultura em Portugal e no mundo, defesa dos direitos humanos, tomando como documento orientador a declaração universal de direitos humanos, que este ano cumpre 70 anos de vida, e também a defesa do meio ambiente”. A FJS é ainda composta por uma livraria, um auditório, com uma programação regular que passa por apresentações de livros, conferências, debates, exibições de filmes ou concertos, e uma revista digital, intitulada “Blimunda”, herdando o nome da personagem do “Memorial do Convento”.
Juiz federal dos EUA bloqueia suspensão de programa de protecção de imigrantes Hoje Macau - 4 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m juiz federal norte-americano bloqueou na quarta-feira a suspensão do Estatuto Temporário de Proteção (TPS), decretada pela administração dos EUA, que iria afectar centenas de milhares de imigrantes de El Salvador, Honduras, Haiti Nicarágua e Sudão. A decisão entrou em vigor “de forma imediata”, de acordo com o magistrado, Edward Chen, do tribunal de São Francisco. O magistrado considerou que se a suspensão do TPS entrasse em vigor ira fazer “danos irreparáveis” aos imigrantes e às suas famílias, que teriam de deixar os EUA. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os beneficiários do TPS dos países visados teriam que partir dos EUA ou procurar uma alternativa para ficarem legais no país. A suspensão para a Nicarágua estava agendada para janeiro de 2019, para o Haiti em julho 2019, El Salvador em setembro e Honduras em janeiro de 2020. Para os imigrantes do Sudão o ETP terminaria no próximo mês. Em agosto, vários diplomatas dos Estados Unidos em países latino-americanos já tinham considerado que a retirada deste estatuto pode levar a deportações em massa e consequentemente desestabilizar a região da América Latina e desencadear uma nova onda de imigração ilegal. Os diplomatas alertaram para que o cancelamento do TPS afeta os interesses da política externa norte-americana, colocando em risco a segurança das pessoas que detinham este estatuto. O TPS é um programa de imigração criado em 1990, ao abrigo do qual os Estados Unidos concedem autorizações de residência de forma extraordinária a pessoas de países afetados por conflitos ou desastres naturais.
Finanças | Receitas públicas aumentaram 17,3 por cento até Agosto Diana do Mar - 4 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Administração fechou os primeiros oito meses do ano com receitas de 86.756 milhões de patacas, valor que traduz um aumento de 17,3 por cento em termos anuais homólogos, indicam dados provisórios disponíveis no portal da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF). Os impostos directos sobre o jogo – 35 por cento sobre as receitas brutas dos casinos – foram de 70.864 milhões de patacas, reflectindo uma subida anual de 17 por cento e uma execução de 86 por cento relativamente ao orçamento autorizado para 2018. A importância do jogo encontra-se patente no peso que detém no orçamento: 81,6 por cento nas receitas totais, 83,2 por cento nas correntes e 95,1 por cento nas derivadas de impostos directos. Já as despesas cifraram-se em 48.525 milhões de patacas até Agosto, de acordo com os mesmos dados. Cumpridas em 49,3 por cento, aumentaram 9,4 por cento comparativamente ao período homólogo do ano passado. Neste capítulo destacam-se os gastos ao abrigo do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) que alcançaram 9.107 milhões de patacas, valor que reflecte um aumento de 21,4 por cento. A taxa de execução correspondeu, por seu turno, a 43,1 por cento. Entre receitas e despesas, a Administração acumulou nos primeiros oito meses do ano um saldo positivo de 38.230 milhões de patacas, mais 29 por cento face a igual período de 2017. No entanto, a almofada financeira excede largamente o orçamentado para todo o ano (6,9 mil milhões de patacas), com a taxa de execução a corresponder a 552,2 por cento.
Associação denuncia atraso nas obras contra inundações em Coloane Victor Ng - 4 Out 20189 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]presidente da Federação Industrial e Comercial das Ilhas de Macau, Yeong Keng Hoi, revelou ao Jornal do Cidadão que a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) apresentou recentemente um plano de prevenção de inundações e escoamento de água aos moradores de Coloane, mas que, até ao momento, não houve mais novidades sobre este assunto. Para Yeong Keng Hoi, o Governo tem vindo a ignorar a zona de Coloane, exigindo uma concretização dos trabalhos de prevenção já anunciados. Em Junho deste ano, a DSSOPT apresentou várias propostas, tendo os moradores concordado, por unanimidade, com a ideia de construir paredões e um lago artificial que ligam a Avenida de Cinco de Outubro, a Ponte Cais de Coloane e a povoação de Lai Chi Vun. Na visão do presidente da associação, a proposta pode vir a prevenir inundações de água e proteger a paisagem original da zona costeira. No entanto, o Executivo não avançou com mais detalhes. Yeong Keng Hoi entende que na Avenida de Cinco de Outubro e a Rua dos Navegantes existem águas estagnadas e inundações sempre que há mau tempo, por serem zonas localizadas na zona baixa de Coloane. Ainda assim, houve mudanças na ilha de Hengqin [zona que fica perto da ilha], tal como a elevação da altura dos diques no lado leste, local que mais sofreu com o impacto da entrada do mar. Exigências antigas O presidente recordou que já em 2008 os moradores tinham sugerido alterações aquando da passagem do tufão Hagupit. Nessa altura, foi proposta a construção de diques nas zonas costeiras perto da Avenida de Cinco de Outubro e da Rua dos Navegantes, para que ali pudesse surgir um lago artificial. Tendo em conta que o Executivo tem vindo a anunciar a realização de obras para prevenir as inundações no Porto Interior, estando já em fase de concepção, Yeong Keng Hoi considera que a zona de Coloane tem vindo a ser desvalorizada pelas autoridades por ter pouca população, estando, por isso, preocupado com o longo período de espera pelo arranque das obras na ilha.
Holandesa Nadieh Schoots vai participar no GP Motos Sérgio Fonseca - 4 Out 20189 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]51.ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau vai contar pela primeira vez com uma senhora à partida. A participação da holandesa Nadieh Schoots será certamente um dos acontecimentos a seguir na edição deste ano da prova de motociclismo mais antiga do sudeste asiático. Com 27 anos, Schoots começou a sua carreira aos 14 anos, participando em diversas provas de Minibikes um pouco por toda a Europa, sempre na companhia do pai. Em 2010, “deu o salto” para as motas, alinhando na classe Supersport 600cc e desde aí nunca mais parou. Na semana transacta confirmou nas redes sociais, com um vídeo, que recebeu o convite para fazer parte do restrito plantel de vinte e oito concorrentes que no mês de Novembro vão enfrentar o circuito citadino montado na nossa cidade, naquela que será, como classificou a própria, uma participação “muito especial”. Nadieh Schoots tem 27 anos e começou a sua carreira aos 14, participando em diversas provas de Minibikes um pouco por toda a Europa. Pela estrada fora A talentosa piloto holandesa, que tem no seu histórico dezenas corridas de velocidade, incluindo participações no Campeonato Britânico de Superstock, decidiu voltar a sua atenção para as corridas de estrada em 2017, realizando uma temporada completa no exigente “International Road Racing Championship (IRRC)”. E certamente a sua participação não passou despercebida, pois obteve vários top 10, foi a melhor novata na prova de Horice, fez a melhor volta na corrida em Schleiz e assim por diante. Em Maio passado, na emblemática North West 200, pilotando uma Kawasaki Zx-10R, Schoots sofreu uma queda que a impossibilitou de se estrear no Grande Prémio do Ulster devido às mazelas sofridas numa perna. Objectivo seria depois alinhar à partida da prova da Ilha de Man, o seu grande sonho enquanto motociclista de competição. Tal não foi possível, portanto as atenções viraram-se para a corrida da RAEM. Agora que a sua recuperação está praticamente concluída, ao ponto de ter participado na prova do IRRC em Frohburg no final de Setembro, a jovem piloto está pronta para enfrentar o traiçoeiro Circuito da Guia, entrando assim na história como a primeira mulher a alinhar à partida do Grande Prémio de Motos de Macau. Mais novatos Apesar da lista oficial de inscritos da prova não ter ainda sido revelada ao público em geral, pois tal só habitualmente ocorre na conferência de imprensa de meados do mês de Outubro, a edição deste ano contará com, pelo menos, mais três estreantes no Circuito da Guia. A equipa Dafabet Devitt Racing confirmou que vai participar com duas Kawasaki ZX-10R Superstock – uma para Paul Jordan, da Irlanda do Norte, e outra para o inglês Dominic Herbertson – na prova de encerramento de temporada. Por seu lado, também de terras de Sua Majestade chega Daley Mathison, que aos 27 anos vai fazer a sua estreia entre nós com uma BMW S1000RR da equipa Penz13.
Há limites nocivos para o patriotismo? António Cabrita - 4 Out 201814 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]om certeza e vemo-los, à escala global, na “tentação” de Trump para destruir o multilateralismo, a qual ameaça a manutenção da própria ONU. Segundo Angela Merkel “O actual Presidente dos Estados Unidos pensa que o multilateralismo não é a resposta aos problemas, e julga que apenas pode haver um vencedor, não acreditando em situações em que ambas as partes possam vencer. Ora, destruir um sistema de consenso internacional é perigosíssimo”, concluiu. Tem inteira razão e todo o patriotismo doentio surge por se acreditar que só pode haver um vencedor. É uma mentalidade desastrosa, ditada ora pela pecha da insegurança, ou, o outro polo do problema, por camuflados interesses económicos que escavam a vantagem na debilidade do outro. Ora o homem é sobretudo o único animal que sabe antecipadamente que vai perder. Em nenhum cemitério se ouvem proclamar vitórias. É inapelavelmente democrática a terra que acolhe e transforma em estrume todas as caganças. As patrióticas, as da patranha económica, as de casta. E constata-se: nenhum crânio tem os olhos em bico, ou os lábios grossos, ou um nariz caucasiano. Face à morte somos todos igualmente perdedores. Por isso sustentamos que o homem é por natureza um refugiado. E que o seu valor moral não está tanto nos traços da sua identidade como na dimensão da sua hospitalidade. A identidade é aliás inúmeras vezes um princípio de inconsistência que pode fazer germinar o Mal, ao esquecer que todos os seres humanos são criaturas transfronteiriças e pertencem a uma comunidade de diálogo. Porque somos mais semelhantes do que pensaríamos ou desejaríamos. Vou mostrar quanto. Observo com espanto a mania dos moçambicanos para se julgarem originais. O que decorre de “falta de mundo” e da carência de estudo das “culturas comparadas”; pois até aquilo que antropologicamente consideram irredutível é afinal uma variante de tendências universais. Por exemplo, a cerimónia do Mapiko é uma Catábase (uma descida ao inferno e volta) invertida (é a figura tectónica que é convocada a visitar os humanos), deslocada da sua função, e fixada por simetria aos ritos da catábase mediterrânea, ou vice-versa – a técnica de inverter especularmente o que recebemos da “vizinhança” é, demonstrou-o Levi-Strauss, o mecanismo comum para a criação das narrativas identitárias e uma das características que estrutura os mitos. Por exemplo, as relação dos intelectuais com o poder e a “tradição”, o primado do colectivo sobre o individual, o evitamento da crítica e de qualquer pauta de mérito preteridos pela fidelidade política, os processos de ostracismo e os não-ditos, que se verificam em Moçambique, são afinal práticas comuns a todos os países que tiveram revoluções ou abraçaram o socialismo – tão similares nos seus processos que arrepiam, posto julgarmos que as supostas diferenças geográficas e culturais as diferiria. Não. O primeiro livro que me ajudou a compreender a sociedade moçambicano é de um iraniano, Daryush Shayegan, exilado em Paris por causa dos Ayatollas. Intitula-se O Olhar Mutilado/Esquizofrenia Cultural: países tradicionais face à modernidade e o exame que faz sobre o comportamento dos intelectuais, das classes médias e da burocracia no seu país na década da revolução decalca o que se observa em Moçambique. Fica-se estarrecido, é só mudar os nomes, os comportamentos são idênticos. Depois li o Pensamento Cativo, do poeta polaco Czeslaw Milosz, que radiografa os “intelectuais orgânicos” na Polónia durante o fechamento do regime. Quem imaginaria que seria outro livro vital para quem quiser conhecer, a partir de uma aparente e absoluta exterioridade, esse tecido social moçambicano? Também o livro de José Gil, Portugal – o Medo a Existir, elucida aspectos da “alma” moçambicana. Vários conceitos que José Gil ali explana, entre os quais o da «falta de inscrição» como um fatídico corte entre a especulação e a prática, o vínculo e a realidade, conhecem uma clara correspondência na clivada paisagem moçambicana. Li agora Itinerário de Octavio Paz, e o que ele diz sobre o México permite fazer uma autorreflexão mediatizada em Moçambique, sem estar inquinado pela emocionalidade. E foi neste livro que encontrei esmiuçado um hábito que se aplica como uma luva ao chão moçambicano: a suspicácia, a marca de carácter de quem vive corroído pela suspeita. Define Paz: «o fundo psicológico desta propensão a suspeitar é a suspicácia», a qual é, evidentemente, a expressão de um sentimento de insegurança. Quando cheguei ouvia dizer, «Ah, esse gajo é muito desconfiado, é da Zambézia!». Em Moçambique vive-se rodeado de gente da Zambézia! Depois reparamos que tudo se justifica com a «mão externa», e que a acusação chega de gente de todas as províncias contra todos os outros, portanto ou inferimos que afinal macuas, macondes ou rongas são zambezianos disfarçados ou então concluímos que a suspicácia está espalhada. Refere Paz, a suspicácia é uma irmã da malícia e ambas são servidoras da inveja. Não quero chegar tão longe. Todavia, já me preocupa o que diz a seguir: «todas estas más paixões tornam-se cúmplices das inquisições e das repressões.» Tenho dificuldade em achar a utilidade para a persistência da suspicácia num país novo, se afinal o sentido da história somos nós quem o produzimos e se o fazemos podemos desfazê-lo. Desconfiar da própria sombra, se ganharíamos mais em conviver com ela? Todavia, é um facto que, em todos esses países que os livros retratam, a suspicácia é um instrumento patológico para a manutenção do poder e a mania de “cadastrar” os outros é um seu (d)efeito. Sendo a equação a mesma: quanto mais patriótico mais paranóico. Pode, entretanto, a falência do “multilateralismo” ser igualmente interna, se desconseguimos de aceitar o outro como um enriquecimento nosso. Cresce aí a idiotice e violência étnicas. Porque, repito, na verdade não há estrangeiros no mundo, somos todos refugiados. E mais do que ser nacional ou não, o que interessa é avaliar o que cada um faz para melhorar o sítio em que vive.
Japão | Visita de Pompeo a Pyongyang vai acelerar desnuclearização Hoje Macau - 4 Out 20189 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]secretário de Estado norte-americano desloca-se pela primeira vez a Pyonyang após a cimeira de Junho entre Kim Jong-un e Donald Trump. Tóquio espera que a visita de Mike Pompeo traga avanços significativos ao processo de desnuclearização norte-coreano O Governo japonês disse ontem acreditar que a próxima visita a Pyongyang do secretário de Estado norte-americano vai permitir avançar para uma “completa e rápida desnuclearização da península coreana”. Na terça-feira, Washington anunciou o encontro de domingo entre Mike Pompeo e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Antes, o secretário de Estado norte-americano vai manter um encontro, em Tóquio, com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. “Esperamos que a Coreia do Norte cumpra a completa e rápida desnuclearização da península coreana”, disse o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, quando questionado em conferência de imprensa sobre a viagem de Pompeo à região. Suga disse que os Governos do Japão e dos Estados Unidos trocaram “opiniões a diferentes níveis” sobre o assunto, mas a intenção é coordenar “ainda mais de perto” as medidas que podem ser adoptadas sobre a desnuclearização da península. Esta é a quarta visita de Pompeo a Pyonyang, mas também a primeira desde Junho passado, após a cimeira histórica em Singapura entre Kim Jong-un e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O objectivo da viagem é preparar o terreno para a segunda cimeira entre Trump e Kim, embora ainda não tenha sido avançada uma data ou um possível local. Na semana passada, Trump afirmou que a cimeira vai realizar-se “em breve”. Além de Tóquio e Pyongyang, Pompeo desloca-se posteriormente à Coreia do Sul e à China para se reunir com as autoridades dos dois países. Nova era Na terça-feira, a agência oficial norte-coreana KCNA insistiu na necessidade dos Estados Unidos e da Coreia do Norte assinarem um tratado de paz que ponha formalmente fim à Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou com a assinatura de um armistício. “É natural que a Coreia do Norte e os Estados Unidos ponham fim às relações beligerantes, de acordo com a aspiração mútua de estabelecer novas relações bilaterais, em conformidade com a declaração conjunta de 12 de Junho”, lê-se no comentário da KCNA. “Mas se os Estados Unidos não querem o fim da guerra, a República Democrática Popular da Coreia [RPDC, nome oficial da Coreia do Norte] também não irá procurá-lo, acrescentou.
Economia | Diálogo com EUA pode avançar na reunião do G-20 Hoje Macau - 4 Out 20189 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]assessor económico da Casa Branca, Lawrence Kudlow, disse esta terça-feira que as negociações comerciais entre os EUA e a China poderão ser retomadas quando os decisores das políticas económicas se reunirem em Buenos Aires em Dezembro para a reunião do G-20. Kudlow, director do Conselho Económico Nacional, disse numa conferência da indústria de valores imobiliários em Washington que não existe nenhum plano formal para retomar as negociações, mas que as autoridades americanas estão prontas para negociar enquanto as conversas forem sérias. “A grande esperança aqui é que a China se sente à mesa e comece a jogar de acordo com as regras”, disse, acrescentando que até agora as conversações “têm sido insatisfatórias do nosso ponto de vista”. A China cancelou negociações comerciais com os EUA que estavam agendadas para o fim de Setembro, após uma recente escalada nas tensões comerciais. No mês passado, o presidente americano, Donald Trump, anunciou novas tarifas sobre 200 mil milhões de dólares em importações chinesas, levando Pequim a retaliar com taxas sobre 60 mil milhões em produtos americanos. Trump prometeu aumentar ainda mais a pressão sobre a China, cobrando tarifas de mais 257 mil milhões de dólares em produtos chineses. Kudlow disse que as autoridades dos EUA continuam preocupadas com uma série de barreiras comerciais na China, incluindo tarifas, exigências de propriedade conjunta para empresas americanas e “o roubo de propriedade intelectual”. Sobre o recém-anunciado acordo comercial entre os EUA, o Canadá e o México, Kudlow disse que o acordo permitirá que os três países apresentem uma “frente única” contra práticas comerciais desleais.