Surto de dengue em Guangdong ligado às alterações climáticas, dizem especialistas

O maior surto de dengue dos últimos cinco anos na província de Guangdong, que faz fronteira com Macau, pode estar ligado às alterações climáticas, disseram especialistas locais.

A província, que tem uma população de 125 milhões de habitantes, registou mais de 8.700 casos de dengue este ano, muito mais do que os 6.042 casos, registados em 2019, e os 4.195, em 2023, marcando o surto mais grave dos últimos cinco anos.

O aumento dos casos coincidiu com as condições climatéricas extremas registadas nos últimos meses na região, onde as temperaturas elevadas e as chuvas fortes criaram um ambiente favorável à proliferação de mosquitos, o principal transmissor da dengue, noticiou o jornal local Yicai.

Desde Maio, as autoridades locais detectaram um aumento da densidade de mosquitos em mais de 30 zonas de alto risco, antecipando um aumento dos casos da doença.

O especialista em saúde pública Zhang Hua, citado pelo Yicai, disse que “as alterações climáticas, incluindo o aumento da precipitação e das temperaturas, estão a mudar os ‘habitats’ dos mosquitos e a favorecer a expansão para áreas que anteriormente não eram propensas a tais surtos”.

De acordo com outro perito não identificado, “não só os mosquitos, mas também outros animais como carraças e roedores” podem começar a transmitir doenças em novas áreas devido a “alterações nos ‘habitats’”.

Mudança de panorama

Nos últimos anos, tem-se verificado uma tendência de propagação da dengue em províncias mais a norte na China, onde tradicionalmente não se registava a doença. “A doença pode propagar-se a zonas do norte e do centro da China, devido às condições climáticas cada vez mais favoráveis à reprodução dos mosquitos nestas regiões”, alertou Zhang.

De acordo com um estudo citado pelo Yicai, entre 2015 e 2023, a taxa de incidência de dengue na China aumentou anualmente numa média de 70,79 por cento, com casos registados em todas as províncias, excepto no Tibete.

A China não é o único país a registar recentemente um aumento do número de casos de dengue: países sul-americanos como o Peru, o Paraguai e o Brasil registaram tendências semelhantes. A doença afecta pessoas de todas as idades e para a Organização Mundial de Saúde, o fenómeno meteorológico ‘El Niño’ está na origem da propagação da epidemia.

23 Out 2024

Vaticano | China prolonga acordo sobre nomeação de bispos

A China anunciou ontem que chegou a acordo com o Vaticano para prolongar um acordo relativo à nomeação de bispos no país.

“Durante consultas amigáveis, as duas partes decidiram prolongar o acordo por mais quatro anos”, disse Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em conferência de imprensa. Vaticano e Pequim assinaram um acordo em 2018 sobre a complexa questão da nomeação de bispos na China. O acordo, que dá a ambas as partes uma palavra a dizer sobre as nomeações, foi renovado pela última vez por dois anos em Outubro de 2022.

Pequim confirmou ontem que o acordo foi renovado e congratulou-se com a melhoria dos seus laços com o Vaticano. “China e Vaticano avaliaram positivamente os resultados da aplicação deste acordo”, afirmou Lin. “As duas partes prosseguirão as discussões num espírito construtivo e continuarão a promover a melhoria das relações entre a China e o Vaticano”, acrescentou. Estima-se que cerca de 12 milhões de católicos vivam na China.

23 Out 2024

Xi Jinping parte para Moscovo para participar na cimeira dos BRICS

O Presidente chinês, Xi Jinping, partiu ontem para a Rússia para participar na cimeira BRICS, bloco de economias emergentes, em Kazan, durante a qual deve manter um encontro bilateral com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.

A comitiva de Xi inclui Cai Qi, membro do Comité Central do Partido Comunista da China, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.

A cimeira do grupo – composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de Egipto, Irão, Emirados Árabes Unidos e Etiópia – reúne desde ontem e até quinta-feira 24 chefes de Estado e de Governo considerados mais próximos da Rússia e da China, na sequência do alargamento que o bloco aprovou na reunião de líderes do ano passado.

Segundo o Kremlin, Putin, o anfitrião, vai reunir-se com Xi à margem da cimeira, embora Pequim ainda não tenha confirmado este encontro ou outros entre Xi e os líderes dos países presentes.

A China chega à cimeira numa altura em que tenta seduzir o Sul Global como uma das prioridades da sua política externa, com novas vias de financiamento e cooperação, num contexto de crescente competição geopolítica com o Ocidente, especialmente com os Estados Unidos.

A Xinhua afirmou na segunda-feira que o grupo é “um mecanismo internacional florescente” que procura “responder aos problemas globais”, sendo Xi “um dos seus fortes defensores”.

Reformas em curso

Entre as contribuições chinesas está o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), com sede em Xangai, que aprovou 105 projectos nos países membros, no valor de cerca de 35 mil milhões de dólares até ao final de 2023.

Xi também defendeu a inclusão formal de intercâmbios culturais na cooperação entre os BRICS, até agora orientada por intercâmbios económicos, políticos e de segurança.

Os BRICS são para a China mais uma oportunidade de promover uma reforma do sistema de governação global mais consentânea com os seus interesses e com aquilo a que chama “verdadeiro multilateralismo”, por oposição ao “hegemonismo dos EUA”, bem como de mostrar o seu “empenho” em desempenhar um papel mais importante num momento geopolítico convulsivo, com as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente como pano de fundo, além das tensões na península coreana e no estreito de Taiwan.

Até ao ano passado, o bloco era constituído pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que acolheu a 15.ª cimeira dos líderes do grupo em Joanesburgo, em Agosto de 2023, onde foi aprovada a entrada de seis novos países: Egipto, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Argentina (que acabou por decidir não aderir) e Arábia Saudita.

Durante a reunião deste ano, os líderes dos países membros devem definir os critérios para que outras nações entrem no bloco como associadas.

23 Out 2024

China | Executado por matar mulher ao atirar objectos do 33.º andar

O Supremo Tribunal Popular da China confirmou e executou ontem a pena de morte de um homem responsável pelo óbito de uma mulher, após ter atirado uma série de objectos do 33.º andar de um edifício na cidade de Changchun, no nordeste do país.

Zhou atirou vários objectos pesados, incluindo dois garrafões de água de cinco litros e três latas de refrigerante fechadas, da janela de um apartamento no 33.º andar de um edifício residencial em Junho de 2023, antes de atirar o tijolo que matou a vítima, uma mulher de 28 anos, noticiou o jornal local The Paper.

O homem estava desempregado, vivia num apartamento alugado temporariamente e disse às autoridades que se sentia “insatisfeito com a vida e tinha ódio à sociedade”, o que o levou a planear e executar os ataques.

A condenação de Zhou, que não foi considerado doente mental, segundo o tribunal, foi confirmada em Dezembro de 2023 por um tribunal local de primeira instância de Changchun, que considerou que os actos cometidos constituíam um “grave perigo” para a segurança pública.

Para além da pena de morte, Zhou foi condenado a pagar mais de 40.000 yuan de despesas de funeral e outras indemnizações à família da vítima.

22 Out 2024

Pequim pede a Washington que levante embargo contra Cuba após cortes de electricidade

A China pediu ontem aos Estados Unidos que “levantem o embargo e as sanções contra Cuba”, depois de a ilha ter sofrido uma série de apagões nos últimos dias.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, afirmou em conferência de imprensa que “o embargo dos Estados Unidos contra Cuba causou grandes danos ao desenvolvimento económico e social do país e à vida do seu povo”.

O representante da diplomacia chinesa instou Washington a “retirar Havana da lista de países que apoiam o terrorismo”, algo que “responde aos interesses comuns dos Estados Unidos e de Cuba e dos povos de ambos os países, e que favoreceria a estabilidade e o desenvolvimento da região e que é também um pedido universal da comunidade internacional”, explicou.

Lin afirmou que China e Cuba “são bons amigos, bons camaradas e bons irmãos” e que Pequim “simpatiza com as dificuldades actuais de Cuba”.

“Acreditamos que, sob a liderança firme do Partido Comunista de Cuba, o povo cubano conseguirá, sem dúvida, ultrapassar as dificuldades temporárias e fazer avançar a causa do socialismo”, acrescentou o porta-voz.

Às escuras

O terceiro apagão total do Sistema Eléctrico Nacional (SEN) de Cuba em menos de 72 horas, no domingo, voltou a frustrar as tentativas de restabelecer um serviço básico que entrou em colapso há três dias, após semanas de agravamento da crise energética que se arrasta há anos no país das Caraíbas.

Os apagões são comuns há anos, mas a situação agravou-se nas últimas semanas. Nos últimos dias, houve dias com picos de apagões superiores a 50 por cento, ou seja, momentos em que metade do país ficou simultaneamente sem electricidade.

Os frequentes apagões estão a prejudicar a economia cubana, que registou uma contracção de 1,9 por cento em 2023, e a alimentar o descontentamento social numa sociedade afectada por uma crise económica que se agravou nos últimos anos. A China, principal aliado político de Cuba, doou nos últimos meses componentes e vários parques fotovoltaicos completos à ilha das Caraíbas.

22 Out 2024

Taiwan | Pequim denuncia passagem de navios dos EUA e do Canadá

A China continua em “alerta máximo” após a travessia do Estreito de Taiwan, no domingo, por navios militares dos Estados Unidos e do Canadá, informou ontem o Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular.

“O contratorpedeiro norte-americano Higgins e a fragata canadiana Vancouver atravessaram o Estreito de Taiwan no dia 20 de Outubro”, afirmou Li Xi, porta-voz do comando, que disse que as forças navais e aéreas do Exército chinês “acompanharam de perto” a travessia e responderam ao incidente de acordo com as leis existentes.

Li Xi sublinhou que “o Exército de Libertação Popular mantém-se sempre em alerta máximo e salvaguarda firmemente a soberania e a segurança nacionais, bem como a paz e a estabilidade regionais”. Pequim reafirmou na semana passada, após a conclusão de exercícios militares, que “não renunciará ao uso da força” contra Taiwan, condenando as “forças separatistas” da ilha e a ingerência estrangeira, como a dos Estados Unidos.

22 Out 2024

Lua | Pequim desenvolve “tijolos lunares”

Investigadores chineses desenvolveram “tijolos lunares” utilizando materiais que imitam a composição do solo lunar, uma descoberta que visa facilitar a construção de uma base internacional na superfície do satélite natural da Terra.

O projecto, liderado pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong (HUST) na cidade de Wuhan, província de Hubei, no centro da China, sob a direcção de Ding Lieyun, produziu tijolos que são três vezes mais fortes do que o betão normal.

O desenvolvimento baseia-se na tecnologia de fabrico aditivo e em robôs de impressão 3D capazes de utilizar o solo lunar como matéria-prima, noticiou a agência oficial chinesa Xinhua.

Os cientistas testaram várias composições do solo simulado, incluindo basalto do local de aterragem da missão Chang’e 5, bem como processos de sinterização [consolidação a temperaturas elevadas] para optimizar os materiais.

Os tijolos serão inicialmente transportados, em Novembro, para a estação espacial chinesa Tiangong a bordo da nave espacial de carga Tianzhou 8, onde serão submetidos a testes térmicos e mecânicos em condições extremas, avaliando o desempenho sob radiação cósmica, actividade sísmica lunar e mudanças bruscas de temperatura.

O primeiro tijolo vai regressar à Terra no final do próximo ano para mais análises destinadas a validar o comportamento estrutural e determinar a viabilidade para utilização em futuras missões de construção na Lua.

Olhos nos cosmos

A China, no âmbito do programa espacial a longo prazo, planeia iniciar a construção de uma estação internacional de investigação lunar entre 2028 e 2035.

O país asiático avançou com o programa lunar com a missão Chang’e 8, que vai testar técnicas para utilizar recursos directamente da superfície lunar, como parte da estratégia para desenvolver infraestruturas sustentáveis na Lua.

O país apresentou também um fato espacial inovador que combina tradição cultural com funcionalidade avançada, concebido para proteger os astronautas durante futuras actividades na Lua.

Os cientistas chineses desenvolveram ainda um método pioneiro para extrair água do rególito lunar, aquecendo-o a mais de 1.000°C, o que facilitará a construção de estações científicas e a sobrevivência de futuras missões tripuladas. Nos últimos anos, Pequim investiu fortemente no programa espacial, incluindo em várias missões de exploração ou na criação de uma estação espacial, para funcionar durante os próximos dez anos.

A plataforma chinesa tornar-se-á a única estação espacial do mundo a partir deste ano, se a Estação Espacial Internacional, uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos à qual a China está impedida de aceder devido aos laços militares do programa espacial, for retirada este ano, como previsto.

22 Out 2024

Filipinas | HRW pede reforma da polícia após execuções extrajudiciais

A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) apelou às autoridades filipinas que promovam uma reforma profunda da polícia após recentes revelações sobre execuções extrajudiciais de milhares de suspeitos, no contexto da guerra às drogas.

“A administração do [Presidente Ferdinand] Marcos [Jr.] deveria lançar rapidamente uma reforma das forças de segurança em resposta às recentes audiências parlamentares sobre a corrupção policial e os abusos da guerra às drogas”, apontou a HRW, em comunicado.

Em causa, estão depoimentos recentes em quatro comissões da Câmara dos Deputados que mencionam execuções extrajudiciais cometidas desde 2016 com altos funcionários directamente ligados ao então Presidente, Rodrigo Duterte.

“O Ministério do Interior deveria investigar estas alegações de má conduta policial e trabalhar com o Ministério da Justiça para apresentar as acusações adequadas contra os agentes envolvidos”, defendeu a HRW.

A organização apela ao novo ministro do Interior, Juanito Victor Remulla, para rescindir as comunicações internas relacionadas com a guerra às drogas e, em particular, aquela conhecida como Double Cannon Oplan, a campanha antidrogas lançada durante o mandato de Duterte.

Pede também ao Ministério da Justiça que “reaja” aos depoimentos perante o Parlamento e abra uma investigação própria.

Entre os testemunhos, destaca-se o da ex-chefe da Polícia da cidade de Cebu, Royina Garma, que indicou no dia 5 de Outubro que foram pagos entre 20.000 e um milhão de pesos (entre 300 e 17.000 euros) aos agentes que mataram um traficante de droga, dependendo da sua posição.

21 Out 2024

MNE britânico apela a “mais diplomacia” com a China

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lamy, apelou sábado ao relançamento do diálogo entre Londres e Pequim, instando ambos os países a mostrarem “mais diplomacia”.

O chefe da diplomacia britânica assumiu esta posição no final de uma visita de dois dias à China que visou melhorar os laços com Pequim, depois de as relações se terem deteriorado nos últimos anos devido a alegações de espionagem, à aproximação da China à Rússia, à alegada repressão das liberdades civis em Hong Kong e a preocupações com direitos humanos.

O novo governo trabalhista está sob pressão para levantar a questão da violação dos direitos humanos com a China, mas também para manter os laços com um importante parceiro comercial. Na sexta-feira, Lamy encontrou-se com o vice-primeiro-ministro Ding Xuexiang, antes de viajar para Xangai.

“Entendo que precisamos de mais diplomacia, não de menos. É por isso que é tão importante estar aqui na qualidade de ministro dos Negócios Estrangeiros britânico e é por isso que temos de continuar a regressar”, afirmou o governante, citado pela AFP.

“No passado, a política do Reino Unido, sob o anterior governo, não foi consistente e o que entendo é que precisamos de uma abordagem que o seja”, disse Lamy em declarações aos jornalistas.

Com valores

O chefe da diplomacia britânica disse ainda ter pressionado os seus anfitriões chineses sobre questões como Hong Kong e Xinjiang, onde vive uma minoria muçulmana que Pequim é acusada de perseguir, e Taiwan. O Reino Unido, disse, “está preocupado” com algumas tensões a que assiste no estreito de Taiwan “porque não são do interesse da comunidade global”.

“Há valores, há áreas em que o governo do Reino Unido e a nossa abordagem cultural será diferente da da China e há áreas relevantes, relacionadas com a segurança nacional em que colocaremos sempre os interesses nacionais do Reino Unido em primeiro lugar”, afirmou Peter Lamy. No entanto, acrescentou que existem também domínios “em que podemos cooperar e colaborar com os chineses”.

21 Out 2024

Consumo | Fim do ‘Made in China’ teria “altos custos” para Europa

O fim do ‘Made in China’ acarretaria “altos custos” para os consumidores europeus, alertaram à agência Lusa empresários, destacando as vantagens “únicas” do país a nível de infraestruturas, tecnologia e capacidade de produzir em volume.

“Já existe alguma deslocalização da produção, mas é parcial. Se for total, ou em 80 por cento, os consumidores vão sofrer imenso”, admitiu Tiago Mateus, responsável pelas aquisições na China da Joinco, fornecedora do grupo retalhista Jerónimo Martins.

Tiago Mateus é um de dezenas de milhares de importadores estrangeiros que acorreram esta semana à Feira de Cantão, onde duas vezes por ano fabricantes chineses de produtos não-alimentares expõem milhões de produtos, desde bicicletas a utensílios de cozinha, na capital de Guangdong, a próspera província do sul da China, conhecida como “fábrica do mundo”.

A primeira edição remonta a 1957, mas foi só nas últimas décadas que a Feira de Cantão se converteu num dos maiores eventos comerciais do mundo, à medida que a China assumiu um papel central nas cadeias de distribuição globais.

As perturbações causadas pela covid-19 e pela invasão russa da Ucrânia suscitaram, porém, um debate nos Estados Unidos e na Europa sobre a necessidade de diversificar relações comerciais.

“Vários países perceberam que existe uma forte dependência e que, acontecendo alguma coisa na China, todos sofrem”, descreveu Tiago Mateus. “Mas a finalidade de uma empresa privada é o lucro”, ressalvou o português, destacando as vantagens competitivas que colocam o país “a milhas” da concorrência.

Steve Hoffman, presidente executivo da Founders Space, uma das principais incubadoras e aceleradoras de ‘startups’ do mundo, com sede em São Francisco, na Califórnia, concordou: “Em termos económicos uma fragmentação nos laços comerciais com a China não faz sentido nenhum”.

Em entrevista à Lusa, Hoffman admitiu que o executivo norte-americano “está sob pressão das suas empresas – Microsoft, Apple ou Intel -, que não querem reduzir a sua exposição à China”. Em causa, estão condições “muito difíceis de replicar” em outras partes do mundo, apontou.

A China possui a rede ferroviária de alta velocidade mais extensa do mundo, sete dos 10 maiores portos do planeta, abundante mão-de-obra especializada, um controlo vertical sobre as cadeias de fornecimento, desde o acesso facilitado a matérias-primas, ao fabrico de componentes e à montagem final, e capacidade para produzir em grande escala.

Tem também termos de pagamento “muito atraentes” para clientes estrangeiros e centros de arbitragem “eficazes” em caso de disputa são outras das vantagens apontadas. “Seriam precisas várias décadas para replicar este modelo em outro lugar”, admitiu Mateus.

Outra escala

Com cerca de 100 milhões de habitantes e uma localização costeira, o Vietname posicionou-se como favorito para absorver indústria de mão-de-obra intensiva, incluindo vestuário, móveis ou produtos eletrónicos.

Denis Almeida, importador brasileiro de calçado que deixou Cantão em 2019 para se instalar na cidade de Ho Chi Minh, no sul do Vietname, explicou à Lusa, no entanto, que a escala e recursos laborais do país do sudeste asiático ficam “muito aquém” dos da China.

Em causa, estão cadeias de fornecimento menos maduras e o aumento repentino da procura por mão-de-obra, explicou. “A força de trabalho no Vietname é, embora grande, ainda limitada, e uma empresa que possa oferecer um salário mais elevado absorve os trabalhadores”, frisou.

A China detém ainda um mercado consumidor composto por 1,4 mil milhões de pessoas: o país é, assim, em simultâneo, o maior produtor e principal mercado para os iPhones da norte-americana Apple, por exemplo. Várias outras marcas internacionais enfrentam igual dependência.

No átrio do Hilton Beijing Capital Airport, um amplo espaço coberto em mármore, com colunas e painéis de madeira ornamentados em estilo chinês, Steve Hoffman, que começou a visitar a China em 2015, alertou ainda para os riscos políticos de um ‘divórcio’ com a China.

“Quando a interdependência é total, ninguém quer agitar as águas”, descreveu. “As tensões geopolíticas vão sempre existir”, notou. “Mas, se a tua economia depende dos outros, vai existir sempre muita pressão para não exacerbares essas tensões”. João Pimenta / Lusa

21 Out 2024

Prémio Sahkarov | Activistas da Venezuela, Israel e Palestina e Azerbaijão finalistas

A líder da oposição da Venezuela María Corina Machado, as organizações israelo-palestinianas Women Wage Peasse e Women of the Sun e o activista azeri Gubad Ibadoghlu são os finalistas do Prémio Sakharov, atribuído pelo Parlamento Europeu, foi ontem anunciado.

Os três candidatos ao Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2024 resultaram de uma votação realizada ontem pelos membros das comissões dos Negócios Estrangeiros e do Desenvolvimento do Parlamento Europeu.

Com 53 anos, Gubad Ibadoghlu, é um activista dos direitos humanos do Azerbaijão, académico e crítico anticorrupção na indústria do petróleo e do gás que se tornou, em 2021, investigador na London School of Economics.

Foi detido no Azerbaijão em 2023 e continua sob investigação, mas ainda sem acusação, pelo que a comunidade internacional considera ter-se tratado de uma decisão com motivações políticas.

María Corina Machado, de 57 anos, é líder da oposição a Maduro na Venezuela e foi deputada da Assembleia Nacional entre 2011 e 2014, mas teve o seu mandato cessado nessa altura. Recentemente, o Presidente venezuelano afirmou que a líder das forças democráticas teria fugido do país e ido para Espanha, o que Machado negou.

Também na lista, constam os movimentos de defesa da paz Women Wage Peasse, de base israelita, formado logo após a guerra de Gaza em 2014, e o Women of the Sun, fundado em 2021 como um movimento para ajudar as mulheres a encontrar o seu lugar na cena política da Palestina.

O vencedor do prémio, que receberá 50 mil euros, será anunciado a 24 de Outubro, depois de uma conferência dos presidentes. No ano passado, o prémio foi atribuído a Jina Mahsa Amini e ao movimento Mulher, Vida, Liberdade no Irão.

18 Out 2024

Reino Unido | Confirmada visita de MNE à China

A China confirmou ontem a visita do ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, entre amanhã e sábado, estando previsto um encontro com o homólogo chinês, Wang Yi.

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que esta é a primeira visita à China de um ministro do novo governo britânico e que as duas partes se vão concentrar em “aumentar a confiança mútua e reforçar o diálogo e a cooperação em vários domínios”.

“A China está disposta a trabalhar com o Reino Unido para promover benefícios mútuos e resultados benéficos, bem como laços estáveis e de longo prazo”, acrescentou. De acordo com a porta-voz, as relações estáveis são do interesse da “unidade da comunidade internacional para responder aos desafios globais e promover a paz e o desenvolvimento mundiais”.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou na quarta-feira, na sua comparência semanal no Parlamento, que vai apelar ao Governo chinês para que levante as sanções contra vários deputados britânicos, bem como para que liberte o empresário e activista britânico Jimmy Lai, detido em Hong Kong.

O primeiro-ministro confirmou também que o seu governo irá sancionar as empresas ou cidadãos chineses que ajudem a Rússia na guerra contra a Ucrânia.

18 Out 2024

ONU | Pelo menos 1,1 mil milhões de pessoas vivem em pobreza

Pelo menos 1,1 mil milhões de pessoas vivem na pobreza, das quais quase metade (455 milhões) estão em países em guerra ou em paz frágil, indica um relatório publicado ontem pela ONU em colaboração com a Universidade de Oxford.

Segundo o estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado a propósito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que ontem se assinalou, mais de metade dos pobres, 584 milhões, são crianças, e a situação é geralmente mais grave nas zonas rurais, onde 28 por cento da população mundial é pobre, do que nas zonas urbanas, onde esta condição afecta 6,6 por cento das pessoas.

Elaborado em conjunto com a Iniciativa para a Pobreza e o Desenvolvimento Humano da Universidade de Oxford, o estudo indica que grande parte da população que vive na pobreza (83,2 por cento dos 1,1 mil milhões) se encontra nas regiões da África Subsariana (553 milhões) e no Sul da Ásia (402 milhões).

Na África Subsaariana, sub-regiões como o Sahel ou a parte oriental do continente são especialmente afectadas, refere a análise, que classifica o Níger, o Chade, a República Centro-Africana, o Burundi, Madagáscar e o Mali como os países mais pobres da região.

Ainda de acordo com o relatório, 3 por cento dos 1,1 mil milhões de pobres (34 milhões) vivem na América Latina.

Dois terços da pobreza concentram-se nos países em desenvolvimento, onde vivem 749 milhões de pessoas nesta situação, indica o PNUD, que aponta ainda que metade da população pobre não tem electricidade (579 milhões) e 482 milhões vivem em famílias onde uma ou mais crianças tiveram de abandonar a escola.

Violência e miséria

Numa análise detalhada da relação entre conflitos e pobreza, o estudo conclui que nos países em guerra a taxa de pobreza é de 34,8 por cento da população total, enquanto nos restantes é de 10,9 por cento. Dos 455 milhões de pessoas pobres que vivem em países em conflito, 218 milhões vivem em países em guerra.

“Os conflitos intensificaram-se e multiplicaram-se nos últimos anos, deslocando milhões de pessoas e causando perturbações generalizadas nas vidas e nos meios de subsistência”, argumentou o director do PNUD, Achim Steiner.

“A nossa investigação mostra que dos 1,1 mil milhões de pessoas que vivem em pobreza multidimensional, quase 500 milhões vivem em países expostos a conflitos violentos. Temos de reforçar as medidas para os apoiar”, defendeu, acrescentando que são necessários “recursos e acesso a intervenções especializadas de desenvolvimento e de recuperação precoce para ajudar a quebrar o ciclo da pobreza e da crise”.

18 Out 2024

Índia critica primeiro-ministro do Canadá após acusações contra Nova Deli

A Índia acusou ontem o primeiro-ministro canadiano de imprudência ao dizer que Nova Deli violou a soberania canadiana com o assassínio em Vancouver, em 2023, de um líder separatista sikh, atribuído por Otava aos serviços secretos indianos.

“A responsabilidade pelos danos que este comportamento imprudente causou nas relações entre a Índia e o Canadá é exclusivamente do primeiro-ministro, [Justin] Trudeau”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano Randhir Jaiswal.

O chefe do Governo canadiano afirmou na quarta-feira, numa audição parlamentar, que existem “indícios claros” de que a Índia desrespeitou a soberania do Canadá ao promover o homicídio de um líder separatista

A polícia federal canadiana, a Real Polícia Montada do Canadá, anunciou na segunda-feira que dispunha de provas do “envolvimento de agentes do Governo da Índia em actividades criminosas graves no Canadá”, em particular o homicídio do cidadão canadiano Hardeep Singh Nijjar, que fazia campanha pela criação de um Estado sikh independente no norte da Índia.

Jaiswal criticou Otava por não ter apresentado à Índia provas que sustentem as “graves alegações que [o governo de Trudeau] decidiu fazer contra a Índia e os diplomatas indianos”.

Conflito aberto

No Canadá, vivem cerca de 770.000 sikhs, a maior comunidade fora da Índia desta minoria que reclama a criação de um Estado independente na Índia. Nova Deli acusou Otava de abrigar extremistas sikhs e de permitir actividades contra a Índia em território canadiano, incluindo manifestações de protesto e a realização de um referendo de secessão.

Por seu lado, o Canadá criticou a repressão das minorias religiosas na Índia e defendeu o direito dos sikhs canadianos à liberdade de expressão.

Num caso semelhante nos EUA, funcionários norte-americanos reuniram-se na quarta-feira com representantes do Governo indiano para investigar o caso de outro líder separatista sikh, Gurpatwant Singh Pannun, que terá sido alvo de uma tentativa de homicídio em 2023, alegadamente encomendada por um responsável indiano.

As autoridades indianas em Washington confirmaram que o funcionário acusado pelos procuradores norte-americanos de ter planeado a conspiração já não faz parte do Governo indiano, de acordo com o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.

18 Out 2024

Coreias | Pyongyang altera Constituição e define Sul como “Estado hostil”

Kim Jong-un cumpre a promessa declarada em Janeiro e eleva a fasquia das hostilidades contra o vizinho sul-coreano

 

A Coreia do Norte anunciou ontem que a Constituição do país passou a designar a Coreia do Sul como “Estado hostil”, confirmando uma alteração prometida no início do ano pelo líder Kim Jong-un.

“Esta é uma medida inevitável e legítima, em que se define claramente a Coreia do Sul como um Estado hostil e que se deve às graves circunstâncias de segurança que conduzem à beira da guerra devido a provocações políticas e militares por parte de forças hostis”, informou a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.

A agência não avançou com mais informações sobre as alterações constitucionais. A ordem dada por Kim em Janeiro para reescrever a Constituição apanhou muitos especialistas estrangeiros de surpresa, porque foi vista como uma forma de eliminar a ideia de um Estado partilhado entre as Coreias divididas pela guerra e de romper com o sonho de antecessores de alcançar pacificamente uma Coreia unificada nos termos do Norte.

Alguns especialistas afirmam que Kim tem provavelmente como objectivo diminuir a influência cultural sul-coreana e reforçar o poder internamente.

Outros afirmam que o líder pretende ter margem de manobra legal para lançar ataques militares contra a Coreia do Sul, definindo-a como um Estado estrangeiro e não como parceiro de uma eventual unificação que partilha um sentimento de homogeneidade nacional.

Kim pode também querer negociar directamente com os Estados Unidos o programa nuclear, e não através da Coreia do Sul, referem estes mesmos especialistas, citados pela agência de notícia Associated Press.

Bloqueios em força

A Coreia do Norte fez explodir secções de 60 metros de comprimento de dois pares de estradas e caminhos-de-ferro – um na parte ocidental da fronteira intercoreana e o outro no lado oriental da fronteira, de acordo com a KCNA, que citou o Ministério da Defesa da Coreia do Norte.

Construídas em grande parte com dinheiro sul-coreano, as ligações rodoviárias e ferroviárias eram um símbolo da reconciliação intercoreana.

Nos anos 2000, as duas Coreias voltaram a ligar as rotas rodoviárias e ferroviárias pela primeira vez desde o fim da Guerra da Coreia de 1950-53, mas as operações foram interrompidas mais tarde, quando os rivais discutiram as ambições nucleares da Coreia do Norte, entre outras questões.

Na semana passada, a Coreia do Norte declarou que iria bloquear permanentemente a fronteira com o Sul e construir estruturas de defesa na linha da frente. De acordo com as autoridades sul-coreanas, a Coreia do Norte tem vindo a acrescentar, desde o início do ano, barreiras antitanque e a colocar minas ao longo da fronteira.

Apelo à paz

A China reiterou ontem o seu apoio a um “acordo político” para resolver as tensões na península coreana, na sequência de uma alteração na Constituição da Coreia do Norte que agora designa a Coreia do Sul como “Estado hostil”. “Sempre considerámos que a manutenção da paz e da estabilidade na península e a promoção de um processo de resolução política da questão da península são do interesse comum de todas as partes”, declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning.

“Esperamos também que todas as partes trabalhem em conjunto para desenvolver esforços construtivos nesta direcção”, acrescentou. Pequim, o principal aliado e parceiro comercial da Coreia do Norte, afirmou ontem que está a acompanhar de perto a evolução da situação na península.

18 Out 2024

Hunan | Quinze condenados a pena de prisão por derrocada de edifício

A justiça chinesa condenou 15 pessoas a penas de prisão pela sua responsabilidade no desmoronamento de um edifício que matou 54 pessoas e provocou uma onda de protestos, avançou ontem a imprensa local. Em Abril de 2022, um edifício de oito andares que albergava um hotel, apartamentos e um cinema ruiu em Changsha (centro da China), capital da província de Hunan.

As autoridades alegaram que a estrutura tinha sido construída ilegalmente. A tragédia desencadeou um aceso debate público na China sobre a corrupção no sector da construção. A televisão estatal CCTV avançou ontem que dois tribunais de Changsha condenaram 15 pessoas implicadas no caso.

Wu Zhiyong, a pessoa que construiu, ampliou e renovou o edifício sem autorização e que foi considerado parcialmente responsável pelo colapso, foi condenado a 11 anos de prisão. Outras penas de prisão incluem 12 anos para o antigo director-adjunto de uma empresa municipal de distribuição de água, que foi considerado culpado de incumprimento do dever e de corrupção.

Uma empresa responsável pela realização de testes de conformidade foi multada em um milhão de yuan. Vários dos seus empregados foram presos por terem redigido documentos falsos que garantiam a segurança do edifício.

De acordo com o tribunal, Wu Zhiyong e as pessoas que efecutuaram os trabalhos não tinham “quaisquer qualificações” no domínio da construção e alugaram ilegalmente as várias partes do edifício a empresas de restauração e de alojamento, informou a CCTV.

“Não foram tomadas medidas correctivas eficazes, apesar da descoberta de grandes riscos estruturais”, segundo a mesma fonte.

Os desmoronamentos de edifícios ocorrem ocasionalmente na China. As autoridades culpam geralmente a aplicação pouco rigorosa das normas de segurança ou a corrupção por parte dos responsáveis pela sua aplicação.

18 Out 2024

China | Anunciadas medidas para apoiar mercado imobiliário em dificuldades

A China anunciou ontem que vai aumentar o crédito disponível para o sector imobiliário e fornecer apoios para a renovação de um milhão de casas, parte de uma série de medidas destinadas a impulsionar a economia.

Os sectores da habitação e da construção representam mais de um quarto do PIB da segunda maior economia do mundo, mas desde 2020 que sofrem com o apertar das condições de crédito para os promotores imobiliários por parte de Pequim, o que colocou algumas grandes construtoras à beira da falência e fez com que os preços das casas caíssem a pique.

As autoridades continuam a contar com um crescimento de “cerca de 5 por cento” este ano, mas os analistas consideram este objectivo optimista, tendo em conta os muitos obstáculos que a segunda maior economia do mundo enfrenta actualmente.

Numa conferência de imprensa em Pequim, o ministro da Habitação, Ni Hong, anunciou que as autoridades vão “aumentar a escala de crédito dos projectos da lista branca para 4.000 milhões de yuan” até ao final de 2024.

O sistema de “lista branca”, anunciado no início do ano, é um mecanismo através do qual os municípios recomendam projectos imobiliários aos bancos para financiamento prioritário. Ni Hong acrescentou que “um milhão de casas degradadas, localizadas em aldeias urbanas, serão renovadas” graças à reestruturação do financiamento.

“As aldeias urbanas apresentam muitos riscos de segurança e más condições de vida. As pessoas estão ansiosas por renovar”, explicou. O conceito de aldeias urbanas na China consiste em aldeamentos antigos, que subsistiram em áreas que foram urbanizadas nas últimas décadas.

Novas medidas

No mês passado, os dirigentes chineses, incluindo o líder Xi Jinping, reconheceram novos “problemas” para a segunda maior economia do mundo e revelaram um dos maiores pacotes de medidas de estímulo desde há vários anos.

As medidas incluem reduções das taxas de juro, nomeadamente dos empréstimos à habitação existentes, e a flexibilização das restrições à aquisição de habitação. Na conferência de imprensa de ontem, as autoridades afirmaram que as taxas dos empréstimos hipotecários existentes “baixarão em média cerca de 0,5 pontos percentuais” no âmbito das reduções.

Isto “beneficiará 50 milhões de famílias e 150 milhões de pessoas”, disse Tao Ling, vice-governador do banco central da China. Estimular a procura de habitação é uma das prioridades das autoridades para garantir uma recuperação sustentável.

Nas últimas semanas, algumas das principais cidades do país, como Pequim, Xangai, Chengdu e Tianjin, reduziram as restrições à compra de imóveis.

18 Out 2024

Pequim-Luanda | Comércio cresceu no primeiro semestre e asiáticos reafirmam parceria

China e Angola atravessam uma fase positiva nas relações bilaterais com benefícios no desenvolvimento económico das duas nações

As trocas comerciais entre China e Angola atingiram os 10,6 mil milhões de dólares, no primeiro semestre, um crescimento homólogo superior a 4 por cento, evidenciando o bom relacionamento bilateral defendeu na quarta-feira uma diplomata chinesa.

Chen Feng, ministra conselheira da embaixada da China em Angola, falava aos jornalistas à margem de uma conferência sobre a promoção da globalização económica universalmente benéfica e inclusiva”, no âmbito do Fórum de Cooperação China-África, e sublinhou que a proximidade com os Estados Unidos da América não compromete a relação da China com Angola.

“Somos países independentes, soberanos, temos toda a liberdade de ser amigos de qualquer país. Estamos num bom período para desenvolver as relações bilaterais China-Angola, não houve alterações nesse âmbito”, disse a diplomata enfatizando que a China quer continuar a partilhar as suas experiências com Angola.

“Queremos aprimorar a nossa cooperação bilateral e apoiar Angola a diversificar a economia e a realizar o desenvolvimento sustentável”, salientou, apontando a agricultura e a indústria como áreas preferenciais, bem como a formação de recursos humanos.

Sobre a visita do Presidente norte-americano Joe Biden a Angola, que deveria ter acontecido entre 13 e 15 de Outubro, mas foi adiada sem data, Chen Feng considerou que Angola é um país relevante e estratégico em África, com influência nas questões regionais e internacionais.

Assinalou, por outro lado, que também a China contribuiu para o desenvolvimento do Corredor do Lobito, investindo na modernização do Caminho de Ferro de Benguela e no Porto do Lobito.

Ponto chave

A China era um dos países que tinha manifestado interesse na concessão do Corredor do Lobito, que acabou por ser entregue a um consórcio europeu.

A infra-estrutura ferroviária que percorre Angola ao longo de mais de 1.300 quilómetros, ligando o Porto do Lobito à República Democrática do Congo, conta também com um financiamento norte-americano que poderá chegar aos 1,3 mil milhões de dólares.

O Corredor do Lobito é considerado estratégico para a exportação dos minerais da República Democrática do Congo, surgindo como contraponto ocidental à iniciativa de infra-estruturas chinesa Belt and Road (Faixa e Rota).

18 Out 2024

Ucrânia | Kremlin rejeita plano de vitória de Zelensky

O Kremlin rejeitou ontem o “plano de vitória” apresentado pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ao parlamento, em Kiev, argumentando que a Ucrânia “precisa de acordar”. “O único plano de paz possível é que o regime de Kiev compreenda que a sua política não tem perspectivas e que precisa de acordar”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas.

O líder da Ucrânia esteve ontem de manhã a apresentar aos deputados ucranianos o seu “plano de vitória” para a guerra, depois de ter abordado o documento com alguns dos principais aliados ocidentais com o objectivo de os convencer a ajudá-lo a pôr em prática as medidas delineadas por Kiev e a derrotar a Rússia.

Esta apresentação no parlamento ucraniano acontece na véspera de Zelensky ir a Bruxelas para participar, como convidado, no Conselho Europeu que decorre entre hoje e amanhã. Na ocasião, o líder ucraniano irá apresentar os pormenores do plano aos 27 do bloco europeu.

O plano de Zelensky inclui uma vertente militar, prevendo-se para isso ajuda e autorizações dos aliados ocidentais – sobretudo da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos – para usar armas de longo alcance doadas para atacar alvos em solo russo.

O plano prevê também que a Ucrânia continue a fazer avanços no terreno contra as forças russas, o que lhe daria argumentos para obrigar a Rússia a sentar-se à mesa das negociações, nomeadamente numa cimeira de paz.

Com certeza

Ontem, na intervenção no parlamento ucraniano, Zelensky rejeitou a possibilidade de ceder território à Rússia ou aceitar um “congelamento” na linha da frente, sublinhando que Moscovo vai perder a guerra iniciada em Fevereiro de 2022.

“A Rússia vai perder a guerra contra a Ucrânia. Não pode haver um ‘congelamento’ [da frente]. Não pode haver qualquer troca relativamente ao território da Ucrânia ou à sua soberania”, defendeu.

A Ucrânia e os seus aliados devem “forçar a Rússia a participar numa cimeira de paz e estar pronta para acabar com a guerra”, afirmou ainda o Presidente ucraniano, sublinhando que o plano de vitória foi preparado “para os ucranianos”.

Ainda no parlamento, Zelensky propôs a instalação na Ucrânia de um conjunto completo de medidas estratégicas de dissuasão não nucleares que, segundo defendeu, “serão suficientes para proteger a Ucrânia de qualquer ameaça militar da Rússia”.

Outra vertente do plano, mais encaminhada, é a adesão da Ucrânia à UE, indicaram esta semana funcionários europeus, que realçam os progressos ucranianos nas reformas exigidas para entrada no bloco comunitário e que servem de inspiração a outros países candidatos dos Balcãs Ocidentais, que iniciaram o processo há vários anos.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, a 24 de Fevereiro de 2022. Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra sectores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

17 Out 2024

Pyongyang | Mais de um milhão de jovens alistaram-se no exército

As tensões entre as duas Coreias levaram, segundo o Governo, milhões de jovens a juntarem-se ao exército norte-coreano. Pyongyang ameaça, mais uma vez, retaliar em força se o Sul praticar mais alguma acção provocatória

 

A Coreia do Norte afirmou ontem que mais de um milhão de jovens se alistaram esta semana no exército, depois de Pyongyang acusar Seul de enviar ‘drones’ para território norte-coreano e ameaçar retaliar.

“Milhões de jovens juntaram-se à luta nacional para eliminar a escória da República da Coreia que cometeu uma grave provocação ao violar a soberania da República Popular Democrática da Coreia através da infiltração de um ‘drone’”, escreveu a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, referindo-se aos dois países pelos nomes oficiais.

De acordo com a KCNA, mais de 1,4 milhões de jovens, incluindo estudantes e líderes de ligas juvenis, voluntariaram-se na segunda e na terça-feira para se juntarem ao Exército Popular da Coreia.

A Coreia do Norte, onde o longo serviço militar é obrigatório para todos os homens, registou no passado vagas maciças de alistamento patriótico durante períodos de grande tensão com Seul ou Washington.

O regime norte-coreano queixou-se do envio de vários ‘drones’, desde Outubro, que terão alegadamente lançado panfletos de propaganda com “rumores inflamatórios e disparates” sobre a capital. Pyongyang responsabilizou Seul pelas acções e avisou que o envio de mais um ‘drone’ vai ser considerado “uma declaração de guerra”.

No domingo, o Governo norte-coreano disse ter ordenado a oito brigadas de artilharia para estarem “totalmente preparadas para abrir fogo”, além de ter reforçado os postos de observação aérea em Pyongyang.

Olha o balão

O Ministro da Defesa sul-coreano, Kim Yong-hyun, negou qualquer envolvimento. No entanto, o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS) disse que “não podia confirmar se as alegações norte-coreanas eram verdadeiras ou não”.

O envio poderá ter partido de grupos sul-coreanos que habitualmente enviam propaganda e dólares para o Norte, normalmente em balões, mas por vezes em pequenos ‘drones’ difíceis de detectar pelas defesas aéreas do Norte e do Sul, indicaram observadores.

As autoridades da província de Gyeonggi, que faz fronteira com a Coreia do Norte, vão designar as cidades fronteiriças de Yeoncheon, Gimpo e Paju “como zonas especiais de ‘perigo’ onde qualquer pessoa que tente enviar panfletos para o Norte pode ser investigada criminalmente”, disse um funcionário à agência de notícias France-Presse.

17 Out 2024

Taiwan | Pequim protesta contra visita à Europa de Tsai Ing-wen

A embaixada da China na República Checa manifestou ontem o seu repúdio pela recente visita a Praga da antiga líder de Taiwan Tsai Ing-wen, que se encontra actualmente em Paris no âmbito de um périplo pela Europa.

“A posição da China sobre a questão de Taiwan é consistente e clara: opomo-nos firmemente a que quaisquer separatistas a favor da ‘independência de Taiwan’ visitem, sob qualquer pretexto, países que mantêm relações diplomáticas com a China”, afirmou a embaixada chinesa, num comunicado publicado no portal oficial.

“Exortamos a parte checa a aderir estritamente ao princípio de ‘uma só China’, a respeitar a soberania e a integridade territorial da China e a parar qualquer forma de apoio às forças separatistas de Taiwan, tomando medidas concretas para manter o desenvolvimento saudável e estável das relações bilaterais”, acrescentou o texto oficial.

Tsai Ing-wen (2016-2024), que deixou o poder em Maio, participou na segunda-feira no Fórum 2000 de Praga, um encontro de promoção da democracia e dos Direitos Humanos, no mesmo dia em que a China lançou uma nova vaga de manobras militares em torno de Taiwan.

Tsai aproveitou o encontro para manter conversações com a presidente da Câmara dos Deputados da República Checa, Markéta Adamová, e o presidente do Senado checo, Miloš Vystrčil, entre outros políticos.

A antiga líder da ilha, cujo programa de actividades em França não foi divulgado, deverá deslocar-se mais tarde ao Parlamento Europeu em Bruxelas, o que faria dela a primeira líder de Taiwan a visitar a capital belga.

A China opõe-se a qualquer forma de contacto oficial entre as autoridades de Taipé e políticos estrangeiros, já que considera a ilha uma província sua.

17 Out 2024

China pede ao Paquistão mais esforço na segurança após atentados suicidas

A China apontou ontem ao Paquistão a importância de um ambiente seguro para a cooperação entre os dois países, num contexto de recrudescimento da violência armada e de atentados que visam sobretudo cidadãos e projectos chineses no país.

A questão da segurança fez parte das conversações entre o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, e o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, que se encontra em Islamabade para a 23.ª reunião do Conselho de Chefes de Governo da Organização de Cooperação de Xangai.

Num comunicado conjunto sobre a reunião, o Paquistão e a China concordaram em desenvolver esforços conjuntos em matéria de segurança.

Em Outubro passado, dois cidadãos chineses foram mortos e mais de uma dezena de pessoas ficaram feridas num atentado suicida no aeroporto do sul da cidade de Carachi. Li instou o Paquistão a adoptar “medidas de segurança específicas” para criar um ambiente seguro para a cooperação entre os dois países, de acordo com a declaração conjunta.

Em Março passado, um outro bombista suicida matou pelo menos cinco chineses e um paquistanês, todos trabalhadores do projecto hidroeléctrico de Dasu, na província de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do país.

O Paquistão sublinhou “o seu compromisso firme e inabalável de continuar a aumentar a contribuição e a coordenação em matéria de segurança, de reforçar as medidas de segurança e de envidar todos os esforços para garantir a segurança do pessoal, dos projectos e das instituições chinesas no Paquistão”.

Pequim comprometeu-se a investir 64 mil milhões de dólares em projectos de infra-estruturas no Paquistão no âmbito do Corredor Económico China – Paquistão (CPEC), parte da iniciativa chinesa “Faixa e Rota”.

Injecção dourada

Durante a visita de Li Qiang, que chegou a Islamabade na segunda-feira, os países manifestaram a sua determinação em acelerar o desenvolvimento do porto de Gwadar, transformando-o num centro de ligação regional. Li Qiang e Sharif inauguraram virtualmente o Aeroporto Internacional de Gwadar, financiado pela China.

A China investiu cerca de 30 mil milhões de dólares em projectos no Paquistão desde o lançamento da CPEC em 2014, de acordo com dados do Governo paquistanês.

17 Out 2024

Hong Kong | Imposto sobre bebidas alcoólicas reduzido para reactivar vida noturna

Com a implantação das novas medidas, Hong Kong tenta recuperar a dinâmica pré-pandemia e conseguir manter os seus residentes a consumir internamente em vez de os ver a viajar para o Interior nos fins-de-semana

 

 

O líder de Hong Kong anunciou ontem um corte no imposto sobre bebidas alcoólicas, numa altura em que o centro financeiro asiático espera reavivar a reputação como destino turístico com vida nocturna e gastronomia vibrantes. Depois de promulgar uma lei de segurança nacional, como definido por Pequim, o Chefe do Executivo, John Lee, enfrenta agora desafios económicos e rivais regionais como Singapura, Japão e até cidades da China continental.

As mudanças nos estilos de vida dos residentes de Hong Kong e uma vaga de emigração da classe média durante a pandemia da covid-19 reduziram a procura local.

Muitos residentes preferem agora passar fins de semana no interior da China, atraídos pelos preços mais baixos e por uma maior variedade de opções de entretenimento. Os visitantes do continente também estão a gastar menos na cidade do que antes.

É comum ver lojas vazias nas zonas comerciais mais populares da cidade e as receitas dos bares da cidade diminuíram cerca de 28 por cento no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2019, indicam dados oficiais preliminares.

No discurso político anual, Lee disse que a taxa de imposto para bebidas alcoólicas com um preço de importação de mais de 200 dólares de Hong Kong vai ser agora reduzida de 100 por cento para 10 por cento acima desse preço.

O responsável disse esperar que esta política promova os sectores da logística, do armazenamento, do turismo e da restauração de luxo. Em 2008, quando Hong Kong aboliu as taxas sobre o vinho, as importações aumentaram 80 por cento num ano e a cidade acolheu centenas de novas empresas relacionadas com o vinho.

Lee, um antigo secretário de Segurança escolhido por Pequim para liderar a região administrativa especial chinesa, fez aprovar a nova lei de segurança em Março.

Esta lei seguiu-se a uma lei semelhante imposta a Hong Kong por Pequim em 2020, na sequência dos protestos que abalaram a cidade em 2019. Desde que entrou em vigor, muitos dos principais activistas locais foram processados e outros exilaram-se. Para o governo regional, as leis de segurança são necessárias para a estabilidade do território.

Estas mudanças políticas dramáticas levaram também muitas famílias de classe média e jovens profissionais a emigrar para Reino Unido, Canadá, Taiwan e Estados Unidos.

Bolsos cheios, portas abertas

Para atrair mais emigrantes ricos, Lee reviu também um esquema que concede residência aos candidatos que invistam um mínimo de 30 milhões de dólares de Hong Kong em certos tipos de activos. A partir de ontem, as compras de casas avaliadas em 50 milhões de dólares de Hong Kong, ou mais, podem ser contabilizadas até um terço do requisito, disse.

Horas antes do discurso de Lee, um pequeno grupo de activistas da Liga dos Sociais-Democratas organizou uma pequena manifestação diante da sede do governo. Exigiram o sufrágio universal para as eleições para o executivo e um regime de pensões de reforma: “regresso à democracia, melhoria das condições de vida das pessoas”, gritavam.

17 Out 2024

Líbano | Mais de 400 mil crianças deslocadas em três semanas

Mais de 400 mil crianças foram deslocadas nas últimas três semanas no Líbano, afirmou ontem um alto funcionário do UNICEF, alertando sobre uma possível “geração perdida” devido à guerra entre o Hezbollah e Israel.

O director executivo adjunto para as acções humanitárias do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Ted Chaiban, visitou escolas que foram transformadas em abrigos para acolher famílias deslocadas no Líbano. “O que me impressionou foi que esta guerra tem três semanas e tantas crianças já foram afectadas”, disse Chaiban à agência de notícias Associated Press (AP) em Beirute.

“Hoje, enquanto estamos aqui, 1,2 milhões de crianças estão a ser privadas de educação. As suas escolas públicas tornaram-se inacessíveis, foram danificadas pela guerra ou estão a ser utilizadas como abrigos. A última coisa de que este país precisa, para além de tudo o que já passou, é do risco de uma geração perdida”, sublinhou o responsável do UNICEF.

“É preocupante saber que temos centenas de milhares de crianças libanesas, sírias e palestinianas que correm o risco de perder a sua aprendizagem”, disse Chaiban. Mais de 2.300 pessoas no Líbano foram mortas em ataques israelitas, quase 75 por cento destas no último mês, segundo o Ministério da Saúde libanês. Nas últimas três semanas, mais de 100 crianças foram mortas e mais de 800 ficaram feridas, disse Chaiban.

O alto funcionário do UNICEF sublinhou que as crianças deslocadas estão amontoadas em abrigos sobrelotados, onde três ou quatro famílias podem viver numa sala de aula separada por uma lona de plástico e onde 1.000 pessoas podem partilhar 12 casas de banho. Muitas famílias deslocadas montaram tendas ao longo das estradas ou em praias públicas.

Embora algumas escolas privadas libanesas ainda estejam em funcionamento, o sistema escolar público foi gravemente afectado pela guerra, juntamente com as pessoas mais vulneráveis do país, como os refugiados palestinianos e sírios.

A escalada da violência deixou fora de serviço mais de 100 unidades de cuidados de saúde primários e 12 hospitais já não funcionam ou estão a atender de forma parcial.

Desejo pelo fim

Nas últimas três semanas, 26 estações que fornecem água a quase 350 mil pessoas foram danificadas. O UNICEF está a trabalhar com as autoridades locais para as reparar, segundo Chaiban. “O que devemos fazer é garantir que isto acabe, que esta loucura acabe, que haja um cessar-fogo antes de chegarmos ao tipo de destruição, dor, sofrimento e morte que vimos em Gaza”, disse Chaiban.

Com tantas necessidades, disse, o apelo de resposta de emergência de 108 milhões de dólares para o Líbano só foi financiado em 8 por cento três semanas após o início da escalada. Chaiban pediu que a infra-estrutura civil fosse protegida e apelou a um cessar-fogo no Líbano e em Gaza, dizendo que é necessário haver vontade política e uma compreensão que o conflito não pode ser resolvido através de meios militares.

Após um ano de trocas de tiros na fronteira, Israel intensificou a sua campanha contra o grupo xiita Hezbollah no Líbano nas últimas semanas, incluindo operações terrestres. Os combates no Líbano expulsaram 1,2 milhões de pessoas das suas casas, a maioria das quais fugiu para Beirute e outras partes do norte nas últimas três semanas desde a escalada da violência.

16 Out 2024