Hoje Macau China / ÁsiaBRICS | Putin quer ver Erdogan na Rússia em Outubro O Presidente russo, Vladimir Putin, declarou na quarta-feira esperar o homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, em Kazan, na Rússia, em Outubro, para a cimeira dos BRICS, um bloco económico a que a Turquia, Estado-membro da NATO, quer aderir. “Envio os melhores votos ao Presidente da República da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Aguardo-o na Rússia, em Kazan. Penso que marcámos uma reunião bilateral para 23 de Outubro”, disse Putin ao Presidente do parlamento turco, Numan Kurtulmus, de visita a Moscovo. “Estamos muito satisfeitos por desenvolver as nossas relações com a República da Turquia em todas as áreas”, acrescentou o chefe de Estado russo, classificando Rússia e Turquia como “bons vizinhos”. A última visita de Erdogan à Rússia foi em Setembro de 2023, quando esteve em Sochi, nas margens do mar Negro. Porta aberta A Turquia, cujas relações com os aliados ocidentais são por vezes tensas, anunciou no início de Setembro que tinha apresentado oficialmente o seu pedido de adesão aos BRICS. Com quatro membros (Brasil, Rússia, Índia e China) quando foi fundado em 2009, este grupo de economias emergentes acolheu a África do Sul em 2010 e foi este ano alargado a vários outros Estados: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Egipto e Irão, parceiro económico e diplomático da Rússia. Ancara, que manteve relações estreitas com Moscovo apesar da invasão russa da Ucrânia e da guerra ali travada desde Fevereiro de 2022, é o único membro da NATO que bateu à porta deste bloco económico. Uma cimeira dos BRICS está agendada para entre 22 e 24 de Outubro, na cidade russa de Kazan. Além de Erdogan, é esperada a participação do Presidente chinês, Xi Jinping, do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e do Presidente iraniano, Massud Pezeshkian. Juntamente com a ONU, a Turquia ajudou a estabelecer um acordo sobre cereais no Verão de 2022, que visava permitir as exportações dos cereais ucranianos através do mar Negro, apesar da guerra com a Rússia, que denunciou o acordo um ano depois.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim “vai enriquecer” a sua parceria com Moscovo, defende MNE O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, disse ontem ao homólogo russo, Serguei Lavrov, que Pequim vai “enriquecer” a sua parceria com Moscovo, durante uma reunião à margem da Assembleia Geral da ONU. No mesmo dia, num encontro com o homólogo ucraniano, Andrii Sybiha, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês assegurou que Pequim vai continuar a “envidar esforços para alcançar a paz o mais brevemente possível”, segundo um comunicado da diplomacia chinesa. Durante a reunião com Lavrov, Wang disse que a China e a Rússia devem “continuar a erguer bem alto a bandeira do multilateralismo” e promover “um sistema mais justo e racional de governação global”. O ministro chinês afirmou ainda que a China “apoiará plenamente” a Rússia para garantir o êxito da cimeira dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Kazan, a fim de “abrir um novo capítulo de cooperação” no âmbito deste grupo de países emergentes. Lavrov afirmou que a Rússia está “pronta a trabalhar com a China para promover um maior desenvolvimento das relações bilaterais”. Por outro lado Wang encontrou-se também com o seu homólogo ucraniano, Andrii Sybiha, a quem transmitiu que Pequim procura “manter o desenvolvimento estável das relações bilaterais”. O diplomata chinês sublinhou que Pequim sempre defendeu “a resolução pacífica dos conflitos”, algo que “continua a ser verdade para a questão ucraniana”. “Também continuamos a acompanhar de perto a situação humanitária na Ucrânia. A China forneceu quatro lotes de ajuda até à data e está pronta a oferecer assistência adicional, dependendo das necessidades dos ucranianos”, disse. Wang referiu ainda que a China “está pronta a manter a comunicação com todas as partes, incluindo a Ucrânia, num esforço para alcançar a paz numa data próxima”. Sybiha, de acordo com a declaração chinesa, manifestou a vontade de construir uma parceria forte com a China, acrescentando que “a Ucrânia valoriza muito a posição da China relativamente à crise e os seus esforços de paz”. Desde o início do conflito, a China tem mantido uma posição ambígua, durante a qual tem apelado ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção às “preocupações legítimas de todos os países”, referindo-se à Rússia. Pequim também procurou contrariar as críticas de que apoia a Rússia na sua campanha na Ucrânia e apresentou um documento de posição de 12 pontos sobre o conflito em 2023 que foi recebido com ceticismo pelo Ocidente e por Kiev.
Hoje Macau China / ÁsiaFinanças | China anuncia pacote de ajuda monetária para os mais pobres A China anunciou ontem um “pacote de assistência em dinheiro” para pessoas em situação de pobreza extrema, órfãos e outros cidadãos necessitados, por ocasião do 75.º aniversário da fundação da República Popular, a 1 de Outubro. Uma declaração emitida pelos Ministérios dos Assuntos Civis e das Finanças indica que o subsídio só pode ser utilizado uma vez, mas não especifica o montante nem a forma de o obter. “Pedimos aos departamentos locais dos assuntos civis e das finanças que atribuam grande importância à emissão deste subsídio de subsistência único. Devem reforçar a coordenação para uma implementação conscienciosa”, de acordo com a nota. De acordo com o Ministério dos Assuntos Civis, o “subsídio de subsistência único” deve ser atribuído antes de 1 de Outubro, para “transmitir prontamente o amor e a preocupação do Partido Comunista (PCC) para com os necessitados”. As autoridades chinesas anunciaram na terça-feira um pacote de estímulos com medidas de apoio aos sectores financeiro e imobiliário e ao mercado bolsista, para relançar a recuperação da segunda maior economia do mundo, num contexto de receios quanto à capacidade de cumprir o objectivo de crescimento para este ano. De acordo com os especialistas, o pacote de medidas anunciado é “um passo na direcção certa”, embora “seja insuficiente” para relançar a recuperação económica da China, a menos que acompanhado por um aumento da despesa pública, uma questão que poderá colidir com as preocupações sobre a sustentabilidade da dívida. Um dos principais problemas da economia chinesa é o fraco consumo. Este pacote foi anunciado poucos dias antes do Dia Nacional, um período de férias de uma semana que permite a centenas de milhões de chineses viajar.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim diz que relações militares com EUA estão a estabilizar-se pelo diálogo A China afirmou ontem que as suas relações militares com os Estados Unidos estão a estabilizar, uma vez que as duas forças armadas estão novamente a manter diálogos estratégicos de alto nível para evitar erros de cálculo. “As duas forças armadas mantêm uma comunicação de alto nível, mas também a nível político, e diálogos e intercâmbios institucionalizados em domínios especializados. Estes contactos têm como objectivo melhorar a compreensão mútua, evitar erros de cálculo e gerir e controlar os riscos”, disse o porta-voz do ministério da Defesa chinês, Zhang Xiaogang, em conferência de imprensa. O governo dos Estados Unidos disse na quarta-feira que a China informou com antecedência sobre o primeiro lançamento público de um míssil balístico de longo alcance em décadas e agradeceu o aviso, dizendo que foi um passo na direcção certa. O porta-voz Zhang afirmou que a política nuclear da China é “estável, consistente e previsível” e reiterou que o país sempre seguiu uma política de “não utilização prévia de armas nucleares e uma estratégia nuclear centrada na auto-defesa”. “A China não se envolve em corridas ao armamento e compromete-se a não utilizar ou ameaçar utilizar armas nucleares contra Estados sem armas nucleares ou em regiões sem armas nucleares e mantém as suas capacidades nucleares ao nível mínimo necessário para a segurança nacional”, afirmou. Rumo certo A extrema opacidade do programa nuclear chinês suscitou críticas de países como os Estados Unidos, que estimam que o país asiático possui mais de 500 ogivas nucleares operacionais e poderá duplicar este número até 2030. A porta-voz do Pentágono considerou positivo o facto de Pequim os ter informado: “É positivo e vai na direcção certa. Reduz o risco de quaisquer equívocos e erros de cálculo”, afirmou. No final de Setembro, os altos responsáveis militares chineses e norte-americanos realizaram uma ronda de conversações em Pequim, depois de terem retomado as reuniões em Janeiro, que tinham sido suspensas durante dois anos devido à deterioração das relações.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | PCC compromete-se a apoiar privados e sector imobiliário O Partido Comunista Chinês comprometeu-se ontem a apoiar a economia privada, estabilizar o sector imobiliário e assegurar as despesas fiscais necessárias, durante um encontro entre os membros do Politburo. “É necessário ajudar as empresas a ultrapassarem dificuldades”, afirmou-se no comunicado, divulgado pela imprensa estatal, após o encontro entre a cúpula do poder na China. A reunião de alto nível, presidida pelo Presidente chinês, Xi Jinping, realizou-se depois de o banco central da China ter adoptado uma série de medidas de estímulo na terça-feira. “É necessário olhar para a actual situação económica de forma abrangente, objectiva e calma”, afirmou o comunicado. “Temos que enfrentar as dificuldades, reforçar a confiança e aumentar efectivamente o sentido de responsabilidade e a urgência de fazer um bom trabalho económico”, acrescentou. Durante a reunião, Xi advertiu também contra a inércia dos quadros na luta pelo crescimento económico. “O grande número de membros do Partido e de quadros deve ter a coragem de assumir a responsabilidade e ousar inovar”, afirmou. Os dirigentes chineses reconheceram novos “obstáculos” para o crescimento da segunda maior economia mundial, mas destacaram que os “fundamentos da economia não mudaram”, nomeadamente “um vasto mercado e um grande potencial”. “Ao mesmo tempo, surgiram novas situações e novos problemas” para a economia chinesa, lê-se no relatório sobre a reunião publicado pela agência noticiosa oficial Xinhua. As autoridades chinesas comprometeram-se a reanimar o sector imobiliário do país, em resposta às “preocupações” expressas pelo público. “Temos de dar resposta às preocupações das pessoas, ajustar as restrições à compra de casa, baixar as taxas de juro das hipotecas existentes (…) e promover a construção de um novo modelo de desenvolvimento imobiliário”, lê-se no documento oficial. Cortes e medidas O sector da habitação e da construção representa há muito mais de um quarto do PIB da segunda maior economia do mundo, mas desde 2020 que tem vindo a sofrer com o endurecimento das condições de acesso ao crédito por parte de Pequim para os promotores imobiliários, a fim de reduzir o endividamento. Esta situação levou alguns promotores à falência, enquanto a queda dos preços está a desencorajar os chineses de investir em imóveis. A realização de uma reunião do Politburo para discutir assuntos económicos em Setembro é uma medida rara. “A mensagem é forte e pretende reavivar a confiança e reforçar as expectativas”, afirmou Li Xuenan, professor de finanças na Cheung Kong Graduate Business School, em Pequim, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. “Pequim está ansioso para evitar que os riscos de queda se tornem auto-realizáveis”, observou. No âmbito das medidas divulgadas na terça-feira, o banco central da China anunciou cortes de meio ponto percentual na taxa de juro das hipotecas e no rácio de reservas obrigatórias – o montante de dinheiro que os bancos comerciais devem manter como reservas. Também reduziu a taxa directora de referência em 0,2 por cento e revelou novos instrumentos para impulsionar os mercados de capitais. Após o comunicado do Politburo, o índice Hang Seng de Hong Kong alargou os seus ganhos para 3,6 por cento na tarde de ontem, e o índice Hang Seng Tech subiu até 6,7 por cento. O Índice Composto de Xangai também subiu 2,9 por cento.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Índia admite deterioração das relações com a China A Índia admitiu ontem que as relações diplomáticas com a República Popular da China estão gravemente afectadas pelo avanço militar de Pequim, há quatro anos, no território reclamado entre as duas potências vizinhas. Com vários pontos de fricção e uma grande presença de tropas dos dois países na linha de fronteira, “o desafio é ver como resolvemos as nossas diferenças porque, neste momento, as relações (entre a Índia e a China) estão significativamente muito perturbadas”, reconheceu o Ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Subrahmanyam Jaishankar. A posição do ministro dos Negócios Estrangeiros indiano foi manifestada durante um debate que decorreu na terça-feira à noite no Asia Society Policy Institute, em Nova Iorque, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas. As declarações do membro do Governo de Nova Deli surgem numa altura em que decorrem negociações entre os dois países, na sequência de um violento impasse fronteiriço, em 2020, que a Índia diz ter sido desencadeado pelo avanço ilegal de Pequim em território disputado. O avanço da República Popular da China provocou a reacção da Índia levando a um confronto fronteiriço nos Himalaias ocidentais: tratou-se do pior conflito entre os dois países vizinhos em 45 anos e que causou a morte de pelo menos 20 soldados indianos e 76 feridos. Desde essa altura, e na presença de um grande destacamento de tropas, a situação tem-se mantido tensa, apesar das numerosas rondas de negociações no sentido de fazer diminuir as tensões e reduzir o número de militares na região. A Índia e a República Popular da China mantêm um confronto histórico em relação a algumas regiões dos Himalaias, como Aksai Chin, zona administrada por Pequim e que é reclamada pela Índia. O último confronto ocorreu no início de Abril, quando Pequim alterou unilateralmente o nome de 11 locais na região de Arunachal Pradesh, controlada por Nova Deli e reivindicada pela República Popular da China.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia / Cheias | Criador abate 125 crocodilos para evitar fuga Uma quinta de crocodilos na Tailândia abateu 125 répteis por recear que estes fugissem durante as actuais inundações no país e pusessem em perigo a população, disse ontem o proprietário. “A chuva provocou a erosão das paredes da quinta e, infelizmente, tivemos de matar os 125 crocodilos”, disse Natthapak Khumkad, um criador da província de Lamphun, no noroeste do país. O proprietário disse ter, juntamente com os funcionários, electrocutado os crocodilos, que criavam “há 17 anos”, para evitar que escapassem e vagueassem pelo campo, livres para atacar pessoas e gado. Fotos publicadas na conta da rede social Facebook mostram uma escavadora a retirar os restos dos répteis do recinto. O crocodilo siamês, que pode atingir os três metros de comprimento, é uma espécie endémica do Sudeste Asiático e está criticamente ameaçada na região. No entanto, continua a ser criado na Tailândia pela pele. O criador acrescentou ter contactado as autoridades para colocar aqueles répteis num abrigo temporário até que as cheias abrandassem, mas o pedido foi rejeitado por os animais serem demasiado grandes.
Hoje Macau China / ÁsiaAutomóveis | Pequim contra a proibição dos EUA às tecnologias chinesas O ministério do Comércio chinês declarou-se ontem contra o projecto do governo norte-americano de proibir a venda nos Estados Unidos de veículos conectados equipados com tecnologia chinesa e russa, alegando razões de segurança nacional. O texto revelado na segunda-feira pelo departamento do Comércio dos Estados Unidos abrange programas informáticos e terminais que permitem a um veículo comunicar com o mundo exterior, nomeadamente para a assistência ao condutor e a condução autónoma. “Esta decisão dos EUA não se baseia em quaisquer factos e viola os princípios da economia de mercado e da concorrência leal. É um caso típico de proteccionismo”, afirmou o ministério do Comércio chinês, em comunicado. “Isto vai contra as regras da concorrência, na medida em que os Estados Unidos estão a usar o seu poder para interferir” no comércio, sublinhou o ministério, referindo-se à “coerção económica”. O governo norte-americano não especificou quais os construtores ou modelos susceptíveis de serem abrangidos pelo âmbito de aplicação desta legislação, cujo texto será submetido a consulta durante 30 dias antes de ser finalizado. Actualmente, não existem veículos de marca chinesa no mercado dos Estados Unidos, mas alguns construtores ocidentais, como a Volvo (grupo sueco controlado pela empresa chinesa Geely), a Polestar, a Buick (grupo GM) e a Lincoln (filial da Ford), vendem automóveis fabricados na China. O fabricante americano Tesla também produz veículos eléctricos na China para exportação. A electrónica está cada vez mais integrada nos automóveis modernos e a maioria dos veículos está agora ligada à Internet através de um sistema de navegação. O aparecimento de ‘software’ de assistência ao condutor e de condução autónoma aumenta ainda mais o risco de intervenção externa indesejada no controlo de um automóvel na estrada. “O acesso malicioso a estes sistemas pode permitir que os adversários acedam e recolham os nossos dados mais sensíveis e manipulem os veículos nas estradas americanas”, explicou o governo dos EUA.
Hoje Macau China / ÁsiaResponsável pelo Tesouro da Austrália visita Pequim O responsável pelo Tesouro da Austrália, Jim Chalmers, vai visitar Pequim esta semana, na primeira deslocação de nível ministerial do governo australiano à China em sete anos, sinalizando uma melhoria nas tensas relações bilaterais. Chalmers parte para Pequim na quinta-feira para uma visita de dois dias. O último responsável pelo Tesouro australiano a visitar a China foi Scott Morrison, em 2017. Chalmers disse ontem que o principal objectivo da sua visita é co-presidir o Diálogo Económico Estratégico Austrália-China com He Lifeng, presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, órgão máximo de planificação económica do país asiático. As discussões centrar-se-ão no crescimento do comércio e do investimento com a China e nas oportunidades de cooperação entre as empresas australianas e chinesas, segundo documentos governamentais. “Este é outro passo muito importante para estabilizar a nossa relação económica com a China”, disse Chalmers, citado pela imprensa australiana. “Fará parte dos esforços metódicos e coordenados do governo de Albanese para restabelecer o diálogo com a China, o maior parceiro comercial da Austrália”, acrescentou Chalmers. O diálogo foi realizado pela última vez em 2017. Tempestade e bonança As relações bilaterais atingiram o seu ponto mais baixo em 2020, depois de o governo de Morrison ter apelado a uma investigação independente sobre as origens da covid-19. Em 2020, a China impôs uma série de proibições oficiais e não oficiais aos produtos australianos, incluindo carvão, algodão, vinho, cevada, carne de bovino, lagostas e madeira, que custaram aos exportadores australianos até 20 mil milhões de dólares australianos, por ano. A maior parte desses obstáculos comerciais foram eliminados desde que o governo conservador foi destituído, após nove anos de mandato. Em Novembro, Albanese tornou-se o primeiro primeiro-ministro australiano a visitar a China em sete anos. Em Junho, Li Qiang tornou-se o primeiro primeiro-ministro chinês a visitar a Austrália em sete anos. A Austrália tem um acordo de comércio livre com a China desde 2015.
Hoje Macau China / ÁsiaWall Street | Estímulos devem desencadear grande recuperação de acções A gigantesca operação financeira levada a cabo pelo Banco Central da China deverá levar à estabilização do mercado e a um salto positivo na economia do país O mais ambicioso pacote de estímulos para as praças financeiras chinesas desde a crise de 2015 levou alguns bancos e gestores de Wall Street a prever uma recuperação dos títulos mobiliários do país, após três anos em queda. O Banco Popular da China (banco central) anunciou na terça-feira a compra de 800 mil milhões de yuan em acções, juntamente com a redução das taxas de juro, redução do rácio de reservas e outras medidas de apoio. As medidas, sem precedentes na história recente do mercado bolsista chinês, de acordo com analistas, suscitaram uma valorização de 4,2 por cento na bolsa de Xangai, e de 4,1 por cento na bolsa de Hong Kong. “Consideramos as medidas anunciadas como um passo absolutamente positivo, dada a sua natureza sem precedentes e os valores do financiamento prometido”, afirmou Laura Wang, estratega de acções do banco de investimento Morgan Stanley, numa nota. “As medidas surpreendentes de apoio ao mercado [pelo Banco Popular da China] devem ajudar a melhorar o sentimento e a liquidez dos investidores e levar os mercados doméstico e estrangeiro a reagir positivamente no curto prazo”, acrescentou. Na terça-feira, o banco central informou que as companhias de seguros, os gestores de activos e as empresas de valores mobiliários vão poder utilizar obrigações, fundos de acções negociados em bolsa e acções individuais de empresas do CSI 300, o índice com as principais empresas do país, como garantia para adquirir obrigações do tesouro. As empresas públicas vão também poder recorrer a um novo mecanismo de empréstimo de 300 mil milhões de yuan criado pelo banco central para efeitos de recompra de acções. O governador da instituição, Pan Gongsheng, afirmou que está também a ser preparado um fundo de estabilização do mercado. Os 800 mil milhões de yuan do pacote de estímulos equivalem aproximadamente a 3 por cento da actual capitalização bolsista do mercado de acções da China, de acordo com um relatório do Morgan Stanley. “O sentimento de urgência pode convencer os investidores de que mais apoio político está a caminho”, observou Chaoping Zhu, estratega de mercado global da JP Morgan Asset Management, com sede em Xangai. “Vemos oportunidades de valor e de diversificação nas acções chinesas, tendo em conta a valorização dos mercados em todo o mundo”, apontou. Salto positivo O débil consumo doméstico, a queda dos lucros e a longa crise imobiliária têm corroído a confiança dos investidores na segunda maior economia mundial. O índice CSI 300 caiu cerca de 2 por cento este ano, após três anos de quedas sem precedentes, para negociar ao nível mais baixo em comparação com os pares mundiais. O anúncio de estímulos pode desencadear um salto “maior do que o habitual” agora que as avaliações estão a níveis deprimidos, indicou Richard Tang, estratega da China e chefe de investigação do Julius Baer em Hong Kong. “O apoio à liquidez sem melhorias macroeconómicas contínuas tem mais probabilidades de resultar em recuperações de curta duração”, apontou o documento do Morgan Stanley. “Gostaríamos de ver uma trajectória diferente desta vez, mas aconselhamos que é necessária mais paciência”, notou.
Hoje Macau China / ÁsiaShenzhen | Pequim pede a Tóquio reacção calma ao homicídio de rapaz japonês O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, disse ontem ao homólogo japonês esperar que Tóquio reaja “calma e racionalmente” ao homicídio de um rapaz japonês de 10 anos em Shenzhen. Depois do ataque da semana passada na cidade do sul da China, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, exigiu uma explicação e pediu a Pequim a garantir a segurança dos cidadãos japoneses. Numa reunião com a ministra dos Negócios Estrangeiros japonesa, Yoko Kamikawa, em Nova Iorque, Wang afirmou que Pequim vai investigar e tratar o caso “de acordo com a lei”. “O Japão deve considerar esta questão de forma calma e racional e evitar politizar ou agravar o problema”, afirmou Wang, citado num comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Pequim “vai, como sempre, garantir a segurança de todos os cidadãos estrangeiros na China”, acrescentou. O rapaz de 10 anos foi esfaqueado a caminho de uma escola japonesa. Embora o motivo ainda não tenha sido confirmado, o ataque ocorreu num dia altamente simbólico, o 93.º aniversário do “Incidente de Moukden”, um ataque japonês a uma linha de caminho-de-ferro que serviu de pretexto para a invasão da Manchúria pelo Japão, em 1931, e foi um prelúdio para a longa guerra sino-japonesa. O dia 18 de Setembro é conhecido como o “Dia da Humilhação” na República Popular da China. O Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês declarou que Kamikawa “exigiu firmemente” que a China esclarecesse o caso, incluindo o motivo do homicídio, e punisse severamente o autor do crime. Kamikawa pediu ainda que Pequim tome medidas contra “mensagens maliciosas e antijaponesas nas redes sociais, incluindo as mensagens sobre escolas japonesas, sem qualquer base factual”.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim promete apoiar Venezuela independentemente das circunstâncias internacionais O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, assegurou ontem que a China vai continuar a apoiar a Venezuela na defesa da sua “soberania e dignidade nacional”, independentemente das mudanças no cenário internacional. “A China e a Venezuela são bons amigos e parceiros e, independentemente da mudança das circunstâncias internacionais, a China continuará a apoiar a Venezuela na defesa da sua soberania e dignidade nacional, bem como no desenvolvimento económico e social do país”, disse Wang durante uma reunião, em Nova Iorque, com o seu homólogo venezuelano, Yván Gil, de acordo com um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Wang transmitiu as saudações do chefe de Estado chinês, Xi Jinping, e felicitou Nicolás Maduro pela sua reeleição como Presidente, uma posição que contrasta com a da União Europeia (UE), que reiterou ontem que não reconhece a legitimidade do Presidente venezuelano, segundo o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell. As declarações reafirmam a posição diplomática da UE depois de o Parlamento Europeu ter aprovado esta semana uma resolução não vinculativa que reconhece Edmundo González como o legítimo vencedor das eleições venezuelanas de 28 de Julho. “O povo venezuelano vai unir-se e ultrapassar os desafios, alcançando novos êxitos no desenvolvimento do país”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês. Amizade duradoura Gil sublinhou que, no ano passado, os Presidentes da Venezuela e da China elevaram as suas relações a uma “parceria estratégica infalível” e que este ano celebram o 50.º aniversário das suas relações diplomáticas, marcando um “momento-chave” na sua história bilateral. De acordo com o ministro venezuelano, a Venezuela é “o parceiro mais fiável da China”, empenhada em reforçar ainda mais a cooperação para benefício mútuo dos dois povos. A visita de Wang aos Estados Unidos faz parte da sua participação na 79.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, onde representará a China e procurará obter o apoio do Sul Global numa altura de fricção com o Ocidente. O ministro, que estará em Nova Iorque até 28 de Setembro na qualidade de enviado especial de Xi, assistirá também ao debate de alto nível do Conselho de Segurança e manterá reuniões com os seus homólogos do Grupo dos Vinte países mais desenvolvidos e emergentes (G20) e dos BRICS.
Hoje Macau China / ÁsiaLíbano | Pequim denuncia “ataques indiscriminados” contra civis O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, denunciou ontem os “ataques indiscriminados” contra civis, incluindo a vaga de explosões de equipamentos de comunicação no Líbano, num encontro com o seu homólogo libanês, Abdallah Bou Habib. “Estamos atentos à evolução da situação regional, nomeadamente às recentes explosões de equipamentos de comunicação no Líbano, e opomo-nos firmemente aos ataques indiscriminados contra civis”, declarou Wang Yi, durante uma reunião bilateral em Nova Iorque, acrescentando que Pequim “estará sempre ao lado do Líbano”, segundo um comunicado divulgado pela diplomacia chinesa. Wang Yi reafirmou o apoio da China à “soberania, segurança e dignidade nacional” do Líbano face aos recentes ataques israelitas. Condenou igualmente os recentes bombardeamentos israelitas que causaram centenas de vítimas, qualificando estas acções como uma “violação dos princípios fundamentais das relações internacionais”. O ministro dos Negócios Estrangeiros assegurou ainda que Pequim “estará sempre do lado da justiça e apoiará os seus irmãos árabes, incluindo o Líbano”, sublinhando a sua preocupação com o recente ataque a equipamentos de comunicação no país. Bou Habib congratulou-se com o apoio contínuo da China em fóruns internacionais como a ONU, sublinhando que Pequim “sempre defendeu a justiça e os direitos dos países em desenvolvimento”. O ministro libanês sublinhou que “o Líbano está a enfrentar tempos difíceis”, com mais de 300 pessoas mortas nos atentados bombistas, e espera que a China continue a promover a paz e o diálogo na região. Promover a paz A visita de Wang aos Estados Unidos insere-se no âmbito da sua participação na 79.ª Assembleia Geral da ONU, onde representará a China e procurará obter o apoio do Sul Global numa altura de fricção com o Ocidente. O ministro, que estará em Nova Iorque até 28 de Setembro na qualidade de enviado especial do Presidente chinês, Xi Jinping, assistirá também ao debate de alto nível do Conselho de Segurança e manterá reuniões com os seus homólogos dos BRICS e do G20. Wang deverá apelar novamente a um cessar-fogo em Gaza e à contenção para evitar nova escalada, no meio de uma campanha de bombardeamento israelita contra o sul do Líbano, exacerbada pelas tensões entre Israel e o grupo xiita Hezbollah. Wang já apoiou o pleno reconhecimento da Palestina na ONU e a solução de dois Estados para garantir a “coexistência pacífica” entre israelitas e palestinianos.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Taxistas querem câmaras iguais a Macau A Associação de Concessionários e Proprietários de Táxis, de Hong Kong, considera que os taxistas da RAEHK concordam com a instalação de “um sistema inteligente” nas viaturas, como acontece em Macau. Este é um sistema que permite captar som e imagens dentro dos táxis, que depois podem ser utilizados em tribunal contra os taxistas ou clientes, no caso de haver suspeitas de crimes. O sistema também inclui um mecanismo de geo-localização, que permite visualizar o percurso realizado pelas viaturas. Num programa da Rádio Televisão Hong Kong, o presidente permanente da associação, Ng Kwan-shing, justificou o apoio com o novo sistema de pontos para controlar as infracções dos taxistas, que entrou em vigor no domingo. Ng indicou que existe medo entre os taxistas que os clientes abusem do sistema, pelo que encaram as gravações como uma protecção.
Hoje Macau China / ÁsiaIndo-Pacífico | EUA, Índia, Austrália e Japão em exercícios conjuntos As quatro nações expandiram a cooperação naval na região, alargando o raio de acção que vai agora do Pacífico ao Oceano Índico com a participação, pela primeira vez, de patrulhas conjuntas das guardas-costeiras Os líderes dos Estados Unidos, Japão, Índia e Austrália anunciaram novas iniciativas para reforçar a cooperação naval no Indo-Pacífico face à ascensão da China, incluindo os primeiros exercícios conjuntos das suas guardas costeiras. O anúncio aconteceu no sábado, durante a cimeira do Diálogo de Segurança Quadrilateral, a aliança dos quatro países conhecida como Quad, que se realizou em Wilmington, no estado do Delaware, no nordeste dos Estados Unidos. No final da cimeira, as quatro nações emitiram um comunicado conjunto no qual anunciaram uma expansão da colaboração marítima que tinha sido anunciada pela primeira vez na cimeira Quad no Japão há dois anos, coincidindo com a reunião do G7. A novidade está agora na expansão para que os parceiros do Quad possam monitorizar as águas que vão do Pacífico ao Oceano Índico, graças a uma maior colaboração por parte da Índia. Os líderes anunciaram ainda a realização, pela primeira vez, de exercícios conjuntos das guardas costeiras, que terão início em 2025 e que procuram confrontar as acções de Pequim no mar do Sul da China. Um responsável norte-americano disse que um navio da guarda costeira dos EUA acolherá a bordo homólogos japoneses, australianos e indianos com o objectivo de melhorar a coordenação entre as forças, após o qual outro país fornecerá o navio, alternando-os ao longo do tempo. A China mantém disputas territoriais com vários países da Ásia-Pacífico, incluindo o Japão. Também países como as Filipinas e a Indonésia têm criticado as actividades de pesca levadas a cabo por navios chineses em águas disputadas do mar do Sul da China, onde Pequim construiu ilhas artificiais com infraestruturas militares. Microfone indiscreto O comunicado final, com mais de 5.500 palavras na versão em inglês, não menciona a China, após as declarações oficiais dos dirigentes do Quad, um microfone que ainda estava ligado permitiu aos jornalistas ouvir o Presidente dos EUA a dizer que as acções de Pequim são “uma mudança de táctica, não de estratégia”. “A China continua a comportar-se de forma agressiva, testando-nos a todos na região, e isto é verdade no mar do Sul da China, no mar do Leste da China, no Sul da China, no Sul da Ásia e no Estreito de Taiwan”, disse Joe Biden aos primeiros-ministros da Índia, Narendra Modi, do Japão, Fumio Kishida, e da Austrália, Anthony Albanese. Biden acrescentou que o líder chinês, Xi Jinping, procura “minimizar a turbulência nas relações diplomáticas” com o objectivo de centrar-se nos desafios económicos internos”. Outra iniciativa foi a institucionalização do Quad, para garantir a sua sobrevivência face aos ciclos políticos dos quatro membros. Os Estados Unidos têm eleições presidenciais já em Novembro. Foi anunciada a criação no parlamento dos EUA de um grupo de trabalho, com congressistas democratas e republicanos, para defender e e promover a aliança.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Tribunal confirma legalidade da pena de morte O Tribunal Constitucional de Taiwan confirmou na sexta-feira a legalidade da pena de morte, limitando-a a “circunstâncias especiais e excepcionais”, numa decisão tomada depois de uma queixa de reclusos e organizações não-governamentais. Um grupo de reclusos no ‘corredor da morte’, aos quais se juntaram a Amnistia Internacional e a Coligação Mundial Contra a Pena de Morte, argumentaram que a pena capital viola os direitos fundamentais protegidos pela Constituição, como os direitos à vida e de não sujeição a tortura ou a actos cruéis, desumanos ou degradantes. Uma decisão judicial a favor dos queixosos traduzir-se-ia na abolição imediata da pena capital na ilha, onde foram realizadas 35 execuções desde 2010, quando foi levantada uma moratória. Mas na decisão lida em público pelo presidente do Tribunal, Hsu Tzong-li, foi confirmada a constitucionalidade da pena capital, que em Taiwan é cumprida disparando um tiro de pistola à altura do coração nas costas do condenado, deitado de barriga para baixo, sob anestesia geral. “O direito à vida deve ser protegido ao mais alto nível pela Constituição. No entanto, essa protecção não é absoluta”, declarou o Tribunal, especificando que o âmbito de aplicação da pena de morte “deve ser limitado a circunstâncias especiais e excepcionais”. Cerca de 80 por cento dos taiwaneses são a favor da pena de morte, segundo uma sondagem recente da Associação Chinesa dos Direitos Humanos.
Hoje Macau China / ÁsiaDesemprego jovem com novo recorde na China Os novos dados, recolhidos através de um método que exclui os estudantes, indicam uma subida do desemprego jovem, justificada, em parte, com a entrada no mercado de trabalho de um grande número de recém-licenciados O desemprego entre os jovens na China atingiu 18,8 por cento em Agosto, de acordo com dados oficiais, fixando um novo máximo pelo segundo mês consecutivo, apesar das autoridades estarem a utilizar um novo método estatístico. O Gabinete Nacional de Estatística (NBS) chinês anunciou que o desemprego entre as pessoas dos 16 aos 24 anos que vivem nas zonas urbanas da China subiu de 17,1 por cento em Julho. Em Julho o desemprego jovem tinha sido de 13,2 por cento. O jornal de Hong Kong South China Morning Post disse que a subida durante o Verão se deve à entrada no mercado de trabalho de um número recorde de licenciados, estimado em cerca de 11,8 milhões em 2024. O NBS publicou também a taxa de desemprego para os jovens entre os 25 e os 29 anos, a fim de reflectir a situação de emprego dos licenciados. Esta taxa de desemprego, que também exclui os estudantes, situou-se em 6,9 por cento em Agosto, mais 0,4 pontos percentuais do que em Julho. A China voltou a publicar em Janeiro dados sobre o desemprego dos jovens, pela primeira vez desde que aquele indicador atingiu um nível recorde, em Junho de 2023, utilizando um novo método, que exclui os estudantes. O NBS anunciou em Janeiro uma taxa de desemprego jovem de 14,9 por cento para Dezembro, utilizando o novo método, que revelou uma aparente melhoria. O organismo deixou de publicar este número politicamente sensível em 2023, depois de ter atingido 21,3 por cento em Junho. Em causa A mudança de metodologia ocorreu após o aumento do desemprego jovem, na sequência de um abrandamento económico em 2023. As repressões regulatórias em sectores como tecnologia e educação, que normalmente empregavam uma força de trabalho mais jovem, também diminuíram o número de oportunidades no mercado de trabalho. A taxa de desemprego dos jovens contava os estudantes que trabalham pelo menos uma hora por semana como empregados e os que diziam que queriam emprego mas não o conseguiam encontrar como desempregados. Não é claro como é que a mudança metodológica afecta a taxa de desemprego declarada. “O cálculo da taxa de desemprego por grupo etário, que não inclui os estudantes, reflecte melhor a situação do emprego e do desemprego dos jovens que entram na sociedade”, declarou o NBS, em Janeiro, acrescentando que os estudantes devem concentrar-se nos estudos em vez de procurarem emprego. A população com idades entre 16 e 24 anos inclui cerca de 62 milhões de estudantes, ou seja, mais de 60 por cento das pessoas desta idade. A exclusão dos estudantes da taxa de desemprego permite às autoridades fornecer aos jovens “serviços de emprego mais precisos e formular políticas de emprego mais eficazes e direccionadas”, afirmou o NBS. A taxa de desemprego urbano global da China situou-se em 5,3 por cento em Agosto, subindo ligeiramente em relação ao valor de 5,1 por cento registados em Julho. A China está sob pressão para aumentar a criação de postos de trabalho e reforçar o emprego.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim retira isenção de taxas alfandegárias a 34 produtos O Governo da China anunciou ontem que vai suspender, a partir de quarta-feira, a isenção de taxas alfandegárias a 34 produtos provenientes de Taiwan, incluindo frutas, legumes e produtos do mar. Num comunicado, a Comissão da Pauta Aduaneira, que está sob a tutela do Conselho de Estado, justificou a decisão com o facto de “as proibições e restrições discriminatórias impostas unilateralmente por Taiwan aos produtos da China continental terem prejudicado o comércio e a cooperação económica” entre os dois lados do Estreito. Os produtos afectados beneficiavam de isenção desde pelo menos 2007. Citado pelo jornal oficial chinês Global Times, o porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado afirmou que Taipé “continua a restringir unilateralmente a importação de mais de mil produtos agrícolas da China continental, prejudicando o bem-estar dos compatriotas” de ambos os lados. Chen Binhua acusou ainda William Lai Ching-te de defender obstinadamente a independência da ilha e de provocar continuamente a escalada da hostilidade e do confronto com Pequim. Em Maio, a China continental retirou as tarifas preferenciais sobre 234 outros produtos de Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Condenado a 14 meses de prisão devido a camisola “sediciosa” Um cidadão de Hong Kong foi condenado ontem a 14 meses de prisão por ter vestido uma camisola com palavras de ordem consideradas sedição pelo tribunal, tornando-se a primeira pessoa a ser condenada ao abrigo da nova lei de segurança nacional. Na segunda-feira, Chu Kai-pong, 27 anos, declarou-se culpado da acusação por “actuar com intenções sediciosas”. Chu foi detido por ter usado uma camisola e uma máscara com palavras de protesto no dia 12 de Junho, uma data associada às manifestações pró-democracia de 2019. Uma das inscrições na roupa de Chu, “Hong Kong livre, revolução do nosso tempo”, foi considerada “susceptível de incitar à secessão” em anteriores processos judiciais. O magistrado principal, Victor So, afirmou ontem que o tribunal “reflectiu plenamente a posição da legislação sobre a gravidade da infracção”. “O arguido aproveitou um dia simbólico com a intenção de reavivar as ideias que estão na base da agitação”, disse Victor So, referindo-se aos protestos pró-democracia de 2019. O cidadão de Hong Kong cumpriu anteriormente uma pena de prisão de três meses por sedição em por usar e transportar na bagagem roupas e bandeiras com palavras de ordem de protesto. Na sequência de um julgamento separado, o mesmo juiz condenou ontem um antigo empregado bancário a dez meses de prisão por ter escrito palavras de ordem – que implicam “sedição” – em bancos de autocarros.
Hoje Macau China / ÁsiaCaxemira | Elevada participação nas primeiras eleições numa década A Caxemira administrada pela Índia registou uma elevada participação durante a primeira fase das suas eleições regionais, que já não eram realizadas há uma década. O novo governo regional terá poderes limitados, cobrindo principalmente questões de educação e cultura Cerca de 59 por cento dos 2,3 milhões de pessoas habilitadas a participar nessa primeira fase das eleições exerceram o seu direito de voto, declarou o director do organismo eleitoral regional, P.K. Pole, numa conferência de imprensa, em meio a um clima optimista invulgar nesta região com um forte historial de boicotes e violência eleitoral. “Houve um entusiasmo sem precedentes entre os eleitores, homens, mulheres, jovens e idosos”, disse à agência de notícias EFE um responsável eleitoral do distrito de Kulgam, no sul de Caxemira, outrora foco de rebelião armada contra a Índia e uma zona de boicotes eleitorais. “As pessoas estavam a apertar-se por espaço nas filas e a maioria eram eleitores de ‘primeira viagem’”, acrescentou esse mesmo responsável. Estas são as primeiras eleições regionais na Caxemira indiana desde que o Governo do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, revogou unilateralmente, há cinco anos, o estatuto especial que o Estado possuía, provocando fortes protestos nesta região de maioria muçulmana. O dia decorreu de forma calma, sem grandes perturbações, para além de pequenas altercações entre apoiantes de partidos rivais em algumas assembleias de voto. Tudo isto no âmbito de um grande destacamento de forças da polícia e paramilitares naquela que é uma das regiões mais militarizadas do mundo, algumas delas fortemente equipadas com equipamento de controlo de distúrbios e armas longas. Este aumento da segurança, bem como os desafios logísticos, significa que as eleições decorrerão em várias fases ao longo das próximas duas semanas. O próximo dia de votação está marcado para quarta-feira, enquanto o terceiro e último dia terá lugar em 1 de Outubro, estando os resultados finais previstos para 8 de Outubro. Alcance limitado Esta é a primeira vez que os habitantes de Caxemira conseguem votar para o seu governo regional desde 2014. O último governo eleito em Caxemira caiu em Junho de 2018, quando o Partido Bharatiya Janata (BJP), de Modi, retirou-se de uma coligação governamental formada após as eleições regionais de 2014 com o Partido Democrático Popular (PDP). O novo governo regional, no entanto, terá poderes limitados, cobrindo principalmente questões de educação e cultura, enquanto a autoridade legislativa e as decisões de segurança permanecerão nas mãos do Parlamento indiano e do Executivo de Modi. A maioria dos partidos regionais prometeram restaurar o estatuto especial da região, que dava à Caxemira uma maior autonomia legislativa em relação ao resto dos estados da Índia, enquanto o BJP afirma que este estatuto não será novamente implementado.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Pequim quer diálogo económico com Reino Unido A China está disposta a retomar o diálogo económico com o Reino Unido, afirmou o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, segundo um meio de comunicação estatal, após um longo período de afastamento entre os dois países. Pequim e Londres renovaram os contactos de alto nível em Agosto, durante uma chamada telefónica entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Foi a primeira vez que o chefe de Estado chinês conversou com um primeiro-ministro britânico desde 2022. Numa nova chamada telefónica na quarta-feira, com a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, He Lifeng disse-lhe que a China estava “disposta a trabalhar com o Reino Unido” para “relançar o diálogo económico e financeiro bilateral”, segundo a agência de notícias Xinhua. O vice-primeiro-ministro garantiu ainda que o gigante asiático pretende “ampliar a cooperação nos domínios das finanças, da economia verde, da biomedicina e da inteligência artificial”. Depois da “era dourada” centrada nas relações comerciais, muito elogiada pelo primeiro-ministro britânico David Cameron no início da década de 2010, as tensões bilaterais aumentaram entre os dois países. Uma das principais áreas de atrito diz respeito ao reforço do controlo de Pequim sobre Hong Kong. Londres acusou ainda Pequim de ataques informáticos contra autoridades eleitas, de espionagem tecnológica e de violação dos direitos humanos, especialmente os da minoria uigur na região de Xinjiang, para não falar das tensões comerciais. Os dois países acusaram-se também mutuamente de espionagem. Além disso, Pequim critica regularmente Londres por seguir a política hostil de Washington em relação ao Governo chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaMorreu estudante esfaqueado perto de escola japonesa em Shenzhen O Japão disse ontem que morreu um estudante de uma escola japonesa no sul da China, esfaqueado na terça-feira, e pediu a Pequim que forneça pormenores sobre o ataque e tome medidas preventivas. A ministra dos Negócios Estrangeiros do Japão expressou condolências e afirmou ser “extremamente lamentável” que o estudante, de dez anos, tenha morrido. Isto apesar dos pedidos de precaução e de reforço da segurança por altura do aniversário do início da invasão da China pelo Japão, em 18 de Setembro de 1931. Yoko Kamikawa disse que também deu instruções às escolas japonesas na China para reverem as medidas de segurança e solicitou à China que forneça pormenores sobre o ataque e faça tudo o que estiver ao seu alcance para evitar a repetição de ataques semelhantes contra cidadãos japoneses. O estudante foi esfaqueado por um homem a cerca de 200 metros do portão da Escola Japonesa de Shenzhen, disse na quarta-feira o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “O agressor foi detido no local. O caso ainda está a ser investigado”, acrescentou Lin Jian, em conferência de imprensa. O motivo do ataque não foi imediatamente divulgado. Todo o cuidado Numa mensagem enviada aos cidadãos japoneses que vivem na China, a embaixada do Japão pediu que estivessem atentos e tomem precauções, citando vários ataques com facas nos últimos meses. O consulado japonês em Cantão, que é responsável por Shenzhen, apelou à adopção de medidas para evitar este tipo de incidentes. Em 24 de Junho, um ataque com faca numa paragem de autocarro escolar de uma escola japonesa na cidade de Suzhou, no leste do país, resultou na morte de uma cidadã chinesa que tentava deter o atacante e feriu uma mãe japonesa e o filho. No início de Junho, um chinês esfaqueou quatro professores universitários norte-americanos num parque público em Jilin, no nordeste do país, e um cidadão chinês que tentou intervir. Os quatro professores do Cornell College estavam a dar aulas na Universidade de Beihua. Nenhum deles ficou em estado crítico.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Congresso diz está a ficar para trás na preparação para guerra Dois comités do parlamento norte-americano advertiram que os Estados Unidos estão a ficar rapidamente para trás em relação à China na preparação para uma eventual guerra, que pode ocorrer a “qualquer momento” Os comités do Congresso acusaram na quarta-feira o Pentágono, responsável pela defesa dos Estados Unidos da América (EUA), de excesso de burocracia e lentidão em adoptar novas tecnologias. Os comités culparam ainda a população, que descreveram como só respondendo a crises, pelo alegado atraso, que deixa desprotegidos aliados como o Reino Unido, Austrália, Japão e Coreia do Sul. Republicanos e democratas em ambos os comités enalteceram o trabalho da administração do Presidente Joe Biden para estabelecer novas alianças, como a parceria de tecnologia militar entre os EUA, Reino Unido e Austrália, conhecida como Aukus, e a cooperação de segurança recentemente formalizada entre os EUA, Japão e Coreia do Sul. No entanto, os procedimentos desactualizados do Departamento de Defesa em matéria de segurança e de aquisições foram apontados como obstáculo, em especial no que respeita à Aukus. O presidente do comité para os Negócios Estrangeiros da Câmara dos Representantes (câmara baixa do parlamento) disse que os burocratas do Pentágono ainda não autorizaram as transferências de tecnologia dos EUA para os dois membros da aliança, quase um ano após a aprovação de uma isenção. “A administração mantém uma longa lista de tecnologias excluídas que limita a sua eficácia”, disse Michael McCaul durante uma audição, citando redes de comunicações, acústica naval e motores a jacto como estando entre as tecnologias avançadas que estão a ser retidas. “Estes são os nossos aliados mais próximos, com quem partilhamos as nossas informações mais sensíveis”, acrescentou o republicano do Texas. As armas do futuro As audições decorreram no meio de divergências entre os legisladores sobre o orçamento federal e o orçamento anual da Defesa, à medida que se aproximam as eleições presidenciais de 5 de Novembro nos EUA. A inflexibilidade das aquisições militares foi mencionada de forma mais ampla pelos membros do comité para a Estratégia de Defesa Nacional autorizado pelo Congresso, em 2022 e 2024, a avaliar o estado de prontidão da segurança nacional dos EUA. O relatório mais recente advertiu que os EUA precisam de um exército significativamente maior para lidar com as ameaças simultâneas da China, Rússia, Irão e Coreia do Norte. O documento apelou também a uma força mais integrada, a uma revisão radical da base industrial dos EUA, a laços mais estreitos com os aliados e a uma abordagem da defesa que alcance “todo o governo”. “Acreditamos unanimemente que a estratégia de defesa nacional está lamentavelmente desactualizada”, declarou Jane Harman, uma antiga congressista de longa data que representou a Califórnia e coautora do relatório. “Durante anos, o nosso governo não conseguiu manter-se actualizado. Todo o nosso sistema e o Pentágono em particular são avessos ao risco”, explicou. Eric Edelman, que foi subsecretário da Defesa do antigo presidente George W. Bush, foi mais directo. “Há um potencial real para guerra a curto prazo, que seria difícil imaginar que não fosse uma guerra global”, disse Edelman, que também foi embaixador dos EUA na Turquia e na Finlândia. “E há a possibilidade de perdermos esse conflito. A parceria entre a China, Rússia, Irão e a Coreia do Norte representa uma grande mudança no ambiente estratégico”, apontou. Perante todas estas ameaças, o número dois da diplomacia dos EUA, Kurt Campbell, disse que “a Guerra Fria não tem comparação” e defendeu que o Pentágono e outros departamentos precisam de mais pessoal que compreenda a tecnologia avançada. “Precisamos de mais pessoas no governo que saibam o que é a Inteligência Artificial, que saibam o que é a computação quântica, que saibam como criar incentivos para as nossas próprias indústrias, mas que também impeçam que algumas das capacidades críticas cheguem aos países que estão a competir intensamente connosco”, disse.
Hoje Macau China / Ásia MancheteUNICEF | Seis milhões de crianças foram afectadas pelo tufão Yagi As inundações e derrocadas provocadas pela passagem do tufão Yagi no sudeste asiático, nomeadamente no Vietname e no Myanmar, afectaram quase seis milhões de crianças, alertou ontem a UNICEF. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) sublinha ainda que se verificam sérios riscos no acesso a água potável e alimentos, tal como perturbações nos vários sistemas escolares. “As crianças mais vulneráveis, assim como os familiares, enfrentam consequências devastadoras após a destruição provocada pelo (tufão) Yagi”, disse June Kunugi, directora regional da UNICEF para a Ásia Oriental e Pacífico. Milhões de pessoas no sudeste asiático foram afectadas pela passagem do tufão, o mais forte registado desde o princípio do ano, sobretudo no Vietname onde provocou 290 mortes no passado dia 7 de Setembro. Em Myanmar o balanço provisório indica a morte de 226 pessoas que residiam nas zonas atingidas. A Tailândia, o Laos, as Filipinas e a República Popular da China também registaram vítimas. “A prioridade imediata deve ser o restabelecimento dos serviços essenciais de que as crianças dependem, como água potável, a educação e o funcionamento do saneamento. O aumento dos fenómenos meteorológicos extremos no sudeste asiático afectam as crianças (…), são as crianças que pagam o preço mais elevado”, acrescentou Kunugi. A UNICEF salienta que o Yagi provocou também chuvas torrenciais, transbordando rios e provocando deslizamentos de terras. Mais de 850 escolas e 550 clínicas foram danificadas pela passagem do tufão, a maioria no Vietname, embora a contagem ainda esteja em curso. No Vietname, cerca de três milhões de pessoas, incluindo muitas crianças, não têm acesso a água potável e ao saneamento e dois milhões de crianças não podem ir à escola.