Hoje Macau China / ÁsiaHengqin | Realizada maratona adiada após ataque que matou 35 pessoas Mais de 19 mil pessoas participaram ontem na maratona de Hengqin, que tinha sido adiada após a cidade no sul da China ter sido palco de um ataque com um automóvel que matou 35 pessoas. As autoridades da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin referiram que atletas de 12 países e regiões participaram nas provas de maratona, meia maratona e numa corrida com seis quilómetros. Num comunicado, as autoridades locais sublinharam que mais de 900 corredores vieram de Macau e demonstraram esperança que o desporto possa também reforçar a cooperação com a vizinha região semiautónoma. A maratona estava originalmente marcada para 29 de Dezembro, mas, seis dias antes, a organização adiou a maratona para 23 de Março, sem apresentar qualquer razão. Os organizadores da maratona incluem as autoridades da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, o grupo Zhuhai Huafa e a Nam Kwong, um grupo controlado pelas autoridades da província de Guangdong mas com sede em Macau. No final de Novembro, os organizadores já tinham adiado a edição deste ano da maratona de Zhuhai, que estava inicialmente marcada para 8 de Dezembro. A competição tinha ficado marcada para 12 de Janeiro de 2025, mas acabou por ser cancelada. A 11 de Novembro, Fan Weiqiu, um homem de 62 anos, conduziu um automóvel deliberadamente contra uma multidão num centro desportivo em Zhuhai, causando a morte de 35 pessoas e ferimentos em outras 43. O atacante “estava revoltado” com a divisão dos activos financeiros definida no âmbito de um processo de divórcio, de acordo com uma investigação preliminar da polícia.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim simplifica registos de casamento para incentivar a natalidade A China anunciou no sábado medidas para simplificar o registo de casamentos e tentar reduzir a pressão financeira sobre os noivos, como mais uma medida para fomentar o aumento da taxa de natalidade. O casamento é quase um pré-requisito para ter um filho na China, uma vez que os nascimentos fora do casamento são mal vistos e não oferecem o mesmo nível de reconhecimento e protecção. No entanto, o número de casamentos diminuiu 20,5 por cento no ano passado e, em 2024, a China registará o terceiro ano consecutivo de decréscimo da população, o que constitui um desafio para o crescimento económico e o financiamento das pensões. As autoridades já lançaram várias medidas, tais como subsídios para quem casa e tem filhos, e foi prometida a construção de mais centros de acolhimento de crianças. A última iniciativa refere que os casais podem agora registar os casamentos em qualquer ponto do país, de acordo com informação divulgada no sábado pela emissora estatal CCTV, citando um documento governamental. Até agora, os casais tinham de se deslocar ao local onde a noiva ou o noivo estavam registados. Por exemplo, um casal que vivesse em Pequim por razões profissionais, mas cuja mulher fosse de Guangzhou e o marido de Xangai, tinha de se deslocar a uma destas duas cidades para cumprir as formalidades necessárias. Obstáculo financeiro Segundo o canal, o Ministério dos Assuntos Civis promete também “combater certos hábitos nocivos como os dotes excessivos e as cerimónias de casamento excessivamente caras”. Um dote é a soma de dinheiro que a família do noivo costuma dar à noiva e é frequentemente visto como um sinal de respeito para com os sogros e uma contribuição para o início da vida do jovem casal. Mas, nalguns casos, os montantes tornaram-se muito elevados, criando pressão financeira para a família do noivo e alimentando as desigualdades sociais. Muitos jovens chineses têm relutância em casar e ter filhos. Entre as principais razões para tal, contam-se a incapacidade financeira para comprar um apartamento, que é muitas vezes uma condição prévia para o casamento, e o elevado custo da educação, desde os cuidados infantis às aulas particulares, consideradas quase indispensáveis para o sucesso escolar de uma criança.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | PM promete abrir mais sectores ao investimento estrangeiro Li Qiang comprometeu-se a reforçar a abertura económica do país e a proteger os interesses “de todas as empresas”, independentemente da nacionalidade dos proprietários O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, prometeu ontem que a China irá abrir mais sectores da economia ao investimento estrangeiro e “proteger os direitos e interesses legítimos de todas as empresas”. A garantia foi dada num discurso proferido na abertura do Fórum Anual de Desenvolvimento da China, em Pequim, que contou com a presença de importantes líderes empresariais. Li enfatizou o compromisso do regime chinês com a “abertura económica” e pediu ainda que as empresas internacionais resistam ao proteccionismo. “Esperamos que os empresários possam tomar medidas mais activas para manter a globalização”, disse o número dois do Governo de Pequim. Li afirmou ainda que espera que os líderes empresariais possam “trabalhar em conjunto, cooperar e alcançar um maior desenvolvimento das (…) empresas para benefício mútuo”. “O Governo chinês esforçar-se-á por proteger os direitos e interesses legítimos de todas as empresas”, independentemente da nacionalidade dos proprietários, prometeu o primeiro-ministro. O fórum conta com a presença de executivos de empresas multinacionais como a Mercedes-Benz e a Samsung, incluindo o director executivo da tecnológica norte-americana Apple, Tim Cook. Prever o imprevisto Há meses que Pequim está a tentar restaurar a confiança dos consumidores e das empresas, que foi enfraquecida por uma crise persistente no sector imobiliário e por novas tensões comerciais com os Estados Unidos. Li Qiang afirmou que Pequim está preparada para “impactos externos inesperados”, referindo-se à guerra comercial desencadeada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump. “Estamos preparados para choques inesperados, que, claro, vêm sobretudo do estrangeiro. O Governo chinês terá políticas em vigor para garantir o bom funcionamento da sua economia”, disse Li. O dirigente prometeu que a China continuará na “direcção certa da globalização” face à crescente fragmentação da economia mundial, à medida que se intensifica a guerra comercial com os EUA. “Como um grande país responsável, a China permanecerá firmemente do lado certo da história (…) [praticando] o verdadeiro multilateralismo”, disse Li, numa reunião com líderes de empresas multinacionais em Pequim. A China “seguirá a direcção correcta da globalização económica, praticará o verdadeiro multilateralismo e esforçar-se-á por ser uma força de estabilidade e certeza”, disse Li, acrescentando que “a fragmentação da economia global está a intensificar-se”, enquanto “a instabilidade e a incerteza estão a aumentar”.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Inflação desacelera em Janeiro A inflação na região de Hong Kong voltou a desacelerar em Fevereiro, mês em que a China continental caiu em deflação pela primeira vez em mais de um ano, foi ontem anunciado. O índice de preços no consumidor (IPC) subiu 1,4 por cento em Fevereiro, em relação ao período homólogo, informou o Departamento de Censos e Estatística (CSD) de Hong Kong. Em Janeiro, a inflação fixou-se em 2 por cento. Num comunicado, o CSD justificou a desaceleração com o impacto da variação do Ano Novo Lunar, “em particular nos preços dos alimentos e nos custos dos pacotes turísticos”. O período do Ano Novo Lunar, o maior movimento de massas do mundo, é a principal festa tradicional das famílias chinesas e acontece em Janeiro ou Fevereiro, consoante o calendário lunar. Este ano, a chamada ‘semana dourada’, um período de feriados na China continental, celebrou-se entre 28 de Janeiro e 4 de Fevereiro, enquanto em 2024, esta época alta para o turismo em Hong Kong aconteceu totalmente em Fevereiro. “Para neutralizar o efeito do Ano Novo Chinês”, o CSD sublinhou que a inflação homóloga para os dois primeiros meses de 2025 fixou-se em 1,7 por cento, mais elevado do que em Dezembro (1,4 por cento). O CSD recordou ainda que entrou em vigor em Janeiro um aumento de 10 por cento na renda da maioria dos residentes em habitações públicas em Hong Kong. Um porta-voz do Governo local defendeu que a inflação foi modesta em Fevereiro e acrescentou que, no geral, “as pressões sobre os preços de vários componentes principais permaneceram amplamente contidas”. Num comunicado, o porta-voz previu que a inflação “deverá manter-se moderada a curto prazo”, mas admitiu que “as incertezas decorrentes das tensões geopolíticas e dos conflitos comerciais continuam a exigir atenção”.
Hoje Macau China / ÁsiaEstudo | Cientistas chineses modificam bactérias para combater tumores Cientistas chineses criaram um sistema para atacar tumores com precisão activado através de luz infravermelha Uma equipa de investigadores chineses desenvolveu um sistema de controlo inteligente em bactérias geneticamente modificadas para atacar tumores de forma precisa e segura, activado por luz infravermelha (NIR). Este avanço pode melhorar significativamente a eficácia das terapias bacterianas contra o cancro ao permitir a administração localizada e regulamentada de medicamentos contra o cancro, referiu na quarta-feira o jornal chinês The Paper. O estudo, publicado na revista Nature Cancer, foi conduzido por cientistas da East China Normal University, com a participação do professor Ye Haifeng e do investigador associado Guan Ningzi. Os especialistas conceberam um sistema optogenético chamado NETMAP (Near-Infrared Light-Mediated PadC-Based Photoswitch), que permite que a expressão genética seja modulada em bactérias oncolíticas através da irradiação de luz infravermelha. As bactérias utilizadas na investigação foram modificadas para conter um “interruptor biológico” baseado na proteína PadC, que responde à luz NIR e activa a produção de medicamentos anticancerígenos directamente no local do tumor. Este método oferece vantagens em relação às terapêuticas convencionais, permitindo um controlo preciso da dose e reduzindo os efeitos adversos. Segurança e eficácia De acordo com resultados obtidos em modelos pré-clínicos de ratinhos, a aplicação do sistema NETMAP em linfoma, cancro do cólon e cancro da mama demonstrou uma redução tumoral até 80 por cento. Em ensaios com xenoenxertos derivados de doentes (PDX), foi observada uma inibição significativa do crescimento tumoral e um aumento da apoptose das células cancerígenas. O professor Ye enfatizou que a luz infravermelha próxima tem uma elevada penetração nos tecidos biológicos, facilitando a activação de bactérias modificadas sem procedimentos invasivos. Além disso, os investigadores modificaram geneticamente as estirpes bacterianas oncolíticas para melhorar a sua segurança, eliminando os genes associados à toxicidade sem afectar a sua capacidade de colonizar tumores. A equipa de investigação está actualmente a colaborar com o Hospital Ruijin da Universidade de Medicina Jiao Tong de Xangai para avaliar a viabilidade clínica desta tecnologia. Segundo os especialistas, os próximos passos passarão pela expansão dos estudos a outros tipos de cancro, como o melanoma e o cancro da mama, com o objectivo de avançar para testes em humanos. Nos últimos meses, investigadores chineses desenvolveram também ferramentas de inteligência artificial para melhorar a detecção precoce do cancro do esófago e inauguraram dispositivos de produção de isótopos médicos para tratamentos de cancro de alta precisão.
Hoje Macau China / ÁsiaEspionagem | Investigador chinês condenado à morte Um funcionário de um instituto de investigação chinês foi condenado à pena de morte por ter vendido informações confidenciais a uma agência de informação estrangeira, informaram ontem as autoridades da China. Num artigo publicado na rede social chinesa WeChat, o Ministério da Segurança do Estado da China explicou que o acusado, de apelido Liu, trabalhava como assistente de engenharia num instituto de investigação estatal, do qual o organismo não forneceu mais pormenores. Liu terá feito cópias não autorizadas de documentos sensíveis e informações confidenciais durante o seu período no instituto. Após a sua demissão, motivada pela percepção de um tratamento desfavorável e pela falta de oportunidades de promoção, Liu regressou ao sector privado e começou a trabalhar para uma empresa de investimentos. O condenado terá alegadamente participado em práticas como a manipulação de contas em nome de familiares e amigos, bem como a utilização indevida de cartões de crédito para financiar transações especulativas. As perdas resultantes destes investimentos geraram uma situação de grande pressão económica, que o arguido alegadamente tentou aliviar vendendo as informações obtidas ilegalmente, lê-se no artigo. De acordo com a mesma fonte, Liu contactou uma agência de espionagem estrangeira, de um país não especificado, à qual terá oferecido parte dos documentos em troca de uma compensação financeira. Após a primeira transação, a agência cessou o contacto com Liu. No entanto, ele voltou a tentar vender informações classificadas, o que o levou a efectuar várias viagens a diferentes países ao longo de alguns meses. A coordenação entre as autoridades policiais chinesas levou à monitorização das comunicações do acusado, o que levou à sua detenção, após a qual admitiu os actos, de acordo com o ministério.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Alerta máximo antes de decisão sobre Presidente A polícia da Coreia do Sul vai activar o nível mais elevado de alerta e mobilizar todos os agentes no dia da decisão do Tribunal Constitucional sobre a destituição formal do Presidente Yoon Suk–yeol. As autoridades sul-coreanas anunciaram ontem o plano, num esforço para evitar protestos em massa e possíveis ataques a instalações importantes, incluindo o tribunal, no meio do actual clima de tensão política no país. O plano inclui a mobilização de 14 mil polícias de choque em Seul, representando 60 por cento das forças de controlo de distúrbios disponíveis no país, de acordo com a agência de notícias pública Yonhap. A data exacta da audiência ainda não foi divulgada, mas a expectativa é que aconteça antes do final de Março. O Tribunal Constitucional concluiu no final de Fevereiro a análise do processo de destituição de Yoon, devido à imposição da declaração de lei marcial a 3 de Dezembro. Unidades de segurança pessoal, detectives e forças especiais serão mobilizadas em redor do tribunal, e equipamento antidrone também será mobilizado para impedir voos ilegais sobre a área, que foi declarada zona de exclusão aérea já na semana passada. As autoridades alertaram que qualquer tentativa de invasão do tribunal resultará em detenções imediatas. Há receios sobre uma possível repetição dos incidentes de 19 de Janeiro, quando os apoiantes de Yoon invadiram o Tribunal Distrital Ocidental de Seul para protestar contra a decisão de prolongar a detenção do Presidente. Durante os confrontos, foram relatados ataques contra agentes da polícia e jornalistas, bem como danos em instalações. No sábado, milhares de sul-coreanos encheram as ruas do centro de Seul em grandes manifestações a favor e contra Yoon, sem que se tenham registado incidentes.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Eleicões legislativas a 7 de Dezembro O Governo de Hong Kong anunciou terça-feira que a região vai realizar eleições a 07 de Dezembro para o parlamento, que pela segunda vez só irá aceitar “candidatos patriotas”. O líder do Governo de Hong Kong, John Lee, garantiu que a votação vai “seleccionar uma nova geração de legisladores que sejam patriotas, capazes e responsáveis”. O Chefe do Executivo sublinhou ainda que pediu ao Gabinete de Assuntos Constitucionais e do Continente, responsável pelas relações com Pequim, para trabalhar com a comissão eleitoral. John Lee disse que os dois órgãos vão “trabalhar em estreita colaboração (…) para fazer um planeamento adequado e elaborar planos de contingência em áreas como a publicidade, o recrutamento e formação do pessoal eleitoral”. Os actuais membros do Conselho Legislativo (LegCo, na sigla em inglês), o parlamento de Hong Kong, com 90 lugares, terminam o mandato de quatro anos no final deste ano. Desde a concretização da última reforma eleitoral em 2021, o LegCo não conta com qualquer representação da oposição. Isto porque a actual regulamentação proíbe a participação de candidatos que não sejam considerados patriotas. Todos os candidatos devem passar por uma avaliação de lealdade e conseguir o apoio de pelo menos 10 dos 1.500 membros do Comité Eleitoral, órgão que também nomeia diretamente 40 legisladores. A estrutura do LegCo estabelece que apenas 20 lugares serão eleitos por sufrágio directo pelos cidadãos de Hong Kong, menos 15 do que antes da reforma eleitoral. Os outros 30 são preenchidos por representantes de grupos funcionais, principalmente ligados a indústrias, ofícios ou profissões específicas. O Comité Eleitoral de Hong Kong tem actualmente 90 lugares, que serão preenchidos numa nova votação marcada para 07 de Setembro. Quase 8.600 eleitores foram registados neste organismo, que inclui empresas, profissionais e delegados do órgão legislativo da China continental, de acordo com dados de 2024, publicados pelo portal de notícias Hong Kong Free Press.
Hoje Macau China / ÁsiaAdiada fábrica da BYD no México por receio de fuga de tecnologia para EUA A China está a adiar a aprovação de uma nova fábrica da BYD no México, por receio de que a tecnologia desenvolvida pela empresa possa acabar nas mãos dos EUA, informou ontem o Financial Times. Segundo fontes citadas pelo jornal britânico, que pediram para não ser identificadas, o Ministério do Comércio chinês considera que o México teria acesso ilimitado aos sistemas e tecnologias avançadas da BYD e que a proximidade do país em relação aos Estados Unidos poderia significar que os norte-americanos também poderiam aceder a essas tecnologias. A BYD anunciou em 2023 planos para construir uma fábrica no México, onde produziria cerca de 150 mil veículos por ano e criaria 10 mil postos de trabalho. O plano da empresa sediada em Shenzhen também incluía o fabrico de automóveis na Indonésia, no Brasil e na Hungria. No entanto, os fabricantes de automóveis chineses precisam de aprovação comercial para produzir veículos no estrangeiro, e Pequim está a dar preferência aos países que fazem parte da sua iniciativa de desenvolvimento de infraestruturas internacionais conhecida como “Faixa e Rota”. Por decidir De acordo com o jornal, o regresso de Donald Trump à Casa Branca fez com que o México perdesse algum do entusiasmo pelo projecto da BYD, tornando mais prioritária a manutenção das relações com o vizinho do norte face à ameaça de taxas sobre o comércio transfronteiriço. Depois de a equipa de Trump ter acusado o México de ser uma “porta das traseiras” para produtos chineses entrarem nos Estados Unidos sem pagarem os impostos aplicáveis, o Governo mexicano anunciou taxas contra os têxteis do país asiático e investigações ao aço e alumínio chineses por alegada concorrência desleal. “O novo Governo mexicano adoptou uma atitude hostil em relação às empresas chinesas, o que torna a situação ainda mais difícil para a BYD”, explicou uma das fontes citadas pelo Financial Times. Para Gregor Sebastian, analista da Rhodium, “o Governo mexicano gostaria obviamente de obter algum investimento chinês, mas a sua relação comercial com os Estados Unidos é muito mais importante”. Numa entrevista recente ao FT, a vice-presidente executiva da BYD, Stella Li, disse que a empresa “ainda não decidiu” o que vai acontecer com o plano de abrir uma fábrica no México: “Todos os dias há notícias diferentes. Temos de estar sempre a ver como melhorar e satisfazer, para conseguirmos o melhor resultado para todos”. No entanto, em Fevereiro, Li tinha avançado que a BYD iria escolher a localização da fábrica antes do final do ano. Em 2024, a fabricante de carros eléctricos vendeu mais de 40 mil veículos no México, e revelou que o objectivo para este ano é duplicar o volume de vendas e abrir 30 novos concessionários no país.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim saúda empenho para um cessar-fogo na Ucrânia após chamada entre Trump e Putin A China saudou ontem “todos os esforços” para alcançar um cessar-fogo na Ucrânia, um dia depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter contactado o seu homólogo russo, Vladimir Putin. “Desde o início da crise, a China tem defendido a resolução do conflito através do diálogo e das negociações. Apoiamos todos os esforços para alcançar um cessar-fogo, pois acreditamos que este é um passo necessário para a paz”, disse ontem a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, quando questionada sobre a conversa entre os líderes dos EUA e da Rússia. Quanto aos relatos sobre o alegado envolvimento de empresas chinesas em actividades extractivas em território ucraniano ocupado pela Rússia, Mao Ning disse “não ter conhecimento dos pormenores específicos mencionados”. “No entanto, a posição da China sobre a crise na Ucrânia tem sido sempre consistente e clara. Os quatro pontos propostos pelo Presidente [chinês] Xi Jinping continuam a ser a nossa linha de orientação fundamental para abordar a questão”, acrescentou. A Casa Branca e o Kremlin informaram na terça-feira sobre o telefonema entre Trump e Putin, no qual o líder russo concordou em suspender temporariamente os ataques às infra-estruturas energéticas ucranianas enquanto Washington e Moscovo exploram negociações técnicas para um cessar-fogo marítimo no Mar Negro e, eventualmente, uma paz permanente. O Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, afirmou que “Putin rejeitou na prática a proposta de um cessar-fogo global” e denunciou os contínuos ataques da Rússia à Ucrânia. Jogo de equilíbrios Desde o início da invasão, a China tem defendido o respeito pela “soberania e integridade territorial de todos os países”, em referência à Ucrânia, ao mesmo tempo que apela a que sejam tidas em conta as “preocupações legítimas de todas as partes”, em referência à Rússia. Pequim opôs-se às sanções unilaterais contra Moscovo e apelou a um processo de paz que respeite o equilíbrio entre a segurança europeia e a estabilidade global. Neste contexto, a China tem mantido uma relação estreita com a Rússia, com um aumento do comércio bilateral e uma postura diplomática que tem sido criticada pelo Ocidente, que acusa Pequim de fornecer peças-chave para a indústria militar russa, algo que o Governo chinês nega. No domingo, terá lugar em Jeddah, na Arábia Saudita, uma nova ronda de conversações liderada pelos EUA, com a presença de delegações russas e norte-americanas, enquanto a Ucrânia deverá decidir a sua participação nos próximos dias.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Pequim diz querer trabalhar com França para “evitar que mundo regresse à lei da selva” A conversa telefónica entre o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, e o conselheiro diplomático da presidência francesa, Emmanuel Bonne, serviu para reforçar a cooperação estratégica entre os dois países face à crescente instabilidade global O chefe da diplomacia chinesa disse ontem esperar que China e França “trabalhem em conjunto para evitar que o mundo regresse à lei da selva”, numa conversa com o conselheiro diplomático da presidência francesa, Emmanuel Bonne. Citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua, o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros Wang Yi sublinhou que a situação global encontra-se num estado de “crescente incerteza e instabilidade” e apelou à França e à China para que “reforcem a sua parceria estratégica, protejam conjuntamente o multilateralismo genuíno e se oponham à hegemonia unipolar”. Durante a conversa, realizada por telefone, Emmanuel Bonne disse esperar que a China desempenhe “um papel importante na obtenção de um acordo de paz justo, sólido e sustentável” na Ucrânia, um conflito em relação ao qual Pequim tem mantido uma posição ambígua ao longo dos anos. Poder da palavra Wang Yi disse que a China “sempre defendeu a resolução da ‘crise’ através do diálogo” e saudou “todos os esforços que conduzem a um cessar-fogo, um passo necessário para a paz”, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, no mesmo dia em que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o homólogo russo, Vladimir Putin, concordaram em iniciar o processo de paz com a Ucrânia, com um cessar-fogo parcial, centrado nas infra-estruturas e na energia. O diplomata chinês também instou a China e a União Europeia a resolverem os atritos comerciais e económicos através do diálogo, após meses de disputas entre as duas partes sobre questões como os veículos eléctricos chineses. “A França opõe-se às guerras comerciais e tarifárias e está disposta a trabalhar com a China para resolver adequadamente as fricções económicas e comerciais através do diálogo”, afirmou Bonne.
Hoje Macau China / ÁsiaPanamá | Pequim critica coerção económica A China evitou ontem comentar o acordo alcançado pelo conglomerado de Hong Kong CK Hutchison para vender as suas participações nos portos do Canal do Panamá ao fundo norte-americano BlackRock, limitando-se a rejeitar a “coerção económica” na cena internacional. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, apelou à “consulta das autoridades chinesas competentes” para obter pormenores específicos sobre o negócio, sem se referir directamente à transação ou a relatos de uma possível interferência de Pequim para impedir a venda. Mas acrescentou que a China rejeita a “coerção económica, hegemonia e intimidação” na cena internacional. As declarações surgem num contexto de crescente tensão sobre o acordo, depois de críticas difundidas por um jornal de Hong Kong afiliado a Pequim. Os portais oficiais da administração chinesa em Macau e Hong Kong divulgaram na sexta-feira o comentário, difundido pelo jornal Ta Kung Pao, uma publicação da antiga colónia britânica vista como sendo próxima de Pequim. O jornal considerou que o negócio que transferiu para um consórcio que inclui a BlackRock e a Terminal Investment Limited uma participação de 80 por cento num conjunto de subsidiárias portuárias, que gerem 43 portos em 23 países, incluindo os portos em ambas as extremidades do Canal do Panamá, em Balboa e Cristobal, “não é uma prática comercial normal”. “Muitos internautas [chineses] criticaram fortemente este acordo e a CK Hutchison Holdings, considerando-o como uma cedência sem espinha, visando apenas o lucro e esquecendo a justiça, ignorando os interesses nacionais e os grandes princípios nacionais, traindo e vendendo todo o povo chinês. Estas expressões emocionais são completamente compreensíveis”, lê-se.
Hoje Macau China / ÁsiaTrump diz que Presidente chinês visita Washington num “futuro não muito distante” O Presidente norte-americano Donald Trump adiantou na segunda-feira que o seu homólogo chinês Xi Jinping irá visitar Washington num “futuro não muito distante”, perante as crescentes tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo devido à imposição de tarifas. “Isso acontecerá num futuro não muito distante”, revelou Trump aos jornalistas durante uma reunião do novo conselho de administração do Kennedy Center, um centro cultural famoso da capital Washington. O chefe de Estado norte-americano observou ainda que altos funcionários do governo chinês, “logo abaixo” de Xi, visitarão em breve a capital dos EUA, embora não tenha adiantado nomes ou detalhes sobre possíveis datas. Trump mencionou a visita de Xi ao referir que recebeu visitas de líderes estrangeiros na Casa Branca nas últimas semanas e perguntou-lhes como estava Washington. O republicano frisou que está a “limpar Washington”, incluindo tentar limpar tendas usadas por sem-abrigo e grafítis. Na semana passada os meios de comunicação social norte-americanos tinham noticiado que Washington e Pequim iniciaram discussões sobre uma cimeira entre os líderes dos dois países, em Junho, nos Estados Unidos. A imprensa chinesa tinha já sugerido a possibilidade de um encontro em Abril. Também o jornal de Hong Kong South China Morning Post avançou que Trump poderá deslocar-se à China em Abril para se encontrar com o homólogo chinês, Xi Jinping. Desde a vitória do republicano nas presidenciais norte-americanas, em Novembro, que Trump e Xi manifestaram interesse na realização de uma cimeira. Futuro em aberto Desde a posse de Trump, em Janeiro, a administração norte-americana ameaçou, e depois suspendeu, taxas alfandegárias sobre o México e o Canadá, ao mesmo tempo que se comprometeu a punir também a Europa e outros parceiros comerciais. Até agora, a China é o único país que enfrentou efectivamente aumentos generalizados das taxas decididos por Trump. A Casa Branca impôs taxas adicionais de 20 por cento sobre todos os bens oriundos da China, citando o papel do país asiático na crise do fentanil nos EUA. Pequim retaliou rapidamente com taxas próprias, adaptando a resposta para evitar uma escalada das tensões. Outras acções que estão a ser consideradas pela equipa comercial de Trump incluem restringir o investimento chinês nos EUA e o investimento norte-americano na China, visar indústrias dominadas pela China, como a construção naval, e limitar ainda mais a venda de produtos de alta tecnologia a empresas chinesas. Trump e Xi já tinham conversado por telefone em Janeiro, dias antes da tomada de posse do norte-americano para o seu segundo mandato, numa conversa em que discutiram as relações comerciais e o futuro nos Estados Unidos da rede social TikTok, da empresa chinesa ByteDance. Donald Trump disse estar aberto a negociar um novo acordo comercial com a China e elogiou Xi repetidamente. Os dois líderes chegaram a um acordo em 2020 para pôr fim à guerra comercial que prejudicava ambas as economias. No entanto, as relações bilaterais deterioraram-se com a pandemia de covid-19, que Trump atribuiu à China.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Pequim quer integrar exportadores no mercado interno face a proteccionismo As alterações na estrutura económica mundial, desencadeadas pelas medidas proteccionistas norte-americanas, levam o Governo chinês a intensificar a promoção do consumo interno A China está a estudar medidas para ajudar empresas dependentes das exportações a expandirem-se no mercado interno, numa altura em que procura compensar o impacto das medidas proteccionistas nos Estados Unidos e outros mercados. O Ministério do Comércio chinês está actualmente a explorar as formas mais eficazes de ajudar os exportadores a reorientarem-se para o mercado interno. O ministro Wang Wentao visitou uma empresa de comércio de têxteis em Xangai, este fim de semana, de acordo com Yuyuan Tantian, uma conta na rede social chinesa Weibo afiliada à televisão estatal CCTV. Para os exportadores chineses, uma mudança de foco para o mercado interno traz uma série de desafios, incluindo a adaptação a diferentes preferências dos consumidores, sistemas de pagamento e regimes regulamentares. “Integrar o comércio interno e externo e apoiar as empresas exportadoras na expansão das suas vendas locais será uma estratégia a longo prazo, em vez de uma resposta temporária a choques externos”, lê-se na publicação da Yuyuan Tantian. A medida surge após o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter imposto taxas alfandegárias adicionais de 20 por cento sobre todos os produtos chineses. Washington estará também a preparar-se para lançar um regime tarifário recíproco mais amplo no próximo mês. Pequim retaliou com a imposição de taxas alfandegárias sobre uma série de produtos agroalimentares norte-americanos e restringiu a exportação de vários minerais essenciais. Mas a guerra comercial já se faz sentir em toda a economia chinesa. As exportações da China cresceram 2,3 por cento, em termos homólogos, durante os primeiros dois meses de 2025, um abrandamento significativo em comparação com o crescimento de 10,7 por cento registado em Dezembro. Pequim convocou também executivos do Walmart para conversações na semana passada, depois de ter sido noticiado que o gigante retalhista norte-americano pressionou os fornecedores chineses a baixarem os preços, para compensar o impacto do aumento das taxas alfandegárias. Mas as empresas chinesas enfrentam medidas proteccionistas noutros mercados também, incluindo a Europa e países em desenvolvimento. A Indonésia, por exemplo, impôs taxas de até 200 por cento sobre produtos têxteis chineses, a fim de proteger as pequenas e médias empresas do país contra o que considera ser concorrência desleal. Os EUA são também um mercado importante para a indústria têxtil e de vestuário da China. Cerca de 17 por cento das exportações chinesas de têxteis e vestuário foram para aquele país no ano passado, de acordo com a Yuyuan Tantian. Olhar para dentro Para apoiar a transição para as vendas no mercado interno, o Ministério do Comércio planeia organizar uma série de exposições em todo o país para aconselhar os exportadores a adaptarem os seus canais de vendas e as normas dos produtos ao mercado interno. “A expansão das vendas no mercado interno para as empresas de comércio externo não tem a ver com o escoamento das exportações não vendidas – tem a ver com a introdução de produtos de comércio externo de elevada qualidade no mercado interno”, apontou a conta afiliada à CCTV. A estratégia enquadra-se nos esforços crescentes de Pequim para aumentar a procura interna. Na segunda-feira, o governo revelou um vasto plano para estimular o consumo, que abrange desde a redução dos custos dos cuidados infantis até à estabilização dos mercados imobiliário e bolsista. Os sinais de melhoria estão a surgir gradualmente. Os dados divulgados na segunda-feira mostraram que as vendas a retalho na China aumentaram 4 por cento, em termos homólogos, nos primeiros dois meses de 2025, superando as expectativas dos analistas.
Hoje Macau China / ÁsiaLondres | Hong Kong nomeia nova líder do gabinete Hong Kong nomeou ontem Fiona Chau Suet-mui como nova directora-geral do escritório comercial da região semiautónoma chinesa em Londres, dez meses depois de um escândalo de espionagem que envolveu um dirigente deste gabinete. Num comunicado, o Governo de Hong Kong disse que Fiona Chau irá assumir de imediato o cargo que até agora pertencia a Gilford Law Sun-on, destacado na capital do Reino Unido desde 2021. Chau será responsável pela promoção das relações bilaterais de Hong Kong com o Reino Unido, Dinamarca, Estónia, Finlândia, Letónia, Lituânia, Noruega, Rússia e Suécia. Citada no comunicado, a dirigente prometeu trabalhar para promover “a competitividade internacional” de Hong Kong e “fortalecer os laços económicos, comerciais e culturais” com os nove países. Chau, que já tinha trabalhado nos escritórios comerciais de Hong Kong em Washington e em Bruxelas, era até ontem responsável pelas políticas de renovação urbana no Departamento de Desenvolvimento do Governo do território. Esta nomeação surge dez meses depois de Bill Yuen Chung-biu, de 63 anos, um dirigente do escritório, ter sido acusado de ajudar os serviços de informações de Hong Kong e de interferência estrangeira. Yuen e dois outros suspeitos, Peter Wai Chi-leung, de 38 anos, e Matthew Trickett, de 37 anos, foram detidos no início de Maio e colocados sob medidas de coação. Trickett foi encontrado morto uma semana depois de ter ido a tribunal num parque em Maidenhead, a oeste de Londres, tendo a polícia britânica iniciado uma investigação ao caso. Na altura da detenção, a representação do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em Hong Kong “condenou veementemente” o governo britânico por “fabricar acusações, prender arbitrariamente cidadãos chineses e difamar” o governo de Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaRússia | Anunciado contacto telefónico entre Putin e Trump A Presidência da Rússia anunciou ontem que os Presidentes russo e norte-americano vão falar ao telefone hoje, pela segunda vez desde que Donald Trump tomou posse como chefe de Estado, em Janeiro. “Esta conversa está de facto a ser preparada”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, em conferência de imprensa, em Moscovo. De acordo com Peskov, trata-se de um contacto telefónico agendado para hoje. Na semana passada, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que estava disposto a discutir com o homólogo norte-americano, Donald Trump, “as dúvidas” sobre a proposta de trégua de 30 dias na Ucrânia, que Kiev já aceitou. Em resposta à proposta, Putin disse que a Rússia apoia uma trégua, mas vê muitos problemas na implementação e verificação de um cessar-fogo. Moscovo indicou recear também que Kiev utilize a pausa para se reagrupar e rearmar. Putin e Trump falaram pela primeira vez a 12 de Fevereiro. No primeiro contacto telefónico (oficial), os dois líderes concordaram em iniciar um processo de negociação para pôr fim ao conflito na Ucrânia. A Ucrânia foi invadida pela Rússia em 2014, altura em que anexou a península da Crimeia e, em 2022, lançou uma ofensiva militar de grande escala contra o território ucraniano.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste recebeu mais de mil milhões de euros de indústria extractiva em 2022 Timor-Leste recebeu 1,4 mil milhões de dólares da indústria extractiva em 2022, segundo um relatório da Iniciativa para a Transparência nas Indústrias Extractivas (EITI). “Em relação ao montante das receitas pagas pelas empresas ao Estado verificou-se uma diferença entre os anos de 2021, com um orçamento total de 729 milhões de dólares [669 milhões de euros], e 2022, onde o orçamento total atingiu 1,401 mil milhões de dólares”, afirmou a coordenadora timorense do EITI, Emília de Jesus. Emília de Jesus falava durante a apresentação do relatório anual da EITI referente ao ano de 2022, em Díli, que contou com a presença do ministro do Petróleo e Recursos Minerais, Francisco Monteiro, sociedade civil e estudantes universitários. Segundo a coordenadora, as receitas foram obtidas através de impostos, FTP (First Tranche Petroleum), ‘royalties’ e taxas. O relatório recordou também que, em Abril de 2022, Timor-Leste obteve a pontuação “Global Elevada” na implementação das normas da EITI para o ano de 2019, com um total de 58 pontos. Mas, a EITI recomendou “medidas correctivas”, que devem ser implementadas antes da próxima validação, relacionadas com a coordenação, alinhamento de prioridades, impacto dos dados no debate público sobre o sector e com limitações na informação sobre novos projectos. Durante a apresentação, a coordenadora timorense do EITI salientou que houve atrasos na disseminação e divulgação de informação por causa da pandemia de covid-19. Sabedoria partilhada Timor-Leste aderiu a esta iniciativa em 2003, com o objectivo de garantir a transparência e prestação de contas na gestão dos recursos naturais, nomeadamente petróleo, gás e minerais. Além disso, um dos papéis fundamentais da EITI é facilitar o acesso do público à informação, promovendo a sua disseminação por diversos meios. “O objectivo deste seminário é garantir transparência no sector mineiro e facilitar o acesso à informação ao público, de forma a estimular debates sobre a gestão dos recursos naturais do país. Timor-Leste continua a ser considerado um exemplo na gestão transparente dos seus recursos naturais”, disse a coordenadora. O ministro do Petróleo e Recursos Minerais, Francisco da Costa Monteiro, destacou a importância da disseminação daquela informação, uma vez que permite reunir diversos setores da sociedade para discutir as riquezas naturais de Timor-Leste. “Esta é uma actividade realizada anualmente através de auditorias independentes conduzidas por entidades internacionais, que analisam os valores que Timor-Leste recebe do sector estratégico do petróleo e minerais. Em 2022, os montantes divulgados correspondem às quantias que as empresas reportaram ter pagado”, explicou o ministro. O documento refere também que Timor-Leste já está a criar um quadro legal que favoreça a transição energética e energia verde, incluindo o desenvolvimento de iniciativas de captura, utilização e armazenamento de carbono, e a finalizar a publicação dos relatórios da EITI referentes aos anos de 2023 e 2024.
Hoje Macau China / ÁsiaG7 | Pequim denuncia “duplicidade de critérios” sobre gastos militares A China acusou ontem o G7 de aplicar “dois pesos e duas medidas” em matéria de Defesa, rejeitando as preocupações expressas numa recente cimeira do bloco sobre as despesas militares de Pequim e a cooperação com a Rússia. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, expressou a “firme rejeição” de Pequim sobre o que chamou de “distorções e ataques infundados” no comunicado conjunto dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e União Europeia). “As despesas com a Defesa da China são necessárias para salvaguardar a nossa soberania, segurança e interesses de desenvolvimento. É aberta, transparente, razoável e moderada”, defendeu. Mao criticou o grupo de países ocidentais por “negligenciar as próprias responsabilidades” e “evitar falar dos riscos de proliferação nuclear gerados pela aliança AUKUS, entre os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália”. A porta-voz chinesa acrescentou que “em vez de abordar estes perigos, o G7 opta por visar a China, o que constitui uma flagrante duplicidade de critérios”. A diplomata rejeitou as acusações sobre o alegado fornecimento de equipamento militar à Rússia no contexto do conflito na Ucrânia, assegurando que “a China nunca forneceu armas letais a nenhuma das partes envolvidas” e que a política de exportação de produtos de dupla utilização “é regida por controlos rigorosos”. Em relação às alegações do G7 de que “a superprodução” chinesa distorce os mercados globais, Mao disse que tais acusações “foram desmentidas pelos factos” e acusou os países do bloco de “politizar as relações económicas e comerciais”. O comunicado do G7 também reiterou a oposição a qualquer tentativa unilateral de “mudar o ‘status quo’ pela força” no estreito de Taiwan, uma referência que a China rejeitou fortemente.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Anunciado plano para “impulsionar vigorosamente” gastos A China anunciou ontem um plano para revitalizar o consumo interno, numa altura em que Pequim luta para promover a confiança dos consumidores e combater as pressões deflacionistas na segunda maior economia do mundo. O Governo vai “impulsionar vigorosamente o consumo” e “expandir a procura interna em todas as direcções”, apontou a agência noticiosa oficial Xinhua, fazendo eco do apelo do Presidente chinês, Xi Jinping, no final do ano passado, para que os decisores políticos passassem a apoiar a procura, na sequência de um impulso sustentado para impulsionar a indústria. O plano do Conselho de Estado (Executivo) centrar-se-á no aumento dos rendimentos, na estabilização do sector imobiliário e do mercado bolsista e na melhoria dos serviços médicos e de pensões, embora os responsáveis políticos tenham fornecido poucos pormenores sobre as despesas fiscais, durante uma conferência de imprensa em Pequim. Durante a conferência, as autoridades repetiram em grande parte os números publicados no orçamento anual na semana passada durante a sessão plenária da Assembleia Popular Nacional, onde os delegados reafirmaram o consumo como prioridade máxima. O índice Hang Seng de Hong Kong subiu 0,8 por cento, enquanto os futuros do petróleo Brent, a referência internacional do petróleo, subiram 0,6por cento para 71 dólares por barril. O índice CSI 300 da China continental, que reúne as maiores empresas cotadas em Xangai e Shenzhen, encerrou com uma queda de 0,2 por cento. Os gastos dos consumidores na China permanecem fracos desde o fim da pandemia da covid-19, há mais de dois anos, uma vez que as famílias se mantêm cautelosas com as despesas. Os preços no consumidor registaram deflação em Fevereiro, embora a leitura tenha sido afectada pelo feriado do Ano Novo Lunar. O abrandamento do vasto sector imobiliário da China, em parte impulsionado por uma iniciativa de desalavancagem do Governo e que já vai no seu quarto ano, também reavivou os apelos dos economistas para o reforço da procura interna. Novos alvos Em Setembro passado, os decisores políticos revelaram um pacote há muito aguardado para apoiar a economia, mas as medidas centraram-se sobretudo nos mercados bolsistas. O novo plano de consumo inclui promessas de aumento do salário mínimo, reforço do apoio à educação e criação de um sistema de subsídios para a guarda de crianças, uma questão premente, uma vez que a população da China está a diminuir há três anos consecutivos. Lynn Song, economista-chefe do banco holandês ING para a Grande China, escreveu que o plano coloca “uma ênfase considerável no aumento da capacidade e da vontade de consumo das famílias” e poderá “ajudar a transição económica da China para um modelo de crescimento orientado para o consumo”. Os dados divulgados na segunda-feira também mostraram que a produção industrial cresceu 5,9 por cento em termos homólogos nos primeiros dois meses de 2025, abrandando em relação aos 6,2por cento registados em Dezembro, mas superando as expectativas dos analistas de um aumento de 5,3 por cento. O novo pacote de medidas irá também promover o consumo “interno”. Pequim alargou a isenção de vistos a dezenas de países no ano passado, num esforço para relançar o turismo internacional após a pandemia.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Preços das casas novas caem pelo 21º mês consecutivo Os preços das casas novas na China caíram pelo 21º mês consecutivo em Fevereiro, a um ritmo mais rápido do que em Janeiro, apesar das medidas do governo para enfrentar a longa crise do sector. Os preços em 70 cidades seleccionadas caíram 0,14 por cento, de acordo com cálculos feitos com base nos números divulgados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (NBS) da China, que tinham reflectido uma contração de 0,07 por cento em Janeiro. Entre as localidades mencionadas, 45 registaram reduções nos preços da habitação em comparação com 42 em Janeiro, enquanto 18 – incluindo algumas importantes como Pequim, Xangai e Shenzhen – a registarem aumentos, menos do que no mês anterior (24). Os cálculos efectuados com base nos dados do NBS reflectem igualmente uma redução de 0,34 por cento no preço das casas em segunda mão em Fevereiro, a mesma taxa que no mês anterior. No caso deste tipo de imóveis, 65 das 70 cidades registaram descidas, duas mantiveram-se ao mesmo nível de Janeiro e três registaram subidas. Nos últimos meses, as autoridades chinesas anunciaram medidas para travar a queda do mercado imobiliário, uma questão que preocupa Pequim devido às implicações para a estabilidade social, uma vez que a habitação é um dos principais veículos de investimento das famílias chinesas. Uma das principais causas do recente abrandamento da economia é precisamente a crise no sector imobiliário, cujo peso no Produto Interno Bruto (PIB) chinês – somando os factores indirectos – foi estimado em cerca de 30 por cento por diferentes analistas.
Hoje Macau China / ÁsiaOposição anuncia referendos sobre pena de morte e lei marcial em Taiwan O principal partido da oposição de Taiwan anunciou ontem a realização de referendos sobre a abolição da pena de morte e sobre a lei marcial e acusou o Governo de instrumentalizar a ameaça da China. Em declarações divulgadas pela agência de notícias taiwanesa CNA, o presidente do Kuomintang (KMT), Eric Chu, explicou que o objectivo dos dois referendos é que a população “se manifeste e expresse a sua vontade”, opondo-se à “abolição de facto” da pena capital e exigindo que o governo não provoque “riscos de guerra ou a imposição da lei marcial”. Embora o Tribunal Constitucional de Taiwan tenha confirmado a constitucionalidade da pena de morte para os casos mais graves em Setembro, Chu queixou-se de que a exigência de que os tribunais emitam “decisões unânimes” sobre estes casos resultou numa “abolição de facto da pena de morte, o que impede que se faça justiça”. Relativamente ao segundo referendo, o líder da oposição denunciou que rotular a China como “força estrangeira hostil” com base em “posições pró-independência poderia levar ambos os lados do Estreito de Taiwan a uma situação de “quase-guerra”. Na passada quinta-feira, o líder do território, William Lai Ching-te, chamou à China uma “força estrangeira hostil”, num dos seus discursos mais duros desde que assumiu o cargo. Ontem, durante o mesmo encontro com a imprensa, um deputado do KMT, Lo Chih-chiang, argumentou que as 17 propostas de Lai para atenuar a influência da China e as operações de infiltração se assemelham a um “quase estado de lei marcial”, o que suscitou receios de guerra entre a população da ilha. “A promoção destes dois referendos é um esforço colectivo para proteger Taiwan e a democracia, utilizando mecanismos democráticos mais amplos para garantir a segurança de todos os cidadãos”, concluiu Chu. Aprovação em discussão Após o anúncio destas consultas, o líder do grupo parlamentar do Partido Democrático Progressista (DPP) Ker Chien-ming, classificou como “uma piada” a proposta do KMT de realizar um referendo sobre a lei marcial, afirmando que o próprio líder do território se opunha a tal medida e recordando que o Tribunal Constitucional já se pronunciou sobre a constitucionalidade da pena de morte. De acordo com a Lei do Referendo de Taiwan, os legisladores têm o poder de convocar consultas populares sobre questões políticas relevantes. Se for aprovada, a proposta poderá ser submetida a uma revisão a partir de 21 de Abril no parlamento, onde o KMT e o aliado Partido Popular de Taiwan detêm a maioria dos assentos, informou a CNA na sexta-feira. O anúncio destes dois referendos faz parte de uma luta política mais alargada entre o governo e a oposição taiwanesa, que tem usado a sua maioria para, entre outras coisas, rejeitar o orçamento apresentado pelo Executivo.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim condena sanções dos EUA contra a Tailândia A China criticou ontem as sanções impostas pelos Estados Unidos aos funcionários tailandeses envolvidos na deportação de 40 cidadãos chineses e acusou Washington de politizar a cooperação entre os países em matéria de segurança. “A deportação forçada e indiscriminada de imigrantes ilegais pelos Estados Unidos contrasta fortemente com as suas tentativas de atacar, difamar e impor sanções contra a cooperação legítima entre outros países em matéria de aplicação da lei. Trata-se de um acto típico de assédio”, declarou ontem a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, em conferência de imprensa. Mao Ning rejeitou o que chamou de “difamação maliciosa” e descreveu as restrições impostas por Washington aos funcionários tailandeses como “ilegais”, afirmando que a cooperação entre a China e a Tailândia foi efectuada “no âmbito das leis chinesas e tailandesas, do direito internacional e das normas globais”. Mao argumentou que as 40 pessoas repatriadas “deixaram a China ilegalmente” e ficaram “retidas na Tailândia durante 10 anos”. “O Governo chinês tem a responsabilidade de proteger os seus cidadãos, ajudá-los a reunir-se com as suas famílias e facilitar a sua reintegração na sociedade”, acrescentou. A porta-voz também criticou a posição de Washington, lembrando que, no ano fiscal de 2024, as autoridades norte-americanas deportaram mais de 270.000 imigrantes ilegais de 192 países, o número mais elevado desde 2014. “Os EUA usam os Direitos Humanos para manipular questões sociais, interferir nos assuntos internos da China e interromper a cooperação normal no âmbito da aplicação da lei”, disse. Respeito mútuo O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou recentemente sanções contra funcionários e ex-funcionários tailandeses pelo seu papel na deportação de 40 membros da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur para a China, argumentando que Washington está “empenhado em combater os esforços da China para pressionar os governos a deportar à força os uigures e outros grupos” que os EUA dizem enfrentar abusos no gigante asiático. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Tailândia defendeu no sábado a deportação, afirmando que o processo foi realizado “seguindo os princípios humanitários” e reiterou que Banguecoque “esclareceu este assunto em várias ocasiões com os países que manifestaram preocupação”, sublinhando que a relação com os EUA deve basear-se no “respeito mútuo”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Produção industrial aumenta 5,9% nos dois primeiros meses do ano O crescimento alcançado em Janeiro e Fevereiro superou as expectativas dos analistas A produção industrial da China subiu 5,9 por cento, em termos homólogos, nos dois primeiros meses do ano, acima da previsão dos analistas, segundo dados oficiais divulgados ontem. O ritmo de crescimento nos dois primeiros meses do ano é, no entanto, 0,3 por cento inferior ao atingido em Dezembro. Entre os três principais sectores em que o Gabinete Nacional de Estatísticas (NBS) do país asiático divide o indicador, o que mais contribuiu para a produção em Janeiro e Fevereiro foi a indústria transformadora (+6,9 por cento), seguida da indústria extractiva (+4,3 por cento) e da produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água, que registou um avanço de 1,1 por cento. A instituição destacou a retoma da produção em alguns segmentos, como a indústria de fabrico de automóveis (+12 por cento), os têxteis (+7 por cento) ou a indústria de processamento de alimentos (+8,3 por cento). O NBS divulgou também outros dados estatísticos, como as vendas a retalho – indicador-chave do estado do consumo -, que cresceram 4 por cento em termos homólogos, uma percentagem que está em linha com as previsões dos analistas e que é superior à de Dezembro (+3,7 por cento) e ao valor global para 2024 (+3,5 por cento). A taxa de desemprego oficial nas zonas urbanas situou-se em 5,4 por cento no final de Fevereiro, mais 0,2 por cento do que no final do primeiro mês do ano. O investimento em activos fixos aumentou 4,1 por cento, em termos homólogos, nos dois primeiros meses do ano, ultrapassando também fortemente o registo anterior (+3,2 por cento) e as previsões dos analistas (+3,6 por cento). Nos segmentos em que se divide este último indicador, o investimento destinado ao sector primário (agricultura, mineração, pescas, silvicultura) avançou 12,2 por cento, enquanto o destinado à indústria aumentou 11,4 por cento e o destinado ao sector terciário (serviços) 0,7 por cento. Queda abrandada O investimento em promoção imobiliária caiu 9,8 por cento nos dois primeiros meses do ano, um valor menor em comparação com a queda registada em 2024 (-10,6 por cento), no contexto de uma crise prolongada no sector, que tem pesado na recuperação económica do país asiático. O NBS publica os dados para Janeiro e Fevereiro em conjunto, a fim de evitar qualquer distorção decorrente da semana de férias do Ano Novo Lunar, que calha todos os anos em dias diferentes.
Hoje Macau China / ÁsiaManila | Centenas manifestam-se em apoio ao ex-presidente Duterte Centenas de pessoas manifestaram-se sábado na capital das Filipinas, Manila, para demonstrar apoio ao ex-presidente Rodrigo Duterte, acusado de crimes contra a humanidade pela sangrenta campanha antidroga que liderou. Duterte foi detido na terça-feira nas Filipinas pelas autoridades locais e, horas mais tarde, foi enviado para Haia, nos Países Baixos, onde compareceu sexta-feira perante os juízes do Tribunal Penal Internacional. “Tragam-no de volta” e “Apoiamos o presidente Rodrigo Duterte” foram algumas das frases mais repetidas durante a manifestação, que começou com uma oração pela saúde do antigo presidente, de 79 anos. Durante a presidência de Duterte, entre 2016 e 2022, cerca de 6.000 pessoas foram assassinadas em operações antidroga e execuções extrajudiciais, segundo dados da polícia. As estimativas são, no entanto, contestadas pelas organizações não-governamentais locais que afirmam que as operações culminaram na morte de mais de 30.000 pessoas. O ex-presidente foi detido na sequência de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional. O tribunal considera Duterte responsável por crimes contra a humanidade e diz existirem “motivos razoáveis” para acreditar que liderou um esquadrão da morte e usou o seu poder para levar a cabo execuções extrajudiciais. A investigação do tribunal sobre as execuções extrajudiciais iniciou-se em 2018 e, em 2021, foram associadas as autoridades e forças de segurança aos crimes cometidos, apesar de Duterte ter retirado o país da organização em 2019 numa tentativa de não ser implicado.