Qinghai-Xizang | Cientistas descobrem glaciar mais espesso do planalto

Cientistas identificaram o glaciar mais espesso do planalto Qinghai-Xizang, conhecido como a torre de água da Ásia, após a descoberta de um campo de gelo de quase 400 metros de espessura.

O campo de gelo, com uma espessura máxima mensurada de quase 400 metros, faz parte do glaciar Purog Kangri, no distrito de Tsonyi, na Região Autónoma de Xizang, sudoeste da China, de acordo com investigadores da Academia Chinesa de Ciências (CAS, em inglês), indicou o Diário do Povo.

A medição determinou que o glaciar Purog Kangri é agora o glaciar mais espesso do planalto Qinghai-Xizang, substituindo a calota de gelo Guliya na sub-região de Ngari.

Os glaciares contêm informações importantes sobre a história climática da Terra. Anteriormente, os cientistas perfuraram um núcleo de gelo de 308,6 metros de Guliya, que foi formado ao longo de um período de mais de 700.000 anos. Os cientistas estão actualmente a extrair núcleos de gelo do glaciar Purog Kangri, que acreditam conter gelo mais antigo.

“Actualmente, os glaciares em todo o mundo estão a recuar. Uma vez que derretam, os registos históricos encapsulados não seu interior também desaparecerão”, disse Lonnie Thompson, académico da CAS e membro da Academia Americana de Ciências.”Portanto, extrair e preservar núcleos de gelo é crucial para recuperar informações históricas”, acrescentou Thompson, que participou no processo de medição.

3 Out 2024

Registado progresso significativo em projectos-chave de Plano Quinquenal (2021-2025)

A China fez progressos significativos na implementação dos 102 principais projectos listados no 14º Plano Quinquenal (2021-2025), com realizações notáveis em sectores como infraestrutura de transporte, sistemas de energia e desenvolvimento verde, afirmou o principal planeador económico do país, citado pela Xinhua.

De acordo com a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR), são destaques das realizações que os projectos tiveram nos últimos anos itens como a rede de infraestruturas de transporte do país que tem sido fortalecida, com cerca de 95 por cento das áreas de serviços de vias expressas do país agora equipadas com instalações de carregamento. Um total de 151 centros logísticos nacionais foi incluído na lista de projectos de construção importantes emitida pela comissão em 2021, abrangendo 31 regiões de nível provincial.

Também em destaque está, face aos esforços da China para construir um sistema de energia moderno, o maior corredor de energia limpa do mundo construído ao longo do Rio Yangtzé. A capacidade total de geração de energia instalada da China ultrapassou 3 mil milhões de quilowatts, com as capacidades instaladas de geração de energia eólica e solar superando a energia a carvão.

Outros desenvolvimentos

A China tem também feito progressos coordenados no desenvolvimento urbano e rural desde 2021. Nesse período, começou a renovar cerca de 195 mil comunidades residenciais urbanas antigas, e aproximadamente 210 mil quilómetros de gasodutos antigos foram renovados em áreas urbanas, acrescenta a publicação.

A extensão total das estradas rurais da China era de 4,6 milhões de quilómetros até o final de 2023. A cobertura de água canalizada nas áreas rurais da China atingiu 90 por cento até ao final do ano passado, e cerca de 75 por cento das famílias rurais da China tinham acesso a banheiros sanitários.

O país tem se esforçado sistematicamente para promover o desenvolvimento ecológico, com áreas naturais protegidas que agora representam cerca de 18 por cento da área total da China. Liderados pelos esforços mais amplos da China para reduzir a poluição nos principais sectores, cerca de 80 por cento da capacidade nacional de produção de aço passou por uma actualização de emissões de carbono ultrabaixas.

3 Out 2024

Taiwan | Incêndio em hospital faz oito mortos enquanto tufão atinge a ilha

Pelo menos oito pessoas morreram ontem num incêndio num hospital no sul de Taiwan, quando a ilha está a ser atingida por ventos fortes e chuvas torrenciais causados pela chegada do tufão Krathon. O incêndio, cuja origem ainda está sob investigação, ocorreu na região de Pingtung, e as vítimas morreram devido a inalação de fumo, disseram as autoridades locais.

Militares de uma base próxima foram mobilizados para ajudar os médicos e os bombeiros na evacuação dos doentes e no apagar das chamas. Ambulâncias transferiram 176 pacientes para abrigos próximos e lonas foram utilizadas para proteger os restantes doentes da chuva torrencial.

O Krathon atingiu a densamente povoada costa oeste de Taiwan “perto do distrito de Xiaogang, em Kaohsiung, por volta das 12:40”, disse a Administração Meteorológica Central de Taiwan nas redes sociais.

A aproximação do tufão, com ventos máximos sustentados de 173 quilómetros por hora e rajadas de 209 quilómetros por hora, já tinha causado dois mortos e pelo menos 123 feridos em Taiwan, obrigando milhares de pessoas a abandonar zonas baixas ou montanhosas.

Um homem de 70 anos morreu depois de cair de uma escada enquanto cortava ramos de árvores na cidade de Hualien, no leste do país. Outro homem, de 66 anos, morreu, depois de o camião que conduzia ter embatido contra pedras caídas na estrada na região de Taitung. Duas pessoas foram dadas como desaparecidas.

Mais para vir

Os tufões raramente atingem a costa oeste de Taiwan, afectando, em vez disso, o lado montanhoso do leste da ilha.

Pelo menos 128 centímetros de chuva caíram na região costeira de Taitung nos últimos quatro dias e 43 centímetros na cidade portuária de Kaohsiung. As autoridades encerraram escolas e escritórios governamentais em toda a ilha e cancelaram todos os voos domésticos.

Na região de Hualien, mais de três mil pessoas foram retiradas de municípios vulneráveis a aluimentos de terra. Quase 200 pessoas na cidade de Tainan, no sudoeste, e mais de 800 residentes de Pingtung, no sul, também foram retiradas.

As autoridades de Kaohsiung, uma cidade de 2,7 milhões de habitantes que deverá ser directamente atingida pelo tufão, retiraram mais de 2.500 residentes de áreas onde podem ocorrer aluimentos de terra e lama.

O tufão provocou cortes de energia em quase 55 mil casas, de acordo com as autoridades. O Krathon atravessou na segunda-feira o norte das Filipinas, onde causou quatro mortes e deixou quase cinco mil pessoas desalojadas.

As tempestades tropicais são comuns em Taiwan de Julho a Outubro. No entanto, um estudo recente concluiu que estão a formar-se mais perto da costa, ganhando intensidade mais rapidamente e persistindo durante mais tempo após atingirem terra firme devido às alterações climáticas. No caso de Macau, os SMG destacam que a tempestade deverá enfraquecer após ter atingido Taiwan.

3 Out 2024

Médio Oriente | Israel declara Guterres ‘persona non grata’

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, anunciou ontem ter declarado o secretário-geral da ONU, António Guterres, “persona non grata” no país, criticando-o por não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel na noite de terça-feira.

“Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos”, disse Katz num comunicado.

Terça-feira, Guterres condenou o alargamento do conflito no Médio Oriente “com escalada após escalada” e apelou a um cessar-fogo imediato após o Irão atacar Israel com mísseis. “Condeno o alargamento do conflito no Médio Oriente com escalada após escalada. Isso deve parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo”, frisou o ex-primeiro-ministro português, através da rede social X.

Bola de neve

A publicação de Guterres surgiu pouco depois do início de um ataque com mísseis do Irão contra Israel.

“Em resposta ao martírio de [Ismail] Haniye, de Hassan Nasrallah e do mártir [Abbas] Nilforushan (ex-comandante da Guarda Revolucionária iraniana morto na sexta-feira Beirute), atacámos o coração dos territórios ocupados”, declarou a Guarda Revolucionária do Irão num comunicado divulgado pela agência noticiosa estatal ISNA.

Este anúncio iraniano surgiu depois de o Exército israelita ter informado que tinham sido disparados mísseis do Irão, pouco depois das 19:30 locais, e ordenado à população para procurar abrigo.

Guterres já se tinha manifestado “extremamente preocupado” com a escalada do conflito no Líbano, pedindo respeito pela “soberania e integridade territorial” deste país, horas depois de as Forças de Defesa de Israel (IDF) terem iniciado uma ofensiva terrestre para deter a ameaça da milícia xiita Hezbollah, cujo líder, Hassan Nasrallah, foi morto na sexta-feira num bombardeamento israelita em Beirute.

3 Out 2024

Xi Jinping diz a Putin estar disposto a trabalhar pela estabilidade global

O líder da China garantiu estar disposto a trabalhar “pela paz e estabilidade globais”, numa mensagem enviada ao homólogo russo com quem trocou felicitações a propósito dos 75 anos de estabelecimento de relações diplomáticas bilaterais.

Na mensagem a Vladimir Putin, citada pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua, Xi Jinping enfatizou que a colaboração entre Pequim e Moscovo “não beneficiou apenas os povos chinês e russo”. O aniversário “é uma oportunidade” para continuar a “esforçar-se para fazer novas contribuições para a manutenção da estabilidade e da paz global”, disse o líder chinês.

Xi destacou os progressos alcançados na última década, em que “os laços políticos e económicos entre a China e a Rússia fortaleceram a confiança mútua e alcançaram resultados concretos em diversas áreas de cooperação”.

O líder chinês enfatizou o papel da China e da Rússia na “promoção de um mundo multipolar mais equitativo e de uma globalização económica inclusiva”.

Por seu turno, Putin recordou que a antiga União Soviética foi o primeiro país a reconhecer a República Popular da China, um dia após a sua fundação, a 1 de Outubro de 1949. O Presidente russo sublinhou que as relações entre a Rússia e a China “resistiram ao teste do tempo” e que hoje estão “no auge”, de acordo com a Xinhua.

Putin sublinhou que a China e a Rússia “estão empenhadas em promover uma ordem mundial mais justa e equilibrada”. O líder russo manifestou confiança de que o consenso alcançado com Xi nos últimos anos “promoverá a segurança e a estabilidade no continente euro-asiático e à escala global”.

Apertos de mão

Em Fevereiro de 2022, pouco antes do início da invasão russa da Ucrânia, Xi e Putin proclamaram em Pequim uma “amizade ilimitada” entre as duas nações. Desde então que a China e a Rússia têm defendido que a sua relação “não ameaça nenhum país” e que “promove a multipolarização do mundo” por oposição ao que descrevem como a hegemonia dos Estados Unidos.

Pequim, que não condenou a invasão da Ucrânia e demonstrou uma posição ambígua em relação ao conflito, negou ter laços militares com a Rússia, mas solicitou a realização de uma conferência de paz para a Ucrânia “reconhecida por todas as partes” para retomar o diálogo.

Em 2023, o comércio bilateral entre a China e a Rússia atingiu um nível recorde. Xi Jinping deverá participar na cimeira dos Brics em Kazan, no oeste da Rússia, este mês, onde deverá reunir-se com Vladimir Putin.

3 Out 2024

OMC | Pequim apresenta queixa contra tarifas do Canadá a eléctricos chineses

As disputas comerciais entre a China e o Canadá continuam a provocar queixas de Pequim junto da Organização Mundial do Comércio. Pequim acusa o Canadá de seguir orientações dos Estados Unidos e de violar os princípios da economia de mercado e da concorrência leal

 

A China disse ontem que apresentou uma queixa junto da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas pelo Canadá aos veículos eléctricos e ao aço e alumínio vindos do gigante asiático. Em Agosto, o Canadá impôs uma sobretaxa de 100 por cento às importações de veículos eléctricos chineses, bem como uma tarifa de 25 por cento sobre o aço e o alumínio do gigante asiático, que entraram na terça-feira em vigor.

O Ministério do Comércio da China anunciou a apresentação da queixa e acusou o Canadá de “ignorar factos objectivos, normas económicas e comerciais internacionais, objecções e desânimo de muitas partes”.

O comunicado divulgado no portal do ministério na Internet criticou ainda o Canadá por “insistir em seguir certos países para tomar medidas de contenção unilateral medidas contra a China”, em referência aos Estados Unidos.

As tarifas do Canadá são idênticas às impostas pelos Estados Unidos para contrariar o afluxo de automóveis subsidiados por Pequim.

A China argumentou que as acções canadianas “violam os princípios da economia de mercado e da concorrência leal, prejudicam gravemente a cooperação económica e comercial normal entre as empresas chinesas e canadianas, afectam gravemente as relações económicas e comerciais entre os dois países e perturbam a cadeia industrial global e a cadeia de abastecimento”.

O ministério instou o Canadá “a considerar a cooperação económica e comercial bilateral de uma forma racional e objectiva”, “a respeitar os factos e a cumprir as regras da OMC” e “a não se afastar cada vez mais do caminho correcto”.

“A China tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”, referiu o comunicado.

Mundo eléctrico

Na quarta-feira passada, a vice-primeira-ministra canadiana Chrystia Freeland disse que o país estava a ponderar seguir o exemplo dos Estados Unidos e proibir a venda de veículos conectados que incorporam tecnologias chinesas, apontando riscos para a segurança nacional.

A electrónica está cada vez mais integrada nos automóveis modernos, que podem ser ligados a dispositivos pessoais, outros veículos, infra-estructuras e aos seus fabricantes – incluindo automóveis eléctricos e automóveis autónomos.

Questionada em conferência de imprensa sobre a decisão do Departamento de Comércio dos EUA de proibir ‘software’ chinês nos veículos, Freeland destacou que o Canadá também tem “preocupações reais de segurança” sobre a tecnologia.

No início de Agosto, Freeland indicou também que o Canadá estava a considerar impor novos impostos sobre produtos minerais críticos, baterias, produtos de energia solar e semicondutores chineses. Também a União Europeia impôs sanções provisórias, de até 36 por cento, sobre as importações de veículos eléctricos chineses e que podem tornar-se definitivas até ao final de Outubro.

3 Out 2024

Pequim isenta de visto mais quatro países mas Portugal continua ausente

A China vai alargar a política de isenção de vistos para cidadãos de mais quatro países europeus – Eslovénia, Grécia, Dinamarca e Chipre -, uma medida que exclui Portugal, anunciou nos últimos dias a diplomacia chinesa em comunicados separados.

O alargamento surge depois de, no início do mês, Pequim ter incluído a Noruega na lista de países cujos cidadãos poderão permanecer no país asiático para turismo, negócios ou trânsito durante 15 dias, isentos de visto.

Os anúncios deste mês significam que no total 16 países europeus beneficiam agora da medida de Pequim, que está a tentar estimular o turismo internacional e o investimento estrangeiro, abalados pela pandemia da covid-19, durante a qual a China impôs um encerramento quase total das fronteiras.

Em Novembro passado, a China anunciou que os nacionais de França, Alemanha, Itália, Países Baixos e Espanha beneficiariam de uma isenção de visto unilateral.

Em Março, alargou a política para estadias de até 15 dias a mais seis países europeus — Suíça, Irlanda, Hungria, Áustria, Bélgica e Luxemburgo. Portugal, no entanto, continua ausente.

Mais facilidades

Nos últimos meses, o país asiático adoptou uma série de medidas para ajudar os viajantes internacionais. Os serviços de pagamento electrónico WeChat Pay e Alipay anunciaram no último ano várias medidas para disponibilizar os seus sistemas de pagamento aos utilizadores estrangeiros que visitam a China, que por vezes têm dificuldade em pagar no país e em utilizar determinados serviços.

Os estrangeiros que visitaram a China no primeiro semestre de 2024 mais do que duplicaram para 14,64 milhões, o equivalente a uma subida de 152,7 por cento em relação ao mesmo período de 2023.

Os dados da Administração Nacional de Imigração do país asiático revelaram que as entradas sem visto ultrapassaram 8,5 milhões, representando 58 por cento das viagens e um aumento de 190 por cento em relação ao ano anterior. No entanto, o número de estrangeiros continua aquém dos registos pré-pandemia, quando a China era visitada por cerca de 15 milhões de visitantes por ano.

30 Set 2024

Austrália enaltece esforços de Pequim para estimular economia

O responsável pelo Tesouro australiano saudou na sexta-feira os esforços da China para estimular a economia, cujo abrandamento “é prejudicial” para a Austrália, fornecedor de várias matérias-primas para o país asiático.

Jim Chalmers terminou, em Pequim, a primeira visita de um funcionário australiano de nível ministerial à China em sete anos, sinalizando uma melhoria nas relações bilaterais. Na capital chinesa, Chalmers afirmou que a economia australiana está a abrandar devido à incerteza económica global, às elevadas taxas de juro e ao abrandamento da economia da China.

“Quando são tomadas medidas para impulsionar a actividade económica e o crescimento da economia chinesa, sujeitas aos pormenores que serão divulgados atempadamente, consideramos que se trata de um desenvolvimento muito, muito bom para a Austrália”, adiantou.

A China é o maior comprador das exportações mais lucrativas da Austrália: minério de ferro e carvão.

“A nossa resiliência e prosperidade estão intimamente ligadas à economia da China e à economia global”, escreveu Chalmers num artigo de opinião publicado no jornal The Australian. O político australiano referiu que o seu departamento prevê que o crescimento económico anual chinês seja inferior a 5 por cento nos próximos três anos, a expansão mais fraca desde o final dos anos de 1970.

Durante a estada em Pequim, as duas partes reuniram-se no âmbito do Diálogo Económico Estratégico Austrália-China, reavivando as conversações outrora anuais destinadas a aumentar o comércio e o investimento, depois de um hiato de sete anos.

Em 2020, a China introduziu uma série de proibições comerciais oficiais e não oficiais sobre matérias-primas australianas, incluindo o carvão, o que custou aos exportadores australianos mais de 20 mil milhões de dólares australianos por ano.

O comércio bilateral atingiu um recorde de 327 mil milhões de dólares australianos, no ano passado, mais do dobro do valor registado em 2015, quando foi celebrado um acordo de comércio livre.

Oxigénio financeiro

No início desta semana, a China anunciou uma série de novas medidas para impulsionar a economia e reanimar o sector imobiliário em dificuldades. O banco central reduziu o rácio de reservas obrigatórias dos bancos em 0,5 por cento, permitindo uma injecção de um bilião de yuan nos mercados financeiros.

Também reduziu as taxas de juro dos empréstimos aos bancos comerciais e reduziu os pagamentos mínimos de entrada para algumas hipotecas.

30 Set 2024

Pequim “profundamente preocupada” com escalada das tensões no Médio Oriente

A China afirmou ontem estar “profundamente preocupada” com a situação no Médio Oriente, após a morte do líder do movimento islamita armado libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, em bombardeamentos israelitas no Líbano.

“A China está a acompanhar este caso com grande atenção e está profundamente preocupada com a escalada das tensões na região”, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em comunicado. “A China apela às partes envolvidas, em particular a Israel, para que tomem medidas imediatas para acalmar a situação e evitar que o conflito se alastre ainda mais ou fique fora de controlo”, sublinhou.

O exército israelita anunciou ontem estar a preparar “dezenas” de novos ataques contra o Hezbollah no Líbano. No total, 33 pessoas morreram e 195 ficaram feridas em ataques israelitas no Líbano no sábado, anunciou o Ministério da Saúde ao final da tarde.

O Hezbollah confirmou no sábado a morte do líder do movimento, Hassan Nasrallah, horas depois de o exército israelita ter anunciado que o líder xiita pró-iraniano tinha morrido no bombardeamento da sede da organização na sexta-feira, nos subúrbios sul de Beirute. Israel já tinha matado este mês o chefe das operações militares e das forças de elite, Ibrahim Aqil, num outro ataque em Beirute.

Extremos tocam-se

Israel e Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado diário desde 7 de Outubro de 2023, após o ataque do Hamas em solo israelita que desencadeou a actual guerra na Faixa de Gaza, levando a que dezenas de milhares de pessoas tenham abandonado as suas casas em ambos os lados da fronteira israelo-libanesa.

Os ataques de Israel contra o Hezbollah intensificaram-se de forma substancial nos últimos dias, após as autoridades militares de Telavive terem anunciado uma deslocação das operações da Faixa de Gaza para o norte do país. O Hezbollah integra o chamado “Eixo da Resistência”, uma coligação liderada pelo Irão de que fazem parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes Huthis do Iémen.

30 Set 2024

75º Aniversário | Xi Jinping reafirma compromisso com a paz mundial

O Presidente chinês reafirmou ontem o compromisso do país para com a estabilidade mundial e o progresso partilhado, numa cerimónia por ocasião do 75.º aniversário da fundação da República Popular da China, a 1 de Outubro.

Xi Jinping, também secretário-geral do Partido Comunista da China (PCC), sublinhou que o povo chinês está disposto a trabalhar com pessoas de todos os países para “salvaguardar a paz mundial e promover o desenvolvimento conjunto”, num contexto marcado por crescentes tensões geopolíticas, como as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente.

Estas declarações surgiram poucas horas depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, ter denunciado na Assembleia-Geral da ONU, no sábado, que “a força não pode substituir a justiça”, na sequência dos bombardeamentos israelitas no Líbano, nas últimas horas, e do agravamento da guerra na Faixa de Gaza.

Desde a invasão russa da Ucrânia, Pequim tem mantido uma posição ambígua, apelando ao respeito pela integridade territorial de todas as partes e às “legítimas preocupações de segurança”, ao mesmo tempo que reafirma o apoio à “solução dos dois Estados” e manifesta “consternação” pelos ataques israelitas em Gaza, mantendo reuniões com países árabes e muçulmanos.

Modelos a seguir

Na cerimónia, que teve lugar no Grande Salão do Povo, Xi atribuiu medalhas e diplomas honorários a líderes notáveis nos domínios do espaço, da medicina e da genética.

Entre os galardoados encontrava-se Wang Yongzhi, um pioneiro do programa espacial tripulado da China, que recebeu a título póstumo a Medalha da República, a mais alta condecoração estatal, sublinhando a ênfase da China na promoção do avanço científico e tecnológico do país.

Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento e antiga Presidente do Brasil, foi galardoada com a Medalha da Amizade, a mais alta condecoração para estrangeiros, em reconhecimento do papel no desenvolvimento das relações entre a China e o Brasil.

O Presidente chinês sublinhou a contribuição de amigos internacionais, como Dilma, para a amizade e o desenvolvimento da China.

Sublinhou ainda a importância da “unidade e cooperação internacionais” para enfrentar desafios globais e reiterou que a China manterá o foco no “desenvolvimento pacífico”.

Xi pediu aos cidadãos chineses para aprenderem com os heróis e os modelos a seguir, de modo a formarem “uma força poderosa para construir um país forte”, num discurso em sintonia com os relatos de ameaças crescentes vindas do exterior.

Além de reconhecer os cientistas militares e da genética agrícola mais destacados, a cerimónia reflectiu as prioridades estratégicas da China no processo de modernização e na procura da estabilidade social, num momento-chave para o desenvolvimento do país.

30 Set 2024

China / Defesa | Lei revista para “reforçar a formação dos estudantes”

A China reviu a Lei da Educação para a Defesa Nacional que passa a incluir a partir de agora “formação militar dos estudantes” e a promoção de eventos militares “unificados”, divulgou ontem o Ministério da Defesa.

O porta-voz do ministério, Zhang Xiaogang, disse ontem que a lei alterada, que entrou em vigor na semana passada após ter sido ratificada numa sessão legislativa, procura “reforçar a educação para a defesa nacional nos ‘campus’ universitários” e “alargar o seu âmbito e divulgação na sociedade”.

A Lei do Ensino da Defesa Nacional foi aprovada em 2001 e alterada anteriormente em 2018, recordou o porta-voz.

“Um país não pode subsistir sem Defesa, e um povo não pode viver em paz sem Defesa. A lei foi revista para manter a liderança do Partido Comunista da China (PCC) no trabalho de educação para a defesa nacional e para unificar as actividades relacionadas, coordenando o exército e os governos locais”, disse Zhang, em conferência de imprensa.

O porta-voz acrescentou que o objectivo é “melhorar ainda mais o sistema escolar de educação para a defesa nacional” e “sensibilizar os estudantes para o serviço militar, em conformidade com a lei”.

“Os departamentos competentes irão conceber a formação militar dos estudantes e as universidades e escolas secundárias irão implementar a formação em conformidade. Reforçarão a formação em matéria de competências militares e melhorarão a disciplina organizacional”, especificou.

O porta-voz afirmou ainda que a lei alterada procura “alargar o âmbito e os canais educativos para a defesa nacional”, de modo a que “todas as regiões e departamentos aproveitem os festivais, aniversários e actividades temáticas relacionadas para acolher actividades que incutam o amor pela defesa nacional”.

Apelou também aos intelectuais para que deixassem de “expressar uma insatisfação irrealista com o país” e reforçassem a sua “consciência política”, melhorando o seu sentido de identidade com o Partido Comunista e a nação.

26 Set 2024

Japão | Absolvição de Iwao Hakamada, o preso mais antigo no corredor da morte

Um tribunal japonês absolveu ontem Iwao Hakamada, que passou 47 anos no corredor da morte, de acordo com o veredicto do novo julgamento por homicídio a que foi submetido, depois de o primeiro ter sido anulado.

Hakamada, de 88 anos, foi condenado à morte em 1968 pelo assassínio de uma família e permaneceu na prisão até 2014, altura em que o tribunal anulou a sentença devido a dúvidas sobre a veracidade das provas e ordenou um novo julgamento, algo muito pouco habitual no país asiático.

A nova sentença, anunciada pelo juiz Koshi Kunii, do Tribunal de Shizuoka, reconhece que houve “falsificação de provas”, pelas quais Hakamada foi incriminado pela acusação e pelas autoridades encarregadas da investigação do caso.

Considerado o réu que mais tempo passou no corredor da morte em todo o mundo, o antigo pugilista profissional nascido em Shizuoka em 1936, foi condenado pelo homicídio, em 1966, do proprietário da fábrica onde trabalhava, a mulher e os dois filhos do casal, incendiando depois a casa.

O tribunal de Shizuoka concordou em voltar a julgar Hakamada depois de este ter insistido que as provas que o incriminavam tinham sido fabricadas contra ele.

Este veredicto marca a quinta vez no Japão do pós-guerra que um condenado à morte é absolvido após um novo julgamento. A última decisão judicial do mesmo género tinha sido tomada há 35 anos.

Com um estado mental debilitado após quase meio século atrás das grades, o antigo pugilista vai receber uma indemnização a determinar com base nos anos de prisão, desde que não haja recurso por parte da acusação. O novo veredicto pode ser objecto de recurso no prazo de duas semanas a contar do anúncio.

26 Set 2024

BRICS | Putin quer ver Erdogan na Rússia em Outubro

O Presidente russo, Vladimir Putin, declarou na quarta-feira esperar o homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, em Kazan, na Rússia, em Outubro, para a cimeira dos BRICS, um bloco económico a que a Turquia, Estado-membro da NATO, quer aderir.

“Envio os melhores votos ao Presidente da República da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Aguardo-o na Rússia, em Kazan. Penso que marcámos uma reunião bilateral para 23 de Outubro”, disse Putin ao Presidente do parlamento turco, Numan Kurtulmus, de visita a Moscovo.

“Estamos muito satisfeitos por desenvolver as nossas relações com a República da Turquia em todas as áreas”, acrescentou o chefe de Estado russo, classificando Rússia e Turquia como “bons vizinhos”. A última visita de Erdogan à Rússia foi em Setembro de 2023, quando esteve em Sochi, nas margens do mar Negro.

Porta aberta

A Turquia, cujas relações com os aliados ocidentais são por vezes tensas, anunciou no início de Setembro que tinha apresentado oficialmente o seu pedido de adesão aos BRICS.

Com quatro membros (Brasil, Rússia, Índia e China) quando foi fundado em 2009, este grupo de economias emergentes acolheu a África do Sul em 2010 e foi este ano alargado a vários outros Estados: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Egipto e Irão, parceiro económico e diplomático da Rússia.

Ancara, que manteve relações estreitas com Moscovo apesar da invasão russa da Ucrânia e da guerra ali travada desde Fevereiro de 2022, é o único membro da NATO que bateu à porta deste bloco económico.

Uma cimeira dos BRICS está agendada para entre 22 e 24 de Outubro, na cidade russa de Kazan. Além de Erdogan, é esperada a participação do Presidente chinês, Xi Jinping, do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e do Presidente iraniano, Massud Pezeshkian.

Juntamente com a ONU, a Turquia ajudou a estabelecer um acordo sobre cereais no Verão de 2022, que visava permitir as exportações dos cereais ucranianos através do mar Negro, apesar da guerra com a Rússia, que denunciou o acordo um ano depois.

26 Set 2024

Pequim “vai enriquecer” a sua parceria com Moscovo, defende MNE

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, disse ontem ao homólogo russo, Serguei Lavrov, que Pequim vai “enriquecer” a sua parceria com Moscovo, durante uma reunião à margem da Assembleia Geral da ONU.

No mesmo dia, num encontro com o homólogo ucraniano, Andrii Sybiha, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês assegurou que Pequim vai continuar a “envidar esforços para alcançar a paz o mais brevemente possível”, segundo um comunicado da diplomacia chinesa.

Durante a reunião com Lavrov, Wang disse que a China e a Rússia devem “continuar a erguer bem alto a bandeira do multilateralismo” e promover “um sistema mais justo e racional de governação global”.

O ministro chinês afirmou ainda que a China “apoiará plenamente” a Rússia para garantir o êxito da cimeira dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Kazan, a fim de “abrir um novo capítulo de cooperação” no âmbito deste grupo de países emergentes. Lavrov afirmou que a Rússia está “pronta a trabalhar com a China para promover um maior desenvolvimento das relações bilaterais”.

Por outro lado

Wang encontrou-se também com o seu homólogo ucraniano, Andrii Sybiha, a quem transmitiu que Pequim procura “manter o desenvolvimento estável das relações bilaterais”. O diplomata chinês sublinhou que Pequim sempre defendeu “a resolução pacífica dos conflitos”, algo que “continua a ser verdade para a questão ucraniana”.

“Também continuamos a acompanhar de perto a situação humanitária na Ucrânia. A China forneceu quatro lotes de ajuda até à data e está pronta a oferecer assistência adicional, dependendo das necessidades dos ucranianos”, disse.

Wang referiu ainda que a China “está pronta a manter a comunicação com todas as partes, incluindo a Ucrânia, num esforço para alcançar a paz numa data próxima”.

Sybiha, de acordo com a declaração chinesa, manifestou a vontade de construir uma parceria forte com a China, acrescentando que “a Ucrânia valoriza muito a posição da China relativamente à crise e os seus esforços de paz”.

Desde o início do conflito, a China tem mantido uma posição ambígua, durante a qual tem apelado ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção às “preocupações legítimas de todos os países”, referindo-se à Rússia.

Pequim também procurou contrariar as críticas de que apoia a Rússia na sua campanha na Ucrânia e apresentou um documento de posição de 12 pontos sobre o conflito em 2023 que foi recebido com ceticismo pelo Ocidente e por Kiev.

26 Set 2024

Finanças | China anuncia pacote de ajuda monetária para os mais pobres

A China anunciou ontem um “pacote de assistência em dinheiro” para pessoas em situação de pobreza extrema, órfãos e outros cidadãos necessitados, por ocasião do 75.º aniversário da fundação da República Popular, a 1 de Outubro.

Uma declaração emitida pelos Ministérios dos Assuntos Civis e das Finanças indica que o subsídio só pode ser utilizado uma vez, mas não especifica o montante nem a forma de o obter.

“Pedimos aos departamentos locais dos assuntos civis e das finanças que atribuam grande importância à emissão deste subsídio de subsistência único. Devem reforçar a coordenação para uma implementação conscienciosa”, de acordo com a nota.

De acordo com o Ministério dos Assuntos Civis, o “subsídio de subsistência único” deve ser atribuído antes de 1 de Outubro, para “transmitir prontamente o amor e a preocupação do Partido Comunista (PCC) para com os necessitados”.

As autoridades chinesas anunciaram na terça-feira um pacote de estímulos com medidas de apoio aos sectores financeiro e imobiliário e ao mercado bolsista, para relançar a recuperação da segunda maior economia do mundo, num contexto de receios quanto à capacidade de cumprir o objectivo de crescimento para este ano.

De acordo com os especialistas, o pacote de medidas anunciado é “um passo na direcção certa”, embora “seja insuficiente” para relançar a recuperação económica da China, a menos que acompanhado por um aumento da despesa pública, uma questão que poderá colidir com as preocupações sobre a sustentabilidade da dívida.

Um dos principais problemas da economia chinesa é o fraco consumo. Este pacote foi anunciado poucos dias antes do Dia Nacional, um período de férias de uma semana que permite a centenas de milhões de chineses viajar.

26 Set 2024

Pequim diz que relações militares com EUA estão a estabilizar-se pelo diálogo

A China afirmou ontem que as suas relações militares com os Estados Unidos estão a estabilizar, uma vez que as duas forças armadas estão novamente a manter diálogos estratégicos de alto nível para evitar erros de cálculo.

“As duas forças armadas mantêm uma comunicação de alto nível, mas também a nível político, e diálogos e intercâmbios institucionalizados em domínios especializados. Estes contactos têm como objectivo melhorar a compreensão mútua, evitar erros de cálculo e gerir e controlar os riscos”, disse o porta-voz do ministério da Defesa chinês, Zhang Xiaogang, em conferência de imprensa.

O governo dos Estados Unidos disse na quarta-feira que a China informou com antecedência sobre o primeiro lançamento público de um míssil balístico de longo alcance em décadas e agradeceu o aviso, dizendo que foi um passo na direcção certa.

O porta-voz Zhang afirmou que a política nuclear da China é “estável, consistente e previsível” e reiterou que o país sempre seguiu uma política de “não utilização prévia de armas nucleares e uma estratégia nuclear centrada na auto-defesa”.

“A China não se envolve em corridas ao armamento e compromete-se a não utilizar ou ameaçar utilizar armas nucleares contra Estados sem armas nucleares ou em regiões sem armas nucleares e mantém as suas capacidades nucleares ao nível mínimo necessário para a segurança nacional”, afirmou.

Rumo certo

A extrema opacidade do programa nuclear chinês suscitou críticas de países como os Estados Unidos, que estimam que o país asiático possui mais de 500 ogivas nucleares operacionais e poderá duplicar este número até 2030.

A porta-voz do Pentágono considerou positivo o facto de Pequim os ter informado: “É positivo e vai na direcção certa. Reduz o risco de quaisquer equívocos e erros de cálculo”, afirmou.

No final de Setembro, os altos responsáveis militares chineses e norte-americanos realizaram uma ronda de conversações em Pequim, depois de terem retomado as reuniões em Janeiro, que tinham sido suspensas durante dois anos devido à deterioração das relações.

26 Set 2024

China | PCC compromete-se a apoiar privados e sector imobiliário

O Partido Comunista Chinês comprometeu-se ontem a apoiar a economia privada, estabilizar o sector imobiliário e assegurar as despesas fiscais necessárias, durante um encontro entre os membros do Politburo.

“É necessário ajudar as empresas a ultrapassarem dificuldades”, afirmou-se no comunicado, divulgado pela imprensa estatal, após o encontro entre a cúpula do poder na China.

A reunião de alto nível, presidida pelo Presidente chinês, Xi Jinping, realizou-se depois de o banco central da China ter adoptado uma série de medidas de estímulo na terça-feira.

“É necessário olhar para a actual situação económica de forma abrangente, objectiva e calma”, afirmou o comunicado. “Temos que enfrentar as dificuldades, reforçar a confiança e aumentar efectivamente o sentido de responsabilidade e a urgência de fazer um bom trabalho económico”, acrescentou.

Durante a reunião, Xi advertiu também contra a inércia dos quadros na luta pelo crescimento económico. “O grande número de membros do Partido e de quadros deve ter a coragem de assumir a responsabilidade e ousar inovar”, afirmou.

Os dirigentes chineses reconheceram novos “obstáculos” para o crescimento da segunda maior economia mundial, mas destacaram que os “fundamentos da economia não mudaram”, nomeadamente “um vasto mercado e um grande potencial”.

“Ao mesmo tempo, surgiram novas situações e novos problemas” para a economia chinesa, lê-se no relatório sobre a reunião publicado pela agência noticiosa oficial Xinhua.

As autoridades chinesas comprometeram-se a reanimar o sector imobiliário do país, em resposta às “preocupações” expressas pelo público.

“Temos de dar resposta às preocupações das pessoas, ajustar as restrições à compra de casa, baixar as taxas de juro das hipotecas existentes (…) e promover a construção de um novo modelo de desenvolvimento imobiliário”, lê-se no documento oficial.

Cortes e medidas

O sector da habitação e da construção representa há muito mais de um quarto do PIB da segunda maior economia do mundo, mas desde 2020 que tem vindo a sofrer com o endurecimento das condições de acesso ao crédito por parte de Pequim para os promotores imobiliários, a fim de reduzir o endividamento.

Esta situação levou alguns promotores à falência, enquanto a queda dos preços está a desencorajar os chineses de investir em imóveis.

A realização de uma reunião do Politburo para discutir assuntos económicos em Setembro é uma medida rara.

“A mensagem é forte e pretende reavivar a confiança e reforçar as expectativas”, afirmou Li Xuenan, professor de finanças na Cheung Kong Graduate Business School, em Pequim, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. “Pequim está ansioso para evitar que os riscos de queda se tornem auto-realizáveis”, observou.

No âmbito das medidas divulgadas na terça-feira, o banco central da China anunciou cortes de meio ponto percentual na taxa de juro das hipotecas e no rácio de reservas obrigatórias – o montante de dinheiro que os bancos comerciais devem manter como reservas. Também reduziu a taxa directora de referência em 0,2 por cento e revelou novos instrumentos para impulsionar os mercados de capitais.

Após o comunicado do Politburo, o índice Hang Seng de Hong Kong alargou os seus ganhos para 3,6 por cento na tarde de ontem, e o índice Hang Seng Tech subiu até 6,7 por cento. O Índice Composto de Xangai também subiu 2,9 por cento.

26 Set 2024

Diplomacia | Índia admite deterioração das relações com a China

A Índia admitiu ontem que as relações diplomáticas com a República Popular da China estão gravemente afectadas pelo avanço militar de Pequim, há quatro anos, no território reclamado entre as duas potências vizinhas.

Com vários pontos de fricção e uma grande presença de tropas dos dois países na linha de fronteira, “o desafio é ver como resolvemos as nossas diferenças porque, neste momento, as relações (entre a Índia e a China) estão significativamente muito perturbadas”, reconheceu o Ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Subrahmanyam Jaishankar.

A posição do ministro dos Negócios Estrangeiros indiano foi manifestada durante um debate que decorreu na terça-feira à noite no Asia Society Policy Institute, em Nova Iorque, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas.

As declarações do membro do Governo de Nova Deli surgem numa altura em que decorrem negociações entre os dois países, na sequência de um violento impasse fronteiriço, em 2020, que a Índia diz ter sido desencadeado pelo avanço ilegal de Pequim em território disputado.

O avanço da República Popular da China provocou a reacção da Índia levando a um confronto fronteiriço nos Himalaias ocidentais: tratou-se do pior conflito entre os dois países vizinhos em 45 anos e que causou a morte de pelo menos 20 soldados indianos e 76 feridos.

Desde essa altura, e na presença de um grande destacamento de tropas, a situação tem-se mantido tensa, apesar das numerosas rondas de negociações no sentido de fazer diminuir as tensões e reduzir o número de militares na região.

A Índia e a República Popular da China mantêm um confronto histórico em relação a algumas regiões dos Himalaias, como Aksai Chin, zona administrada por Pequim e que é reclamada pela Índia. O último confronto ocorreu no início de Abril, quando Pequim alterou unilateralmente o nome de 11 locais na região de Arunachal Pradesh, controlada por Nova Deli e reivindicada pela República Popular da China.

26 Set 2024

Tailândia / Cheias | Criador abate 125 crocodilos para evitar fuga

Uma quinta de crocodilos na Tailândia abateu 125 répteis por recear que estes fugissem durante as actuais inundações no país e pusessem em perigo a população, disse ontem o proprietário. “A chuva provocou a erosão das paredes da quinta e, infelizmente, tivemos de matar os 125 crocodilos”, disse Natthapak Khumkad, um criador da província de Lamphun, no noroeste do país. O proprietário disse ter, juntamente com os funcionários, electrocutado os crocodilos, que criavam “há 17 anos”, para evitar que escapassem e vagueassem pelo campo, livres para atacar pessoas e gado.

Fotos publicadas na conta da rede social Facebook mostram uma escavadora a retirar os restos dos répteis do recinto. O crocodilo siamês, que pode atingir os três metros de comprimento, é uma espécie endémica do Sudeste Asiático e está criticamente ameaçada na região. No entanto, continua a ser criado na Tailândia pela pele.

O criador acrescentou ter contactado as autoridades para colocar aqueles répteis num abrigo temporário até que as cheias abrandassem, mas o pedido foi rejeitado por os animais serem demasiado grandes.

26 Set 2024

Automóveis | Pequim contra a proibição dos EUA às tecnologias chinesas

O ministério do Comércio chinês declarou-se ontem contra o projecto do governo norte-americano de proibir a venda nos Estados Unidos de veículos conectados equipados com tecnologia chinesa e russa, alegando razões de segurança nacional.

O texto revelado na segunda-feira pelo departamento do Comércio dos Estados Unidos abrange programas informáticos e terminais que permitem a um veículo comunicar com o mundo exterior, nomeadamente para a assistência ao condutor e a condução autónoma.

“Esta decisão dos EUA não se baseia em quaisquer factos e viola os princípios da economia de mercado e da concorrência leal. É um caso típico de proteccionismo”, afirmou o ministério do Comércio chinês, em comunicado.

“Isto vai contra as regras da concorrência, na medida em que os Estados Unidos estão a usar o seu poder para interferir” no comércio, sublinhou o ministério, referindo-se à “coerção económica”.

O governo norte-americano não especificou quais os construtores ou modelos susceptíveis de serem abrangidos pelo âmbito de aplicação desta legislação, cujo texto será submetido a consulta durante 30 dias antes de ser finalizado.

Actualmente, não existem veículos de marca chinesa no mercado dos Estados Unidos, mas alguns construtores ocidentais, como a Volvo (grupo sueco controlado pela empresa chinesa Geely), a Polestar, a Buick (grupo GM) e a Lincoln (filial da Ford), vendem automóveis fabricados na China.

O fabricante americano Tesla também produz veículos eléctricos na China para exportação. A electrónica está cada vez mais integrada nos automóveis modernos e a maioria dos veículos está agora ligada à Internet através de um sistema de navegação.

O aparecimento de ‘software’ de assistência ao condutor e de condução autónoma aumenta ainda mais o risco de intervenção externa indesejada no controlo de um automóvel na estrada. “O acesso malicioso a estes sistemas pode permitir que os adversários acedam e recolham os nossos dados mais sensíveis e manipulem os veículos nas estradas americanas”, explicou o governo dos EUA.

26 Set 2024

Responsável pelo Tesouro da Austrália visita Pequim

O responsável pelo Tesouro da Austrália, Jim Chalmers, vai visitar Pequim esta semana, na primeira deslocação de nível ministerial do governo australiano à China em sete anos, sinalizando uma melhoria nas tensas relações bilaterais.

Chalmers parte para Pequim na quinta-feira para uma visita de dois dias. O último responsável pelo Tesouro australiano a visitar a China foi Scott Morrison, em 2017.

Chalmers disse ontem que o principal objectivo da sua visita é co-presidir o Diálogo Económico Estratégico Austrália-China com He Lifeng, presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, órgão máximo de planificação económica do país asiático.

As discussões centrar-se-ão no crescimento do comércio e do investimento com a China e nas oportunidades de cooperação entre as empresas australianas e chinesas, segundo documentos governamentais. “Este é outro passo muito importante para estabilizar a nossa relação económica com a China”, disse Chalmers, citado pela imprensa australiana.

“Fará parte dos esforços metódicos e coordenados do governo de Albanese para restabelecer o diálogo com a China, o maior parceiro comercial da Austrália”, acrescentou Chalmers. O diálogo foi realizado pela última vez em 2017.

Tempestade e bonança

As relações bilaterais atingiram o seu ponto mais baixo em 2020, depois de o governo de Morrison ter apelado a uma investigação independente sobre as origens da covid-19.

Em 2020, a China impôs uma série de proibições oficiais e não oficiais aos produtos australianos, incluindo carvão, algodão, vinho, cevada, carne de bovino, lagostas e madeira, que custaram aos exportadores australianos até 20 mil milhões de dólares australianos, por ano.

A maior parte desses obstáculos comerciais foram eliminados desde que o governo conservador foi destituído, após nove anos de mandato.

Em Novembro, Albanese tornou-se o primeiro primeiro-ministro australiano a visitar a China em sete anos. Em Junho, Li Qiang tornou-se o primeiro primeiro-ministro chinês a visitar a Austrália em sete anos. A Austrália tem um acordo de comércio livre com a China desde 2015.

26 Set 2024

Wall Street | Estímulos devem desencadear grande recuperação de acções

A gigantesca operação financeira levada a cabo pelo Banco Central da China deverá levar à estabilização do mercado e a um salto positivo na economia do país

 

O mais ambicioso pacote de estímulos para as praças financeiras chinesas desde a crise de 2015 levou alguns bancos e gestores de Wall Street a prever uma recuperação dos títulos mobiliários do país, após três anos em queda.

O Banco Popular da China (banco central) anunciou na terça-feira a compra de 800 mil milhões de yuan em acções, juntamente com a redução das taxas de juro, redução do rácio de reservas e outras medidas de apoio.

As medidas, sem precedentes na história recente do mercado bolsista chinês, de acordo com analistas, suscitaram uma valorização de 4,2 por cento na bolsa de Xangai, e de 4,1 por cento na bolsa de Hong Kong.

“Consideramos as medidas anunciadas como um passo absolutamente positivo, dada a sua natureza sem precedentes e os valores do financiamento prometido”, afirmou Laura Wang, estratega de acções do banco de investimento Morgan Stanley, numa nota.

“As medidas surpreendentes de apoio ao mercado [pelo Banco Popular da China] devem ajudar a melhorar o sentimento e a liquidez dos investidores e levar os mercados doméstico e estrangeiro a reagir positivamente no curto prazo”, acrescentou.

Na terça-feira, o banco central informou que as companhias de seguros, os gestores de activos e as empresas de valores mobiliários vão poder utilizar obrigações, fundos de acções negociados em bolsa e acções individuais de empresas do CSI 300, o índice com as principais empresas do país, como garantia para adquirir obrigações do tesouro.

As empresas públicas vão também poder recorrer a um novo mecanismo de empréstimo de 300 mil milhões de yuan criado pelo banco central para efeitos de recompra de acções.

O governador da instituição, Pan Gongsheng, afirmou que está também a ser preparado um fundo de estabilização do mercado. Os 800 mil milhões de yuan do pacote de estímulos equivalem aproximadamente a 3 por cento da actual capitalização bolsista do mercado de acções da China, de acordo com um relatório do Morgan Stanley.

“O sentimento de urgência pode convencer os investidores de que mais apoio político está a caminho”, observou Chaoping Zhu, estratega de mercado global da JP Morgan Asset Management, com sede em Xangai. “Vemos oportunidades de valor e de diversificação nas acções chinesas, tendo em conta a valorização dos mercados em todo o mundo”, apontou.

Salto positivo

O débil consumo doméstico, a queda dos lucros e a longa crise imobiliária têm corroído a confiança dos investidores na segunda maior economia mundial. O índice CSI 300 caiu cerca de 2 por cento este ano, após três anos de quedas sem precedentes, para negociar ao nível mais baixo em comparação com os pares mundiais.

O anúncio de estímulos pode desencadear um salto “maior do que o habitual” agora que as avaliações estão a níveis deprimidos, indicou Richard Tang, estratega da China e chefe de investigação do Julius Baer em Hong Kong.

“O apoio à liquidez sem melhorias macroeconómicas contínuas tem mais probabilidades de resultar em recuperações de curta duração”, apontou o documento do Morgan Stanley. “Gostaríamos de ver uma trajectória diferente desta vez, mas aconselhamos que é necessária mais paciência”, notou.

26 Set 2024

Shenzhen | Pequim pede a Tóquio reacção calma ao homicídio de rapaz japonês

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, disse ontem ao homólogo japonês esperar que Tóquio reaja “calma e racionalmente” ao homicídio de um rapaz japonês de 10 anos em Shenzhen. Depois do ataque da semana passada na cidade do sul da China, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, exigiu uma explicação e pediu a Pequim a garantir a segurança dos cidadãos japoneses.

Numa reunião com a ministra dos Negócios Estrangeiros japonesa, Yoko Kamikawa, em Nova Iorque, Wang afirmou que Pequim vai investigar e tratar o caso “de acordo com a lei”. “O Japão deve considerar esta questão de forma calma e racional e evitar politizar ou agravar o problema”, afirmou Wang, citado num comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Pequim “vai, como sempre, garantir a segurança de todos os cidadãos estrangeiros na China”, acrescentou. O rapaz de 10 anos foi esfaqueado a caminho de uma escola japonesa.

Embora o motivo ainda não tenha sido confirmado, o ataque ocorreu num dia altamente simbólico, o 93.º aniversário do “Incidente de Moukden”, um ataque japonês a uma linha de caminho-de-ferro que serviu de pretexto para a invasão da Manchúria pelo Japão, em 1931, e foi um prelúdio para a longa guerra sino-japonesa.

O dia 18 de Setembro é conhecido como o “Dia da Humilhação” na República Popular da China. O Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês declarou que Kamikawa “exigiu firmemente” que a China esclarecesse o caso, incluindo o motivo do homicídio, e punisse severamente o autor do crime.

Kamikawa pediu ainda que Pequim tome medidas contra “mensagens maliciosas e antijaponesas nas redes sociais, incluindo as mensagens sobre escolas japonesas, sem qualquer base factual”.

25 Set 2024

Pequim promete apoiar Venezuela independentemente das circunstâncias internacionais

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, assegurou ontem que a China vai continuar a apoiar a Venezuela na defesa da sua “soberania e dignidade nacional”, independentemente das mudanças no cenário internacional.

“A China e a Venezuela são bons amigos e parceiros e, independentemente da mudança das circunstâncias internacionais, a China continuará a apoiar a Venezuela na defesa da sua soberania e dignidade nacional, bem como no desenvolvimento económico e social do país”, disse Wang durante uma reunião, em Nova Iorque, com o seu homólogo venezuelano, Yván Gil, de acordo com um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Wang transmitiu as saudações do chefe de Estado chinês, Xi Jinping, e felicitou Nicolás Maduro pela sua reeleição como Presidente, uma posição que contrasta com a da União Europeia (UE), que reiterou ontem que não reconhece a legitimidade do Presidente venezuelano, segundo o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell.

As declarações reafirmam a posição diplomática da UE depois de o Parlamento Europeu ter aprovado esta semana uma resolução não vinculativa que reconhece Edmundo González como o legítimo vencedor das eleições venezuelanas de 28 de Julho.

“O povo venezuelano vai unir-se e ultrapassar os desafios, alcançando novos êxitos no desenvolvimento do país”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês.

Amizade duradoura

Gil sublinhou que, no ano passado, os Presidentes da Venezuela e da China elevaram as suas relações a uma “parceria estratégica infalível” e que este ano celebram o 50.º aniversário das suas relações diplomáticas, marcando um “momento-chave” na sua história bilateral.

De acordo com o ministro venezuelano, a Venezuela é “o parceiro mais fiável da China”, empenhada em reforçar ainda mais a cooperação para benefício mútuo dos dois povos.

A visita de Wang aos Estados Unidos faz parte da sua participação na 79.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, onde representará a China e procurará obter o apoio do Sul Global numa altura de fricção com o Ocidente.

O ministro, que estará em Nova Iorque até 28 de Setembro na qualidade de enviado especial de Xi, assistirá também ao debate de alto nível do Conselho de Segurança e manterá reuniões com os seus homólogos do Grupo dos Vinte países mais desenvolvidos e emergentes (G20) e dos BRICS.

25 Set 2024