Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | China defende participação da Europa nas negociações de paz Pequim defende a participação de representantes do continente europeu nas conversações para pôr fim à guerra na Ucrânia. Delegações da Rússia e dos EUA reuniram ontem em Riade O representante permanente da China na ONU, Fu Cong, disse ontem que Pequim saúda o acordo entre Estados Unidos e Rússia para iniciar conversações de paz sobre a Ucrânia, mas considerou imperativo que a Europa participe. “Esperamos que todas as partes envolvidas na crise na Ucrânia se empenhem no processo de diálogo de paz e cheguem a um acordo justo, duradouro e vinculativo aceite por todos”, disse Fu, durante uma sessão dedicada ao assunto, no Conselho de Segurança da ONU, cuja presidência rotativa é ocupada pela China em Fevereiro. As declarações de Fu, divulgadas ontem pela imprensa estatal, são as primeiras de um representante chinês sobre o acordo entre EUA e Rússia. O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, reuniram-se em Riade, num encontro que poderá conduzir a uma cimeira entre os Presidentes Donald Trump e Vladimir Putin. Assunto próximo O diplomata chinês espera que as partes “abordem as causas profundas desta crise através da negociação e encontrem um quadro de segurança equilibrado, eficaz e sustentável para alcançar uma estabilidade duradoura na região”. Fu considerou, no entanto, ser imperativa a participação da Europa nas negociações, já que o conflito “ocorre em solo europeu”. “A China tem defendido consistentemente a resolução pacífica de disputas e conflitos globais através do diálogo e da consulta”, algo que “se aplica ao problema da Ucrânia”, no qual Pequim “tem estado ativamente envolvida através da mediação diplomática”, mantendo contactos com todas as partes, afirmou. Defendeu também a proposta apresentada pela China há dois anos, uma iniciativa de 12 pontos que defendia o respeito pela soberania e integridade territorial de todas as nações, mas que também tinha em conta as “preocupações legítimas de segurança” dos países. Esta proposta foi recebida com cepticismo pelo Ocidente devido à ambiguidade demonstrada pelo país asiático durante o conflito e a sua aproximação a Moscovo. “A evolução da situação demonstrou que a proposta da China é objectiva, justa, racional e pragmática, reflectindo o amplo consenso da comunidade internacional”, defendeu o diplomata chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaNanjing | Dois dos últimos sobreviventes do massacre morrem com 99 e 89 anos Dois dos últimos sobreviventes do massacre de Nanjing, Yi Lanying e Tao Chengyi, morreram este fim de semana, com 99 e 89 anos, respectivamente, informou ontem a instituição que preserva a memória do evento. As mortes fixam em 28 o número de sobreviventes conhecidos, segundo o Centro de Memória das Vítimas do Massacre de Nanjing, cometido pelas tropas japonesas, no final de 1937. O massacre deixou uma marca profunda na vida de Yi Lanying, que enfrentou uma existência traumatizada pelo medo e pela ansiedade e desejou que as gerações futuras “nunca esqueçam as vidas inocentes que se perderam”, recordou o Centro de Memória, após a sua morte. Tao Chengyi, por sua vez, perdeu o pai, o tio e o primo nesse episódio que, segundo chegou a dizer, destruiu a sua infância. As histórias destas vítimas foram incluídas em 2015 no Registo da Memória do Mundo da Unesco. A 13 de Dezembro de 1937, o exército imperial japonês invadiu Nanjing, no leste da China, e nas seis semanas seguintes as suas forças incendiaram e saquearam a cidade, violaram em massa dezenas de milhares de mulheres e mataram entre 150.000 e 340.000 pessoas, segundo várias fontes históricas.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim diz que EUA recuaram gravemente na sua posição O Governo chinês contestou ontem a revisão de um documento informativo do Departamento de Estado norte-americano, que eliminou uma linha sobre a oposição dos Estados Unidos à independência de Taiwan. Os Estados Unidos “recuaram gravemente” na sua posição sobre Taiwan e enviaram a mensagem errada às “forças separatistas” da ilha, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun. “Exortamos os EUA a (…) deixarem de encorajar e apoiar a independência de Taiwan e a evitarem prejudicar ainda mais as relações entre a China e os EUA e a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, afirmou Guo, quando questionado sobre a revisão, em conferência de imprensa. O Departamento de Estado dos EUA retirou a frase “não apoiamos a independência de Taiwan” do documento informativo na semana passada. O documento sobre as relações dos Estados Unidos com a ilha autónoma está publicado no seu portal oficial. Não é a primeira vez que o Departamento de Estado remove a frase. Em Maio de 2022, o Departamento de Estado retirou a frase, mas voltou a colocá-la algumas semanas mais tarde, após um forte protesto da China. Não está claro por que o Departamento de Estado mudou a linguagem novamente e se isso sinaliza alguma alteração na política do Presidente Donald Trump, que voltou à Casa Branca no mês passado. Os EUA não reconhecem Taiwan como um país, mas são o seu mais forte apoiante e maior fornecedor de armas. A China, que afirma que Taiwan deve ficar sob o seu controlo, intensificou os exercícios militares em torno da ilha de 23 milhões de habitantes nos últimos anos. O documento informativo do governo dos EUA afirma esperar que “as diferenças sejam resolvidas por meios pacíficos, livres de coerção, de uma forma aceitável para as pessoas de ambos os lados”.
Hoje Macau China / ÁsiaJack Ma reaparece cinco anos depois num evento público com o Presidente Jack Ma, fundador do gigante do comércio eletrónico Alibaba, reapareceu ontem, num evento oficial promovido pelo Presidente chinês, Xi Jinping, após se ter mantido longe dos holofotes desde 2020, na sequência de atritos com as autoridades. Um vídeo divulgado pelo canal de televisão estatal CCTV mostra Ma a aplaudir, antes da entrada de Xi e de outros líderes do Partido Comunista da China (PCC), no início de um simpósio invulgar com executivos do sector privado, incluindo empresas como a Tencent, BYD, Huawei e DeepSeek (ver texto principal). A queda de Ma remonta ao final de 2020, quando proferiu um discurso polémico, no qual atacou a estratégia de Pequim para minimizar os riscos no sistema financeiro e os bancos tradicionais, que, segundo ele, eram geridos como “casas de penhores”. Dias depois, os reguladores chineses forçaram a suspensão da entrada em bolsa da subsidiária ‘fintech’ da Alibaba, a Ant Group, operadora da popular plataforma de pagamentos Alipay. O negócio, que descarrilou apenas 36 horas antes da data prevista para a sua realização, deveria ter sido a maior entrada em bolsa da história, permitindo à empresa arrecadar 34,5 mil milhões de dólares. Até então, Ma era o homem mais rico da China – é agora o oitavo com uma fortuna de 27,2 mil milhões de dólares, menos 44 por cento do que em 2021. O empresário não só era o grande rosto visível do desenvolvimento do sector privado no país asiático, como também era considerado praticamente intocável. Na sombra Depois das disputas com Pequim, Ma manteve-se discreto, a ponto de se especular que as autoridades o teriam proibido de sair do país ou que teria sido detido. A mudança, segundo os especialistas, chegou no início de 2023, quando o Ant Group cumpriu uma das principais exigências de Pequim: dissolver o poder de voto de Ma, o que muitos analistas interpretaram como o fim de uma campanha reguladora que tinha resultado em multas anti-monopólio contra a Alibaba e outras empresas proeminentes como a Tencent ou a Didi, a “Uber chinesa” . Nas palavras da empresa de consultoria Trivium China: “A campanha começou com Jack Ma e termina com Jack Ma”. Em Março do mesmo ano, o empresário reapareceu na China após notícias de que se tinha mudado para o exterior, e os especialistas anteciparam que Pequim esperava que o seu regresso servisse para estimular os esforços do Governo para recuperar a confiança do sector privado.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Xi Jinping recebe líderes do sector privado O encontro de alto nível entre as autoridades centrais e representantes do sector privado, alguns ligados às novas tecnologias, dá um novo sinal de confiança à economia doméstica O Presidente chinês, Xi Jinping, organizou ontem um simpósio com empresários, em Pequim, visando recuperar a confiança do sector privado, que foi abalado nos últimos anos por uma dura campanha regulatória. Xi proferiu um “discurso importante”, depois de ouvir vários líderes empresariais, informou a agência de notícias oficial Xinhua. Os pormenores do discurso ainda não foram publicados. A lista de convidados também não foi ainda difundida. Na única fotografia do evento divulgada, os empresários surgem de costas, o que torna difícil identificar com precisão quem está presente. O jornal de Hong Kong South China Morning Post avançou que Lei Jun, fundador e director executivo da Xiaomi, Jack Ma, fundador do Alibaba Group, Wang Chuanfu, presidente e director executivo do fabricante de veículos eléctricos BYD, e Ren Zhengfei, fundador e director executivo do grupo Huawei Technologies, são alguns dos nomes que circulam como possíveis participantes. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e o chefe do principal órgão consultivo da China, Wang Huning, também estiveram presentes. No ano passado, a China avançou com várias medidas para repor a confiança junto dos investidores, à medida que o consumo interno permaneceu débil e o ambiente externo trouxe novos desafios, com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. A reunião é interpretada como uma reviravolta de Pequim, que nos últimos anos lançou uma dura campanha regulatória contra as grandes empresas de tecnologia. Reunião de topo Em Dezembro de 2020, as autoridades reguladoras anunciaram a abertura de uma investigação antimonopólio sobre a Alibaba e suspenderam a entrada em bolsa da Ant, a sua filial de ‘fintech’, que seria a maior da história. Essa campanha incluiu investigações a empresas como a Tencent e a Didi, a “Uber chinesa”, por alegados riscos para a segurança dos dados dos utilizadores. Durante anos, o sector digital floresceu na China, não só graças ao enorme mercado do país, mas também a uma regulação pouco rigorosa – ou à sua aplicação – a que Pequim queria pôr termo. Xi não realiza este tipo de reuniões com frequência. Embora funcionários de nível inferior se tenham reunido regularmente com empresários, a última vez que Xi participou numa reunião de nível tão alto foi em Setembro de 2018. O investimento privado da China caiu 0,1 por cento, em termos homólogos, em 2024. A rápida evolução do progresso tecnológico do país – representada pelo sucesso do modelo doméstico de inteligência artificial DeepSeek – proporcionou aos decisores políticos uma nova via para o crescimento económico sustentável e aos investidores um motivo para renovado entusiasmo.
Hoje Macau China / ÁsiaTecnologia | Xi recebe líderes dos gigantes chineses O Presidente chinês, Xi Jinping, vai receber hoje os líderes dos gigantes tecnológicos do país, numa demonstração de apoio ao sector, segundo fontes citadas sexta-feira pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. De acordo com o jornal, entre 20 e 30 fundadores ou directores executivos de empresas em fase de arranque e de empresas já estabelecidas, como a Huawei, Tencent, Alibaba e Xiaomi, vão participar na invulgar “reunião de alto nível”. O encontro acontece semanas antes de a legislatura chinesa realizar a sua reunião anual, na qual o governo traça o roteiro económico para o próximo ano, e no meio da intensificação da guerra comercial com os Estados Unidos, após o regresso ao poder de Donald Trump. O jornal referiu que a legislatura procura enviar um sinal positivo ao sector privado, para reanimar a economia do país. A reunião também pode ser interpretada como uma reviravolta de Pequim, que nos últimos anos lançou uma dura campanha regulatória contra as grandes empresas de tecnologia. Durante anos, o sector digital floresceu na China, não só graças ao enorme mercado do país, mas também a uma regulação pouco rigorosa – ou à sua aplicação – a que Pequim queria pôr termo. No entanto, avanços como a plataforma e inteligência artificial DeepkSeek, que também estará presente na reunião, foram um golpe tecnológico importante para Pequim, face à guerra comercial de Trump. A Alibaba também revelou recentemente o seu próprio modelo de IA, o Qwen, que fará parceria com a Apple para permitir que os iPhones ofereçam o serviço Apple Intelligence na China, de acordo com o jornal de Hong Kong. Também estarão presentes no evento representantes da Huawei, e os chamados “seis pequenos dragões” da “mestria tecnológica” chinesa, que incluem, além da DeepSeek, os fabricantes de robôs Unitree e Deep Robotics, o estúdio de videojogos Game Science, o criador de ‘software’ de ‘design’ de interiores 3D Manycore e a BrainCo, que desenvolve produtos destinados a treinar o cérebro.
Hoje Macau China / ÁsiaNova Deli | Debandada mata pelo menos 18 pessoas Pelo menos 18 pessoas morreram numa debandada numa estação ferroviária na capital da Índia, Nova Deli, informou ontem a agência de notícias Press Trust of India. O ministro-chefe interino de Nova Deli, Atishi, disse que muitas das vítimas viajavam para Prayagraj, no norte da Índia, onde está a decorrer o festival Kumbh Mela, que origina anualmente a maior peregrinação hindu do mundo. A debandada aconteceu no sábado à noite, enquanto milhares de pessoas estavam reunidas na estação ferroviária de Nova Deli à espera de apanhar um comboio. O incidente ocorreu depois de alguns passageiros terem escorregado e caído sobre outros enquanto desciam de uma passagem que liga plataformas de comboios, disseram as autoridades. Sheela Devi, que estava no Hospital Lok Nayak Jai Prakash Narain, em Nova Deli, para recolher o corpo da nora, disse que um anúncio sobre uma mudança de plataforma de comboio criou confusão entre os passageiros, o que levou à debandada. O primeiro-ministro indiano Narendra Modi disse estar “angustiado com a debandada”. “Os meus pensamentos estão com todos aqueles que perderam os seus entes queridos. Rezo para que os feridos tenham uma rápida recuperação. As autoridades estão a auxiliar todos aqueles que foram afectados por esta debandada”, disse Modi, na rede social X. O ministro das Ferrovias, Ashwini Vaishnaw, disse que foi ordenada uma investigação para descobrir o que levou à debandada. Tragédias sucedem-se O incidente aconteceu um dia depois de pelo menos dez pessoas ter morrido e outras 19 ficado feridas, após um veículo que seguia para Kumbh Mela ter colidido com um autocarro. Os acidentes de trânsito são comuns na Índia devido às más condições das estradas, as condições precárias de alguns veículos e a falta de atenção às regras de trânsito por parte dos condutores. Nos últimos dias, os organizadores do Kumbh Mela proibiram a circulação de veículos na área do festival, depois de milhares de pessoas terem ficado presas em vários engarrafamentos, com uma extensão de mais de 200 quilómetros e alguns condutores a relatarem que precisaram de 12 horas para avançar 50 quilómetros. O Kumbh Mela realiza-se a cada 12 anos numa cidade diferente (entre Prayagraj, Ujjain, Nashik e Haridwar) e tem como auge um banho ritual que acontece na confluência dos rios Ganges, Yamuna e Saraswati. Os hindus, que representam quase 80 por cento dos mais de 1,4 mil milhões de habitantes do país, acreditam que um mergulho neste local considerado sagrado pode purificá-los de pecados passados e terminar o processo de reencarnação. Os bilhetes de comboio esgotaram ainda antes do Kumbh Mela começar, enquanto o custo dos bilhetes de avião disparou, levando milhões de pessoas a optar pela viagem de carro. A edição deste ano do festival, que dura seis semanas, ficou já marcada pela morte de pelo menos 30 pessoas numa debandada, em 29 de Janeiro.
Hoje Macau China / ÁsiaChina e Brasil reafirmam em Munique compromisso com a paz O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, reiterou, em Munique, num encontro com o conselheiro especial brasileiro Celso Amorim, o compromisso dos dois países em pôr fim à guerra na Ucrânia, afirmaram ontem as autoridades chinesas. Numa reunião à margem da Conferência de Segurança de Munique, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês e Amorim, enviado especial do Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmaram a boa saúde das relações bilaterais. Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China indicou que ambos destacaram o trabalho da plataforma “Amigos da Paz”, criada pelos dois países dentro da ONU para explorar soluções pacíficas alternativas para a guerra na Ucrânia, e comprometeram-se a desempenhar um papel construtivo na obtenção de uma solução política. A China e o Brasil têm pressionado os países em desenvolvimento para que apoiem um plano de paz, com seis pontos, que apresentaram em 2024, que descreve a invasão russa da Ucrânia como “uma crise”, pede “o fim da escalada ou provocação por qualquer das partes” e apela a uma conferência internacional de paz através de um “debate justo”. A iniciativa foi recebida com cepticismo por muitos países ocidentais e pela própria Ucrânia, principalmente devido à ambiguidade demonstrada por Pequim desde o início do conflito e ao seu apoio tácito a Moscovo. De braço dado Wang realçou que a China está disposta a trabalhar com o Brasil para continuar a cooperação, “praticar o verdadeiro multilateralismo, defender o papel fundamental das Nações Unidas e salvaguardar os direitos e interesses legítimos dos países do Sul Global”. Amorim disse ao diplomata chinês que o Brasil está aberto a continuar a trabalhar com o gigante asiático para “defender a justiça internacional”. Wang e Amorim concordaram ainda em aprofundar a cooperação na América Latina e no seio da comunidade BRICS de economias emergentes, cuja presidência rotativa foi assumida pelo Brasil este ano. A cimeira de chefes de Estado dos BRICS, formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, terá lugar no Rio de Janeiro nos dias 06 e 07 de Julho. Além dos países fundadores, nos últimos anos, o Egipto, os Emirados Árabes Unidos, a Etiópia, o Irão, a Indonésia e a Arábia Saudita juntaram-se ao bloco como membros de pleno direito, e a Bolívia, Cuba, a Bielorrússia, o Cazaquistão, a Malásia, a Tailândia, o Uganda, o Uzbequistão e a Nigéria juntaram-se recentemente como Estados associados. De acordo com dados oficiais, a China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2008. O mercado chinês foi o destino de 30 por cento das exportações brasileiras em 2023, ano em que totalizaram 104 mil milhões de dólares, constituídas maioritariamente por produtos alimentares e matérias-primas. A China mantém investimentos no Brasil de cerca de 40 mil milhões de dólares, sobretudo no setor energético.
Hoje Macau China / ÁsiaIlhas Cook discutem cooperação com Pequim O primeiro-ministro das Ilhas Cook disse ontem que falou com instituições chinesas sobre ciência marinha e cooperação económica, durante uma viagem à China, onde deve assinar uma parceria que suscitou preocupações na Nova Zelândia. Durante a viagem à China, que começou na segunda-feira e termina hoje, Mark Brown deve assinar um acordo de parceria com Pequim, cujos pormenores não são conhecidos. A Nova Zelândia, país com o qual as Ilhas Cook têm uma parceria de segurança, demonstrou preocupação com esta visita. Brown afirmou, em comunicado, que espera “poder partilhar mais informações nos próximos dias”, à medida que os principais acordos são finalizados. A viagem suscitou preocupações por parte do governo neozelandês sobre a alegada falta de transparência no acordo planeado entre as Ilhas Cook e a China, numa altura em que Pequim procura aumentar a influência no Pacífico Sul. As Ilhas Cook têm o seu próprio governo, mas a sua política externa e de defesa está sob o controlo da Nova Zelândia, que é obrigada a ajudá-las em situações de emergência. Em contrapartida, os cerca de 17 mil habitantes das Ilhas Cook têm cidadania neozelandesa e podem viver, trabalhar e aceder aos serviços públicos da Nova Zelândia. Para o bem comum Brown afirmou que, durante a visita, manteve conversações com instituições chinesas “sobre ciência marinha, resistência climática e cooperação económica” que “abriram a porta a novas áreas de colaboração”, incluindo a exploração em mar profundo e a aquicultura. “Quero garantir ao nosso povo que todas as conversas são guiadas pelo que é melhor para as Ilhas Cook: assegurar que as nossas parcerias apoiam o crescimento económico, a sustentabilidade ambiental e a soberania nacional”, afirmou o político. Brown já tinha garantido à Nova Zelândia que o acordo não teria impacto nas suas relações e que não haveria surpresas no domínio da segurança. A oposição nas Ilhas Cook não ficou satisfeita, tendo apresentado, na quarta-feira, uma moção de censura contra Brown por causa da tensão com a Nova Zelândia, segundo a imprensa local. As relações entre a Nova Zelândia e as Ilhas Cook, que foram uma colónia neozelandesa entre 1901 e 1965, não são as melhores, depois de Wellington ter rejeitado, em Dezembro, uma proposta do seu parceiro para poder utilizar o seu próprio passaporte e não o emitido pelas autoridades neozelandesas, como até agora. O Governo neozelandês indicou que o seu próprio passaporte equivaleria a alterar o estatuto de cidadania das Ilhas Cook e que isso implicaria a alteração da parceria.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Pequim saúda telefonema entre Trump e Putin A China afirmou ontem que o diálogo é a única saída para a guerra na Ucrânia e felicitou as conversações de quarta-feira entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o homólogo russo, Vladimir Putin. “A Rússia e os Estados Unidos são potências influentes e congratulamo-nos com o facto de estarem a reforçar o diálogo, que é a única forma de sair da crise”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Guo Jiakun, em conferência de imprensa. “Desde o início, o Presidente chinês, Xi Jinping, tem defendido conversações de paz”, acrescentou. Trump e Putin concordaram em iniciar “negociações imediatas” para pôr fim ao conflito. O porta-voz acrescentou que a China “continuará a esforçar-se” pela paz e desempenhará “um papel construtivo” na resolução da guerra. Desde o início da invasão russa, a China tem adoptado uma posição ambígua, apelando ao respeito pela integridade territorial de todos os países, incluindo a Ucrânia, e ao respeito pelas “legítimas preocupações de segurança” de todas as partes, em referência à Rússia. Pequim também condenou as sanções unilaterais contra Moscovo por “não resolverem os problemas” e apelou repetidamente a uma “solução política” para o conflito, avançado com uma proposta de paz, que foi então rejeitada por Kiev e os aliados ocidentais.
Hoje Macau China / ÁsiaInvestigação | Descoberta nova espécie de ave em Fujian Cientistas chineses descobriram dois fósseis com cerca de 149 milhões de anos, um deles, denominado Baminornis zhengheis, um vertebrado que foi classificado como ave, o que o torna a segunda espécie conhecida do Jurássico. Os fósseis, que foram estudados por uma equipa de investigação liderada pelo Professor Wang Min, do Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia de Vertebrados (IVPP) da Academia Chinesa de Ciências, foram descobertos na região de Zhenghe, na província de Fujian, no sudeste da China. As aves são o grupo mais diversificado de vertebrados terrestres. Estudos sugerem que a sua primeira diversificação remonta ao período Jurássico, há cerca de 145 milhões de anos, mas a escassez de registos fósseis dificultou durante muito tempo o estudo da história evolutiva mais antiga das aves. Ambos os fósseis, descritos na quarta-feira num artigo publicado na revista Nature, preenchem uma lacuna na história evolutiva inicial das aves e fornecem provas de que estes vertebrados se diversificaram no final do Jurássico. Em 1861, trabalhadores de uma pedreira na Baviera encontraram um esqueleto fóssil. Tinha penas e asas, pelo que era claramente uma ave, mas também tinha uma cauda comprida e garras afiadas. Era o Archaeopteryx, o fóssil de há cerca de 150 milhões de anos que levou à descoberta de que as aves actuais evoluíram a partir dos primeiros dinossauros. O Archaeopteryx foi considerado a única ave do Jurássico. Até agora. Achado extraordinário No novo estudo, os investigadores referem dois fósseis encontrados na região de Zhenghe, na província chinesa de Fujian, onde estão a ser encontrados numerosos fósseis do Jurássico Superior, conhecidos como a Fauna de Zhenghe. Um deles, denominado Baminornis zhenghensis, pertence a uma nova espécie de ave que viveu entre 149,9 e 150,2 milhões de anos atrás e tem uma combinação única de características, incluindo ombros e cinturas pélvicas semelhantes às das aves ornitotorácicas derivadas, bem como garras semelhantes às dos dinossauros não-aviários, capazes de agarrar e cortar. Estas características realçam o papel da evolução em mosaico no desenvolvimento das aves primitivas. Em particular, o Baminornis zhenghensis tem uma cauda curta que termina num osso composto chamado pygostyle, uma característica que também se observa em aves vivas e que tem funções aerodinâmicas. “Até agora, o registo mais antigo de aves de cauda curta era do Cretáceo Inferior. O Baminornis zhenghensis é a única ave do Jurássico com cauda curta e a ave mais antiga descoberta até agora, o que atrasa o aparecimento desta característica derivada das aves em quase 20 milhões de anos”, diz Wang. Os investigadores concluem que o Baminornis zhenghensis quase não derivou do Archaeopteryx e é uma das aves mais antigas do Jurássico. “Se dermos um passo atrás e reconsiderarmos a incerteza filogenética do Archaeopteryx, não temos dúvidas de que o Baminornis zhenghensis é a verdadeira ave do Jurássico”, afirma Zhou Zhonghe, coautor do estudo e investigador do IVPP. Num artigo “News & Views” publicado na mesma revista, Stephen Brusatte, da Universidade de Edimburgo, sublinha a importância deste achado “histórico” e explica que o Barminornis é mais semelhante às aves modernas do que o Archaeopteryx. De facto, observa, as suas características anatómicas indicam que provavelmente voava melhor do que o Archaeopteryx e “pode mesmo ter sido melhor voador do que algumas outras aves primitivas de vários milhões de anos mais tarde, do Cretáceo”. Em todo o caso, para saber como o Barminornis voava “será necessário efectuar estudos biomecânicos rigorosos” que ajudarão a compreender melhor este “fóssil extraordinário”.
Hoje Macau China / ÁsiaSMIC | Lucro da maior fabricante de ‘chips’ chinesa caiu 45% O maior fabricante de semicondutores da China, a Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC), anunciou ontem que registou um lucro líquido de cerca de 492,7 milhões de dólares em 2024, um declínio homólogo de 45,4 por cento. A empresa apresentou estes números numa declaração de contas provisória enviada à Bolsa de Valores de Hong Kong, na qual atribuiu a queda dos lucros “a menores rendimentos financeiros e queda no retorno dos investimentos”. No último trimestre do ano, o lucro líquido da SMIC caiu 38,4 por cento, para 107,6 milhões de dólares, embora o volume de negócios total tenha aumentado 31,5 por cento em termos homólogos, para 2,207 mil milhões de dólares. Ao longo do ano, as receitas cresceram 27 por cento, para 8,03 mil milhões de dólares, lê-se no documento. Olhando para o primeiro trimestre de 2025, a empresa tecnológica espera aumentar as suas receitas entre 6 e 8 por cento, em comparação com o último trimestre de 2024, enquanto para o ano inteiro, “se não houver mudanças significativas no ambiente externo”, prevê que o seu volume de negócios “cresça mais do que a média da indústria nos mesmos mercados”. De acordo com a TrendForce, a SMIC é o terceiro maior fabricante de semicondutores do mundo, com uma quota de mercado de 5,7 por cento. Está apenas atrás da Samsung da Coreia do Sul e do actor dominante do sector, a TSMC de Taiwan. No último trimestre, a empresa obteve 89,1 por cento das suas receitas na China, contra 80,1 por cento no final de 2023. De acordo com a imprensa local, isto mostra o seu compromisso com o mercado doméstico, face às sanções que lhe foram impostas por Washington em 2020. O sector dos semicondutores é fundamental para a China, pois é uma das pedras angulares dos seus planos para reforçar a sua auto-suficiência tecnológica e, assim, reduzir a dependência de países terceiros face à guerra comercial e a sanções impostas pelos Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaFentanil | Pequim pede aos EUA que assumam responsabilidades A embaixada da China no México apelou aos Estados Unidos que assumam responsabilidades pela crise do consumo de fentanil na sociedade norte-americana e deixem de culpar, caluniar e difamar outros países. “Tomámos nota de que, recentemente, a embaixada dos EUA no México criticou na sua conta na [rede social] X o facto de os precursores do fentanil nos EUA serem provenientes da China, culpando assim outro país”, afirmou o posto diplomático chinês, em comunicado. “A China é um dos países com as políticas antidroga mais restritas e rigorosamente aplicadas no mundo”, apontou a mesma fonte, acrescentando que “o problema do fentanil é um problema dos EUA”. A embaixada disse que, “num espírito humanitário, a China deu apoio aos Estados Unidos na sua luta contra o problema do fentanil” e, a pedido da parte norte-americana, anunciou em 2019 a classificação abrangente das drogas do grupo do fentanil como substâncias controladas, o primeiro país do mundo a fazê-lo oficialmente. O lado chinês “desenvolveu uma ampla cooperação antidroga com os EUA e alcançou resultados notáveis, o que é óbvio para todos”, frisou. “A parte norte-americana deveria ver e tratar objectiva e racionalmente o seu próprio problema do fentanil, em vez de caluniar, difamar e culpar outros países”, apontou. No dia 6 de Fevereiro, a embaixada dos EUA no México afirmou na X que “90 por cento das mortes por opiáceos nos Estados Unidos se devem ao fentanil que vem através do México e do Canadá, e cujos precursores vêm da China”. Quase 100 mil norte-americanos morreram em 2024 devido ao consumo de fentanil. Na semana passada, Trump anunciou que vai adiar por um mês uma taxa de 25 por cento que tinha anunciado sobre todos os produtos provenientes do Canadá e do México, na sequência de um acordo com ambos os países para reforçar o controlo das fronteiras e travar o tráfico de fentanil e a chegada de imigrantes.
Hoje Macau China / ÁsiaIA | Pequim contra politização da tecnologia após advertências de Vance A China opôs-se ontem à politização de questões que envolvem tecnologia, depois de o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, ter alertado contra a utilização da inteligência artificial por “regimes autoritários”, numa referência velada a Pequim. “Opomo-nos às práticas de categorização baseadas na ideologia, à generalização do conceito de segurança nacional e à politização das questões económicas, comerciais e tecnológicas”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Guo Jiakun, em resposta a uma questão sobre os comentários de J.D. Vance, na terça-feira, durante a cimeira da IA, em Paris. Guo acrescentou que a China “defende a tecnologia de IA de fonte aberta, promove a acessibilidade dos serviços de IA e atribui importância à segurança” desta nova tecnologia. Numa referência velada a Pequim, JD Vance alertou na terça-feira os Estados que podem ser tentados a entrar em parcerias com “regimes autoritários” que “nunca são benéficas a longo prazo”, referindo-se às exportações “fortemente subsidiadas” da China da sua tecnologia de quinta geração (5G). A cimeira de Paris sobre inteligência artificial reuniu líderes políticos e chefes de grandes empresas tecnológicas de todo o mundo, entre segunda e terça-feira. Cinquenta e oito países, incluindo a China, França e Índia (os dois co-organizadores do evento) assinaram uma declaração conjunta, a favor de uma IA “aberta” e “ética”, que não foi rubricada pelos Estados Unidos, que dominam este sector cada vez mais vital.
Hoje Macau China / ÁsiaCATL / HK | Fabricante de baterias prepara entrada na bolsa Se se concretizar, esta será a entrada com maior impacto na bolsa de Hong Kong desde 2021 A empresa chinesa Contemporary Amperex Technology (CATL), a maior fabricante de baterias para veículos eléctricos do mundo, iniciou ontem o processo para entrar na Bolsa de Valores de Hong Kong, segundo a imprensa local. De acordo com o jornal de Hong Kong South China Morning Post, se confirmada, seria a maior entrada na bolsa de Hong Kong, desde a da plataforma de partilha de vídeos Kuaishou, no início de 2021, que arrecadou cerca de 6,2 mil milhões de dólares. A CATL não revelou o valor proposto para a venda de acções ou o calendário do processo. A empresa já está listada desde 2018 na bolsa de valores da cidade vizinha de Shenzhen, na China continental. As suas acções naquele mercado subiram 0,71 por cento durante a sessão da manhã de ontem, embora tenham caído pouco mais de 2 por cento até agora este ano e permaneçam um terço abaixo do seu pico, que data do final de 2021. A CATL disse que vai utilizar parte do capital angariado através da entrada na bolsa de Hong Kong para projectos na Hungria, aprovados em 2022, que incluem um investimento de cerca de 7,34 mil milhões de euros numa fábrica com uma capacidade de produção de cerca de 100 gigawatts-hora (GWh) e que poderá entrar em funcionamento ainda este ano. Expansão eléctrica Em Dezembro, a CATL também formalizou um acordo com o grupo automóvel Stellantis para abrir uma fábrica em conjunto, perto de Saragoça, com um investimento de cerca de 4,1 mil milhões de euros. Prevê-se que o complexo esteja operacional em 2028, empregue cerca de três mil pessoas e produza um milhão de baterias por ano. “A CATL ambiciona expandir a sua presença global, uma vez que pode obter maiores lucros fora da China. Com vantagens em termos de produção e tecnologia em relação aos concorrentes internacionais, os operadores chineses do sector eléctrico são bem-vindos no estrangeiro, para localizarem a sua capacidade de desenvolvimento e fabrico”, afirmou Davis Zhang, um executivo da empresa de materiais de protecção de baterias Suzhou Hazardtex, citado pelo SCMP. A CATL, sediada na cidade de Ningde, no sudeste da China, é líder mundial no sector das baterias para carros eléctricos há oito anos, controlando 37 por cento da quota de mercado mundial, com clientes importantes como a Tesla e a BMW. No início de Janeiro, os Estados Unidos incluíram a empresa numa lista de companhias consideradas colaboradoras do exército chinês, uma decisão que a CATL classificou de “falsa designação”, avançando com uma acção judicial.
Hoje Macau China / ÁsiaMcDonald’s | Planeada abertura na China de mais mil restaurantes este ano A maior cadeia de comida rápida do mundo, a McDonald’s, planeia abrir cerca de mil novos restaurantes na China em 2025, quase metade dos 2.200 que vai inaugurar em todo o mundo. Numa conferência com analistas após a apresentação dos resultados do último trimestre, o director financeiro da empresa norte-americana, Ian Frederick Borden, revelou estes números, que no caso da China vêm na sequência do número de aberturas anunciadas nos dois últimos exercícios. “Estamos a assistir a sinais encorajadores de estabilização na China”, declarou o responsável sobre o desempenho da empresa no país asiático durante 2024, quando os lucros globais caíram 3 por cento, em relação ao ano anterior. Em 2024, o presidente executivo da McDonald’s, Chris Kempczinski, já tinha destacado o “forte crescimento” na China, apesar da pressão sobre a confiança dos consumidores face aos problemas de recuperação económica, e afirmou: “Faremos o que for preciso para manter a nossa competitividade nesse mercado”. A cadeia de hambúrgueres tem cerca de seis mil pontos de venda na China e tem como objectivo ultrapassar os dez mil até 2028. Actualmente, existem mais de 40 mil restaurantes McDonald’s em todo o mundo. No final de 2023, a McDonald’s anunciou um acordo para comprar a participação de 28 por cento que a empresa de investimento Carlyle detinha no seu negócio na China, por um valor estimado de 1,8 mil milhões de dólares, aumentando a sua participação de 20 por cento para 48 por cento, com o banco de investimento chinês Citic a controlar os restantes 52 por cento.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Pyongyang denuncia “acto militar hostil” A Coreia do Norte acusou na segunda-feira os Estados Unidos de cometer um “acto militar hostil”, depois de um submarino da Marinha norte-americana ter atracado na Coreia do Sul para reabastecimento. “Estamos muito preocupados com o perigoso acto militar hostil dos Estados Unidos, que pode levar o agudo confronto militar na região da Península Coreana a um conflito armado total”, destacou um porta-voz do Ministério da Defesa, citado num comunicado divulgado pela agência de notícias estatal KCNA. Pyongyang pediu aos Estados Unidos que “parem com as provocações que alimentam a instabilidade”, acusando-os de ignorarem as preocupações de segurança da Coreia do Norte. A agência de notícias Yonhap, da Coreia do Sul, informou que o USS Alexandria, um submarino nuclear norte-americano, chegou na segunda-feira à base naval de Busan, na Coreia do Sul, na segunda-feira. Uma visita semelhante tinha ocorrido em Novembro. “As nossas forças armadas estão a monitorizar de perto o frequente aparecimento de activos estratégicos dos EUA na Península Coreana e estão prontas para utilizar todos os meios para defender a segurança e os interesses do Estado, bem como a paz regional”, sublinhou ainda o porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Norte. A Coreia do Norte enfatizou a importância de desenvolver as suas capacidades de autodefesa e referiu a promessa do líder Kim Jong Un, em Janeiro, de continuar o programa nuclear do seu país “por tempo indeterminado”. Bons velhos amigos O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou na sexta-feira a intenção de construir pontes com o regime norte-coreano de Kim Jong-un. “Acho que é uma grande vantagem para todos que eu me dê bem com ele. Eu gosto dele, quer dizer, eu dou-me bem com ele, ele dá-se bem comigo. E isso é uma coisa boa, não é uma coisa má”, frisou o republicano. Mas a Coreia do Norte respondeu que as armas nucleares que possui não são moeda de troca para negociar, mas uma força para deter ameaças, e justificou o reforço do armamento com as aspirações geopolíticas do Ocidente. A declaração sugere que Pyongyang não tem interesse em voltar à mesa de negociações com Washington. No primeiro mandato enquanto Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump propôs à Coreia do Norte acabar com as armas nucleares em troca de apoio no desenvolvimento económico. A mensagem norte-coreana mencionou ainda as recentes declarações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e da União Europeia, que reafirmaram que não vão reconhecer a Coreia do Norte como potência nuclear. Pyongyang acusa o Ocidente de ser uma força desestabilizadora da paz. Pyongyang denunciou, além disso, a crescente participação dos países da NATO e da Europa nas manobras militares em torno da península coreana, acusando-os de procurarem o confronto e o desarmamento do país asiático, não por razões de segurança, mas para “atingir os seus objectivos políticos e militares impuros”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Reforçadas regras para publicação de informações militares na Internet A China vai impor novas regras que limitam a informação que pode ser partilhada sobre o Exército de Libertação Popular (ELP) na Internet, que poderão dificultar o acompanhamento do seu desenvolvimento e evolução. De acordo com uma circular emitida pelas Forças Armadas do país, os “fornecedores de informações militares na Internet” serão proibidos, a partir de 1 de Março, de “produzir, copiar, publicar ou divulgar” informações anteriormente não divulgadas, incluindo pormenores sobre sistemas de armamento e instalações militares. As novas regras proíbem a publicação de informações que envolvam “segredos militares e de tecnologia de defesa nacional”, tais como “investigação e desenvolvimento, produção, testes, transporte, estado do equipamento e manutenção de armas e equipamento, [bem como] desempenho táctico e técnico de armas e equipamento”. Proíbe igualmente a divulgação de informações sobre a estrutura organizacional das forças armadas, a sua cadeia de comando, os comandantes anteriores e pormenores sobre unidades militares que não tenham sido divulgados oficialmente. As regras, que também visam “informações militares falsas e a fuga de segredos militares na Internet”, foram adoptadas pela Comissão Militar Central e pela Administração do Ciberespaço da China no sábado. De acordo com especialistas citados pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, muitos utilizadores da Internet que seguem o ELP serviram como fonte de informações valiosas sobre o seu desenvolvimento, publicando fotografias de novos equipamentos, como caças e porta-aviões. No entanto, as autoridades consideram agora que essas informações “põem em risco a segurança nacional” e podem tornar os dados sensíveis “vulneráveis à exploração por espiões estrangeiros”. Limpar as armas A nova directiva proíbe a publicação de informações que “neguem ou ataquem a política de defesa nacional e a estratégia militar da China”, incluindo a “construção, desenvolvimento e utilização de forças nucleares estratégicas”. A circular estabelece igualmente que os utilizadores das redes sociais que pretendam ser identificados como “contas militares” devem cumprir uma série de requisitos, incluindo o fornecimento de dados pessoais e o registo junto das autoridades militares e do ciberespaço. Nos últimos anos, a China apelou à mobilização de “toda a sociedade” para “prevenir e combater a espionagem” e anunciou uma série de medidas para “reforçar a defesa nacional” contra as “actividades dos serviços secretos estrangeiros”. Desde 2024, o ELP tem levado a cabo uma ampla campanha anticorrupção que resultou no despedimento de pelo menos nove generais e de vários executivos da indústria da Defesa.
Hoje Macau China / ÁsiaEspaço | Criada equipa de defesa planetária face a possível embate de asteroide A China começou a reunir uma equipa de defesa planetária, na sequência da descoberta de um grande asteroide que poderá atingir a Terra dentro de sete anos, avançou ontem a imprensa local. De acordo com o jornal South China Morning Post, a Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria para a Defesa Nacional da China está à procura de profissionais com experiência em monitorização de asteroides e sistemas de alerta precoce. A iniciativa está em linha com a estratégia de defesa planetária mais alargada do país asiático, que inclui uma missão de desvio de asteroides planeada para 2027. A China tem estado a trabalhar no desenvolvimento de tecnologias para seguir, analisar e potencialmente alterar a trajectória de objectos próximos da Terra. A NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA) tiveram programas semelhantes no passado. Na sexta-feira, a ESA actualizou para 2,2 por cento a probabilidade de o asteroide 2024 YR4 atingir a Terra em 2032, colocando-o no topo da lista de risco da agência. O asteroide, com uma largura estimada entre 40 e 90 metros, foi descoberto pelo Instituto de Astronomia da Universidade do Havai no final de Dezembro. A descoberta activou mecanismos globais de resposta a asteroides, depois de as probabilidades de impacto com a Terra terem ultrapassado um limiar de monitorização internacional. Defesa a três O anúncio da Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria para a Defesa Nacional da China visa o recrutamento de três profissionais para um “posto de defesa planetária”. O centro, que é responsável pela investigação e implementação de engenharia aeroespacial e pela observação da Terra, está a recrutar licenciados para estudar a monitorização de asteroides e criar métodos de alerta precoce, de acordo com o anúncio, publicado na conta WeChat da revista China Space Science and Technology. Existem vários métodos que podem ser utilizados para tentar impedir que um asteroide atinja a Terra. No primeiro teste de defesa planetária bem-sucedido do mundo, em 2022, a agência espacial norte-americana Nasa alterou a trajectória de um asteroide ao provocar um embate contra uma nave. Os cientistas poderão seguir o 2024 YR4 até Abril de 2025, com a próxima oportunidade de observação a chegar em 2028. No início de Fevereiro de 2025, a NASA colocou o asteroide no nível 3 da Escala de Perigo de Impacto de Torino, uma classificação que indica uma situação que merece atenção, mas não preocupação imediata.
Hoje Macau China / ÁsiaXangai | Nova fábrica de baterias da Tesla começa a funcionar A fabricante norte-americana de veículos eléctricos Tesla iniciou ontem a produção numa nova fábrica de baterias de armazenamento na metrópole de Xangai, no leste da China, informou a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. O complexo começou a ser construído no final de Maio de 2024 e deveria ter começado a funcionar antes do final do ano, com o objectivo de se tornar uma “base de produção e exportação muito importante”, segundo um responsável da empresa. A imprensa oficial sublinhou, no entanto, que o tempo decorrido entre o lançamento da primeira pedra e a inauguração das instalações foi de apenas oito meses, e enalteceu o que descreveu como “velocidade Tesla”: em 2019, a ‘gigafábrica’ da empresa norte-americana em Xangai foi construída em apenas um ano. Neste novo complexo, a Tesla vai fabricar os seus ‘Megapacks’, baterias de armazenamento de energia utilizadas para estabilizar as redes eléctricas e evitar cortes de energia. De acordo com a empresa, cada ‘Megapack’ pode armazenar mais de três megawatts-hora (MWh) de energia, “o suficiente para alimentar uma média de 3.600 casas durante uma hora”. A capacidade de produção inicial está estimada em cerca de 10 mil unidades do dispositivo por ano, o que equivale ao consumo anual de electricidade de 50 mil casas. De acordo com as autoridades locais, a Tesla investiu cerca de 1,45 mil milhões de yuan na fábrica, situada num terreno de 200 mil metros quadrados. A Tesla já tem uma destas ‘megafábricas’ em Lathrop, no estado da Califórnia, no sudoeste dos EUA, onde fabrica cerca de 10 mil baterias por ano, que somam um armazenamento de cerca de 40 gigawatts-hora (GWh). Laços poderosos Em 2019, a Tesla abriu a sua primeira ‘gigafábrica’ fora dos Estados Unidos em Xangai. A fábrica produziu cerca de 947 mil veículos em 2023, o que, de acordo com a Xinhua, representou pouco mais de metade das vendas globais da empresa. Desde 2019, a Tesla intensificou o seu investimento na Zona de Comércio Livre de Lingang, a área de Xangai onde tem operações, expandindo a produção na sua ‘gigafábrica’ e construindo instalações adicionais, como uma fábrica de produção para os seus ‘supercarregadores’ de veículos eléctricos. O presidente executivo da Tesla, Elon Musk, que é o homem mais rico do mundo e um aliado próximo do novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mantém boas relações com as autoridades da China, país que visitou várias vezes e onde tem um dos seus principais mercados.
Hoje Macau China / ÁsiaIA | Governos provinciais na China começam a utilizar DeepSeek Vários governos locais na China começaram a incorporar o modelo de inteligência artificial (IA) DeepSeek para ajudar nas tarefas administrativas e melhorar a assistência às necessidades públicas, informou ontem a imprensa local. Grandes cidades como Shenzhen, Cantão ou Suzhou aderiram já ao novo grande modelo de linguagem chinês, segundo o jornal oficial Global Times. O distrito de Longgang, em Shenzhen, instalou o modelo Deepseek-R1 na sua rede externa com acesso a todos os departamentos, enquanto Suzhou, na província de Jiangsu, junto a Xangai, incorporou este modelo e também o Deepseek-V3 na sua plataforma de tecnologias de informação de serviço público. “O objectivo é fazer da IA um assistente eficiente para as tarefas do governo e transformar a forma como as suas operações são conduzidas, tornando-a mais inteligente, colaborativa e orientada para os dados”, disse o director do Gabinete de Gestão de Dados e Serviços Governamentais de Shenzhen, Xi Wei, citado pelo portal Shenzhen News. No caso de Suzhou, o modelo será aplicado para pesquisa e geração de imagens, entre outros fins. A DeepSeek causou uma grande agitação no sector global da IA após o lançamento, há algumas semanas, do seu modelo V3, que terá levado apenas dois meses a desenvolver e custou menos de seis milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | China não confirma conversa que Trump diz ter tido com Xi Jinping A China não confirmou ontem que o Presidente chinês, Xi Jinping, tenha falado com o homólogo norte-americano, após a sua tomada de posse, a 20 de Janeiro, como revelou Donald Trump na segunda-feira. Uma reunião entre os líderes das duas maiores potências mundiais poderia facilitar as relações bilaterais, ainda ameaçadas por uma potencial guerra comercial iniciada por Donald Trump. Numa entrevista transmitida pelo canal de televisão norte-americano Fox News, na segunda-feira, um jornalista perguntou a Donald Trump se tinha falado com Xi Jinping desde o início do seu segundo mandato. “Sim, falei com ele e também falei com as pessoas da sua equipa”, disse o Presidente norte-americano, embora nem Washington nem Pequim tenham alguma vez relatado esse telefonema. Questionado ontem sobre se a conversa efectivamente aconteceu, um porta-voz de Pequim limitou-se a recordar a conversa que teve lugar três dias antes da tomada de posse de Trump. “O Presidente Xi Jinping teve uma conversa por telefone com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia 17 de janeiro. A China emitiu uma declaração sobre o assunto”, disse Guo Jiakun, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa. Desde que tomou posse, Trump anunciou a imposição de taxas punitivas sobre os seus principais parceiros comerciais, incluindo a China, o México e o Canadá.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Governo vai estudar as tarifas de Trump sobre o aço O Governo japonês disse ontem que vai estudar os planos do Presidente dos Estados Unidos relativamente à imposição de tarifas na ordem dos 25 por cento sobre as importações de aço e alumínio. “Estamos cientes do que o Presidente Trump disse sobre o aço e o alumínio, a partir do Japão, vamos estudar cuidadosamente o conteúdo da medida que ele tomar e a sua influência e, posteriormente, tomaremos as medidas adequadas”, disse o porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, numa conferência de imprensa. Hayashi fez estes comentários quando questionado sobre o anúncio do Presidente Trump de impor tarifas recíprocas a outros parceiros comerciais e uma taxa de 25 por cento sobre as importações de aço e alumínio. “Não sei se o anúncio inclui o Japão, mas o acordo entre a Nippon Steel e a U.S. Steel é uma óptima forma de resolver a questão e, embora não saiba como será concretizado, penso que é assim que pretendem ultrapassar o problema”, afirmou Masakazu Tokura, presidente da maior organização patronal japonesa, a Keidanren, à estação pública NHK. Tokura referia-se aos últimos desenvolvimentos no processo de aquisição da U.S. Steel pela japonesa Nippon Steel.
Hoje Macau China / ÁsiaHK | Cigarros electrónicos vão ser proibidos em locais públicos Hong Kong vai proibir a posse e utilização de cigarros electrónicos em espaços públicos até meados de 2026 devido às implicações para a saúde dos jovens residentes, disseram as autoridades da região semiautónoma chinesa. “Para proteger os nossos jovens, acreditamos que é altura de proibir o uso de cartuchos de cigarros electrónicos”, disse no domingo o secretário para a Saúde, Lo Chung-mau, na televisão. “Começaremos por legislar contra a posse e o uso [de cigarros electrónicos] ao ar livre”, acrescentou Lo. “Quando todos se habituarem [à proibição], vamos implementá-la em todos os lugares”, acrescentou. O anúncio foi feito quase três anos depois de o território do sul da China ter proibido a importação, fabrico e venda de cigarros electrónicos e produtos de tabaco aquecido. Segundo a lei de Hong Kong, qualquer pessoa que importe cigarros electrónicos pode enfrentar até sete anos de prisão e uma multa de dois milhões de dólares de Hong Kong. Fabricantes e vendedores correm o risco de apanhar até seis meses de prisão. Também a região vizinha de Macau proibiu, em 2022, o fabrico, distribuição, importação, exportação e transporte na entrada e saída do território de cigarros electrónicos. O Governo justificou as alterações à lei com “as fortes evidências de que este tipo de produto do tabaco é não só prejudicial à saúde, como também a utilização pode pôr em risco a segurança das pessoas”, lembrando que aumentou o consumo de cigarros electrónicos, sobretudo entre os jovens. Moda travada Desde 2015, o consumo de cigarros electrónicos entre os jovens com idades entre os 13 e os 15 anos aumentou “de 2,6 por cento para 4 por cento”, de acordo com dados revelados em Maio de 2022 pelo director dos Serviços de Saúde de Macau. Ou seja, sublinhou Alvis Lo Iek Long, já há mais jovens a usar cigarros electrónicos do que os tradicionais (2,1 por cento). A lei prevê sanções aos infractores no valor de quatro mil patacas, sendo que, no caso de entidades, pode ser aplicada uma multa entre 20 mil patacas e 200 mil patacas. Apesar da proposta ter sido aprovada por unanimidade, durante o debate na Assembleia Legislativa, vários deputados sustentaram que Macau deveria ir mais longe e avançar também com a proibição total do uso de cigarros electrónicos. A então secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, confirmou que o Governo ponderava proibir mais tarde o uso de cigarros electrónicos, após dar “algum tempo” aos fumadores que possam “ter ainda alguns em stock”. Trinta e cinco países proibiram a venda de cigarros electrónicos, informou a Organização Mundial de Saúde em 2024.