AVIC | Maior avião anfíbio do mundo conclui testes de certificação de voo

O maior avião anfíbio do mundo, o AG600, completou na passada sexta-feira todos os testes de voo necessários para obter a certificação de aeronavegabilidade, anunciou a Aviation Industry Corporation of China (AVIC).

O AG600, também o primeiro grande avião anfíbio construído na China, mede 39,6 metros de comprimento e 38,8 metros de envergadura, um tamanho semelhante ao de um Boeing 737, e tem um peso máximo de 53,5 toneladas. Um avião anfíbio é um modelo capaz de descolar e pousar em terra e na água.

O avião, que foi concebido principalmente para missões de salvamento marítimo e de combate a incêndios, completou os últimos testes de voo na província de Shaanxi, no noroeste da China, informou a AVIC, um dos fabricantes de aviões estatais do país, em comunicado.

Nos últimos dois anos, o AG600 completou 3.560 horas de voo em preparação para a certificação de aeronavegabilidade, acrescentou o consórcio estatal chinês. Os testes de voo foram realizados numa ampla gama de cenários, incluindo frio extremo, altas temperaturas e humidade e ventos fortes, para verificar as capacidades operacionais da aeronave.

O AG600 é o maior avião anfíbio actualmente em funcionamento, comparável em escala a aviões de fuselagem estreita como o Boeing 737 ou o Airbus A320. A primeira descolagem da aeronave teve lugar a 24 de Dezembro de 2017, seguida de outro voo bem-sucedido em 2018. Em Junho de 2024, a China iniciou a produção em pequena escala da aeronave.

3 Mar 2025

África | Corte no apoio dos EUA abre espaço à influência chinesa

A decisão de Washington de cortar no apoio externo oferece uma oportunidade à China para incrementar a influência em África, afirmou à Lusa um analista, estabelecendo um paralelo com as doações feitas durante a pandemia.

O Governo liderado por Donald Trump confirmou esta semana que vai eliminar mais de 90 por cento dos contratos de ajuda externa da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e 60 mil milhões de dólares em assistência geral em todo o mundo.

Em África, os cortes devem ter um impacto particularmente grave na saúde, que ocupa a maior fatia do apoio prestado pelos EUA ao continente. À semelhança do ocorrido durante a pandemia da covid-19, os especialistas esperam que a China volte a preencher o vazio deixado por Washington.

“Entre os líderes africanos, a China já construiu influência significativa. Agora tem a oportunidade de seduzir a opinião pública”, explicou Paul Natulya, investigador no Centro Africano para Estudos Estratégicos, instituto sob tutela do Departamento de Defesa dos Estados Unidos e financiado pelo Congresso norte-americano.

Os EUA fornecem mais de um quarto de toda a ajuda ao desenvolvimento no continente africano. Uma análise realizada pela International Futures, da Universidade de Denver, concluiu que os cortes podem atirar mais 5,7 milhões de africanos para abaixo do limiar de pobreza extrema, de 2,15 dólares por dia, no próximo ano.

Durante o primeiro mandato de Trump, que coincidiu com a pandemia da covid-19, África tornou-se a região que mais beneficiou das doações chinesas de vacinas, testes, máscaras ou ventiladores, enquanto Washington diminuiu as suas contribuições e se retirou da Organização Mundial da Saúde.

“Quando o Ocidente reteve doações de vacinas e equipamento médico, a China rapidamente preencheu o vazio”, lembrou Natulya. “Em troca, receberam muita publicidade e prestígio, por um investimento relativamente pequeno”, observou.

Ultrapassagem no ranking

Diferentes sondagens mostram agora que a China ultrapassou os Estados Unidos no índice de popularidade entre a opinião pública africana.

Segundo uma sondagem internacional da Associação Gallup, a aprovação de Pequim entre os africanos passou de 52 por cento, em 2022, para 58 por cento, em 2023, enquanto a popularidade de Washington caiu de 59 por cento para 56 por cento, no mesmo período. Inquéritos conduzidos por outros institutos, como o Afrobarometer e a Ichikowitz Family Foundation, demonstram a mesma tendência.

“A China está a utilizar todas as ferramentas à sua disposição para obter essa vantagem competitiva face os Estados Unidos”, descreveu o investigador. “Neste momento, aposto que, em Pequim, os funcionários estão a estudar o próximo passo e quando e como aumentar a contribuição da China”, apontou.

3 Mar 2025

Diplomacia | Xi diz que Pequim e Moscovo devem reforçar a coordenação internacional

O Presidente chinês reafirma a união entre os dois vizinhos face às alterações no panorama internacional

 

O líder chinês, Xi Jinping, disse que a China e a Rússia devem continuar a reforçar a coordenação em assuntos internacionais e que os dois países são “verdadeiros amigos”, avançou no sábado a imprensa estatal chinesa.

Xi falava num encontro com o secretário do Conselho de Segurança russo, Sergei Shoigu, em Pequim, na sexta-feira. O chefe de Estado chinês disse que Pequim e Moscovo vão implementar em 2025 “uma série de agendas importantes” e pediu ainda a manutenção de “uma comunicação estreita a todos os níveis”.

Xi recordou que falou duas vezes este ano com o homólogo russo, Vladimir Putin, a última das quais esta semana. O líder chinês apelou ainda à maximização do papel do grupo BRICS de economias emergentes e da Organização de Cooperação de Xangai, dois blocos dos quais a China e a Rússia são membros.

Shoigu disse que a Rússia “aprecia muito os esforços contínuos da China para promover uma resolução pacífica para a crise ucraniana”, mas a imprensa chinesa não indicou se Xi fez alguma menção ao processo de paz na Ucrânia.

As declarações foram publicadas horas depois de um confronto verbal na Casa Branca entre o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o homólogo norte-americano, Donald Trump.

De acordo com a agência de notícias oficial Xinhua, o enviado russo disse que a aliança entre a China e a Rússia “desempenha um papel significativo no mundo e constitui um modelo para as relações entre potências”. Shoigu disse ainda que a relação entre os dois países “não visa terceiros”.

Laços reforçados

Antes de se encontrar com Xi, Shoigu manteve conversações com o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, referiu a agência oficial russa Tass. “Rússia e China têm abordagens coerentes para os principais problemas internacionais e regionais”, sublinhou Shoigu, de acordo com um vídeo publicado pela Tass.

Shoigu afirmou que se deslocou a Pequim “a pedido do Presidente russo, Vladimir Putin, na sequência da sua conversa por telefone com o Presidente chinês, Xi Jinping”, sem dar mais pormenores. “O facto de termos conseguido organizar o nosso encontro num prazo tão curto demonstra a natureza especial do diálogo bilateral”, sublinhou Sergei.

A visita do antigo ministro da Defesa russo surge após uma conversa entre Xi e Putin, na segunda-feira, durante o qual o líder chinês elogiou os “esforços positivos de Moscovo para desanuviar” a crise ucraniana.

Moscovo e Pequim reforçaram os laços militares e comerciais desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, embora a China procure apresentar-se como neutra no conflito de três anos. De acordo com a imprensa russa, Shoigu “vai discutir questões de segurança bilaterais, bem como problemas internacionais e regionais, com altos dirigentes chineses”.

2 Mar 2025

Hong Kong | Secretário para a Inovação procura negócios em Portugal

O secretário para a Inovação, Tecnologia e Indústria de Hong Kong vai estar na quinta-feira em Portugal a “explorar oportunidades de negócios” para o sector da inovação e tecnologia, indicou ontem a região chinesa.

Num comunicado, o Governo de Hong Kong disse que Sun Dong partiu ontem à frente de uma delegação de representantes da área da inovação e tecnologia, que estará em Lisboa a 6 de Março. O programa da visita inclui “reuniões e intercâmbios com líderes dos sectores político, empresarial e de inovação e tecnologia locais”, bem como visitas a infra-estrutura, parques tecnológicos, institutos de investigação e empresas.

O objectivo é “reforçar os laços e a cooperação” com Portugal neste sector, “promovendo as vantagens da inovação e tecnologia de Hong Kong e explorando oportunidades de negócio no estrangeiro”, segundo o comunicado.

A delegação inclui dirigentes de três instituições públicas: a HKSTP, uma empresa criada em 2001 para promover a inovação e o desenvolvimento tecnológico na região, o Instituto de Investigação em Ciência e Tecnologia Aplicadas e o Instituto de Investigação e Desenvolvimento da Microelectrónica.

Além disso, vão estar em Lisboa dirigentes do parque tecnológico Cyberport, bem como representantes de 24 empresas ou instituições de inovação e tecnologia de Hong Kong.

Antes de passar por Lisboa, a delegação de Hong Kong vai estar em Barcelona, no nordeste de Espanha, para participar no Mobile World Congress, considerado um dos eventos tecnológicos mais influentes a nível mundial.

Esta vai ser a segunda visita a Portugal de um membro do Governo de Hong Kong no espaço de um ano, depois de o secretário para os Serviços Financeiros e Tesouro da região ter passado por Lisboa em Junho. Na altura, Christopher Hui Ching-yu pediu a Portugal para retirar Hong Kong da lista de paraísos fiscais e defendeu que já cumpre os padrões da União Europeia (UE) para combater a evasão fiscal.

2 Mar 2025

Japão | Piores incêndios desde 1992 forçam retirada de duas mil pessoas

Cerca de duas mil pessoas tiveram de abandonar as suas habitações no norte do Japão, onde os incêndios florestais queimaram já a maior área desde 1992 e fizeram um morto, disseram ontem as autoridades japonesas.

A Agência de Resposta a Desastres e Incêndios japonesa (FDMA, na sigla em inglês) disse que foram evacuadas as zonas em redor da cidade de Ofunato, na região florestal de Iwate. Muitos refugiaram-se junto de amigos ou familiares, e mais de 1.200 foram levados para abrigos, acrescentou a FDMA.

Pelo menos uma pessoa morreu nas chamas, que deflagraram na quarta-feira, e também danificaram mais de 80 edifícios. “Ainda estamos a tentar determinar a área afectada, mas é a maior desde 1992”, garantiu ontem um porta-voz da FDMA à agência de notícias France-Presse. Em 1992, um incêndio destruiu 1.030 hectares em Kushiro, em Hokkaido, no norte do país.

Segundo a imprensa japonesa, o fogo já se alastrou a 1.800 hectares. Imagens aéreas da emissora pública japonesa NHK mostraram helicópteros militares a sobrevoar nuvens de fumo branco, quatro dias após o início do incêndio.

Cerca de 1.700 bombeiros foram mobilizados em todo o país para tentar extinguir as chamas. A causa do incêndio ainda não é conhecida, mas acredita-se que tenha começado num barracão de trabalho e se tenha espalhado a partir daí para uma zona arborizada, onde as condições meteorológicas secas favoreceram a sua propagação.

Este é o terceiro incêndio numa semana a afectar as zonas costeiras do sul de Iwate, que estão em alerta para o tempo seco desde 18 de Fevereiro.

2 Mar 2025

DeepSeek | Nvidia deixa elogios e está atenta às taxas de Trump

O fabricante norte-americano de semicondutores Nvidia elogiou o trabalho da empresa chinesa de inteligência artificial (IA) DeepSeek e reconheceu incerteza face à política comercial dos Estados Unidos, durante uma conversa com analistas e investidores.

Na sequência da apresentação dos resultados referentes ao último trimestre do seu ano fiscal, o presidente executivo da Nvidia, Jensen Huang, destacou a procura pelo ‘chip’ Blackwell, de última geração, e falou positivamente da DeepSeek, apesar de o seu aparecimento ter sido visto como uma ameaça à liderança da empresa norte-americana e ter provocado uma forte queda nas suas acções, no final de Janeiro.

“O OpenAI o3 ou o DeepSeek R1 são modelos de raciocínio que aplicam a inferência. Os modelos de raciocínio podem consumir 100 vezes mais computação. E os do futuro, ainda mais”, disse Huang.

“O DeepSeek R1 provocou um entusiasmo global. É uma excelente inovação mas, melhor ainda, colocou um modelo de IA de raciocínio de classe mundial em código aberto. Quase todos os criadores de IA estão a aplicar o R1” ou técnicas semelhantes “para escalar os resultados dos seus modelos”, acrescentou.

Questionada sobre as suas previsões de negócios, face à possibilidade de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor mais taxas alfandegárias sobre bens dos seus parceiros, a directora financeira da empresa, Colette Kress, admitiu existir um ambiente de “incerteza”.

“Relativamente às taxas, é uma incógnita. É uma incógnita até percebermos melhor qual é o plano do Governo dos EUA ou o seu calendário. Estamos à espera”, afirmou.

De acordo com Huang, a Nvidia, que planeia aumentar a produção do ‘chip’ Blackwell no próximo trimestre devido à “procura extraordinária”, está “no centro de todo este desenvolvimento”, referindo-se à nova vaga de IA denominada “agentic”, que envolve um pensamento mais autónomo.

28 Fev 2025

Japão | Nascimentos caiem para novo recorde negativo

O número de nascimentos no Japão caiu para um novo recorde, aumentando o desafio relacionado com os custos crescentes da segurança social numa sociedade envelhecida, com um grupo cada vez mais reduzido de trabalhadores que pagam impostos.

O número de recém-nascidos em 2024 caiu 5 por cento em relação ao ano anterior, para 720.988, prolongando uma série de nove anos de declínio, de acordo com os dados preliminares sobre a população divulgados ontem pelo Ministério da Saúde do Japão.

Esta leitura assinala o valor mais baixo desde que estes registos começaram, em 1899. Também as mortes aumentaram 1,8 por cento para um recorde de 1,62 milhões no mesmo período, resultando no maior declínio anual de sempre da população total, segundo o relatório.

O declínio sustentado dos nascimentos no país aumenta a urgência sentida por um governo que já está a suportar a dívida mais pesada entre os países desenvolvidos. A dívida pública do Japão será de 232,7 por cento do produto interno bruto (PIB) do país este ano, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A situação demográfica no Japão está em sintonia com uma tendência global crescente. A taxa de fertilidade da Coreia do Sul aumentou no ano passado pela primeira vez em nove anos, mas, com 0,75, continua muito abaixo da taxa necessária para manter a população.

A queda dos nascimentos em França acelerou em 2023, atingindo o ritmo mais rápido em meio século, enquanto a população da China diminuiu durante três anos consecutivos.

Menos trabalhadores significa menos receitas fiscais para os cofres do Estado nipónico, ao mesmo tempo que pressiona as empresas, que enfrentam a escassez de pessoal.

Esforços em vão

Desde que a população em idade activa do Japão atingiu o seu máximo em 1995, o seu mercado de trabalho tem-se mantido relativamente apertado. A taxa de desemprego é de 2,4 por cento, a mais baixa entre os países da OCDE, e tem-se mantido abaixo dos 3 por cento há quase quatro anos. Até 2040, o Japão deverá enfrentar um défice de mão-de-obra de 11 milhões de pessoas, de acordo com uma estimativa do Recruit Works Institute, citada pela Bloomberg.

Em 2024, um número recorde de 342 empresas japonesas foram à falência, devido à escassez de mão-de-obra, de acordo com um inquérito do Teikoku Databank, ainda segundo a agência de notícias. Entretanto, os custos da segurança social do Japão continuam a aumentar à medida que uma proporção crescente da população ultrapassa a idade da reforma.

Para o ano fiscal que começa em Abril, o governo atribuiu 37,7 biliões de ienes à segurança social, um aumento de quase 20 por cento em relação à última década. O sistema de pensões do Japão também está sob pressão, com menos contribuintes e mais beneficiários. Nas últimas duas décadas, o número de contribuintes diminuiu em cerca de 3 milhões, enquanto o número de beneficiários aumentou quase 40 por cento, de acordo com o ministério japonês da Segurança Social.

O declínio contínuo do número de nascimentos reflecte, em parte, a relutância das gerações mais jovens em ter filhos, apesar dos esforços recentes do governo.

Com base numa iniciativa do seu antecessor, o primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, está a promover um pacote de políticas de cuidados infantis no valor de 3,6 biliões de ienes, que inclui apoio aos futuros pais e melhorias nas condições de trabalho dos trabalhadores das creches.

28 Fev 2025

Xiaomi | Valorização das acções tornam fundador no homem mais rico da China

A subida de 5,8 por cento na cotação das acções da chinesa Xiaomi, na quarta-feira, tornou o fundador e director executivo da tecnológica, Lei Jun, no homem mais rico da China, noticiou a imprensa local.

Lei, que é também o maior accionista da Xiaomi, terá assim ultrapassado o magnata Zhong Shanshan, fundador da empresa de água engarrafada Nongfu Spring, e outros bilionários do sector tecnológico, como Pony Ma, chefe da Tencent – o maior vendedor mundial de jogos de vídeo e criador da rede social WeChat – e Zhang Yiming, líder da ByteDance, dona do TikTok.

Segundo a publicação Forbes, Lei Jun tem uma fortuna equivalente a cerca de 41,5 mil milhões de dólares, um valor muito superior aos 10,9 mil milhões de dólares que tinha em 2024. Nos últimos 12 meses, as acções da Xiaomi na Bolsa de Valores de Hong Kong subiram 286 por cento.

A valorização é justificada pela incursão da empresa no emergente sector dos veículos eléctricos e pelos apoios avançados pelas autoridades chinesas para a compra de produtos electrónicos, como telemóveis e ‘tablets’.

Lei disse no início de Fevereiro que está a estudar formas de a Xiaomi acelerar a produção de carros eléctricos, depois de o ‘sedan’ SU7, o primeiro modelo da empresa tecnológica, ter batido até as previsões internas ao ultrapassar as 135 mil vendas até ao final de 2024, após o lançamento em Março do ano passado.

A Xiaomi planeia lançar este ano o seu primeiro SUV (automóvel utilitário desportivo) eléctrico, o YU7 – um potencial rival do Tesla Model Y -, com Lei a revelar que o objectivo é vender 300 mil veículos até ao final de 2025.

28 Fev 2025

Mixue bate recorde de financiamento em oferta pública inicial em Hong Kong

A fase de subscrição da oferta pública inicial (OPI) de acções da empresa chinesa de bebidas Mixue Bingcheng terminou ontem, com o montante do financiamento a fixar um novo recorde nas entradas em bolsa em Hong Kong.

Na actual OPI, a Mixue Bingcheng, sediada em Zhengzhou, capital da província de Henan, no centro da China, planeia emitir quase 17,1 milhões de acções, com 1,7 milhões de acções atribuídas à oferta pública de Hong Kong e 15,4 milhões de acções atribuídas à oferta internacional, a um preço de 202,5 dólares de Hong Kong por acção.

A Mixue Bingcheng referiu que as receitas da OPI em Hong Kong vão ser utilizadas para melhorar a cadeia de abastecimento, aumentar a capacidade de produção, actualizar a agilidade logística e estabelecer uma rede global de fornecimento para alimentar o crescimento no estrangeiro.

A 31 de Dezembro, a Mixue Bingcheng tinha um total de 46.479 lojas em todo o mundo – com cerca de nove mil milhões de bebidas vendidas em 2024. Estes números ultrapassam nomes globais mais conhecidos, como a McDonald’s e a Starbucks, que são os únicos a ultrapassar a marca das 40 mil lojas em todo o mundo.

O salto da Mixue do quarto para o primeiro lugar da tabela ocorreu no final do terceiro trimestre de 2024, segundo a consultora Momentum Works, de Singapura, que recorda que a grande maioria dos pontos de venda se situa na China, com apenas cerca de 4.800 espalhados por países da região, como Vietname, Malásia e Tailândia.

No entanto, a cadeia chinesa continua a ser a quarta maior do mundo em termos de vendas no sector global de bebidas: os 6,59 mil milhões de dólares que vendeu em 2023 colocam-na atrás da Starbucks, da Inspire Brands – proprietária da Dunkin’ Donuts e da Baskin-Robbins – e da Tim Hortons.

Em conta

A Mixue concentra-se em bebidas de baixo custo, mantendo os preços dos produtos geralmente abaixo dos 10 yuan, um segmento em que espera um crescimento anual composto de 17,6 por cento, até 2028, altura em que este mercado atingirá o equivalente a cerca de 160 mil milhões de dólares. A Mixue deve estrear-se na Bolsa de Valores de Hong Kong a 3 de Março.

A agência de notícias financeiras Bloomberg recordou que vários rivais locais também lançaram ofertas de acções em 2024 e que, em todos eles, a antecipação deu lugar a quedas nos preços das acções, face à forte concorrência no sector.

28 Fev 2025

Clima | China pode perder 35% de terreno arável até 2100

A China pode perder até 35 por cento das terras aráveis até 2100 devido às mudanças climáticas, mesmo que os compromissos do Acordo de Paris sejam cumpridos, segundo um estudo publicado na revista Science China Earth Sciences.

A investigação, conduzida pelo Centro de Análise e Dados Geográficos da Universidade Normal de Pequim, foi financiada pela Fundação Nacional de Ciências Naturais da China e liderada pelo investigador Gao Peichao, noticiou o South China Morning Post, um jornal de Hong Kong.

O relatório alerta para o facto de as regiões mais afectadas serem a bacia de Sichuan e as planícies do norte e nordeste do país, onde muitos terrenos agrícolas serão transformados em zonas húmidas e florestas.

Além disso, prevê-se uma redução significativa das terras cultivadas no sul e nas zonas costeiras, com uma expansão das zonas húmidas no leste e no sul do país. Consequentemente, as áreas de cultivo de alta densidade seriam reduzidas para quase metade, afectando significativamente a produção de cereais.

Calor e stress

Os investigadores utilizaram, para a realização do estudo, o CLUMondo e o Modelo de Avaliação das Alterações Globais para avaliar o impacto das alterações climáticas na utilização dos solos num cenário de aumento da temperatura global de 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, o limiar estabelecido pelo Acordo de Paris em 2016 para evitar os piores impactos climáticos.

A investigação sublinha a necessidade de os países aumentarem os seus esforços de redução das emissões até 2030, atingindo uma descarbonização mínima de 8 por cento por ano a partir dessa data.

O estudo propõe medidas como uma monitorização mais rigorosa das zonas vulneráveis, a melhoria da qualidade dos solos agrícolas e a optimização da gestão dos recursos agrícolas para atenuar os efeitos da perda de terras cultivadas.

O contexto mundial agrava a situação. A Organização Meteorológica Mundial informou que 2023 foi o ano mais quente de que há registo, com uma temperatura média 1,55°C acima da época pré-industrial.

Apesar disso, apenas 13 dos 195 países que assinaram o Acordo de Paris entregaram os seus planos de redução de emissões dentro do prazo, enquanto grandes economias como a China, a União Europeia e a Índia ainda não cumpriram este compromisso.

O governo chinês recebeu os resultados do estudo, que pode levar a uma actualização das suas políticas de proteção das terras agrícolas, pouco antes do início da reunião anual do Assembleia Popular Nacional, um órgão que não tem poder de supervisão e está sujeito ao controlo do Partido Comunista Chinês.

28 Fev 2025

China | Embate entre navios faz dois mortos e 14 desaparecidos

Pelo menos duas pessoas morreram e 14 estão desaparecidas após um embate entre um barco de passageiros e uma embarcação de recuperação de resíduos petrolíferos no centro da China, informou ontem a imprensa chinesa.

De acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, o acidente ocorreu por volta das 10:00 horas de terça-feira no rio Yuanshui, que atravessa a cidade de Qinglang, quando as duas embarcações embateram, fazendo com que o barco de passageiros virasse e se afundasse.

Como resultado, todas as 19 pessoas a bordo caíram na água. Até à data, as equipas de salvamento recuperaram dois corpos e conseguiram salvar três pessoas, que foram hospitalizadas e se encontram em estado estável. Outros 14 passageiros continuam desaparecidos.

As operações de salvamento prosseguem com mais de 60 equipas de salvamento e pelo menos 10 embarcações destacadas para a zona. O Ministério da Gestão de Emergências e o Ministério dos Transportes da China enviaram equipas especializadas com sonares e mergulhadores para intensificar as buscas.

As autoridades abriram uma investigação sobre as causas do acidente, embora até à data não tenham sido divulgados quaisquer pormenores sobre as circunstâncias do embarque.

27 Fev 2025

Taiwan | Pequim acusa Taipé de manipular incidente com cabo submarino

O Governo chinês acusou ontem Taipé de manipular o alegado envolvimento de Pequim na recente ruptura de um cabo submarino que liga a ilha principal de Taiwan ao arquipélago dos Pescadores.

A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, Zhu Fenglian, descreveu o incidente numa conferência de imprensa como um “acidente marítimo comum” e acusou as autoridades do Partido Democrático Progressista (DPP), no poder em Taiwan, de “exagerarem e politizarem deliberadamente” o incidente sem primeiro esclarecerem “os factos e as responsabilidades”.

O navio alegadamente envolvido no incidente, identificado como Hong Tai, de bandeira do Togo, com oito tripulantes chineses a bordo, foi associado à China pela Guarda Costeira de Taiwan, o que alimentou as tensões entre os dois governos.

No entanto, a porta-voz sublinhou que “mais de uma centena de incidentes semelhantes acontecem todos os anos em todo o mundo”, minimizando a importância do incidente.

“Este tipo de manipulação política é impopular e não vai ganhar o apoio do público”, disse Zhu, referindo-se à posição das autoridades taiwanesas. A deputada acusou o DPP de estar a tentar tirar “proveito político” do caso, uma estratégia que, segundo Pequim, não será bem-sucedida.

Taiwan tem actualmente 14 cabos submarinos internacionais e dez domésticos, de acordo com o Gabinete de Segurança Nacional de Taiwan, que estimou que a ilha sofre uma média de sete a oito incidentes de corte de cabos por ano.

O incidente ocorreu por volta das 03:00 de terça-feira, quando a CGA recebeu um relatório da Chungwha Telecom, a maior empresa de telecomunicações de Taiwan, a indicar que a terceira linha submarina que liga Taiwan aos Pescadores se tinha partido a cerca de seis milhas náuticas a noroeste do porto de Jiangjun, no sul da ilha. A Chungwha Telecom afirmou que não houve “qualquer impacto” nos serviços de comunicações após a ruptura.

27 Fev 2025

HK | Disneylândia regista recorde de entradas e lucros

A Disneylândia de Hong Kong pôs fim a nove anos de prejuízos ao anunciar a maior afluência anual e o maior lucro líquido desde a abertura do parque temático em 2005, graças ao regresso dos turistas chineses.

O lucro líquido atingiu 838 milhões de dólares de Hong Kong no último ano fiscal, que terminou em Setembro, anunciou a Disneylândia Hong Kong na terça-feira.

As receitas do parque aumentaram 54 por cento para 1,1 mil milhões de dólares norte-americanos. Além disso, o número de visitantes atingiu um máximo histórico de 7,7 milhões e as despesas por visitante cresceram 28 por cento.

“A Hong Kong Disneyland Resorts alcançou o melhor desempenho comercial de sempre na história do complexo (…). Continua a ser um dos principais motores do turismo”, referiu o director executivo da empresa, Michael Moriarty, em comunicado.

O parque temático de Hong Kong é a mais pequena Disneylândia do mundo e lutou durante anos para se estabelecer antes de atingir a rentabilidade no início da década de 2010. A empresa enfrentou então concorrência feroz, depois de Xangai ter aberto uma Disneylândia, em 2016. As perdas agravaram-se quando o parque esteve meses encerrado durante a pandemia de covid-19.

A entrada de visitantes locais, chineses do interior do país e turistas internacionais excedeu no ano passado os níveis de 2018, referiu ainda a empresa.

Os habitantes locais representaram cerca de 40 por cento dos visitantes, uma fatia semelhante à dos turistas vindos do interior da China sendo, os restantes provenientes de Taiwan, Filipinas e Tailândia.

A abertura de uma secção baseada no filme de animação de sucesso “A Rainha da Neve”, em Novembro de 2023, “constituiu um marco importante”, notou a empresa. O complexo está a preparar “experiências temáticas da Marvel” e vai organizar eventos para celebrar o 20.º aniversário, em Junho, disse ainda a Disneylândia de Hong Kong.

27 Fev 2025

Nova Zelândia | China espera “reforçar compreensão mútua”

O vice-presidente chinês Han Zheng disse ontem que o país atribui “grande importância” ao desenvolvimento dos laços bilaterais com a Nova Zelândia e espera “reforçar a compreensão mútua”, num encontro com o vice-primeiro-ministro neozelandês, Winston Peters.

A visita de Peters à China ocorre depois de Pequim ter chegado a um acordo com as Ilhas Cook, criticado pela Nova Zelândia, e de o ministro da Defesa neozelandês ter afirmado que navios de guerra chineses têm navegado em águas próximas da Nova Zelândia e da Austrália, nas últimas duas semanas, com armas “extremamente capazes”.

“A parceria estratégica abrangente entre a China e a Nova Zelândia está a entrar na sua segunda década”, disse Han, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. O responsável acrescentou que a China atribui “grande importância ao desenvolvimento das relações com a Nova Zelândia”.

De acordo com Han, Pequim está disposta a trabalhar para “implementar o importante consenso alcançado pelos líderes dos dois países, melhorar a compreensão mútua e promover o desenvolvimento sustentado, sólido e estável” dos laços.

O vice-presidente chinês recordou que os líderes das duas nações reuniram-se à margem da reunião dos líderes económicos da APEC em Novembro passado, fornecendo “orientações estratégicas para o desenvolvimento contínuo das relações a partir de um novo ponto de partida”.

Peters, que acumula o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, afirmou que a Nova Zelândia está disposta a “reforçar o diálogo, melhorar a compreensão e aprofundar a cooperação económica e comercial” com a China, segundo a Xinhua.

De acordo com um comunicado da porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, a China procura “melhorar a compreensão mútua e expandir a cooperação económica” entre os dois países em áreas como a energia solar e os veículos eléctricos.

27 Fev 2025

Tecnologia | Shenzhen investe 21 mil milhões de euros em 2025

Shenzhen, cidade do sudeste da China que concentra várias gigantes tecnológicas do país, anunciou ontem que vai investir 160 mil milhões de yuan em tecnologia, ao longo de 2025.

O montante será gasto em “infra-estruturas de novo tipo”, para permitir à cidade “competir plenamente” em sectores emergentes, como a inteligência artificial (IA), disse o presidente da Câmara de Shenzhen, Qin Weizhong, na cimeira anual do governo local, que começou na terça-feira.

O relatório apresentado pelo autarca coloca a meta de crescimento económico para este ano em 5,5 por cento, junto com outros objectivos, como a criação de 200 mil novos postos de trabalho. Shenzhen faz parte do projecto da Área da Grande Baía – uma metrópole mundial, construída a partir de Hong Kong e Macau, e nove cidades da província de Guangdong, através da criação de um mercado único e da crescente conectividade entre as vias rodoviárias, ferroviárias e marítimas.

Guangdong estipulou como meta crescer 5 por cento este ano, apesar de nos últimos três anos não ter atingido os seus objectivos, no contexto de um abrandamento da economia chinesa, e apesar de ser a província chinesa que mais exporta.

A cidade de Shenzhen enfrenta crescente competição de outros grandes centros tecnológicos chineses, incluindo Hangzhou, que é sede de empresas emergentes como a plataforma de IA DeepSeek e a empresa de robótica Unitree.

Outrora uma aldeia piscatória situada na fronteira com Hong Kong, Shenzhen tornou-se uma base global para o fabrico de produtos electrónicos e sede das principais firmas tecnológicas do país, como o grupo de telecomunicações Huawei, a fabricante de automóveis eléctricos BYD ou o gigante da Internet Tencent, após a China abrir à economia de mercado, nos anos 1980.

27 Fev 2025

Pequim critica venda de armas dos EUA a Taiwan

A China criticou ontem a venda de armas dos Estados Unidos a Taiwan, enquanto um dos seus principais dirigentes prometeu mais esforços em prol da reunificação, coincidindo com manobras militares de Pequim ao largo da costa sul da ilha.

De acordo com o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, a China “defenderá firmemente a sua soberania nacional, segurança e integridade territorial” e estará “vigilante” se a administração de Donald Trump libertar 5,3 mil milhões de dólares de ajuda externa anteriormente congelada, que incluiria 870 milhões de dólares para Taiwan.

“A ajuda militar fornecida pelos EUA a Taiwan viola gravemente o princípio ‘Uma só China’, os comunicados conjuntos sino-americanos e a soberania e os interesses de segurança da China, enviando um sinal gravemente errado às forças separatistas que defendem a ‘independência de Taiwan’”, afirmou o porta-voz.

A questão de Taiwan é um dos principais pontos de discórdia entre Pequim e Washington, uma vez que os EUA são o principal fornecedor de armas a Taipé. “Exortamos os Estados Unidos a deixarem de armar Taiwan e de minarem a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, disse Lin.

Apelo à reunificação

Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, Wang Huning, o “número 4” na hierarquia do Partido Comunista apelou ontem a que se façam “mais esforços na causa da ‘reunificação’ chinesa”, durante uma reunião de trabalho sobre Taiwan.

“A China deve manter firmemente o seu direito de dominar e assumir a liderança nas relações entre as duas margens do Estreito, e impulsionar inabalavelmente a causa da ‘reunificação’ da pátria”, disse Wang aos quadros do Partido.

Acrescentou que a China deve “apoiar firmemente as forças patrióticas e unificadas da ilha” e, ao mesmo tempo, “reprimir os actos provocatórios dos que promovem a ‘independência de Taiwan’”, de modo a “moldar a tendência inevitável da reunificação”.

“Devemos promover o intercâmbio e a cooperação entre as duas margens do Estreito, apoiar a vinda de empresários e entidades de Taiwan para a China continental e aprofundar a integração entre as duas partes”, afirmou.

A China deve “opor-se firmemente e travar a interferência externa” e “consolidar a adesão da comunidade internacional ao princípio ‘Uma só China’”, que considera Taiwan como uma parte inalienável do território chinês e Pequim como o único representante legítimo da China no mundo.

27 Fev 2025

EUA | Xi Jinping pede calma face a escalada da guerra comercial

O líder chinês alertou para a necessidade de responder com calma às alterações no quadro comercial internacional promovidas pela nova administração norte-americana

 

O Presidente chinês apelou ontem aos quadros do Partido Comunista para responderem “com calma” aos “desafios trazidos pelas mudanças na situação doméstica e internacional”, num período de agravamento das tensões comerciais com os Estados Unidos.

“Devemos reforçar as nossas capacidades políticas e responder com calma aos desafios trazidos por estas mudanças”, afirmou Xi, durante uma reunião de trabalho do partido, segundo a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

O líder chinês pediu aos quadros do regime que se esforcem para “aprofundar ainda mais a reforma, expandir a abertura de alto nível, promover a recuperação sustentada da economia, melhorar constantemente o nível de vida das pessoas e garantir a estabilidade social”.

A reunião ocorre uma semana antes do início da sessão anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo da China. As declarações surgem também numa altura em que se intensifica a guerra comercial com os Estados Unidos.

Xi Jinping pediu aos funcionários para aderirem ao “tom geral do trabalho do Partido” de “fazer progressos, mantendo a estabilidade”.

“O nosso novo conceito de desenvolvimento de alta qualidade deve ser implementado na íntegra e sem falhas”, afirmou. Xi acrescentou que os funcionários devem melhorar a sua “consciência ideológica” e adoptar “uma visão correcta das realizações políticas”.

“Vamos aplicar rigorosamente os regulamentos do nosso Comité Central, de modo a cumprir conscienciosamente a nossa responsabilidade política. Temos de agir, cumprir os nossos deveres e ultrapassar as dificuldades”, afirmou.

Mãos nos bolsos

Em Janeiro, Pequim respondeu às taxas impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, – 10 por cento sobre as importações de todos os produtos chineses – com uma taxa de 10 por cento a 15 por cento sobre certos produtos dos EUA, além de novos controlos de exportação de minerais essenciais e uma investigação contra o gigante tecnológico norte-americano Google.

A China também protestou contra as últimas taxas dos EUA de 25 por cento sobre importações de aço e alumínio, uma vez que exporta estes materiais para outros países, como o Canadá e o México, que, por sua vez, os vendem aos EUA.

27 Fev 2025

Coreia do Sul | Banco central reduz taxas de juro devido ao fraco crescimento

O banco central da Coreia do Sul reduziu ontem as taxas de juro em 0,25 pontos percentuais, para 2,75 por cento, um mês depois de ter revisto em baixa a previsão para o crescimento económico.

O corte acontece depois do Banco da Coreia (BoK, na sigla em inglês) ter mantido as taxas de referência inalteradas em Dezembro e foi a terceira redução desde Outubro. Isto após o banco central ter mantido a taxa de juro em alta durante quatro anos e cinco meses, por receio dos elevados níveis de inflação deixados pela pandemia de covid-19.

No relatório de política monetária para 2025, o banco central sul-coreano disse que novos cortes nas taxas visam “manter o ritmo moderado de crescimento da inflação”, bem como “mitigar riscos para a economia”. No documento, o BoK prometeu estar mais atento para evitar qualquer volatilidade nos mercados financeiros, no meio da incerteza causada pelo regresso ao poder nos Estados Unidos de Donald Trump.

As perspectivas para as exportações da Coreia do Sul estão mais modestas após a reeleição de Trump, que prometeu impor tarifas a importações, incluindo a indústria automóvel, um dos sectores-chave para a economia sul-coreana.

A decisão de ontem sublinhou o foco da política do BoK no crescimento económico, uma vez que, em 20 de Janeiro, a instituição tinha revisto em baixa a previsão para o crescimento em 2025 da quarta maior economia da Ásia, de 1,9 para 1,5 por cento.

“A declaração inesperada da lei marcial no início de Dezembro, juntamente com a contínua instabilidade política e o desastre do avião de passageiros da Jeju Air, afectaram significativamente o sentimento económico”, sublinhou na altura o banco central.

O acidente e a crise política “levaram a contrações no consumo interno e no investimento em construção, o que provavelmente empurrou a taxa de crescimento do quarto trimestre muito abaixo da projecção de Novembro”, disse o banco central.

26 Fev 2025

Delegação da Coreia do Norte chega à capital russa para visita oficial

Uma delegação de alto nível do partido único da Coreia do Norte chegou a Moscovo para uma visita oficial a convite do partido no poder na Rússia, informou ontem a imprensa estatal norte-coreana.

A delegação do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, liderada por Ri Hi-yong, membro do Politburo do Comité Central do Norte, aterrou na capital russa na segunda-feira, após um convite do Partido Rússia Unida, informou a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.

Andrey Klimov, membro do Comité Supremo do Partido Rússia Unida e vice-chefe do comité de actividades estrangeiras do partido, recebeu a delegação norte-coreana à sua chegada ao aeroporto, disse a KCNA, sem fornecer mais detalhes.

A visita ocorre numa altura em que os Estados Unidos iniciaram negociações para pôr fim à invasão da Ucrânia por parte da Rússia, que tem contado com o apoio de milhares de tropas da Coreia do Norte no terreno. O novo Presidente norte-americano, Donald Trump, disse na segunda-feira que a prioridade era chegar a um acordo para pôr fim à guerra na Ucrânia, embora estivesse aberto a um cessar-fogo como passo preliminar para negociações mais profundas.

Desde que assinaram um tratado de defesa mútua, no ano passado, Pyongyang e Moscovo reforçaram a cooperação bilateral em matéria de defesa, economia, desporto e vários outros campos.

Momento histórico

As relações entre a Coreia do Norte e a Rússia, que partilham apenas 20 quilómetros de fronteira, intensificaram-se em meados de 2024, com a primeira visita do Presidente russo, Vladimir Putin, a Pyongyang desde 2000.

De acordo com fontes sul-coreanas, ucranianas e ocidentais, Pyongyang forneceu a Moscovo grandes quantidades de munições em troca da transferência de tecnologia civil, espacial e militar.

Além disso, ambos os países assinaram um tratado estratégico que prevê a assistência militar mútua em caso de agressão e mais de 10 mil soldados norte-coreanos terão sido enviados para o território russo para combater as tropas ucranianas nas regiões fronteiriças russas.

26 Fev 2025

ASEAN | MNE da Malásia acredita na adesão de Timor até ao final do ano

O chefe da diplomacia da Malásia, país que assume a presidência rotativa da Associação das Nações do Sudeste Asiático, afirmou que há uma forte possibilidade de Timor-Leste se tornar membro pleno da organização até ao final deste ano

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Malásia, que preside actualmente à Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), considera que a adesão plena de Timor-Leste na organização pode tornar-se uma realidade em breve.

“O processo está actualmente em curso e, se tudo correr como planeado, há uma forte possibilidade de Timor-Leste se tornar membro de pleno direito da ASEAN na cimeira da organização, em Outubro ou Novembro deste ano”, afirmou Mohamad Hasan, num discurso na segunda-feira em Kuala Lumpur e citado pelo jornal The Star.

Segundo o jornal, o ministro disse que o país tem de cumprir 88 instrumentos para obter a adesão plena, dos quais 69 estão relacionados com o pilar económico, e que foi acordado criar uma unidade especial para “ajudar Timor-Leste a acelerar o processo”. Mohamad Hassan salientou também que muitos dos 69 instrumentos que o país precisa de cumprir já não são relevantes e que está a ser negociada a remoção daqueles requisitos desnecessários para que Timor-Leste “não tenha de passar por exigências redundantes”.

“Em princípio, concordámos que, mesmo que Timor-Leste não consiga cumprir imediatamente todos estes instrumentos, permitiremos que cumpra cerca de 30 por cento” e que depois da adesão seja concedido um período entre três a cinco anos para os cumprir gradualmente, acrescentou.

Meta à vista

Os estados-membros da ASEAN chegaram a um acordo de princípio em Novembro de 2022 para integrar Timor-Leste na organização regional, passando o país a ter estatuto de observador e a poder participar em todas as reuniões, incluindo nas cimeiras.

A Presidência e o Governo timorense decidiram apontar o ano de 2025 para a concretização da adesão plena, tendo em conta o cumprimento de um roteiro, que exige o estabelecimento de acordos e missões diplomáticas, construção de infra-estruturas e preparação de recursos humanos, entre outros.

A ASEAN foi criada em 1967 pela Indonésia, Singapura, Tailândia, Malásia e Filipinas e tem como objectivo promover a cooperação entre os estados-membros para garantir a paz, a estabilidade e o desenvolvimento económico, social e cultural da região. Integram também a ASEAN, o Brunei Darussalam, o Camboja, o Laos, o Myanmar e o Vietname.

26 Fev 2025

Saúde | Dilma Rousseff internada em Xangai devido a inflamação de nervo

A ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, actual líder do banco de desenvolvimento do bloco BRICS, está hospitalizada na China desde sexta-feira, depois de sofrer de neurite vestibular, uma “inflamação do nervo do equilíbrio”.

Embora os familiares da antiga chefe de Estado, de 77 anos, tenham dito à imprensa brasileira que ela foi hospitalizada na segunda-feira, uma série de mensagens publicadas na rede social X indicam que foi internada no dia 21 num hospital de Xangai, sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês).

“A presidente está a responder bem ao tratamento e deverá ter alta nos próximos dias”, lê-se nas mensagens, que referem que Dilma “está a passar bem”, durante a sua hospitalização, e que “manteve as suas actividades laborais normalmente” nos últimos dias.

Dilma Rousseff “agradece as mensagens de apoio e solidariedade recebidas”, acrescentou o comunicado assinado pelos assessores, que explicaram que a doença de Dilma é uma inflamação do nervo que controla o equilíbrio. Geralmente é causada por uma infecção viral e provoca fortes sintomas de vertigem durante vários dias.

José Guimarães, líder na Câmara dos Deputados do partido no poder no Brasil, afirmou nas redes sociais que Dilma está internada numa clínica em Xangai após sentir um “mal-estar”, condição que, segundo os médicos, não é grave.

“Desejo-lhe uma recuperação plena e rápida”, disse o deputado do Partido dos Trabalhadores (PT), partido liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo qual Dilma Rousseff governou o país entre 2011 e 2016.

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, a ex-presidente estava a sofrer de vómitos, pressão alta e tonturas. Este contratempo obrigou Dilma a cancelar a sua participação numa reunião com membros da direcção do banco BRICS, que iria decorrer na Cidade do Cabo (África do Sul), acrescentou o jornal.

26 Fev 2025

Pequim estabelece como meta eliminar poluição severa no país até 2025

A China anunciou ontem uma melhoria significativa da qualidade do ar, em 2024, e estabeleceu novas metas, para consolidar essas conquistas durante este ano, visando eliminar a poluição severa no país. “Devemos acelerar a eliminação dos dias de poluição severa e proteger o nosso belo céu azul”, disse Li Tianwei, director do Departamento do Ambiente Atmosférico do Ministério da Ecologia e do Ambiente da China, em conferência de imprensa.

De acordo com os dados oficiais fornecidos pela agência estatal, a concentração média de partículas PM2,5 – as mais finas e suscetíveis de se infiltrarem nos pulmões -, em 2024, caiu para 29,3 microgramas por metro cúbico, uma redução homóloga de 2,7 por cento.

Além disso, 87,2 por cento dos dias do ano registaram uma boa qualidade do ar, um aumento de 1,7 por cento, em relação a 2023, enquanto os dias com poluição severa ou pior caíram para 0,9 por cento do total, uma melhoria de 0,7 por cento.

A nível regional, Pequim cumpriu a norma nacional de qualidade do ar de grau II de não mais de 35 microgramas de densidade das partículas PM 2,5 por metro cúbico pelo quarto ano consecutivo, enquanto áreas-chave, como a planície de Fenwei (centro) e a região de Chengdu-Chongqing (centro) registaram diminuições de 4,8 e 10,8 por cento, respectivamente, na concentração de PM 2,5.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera as concentrações de PM 2,5 superiores a 50 microgramas por metro cúbico como poluição atmosférica “grave”.

Até 2025, a China pretende “eliminar essencialmente os episódios de poluição grave” em regiões prioritárias como Pequim-Tianjin-Hebei e a planície de Fenwei, acrescentou o representante do departamento. Para o efeito, o controlo das emissões será intensificado nas principais indústrias, será promovido o aquecimento limpo e será melhorada a regulamentação dos compostos orgânicos voláteis (COV) e das fontes móveis de poluição, disse o funcionário.

“Não se pode esperar pelo céu azul, temos que lutar por ele”, insistiu Li, que sublinhou que a transição para um modelo industrial, energético e de transportes mais ecológico e com baixas emissões de carbono será fundamental no futuro.

A longo prazo

Nos últimos anos, a China, o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa, redobrou os seus esforços para melhorar os níveis de dióxido de carbono, limpar o ar e manter a biodiversidade.

Estabeleceu também objectivos como atingir o pico das emissões de dióxido de carbono até 2030 e a neutralidade carbónica até 2060, bem como o de fazer com que os combustíveis não fósseis representem 25 por cento da energia produzida no país, onde o carvão ainda desempenha um papel importante.

26 Fev 2025

Natalidade | Pequim quer reduzir idade para casar e eliminar restrições

Um membro do principal órgão consultivo do Governo chinês propôs ontem a redução da idade legal do casamento para os 18 anos e a eliminação das restrições ao número de filhos, visando aumentar a taxa de natalidade

 

O Governo Central pretende reduzir para 18 anos a idade mínima para contrair casamento e eliminar as restrições sobre o número de filhos que um casal pode ter. A iniciativa foi apresentada por Chen Songxi, membro da Academia Chinesa de Ciências, como parte das questões a serem discutidas nas “Duas Sessões” deste ano, as reuniões anuais da Assembleia Popular Nacional e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (o principal órgão consultivo do país), que arrancam na próxima semana.

A idade mínima para o casamento na China é de 22 anos para os homens e de 20 anos para as mulheres, enquanto a lei permite aos casais ter até três filhos.

Chen sublinhou que a medida visa expandir a base populacional fértil e explorar o potencial reprodutivo da China, num contexto de crescente preocupação com o envelhecimento da população e a baixa taxa de natalidade, segundo o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês.

Embora a proposta não se destine a forçar os jovens a casar numa idade precoce, mas a oferecer mais opções, está em conformidade com as tendências internacionais sobre a idade mínima para o casamento, argumentou Chen. De acordo com as estatísticas oficiais, o número de casamentos na China foi de 6,1 milhões em 2024, o mais baixo desde 1980.

A força da experiência

Para além de alterar a idade legal, Chen sugeriu uma reforma mais ampla da legislação sobre população e natalidade. O académico propôs mudar o nome da actual “Lei do Planeamento Familiar e da População”, de 2021, para “Lei da População e da Natalidade”, eliminando quaisquer restrições ao número de filhos e promovendo políticas de incentivo, como subsídios mensais e apoio médico para cada filho até uma determinada idade.

Há vários anos que a China luta para aumentar o número de nascimentos, embora as políticas implementadas até à data não tenham conseguido inverter significativamente a baixa taxa de natalidade nas zonas urbanas.

A janela de oportunidade para implementar estas medidas situa-se entre 2025 e 2035, um período-chave em que o número de mulheres em idade fértil estabilizará entre 290 milhões e 310 milhões, afirmou. Durante estes anos, as autoridades esperam realizar inquéritos sobre as intenções de ter crianças e ajustar os programas aos diferentes grupos populacionais.

O envelhecimento projectado da população chinesa é também alarmante para as autoridades da China, onde, em 2024, mais de 15 por cento da população tinha 65 anos ou mais e se estima que, em 2031, mais de 20 por cento da população terá mais de 65 anos. Em 2050, prevê-se que esta percentagem aumente para 29,5 por cento, com o consequente impacto negativo na força de trabalho e na economia do país.

26 Fev 2025

Alemanha | Pequim espera cooperação “bem-sucedida” após vitória de Merz

A China afirmou ontem que espera manter uma “cooperação bem-sucedida” com a Alemanha, depois de o conservador Friedrich Merz, da União Democrata-Cristã (CDU), e a sua irmã bávara, a União Social-Cristã (CSU), terem vencido as eleições gerais de domingo.

“A China e a Alemanha têm uma parceria estratégica há mais de 30 anos. A parceria tem sido mantida com base no respeito mútuo e na igualdade de tratamento, alcançando um progresso abundante”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, em conferência de imprensa.

Lin Jian disse que a China espera que a Alemanha desempenhe “um papel mais importante nos assuntos internacionais” e sublinhou que Pequim quer trabalhar com Berlim para “contribuir com mais esforços para a paz mundial”.

O bloco conservador liderado por Friedrich Merz venceu as eleições legislativas alemãs com 28,6 por cento dos votos, de acordo com dados oficiais, e a Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, consagrou-se a segunda força, com 20,8 por cento.

O Partido Social-Democrata (SPD), do chanceler cessante Olaf Scholz, obteve cerca de 16,4 por cento nas eleições de domingo, enquanto os Verdes, parceiro de coligação, tiveram cerca de 11,6 por cento dos votos. A Esquerda (Die Linke) alcançou cerca de 8,8 por cento, acima dos 4,9 por cento de 2012.

O líder conservador, Friedrich Merz, precisará de parceiros para formar governo.

25 Fev 2025