Hoje Macau China / ÁsiaFronteira | Pequim confirma progressos para reduzir tensão com Índia A China confirmou na sexta-feira que as tropas indianas e chinesas já começaram a aplicar “a solução acordada” entre Pequim e Nova Deli sobre questões fronteiriças, visando reduzir a tensão nas zonas em disputa. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que o “trabalho relevante”, levado a cabo pelas “tropas da linha da frente de ambos os lados”, está a decorrer “sem problemas”, mas não deu mais detalhes. De acordo com a agência Bloomberg, que cita funcionários indianos, o processo de desanuviamento incluiria a retirada das tropas dos seus locais actuais e o desmantelamento de alguns edifícios temporários construídos nos últimos anos por ambas as partes nas áreas disputadas. Em algumas áreas nem os soldados chineses nem os indianos vão ser autorizados a patrulhar, com o objectivo de evitar confrontos. Na semana passada, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o Presidente chinês, Xi Jinping, confirmaram ter chegado a um acordo sobre o desanuviamento militar nas zonas fronteiriças disputadas, a aplicar nos próximos meses. “Congratulamo-nos com o consenso alcançado sobre as questões que surgiram ao longo dos últimos quatro anos na fronteira”, disse Modi, durante a reunião, realizada na cidade russa de Kazan, à margem da cimeira dos BRICS. Xi apelou à China e à Índia para “resolverem os seus conflitos e diferenças”, no primeiro encontro formal entre os dois líderes em quase cinco anos. A reunião marcou um avanço significativo nas relações entre as potências asiáticas após um confronto mortal entre as suas tropas, em 2020, quando um destacamento militar ilegal chinês provocou uma resposta indiana que degenerou num confronto fronteiriço em Ladakh em que 20 soldados indianos foram mortos e 76 outros ficaram feridos.
Hoje Macau China / ÁsiaAPN | Órgão legislativo reúne-se entre 4 e 8 de Novembro O órgão máximo legislativo da China vai reunir-se entre os dias 4 e 8 de Novembro para abordar os desafios que a segunda maior economia do mundo enfrenta, incluindo uma crise no imobiliário e fraca procura interna. A data foi anunciada na reunião de sexta-feira, presidida por Zhao Leji, presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN). A próxima reunião do Comité Permanente ocorre numa altura em que será eleito um novo presidente dos Estados Unidos, a 5 de Novembro, o que pode constituir novo teste para o comércio externo, desenvolvimento tecnológico e economia da China. Esperava-se que a reunião se realizasse no final deste mês. O anúncio da data de encerramento, 8 de Novembro, após as eleições nos EUA, sugere que os responsáveis políticos chineses planeiam atenuar o impacto de eventuais surpresas geopolíticas. Os investidores e analistas vão estar atentos a novas informações sobre os planos de estímulo económico da China, depois de várias medidas anunciadas pelo banco central chinês, para promover uma recuperação no imobiliário e nos mercados bolsistas. A ordem de trabalhos inclui uma discussão sobre o trabalho financeiro do país, a gestão dos activos do Estado e a análise de algumas revisões legislativas. Até ao momento, não foram mencionados no comunicado oficial quaisquer projectos de lei relacionados com o ministério das Finanças ou com os planos orçamentais.
Hoje Macau China / ÁsiaTim Cook promete aumentar investimento da Apple em Pequim O presidente executivo da Apple, Tim Cook, prometeu na sexta-feira aumentar o investimento do grupo norte-americano na China, durante um encontro com o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, em Pequim. “A Apple considera a China um mercado importante e um parceiro fundamental na sua cadeia de fornecimento, e vai continuar a aumentar o investimento na China na investigação e desenvolvimento e noutras áreas”, disse Cook, de acordo com um comunicado do Ministério do Comércio. “A Apple vai continuar a ser uma ponte para promover a comunicação e o comércio entre a China e os Estados Unidos”, acrescentou. Wang afirmou que a China está a introduzir “novas políticas de abertura” e vai “resolver eficazmente os problemas que preocupam as empresas estrangeiras”, apelando à Apple para “aproveitar a oportunidade e aprofundar ainda mais a sua presença no mercado chinês”. “A China vai optimizar ainda mais o ambiente empresarial e continuar a fornecer serviços de alta qualidade às empresas com investimentos” no país, afirmou o ministro chinês. A cooperação económica e comercial entre China e EUA é “mutuamente benéfica” e constitui “uma força estabilizadora” nas relações bilaterais. “A China está disposta a ajudar a recolocar as relações económicas e comerciais sino-americanas numa trajetória saudável e estável, com intercâmbios regulares entre o governo e as empresas”, disse Wang. O responsável advertiu que “utilizar de forma vaga leis de segurança nacional” para limitar o investimento chinês nos EUA “não é propício aos intercâmbios”. Visita de estudo Cook também se reuniu esta semana com Jin Zhuanglong, director do ministério da Indústria e das Tecnologias da Informação, com quem discutiu as operações da Apple na China e a gestão da segurança dos dados nas suas redes, bem como os serviços de nuvem da empresa no país asiático. Cook visitou a China pela última vez em Março passado, quando abriu uma nova loja da Apple em Xangai e participou num fórum na capital chinesa, juntamente com outros executivos. A Grande China é o terceiro maior mercado da Apple, a seguir aos Estados Unidos e à Europa.
Hoje Macau China / ÁsiaMoçambique | Pequim felicita “Presidente eleito” Daniel Chapo Em vésperas de se assinalar, em 2025, os 50 anos de relações diplomáticas entre a China e Moçambique, o Governo chinês saudou a eleição de Daniel Chapo para a presidência do país africano O Governo da China felicitou Daniel Chapo como “Presidente eleito” de Moçambique nas eleições gerais de 9 de Outubro, garantindo estar pronto para “aprofundar” a parceria estratégica entre os dois países. “Como país amigo de Moçambique, a China está satisfeita por ver o sucesso das eleições presidenciais, parlamentares e dos governos provinciais em Moçambique. Expressamos as nossas felicitações ao partido Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e ao Presidente eleito Daniel Chapo”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian. O responsável acrescentou que a China “atribui grande importância” às relações com Moçambique, recordando que em 2025 se assinala o 50.º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países. “A China está pronta para trabalhar com Moçambique para aprofundar ainda mais a parceria cooperativa estratégica abrangente e trazer mais benefícios aos povos dos dois países”, afirmou Lin Jian. A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique anunciou na passada quinta-feira a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo (partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República de 09 de Outubro, com 70,67 por cento dos votos. Não, obrigado Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique, ficou em segundo lugar, com 20,32 por cento, mas afirma não reconhecer estes resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional. A Frelimo reforçou ainda a maioria parlamentar, passando de 184 para 195 deputados e elegeu todos os dez governadores provinciais do país. Além de Mondlane, também o presidente da Resistência Nacional Moçambicana, Ossufo Momade, um dos quatro candidatos presidenciais, disse que não reconhece os resultados eleitorais anunciados pela CNE e pediu a anulação da votação. Na quinta-feira, o candidato presidencial Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique, recusou igualmente os resultados, considerando que foram “forjados na secretaria” e prometeu uma “acção política e jurídica” para repor a “vontade popular”. O anúncio dos resultados pela CNE voltou a desencadear violentos protestos e confrontos com a polícia em Moçambique, sobretudo em Maputo, por parte de manifestantes pró-Venâncio Mondlane.
Hoje Macau China / ÁsiaEnvio de soldados norte-coreanos para a Rússia é provocação, diz Seul O envio de soldados norte-coreanos para a Rússia é “uma provocação”, declarou ontem o Presidente sul-coreano, prometendo que Seul “não vai ficar de braços cruzados”. “A Coreia do Sul não vai ficar de braços cruzados” perante o envio de soldados da Coreia do Norte para a Rússia, disse Yoon Suk-yeol, no final de um encontro com o homólogo da Polónia, Andrzej Duda, em visita ao país asiático. Os dois dirigentes consideram que este destacamento é “uma provocação que ameaça a segurança mundial, além da península coreana e da Europa”, acrescentou Yoon. Além de questões de interesse bilateral, os dois líderes debateram o alegado envio de tropas norte-coreanas para a Ucrânia para apoiar a Rússia, decisão que Seul e Kiev denunciaram na semana passada. Embora a aproximação entre Seul e Varsóvia tenha sido reforçada pelo conflito na Ucrânia, a Polónia tem sido o parceiro comercial mais importante da Coreia do Sul na Europa Oriental há mais de cinco anos, com um comércio superior a 10 mil milhões de dólares no ano passado. Investimento mortífero Em 2022, ano em que começou a invasão russa da Ucrânia, a Polónia assinou um acordo no valor de mais de 12 mil milhões de dólares para comprar tanques K2, projécteis de autopropulsão K9, sistemas de mísseis Chunmoo e caças ligeiros FA-50 nos próximos anos. Varsóvia também assinou recentemente um contrato para localizar a produção de um dos mísseis disparados pelo lançador Chunmoo. Amanhã, Duda vai visitar as fábricas da Hyundai Rotem e da Hanwha Aerospace, duas das empresas que fabricam uma grande parte das armas adquiridas por Varsóvia. Ao mesmo tempo, a crescente cooperação bilateral em matéria de segurança levou Seul a adquirir recentemente mais de uma centena de ‘drones’ suicidas Warmate 3, fabricados pela polaca WB Electronics, para fazer frente ao cada vez mais sofisticado arsenal da Coreia do Norte.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Legislativas antecipadas para consolidar partido no poder Os japoneses vão às urnas no domingo em legislativas antecipadas para consolidar a legitimidade do novo primeiro-ministro, mas o partido no poder, impopular devido à inflação e escândalos, poderá não obter a maioria absoluta. Shigeru Ishiba, de 67 anos, tomou posse na chefia do Governo nipónico, no início de Outubro, depois de ter sido eleito líder do Partido Democrático Liberal, que tem estado no poder quase ininterruptamente no Japão desde 1955, mas que tem sido prejudicado nos últimos anos pela inflação e por escândalos político-financeiros. “Esta é uma eleição extremamente difícil. Estamos a enfrentar ventos contrários sem precedentes”, admitiu o líder, na semana passada, durante uma visita de campanha. Os 465 lugares da câmara baixa do parlamento serão renovados no final do escrutínio, no qual participam 1.344 candidatos, incluindo um número recorde de mulheres, apesar de representarem apenas 23 por cento dos candidatos, num país marcado por grandes desigualdades de género. A coligação formada pelo PDL e pelo parceiro de centro-direita Komeito tinha uma confortável maioria de 288 lugares na assembleia cessante, mas a taxa de aprovação do Governo é de 33 por cento, contra 39 por cento de insatisfeitos, indica uma sondagem realizada no passado fim de semana para o diário Asahi. O jornal considerou que o PDL e o Komeito correm o risco de perder a maioria. Em todo o caso, “a diferença de lugares entre o PDL e a oposição vai diminuir e vai surgir uma nova situação na política japonesa depois das eleições”, disse Masato Kamikubo, professor de política na Universidade de Ritsumeikan. Confiança abalada Shigeru Ishiba, que espera consolidar o mandato para implementar um programa de reforço da segurança e da defesa, aumentar o apoio às famílias com baixos rendimentos e revitalizar o mundo rural japonês, estabeleceu o modesto objectivo de ganhar 233 lugares (o limiar para uma maioria absoluta) com o parceiro de coligação. No entanto, Kamikubo advertiu que o aumento acentuado da inflação no Japão desde 2022 e a queda do poder de compra, uma fonte de descontentamento e impopularidade para Fumio Kishida, o antecessor de Ishiba, podem pesar nas eleições. O partido está também a pagar na opinião pública o preço de um vasto escândalo político e financeiro, com várias dezenas de membros a serem punidos internamente por não terem declarado o equivalente a vários milhões de euros, recolhidos através da venda de bilhetes para noites de angariação de fundos e que o PDL lhes devolveu depois. Uma perda de maioria do PDL na câmara baixa do parlamento seria a primeira desde 2009, quando perdeu para a oposição de centro-esquerda, antes de regressar ao poder em 2012. O Partido Democrático Constitucional (PDC), que liderou o Japão durante esses três anos e principal força da oposição parlamentar com 99 lugares antes da dissolução, é liderado por Yoshihiko Noda, que foi primeiro-ministro em 2011-2012. “A maioria dos japoneses confia em Noda”, cujo posicionamento “não é muito diferente do do PDL”. “Um conservador, com uma política muito pragmática”, sublinhou Masato Kamikubo. No entanto, uma vitória do PDC é “difícil porque a oposição está muito dividida”, acrescentou. Shigeru Ishiba, que venceu a corrida presidencial do PDL por uma margem estreita contra a rival ultraconservadora Sanae Takaichi, também está sob ameaça dentro do partido, “independentemente do resultado das eleições”, considerou Rintaro Nishimura, especialista em política japonesa na consultora The Asia Group.
Hoje Macau China / ÁsiaDeportação de quadro da Volkswagen ilustra intransigente política antidroga de Pequim A deportação de um quadro da Volkswagen na China, esta semana, após testar positivo para o consumo de droga ao regressar da Tailândia, exemplifica o intransigente sistema de controlo de estupefacientes vigente no país asiático. A imprensa alemã noticiou na segunda-feira que o especialista em marketing e inventor do internacionalmente famoso ‘slogan’ “Das Auto” para os carros da Volkswagen, Jochen Sengpiehl, deu positivo num teste de detecção de consumo da canábis efectuado pela polícia chinesa, após umas férias na Tailândia. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês confirmou na quarta-feira que Sengpiehl testou positivo para o consumo de droga, e que foi detido durante 10 dias, antes de ser deportado. As autoridades chinesas realizam aleatoriamente testes de consumo de drogas a passageiros na chegada à China. Avisos difundidos pelas embaixadas chinesas em países que descriminalizaram a canábis – incluindo a Tailândia, o Canadá e os Países Baixos – lembram que quem testar positivo à chegada é punido “da mesma forma que se usasse drogas na China”. Um turista italiano oriundo de Banguecoque, que visitou Xangai, no Verão passado, para uma estadia de uma semana, contou à Lusa que acabou por ser detido durante dois dias e punido com uma multa de 500 yuan, após testar positivo no aeroporto. Bares e outros espaços nocturnos em Pequim e Xangai são também frequentemente alvos de rusgas, com a polícia a testar todos os clientes. Mesmo que o consumo tenha sido realizado fora do país, um teste positivo é punível com detenção administrativa, que pode ir até 15 dias e, se for estrangeiro, deportação. Triângulo de risco Se alguém for apanhado com pequenas quantidades de canábis na bagagem, pode ser punido com pena de até três anos de prisão. Grandes quantidades são puníveis com pena de morte. Com cerca de 1.400 milhões de habitantes, a China confina com o “triângulo dourado” (Laos-Birmânia-Tailândia), onde se estima que exista uma área total de cultivo de papoila de 46.700 hectares. A China faz também fronteira com a Ásia Central, uma fonte crescente das drogas aprendidas no país, indicou a Comissão Nacional de Controle de Narcóticos da China.
Hoje Macau China / ÁsiaBRICS | Xi sublinha “significado estratégico” da relação com Irão Num encontro bi-lateral, à margem da cimeira dos BRICS, o Presidente chinês reuniu com o seu homólogo iraniano para reafirmar o seu apoio à segurança e desenvolvimento do Irão numa altura de grande turbulência internacional O Presidente da China disse que Pequim vai desenvolver “sem hesitação” uma “cooperação amigável com o Irão”, independentemente da “evolução da situação internacional”, sublinhando o “significado estratégico” da relação bilateral, indicou ontem a diplomacia chinesa. Xi Jinping e Masud Pezeshkian reuniram-se na quarta-feira à margem da cimeira dos BRICS, a decorrer na cidade russa de Kazan, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado. O Presidente chinês sublinhou que as relações entre os dois países adquiriram um “significado estratégico” no meio de “transformações globais aceleradas”, acrescentou. “A China reafirma o apoio ao Irão na defesa da soberania e segurança, bem como no desenvolvimento económico e social”, disse o líder chinês, num período de tensão entre Teerão e Israel. Xi acrescentou que a China está “profundamente preocupada com a actual situação no Médio Oriente”, referindo que “conseguir um cessar-fogo em Gaza é a chave para aliviar as tensões na região”. “A comunidade internacional deve trabalhar em conjunto para instar as partes relevantes a aplicar seriamente as resoluções do Conselho de Segurança da ONU para evitar nova escalada”, afirmou Xi. As duas nações comprometeram-se a trabalhar em conjunto com base no “respeito pelas normas internacionais, na salvaguarda dos seus direitos legítimos e no reforço da cooperação em vários domínios”, lê-se na mesma nota. Xi também expressou a disponibilidade da China para desenvolver “uma parceria estratégica abrangente para benefício de ambos os povos”. Oriente atraente O líder chinês felicitou o Irão pela recente adesão plena ao bloco de economias emergentes BRICS, sublinhando o desejo de aumentar a cooperação neste quadro e noutros fóruns multilaterais. A China chegou à cimeira numa altura em que tenta seduzir o Sul Global, com novas vias de financiamento e cooperação, num contexto de crescente competição geopolítica com o Ocidente, especialmente com os Estados Unidos. Os BRICS constituem uma oportunidade para Pequim promover uma reforma do sistema de governação global mais consentânea com os seus interesses e com o que designa por “verdadeiro multilateralismo”, em oposição à “hegemonia norte-americana”. O grupo BRICS, inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, expandiu-se para nove membros com a integração do Irão, Egipto, Etiópia e Emirados Árabes Unidos e procura tornar-se um poderoso contrapeso ao Ocidente na política e eventos comerciais mundiais, que são de particular interesse para Moscovo e Teerão, que enfrentam sanções europeias e norte-americanas.
Hoje Macau China / ÁsiaBRICS | Xi pediu a Modi uma resolução de conflitos entre os dois países O Presidente chinês pediu hoje ao primeiro-ministro indiano que os dois países “resolvam os seus conflitos”, numa reunião realizada na cidade russa de Kazan que constituiu o primeiro encontro formal entre ambos em quatro anos. Xi Jinping defendeu que tanto a China como a Índia “são civilizações antigas, grandes países em desenvolvimento e membros importantes do Sul Global”, referiu a Presidência chinesa, num comunicado publicado pela estação estatal chinesa CCTV. Além disso, Xi afirmou que “os dois países estão num momento crítico de modernização” e que tanto a China como a Índia “compreendem corretamente a tendência da história e a direção do desenvolvimento das relações entre os dois Estados, o que é benéfico para os dois países e povos”. O líder chinês apontou a necessidade de Pequim e Nova Deli “assumirem as suas responsabilidades internacionais e darem um exemplo aos países em desenvolvimento ao unirem-se e fortalecerem-se” contribuindo para “a promoção de um mundo multipolar e a democratização das relações internacionais”. A tensão entre a China e a Índia, as duas maiores potências do Indo-Pacífico, tem crescido desde 2020, quando um destacamento militar ilegal da China levou a uma resposta indiana que degenerou num confronto fronteiriço no território de Ladakh, nos Himalaias. Desde então, as potências aumentaram a sua presença militar e hostilidade, mas anunciaram recentemente um acordo para acalmar a situação. Os gigantes asiáticos mantêm uma disputa histórica por algumas regiões dos Himalaias, como o Aksai Chin, gerido pela China e reivindicado pela Índia, e vários locais do estado indiano de Arunachal Pradesh, onde a situação se inverte.
Hoje Macau China / ÁsiaBRICS | Vladimir Putin elogia papel da Turquia O Presidente russo, Vladimir Putin, saudou ontem o papel que a Turquia pode desempenhar no grupo BRICS, liderado por Moscovo e Pequim, ao reunir-se com o líder turco, Recep Tayyip Erdogan, em Kazan. “Sei que a Turquia está interessada em estabelecer uma cooperação estreita com o grupo [BRICS]. E vemos aqui perspetivas importantes, tendo em conta o prestígio e o papel geopolítico especial do vosso país, que liga o leste e o oeste do continente euro-asiático”, disse Putin a Erdogan. O líder russo sublinhou ainda o caráter construtivo e de boa vizinhança das relações com Ancara. “O turismo ocupa tradicionalmente um lugar especial nas nossas relações bilaterais. Em 2023, um número recorde de cidadãos russos visitou a Turquia, mais 20,7% do que no ano anterior”, sublinhou Putin. Erdogan, por sua vez, desejou uma rápida visita do líder russo à Turquia e disse que as partes estão a trabalhar para eliminar os problemas com as transações bancárias entre os dois países. A presença de Erdogan na cimeira dos BRICS atraiu um interesse especial, uma vez que a Turquia é membro da NATO. O Kremlin declarou anteriormente que o grupo BRICS “não coloca ninguém perante o dilema ‘com este ou com o outro’”, pelo que “não há objeções” à adesão da Turquia ao grupo, apesar de ser membro da Aliança Atlântica. O grupo BRICS, inicialmente constituído pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, alargou-se para nove membros com a integração do Irão, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos, e pretende tornar-se um poderoso contrapeso ao Ocidente. Terça-feira, em Talin, na Estónia, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), o neerlandês Mark Rutte, sublinhou a importância da Turquia como membro da organização, apesar da sua vontade de aproximação aos BRICS, as principais economias emergentes do mundo. Rutte, de visita à capital do país Báltico, que faz fronteira com a Rússia, numa das suas primeiras viagens internacionais como secretário-geral da NATO (bloco de defesa ocidental), descreveu a Turquia como um membro “muito importante” da aliança e um Estado com “o direito soberano” de se aproximar dos BRICS. “Sabemos que a Turquia também está a trabalhar para ou com alguns dos parceiros dos BRICS, tem o direito soberano de o fazer. Isso pode originar debates de vez em quando, bilateralmente ou no âmbito da NATO”, declarou Rutte, quando questionado sobre a intenção de Ancara de se aproximar dos BRICS. Mas “obviamente, dentro da Aliança, sendo uma democracia de 32 países, haverá sempre debates sobre isto e aquilo”, comentou Rutte. No entanto, o secretário-geral da NATO também sublinhou que “a Turquia é um aliado muito importante da Aliança, tem uma das forças militares mais bem equipadas da NATO, desempenha um papel vital na sua parte da geografia da NATO” e “traz muitas capacidades à NATO como um todo”. O dirigente da Aliança Atlântica e ex-primeiro-ministro neerlandês, que recentemente substituiu o norueguês Jens Stoltenberg como responsável máximo da organização militar, afirmou que esta está “muito feliz e satisfeita com o facto de a Turquia ser desde há tantos anos parte da aliança”.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang | Irmã de líder acusa Ucrânia e Seul de serem “cães malcriados dos EUA” Kim Yo Jong, a irmã do líder norte-coreano Kim Jong Un, acusou a Ucrânia e a Coreia do Sul de “provocarem” o país, qualificando-os de “cães malcriados dos Estados Unidos”. “Uma provocação militar contra um Estado com armas nucleares pode levar a uma situação horrível, inimaginável para os políticos e peritos militares de qualquer país grande ou pequeno do mundo”, afirmou Kim Yo Jong, segundo a agência noticiosa estatal KCNA. Acusando Kiev e Seul de fazerem “comentários imprudentes sobre Estados com armas nucleares”, a responsável argumentou que esta parece ser “uma característica comum dos cães malcriados dos Estados Unidos”. A irmã do líder informou ainda que os serviços secretos norte-coreanos investigam a utilização de ‘drones’ contra a Coreia do Norte e acusou Seul de medidas propagandísticas contra Pyongyang. “Ninguém sabe como a nossa retaliação e vingança serão concluídas”, afirmou. Denunciou ainda o lançamento de panfletos na Coreia do Norte através da fronteira, numa altura em que as tensões aumentam entre os dois países que estão tecnicamente em guerra desde 1950.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul diz que norte-coreanos enviaram mais 1.500 soldados para a Rússia A Coreia do Sul avançou ontem que os norte-coreanos enviaram mais 1.500 soldados para a Rússia, acrescentando que um total de 10.000 militares devem ser mobilizados para território russo até Dezembro. “Estima-se que mais 1.500 soldados tenham sido enviados para a Rússia”, elevando o total para 3.000, disse o legislador Park Sun-won, membro da comissão parlamentar de informação sul-coreana, após uma reunião com o Serviço Nacional de Informações da Coreia do Sul (NIS, serviços secretos). Na sexta-feira, o NIS tinha afirmado que Pyongyang estava a enviar “um grande número de tropas” para apoiar a Rússia na sua ofensiva militar na Ucrânia. Na altura, os serviços secretos sul-coreanos indicaram que 1.500 soldados já tinham sido transferidos na semana anterior para instalações militares russas nas regiões de Primorye, Khabarovsk e Amur, no Extremo Oriente. As autoridades ucranianas informaram posteriormente que Moscovo planeava enviar cerca de 10.000 soldados norte-coreanos para a região fronteiriça de Kursk a partir de 01 de Novembro para conter os avanços do exército ucraniano. Convocatória alemã Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão convocou ontem o encarregado de negócios da Coreia do Norte devido ao apoio que os norte-coreanos estão a fornecer a Moscovo na ofensiva militar no território ucraniano. “Se os relatos sobre os soldados norte-coreanos na Ucrânia forem verdadeiros e a Coreia do Norte apoiar a guerra de agressão da Rússia na Ucrânia com tropas, isso seria grave e uma violação do direito internacional”, referiu a diplomacia alemã na rede social X. O ministério alemão referiu que tal apoio “ameaça directamente a segurança da Alemanha e da paz europeia”. A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de Fevereiro de 2022. Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra sectores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
Hoje Macau China / ÁsiaFMI reduz perspectivas de crescimento e alerta para crise do imobiliário O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou ontem para um possível agravamento da situação do mercado imobiliário na China, ao reduzir as expectativas de crescimento para a segunda maior economia do mundo. No relatório World Economic Outlook, o FMI reduziu a previsão de crescimento da China para este ano para 4,8 por cento, menos 0,2 por cento do que na projecção difundida em Julho. Em 2025, o crescimento deverá situar-se em 4,5 por cento, indicou a instituição, sublinhando também que a contracção do sector imobiliário chinês acima do esperado é um dos muitos riscos negativos para as perspectivas económicas globais. “As condições para o mercado imobiliário podem piorar, com novas correcções de preços no meio de uma contracção das vendas e do investimento”, lê-se no relatório. As crises imobiliárias históricas noutros países, como no Japão, nos anos de 1990, e os EUA, em 2008, mostraram que, a menos que a crise na China seja resolvida, os preços poderão sofrer novas correcções, referiu o FMI. A contracção no principal veículo de investimento das famílias chinesas pode baixar também a confiança dos consumidores e reduzir a procura interna, explicou o FMI, numa altura em que o país asiático enfrenta já riscos de deflação. Estímulos vários Nos últimos meses, a China anunciou a introdução de várias medidas destinadas a impulsionar o crescimento económico. Em Setembro, o Banco Popular da China anunciou uma série de medidas de estímulo, tais como a redução da quantidade de dinheiro que os bancos devem ter em caixa. As principais cidades, incluindo Cantão e Xangai, também anunciaram medidas destinadas a estimular o sector imobiliário. No início do mês, o ministro das Finanças da China sugeriu que o país tinha espaço para aumentar a dívida e o défice, indicando estarem a caminho mais estímulos. “O estímulo governamental para contrariar a fraqueza da procura interna colocaria mais pressão sobre as finanças públicas. Os subsídios em certos sectores, se forem orientados para o aumento das exportações, podem exacerbar as tensões comerciais com os parceiros comerciais da China”, afirmou o FMI. A economia da China cresceu 4,6 por cento, no terceiro trimestre de 2024, aquém da meta definida por Pequim para a totalidade do ano de “cerca de 5 por cento”.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Quadro da Volkswagen detido e deportado por consumo de cocaína O Governo chinês afirmou ontem que um quadro do construtor automóvel alemão Volkswagen recentemente detido na China foi expulso do país após ter testado positivo para o consumo de cocaína. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que um executivo da empresa alemã passou dez dias detido na China antes de ser deportado por consumo de cocaína. Na segunda-feira, o jornal alemão Bild noticiou que o especialista em marketing e inventor do internacionalmente famoso ‘slogan’ “Das Auto” para os carros da Volkswagen, Jochen Sengpiehl, deu positivo num teste de deteção de drogas efectuado pela polícia chinesa após umas férias na Tailândia. De acordo com o jornal Bild, Sengpiehl, que esteve dois anos no país asiático, acusou positivo num teste de consumo de canábis. A publicação não referiu nenhum teste para o consumo de cocaína. As autoridades chinesas realizam por vezes aleatoriamente testes de consumo de drogas a passageiros na chegada à China. Mesmo que o consumo tenha sido realizado fora do país, um teste positivo é punível com detenção administrativa durante 15 dias e, se for estrangeiro, deportação. A China, o principal mercado da marca alemã, é considerada como tendo o sistema de controlo de drogas mais rigoroso do mundo e o maior número de substâncias proibidas.
Hoje Macau China / ÁsiaApple | Empresa vai reforçar investimentos em Pequim O presidente executivo da Apple, Tim Cook, afirmou ontem que o grupo tecnológico norte-americano procura “aproveitar as oportunidades oferecidas pela abertura da China” e vai continuar a aumentar os investimentos no país asiático. As declarações do empresário norte-americano foram publicadas na conta oficial na rede social chinesa Weibo do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China, após uma reunião entre Cook e Jin Zhuanglong, responsável pela pasta. A Weibo é o equivalente à rede social X, bloqueada na China. Durante o encontro, os dois avaliaram as operações da Apple no país e discutiram a gestão da segurança dos dados nas respectivas redes, bem como os serviços em nuvem que a empresa oferece na China. Jin referiu que Pequim continua a encorajar o investimento estrangeiro através da “abertura ordenada do seu sector de telecomunicações” e expressou a expectativa de que a Apple aumente a cooperação com empresas locais e reforce o investimento em inovação. Cook reiterou o compromisso da empresa com o mercado chinês, garantindo que vai continuar a investir nas instalações e operações para reforçar a participação. No âmbito da visita, Cook participou numa série de actividades em Pequim. Na segunda-feira, anunciou a chegada através de um vídeo na Weibo, no qual é visto a passear por um ‘hutong’, os tradicionais bairros de Pequim, com o fotógrafo Chen Man. No dia seguinte, encontrou-se com estudantes universitários chineses que estão a utilizar produtos Apple para promover práticas agrícolas sustentáveis. Mercado único Cook visitou a China pela última vez em Março passado, quando abriu uma nova loja da Apple na cidade oriental de Xangai e participou num fórum na capital chinesa, juntamente com outros executivos seniores. A Grande China é o terceiro maior mercado da Apple, atrás dos Estados Unidos e da Europa. A empresa tecnológica enfrenta pressões na segunda maior economia do mundo, onde, de acordo com dados da Counterpoint Research, foi apenas o sexto maior vendedor de telemóveis no segundo trimestre, em comparação com o terceiro, no mesmo período do ano passado. A Apple apresentou em Agosto um lucro líquido de 79 mil milhões de dólares, nos primeiros nove meses do exercício financeiro (e não do ano civil), um aumento de 7 por cento, em relação ao ano anterior. A China foi o único mercado que reduziu as vendas no trimestre, face aos aumentos registados no Japão e no resto da Ásia-Pacífico, indicou a Apple, em comunicado. Cook embarcou este ano numa campanha para inverter a situação, anunciando a criação de um novo laboratório de investigação e desenvolvimento na cidade de Shenzhen e a expansão do que a empresa já tem em Xangai.
Hoje Macau China / ÁsiaSurto de dengue em Guangdong ligado às alterações climáticas, dizem especialistas O maior surto de dengue dos últimos cinco anos na província de Guangdong, que faz fronteira com Macau, pode estar ligado às alterações climáticas, disseram especialistas locais. A província, que tem uma população de 125 milhões de habitantes, registou mais de 8.700 casos de dengue este ano, muito mais do que os 6.042 casos, registados em 2019, e os 4.195, em 2023, marcando o surto mais grave dos últimos cinco anos. O aumento dos casos coincidiu com as condições climatéricas extremas registadas nos últimos meses na região, onde as temperaturas elevadas e as chuvas fortes criaram um ambiente favorável à proliferação de mosquitos, o principal transmissor da dengue, noticiou o jornal local Yicai. Desde Maio, as autoridades locais detectaram um aumento da densidade de mosquitos em mais de 30 zonas de alto risco, antecipando um aumento dos casos da doença. O especialista em saúde pública Zhang Hua, citado pelo Yicai, disse que “as alterações climáticas, incluindo o aumento da precipitação e das temperaturas, estão a mudar os ‘habitats’ dos mosquitos e a favorecer a expansão para áreas que anteriormente não eram propensas a tais surtos”. De acordo com outro perito não identificado, “não só os mosquitos, mas também outros animais como carraças e roedores” podem começar a transmitir doenças em novas áreas devido a “alterações nos ‘habitats’”. Mudança de panorama Nos últimos anos, tem-se verificado uma tendência de propagação da dengue em províncias mais a norte na China, onde tradicionalmente não se registava a doença. “A doença pode propagar-se a zonas do norte e do centro da China, devido às condições climáticas cada vez mais favoráveis à reprodução dos mosquitos nestas regiões”, alertou Zhang. De acordo com um estudo citado pelo Yicai, entre 2015 e 2023, a taxa de incidência de dengue na China aumentou anualmente numa média de 70,79 por cento, com casos registados em todas as províncias, excepto no Tibete. A China não é o único país a registar recentemente um aumento do número de casos de dengue: países sul-americanos como o Peru, o Paraguai e o Brasil registaram tendências semelhantes. A doença afecta pessoas de todas as idades e para a Organização Mundial de Saúde, o fenómeno meteorológico ‘El Niño’ está na origem da propagação da epidemia.
Hoje Macau China / ÁsiaVaticano | China prolonga acordo sobre nomeação de bispos A China anunciou ontem que chegou a acordo com o Vaticano para prolongar um acordo relativo à nomeação de bispos no país. “Durante consultas amigáveis, as duas partes decidiram prolongar o acordo por mais quatro anos”, disse Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em conferência de imprensa. Vaticano e Pequim assinaram um acordo em 2018 sobre a complexa questão da nomeação de bispos na China. O acordo, que dá a ambas as partes uma palavra a dizer sobre as nomeações, foi renovado pela última vez por dois anos em Outubro de 2022. Pequim confirmou ontem que o acordo foi renovado e congratulou-se com a melhoria dos seus laços com o Vaticano. “China e Vaticano avaliaram positivamente os resultados da aplicação deste acordo”, afirmou Lin. “As duas partes prosseguirão as discussões num espírito construtivo e continuarão a promover a melhoria das relações entre a China e o Vaticano”, acrescentou. Estima-se que cerca de 12 milhões de católicos vivam na China.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping parte para Moscovo para participar na cimeira dos BRICS O Presidente chinês, Xi Jinping, partiu ontem para a Rússia para participar na cimeira BRICS, bloco de economias emergentes, em Kazan, durante a qual deve manter um encontro bilateral com o seu homólogo russo, Vladimir Putin. A comitiva de Xi inclui Cai Qi, membro do Comité Central do Partido Comunista da China, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. A cimeira do grupo – composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de Egipto, Irão, Emirados Árabes Unidos e Etiópia – reúne desde ontem e até quinta-feira 24 chefes de Estado e de Governo considerados mais próximos da Rússia e da China, na sequência do alargamento que o bloco aprovou na reunião de líderes do ano passado. Segundo o Kremlin, Putin, o anfitrião, vai reunir-se com Xi à margem da cimeira, embora Pequim ainda não tenha confirmado este encontro ou outros entre Xi e os líderes dos países presentes. A China chega à cimeira numa altura em que tenta seduzir o Sul Global como uma das prioridades da sua política externa, com novas vias de financiamento e cooperação, num contexto de crescente competição geopolítica com o Ocidente, especialmente com os Estados Unidos. A Xinhua afirmou na segunda-feira que o grupo é “um mecanismo internacional florescente” que procura “responder aos problemas globais”, sendo Xi “um dos seus fortes defensores”. Reformas em curso Entre as contribuições chinesas está o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), com sede em Xangai, que aprovou 105 projectos nos países membros, no valor de cerca de 35 mil milhões de dólares até ao final de 2023. Xi também defendeu a inclusão formal de intercâmbios culturais na cooperação entre os BRICS, até agora orientada por intercâmbios económicos, políticos e de segurança. Os BRICS são para a China mais uma oportunidade de promover uma reforma do sistema de governação global mais consentânea com os seus interesses e com aquilo a que chama “verdadeiro multilateralismo”, por oposição ao “hegemonismo dos EUA”, bem como de mostrar o seu “empenho” em desempenhar um papel mais importante num momento geopolítico convulsivo, com as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente como pano de fundo, além das tensões na península coreana e no estreito de Taiwan. Até ao ano passado, o bloco era constituído pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que acolheu a 15.ª cimeira dos líderes do grupo em Joanesburgo, em Agosto de 2023, onde foi aprovada a entrada de seis novos países: Egipto, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Argentina (que acabou por decidir não aderir) e Arábia Saudita. Durante a reunião deste ano, os líderes dos países membros devem definir os critérios para que outras nações entrem no bloco como associadas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Executado por matar mulher ao atirar objectos do 33.º andar O Supremo Tribunal Popular da China confirmou e executou ontem a pena de morte de um homem responsável pelo óbito de uma mulher, após ter atirado uma série de objectos do 33.º andar de um edifício na cidade de Changchun, no nordeste do país. Zhou atirou vários objectos pesados, incluindo dois garrafões de água de cinco litros e três latas de refrigerante fechadas, da janela de um apartamento no 33.º andar de um edifício residencial em Junho de 2023, antes de atirar o tijolo que matou a vítima, uma mulher de 28 anos, noticiou o jornal local The Paper. O homem estava desempregado, vivia num apartamento alugado temporariamente e disse às autoridades que se sentia “insatisfeito com a vida e tinha ódio à sociedade”, o que o levou a planear e executar os ataques. A condenação de Zhou, que não foi considerado doente mental, segundo o tribunal, foi confirmada em Dezembro de 2023 por um tribunal local de primeira instância de Changchun, que considerou que os actos cometidos constituíam um “grave perigo” para a segurança pública. Para além da pena de morte, Zhou foi condenado a pagar mais de 40.000 yuan de despesas de funeral e outras indemnizações à família da vítima.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim pede a Washington que levante embargo contra Cuba após cortes de electricidade A China pediu ontem aos Estados Unidos que “levantem o embargo e as sanções contra Cuba”, depois de a ilha ter sofrido uma série de apagões nos últimos dias. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, afirmou em conferência de imprensa que “o embargo dos Estados Unidos contra Cuba causou grandes danos ao desenvolvimento económico e social do país e à vida do seu povo”. O representante da diplomacia chinesa instou Washington a “retirar Havana da lista de países que apoiam o terrorismo”, algo que “responde aos interesses comuns dos Estados Unidos e de Cuba e dos povos de ambos os países, e que favoreceria a estabilidade e o desenvolvimento da região e que é também um pedido universal da comunidade internacional”, explicou. Lin afirmou que China e Cuba “são bons amigos, bons camaradas e bons irmãos” e que Pequim “simpatiza com as dificuldades actuais de Cuba”. “Acreditamos que, sob a liderança firme do Partido Comunista de Cuba, o povo cubano conseguirá, sem dúvida, ultrapassar as dificuldades temporárias e fazer avançar a causa do socialismo”, acrescentou o porta-voz. Às escuras O terceiro apagão total do Sistema Eléctrico Nacional (SEN) de Cuba em menos de 72 horas, no domingo, voltou a frustrar as tentativas de restabelecer um serviço básico que entrou em colapso há três dias, após semanas de agravamento da crise energética que se arrasta há anos no país das Caraíbas. Os apagões são comuns há anos, mas a situação agravou-se nas últimas semanas. Nos últimos dias, houve dias com picos de apagões superiores a 50 por cento, ou seja, momentos em que metade do país ficou simultaneamente sem electricidade. Os frequentes apagões estão a prejudicar a economia cubana, que registou uma contracção de 1,9 por cento em 2023, e a alimentar o descontentamento social numa sociedade afectada por uma crise económica que se agravou nos últimos anos. A China, principal aliado político de Cuba, doou nos últimos meses componentes e vários parques fotovoltaicos completos à ilha das Caraíbas.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim denuncia passagem de navios dos EUA e do Canadá A China continua em “alerta máximo” após a travessia do Estreito de Taiwan, no domingo, por navios militares dos Estados Unidos e do Canadá, informou ontem o Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular. “O contratorpedeiro norte-americano Higgins e a fragata canadiana Vancouver atravessaram o Estreito de Taiwan no dia 20 de Outubro”, afirmou Li Xi, porta-voz do comando, que disse que as forças navais e aéreas do Exército chinês “acompanharam de perto” a travessia e responderam ao incidente de acordo com as leis existentes. Li Xi sublinhou que “o Exército de Libertação Popular mantém-se sempre em alerta máximo e salvaguarda firmemente a soberania e a segurança nacionais, bem como a paz e a estabilidade regionais”. Pequim reafirmou na semana passada, após a conclusão de exercícios militares, que “não renunciará ao uso da força” contra Taiwan, condenando as “forças separatistas” da ilha e a ingerência estrangeira, como a dos Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaLua | Pequim desenvolve “tijolos lunares” Investigadores chineses desenvolveram “tijolos lunares” utilizando materiais que imitam a composição do solo lunar, uma descoberta que visa facilitar a construção de uma base internacional na superfície do satélite natural da Terra. O projecto, liderado pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong (HUST) na cidade de Wuhan, província de Hubei, no centro da China, sob a direcção de Ding Lieyun, produziu tijolos que são três vezes mais fortes do que o betão normal. O desenvolvimento baseia-se na tecnologia de fabrico aditivo e em robôs de impressão 3D capazes de utilizar o solo lunar como matéria-prima, noticiou a agência oficial chinesa Xinhua. Os cientistas testaram várias composições do solo simulado, incluindo basalto do local de aterragem da missão Chang’e 5, bem como processos de sinterização [consolidação a temperaturas elevadas] para optimizar os materiais. Os tijolos serão inicialmente transportados, em Novembro, para a estação espacial chinesa Tiangong a bordo da nave espacial de carga Tianzhou 8, onde serão submetidos a testes térmicos e mecânicos em condições extremas, avaliando o desempenho sob radiação cósmica, actividade sísmica lunar e mudanças bruscas de temperatura. O primeiro tijolo vai regressar à Terra no final do próximo ano para mais análises destinadas a validar o comportamento estrutural e determinar a viabilidade para utilização em futuras missões de construção na Lua. Olhos nos cosmos A China, no âmbito do programa espacial a longo prazo, planeia iniciar a construção de uma estação internacional de investigação lunar entre 2028 e 2035. O país asiático avançou com o programa lunar com a missão Chang’e 8, que vai testar técnicas para utilizar recursos directamente da superfície lunar, como parte da estratégia para desenvolver infraestruturas sustentáveis na Lua. O país apresentou também um fato espacial inovador que combina tradição cultural com funcionalidade avançada, concebido para proteger os astronautas durante futuras actividades na Lua. Os cientistas chineses desenvolveram ainda um método pioneiro para extrair água do rególito lunar, aquecendo-o a mais de 1.000°C, o que facilitará a construção de estações científicas e a sobrevivência de futuras missões tripuladas. Nos últimos anos, Pequim investiu fortemente no programa espacial, incluindo em várias missões de exploração ou na criação de uma estação espacial, para funcionar durante os próximos dez anos. A plataforma chinesa tornar-se-á a única estação espacial do mundo a partir deste ano, se a Estação Espacial Internacional, uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos à qual a China está impedida de aceder devido aos laços militares do programa espacial, for retirada este ano, como previsto.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | HRW pede reforma da polícia após execuções extrajudiciais A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) apelou às autoridades filipinas que promovam uma reforma profunda da polícia após recentes revelações sobre execuções extrajudiciais de milhares de suspeitos, no contexto da guerra às drogas. “A administração do [Presidente Ferdinand] Marcos [Jr.] deveria lançar rapidamente uma reforma das forças de segurança em resposta às recentes audiências parlamentares sobre a corrupção policial e os abusos da guerra às drogas”, apontou a HRW, em comunicado. Em causa, estão depoimentos recentes em quatro comissões da Câmara dos Deputados que mencionam execuções extrajudiciais cometidas desde 2016 com altos funcionários directamente ligados ao então Presidente, Rodrigo Duterte. “O Ministério do Interior deveria investigar estas alegações de má conduta policial e trabalhar com o Ministério da Justiça para apresentar as acusações adequadas contra os agentes envolvidos”, defendeu a HRW. A organização apela ao novo ministro do Interior, Juanito Victor Remulla, para rescindir as comunicações internas relacionadas com a guerra às drogas e, em particular, aquela conhecida como Double Cannon Oplan, a campanha antidrogas lançada durante o mandato de Duterte. Pede também ao Ministério da Justiça que “reaja” aos depoimentos perante o Parlamento e abra uma investigação própria. Entre os testemunhos, destaca-se o da ex-chefe da Polícia da cidade de Cebu, Royina Garma, que indicou no dia 5 de Outubro que foram pagos entre 20.000 e um milhão de pesos (entre 300 e 17.000 euros) aos agentes que mataram um traficante de droga, dependendo da sua posição.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE britânico apela a “mais diplomacia” com a China O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lamy, apelou sábado ao relançamento do diálogo entre Londres e Pequim, instando ambos os países a mostrarem “mais diplomacia”. O chefe da diplomacia britânica assumiu esta posição no final de uma visita de dois dias à China que visou melhorar os laços com Pequim, depois de as relações se terem deteriorado nos últimos anos devido a alegações de espionagem, à aproximação da China à Rússia, à alegada repressão das liberdades civis em Hong Kong e a preocupações com direitos humanos. O novo governo trabalhista está sob pressão para levantar a questão da violação dos direitos humanos com a China, mas também para manter os laços com um importante parceiro comercial. Na sexta-feira, Lamy encontrou-se com o vice-primeiro-ministro Ding Xuexiang, antes de viajar para Xangai. “Entendo que precisamos de mais diplomacia, não de menos. É por isso que é tão importante estar aqui na qualidade de ministro dos Negócios Estrangeiros britânico e é por isso que temos de continuar a regressar”, afirmou o governante, citado pela AFP. “No passado, a política do Reino Unido, sob o anterior governo, não foi consistente e o que entendo é que precisamos de uma abordagem que o seja”, disse Lamy em declarações aos jornalistas. Com valores O chefe da diplomacia britânica disse ainda ter pressionado os seus anfitriões chineses sobre questões como Hong Kong e Xinjiang, onde vive uma minoria muçulmana que Pequim é acusada de perseguir, e Taiwan. O Reino Unido, disse, “está preocupado” com algumas tensões a que assiste no estreito de Taiwan “porque não são do interesse da comunidade global”. “Há valores, há áreas em que o governo do Reino Unido e a nossa abordagem cultural será diferente da da China e há áreas relevantes, relacionadas com a segurança nacional em que colocaremos sempre os interesses nacionais do Reino Unido em primeiro lugar”, afirmou Peter Lamy. No entanto, acrescentou que existem também domínios “em que podemos cooperar e colaborar com os chineses”.