Filipinas e Canadá assinaram acordo de reforço na área da defesa

As Filipinas e o Canadá assinaram domingo um acordo que permite às forças armadas de ambos os países treinar e operar em conjunto nos respectivos territórios, com o objetcivo de reforçar a cooperação em matéria de defesa. O acordo foi assinado durante uma visita do ministro da Defesa canadiano, David McGuinty, à nação do sudeste asiático.

“Hoje [domingo] é um grande dia para as nossas duas nações. Reafirmamos o nosso compromisso de aprofundar a nossa cooperação em matéria de defesa, um compromisso para consolidar a aliança produtiva e benéfica que já mantemos”, afirmou McGuinty numa conferência de imprensa conjunta com o secretário de Defesa filipino, Gilberto Teodoro Jr., em Makati, ao sul de Manila.

As negociações acerca do Acordo sobre o Estatuto das Forças Visitantes (SOVFA) entre Otava e Manila foram concluídas em Março, de acordo com um comunicado publicado na altura pelo Governo do Canadá, que indicou que o pacto “reforçará os laços militares e de defesa entre os dois países, permitindo que as Forças Armadas das Filipinas e as Forças Armadas Canadianas operem e treinem juntas nos seus respetivos territórios”.

Mais segurança

Teodoro Jr. classificou o SOVFA como uma demonstração de confiança que permitirá às forças armadas e aos organismos de defesa de ambos os países colaborar, tanto bilateralmente como com outros parceiros afins, para preservar a paz, prevenir a instabilidade e garantir um futuro seguro para as próximas gerações.

McGuinty, por sua vez, lembrou que as Filipinas e o Canadá estabeleceram relações após o fim da Segunda Guerra Mundial, num momento em que ambas as nações buscavam “o seu lugar no mundo”, e destacou que, no âmbito da Estratégia Indo-Pacífica lançada por Otava em 2022, o seu país “reforçou” a sua presença em toda a região “por terra, mar e ar”.

O secretário de Defesa filipino assegurou que o novo acordo “é fruto de extensas conversações” entre o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., e o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, que na semana npassada participou na cimeira anual da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e países aliados na Malásia.

4 Nov 2025

Seul | Lançado satélite de espionagem militar espacial

O último satélite, de um total de cinco que fazem parte do sistema Kill Chain, visa detectar qualquer ameaça vinda da Coreia do Norte

A Coreia do Sul lançou domingo o quinto e último satélite de uma rede de espionagem militar destinada a fortalecer capacidades independentes de vigilância sobre actividades da Coreia do Norte, confirmou o ministério sul-coreano da Defesa.

O satélite espião, equipado com um radar de abertura sintética (SAR), foi lançado a bordo de um foguetão Falcon 9 da empresa SpaceX às 01:09 horas na Florida, Estados Unidos (05:09 TMG), no âmbito da missão Bandwagon-4, a partir da Estação Espacial de Cabo Canaveral, naquele estado norte-americano.

A colocação em órbita bem-sucedida do satélite foi anunciada cerca de 20 minutos depois pelas autoridades sul-coreanas. “A operação conjunta de cinco satélites de reconhecimento permitirá uma detecção mais rápida e precisa das provocações da Coreia do Norte”, declarou o ministério sul-coreano em comunicado.

Seul completou assim a implementação da primeira rede de satélites espiões, cerca de dois anos após o lançamento, em 02 de Dezembro de 2023, do primeiro dos aparelhos, uma semana depois de Pyongyang ter anunciado ter colocado em órbita o seu próprio satélite espião, num contexto de escalada da tensão bilateral.

Assim que os cinco satélites estiverem em órbita, espera-se que o país possa monitorizar a Coreia do Norte a cada duas horas, reduzindo a dependência em relação a imagens de satélite norte-americanos.

Corrente mortal

A Coreia do Sul espera que os cinco satélites de reconhecimento sirvam como “olhos” destinados a apoiar o sistema de ataque preventivo Kill Chain, ao permitirem a detecção rápida ou sinais de alerta precoce de um eventual ataque nuclear ou com mísseis por parte da Coreia do Norte. Kill Chain é uma plataforma de detecção de possíveis ataques inimigos e de activação de ataques preventivos com mísseis terra-terra e mar-terra a partir de Seul, apresentada em 2022.

No âmbito desta campanha de vigilância espacial, Pyongyang lançou o seu primeiro satélite de espionagem militar, o Malligyong-1, em 21 de Novembro de 2023, e garantiu que lançaria mais três satélites espiões em 2024, mas não lançou nenhum outro desde que um foguetão que transportava um satélite explodiu após a descolagem em Maio do ano passado.

4 Nov 2025

Visita de Felipe VI deve aprofundar cooperação com Espanha

O Governo chinês manifestou ontem esperança de que a próxima visita de Estado do rei de Espanha, Felipe VI, à China sirva para aprofundar a cooperação bilateral e reforçar a parceria estratégica entre os dois países. “Espanha é uma potência importante da União Europeia e um parceiro estratégico fundamental da China na Europa”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa.

Segundo Mao, as relações entre a China e Espanha “têm mantido um elevado nível de desenvolvimento nos últimos anos” e a deslocação do monarca, prevista para entre 11 e 13 de Novembro, constitui agora “uma oportunidade para consolidar a amizade tradicional, expandir a cooperação mutuamente vantajosa, reforçar os intercâmbios entre os povos, melhorar a coordenação multilateral e impulsionar a parceria estratégica integral” entre os dois países.

A porta-voz acrescentou que Pequim espera que a visita “beneficie os povos de ambos os países” e contribua para “trazer maior estabilidade e dinamismo ao actual panorama internacional, marcado por turbulências”.

Agenda preenchida

Felipe VI e a rainha Letizia vão viajar acompanhados pelos ministros espanhóis dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, e da Economia, Carlos Cuerpo. A visita assinala o encerramento das comemorações do 20.º aniversário da Parceria Estratégica Integral entre China e Espanha, marco que, segundo o Governo espanhol, visa reforçar os “profundos” laços entre os dois países.

Os reis serão recebidos oficialmente pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e pela primeira-dama, com uma cerimónia de boas-vindas marcada para quarta-feira, dia 12, em Pequim.

Felipe VI deverá também reunir-se com o primeiro-ministro, Li Qiang, e com o presidente da Assembleia Nacional Popular, Zhao Leji. A agenda da visita inclui ainda encontros empresariais e culturais, primeiro na cidade de Chengdu, no sudoeste da China, e depois na capital.

Esta será a primeira visita de Estado dos reis de Espanha à China desde a deslocação de Xi Jinping a Madrid, em Novembro de 2018. O chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, esteve na China em Abril passado, onde se reuniu com Xi.

Nessa ocasião, Sánchez descreveu o país asiático como um “parceiro imprescindível para enfrentar os desafios globais” e defendeu o aprofundamento das relações bilaterais e entre Europa e China. A diplomacia chinesa considerou então a visita “um sucesso” e sublinhou a “determinação de ambas as partes em fortalecer os vínculos”.

4 Nov 2025

Antártico | Iniciada 42.ª missão para concluir base e perfurar lagos subglaciares

A 42.ª expedição antártica da China partiu este fim de semana de Xangai para uma missão de sete meses, que inclui a construção da quinta base do país no continente gelado e a primeira perfuração científica em lagos subglaciais.

A campanha, composta por mais de 500 especialistas de cerca de dez países e apoiada pelos navios quebra-gelo Xuelong e Xuelong 2 (“Dragão de Neve” e “Dragão de Neve 2”), tem como objectivos reforçar as infraestruturas da estação Qinling e aprofundar os estudos sobre as alterações climáticas, informou ontem o jornal oficial China Daily.

Durante a missão, serão concluídas as obras de engenharia e os sistemas de energia renovável da base Qinling, inaugurada em Fevereiro de 2024 na ilha Inexpressável, no mar de Ross, segundo a Administração Polar da China.

A estação foi concebida com tecnologia “inteligente” e materiais sustentáveis, combinando energia eólica, solar, de hidrogénio e geradores a gasóleo. Prevê-se que esteja totalmente operacional em Fevereiro de 2026. A equipa científica vai também realizar a primeira perfuração profunda em lagos situados sob mais de 3.000 metros de gelo, utilizando sistemas de perfuração com água quente e fusão térmica.

As amostras recolhidas servirão para estudar ecossistemas isolados e a evolução do clima global. Os investigadores realizarão ainda estudos multidisciplinares sobre o impacto do aquecimento global no oceano Antártico, incluindo observações biológicas, químicas, atmosféricas e glaciares em áreas como o mar de Amundsen e a baía Prydz.

O regresso da expedição à China está previsto para Maio de 2026. A China iniciou as missões científicas na Antártida em 1984 e conta actualmente com cinco estações de investigação no continente.

4 Nov 2025

China rejeita acusações de Trump sobre alegados testes secretos

A China rejeitou ontem as acusações de Washington de que Pequim estaria a realizar testes nucleares em segredo, e reiterou o compromisso com o “desenvolvimento pacífico” da energia nuclear e com o regime internacional de desarmamento.

“Como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e Estado com armas nucleares responsável, a China está comprometida com o desenvolvimento pacífico”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning. Mao destacou que Pequim mantém uma “estratégia nuclear defensiva” e segue uma política de “não ser o primeiro país a usar” armamento nuclear em caso de conflito.

A responsável assegurou que a China “honra o seu compromisso com a moratória sobre testes nucleares” e manifestou a disposição de trabalhar com todas as partes para “salvaguardar o cumprimento do Tratado de Proibição Completa de Ensaios Nucleares (CTBT)” e proteger o regime global de não-proliferação.

“Esperamos que os Estados Unidos cumpram de forma rigorosa as suas obrigações no âmbito do CTBT e o seu compromisso com a moratória, adoptando ações concretas para respeitar o quadro internacional de desarmamento e não proliferação, de forma a manter o equilíbrio estratégico e a estabilidade global”, afirmou Mao, citada pelo jornal oficial Global Times.

Imprensa e segredos

As declarações da diplomata surgem depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter afirmado, na semana passada, que autorizou a realização de testes nucleares norte-americanos “devido aos programas de testes de outros países”. Numa entrevista transmitida nas últimas horas pela cadeia norte-americana CBS, Trump insistiu que Rússia e China estão a conduzir “testes nucleares em segredo”.

“A Rússia está a fazer testes e a China também, mas eles não falam sobre isso. Nós somos uma sociedade aberta. Temos que falar, porque, caso contrário, os jornalistas descobrem e publicam. Eles não têm jornalistas que escreveriam sobre isso, nós temos”, declarou o Presidente norte-americano.

Segundo a CNN, um relatório divulgado em Agosto pelo Serviço de Investigação do Congresso dos EUA estimou que o país poderia realizar um teste com armas nucleares no prazo de 24 a 36 meses após ordem presidencial. Os Estados Unidos não realizam testes nucleares desde 1992, a Rússia desde 1990 e a China desde 1996.

4 Nov 2025

Forças armadas | EUA e China acordam abrir canais de comunicação

O responsável chinês da pasta da Defesa, o almirante Dong Jun, e o da pasta da Guerra, o americano Pete Hegseth, encontraram-se para acertar agulhas sobre as relações entre os dois países no campo militar

O secretário da Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, anunciou domingo que Washington e Pequim vão estabelecer canais de comunicação entre as forças armadas, acrescentando que as relações bilaterais entre os dois países “nunca estiveram melhores”. Hegseth disse que conversou com o seu homólogo chinês, o almirante Dong Jun, no sábado à noite, à margem de uma reunião de segurança regional, e que ambos concordaram que “a paz, a estabilidade e as boas relações são o melhor caminho para os dois grandes e fortes países”.

As declarações de Hegseth, publicadas na rede social X, foram reveladas horas depois de ter exortado as nações do Sudeste Asiático a manterem-se firmes e a reforçarem as forças marítimas para combater as acções cada vez mais “desestabilizadoras” da China no Mar da China Meridional.

“As reivindicações territoriais e marítimas da China no Mar da China Meridional vão contra os compromissos de resolver disputas pacificamente”, afirmou Hegseth numa reunião com os homólogos da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) no sábado. “Buscamos a paz. Não buscamos conflitos. Mas devemos garantir que a China não esteja a tentar dominar-vos”, acrescentou.

O Mar da China Meridional continua a ser um dos pontos mais voláteis da Ásia. Pequim reivindica quase toda a região, enquanto membros da ASEAN – nomeadamente as Filipinas, Vietname, Malásia e Brunei – também reivindicam a soberania em áreas costeiras e várias ilhas. As Filipinas, um importante aliado dos Estados Unidos, têm protagonizado frequentes confrontos com as forças marítimas chinesas.

Manila tem repetidamente apelado a uma resposta regional mais forte, mas a ASEAN tem tradicionalmente procurado equilibrar a cautela com os laços económicos com Pequim, o maior parceiro comercial da região. Hegseth disse na rede social X que conversou com o Presidente norte-americano, Donald Trump, e que ambos concordaram que “a relação entre os EUA e a China nunca esteve melhor”.

Cravo e ferradura

A reunião de Trump com o Presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul na semana passada “deu o tom para uma paz e sucesso duradouros para os Estados Unidos e a China”, acrescentou o secretário da Guerra, que deixou domingo a Malásia rumo ao Vietname. As mensagens contrastantes — uma advertência severa na reunião da ASEAN seguida por uma linguagem conciliatória na internet — sublinham o esforço de Washington para equilibrar a dissuasão com a diplomacia, no quadro de tensões crescentes com Pequim.

“Trata-se de controlo de danos. Mais importante ainda, reflecte duas correntes diferentes nas relações dos Estados Unidos com a China — uma que vê a China como uma ameaça e outra como um possível parceiro”, considera a analista política do Sudeste Asiático Bridget Welsh, citada pela agência Associated Press.

Hegseth instou no sábado a ASEAN a acelerar a conclusão de um Código de Conduta, há muito adiado, que está a ser negociado com a China para reger o comportamento no mar. O governante norte-americano propôs ainda o desenvolvimento de sistemas compartilhados de vigilância marítima e resposta rápida para dissuadir provocações.

Uma rede de “consciência compartilhada do domínio marítimo” garantiria que qualquer membro que enfrentasse “agressão e provocação não estivesse sozinho”, justificou. Hegseth saudou igualmente os planos para um exercício marítimo ASEAN-EUA em Dezembro destinado a fortalecer a coordenação regional e defender a liberdade de navegação.

Ingerências rejeitadas

A China rejeita as críticas dos Estados Unidos à sua conduta marítima, acusando Washington de interferir nos assuntos regionais e provocar tensões através da presença militar. Autoridades chinesas afirmam que as suas patrulhas e actividades martítimas são legais e visam manter a segurança no que consideram território chinês.

As autoridades chinesas criticaram as Filipinas no sábado, que classificaram como um elemento “desordeiro”, depois de Manila ter realizado exercícios navais e aéreos com os Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia no Mar da China Meridional. O exercício de dois dias, que terminou na sexta-feira, foi o 12.º que as Filipinas afirmam ter realizado com nações parceiras desde o ano passado para proteger direitos nas águas disputadas.

Tian Junli, porta-voz do Comando do Teatro Sul do Exército Popular de Libertação da China, disse que o exercício prejudicou gravemente a paz e a estabilidade regionais. “Isso prova ainda mais que as Filipinas são o causador de problemas na questão do Mar da China Meridional e um sabotador da estabilidade regional”, afirmou.

4 Nov 2025

Armas nucleares | China apela aos EUA que não retome testes

A China apelou ontem aos Estados Unidos para que “respeitem seriamente” a proibição internacional de testes nucleares, depois de o Presidente Donald Trump ter ordenado o reinício imediato dos ensaios com armas nucleares norte-americanas. “A China espera que os Estados Unidos respeitem seriamente as obrigações do tratado de proibição total de testes nucleares e o compromisso de proibir os testes nucleares”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa Guo Jiakun.

Pequim espera que os Estados Unidos “tomem medidas concretas para preservar o sistema global de desarmamento e não-proliferação nuclear e para preservar o equilíbrio e a estabilidade estratégicas globais”, declarou, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). “A posição da China sobre o desarmamento nuclear tem sido consistente e clara”, acrescentou, também citado pela agência de notícias espanhola Europa Press (EP).

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros reagia durante uma conferência de imprensa regular em Pequim ao anúncio feito por Trump antes de se reunir com o Presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul. Trump anunciou que ordenou ao Departamento de Defesa – a que passou a chamar Departamento de Guerra – que retomasse de imediato os testes de armas nucleares.

“Devido aos programas de testes de outros países, instruí o Departamento de Guerra para iniciar testes com as nossas armas nucleares em igualdade de condições”, escreveu na sua rede social. “Esse processo terá início imediatamente”, acrescentou, segundo a agência de notícias norte-americana The Associated Press (AP).

A China não realiza testes nucleares desde 1996, os Estados Unidos desde 1992 e a Rússia desde 1990. O Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, que os Estados Unidos assinaram mas não ratificaram, tem sido respeitado desde que foi adoptado em 1996 por todos os países que possuem armas nucleares, à excepção da Coreia do Norte.

31 Out 2025

Terras raras | China confirma suspensão de um ano às restrições

O encontro entre Xi e Trump na Coreia do Sul deu alguns frutos, mas matérias como o TikTok mantêm-se indefinidas

A China anunciou ontem a suspensão, por um ano, das restrições às exportações de terras raras e outros materiais estratégicos, no seguimento de consensos alcançados com os Estados Unidos.

As medidas em causa tinham sido adoptadas a 09 de Outubro, no contexto da guerra comercial entre os dois países, e abrangiam um grupo de minerais essenciais para indústrias como a electrónica, defesa ou veículos eléctricos, cujo processamento global é dominado pela China.

Em resposta a esses entraves, o Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçara aplicar um novo imposto de 100 por cento sobre os produtos chineses a partir de 01 de Novembro, pressão que acabou por ser retirada após a cimeira com Xi Jinping. “A China suspenderá durante um ano a aplicação das medidas de controlo às exportações em causa, anunciadas a 09 de outubro, e irá estudar e aperfeiçoar planos específicos”, anunciou o Ministério do Comércio, em comunicado.

Trump declarou ontem, após os encontros com o homólogo chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul, que foi alcançado um acordo para a suspensão, por parte de Pequim, das restrições à exportação de terras raras – materiais cruciais para a indústria mundial. Um entendimento sobre este ponto foi alcançado durante as conversações preparatórias entre negociadores norte-americanos e chineses, realizadas há alguns dias na Malásia, confirmou também o Ministério do Comércio chinês.

A China é o maior produtor mundial de terras raras, elementos essenciais para sectores como o digital, a indústria automóvel, a energia e a defesa. Estas matérias-primas tornaram-se uma das principais frentes da actual confrontação comercial com os Estados Unidos e também motivo de fricção com Bruxelas.

Promessas na agenda

Donald Trump e Xi Jinping concluíram ontem uma reunião bilateral de cerca de duas horas numa base aérea em Busan, no sul da Coreia do Sul, marcada por promessas de cooperação, gestos de distensão na guerra comercial e um acordo para novo encontro em 2026.

Trump anunciou que, na sequência da reunião, reduzirá de 20 por cento para 10 por cento as tarifas que impôs este ano à China em resposta ao seu papel no tráfico de fentanil. “Tivemos uma reunião incrível”, declarou o republicano, a bordo do Air Force One, já no regresso a Washington. “Acredito que vão ajudar-nos com o fentanil”, disse, referindo-se a compromissos assumidos por Pequim.

Ainda segundo Trump, foi alcançado um acordo para que a China retome a compra de soja norte-americana, suspensa desde Maio no contexto da guerra comercial entre os dois países. A questão tem particular peso político para Trump, que conta com forte apoio no eleitorado rural dos EUA. O líder norte-americano adiantou ainda que voltará a reunir-se com Xi Jinping em Abril de 2026, desta vez em território chinês.

A reunião decorreu numa base militar adjacente ao aeroporto internacional de Busan e contou com a presença de vários altos responsáveis norte-americanos, entre os quais o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o representante comercial Jamieson Greer e o embaixador dos EUA em Pequim, David Perdue.

Trump e Xi saíram juntos do edifício onde decorreram as conversações, trocaram palavras à porta e despediram-se com um aperto de mão. Xi foi o primeiro a abandonar o local. O encontro entre os dois líderes decorreu à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), que começa oficialmente esta sexta-feira em Gyeongju, a cerca de 76 quilómetros de Busan. Xi permanecerá na Coreia do Sul para participar no evento, enquanto Trump regressa já hoje a Washington.

Tarifas portuárias suspensas

O Ministério do Comércio chinês anunciou ontem que China e Estados Unidos vão suspender por um ano as taxas portuárias aplicadas reciprocamente, após a reunião dos Presidentes Xi Jinping e Donald Trump, na Coreia do Sul. O Ministério indicou que Washington “vai suspender a aplicação das medidas adoptadas (…) dirigidas às indústrias naval e logística da China”, que, por sua vez, fará o mesmo com as taxas impostas em retaliação aos navios norte-americanos, de acordo com um comunicado.

Desde 14 de Outubro, a China impunha uma tarifa portuária sobre embarcações dos Estados Unidos, em resposta às medidas adoptadas no mesmo dia por Washington contra navios de propriedade, bandeira ou construção chinesa. Um porta-voz do Ministério do Comércio chinês anunciou também que ambos os países chegaram a um consenso sobre a cooperação na luta contra as drogas, a ampliação do comércio de bens agrícolas e a gestão de casos individuais relacionados com várias empresas, sem especificar quais.

TikTok por resolver

A reunião de ontem entre os Presidentes dos Estados Unidos e da China terminou sem acordo sobre a propriedade da rede social TikTok. “A China trabalhará com os EUA para resolver adequadamente as questões relacionadas com o TikTok”, declarou o Ministério do Comércio chinês depois do encontro, sem dar detalhes sobre qualquer avanço quanto ao futuro da popular aplicação de partilha de vídeos nos Estados Unidos. A administração de Donald Trump indicou que um entendimento com Pequim podia estar próximo, permitindo que o TikTok continuasse a operar no país.

A intenção de Trump é permitir que um consórcio de investidores liderado por empresas norte-americanas adquira a aplicação à ByteDance, operação que exige também o aval de Pequim. Para Bonnie Glaser, directora do programa Indo-Pacífico no German Marshall Fund, o TikTok “não é uma prioridade para [o Presidente chinês] Xi Jinping”. Em conferência de imprensa esta semana, Glaser afirmou: “A China está satisfeita por deixar Trump declarar que chegou a um acordo. A questão é saber se esse acordo protegerá efectivamente os dados dos norte-americanos”.

Consenso sobre fentanil e soja

China e Estados Unidos alcançaram um consenso sobre cooperação antidroga e ampliação do comércio de bens agrícolas, anunciou ontem o Ministério do Comércio chinês, depois da reunião entre os Presidentes dos dois países. Um porta-voz do Ministério indicou que o acordo inclui também a “gestão de casos individuais envolvendo determinadas empresas”, sem especificar quais, pode ler-se num comunicado divulgado no portal da instituição. O fentanil e o comércio agrícola têm sido dois dos pontos de discórdia no actual mandato de Trump.

O Presidente americano garantiu que Xi Jinping se comprometeu a reforçar os controlos sobre o fentanil, cuja produção, segundo Washington, é feita por cartéis mexicanos a partir de precursores químicos originários da China. Quanto ao comércio agrícola, Trump afirmou ter sido alcançado um acordo para a retoma imediata das compras chinesas de soja norte-americana, suspensas desde Maio no contexto da guerra comercial impulsionada pelo republicano.

“Grandes, enormes quantidades de soja serão compradas de imediato. O Presidente Xi autorizou isso ontem [quarta-feira], e agradeço-lhe muito”, declarou Trump.

31 Out 2025

Comércio | China retoma compras de soja dos EUA

A China comprou esta semana dois carregamentos de soja dos Estados Unidos, os primeiros da actual colheita, após meses de suspensão devido às tarifas, noticiou ontem a Bloomberg, na véspera da reunião entre Xi Jinping e Donald Trump.

Fontes citadas pela agência indicaram que os envios já foram reservados para datas futuras e poderão estar integrados no “acordo preliminar” assinado por Pequim e Washington na semana passada, em Kuala Lumpur, como preparação para o encontro de alto nível previsto para esta quinta-feira, na Coreia do Sul. A aquisição poderá assinalar a retoma dos fluxos comerciais de soja entre os dois países, no quadro de um entendimento mais amplo entre os dois líderes, que inclui a reversão de tarifas e restrições impostas nos últimos meses.

No domingo, o secretário do Tesouro norte-americano e chefe da equipa negocial, Scott Bessent, antecipou um regresso em força das compras chinesas, garantindo que os agricultores dos EUA ficariam “extremamente satisfeitos” com os termos do acordo. Desde que Donald Trump reactivou a guerra comercial com a imposição de tarifas em Abril, a China tem usado a soja como instrumento de pressão.

Apesar dos apelos de Trump “para quadruplicar” os pedidos, a China diversificou os fornecedores, reforçando importações do Brasil, Argentina e Uruguai, investindo na produção interna e até reduzindo o uso da soja na pecuária, segundo a consultora Trivium.

A mesma consultora advertiu que os líderes chineses “não têm qualquer interesse” em voltar a depender dos EUA para a sua segurança alimentar e descartou um “reinício estrutural” do comércio bilateral de soja. Este mês, a televisão estatal CCTV indicou que os EUA poderiam perder até 16 milhões de toneladas em exportações para a China se os pedidos não fossem retomados até meados de Novembro. “Perder a China significa perder metade do mercado”, apontou.

30 Out 2025

Tecnologia | Pequim lança plano para acelerar auto-suficiência

O Partido Comunista Chinês apelou a uma mobilização nacional para alcançar avanços “decisivos” em semicondutores e tecnologias-chave, nas vésperas do encontro entre o Presidente do país e o homólogo norte-americano na Coreia do Sul.

A iniciativa surge num momento de renovada tensão comercial com os Estados Unidos, marcada pelo uso crescente de controlos tecnológicos e restrições ao acesso a materiais estratégicos. No texto publicado pelo PCC, que detalha as prioridades para o plano quinquenal 2026-2030, o partido apela a “medidas extraordinárias” para alcançar a auto-suficiência tecnológica em áreas-chave.

A versão oficial do discurso do Presidente chinês, Xi Jinping, sobre o plano, ontem divulgada pela agência de notícias oficial Xinhua, sublinha a necessidade de “acelerar a auto-suficiência científica e tecnológica de alto nível”. “As propostas devem promover a inovação original e garantir que a China mantém firmemente o controlo da sua trajectória de crescimento”, afirmou o Presidente chinês, ao reconhecer os desafios de um “ambiente externo cada vez mais adverso”.

O documento servirá de base para a elaboração do plano oficial pelo Conselho de Estado (Executivo), cuja versão final deverá ser aprovada em Março de 2026. Além da aposta em inovação, o plano propõe maior investimento em “capital humano”, incluindo subsídios à natalidade, expansão da educação gratuita, reforço das pensões e seguros e aumento do rendimento rural.

Xi afirmou que estas medidas devem ser “integradas ao investimento em infraestruturas”, para estimular o consumo interno, uma meta antiga face à dependência do investimento público e das exportações. Entre os novos sectores prioritários estão a computação quântica, veículos aéreos não tripulados (‘drones’), biotecnologia, energia do hidrogénio e de fusão, robôs humanoides com inteligência artificial, interfaces cérebro – máquina e redes móveis 6G. O uso de inteligência artificial em todas as indústrias é igualmente destacado como prioridade para os próximos cinco anos.

30 Out 2025

Coreia do Sul | Trump não se reúne com Kim Jong-un

O Presidente norte-americano, Donald Trump, esclareceu ontem que não se vai reunir com o homólogo norte-coreano, Kim Jong-un, durante a actual visita à península coreana, justificando-o com incompatibilidades de agenda.

“Conheço muito bem Kim Jong-un. Damo-nos muito bem. Realmente, não vai dar para um encontro desta vez. O Presidente [chinês] Xi [Jinping] chega amanhã [hoje] e isso é muito importante para o Mundo, para todos nós”, disse Trump durante um almoço com o homólogo sul-coreano, Lee Jae-myung, na cidade de Gyeongjiyu.

O chefe de Estado norte-americano acrescentou que deseja estar com o líder da Coreia do Norte e tinha esse objectivo neste périplo, mas “há outros compromissos”, embora a sua vontade seja “trabalhar duro com Kim Jong-un e todo o Mundo para resolver as coisas”.

Trump vai regressar a Washington, após o encontro com o presidente chinês, coincidente com a cimeira de líderes do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla inglesa). O actual chefe de Estado sul-coreano, no cargo desde Junho, tem-se mostrado mais favorável ao diálogo com o vizinho do norte do que o seu antecessor e enalteceu os esforços diplomáticos de Donald Trump.

No primeiro mandato, o Presidente dos Estados Unidos da América reuniu-se três vezes com o representante máximo de Pyongyang, entre 2018 e 2019, e protagonizaram ambos um simbólico aperto de mãos na zona desmilitarizada da península coreana, embora sem qualquer resultado prático.

30 Out 2025

Tóquio | Japão e EUA assinam acordo sobre minerais e terras raras

O périplo asiático de Trump incluiu um encontro com a nova líder do Governo nipónico, Sanae Takaichi. As terras raras continuam no topo da agenda comercial da administração norte-americana

Tóquio e Washington assinaram terça-feira um acordo de cooperação no sector dos minerais críticos e terras raras, com foco em investimentos coordenados para garantir um fornecimento estável, num contexto de restrições às exportações impostas pela China.

Nos termos do acordo, assinado na capital do Japão pela primeira-ministra do país, Sanae Takaichi, e pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, Tóquio e Washington vão colaborar na identificação de projectos de interesse comum para colmatar as lacunas nas cadeias de abastecimento destes materiais, essenciais para o desenvolvimento da tecnologia moderna.

As duas potências estabeleceram um prazo de seis meses para “tomar medidas para fornecer apoio financeiro a projectos selecionados com o objectivo de gerar um produto final para entrega a compradores nos Estados Unidos e no Japão e, se for caso disso, em países com interesses semelhantes”, segundo a Casa Branca.

As administrações japonesa e norte-americana comprometeram-se a servir de ponte na promoção do diálogo a nível empresarial para fazer avançar projectos que estabeleçam cadeias de abastecimento “novas e seguras” e concordaram em mobilizar recursos público-privados para as iniciativas.

Estes recursos incluem “subvenções, garantias, empréstimos ou capital, acordos de compra e venda, seguros ou facilitação regulatória”, e os projectos não se limitam ao processamento de matérias-primas, mas incluem produtos derivados, como ímanes permanentes, baterias, catalisadores e materiais óticos.

Mais assinaturas

Trump e Takaichi assinaram o acordo após uma cimeira no Palácio Akasaka de Tóquio, a segunda paragem da digressão asiática do Presidente norte-americano, que também assinou um pacto no sector de terras com a Malásia, país onde esteve anteriormente. Os acordos têm como pano de fundo as restrições impostas pela China às exportações de terras raras – mineral chave para a tecnologia, cujo processamento e venda Pequim praticamente monopoliza – no âmbito do diferendo comercial com os Estados Unidos.

Além deste acordo, os chefes de Governo do Japão e dos EUA assinaram outro documento em que se comprometem a aplicar o acordo comercial alcançado em Julho, que fixou em 15 por cento as tarifas recíprocas de Washington e no âmbito do qual ainda não se conhece o destino dos 550 mil milhões de dólares que Tóquio se comprometeu a investir nos EUA.

30 Out 2025

China realiza primeira imersão tripulada em grandes profundidades no Ártico central

Uma equipa de cientistas chineses concluiu com sucesso a primeira expedição de mergulho tripulado em grandes profundidades no oceano Ártico, atingindo os 5.277 metros sob o gelo, na dorsal de Gakkel, informou terça-feira a imprensa estatal.

A missão, com duração de 56 dias, foi realizada a bordo do navio de investigação Tan Suo San Hao (“Exploração nº3”), construído inteiramente na China, que transportou o submersível tripulado Fendouzhe (“Lutador”) para a realização de 43 mergulhos científicos no Ártico central, onde o gelo cobria mais de 80 por cento da superfície.

Organizada pelo Ministério dos Recursos Naturais e pela Academia Chinesa de Ciências, a expedição assinala a primeira operação coordenada entre dois veículos tripulados – o Fendouzhe e o Jiaolong – em ambiente polar, estabelecendo um modelo de cooperação para futuras missões científicas em regiões de gelo denso. Segundo a imprensa oficial, trata-se da primeira exploração científica tripulada em grande profundidade no Ártico central, uma zona onde as condições extremas de pressão e temperatura dificultaram historicamente as operações subaquáticas.

Durante a missão, os cientistas recolheram amostras de água, sedimentos, rochas e organismos marinhos, além de dados de observação que vão contribuir para o estudo dos efeitos das alterações climáticas nas regiões polares. “A expedição demonstra que a China já possui capacidade tecnológica e logística para realizar operações de mergulho tripulado de forma contínua em zonas com gelo denso”, afirmou a televisão estatal CCTV.

Mergulhos no gelo

Lançado em 2021, o Tan Suo San Hao é o primeiro navio científico chinês concebido para missões globais de exploração em águas profundas. A missão ao Ártico partiu a 22 de Julho da cidade costeira de Sanya, na ilha tropical de Hainão, e terminou esta semana com o regresso da tripulação à China.

A China afirma-se assim como o primeiro país a realizar mergulhos tripulados profundos e continuados sob gelo denso no Ártico central, reforçando a sua presença científica numa das regiões mais sensíveis ao aquecimento global.

30 Out 2025

Foxconn | Investimento de quase 1,2 ME em centros de IA e de supercomputação

A tecnológica Foxconn anunciou terça-feira um investimento até 42 mil milhões de dólares taiwaneses para adquirir equipamentos destinados à construção de um centro de supercomputação e um centro de computação para inteligência artificial.

Num comunicado enviado à Bolsa de Valores de Taipé, onde está cotada, a empresa indicou que o investimento será realizado entre Dezembro de 2025 e Dezembro de 2026, com recurso a fundos próprios. Segundo a Foxconn, a operação visa “expandir a plataforma de serviços de computação em nuvem e acelerar o desenvolvimento das três principais plataformas inteligentes do grupo”.

Fundado em 1974, o grupo Foxconn é o maior fabricante mundial de dispositivos electrónicos por contrato, com fábricas e centros de pesquisa e desenvolvimento na China, Índia, Japão, Vietname e Estados Unidos, entre outros. Tal como outras tecnológicas, a Foxconn beneficiou nos últimos meses do optimismo em torno do potencial da IA, tendo-se tornado um dos principais fabricantes dos servidores GB200 da norte-americana Nvidia.

No segundo trimestre, a empresa registou lucros líquidos de 44.361 milhões de dólares taiwaneses (1.242 milhões de euros), superando amplamente as previsões dos analistas e representando um crescimento homólogo de 27 por cento.

A fabricante sediada em Taiwan transformou a produção de servidores para IA numa das suas principais apostas e estima que as vendas destes equipamentos ultrapassem este ano um bilião de dólares taiwaneses (28.017 milhões de euros), o que representaria metade do seu negócio total de servidores.

30 Out 2025

China regista número recorde em 2025 com um novo multimilionário por dia

A China registou um aumento recorde no número de bilionários em 2025, com uma nova entrada a cada dia, impulsionado pela valorização das bolsas e ascensão de empresas da chamada “nova economia”, segundo a unidade de investigação Hurun.

A última edição da “Hurun China Rich List” inclui 1.434 indivíduos com fortunas superiores a cinco mil milhões de yuan, mais 340 do que no ano passado, o que representa um crescimento de 31 por cento. O património combinado destes multimilionários totaliza 30 biliões de yuan, um aumento de 42 por cento face ao ano anterior.

No topo da lista voltou a surgir Zhong Shanshan, fundador da produtora de água engarrafada Nongfu Spring, cuja fortuna disparou 56 por cento para 530 mil milhões de yuan. É a quarta vez que Zhong lidera o ‘ranking’. Zhang Yiming, fundador da ByteDance – empresa dona do TikTok – caiu para o segundo lugar, apesar de ter aumentado a fortuna em 34 por cento, para 470 mil milhões de yuan.

Li Ka-shing, de 97 anos, e o filho Victor Li Tzar-kuoi, de 61, continuam a ser os mais ricos de Hong Kong, com uma fortuna combinada de 235 mil milhões de yuan, mais 18 por cento do que no ano passado, embora tenham descido do sexto para o nono lugar da tabela geral.

A unidade de investigação Hurun compila esta lista desde 1999, abrangendo bilionários da China continental, Hong Kong, Macau e Taiwan. “A lista deste ano surpreendeu ao atingir um número recorde, impulsionada sobretudo pelo forte desempenho dos mercados bolsistas e pelo surgimento de novas figuras nos sectores tecnológicos e exportadores”, afirmou Rupert Hoogewerf, presidente do Hurun.

Acções em alta

O número de fortunas acima dos 100 mil milhões de yuan subiu de 26 para 41, um crescimento de 59 por cento. Já o total de pessoas com património acima de mil milhões de dólares aumentou 36 por cento, para 1.021. A valorização das acções em Xangai, Shenzhen e Hong Kong reflectiu o entusiasmo dos investidores com sectores como os veículos eléctricos, biotecnologia e computação. O índice de Shenzhen subiu 54 por cento e o de Xangai 36 por cento até setembro. O Hang Seng de Hong Kong avançou 42 por cento.

O PIB da China cresceu 4,8 por cento no terceiro trimestre, menos do que os 5,2 por cento registados no anterior. Tensões comerciais com os Estados Unidos e problemas no sector imobiliário continuam a pesar sobre a recuperação económica.

Ainda assim, empresas chinesas com ambições globais – sobretudo nas áreas de baterias, saúde e mineração – atraíram o interesse dos mercados. Até final de Setembro, 66 empresas (a maioria da China continental) arrecadaram 23,27 mil milhões de dólares através de ofertas públicas iniciais na Bolsa de Valores de Hong Kong, a maior cifra mundial este ano.

30 Out 2025

Diplomacia | Pequim confirma reunião entre Xi Jinping e Trump

Xi Jinping e Donald Trump encontram-se hoje na capital sul-coreana antes da cimeira APEC. Em cima da mesa, devem estar temas como as terras raras, as tarifas, o Tik-Tok ou a questão de Taiwan A diplomacia chinesa confirmou ontem que o Presidente Xi Jinping vai reunir-se hoje com o homólogo norte-americano, Donald Trump, na Coreia do Sul, num encontro destinado a aliviar a tensão comercial entre os dois países.

Embora Washington já tivesse confirmado a reunião – com Trump já presente na Coreia do Sul ontem – Pequim manteve o silêncio até agora, naquela que será a primeira reunião entre os dois líderes desde o regresso do republicano à Casa Branca, em Janeiro passado.

O encontro decorrerá à margem da cimeira do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) e deverá abordar temas como a guerra comercial, a aplicação TikTok, a questão de Taiwan e o combate ao tráfico de fentanil.

Nos últimos dias, ambos os lados sinalizaram uma vontade de compromisso. Trump manifestou confiança num “acordo comercial bom para ambos” e admitiu baixar tarifas à China em troca de maior cooperação no combate ao fentanil, droga responsável por uma crise de saúde pública nos EUA. Também se mostrou evasivo quanto à possibilidade de discutir Taiwan com Xi, afirmando: “Taiwan é Taiwan”.

Dar seguimento

A reunião segue-se a negociações técnicas realizadas em Kuala Lumpur, nas quais Washington e Pequim alcançaram um “acordo preliminar” para aliviar disputas comerciais, incluindo os controlos chineses às exportações de terras raras e as tarifas norte-americanas sobre produtos chineses.

Na terça-feira, o Comité Central do Partido Comunista Chinês publicou novas directrizes estratégicas que apelam a uma mobilização nacional para alcançar “avanços decisivos” em tecnologias-chave como semicondutores, ferramentas de precisão, software básico, inteligência artificial e energia de fusão, no âmbito do plano quinquenal 2026-2030.

No plano diplomático, a tensão em torno de Taiwan ganhou novo fôlego antes da cimeira. Pequim reiterou que “nunca renunciará ao uso da força” para alcançar a reunificação, enquanto o líder taiwanês, William Lai, afirmou que “só a paz através da força” pode garantir a estabilidade regional e apelou a uma oposição mais firme à “anexação” chinesa.

Nos últimos dias, a China intensificou também a actividade militar em torno da ilha, com dezenas de aviões de combate a cruzarem a linha média do Estreito de Taiwan.

Para pior basta assim

Donald Trump manifestou ontem optimismo quanto à possibilidade de alcançar um novo acordo comercial com o homólogo chinês, Xi Jinping, afirmando que “é melhor chegar a um entendimento do que estar em conflito”. “Espero que consigamos chegar a um acordo. Acredito que vai ser um bom acordo para ambos. Isso seria realmente um excelente resultado”, afirmou Trump, durante um discurso perante empresários no Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico, na cidade sul-coreana de Gyeongju.

“É melhor isso do que estarmos em confronto e passarmos por todo o tipo de problemas sem necessidade. O mundo inteiro está a observar”, acrescentou o líder norte-americano, na véspera do encontro com Xi. Em declarações a bordo do avião presidencial Air Force One, Trump admitiu também a possibilidade de reduzir as actuais tarifas sobre a China, desde que isso ajude a intensificar o combate ao tráfico de fentanil, uma das principais prioridades da reunião com Xi.

30 Out 2025

MNE | Pequim pede “respeito mútuo” após cancelamento da visita do ministro alemão

O Governo chinês defendeu ontem que China e Alemanha devem manter relações assentes no “respeito mútuo, igualdade de tratamento e cooperação mutuamente benéfica”, após o adiamento de uma visita do ministro alemão dos Negócios Estrangeiros. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun declarou, em conferência de imprensa, que Pequim “sempre desenvolveu os laços com Berlim a partir de uma perspectiva estratégica e de longo prazo”.

Guo sublinhou que, enquanto “grandes países e principais economias mundiais”, China e Alemanha mantêm uma relação de cooperação “mutuamente benéfica”. “Nas circunstâncias actuais, ambas as partes devem continuar a impulsionar os seus vínculos na direcção correcta”, acrescentou.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão confirmou na semana passada o adiamento da visita de Johann Wadephul, prevista para os dias 28 e 29 de Outubro, depois de a parte chinesa não ter confirmado mais encontros além da reunião com o homólogo chinês, Wang Yi.

A porta-voz da diplomacia alemã, Kathrin Deschauer, manifestou a “grande preocupação” de Berlim com as restrições impostas por Pequim à exportação de certos componentes usados na produção de semicondutores e materiais de terras raras, medidas que suscitaram alarme na indústria automóvel alemã.

As tensões comerciais entre os dois países intensificaram-se após a intervenção do Estado holandês no fabricante de ‘chips’ Nexperia, subsidiária da chinesa Wingtech, o que levou Pequim a restringir as exportações de componentes cruciais para o sector. A proibição está a gerar inquietação junto do Grupo Volkswagen, o maior construtor automóvel da Europa.

28 Out 2025

Diplomacia | Trump quer realizar um bom acordo com a China

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ontem que espera “chegar a um bom acordo” durante a próxima reunião com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, incluindo um pacto relacionado à plataforma TikTok, segundo a imprensa internacional.

Trump declarou, a bordo do Air Force One, que o TikTok será um dos temas que irá discutir com Xi durante o encontro, agendado para esta quinta-feira, à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), que se realizará na cidade sul-coreana de Gyeongju, segundo a agência de notícias EFE. De acordo com o Presidente norte-americano, o acordo, assinado entre Washington e a empresa-mãe da popular plataforma de vídeo, a chinesa ByteDance, já conta com a “aprovação provisória” de Xi.

Em Setembro, os Estados Unidos chegaram a um acordo com a ByteDance, apoiado por Pequim, para permitir que o TikTok continuasse a operar em solo norte-americano, após o Congresso dos EUA ter estabelecido em 2024 que a aplicação deveria ser desactivada devido ao risco que representava para a segurança nacional do país

O pacto estabelece a criação de uma ‘joint-venture’ maioritariamente norte-americana, com uma operação suficientemente separada da sua casa-mãe chinesa — que manterá uma participação de 20 por cento —, sobretudo no que diz respeito ao acesso do Governo chinês aos servidores que armazenam dados dos utilizadores.

O encontro presencial entre os dois líderes proporcionará uma oportunidade para ambas as potências aliviarem as tensões após o anúncio de Pequim de restrições à venda das suas terras raras e para discutir um possível acordo comercial abrangente após meses de tensões tarifárias.

28 Out 2025

Myanmar | Guterres quer “fim da impunidade” do governo militar

O secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu ontem que “o ciclo de impunidade” em Myanmar tem de terminar, falando em Kuala Lumpur, onde participa na cimeira de líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e países aliados.

“Estou consternado com a situação deplorável na Birmânia [antigo nome de Myanmar]. O golpe militar de 2021 acumulou calamidade sobre calamidade. Aldeias bombardeadas ou incendiadas. Milhares de mortos. Milhões de deslocados. A estabilidade regional está em risco”, alertou Guterres, acrescentando que “as atrocidades e o ciclo de impunidade têm de acabar”.

Apelando ao fim imediato da violência, o líder da ONU afirmou que deve haver “um compromisso genuíno com o diálogo inclusivo” e um regresso ao governo civil, “começando pela rápida libertação de todos os que foram detidos arbitrariamente”.

A junta militar que detém o poder em Myanmar desde o golpe de Fevereiro de 2021 anunciou em Julho passado que iria realizar eleições em Dezembro, mas a falta de oposição real, com muitos políticos pró-democracia no exílio ou na prisão, incluindo a Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, faz com que grande parte da comunidade internacional considere que o escrutínio vai ser uma farsa.

Desde o golpe militar contra o Governo democraticamente eleito liderado por Aung San Suu Kyi, Myanmar está imerso em turbulência, com uma rebelião armada a tomar o controlo de grandes áreas do território. “O caminho a seguir deve conduzir à restauração das instituições democráticas ancoradas no Estado de direito e nos direitos humanos”, considerou Guterres, admitindo acreditar que “ninguém acha que estas eleições serão livres e justas”.

Paz e ASEAN

O secretário-geral das Nações Unidas apoiou um plano de paz elaborado em 2021 pela ASEAN para pôr fim às hostilidades e iniciar o diálogo, que o governo militar tem ignorado. “É tempo de abrir canais humanitários, acabar com a violência e facilitar uma solução política abrangente”, disse.

“O povo de Myanmar conta com o nosso apoio colectivo”, acrescentou. As declarações do secretário-geral da ONU foram feitas durante uma conferência de imprensa na capital da Malásia, onde começou no domingo a cimeira dos líderes da ASEAN e dos países aliados. A cimeira vai prolongar-se até terça-feira e conta com a presença, além dos líderes dos países da região, do Presidente dos EUA, Donald Trump, do primeiro-ministro brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e do primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, entre outros.

28 Out 2025

Pyongyang | Trump adoraria encontrar-se com Kim Jong-un

O Presidente norte-americano, Donald Trump, reiterou ontem que adoraria encontrar-se com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, durante a deslocação ao continente asiático esta semana.

“Adorava encontrar-me com ele, se ele [Kim Jong-un] quiser”, disse Donald Trump, em declarações aos jornalistas, a bordo do avião presidencial norte-americano (Air Force One) e que foram divulgadas ontem pelo gabinete presidencial dos Estados Unidos. Donald Trump admitiu prolongar a viagem à Ásia para se reunir com o líder da Coreia do Norte.

O chefe de Estado norte-americano esteve na Malásia no domingo, seguiu ontem para o Japão onde fica até hoje e depois desloca-se à Coreia do Sul na quarta-feira e na quinta-feira.

Na Coreia do Sul, Trump vai participar na cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) onde deve reunir-se com os homólogos sul-coreano e chinês, entre outros chefes de Estado. Até ao momento, o regime de Pyongyang não se pronunciou sobre as declarações do Presidente dos Estados Unidos.

28 Out 2025

ASEAN | Parceiros de Timor-Leste destacam “grande conquista” com adesão

Ásia, Europa e Estados Unidos foram unânimes em felicitar Timor-Leste pela entrada há muito desejada na organização regional

Vários parceiros de Timor-Leste destacaram a “grande conquista” do país com a adesão, no domingo, à Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que vai permitir reforçar a sua integração regional. “O anúncio de ontem [domingo] na Malásia é uma conquista monumental e o resultado de muitos anos de trabalho árduo por parte do Governo de Timor-Leste, dos países da ASEAN e dos seus parceiros”, afirmou ontem a embaixada da Austrália, numa publicação nas redes sociais.

Timor-Leste concluiu domingo a adesão à ASEAN com a cerimónia de assinatura da declaração de admissão pelo primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão. O documento foi depois entregue ao secretário-geral da organização, Kao Kim Hourn, pelo chefe do Governo de Timor-Leste, acompanhado do Presidente José Ramos-Horta.

No domingo, num discurso proferido no âmbito da cimeira de chefes de Estado e de Governo da ASEAN, em Kuala Lumpur, na Malásia, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, felicitou Timor-Leste pela adesão, considerando-a um “marco importante para promover a interdependência económica e política” do país e para “reforçar a integração regional”.

Grupo completo

A representação da União Europeia junto da ASEAN também destacou, nas redes sociais, o apoio dado pela organização europeia a Timor-Leste através do reforço da capacidade, apoio ao comércio, reforço institucional, entre outros. “Hoje, a ASEAN está completa, geográfica e politicamente, e Timor-Leste ganha novas oportunidades de inclusão regional e de uma integração económica mais profunda”, lê-se numa publicação nas redes sociais.

Os Estados Unidos, através do secretário de Estado, Mark Rubio, também felicitou Timor-Leste pela “histórica” adesão com 11.º membro da ASEAN, salientando que “representa um passo importante na contínua busca pela integração e cooperação regionais”. “Os Estados Unidos mantêm o seu compromisso com a centralidade da ASEAN e apoiam os esforços de Timor-Leste no processo de integração”, acrescentou.

A ONU também felicitou Timor-Leste pelo “momento histórico”, bem como a missão residente do Banco Asiático de Desenvolvimento, que salientou que a adesão “abre novos horizontes de crescimento, unidade e progresso no sudeste asiático”. A ASEAN foi criada em 1967 pela Indonésia, Singapura, Tailândia, Malásia e Filipinas, e integrada mais tarde pelo Brunei Darussalam, o Camboja, o Laos, Myanmar, o Vietname e desde domingo por Timor-Leste. Com 676,6 milhões de habitantes, a ASEAN é a terceira região mais populosa do mundo, a seguir à Índia e à China.

28 Out 2025

Indústria | Lucros aceleram 3,2% em termos homólogos até Setembro

Os lucros das principais empresas industriais da China aumentaram 3,2 por cento em termos homólogos nos primeiros nove meses de 2025, acelerando face ao crescimento de 0,9 por cento registado até Agosto, informou ontem o Governo chinês. Segundo dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE), o indicador registou um crescimento de 21,6 por cento apenas no mês de Setembro, face ao mesmo período do ano anterior.

Se a tendência se mantiver, as empresas industriais chinesas poderão finalmente inverter o ciclo negativo dos últimos três anos, em que os lucros caíram 2 por cento em 2022, 2,3 por cento em 2023 e 3,3 por cento em 2024. Entre Janeiro e Setembro, os lucros das empresas analisadas totalizaram 5,37 biliões de yuan, de acordo com o GNE. O GNE considera apenas empresas industriais aquelas que têm um volume de negócios anual superior a 20 milhões de yuan.

O estatístico do GNE Yu Weining atribuiu a recuperação à implementação de políticas de apoio económico por parte de Pequim e ao impulso da chamada “nova produtividade de qualidade” em sectores como a indústria aeroespacial, a produção de dispositivos inteligentes de consumo, a electrónica especializada e os instrumentos de precisão.

Yu sublinhou, no entanto, que persistem “mudanças complexas no ambiente externo” e “pressões contínuas sobre o desenvolvimento económico”, apelando a um reforço dos esforços para estimular a procura interna.

28 Out 2025

Tarifas | Wang Yi pede fim das guerras comerciais

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, afirmou ontem que o mundo está a caminhar para uma “ordem multipolar” e apelou ao fim das guerras comerciais, dias antes do encontro entre Xi Jinping e Donald Trump.

Durante um fórum realizado em Pequim, Wang criticou “a politização das questões económicas e comerciais, a fragmentação artificial dos mercados globais e o recurso a guerras comerciais e batalhas tarifárias”, numa referência velada ao proteccionismo dos Estados Unidos.

“O sentido da História não pode ser revertido e um mundo multipolar está a emergir”, afirmou o diplomata, que alertou ainda contra a “retirada frequente de acordos, a inversão de compromissos e a formação entusiástica de blocos e alianças”, acções que, segundo disse, colocam o multilateralismo sob “desafios sem precedentes”.

As declarações surgem na véspera da chegada do líder norte-americano, Donald Trump, à Coreia do Sul, onde está agendada para quinta-feira uma reunião com o homólogo chinês, Xi Jinping, à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), na cidade de Gyeongju.

28 Out 2025

Três condenados a mais de 16 anos de prisão por prepararem ataque à bomba em HK

A justiça de Hong Kong condenou ontem três pessoas a mais de 16 anos de prisão por prepararem ataques à bomba durante os protestos antigovernamentais que paralisaram a região semiautónoma chinesa em 2019.

De acordo com a imprensa local, Lukas Ho Cheuk-wai, de 41 anos, considerado o mentor dos ataques, tendo disponibilizado o local e comprado os materiais necessários para fabricar explosivos, foi condenado a 18 anos de prisão. O mesmo tribunal de primeira instância condenou a 16 anos e oito meses de prisão Lee Ka-pan, de 31 anos, e Cheung Ka-chun, 35.

Ao proferir a sentença, o juiz Johnny Chan Jong-herng recordou que o trio tinha levado a cabo com sucesso dois ataques iniciais, sem causar vítimas, e disse que os acusados demonstraram poucos remorsos durante o julgamento. O magistrado descreveu os actos dos acusados como uma declaração de guerra contra a sociedade e referiu que a sentença deve ser suficientemente pesada para dissuadir novos actos semelhantes.

No início de Setembro, um júri, composto por sete mulheres e dois homens, tinha declarado os arguidos culpados de “conspiração para causar uma explosão de natureza que possa colocar vidas em risco ou causar danos graves à propriedade”. Os três arguidos podiam ter sido condenados a uma pena máxima de 20 anos de prisão, de acordo com uma lei aprovada ainda no tempo colonial.

Explosões planeadas

No final do julgamento, que durou quase meio ano, todos os sete arguidos tinham sido absolvidos do envolvimento em actividades terroristas, acusação que podia acarretar a pena de prisão perpétua. De acordo com a acusação, o grupo teria tentado fabricar explosivos para colocar bombas, entre Novembro de 2019 e Março de 2020, em vários locais da cidade, incluindo num centro médico e numa estação do metro.

Em Julho de 2021, a polícia disse que os arguidos planeavam utilizar o material para bombardear tribunais, túneis, caminhos-de-ferro e fazer explodir caixotes do lixo na rua, “para maximizar os danos causados à sociedade”. A polícia disse que o grupo planeava deixar Hong Kong e sabotar a cidade antes da partida.

28 Out 2025