Canídromo | Wong Kit Cheng elogia projecto do Governo

A deputada Wong Kit Cheng elogiou os planos do Governo para construir um Parque Desportivo no Canídromo, mas pediu que seja definido um calendário, com metas bem claras, para a conclusão dos trabalhos.

Segundo o jornal Ou Mun, a legisladora ligada à Associação das Mulheres de Macau defendeu ainda a necessidade de montar uma equipa para coordenar os trabalhos que envolvem os diferentes serviços interdepartamentais.

Além disso, a deputada também indicou que actualmente ainda se organizam frequentemente competições desportivas das escolas ou associações no antigo Canídromo, pelo que é necessário ter uma boa coordenação com os organizadores das competições e garantir um espaço alternativo, para que as mesmas não sejam afectadas durante os trabalhos de obras.

19 Jul 2023

Canídromo | Pedido ponto de situação sobre conversão

O deputado da FAOM, Leong Sun Iok, está preocupado com a falta de instalações desportivas nas zonas mais povoadas do território e pediu um ponto de situação sobre a conversão do Canídromo Yat Yuen. Leong Sun Iok sugere também a construção de uma via verde ao longo da orla costeira

 

Tirando o Centro Desportivo de Mong-Há, as zonas centro e norte da península de Macau estão mal servidas em termos de instalações para a prática do desporto. A distribuição pouco equilibrada de espaços desportivos nas zonas mais povoadas, é um dos principais pontos de partida da interpelação escrita de Leong Sun Iok, divulgada ontem.

“De acordo com os Censos 2021, as zonas mais densamente povoadas de Macau eram as zonas da Areia Preta, de Iao Hon, da Doca do Lam Mau e de San Kio, contudo, nas imediações, há apenas um único complexo desportivo – Centro Desportivo Mong Há – para uso público. Desde a apresentação da proposta respeitante à transformação do Canídromo num parque desportivo, nada se viu até ao momento”, argumenta o deputado.

O Canídromo Yat Yuen é visto pelo legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) como um projecto essencial para uma das áreas com mais concentração de pessoas. Como tal, aponta que ainda não existe um plano de pormenor para a construção do prometido parque cívico de desporto e que os trabalhos não avançam.

Para já, “a Direcção dos Serviços de Obras Públicas está apenas a proceder à abertura do concurso para a concepção preliminar desse parque, e o projecto pormenorizado de concepção, o modo de funcionamento e o calendário da conclusão das obras ainda não foram finalizados”, aponta Leong Sun Iok.

Recorde-se que no ano passado, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, indicou que seriam construídos no antigo Canídromo “um campo de futebol e de pista de atletismo oficial, um centro desportivo de vários pisos equipado com piscina coberta oficial de 50 metros com água aquecida, campo de futsal, campo de basquetebol, campo de badminton, mesas de ténis-de-mesa e sala multifuncional”.

Porém, perante a falta de dinâmica no projecto, Leong Sun Iok pede ao Governo um ponto de situação, sugerindo a construção de instalações de “desportos que estão na moda”, como escalada e skate.

Volta a Macau em bicicleta

Outro dos projectos em que o deputado da FAOM gostaria de ver avanços é a ligação através de uma ponte da Zona de Lazer da Marginal da Taipa (Pista de Bicicletas) à Pista de Bicicletas “Flor de Lótus”. O Instituto para os Assuntos Municipais afirmou no ano passado que iria auscultar as opiniões dos serviços competentes sobre a concepção da ligação. Ora, Leong Sun Iok quer também saber em que ponto está este projecto e se existe um calendário para a sua concretização.

Neste capítulo, o deputado sublinha que “falta um plano de pormenor dos terrenos que se destinam à construção do ‘Ocean World’”, propondo um estudo de viabilidade à construção de “uma via verde da orla costeira” para ligar as suas ciclovias à pista de bicicletas de Coloane.

Em relação ao atletismo, o deputado da FAOM refere que a pista de atletismo do Centro Desportivo Olímpico – Estádio só está aberta ao público das 06h às 08h e pergunta se este horário pode ser alargado.

29 Mai 2023

Fotografia | Mostra de Sofia Mota sobre o Canídromo patente em Leiria

“A Última Corrida” é o nome da exposição de fotografia da autoria de Sofia Mota, residente de Macau e fotógrafa, patente no MIMO – Museu da Imagem em Movimento, em Leiria. A autora, que realizou o trabalho documental quando ainda era jornalista do HM, fala de um projecto carregado de emoções e da celebração do encerramento de um local histórico associado a maus-tratos aos galgos

 

Era uma vez um Canídromo, no bairro do Fai Chi Kei, onde os aficcionados apostavam para ver qual o galgo que corria mais depressa. Eles corriam, esgotados, mal tratados, e corriam mais até os humanos quererem. Durante décadas este espaço atraiu turistas e visitantes até se transformar num local dominado pela degradação. Foi em 2018, depois de uma intensa campanha a favor do fecho do Canídromo levada a cabo pela ANIMA – Sociedade Protectora dos Animais de Macau, que o espaço encerrou definitivamente.

Em “A Última Corrida”, exposição patente no Museu da Imagem em Movimento (MIMO), em Leiria, até 12 de Março, as imagens de Sofia Mota, fotógrafa e residente de Macau, capturam estes últimos momentos.

“Quando cheguei ao Canídromo, em 2018, deparei-me com um espaço absolutamente decadente em todos os apectos. Nas instalações, na solidão que transpirava, no ambiente das apostas … queria apanhar esse fim histórico já sem nada, carregado de vazio”, contou ao HM.

Esta série de imagens foram capturadas para ilustrar uma reportagem sobre o encerramento do Canídromo publicada no HM pela autora, que à data era jornalista desta publicação. Só muito recentemente as imagens deram origem ao projecto “A Última Corrida”, publicado na revista Halftone e que contou com trabalho de selecção de João Palla. Em Leiria, a exposição teve curadoria de João Ferreira, que lançou o mote a Sofia Mota para voltar a expor na sua cidade natal. O convite formal partiu de Sofia Carreira, coordenadora do MIMO.

“Um momento único”

Este é um “trabalho documental” que segue a linha dos muitos projectos que Sofia Mota tem feito na área da fotografia, que já lhe valeram a distinção como talento revelação em 2013 da revista Camera.Doc, com a série “Mistérios da Fé…!”, sobre o ambiente de peregrinação no santuário de Fátima.

“Em 2015 levei a Leiria um trabalho sobre a vida quotidiana de um bairro de Pequim, mas este trabalho é diferente, pois é de um momento único que não se repete. Foi o trazer uma realidade desconhecida das corridas que estão intrinsecamente ligadas a Macau. Quis dar a conhecer esta situação e mostrar é sempre gratificante, pois Leiria é a minha cidade natal e Macau é o lugar onde vivo.”

Ao fotografar, Sofia Mota não quis focar-se apenas nas corridas ou nos cães, mas em todo o ambiente. “É um projecto com um cariz afectivo, abrangendo também a parte do tratamento dos animais, que não era dos melhores. É também um trabalho de celebração do fim tardio do Canídromo.”

“Queria abarcar a representação do Canídromo nas suas várias facetas, que vão desde as bilheteiras, ao público, à preparação dos cães para entrar nas corridas, a comunicação de cabine, dos relatos das apostas. Não no sentido de exaltação, bem pelo contrário, pois sou totalmente contra as corridas de galgos e com animais no geral, e o fim do Canídromo representa o fim desta atrocidade.”

A imagem preferida de Sofia Mota é, precisamente, a última que surge exposta nas paredes do MIMO. “Vê-se apenas um cão a sair da pista, a sair de cena. É uma imagem carregada de simbolismo”, adiantou. A mostra “A Última Corrida” foi inaugurada a 8 de Dezembro e pode ser visitada até 12 de Março.

17 Jan 2023

IAM | Ex-funcionário condenado a quatro anos de prisão foi demitido

Após ter sido condenado a quatro anos de prisão por encaminhar galgos do Canídromo para esterilização na clínica de um familiar, Choi U Fai foi despedido do IAM. O agora ex-funcionário está em parte incerta

 

O ex-chefe da Divisão de Inspecção e Controlo Veterinário do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), Choi U Fai, foi despedido na sequência de um processo disciplinar interno. A revelação consta de um aviso publicado ontem pelo IAM, que vem assinado por O Lam, na condição de “presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais”.

“É notificado o ex-trabalhador do Instituto para os Assuntos Municipais, Choi U Fai, ora em parte incerta, que, na sequência de processo disciplinar contra si instaurado, por despacho Exmo. Senhor Secretário para a Administração e Justiça, de 23 de Novembro, que lhe foi aplicada a pena disciplinar de demissão”, pode ler-se no anúncio publicado.

Com a decisão publicada a 6 de Dezembro, Choi U Fai tem 60 dias para contestar o despedimento e interpor recurso no Tribunal de Segunda Instância.

No entanto, uma vez que se encontra em “parte incerta”, apesar de ter sido condenado a uma pena de quatro anos de prisão por abuso de poder no âmbito do processo pós-encerramento do Canídromo, é pouco provável que apresente recurso.

Condenado por corrupção

O ex-veterinário chefe foi condenado a quatro anos de prisão, em 2020, num processo que começou em 2018 com uma queixa de Zoe Tang, que hoje lidera a ANIMA. A associação foi essencial para o processo de salvamento e realojamento dos 500 galgos do Canídromo que foram abandonados pela Companhia de Corridas de Galgos Macau (Yat Yuen).

Durante os trabalhos para encontrar uma nova casa para os animais, Choi U Fai encaminhou quase todos para serem esterilizados numa clínica onde tinha uma participação dissimulada. Por esse motivo, foi suspenso em 2019, quando o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) começou a investigar o caso.

Mais tarde, no início de 2020, Choi foi condenado a uma pena única de quatro anos de prisão pelo Tribunal Judicial de Base (TJB). O TJB entendeu que o ex-funcionário do IAM cometeu o crime de abuso de poder, porque aproveitou “o seu poder”, “com a intenção de obter lucros para si ou outra pessoa”. O suspeito foi igualmente condenado por fraude fiscal por não ter declarado bens que devia declarar.

Apesar do recurso apresentado pela defesa de Choi, a decisão do TJB acabaria por ser posteriormente confirmada pelo Tribunal de Segunda Instância, que colocou um ponto final ao caso.

16 Dez 2022

Canídromo | Lei Chan U pede ponto de situação sobre renovação

O deputado dos Operários pediu explicações sobre o projecto de renovação do Canídromo e os planos para levar associações locais para a Ilha da Montanha para poderem aceder a instalações desportivas

 

O deputado Lei Chan U quer saber em que situação se encontra o plano de construção de instalações desportivas no Canídromo. A questão foi colocada através de uma interpelação escrita, e surge depois de meses sem notícias sobre as obras de reaproveitamento da infra-estrutura.

No documento enviado ao Governo, o deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) recorda que colocou a pergunta em Abril deste ano à secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, mas que apesar das garantias de boa cooperação com as Obras Públicas, não houve novidades.

Neste sentido, o legislador voltou a insistir na necessidade de criar mais instalações desportivas: “Anteriormente, foi dito que se estava a preparar o concurso público para avançar com a renovação do Canídromo. Mas qual é o progresso? Em que estado se encontra o plano para a reconstrução?”, perguntou “E quando vão começar as obras?”, acrescentou.

Outra das preocupações do legislador foca a necessidade de apresentar à população um inventário com todas as instalações desportivas, não só com a localização, mas também com dimensão, modalidades desportivas que se podem praticar e capacidade. Este é um trabalho que o Governo prometeu fazer ao longo deste ano, segundo Lei Chan U, mas cujo progresso é desconhecido.

Expansão para Hengqin

Apesar das várias perguntas colocadas, o deputado da associação tradicional deixa elogios ao Governo, por encarar o desporto não só como uma actividade lúdica para os jovens e de promoção de saúde e bem-estar da população, mas porque considera que existe o objectivo de promover a profissionalização no território.

Lei Chan U destaca igualmente que nos últimos anos houve uma grande aposta para abrir mais espaços para a prática desportiva. Todavia, a oferta ainda está “aquém das necessidades sociais”.

Para inverter a situação, o legislador quer saber como estão os planos para que a RAEM invista em instalações desportivas na Ilha da Montanha. “Face à grande procura social pelos recursos desportivos, como as autoridades vão encontrar equilíbrio entre as instalações para prática profissional e a prática da população?”, perguntou.

“Também o segundo plano quinquenal propõe que sejam utilizadas as instalações em Hengqin para complementar a oferta das instalações em Macau, com a possibilidade de várias associações utilizarem esses espaços. Como está a ser feita essa articulação?”, questionou.

25 Out 2022

Canídromo | Francisco Manhão destaca oportunidade para desenvolver desporto

O ex-presidente da Associação de Veteranos de Futebol defende que o Canídromo deve ser aproveitado para lançar um novo centro desportivo que permita ao desporto de Macau internacionalizar-se e finalmente obter resultados

 

Francisco Manhão, ex-presidente da Associação de Veteranos de Futebol, apelou ao Governo para assumir as rédeas do desporto local e criar um projecto de internacionalização com resultados desportivos. Para este fim, Manhão considera que o Canídromo é fundamental e que deve ser dotado de instalações para as diferentes modalidades.

Anteriormente, o Governo tinha anunciado que pretendia utilizar o Canídromo para desenvolver espaços para as escolas. Contudo, o projecto foi abortado, numa decisão elogiada por Manhão. “Fiquei satisfeito com a decisão do Governo de manter o Canídromo. Para mim, estamos a falar do espaço desportivo mais importante de Macau e também aquele que é o mais antigo e tradicional”, reconheceu, em entrevista ao HM.

“O Canídromo é uma oportunidade para Macau desenvolver o desporto, através da criação de infra-estruturas para finalmente se conseguir competir a nível internacional. Ainda há tempos ouvi o Presidente Xi, num discurso, a dizer que o desporto tem de ser uma aposta”, afirmou Manhão. “E como é que se pode desenvolver o desporto? De certeza que não chega apenas recuperar o campo, o balneário e as bancadas. É preciso mais”, vincou.

Para Manhão, o projecto deve passar pela aposta na construção de campos para modalidades como voleibol, andebol, fustal, além do futebol de onze, assim como num centro médico feito a pensar nos atletas, com piscina para tratar lesões. “É muito importante que os atletas tenham um espaço para poderem recuperar e receber todos os cuidados necessários”, justificou.

Para expandir

Além das instalações desportivas, o ex-presidente da associação defendeu a construção de alojamentos para os atletas, à semelhança do que aconteceu com o centro de alto rendimento, no Cotai.

Questionado sobre se os dois projectos não seriam redundantes, Manhão recusou o cenário por considerar que as novas instalações não resolveram o problema da falta de espaços para as diferentes modalidades.

Quanto à gestão do projecto, o macaense considerou que o Instituto do Desporto deveria entregar a gestão às diferentes associações, que tratariam dos pedidos para a utilização das instalações. “O Instituto do Desporto ficava com o papel de supervisão, mas como eles têm tantas tarefas, e recebem tantos pedidos, era mais fácil para todos se fossem as associações a gerirem os pedidos para os seus membros. Haveria menos burocracia e seria mais eficaz”, indicou.

Cultura de exigência

Sobre o desporto local, Francisco Manhão defendeu que é essencial uma maior intervenção do Governo para criar uma cultura de exigência de resultados, que não existe actualmente.

“Não temos desporto com qualidade. Há cinquenta anos que oiço que não há problema face à ausência de resultados porque se está a ganhar experiência. É uma resposta que não resolve nada”, sublinhou. “É um discurso que impede que se evolua e que faz com que Macau nunca tenha capacidade para competir internacionalmente”, acrescentou.

Por isso, Manhão considera que tem de ser o Governo a apostar num novo modelo de desenvolvimento, criar o estatuto de atleta de alta competição, com carreiras atractivas, e enviar os jovens e técnicos para o exterior, onde podem ser formados com os melhores profissionais. “Se olharmos para Hong Kong, vemos que o que conseguiram alcançar a nível internacional, e ganham medalhas em competições a nível mundial, tudo isso se deve a muito trabalho e à aposta no desporto. Temos de seguir o exemplo”, apontou.

O ex-presidente da Associação de Veteranos de Futebol disse ainda que podem ser feitas parecerias para formação de técnicos e atletas com os países mais desenvolvidos. “Se pensarmos no futebol, Alemanha, Inglaterra ou Portugal são boas hipótese. Se quisermos ver o caso do voleibol, a China é um bom destino para se aprender”, afirmou.

Claro para Francisco Manhão, é que o projecto do Canídromo tem de ser central para o desporto em Macau poder dar um salto qualitativo e poder chegar a um nível que seja efectivamente internacional.

10 Fev 2022

Canídromo | Demolição necessária para erguer centro desportivo

Pun Weng Kung, presidente do Instituto do Desporto, afirmou que a construção de um novo centro desportivo no Canídromo vai levar à demolição das infra-estrutura desportivas existentes. As declarações foram prestadas na quarta-feira e citadas pelo Jornal Cheng Pou.

Sobre este projecto, que ainda não tem um plano concluído, Pun revelou ainda que os detalhes estão a ser discutidos com o Instituto para os Assuntos Municipais, liderado por José Tavares. Anteriormente, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultural, Elsie Ao Ieong U, avançou a hipótese de o futuro centro desportivo no Canídromo ser muito semelhante ao existente em Mong Há.

14 Jan 2022

Canídromo | Divulgados detalhes do projecto do parque desportivo

O futuro parque desportivo que irá nascer no terreno do antigo Canídromo, na zona norte, terá um campo de futebol, uma pista de atletismo e um centro desportivo com “vários pisos”, adianta o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lam Lon Wai. Neste edifício será ainda construída uma piscina coberta de 50 metros com água aquecida, um campo para a prática de modalidades como futsal, basquetebol, badminton e ténis de mesa, além de ser criada uma sala polivalente.

Na mesma resposta, assinada por O Lam, presidente substituta do conselho de administração do IAM, é referido que no parque desportivo serão também erguidos campos de basquetebol e futebol em miniatura ao ar livre. Nesta fase “o IAM está a acompanhar os trabalhos de planeamento da construção da zona de lazer e da optimização da passagem superior para peões”, lê-se ainda.

Lam Lon Wai colocou ainda questões sobre o desenvolvimento de infra-estruturas de lazer junto ao posto fronteiriço de Qingmao. O Lam frisou que nesse momento o IAM está a “coordenar [o projecto] com os departamentos relacionados, prevendo-se que no próximo ano o projecto da parte da praça fique concluído e que seja dado início ao concurso da obra”. Esta obra deverá arrancar este ano, prevendo-se uma melhoria do ambiente pedonal e um aumento das instalações de lazer. Todo o projecto deverá ser finalizado em 2024.

Sobre a optimização do parque municipal Dr. Sun Yat-sen, o IAM avançou que o concurso público para a obra deverá ser lançado no primeiro trimestre do próximo ano, devendo esta estar concluída no quarto trimestre de 2023. Neste momento, “o IAM concluiu os procedimentos do concurso da obra de alargamento de passeio e recuo do muro da vedação do parque”.

6 Jan 2022

Governo desiste do plano para Canídromo

Ron Lam U Tou e Che Sai Wang questionaram ontem o Executivo sobre as razões para o abandono do plano de construção de escolas para o terreno do Canídromo. Segundo explicou Lou Pak Sang, director da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude, a falta de espaço foi a grande razão.

“Escolhemos a zona A porque tem mais área, no terreno do Canídromo tínhamos apenas oito mil metros quadrados. Uma das escolas de ensino especial tinha uma área de 2.500 metros quadrados e agora podemos proporcionar uma área de cinco mil metros quadrados. Na zona A teremos mais condições para os estudantes.”

O dirigente garantiu que as novas escolas vão estar rapidamente ao serviço da comunidade e que ainda está a ser estudada a finalidade a dar ao terreno do Canídromo.

2 Dez 2021

Anima contesta junto dos Serviços de Finanças rejeição para visitar Canídromo

Apontando motivos de segurança, os Serviços de Finanças recusaram o pedido da Anima para fazer uma visita ao Canídromo. Sem concordar com os argumentos apresentados, a associação vai enviar uma carta ao secretário da tutela

 

A Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) rejeitou o pedido de visita ao Canídromo submetido pela ANIMA – Sociedade Protectora dos Animais de Macau no mês passado, invocando razões de segurança. Em reacção à resposta, Albano Martins, presidente honorário vitalício da associação, considera não haver “qualquer tipo de problema”, argumentando que as instalações são seguras. Como tal, a Anima envia hoje uma carta ao secretário para a Economia e Finanças a contestar a decisão.

A organização planeava visitar as instalações do Canídromo na próxima semana, dia 26 de Março, para assinalar o segundo aniversário do dia em que os últimos galgos abandonaram o espaço. O Director da DSF, Iong Kong Leong, alegou motivos de segurança para rejeitar o pedido. “A fim de evitar potenciais riscos que possam pôr em causa a segurança do público, não é adequada a cedência da área do canil”, diz a carta.

A DSF indica que o contador de água foi removido pelos serviços de obras públicas em articulação com o plano de reconstrução do antigo Canídromo Yat Yuen, e que a área ainda não está aberta ao público. De acordo com a resposta, os serviços não fazem manutenção diária da área do canil, mas apenas “reparação parcial as partes perigosas”.

“Não tem sentido nenhum do ponto de vista de saúde pública ou de segurança, o que eles dizem. Posso garantir que as instalações são mais seguras do que muitos edifícios que existem em Macau, porque eu estive lá quase nove meses a trabalhar”, disse Albano Martins ao HM.

Espaço para agradecer

O pedido da Anima foi também enviado ao Instituto do Desporto, que terá dado luz verde à iniciativa, desde que as regras de saúde pública fossem cumpridas. Albano Martins considera a resposta da DSF “muito esquisita”, frisando que o objectivo era apenas celebrar o dia em que o espaço ficou disponível para uso público, algo que “nunca aconteceu”. Recordou assim que “tal como dizia a Anima no passado, dificilmente haveria qualquer tipo de projecto para entrar nos próximos anos”.

A associação vai protestar a rejeição com uma carta enviada ao secretário para a Economia e Finanças. “Para nossa surpresa, invocando razões de segurança, a DSF recusou ceder o espaço por meio dia. Iríamos seguir as regras dos SSM neste período de pandemia e o evento seria uma boa forma de agradecer a todos os que ajudaram o Governo e a Anima a alcançar um êxito quase único”, observa a carta.

Albano Martins explica que a resposta negativa da DSF chegou a pouco mais de uma semana do evento. “A Anima tem tudo preparado e aguardava apenas resposta positiva a este nosso pedido”, refere, acrescentado que perante o tempo que demorou a resposta “solicitar à DSF uma mudança de atitude não seria pragmático”.

18 Mar 2021

ANIMA | Fundação Macau dá cinco milhões, mas apenas para salários 

A Fundação Macau já informou a ANIMA de que irá conceder um apoio de cinco milhões de patacas, mas apenas para os salários dos funcionários, deixando de parte as despesas com os animais. Albano Martins promete contactar de novo Wu Zhiliang e diz que a decisão dá pouco espaço de manobra à associação

 

A Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA vai receber um novo apoio financeiro da Fundação Macau (FM) mas este não é suficiente para cobrir todas as despesas. Segundo contou Albano Martins, presidente honorário da ANIMA, ao HM, a FM promete atribuir cinco milhões de patacas mas este dinheiro apenas pode ser utilizado com os salários dos funcionários. A ANIMA pediu cerca de seis milhões de patacas mas esperava uma maior flexibilização no uso do dinheiro.

“Quando fizemos o pedido propusemos que fosse dividido entre salários e as despesas com os animais. A FM fixou só para salários, o que nos cria um enorme problema. O nosso orçamento fica rígido e a decisão da FM é tecnicamente difícil de aceitar.”

Nesse sentido, Albano Martins promete contactar hoje o presidente da FM, Wu Zhiliang, para que a situação possa ser contornada. “O dinheiro é suficiente para os salários, mas o nosso orçamento para este ano é de quase 10 milhões de patacas. Teremos de explicar que a decisão não é a mais saudável do ponto de vista de quem trabalha com um orçamento. Teremos sempre de devolver à FM o dinheiro que não usarmos”, acrescentou.

Relativamente aos apoios financeiros dos casinos, a ANIMA vê-se obrigada a fazer novos contactos. “Estamos de tal modo apertados que não temos outra solução se não contactá-los novamente. Mas vamos levar com os pés, porque eles deram o apoio no final do ano passado, não vão dar dinheiro agora no primeiro semestre.”

Visita ao Canídromo

A ANIMA mantém o plano de fazer uma actividade de recolha de fundos para fazer face às despesas, mas a mesma será adiada para 21 de Julho deste ano, quando se celebra a data da intervenção do Governo no processo de encerramento do Canídromo. Este mês, dia 26, irá decorrer uma actividade de convívio para lembrar os dois anos do encerramento completo do antigo espaço de corridas de galgos. Já foram enviadas cartas a várias entidades públicas a pedir autorização para esta actividade.

“A ANIMA gostaria, com a imprensa e diversos convidados locais, incluindo adoptantes de galgos e os seus animais, e o próprio IAM [Instituto para os Assuntos Municipais], de fazer uma visita na manhã desse dia a todas as instalações dos canis do Canídromo e registar esse grande acontecimento colectivo de todos através de fotos e vídeos”, lê-se na carta enviada à Direcção dos Serviços de Finanças, que tem responsabilidade de gestão do espaço.

Na mesma carta, a ANIMA recorda que o processo de retirada dos animais “poderia ser feito com mais tempo”. “Vestimos a camisola das preocupações do Governo e dessa forma em apenas seis meses após o início da operação de embarque (26/09/2018) realizámos todos os galgos fora do Canídromo”, lê-se ainda.

16 Mar 2021

ANIMA tenta organizar evento para angariar fundos e fazer face a despesas

A ANIMA – Sociedade Protectora dos Animais de Macau está a estudar a possibilidade de realizar um evento para celebrar o segundo aniversário do dia em que os últimos galgos deixaram o Canídromo. A iniciativa ainda está a ser equacionada, depende da aprovação dos Serviços de Finanças e do Instituto do Desporto, mas tem como objectivo a angariação de fundos.

“Se os Serviços de Finanças e o Instituto do Desporto nos derem autorização para abrirmos as instalações do Canídromo, vamos comemorar os dois anos em que o Canídromo ficou sem animais, a 26 de Março”, afirmou Albano Martins, presidente honorário da associação. “Vamos comemorar o dia em que os últimos animais foram para a ANIMA e para famílias de acolhimento, antes de serem enviados para a Austrália”, acrescentou.

O plano prevê assim um convívio com as pessoas que adoptaram galgos da antiga pista de corridas de cães, mas não só. “Queremos que as pessoas possam visitar o espaço de manhã, levar os animais que foram adoptados e depois fazer um evento de convívio. À noite, queremos terminar o dia com um evento de recolha de fundos, com sorteios, rifas e actividades semelhantes”, informou. “É o que estamos a pensar para sermos mais activos a recolher fundos”, sublinhou.

O encerramento do Canídromo foi um marco na actividade da associação, que conseguiu arranjar destino para os mais de 500 galgos. Só neste processo, a ANIMA gastou do seu orçamento um milhão de patacas. “Não recebemos nada do Canídromo, porque não queríamos que as pessoas ficassem a pensar que tínhamos feito aquela acção para receber dinheiro”, esclareceu o presidente honorário. “Também do Governo recebemos zero e gastámos um milhão com coisas como o transporte de animais para as clínicas, visitas de veterinários… Foi pago do nosso bolso”, vincou. “Recebemos uma medalha [de reconhecimento] no final do ano de 2019… Enfim, não paga dívidas”, desabafou.

Após um ano que terminou com prejuízos de 2,25 milhões de patacas, a ANIMA está a correr atrás do prejuízo para fazer face a todas as despesas relacionadas com os 900 animais pela qual está responsável, enquanto aguarda por eventuais apoios da Fundação Macau.

Donativos de 640 mil patacas

Até ontem, a associação, que fez uma campanha a apelar ao envio de donativos, tinha recolhido cerca de 640 mil patacas. O montante foi utilizado para pagar salários e a fornecedores. “Foi um montante que deu para pagar os salários, dá para pagar as despesas com os fornecedores do mês passado e sobram cerca de 80 mil patacas. Destas, 50 mil são para pagar um empréstimo que tivemos de fazer, caso não conseguíssemos arranjar outra forma de financiamento”, explicou Albano Martins sobre o montante recolhido.

No ano passado, a ANIMA resgatou 161 cães, entre os quais 34 do canil do Instituto dos Assuntos Municipais, 197 gatos, sendo que 38 estavam à guarda do Governo, e 100 animais de outro tipo, como tartarugas ou hamsters. No mesmo período, o IAM abateu 122 cães e 30 gatos.

3 Fev 2021

ANIMA | Há um ano, Canídromo fechava portas graças à “coragem” do Governo 

Foi a 26 de Março de 2019 que os últimos galgos saíram do Canídromo. Um ano depois, o enorme terreno no Fai Chi Kei continua por desenvolver apesar de ser certa a transferência de quatro escolas para o local. Albano Martins, presidente da ANIMA, lamenta o processo demasiado rápido para a saída dos animais, mas destaca o reconhecimento internacional da associação

 

[dropcap]D[/dropcap]egradação era a palavra que melhor assentava para descrever o ambiente e as infra-estruturas do Canídromo. Foi há um ano que a ANIMA – Sociedade Protectora dos Animais de Macau, conseguiu vencer o braço-de-ferro com o Governo para o encerramento definitivo do espaço onde se apostava em corridas de galgos. Os últimos animais deixaram o Canídromo, no Fai Chi Kei, a 26 de Março.

Albano Martins, presidente da ANIMA, olha hoje para esse período e lamenta a rapidez com que a entidade foi obrigada a tratar do processo de transferência dos animais.

“Não havia urgência nenhuma em fazer os animais sair. As pessoas já estavam habituadas ao barulho e os animais no espaço. Por outro lado, o Governo nunca iria reordenar aquilo em menos de dois ou três anos.

Passou um ano e aquilo [o terreno] está na mesma. Não há capacidade do Governo para desenvolver aquilo. Não vai ser um novo hospital das ilhas, mas quase.”, aponta.

O economista recorda as várias soluções apontadas para albergar os animais e que caíram por terra. “Não havia espaço para absorver um número tão grande de animais e todas as tentativas foram goradas.”

A luta da ANIMA pelo encerramento do Canídromo começou em 2011. Depois de várias acções públicas, o primeiro passo foi dado quando o Executivo de Chui Sai On não renovou a concessão do terreno à Yat Yuen.

“O Governo acabou por ganhar coragem, um bocado empurrado pela ANIMA, porque fomos a única organização de Macau a pedir o fecho das instalações.”

A pesada factura

Albano Martins lamenta ainda que todos os galgos que foram para o estrangeiro tenham ido sem a esterilização feita. Cerca de 129 animais acabaram por ficar em Macau, mas “muitos morreram ou foram abandonados e vieram parar à ANIMA, ou então não se sabe o seu paradeiro”.

O responsável defende que os 20 milhões de patacas gastos pela Yat Yuen num espaço de acolhimento de animais, no Parque Industrial da Concordia, poderia ter sido usado para esterilizações. “Esse dinheiro teria dado uma ajuda para tratar da saúde destes animais se tivéssemos tido mais tempo, para que pudessem ir para o estrangeiro já esterilizados e em melhor estado.”

Apesar de a Yat Yuen ter pago as viagens dos galgos para o estrangeiro, a verdade é que sobrou uma pesada factura para a ANIMA pagar: 250 mil patacas, custeadas com apoios de organizações internacionais.

“A 26 de Março ficámos com muitos animais. Também salvámos mais de 20 animais do abandono. Tratamos dos galgos sem qualquer subsídio do Governo, sem contabilizar o volume de trabalho que tivemos. Mas teve uma vantagem. Ganhámos a medalha de mérito [atribuída pelo ex-Chefe do Executivo, Chui Sai On] e ficámos reconhecidos a nível internacional.”

A luta em Portugal

Albano Martins assume que nunca pensou que a ANIMA fosse convidada por entidades asiáticas ligadas aos direitos dos animais como é hoje. O fecho do Canídromo deu-lhe reconhecimento e credibilidade internacionais, o que faz com que hoje esteja ligada a mais uma causa: o fim das corridas de galgos em Portugal. A última acção, apoiada por 70 entidades internacionais, foi uma carta enviada à Assembleia da República. Mesmo com a crise gerada pela pandemia da covid-19, os activistas querem agendar uma reunião em Maio.

3 Abr 2020

Galgos | Últimos cães do canídromo partem hoje para a Austrália

São três os galgos do canídromo que partem hoje para a Austrália, terminando assim o processo de realojamento internacional de mais de 500 cães abandonados pela Yat Yen. Albano Martins está satisfeito com a operação de realojamento feita em tempo “recorde”

 

[dropcap]O[/dropcap]s últimos três galgos que têm como destino o exterior, partem hoje da Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA – com destino à Austrália. Fazem parte de um grupo de 18 animais destinados especificamente àquele país, como forma de alerta.

“A 26 de Outubro começámos a trabalhar e a mandar os primeiros galgos para fora e no dia 26 de Março fechámos o canídromo, ou seja em seis meses o canídromo encerrou. Isto não significa necessariamente que todos os animais tivessem realojados porque nós guardámos os galgos para irem para a Austrália apenas para chatear os australianos da indústria” das corridas de cães, apontou o presidente da ANIMA, Albano Martins, ao HM.

De acordo com o responsável “99 por cento daqueles galgos, vieram da Austrália ao longo destes anos todos e portanto tinha algum interesse que a ANIMA conseguisse colocar alguns animais naquela país”, até para que a questão das corridas seja publicamente discutida.

No canídromo de Macau, ao longo do seu funcionamento com a exploração de corridas, morreram entre 15 a 18 mil animais, acrescentou Albano Martins.

Na ANIMA ainda vão ficar cinco galgos, todos eles animais do canídromo que vieram já depois do encerramento, sendo que três deles “provavelmente poderão ser adoptados localmente pela famílias que os estão a realojar”.

Dos 532 galgos deixados nas instalações do canídromo pela empresa que detinha a exploração das corridas de cães, a Yat Yuen, até Junho do ano passado, 15 morreram, 307 foram enviados para os EUA, 60 para Itália, 70 para o Reino Unido, 15 para França, cinco para Alemanha e 26 para Hong Kong. Os restante foram adoptados pela própria ANIMA.

Ligados à causa

Apesar de “satisfeito” com o resultado do realojamento dos animais em tempo “recorde”, Albano Martins admite que se tratou de “uma operação complicada”. “Fomos colocados de repente nesta situação de resolver a situação de 532 animais que estavam vivos e prometemos que a resolvíamos. Acabámos por resolver em muito menos tempo”, disse.

O processo foi realizado com “muito esforço”, até porque “o investimento não tem em conta apensas o dinheiro, mas também os esforços que envolveram toda uma organização que estava dedicada essencialmente a animais de rua”, apontou sublinhando que todo o trabalho foi feito de forma gratuita com os “poucos meios” de que a associação dispunha.

Já em termos financeiros, “a ANIMA terá gasto cerca de meio milhão de patacas e não teve nenhum apoio financeiro local”.

Recorde-se que a Yat Yuen suportou custos, no montante de 70 milhões de patacas.

Terra condicionada

Entretanto, a ANIMA continua a atravessar dificuldades financeiras, mas a maior preocupação de Albano Martins prende-se com a conquista da concessão definitiva do terreno de Coloane que, para já, está limitado a contratos de cedência anuais. “O terreno é a questão que mais nos preocupa porque se nos for assegurado o terreno nós podemos crescer”, referiu.

A parcela de terra está neste momento ocupada com “barracas” que abrigam cerca de 50 cães. Não sendo destinada a edificação, estas barracas são consideradas ilegais e têm sido o argumento das Obras Públicas para negar a concessão definitiva. Mas Albano Martins não cede. “Se for necessário tiramos o telhado de chapa e pomos umas sombrinhas. Vamos ter que negociar com as obras públicas porque não vamos matar os animais para poder satisfazer as condições do Governo para nos cederem o terreno”, apontou o responsável. “Mandarmos matar cerca de 50 animais para nos poderem dar a concessão do terreno é coisa que a ANIMA não vai fazer”, sublinhou Albano Martins que considera que a origem do impasse da concessão definitiva terá que ver com “alguma má vontade provavelmente ou com alguns burocratas no meio deste percurso todo.”

10 Jun 2019

Últimos dez galgos abandonaram ontem o Canídromo

Saíram ontem os últimos dez galgos que ainda se encontravam no Canídromo, o que marca o culminar do processo de adopção internacional, com a duração de seis meses, levado a cabo pela ANIMA. Albano Martins está “feliz” pela missão cumprida e o presidente do IAM, José Tavares, agradece a todos os envolvidos no processo. Hoje, o terreno do Canídromo segue para a alçada da Direcção dos Serviços de Finanças

 

[dropcap]O[/dropcap]s últimos dez galgos que viviam no Canídromo saíram ontem do local, rumo ao aeroporto para serem adoptados. No total, a empresa de exploração de corridas de galgos, Yat Yuen, abandonou 532 animais a 20 de Julho do ano passado. Destes, 15 morreram. Os restantes entraram em processos internacionais de adopção, liderados pelo presidente da Associação de Protecção Animal – ANIMA, Albano Martins.

O tempo de adopção dos mais de 500 animais foi de seis meses, um período recorde que culmina neste “final rápido e feliz”. “Conseguimos fazer isto em seis meses”, sublinha o responsável. “Não foi fácil, mas tínhamos uma rede internacional montada e isso ajudou-nos imenso. Apenas tivemos que liderar o processo localmente com os nossos parceiros do IAM e da Yat Yuen e resolver ocasionalmente os pequenos problemas que iam surgindo”, acrescentou ontem Albano Martins em declarações à margem da saída dos últimos cães do Canídromo.

O feito foi também sublinhado pelo presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), José Tavares. “A ANIMA conseguiu em poucos meses resolver a situação de adopção dos mais de 500 cães do Canídromo e isso é obra”, disse. “São mais de 500 cães adoptados em meio ano e acho que isso nunca aconteceu em lado nenhum”, acrescentou Tavares.

Rumo à Califórnia

De entre os galgos adoptados, a maioria teve como destino os Estados Unidos da América – 307 – , essencialmente para a Califórnia. Para o Reino Unido seguiram 70, 60 para a Itália, 15 para França, 26 seguiram para Hong Kong e 31 foram adoptados em Macau. A própria ANIMA ficou com 23 animais, de entre os quais 19 vão ser enviados para famílias de acolhimento em Macau, seguindo mais tarde para a Austrália. Os restantes animais não vão ser mantidos pela instituição por se encontrarem doentes.

Hoje, o terreno que tem albergado as instalações do Canídromo é entregue aos Serviços de Finanças. Entretanto, o Governo já avançou que este terreno irá servir para fins educativos, estando prevista, pelo menos, a construção de quatro escolas.

Quanto aos antigos funcionários da Yat Yuen, José Tavares recordou que muitos foram absorvidos temporariamente pela empresa contratada pelo IAM para a segurança e manutenção das instalações do Canídromo. “A empresa cessa hoje [ontem] o contrato e estes trabalhadores vão ter que ser colocados noutros locais”, apontou o responsável.

José Tavares aproveitou a ocasião para agradecer a todos os envolvidos neste processo. “Quero agradecer a todos. Aos voluntários, às associações que aqui estiveram desde o início e que nos deram uma mão. Foi muito importante principalmente nas primeiras duas semanas, altura em que foi muito difícil tomar conta disto tudo”, referiu.

Entretanto, a Yat Yuen terá gasto cerca de 70 milhões de patacas em todo o processo, onde se inclui a multa por abandono dos animais, as viagens internacionais e os cuidados médicos a que foram submetidos, apontou Albano Martins.

27 Mar 2019

IAM | Suspenso de funções veterinário chefe por suspeita de abuso de poder

O caso foi descoberto na sequência de uma queixa ao CCAC. O chefe de Divisão e Inspecção e Controlo Veterinário do IAM foi suspenso de funções por ter alegadamente beneficiado uma clínica da qual era sócio durante o processo de realojamento dos galgos

[dropcap]O[/dropcap]chefe de Divisão e Inspecção e Controlo Veterinário do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) foi suspenso do exercício de funções por ter alegadamente beneficiado uma clínica durante o processo de realojamento dos galgos após o encerramento do Canídromo, em Julho. Choi U Fai, suspeito da prática dos crimes de abuso de poder e participação económica em negócio, arrisca uma pena que pode chegar aos oito anos de prisão.

O caso, tornado público na sexta-feira, foi descoberto pelo Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) na sequência de uma queixa, recebida em Agosto, dando conta de que “funcionários públicos não teriam acompanhado o caso de forma adequada”. A data e o conteúdo coincidem com a denúncia apresentada por Zoe Tang, ex-funcionária da Sociedade Protectora dos Animais – ANIMA, de que alguém estaria a lucrar, em teoria ilicitamente, com os tratamentos dos galgos do Canídromo.

Contratos da casa

Segundo o CCAC, o responsável pela inspecção veterinária – que nunca identifica – “terá praticado o crime de abuso de poder no processo de acompanhamento do caso dos galgos, obtendo benefícios para um centro veterinário do qual era sócio de forma velada, fazendo com que o centro conseguisse os contratos de cuidados médicos e de esterilização relativos a mais de 500 galgos”. Em paralelo, de acordo com o CCAC, Choi U Fai terá também dado ordem aos subordinados para emprestarem equipamentos médicos do IAM para uso da clínica em causa.

Dada “a controvérsia em torno da esterilização dos galgos” gerada no seio da sociedade e de modo a “não tornar a situação mais grave”, o centro veterinário cessou imediatamente a prestação de serviços à Yat Yuen, dando como fundamento a falta de recursos humanos, refere o organismo liderado por André Cheong, em comunicado. A clínica em causa estará actualmente encerrada, segundo a TDM.

No decorrer da investigação, o CCAC também descobriu outros crimes praticados alegadamente desde 2012, sinalizando que, no âmbito do processo de aquisição de bens e serviços, o chefe de divisão “tirou partido, durante muito tempo, dos seus poderes funcionais, dando ordem aos seus subordinados para incluírem uma empresa comercial, da qual era sócio de forma velada, na lista de fornecedores candidatos”. Um acto que levou a que “a empresa conseguisse, por mais de 120 vezes, adjudicações daquela divisão, envolvendo um montante de oito milhões de patacas”.

Outros implicados

Além de Choi U Fai, o caso envolve mais dois arguidos: um técnico-adjunto dos Serviços de Administração e Função Pública e um comerciante, todos sócios da empresa em causa, indiciados por participação económica em negócio. A suspensão do exercício de funções de Choi U Fai foi determinada pelo Juízo de Instrução Criminal que aplicou também medidas de coacção, com os três a ficarem sujeitos à proibição de ausência da RAEM e à apresentação periódica às autoridades. À luz do Código Penal, o crime de abuso de poder é punível com pena de prisão até três anos, enquanto o de participação económica em negócio com pena até cinco anos.

Reacções

Além da suspensão de funções, decretada pelo Juízo de Instrução Criminal, o IAM instaurou um processo disciplinar interno ao funcionário. “É com grande tristeza que o IAM está a tratar deste caso de suspeita de violação da lei por parte de uma das suas chefias”, diz o IAM num breve comunicado, prometendo o “acompanhamento rigoroso do caso” e levar a cabo “uma revisão dos actuais procedimentos e mecanismos de supervisão, colmatando as insuficiências existentes, de modo a evitar que casos semelhantes se repitam”.

A secretária da tutela, Sónia Chan, também reagiu ao caso, exigindo aos serviços que colaborem com a investigação e revejam os procedimentos dos trabalhos internos e regime de gestão e que reforcem a educação da integridade dos trabalhadores. “Todos os trabalhadores devem ser dedicados para com o público e defender o respeito pela lei”, afirmou a titular da pasta da Administração e Justiça, citada numa nota de imprensa enviada pelo seu gabinete.

25 Mar 2019

Canídromo | Instalações vão ficar livres no próximo dia 26 de Março

Estava previsto que a ANIMA deixasse o Canídromo na próxima quinta-feira, no final de um longo processo de adopção de mais de meio milhar de galgos. Porém, um imprevisto levou ao adiamento da saída até 26 de Março. Termina assim uma longa batalha pela sobrevivência dos animais

[dropcap]“[/dropcap]Uma boa luta vale sempre a pena. Faz-nos lembrar que a vida não é fácil, sobretudo para quem não tem voz.” As palavras são de Albano Martins, presidente da Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA, depois de um longo processo, que conheceu inúmeros avanços e recuos, para salvar os galgos que ficaram no Canídromo findas as corridas.

Na edição de sexta-feira do Jornal Tribuna de Macau, Albano Martins escreveu que “no dia 21 de Março o espaço actualmente ocupado pelo Canídromo fica assim livre para ser desmantelado e regressar finalmente à comunidade do Fai Chi Kei”. Porém, os planos da ANIMA esbarraram num imprevisto logístico.

“Tecnicamente, a companhia aérea que havia acordado levar os galgos diz agora que 15 animais têm de ir depois”, revela Albano Martins, acrescentando que a ANIMA decidiu não mudar de companhia aérea nesta fase final do processo. Como tal, “o Canídromo só fecha no dia 26”, explica o presidente da ANIMA.

Outro detalhe complicado do processo prende-se com o envio dos animais para a Austrália, devido ao alargado período de quarentena exigido (seis meses), que só deve acontecer entre Junho e Julho. Até lá, estes 19 cães vão ficar à guarda da ANIMA, sob condição de serem encontradas famílias de acolhimento suficientes. Albano Martins entende que “esta é a única maneira de fechar o Canídromo” e retirar os galgos daquele espaço.

 

Espaço no Fai Chi Kei

Do total de 532 galgos que ficaram no Canídromo, depois de terminadas as corridas, 483 conseguiram famílias de adopção e 14 morreram. Os restantes ficam à guarda da associação local de defesa dos animais até encontrarem uma nova casa.

Entretanto, os planos para libertar o espaço ficam com menos um obstáculo por ultrapassar. No terreno onde os galgos correram durante décadas, serão construídas instalações desportivas (piscina, pavilhão desportivo, campo de atletismo e futebol), escolas, serviços sociais e governamentais e zonas pedonais. Os projectos, para já, ainda não têm data para avançar.

Com a batalha pelo salvamento dos galgos quase ganha, Albano Martins acha que “ainda se deve esperar alguns anos até o Canídromo ser destruído para dar lugar àquilo que o Governo quiser”. Para o presidente da ANIMA, a estrutura “podia ser de imediato deitada a baixo aumentando a área disponível para a zona mais densamente populosa do mundo”.

 

18 Mar 2019

Liga de Elite | Arranque no dia 23 com o encontro entre Sporting e Hang Sai

O campeonato começa numa quarta-feira, no Canídromo, e nesse dia o Benfica de Macau tem pela frente o Ka I. Mas os jogos às 19h00 dos dias da semana deixam equipas e jogadores em dificuldades

 

[dropcap]O[/dropcap] encontro entre Sporting de Macau e Hang Sai vai marcar o início da Liga de Elite, em que o Benfica procura o hexacampeonato. O primeiro jogo do principal escalão do futebol local em 2019 está agendado para as 19h00 de quarta-feira, dia 23 de Janeiro, no Canídromo.

Ainda no dia de arranque do campeonato, decorre o primeiro jogo grande, com o Benfica a ter pela frente o Ka I, que volta a contar com o técnico Josecler. A partida está agendada para as 21h00, ou seja logo a seguir ao Sporting-Hang Sai.

O sorteio da competição decorreu na sexta-feira e definiu que a liga ia abrir com dois encontros entre equipas com aspirações a um lugar no top três. Assim, além do Benfica de Macau-Ka I, MUST Chao Pak Kei e Ching Fung vão defrontar-se na quinta-feira, 24 de Janeiro. A partida está agendada para as 19h00, no Estádio do Canídromo e é seguida pelo encontro Sub-23 e Tim Iec, às 21h00. A primeira jornada chega ao fim com a partida entre Monte Carlo e a Polícia, às 19h00, no Estádio do Canídromo.

Além da primeira jornada, ficaram igualmente definidas as datas da segunda jornada. Os encontros vão decorrer entre 30 de Janeiro e 1 de Fevereiro, ou seja, a jornada volta a ter lugar nos dias da semana, com início à quarta-feira.

O horário dos jogos coloca reservas às equipas, uma vez que há atletas que não são profissionais e têm outros empregos. Com partidas às 19h00, os jogadores têm de estar às 18h00 no Canídromo, tarefa vista quase como impossível para quem trabalha no horário entre as 9h00 e as 18h00.

“Talvez sinta alguma desilusão pelo campeonato ser disputado no Canídromo durante os dias da semana. Estou preocupado com o horário das 19h00, porque não sei se conseguimos sair dos respectivos empregos à hora de ponta e chegar a tempo da equipa aquecer de forma adequada e começar o jogo”, explicou Duarte Alves, director do Benfica de Macau, ao HM.

Preocupação semelhante foi partilhada pelo director do Sporting de Macau, José Reis. “Os jogos às 19h00 são incompreensíveis. Os jogadores precisam de estar no relvado uma hora antes. Mas se trabalharem, a precisarem de se deslocar à hora de ponta, talvez precisem de sair dos trabalhos às 17h00…”, disse. “Acho que vai acontecer o que aconteceu há dois ou três anos em que as equipas começavam com oito atletas e os outros iam chegando com o jogo a decorrer”, acrescentou.

Clássico à 8a jornada

Em relação aos encontros grandes, o Benfica, depois de começar a Liga diante do Ka I, vai ter pela frente o MUST C.P.K. à quarta jornada, naquele que se antevê como um dos grandes encontros da Liga deste ano. Duas jornadas depois, à sexta, as águias vão ter pela frente o Ching Fung, finalista vencido da Bolinha do ano passado. À oitava jornada está agendado o grande clássico com águias e leões a defrontarem-se. Ainda não há datas para os jogos.

“Acho que vai ser uma época bastante competitiva, com mais equipas a investir e a nossa mudança de estratégia [desinvestimento] para 2019”, anteviu Duarte Alves, sobre a temporada.

Quanto ao Sporting de Macau, o início do campeonato é mais fácil, com Hang Sai, Tim Iec e Sub-23 a serem os adversários das primeiras três jornadas. Contudo, à quarta surge o primeiro grande desafio, diante do Ching Fung. Logo a seguir os leões têm pela frente o Ka I e na jornada seguinte defrontam a Polícia, num encontro que se antevê extremamente físico. A primeira volta termina com uma prova de fogo para o Sporting com encontros diante Monte Carlo, Benfica de Macau e MUST Chao Pa Kei.

“O ano passado tínhamos um calendário mais equilibrado. Vamos ter um final mais complicado este ano e vai ser importante somar pontos nos primeiros jogos das duas voltas, para depois defrontar o Ching Fung [à quarta jornada] mais motivados”, reconheceu José Reis.

Já o C.P.K começa com o Ching Fung, num teste difícil, e volta aos jogos grandes à quarta jornada, diante do Benfica. À sétima e nona jornadas, a equipa candidata ao título tem depois pela frente Ka I e Sporting de Macau, respectivamente.

A ordem da primeira jornada volta a repetir-se na segunda, o que significa que equipas como Chao Pak Kei e Sporting podem enfrentar os momentos das grandes decisões com um calendário com vários dos principais jogos.

“Começamos com o Ching Fung e sabemos que vai ser um jogo difícil. Têm uma equipa muito boa e reforçaram-se bem com o William. Vai ser um jogo muito difícil”, anteviu o proprietário da equipa, Stephen Chow.

14 Jan 2019

Yat Yuen fez pagamento de multa de mais de 25 milhões de patacas

Companhia aceita multa por abandono de 509 animais e já procedeu ao pagamento junto do IAM. Neste momento, segundo a ANIMA, ainda estão 300 galgos no Canídromo, mas alguns já têm destino

A empresa Yat Yuen decidiu aceitar a multa aplicada pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) sobre os galgos deixados no Canídromo e pagou 25,450 milhões de patacas. A informação foi avançada ao HM pelo IAM, que tinha aplicado uma penalização à empresa de 50 mil patacas por cada um dos 509 galgos abandonados no Canídromo, no final da concessão para as corridas deste tipo de animais.
Além deste valor a empresa tem vindo a assumir as despesas relacionadas com a manutenção dos cães nas instalações do Canídromo, enquanto o Governo trabalha, numa colaboração com associações, entre elas a ANIMA, para encontrar novos lares para os galgos. Até Dezembro, a empresa já tinha pagado cerca de 5 milhões de patacas para a manutenção dos galgos.
Com este desfecho chega ao fim o potencial diferendo entre o Executivo e a Yat Yuen, que poderia ter acabado nos tribunais. Isto porque a empresa poderia ter optado por contestar a natureza da punição de abandono.
Em relação ao valor da multa, o Governo optou por sancionar a companhia com 50 mil patacas por cão. De acordo com a lei em vigor, o abandono de animais, infracção que o Governo considerou cometida pela empresa, é punido com uma multa entre 20 mil e 100 mil patacas. Assim, no pior cenário para a Yat Yuen, a empresa poderia ter sido chamada a pagar 100 mil patacas por cão, o que significaria um total de 50,9 milhões de patacas. O Executivo optou por não aplicar a pena mais grave.

300 à espera

Neste momento, de acordo com um comunicado de Albano Martins, presidente da ANIMA, numa rede social, ainda estão no Canídromo 300 galgos. Este número tem em conta 10 animais que vão ser enviados hoje para a Europa e Estados Unidos.
Ainda segundo o presidente da ANIMA, desde que terminou a concessão da Yat Yuen e o Governo tomou conta das instalações do Canídromo foram realojados 219 galgos. Entre estes, 15 ficaram em Macau, 10 foram enviados para Milão, Itália. Contudo, o país que recebeu mais galgos para adopção foi os Estados Unidos, com um total de 194 animais. Filadélfia, com 69 cães, e Miami, com 40, foram as cidades que mais contribuíram para encontrar um futuro lar para os animais.
Também nos próximos dias, mais 30 cães deverão deixar Macau, 15 para os EUA e outros 15 para a Europa. Com estas adopções, o número de cães no Canídromo ficará em 270. Além destas regiões, também em Janeiro deverão começar a ser materializadas as adopções em Hong Kong, que fará com que o número desça ainda mais.

9 Jan 2019

Galgos | Presidente do IACM estima que processo de adopção termine até Maio

Encontram-se actualmente no Canídromo 375 galgos, mas a avaliar pelo avanço das adopções, o presidente do IACM, José Tavares, estima que todo o processo possa ser dado por concluído até Maio

 

[dropcap]S[/dropcap]ão positivas as perspectivas relativamente ao andamento do processo de adopção dos galgos. Pelo menos a avaliar pelas palavras do presidente do Instituto para os Cívicos e Municipais (IACM), José Tavares, que, com base no “bom ritmo” a que está a decorrer, estima que todos os galgos deixem as instalações do Canídromo até ao final do próximo mês de Abril.

“Neste momento, temos 375 cães no Canídromo e, segundo os dados da ANIMA [Sociedade Protectora dos Animais], ainda em Dezembro e Janeiro há mais 100 e tal que vão para os Estados Unidos e a seguir [outros seguirão] para a Europa. Julgo que o problema vai ser resolvido até finais de Abril”, afirmou, à margem da recepção oficial do 19.º aniversário da RAEM.

Já sobre o processo relativamente à multa no valor global de 25,4 milhões de patacas a aplicar à Yat Yuen por abandono de 509 galgos, José Tavares indicou que a empresa tem solicitado mais dados sobre a posição tomada pelo IACM, mas que não receberam ainda uma eventual contestação. “Vamos tentar responder-lhes”, indicou, afirmando desconhecer quanto tempo será preciso para que o caso seja dado por encerrado.

O presidente do IACM falou ainda do surto da febre suína africana, que chegou a Zhuhai, que figura como um dos principais fornecedores de carne de porco a Macau, indicando que ”houve restrições à venda”. “Estamos a tentar por outros meios fazer chegar os suínos possíveis, porque consumimos 300 e tal por dia. Nestes dois dias, houve uma quebra para 100 e tal e procura no mercado de suínos vivos”, explicou, dando conta que as autoridades a conseguiram “colmatar”, através do recurso a outras empresas que trouxeram os animais de outros sítios onde não há contágio. “Amanhã [hoje] vamos conseguir [fazer com que cheguem] 400 e tal suínos”, adiantou.

Tudo a postos para o IAM, mas ainda se desconhecem membros

Está tudo a postos para a entrada em funcionamento do IAM (Instituto para os Assuntos Municipais), que vai substituir o IACM no primeiro dia de 2019. A garantia foi dada pelo presidente do IACM, José Tavares, que sublinhou que os trabalhos preparatórios foram iniciados há seis meses. “As coisas estão a [decorrer] a um bom ritmo. A 1 de Janeiro vão ver a nova fachada do IAM prontinha para ser exibida”, sublinhou. O conselho de administração do IACM deve transitar para o IAM, segundo José Tavares, mas a dez dias da entrada em funcionamento do futuro órgão sem poder político desconhece-se ainda quem vai integrar o Conselho Consultivo, dado que os seus membros ainda não foram nomeados. No total, foram apresentadas 168 candidaturas ao conselho que, de acordo com a lei, terá até 25 elementos (um presidente, um vice-presidente e um máximo de 23 vogais. De acordo com o IACM, 106 pessoas avançaram com uma auto-recomendação para um assento, enquanto 62 outras candidaturas partiram de recomendações feitas por terceiros.

21 Dez 2018

Canídromo | IACM aplica multa superior a 25 milhões de patacas

Cada um dos 509 galgos valeu um multa de 50 mil patacas à Yat Yuen por abandono. A concessionária ainda está a analisar se vai contestar nos tribunais a coima aplicada pelo IACM

 

[dropcap]A[/dropcap] empresa Yat Yuen foi multada pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) em 25,450 milhões de patacas devido aos 509 galgos que ainda ocupavam o Canídromo, depois do fim a concessão das corridas. A informação foi revelada pelo presidente do IACM, José Tavares, durante a Marcha por Um Milhão.

Segundo o governante, a multa aplicável por cada galgo foi de 50 mil patacas, quando a infracção por cada animal poderia ter atingido as 100 mil patacas. Já o valor mínimo para a infracção em causa era de 20 mil patacas, de acordo com a Lei de Protecção dos Animais em vigor.

José Tavares revelou ainda que até ao momento a empresa Yat Yuen já assumiu 4 milhões de patacas em despesas com os cães, depois do fim da concessão, e que foram enviados cerca de 100 galgos para o exterior. Neste momento, restam assim cerca de 415 galgos por adoptar.

Questionada sobre o assunto, Angela Leong, directora da empresa, remeteu explicações para a equipa de advogados, liderada por Álvaro Rodrigues, que não quis fazer qualquer comentário sobre o assunto.
No entanto, como a empresa já foi oficialmente notificada, terá agora de decidir se avança para os tribunais para contestar a multa ou se aceita a sanção administrativa.

A segunda fase

Em relação ao embalsamento do urso BoBo, o presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais explicou que já terminou a primeira fase do processo.

Agora, na segunda fase, José Tavares explicou que é necessário importar dos Estados Unidos uma estrutura semelhante a um esqueleto, que permita que o corpo se aguente em determinada posição para ser colocado no museu. Ao mesmo tempo, José Tavares explicou que o corpo do Bobo vai ser temporariamente guardado no Parque de Seac Pai Van até estarem concluídas as obras do futuro museu.

O concurso público da futura morada do corpo do urso negro vai ser realizado no primeiro trimestre do próximo ano. As obras devem estar concluídas no último trimestre do mesmo ano.

O projecto da embalsamento do urso Bobo, que vivia no Jardim da Flora, está longe de ser pacífico. Além de uma manifestação contra a intenção do Governo, foi ainda entregue uma petição com 550 assinatura para travar o embalsamamento do urso. Porém, o Governo mostrou-se sempre determinado em seguir em frente com o projecto.

11 Dez 2018

LAG 2019 | Conhecidas as quatro escolas que vão para o Canídromo

[dropcap]A[/dropcap] Escola da Concórdia para o ensino especial, a Escola para Filhos e Irmãos dos Operários, a Escola Xin Hua – secção de ensino secundário, e a Escola de Santa Madalena são os estabelecimentos de ensino que vão ocupar parte do terreno do Canídromo. A notícia foi dada ontem pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam na apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG) da sua tutela, para 2019.

A transferência destas escola faz parte do projecto Céu Azul que pretende dar novas estruturas aos estabelecimentos de ensino que se encontram em funcionamento em pódios. “A Escola de Santa Madalena vai mudar para o Canídromo porque é uma instituição que está situada no Fai Chi Kei e que tinha que mudar de instalações”, justificou o secretário.

As restantes instituições foram também seleccionadas para ocupar o terreno do Canídromo tendo em conta que funcionam em pódios, “com más condições para os alunos e em áreas reduzidas”, acrescentou.

Aliás, o requisito fundamental para a escolha das escolas que vão ser transferidas para o terreno em causa foi o facto de funcionarem em pódios, estando em concordância com o Projecto Céu Azul, uma vez que o objectivo “é dar mais céu aos seus alunos”, rematou o secretário.

Alexis Tam referiu ainda que, dentro do projecto Céu Azul, o Governo prevê a transferência de mais duas escolas para a zona A dos novos aterros.

Entretanto, o secretário apontou que, além das áreas dedicadas ao ensino, o terreno do Canídromo vai ainda albergar estruturas desportivas e de acção social.

4 Dez 2018

Terreno do Canídromo vai ter escola de ensino especial

Melhores condições do que em Singapura. É desta forma que o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura vê os apoios em Macau para os alunos com condições especiais e promete uma escola no Canídromo

 

[dropcap]P[/dropcap]ara Alexis Tam os recursos disponibilizados para as crianças com necessidades especiais estão no topo, em comparação com o estrangeiro, e as filas de espera são reduzidas. A declaração foi feita, ontem, pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura em resposta à petição assinada por cerca de sete mil pessoas, que exige um aumento no subsídio de invalidez.

“O nosso objectivo é prestar os serviços adequados às crianças com necessidades especiais, para que elas não tenham de se preocupar com os recursos financeiros. Vamos continuar a prestar todos os apoios necessários e mesmo no Canídromo vamos construir uma escola para o ensino especial”, disse Alexis Tam, à margem da cerimónia de bênção do Grande Prémio de Macau.

“É uma nova instalação que vai permitir aumentar os nossos recursos para este tipo de ensino. É também uma forma de dar ainda mais apoio a estas crianças”, considerou.
Sobre a possibilidade de haver um aumento no subsídio de invalidez, que as famílias das crianças com deficiência se queixam de não ser suficiente para fazer face às despesas, Alexis Tam elogiou a qualidade das condições existentes.

“Em 2016 foram criados os mecanismos necessários para apoiar estas pessoas. Na altura não tínhamos instalações suficientes e a estrutura ainda não estava madura, mas estamos a optimizar os serviços de auxílio, através da contratação de terapeutas e também de formação interna, e entretanto criámos as infra-estruturas necessárias”, explicou. “Actualmente temos especialistas suficientes para os serviços necessários. Temos também pessoas com capacidades para darem formação aos novos profissionais, e ainda podemos contratar mais especialistas em Hong Kong ou Taiwan. Mas temos uma resposta adequada”, acrescentou.

Resposta acelerada

No que toca ao ensino especial, o secretário disse que Macau fornece melhores condições do que Singapura, e que na RAEM os serviços são gratuitos. “O Governo de Singapura não tem serviços gratuitos para as crianças com dificuldades. Em países como esse, as pessoas precisam de usar os seus recursos financeiros, mas em Macau isso não acontece”, declarou. Alexis Tam apontou ainda que o Governo fornece de forma gratuita transporte, refeições e outras condições para as crianças com necessidades.

“Dar mais subsídios as estas pessoas é algo que vai ser considerado, mas também temos que ter em conta que o Governo já disponibiliza vários serviços para as pessoas nestas situações”, acrescentou.
Por outro lado, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura disse que a nível da saúde e apoios para as crianças os tempos de espera são reduzidos.

“Lá fora para ter acesso a estes serviços é necessário ficar na lista de espera, que demora muito. Mas isso não acontece em Macau, já estamos preparados para as pessoas com necessidades especiais”, frisou.
Questionado sobre o tempo de espera, Alexis Tam disse que a informação seria disponibilizada posteriormente.

 

Despedimento “lamentável”

Alexis Tam considerou que o despedimento dos nadadores-salvadores por parte da Surf Hong, empresa que fornece o serviço às piscinas do Instituto do Desporto, é “lamentável”. “É lamentável o que se passou com os nadadores-salvadores que foram despedidos […] Lamento o que se passou e a companhia não devia ter agido desta maneira”, opinou. O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura fez questão de destacar que o caso está sob a alçada da Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), que fica sob a tutela do secretário para a Economia e Finanças, mas que toda a situação vai ser levada em conta em futuros concurso públicos.

8 Nov 2018