João Luz Manchete SociedadeExposição / Ruínas | Historiador ganhou 800 mil patacas como consultor O historiador e membro de vários conselhos consultivos do Governo, Ieng Wen Fat, recebeu 800 mil patacas, por ajuste directo, para apresentar o estudo que esteve na génese “Visitando as Ruínas de S. Paulo no Espaço e no Tempo – Exposição de Realidade Virtual nas Ruínas de S. Paulo”. Apesar da falta de rigor histórico, o IC defende as credenciais do historiador O estudo que esteve na base para a concepção da exposição “Visitando as Ruínas de S. Paulo no Espaço e no Tempo – Exposição de Realidade Virtual nas Ruínas de S. Paulo” custou aos cofres públicos 800 mil patacas. O vencimento foi pago ao historiador Ieng Wen Fat, que é membro do Conselho Consultivo para o Desenvolvimento Cultural, Conselho do Património Cultural e Conselho Consultivo para os Assuntos Municipais. Ieng Wen Fat é descrito no website da Universidade de Macau como um académico especialista em arquitectura histórica de Macau, contando no currículo com trabalhos como “Research on Macau Urban Architecture in Ming and Qing Dynasties” e a história da Associação Comercial de Macau. O historiador foi o escolhido como adjudicatário, por ajuste directo, para prestar “serviços ao Instituto Cultural para o estudo do Colégio de S. Paulo e consultadoria na reconstrução do modelo arquitectónico”. Os prazos de execução e prestação dos serviços decorreram entre Setembro de 2021 e Dezembro de 2022, avançou ontem o jornal All About Macau. O Instituto Cultural (IC) explica que a adjudicação foi feita tendo em conta “a experiência prática e única” do candidato na matéria relevante, assim como o facto de ser um académico versado na história de Macau, com trabalho publicado sobre a arquitectura do Colégio de S. Paulo e a Antiga Alfândega no Pátio do Amparo. “Como tal, o professor Ieng Wen Fat é um conhecido e reputado perito e académico de Macau na área da arquitectura histórica”, indicou o IC ao All About Macau. Foram estas credenciais que valeram ao historiador a adjudicação para fazer um estudo que esteve na base da reconstrução da Igreja da Madre de Deus e que, segundo o IC, não será publicado. Gota no oceano A exposição, cuja segunda fase foi inaugurada na semana passada, motivou algumas críticas em relação ao rigor da reconstrução virtual das características históricas da antiga Igreja da Madre de Deus, antes de ter sido destruída por um incêndio. Uma das críticas veio da paróquia de São Lázaro que argumentou na conta de Facebook do IC que o altar reproduzido na simulação jamais poderia estar numa igreja anterior à segunda metade do século XX, pois este só passou a ser uma realidade “depois do Concílio Vaticano II” na década de 1960. Em declarações ao HM, o IC explicou que a “produção da presente exposição virtual, integrando tecnologias de simulação avançadas, como modelos tridimensionais, autoestereoscopia, realidade virtual e realidade aumentada, reconstrução de imagem de RV, concepção e produção de programas, bem como todos os equipamentos de hardware relacionados com a exposição, teve um custo de cerca de 8,8 milhões de patacas”. A esta despesa juntou-se a factura relativa aos “trabalhos de montagem e decoração do espaço da exposição”, que “custaram cerca de 1,1 milhões de patacas”.
João Luz PolíticaApoios | Che Sai Wang pede mais um subsídio de vida de 8.000 patacas Apesar da retoma do sector do turismo, empurrada pelo aumento de turistas que têm entrado em Macau, Che Sai Wang considera que existem segmentos da população e do tecido empresarial ainda em dificuldades. Tendo em conta que o Governo se mostrou confiante com irá atingir a meta de 130 mil milhões de patacas de receitas do jogo este ano, o deputado ligado à ATFPM sugeriu que o Executivo “distribua, quanto antes, a comparticipação pecuniária no desenvolvimento económico deste ano e que continue a distribuir o subsídio de vida no valor de 8 mil patacas”. Na óptica do legislador, a medida teria a vantagem de “consolidar as bases para a recuperação económica, permitindo aos residentes, às micro e às pequenas e médias empresas a fruição efectiva dos frutos da recuperação económica”. Che Sai Wang apontou ainda que apesar de a taxa de desemprego ter diminuído face aos tempos de pandemia, “continua assustadora” quando comparada à fase antes da covid-19 assolar a economia global, em particular no que diz respeito ao desemprego de residentes. Acrescentando aos níveis de desemprego recorde, o deputado sublinha que os salários diminuíram e durante muito tempo as licenças sem vencimento generalizaram-se.
João Luz Manchete PolíticaTurismo | Deputados preocupados com excursões de custo zero O plenário de ontem ficou marcado por vários alertas de deputados para a baixa qualidade do turismo massificado de baixo ou nenhum custo, que é o oposto dos objectivos traçados para o sector. Trânsito caótico, compras forçadas, guias ilegais e sobrelotação dos tradicionais pontos turísticos foram algumas das falhas apontadas O retorno do turismo trouxe de volta os velhos problemas do sector, e motivou várias intervenções antes da ordem do dia na sessão plenária de ontem na Assembleia Legislativa (AL). Um dos problemas principais suscitados pelos deputados foi o regresso das compras forçadas e excursões de baixo custo, ou custo zero, e as implicações que têm na sociedade e na imagem de Macau como destino turístico. Ella Lei começou por contextualizar o crescimento exponencial do número de visitantes que entrou em Macau no passado mês de Fevereiro, quando entraram quase 1,6 milhões de turistas, representando um aumento de 121,6 por cento em relação a Fevereiro de 2022. “No passado, eram frequentes os problemas com as excursões a custo zero e a preços baixos, em que os turistas eram forçados a fazer compras, (…) as autoridades têm de evitar que os mesmos problemas se repitam”, apontou Ella Lei. A deputada dos Operários destacou que as excursões ilegais e os guias turísticos do exterior que trabalham em Macau ilegalmente “não só afectam o normal funcionamento do sector do turismo, como também levam a situações caóticas por exemplo, com as deslocações em autocarro, refeições, hotéis, falta de seguros, afectando a imagem de Macau enquanto cidade turística”. Para combater este fenómeno, a legisladora entende que o Governo deveria reforçar a execução da lei e “reprimir as irregularidades a partir da fonte”. Para tal, sugere a colaboração com outras regiões para aperfeiçoar a fiscalização do mercado turístico, e acelerar os trabalhos de revisão da lei sobre a actividade das agências de viagens e a profissão de guia turístico. Também Ma Io Fong destacou que o Governo de Hong Kong procurou “corrigir os hábitos do sector” e assegurar a alta qualidade dos produtos turísticos, revendo o “regulamento das agências de viagens, incluindo o combate rigoroso às ‘excursões a custo zero’ e a criminalização das compras forçadas”. O deputado perguntou se o Governo de Macau pensava seguir o exemplo da região vizinha, e sugeriu o aceleramento da revisão da lei que regula as agências de viagens e a profissão de guia turístico. Artérias congestionadas Também Ron Lam escolheu o tema do turismo massificado e de baixa qualidade e citou reclamações que terá recebido. “Nos últimos dias, muitos residentes queixaram-se de que, à hora de jantar, à porta de alguns restaurantes nas zonas residenciais, muitos turistas de excursões de baixo custo juntam-se em filas à espera de refeições e depois de comer continuam na rua, obstruindo os passeios e as entradas e saídas dos edifícios, afectando a vida quotidiana”, afirmou o deputado. Ron Lam sugere que as agências de viagens que organizem excursões em Macau devem fazer marcações em restaurantes previamente e as autoridades deviam proceder à triagem dos grupos turísticos de forma a manter uma boa imagem de Macau enquanto destino de turismo e assegurar uma boa experiência a quem visita o território. Em relação aos problemas de trânsito, Ella Lei colocou a questão do ponto de vista da capacidade das infra-estruturas para receber elevados fluxos de visitantes. “Continua a verificar-se uma redução de rotas e da frequência das ligações aéreas e marítimas ou até o cancelamento temporário de algumas delas, acarretando grandes perdas para o orçamento e afectando os itinerários dos turistas”, apontou. Quanto ao trânsito de Macau, Ella Lei sublinhou o agravamento da situação com engarrafamentos e dificuldades em apanhar transportes, afectando residentes e turistas. “Os transportes públicos não estão a conseguir dar resposta às necessidades do grande aumento das deslocações dos passageiros. Espero que as autoridades acelerem a construção de mais infra-estruturas e melhorem as vias públicas, e que optimizem o planeamento do trânsito e dos transportes públicos.” Neste aspecto, Ma Io Fong mencionou o recurso de excursões ilegais aos transportes públicos e o estacionamento ilegal de autocarros turísticos para tomada e largada de passageiros, circunstância que o Governo deve endereçar. Legislação | Aprovadas leis do ensino não superior e veterinários Foi ontem aprovada na especialidade a lei do atendimento clínico veterinário e da actividade comercial de animais e a lei que estipula as disposições fundamentais das funções específicas nas áreas do ensino oficial não superior e da juventude. Além disso, os deputados votaram ontem a conta de gerência da Assembleia Legislativa relativa ao ano económico de 2022, e o respectivo projecto de simples deliberação do plenário.
João Luz Manchete SociedadeGripe | Casos colectivos afectam 343 alunos em escolas de Macau Entre quinta-feira e segunda-feira, os Serviços de Saúde foram notificados da ocorrência de 30 casos de gripe colectiva em escolas, afectando 343 alunos. As autoridades de saúde esperam que as infecções gripais continuem a aumentar durante as próximas duas semanas, mas não consideram necessária a suspensão das aulas Os Serviços de Saúde foram notificados na segunda-feira para de casos de gripe colectiva em 19 escolas do território, que afectaram 241 alunos, foi revelado ontem. Feita a contabilidade, desde a passada quinta-feira, os casos colectivos de gripe em escolas ascendem a 30, com 343 alunos infectados. Das quase três centenas e meia de estudantes afectados, a grande maioria com menos de 8 anos de idade, sete tiveram de ser hospitalizadas devido à insistência de febres altas. Contudo, os Serviços de Saúde garantem que o “estado clínico dos restantes doentes é considerado estável, não há registo de doenças graves”. Face à súbita e elevada incidência deste tipo de casos em escolas do território, Chan Man Si, do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, assegurou que “não há necessidade de suspender as aulas devido ao surto epidémico de gripe”. De acordo com os Serviços de Saúde, os períodos habituais de pico de infecções de gripe, ou influenza, verificam-se entre Janeiro e Março. Porém, este ano, a intensidade de casos de gripe fez-se sentir mais tarde e deverá continuar a aumentar nas próximas duas semanas. A técnica do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças afirmou ontem que é difícil prever se Macau será afectada por uma pandemia gripal, mas garantiu que as autoridades vão monitorizar de perto a situação. Corrida às urgências Neste contexto, Chan Man Si apelou aos residentes para não descuidarem a protecção pessoal, à semelhança do que foi solicitado em relação à covid-19, em especial os grupos de riscos como jovens e idosos. Na semana passada, as autoridades de saúde deram conta do aumento de admissão de casos de gripe nas urgências do Centro Hospitalar Conde de São Januário e do Hospital Kiang Wu. Cinco em cada 100 admissões de adultos e 24 em cada 100 admissões de crianças eram devido a gripe, proporções que representam aumentos de 60 e 40 por cento, respectivamente, no mês de Março. Em comparação com o mesmo período do ano passado, os casos de gripe que resultaram em admissões nas urgências hospitalares aumentaram 50 por cento. As autoridades de saúde voltaram a apelar à vacinação contra a gripe, sublinhando que a vacina disponível em Macau é eficaz e que mais de 130 mil pessoas foram inoculadas no território desde Setembro do ano passado, representando um aumento anual de 8 por cento.
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Governo nega encobrimento de número de mortos As autoridades de saúde precisam de mais tempo para avaliar “a taxa de excesso de mortalidade relacionada com a pandemia”. Apesar de o número de óbitos ter aumentado exponencialmente durante o maior pico de infecções por covid-19, Macau apresenta uma taxa de mortalidade muito abaixo de outros países e regiões “Não há qualquer encobrimento de casos de morte causados por infecção por covid-19, sendo que o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus tem divulgado, ao longo dos anos, os casos de morte devido à infecção por covid-19”, asseguraram os Serviços de Saúde ao HM. Ao longo dos três anos de pandemia, Macau registou 121 óbitos relacionados com infecções por covid-19. Depois do pico pandémico no Natal, na sequência do levantamento das restrições da política de zero casos de covid-19, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong, admitia que cerca de 70 por cento da população de Macau estava ou já tinha sido infectada com covid-19. A governante ressalvou que não podia garantir com rigor o número de infectados, porque esta estatística dependia da declaração voluntária. Partindo da estimativa de Elsie Ao Ieong, adiantada no início de Janeiro, nessa altura o número de infecções rondaria os 470.960 casos. Face ao número total de óbitos avançados pelo centro de coordenação de contingência, podemos verificar que a taxa de mortalidade relacionada com covid-19 em Macau foi de 0,025 por cento, percentagem francamente inferior comparada com outros países e regiões. Por exemplo, já com a ómicron a ser variante dominante, no final de Abril do ano passado, a taxa de mortalidade no Japão era de 0,38 por cento, em Portugal 0,58 por cento, em Singapura 0,11 por cento e na Coreia do Sul 0,13 por cento. A baixa incidência de óbitos relacionados com covid-19 em Macau pode ser explicada pelas apertadas restrições fronteiriças, o elevado índice de vacinação e a primeira grande vaga de infecções se ter verificado com a variante ómicron, mais contagiosa, mas menos letal que as anteriores. Neste domínio, as autoridades de saúde acrescentam que, “ao longo dos anos, as políticas de prevenção de epidemias de Macau e da China têm sido consistentes, com a adopção de políticas de prevenção de epidemias, com a meta dinâmica de infecção zero, de modo a evitar a ocorrência da epidemia, durante um período em que a força patogénica do vírus, é muito elevada”. Além disso, os SS sublinham as campanhas de incentivo à vacinação contra a covid-19, que deram “tempo ao sistema de saúde de Macau” para se preparar, “de modo a minimizar o impacto da epidemia do novo tipo de coronavírus em Macau”. Mudança de paradigma Apesar de o número de óbitos resultantes de doenças respiratórias ter aumentado significativamente em Dezembro e Janeiro, as autoridades não conseguem ainda contabilizar até que ponto a pandemia representou um factor determinante para o aumento. Recorde-se que em Janeiro, o número de óbitos provocados por doenças respiratórias subiu quase 1.700 por cento face ao mesmo mês em 2022. Sobre a metodologia usada pela RAEM neste campo, os SS indicaram ao HM que é baseada na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde da Organização Mundial de Saúde e nas disposições nacionais. “As estatísticas da causa de morte devem ser definidas com base na ‘causa principal’. Se o doente sofrer de outras doenças, como sejam as de natureza crónica ou as de tumores em fase terminal, e vier a falecer devido à pneumonia causada pelo covid-19 ou, pelo agravamento das doenças crónicas, a causa principal da morte é a doença crónica ou que padeça previamente de tumor”, é explicado pelos SS. Contas por fazer No ano passado morreram 2.992 pessoas em Macau. O registo não tem paralelo na história do território desde 1970, quando começaram a ser registados os dados oficiais. O pico de mortes foi atingido em Dezembro, quando morreram 773 pessoas, recorde mensal face ao segundo pior mês, ocorrido em Janeiro de 2016, quando se registaram 250 óbitos. Tendo em conta o pico pandémico de Dezembro e Janeiro, o HM perguntou aos SS e ao gabinete da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura quantas pessoas infectadas com covid-19 teriam morrido em Macau, independentemente da causa de morte, sem obter resposta. Durante esta fase, as pessoas admitidas nos hospitais e instalações dos Serviços de Saúde, assim como os visitantes, teriam de ser testadas à covid-19, ou mostrar teste rápido de antigénio negativo. Ou seja, mesmo que a causa de morte não fosse atribuída à pandemia, seria possível saber quantos pacientes hospitalizados teriam testado positivo à covid-19 antes de ser declarado o óbito. Os Serviços de Saúde acrescentam que para ter um panorama mais concreto sobre a mortalidade relacionada com a pandemia é preciso “avaliar o impacto da epidemia de doenças infeciosas no número de mortes numa região” e calcular a “taxa de excesso de mortalidade”. Para tal é preciso contabilizar “o número de mortes no período de um ano após o surgimento da epidemia, com a diferença entre o número de mortes ocorridas no mesmo período e as que ocorreram por doenças infecciosas, incluindo as mortes relacionadas com a Covid-19, o agravamento das doenças crónicas, o impacto da pandemia no sistema de saúde e na sociedade”. Neste domínio, as autoridades indicam que “Macau precisa de mais tempo para avaliar de modo objectivo, a taxa de excesso de mortalidade relacionada com a pandemia”.
João Luz PolíticaPereira Coutinho pede ponto de situação sobre Parque Industrial Transfronteiriço “Qual é o ponto de situação relativamente ao tipo de indústria do funcionamento das unidades fabris a exercer as actividades em pleno funcionamento na Zona de Macau do Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau”, pergunta Pereira Coutinho, numa interpelação escrita divulgada ontem. O deputado quer saber a situação das unidades fabris “instaladas nos terrenos concedidos por via dos contractos de arrendamento para fins industriais, ou outras por contratos de subarrendamento a outras fábricas”, assim como “informação relativa ao licenciamento ambiental, ao número de trabalhadores, e volume de exportações”. Pereira Coutinho aponta baterias também ao Parque Industrial da Concórdia, afirmando que há praticamente duas décadas que a informação sobre os parques industriais é escassa, limitando-se a “notícias avulsas veiculadas pela comunicação social. Assim sendo, o deputado lamenta a falta de informação sobre a “qualidade e definição dos projectos, e dos serviços desenvolvidos, para as zonas geridas pela Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau (SDPIM). Questão de milhões Face à falta de informação, Coutinho perguntou qual a visão estratégica e os planos previstos pelo Governo para que o Parque da Zona de Macau do Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau possa contribuir para a criação de novas pequenas e médias empresas, fomentar a modernização do parque industrial, contribuindo para a estabilização do mercado de emprego. O deputado recorda que o Governo da RAEM injectou aproximadamente 400 milhões de patacas no fundo de construção do Parque da Zona de Macau do Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau. Deste valor, 48,8 milhões de patacas foram gastos na construção de aterros, 105 milhões de patacas no Edifício do Posto Fronteiriço no Parque Industrial Transfronteiriço, 146 milhões de patacas no Edifício Industrial e 110 milhões de patacas para construir uma estação de tratamento de águas residuais. A zona de Macau do referido parque entrou em funcionamento em Dezembro de 2006.
João Luz EventosHong Kong | Exposição de Joan Miró patente no HKMoA até 28 de Junho O Hong Kong Museum of Art apresenta a exposição “Joan Miró – The Poetry of Everyday Life”, patente ao público até 28 de Junho. A mostra de um dos mais importantes artistas surrealistas reúne 94 obras, entre pintura, escultura, desenho, trabalhos com têxteis, litografias, entre outros Com o fim das restrições impostas por três anos de combate à pandemia, regressaram os grandes eventos culturais a Hong Kong. Exemplo cimeiro desse retorno fulgurante é a exposição “Joan Miró – The Poetry of Everyday Life” que está em exibição no Hong Kong Museum of Art (HKMoA) até ao dia 28 de Junho. As obras podem ser visitadas na “Special Gallery”, no segundo piso do HKMoA, localizado no nº10 da Salisbury Road, em Tsim Sha Tsui, Kowloon. A mostra que conta com o patrocínio do The Hong Kong Jockey Club apresenta um vasto leque de obras, numa colecção eclética de um dos mais reputados artistas modernos do século passado, ao lado de vultos artísticos como Pablo Picasso e Salvador Dalí. O Departamento de Serviços Culturais e Lazer (LCSD na sigla em inglês), do Governo de Hong Kong, destaca o “estilo artístico singular de Miró, que consegue transformar objectos do quotidiano, como fios ou folhas secas, em extraordinárias obras de arte”. O departamento do Executivo de John Lee aponta ainda o inconfundível uso de coloridas formas geométricas aliadas a linhas simples que criam trabalhos apelativos até para crianças. O Governo da região vizinha refere que o objectivo da exposição “Joan Miró – The Poetry of Everyday Life” é revelar a forma como a imaginação de Miró estabeleceu uma ponte entre a arte e a vida. A mostra que foi inaugurada no passado dia 2 de Março, reúne 94 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos, trabalhos de têxteis, pósteres, litografias e outras formas de expressão artísticas oriundas do acervo da Fundació Joan Miró. Visão local Além da quase uma centena de obras do mestre catalão, o HKMoA lançou um convite a artistas locais para criarem novos trabalhos que prestem um tributo às obras-primas de Miró, complementando a exposição com uma perspectiva de Hong Kong. O Governo da RAEHK destaca a obra do artista GayBird que, inspirado no simbolismo poético de Miró, criou uma série de instalações multimédia que procuram explorar som e imagem, transformando-os em símbolos. Partindo da busca do mestre catalão por métodos revolucionários de uso de diferentes materiais enquanto veículos de expressão artística, a artista Leelee Chan apresenta uma escultura abstracta construído com “materiais pouco convencionais”, salienta o LCSD. A mostra conta também com um cenário de “realidade aumentada” inspirado no imaginário visual de Miró. Além disso, o HKMoA seleccionou e colocou em exposição obras de Zao Wou-ki, Wu Guanzhong, Luis Chan e Ha Bik-chuen da sua própria colecção na mesma galeria “para destacar as semelhanças e diferenças entre artistas chineses e ocidentais na compreensão da arte abstracta, criando um diálogo único entre o Oriente e o Ocidente”. Serão também fornecidas legendas e orientações adicionais para crianças em idade escolar para tornar a arte mais acessível a visitantes de diferentes origens e idades. Os visitantes poderão também criar a sua própria arte através de instalações multimédia concebidas como um parque infantil, permitindo-lhes experimentar o processo criativo de Miró. Os bilhetes para a exposição custam entre 30 e 15 dólares de Hong Kong.
João Luz Manchete PolíticaCovid-19 | Código de saúde suspenso hoje e dados apagados A aplicação do código de saúde foi hoje suspensa, mantendo apenas a ligação para marcar teste de ácido nucleico e plataforma de declaração de resultados de testes. As autoridades de saúde garantem que os dados pessoais carregados na aplicação foram apagados O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou a suspensão, a partir de hoje, da aplicação de código de saúde usada desde o início da pandemia e prometeu apagar os dados pessoais carregados pela população. As autoridades sublinharam, em comunicado, que o sistema de código de saúde “será suspenso, mas [a aplicação] não será removida por enquanto”. O centro, que está sob a tutela dos Serviços de Saúde, explicou que a aplicação irá manter-se activa, mas apenas com uma ligação para a marcação de testes de ácido nucleico e outra para a declaração de resultados positivos à covid-19. No comunicado, as autoridades justificam a suspensão da aplicação com o fim, a partir de 14 de Março, da obrigatoriedade de apresentar o código de saúde de Macau para pessoas que pretendessem entrar na China continental, após terem estado em Hong Kong. O centro sublinhou que, após a suspensão, “serão apagados todos os dados pessoais”, incluindo os dados de registo de itinerários e os registos dos estabelecimentos comerciais onde os residentes estiveram. Vida em código Será mantida a consulta a resultado de teste de ácido nucleico e do código de verificação. Quanto às informações sobre vacinação contra a covid-19, o centro de coordenação de contingência refere que estas podem ser consultadas através do registo clínico individual, no campo da “Minha Saúde” da Conta Única. Durante quase três anos, a população de Macau foi obrigada a utilizar o código de saúde para aceder a todos os edifícios dos serviços públicos e a muitos estabelecimentos comerciais, algo que só terminou oficialmente a 8 de Janeiro. Desde meados de Dezembro que o território abandonou a política de ‘zero covid’, com a restrição das entradas no território, aposta em testagens em massa, confinamentos de zonas de risco e quarentenas. De acordo com dados oficiais, a RAEM registou 3.515 casos de infecção e 121 mortes pelo novo coronavírus. Recorde-se que o centro anunciou na quinta-feira um novo caso de covid-19, o primeiro desde 24 de Fevereiro. Com Lusa
João Luz Manchete SociedadeRealidade virtual | Exposição das Ruínas de S. Paulo custou 9,9 milhões A produção da mostra “Visitando as Ruínas de S. Paulo no Espaço e no Tempo – Exposição de Realidade Virtual nas Ruínas de S. Paulo” custou 8,8 milhões de patacas, enquanto a decoração e montagem do espaço ficou por 1,1 milhões. Quanto ao rigor histórico, o IC espera “aperfeiçoar de forma contínua” a exposição, com o contributo de “pessoas e entidades” A exposição “Visitando as Ruínas de S. Paulo no Espaço e no Tempo – Exposição de Realidade Virtual nas Ruínas de S. Paulo” custou aos cofres públicos quase 10 milhões de patacas. A “produção da presente exposição virtual, integrando tecnologias de simulação avançadas, como modelos tridimensionais, autoestereoscopia, realidade virtual e realidade aumentada, reconstrução de imagem de RV, concepção e produção de programas, bem como todos os equipamentos de hardware relacionados com a exposição, o custo é de cerca de 8,8 milhões de patacas”, revelou o Instituto Cultural (IC) ao HM. A esta despesa juntou-se a factura relativa aos “trabalhos de montagem e decoração do espaço da exposição”, que “custaram cerca de 1,1 milhões de patacas”. A exposição, cuja segunda fase é inaugurada hoje, motivou algumas críticas em relação ao rigor da reconstrução virtual das características históricas da antiga Igreja da Madre de Deus, antes de ter sido destruída por um incêndio. Uma das críticas foi da paróquia de São Lázaro que argumentou na conta de Facebook do IC que o altar reproduzido na simulação jamais poderia estar numa igreja anterior à segunda metade do século XX, pois só passou a ser uma realidade “depois do Concílio Vaticano II” na década de 1960. Fazer o possível Entre outras incongruências históricas e factuais na reconstrução de edifícios e zona circundante às actuais Ruínas de São Paulo, a falta de fontes de informação e relatos históricos sobre a igreja constituíram desafios reconhecidos pelo IC. Neste aspecto, a entidade liderada por Deland Leong Wai Man indicou ao HM que entre as fontes consultadas para a exposição constam “materiais e a documentação do Boletim Eclesiástico da Diocese, documentos históricos chineses e estrangeiros, relatórios de escavações arqueológicas do Colégio de S. Paulo, bem como as respectivas pinturas históricas e obras académicas, entre outros dados recolhidos pela equipa de pesquisa”. Ainda assim, o IC reconhece as dificuldades na reconstrução da “Igreja da Madre de Deus do Colégio de S. Paulo, que desapareceu há cerca de duzentos anos, sendo bastante escassas as fontes históricas e os vestígios físicos que documentam a sua fisionomia original”. Com informações limitadas e dentro do prazo estabelecido, a equipa de produção tentou “reproduzir, tanto quanto possível, a fisionomia e o ambiente do espaço da Igreja, de forma digital e virtual, tendo em consideração a experiência de visualização do público e o efeito estético da exposição, por meios artísticos de modelação, coloração e composição”. O resultado foi um produto inacabado, que o Governo pretende que “seja sempre optimizado”, ao mesmo tempo que, para “enriquecer os efeitos visuais e os interesses da exposição digital, permitindo ao público ter uma experiência relativamente intuitiva em relação à imagem da Igreja”, “parte dos pormenores foram ajustados ligeiramente, tendo em conta o equilíbrio entre a realidade e a integridade da mesma”. Porém, tendo em conta que o conteúdo da exposição é para ser melhorado, o IC “espera que diferentes pessoas e entidades possam apresentar mais opiniões, documentação e sugestões, a fim de aperfeiçoar e optimizar, de forma contínua, o conteúdo da exposição”.
João Luz SociedadeDSAL | Feiras de emprego com 163 vagas para comércio e turismo A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) vai organizar no final deste mês três feiras de emprego com um total de 163 vagas para os “sectores do retalho de alta qualidade, hotelaria e transporte para o turismo”. As inscrições vão estar abertas a partir de hoje, até ao meio-dia de quarta-feira. Para a manhã de 30 de Março está marcada uma sessão de emparelhamento para o sector do “retalho de alta qualidade”, com a oferta de 66 vagas para empregado de vendas, ajudante de apoio dos produtos e gestor de estagiários. A sessão decorre na sala polivalente da DSAL, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, Edifício Advance Plaza. Na manhã do dia seguinte, está marcada a sessão para o sector hoteleiro, que irá proporcionar 29 vagas de emprego, para cargos como “escriturário dos serviços de contabilidade, escriturário dos serviços de restauração, recepcionista, empregado de serviços de restauração, pasteleiro e padeiro, técnico dos serviços de engenharia, bagageiro e empregado da lavandaria” À tarde, a sessão de emparelhamento oferece 68 vagas para “condutor, chefe de terminais, empregado de terminais, acompanhante de veículos e técnico de veículos eléctricos de distância estendida”. Estas duas sessões estão marcadas para o centro de formação de técnicas profissionais da FAOM, no Istmo de Ferreira do Amaral, n.º 101-105.
João Luz Manchete SociedadeTurismo | Sábado bateu o record de visitantes dos últimos três anos Nos primeiros dois meses do ano, entraram em Macau quase 3 milhões de visitantes, afluência que levou a uma taxa média de ocupação hoteleira de 74 por cento. Só no passado sábado, 96 mil turistas chegaram ao território, o maior registo desde o início da pandemia No passado sábado, dia 18 de Março, o número de entradas de visitantes em Macau bateu o record desde que a pandemia paralisou a indústria do turismo, continuando os registos positivos desde o fim da política de zero casos de covid-19. “O mês de Março continuou a registar um bom número de visitantes, com Macau a marcar no passado sábado (dia 18) 96.011 visitantes, o maior número diário de visitantes desde o início da pandemia e o valor mais alto deste ano”, apontou ontem a Direcção dos Serviços de Turismo (DST). Tendo em conta o mês de Março, entre o dia 1 e a passada quarta-feira, entraram em Macau em média cerca de 65 mil visitantes por dia, valor que representa um aumento de 13,4 por cento face à média diária registada em Fevereiro. O Governo especifica que o grande fluxo de visitantes nos “pontos e estabelecimentos turísticos”, enviaram um “sinal positivo para o turismo e as indústrias relacionadas, e para o crescimento estável do turismo e da economia de Macau”. Além da abolição das restrições fronteiriças impostas devido ao combate à pandemia, a DST destaca o lançamento de acções promocionais de Macau enquanto destino turístico como factor decisivo para a boa performance da indústria. Caminho trilhado O registo de turistas este mês surge na sequência das boas performances dos meses anteriores. A DST indicou ontem que “com a reabertura total das fronteiras, entre Janeiro e Fevereiro, Macau recebeu quase três milhões de visitantes”, atingindo “a taxa média de ocupação hoteleira de 74 por cento”, mais 27,9 pontos percentuais do que no mesmo período do ano passado. Apontando as “medidas favoráveis para a passagem fronteiriça, aliadas ao marketing de precisão e ofertas especiais, e à diversificação do turismo +” como factores decisivos para os números de turismo. Dos mais de 2,99 milhões de visitantes, 1,99 milhões de chegaram do Interior da China, 880 mil de Hong Kong e 41 mil de Taiwan, enquanto o número de visitantes de outras regiões foi apenas de 74 mil. Apesar de os turistas estrangeiros terem representado pouco mais de 2,46 por cento, a DST diz que o número “reflecte o início da recuperação do mercado internacional de visitantes de Macau”.
João Luz SociedadeHomicídio | Wong Sio Chak diz que polícia vai estar atenta O recente caso de homicídio que vitimizou uma prostituta numa pensão no centro de Macau não levou o secretário da Segurança, Wong Sio Chak, a concluir que o território atravessa um período de maior insegurança. Porém, o governante vincou ontem que o caso irá tornar as forças policiais mais vigilantes na tentativa de prevenir factores de risco e de garantir a prontidão de resposta. O secretário frisou que o regresso à normalidade fronteiriça e ao aumento do número de turistas leva ao ressurgimento de uma série de factores de risco, que merecem cautela da população e das forças de segurança. Em declarações prestadas à margem da cerimónia de encerramento do curso de formação de oficiais destinado ao CPSP, na Escola Superior das Forças de Segurança de Macau, Wong Sio Chak endereçou vários temas relativos à sua tutela. Um dos assuntos abordados foi a imigração ilegal. O secretário para a Segurança, afirmou que os Serviços de Alfândega e o Corpo de Polícia de Segurança Pública vão reforçar o patrulhamento da zona ribeirinha adjacente ao Parque Municipal Dr. Sun Yat Sen para combater a entrada ilegal no território.
João Luz Manchete SociedadeCrime | Fraudes telefónicas quadruplicaram em 2023 Nos dois primeiros meses do ano, as fraudes telefónicas aumentaram quatro vezes em relação ao mesmo período de 2022. Mais de 40 por cento das vítimas foram estudantes universitários. As perdas totais foram superiores a 6 milhões de patacas, enquanto as fraudes online geraram 13 milhões de patacas Em Janeiro e Fevereiro deste ano, as autoridades policiais deram conta de um aumento exponencial de fraudes telefónicas, quatro vezes superior ao registado no mesmo período de 2022, com 39 telefonemas a render aos burlões cerca de 6,2 milhões de patacas. A informação foi prestada ontem por Long Hon Wai, chefe da Divisão de Investigação de Crimes Informáticos da Polícia Judiciária (PJ), durante o programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau. O responsável acrescentou que mais de 40 por cento das vítimas deste tipo de crime foram estudantes universitários, na sua larga maioria oriundos do Interior da China. Questionado sobre a razão que leva estes alunos a serem particularmente afectados por burlas telefónicas, Long Hon Wai apontou diferenças culturais e cognitivas entre os estudantes universitários de Macau e os seus colegas chineses. Além disso, o representante da PJ afirmou que talvez os estudantes do Interior estejam mais focados nos estudos, sem prestar atenção aos alertas das autoridades sobre actividades fraudulentas. Seguindo a tendência de crescimento desde o início da pandemia, as fraudes online originaram 73 investigações policiais, número semelhante ao registado no ano passado, com perdas a chegarem aos 13 milhões de patacas. Presença no campus Apesar do aumento exponencial de burlas telefónicas, a chefe da Divisão de Ligação entre Polícia e Comunidade e Relações Públicas da PJ, Chiu Chu Wai Man, garantiu que têm sido organizadas múltiplas acções de consciencialização de segmentos demográficos que normalmente são alvos deste tipo de criminalidade. A PJ organizou mesmo reuniões de emergência com representantes das instituições de ensino superior de Macau, e quando são descobertos casos suspeitos de fraude, as autoridades deslocam-se aos campus para evitar que os estudantes entreguem mais dinheiro aos burlões. Além disso, as autoridades policiais organizam encontros em dormitórios universitários, mantendo proximidade com os estudantes e alertando-os para este tipo de crime. Idade vulnerável As autoridades policiais registaram também um aumento dos casos de fraudes dirigidas a idosos, em particular com uma nova versão do crime “adivinha quem sou”, em que os criminosos se fazem passar por alguém que tem uma relação próxima com as vítimas antes de lhes pedir dinheiro. O chefe da Divisão de Investigação de Crimes Informáticos da PJ revela que a táctica evoluiu nos últimos meses com os burlões a alegarem disputas entre membros da família da vítima e terceiros, por vezes com lutas em que os familiares feriram alguém, ou provocaram um acidente. O método implica sempre que as vítimas compensem monetariamente alguém, ou “façam o problema desaparecer” enviando dinheiro. Para evitar fraudes, Long Hon Wai indicou que desde Outubro do ano passado foram aplicadas diversas medidas em colaboração com entidades bancárias. Quando alguém se prepara para fazer uma transferência bancária superior a 30 mil patacas para uma conta num banco fora de Macau, surge uma janela pop-up com um pequeno vídeo a alertar para técnicas fraudulentas. Segundo o responsável da PJ, esta táctica foi fundamental para evitar cerca de 130 transacções num valor aproximado de 17 milhões de patacas. Quando a transferência é feita num balcão físico, os funcionários do banco também alertam os clientes para potenciais fraudes. Além disso, existe um mecanismo de comunicação entre bancos e polícia, e quando é detectada uma conta suspeita de ser usada numa fraude, o banco recusa transferir fundos para a conta em questão.
João Luz Manchete SociedadeJogo | Moody’s estima que lucros da SJM quadrupliquem em 2024 A SJM pode terminar este ano com lucros antes de impostos, juros, depreciações e amortizações na casa dos mil milhões de dólares de Hong Kong, segundo a Moody’s. Porém, os cofres da histórica operadora de jogo podem ficar bem mais recheados em 2024, com lucros estimados quatro vezes superiores aos deste ano A agência Moody’s Investors Service prevê bons resultados financeiros nos próximos tempos para a operadora SJM Holdings Ltd. No final deste ano, a agência estima que a concessionária termine com EBITDA ajustado (lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) de mil milhões de dólares de Hong Kong (HKD). Porém, a grande reviravolta pode estar na viragem para 2024, ano em que a Moody’s estima que a SJM termine com 4 mil milhões de HKD de EBITDA. Panorama que representa uma inversão completa face a 2022, quando a operadora terminou o ano com um EBITDA ajustado negativo de 3,1 mil milhões de HKD. A agência indicou numa nota divulgada esta semana que “espera que a SJM registe um aumento significativo de ganhos nos próximos dois ou três anos, na sequência da eliminação de restrições, como obrigação de quarentena, para visitantes do Interior da China”. “A mudança de política levou ao aumento exponencial de turistas em Macau quase imediato, principalmente vindos do Interior da China e de Hong Kong, assim como à subida dos lucros brutos da indústria do jogo em Janeiro e Fevereiro”, é acrescentado pela agência Moody’s, citada pelo portal GGR Asia. Montanhas de massa Um dos trunfos da SJM apontados pelos analistas é o novo resort integrado no Cotai, o Grand Lisboa Palace, que deve inaugurar este ano novas unidades hoteleiras ajudando aos resultados da concessionária. Apesar da expectável recuperação do mercado de jogo, a agência de rating sublinhou a considerável dívida ajustada que a concessionária acumulou durante os tempos de pandemia, que ascendeu a 32 mil milhões de HKD no final do ano passado. “A SJM Holdings irá precisar de algum tempo para reparar a sua estrutural de capital, que foi enfraquecida durante a pandemia”, indicam os analistas. Fevereiro foi o segundo mês consecutivo em que os lucros brutos dos casinos ascenderam a 10 mil milhões de patacas. Seguindo esta tendência, a Moody’s estima que o segmento de massas atinja no final deste ano uma performance que fique a 75 por cento da registada antes da pandemia e que a recuperação total chegue em 2024. Por outro lado, a Moody’s espera que o segmento de jogo VIP “permaneça anémico nos dois próximos anos devido às apertadas restrições regulamentares às operações dos junkets”.
João Luz SociedadePJ | Alerta para boatos sobre roubo com narcótico A Polícia Judiciária (PJ) lançou ontem um alerta para desmistificar um boato que circulava na internet sobre supostos casos de roubo. “A PJ teve informação nos últimos dias, de um boato a circular na rede dizendo que têm ocorrido roubos em Macau, em que o malfeitor ao chegar junto a transeuntes usa um fumo de entorpecente fazendo com que a vítima lhe revele o código do cartão de ATM e levante o dinheiro que lhe é pedido”. As autoridades vincam que nunca receberam qualquer denúncia semelhante, e que “após apuramento feito pela respectiva subunidade de investigação, não se encontrou indícios de ter ocorrido tal facto”. Como tal, é pedido aos cidadãos que confirmem “a autenticidade das informações antes de as partilharem na internet ou nas redes sociais, evitando causar especulações ou pânico desnecessários”. A par disso, para evitar que caiam na armadilha dos criminosos, a PJ alerta os cidadãos de que devem estar sempre atentos a gente desconhecida na rua que os abordam, desconfiando no assunto e na identidade alegada.
João Luz Manchete PolíticaAL | Coutinho quer que jovens conheçam trabalho dos deputados O deputado Pereira Coutinho quer que o Governo promova o conhecimento dos jovens sobre o funcionamento da Assembleia Legislativa e do trabalho dos deputados. Coutinho gostaria de ver revertido o “desinteresse generalizado dos estudantes” pela vida política e os níveis participação cívica O deputado Pereira Coutinho gostaria de ver a juventude de Macau mais envolvida na vida política e cívica da região. Numa interpelação escrita divulgada ontem, Pereira Coutinho voltou a insistir na promoção do conhecimento dos trabalhos legislativos entre os mais novos, lembrando que já em 8 de Agosto do ano passado havia pedido “medidas concretas pelas autoridades competentes, na área da educação, em escolas e universidades públicas, e privadas, de uma estrutura com características semelhantes a um Parlamento Jovem”. A sugestão direccionada a jovens dos ensino básico, secundário e superior tem como objectivo “promover o gosto pela participação cívica, e política, dando a conhecer o funcionamento interno da Assembleia Legislativa (AL), promovendo o debate e o respeito pela diversidade de opiniões, desenvolvendo assim o espírito crítico e a capacidade de diálogo”. Além de pretender potenciar o conhecimento legislativo e político dos mais novos, Pereira Coutinho quer combater a apatia, o desapego das novas gerações pelas questões políticas e de administração do território. “O desinteresse generalizado dos estudantes, quer das escolas secundárias, ou de ensino superior, está relacionado com o desconhecimento dos jovens, e dos cidadãos, de uma forma geral, pelas questões referentes ao funcionamento e aos trabalhos da AL, e dos seus deputados.” Cumprir mínimos Num apelo anterior do legislador, o Governo respondeu, através da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) afirmando ter realizado “uma ‘sessão de esclarecimento para o sector educacional’ e uma visita de alunos do ensino secundário complementar de Macau às assembleias de voto”. Além disso, a DSEDJ “realizou uma votação simulada, com vista a aprofundar os conhecimentos do pessoal docente, e não docente, e dos estudantes, sobre as eleições da Assembleia Legislativa, e o processo de votação, incentivando-os a tornarem-se eleitores e a cumprirem os seus deveres cívicos”. No fim de contas, o deputado considera que os esforços do Governo nesta matéria são insuficientes. “É de elementar dedução, que uma única sessão de esclarecimento, para o sector educacional, e uma única visita de alunos (…) a assembleias de voto, são actividades manifestamente insuficientes para o aprofundamento de conhecimentos dos trabalhos desenvolvidos pela Assembleia Legislativa, e pelos deputados”, argumenta Coutinho. Ao invés, o deputado sugere visitas de estudo, que propiciem aos jovens conhecimento sobre o trabalho legislativo, como participação em sessões plenárias da Assembleia Legislativa, visitas aos Gabinetes de Atendimento dos Cidadãos dos deputados. Pereira Coutinho sugere também a organização de “sessões de esclarecimento, apresentadas por deputados, sobre os trabalhos desenvolvidos pelas três comissões permanentes, e diversas comissões especializadas.”
João Luz SociedadeFai Chi Kei | Negócios em crise após incêndio em bancas Os vendedores do mercado de rua no Fai Chi Kei que foram afectados por um incêndio de grandes proporções não estão satisfeitos com o volume de negócios, que dizem ter caído a pique, desde que foram obrigados a mudar para um local provisório. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o restauro das bancas que foram consumidas no incêndio do dia 8 de Janeiro, na Avenida do General Castelo Branco, deve estar concluído ainda este mês. Os comerciantes alertam para os estragos na parede exterior do prédio adjacente ao pequeno mercado de rua, em particular com a tinta a “pelar”, o que. representa um perigo para a segurança. Fu U On, da Associação de Beneficência e Assistência Mútua dos Moradores do Bairro Fai Chi Kei de Macau, indicou que os condóminos do prédio não chegaram a um consenso para a reparação, mas que a associação está a coordenar com todas as partes envolvidas para solucionar o problema. O representante dos Kaifong sugere que as bancas devem ter equipamentos de combate a incêndio e vê com bons olhos o reforço da formação dos comerciantes para a prevenção de incêndios. Aliás, Fu U On considera que as autoridades deveriam estudar a possibilidade de os conhecimentos de prevenção e combate a incêndio fazerem parte dos requisitos de candidatura à licença. Recorde-se que o incêndio no mercado de rua do Fai Chi Kei destruiu completamente 19 bancas, em cerca de meia hora, obrigando uma comerciante a ser conduzida ao hospital devido à inalação de fumo.
João Luz Manchete SociedadeCancro | Médico alerta para lentidão entre diagnóstico e tratamento Um médico especialista do Hospital São Januário alertou para a lentidão administrativa na oncologia em Macau, em particular nas doenças do sangue, que pode demorar meio ano entre a descoberta de sintomas e o tratamento. Yu Ming Sheng lamenta ainda não seja possível fazer transplantes de medula óssea em Macau Um médico especialista em oncologia do Centro Hospitalar Conde de São Januário considera que se perde muito tempo em Macau entre a detecção de sintomas e o tratamento de cancros do sangue, como o linfoma e a leucemia. Yu Ming Sheng, clínico que trabalhava em Taiwan antes de vir para Macau, revela que entre a descoberta dos primeiros sintomas e o diagnóstico, segunda a prática local, podem decorrer três meses e entre o diagnóstico e o tratamento é frequente passar mais um trimestre. O especialista em hematologia, que trata cancros do sangue, compara a lentidão administrativa de Macau à prontidão a que estava habituado em Taiwan, onde o tratamento pode começar menos de um mês depois da identificação de sintomas, e ser finalizado num prazo de seis meses. Os reparos de Yu Ming Sheng foram feitos durante um workshop organizado pela Associação de Feliz Paraíso no fim-de-semana, que teve como objectivo promover o conhecimento e formas de prevenção de cancro entre a população de Macau. Prata da casa Outro grande problema enfrentado pelos pacientes de doenças oncológicas em Macau, é a impossibilidade realizar transplantes de medula óssea, opção que não existe no sistema de saúde local, em particular tendo em conta que o número de doentes com cancro tem aumentado nos últimos anos. A falha no sistema de saúde obriga os pacientes que necessitam de transplante de medula óssea a serem transferidos para unidades hospitalares em Hong Kong, situação alterada durante a pandemia, com recurso a hospitais do Interior da China. Neste aspecto, Yu Ming Sheng está esperançado que no Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas sejam disponibilizados serviços de transplante de medula óssea. Porém, o especialista alerta para a necessidade de formar equipas inteiras, não apenas médicos, mas também profissionais de enfermagem e de análises laboratoriais. De acordo com dados avançados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, em 2022 registaram-se 3.004 mortes, uma subida de 684 óbitos face a 2021, com as autoridades a especificar que um dos factores que levou ao elevado número de óbitos foi o aumento de tumores malignos, que estiveram na origem de 970 óbitos.
João Luz PolíticaNatalidade | Pedidos incentivos e apoios sociais Aumento das licenças de maternidade e paternidade e do montante do subsídio de natalidade devem ser medidas a explorar pelo Governo para inverter a tendência demográfica na RAEM, na óptica da deputada Wong Kit Cheng. A legisladora e vice-presidente da Associação Geral das Mulheres de Macau está preocupada com a quebra da taxa de natalidade, que baixou para níveis que não eram vistos desde 1985, e espera que o Executivo de Ho Iat Seng dê resposta à crise demográfica. Para tal, sugere que o Governo estude a forma de inverter a situação, implementando políticas nas áreas da saúde, educação, habitação e segurança social. Wong Kit Seng, em declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau, recordou que a medida temporária de pagamento de 14 dias de licença de maternidade termina no final deste ano, mas espera que o Governo acelere a regularização do apoio, e que tente aproximar a duração da licença de maternidade ao que se pratica nas regiões vizinhas. A presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau considera que a questão da natalidade não se prende apenas com os elevados custos inerentes a ter e criar um filho, e que o Governo deve ponderar auxiliar instituições que providenciem serviços sociais, como creches. Importa referir que a associação presidida por Ng Sio Lai seria uma das potenciais beneficiárias de uma medida semelhante pelo simples motivo de gerir várias creches e infantários no território. A responsável acrescenta que o Executivo deveria aprovar incentivos fiscais para quem tem filhos e que as obrigações legais das empresas devem vincular em primeiro lugar as grandes companhias e concessionárias de jogo.
João Luz Manchete PolíticaCooperação | Ho Iat Seng estreita laços entre Macau e Jiangxi Em visita a Jiangxi, o Chefe do Executivo e as autoridades provinciais acertaram agulhas para reforçar a cooperação em áreas como o turismo, ciência, tecnologia e medicina tradicional chinesa. Ho Iat Seng agradeceu ao Governo local pelo fornecimento de produtos agrícolas de “alta qualidade” Uma comitiva do Governo da RAEM visitou a província de Jiangxi neste fim-de-semana com o objectivo de acertar detalhes institucionais para reforçar a cooperação entre os dois territórios. Num comunicado divulgado na noite de domingo, o Gabinete de Comunicação Social indica que “Ho Iat Seng acredita que existe potencial de cooperação e espaço de desenvolvimento entre Jiangxi e Macau, em várias áreas, especialmente em turismo, ciência e tecnologia e medicina tradicional chinesa”. Numa reunião com o secretário do Comité Provincial de Jiangxi do PCC, Yin Hong, e o governador da província de Jiangxi, Ye Jinchun, o Chefe do Executivo da RAEM “agradeceu o apoio de Jiangxi a Macau, no fornecimento de produtos agrícolas de alta qualidade”, referindo-se às trocas comerciais entre os dois territórios. Por sua vez, Yin Hong destacou a cooperação estreita e o intercâmbio económico e comercial frequente entre Jiangxi e Macau. O responsável deixou o desejo de que o Governo da RAEM e o Gabinete de Ligação do Governo Central da RAEM continuem a apoiar o desenvolvimento da província, nomeadamente através da plataforma de ligação entre o Interior da China e os países de língua portuguesa para “ajudar as empresas da província a ‘irem além-fronteiras’”. Por outro lado, o secretário do Comité Provincial salientou as “vantagens de Macau nos sectores financeiro moderno, comercial e logístico, e de serviços de qualidade” e a missão estratégica de “impulsionar mais empresas de excelência de Macau a desenvolverem-se em Jiangxi”. Tecnologia verde Yin Hong, que também exerce o cargo de presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Provincial, sugeriu que ambos os territórios “explorem mais o mercado de fornecimento de produtos agrícolas de alta qualidade, desenvolvam a cooperação na cadeia da indústria da medicina tradicional chinesa, reforcem o intercâmbio de quadros qualificados na área de inovação e da ciência e tecnologia e reforcem a colaboração no âmbito da cultura e turismo”. O director do Gabinete de Ligação, Zheng Xincong, que também participou no encontro, elogiou as autoridades de Jiangxi e afirmou que a economia e sociedade da província “alcançaram um forte desenvolvimento, sublinhando que em matéria de civilização ecológica estão entre os melhores do país, tendo um vasto futuro no desenvolvimento do sector de alta tecnologia”. Após o encontro, foram assinados vários acordos de cooperação entre o Governo de Jiangxi, o Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, o Governo da RAEM e as entidades competentes.
João Luz Manchete PolíticaRuínas | Mostra criticada por não corresponder à realidade A Exposição de Realidade Virtual nas Ruínas de S. Paulo, organizada pelo Instituto Cultural, gerou críticas por alegadamente conter erros históricos e denotar fraca investigação e fundamentação científica. Uma das críticas incide sobre a recriação de uma missa, onde o padre virtual está virado para os fiéis, algo que só passou a ser prática comum na segunda metade do século XX A exposição “Visitando as Ruínas de S. Paulo no Espaço e no Tempo — Exposição de Realidade Virtual nas Ruínas de S. Paulo”, organizada pelo Instituto Cultural (IC), tem motivado algumas críticas nas redes sociais devido à alegada falta de autenticidade histórica e reconstrução imaginativa da igreja em ruínas e que é hoje em dia um dos principais pontos turísticos de Macau. Um artigo publicado no jornal All About Macau enumera algumas incorreções históricas, ou ausência de base científica, na reconstrução virtual da Igreja da Madre de Deus, vulgarmente conhecida como Igreja de São Paulo, e das imediações. Uma das inconsistências históricas apontadas pela publicação é o facto de apesar de a igreja ter sido totalmente destruída na sequência de um incêndio em 1835, sem posterior reconstrução, as imagens de uma missa na exposição virtual do IC mostrarem o padre a dirigir a homilia voltado para os crentes. “É impossível que tal tenha acontecido no século XIX, porque antes do Concílio Vaticano II, que se realizou nos anos 1960, os sacerdotes realizavam a missa de frente para o altar. Só depois dessa reforma os sacerdotes ministravam a missa voltados para os crentes (a chamada liturgia versus populum). Portanto, como é que esta situação poderia acontecer até 1835?”, é perguntado na publicação. Recorde-se que o IC apresentou o evento como “a reconstrução virtual das características históricas da antiga Igreja da Madre de Deus, antes de ter sido destruída por um incêndio, permitindo ao público apreciar uma conjectura interpretativa sobre a tipologia arquitectónica barroca da Igreja, com base em dados históricos relativos a um período de cerca de 400 anos.” A paróquia de São Lázaro comentou na conta do IC uma publicação que mostra a reconstrução da Igreja da Madre de Deus, afirmando “o altar representado na imagem não é definitivamente daquele tempo”, e que só passou a ser uma realidade “depois do Concílio Vaticano II”. Mote dado O artigo do All About Macau parte do exemplo da posição do padre na liturgia para caracterizar o rigor científico e histórico da exposição. “Através deste erro óbvio, pode-se aferir a seriedade da reconstrução histórica da igreja pela realidade virtual e a profundidade no estudo histórico,” é referido. É também apontada a falta de fontes e informações sobre o interior da Igreja da Madre de Deus, que se resumem a alguns escritos datados do século XVII e de uma obra do pintor George Chinnery que documentou a sacristia. As escavações arqueológicas às Ruínas de S. Paulo e às imediações realizadas na década de 1990, e o subsequente “estudo aprofundado apenas revelou noções básicas da estrutura e do layout da igreja”, insuficientes. Como tal, sem referências citadas, ou estudos académicos, é concluído que a exposição apresentada pelo IC deveria ser designada como uma criação artística em vez de reconstrução histórica. A página de Facebook da série Originale também sublinhou uma incorrecção temporal na reprodução de uma procissão que terá acontecido em 1603, na manhã da véspera de Natal, apresentando a fachada da Igreja da Madre de Deus já com a fachada e a escadaria cuja construção seria finalizada em 1640. Os comentários na publicação de Facebook não se poupam ao sarcasmo. Um internauta lamenta a falta de lojas de biscoitos de Macau, enquanto que outro comentador afirma que “a história não deve ser inventada, muito menos se deve enganar o público e tratar as pessoas como parvas”. A primeira fase da exposição “Visitando as Ruínas de S. Paulo no Espaço e no Tempo” estreou na segunda quinzena de Dezembro, atraindo cerca de 13 mil pessoas até 28 de Fevereiro. A segunda fase da exposição retorna na próxima sexta-feira é descrita pelo IC como uma “versão actualizada”, que irá apresentar “aspectos adicionais relativos ao restauro virtual do exterior e do ambiente envolvente da Igreja, apresentando também, de forma mais abrangente e tridimensional, o panorama interior e exterior da antiga Igreja”.
João Luz Manchete SociedadeTung Sing Tong | Despejo de loja centenária leva a intervenção policial A execução de um despejo causou confusão na Avenida do Almirante Lacerda, obrigando a intervenção policial. Os dois terrenos em disputa levaram a uma batalha judiciária ganha pela influente Associação de Beneficência Tung Sin Tong, presidida por Chui Sai Peng. No final do dia, uma idosa foi encaminhada para o Ministério Público acusada de desobediência Foto: Macau News Agency A confusão instalou-se na Avenida Almirante Lacerda na quarta-feira durante uma acção de despejo na sequência de uma ordem judicial que obrigou à chamada ao local de um largo contingente policial. Nas redes sociais e na comunicação social foram partilhadas fotografias que mostravam agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) a escoltar pelo braço uma senhora idosa. As autoridades emitiram na quarta-feira à noite um comunicado afirmando que uma pessoa foi levada ao Ministério Público por, alegadamente, impedir a execução de uma ordem judicial. No dia em que foi arrastada para fora do imóvel, Iong Lao Cheng deixou clara a sua mágoa. “A serração tem passado de geração em geração, está na posse da minha família há mais de um século. Trabalho aqui desde os 15 anos e aqui morrerei”, afirmou citada pelo All About Macau. Porém, explicam que às 10h de quarta-feira foi enviado um contingente do CPSP, a pedido do Tribunal de Última Instância, para executar uma acção de despejo que culminou uma batalha judicial entre a Agência Comercial Lee Seng Tiu Kei e a Tung Sin Tong. “Uma pessoa recusou acatar as ordens judiciais e após repetida insistência dos agentes policiais, foi levada ao Comissariado n.º 1 da Praia Grande da Polícia de Segurança Pública, assim como duas outras pessoas, para acompanhamento”. As autoridades salientam que durante a operação não se registaram feridos e que a senhora foi encaminhada para o Ministério Público, acusada de desobediência. Com barbas As cenas de quarta-feira marcaram o final de uma história que remonta à primeira metade do século passado. A Agência Comercial Lee Seng Tiu Ke, uma empresa familiar que se dedica à serração e comércio de madeiras, ocupava dois terrenos na Avenida Almirante Lacerda com cerca de 1.600 metros quadrados. Em 1948, a Associação de Beneficência Tung Sin Tong terá comprado os dois lotes, passando a família que geria a loja a pagar uma renda à associação, situação que se manteve durante quase seis décadas. Em 2007, a associação notificou a família para abandonar as fracções, abrindo o caminho para uma acção judicial que culminou em 2014 com uma decisão do Tribunal de Última Instância onde se negam os argumentos da família e é dada razão à associação. A Associação de Beneficência Tung Sin Tong é presidida por Chui Sai Peng e conta nos seus corpos dirigentes com personalidades conhecidas como Lao Ngai Leong chefe da delegação da RAEM na última sessão da Assembleia Popular Nacional, Ma Iao Iao, filho do histórico empresário Ma Man-kei, o deputado Chui Sai Cheong e Lino Ho Weng Cheong (um dos fundadores da Câmara de Comércio Europeia de Macau e empresário de construção). A Associação de Beneficência Tung Sin Tong é uma instituição de caridade tradicional, com uma longa história de filantropia em Macau, múltiplas vezes reconhecida com distinções oficiais como os prémios Lótus de Ouro, entregues pelo Governo.
João Luz SociedadeHengqin | Trinta residentes queixam-se de casas sem canalização Um grupo de 30 residentes de Macau apresentou queixa às autoridades Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin na sequência da compra de fracções num prédio na Ilha da Montanha que, alegadamente, não corresponde à planta e condições de habitabilidade previstas no contrato de compra e venda dos imóveis. Segundo o jornal Ou Mun, os queixosos apresentaram uma reclamação à Direcção dos Serviços de Planeamento Urbanístico e Construção de Hengqin, depois de não receberem resposta por parte da empresa de construção, argumentando, por exemplo, que os apartamentos do tipo duplex não estão apetrechados com canalização de água. Face à situação, os compradores recusaram tomar posse das fracções e assinar a escritura do registo de aquisição de imóvel. Esta queixa é recorrente em consumidores que compram imóveis em Hengqin que ainda estão em construção, e que na altura da entrega das fracções se deparam com um imóvel impróprio para habitação, ou seja, sem condições para montar uma cozinha ou casa de banho. A dirigente da Associação Geral das Mulheres de Macau e vogal do Conselho dos Consumidores Ao Sio Peng recordou que o Governo tem alertado repetidamente a população para prestar mais atenção aos detalhes da transacção. A responsável vincou que as queixas mais frequentes dizem respeito a problemas de qualidade de materiais, à compra de imóveis que afinal se destinavam para fins comerciais ou à entrega tardia de fracções.
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Insegurança e hábito explicam uso de máscaras por jovens Comportamento de grupo, inadequação, insegurança e hábito são factores determinantes para que uma vasta maioria dos jovens de Macau continue a usar máscara, apesar das orientações do Governo que determinaram o alívio do uso. Um académico da UPM aponta receio e falta de autoconfiança como razões para a insistência No dia 26 de Fevereiro, o Governo declarou que, “em circunstâncias normais, não é obrigatório o uso de máscara para todas as pessoas em espaços ao ar livre”. Apesar de não haver na altura qualquer obrigação legal que determinasse a obrigação do uso de máscaras ao ar livre, nem regime sancionatório (excepto durante o período do surto pandémico do Verão passado), a máscara continua a ser uma constante nos rostos de quem percorre as ruas de Macau. A Associação de Beneficência Sin Meng fez um inquérito a alunos do ensino secundário para tentar perceber as razões para o elevado uso de máscaras entre os mais jovens, num vídeo partilhado nas redes sociais. Um aluno da Escola São Paulo testemunha o uso generalizado na escola que frequenta e a razão que o leva a não prescindir da protecção facial. “Basicamente, toda a gente na escola usa máscara”, revela. Apesar do alívio de quase todas as restrições, o estudante confessa que a ideia de destapar o rosto é desconfortável. “Depois de tanto tempo a usar a máscara, não me sinto bem a deixar de usar assim de repente. Preciso de tempo para me adaptar”, acrescenta. Um colega do mesmo estabelecimento de ensino indica que o receio é o motivo pelo qual não prescinde da máscara. “Vou continuar a usar a máscara até a pandemia acabar completamente em todo o Mundo. Acho que só aí me vou sentir seguro para prescindir da máscara”, afirmou. Um aluno do Colégio Yuet Wah explica que o uso da protecção se prende mais por uma questão de prática rotineira. “A maioria dos meus colegas de turma continuam a usar. Eu uso também, mas ando muitas vezes com a máscara no queixo. Continuo a usar por motivos de higiene, o hábito também é outra razão para o fazer”, explicou. Sem rosto O coordenador do curso de licenciatura em Serviço Social da Universidade Politécnica da Macau Dicky Lai Wai Leung encara o fenómeno como o resultado de uma equação com variantes tão diversas como embaraço, insegurança e desprendimento emocional. “Se calhar é uma questão de autoconfiança de falta de afirmação. Os jovens podem sentir-se inibidos a voltar a expor a cara em público”, descodifica o académico doutorado em filosofia pela Universidade de Hong Kong. Além da falta segurança e do receio de infecção, Dicky Lai Wai Leung aponta possíveis razões afectivas para os jovens continuarem a tapar a cara. “Quando não se usavam máscaras, durante a comunicação interpessoal, expunham reacções emocionais através de expressões faciais. O uso da máscara pode ser uma forma de esconder as emoções dos outros”, explica o docente da UPM. Apesar de tudo, o académico defende que a insistência em usar máscara não deve ser estigmatizada. “Não devemos tratar o assunto como um problema, as orientações do Governo para se deixar de usar máscara ainda são recentes. Se tratarmos o uso prolongado de máscaras como um comportamento errado, em vez de corrigirmos algo podem estar a provocar o efeito oposto. É um hábito de autoprotecção e isso não é uma coisa má.”