Mar Amarelo | Coreia do Norte dispara mísseis de cruzeiro

As tensões entre as duas Coreias mantêm a rota ascendente, à medida que o Norte continua a disparar mísseis na região
A Coreia do Norte disparou ontem vários mísseis de cruzeiro para o mar Amarelo, de acordo com o exército sul-coreano, numa altura em que a tensão entre Seul e Pyongyang tem vindo a aumentar.

“O nosso exército detectou vários mísseis de cruzeiro lançados pela Coreia do Norte em direcção ao mar Amarelo” por volta das 07:00, declarou, em comunicado, o Estado-maior sul-coreano.

“As especificações detalhadas estão a ser analisadas de perto pelos serviços secretos sul-coreanos e norte-americanos”, acrescentou. Os testes de mísseis de cruzeiro não são abrangidos pelas sanções impostas pela ONU à Coreia do Norte, ao contrário de mísseis balísticos e de armas nucleares.

Os lançamentos ocorrem numa altura em que a Coreia do Sul realiza, até hoje, um exercício das forças especiais, ao largo da costa oriental do país, “à luz dos graves problemas de segurança” com o Norte, de acordo com a marinha sul-coreana.

“Vamos cumprir a nossa missão de nos infiltrarmos profundamente em território inimigo e neutralizá-lo completamente, sejam quais forem as circunstâncias”, afirmaram as autoridades militares, em comunicado. As tensões entre as duas Coreias aumentaram nos últimos meses, quando os dois vizinhos riscaram acordos alcançados em 2018 para evitar incidentes armados, aumentaram os recursos militares na fronteira e realizaram exercícios de artilharia com munições reais perto do território um do outro, de acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP).

Pólos rivais

Na semana passada, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, declarou o Sul como “principal inimigo” do país. Dissolveu, além disso, as agências governamentais dedicadas à reunificação e aos contactos com o Sul e ameaçou com guerra se Seul invadir território norte-coreano, “nem que fosse 0,001 mm”.

Kim pediu ainda alterações constitucionais para permitir ao Norte ocupar Seul em caso de guerra, de acordo com a agência de notícias oficial da Coreia do Norte.

No final de Dezembro, o dirigente ordenou a aceleração dos preparativos militares para uma guerra que podia “ser lançada a qualquer momento” e denunciou uma “situação de crise persistente e incontrolável”, iniciada por Seul e Washington com exercícios militares conjuntos na região, disse.

O discurso também subiu de tom na Coreia do Sul, com o Presidente Yoon Suk-yeol a avisar que Seul vai retaliar “várias vezes” em caso de provocação e a salientar as “capacidades de resposta esmagadoras” do exército do país. Nos últimos meses, a Coreia do Norte intensificou os testes de armas proibidas pela ONU.

No início de Janeiro, Pyongyang lançou um míssil hipersónico, de combustível sólido, além de ter disparado munições reais perto da fronteira marítima com o Sul, provocando ordens de evacuação em várias ilhas sul-coreanas próximas da costa norte-coreana. Seul retaliou com exercícios na mesma região, na costa oeste da península.

Na sexta-feira, Pyongyang anunciou ter testado um “sistema de armas nucleares submarinas” em resposta às manobras navais efectuadas pela Coreia do Sul, pelos Estados Unidos e pelo Japão nas águas a sul da península. A Coreia do Norte também conseguiu colocar em órbita um satélite de reconhecimento militar no final de 2023, após ter recebido ajuda tecnológica da Rússia em troca do fornecimento de armas para a guerra na Ucrânia, acusou Seul.

25 Jan 2024

Pyongyang confirma lançamento de míssil balístico

A Coreia do Norte anunciou ontem que lançou um míssil balístico de alcance intermédio com combustível sólido, confirmando as declarações avançadas no domingo por Seul e Tóquio. O lançamento ocorre alguns dias após Pyongyang ter realizado exercícios de artilharia com munições reais.

O disparo do míssil no domingo, que Pyongyang disse estar equipado com uma ogiva hipersónica, destinava-se a “verificar as capacidades de deslocação e de manobrabilidade”, bem como “a fiabilidade do novo motor de combustível sólido”, explicou a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse no domingo, em comunicado, que o Norte “disparou um míssil balístico não identificado em direcção ao Mar do Leste”, referindo-se a uma área também conhecida como Mar do Japão.

O Ministério da Defesa do Japão disse ter detectado um possível lançamento de um míssil balístico de curto alcance, que terá caído fora da zona económica especial do país. Este é o primeiro lançamento de um míssil por parte de Pyongyang desde que testou o míssil balístico intercontinental de combustível sólido Hwasong-18, a arma mais avançada do Norte, em 18 de Dezembro.

O Hwasong-18 foi projectado para atacar o território continental dos Estados Unidos. Após Pyongyang realizar, na semana passada, exercícios de artilharia em torno da fronteira marítima ocidental com o Sul durante três dias, Seul realizou exercícios de tiro semelhantes na mesma área.

A subir de tom

Nos últimos dias, a Coreia do Norte tem intensificado a retórica bélica. Na semana passada, o líder Kim Jong-un descreveu o Sul como o “principal inimigo” e ameaçou aniquilar o país vizinho se fosse provocado.

Especialistas dizem que Kim provavelmente aumentará ainda mais a tensão ao testar novos mísseis para tentar influenciar os resultados das eleições parlamentares da Coreia do Sul, em Abril, e das eleições presidenciais dos EUA em Novembro.

Numa importante reunião do partido único norte-coreano, no final de dezembro, Kim prometeu expandir o arsenal nuclear de Pyongyang e lançar satélites espiões adicionais para fazer face ao que chamou de movimentos de confronto liderados pelos EUA.

16 Jan 2024

Coreia do Norte | Ministra faz visita de três dias à Rússia

Choe Son-hui vai estar três dias em Moscovo numa visita que, embora não tenham sido adiantados detalhes, pressupõe dar seguimento à cooperação militar acordada entre os dois países aquando do encontro entre Putin e Kim Jong-un em Setembro passado

 

A ministra dos Negócios Estrangeiros norte-coreana partiu no domingo para uma visita de três dias à Rússia, numa altura em que a comunidade internacional condena a transferência de armas de Pyongyang para Moscovo utilizar na Ucrânia.

“Uma delegação governamental da República Popular Democrática da Coreia [nome oficial do país], liderada pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Choe Son-hui, partiu no domingo para uma visita oficial à Federação Russa a convite do ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov”, informou ontem a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.

Embora o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia e a agência de notícias russaTASS tenham confirmado a visita de Choe entre 15 e 17 de Janeiro, não forneceram mais detalhes. Lavrov visitou a Coreia do Norte em Outubro, por ocasião do 75.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países.

A visita de Choe surge depois de terem sido reveladas novas provas de que a Coreia do Norte e a Rússia concordaram em cooperar militarmente durante uma cimeira entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente russo, Vladimir Putin, em Setembro, e que inclui a transferência de armas de Pyongyang para Moscovo, em violação das sanções impostas pela ONU ao país asiático.

Últimos disparos

Na semana passada, a Casa Branca disse que a Rússia disparou recentemente mísseis balísticos norte-coreanos contra a Ucrânia, somando-se aos já utilizados nos ataques de 30 de Dezembro e 02 de Janeiro. Mas Pyongyang e Moscovo negam esta transferência de armamento.

Em troca, acredita-se que o regime de Kim Jong-un recebeu assistência técnica russa no lançamento do primeiro satélite de reconhecimento militar em novembro passado. A Coreia do Sul estima que o número de contentores – carregados com mísseis balísticos, lançadores e centenas de milhares de munições de artilharia – transferidos desde o Verão pela Coreia do Norte para a Rússia ultrapassa agora os 5.000.

16 Jan 2024

Pyongyang | Lançado míssil balístico em direcção ao mar

O anúncio daquele que poderá ser o primeiro lançamento deste mês chegou pelas vozes das autoridades sul-coreanas e japonesas

A Coreia do Norte disparou ontem um míssil balístico em direcção ao mar no domingo, naquele que poderá ser o primeiro lançamento do regime de Pyongyang em cerca de um mês, disseram Seul e Tóquio.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse num comunicado que o Norte “disparou um míssil balístico não identificado em direcção ao Mar do Leste”, referindo-se a uma área também conhecida como Mar do Japão. O Ministério da Defesa do Japão disse ter detectado um possível lançamento de um míssil balístico de curto alcance, que terá caído fora da zona económica especial do país.

A confirmar-se, será o primeiro lançamento de um míssil por parte de Pyongyang desde que testou o míssil balístico intercontinental de combustível sólido Hwasong-18, a arma mais avançada do Norte, em 18 de dezembro. O Hwasong-18 foi projectado para atacar o território continental dos Estados Unidos.

Em exercícios

Na semana passada, Pyongyang realizou exercícios de artilharia em torno da fronteira marítima ocidental com o Sul durante três dias, levando Seul a realizar exercícios de tiro semelhantes na mesma área.

Nos últimos dias, a Coreia do Norte tem intensificado a sua retórica bélica. No início da semana, o líder Kim Jong Un descreveu o Sul como o “principal inimigo” e ameaçou aniquilar o país vizinho se fosse provocado.

Especialistas dizem que Kim provavelmente aumentará ainda mais a tensão ao testar novos mísseis para tentar influenciar os resultados das eleições parlamentares da Coreia do Sul, em Abril, e das eleições presidenciais dos EUA em Novembro.

Numa importante reunião do partido único norte-coreano, no final de Dezembro, Kim prometeu expandir o arsenal nuclear de Pyongyang e lançar satélites espiões adicionais para fazer face ao que chamou de movimentos de confronto liderados pelos EUA.

15 Jan 2024

Seul considera filha de Kim Jong-un “sucessora mais provável”

O chefe do Serviço Nacional de Inteligência (NIS) indigitado da Coreia do Sul disse ontem que considera a filha do líder norte-coreano Kim Jong-un a “sucessora mais provável”.

“Com base na análise das suas actividades públicas e no nível de respeito que lhe foi demonstrado no Norte desde a primeira aparição pública, [a filha] Kim Ju-ae parece ser a sucessora mais provável”, afirmou Cho, durante uma audição parlamentar perante a comissão encarregue de ratificar a sua nomeação no NIS.

Ainda assim, Cho disse que o NIS deixa em aberto todas as possibilidades sobre a sucessão do regime de Kim, uma vez que o actual líder ainda é jovem – acredita-se que tenha 41 anos – e não parece ter problemas de saúde graves, havendo muitas outras variáveis, incluindo a existência de mais filhos de Kim Jong-un.

É a primeira vez que um representante dos serviços secretos sul-coreanos faz uma declaração deste tipo sobre a filha do líder, que terá cerca de 11 anos e que fez a primeira aparição pública em Novembro de 2022.

Futuro incerto

Este ano, diferentes autoridades sul-coreanas sublinharam o facto de a filha ter aparecido principalmente em eventos militares, desde desfiles a lançamentos de mísseis, embora também tenha sido repetidamente sublinhada a teoria de que Kim Jong-un poderá ter optado por se mostrar ao lado da filha para reforçar a imagem de pai preocupado com o futuro do país.

Do mesmo modo, foi também levantada a hipótese de, dada a forte tradição patriarcal do país, o possível futuro herdeiro poder ser um irmão homem, embora não se saiba ao certo o número de filhos de Kim e o sexo das crianças.

Kim Jong-un tornou-se o terceiro membro da família a ascender ao poder, depois de suceder ao pai, Kim Jong-il, que morreu em 2011 e que, por sua vez, sucedeu a Kim Il-sung, fundador do país, que morreu em 1994, após 36 anos no poder.

5 Jan 2024

Seul, Washington e Tóquio partilham dados sobre mísseis norte-coreanos em tempo real

Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão anunciaram ontem o lançamento de um sistema para partilhar informações em tempo real sobre mísseis norte-coreanos e um plano de exercícios regulares para enfrentar avanços militares de Pyongyang.

“Verificou-se a plena capacidade operacional do sistema de partilha de informações em tempo real (…) através dos resultados de uma recente inspeção preliminar e está actualmente a funcionar normalmente”, declarou em comunicado o Ministério da Defesa sul-coreano.

Os líderes dos três países, Joe Biden, Yoon Suk-yeol e Fumio Kishida, dos Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, respetivamente, concordaram em implementar a plataforma numa cimeira trilateral em Camp David, em agosto, num novo passo para reforçar a coordenação de segurança entre Washington, Seul e Tóquio.

Os Estados Unidos já trocavam informações separadamente com os aliados na região asiática, mas até agora não existia uma ligação directa de dados entre as três nações, devido às disputas existentes entre o Japão e a Coreia do Sul sobre a colonização nipónica da península coreana entre 1910 e 1945.

Com esta iniciativa, “a cooperação trilateral será regularizada e conduzida de uma forma mais sistemática e eficiente”, defenderam as partes, que também decidiram estabelecer um plano plurianual para a realização de exercícios militares trilaterais a partir de 2024, num novo passo para reforçar a dissuasão contra os testes de armamento de Pyongyang.

O lançamento do sistema acontece um dia depois do mais recente teste de mísseis da Coreia do Norte, que lançou um projétil balístico de longo alcance, o quinto em 2023, um número recorde que sublinha o progresso do programa de armamento e a escalada militar na região.

Avisos e desafios

O regime norte-coreano afirmou ontem que o projéctil lançado era um míssil balístico intercontinental Hwasong-18 de combustível sólido e disse que o líder Kim Jong-un “observou o lançamento no terreno” para “enviar um aviso” a Washington e aliados.

Seul, Washington e Tóquio reiteraram que vão continuar a reforçar a cooperação “para responder aos desafios regionais” e garantir a segurança na região do Indo-Pacífico.

Após o fracasso das negociações para a desnuclearização com os EUA, em 2019, a Coreia do Norte aprovou um plano de modernização de armamento – que inclui a instalação de satélites militares e o teste de numerosos mísseis – além de ter rejeitado a retoma do diálogo e de ter reforçado os laços com a China e a Rússia.

Por outro lado, a Coreia do Sul, o Japão e os EUA reforçaram a cooperação em matéria de segurança, sendo que Washington aumentou o envio periódico de meios estratégicos para a península.

20 Dez 2023

Líder da Coreia do Norte já consegue espiar bases militares dos EUA em Guam

A Coreia do Norte revelou ontem que obteve fotografias de bases militares norte-americanas na ilha de Guam, no Oceano Pacífico, tiradas pelo satélite espião que lançou na terça-feira a bordo de um foguetão espacial. A agência estatal KCNA noticiou que o líder Kim Jong-un viu “imagens da Base Aérea de Anderson, do Porto de Apra [onde se encontra uma base naval] e de outras áreas de importantes enclaves militares dos Estados Unidos”.

As fotografias foram “tiradas do céu sobre a ilha de Guam, no Pacífico, e recebidas às 09:21 de 22 de Novembro”, precisou, segundo a agência espanhola EFE. Kim terá visto as imagens durante uma visita ao centro de controlo geral da Administração Nacional de Tecnologia Aeroespacial (NATA), em Pyongyang.

Os técnicos disseram a Kim que o satélite Malligyong-1 começará oficialmente a funcionar a 1 de Dezembro, depois de sofrer ajustes durante os próximos “7-10 dias”, segundo a KCNA. A Coreia do Sul e os Estados Unidos ainda não confirmaram que o satélite está numa órbita correcta.

À terceira é de vez

A KCNA publicou uma foto de Kim a visitar o centro na companhia do marechal Kim Jong-sik, vice-director do Departamento da Indústria de Munições, uma das principais figuras do programa de mísseis norte-coreano.

Foi também divulgada outra foto das instalações mostrando apenas painéis de controlo gerais, que foram desfocados antes da publicação.

Se as afirmações do regime forem verdadeiras, as capacidades de vigilância da Coreia do Norte terão dado um grande salto em frente com a instalação deste satélite, segundo a EFE. O Malligyong-1 permitirá detectar movimentos de tropas no nordeste asiático a diferentes horas, uma vez que o aparelho, situado numa órbita polar, dará mais de uma volta completa à Terra todos os dias.

O lançamento de terça-feira seguiu-se a duas tentativas falhadas, em Maio e Agosto, e foi supervisionado por Kim Jong-un. A iniciativa foi condenada pelo Japão, pela Coreia do Sul e pelos Estados Unidos. O lançamento desencadeou a activação do sistema nacional antimíssil do Japão durante alguns minutos, através do qual foi enviada uma mensagem aos habitantes da prefeitura de Okinawa recomendando-lhes que procurassem abrigo.

Os três países recordaram ontem que as sanções do Conselho de Segurança da ONU proíbem a Coreia do Norte de efectuar lançamentos espaciais, uma vez que utiliza a sua própria tecnologia de mísseis balísticos intercontinentais.

A Coreia do Sul admitiu que, para resolver os problemas técnicos registados pelo Chollima-1 em Maio e Agosto, Pyongyang tenha recebido assistência técnica de Moscovo em troca de armas para utilização na Ucrânia.

Seul afirmou que o Pyongyang enviou a Moscovo cerca de 2.000 contentores de equipamento militar, incluindo mais de um milhão de cartuchos de artilharia e, possivelmente, também munições para tanques, mísseis guiados antitanque ou mísseis terra-ar portáteis. Em reacção a este lançamento, a Coreia do Sul suspendeu parcialmente um acordo militar com o vizinho do Norte.

23 Nov 2023

Coreia do Norte | Kim quer mais armas nucleares devido a “nova Guerra Fria”

O líder norte-coreano apelou para um aumento exponencial da produção de armas nucleares em resposta a uma “nova Guerra Fria”, informou ontem a imprensa estatal do país

 

Kim Jong-un falava durante uma sessão de dois dias no parlamento norte-coreano, que alterou a constituição para inscrever a política de expansão do programa de armas nucleares do país, de acordo com a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA).

A sessão parlamentar, realizada na terça-feira e quarta-feira, ocorreu depois de Kim ter viajado até à Rússia, este mês, para se encontrar com o Presidente russo, Vladimir Putin, e visitar instalações militares e tecnológicas. A viagem suscitou preocupações no Ocidente sobre uma possível aliança de armamento, segundo a qual a Coreia do Norte forneceria a Putin munições necessárias para alimentar a guerra na Ucrânia, em troca de ajuda económica e tecnologia russa avançada para melhorar os sistemas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte.

À medida que a Coreia do Norte põe fim ao confinamento devido à pandemia, Kim tem vindo a reforçar as parcerias com Moscovo e Pequim, tentando sair do isolamento diplomático e juntar-se a uma frente unida contra Washington. Kim descreveu que o mundo está a entrar numa “nova Guerra Fria” e que a Coreia do Norte deve responder reforçando a capacidade nuclear.

Ainda de acordo com a KCNA, os membros da assembleia aprovaram por unanimidade uma nova cláusula na constituição para “assegurar o direito do país à existência e ao desenvolvimento, para dissuadir a guerra e proteger a paz regional e mundial, desenvolvendo rapidamente as armas nucleares a um nível mais avançado”.

“A política de construção da força nuclear da RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial do país] tornou-se permanente enquanto lei fundamental do Estado, que ninguém está autorizado a desprezar”, declarou o dirigente norte-coreano. Kim sublinhou ainda a necessidade de “avançar com o trabalho para aumentar exponencialmente a produção de armas nucleares e diversificar os meios de ataque nuclear”, notou ainda a agência.

NATO asiática

O líder norte-coreano apontou para o que descreveu ser uma ameaça crescente representada por uns Estados Unidos hostis e a expansão da sua colaboração militar com a Coreia do Sul e o Japão, acusando-os de criarem a “versão asiática da NATO, a causa principal da guerra e da agressão”. “Esta é apenas a pior ameaça real, não uma retórica ameaçadora ou uma entidade imaginária”, afirmou.

O dirigente pediu aos diplomatas norte-coreanos para que “promovam ainda mais a solidariedade com as nações que se opõem aos EUA e à estratégia de hegemonia do Ocidente”.

As tensões na península coreana atingiram o nível mais elevado dos últimos anos, com Pyongyang a testar mais de 100 mísseis desde o início de 2022, e os Estados Unidos, em retaliação, a reforçarem os exercícios militares com os aliados asiáticos. No ano passado, a assembleia norte-coreana aprovou uma nova doutrina nuclear que autoriza ataques nucleares se a liderança da Coreia do Norte estiver sob ameaça.

29 Set 2023

Coreia do Norte | Soldado americano que entrou ilegalmente será expulso

A Coreia do Norte vai expulsar um soldado norte-americano que entrou no país através da fronteira fortemente armada entre as Coreias em Julho, noticiou ontem a agência noticiosa norte-coreana KCNA.

O anúncio da expulsão de Travis King, sem referência a data e local, seguiu-se ao fim do interrogatório do militar, disse a KCNA, segundo a agência norte-americana AP. King confessou ter entrado ilegalmente na Coreia do Norte porque nutria “um mau sentimento contra os maus-tratos desumanos e a discriminação racial” no seio do exército dos Estados Unidos, segundo a KCNA.
Também alegou que estava “desiludido com a desigualdade da sociedade norte-americana”, acrescentou.

A AP disse ser impossível verificar a autenticidade dos comentários atribuídos pela KCNA a King, que integrava o contingente norte-americano na Coreia do Sul. O militar entrou na Coreia do Norte quando fazia uma visita civil a uma aldeia fronteiriça, em 18 de Julho, tornando-se o primeiro cidadãos dos Estados Unidos a ser detido no Norte em quase cinco anos.

Na altura em que se juntou à visita civil e atravessou a fronteira, deveria estar a caminho de Fort Bliss, no Texas, depois de ter sido libertado de uma prisão sul-coreana devido a uma condenação por agressão.

Após semanas de silêncio, a Coreia do Norte confirmou em Agosto que tinha detido King e que estava a investigar as circunstâncias da sua entrada no país.

Na altura, o comando da força multinacional da ONU na Coreia do Sul anunciou que a questão era objecto de “discussões com o Exército Popular da Coreia [do Norte] através do mecanismo do acordo de armistício”.

27 Set 2023

Coreia do Norte | Pyongyang condena críticas de Presidente sul-coreano

A Coreia do Norte acusou ontem o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, de “difamar maliciosamente as relações” entre Pyongyang e Moscovo, no discurso que proferiu perante a Assembleia Geral da ONU

 

“Foi simplesmente o cúmulo da ironia que o fantoche, desprovido de conhecimentos políticos elementares e de senso comum no que diz respeito às relações internacionais, se tenha comportado de forma grosseira, agindo de bom grado como um servil trompetista e altifalante dos Estados Unidos”, de acordo com um artigo divulgado pela agência noticiosa estatal KCNA.

No discurso na ONU, Yoon afirmou que um acordo de armas entre os dois países seria uma “grave provocação”. “Yoon considerou as tradicionais relações de amizade e cooperação entre a RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial do país] e a Rússia como uma ‘provocação directa à segurança e à paz’ na região fantoche sul-coreana e como um ‘grave desafio à paz regional e mundial’, afirmando que ‘Seul e os aliados não ficariam de braços cruzados'”, acrescentou.

O artigo insistiu depois na alegada falta de experiência política do Presidente sul-coreano, que antes era procurador-geral, no agravamento do clima regional através do aumento das operações militares com Washington, na falta de clareza nos assuntos diplomáticos e por “só reconhecer as relações entre Estados como uma dicotomia entre amigo e inimigo”.

“A política externa da RPDC, que tem como objectivo estabelecer uma nova ordem mundial justa e equitativa para a causa da independência humana, não estará ligada a nada e as relações de amizade e cooperação com os vizinhos próximos vão continuar a ser reforçadas”, concluiu o texto.

Pano de fundo

O discurso de Yoon na ONU foi uma resposta à recente cimeira entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente russo, Vladimir Putin, no cosmódromo de Vostochny, na região de Amur. No final do encontro, Putin afirmou que há espaço para a cooperação militar e espacial entre os dois países.

Durante a visita de uma semana, Kim inspeccionou o cosmódromo, uma fábrica de aviões militares e civis e de navios para a frota russa do Pacífico. Dias antes, meios de comunicação social norte-americanos afirmaram que Kim estava disposto a apoiar a guerra de Moscovo na Ucrânia com milhões de mísseis antitanque e munições de artilharia.

De acordo com estas notícias, Pyongyang iria receber em troca ajuda alimentar e tecnologia de satélites e submarinos nucleares.
Seul, Tóquio e Washington alertaram que um possível acordo entre a Coreia do Norte e a Rússia iria violar as sanções do Conselho de Segurança da ONU contra Pyongyang, com consequências para os dois países.

Entretanto, a Coreia do Sul e os Estados Unidos iniciaram ontem três dias de manobras militares em resposta à recente escalada retórica e militar da Coreia do Norte. Nove navios de guerra, dois aviões de patrulha, dois submarinos sul-coreanos, o contratorpedeiro ROKS Yulgok Yi I, o contratorpedeiro USS Shoup e o cruzador USS Robert Smalls participam nestes exercícios, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

O aumento das tensões na península coreana tem sido causado tanto pelos constantes lançamentos de mísseis e ameaças de Pyongyang, como pelos exercícios militares entre Washington e Seul.

26 Set 2023

Diplomacia | Liu Guozhong em Pyongyang para celebrar aniversário do país

Uma delegação chinesa liderada pelo vice-primeiro-ministro Liu Guozhong vai visitar a Coreia do Norte, onde participa, no sábado, nas comemorações do 75.º aniversário da fundação do país, informou ontem a imprensa estatal norte-coreana.

A visita ocorre numa altura em que informações apontam para uma deslocação do líder norte-coreano, Kim Jong-un, à Rússia, para reunir com o Presidente russo, Vladimir Putin. O encontro deve incluir negociações para a venda de armas norte-coreanas a Moscovo, visando reabastecer as reservas russas, drenadas pela guerra contra a Ucrânia.

A Agência Central de Notícias da Coreia, órgão oficial de Pyongyang, disse que a visita da delegação de Liu vai realizar-se a convite do Partido dos Trabalhadores, partido único da Coreia do Norte. A agência não especificou os eventos em que as autoridades chinesas vão participar ou se vão reunir com Kim.

Um funcionário do Governo dos Estados Unidos disse na segunda-feira que Washington espera que Kim faça uma viagem à Rússia este mês para reunir com Putin, numa altura em que o Kremlin tenta adquirir equipamento militar para usar na guerra na Ucrânia.

A reunião pode acontecer já na próxima semana na cidade de Vladivostoque, no leste da Rússia, onde Putin deve participar num fórum económico, que decorre entre domingo e quarta-feira.

Em troca pelo fornecimento de granadas e outras munições, a Coreia do Norte pode pedir fontes energéticas e alimentares e tecnologias de armamento avançadas, dizem analistas. Há preocupações de que a transferência de tecnologia russa possa aumentar a ameaça representada pelo crescente arsenal de armas nucleares e mísseis de Kim, concebidos para atingir os Estados Unidos e os seus aliados asiáticos, a Coreia do Sul e o Japão.

8 Set 2023

Pyongyang | Kim Jong-un quer reforçar Marinha por “risco de guerra nuclear”

O líder da Coreia do Norte pediu o reforço da Marinha, devido ao “risco de guerra nuclear”, noticiaram ontem os meios de comunicação oficiais do regime, quando Seul, Washington e Tóquio realizam exercícios navais conjuntos.

Kim Jong-un criticou o aumento da cooperação trilateral entre os “líderes de gangues” dos Estados Unidos, da Coreia do Sul e do Japão “reunidos”, informou a agência de notícias oficial norte-coreana (KCNA), numa referência à recente cimeira em Camp David (EUA), onde o Presidente norte-americano, Joe Biden, recebeu o homólogo sul-coreano, Yoon Suk-yeol, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

Esta foi a primeira vez que os líderes dos três países se reuniram numa cimeira independente.

Kim Jong-un acusou Washington de estar “mais agitado do que nunca” com as manobras navais conjuntas e a continuação da instalação de meios nucleares estratégicos nas águas em torno da península coreana, indicou a KCNA.

“Devido às acções imprudentes de confronto dos Estados Unidos, entre outras forças hostis, as águas em torno da península coreana foram forçadas a tornar-se o ponto mais concentrado de material de guerra do mundo, as águas mais instáveis com o risco de guerra nuclear”, disse Kim.

“Conseguir desenvolver rapidamente a força naval tornou-se uma questão muito urgente, tendo em conta as recentes tentativas de agressão do inimigo”, afirmou.

30 Ago 2023

Pyongyang | PM repreendido por cheias e acusado de ser responsável pela crise

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, repreendeu severamente o seu primeiro-ministro e outros altos responsáveis pela sua “resposta irresponsável” às recentes inundações de terrenos agrícolas ao longo da costa ocidental da Coreia do Norte, noticiou ontem a imprensa estatal.

As inundações de Verão na Coreia do Norte causam muitas vezes graves danos nos terrenos de cultivo devido a má drenagem da água e à desflorestação.

Observadores afirmaram que as críticas de Kim aos altos responsáveis provavelmente tiveram como objectivo tentar desviar para eles a culpa pelas dificuldades económicas e insegurança alimentar do país, ou preparar o terreno para uma remodelação no Governo.

Na segunda-feira, Kim visitou uma região costeira ocidental onde a água do mar recentemente destruiu o molhe, inundando mais de 270 hectares de arrozais.

Depois de vistoriar a situação, Kim acusou os dirigentes de “negligência muito irresponsável das suas obrigações”, segundo a Agência Central de Notícias Coreana (KCNA, na sigla em inglês).

O chefe de Estado criticou o seu primeiro-ministro, Kim Tok Hun, por exibir “a atitude de um espectador”, escreveu a KCNA; repreendeu o vice-primeiro-ministro por não cumprir os seus deveres lealmente; e acusou o director do departamento de reabilitação da área costeira de ocultar combustível que se destinava a ser usado em projectos de construção civil.

“Nos últimos anos, a disciplina administrativa e económica do executivo de Kim Tok Hun tornou-se gravemente deficiente e, consequentemente, os ociosos estão a dar cabo de todo o trabalho económico do Estado com uma forma de trabalhar irresponsável”, declarou Kim Jong-un, citado pela KCNA.

Mão humana

Kim classificou as recentes inundações como um desastre causado pelo homem, referindo-se a um projecto de obras fracassado que se destinava a melhorar a drenagem das águas pluviais na zona. Segundo indicou, o projecto avançou apesar de ter sido identificada uma fuga substancial, e ele ordenou medidas disciplinares severas para os responsáveis pelos danos causados pelas cheias.

Alguns especialistas que acompanham a Coreia do Norte consideraram as acções de Kim Jong-un invulgarmente fortes, tendo em conta que não houve relatos de vítimas humanas.

Na sua opinião, Kim poderá estar a usar as inundações como uma oportunidade para substituir as cúpulas do poder de Pyongyang, numa tentativa para reforçar a confiança da população na sua governação, enquanto luta para reanimar uma economia afectada pela pandemia de covid-19.

“Kim Jong-un parece estar à procura de medidas extremas para afastar as queixas públicas, que têm aumentado devido à degradação dos meios de subsistência e à situação económica da população”, sustentou Tae Yongho, um deputado sul-coreano que trabalhou como secretário na embaixada da Coreia do Norte em Londres antes de desertar, em 2016.

Especialistas estrangeiros creem que a actual escassez alimentar e os problemas económicos do país se aprofundaram devido às medidas de contenção da pandemia, a sanções da ONU e à má gestão da própria Coreia do Norte. Mas não há indícios de uma fome iminente ou de grande agitação pública que possa ameaçar o controlo de Kim sobre os seus 26 milhões de habitantes.

24 Ago 2023

Aterra em Pequim primeiro voo comercial da Coreia do Norte após a pandemia

O primeiro voo comercial, em três anos, da Coreia do Norte para outro país aterrou hoje em Pequim.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês anunciara na véspera a reativação da rota aérea de passageiros entre Pequim e Pyongyang, operada pela Air Koryo, embora o primeiro voo entre as duas capitais, inicialmente previsto para segunda-feira, tenha sido cancelado.

A Coreia do Norte estava isolada desde a eclosão da pandemia de covid-19, na sequência da qual estabeleceu em 2020 um rigoroso encerramento das fronteiras que impediu a entrada no país até dos seus diplomatas e cidadãos residentes no estrangeiro.

Pyongyang parece agora estar a mudar a política fronteiriça, após permitir recentemente o acesso ao território de duas delegações diplomáticas, uma da China e outra da Rússia, para participarem nas celebrações do 70.º aniversário do armistício da Guerra da Coreia (1950-53).

A China é o principal parceiro estratégico e comercial da Coreia do Norte, com quem partilha uma fronteira de mais de 1.400 quilómetros.

22 Ago 2023

Coreia do Norte informa Japão da intenção de lançar satélite nos próximos dias

A Coreia do Norte informou o Japão da intenção de lançar um satélite nos próximos dias, anunciou o Governo nipónico, que instou Pyongyang a cancelar o projeto, que coincide com exercícios militares Estados Unidos-Coreia do Sul.

“Pedi aos ministros para fornecerem informações ao público, cooperarem com os países envolvidos e apelarem à Coreia do Norte para que cancele este lançamento e tome todas as medidas possíveis para se preparar para qualquer eventualidade imprevista”, disse aos jornalistas o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

Num comunicado separado, a guarda costeira japonesa emitiu um aviso de “lançamento de foguetões de satélite” entre 24 e 31 de agosto para três zonas de perigo.

Um teste anterior, realizado há três meses, fracassou. Em 31 de maio, um foguetão apresentado por Pyongyang como de lançamento de um satélite de observação militar despenhou-se no mar Amarelo pouco depois da descolagem, com as autoridades norte-coreanas a invocarem um problema técnico.

Pyongyang explicou que pretendia “confrontar as perigosas ações militares dos Estados Unidos e dos seus vassalos”.

Após uma complexa operação de 36 dias no mar, o exército sul-coreano recuperou finalmente partes do foguetão e do satélite. Após uma análise efetuada por peritos sul-coreanos e americanos, o Ministério da Defesa sul-coreano concluiu que o satélite não tinha qualquer utilidade militar.

O líder norte-coreano Kim Jong-un fez do desenvolvimento de um satélite espião militar uma prioridade. Washington e Seul, por seu lado, suspeitam que Pyongyang esteja a desenvolver um novo míssil balístico intercontinental, que incorpora tecnologia semelhante à de um lançador de satélites.

O anúncio do lançamento coincide com as manobras em grande escala entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, que começaram na segunda-feira e se prolongam até 31 de agosto.

22 Ago 2023

Pyongyang | Reforçado desenvolvimento de mísseis antes de exercícios EUA-Coreia do Sul

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ordenou um aumento na produção de mísseis, avançou ontem a imprensa estatal, dias antes da Coreia do Sul e dos EUA iniciarem exercícios militares anuais.

A agência de notícias estatal norte-coreana KCNA disse que Kim deu a ordem na sexta-feira e sábado, durante uma visita de inspecção às principais fábricas que produzem mísseis tácticos, plataformas móveis de lançamento, veículos blindados e projécteis de artilharia no país.

Durante uma paragem numa fábrica de mísseis, Kim estabeleceu uma meta de “aumentar drasticamente” a capacidade de produção para que a instalação possa produzir mísseis em massa e responder às necessidades das unidades militares da linha de frente, disse a KCNA.

“O nível qualitativo dos preparativos de guerra depende do desenvolvimento da indústria de munições e a fábrica tem uma responsabilidade muito importante em acelerar os preparativos de guerra” do exército, disse Kim.

Em outras fábricas, o líder da Coreia do Norte pediu a construção de plataformas móveis de lançamento de mísseis mais modernas e falou da necessidade urgente de aumentar “de uma forma exponencial” a produção de projécteis para lançadores de foguetes de grande calibre.

Kim também conduziu um novo veículo blindado de combate utilitário, disse a KCNA, uma semana depois de outra visita semelhante a várias fábricas de armas do país.

Os EUA e a Coreia do Sul irão começar no final do mês exercícios militares anuais, que a Coreia do Norte defenderem serem a preparação de uma invasão, uma acusação que os aliados rejeitam.

De acordo com a KCNA, Kim disse que a Coreia do Norte deve ter “uma força militar esmagadora e estar totalmente preparada para enfrentar qualquer guerra” com o poder de “certamente aniquilar” os inimigos do país.

Velhos amigos

No final de Julho, o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, efectuou uma rara visita a Pyongyang, durante a qual se encontrou com Kim Jong-un.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse acreditar que Shoigu estava na Coreia do Norte para garantir o fornecimento de armas necessárias para a guerra na Ucrânia. “Vemos a Rússia a procurar desesperadamente apoio, armas, onde quer que as possa encontrar, para continuar a agressão contra a Ucrânia”, acrescentou o norte-americano.

“Vemos isso com a Coreia do Norte, vemos isso com o Irão, que forneceu à Rússia muitos drones, usados para destruir infraestruturas civis e matar civis na Ucrânia”, continuou Blinken.

A Rússia, aliada histórica da Coreia do Norte, é um dos poucos países com os quais Pyongyang mantém relações amistosas.

14 Ago 2023

ONU | Preocupação com repatriações forçadas para a Coreia do Norte

A Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos manifestou grande preocupação com o repatriamento forçado de norte-coreanos da China e outros locais, depois de críticas de algumas organizações, que apontaram à ONU um “silêncio inaceitável”.

Na sexta-feira, vários grupos de defesa dos direitos humanos emitiram uma declaração, que visa o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, e o seu gabinete, afirmando que “não é demasiado tarde” para “instar publicamente a China a pôr termo ao desaparecimento forçado e ao repatriamento forçado dos fugitivos norte-coreanos” e permitir avaliações individuais para determinar se podem ser considerados refugiados.

Estes grupos incluem famílias de pessoas que foram raptadas e enviadas de volta para a Coreia do Norte, desertores norte-coreanos e a entidade ‘Transitional Justice Working Group’, sedeada em Seul, na Coreia do Sul, que monitoriza e analisa o historial dos direitos humanos da Coreia do Norte.

As organizações alertaram para a possibilidade de os repatriamentos chineses de fugitivos norte-coreanos poderem aumentar se a Coreia do Norte aliviar as restrições fronteiriças após um prolongado encerramento devido à covid-19, o que pode permitir “o recomeço do repatriamento forçado de cerca de 2.000 norte-coreanos detidos como ‘migrantes ilegais’ na China”, citando um relatório da ONU sobre o historial dos direitos da Coreia do Norte apresentado à Assembleia Geral da organização em Outubro.

A questão acontece ainda no período que antecede os Jogos Asiáticos em Hangzhou, na China, no final de Setembro e início de Outubro.

14 Ago 2023

Delegação chinesa em Pyongyang para celebrar fim da Guerra da Coreia

Uma delegação chinesa deslocou-se ontem à Coreia do Norte, para participar nas comemorações do 70.º aniversário do fim da Guerra da Coreia (1950-53), visando restaurar o intercâmbio entre os dois países aliados. O grupo é chefiado por Li Hongzhong, vice-presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional e membro do Politburo do Partido Comunista Chinês.

A Coreia do Norte, que lançou uma tentativa de conquistar a Coreia do Sul, considera a assinatura do armistício um reconhecimento de vitória.

O conflito envolveu forças da recém-criada República Popular da China, auxiliada pela força aérea russa, enquanto a Coreia do Sul, os Estados Unidos e tropas de vários países, sob a direcção da ONU, lutaram para repelir a invasão. A fronteira entre as Coreias continua a ser das mais tensas do mundo.

Li Hongzhong carece do estatuto que transmitiria uma expressão completa de apoio chinês à Coreia do Norte, numa altura ambígua nas relações. A China foi convidada a enviar uma “delegação de alto nível” para participar das actividades comemorativas na Coreia do Norte, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, em conferência de imprensa.

“Acreditamos que a visita vai ser propícia para promover o desenvolvimento sólido e estável das relações [bilaterais], contribuir para a paz e estabilidade regional e criar condições para uma solução política da questão da península [coreana]”, acrescentou. A porta-voz lembrou que a China e a Coreia do Norte são “vizinhos amigáveis, ligados por montanhas e rios”.

Foguetes na festa

Alguns especialistas disseram que a Coreia do Norte pode intensificar os testes com mísseis balísticos por volta do aniversário do armistício, que se celebra hoje.

A China aderiu às sanções impostas pelas ONU contra a Coreia do Norte, devido ao programa de desenvolvimento de armas nucleares e mísseis balísticos, mas continua a ser o aliado económico e político mais importante de Pyongyang.

A Coreia do Norte testou o primeiro míssil balístico intercontinental em três meses na semana passada. O regime ameaçou com “consequências chocantes”, contra o que chamou de actividade provocadora de reconhecimento dos Estados Unidos perto do país.

As visitas oficiais entre os dois países foram interrompidas quando a Coreia do Norte, cada vez mais isolada e empobrecida, fechou as suas fronteiras para impedir a propagação da covid-19. Mais de dois milhões de soldados chineses lutaram na Guerra da Coreia, conhecida na China como a “Guerra para Resistir à Agressão dos EUA e Ajudar a Coreia”. Segundo dados de Pequim, 197.600 soldados chineses morreram no conflito.

26 Jul 2023

Mar do Japão | Pyongyang dispara mísseis antes de comemorar fim da Guerra da Coreia

A Coreia do Norte disparou dois mísseis balísticos na madrugada de segunda para terça-feira, pouco antes de receber autoridades chinesas para as comemorações do fim dos combates entre as duas Coreias, na primeira visita estrangeira desde a pandemia.

Os militares sul-coreanos referiram ter “detectado dois mísseis balísticos disparados pela Coreia do Norte de áreas próximas a Pyongyang em direcção ao mar do Leste [também conhecido como mar do Japão]”, destacou o Estado-Maior Conjunto citado pela agência de notícias sul-coreana Yonhap.

Os dois mísseis percorreram cerca de 400 quilómetros antes de cair no mar, segundo o Ministério da Defesa sul-coreano, citado pela Yonhap e pela agência japonesa Kyodo. A Casa Branca condenou de imediato os novos “disparos de mísseis balísticos”.

Os testes de mísseis “representam uma ameaça para os vizinhos da RPDC e para a comunidade internacional”, salientou a porta-voz da Casa Branca Karine Jean-Pierre, utilizando o nome oficial de República Popular Democrática da Coreia (RPDC) para Pyongyang.

Também o Japão assinalou o primeiro lançamento norte-coreano, referindo que o projéctil caiu no mar fora da zona económica exclusiva do Japão (ZEE), de acordo com a emissora estatal NHK, que citou funcionários do governo.

Pyongyang tem realizado regularmente testes de mísseis. O disparo destes dois últimos mísseis balísticos, antes do amanhecer de terça-feira, ocorre pouco antes das comemorações na Coreia do Norte do 70.º aniversário do fim dos combates na Guerra da Coreia (1950-1953).

25 Jul 2023

Coreia do Norte | Pequim garante estar a aplicar resoluções da ONU

Pequim rejeita as preocupações do G7 sobre a presença de dos navios-tanque nas águas chinesas e garante cumprir escrupulosamente as determinações das Nações Unidas

 

A China disse ontem que implementa com rigor as resoluções da ONU, em resposta aos países que solicitaram a assistência de Pequim para impedir que a Coreia do Norte contorne sanções utilizando águas territoriais chinesas.

Numa carta, endereçada a Zhang Jun, o representante de Pequim nas Nações Unidas, os países do G7 e a União Europeia (UE) levantaram preocupações sobre a “presença contínua de vários petroleiros” nas águas chinesas, que “facilitam o comércio de produtos petrolíferos sancionados” para a Coreia do Norte.

A carta foi assinada pelos embaixadores na ONU da Austrália, Canadá, França, UE, Alemanha, Itália, Japão, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.

Pequim disse que “implementa com rigor as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e que cumpre com seriedade as suas obrigações internacionais”.

“A China exorta as partes relevantes a implementarem totalmente as resoluções do Conselho de Segurança da ONU sobre a República Popular Democrática da Coreia (nome oficial da Coreia do Norte), especialmente as disposições sobre a retoma do diálogo, o fortalecimento dos esforços diplomáticos e a promoção de um acordo político”, disse o porta-voz da missão chinesa na ONU, através da rede social Twitter.

Na segunda-feira, a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, referiu que a “China sempre respeitou as suas obrigações internacionais, em relação à implementação das resoluções do Conselho de Segurança”.

A carta assinada pelo G7 e UE indicou que a presença e os movimentos dos navios-tanque foram observados pelo painel de especialistas das Nações Unidas que vigiam o cumprimento das sanções contra Pyongyang.

Mísseis e sanções

A Coreia do Norte está sujeita a sanções internacionais desde 2006. As sanções foram agravadas por três vezes, em 2017, à medida que o país testava armas atómicas e mísseis balísticos.

As medidas adoptadas por unanimidade pelo Conselho de Segurança limitam as importações de petróleo do país. Desde 2017, o Conselho de Segurança não conseguiu chegar a uma posição unificada.

Em Maio de 2022, China e Rússia vetaram uma resolução que impunha novas sanções contra Pyongyang. Deste então, nenhuma resolução ou declaração do Conselho foi adoptada, apesar de a Coreia do Norte ter realizado vários lançamentos de mísseis, incluindo no sábado passado.

Os Estados Unidos, em particular, acusam regularmente Pequim e Moscovo de servir de “escudo” do regime norte-coreano e de encorajar novos disparos ao impedir uma resposta unida do Conselho de Segurança.

25 Jul 2023

ONU | Anunciados contactos com Pyongyang sobre militar norte-americano

Travis King terá atravessado a fronteira com a Coreia do Norte, onde se supõe estar detido. Pyongyang mantém-se em silêncio

 

O vice-chefe da delegação da ONU na Coreia do Sul disse ontem que foram iniciadas “conversações” com Pyongyang sobre o soldado americano Travis King, que alegadamente se encontra detido na Coreia do Norte.

“Foram iniciadas conversações com o Exército Popular da Coreia através do mecanismo do acordo de armistício”, declarou o general Andrew Harrison numa conferência de imprensa, ontem, na capital da Coreia do Sul.

Harrison referia-se ao acordo que pôs fim às hostilidades em 1953 na Península da Coreia.

A Coreia do Norte mantém o silêncio sobre o soldado americano, Travis King, que supostamente atravessou a fronteira na passada terça-feira.

As autoridades norte-americanas mostraram-se preocupadas com o bem-estar do militar e afirmaram que a Coreia do Norte tem ignorado os pedidos de informações sobre King, incluindo o local onde está detido assim como pedem detalhes sobre o estado de saúde do militar.

Os analistas citados pela agência norte-americana Associated Press (AP) recordam que a Coreia do Norte costuma demorar semanas ou meses para fornecer informações significativas deste género, a fim de potenciar influência e aumentar a urgência dos esforços dos Estados Unidos para garantir a libertação.

Segundo a AP, a Coreia do Norte pode tentar obter concessões de Washington, como por exemplo, fazer depender a libertação de King da redução das actividades militares dos Estados Unidos na Coreia do Sul.

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul têm aumentado o número de exercícios militares conjuntos e a aumentar o destacamento regional de meios estratégicos norte-americanos, como bombardeiros, porta-aviões e submarinos, numa demonstração de força contra a Coreia do Norte, que testou cerca de 100 mísseis desde o início de 2022.

Visita de peso

Entretanto, um submarino de propulsão nuclear norte-americano chegou à Coreia do Sul, no segundo destacamento de um importante activo naval norte-americano para a Península da Coreia, informaram ontem as forças armadas sul-coreanas, reforçando a demonstração de força para combater as ameaças nucleares da Coreia do Norte.

O USS Annapolis chegou a um porto na ilha de Jeju cerca de uma semana depois de o USS Kentucky ter atracado no porto continental de Busan. O Kentucky foi o primeiro submarino norte-americano com armas nucleares a chegar à Coreia do Sul desde a década de 1980.

A Coreia do Norte reagiu à presença dos navios com a realização de um teste de mísseis balísticos e de cruzeiro, numa aparente demonstração de que poderia efectuar ataques nucleares contra a Coreia do Sul e contra os navios de guerra norte-americanos.

25 Jul 2023

Coreia do Norte disparou dois mísseis de curto alcance em direção ao mar do Japão

A Coreia do Norte disparou hoje dois mísseis balísticos de curto alcance em direção ao mar do Japão, numa aparente resposta à chegada de um submarino norte-americano carregado com armas nucleares à Coreia do Sul.

O Exército sul-coreano detetou dois mísseis, que foram lançados “no mar do Leste [nome dado ao mar do Japão nas duas Coreias] a partir da zona de Sunan [perto de Pyongyang] entre as 3:30 e as 3:46 de hoje”, explicou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS) em comunicado.

“Os mísseis balísticos da Coreia do Norte pousaram no mar do Leste após voarem cerca de 550 quilómetros cada, e as especificações detalhadas desses mísseis estão a ser minuciosamente avaliadas pelas autoridades de inteligência da República da Coreia [nome oficial do Sul] e dos EUA”, destaca ainda a mesma fonte.

Os lançamentos da Coreia do Norte ocorrem poucas horas depois da primeira reunião do chamado Conselho de Consulta Nuclear (NCG) entre Seul e Washington.

Após a sessão, o coordenador para o Indo-Pacífico do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Kurt Campbell, anunciou a chegada a Busan, a cerca de 350 quilómetros a sudeste de Seul, do submarino USS Kentucky, um submarino de propulsão atómica com capacidade para transportar armas nucleares, o primeiro deste género a visitar a Coreia do Sul em cerca de 40 anos.

Quer a criação do NCG, quer o envio do submarino foram acordados em abril, com a assinatura da Declaração de Washington pelos presidentes dos EUA e da Coreia do Sul, Joe Biden e Yoon Suk-yeol, respetivamente.

No documento, os EUA prometem reforçar a chamada “dissuasão estendida”, através da qual protege o seu aliado e procura desencorajar Pyongyang de continuar com o desenvolvimento de armas de destruição em massa.

O Ministério da Defesa Nacional da Coreia do Norte já tinha condenado o plano dos EUA de enviar o submarino para a Coreia do Sul.

Depois, Kim Yo-jong, irmã do líder Kim Jong-un, acusou os EUA de realizar incursões no espaço aéreo norte-coreano e, em 12 de julho, o regime lançou o seu mais sofisticado míssil balístico intercontinental (ICBM), o Hwasong-18. O teste foi condenado pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

A ONU destacou que o míssil testado na semana passada aterrou nas águas da zona económica exclusiva da Rússia e que aqueles 75 minutos supõem potencialmente o voo mais longo desse tipo de míssil entre todos os já testados pelo Exército norte-coreano.

A Coreia do Norte compareceu na sexta-feira no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para defender o teste com mísseis balísticos, apesar da condenação por parte da maioria dos Estados-membros.

O embaixador norte-coreano junto da ONU, Kim Song, argumentou que o país apenas exerceu o direito de autodefesa “para deter movimentos militares perigosos de forças hostis e salvaguardar a segurança” do Estado.

Após a reunião de urgência, dez Estados-membros da ONU defenderam que o Conselho de Segurança “não pode continuar calado diante das provocações” da Coreia do Norte e deve “enviar um sinal coletivo” de desaprovação pelo lançamento de mísseis balísticos.

Os lançamentos de hoje ocorrem também depois de um soldado dos EUA ter cruzado a fronteira com a Coreia do Norte, durante uma visita turística, estando atualmente detido.

19 Jul 2023

Cidadão norte-americano entra na Coreia do Norte sem autorização e foi detido

Um cidadão norte-americano atravessou a fronteira fortemente fortificada entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, informou hoje o comando da ONU que supervisiona a área, no meio de tensões crescentes sobre o programa nuclear norte-coreano.

Na rede social Twitter, o Comando das Nações Unidas, liderado pelos Estados Unidos, refere que o cidadão norte-americano estava a fazer uma visita à aldeia fronteiriça coreana de Panmunjom, onde não vivem civis, e atravessou a fronteira para o Norte sem autorização. A estrutura informou que está a trabalhar com os homólogos norte-coreanos para resolver o incidente.

O comando da ONU não avançou mais pormenores sobre quem é a pessoa ou porque atravessou a fronteira.

Os casos de cidadãos norte-americanos ou sul-coreanos que desertam para a Coreia do Norte são raros, embora mais de 30.000 norte-coreanos tenham fugido para a Coreia do Sul para evitar a opressão política e as dificuldades económicas no país desde o fim da Guerra da Coreia de 1950-1953.

Panmunjom está localizada dentro da Zona Desmilitarizada de 248 quilómetros de comprimento, que foi criada no final da Guerra da Coreia.

Ocasionalmente, tem havido derramamento de sangue e tiroteios na zona, mas também tem sido palco de numerosas conversações e um ponto turístico popular.

18 Jul 2023

Coreia do Norte adverte EUA sobre “espionagem aérea”

As autoridades norte-coreanas deram conta da passagem de uma aeronave dos Estados Unidos a cerca de 400 quilómetros da costa e ameaçam retaliar com “acções claras e contundentes” se a situação se repetir

 

A irmã de Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, advertiu segunda-feira os Estados Unidos pelas alegadas operações de “espionagem aérea” que aeronaves norte-americanas realizaram nos últimos dias sobre a costa leste daquele país asiático.

Kim Yo-jong sublinhou que “um avião de reconhecimento estratégico da Força Aérea dos EUA realizou novamente o reconhecimento aéreo da parte oriental da RPDC [República Popular Democrática da Coreia, o nome oficial da Coreia do Norte] ao entrar nos céus da Zona Económica Especial (ZEE) acima da Linha de Demarcação Militar (MDL)”, de acordo com um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal KCNA.

As Nações Unidas (ONU) definem ZEE como as águas que se estendem até 200 milhas náuticas (cerca de 370 quilómetros) das costas de um país, que tem o direito de explorá-las, enquanto o espaço aéreo costuma estar associado às águas territoriais, que atingem até a 12 milhas náuticas (cerca de 22 quilómetros) da costa.

De acordo com Kim, o avião, que “se retirou antes da chegada da Força Aérea do Exército do Povo Coreano”, cruzou novamente a MDL – que divide a península coreana e as suas águas circundantes – rumo ao norte por volta das 8:50.

O dispositivo, acrescentou, “executou uma grave provocação militar ao realizar o reconhecimento aéreo” sobre as águas da ZEE norte-coreana, chegando a estar a cerca de 400 quilómetros da costa sudeste do país.

 

Outras violações

A mensagem de Kim Yo-jong surge horas depois do regime norte-coreano ter acusado Washington, numa outra declaração, de violar o seu espaço aéreo com um avião de reconhecimento estratégico.

Kim insistiu que as acções dos EUA são “claramente uma grave violação da soberania e segurança norte-coreana”.

A irmã do líder, que é vice-directora de propaganda do regime, alertou que Pyongyang responderá com “acções claras e contundentes” se um avião dos EUA sobrevoar as suas águas da ZEE novamente.

Em 1969, o regime abateu, matando todos os 31 ocupantes, um avião de reconhecimento norte-americano EC-121 que alegadamente sobrevoou a ZEE.

Após o fracasso das negociações de desnuclearização de 2019, as tensões aumentaram novamente na península coreana.

Pyongyang rejeitou qualquer iniciativa de diálogo e realizou um número recorde de testes de mísseis, enquanto Seul e Washington retomaram os seus grandes exercícios conjuntos e mobilizaram regularmente meios estratégicos dos EUA na região.

12 Jul 2023