ONU | Pequim demarca-se das condenações a Pyongyang e aponta o dedo aos EUA

A China e a Rússia demarcaram-se ontem, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, de uma condenação geral ao teste com um míssil balístico realizado pela Coreia do Norte e que sobrevoou o território do Japão. Exceptuando a Rússia e a China, todos os membros do Conselho de Segurança criticam o lançamento do míssil norte-coreano, referindo que foram violadas várias resoluções das Nações Unidas.

Parte dos países pediu ainda medidas adicionais contra o Governo de Pyonyang, que já está sujeito a fortes sanções internacionais. Porém, a imposição de novas sanções parece impossível devido à posição da Rússia e da China que, em Maio passado, já vetaram uma resolução nesse sentido, tendo ontem mantido a mesma linha de orientação.

Moscovo e Pequim culparam os Estados Unidos e os seus aliados pelos últimos testes de armas realizados pela Coreia do Norte, afirmando que estes foram realizados em resposta às suas manobras militares na região. “É óbvio que os lançamentos de mísseis de Pyongyang são uma consequência da actividade militar míope e beligerante em torno do país, levada a cabo pelos Estados Unidos”, referiu a representante da Rússia na sessão, Anna Evstigneeva.

Na mesma linha, o diplomata chinês Geng Shuang salientou que os testes ocorrem num contexto de confronto dos Estados Unidos, a quem Pequim acusa de aumentar a tensão na região. Os dois países insistiram que é Washington que deve fazer concessões para facilitar o regresso ao diálogo com Pyongyang e que não consideram apropriadas novas sanções.

O diplomata reafirmou que o diálogo e a consulta são a única forma de resolver a questão da Península Coreana, exortando o lado americano a agir, a mostrar sinceridade e a criar condições para o reinício do diálogo. “Todas as partes interessadas devem concentrar-se na situação global de paz e estabilidade na Península e evitar que a situação se agrave”, disse Geng Shuang, representante permanente adjunto da China nas Nações Unidas.

Geng disse que a China reparou nos recentes lançamentos de mísseis da Coreia do Norte, e também reparou nos exercícios militares conjuntos realizados pelos EUA e outros países da região. “O recente reforço da aliança militar dos EUA na região da Ásia-Pacífico aumentou o risco de confronto militar, praticou dois pesos e duas medidas na questão nuclear e envenenou o ambiente de segurança regional. Neste contexto, a situação na Península torna-se inevitavelmente tensa”, comentou Geng.

“A experiência histórica mostra que o diálogo e a consulta são a única forma correcta de resolver a questão da Península da Coreia. Se o diálogo progredir sem problemas, a situação na Península será relativamente estável; se o diálogo estagnar ou mesmo inverter, a situação na Península agravar-se-á”, disse Geng.

“Exortamos o lado americano a tomar medidas, a mostrar a sua sinceridade e a abordar eficazmente as preocupações legítimas e razoáveis do lado norte-coreano, a fim de criar as condições para o reinício do diálogo”, disse o diplomata.

Geng salientou igualmente que o Conselho de Segurança da ONU deveria desempenhar um papel construtivo na questão da Península Coreana, e não deveria exercer força e pressão cegamente. “Como vizinho próximo, a China presta muita atenção à situação na Península e insistirá sempre na manutenção da paz e estabilidade na Península, realizando a desnuclearização da Península e resolvendo as questões através do diálogo e da consulta”.

Por seu lado, a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, acusou a Rússia e a China de repetirem “o mito de que as provocações da Coreia do Norte são, de alguma forma, uma consequência das políticas e acções hostis dos Estados Unidos”.

“Não toleraremos que nenhum país culpe as nossas acções defensivas para responder às ameaças da Coreia do Norte como a causa inerente dessas ameaças”, sublinhou Thomas-Greenfiled, que lembrou que este ano Pyongyang já lançou 39 mísseis balísticos, um novo recorde.

Posição nipónica

O Japão tinha pedido ao Conselho de Segurança da ONU para mostrar firmeza em relação à Coreia do Norte após o último teste de um míssil balístico norte-coreano, que sobrevoou o território japonês pela primeira vez em cinco anos. “Nós acreditamos que a Coreia do Norte poderia realizar actos mais provocativos, como um teste nuclear”, afirmou o porta-voz do Governo japonês, Hirokazu Matsuno, numa conferência de imprensa. O porta-voz classificou o recente aumento de testes de armas norte-coreanas como “uma ameaça à paz e à segurança do Japão e da comunidade internacional”.

O Japão reforçou a vigilância sobre Pyongyang depois de o regime norte-coreano ter lançado um míssil na terça-feira. O míssil norte-coreano viajou cerca de 4.500 quilómetros antes de cair nas águas do Oceano Pacífico.

O projéctil balístico atingiu uma altura de cerca de mil quilómetros e sobrevoou principalmente o Estreito de Tsugaru, que separa as ilhas de Hokkaido (norte) e Honshu, onde fica Tóquio.

É a primeira vez desde 2017 que a trajectória de um míssil norte-coreano inclui parte do território japonês, facto que o Japão classifica como “uma ameaça grave e iminente” à sua segurança e como “um claro e grave desafio à comunidade internacional”.

7 Out 2022

Coreia do Sul diz que Coreia do Norte testou míssil em direção ao mar

Os militares da Coreia do Sul dizem que a Coreia do Norte disparou hoje pelo menos um míssil balístico não identificado em direção ao seu mar oriental. O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul não disse imediatamente que tipo de míssil era ou quão longe voou.

O lançamento ocorreu um dia depois de as autoridades sul-coreanas terem detetado sinais de que a Coreia do Norte estava a preparar-se para testar um míssil projectado para ser disparado de submarinos.

A Coreia do Norte acelerou as suas atividades de testes para um ritmo recorde em 2022, testando mais de 30 armas balísticas, incluindo os seus primeiros mísseis balísticos intercontinentais desde 2017, enquanto continua a expandir as suas capacidades militares, no meio de um impasse prolongado na diplomacia nuclear.

O lançamento ocorreu quando o porta-aviões nuclear USS Ronald Reagan e o seu grupo de ataque chegaram à Coreia do Sul para o exercício militar conjunto dos dois países para mostrar a sua força contra as crescentes ameaças norte-coreanas.

A ameaça norte-coreana também deverá estar na agenda da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, quando esta visitar a Coreia do Sul na próxima semana, depois de participar no funeral, em Tóquio, do ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.

25 Set 2022

Nuclear | Seul alerta Pyongyang para “caminho de autodestruição”

A Coreia do Sul avisou ontem Pyongyang de que o recurso a armas nucleares vai colocar o país num “caminho de autodestruição”, depois de a Coreia do Norte ter aprovado legislação sobre o uso de armas nucleares de modo preventivo. Habitualmente, Seul evita usar termos tão fortes para evitar o aumento da tensão na península coreana.

O Ministério da Defesa sul-coreano considera que a legislação apenas vai aprofundar o isolamento da Coreia do Norte e incitar Seul e Washington a “reforçar ainda mais a capacidade de dissuasão e reacção”, disse aos jornalistas Moon Hong-sik, porta-voz da tutela.

Para conseguir que a Coreia do Norte não use armas nucleares, o ministério disse que a Coreia do Sul vai impulsionar fortemente a capacidade de ataque preventivo, defesa antimísseis e de retaliação maciça, enquanto procura um maior compromisso de segurança dos Estados Unidos da América (EUA) para defender o país aliado, com todas as capacidades disponíveis, incluindo a nuclear.

“Advertimos o Governo norte-coreano de que enfrentará a resposta esmagadora da aliança militar Coreia do Sul-EUA e seguirá o caminho da autodestruição, se tentar utilizar armas nucleares”, salientou o porta-voz.

Na semana passada, o parlamento da Coreia do Norte aprovou a legislação sobre as regras relativas ao arsenal nuclear, permitindo a Pyongyang recorrer ao armamento atómico, se a liderança enfrentar um ataque iminente ou se pretender evitar uma “crise catastrófica” não especificada para o país.

Num discurso, no parlamento, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, afirmou que o país nunca abandonará as armas nucleares de que necessita para responder às ameaças dos EUA, que acusou de pressionarem para enfraquecer as defesas do país e eventualmente derrubar o regime que lidera.

14 Set 2022

Coreia do Norte dispara dois mísseis de cruzeiro

A Coreia do Norte disparou hoje dois mísseis de cruzeiro, disse o Ministério da Defesa sul-coreano, o primeiro teste de armas realizado por Pyongyang em semanas.

“A Coreia do Norte disparou dois mísseis de cruzeiro em direção ao mar Amarelo a partir de Onchon, na província de Pyongan do Sul”, disse um funcionário do ministério à agência de notícias France-Presse (AFP).

“As autoridades militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul estão a analisar pormenores como a distância de voo”, acrescentou. O mar Amarelo é um dos mares do Oceano Pacífico, entre a China, Coreia do Norte e Coreia do Sul.

17 Ago 2022

Covid-19 | Coreia do Norte sugere que vírus chegou em balões lançados na Coreia do Sul

A Coreia do Norte sugeriu hoje que o surto de covid-19 começou em pessoas que tiveram contacto com balões lançados a partir da Coreia do Sul. Há anos que ativistas enviam balões através da fronteira para distribuir centenas de milhares de folhetos de propaganda críticos do líder norte-coreano Kim Jong-un.

A Coreia do Norte tem criticado a liderança da Coreia do Sul por não deter os ativistas.

As autoridades sanitárias mundiais dizem que o coronavírus é disseminado por pessoas em contacto próximo que inalam gotículas transportadas pelo ar, sendo mais provável que ocorra em espaços fechados e mal ventilados do que ao ar livre.

Um porta-voz do Ministério da Unificação do Sul, disse aos jornalistas existir um consenso entre responsáveis de saúde sul-coreanos e peritos da Organização Mundial de Saúde: as infeções através do contacto com o coronavírus na superfície dos materiais é virtualmente impossível.

Não há qualquer hipótese de os balões sul-coreanos poderem ter levado e espalhado o SARS-CoV-2 na Coreia do Norte, reiterou.

Os laços entre os dois países permanecem tensos, no meio de um longo impasse na diplomacia liderada pelos Estados Unidos em convencer a Coreia do Norte a abandonar as ambições nucleares em troca de benefícios económicos e políticos.

Os ‘media’ estatais norte-coreanos noticiaram que o centro de prevenção de epidemias da Coreia do Norte tinha encontrado focos de infeção na cidade de Ipho, perto da fronteira sudeste com a Coreia do Sul e que alguns residentes com sintomas de febre viajaram para Pyongyang.

O centro afirmou que um soldado, de 18 anos, e uma criança, de 05, tiveram contacto com “objetos estranhos” na cidade, no início de abril, e mais tarde obtiveram resultado positivo em testes para a variante Ómicron.

No que chamou “uma instrução de emergência”, o centro de prevenção de epidemias ordenou aos funcionários que “lidassem vigilantemente com objetos estranhos trazidos pelo vento e outros fenómenos climáticos e balões” ao longo da fronteira intercoreana e seguissem a proveniência.

Salientou também que qualquer pessoa que encontre “objetos estranhos” deve notificar imediatamente as autoridades para que estes possam ser removidos.

As campanhas de balões foram em grande parte interrompidas, depois do anterior Governo da Coreia do Sul ter aprovado uma lei que as criminalizava, e não houve ações públicas desse género no início de abril.

Um ativista, que está a ser julgado por atividades passadas, lançou balões com folhetos de propaganda através da fronteira no final de abril. E enviou outros duas vezes em junho, mas trocando a carga habitual de panfletos por artigos ligados à covid-19, tais como máscaras e analgésicos.

Em anteriores declarações sobre a covid-19, a Coreia do Norte também afirmou que o vírus podia propagar-se através da queda de neve ou de aves migratórias. As restrições relacionadas com a pandemia incluíam mesmo proibições rigorosas de entrada na água do mar.

1 Jul 2022

Seul acusa Coreia do Norte de disparar projétil não identificado em direção ao mar

A Coreia do Norte disparou hoje um projétil não identificado em direção ao mar, afirmaram autoridades militares da Coreia do Sul, dias depois de o líder norte-coreano Kim Jong-Un ter pedido maior capacidade de defesa para lidar com ameaças externas.

Em comunicado, o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse ter detetado, na manhã de hoje, várias trajetórias de voo que acredita serem de artilharia norte-coreana. A autoridade militar acrescentou que a Coreia do Sul mantém uma firme prontidão militar em estreita coordenação com os Estados Unidos.

Durante uma reunião do Conselho de Segurança Nacional convocada para discutir os supostos lançamentos, as autoridades sul-coreanas expressaram preocupação de que a Coreia do Norte esteja a atualizar os seus sistemas de armas que podem representar uma ameaça direta à Coreia do Sul.

E reafirmaram que irão lidar com estes esforços norte-coreanos com severidade. Normalmente, os testes de artilharia da Coreia do Norte têm menos atenção externa do que os lançamentos de mísseis.

Contudo, a artilharia de longo alcance é uma séria ameaça à segurança da populosa região metropolitana da Coreia do Sul, que fica a cerca de 40 a 50 quilómetros da fronteira com a Coreia do Norte.

Os alegados lançamentos de artilharia são os mais recentes de uma série de testes de armas executados pela Coreia do Norte este ano, aquilo a que especialistas estrangeiros chamam de uma tentativa de pressionar Washington e Seul a relaxar as sanções internacionais contra Pyongyang e fazer outras concessões.

Autoridades sul-coreanas e norte-americanas disseram, recentemente, que a Coreia do Norte está quase a finalizar os preparativos para realizar o seu primeiro teste nuclear em cerca de cinco anos.

Em março, a Coreia do Norte testou um míssil balístico intercontinental capaz de atingir os Estados Unidos, violando uma moratória de 2018 em grandes testes de mísseis.

13 Jun 2022

Rússia e China justificam veto a mais sanções à Coreia do Norte na ONU

A Rússia e a China justificaram hoje perante a Assembleia-Geral da ONU o seu veto a uma proposta norte-americana para sancionar a Coreia do Norte, na primeira vez em que as potências foram obrigadas a explicar-se.

Em abril passado, as Nações Unidas aprovaram uma resolução que exige a convocação automática de uma sessão plenária da Assembleia Geral sempre que se registar um veto no Conselho de Segurança, medida que procura dissuadir o uso desse privilégio a que só cinco países têm acesso: Rússia, China, Estados Unidos da América (EUA), França e Reino Unido.

Assim, em cumprimento com esta nova norma, os 193 Estados-membros da ONU reuniram-se hoje para ouvir as explicações da Rússia e da China, que em 26 de maio bloquearam uma resolução que procurava endurecer as sanções internacionais a Pyongyang em resposta aos seus últimos testes de mísseis.

Esse texto proposto pelos EUA recebeu o apoio de 13 dos 15 membros do Conselho de Segurança, mas não foi adiante devido ao “não” de Moscovo e Pequim.

O embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, assegurou que o seu país procura sempre cooperar com os demais membros do Conselho de Segurança para tentar chegar a um consenso e evitar vetos, mas deixou claro que, nesta ocasião, era impossível para ele apoiar a resolução dos EUA.

“Os Estados Unidos devem assumir a responsabilidade por isso”, disse Zhang, que acusou Washington de forçar uma votação quando sabia que nem a China nem a Rússia apoiavam a iniciativa.

Conforme referiu, o seu país levantou inúmeras opções alternativas que foram rejeitadas pelos EUA, a quem Pequim atribuiu o atual bloqueio em discussões com a Coreia do Norte.

“Desde que a República Popular Democrática da Coreia adotou medidas de desnuclearização em 2018, os Estados Unidos não retribuíram essas iniciativas positivas e não abordaram as preocupações legítimas e razoáveis” da Coreia do Norte, insistiu.

O representante chinês referia-se assim aos gestos que o regime de Kim Jong-un tem feito nos últimos anos, suspendendo os seus testes nucleares e os seus ensaios de armas, que levaram a contactos com a administração norte-americana do agora ex-presidente Donald Trump (2017-2021).

Essas negociações, no entanto, não ofereceram nenhum progresso concreto e Pyongyang retomou os seus lançamentos de mísseis, com repetidos testes em desafio às resoluções da ONU.

A Rússia, por sua vez, ressaltou que impor mais sanções à Coreia do Norte não ajudará em nada e criticou a fixação dos EUA por apostar nesse caminho de pressão e não no diálogo.

Washington, por sua vez, considera que é justamente a inação do Conselho de Segurança diante dos lançamentos de mísseis norte-coreanos está a ser interpretada por Pyongyang como “uma luz verde para agir com impunidade e aumentar a tensão”.

9 Jun 2022

EUA e Coreia do Sul disparam oito mísseis balísticos em resposta a Pyongyang

As forças armadas dos EUA e da Coreia do Sul lançaram hoje oito mísseis balísticos para as águas ao largo da costa oriental da península coreana, um dia após o Norte ter também disparado oito mísseis balísticos.

O lançamento envolveu um míssil americano e sete sul-coreanos, disparados 10 minutos após terem sido enviadas notificações para os reguladores de segurança aérea e marítima, de acordo com o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul e das Forças dos EUA na Coreia.

O lançamento teve como objetivo demonstrar a capacidade de responder com rapidez e precisão a eventuais ataques norte-coreanos, disseram os militares do Sul.

O Presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol disse hoje num discurso que o seu governo irá procurar obter “capacidades de segurança fundamentais e práticas” para combater a crescente ameaça de mísseis e armas nucleares por parte de Pyongyang.

“Os programas de armas nucleares e mísseis da Coreia do Norte cresceram a um ponto em que não são apenas uma ameaça à península coreana, mas ao nordeste da Ásia e à paz mundial”, disse Yoon.

A Coreia do Sul “responderia severamente a qualquer tipo de provocação norte-coreana”, garantiu o Presidente.

A Coreia do Norte disparou no domingo oito mísseis balísticos para as águas ao largo da costa oriental, três dias depois de exercícios militares conjuntos das forças armadas norte-americanas e sul-coreanas.

Estas foram as primeiras manobras conjuntas dos dois países depois do novo Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, que prometeu uma política mais firme em relação a Pyongyang, ter sido empossado no cargo, no início de maio. Desde novembro de 2017 que um porta-aviões não participava nestes exercícios.

Há muito que a Coreia do Norte protesta contra a realização deste tipo de manobras, que vê como um ensaio geral para uma invasão do país.

“O exercício reforçou a determinação dos dois países em responder energicamente a qualquer provocação norte-coreana, ao mesmo tempo que demonstrou o empenho dos Estados Unidos em proporcionar uma dissuasão alargada”, de acordo com uma nota divulgada pelas forças armadas sul-coreanas.

Há semanas que Seul e Washington advertiram para a possibilidade de Pyongyang realizar um sétimo teste nuclear e o primeiro desde 2017.

A Coreia do Norte, que regista um surto de covid-19, retomou entretanto a construção de um reator nuclear, de acordo com novas imagens de satélite.

O líder norte-coreano Kim Jong-un tinha suspendido os testes nucleares e de mísseis de longo alcance durante as conversações com o então Presidente norte-americano Donald Trump, mas as conversações fracassaram em 2019. A Coreia do Norte quebrou esta moratória autoimposta ao disparar um míssil intercontinental (ICBM) no final de março.

6 Jun 2022

Coreia do Norte | Seul denuncia disparo de oito mísseis balísticos

A Coreia do Norte disparou ontem oito mísseis balísticos para as águas ao largo da costa oriental, na sequência de três dias de exercícios militares conjuntos das forças armadas norte-americanas e sul-coreanas.

“As nossas forças armadas detectaram o lançamento de oito mísseis balísticos de curto alcance, a partir do sector de Sunan, em Pyongyang, e em direcção ao mar de Leste”, disse o Estado-maior sul-coreano, numa referência ao mar do Japão. Estes disparos prolongaram-se por 30 minutos, precisou, em comunicado.

“Os nossos militares reforçaram a vigilância em antecipação de novos lançamentos. A Coreia do Sul e os Estados Unidos cooperam estreitamente e estão totalmente preparados”, acrescentou.

Este novo disparo ocorre três dias depois dos exercícios de grande escala dos exércitos norte-americanos e sul-coreanos, com a participação do porta-aviões USS Ronald Reagan, de 100 mil toneladas e propulsão nuclear.

Estas foram as primeiras manobras conjuntas dos dois países depois do novo Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, que prometeu uma política mais firme em relação a Pyongyang, ter sido empossado no cargo, no início de Maio.

Desde novembro de 2017 que um porta-aviões não participava nestes exercícios.
Há muito que a Coreia do Norte protesta contra a realização deste tipo de manobras, que vê como um ensaio geral para uma invasão do país.

“O exercício reforçou a determinação dos dois países em responder energicamente a qualquer provocação norte-coreana, ao mesmo tempo que demonstrou o empenho dos Estados Unidos em proporcionar uma dissuasão alargada”, de acordo com a mesma nota das forças armadas sul-coreanas.

Um investigador do Instituto Asan de Estudos Políticos Go Myong-hyun considerou que o número invulgarmente elevado de mísseis lançados de uma só vez pela Coreia do Norte parecia ser uma retaliação aos exercícios. “Parece que lançaram oito mísseis porque, aos olhos da Coreia do Norte, a escala das manobras conjuntas aumentou”, disse.

Retoma nuclear

No mês passado, numa cimeira em Seul com Yoon, o Presidente dos EUA, Joe Biden, garantiu que Washington podia, se necessário, utilizar “meios estratégicos” para dissuadir Pyongyang.

Horas depois da partida de Biden da região, o regime de Kim Jong-un disparou três mísseis, incluindo um Hwasong-17, considerado o míssil balístico intercontinental mais potente do arsenal norte-coreano.

Há semanas que Seul e Washington advertiram para a possibilidade de Pyongyang realizar um sétimo teste nuclear e o primeiro desde 2017. A Coreia do Norte, que regista um surto de covid-19, retomou, entretanto, a construção de um reactor nuclear, de acordo com novas imagens de satélite.

Kim Jong-un tinha suspendido os testes nucleares e de mísseis de longo alcance durante as conversações com o então Presidente norte-americano Donald Trump, mas as conversações fracassaram em 2019.

A Coreia do Norte quebrou esta moratória auto-imposta ao disparar um míssil intercontinental (ICBM) no final de Março.

6 Jun 2022

Covid-19 | Coreia do Norte anuncia 21 novas mortes enquanto luta contra contágios

A Coreia do Norte anunciou no sábado 21 novas mortes e mais 174.440 pessoas com sintomas de febre, numa altura em que o país luta contra a propagação da covid-19.

As mortes e os novos casos, referentes a sexta-feira, elevam o número total de óbitos para 27 e de pessoas com sintomas para 524.440, desde o início de um surto de febre no país, no fim de abril.

Pyongyang disse que 243.630 pessoas já recuperaram e 280.810 permanecem em quarentena, não especificando quantos casos de febre e quantas mortes foram causadas por covid-19.

O país impôs um confinamento geral na quinta-feira, depois de confirmar as primeiras infeções pelo coronavírus SARS-CoV-2, desde o início da pandemia.

Numa reunião realizada no sábado, o líder Kim Jong-un descreveu o surto como uma “enorme perturbação” histórica, e apelou à unidade entre o governo e a população, para estabilizar a situação o mais rapidamente possível.

Peritos têm dito que uma falha no controlo da propagação da doença pode trazer consequências devastadoras para a Coreia do Norte, considerando o frágil sistema de saúde e o facto de grande parte dos 26 milhões de norte-coreanos não estarem vacinados, escreveu a agência de notícias Associated Press (AP).

Pyongyang rejeitou ofertas de vacinação da Organização Mundial da Saúde (OMS), da China e da Rússia.

Os ‘media’ oficiais apontaram, por sua vez, que amostras de vírus recolhidas no domingo de um número não especificado de pessoas com febre, na capital do país, confirmaram que estavam infetadas com a variante Ómicron. Apesar disso, até agora, a Coreia do Norte só confirmou uma morte relacionada com a covid-19.

O país relatou os primeiros casos de coronavírus na quinta-feira e, na sexta-feira, a agência oficial norte-coreana, KCNA, noticiou que Kim visitou a sede de prevenção de epidemias, onde “aprendeu sobre a disseminação do covid-19” no território, tendo indicado então que seis pessoas com uma “nova febre” tinham morrido no país.

A Coreia do Norte, que foi um dos primeiros países do mundo a fechar as fronteiras em janeiro de 2020, depois de o vírus ter surgido na vizinha China, há muito se orgulha da capacidade de manter o vírus sob controlo e, até agora, não havia relatado nenhum caso confirmado de covid-19 à OMS.

Um representante da OMS para a Coreia do Norte disse na sexta-feira que a organização ajudou Pyongyang a desenvolver um plano de vacinação no início deste ano. Na Coreia do Sul, o novo Governo do Presidente, Yoon Suk-yeol, ofereceu vacinas à Coreia do Norte, especificando, no entanto, não ainda discutido isso com Pyongyang.

15 Mai 2022

Covid-19 | Líder da Coreia do Norte ordena confinamento no país

O dirigente da Coreia do Norte impôs um maior isolamento no país, devido ao primeiro caso de covid-19, desde o início da pandemia, há mais de dois anos, noticiou hoje a imprensa oficial.

Kim Jong-un “apelou a todas as cidades e concelhos do país para que fechem completamente os seus territórios e organizem o trabalho e a produção, depois de isolarem cada unidade de trabalho, unidade de produção e unidade habitacional”, sem contacto entre si, para bloquear a propagação do “vírus malicioso”, noticiou a agência estatal KCNA.

Depois de dois anos de luta contra a pandemia, amostras de testes de doentes com febre em Pyongyang “coincidem com a variante Ómicron BA.2”, indicou a KCNA.

Com o estado de “emergência máxima” e além de um controlo mais rigoroso das fronteiras e das medidas de confinamento, “o objetivo é eliminar a raiz o mais rapidamente possível”, disse Kim Jong-un, citado pela KCNA, durante uma reunião de emergência da comissão política do Partido dos Trabalhadores, no poder.

A Coreia do Norte fechou completamente as fronteira desde o início da pandemia, há mais de dois anos, sendo esta a primeira vez que o regime norte-coreano anuncia a presença da doença no país.

Um professor da Universidade Ewha, em Seul, Leif-Eric Easley disse à agência de notícias France-Presse que “para Pyongyang estar a admitir publicamente casos de Ómicron, a situação de saúde pública deve ser grave”

O ‘site’ especializado NK News, com sede na capital sul-coreana e que cita fontes em Pyongyang, avançou que alguns bairros da capital norte-coreana estiveram isolados durante dois dias, dando também conta de “corridas” aos supermercados e mercados.

De acordo com peritos, o sistema de saúde do país terá muitas dificuldades em responder a um surto, tanto mais que a Coreia do Norte não vacinou os 25 milhões de habitantes, por ter rejeitado as propostas de vacinação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Rússia.

Aceitar vacinas através do programa COVAX da OMS exige “transparência na forma como as vacinas são distribuídas” e “foi por isso que a Coreia do Norte rejeitou” a oferta, declarou o investigador Go Myong-hyun, do Instituo Asan de Estudos Políticos, ‘think tank’ independente e sem fins lucrativos, sediado em Seul.

De acordo com a OMS, a Coreia do Norte realizou, em 2020, 13.259 testes à covid, todos com resultado negativo.

12 Mai 2022

Coreia do Sul efetua testes com mísseis em resposta ao ensaio de Pyongyang

O Exército sul coreano anunciou hoje o disparo de vários mísseis em resposta ao ensaio de um míssil balístico intercontinental da Coreia do Norte.

“Respondendo ao lançamento do míssil intercontinental (ICBM) da Coreia do Norte, as Forças Armadas, em conjunto, dispararam mísseis do solo, do mar e do ar” desde as 16:25 para o mar do Japão, indicou o Estado-Maior de Seul através de um comunicado.

Nas últimas horas, o Ministério da Defesa do Japão informou que a Coreia do Norte efetuou o disparo de um míssil balístico intercontinental que atingiu a Zona Económica Exclusiva (marítima) japonesa.

“As nossas análises indicam que o míssil balístico (da Coreia do Norte) deslocou-se durante 71 minutos e caiu cerca das 15:44 na Zona Económica Exclusiva, no mar do Japão, a cerca de 150 quilómetros a oeste da península de Oshima”, ilha norte de Hokkaido, declarou o vice-ministro da Defesa, Makoto Oniki, acrescentando que podia tratar-se de um míssil balístico intercontinental (ICBM).

“Dado que o míssil balístico voou a uma altitude de mais de seis mil quilómetros, o que é bem mais elevado que o ICBM Hwasong-15, que foi lançado em novembro de 2017, pensamos que o de hoje seja um novo ICBM”, salientou.

Oniki indicou que o Ministério da Defesa japonês não tinha recebido qualquer informação relativa a danos causados em navios ou aviões, mas o responsável sublinhou que este disparo representa uma “ameaça séria” para a segurança do Japão.

De acordo com Washington e Seul, Pyongyang está a testar um novo míssil balístico intercontinental (ICBM), designado Hwasong-17, alegadamente com maior alcance e poder destrutivo.

24 Mar 2022

Novo Presidente sul-coreano preparado para dialogar com Pyongyang

O Presidente eleito sul-coreano, o conservador Yoon Suk-yeol, afirmou hoje que vai manter a janela de diálogo com Pyongyang “sempre aberta” e prometeu reforçar a cooperação militar com Washington, depois de vencer as eleições presidenciais.

Yoon apresentou-se hoje como o Presidente eleito da Coreia do Sul, com um apelo à “unidade” e ao “senso comum”, depois de obter uma vitória muito apertada nas eleições, realizadas na quarta-feira após uma campanha eleitoral marcada por diversos escândalos.

O líder do Partido do Poder Popular (PPP) conquistou a vitória eleitoral contra o liberal Lee Jae-myung, do partido no poder, por menos de 250 mil votos (0,73%), a menor margem registada em escrutínios livres nos últimos 35 anos na Coreia do Sul.

Yoon chegou ao poder depois de adotar um tom mais duro com o regime da Coreia do Norte do que o do presidente cessante, Moon Jae-in, que promoveu o degelo na relação entre os dois países vizinhos e facilitou as negociações com os Estados Unidos da América (EUA), para a desnuclearização da península coreana.

O Presidente eleito afirmou hoje que procurará fortalecer as defesas nacionais para dissuadir o regime de Pyongyang de qualquer “provocação”, além de reforçar a cooperação na área da Defesa com os EUA.

Yoon, que durante a campanha falou de “ataques preventivos” contra o Norte, alertou hoje que “responderá severamente” se Pyongyang tomar “ações ilegais ou irracionais”, embora tenha acrescentado que “sempre deixará a porta aberta para o diálogo”.

A sua vitória eleitoral ocorre após o regime de Kim Jong-un testar várias armas, incluindo mísseis hipersónicos e projéteis balísticos de alcance intermédio.

A imprensa oficial norte-coreana, que ainda não comentou o resultado eleitoral no Sul, noticiou hoje uma visita de Kim às instalações aeroespaciais nacionais para supervisionar um programa de desenvolvimento de satélites destinados a espionar os EUA e os seus aliados.

O desenvolvimento de satélites de vigilância e de recolha de informações foi uma das medidas aprovadas no congresso norte-coreano de partido único, em janeiro de 2021, junto com outras, para ampliar o arsenal do país, o que sugere uma estratégia de longo prazo para tentar forçar o regresso das negociações com Washington, independentemente de quem governa em Seul.

Horas depois de se proclamar vencedor das eleições, Yoon Suk-yeol conversou por telefone com o Presidente dos EUA, Joe Biden, que o congratulou pela vitória e expressou o desejo de aprofundar uma aliança bilateral, que definiu como o “eixo da paz, segurança e prosperidade no Indo-Pacífico”.

Ambos também se comprometeram a “manter estreita a coordenação na resposta às ameaças representadas pelos programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte”, segundo a Casa Branca.

Um dos aspetos específicos em que os aliados podem reforçar as suas capacidades conjuntas é a implantação de sistemas de mísseis THAAD adicionais em território sul-coreano, mas que pode aumentar as tensões com China, que considera esses escudos como uma ameaça à sua segurança nacional.

O líder conservador, que deve assumir o cargo em 10 de maio, disse hoje que aspira construir uma relação de “respeito mútuo” com Pequim.

Em relação ao Japão, um país com o qual os laços se deterioraram nos últimos anos devido a disputas relacionadas à ocupação japonesa da Coreia antes da Segunda Guerra Mundial, Yoon disse que trabalhará para alcançar um “relacionamento que olha para o futuro”.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, felicitou hoje Yoon e defendeu relações “saudáveis” entre Tóquio e Seul.

10 Mar 2022

Coreia do Norte culpa EUA pela invasão russa na Ucrânia

A Coreia do Norte acusou os Estados Unidos de serem “a causa raiz da crise ucraniana”, numa primeira reação oficial à invasão russa da Ucrânia.

Washington prosseguiu uma política de “supremacia militar, desafiando a legítima exigência da Rússia pela sua segurança”, pode ler-se numa mensagem publicada sábado no ‘site’ do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, assinada por um investigador da Sociedade para o Estudo da Política Internacional.

“A causa raiz da crise ucraniana reside também no autoritarismo e arbitrariedade dos Estados Unidos”, acrescentou.

Na mesma nota critica-se os EUA por terem “dois pesos e duas medidas” em relação ao resto do mundo. Acusou os EUA de interferir nos assuntos internos de outros países em nome da “paz e estabilidade”, enquanto “denunciava injustificadamente as medidas de autodefesa tomadas por [esses] países para garantir a sua própria segurança nacional”. “Os dias em que os Estados Unidos reinavam terminaram”, concluiu.

Ainda assim, a mensagem publicada no ‘site’ do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte é entendida como uma resposta oficial “discreta” de Pyongyang porque foi publicada em nome individual, disse Park Won-gon, professor de estudos norte-coreanos na Universidade Ewha em Seul, na Coreia do Sul.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 150.000 deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

27 Fev 2022

Coreia do Norte | China pede aos EUA “mais sinceridade e flexibilidade”

Os EUA devem mostrar “mais sinceridade e flexibilidade” se quiserem desbloquear a crise com a Coreia do Norte, referiu na sexta-feira o embaixador da China na ONU, enquanto Washington defende que Pyongyang não deve ser recompensado pelos testes balísticos.

Segundo fontes diplomáticas, Washington propôs aos parceiros do Conselho de Segurança da ONU uma declaração conjunta para condenar os recentes testes de mísseis desenvolvidos por Pyongyang. No entanto, China, Rússia, países africanos e outros recusaram-se a aceder à proposta, segundo fontes citadas pela agência France Presse (AFP).

Para o embaixador chinês nas Nações Unidas, Zhang Jun, os norte-americanos devem “apresentar abordagens políticas e ações mais atraentes e práticas, mais flexíveis e responder às preocupações da Coreia do Norte”. O diplomata chinês falava aos jornalistas antes da reunião de emergência convocada por Washington.

Zhang Jun lembrou que, após as iniciativas do ex-presidente norte-americano Donald Trump em relação à Coreia do Norte, assistiu-se “à suspensão dos testes nucleares e do lançamento de mísseis balísticos intercontinentais”. Nos últimos meses, ao contrário, “testemunhamos um círculo vicioso de confrontos, condenações e sanções”, lamentou o diplomata chinês, cujo país bloqueou em janeiro a adoção de sanções individuais contra norte-coreanos na ONU.

Há mais de um ano, a China, juntamente com a Rússia, propôs ao Conselho de Segurança a adopção de uma resolução destinada a abrandar as sanções económicas internacionais impostas à Coreia do Norte para fins humanitários, recordou ainda o diplomata chinês. Por falta de apoio, este projecto ainda não foi objecto de negociações ou votado. “Pelo menos fizemos algo para facilitar uma melhoria e evitar a escalada da tensão”, referiu Zhang Jun.

Após a reunião, a embaixadora norte-americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, realçou que a resolução sem unanimidade “recompensa a Coreia do Norte pelo seu mau comportamento”. “Não há razão para este Conselho recompensá-los por nove testes no espaço de um mês e quase tantos nos anos anteriores”, referiu, em declarações à imprensa.

A diplomata norte-americana salientou ainda que “gastar milhões de dólares em testes militares enquanto o seu povo passa fome indica que este país não se importa com seu próprio povo”.

A terceira reunião do Conselho de Segurança no espaço de um mês terminou com uma declaração conjunta de oito países (Estados Unidos, Reino Unido, Albânia, França, Irlanda, Noruega, Emirados Árabes Unidos, Brasil) aos quais se juntaram o Japão. Sete membros do Conselho de Segurança recusaram-se a aderir à iniciativa de Washington: Rússia, China, Índia, México, Gabão, Quénia e Gana.

“Reiteramos o nosso apelo à Coreia do Norte para que cesse as suas ações desestabilizadoras e retome o diálogo. Continuamos a instar a Coreia do Norte a responder positivamente às ofertas dos Estados Unidos e de outros para se reunir sem pré-condições”, pode ler-se.

Pyongyang confirmou na segunda-feira ter lançado o seu míssil mais poderoso desde 2017, um balístico Hwasong-12 de alcance intermédio. O lançamento do míssil da Coreia do Norte no domingo encerra um mês de testes massivos e aumenta os receios de uma retoma dos testes de mísseis nucleares e intercontinentais por Pyongyang.

Este foi o sétimo teste realizado este mês, reafirmando a intenção da Coreia do Norte em reforçar as defesas nacionais, enquanto ocorre uma escalada de tensão na região da península coreana.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, felicitou na sexta-feira o presidente chinês, Xi Jinping, pela abertura dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno em Pequim, destacando a relação “indestrutível” e “estratégica” entre os dois países asiáticos. Segundo especialistas, esta mensagem ao aliado chinês é sinal provável para a interrupção dos disparos de mísseis durante este evento desportivo.

7 Fev 2022

Coreia do Norte reconhece lançamento de míssil com “ogiva hipersónica”

A Coreia do Norte fez um tiro de ensaio de um míssil hipersónico, afirmou hoje a agência oficial norte-coreana KCNA, o primeiro teste do tipo por parte de Pyongyang realizado este ano.

O míssil lançado na quarta-feira transportava uma “ogiva hipersónica” que “atingiu com precisão um alvo a 700 quilómetros de distância”, de acordo com a agência oficial norte-coreana.

Trata-se da segunda vez que a Coreia do Norte realiza um lançamento de um míssil hipersónico, uma arma sofisticada que atesta os avanços da indústria de defesa de Pyongyang.

De acordo com militares sul-coreanos, Pyongyang disparou o que “se presume ser um míssil balístico” no Mar do Japão, a leste da península coreana, incidente que os serviços de informações sul-coreanos e norte-americanos estão a “analisar cuidadosamente”.

O Governo japonês condenou hoje o lançamento de um míssil no Mar do Japão (conhecido como Mar Oriental nas duas Coreias) por parte da Coreia do Norte e disse que iria reforçar ainda mais os seus sistemas de monitorização.

“É extremamente lamentável que a Coreia do Norte tenha continuado a lançar mísseis desde o ano passado. O Governo irá reforçar ainda mais a vigilância”, disse o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, numa conferência de imprensa.

Também os Estados Unidos condenaram hoje o lançamento pela Coreia do Norte de um projétil não identificado no mar, convocando Pyongyang para negociações.

“Este disparo viola várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU e representa uma ameaça aos vizinhos da Coreia do Norte e à comunidade internacional”, disse um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.

“Continuamos comprometidos com uma abordagem diplomática em relação à Coreia do Norte e pedimos que ela se comprometa no diálogo”, acrescentou a mesma fonte.

O Governo do Presidente Joe Biden tem dito repetidamente que está aberto a negociações com a Coreia do Norte, mas Pyongyang rejeitou até agora as propostas de diálogo, acusando Washington de seguir políticas “hostis”.

6 Jan 2022

Homem que entrou clandestinamente na Coreia do Norte será um desertor, diz Coreia do Sul

Um homem que entrou clandestinamente na Coreia do Norte no sábado a partir da Coreia do Sul será um desertor norte-coreano que regressou ao país, admitiu hoje o Ministério da Defesa sul-coreano.

O indivíduo foi avistado pelo sistema de vigilância quando atravessava a parte oriental da zona desmilitarizada que divide a península coreana, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Os militares sul-coreanos lançaram uma operação de busca, mas sem resultado.

As autoridades sul-coreanas ainda não identificaram o homem, mas um funcionário do Ministério da Defesa disse que deverá ser uma pessoa atravessou a fronteira clandestinamente em 2020.

“Assumimos que foi o mesmo homem que desertou para o Sul ao escalar a cerca de arame farpado em novembro de 2020”, disse a fonte do Ministério à AFP. O homem terá cerca de 30 anos, acrescentou.

Uma fonte do Ministério da Defesa disse à agência noticiosa sul-coreana Yonhap que o homem “foi reconhecido como o mesmo desertor”.

Até agora, não foram encontradas provas de espionagem, disse a mesma fonte, sob a condição de não ser identificada.

Após ter chegado à Coreia do Sul, o homem terá trabalhado como funcionário de limpeza, uma indicação de que poderia ter tido dificuldades económicas e preferido regressar à Coreia do Norte, segundo a agência sul-coreana.

Os militares sul-coreanos informaram as autoridades da Coreia do Norte sobre o caso e Pyongyang confirmou ter recebido a informação.

“Mas não houve resposta sobre o nosso pedido de proteção da pessoa”, disse a fonte do Ministério da Defesa à Yonhap.

Anos de repressão e pobreza na Coreia do Norte levaram mais de 30.000 pessoas a fugir para o Sul nas décadas após a Guerra da Coreia (1950-1953), mas as travessias na direção contrária são muito raras.

Em 2020, soldados norte-coreanos mataram a tiro, no mar, um funcionário sul-coreano do setor das pescas que Pyongyang disse ter atravessado ilegalmente a fronteira marítima.

A grande maioria dos norte-coreanos que escapam primeiro vão para a China antes de se dirigirem para a Coreia do Sul.

Apenas alguns ousaram atravessar a zona desmilitarizada, que está repleta de minas e arame farpado e tem uma forte presença militar de ambos os lados.

Este incidente ocorre depois de a Coreia do Sul ter reforçado o seu sistema de defesa de fronteira com equipamento de vigilância mais sofisticado.

4 Jan 2022

Coreia do Sul diz ter concluído projeto para pôr fim à Guerra da Coreia

O ministro dos Negócios Estrangeiros sul-coreano afirmou hoje que Seul e Washington concluíram um projeto de declaração para pôr fim à Guerra da Coreia e trazer a Coreia do Norte de volta às negociações.

A Coreia do Sul e os Estados Unidos da América (EUA) concordam com a importância de uma declaração que ponha fim à guerra na península e “concluíram virtualmente um projeto”, disse Chung Eui-yong, em conferência de imprensa.

O objetivo é assinatura de um tratado de paz para pôr fim à Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou apenas com um cessar-fogo, mantendo os dois vizinhos tecnicamente em guerra.

“Estamos a explorar várias formas de fazer avançar as conversações com a Coreia do Norte”, acrescentou Chung, sem pormenorizar, citado pela agência de notícias sul-coreana Yonhap.

Observadores disseram já duvidar da viabilidade desta iniciativa, destinada a trazer Pyongyang de volta às conversações de desnuclearização da península coreana.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un Yo-jong, afirmou já não estar interessado em realizar quaisquer reuniões com os EUA para tentar reavivar o diálogo de desnuclearização suspenso, devido à “política hostil” em relação ao regime.

As observações de Chung surgiram quando na Coreia do Norte está a decorrer uma reunião plenária do partido único, na qual serão delineadas políticas e ação diplomática para o próximo ano. Kim Jong-un deverá proferir um discurso no encerramento, provavelmente no final desta semana.

29 Dez 2021

Coreia do Norte centra segunda sessão plenária do partido no desenvolvimento rural

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, presidiu à segunda sessão da reunião plenária do partido único do país e apresentou propostas para melhorar o desenvolvimento rural, noticiou hoje a imprensa oficial.

“A reunião plenária tratou principalmente das tarefas mais urgentes para resolver adequadamente as questões rurais socialistas”, indicou a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, sobre o encontro realizado na terça-feira, em Pyongyang.

Kim Jong-un apresentou “estratégias de desenvolvimento a médio e longo prazo e tarefas importantes para alcançar o grande objetivo do desenvolvimento rural em conformidade com as condições realistas e os requisitos da época”, acrescentou a KCNA, sem especificar planos e objetivos específicos.

A discussão sobre desenvolvimento rural durante a sessão plenária ocorre num momento de dificuldades económicas no país.

Além de estar sob sanções e de um extremo confinamento devido à pandemia da covid-19, a Coreia do Norte sofreu catástrofes naturais que comprometeram a produção de cereais, essenciais para a sobrevivência dos 25 milhões de habitantes.

A Coreia do Norte iniciou, na segunda-feira, o plenário do oitavo Comité Central do Partido dos Trabalhadores, o quarto a ser convocado este ano, depois dos realizados em janeiro, fevereiro e junho.

A KCNA referiu que na “reunião prossegue a discussão das questões inscritas na ordem do dia” estabelecida na sessão inaugural, pelo que haverá pelo menos uma terceira sessão do plenário.

As autoridades norte-coreanas não adiantaram quanto tempo poderá durar o plenário, embora seja possível que termine na sexta-feira.

Observadores disseram esperar que o discurso de encerramento do líder inclua uma mensagem dirigida aos Estados Unidos, que propuseram uma reunião, este ano, para tentar reavivar as conversações de desnuclearização da península suspensas.

Contudo, Kim rejeitou a proposta, com o argumento de que a “política hostil” de Washington permanece intacta, mantendo o desenvolvimento contínuo de armas de destruição maciça.

29 Dez 2021

Canadá vai passar a receber e integrar refugiados norte-coreanos

O Canadá vai tornar-se o terceiro país do mundo, depois da Coreia do Sul e dos EUA, a receber refugiados norte-coreanos, no âmbito de um programa que está a ser preparado por uma organização humanitária canadiana.

Sean Chung, diretor executivo da HanVoice, disse hoje que o programa piloto, criado em parceria com o Governo do Canadá, visa trazer cinco famílias de refugiados norte-coreanos da Tailândia para o Canadá nos próximos dois anos.

A Tailândia é um importante país de trânsito para refugiados norte-coreanos, porque não os envia de volta para a Coreia do Norte ou para a China, mas não os incorpora na sociedade.

A China, principal aliado da Coreia do Norte, tem sido frequentemente acusada de devolver os fugitivos norte-coreanos à força, apesar do risco de tortura e prisão.

Entre os candidatos na Tailândia, o Canadá vai dar prioridade as famílias de mulheres norte-coreanas que sobreviveram ou estão em risco de violência sexual e de género, disse Chung.

Os canadianos que se oferecerem como anfitriões terão de apoiar as famílias durante 12 meses ou até que estas se tornem autossuficientes.

O período de acolhimento pode ser estendido até um máximo de 36 meses em casos excecionais, disse a HanVoice, em comunicado hoje divulgado.

“A comunidade estará envolvida em todas as etapas do processo, desde a obtenção de dinheiro para ‘patrocinar’ as famílias até ir buscar as pessoas ao aeroporto e ajudar a matricular os filhos na escola”, disse Chung, sublinhando tratar-se de um programa “exclusivamente canadiano”.

“Para os fugitivos norte-coreanos, a maioria dos quais são mulheres que passaram por experiências traumáticas em trânsito, este é um novo caminho seguro e um novo começo”, acrescentou.

Acredita-se que dezenas de milhares de norte-coreanos vivam escondidos na China, enquanto cerca de 34.000 outros norte-coreanos fugiram para a Coreia do Sul, onde podem receber cidadania e outros benefícios sob uma lei que considera a Coreia do Norte parte do seu território.

Os Estados Unidos admitem refugiados norte-coreanos, mas o número foi muito limitado depois da adoção da Lei de Direitos Humanos da Coreia do Norte, em 2004.

Segundo Chung, os fugitivos norte-coreanos não conseguiam, até agora, aceder ao sistema de refugiados do Canadá, embora alguns tenham migrado para o Canadá, Europa Ocidental e Austrália após se estabelecerem na Coreia do Sul.

26 Out 2021

Nova aliança dos EUA na Ásia-Pacífico pode levar a “corrida às armas nucleares”, avisa Coreia do Norte

A nova aliança dos Estados Unidos na região da Ásia-Pacífico e a recente compra de submarinos norte-americanos por parte da Austrália pode desencadear uma “corrida às armas nucleares” na região, avisou hoje a Coreia do Norte.

Os EUA, a Austrália e o Reino Unido anunciaram uma parceria estratégica para combater a China (AUKUS), na quarta-feira, incluindo o fornecimento de submarinos norte-americanos movidos a energia nuclear a Camberra, depois de a decisão da Austrália cancelar um contrato para a compra de submarinos franceses a favor de navios norte-americanos que provocou a indignação em Paris.

O pacto AUKUS (iniciais em inglês dos três países anglo-saxónicos) tem como objetivo reforçar a cooperação trilateral em tecnologias avançadas de defesa, como a inteligência artificial, sistemas submarinos e vigilância a longa distância.

O chefe do Governo australiano declarou, em várias entrevistas, que o seu Governo estava a responder à situação atual na região da Ásia-Pacífico, onde os territórios são cada vez mais disputados e onde a rivalidade se intensifica.

“É um movimento extremamente indesejável e perigoso que irá perturbar o equilíbrio estratégico na região da Ásia-Pacífico e desencadear uma corrida às armas nucleares”, disse a agência noticiosa estatal da Coreia do Norte KCNA, citando um funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano.

“Isto mostra que os Estados Unidos são o principal culpado que põe em perigo o sistema internacional de não-proliferação nuclear”, acrescentou.

Na quarta-feira, o lançamento ao mar de dois mísseis balísticos norte-coreanos foi seguido, em poucas horas, pelo lançamento de um míssil balístico de um submarino pela Coreia do Sul, que se tornou no sétimo país do mundo a dispor desta tecnologia avançada.

Washington, aliado de Seul, “condenou” imediatamente os lançamentos de Pyongyang, que foram efetuados “em violação de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU” e que representam “uma ameaça para os vizinhos”.

A Coreia do Norte está sujeita a múltiplas sanções internacionais devido aos seus programas nucleares e de mísseis balísticos.

As conversações nucleares com Washington foram suspensas desde a fracassada cimeira de Hanói, em fevereiro de 2019, entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o então Presidente dos EUA Donald Trump.

20 Set 2021

Influente irmã de líder norte-coreano ameaça Seul com corte total de relações

Kim Yo Jong, a influente irmã do líder da Coreia do Norte, criticou ontem o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e ameaçou com uma “destruição completa” das relações bilaterais, horas depois do lançamento de mísseis balísticos pelos dois países.

Kim Yo Jong reagia às declarações de Moon Jae-in que, momentos antes, afirmou que a capacidade crescente de mísseis da Coreia do Sul servirá como uma “dissuasão segura” contra as “provocações norte-coreanas”.

Moon fez os comentários após o primeiro teste bem-sucedido da Coreia do Sul com um míssil balístico lançado por um submarino, teste que aconteceu horas depois de os militares sul-coreanos e japoneses confirmarem que a Coreia do Norte tinha disparado dois mísseis balísticos, que caíram no Mar do Japão.

Segundo a imprensa estatal de Pyongyang, a também conselheira do Presidente Kim Jong Un condenou a “atitude ilógica de Seul”, lembrando que, segundo a lógica da Coreia do Sul, os mísseis sul-coreanos são “ações legítimas para apoiar a paz” enquanto os norte-coreanos constituem “uma ameaça à paz”.

Nesse sentido, Kim Yo Jong considerou, por sua vez, como “uma provocação” a descrição dos testes de mísseis da Coreia do Sul e advertiu para os perigos de uma “destruição completa” das relações bilaterais se o Presidente Moon Jae-in continuar a caluniar a Coreia do Norte.

A Coreia do Sul, que não possui armas nucleares, está sob a proteção do “guarda-chuva nuclear” norte-americano, que garante uma resposta devastadora dos Estados Unidos em caso de ataque ao seu aliado.

No entanto, Seul tem acelerado os esforços para construir as suas armas convencionais, incluindo o desenvolvimento de mísseis mais poderosos.

Especialistas dizem que os avanços militares de Seul têm como objetivo melhorar a capacidade de ataques preventivos e destruir as principais instalações e ‘bunkers’ norte-coreanos.

Além do míssil lançado por submarino, a Coreia do Sul também testou um míssil a partir de um aparelho militar.

Em Tóquio, o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, condenou o lançamento dos dois mísseis balísticos pela Coreia do Norte afirmando que, além de violar resoluções internacionais, representam “uma ameaça à paz e à segurança” do seu país.

Suga, em declarações à imprensa, expressou o seu “forte protesto” e apontou que o teste “viola as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, garantindo que o Japão “está a acompanhar a situação”.

Por outro lado, adiantou que Tóquio convocou uma reunião do Conselho de Segurança Nacional depois de os mísseis atingirem as águas da zona económica exclusiva do arquipélago japonês.

A última vez que o regime norte-coreano disparou um míssil balístico foi no final de março passado, quando testou o que parecia ser uma versão de seu míssil KN-23, capaz de traçar trajetórias muito difíceis de intercetar.

Além disso, o teste de hoje ocorreu depois de os norte-coreanos terem anunciado, na segunda-feira, que tinham testado um novo tipo de míssil de cruzeiro no fim de semana.

Este armamento, devido ao seu alcance, capacidade de contornar os sistemas de deteção e potencial para carregar também ogivas nucleares, é considerado uma ameaça direta pelo Japão.

16 Set 2021

MNE chinês defende que países envolvidos na península coreana devem reduzir tensão militar

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, insistiu hoje, durante uma visita a Seul, sobre a importância de todos os países envolvidos na península coreana reduzirem as suas atividades militares, visando reduzir a tensão.

Depois de reunir com o homólogo sul-coreano Chung Eui-yong, Wang Yi falou sobre o teste de mísseis de cruzeiro, realizado por Pyongyang na semana passada.

O ministro chinês afirmou que todos os países envolvidos devem “contribuir para a paz e estabilidade na península coreana”.

Wang Yi acrescentou que “não apenas a Coreia do Norte, mas também outros países estão a realizar atividades militares”, numa referência a exercícios conjuntos de verão entre Seul e Washington, que Pyongyang considera uma provocação.

As palavras de Wang Yi também se referem ao primeiro teste, bem-sucedido, recentemente realizado pela Coreia do Sul, para lançar o seu primeiro míssil balístico a partir de um submarino.

Chung considerou a China um parceiro importante na iniciativa de Seul para alcançar a paz na península por meio dos canais diplomáticos.

Pouco após os dois falarem à imprensa, foi anunciado que a Coreia do Norte lançou dois mísseis balísticos no Mar do Japão (ou Mar Oriental, segundo a designação coreana).

Após almoçar com Chung, Wang deve fazer uma visita de cortesia ao presidente sul-coreano Moon Jae-in, antes de deixar Seul.

Desde a vitória de Joe Biden que Washington tenta puxar Seul para a sua órbita de segurança, para fortalecer a frente comum contra Pequim.

No entanto, o governo sul-coreano de Moon permanece prudente e equidistante, sabendo que a China é o maior parceiro comercial da Coreia do Sul e um país-chave na tentativa de alcançar a desnuclearização da península.

15 Set 2021

PM japonês condena lançamento de dois mísseis pela Coreia do Norte

O primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, condenou hoje o lançamento de dois mísseis balísticos pela Coreia do Norte afirmando que, além de violar resoluções internacionais, representam “uma ameaça à paz e à segurança” do seu país.

O primeiro-ministro japonês expressou o seu “forte protesto” e apontou que o teste “viola as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, em declarações aos meios de comunicação.

Suga também disse que o Japão “segue a situação” e convocou uma reunião do Conselho de Segurança Nacional depois de os mísseis atingirem as águas da zona económica exclusiva do arquipélago japonês.

A última vez que o regime norte-coreano disparou um míssil balístico foi no final de março passado, quando testou o que parecia ser uma versão de seu míssil KN-23, capaz de traçar trajetórias muito difíceis de interceptar.

Além disso, o teste de hoje ocorreu depois de os norte-coreanos terem anunciado na última segunda-feira que haviam testado um novo tipo de míssil de cruzeiro no fim de semana. Estes armamentos, devido ao seu alcance, capacidade de contornar os sistemas de deteção e potencial para carregar também ogivas nucleares, são considerados um ameaça direta pelo Japão.

Hoje, a Coreia do Norte disparou hoje dois mísseis balísticos não identificados no Mar do Japão (que as duas Coreias designam por Mar Oriental), informou o Chefe do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS).

“A Coreia do Norte disparou dois mísseis balísticos não identificados para o Mar Oriental a partir da região central do país, depois do meio-dia de 15 de setembro”, disse o JCS, em comunicado, citado pela agência de notícias Efe.

O lançamento de hoje também foi detetado pela Guarda Costeira japonesa, que indicou que os mísseis aterraram fora da zona económica exclusiva do Japão (ZEE).

Também hoje, a Coreia do Sul declarou que realizou o seu primeiro teste de míssil lançado a partir de um submarino, horas depois de a Coreia do Norte ter disparado dois mísseis balísticos para o Mar do Japão.

O gabinete do Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, disse, num comunicado, que o chefe de Estado observou o teste de um míssil balístico lançado por um submarino na tarde de hoje.

A nota referiu que o míssil disparado do submarino Ahn Chang-ho, da classe de 3.000 toneladas, viajou uma distância previamente definida antes de atingir um alvo designado.

15 Set 2021