Delegação chinesa em Pyongyang para celebrar fim da Guerra da Coreia

Uma delegação chinesa deslocou-se ontem à Coreia do Norte, para participar nas comemorações do 70.º aniversário do fim da Guerra da Coreia (1950-53), visando restaurar o intercâmbio entre os dois países aliados. O grupo é chefiado por Li Hongzhong, vice-presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional e membro do Politburo do Partido Comunista Chinês.

A Coreia do Norte, que lançou uma tentativa de conquistar a Coreia do Sul, considera a assinatura do armistício um reconhecimento de vitória.

O conflito envolveu forças da recém-criada República Popular da China, auxiliada pela força aérea russa, enquanto a Coreia do Sul, os Estados Unidos e tropas de vários países, sob a direcção da ONU, lutaram para repelir a invasão. A fronteira entre as Coreias continua a ser das mais tensas do mundo.

Li Hongzhong carece do estatuto que transmitiria uma expressão completa de apoio chinês à Coreia do Norte, numa altura ambígua nas relações. A China foi convidada a enviar uma “delegação de alto nível” para participar das actividades comemorativas na Coreia do Norte, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, em conferência de imprensa.

“Acreditamos que a visita vai ser propícia para promover o desenvolvimento sólido e estável das relações [bilaterais], contribuir para a paz e estabilidade regional e criar condições para uma solução política da questão da península [coreana]”, acrescentou. A porta-voz lembrou que a China e a Coreia do Norte são “vizinhos amigáveis, ligados por montanhas e rios”.

Foguetes na festa

Alguns especialistas disseram que a Coreia do Norte pode intensificar os testes com mísseis balísticos por volta do aniversário do armistício, que se celebra hoje.

A China aderiu às sanções impostas pelas ONU contra a Coreia do Norte, devido ao programa de desenvolvimento de armas nucleares e mísseis balísticos, mas continua a ser o aliado económico e político mais importante de Pyongyang.

A Coreia do Norte testou o primeiro míssil balístico intercontinental em três meses na semana passada. O regime ameaçou com “consequências chocantes”, contra o que chamou de actividade provocadora de reconhecimento dos Estados Unidos perto do país.

As visitas oficiais entre os dois países foram interrompidas quando a Coreia do Norte, cada vez mais isolada e empobrecida, fechou as suas fronteiras para impedir a propagação da covid-19. Mais de dois milhões de soldados chineses lutaram na Guerra da Coreia, conhecida na China como a “Guerra para Resistir à Agressão dos EUA e Ajudar a Coreia”. Segundo dados de Pequim, 197.600 soldados chineses morreram no conflito.

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