Futebol | Cristiano Ronaldo poderá jogar em Hong Kong em Janeiro

A Associação de Futebol de Hong Kong está a considerar convidar o Al Nassr, clube saudita onde joga Cristiano Ronaldo, para participar num torneio de quatro equipas no início de 2025. O organismo está também de olho em equipas do campeonato português. Apesar da iniciativa ainda estar numa fase inicial, uma coisa é certa: Lionel Messi não será convidado

 

Um plano para trazer Cristiano Ronaldo a Hong Kong para disputar um jogo no início de 2025 está a ser discutido pelos dirigentes do futebol da cidade.
A ideia, que está numa fase inicial, envolve a visita do Al Nassr, o clube saudita de Ronaldo, para disputar um torneio de quatro equipas, potencialmente em Janeiro. O presidente da associação local de futebol, Pui Kwan-kay, confirmou ao South China Morning Post que o organismo que dirige começou “discussões iniciais” a nível interno para concretizar aquele que é um dos desejos dos fãs de futebol de Hong Kong, Macau e da região.

Em Janeiro deste ano, Ronaldo e o Al Nassr tinham previsto na agenda dois jogos amigáveis em Shenzhen. Mas uma lesão do avançado português obrigou a que os jogos fossem cancelados na véspera da data marcada, tendo os portadores dos bilhetes sido reembolsados.

Pui Kwan-kay revelou que uma das ideias era acrescentar uma paragem em Hong Kong, caso o Al Nassr, como foi proposto, regressasse a Shenzhen para cumprir os jogos que cancelou. “Se o Al Nassr disputar jogos de exibição em algumas cidades, os custos elevados poderão ser divididos”, afirmou ao diário da região vizinha.

Caso clube saudita regresse a Shenzhen, as autoridades de Hong Kong têm em vista a marcação de jogos adicionais em Hong Kong no novo estádio da cidade, com 50 mil lugares, actualmente em construção no Kai Tak Sports Park.

“Não sei se o Al Nassr vai regressar à China, mas [trazer Ronaldo a Hong Kong] é uma boa ideia porque é um dos jogadores mais populares. O estádio Kai Tak está quase a abrir, por isso precisamos de alguns mega-eventos”, indicou o presidente da associação. O dirigente assumiu também que Hong Kong poderia “simplesmente assumir a liderança enquanto entidade organizadora, mas ainda é muito cedo para o dizer. Agora, estamos apenas na fase de consideração e discussão”.

Atenção a Portugal

Hong Kong tem tido dificuldades em atrair clubes estrangeiros de futebol desde a visita do Manchester City em Julho de 2019, com os responsáveis locais do futebol a recusarem as taxas cobradas pelos clubes da Premier League inglesa e outros destinos como Singapura e Tóquio a revelarem-se mais atractivos. Outra situação que acrescenta dificuldades à vinda de clubes ingleses é a altura apontada para estes jogos amigáveis se realizarem, nomeadamente tendo em conta a tradicional Taça do Ano Novo Lunar. Porém, Pui Kwan-kay levantou a possibilidade de convidar “equipas da Europa de Leste e da Primeira Liga Portuguesa”.

Uma equipa que “definitivamente” não está na lista de desejos de Pui é o Inter Miami, afastando a possibilidade de os dois “rivais”, Ronaldo e Messi, se encontrarem em Hong Kong. “Pessoalmente, acho que não é apropriado pedir Messi neste momento. Não será dada qualquer prioridade a Messi e à sua equipa”, acrescentou o dirigente ao South China Morning Post.

12 Abr 2024

Fãs de Ronaldo invadem hotel do Al Nassr após adiamento da digressão na China

Adeptos chineses desiludidos com a decisão do Al Nassr de cancelar jogos particulares na China, devido a lesão de Cristiano Ronaldo, invadiram na terça-feira o hotel onde a equipa estava hospedada, para tentar ver o português. Ronaldo é a principal atracção para os adeptos chineses e, sem ele, foi decidido que o melhor seria adiar as partidas frente ao Shanghai Shenhua e ao Zhejiang, para data a anunciar.

“Como sabem, no futebol há coisas que não se podem controlar”, afirmou o português, em conferência de imprensa, na cidade de Shenzhen, no sudeste da China. “Vamos voltar para fazer o povo chinês feliz, é esse o meu objectivo. Quero jogar para vocês. Não fiquem tristes porque eu estou triste e espero que compreendam as circunstâncias de um jogador de futebol”, vincou.

Milhares de adeptos, que viajaram de toda a China para assistir aos jogos, acorreram então ao hotel, o Mandarin Oriental. Os funcionários não conseguiram resistir aos avanços e algumas dezenas conseguiram entrar no átrio, segundo vídeos difundidos nas redes sociais.

Outro vídeo mostra os adeptos no exterior do hotel a gritarem repetidamente o nome de Ronaldo. A polícia acabou por ser chamada e conseguiu restabelecer a ordem, de acordo com a imprensa local. Na rede social chinesa Weibo, o pedido de desculpas de Ronaldo foi o tema mais comentado na terça-feira, com mais de 19 milhões de visualizações.

Os bilhetes para os dois jogos esgotaram-se poucas horas depois de terem sido postos à venda no início de janeiro. Os organizadores declararam que seria criado um “canal de reembolso incondicional o mais rapidamente possível”.

Apesar do adiamento das partidas, o Al Nassr viajou para a China, incluindo Ronaldo, e ontem emitiu um comunicado manifestando a disponibilidade para continuar em solo chinês em estágio, enquanto se encontram novas datas.

“C Luo”, Cristiano Ronaldo em chinês, é o português mais conhecido na China, onde o futebol tem tido renovado interesse, à medida que o Governo chinês almeja colocar a seleção do país entre as melhores do mundo. A selecção chinesa falhou na segunda-feira a qualificação para os oitavos de final da Taça Asiática, após dois empates em três jogos na fase de grupos, em que não marcou qualquer golo.

A Associação Chinesa de Futebol (CFA, na sigla em inglês), o organismo estatal que funciona como uma federação, está envolvida em vários casos de corrupção. Cerca de dez responsáveis da CFA, incluindo o antigo presidente Chen Xuyuan, foram afastados em 2022, por suspeitas de corrupção.

Chen admitiu ter recebido grandes quantidades de dinheiro de jogadores do mundo do futebol que queriam cair nas suas boas graças. Também o ex-treinador da selecção chinesa de futebol Li Tie confessou recentemente ter pago o equivalente a cerca de 400 mil euros para garantir a sua contratação, em Janeiro de 2020.

25 Jan 2024

Ronaldo: “Ganhar um Mundial por Portugal era o maior e mais ambicioso sonho da minha carreira”

O capitão da seleção portuguesa quebrou o silêncio com uma publicação nas redes sociais onde refere que ganhar um Mundial por Portugal era “o maior e o mais ambicioso sonho” da sua carreira. “ Felizmente ganhei muitos títulos de dimensão internacional, inclusive por Portugal, mas colocar o nome do nosso país no patamar mais alto do Mundo era o meu maior sonho”, escreveu.

“Infelizmente, ontem o sonho acabou. Não vale a pena reagir a quente. Quero apenas que todos saibam que muito se disse, muito se escreveu, muito se especulou, mas a minha dedicação a Portugal não mudou nem por instante. Fui sempre mais um a lutar pelo objectivo de todos e jamais viraria as costas aos meus companheiros e ao meu país”.

CR7 agradeceu ainda a todos os portugueses pelo apoio, “agora, é esperar que o tempo seja bom conselheiro e permita que cada um tire as suas conclusões.”.

A importância de aprender

Cerca de meio milhar de adeptos aguardava a chegada da equipa a Lisboa, embora apenas 14 jogadores tenham regressado com a comitiva – Rui Patrício, Raphaël Guerreiro, Cristiano Ronaldo, Rafael Leão, Bruno Fernandes, Matheus Nunes, Rúben Neves, Bernardo Silva, João Cancelo e Diogo Dalot permaneceram no Qatar.

“Estamos tristes por não poder dar mais a esta gente, porque se calhar não merecíamos sair da maneira que saímos, mas é o futebol. O futebol tem dessas coisas, há que aprender com o jogo de ontem [sábado] para que o futuro possa ser bem melhor para nós”, afirmou Pepe.

Único dos 14 jogadores que prestou declarações à comunicação social presente no aeroporto, Pepe comentou ainda a situação de Cristiano Ronaldo.

“O Cristiano Ronaldo ficou bem, é a nossa bandeira portuguesa, chega a todos os lados do mundo. Deu o seu contributo quando foi chamado e há que agradecer-lhe, a ele e a todos os companheiros também que tentaram dar o seu melhor, dar o máximo e trabalhar ao máximo para poderem estar disponíveis para o treinador. Quando assim é, as coisas são muito mais fáceis,” completou.

Sobre a continuidade de Fernando Santos como selecionador, o defesa, de 39 anos, não quis falar muito.

“Eu sou jogador, não tenho nada que falar sobre isso [eventual saída de Fernando Santos], não vou entrar por esse caminho. É o que falei antes: agradecer às pessoas e o carinho, nós sentimo-lo”, afirmou.

A comitiva lusa aterrou no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, pelas 17h40 de domingo, e cerca de vinte minutos depois passou a saída VIP do aeroporto, onde os aguardavam algumas centenas de adetos, junto dos quais se acercaram elementos como o selecionador nacional, Fernando Santos, e jogadores como William Carvalho, Rúben Dias, Diogo Costa, Gonçalo Ramos e Pepe para algumas fotografias e autógrafos.

Portugal foi afastado do Mundial2022 no sábado, ao perder nos quartos de final com Marrocos, por 1-0, com um golo de Youssef El-Nesyri. Nas meias-finais, Marrocos vai defrontar, na quarta-feira, a campeão mundial em título, França, que eliminou a Inglaterra também no sábado, enquanto a Croácia vai medir forças com a Argentina, na terça-feira.

12 Dez 2022

A bola mundial rola sem direitos

Obviamente, que hoje teria de vos falar do Mundial do Catar. Pelas mais diversas razões. A primeira de todas é a loucura que se viveu aqui por Portugal com o primeiro jogo da selecção nacional contra o Gana. O país parou. Os miúdos não foram às explicações, às aulas extras de desporto, aos cursos de ténis e muito menos aos treinos nas escolinhas de futebol.

Até na Assembleia da República os trabalhos do plenário foram suspensos para os deputados verem os golos de Portugal. Por acaso, o Ronaldo bateu mais um recorde na sua carreira fabulosa. Antes do apito inicial, Cristiano Ronaldo fazia parte de um lote restrito de cinco jogadores que tinham conseguido marcar, pelo menos, um golo em quatro Mundiais.

Mas na passada quinta-feira, com o golo apontado ao Gana, o capitão da selecção nacional superou Pelé, Uwe Seeler, Miroslav Klose e Lionel Messi e tornou-se no único a conseguir colocar a bola dentro da baliza em cinco Campeonatos do Mundo.

De bola, percebo pouco apesar de ter jogado futebol em miúdo, mas dá para vos dizer que o Mundial mobiliza todos os povos e o nosso Ronaldo continua a ser a maior atracção. Na madrugada de esta noite, em Macau, pelas três horas, lá vai acontecer mais uma emoção para todos os que vão assistir ao Uruguai-Portugal.

Pela minha parte, a bola rolou de outra forma. Comecei a ser logo na juventude molestado pela PIDE, polícia política da ditadura, senti o que era não poder escrever o que me apetecia e sobre liberdade, quando estava na conversa com uns quatro amigos junto à esquina de um prédio, logo éramos enfiados numa carrinha.

Onde quero chegar é aos tão badalados direitos humanos que durante toda a semana passada em tudo o que era comunicação social e Parlamento não se parou de ouvir cada um a defender a sua “camisola”. Vamos lá a ser sérios e a voltarmos atrás uns anos quando a FIFA decidiu “vender” o Mundial ao Catar. A corrupção foi enorme e atingiu as mais variadas personalidades europeias e americanas.

O Catar é um dos países mais ricos do mundo, se não o mais rico, e na luta gerada há muitas décadas com os Emirados Árabes Unidos e com a Arábia Saudita, o Catar quis mostrar por todas as formas que seria capaz de organizar um evento do mais alto nível mundial.

E nessa altura, todo o mundo sabia que no Catar os direitos humanos não existiam, que as mulheres eram, e são, umas escravas sem direito a nada, nem a opinar, quanto mais a fumar um cigarrito. Este Mundial de 2022 foi entregue a um reino que só tem dinheiro e ditadura e ninguém, ou muito poucos se pronunciaram ou manifestaram nas ruas das capitais mundiais contra a entrega do Mundial ao Catar.

Os ditadores fizeram o que quiseram durante 12 anos. Construíram uma cidade extravagante, deslumbrante, luxuosa e onde introduziram os estádios para a disputa do Mundial. Estádios, que é bom lembrar, são simplesmente cemitérios.

Na sua construção, os escravos da Coreia do Norte, da India, do Nepal, do Paquistão e até de Portugal, morreram aos milhares. Até se deram ao luxo de edificar um estádio, aquele onde jogou Portugal contra o Gana, constituído totalmente por contentores marítimos e que será completamente desmantelado no final do Mundial.

Os direitos humanos no Catar, ao fim e ao cabo, têm que se lhe diga. Naturalmente, que temos de criticar aquela ditadura e todo um procedimento que até proibiu beber cerveja nos estádios e que não admitiu braçadeiras dos capitães das equipas com o símbolo dos homossexuais.

A discussão em Portugal, neste aspecto, foi horrível. Uns, diziam que o Presidente da República, o presidente da Assembleia da República e o primeiro-ministro não deviam deslocar-se ao Catar em protesto contra a falta de direitos humanos.

Outros, concordavam com a presença das mais altas figuras do Estado no Catar, simplesmente para dar apoio à selecção. Esta discussão oiço-a há décadas. Os direitos humanos são respeitados onde? Por mim, tenho a ideia de que onde existe uma polícia de choque já não podemos dizer que esse país cumpre os direitos humanos. Se se escreve um pouco além da inventada lei de imprensa, logo o tribunal trata da saúde ao escritor. E isso, não é incumprimento dos direitos humanos?

Por África fora, pelos vários Estados americanos, pela Alemanha ou Noruega, pela Indonésia ou Filipinas, pelo Japão ou China, pela Austrália podemos afirmar perentoriamente que os direitos humanos são cumpridos? Claro que não, todos o sabemos que na maioria do planeta, incluindo a Amazónia, não são cumpridos os direitos humanos. Mas, na semana passada em Portugal deu-se o ridículo de dar a entender que só o Catar era uma ditadura.

A bola está a rolar e todo o mundo está diante de um televisor a ver os jogos de futebol que emocionam e que dão alegria a milhões de pessoas. A única coisa que podemos afirmar, e que é incontestável, é que a bola mundial rola sem direitos…

28 Nov 2022

A marquise de um campeão

À ilha da Madeira chamam-lhe a “Pérola do Atlântico”. Uma pérola cheia de miséria humana por todos os bairros. A maioria da população é pobre e trabalhadora, vivendo em casas rudimentares que se misturam com os hotéis mais luxuosos que se possa imaginar. Nesta ilha, num bairro pobre, no seio de uma família sem posses e de vários irmãos, um menino não largava uma bola de trapos. Mais tarde, o seu pai alcoólico ofereceu-lhe uma bola parecida com as do futebol a sério. O pequeno madeirense não largava a bola de dia e de noite. No bairro, os outros miúdos começaram a vê-lo a manobrar a sua querida bola de uma forma diferente e quando era para fingir que realizavam um jogo, o pequeno driblava todos e marcava golos que começou a dar nas vistas dos adultos que se encontravam nas esquinas do bairro a beber as suas cervejas. Até que um dia, um desses adultos falou com os pais do miúdo e levou-o a jogar num clube de pequena dimensão da ilha da Madeira. Nesse clube, o miúdo que chegava aos treinos de sapatilhas rotas ou descalço, assim que se via com umas botas calçadas até parecia que tinha patins. O treinador começou a ficar de boca aberta pelas virtudes futebolísticas que o miúdo apresentava. Concluiu-se que tinham ali uma verdadeira pérola que poderia dar frutos ao pequeno clube. E na verdade, uns milhares já representava muito dinheiro e foi assim que o grande Sporting Clube de Portugal contratou o miúdo e com a mãe em lágrimas lá o viu partir para Lisboa, onde ficou instalado numa pensão com outros colegas que também pertenciam às escolinhas de futebol do Sporting. O miúdo começou a crescer e no tratamento com a bola era um caso muito sério. Era o melhor nos jogos-treino.

Um dia, o madeirense foi chamado a jogar na equipa principal do clube. O jovem entrou em campo e as bancadas aplaudiam todas as suas jogadas e golos. Estava ali uma futura estrela para o futebol mundial, pensaram muitos sportinguistas. E acertaram. Num encontro entre o Sporting e o Manchester United, o manager inglês, o mestre Alex Ferguson, passou todo o tempo a perguntar quem era aquele miúdo. Tanto lhe responderam que no final do encontro, os dirigentes do Manchester United já estavam reunidos numa sala com os seus congéneres do Sporting, no sentido do miúdo que jogava na Madeira com uma bola de trapos, fosse para Inglaterra contratado pelo clube de Manchester. O acordo foi firmado e o Cristiano Ronaldo viu-se, timidamente, na alta roda do mundo do futebol.

A carreira de Cristiano Ronaldo foi um êxito nunca visto. Há muito tempo que os amantes do futebol não viam golos de toda a espécie e feitio. Cristiano corria, driblava tudo e marcava golos. Cristiano colocava a bola a 40 metros da baliza para marcar um livre directo e a bola só terminava dentro das redes. Cristiano não falhava um penálti.

Cristiano foi campeão de Inglaterra três vezes, venceu a Supertaça e a Taça dos Campeões. O mundo passou a falar de Cristiano Ronaldo como um jogador sensacional e único. O Real Madrid não descansou enquanto não o contratou. Conseguiu levá-lo a troco de muitos milhões de euros, porque no mundo do futebol nunca se sabe ao certo quanto dinheiro é ao certo movimentado. Em Madrid, rapidamente Cristiano passou a ser um ídolo e as vendas das suas camisolas resultavam num lucro astronómico para os merengues.

Cristiano passou a fazer parte da lista dos maiores milionários do mundo e quando foi para a Juventus, deu-se ao luxo de escolher a melhor casa que existia em Turim e ao mesmo tempo resolveu ser proprietário de uma cadeia de hotéis para juntar ao Museu Cristiano Ronaldo que fora construído no Funchal. Capital madeirense onde se situa o aeroporto que passou a chamar-se Cristiano Ronaldo em sua homenagem. O jogador de futebol já era figura mundial quando começaram a aparecer de todo o mundo grandes homens da alta finança a solicitarem-lhe investimento nos seus países, tais como, Estados Unidos da América, Emirados Árabes Unidos, Inglaterra, Espanha e Itália. Cristiano optou por investir muitos milhões no seu país. Uma casa apalaçada junto a uma lagoa, uma casa de luxo em Cascais, outra casa na Avenida da Liberdade, um apartamento de luxo no valor de mais de oito milhões de euros em pleno centro de Lisboa junto ao hotel Ritz, fora as muitas casas e valores que ofereceu à mãe, irmãos, amigos e muitos milhões a instituições de beneficência, especialmente de crianças com doenças oncológicas.

Mas, o apartamento de luxo junto ao hotel Ritz é que veio estragar tudo. Num momento em que acaba de bater o recorde mundial de o jogador com mais golos marcados em selecções nacionais, eis que ainda se fala e não param de salientar na imprensa uma “marquise” que a vedeta mundial construiu no terraço da sua casa. Uma marquise idêntica a milhares existentes na região de Lisboa. E os invejosos foram logo embirrar com a marquise da residência de Ronaldo. Nada há mais importante neste país que ainda na semana passada viu o tribunal rejeitar a construção do aeroporto do Montijo quando o de Lisboa está a rebentar pelas costuras.

Cristiano Ronaldo não merecia que a edilidade lisboeta ordenasse a demolição da marquise de Cristiano Ronaldo, porque sendo assim teria que retirar todas as outras que apareceram como cogumelos nos terraços dos prédios ao longo dos anos. A ingratidão para quem tem promovido o nome de Portugal pelo mundo nunca será compreensível quando essa ingratidão se baseia numa marquise. Triste país este, onde falta tudo e a preocupação vai para a destruição de uma marquise.

 

PS – Ao director deste jornal, Carlos Morais José, e a todos quantos têm colaborado na publicação do Hoje Macau, endereço os meus parabéns pelos 20 anos de qualidade jornalística única em língua portuguesa.


*Texto escrito com a antiga grafia

6 Set 2021

Futebol pós-pandemia

A pandemia que continuamos a atravessar por todo o mundo também redefiniu o rectângulo de jogo para a prática do futebol, pelo menos o profissional, ou o de mais alto nível, o que ocupa a atenção de todo o planeta, mais coisa menos coisa: deixou de ser relvado o tapete verde que concentra a atenção das massas e passou a ser feito de “leds”, eventualmente orgânicos, ou de outras maravilhas da tecnologia, dessas que nos trazem a casa o espectáculo total, com ainda mais brilho que o original, mais opções de personalização, temporizações, repetições e outras opções que nos permitem desfrutar do show de bola no conforto do sofá, role o esférico onde for, que há transmissões para todos os gostos e a assistência se faz cada vez mais em vídeo.

Esta redefinição das quatro linhas que passaram a estar nas salas de cada pessoa em vez das aglomerações em estádios também contribuíram para redefinir poderes, ou pelo menos para reforçar tendências de concentração de poder que já se vinham desenhando, com a hegemonia da liga inglesa a tornar-se ainda maior, mesmo que tenhamos sempre Paris, gloriosa excepção que assinala aliás singular presença histórica entre os mais reputados clubes de futebol do planeta, onde a presença francesa foi tradicionalmente escassa. E continua a ser: na realidade, é a Inglaterra que se vai tornando (ou recuperando) o centro desta redefinição do futebol enquanto espectáculo que se deslocou dos estádios de cada cidade para as televisões de todo o planeta.

Foi relativamente lenta mas implacável esta deslocação: ainda há dez anos era a Liga espanhola que dominava as atenções do planeta, os astros maiores de todo mundo, as conquistas de medalhas e troféus. É território onde tradicionalmente se joga tarde, já de noite o esférico parece rolar melhor, e de dia há sestas para fazer, vermutes para tomar, ou outros afazeres de força maior, consoante a região. Essa escolha tem outras implicações, naturalmente: a essas horas já o público asiático dorme profundamente, esses potenciais milhares de milhões de pessoas que vivem o futebol europeu com proximidade e intensidade mesmo que vivam na Índia, na Indonésia, na Tailândia, na China ou no Japão.

Esse público dedicado, fanático como outros, frequentemente com menor poder de compra mas sempre contado em muitos milhões de pessoas, seria decisivo para transferir da liga espanhola para a inglesa o poder maior do futebol global, que em Inglaterra se joga mais cedo e se adaptam com zelo e dedicação os horários e calendários para facilitar a vida a fregueses distantes, com os seus dispositivos digitais e ecrãs de tamanho diverso espalhados por todo o mundo: jogada à tarde, a liga inglesa pode ser acompanhada em directo nas noites asiáticas e nas manhãs das Américas, o verdadeiro espectáculo global, acompanhado ao vivo e em simultâneo em todo o planeta. Assim se vendem assinaturas e subscrições de canais de televisão, mas também camisolas e outras mercadorias promocionais, fontes diversificadas e massivas de rendimentos.

É assim também que se atraem os grandes investidores, o capital global que se vai acumulando para lá das esferas produtivas e que alimenta negócios diversos, mais ou menos obscuros, incluindo o da bola: chegam a Inglaterra vindos dos Estados Unidos (Manchester United, Liverpool ou Arsenal, só para citar os maiores), dos Emirados Árabes Unidos (Manchester City), da Rússia (Chelsea), da Tailândia (Leicester), do Egipto (Aston Villa) ou da China (Southampton e a tão portuguesa equipa do Wolverhampton). As finanças do planeta mobilizam-se para promover a liga e os clubes ingleses num espectáculo que afinal chega em directo a cada casa ou a cada café do planeta.

O resultado deste jogo das finanças globais também se nota nos lances de bola parada, com os jogadores em férias mas em negócios, quando se trata das transferências, potenciais ou efectivas contratações e rescisões, empréstimos e cedências, que ocupam páginas imensas na imprensa mundial e animam universos digitais variados mesmo quando não se joga. Foi mais uma vez em direcção a Inglaterra que se deslocou a maior parte das estrelas do universo futebolístico, para os clubes onde as receitas vêm sobretudo do negócio televisivo global e que por isso foram menos vulneráveis às quebras drásticas nas vendas de bilhetes para os estádios que a pandemia de covid-19 provocou. Há a excepção parisiense, evidentemente, feita de uma situação financeira excepcional, em que as receitas publicitárias do clube são desproporcionais em relação às dos restantes competidores na liga francesa.

Não deixa de ser sintomático, aliás, que tenham vindo das ligas espanhola e italiana os mais intensos apelos e iniciativas para a criação de uma “super-liga” europeia de futebol. Na realidade, é apenas uma reacção tardia e desesperada à formidável derrota que foram sofrendo nos últimos anos quando não souberam ou não quiseram adaptar as formas e os tempos de jogo a essa nova abordagem ao futebol que, sem o retirar dos estádios (pelo menos antes e depois do covid-19), o colocou sobretudo nas televisões ou outras plataformas de entretenimento digital.

3 Set 2021

Euro 2020 | Portugal entra com o pé direito e vence Hungria por 3-0

Com a pressão natural de um campeão a defender o seu estatuto, Portugal entrou da melhor maneira em território hostil. Em Budapeste, e em clara desvantagem numérica nas bancadas, a selecção deu conta do recado, tendo sido superior à Hungria em todos os sentidos. O que parecia, inicialmente, um sonho desmedido de revalidação de título, tem agora pernas para andar

Por Martim Silva

 

No primeiro jogo do Euro 2020 com estádio cheio, a selecção das quinas não tremeu. Para todos os efeitos, Portugal é campeão europeu em título e tem um estatuto a defender. O adversário era o mais fraco dos três oponentes do Grupo F, mas a consistência na grandeza é reservada apenas para os melhores deste mundo. A vitória de Portugal sobre a Hungria dá esperança de que o tabaco que Fernando Santos levou para estágio acabe mesmo no dia 11 de Julho.

O primeiro encontro do Euro 2020 a ser jogado com um estádio cheio não podia ter um nome qualquer. O campo Ferenc Puskás em Budapeste tem o nome de um dos melhores jogadores da história do futebol e do Real Madrid. O estádio do Major Galopante, alcunha de Puskás, serviu de palco para o início da caminhada europeia de Portugal. Em plena capital do ex-Império Austro-Húngaro, Cristiano Ronaldo comandou as tropas para um jogo inicialmente tremido, nervoso e com diversos tiros ao lado. Portugal derrotou a Hungria por 3-0, mas o jogo não é só o resultado.

A equipa das quinas começou com muita bola e com os húngaros a não se importarem muito com isso. Fernando Santos apostou em Danilo Pereira e William Carvalho de início no meio-campo, mas a criação de jogo parecia inconsistente. Danilo é bom nos duelos e na cobertura de espaços, mas não se enquadra na construção de jogo da selecção. Na primeira parte, Bruno Fernandes teve pouca bola e Portugal sofreu com isso. A proximidade que o médio do Manchester United tem com o esférico deve ser mais vezes aproveitada. Além destes pormenores, Portugal não podia ter feito um jogo melhor. Dominou a Hungria, subiu as linhas até ao meio-campo e começou a tentar passar o 5-3-2 do italiano Marco Rossi, seleccionador húngaro. As oportunidades foram caindo nos pés de Diogo Jota, avançado do Liverpool, mas o guarda-redes Peter Gulasci estava atento à pontaria do jogador luso. Cristiano Ronaldo também falhou um remate mesmo em frente da baliza, numa primeira parte que parecia agoirada.

Já a Hungria, com uma estratégia de bloco baixo e aposta no contra-ataque, estava confiante nos processos defensivos. O central Endre Botka e o lateral esquerdo Attila Fiola foram autênticos guerreiros na paragem das investidas portuguesas. Apesar das dificuldades incutidas pelo adversário, na primeira parte, Fernando Santos enalteceu a qualidade da sua equipa

‘Uma primeira parte muito bem conseguida em, praticamente, todos os momentos do jogo. Em posse de posse de bola, a procurar a variação, a procurar entrar.’

Aposta certeira

Ao intervalo, e com o seleccionador luso a pedir aos jogadores para manterem o ‘coração e a cabeça a funcionar’, o jogo continuava igual. A Hungria usava Adam Szalai, ponta de lança do Mainz, como referência de jogo mais directo com o apoio de Rolland Sallai, jogador do Friburgo, o mais habilidoso da equipa de Marco Rossi com a bola nos pés.

Contudo, e à medida que o tempo ia passando, Portugal parecia caminhar para um novo empate na caminhada europeia. Por volta dos 70 minutos, Fernando Santos lançou Rafa Silva, extremo do Benfica, que foi determinante nas suas arrancadas para a baliza adversária. Apesar de uma entrada atribulada, aos 84 minutos assiste para o primeiro golo da selecção, marcado por Raphaël Guerreiro numa jogada com vários ressaltos à mistura. Minutos depois com uma boa arrancada de Renato Sanches, jogador do Lille que entrou para o lugar de William Carvalho, Rafa Silva recebe a bola do ex-Benfica e ao entrar na grande área da equipa húngara sofre uma falta do central Willi Orban. Cristiano Ronaldo converteu a grande penalidade, marcando o seu primeiro tento nesta competição. Porém, o jogador do Benfica não ficaria por aqui. O terceiro golo português foi um recital de bom futebol com 33 passes que culminaram no 11.º golo do capitão luso em Euros, tornando-se, desta maneira, no melhor marcador de sempre da competição. Rafa Silva fez, novamente, a assistência.

Fernando Santos apelidou a vitória como justa e não podia ter mais razão. Portugal foi superior em todos os momentos da partida. Para vencer os tubarões, Alemanha e França, precisará de exibições idênticas.

Com mais de 60 mil adeptos num estádio em plena Hungria, Ronaldo e a selecção não sentiram a pressão. Pelo contrário, deram-lhe as boas-vindas. Sob os ombros de Ronaldo e com a convicção de Fernando Santos de que ‘Portugal está preparado para jogar com qualquer adversário’, serão poucas as selecções que conseguirão dificultar a caminhada portuguesa rumo à reconquista.

Em Roma, sê romano

Itália e Suíça não se defrontam desde o ano de 2010, mas volvidos 11 anos muito mudou. A Itália foi vice-campeã europeia em 2012, chegando aos quartos de final em 2016. A Suíça, em 2016, alcançou os oitavos de final do Euro, a sua melhor classificação de sempre. Em 2021, porém, a Itália é de caras um dos favoritos a conquistar o troféu de campeão europeu de selecções, enquanto a Suíça, com algum talento à mistura, consegue impor dificuldades a qualquer equipa. O embate entre ambas ocorre na madrugada de quarta para quinta-feira (03:00), no que se avizinha ser o jogo da jornada. A selecção italiana demoliu, no resultado pelo menos, a Turquia de forma evidente e não podendo contar com o seu melhor jogador, Marco Verratti. Verratti é, facilmente, dos melhores médios do Mundo. Tem a facilidade de jogar como 6 ou como 8, com uma percentagem de passe por jogo a rondar os 92% e consegue ser astuto quando defende. Saber-se que já treina com a selecção, só dará alegrias aos adeptos italianos.

A Suíça estará em território inimigo porque este será o segundo de três jogos que a Itália disputará em solo romano. A cerimónia de abertura do Euro 2020 deu-se no Estádio Olimpico em Roma e a seleção azzurri completará a fase de grupos sem ter de sair de casa. Para a Suíça, esta será a batalha mais difícil de travar. Os helvéticos são inferiores aos italianos e superando esta pressão e hostilidade inicial de jogarem em casa do adversário, podem abrir caminho para um jogo mais disputado do que, em teoria, é esperado.

Daquilo que se viu da Suíça contra o País de Gales, Itália não terá muitas dificuldades em vencer a selecção de Vladimir Petkovic, treinador suíço que já orientou a Lazio.

O lateral Alessandro Florenzi está em dúvida para o encontro. Saiu no intervalo do jogo inaugural contra a Turquia devido a uma lesão muscular, sendo substituído no onze por Giovanni Di Lorenzo.

França domina Alemanha e reforça favoritismo

Sendo o primeiro jogo entre dois gigantes europeus, esperava-se alguma paridade. A França venceu a Alemanha apenas por 1-0, com um autogolo de Mats Hummels aos 20 minutos de jogo após um cruzamento do lateral francês, Lucas Hernández, mas a diferença entre as duas equipas não podia ser mais gritante. A Alemanha não tem grandes referências a não ser no meio-campo, a zona onde o jogo ficou decidido. Ilkay Gündoğan, que já frequentou o Club Cubic em Macau, e Toni Kroos tiveram desempenhos notáveis nas respectivas equipas esta temporada, mas eram as únicas unidades à frente da linha defensiva alemã, com a difícil tarefa de controlar os três médios franceses: Adrien Rabiot, N’Golo Kanté e Paul Pogba.

A desvantagem numérica germânica fez com que a França tivesse sempre espaço nas costas dos médios da Mannschaft. Enquanto Rabiot e Pogba controlavam a zona média do terreno, Benzema fazia de médio ofensivo, Kylian Mbappé descaía para a esquerda e Antoine Griezmann procurava movimentos de ruptura.

Apesar do meio-campo francês ter sido uma das chaves da vitória do campeão mundial de 2018, a organização defensiva gaulesa foi determinante. Presnel Kimpembe e Raphael Varane, com o apoio de Benjamin Pavard na lateral direita e Lucas Hernández na lateral esquerda, formam a melhor linha defensiva deste Euro. Por muito que a Alemanha controlasse o esférico, acabou o jogo com 62% de posse de bola, a defesa dos bleus mantinha-se tranquila e cómoda. O grande segredo da equipa francesa está neste aspecto, por muito que se foque, e com razão, na frente de ataque. Depois de Portugal dominar a Hungria e a França esmagar a Alemanha, o confronto entre os dois finalistas de 2016 será impróprio para cardíacos.

16 Jun 2021

A covid-19 também não gosta do Ronaldo

[dropcap]N[/dropcap]ão sou médico. Conheço é muitos clínicos. O que escreverei é simplesmente baseado nas conversas com médicos e enfermeiros amigos. A covid-19 tem sido um mal mundial desde que em Wuhan iniciou a sua marcha mortífera. Uns dizem que é um vírus; outros de que se trata de uma bactéria.

Uns afirmam que é uma treta inventada para exterminar com os velhotes que ainda podem testemunhar o que é uma ditadura, a fim de se poder definitivamente implantar no globo um governo ditatorial mundial, como sonha o fascista Trump; outros inclinam-se para uma pandemia descontrolada da qual ninguém estava preparada e muito menos com alternativas de cura imediata. Uns cientistas condenam o confinamento e a obrigatoriedade do chamado stayway, uma nova forma de controlar a nossa privacidade; outros aconselham os governos a decretar a obrigatoriedade de estados de emergência e ao uso de máscara obrigatória mesmo na rua. Uns, alvitram que tudo não passa de criar o medo em toda a gente e que o convívio, os festejos, os casamentos, os baptizados, as festas, os beijos, os abraços terminem de modo a que a natalidade reduza drasticamente no planeta porque não haverá dinheiro para sustentar tanta gente no planeta; outros, contrapõem que tudo não passa de teorias de conspiração que não querem admitir que o caso é grave a nível mundial. Mundial, ponto e vírgula. Lembro-me, por exemplo, de uma terra chamada Macau onde os infectados e os óbitos são praticamente inexistentes. Será porque a RAEM tem dezenas de casinos e que fazem muita falta que estejam abertos 24 horas para que possam lucrar muito dinheiro que irá servir para múltiplos financiamentos, inclusivamente as obras faraónicas da mãe-pátria?

A covid-19 é a maior demonstração de competência e de incompetência de quem esteja ligado aos assuntos de saúde. Os médicos, enfermeiros e auxiliares nos hospitais trabalham até à exaustão como autênticos heróis enquanto os dirigentes políticos só se preocupam nos materiais a comprar porque num contrato de ajuste directo há sempre rendimento pecuniário indirecto para quem tem o poder de decisão. No entanto, os médicos estão divididos e até já foi criado um movimento em Portugal, onde se insere o bastonário da Ordem dos Médicos, que visa chamar a atenção que o Serviço Nacional de Saúde está a rebentar pelas costuras e que em Novembro e Dezembro se a pandemia vier a agravar-se será o caos. Já existem hospitais sem condições para receber doentes. Há serviços hospitalares encerrados por falta de profissionais ou de camas.

A covid-19 tem servido para todas as desculpas num país em que já tivemos 100 infectados por dia e agora já vai em mais de 2.500 e com os óbitos a aumentar. Óbitos que muitos médicos já afirmaram não terem nada a ver com a covid-19: são doentes com males graves, como doenças pulmonares, cardíacas, renais, regenerativas, intestinais, estomacais, prostáticas e naturalmente cancerígenas. Todas estas doenças levam à morte, especialmente quando o paciente ultrapassa os 80 anos de idade. Para tristeza de um povo, os doentes sem covid-19 têm sido postos de parte: as consultas pararam, as cirurgias foram suspensas e milhares de cidadãos continuam sem médico de família. A Saúde parece, mesmo com uma pandemia dita mortífera, continuar a ser o parente pobre de um Orçamento de Estado. Nem quero acreditar que em 2021 irá mais dinheiro para a TAP e para as ferrovias do que para a Saúde. Dizemos mesmo que o grande cancro de Portugal é a falta de saúde da sua população. A falta de hospitais públicos, a falta de ambulâncias e de clínicos no interior e a impossibilidade financeira de um povo poder visitar um hospital privado. Isso, só em sonho. Como é que um cidadão com uma pensão de 200 euros pode ser operado no Hospital da CUF-Descobertas a uma Trigeminal Neuralgia, cirurgia delicada que tem um custo de 18 mil euros? Obviamente que neste país anda-se a brincar com a saúde de todos nós.

A covid-19 que tem sido apresentada através de testes que cientificamente ainda não foi provada a sua eficiência, tem provocado outros danos colaterais que muita gente nem faz ideia. Falei com um amigo que me transmitiu que nunca tinha chorado ao levar os filhos à escola, mas que desta vez ficou profundamente triste ao ver que a sua filha não podia abraçar nem beijar os amigos. E há mais danos inimagináveis: sabem que desde Março, devido ao confinamento, ao teletrabalho, ao layoff, ao controlo dos filhos encerrados em casa que as depressões aumentaram 300% e que desde Abril já se registaram cerca de 5.000 divórcios? Tudo isto é covid-19, a tal doença que segundo os responsáveis só ataca depois das 20 horas e que ingerir álcool depois dessa hora é óbvio que o líquido chama o vírus para o restaurante ou bar. A covid-19 continua tão estranha que o Conselho de Ministros reúne todas as semanas, mas apenas três ministros ficaram infectados. Trata-se de uma doença que não gosta de futebol visto que até deixou o Cristiano Ronaldo doente depois de estar a jantar com todos os colegas da selecção nacional e ninguém ficou infectado…

*Texto escrito com a ANTIGA GRAFIA

18 Out 2020

Duelo ao Sol: Barcelona 5 – Real Madrid 1

[dropcap]F[/dropcap]ixei uma antologia que sairá em 2021. Há sempre textos de que se têm pena que não estejam no lote dos salvados, como estes quatro:

NA VERDADE NÃO PODE HAVER UM ARMISTÍCIO

Na verdade, que armistício entre o que fui e o que sou? Fui pedra, fui fisga, fui uma lâmina intrometida entre o selo e a carta, fui aquele relógio que aparvalhou o Stockhausen, capaz até de florir. E fui quem que se esqueceu de retocar as cabrinhas de Giotto meio delidas, porque me entretive com a filha do curandeiro; e fui, meu Deus, o ignorante que não compreendeu que a poesia é o que na ciência se chama “um atractor estranho” – uma orelha para onde converjem cerejas.

Nada disso me amnistia: nunca me alistei na imensa vaga dos que anseiam pertencer, fundir-se, nem quis amarrar-me ao amor como se amarra ao cachorro um jardim que ele arrasta em corrida. Todavia que armistício, se me converti à clorofila? Se derrotar os hábitos é o mais difícil (cresça a criança entre ervilhas e julgar-se-á um gafanhoto) tinha o dever de lembrar: nenhum medíocre é inocente!

Vivo num país onde o riso é privado, embora o escândalo seja universal: não sairemos vivos dos incorporais com que engomamos os colarinhos do tempo. Quem nos arranca à automoribundia do alheamento?

Como pude esquecer-me que só respiramos no singular, que os pais de Sócrates se chamavam Sofronisco e Sefarete, e que, isso não lhe bastando, arranjou uma mulher com nome de palha-de-aço: Xantipa, onde depositou três ovos: Lampoclés, Sofronisco (um júnior, quem diria?) e Menexeno (a ferrugem que dá às algas). Depois deste descalabro (bem sei que em grego), aonde poderia o pensamento conduzi-lo senão ao cárcere?

Ser campeão de pingue-pongue aos oitenta, poderia ser um desígnio, declarado, apesar de ser sabido: os hamsters são reféns do destino. Mas o que fica é isto: não fui suficiente incisivo a lembrar que nenhum medíocre é inocente!

MESSI E RONALDO: DUELO AO SOL

Pende-lhe a franja sobre uns olhos de ratinho almiscarado – a fraca figura. O outro é só peitaça, o cabelo em crista, é esplêndido – em brilho e manicura. Mas no combate é Aquiles o primeiro e o segundo Heitor.

A assistência a Di Maria foi um primor de engenharia, o segundo foi já assinatura.

É uma pepita Cristiano, na orbe dos terrenos, mas Messi é selenita e precipita a sua alma na rota dos Deuses.
Há que ter calma, não humilhar mais o madeirense, ainda um astro na sua ilha mesmo que não mais que um amanuense no universo. A glória é só uma, para quê insistir na vilania de ver Cristiano depenado pela melancolia?

Abriram-se-lhe as pernas de espanto ou susto?
O treinador é que o topou e por isso o tirou, estava o herói embargado – assim ao menos caiu calçado.
Sempre que Cristiano encontra o argentino confunde os hinos e diante d’el gran sedutor a ialma lhe falece como o sangue a Heitor: Olé, olá, olé, olarilolé!

OS PONTOS NEGROS QUE NOS MAPAS INDICAM OS CEMITÉRIOS

Subia as escadas a matutar na urgência de despachar as provas do livro da Hilda Hilst, quando ouvi salmodiar.

Tinha quatro anos. Uma menina. Bonita e airosa como a mãe. Morava no 12º andar e encontrava-as na escada, borboletas arquejantes, lamentando sorridentes a eterna avaria do elevador. A menina era propensa às laringites e decidiram operá-la. Jaz agora na hirta rigidez da tumba.

A operação degenerou em espíritomiríade e tornou-lhe avaros os dedos, prometidos a búzios e pianos. A mãe lembra agora uma formiga preta consumida por dois canhões nos olhos.
Negligência médica. Foi o mês passado.

O de hoje tinha treze anos. Era tão gordo que na sua alma ouviam-se os batuques que afastam os hipopótamos. Mas era um bom menino, amigo dos seus amigos, e estivesse o céu crivado de estrelas ou de chuva não faltava aos seus deveres de guarda-redes.

Na véspera de começar a gabar-se “gosto de estar entre miúdas nices” (desconheço se tinha o afinco para isso), deslocou um pé. Coisa mais grave quando se não é mais leve que um cedro libanês. Vi-o três vezes a arrastar-se com o gesso para descer ou subir ao quarto andar, a mãe no comando da operação de desmantelamento & resgate, e desejei-lhe as melhoras.

O gesso foi mal colocado. Provocou uma ferida que gangrenou. Depois o sangue tomou antenas invisíveis e a locusta decapitou-o. Há quatro dias que se sucedem os cerimoniais, e até os degraus da escada se consternam sem saber que fazer sem todo aquele pólen que o miúdo carregava.
Deus, nestas paragens, tem mais mortos que dentes: eis o desdentado padrão, em fundo.

AS COISAS QUE IMPORTAM

As televisões anunciam: revólver de Al Capone leiloado em Londres.
E eu em Maputo. Serei sempre como a figueira, molenga, uma alma que é uma espelunca-de-aluger e incapaz de frutificar a tempo de ter as raízes pisadas pelas olorosas sandalinhas de Cristo.

Já perdi por um fio a guilhotina de Robespierre, um tufo da melena de Hitler, uma sela marchetada a marfim de Bush, o texano, um selo exortativo da Grã Perenidade de Mugabe e dois botões de punho de Kadhaffi.
Só nos últimos 6 meses.

É isto, sem nada para deixar aos filhos. Talvez um 123 para porem as farófias no ponto, mas, é lá o mesmo!
A minha vida deslaça sem que eu adira, ainda que simbolicamente, a um crime de monta, uma crueldade com estardalhaço que vergue de medo a própria sombra.

Que tristeza ó minha mãe, que me erodiste a ruindade: eis-me um podengo do bem! Uma revoluçãozinha, onde eu pudesse fuzilar os refractários e alguns poetas mais burgueses!
Chamava-lhes um figo. Hum!

Não há aí quem queira leiloar esta minha incapacidade para estar onde as coisas que importam acontecem?
Eu vendo, por muito dinheiro!

7 Out 2020

Universos intransferíveis

[dropcap]C[/dropcap]ristiano Reinaldo, és o meu maior fã!”, lia-se num cartaz exibido na bancada do Portugal-Luxemburgo. Percebe-se nesta frase como nas experiências performáticas o activo e o observador fazem um, é uma mera questão de transferência, neste caso assumida. Não actua Ronaldo “para” a bancada?

De igual modo se explica o êxito da autoficção nos últimos anos. Segundo Régine Robin, vinga nela um desejo de Proteu, o desejo de “ocupar todos os lugares”, desempenhando todos os papéis: “Representar todos os outros que estão em mim, me transformar em outro, dar livre curso a todo processo de virar outro, virar seu próprio ser de ficção ou, mais exatamente, esforçar-se para experimentar no texto a ficção da identidade; tantas tentações fortes, quase a nosso alcance e que saem atualmente do domínio da ficção”. Precisamente, o sujeito narrado é um sujeito fictício na medida em que se transformou num ser de linguagem. Para nós, filhos de Pessoa, isto é uma banalidade de base. A diferença é que Pessoa foi pioneiro. Foi pioneiro da estética da banalidade que se projectou com tais premissas, sem culpa própria ou retroactiva.

Em 39 houve o caso extraordinário de Idade do Homem, de Michel Leiris, seguido de perto pelo furacão Henry Miller, e no declinar dos setenta há um caso muito interessante de autoficção, Le Roman Vécu, de Alain Jouffroy, um poeta francês que merecia ser mais lido. Em Espanha fez furor o Francisco Umbral, e em Portugal também deveria tê-lo feito o Ruben A., era o país demasiado triste. Todos os demais casos de autoficção que vingaram, Bukovski ou o cubano Gutierrez parecem-me francamente menores em relação aos primeiros exemplos, e só a vulgaridade que se emula pela identificação, no plinto para a transferência, explica o sucesso.

Hoje, a autoficção satura, porque, entretanto, se premiaram a trivialidade e a arte de não ter talento. Basta figurar que a todos nos parecemos, para isso ser sinónimo de êxito pois o mecanismo da transferência é também expediente da psicologia dos carneiros.

Também andei por essas águas, metade dos meus livros narrativos, nomeadamente As Cinzas de Maria Callas, Tormentas de Mandrake e Tintin no Congo, A Maldição de Ondina e Éter – sulcam esse território.

Com os dois últimos livros, A Paixão Segundo João de Deus, e agora, Fotografar Contra o Vento, estou nos antípodas. Construo um universo paralelo e avanço fantasia dentro. E há (desde as Tormentas…) um trabalho sobre a linguagem, só me apanharão em descrições do tipo “a marquesa saiu de casa às cinco da tarde” se o relógio da marquesa estiver menstruado. Aos lugares comuns, uso-os, aconselhava o Hitchcock, para os desconstruir.

Fotografar Contra o Vento é uma “valsa de inadaptados”. Um romance de personagens, não exactamente “ratés”, mas que simplesmente procedem segundo uma lógica muito diversa.

Hoje, ao calcorrear a caminho do pão, pensando na frase do cartaz, percebi porquê. Quando procedemos segundo o bom senso e temos um comportamento “normal” situamo-nos numa dimensão de permutabilidade. Temos um valor situacional mas somos substituíveis na dinâmica do grupo. Pertencemos a algo maior que nós, e neste sentido aquele fã de futebol é facilmente substituível por outro, é apenas uma parcela momentânea na equação. As personagens dos livros/filmes realistas são habitualmente criaturas que atravessam uma crise, após o que voltam a ser “normais”.

Os meus personagens são peões de universos intransferíveis. Com eles não há clonagem, só têm a diferença para oferecer, não são convertíveis à troca. Como Quixote, como Bartebly, como o Capitão MacWhirr, do Tufão, de Conrad, como João de Deus, perdoem-me a pretensão.

Eis a contracapa: «Madrid, 22 de Maio de 2004. Após o desfile dos noivos Felipe de Bourbon e Letícia Ortiz pela cidade, os madrilenos seguem fascinados a cerimónia do casamento pela televisão. A esplanada do bar Katmandu, em Lavapiés, está à pinha e quando à pergunta do arcebispo se seguiu o juramento de Letízia Ortiz, que não gaguejou, parecia ler um teleponto, o gáudio encheu a esplanada de saúdes.

De repente, um homem vestido de toureiro sai numa corrida de dentro de bar, aos gritos de “terrorista”, e, com o capote aberto, aplaca a jovem que atravessara a esplanada e se preparava para se fazer explodir.

Como chegou ali Tomás Pinto Lume – aquele português bizarramente em traje de luces e com um ar combalido, que, logo a seguir a ter abortado o atentado, se retirou discretamente, furtando-se aos louros para mergulhar no mais enigmático anonimato?

Fotografar Contra o Vento segue o rasto deste anti-herói, um homem com sonhos e, sobretudo, uma ideia de dignidade um pouco entorpecente para qualquer trajectória de sucesso.

E quem é aquela figura, Cosmo, o aragonês – ex-jornalista internacional no Afeganistão, de onde regressou a pé para expiar uma culpa e se tornar vagabundo -, que por toda a parte se move como a sombra daquele falho toureiro, como se fossem dois palhaços fugidos ao cirque du soleil?

É confiável quem assegura ter por ideia fixa a mania de que Cervantes terá inutilizado a mão direita (e não a esquerda) na batalha de Lepanto, ou é um lunático, um aproveitador inescrupuloso? Como se encontraram as duas criaturas, tão diferentes entre si?

Pode um mundo mergulhado no cinismo ser ainda resgatado por uma história de amor, no trânsito entre um decadente bar de alterne (que há vinte anos abre com Life on Mars, a canção de Bowie) e a pensão Assis, tendo aos pés da cama um galgo afegão que dá pelo estranho nome de Beverly Hills? E como raio se relacionam estes personagens com o rapto daquela criança numa quinta dos arredores de Madrid?»

Alguma vez Pinto Lume fará uma faena? Nunca se tratou da tauromaquia. É apenas um homem que persegue um sonho e que rapidamente se entediaria se este se realizasse. O direito ao sonho é que o move. E no encalce deste direito paga todos os preços.

24 Out 2019

Cristiano Ronaldo assume que não foi fácil deixar Madrid e salienta percurso no Real

[dropcap]O[/dropcap] futebolista internacional português Cristiano Ronaldo assumiu ontem que não foi fácil deixar o Real Madrid, após nove temporadas na capital espanhola, e mostrou-se “muito orgulhoso” por tudo o que alcançou no emblema ‘merengue’.

“A minha saída do Real não foi fácil. Foram nove anos. Mesmo assim, em Itália, foi uma das melhores temporadas que fiz. Ganhei dois troféus pela Juventus e ainda uma Liga das Nações por Portugal. Foi um ano ‘top’”, afirmou Cristiano Ronaldo, durante a cerimónia em que foi agraciado com o prémio ‘Marca Leyenda’, entregue pelo diário desportivo Marca, em Madrid.

O avançado da Juventus revelou que sente falta da capital espanhola e confessou que “regressar a Madrid é muito especial”. O jogador luso, de 34 anos, aumenta o lote de personalidades ligadas ao futebol que já foram agraciados com o prémio ‘Marca Leyenda’, como Lionel Messi, Raúl González, Diego Maradona, Pelé ou Paolo Maldini, além de outros desportistas como Rafael Nadal, Michael Jordan, Michael Phelps, Paul Gasol, Roger Federer ou Usain Bolt.

“É um troféu que vai directamente para o meu museu, com muito orgulho. Estou a receber este prémio sobretudo pelo que fiz no Real Madrid. Tenho muito orgulho por tudo o que fiz no Real Madrid e quero agradecer a todos os que me ajudaram durante a minha carreira, desde que comecei no Nacional da Madeira”, referiu, numa cerimónia em que esteve presente do presidente do Real Madrid, Florentino Pérez.

Por outro lado, Ronaldo admitiu que a conquista do Euro2016, com a selecção portuguesa, continua a ser a mais especial: “É especial, as emoções são muito fortes quando ganhas algo pelo teu país. Foi o troféu mais especial que ganhei na minha carreira.”

Já quanto a uma possível conquista da Liga dos Campeões, ao serviço da Juventus, Ronaldo foi mais contido. “Vamos tentar como sempre. É uma competição muito difícil. Todas as equipas querem ganhá-la, Real Madrid, FC Barcelona, Atlético de Madrid, Manchester City. A Juventus vai lutar para conquistar a prova e espero que consiga”, transmitiu.

Cristiano Ronaldo passou nove temporadas no Real Madrid, onde chegou em 2009, proveniente do Manchester United. Pelos ‘merengues’ conquistou duas ligas espanholas, duas taças de Espanha, duas supertaças espanholas, quatro ligas dos campeões, três supertaças europeias e três mundiais de clubes.

Pelo Real Madrid, o avançado internacional português realizou 438 jogos e marcou 450 golos.
Ronaldo começou a carreira nas escolas do Andorinha, antes de representar Nacional da Madeira, Sporting, Manchester United e Real Madrid, de onde se transferiu para os italianos da Juventus, no início da época passada.

30 Jul 2019

Portugal vence Holanda e conquista Liga das Nações

[dropcap]U[/dropcap]m golo de Gonçalo Guedes permitiu hoje à selecção portuguesa de futebol conquistar a primeira edição da Liga das Nações, com um triunfo por 1-0 na final com a Holanda, no Estádio do Dragão, no Porto.

O jogador do Valência, que substituiu no ‘onze’ João Félix em relação às meias-finais, resolveu o encontro aos 60 minutos, com um remate à entrada da área, após um passe de Bernardo Silva.

O conjunto das ‘quinas’ arrebatou o segundo título internacional da sua história, depois do campeonato da Europa de 2016, então numa final com a anfitriã França (1-0, após prolongamento), graças a um golo de Éder.

10 Jun 2019

Cristiano Ronaldo diz que portugueses devem acreditar na selecção

[dropcap]O[/dropcap]futebolista Cristiano Ronaldo garantiu ontem aos portugueses que têm todos os motivos para continuar a acreditar no apuramento para o Euro 2020, apesar dos empates caseiros com a Ucrânia e Sérvia.

“Faltam muitos jogos, é uma qualificação na qual passam duas equipas. Com tranquilidade, vamos descansar, ir para os clubes e nos próximos jogos temos de ganhar. Tenho muita confiança nos nossos jogadores e treinador. Jogámos bem e tivemos oportunidades, simplesmente a bola não entrou, mas isso é futebol”, lamentou.

Ontem, no segundo jogo do grupo B, Portugal empatou 1-1 com a Sérvia, depois de na sexta-feira ter empatado 0-0 com a Ucrânia, também no Estádio da Luz, em Lisboa. “Garanto que vamos fazer tudo para estar no Euro 2020. Não há que estar nervosos ou perder esperança nesta equipa. Os adeptos têm de dar confiança aos nossos jogadores. E quem percebe de futebol, sabe que Portugal merecia ganhar os dois jogos. Nas vitórias, só contam as bolas que entram. Não entraram agora, nas próximas entrarão”, reforçou.

Em dia de 156.ª internacionalização ‘AA’, o ‘capitão’ saiu lesionado aos 30 minutos, devido a problema muscular, situação que não o preocupa.

“Estou tranquilo, pois sei que vou voltar bem daqui a uma ou duas semanas”, disse, assumindo conhecer a capacidade de reacção do seu “corpo”.

Depois de um hiato de cerca de meio ano em presenças na selecção, justificado com a adaptação à Juventus e futebol italiano, Cristiano Ronaldo garante estar “de corpo e alma” na equipa das ‘quinas’, assegurando que adora representar o país.

“Obviamente que sentia falta da selecção. Já são 16 anos e as coisas não se apagam de um momento para o outro. Algumas vezes temos de pensar em nós. Acho que foi a melhor decisão. O treinador percebeu a minha decisão e o próprio presidente também. Mas isso está ultrapassado”, concluiu.

26 Mar 2019

Euro2020 | Três novos alvos e um velho conhecido na mira de Ronaldo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] português Cristiano Ronaldo já ‘abateu’ metade das equipas que vão iniciar a fase de qualificação para o Euro2020 de futebol e pode adiccionar mais três ‘vítimas’ ao seu currículo, com o Luxemburgo a ser um ‘velho conhecido’.

Frente a Sérvia, Ucrânia e Lituânia, o avançado de 34 anos pode aumentar ainda mais a sua lista de selecções europeias que ‘sofreram’ com os seus golos, enquanto frente ao Luxemburgo o capitão da selecção portuguesa já leva três.

Das 55 equipas que vão iniciar o apuramento para a próxima fase final do Campeonato da Europa, Ronaldo marcou golos frente a 28, com Letónia, Suécia, Arménia e Andorra a serem os principais ‘prejudicados’, com o avançado a somar no total cinco golos perante estas três selecções.

Holanda, Ilhas Faroé e Hungria também se podem queixar da boa pontaria do jogador da Juventus, que leva quatro golos frente a estas selecções.

Depois do Euro2004 (fase final), Euro2008, Euro2012 e Euro2016, Ronaldo vai iniciar nova aventura europeia, com mais duas oportunidades de marcar frente à Sérvia, que foi adversário de Portugal no apuramento para o Europeu de Áustria/Suíça (2008) e Europeu de França (2016), tendo sempre ficado a zero.

Já contra Ucrânia e Lituânia, o avançado vai ter pela primeira vez ocasião de inscrever o nome destas equipas na sua lista de ‘vítimas’ e aumentar o seu registo recorde de 85 golos por Portugal, em 154 jogos.

Com o Luxemburgo, a história já é diferente, com Ronaldo a registar dois golos no apuramento para o Mundial2006 e Mundial2014, e outro num particular em 2011.

21 Mar 2019

Pontapés nos impostos

[dropcap]C[/dropcap]om escassos dias de diferença, duas das maiores e mais mediáticas figuras do desporto português e mundial foram condenados por tribunais do estado espanhol pela prática reiterada de crimes de evasão fiscal. Primeiro foi Cristiano Ronaldo, exímio avançado, várias vezes galardoado como melhor goleador do continente europeu e reiteradamente reconhecido como melhor futebolista do mundo: quase 19 milhões de euros teve que pagar ao fisco o prodigioso atleta, após perpetrar o maior crime fiscal da história do futebol mundial, um recorde agora devidamente homologado por competentes instâncias judiciais. Depois foi o treinador José Mourinho, temporariamente dedicado ao comentário televisivo e à patinagem acidental, condenado pelos tribunais ao pagamento de mais pequena – mas nem por isso modesta – verba, a rondar os 2 milhões de euros.

Com o seu magnífico desempenho a driblar autoridades tributárias, Ronaldo ultrapassou com clareza o anterior recordista da fraude fiscal no universo futebolístico, o astro argentino Leonel Messi, cujo crime de evasão ao fisco espanhol tinha sido reconhecido por tribunal adequado no valor de 15 milhões de euros, quase quatro milhões abaixo do impressionante registo do goleador português. Com performances de nível nitidamente inferior – mas ainda assim num elevadíssimo patamar – outras reconhecidas personalidades do universo futebolístico contribuíram com cerca de 90 milhões de euros para as receitas do fisco no Reino de Espanha nos últimos anos. James Rodrigues com 11 milhões, Neymar e Sandro Rosell (ex-Presidente do Barcelona) com cerca de 5 milhões (e o que mais se verá, que o assunto continua em investigação, com Rosell a ser objecto de cerrada marcação individual em cela prisional) e ainda Luca Modric, Marcelo, Di Maria, Mascherano, Falcão, Alexis Sanchez, Casillas, David Villa, Diego Costa, Dani Alves, Fábio Coentrão ou Figo, todos eles com valores em torno de um ou dois milhões de euros. Xabi Alonso tem o seu caso em julgamento e é o primeiro futebolista que corre o risco de ser condenado por crime fiscal a uma pena de prisão superior a dois anos, o que inviabilizaria a suspensão da pena (de que beneficiaram todos os outros atletas referidos) e obrigaria a detenção efectiva.

Não deixa de ser curioso que só em Espanha haja futebolistas que não apreciam particularmente o pagamento de impostos. É verdade que há casos pontuais julgados noutros países mas os tribunais espanhóis têm-se notabilizado internacionalmente pela regularidade com que condenam famosos e consagrados jogadores pela prática sistemática de crimes fiscais, que normalmente decorrem ao longo de vários anos, utilizando circuitos financeiros mais ou menos obscuros e tendencialmente dirigidos a paraísos fiscais internacionais, geralmente procurando tratar rendimentos regulares inerentes aos contratos de trabalho para a prática do futebol como se fosses rendimentos ocasionais relacionados com a exploração de direitos de imagem para os circuitos mediáticos globais. Certamente que semelhantes ardilosas habilidades processuais se desenvolvem com sabedoria noutras partes do mundo, mas pelos vistos o fisco espanhol teve a sensatez de apertar o cerco fiscalizador às transações financeiras dos milionários da bola, em vez dos trabalhadores “independentes” (“autónomos”, no caso), que com o mesmo trabalho de investigação renderiam meia dúzia de euros aos cofres do Estado.

Não serão só os futebolistas, naturalmente, a fintar autoridades fiscais por esse mundo fora. Na realidade, o processo generalizado de globalização e desregulação de movimentos financeiros a que temos assistido nas últimas décadas abre novas e mundialmente distribuídas oportunidades para a ocultação de rendimentos e para a evasão fiscal. Resulta daqui uma evidente dupla injustiça: por um lado, os Estados perdem recursos que deveriam ser aplicados em políticas públicas supostamente benéficas para toda a população; por outro lado, só os milionários têm acesso a este tipo de fuga, que requer a utilização de sofisticados meios jurídicos e financeiros, devidamente suportados por técnicos de elevadíssima reputação e não menos elevados honorários.

O processo de globalização económica que facilita o crime fiscal dos milionários tem também sido marcado por sistemáticas limitações nos orçamentos dos Estados em grande parte do mundo, impondo sucessivos mecanismos de austeridade, redução de gastos e limitação de investimentos em serviços públicos. Ao mesmo tempo – e certamente também por isso – aumentam todos os anos os índices de desigualdade social, com uma parte cada vez menor da população mundial a concentrar uma parte cada vez maior da riqueza. A evasão fiscal é um dos mais poderosos instrumentos para alimentar esta ganância e determinar esta obscena e insustentável evolução das sociedades em que vivemos. O problema merece, em todo o caso, escassa indignação pública. Já os golos magníficos concretizados por exímios futebolistas merecem ampla celebração em todo o mundo. Talvez não fosse má ideia equilibrar um bocadinho as coisas, digo eu, que até gosto de bola.

15 Fev 2019

Cristiano Ronaldo admite decepção por não ter vencido a Bola de Ouro

[dropcap]O[/dropcap] futebolista português Cristiano Ronaldo, avançado da Juventus, admitiu estar decepcionado por não ter conquistado a Bola de Ouro, entregue ao ex-colega no Real Madrid croata Luka Modric, numa entrevista conjunta publicada ontem por três jornais desportivos italianos.

“Acho que a mereço [a Bola de Ouro] cada ano. Trabalho para isso, mas se não ganhar o mundo não acaba. Respeito a decisão. No campo dei tudo para ganhar e os números não mentem”, refere Cristiano Ronaldo, em entrevista publicada pela La Gazzetta dello Sport, Corriere dello Sport e Tuttosport.

O internacional português, que no início da época trocou os espanhóis do Real Madrid pelos italianos da Juventus, felicitou Modric e observou que que “a vida continua” e para o ano prometeu “continuar a dar tudo para voltar a ganhar o troféu” que já ergueu por cinco vezes (2008, 2013, 2014, 2016 e 2017).

Traçado um balanço extremamente positivo da transferência para a Juventus, que considerou ter sido no “momento certo”, Cristiano Ronaldo lançou o desafio ao rival argentino Lionel Messi, do FC Barcelona, para lhe seguir as pisadas e mudar-se para Itália.

“Gostaria que Messi viesse para Itália um dia, podia fazer como eu e aceitar o desafio. Mas se ele está feliz lá [em Espanha], eu respeito. Ele é um jogador fantástico, um bom rapaz”, disse Cristiano Ronaldo, considerando que, tendo em conta a rivalidade histórica entre ambos, talvez o argentino sinta alguma falta dele.

Questionado sobre se gostaria de ver alguns dos seus antigos colegas de equipa na Juventus, Cristiano Ronaldo esquivou-se à resposta, elogiando o coletivo da Juventus, em que todos são de igual forma importantes, embora admita que a porta esteja sempre aberta aos bons jogadores, como Marcelo, por exemplo.

11 Dez 2018

Selecção portuguesa, sem Cristiano Ronaldo, concentra-se em Cascais

[dropcap]A[/dropcap] selecção portuguesa de futebol, ainda sem Cristiano Ronaldo, concentra-se hoje em Cascais, tendo em visto o duplo embate com Itália e Polónia, da Liga das Nações, que serão os últimos jogos da formação lusa em 2018.

Os 25 jogadores convocados, numa lista em que se destacam os regressos de José Fonte, Raphael Guerreiro, André Gomes e João Mário, todos campeões europeus, têm que se apresentar até às 22h00, numa unidade hoteleira de Cascais.

Como era esperado, o capitão Cristiano Ronaldo voltou a ficar de fora das opções do seleccionador Fernando Santos e só vai regressar à equipa em 2019.

Portugal defronta a Itália em 17 de Novembro, bastando-lhe um empate para vencer o Grupo 3 da Liga A e se qualificar para a ‘final four’ – que deverá organizar, em Junho de 2019 -, mas mesmo uma derrota em Milão poderá ser retificada três dias mais tarde, quando receber a lanterna-vermelha e já despromovida Polónia, em Guimarães.

 

Lista de 25 jogadores convocados

– Guarda-redes: Beto (Goztepe, Tur), Cláudio Ramos (Tondela) e Rui Patrício (Wolverhampton, Ing).

– Defesas: Cédric Soares (Southampton, Ing), João Cancelo (Juventus, Ita), José Fonte (Lille, Fra), Luís Neto (Zenit, Rus), Pepe (Besiktas, Tur), Rúben Dias (Benfica), Mário Rui (Nápoles, Ita) e Raphael Guerreiro (Borussia Dortmund, Ale).

– Médios: André Gomes (Everton, Ing), Bruno Fernandes (Sporting), Danilo Pereira (FC Porto), João Mário (Inter Milão, Ita), Pizzi (Benfica), Renato Sanches (Bayern Munique, Ale), Rúben Neves (Wolverhampton, Ing) e William Carvalho (Betis, Esp).

– Avançados: Bernardo Silva (Manchester City, Ing), Bruma (RB Leipzig, Ale), Gonçalo Guedes (Valência, Esp), Rafa Silva (Benfica), André Silva (Sevilha, Esp) e Éder (Lokomotiv Moscovo, Rus).

12 Nov 2018

Nacho diz que o Real Madrid tem que deixar de viver no passado com Ronaldo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] defesa Nacho Fernández afirmou hoje que o Real Madrid não pode continuar a viver no passado com Cristiano Ronaldo e que, mesmo sem o futebolista português, tem capacidade para continuar a vencer e a conquistar títulos.

“O Cristiano era muito importante para nós porque marcava 50 golos por temporada. Nós não temos a culpa que ele já não esteja cá e não podemos viver no passado. Temos que olhar para a frente com o que temos, que é um plantel muito bom e que tem capacidade para tudo”, afirmou Nacho Fernández.

Em entrevista à agência EFE, numa altura em que está a trabalhar junto da seleção espanhola, o defesa de 28 anos lembrou que, no início da temporada, quando o Real Madrid marcava golos e ganhava jogos, “ninguém se lembrava de Cristiano Ronaldo”, transferido no defesso para os italianos da Juventus.

“Ele [Cristiano Ronaldo] começou a temporada sem marcar golos na Juventus e dizia-se que por ter saído do Real Madrid já não conseguia marcar. Agora diz-se o contrário. No futebol tudo vai mudando”, considerou o internacional espanhol.

O Real Madrid, agora treinado por Julen Lopetegui, ex-técnico do FC Porto, leva uma série de quatro jogos seguidos sem vencer, incluído três derrotas, e também sem marcar qualquer golo.

“O plantel está com o treinador até à morte. Já vivemos situações bem piores, mas fomos sempre capazes de ultrapassar. Não posso garantir que, no final da época, o Real Madrid, vença todos os títulos, mas sabemos que vamos lutar por tudo até final”, frisou Nacho, que fez toda a sua carreira no clube ‘merengue”.

O defesa tem 21 internacionalizações pela Espanha e marcou o único golo com a camisola ‘roja’ no Mundial2018, no empate frente a Portugal (3-3).

9 Out 2018

Futebol | Hélder Costa estreia-se na selecção portuguesa e Éder regressa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] avançado Hélder Costa estreou-se hoje nos convocados da seleção portuguesa de futebol, para os jogos com a Polónia e a Escócia, numa lista em que se destaca o regresso de Éder e a ausência de Cristiano Ronaldo.

Cristiano Ronaldo (Juventus) continua de fora das convocatórias da seleção portuguesa e vai manter-se, pelo menos, na próxima ronda de jogos em novembro. “Houve uma conversa tripartida, entre o jogador, o presidente da Federação [Fernando Gomes] e concordámos que o jogador não estaria disponível nestas duas convocatórias. Nesta e na próxima”, disse Fernando Santos.

Apesar de não ir ser convocado para estas duas datas para jogos internacionais, em outubro e em novembro, o selecionador disse que no futuro Ronaldo continua disponível para representar a seleção.

Hélder Lopes, do Wolverhampton, é a única estreia nos convocados de Fernando Santos, aos quais regressa Éder (Lokomotiv Moscovo), autor do golo que deu o triunfo a Portugal no Euro2016.

Recuperado da lesão que o afastou do Mundial2018, Danilo (FC Porto) também está de volta às escolhas, assim como o lateral Kevin Rodrigues (Real Sociedad).

De fora, em relação à convocatória para os jogos com a Croácia e com a Itália, saíram Raphael Guerreiro (Borussia Dortmund), Gelson Martins (Atlético de Madrid) e Rony Lopes (Mónaco).

Portugal defronta a Polónia em Chorzow, em 11 de outubro, na segunda jornada da Liga das Nações, visitando três dias depois a Escócia, num encontro particular.

Lista de 25 jogadores:

  • Guarda-redes: Beto (Goztepe, Tur), Cláudio Ramos (Tondela) e Rui Patrício (Wolverhampton, Ing).
  • Defesas: Cédric Soares (Southampton, Ing), João Cancelo (Juventus, Ita), Kevin Rodrigues (Real Sociedad, Esp), Luís Neto (Zenit, Rus), Mário Rui (Nápoles, Ita), Pedro Mendes (Montpellier, Fra), Pepe (Besiktas, Tur) e Rúben Dias (Benfica).
  • Médios: Bruno Fernandes (Sporting), Danilo Pereira (FC Porto), Gedson Fernandes (Benfica), Pizzi (Benfica), Renato Sanches (Bayern, Ale), Rúben Neves (Wolverhampton, Ing), Sérgio Oliveira (FC Porto) e William Carvalho (Bétis, Esp).
  • Avançados: André Silva (Sevilha, Esp), Bernardo Silva (Manchester City, Ing), Bruma (RB Leipzig, Ale), Éder (Lokomotiv Moscovo, Rus), Gonçalo Guedes (Valência, Esp) e Hélder Costa (Wolverhampton, Ing).
4 Out 2018

Fernando Santos: “Acredito no Ronaldo e sei que ele não cometeria um crime desse tipo”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] selecionador nacional de futebol, Fernando Santos, mostrou-se solidário para com Cristiano Ronaldo e disse não acreditar que o capitão de Portugal tenha cometido o crime de que está a ser acusado.

“Estou completamente de acordo com as declarações do presidente da Federação [Fernando Gomes]. Apesar de separar as questões pessoais das profissionais, tenho sempre atenção às questões pessoais dos meus jogadores. Acredito no que ele publicou há dias, reafirmando que está inocente. Conheço bem o Cristiano Ronaldo, acredito plenamente no que ele diz e sei que ele não cometeria um crime desse tipo”, afirmou, em conferência de imprensa.

Fernando Santos, que divulgou a convocatória para o encontro da Liga das Nações A com a Polónia e o particular com a Escócia, na qual volta a não estar incluído Ronaldo, que está a ser alvo de uma investigação nos Estados Unidos por alegada violação de uma mulher norte-americana.

A conferência acabou, inevitavelmente, por ser dominada por esta situação que envolve o jogador da Juventus, mas o selecionador recusou-se a revelar o teor da conversa que manteve com o jogador e “amigo” Cristiano Ronaldo.

Já hoje, em declarações à Lusa, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) manifestou “total solidariedade” em relação ao internacional luso.

Numa mensagem publicada na rede social Twitter, na véspera, Cristiano Ronaldo negou “terminantemente” as acusações de que é alvo. “Considero a violação um crime abjeto, contrário a tudo aquilo que sou e em que acredito. Não vou alimentar o espetáculo mediático montado por quem se quer promover à minha custa”, escreveu o capitão da seleção portuguesa.

O jogador da Juventus, de 32 anos, é acusado por Kathryn Mayorga, que diz ter sido violada por Cristiano Ronaldo em 13 de junho de 2009 durante uma festa num hotel de Las Vegas, no estado norte-americano do Nevada.

A polícia local anunciou na segunda-feira a reabertura da investigação, depois de Kathryn Mayorga, professora, de 34 anos, ter apresentado queixa na semana passada num tribunal do condado de Clarck, Las Vegas.

Kathryn Mayroga denunciou a presumível violação à polícia de Las Vegas em 2009 e foi submetida a exames médicos, mas, segundo as autoridades, recusou-se a identificar o alegado agressor, uma versão contrariada na quarta-feira por um dos seus advogados, Leslie Stovall, que garante que a sua cliente nomeou Cristiano Ronaldo.

Os advogados, que dizem não perceber por que parou a investigação, vão apresentar uma ação contra Ronaldo pelos crimes de violação sexual, tentativa de assédio sexual, coação para fraude, agressão a uma pessoa vulnerável, conspiração, difamação, abuso de processo, tentativa de silenciar o caso, tentativa de concretizar um acordo de não divulgação, negligência e violação de contrato.

Assim que for notificado, o internacional português da equipa italiana Juventus terá 20 dias para responder à queixa.

Os advogados de Mayorga referem ainda que a mulher terá sofrido distúrbios emocionais na sequência do incidente, tendo ficado frágil e sofrido de depressão. A situação terá ainda levado a suposta vítima a pensar em suicídio, bem como ao abuso do álcool, perda do emprego e com relações pessoais afetadas.

Argumentam também que a mulher foi conduzida a um especialista, que lhe diagnosticou uma disfunção pós-traumática e uma depressão, consequência da alegada violação por parte de Cristiano Ronaldo.

Kathryn Mayorga alega que terá sido coagida a assinar um acordo de confidencialidade a troco de cerca de 375 mil dólares, assentimento que agora os seus advogados consideram não ter valor legal.

Presidente da FPF manifesta “total solidariedade”

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, manifestou também “total solidariedade” em relação a Cristiano Ronaldo.

“Em meu nome e em nome da Federação Portuguesa de Futebol expresso total solidariedade ao Cristiano Ronaldo, numa altura em que o seu bom nome e reputação estão a ser postos em causa. Acredito nas palavras que ele emitiu ontem [quarta-feira], não só porque defendo a presunção de inocência como princípio basilar de um estado de direito, mas também porque conheço o Ronaldo há muitos anos e sou testemunha do seu bom caráter”, disse Fernando Gomes, em declarações à Lusa.

4 Out 2018

Cristiano Ronaldo candidato ao melhor 11 da época pela FIFpro

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] futebolista Cristiano Ronaldo é o único português na lista de 55 jogadores anunciados pela Associação de Futebolistas Internacionais (FIFpro) como candidatos ao ‘11’ da época 2017/18.

Numa votação de 25.000 jogadores de 65 países, a FIFpro avança com o nome de cinco guarda-redes, 20 defesas, 15 médios e 15 avançados.

No âmbito dos prémios da FIFA, os associados da FIFpro escolhem uma equipa com um guarda-redes, quatro defesas e quatro avançados, que se destacaram na época 2017/18 e que entram na eleição da equipa da época da FIFA.

Os vencedores serão conhecidos na cerimónia de prémios da FIFA em 24 de setembro, em Londres, durante a qual será também conhecido o vencedor do prémio The Best, de melhor jogador do mundo, ao qual concorrem Cristiano Ronaldo, Salah e Luka Modric.

Nas escolhas dos jogadores para o melhor 11 concorrem os guarda-redes Gianluigi Buffon, Thibaut Courtois, David De Gea, Marc André Ter Stegen e Keylor Navas.

Na lista são escolhidos 20 defesas: Jordi Alba, Dani Alves, Daniel Carvajal, Giorgio Chiellini, Virgil van Dijk, Diego Godin, Mats Hummels, Joshua Kimmich, Dejan Lovren, Marcelo, Yerry Mina, Benjamin Pavard, Gerard Pique, Sergio Ramos, Thiago Silva, Kieran Trippier, Samuel Umtiti, Raphaël Varane, Sime Vrsaljko e Kyle Walker.

Nos médios, Andrés Iniesta surge na lista pelo 12.º ano consecutivo, na qual se encontram também Casemiro, Sergio Busquets, Philippe Coutinho, De Bruyne, Eden Hazard, Isco, N´golo Kanté, Toni Kroos, Matic, Luka Modric, Paul Pogba, Ivan Rakitic, David Silva e Arturo Vida.

Na linha da frente, além de Cristiano Ronaldo são escolhidos pelos jogadores Karim Benzema, Cavani, Paulo Dybala, Antoine Griezmann, Harry Kane, Robert Lewandowski, Romelu Lukaku, Mario Mandzukic, Sadio Mane, Kylian Mbappe, Lionel Messi, Neymar e Mohammed Salah.

O extremo português, cinco vezes vencedor do troféu de melhor do Mundo, esteve em cada lista de 55 nomeados desde a primeira edição do 11 da época, em 2004/05, um recorde que partilha com o guarda-redes italiano ‘Gigi’ Buffon.

11 Set 2018

Ronaldo com estreantes Modric e Salah na ‘corrida’ para melhor do ano na Europa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] repetente e totalista de todos os pódios Cristiano Ronaldo sabe esta quinta-feira, dia 30, se ergue o troféu de melhor jogador da Europa pela terceira vez consecutiva, perante a oposição dos estreantes Luka Modric e Mohamed Salah.

Vencedor do galardão para premiar o melhor futebolista a jogar na Europa durante a temporada anterior por três vezes (2013/14, 2015/16 e 2016/17), em sete edições, Cristiano Ronaldo tem como opositores o croata Luka Modric e o egípcio Mohamed Salah.

Como principais argumentos para a revalidação do troféu, Ronaldo, de 33 anos, que no início da época trocou os espanhóis do Real Madrid pelos italianos da Juventus, apresenta a conquista da Liga dos Campeões, reforçada com o estatuto de melhor marcador.

Presente no Mundial2018, na Rússia, Ronaldo caiu com a seleção portuguesa nos oitavos de final perante o Uruguai (2-1), mas deixou a sua marca na lista de melhores marcadores ao apontar quatro golos.

O seu ex-colega de equipa Luka Modric, de 32 anos, que marca presença pela primeira vez no trio de finalista, ostenta também como principal argumento a conquista da Liga dos Campeões, pelo Real Madrid, ao que acresce o título de vice-campeão do mundo pela Croácia.

Modric foi ainda considerado o melhor jogador do Mundial2018, que a Croácia perdeu na final disputada com a vice-campeã europeia França, por 4-2.

Mohamed Salah, de 26 anos, dos ingleses do Liverpool, surge como o ‘outsider’ na luta a dois pelo título de melhor futebolista a jogar na Europa, mas teve o mérito de deixar de fora candidatos como Antoine Griezmann (Atlético de Madrid), Lionel Messi (FC Barcelona) e Mbappé (Paris Saint-Germain).

Como argumentos para ombrear com Ronaldo e Modric, Salah surge como finalista vencido da Liga dos Campeões e autor de 44 golos pelo Liverpool na última temporada. No Mundial2018, Salah marcou um golo, mas o Egito caiu na primeira fase.

O argentino Lionel Messi, do FC Barcelona, vencedor por duas vezes do troféu (2010/11 e 2014/15) e presença habitual entre os finalistas, que falhou apenas por duas vezes até esta época, não foi além do quinto lugar na seleção dos finalistas, atrás de Griezmann. Messi concorre apenas para o prémio de avançado do ano, contando com os rivais Ronaldo e Salah.

Ronaldo é o único totalista de presenças no trio de finalistas ao prémio de melhor jogador, com sete em sete edições, tendo vencido em 2013/14, 2015/16 e 2016/17, sido segundo em 2011/12 e terceiro em 2012/13 e 2014/15.

29 Ago 2018

Cristiano Ronaldo já trabalha “no duro” pela Juventus

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]ristiano Ronaldo já trabalha “no duro” com a Juventus, campeã italiana de futebol, tendo ontem evoluído com vários companheiros que também integraram os trabalhos mais tarde devido à participação no Mundial 2018 da Rússia.

“Primeiro treino no duro. Trabalho feito!”, escreveu o ‘capitão’ da seleção de Portugal nas redes sociais.

Um dia depois de ter passado por um conjunto de exames médicos, o ex-Real Madrid esteve a trabalhar no ‘JTC’, o Juventus Training Camp, juntamente com um quinteto sul-americano.

Os argentinos Paulo Dybala e Gonzalo Higuaín, o colombiano Juan Cuadrado, o brasileiro Douglas Costa e o uruguaio Rodrigo Betancur fizeram companhia a Cristiano Ronaldo, que no mundial também passou a fase de grupos por Portugal.

O apronto de hoje baseou-se em corrida e diferentes circuitos de exercícios físicos, além dos habituais alongamentos no final da sessão.

A Juventus está nos Estados Unidos a disputar a International Champions Cup, jogando na madrugada de quinta-feira frente a uma seleção do campeonato norte-americano.

Aos 33 anos, o ‘capitão’ da seleção de Portugal assinou pela heptacampeã de Itália, que pagou aos ‘merengues’ 112 milhões de euros.

Cristiano Ronaldo, que assumiu um vínculo de quatro épocas, foi eleito o melhor futebolista do mundo por cinco vezes, tantas quanto o argentino Lionel Messi, estando entre os 10 finalistas para o cetro em 2018.

Depois de deixar o Sporting em 2003, ‘CR7’ jogou no Manchester United até 2009, ano em que se mudou para o Real Madrid, clube pelo qual marcou 450 golos em 438 jogos e venceu, entre outros títulos, quatro ligas dos campeões e três mundiais de clubes.

1 Ago 2018

Cristiano Ronaldo diz que foi “uma decisão fácil” escolher Juventus

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] futebolista português Cristiano Ronaldo disse que a opção pela Juventus “foi uma decisão fácil”, tendo em conta a dimensão do clube campeão italiano, pelo qual assinou por quatro anos, após nove épocas no Real Madrid.

“Como disse muitas vezes, é uma das melhores equipas do mundo. Sempre disse quer era um clube no qual gostaria de jogar. Foi uma decisão fácil, pela dimensão do clube, e foi um passo importante na minha carreira. É o melhor clube italiano, habitado a ganhar, com um grande treinador, grandes jogadores e um grande presidente”, afirmou o avançado português, na apresentação como jogador da ‘Juve’.

O capitão da seleção portuguesa, de 33 anos, disse que não estava triste por deixar ao Real Madrid e sublinhou que não vai para Turim para terminar a carreira: “Há jogadores que vão para a China ou para o Qatar, para terminar carreira. Eu não, venho quase rejuvenescer, para um clube grande”, disse Cristiano Ronaldo, manifestando-se “agradecido à Juventus pela oportunidade de continuar a carreira”.

“Foi uma história brilhante no Real Madrid, que me ajudou muito. Agradeço aos adeptos, que me ajudaram a ser o que sou hoje, mas esta é uma etapa nova. Estou muito feliz, é como se estivesse a começar de novo”, sublinhou Ronaldo, pelo qual a ‘vecchia signora’ pagou 100 milhões de euros ao clube espanhol.

Sobre os objetivos da Juventus, o goleador luso disse que “a Liga dos Campeões não é uma obsessão, é uma prioridade”, e espera ajudar a equipa de Turim a lutar por todos os troféus nas competições em que estiver envolvida.

17 Jul 2018