Japão | Autoridades apanham e matam urso que atacou empregado de supermercado

Um urso negro asiático foi ontem capturado e morto em Akita, no nordeste do Japão, depois de no sábado ter entrado num supermercado onde atacou e feriu um funcionário, disse a polícia local. O animal foi apanhado ontem de manhã (hora local) numa das armadilhas com mel, maçãs e pão que as autoridades montaram numa área de armazenamento da loja.

Cerca de 20 empregados do supermercado foram surpreendidos no sábado pela entrada do urso, com cerca de um metro de altura, quando se preparavam para o início do dia, antes da abertura ao público. O animal atacou um dos trabalhadores, de 47 anos, que sofreu ferimentos na testa e nas orelhas, embora sem perigo de vida, indicou a polícia e os meios de comunicação locais.

As autoridades japonesas pediram ao público para se manter vigilante neste Outono, antes de os ursos entrarem em hibernação, tanto nas zonas rurais como nas urbanas, devido ao número recorde de avistamentos de ursos em zonas povoadas este ano.

Perante o aumento do número de avistamentos e ataques de ursos negros asiáticos nos últimos anos, vários municípios japoneses implementaram sistemas de vigilância digital para localizar os ursos que vagueiam em zonas habitadas por humanos.

O sistema de monitorização da cidade de Akita registou quatro avistamentos na sexta-feira, numa cidade com cerca de 300 mil residentes.

Especialistas disseram acreditar que o número crescente de encontros com ursos no Japão se deve aos efeitos das alterações climáticas, que estão a tornar escassos alimentos, empurrando os animais a procurar frutos e insectos em zonas povoadas.

3 Dez 2024

Líderes chinês e japonês encontram-se pela primeira vez e tentam aliviar tensões

Os líderes da China e do Japão encontraram-se pela primeira vez, à margem do fórum da Cooperação Económica Ásia-Pacífico, em Lima (Peru), para desenvolver a comunicação bilateral entre os dois países e tentar aliviar tensões.

Assim, o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, comprometeram-se, no encontro, a desenvolver a comunicação bilateral para tentar aliviar as tensões entre os dois países, desde a polémica descarga de água tratada da central nuclear japonesa de Fukushima até à disputa histórica sobre as ilhas Diaoyu.

“Acabei de realizar uma reunião de alto nível com o Presidente chinês para promover uma relação mutuamente benéfica baseada em interesses estratégicos comuns e para construir ‘relações construtivas’”, disse o primeiro-ministro japonês numa mensagem na conta oficial do governo japonês na rede social X.

“Continuaremos a melhorar a comunicação, incluindo ao nível da cimeira, para atenuar os problemas e as preocupações, bem como para reforçar a cooperação e a coordenação entre os nossos dois países”, acrescentou o primeiro-ministro japonês após o seu primeiro encontro com o líder chinês. Ishiba é chefe do governo japonês desde 1 de Outubro.

Elefante na sala

Xi Jinping felicitou Ishiba pela sua nomeação, antes de concordar que os dois países se encontram num “momento crítico” para melhorar as relações e estabelecer laços “construtivos e estáveis”, segundo a Europa Press.

Durante o encontro, o primeiro-ministro japonês pediu ao Presidente chinês que acelerasse o levantamento das restrições impostas pelo seu país à importação de peixe e marisco japoneses, decididas em resposta ao derrame de Fukushima, que, segundo Pequim, representa uma ameaça para as suas águas apesar das garantias oferecidas por Tóquio, em troca da implementação de um novo programa de controlo deste procedimento, que incluiria a participação de peritos chineses.

18 Nov 2024

Japão | Primeiro-ministro prepara reunião com Xi Jinping

O Governo do Japão disse estar a preparar o primeiro encontro entre o novo primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, e o Presidente da China, Xi Jinping, possivelmente ainda esta semana. “Estamos a preparar-nos para poder realizar a reunião”, disse o porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, quando questionado durante uma conferência de imprensa sobre um potencial encontro.

“Entre o Japão e a China existem muitas possibilidades e, ao mesmo tempo, muitos problemas e questões pendentes. Por isso, é importante manter diálogos e comunicações de alto nível, incluindo com chefes de Estado”, acrescentou Hayashi. De acordo com fontes governamentais citadas pela agência de notícias japonesa Kyodo e pelo diário económico Nikkei, Ishiba e Xi poderão encontrar-se já na sexta-feira.

A reunião poderá realizar-se à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês), a decorrer em Lima desde domingo e com a presença dos dois líderes.

Hayashi indicou que tanto a cimeira da APEC como a cimeira do G20, o grupo das 20 maiores economias mundiais, no Brasil, na próxima semana, serão oportunidades para um encontro.

Na sexta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês confirmou que Xi Jinping vai estar em Lima, entre 13 e 17 de novembro, e o Rio de Janeiro, de 17 a 21 de novembro, para participar nas duas cimeiras.

Hayashi disse que o encontro com Xi viria no seguimento de uma reunião com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, à margem de uma cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que marcou a estreia diplomática de Ishiba.

O porta-voz lembrou que, no encontro realizado em outubro, no Laos, Ishiba e Li concordaram que o Japão e a China “iam continuar a comunicar a vários níveis”.

As relações entre Tóquio e Pequim deterioraram-se em resultado da aproximação da China à Rússia, após a invasão da Ucrânia, e na sequência da intensificação das atividades militares chinesas em torno do arquipélago japonês, em muitos casos no âmbito de manobras conjuntas com Moscovo.

Em agosto, o Japão descreveu a incursão de um avião militar chinês no espaço aéreo do país, junto às ilhas Danjo, na província de Nagasaki, como uma “grave violação da soberania japonesa”.

A câmara baixa da Dieta (parlamento) do Japão reelegeu na segunda-feira Shigeru Ishiba como primeiro-ministro, por uma maioria simples, depois de a coligação no poder ter perdido a maioria absoluta nas últimas eleições. Ishiba lidera o primeiro governo minoritário do Japão em cerca de três décadas.

13 Nov 2024

Japão | PM confirmado no cargo pelo parlamento

A câmara baixa da Dieta (parlamento) do Japão reelegeu ontem Shigeru Ishiba como primeiro-ministro, pela maioria simples da coligação no poder e depois de ter perdido a maioria absoluta nas últimas eleições. Ishiba obteve 221 votos de um total de 465 na câmara baixa na segunda volta da votação contra Yoshihiko Noda, o principal líder da oposição, que obteve 160 votos.

O actual líder japonês vai chefiar um Governo numa posição muito mais fraca do que a que detinha antes das últimas eleições, quando o Partido Democrático Liberal Democrático (PDL) de Ishiba e o Komeito (budista) detinham a maioria absoluta.

Ishiba vai liderar o primeiro governo minoritário do Japão em cerca de três décadas e, também pela primeira vez em 30 anos, foram necessárias duas voltas de votação na câmara baixa para eleger o primeiro-ministro.

A fase política invulgar e incerta em que o Japão está a entrar, depois de o PDL, que tem governado praticamente sem interrupções desde 1955, ter sofrido um choque eleitoral nas eleições antecipadas do dia 27, convocadas por Ishiba, depois de ter ganhado as primárias partidárias.

O político, de 67 anos, assumiu as rédeas de um PDL mergulhado numa profunda crise de liderança, desde a saída do histórico Shinzo Abe, em 2020, e sucessivos escândalos, o último dos quais de corrupção, uma das razões do castigo dos eleitores.

As promessas de reformismo e honestidade, e a equipa governamental de que se rodeou no início de Outubro – repleta de figuras veteranas e de continuidade – não foram suficientes para reconquistar a confiança dos eleitores, e o PDL obteve o pior resultado nas últimas eleições desde a última vez que perdeu o poder, em 2009.

12 Nov 2024

PM japonês promete “reformas fundamentais” após perder maioria

O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, prometeu ontem iniciar “reformas fundamentais” dentro do Partido Democrático Liberal (PDL, conservador de direita), que perdeu a maioria na Câmara Baixa do Parlamento após as eleições gerais de domingo.

“Vou iniciar reformas fundamentais em matéria de financiamento e política”, declarou Ishiba à imprensa. O responsável pela campanha do PDL demitiu-se ontem, na sequência do desaire, confirmou um dirigente do partido à agência de notícias France-Presse.

“Como funcionário eleitoral, apresentei a minha carta de demissão” ao primeiro-ministro e presidente do partido, Shigeru Ishiba, “para assumir a responsabilidade pelo resultado, e [a demissão] foi aceite”, disse Shinjiro Koizumi, citado pela televisão japonesa Fuji TV.

Ishiba atribuiu o desaire eleitoral à “suspeita, desconfiança e raiva” entre os eleitores após o escândalo financeiro que abalou o PDL. “O maior factor é a suspeita, a desconfiança e a raiva que não desapareceram em relação ao problema do financiamento e da política”, disse o primeiro-ministro à imprensa.

O escândalo financeiro, que já tinha contribuído para a impopularidade do anterior primeiro-ministro, Fumio Kishida, levou o PDL a punir várias dezenas de membros por não terem declarado o equivalente a vários milhões de euros, recolhidos através da venda de bilhetes para noites de angariação de fundos.

Daqui não saio

Shigeru Ishiba garantiu ontem que pretende manter-se no cargo apesar do desaire eleitoral, indicando que não pretende criar um “vácuo político”.

“Quero cumprir o meu dever, que é proteger a vida das pessoas, proteger o Japão”, insistiu o primeiro-ministro. Horas antes, Ishiba já tinha reconhecido à emissora pública NHK que o partido recebeu um “duro julgamento” por parte dos eleitores. De acordo com projeções baseadas em sondagens à boca das urnas, a coligação do PDL com o aliado Komeito não deverá obter a maioria absoluta.

No final de uma campanha em que sofreu com a elevada inflação no Japão e com as consequências de um escândalo financeiro, o PDL poderá ter conquistado entre 153 e 219 lugares, segundo as primeiras projeções. Este número é muito inferior à maioria absoluta de 233 lugares, num total de 465.

Sem uma maioria absoluta com o seu parceiro de coligação, o PDL terá de procurar outros aliados ou formar um Governo minoritário precário, uma vez que a oposição continua demasiado fragmentada para propor uma alternativa.

Este resultado será praticamente inédito na história do PDL, que conseguiu manter-se no poder quase ininterruptamente desde 1955. Ishiba, 67 anos, que se tornou primeiro-ministro em 01 de Outubro, tinha convocado as eleições antecipadas, prometendo aos eleitores “um novo Japão”, com um programa de reforço da segurança e da defesa, de aumento do apoio às famílias com baixos rendimentos e de revitalização do mundo rural japonês.

29 Out 2024

Japão | Legislativas antecipadas para consolidar partido no poder

Os japoneses vão às urnas no domingo em legislativas antecipadas para consolidar a legitimidade do novo primeiro-ministro, mas o partido no poder, impopular devido à inflação e escândalos, poderá não obter a maioria absoluta.

Shigeru Ishiba, de 67 anos, tomou posse na chefia do Governo nipónico, no início de Outubro, depois de ter sido eleito líder do Partido Democrático Liberal, que tem estado no poder quase ininterruptamente no Japão desde 1955, mas que tem sido prejudicado nos últimos anos pela inflação e por escândalos político-financeiros.

“Esta é uma eleição extremamente difícil. Estamos a enfrentar ventos contrários sem precedentes”, admitiu o líder, na semana passada, durante uma visita de campanha.

Os 465 lugares da câmara baixa do parlamento serão renovados no final do escrutínio, no qual participam 1.344 candidatos, incluindo um número recorde de mulheres, apesar de representarem apenas 23 por cento dos candidatos, num país marcado por grandes desigualdades de género.

A coligação formada pelo PDL e pelo parceiro de centro-direita Komeito tinha uma confortável maioria de 288 lugares na assembleia cessante, mas a taxa de aprovação do Governo é de 33 por cento, contra 39 por cento de insatisfeitos, indica uma sondagem realizada no passado fim de semana para o diário Asahi.

O jornal considerou que o PDL e o Komeito correm o risco de perder a maioria. Em todo o caso, “a diferença de lugares entre o PDL e a oposição vai diminuir e vai surgir uma nova situação na política japonesa depois das eleições”, disse Masato Kamikubo, professor de política na Universidade de Ritsumeikan.

Confiança abalada

Shigeru Ishiba, que espera consolidar o mandato para implementar um programa de reforço da segurança e da defesa, aumentar o apoio às famílias com baixos rendimentos e revitalizar o mundo rural japonês, estabeleceu o modesto objectivo de ganhar 233 lugares (o limiar para uma maioria absoluta) com o parceiro de coligação.

No entanto, Kamikubo advertiu que o aumento acentuado da inflação no Japão desde 2022 e a queda do poder de compra, uma fonte de descontentamento e impopularidade para Fumio Kishida, o antecessor de Ishiba, podem pesar nas eleições.

O partido está também a pagar na opinião pública o preço de um vasto escândalo político e financeiro, com várias dezenas de membros a serem punidos internamente por não terem declarado o equivalente a vários milhões de euros, recolhidos através da venda de bilhetes para noites de angariação de fundos e que o PDL lhes devolveu depois.

Uma perda de maioria do PDL na câmara baixa do parlamento seria a primeira desde 2009, quando perdeu para a oposição de centro-esquerda, antes de regressar ao poder em 2012.

O Partido Democrático Constitucional (PDC), que liderou o Japão durante esses três anos e principal força da oposição parlamentar com 99 lugares antes da dissolução, é liderado por Yoshihiko Noda, que foi primeiro-ministro em 2011-2012.

“A maioria dos japoneses confia em Noda”, cujo posicionamento “não é muito diferente do do PDL”. “Um conservador, com uma política muito pragmática”, sublinhou Masato Kamikubo. No entanto, uma vitória do PDC é “difícil porque a oposição está muito dividida”, acrescentou.

Shigeru Ishiba, que venceu a corrida presidencial do PDL por uma margem estreita contra a rival ultraconservadora Sanae Takaichi, também está sob ameaça dentro do partido, “independentemente do resultado das eleições”, considerou Rintaro Nishimura, especialista em política japonesa na consultora The Asia Group.

25 Out 2024

Tóquio | Morreu aos 76 anos actor japonês Toshiyuki Nishida

O actor Toshiyuki Nishida, figura lendária dos filmes de Takeshi Kitano e um dos rostos mais queridos do cinema japonês nas últimas décadas, foi encontrado morto na sua casa em Setagaya (oeste de Tóquio), disse ontem a polícia.

As autoridades estão a investigar os pormenores do incidente, avançou a emissora pública japonesa NHK. O alerta foi dado por uma pessoa não identificada, que entrou na casa e encontrou o actor morto na cama, indicou a agência de notícias local Jiji.

Nascido a 04 de Novembro de 1947 em Fukushima (nordeste), o actor e executivo japonês participou em 163 filmes e séries e foi um dos actores mais queridos do Japão. Entre os papéis mais notáveis está o do general Kajima no filme “Emperor” (2012), sobre a rendição do Japão durante a Segunda Guerra Mundial, que também contou com os desempenhos dos actores norte-americanos Tommy Lee Jones e Matthew Fox.

Também em dois dos filmes da saga “Outrage” (2012 e 2017), escritos, realizados e protagonizados por Takeshi Kitano, filmes de acção sobre a luta pelo poder na máfia japonesa (“yakuza”).

Em “The Ramen Girl” (“Sozinha em Tóquio”, 2008), do nova-iorquino Robert Allan Ackerman, Nishida interpretou um ‘chef’ de ramen (Maezumi) que deve ensinar uma mulher norte-americana, a cargo de Brittany Murphy, a preparar este prato clássico e tornar-se sucessora no restaurante. Murphy, de 32 anos, foi encontrada morta a 20 Dezembro de 2009, na casa em Los Angeles.

18 Out 2024

Novo PM japonês preocupado com divisões globais

O novo primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, advertiu que “a Ucrânia de hoje pode ser a precursora da Ásia Oriental de amanhã”, numa referência velada aos receios de uma invasão chinesa de Taiwan. “Porque é que a dissuasão não funcionou na Ucrânia?”, questionou Ishiba no seu primeiro discurso político perante o parlamento japonês, citado pela agência francesa AFP.

Ishiba, 67 anos, tomou posse como primeiro-ministro do Japão na passada terça-feira, sucedendo a Fumio Kishida, que se demitiu após vários escândalos de corrupção no Partido Liberal Democrático (PDL) terem feito cair a sua popularidade.

“Se tivermos também em conta a situação no Médio Oriente, a comunidade internacional está cada vez mais dividida e propensa a confrontos”, disse Ishiba.

As relações entre o Japão e a China têm-se deteriorado nos últimos anos. Pequim tem afirmado a presença militar em territórios disputados na região e Tóquio tem reforçado os laços de segurança com os Estados Unidos e os seus aliados.

Ishiba apoia a criação de uma aliança militar regional nos moldes da NATO e afirmou, na passada terça-feira, que a segurança do Japão “nunca esteve tão ameaçada desde o final da Segunda Guerra Mundial”.

A nível interno, Ishiba disse pretender aumentar os salários no Japão através de um novo programa de estímulo monetário, e de apoio às autoridades locais e às famílias com baixos rendimentos.

Nesta década, afirmou que pretende aumentar o salário mínimo nacional médio para 1.500 ienes por hora, um aumento de quase 43 por cento em relação ao salário actual de 1.050 ienes. “Conseguiremos aumentos salariais superiores aos aumentos de preços, aumentando a produtividade individual e acrescentando valor”, afirmou.

Emergência silenciosa

Numa reacção ao discurso, Takahide Kiuchi, do instituto de investigação Nomura, comentou que as declarações de Ishiba nesta fase são “provavelmente preparatórias para as próximas eleições gerais”, que o novo líder do PDL disse que irá convocar a 27 de Outubro.

“A principal prioridade da administração Ishiba é ganhar estas eleições e consolidar a sua base de poder”, afirmou o analista, citado pela AFP. Daiju Aoki, do UBS SuMi TRUST, observou que “a ausência de uma estratégia de crescimento visível por parte da administração Ishiba constitui um risco político” para o primeiro-ministro.

Apesar de o PDL ser o favorito, o governo de Ishiba tem apenas 51 por cento de apoio da população, segundo uma sondagem publicada na passada quarta-feira pelo diário Nikkei, abaixo do resultado do primeiro executivo de Kishida, quando tomou posse no final de 2021.

No discurso no parlamento, Ishiba também descreveu a situação da taxa de natalidade como uma “emergência silenciosa” e anunciou que o governo vai promover medidas de apoio às famílias, como horários de trabalho flexíveis.

O Japão, tal como muitos países industrializados, enfrenta uma crise demográfica iminente, com uma população envelhecida e uma taxa de natalidade teimosamente baixa.

De acordo com o Banco Mundial, o país de 125 milhões de habitantes tem a população mais idosa do mundo, a seguir ao Mónaco. No ano passado, a taxa de natalidade no Japão foi de 1,2, muito abaixo dos 2,1 filhos necessários para manter os níveis populacionais.

7 Out 2024

Japão protesta após navio chinês entrar nas suas águas

O Japão apresentou sábado um protesto formal junto da China, através da embaixada no país, depois de um navio de pesquisa chinês ter entrado em águas territoriais japonesas, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês.

O ministério manifestou “grande preocupação” depois de o navio ter sido avistado perto da prefeitura de Kagoshima, no sudoeste do Japão, ao início da manhã.

O navio chinês, confirmado em águas territoriais às 06:00 locais, partiu pouco antes das 08:00, de acordo com o Ministério da Defesa do Japão, acrescentando que foi monitorizado por um navio e um avião militares japoneses.

A divisão marítima das Forças de Auto-Defesa do Japão (Exército) enviou dois navios para monitorizar os movimentos do navio chinês.

O Governo japonês transmitiu à China, por via diplomática, o seu protesto e a sua “forte preocupação” face às frequentes incursões de navios chineses nas suas águas, muitas das quais ocorrem perto das ilhas Senkaku, administradas por Tóquio, mas reivindicadas por Pequim, que lhes chama Diaoyu.

Recentemente, a actividade cada vez mais assertiva da China em torno das águas e do espaço aéreo japoneses causou inquietação entre os oficiais de defesa japoneses, também preocupados com a crescente cooperação militar entre as forças aéreas chinesas e russas.

Por via aérea

A China tem vindo a aumentar a sua actividade em torno das águas japonesas, e na segunda-feira um avião militar chinês terá entrado brevemente no espaço aéreo do sudoeste do Japão. Foi a primeira vez que a Força de Auto-Defesa nipónica detectou um avião militar chinês no espaço aéreo do Japão.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, afirmou na terça-feira que o seu país não tem “qualquer intenção” de violar o espaço aéreo de qualquer país.

A tomada de posição seguiu-se ao Japão ter protestado junto de Pequim contra essa incursão, realizada por um avião chinês Y9 em torno da costa das ilhas Danjo, um pequeno arquipélago desabitado ao largo da prefeitura de Nagasaki, no sudoeste do país, a primeira violação deste tipo no arquipélago por um avião do país vizinho.

O avião permaneceu no espaço aéreo japonês durante dois minutos, entre as 11:29 e as 11:31 locais, antes de partir, informou o Ministério da Defesa num comunicado.

Em reacção à intrusão, as Forças Aéreas de Auto-Defesa japonesas responderam com manobras de “scramble” “e emitindo notificações e avisos”, disse. Durante a última década, as intrusões chinesas nas Zonas de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) japonesas multiplicaram-se à medida que a assertividade militar da China na região aumentou.

No entanto, a intrusão de segunda-feira foi a primeira no espaço aéreo japonês, que, ao contrário da ADIZ – cujos limites não são estabelecidos por tratado – começa a 12 milhas náuticas da costa. Os laços comerciais bilaterais entre os dois países, bem como os intercâmbios entre académicos e empresários, entre outros, continuam fortes.

2 Set 2024

Tóquio | Pequim verifica se algum dos seus aviões violou espaço aéreo japonês

A China divulgou ontem estar a “verificar” se algum dos seus aviões militares violou na segunda-feira o espaço aéreo do Japão, como acusou Tóquio, apelidando a acção como uma “grave violação” da sua soberania.

“As autoridades chinesas competentes estão em processo de investigação e verificação”, informou Lin Jian, porta-voz da diplomacia chinesa, quando questionado sobre o assunto. Um dia após o incidente junto às ilhas Danjo, na província de Nagasaki, o porta-voz do governo japonês, Yoshimasa Hayashi, tinha referido tratar-se além de uma “violação grave da soberania”, “uma ameaça à segurança”.

“E é completamente inaceitável”, acrescentou aos jornalistas. De acordo com o Ministério da Defesa japonês, um “avião espião de reconhecimento do tipo Y-9” do exército chinês entrou no espaço aéreo japonês às 11:29 de segunda-feira, durante cerca de dois minutos.

O Japão enviou caças e emitiu avisos após a incursão, mas, de acordo com a televisão pública NHK, não foi disparada qualquer arma, como foguetes sinalizadores.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Masataka Okano, convocou na segunda-feira o embaixador interino da China no país, a quem apresentou um “forte protesto”, além de solicitar medidas para evitar a repetição de tais incidentes, de acordo com um comunicado da tutela da diplomacia de Tóquio.

O diplomata chinês respondeu que o assunto seria comunicado a Pequim, segundo o ministério. As autoridades chinesas não tinham comentado até agora a situação.

O Japão aumentou as despesas com a defesa, adquirindo capacidades de contra-ataque e flexibilizando as regras sobre exportação de armas, além de fornecer financiamento e equipamentos, como navios de patrulha, a países da região e, em Julho, concluiu um acordo com as Filipinas.

27 Ago 2024

Tóquio | Avião de carga 747 faz aterragem de emergência

Um avião de carga Boeing 747 com destino a Los Angeles regressou ontem ao Aeroporto Internacional de Narita, um dos dois aeroportos de Tóquio, para uma aterragem de emergência, levando ao encerramento temporário de uma das pistas.
O voo 7106 da companhia norte-americana Atlas Air voltou ao aeroporto à 01:10, depois de ter sido detectada uma avaria no sistema hidráulico.
O avião Boeing 747 tinha um pneu furado e uma roda partida e, devido ao acidente, a pista A do aeroporto foi encerrada durante cerca de sete horas, noticiou a agência japonesa Kyodo.
Nenhum dos sete tripulantes do avião de carga ficou ferido, indicou o gabinete do aeroporto do Ministério dos Transportes.
Este acidente ocorreu horas depois de um outro, registado no mesmo aeroporto na segunda-feira, em que um Boeing 787 da Singapore Airlines apresentou problemas técnicos na aterragem, provocando o encerramento da pista B do aeroporto durante cerca de 50 minutos.
Nenhum dos 276 passageiros ficou ferido.
Os bombeiros detetaram fumo branco proveniente do motor esquerdo do avião comercial, depois da aterragem e o Ministério do Território, Infraestruturas, Transportes e Turismo do Japão disse terem sido encontrados restos de pneus na pista onde pousou.

14 Ago 2024

DST | Alerta sobre perigo de terramotos no Japão

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) apelou aos residentes que se encontrem no Japão ou que vão viajar para se manterem atentos para a possibilidade de ocorrerem terramotos. O alerta foi deixado na manhã de ontem, dado que o Japão é um dos destinos turísticos favoritos dos residentes.

“Na sequência dos avisos das autoridades japonesas sobre a eventual ocorrência de um mega terramoto em determinada área do país, a Direcção dos Serviços de Turismo alerta os residentes de Macau que se encontrem no Japão ou que planeiem deslocar-se àquele país para se manterem atentos e prestarem atenção às informações mais recentes divulgadas pelo governo nipónico”, foi indicado.

“A DST alerta ainda os residentes de Macau que se encontrem no Japão para estarem atentos à evolução do terramoto, aos alertas meteorológicos e às informações sobre prevenção de desastres naturais, seguindo as medidas de prevenção e instruções de refúgio emitidas pelas autoridades japonesas, elevando a consciência de autoprotecção e reforçando a sua própria segurança”, foi acrescentado.

No aviso, foi ainda deixada a indicação que “em caso de necessidade de assistência”, os residentes de Macau podem contactar a Linha Aberta do Turismo em funcionamento 24 horas 00853 2833 3000, a Linha Aberta Global de Emergência dos Serviços de Protecção e Assistência Consular do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, através do 0086-10-12308 ou 00 86 10 65612308, e ainda para a Embaixada da RPC no Japão 0081-3-6450-2195.

14 Ago 2024

Japão | Tempestade tropical Maria atinge a maior ilha

A tempestade tropical Maria atingiu ontem o norte do Japão, com o equivalente a dois meses de chuva em 24 horas, disse a Agência Meteorológica do Japão (JMA).

Classificada como “tempestade tropical severa”, um nível abaixo da categoria “tufão”, Maria atingiu a costa por volta das 08:30 perto da cidade de Ofunato, na região de Iwate, no nordeste de Honshu, maior ilha do arquipélago, acrescentou.

As autoridades locais não registaram feridos, mas aconselharam 315 mil habitantes a sair da zona, enquanto cerca de duas mil pessoas passaram a noite em abrigos.

“Os residentes da região afectada são aconselhados a estar atentos a aluimentos de terras, transbordamentos de rios e inundações nas zonas baixas”, advertiu a agência.

A tempestade já levou ao cancelamento de vários voos no norte do Japão. A Japan Airlines avançou que tinha cancelado 78 voos domésticos, afectando 7.039 passageiros. A transportadora japonesa ANA foi forçada a cancelar oito voos, noticiou a emissora pública NHK.

As ligações ferroviárias regionais também foram interrompidas, mas o comboio de alta velocidade continuou a funcionar. A tempestade Maria foi acompanhada por ventos com rajadas de 126 quilómetros por hora (km/h). Está agora a deslocar-se para noroeste a uma velocidade de 15 km/h e deverá atingir o mar do Japão esta noite.

O total médio de precipitação na região em Agosto foi de 177,9 milímetros. No entanto, já caíram 362 milímetros de precipitação na cidade de Kuji, o nível mais elevado desde o primeiro registo de precipitação efetuado pela JMA, em 1978.

13 Ago 2024

Viagens | Agência pede mais voos para destinos diversos no Japão

A agência de viagens EGL Tours defende que o território precisa de mais voos directos para o Japão, de forma a incentivar a recuperação económica do sector. Em declarações ao jornal Ou Mun, a gestora da empresa, Iong Ut Iong, lamentou o facto de Macau apenas ter voos directos para Tóquio e Osaka e avisou que a falta de ligações está a prejudicar o negócio.

Iong explicou que o sector está a perder clientes para Hong Kong, uma vez que os residentes acabam por ter de se deslocar à RAEHK para visitarem outros destinos no Japão. A gestora exemplificou que para este mês estão previstas cerca de 20 excursões que partem de Macau para Tóquio ou Osaka. Ao mesmo tempo, estão previstas outras 20 excursões que têm como destino o Japão, mas que tiveram de recorrer a serviços de agências de viagens de Hong Kong, através das inscrições feitas em Macau, por falta de ligações para o país nipónico.

Neste cenário, Iong revelou que o volume de negócios da empresa está a 70 por cento dos níveis pré-pandemia e argumentou que sem mais ligações áreas de Macau para outros destinos a recuperação dificilmente vai acelerar.

Além da lentidão na recuperação dos voos de Macau, em comparação com Hong Kong, Iong Ut Iong também se queixou do elevado número de voos cancelados no aeroporto está num nível muito elevado, o que pode prejudicar a imagem do aeroporto e a vontade das pessoas recorrerem às agências de viagens locais.

Em relação à subida do valor do iene japonês nos últimos dias, Iong Ut Iong explicou que o valor ainda é considerado baixo e que há muita procura no mercado. Porém, Iong também admitiu que a tendência é para os residentes viajaram individualmente, em vez de irem em excursões.

7 Ago 2024

Diplomacia | Pequim critica declarações do Japão

O chefe do Departamento de Assuntos Asiáticos do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês manifestou ontem “grande preocupação” a um representante diplomático japonês na China, pelas declarações de funcionários japoneses numa reunião com homólogos norte-americanos.

Liu Jinsong sublinhou, durante uma reunião, que os “comentários negativos e falsas narrativas sobre a China” são “inconsistentes com os compromissos do Japão de promover uma relação estratégica mutuamente benéfica” entre Pequim e Tóquio, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado.

Liu instou o Japão a adoptar “uma perspectiva objectiva e racional em relação à China” e a evitar “intervir nos assuntos internos” chineses e “formar alianças exclusivas que promovam o confronto”.

O representante chinês sublinhou a necessidade de ambas as nações “trabalharem em conjunto para manter a base política das relações bilaterais” e “concretizarem efectivamente a relação estratégica mutuamente benéfica”, para manter “a estabilidade regional e global”.

O responsável japonês, Akira Yokochi, reafirmou que o Japão mantém a posição de “tratar a questão de Taiwan de forma adequada” e garantiu o empenho de Tóquio “no avanço de uma relação estratégica mutuamente benéfica” com a China.

Na segunda-feira, os chefes da diplomacia do Japão, dos Estados Unidos, da Índia e da Austrália, membros da parceria de segurança Quad, comprometeram-se a reforçar a cooperação em matéria de segurança marítima no Indo-Pacífico, face às tensões na região devido à crescente assertividade da China.

Yoko Kamikawa, Antony Blinken, Subrahmanyam Jaishankar e Penny Wong adoptaram uma declaração conjunta durante a reunião anual da aliança de segurança quadrilateral, realizada em Tóquio.

1 Ago 2024

Pacífico | Japão e ilhas contra alterações forçadas na região

O Japão e as ilhas do Pacífico manifestaram ontem numa cimeira conjunta firme oposição a “qualquer tentativa unilateral de alterar o ‘status quo’ através da ameaça ou do uso da força ou coerção”, numa referência velada a Pequim.

Os termos utilizados na declaração conjunta são regularmente empregues pelos Estados Unidos e pelos seus aliados para se referirem à crescente influência e capacidade militar da China na Ásia – Pacífico.

Tóquio e os representantes dos 18 membros do Fórum das Ilhas do Pacífico (PIF), que conta com Timor-Leste como membro associado, não mencionaram explicitamente Pequim após a reunião de três dias na capital japonesa.

No entanto, os termos utilizados na declaração final desta 10.ª cimeira trienal dos líderes das ilhas do Pacífico (PALM) são mais fortes do que os utilizados na reunião anterior, realizada em 2021.

“Os dirigentes comprometeram-se a assegurar uma região da Ásia – Pacífico estável e próspera, registaram com preocupação a rápida acumulação militar que não é conducente a este objectivo e apelaram a um envolvimento proactivo, responsável e transparente para manter a paz e a segurança regionais”, referiu o comunicado.

“O ambiente à nossa volta mudou muito desde a primeira cimeira PALM e estamos perante desafios complexos”, afirmou o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

20 Jul 2024

Japão | Segurança e clima no Fórum das Ilhas do Pacífico

O Japão recebeu ontem os líderes das ilhas do Pacífico para uma cimeira de três dias dedicada a questões que vão desde a subida do nível do mar até à segurança.

Tóquio deverá prometer assistência às ilhas numa série de domínios, desde a segurança marítima e os cuidados de saúde à educação e à adaptação aos riscos climáticos, mas também está a tentar tranquilizar os vizinhos do Pacífico sobre a descarga de águas residuais tratadas da central de Fukushima, indicou o porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, sobre uma questão que preocupa os países-membros do Fórum das Ilhas do Pacífico.

Com o apoio dos Estados Unidos, o Japão intensificou a cooperação em matéria de defesa nesta região do Pacífico muito disputada, onde a China também oferece assistência em matéria de segurança e de infraestruturas.

Em 2022, Pequim assinou um pacto de segurança, mantido em segredo durante algum tempo, com as Ilhas Salomão.

No final da 10.ª Cimeira Trienal de Líderes das Ilhas do Pacífico, na quinta-feira, Tóquio e dos 18 membros do Fórum das Ilhas do Pacífico, incluindo a Nova Caledónia e a Polinésia Francesa deverão apresentar uma declaração conjunta.

16 Jul 2024

China tenta reprimir discurso de ódio contra Japão após ataque com faca

As principais plataformas ‘online’ da China anunciaram, nos últimos dias, medidas para reprimir o discurso de ódio contra o Japão, na sequência de um esfaqueamento mortal contra um autocarro escolar japonês na semana passada.

O antigo editor do jornal do Partido Comunista Chinês Global Times Hu Xijin pediu também que a China “evite exagerar desafios externos e a hostilidade [nas redes sociais], o que transforma o nacionalismo extremo numa mercadoria de ódio à América e ao Japão, atribuindo a maior parte dos problemas [do país] a factores externos”.

Esta posição surgiu depois de um homem armado com uma faca ter atacado uma mãe japonesa e o filho e uma mulher chinesa na paragem de um autocarro escolar, na cidade de Suzhou, no leste da China.

De acordo com a imprensa oficial, a cidadã chinesa Hu Youping, empregada do transporte escolar, interpôs-se entre o agressor e as vítimas, recebendo uma facada que a acabou por matar. Hu foi desde então homenageada como heroína na China e no Japão, que colocou a bandeira a meia haste na embaixada em Pequim.

O ataque foi seguido por uma vaga de discurso de ódio contra o Japão nas redes sociais chinesas, nomeadamente na Netease, plataforma de notícias e de partilha de conteúdos gerados por utilizadores, WeChat e Weibo.

A Netease afirmou, no domingo, que “certos acontecimentos” foram aproveitados por utilizadores “para incitar sentimentos nacionalistas extremos, distorcendo, exagerando ou mesmo fabricando conteúdos para publicar comentários inadequados”.

A plataforma afirmou ter “silenciado ou banido contas envolvidas nestas declarações extremas e prejudiciais”.

Também a Tencent, operadora da rede social WeChat, pediu aos utilizadores para denunciarem conteúdo que “incite ao conflito sino-japonês e provoque nacionalismo extremo”. “Alguns internautas têm fabricado declarações extremistas. A plataforma combate firmemente este tipo de violações e de contas, tendo tratado 836 violações relacionadas e 61 contas infratoras.

Dependendo da gravidade e das regras da plataforma, as medidas tomadas incluem o silenciamento e exclusão de contas”, indicou, em comunicado.

A rede social chinesa Weibo puniu também 36 contas e removeu 759 publicações relacionadas com o ataque. O conteúdo removido “interpretava excessivamente o incidente” e “difundia discurso extremista que incitava ao sentimento nacionalista, promovia o ódio e até aplaudia actos criminosos em nome do patriotismo”, lê-se no comunicado emitido pela plataforma, equivalente à rede X (antigo Twitter) na China.

Guerras antigas

A disputa entre China e Japão sobre a decisão de Tóquio de libertar as águas residuais tratadas da central nuclear de Fukushima veio agravar décadas de animosidade entre as duas nações.

Em particular, os chineses ressentem a ocupação japonesa durante a Segundo Guerra Mundial, que incluiu atrocidades como a “Violação de Nanquim” – um período de assassínios e violações em massa cometidos depois de os soldados japoneses terem tomado a cidade – e a tortura, escravatura sexual e experiências científicas com seres humanos.

As velhas feridas ressurgem quando políticos nacionalistas japoneses visitam o santuário Yasukuni, em Tóquio, que homenageia militares e políticos condenados por crimes de guerra após a Segunda Guerra Mundial.

A China classifica estas visitas como “graves provocações”, instando Tóquio a “aprender com a História”. A ocupação é frequentemente tema de séries televisivas e filmes na China, onde a retórica oficial do regime pede à população para “não esquecer a humilhação nacional”.

2 Jul 2024

Reino Unido | Imperador do Japão em banquete oferecido por rei Charles

O imperador Naruhito e a imperatriz Masako, do Japão, participaram, na terça-feira à noite, num banquete no Palácio de Buckingham como parte da visita oficial ao Reino Unido.

O jantar foi oferecido pelo rei Charles e pela rainha Camilla. O imperador Naruhito usou uma medalha da Ordem de Garter, ou Ordem da Jarreteira, a mais antiga e mais nobre ordem de cavalaria do Reino Unido. A distinção foi recebida pelo imperador japonês no almoço de boas-vindas mais cedo no mesmo dia.

Cerca de 170 pessoas do Japão e do Reino Unido participaram no banquete. O rei Charles inclusive usou algumas frases em japonês ao fazer seu discurso de recepção. “Bem-vindo de volta ao Reino Unido. No âmago de nossa parceria está uma estreita amizade”.

O imperador Naruhito respondeu ao discurso do rei dizendo que espera que a visita ao Reino Unido permita que a amizade que existe entre os dois países seja transmitida aos jovens e às crianças, para que eles a aprofundem ainda mais.

“É meu sincero desejo que tanto o Japão quanto o Reino Unido, como amigos sem igual, continuem a fazer esforços incansáveis para uma verdadeira compreensão mútua através do intercâmbio do nosso povo, construindo assim um relacionamento duradouro baseado em amizade, boa vontade e cooperação”, acrescentou.
Esta é a terceira vez que um imperador e uma imperatriz do Japão realizam uma visita de Estado ao Reino Unido.

26 Jun 2024

Rússia | China condena sanções impostas por Tóquio contra empresas chinesas

A China afirmou na sexta-feira que a imposição de sanções pelo Japão contra entidades chinesas por ajudarem a Rússia a contornar medidas punitivas impostas pela comunidade internacional é uma “interferência inaceitável nos laços comerciais legítimos” entre Moscovo e Pequim.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, declarou, em conferência de imprensa, a “firme oposição” do seu país à decisão das autoridades japonesas. Lin disse que as medidas “não têm qualquer base no direito internacional”.

“A China realiza operações comerciais e económicas com a Rússia com base na igualdade e no benefício mútuo, que é um direito legítimo que não deve ser perturbado por forças externas”, afirmou, acrescentando que a China tomará “as medidas necessárias para proteger firmemente” os seus “direitos e interesses legítimos”.

As sanções japonesas visam igualmente entidades da Índia, Bielorrússia, Emirados Árabes Unidos (EAU), Uzbequistão e Cazaquistão.

As sanções surgem depois de o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, ter assinalado na cimeira dos líderes do G7, realizada em Itália em meados do mês, que o seu governo estava a preparar um novo pacote de medidas deste tipo destinadas a países terceiros que apoiam directa ou indirectamente a Rússia.

As medidas incluem o congelamento dos bens de indivíduos, empresas e outras entidades desses países e restrições aos pagamentos e outras transações de capitais, bem como a proibição de exportações japonesas para empresas sujeitas a essas medidas.

23 Jun 2024

Japão | Aliança entre Putin e Kim Jong-un piora segurança regional

O Japão disse ontem que a situação de segurança à volta do país é “cada vez mais difícil”, depois da Rússia e da Coreia do Norte terem assinado um tratado de assistência militar mútua em caso de ataque.

“O Japão está a observar o resultado do acordo entre a Rússia e a Coreia do Norte com grande interesse, uma vez que neste momento, é cada vez mais difícil o ambiente de segurança que rodeia o país, dado o reforço militar entre estas nações”, disse o porta-voz do Governo nipónico, Yoshimasa Hayashi, em conferência de imprensa.

De acordo com a agência de notícias EFE, Tóquio está preocupado com a possível cooperação técnico-militar entre Moscovo e Pyongyang, que, a acontecer, violaria as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

“A vontade da comunidade internacional é procurar a abolição do plano nuclear e de mísseis balísticos da Coreia do Norte, mas a Rússia estaria a violar esta resolução, com para obter armas para utilizar na invasão da Ucrânia”, acrescentou Hayashi.

A reacção do Japão surgiu depois de o dirigente norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente russo, Vladimir Putin, se terem reunido em Pyongyang, na quarta-feira, na primeira visita do líder de Moscovo à Coreia do Norte em mais de 24 anos.

21 Jun 2024

Morreu o microbiologista japonês que descobriu as estatinas aos 90 anos

O microbiologista e bioquímico japonês Akira Endo, que descobriu as estatinas, que revolucionaram a prevenção e o tratamento de doenças cardiovasculares, morreu aos 90 anos, revelou um dos seus ex-colaboradores à Agência France Presse (AFP).

O cientista japonês morreu na quarta-feira passada, disse à AFP Keiji Hasumi, outro bioquímico japonês de quem Endo foi mentor e que com ele trabalhou. “Era uma pessoa dura e rigorosa, muito perspicaz. Conseguia ver a essência oculta das coisas”, afirmou Hasumi.

Nascido a 14 de Novembro de 1933, numa família de agricultores em Akita, no norte do Japão, Akira Endo desde muito jovem ficou fascinado pelos efeitos dos cogumelos e outros fungos nos seres vivos.

Essa paixão não o abandonou e, na universidade, leu uma biografia de Alexander Fleming, o médico e biólogo britânico que descobriu em 1928 o primeiro antibiótico, a penicilina, isolado de um fungo.

Em 1957, ingressou na empresa farmacêutica japonesa Sankyo como microbiologista e dedicou-se ao metabolismo lipídico e à biossíntese do colesterol.

De 1966 a 1968 realizou pesquisas no Albert Einstein College of Medicine, em Nova York. Surpreendido com o grande número de idosos e pessoas com sobrepeso nos Estados Unidos, percebeu a importância de desenvolver um medicamento para baixar o colesterol.

De volta a Sankyo, no Japão, Akira Endo retomou o estudo dos cogumelos e bolores, convencido de que abrigavam o segredo para bloquear enzimas que participam da biossíntese do colesterol.

O investigador passou dois anos a analisar os compostos químicos de 6.000 espécies de fungos para tentar confirmar a sua teoria, até à descoberta, em 1973, da mevastatina, o primeiro representante da classe das estatinas cuja capacidade era de reduzir o nível de LDL (colesterol mau) no sangue.

Só em 1987 é que o laboratório americano Merck & Co lançou a primeira estatina comercial – a lovastatina. Mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo tomam este tipo de medicamentos, cujo mercado vale cerca de 15 mil milhões de dólares.

Reacção excessiva

Na sequência da sua prescrição massiva, as controvérsias sobre os efeitos secundários nocivos ou ineficácia multiplicaram-se em muitos países, o que tem desencorajado muitos pacientes de tomar estes medicamentos.

Contudo, segundo uma meta-análise publicada em 2022 no European Heart Journal, tendo em conta 176 estudos sobre o tema e com base em dados de quatro milhões de pacientes, a intolerância às estatinas é sobrestimada e sobrediagnosticada.

Akira Endo recebeu várias distinções pelo seu trabalho pioneiro, incluindo o Prémio Albert Lasker para investigação médica e clínica, em 2008.

12 Jun 2024

Japão | Tribunal permite que homem adopte apelido do parceiro

Um tribunal de família japonês autorizou um homem de 30 anos a adoptar o apelido do companheiro do mesmo sexo por terem “uma relação semelhante a um casamento”, noticiou ontem a imprensa local. O código civil japonês exige que os casais partilhem os apelidos, mas não permite casamentos ou uniões civis entre pessoas do mesmo sexo.

O advogado do homem, que se identificou com o pseudónimo Akikazu Takami, considerou a decisão do tribunal invulgar, mas Takami disse estar satisfeito por o Tribunal de Família de Nagoya ter tratado o assunto “com sinceridade”, informou a agência de notícias japonesa Kyodo.

“Não me posso casar, mas sinto que estou um passo mais perto da minha família e não consigo dizer-vos o quanto estou feliz”, declarou Takami, citado pela emissora pública japonesa NHK.

A decisão, datada de 14 de Março, declara que o casal, que adoptou uma criança, “se apoia mutuamente e mantém uma vida estável centrada na educação dos filhos. As vidas não são substancialmente diferentes das de um casal num casamento heterossexual”.

Takami, que vive com o parceiro há seis anos na província de Aichi, no centro do Japão, pediu a alteração do apelido em tribunal em Novembro do ano passado, alegando que a diferença causava problemas.

“Uma noite, quando o meu companheiro me levou de urgência para o hospital, perguntaram-nos que tipo de relação tínhamos porque os nossos apelidos eram diferentes”, contou à NHK.

Takami acrescentou que ter um apelido diferente do companheiro e do filho levou os médicos a pensar que não havia qualquer parentesco quando ia ao centro de saúde com o filho e, em alguns casos, foi impedido de assistir a procedimentos médicos.

10 Mai 2024

Japão | Uma em cinco famílias com idosos a viver sozinhos em 2050

Um em cada cinco agregados familiares japoneses vai ser constituído por uma pessoa idosa a viver sozinha em 2050, aponta um estudo do Instituto Nacional de Investigação sobre População e Segurança Social do Japão, divulgado na sexta-feira. Nesse ano, 10,8 milhões de idosos vão estar a viver sozinhos, representando 20,6 por cento dos agregados familiares, projecta-se no documento.

Estes números representam um aumento significativo em relação a 2020, ano em que 7,37 milhões de idosos viviam sozinhos, ou seja, 13,2 por cento dos agregados familiares, de acordo com o instituto. Os jovens japoneses estão a casar cada vez mais tarde e muitos optam por não ter filhos por questões económicas.

O Japão enfrenta um desafio demográfico, com o número crescente de idosos a provocar o aumento das despesas médicas e de cuidados de saúde, numa altura em que o país se vê confrontado com a diminuição da população activa capaz de financiar estas despesas. Muitos idosos têm filhos ou familiares que podem prestar cuidados, mesmo que estes vivam sozinhos, observa o instituto. “No entanto, dentro de cerca de trinta anos, a proporção de agregados familiares com um idoso sem filhos a viver sozinho” deverá aumentar. Também o número de irmãos que prestam assistência familiar deverá diminuir, acrescenta.

A população do país diminuiu em 595 mil pessoas, atingindo 124 milhões em 2023, segundo as estatísticas do Governo nipónico publicadas na sexta-feira. A diminuição foi compensada pela chegada de estrangeiros, com a população de cidadãos japoneses a diminuir em 837 mil, para 121 milhões.

15 Abr 2024