Descobertos destroços de aeronave dos EUA que se despenhou no Japão

Mergulhadores norte-americanos e japoneses descobriram destroços e restos mortais de membros da tripulação duma aeronave dos EUA que se despenhou na semana passada ao largo do sudoeste do Japão, anunciou ontem a Força Aérea.

A aeronave, um V-22 Osprey, despenhou-se na quarta-feira passada ao largo da ilha de Yakushima durante uma missão de treino. De acordo com a Guarda Costeira nipónica, a aeronave tinha uma tripulação de seis pessoas, apesar da estimativa inicial ser de oito tripulantes norte-americanos a bordo. O corpo de uma vítima já tinha sido recuperado e identificado.

Os mergulhadores da marinha japonesa e das forças armadas americanas avistaram ontem o que parecia ser a secção dianteira do Osprey, juntamente com possíveis cinco dos membros da tripulação desaparecidos, informou a televisão pública japonesa NHK e outros meios de comunicação social.

Os oficiais da marinha japonesa recusaram-se a confirmar os relatos, dizendo que não podiam divulgar pormenores sem o consentimento dos EUA.

O Comando de Operações Especiais da Força Aérea (AFSOC) disse que os restos mortais estavam a ser recuperados e que as suas identidades ainda não tinham sido determinadas. “A principal prioridade é trazer os aviadores para casa e cuidar dos seus familiares. O apoio e a privacidade das famílias e dos familiares afectados por este incidente continuam a ser a principal prioridade do AFSOC”, afirmou num comunicado.

Pouco fiável

O aparelho descolou da base norte-americana de Iwakuni, na prefeitura de Yamaguchi, e dirigia-se para a base de Kadena, no arquipélago de Okinawa, onde se situa a maioria das instalações militares dos Estados Unidos no Japão.

A Guarda Costeira japonesa recebeu o alerta às 14:47 de quarta-feira de um barco de pesca sobre o incidente, que ocorreu ao largo da província japonesa de Kagoshima. No sábado, o exército norte-americano identificou a única vítima confirmada até ao momento como o sargento Jacob Galliher, da Força Aérea de Pittsfield, Massachusetts.

O Bell-Boeing V-22 Osprey, fabricado nos EUA, é uma aeronave híbrida que descola e aterra como um helicóptero, mas durante o voo pode rodar as suas hélices para a frente e voar mais depressa como um avião. Os Ospreys já sofreram vários acidentes, incluindo no Japão, onde são utilizados em bases militares americanas e japonesas, e o último acidente reacendeu as preocupações com a segurança. Devido a este incidente, o Japão suspendeu todos os voos da sua própria frota de 14 Ospreys.

5 Dez 2023

Supremo Tribunal do Japão considera inconstitucional requisitos para mudança de género

O Supremo Tribunal do Japão considerou ontem inconstitucional a lei que exige que as pessoas transexuais tenham de remover os seus órgãos reprodutivos para poderem mudar oficialmente de género.

A decisão dos 15 juízes foi a primeira sobre a constitucionalidade da lei japonesa de 2003 que exige a remoção dos genitais para a mudança de género, reconhecida pelo Estado, uma prática criticada por grupos médicos e de direitos humanos internacionais.

O caso foi movido por uma japonesa cujo pedido de mudança de género no registo familiar – de homem para mulher – foi rejeitado pelos tribunais inferiores.

A queixosa, identificada apenas como residente no oeste do Japão, apresentou originalmente o pedido em 2000, dizendo que a exigência de uma cirurgia impõe um enorme fardo económico e físico e que viola as protecções de direitos iguais da Constituição.

No início do mês, um tribunal de família local tinha aceitado o pedido de um homem transgénero para uma mudança de género sem a cirurgia obrigatória, dizendo que a regra é inconstitucional, numa decisão sem precedentes.

Uma decisão que tinha dado esperança aos grupos de direitos humanos e à comunidade LGBTQ+ no Japão numa eventual mudança na lei.

Regras e excepções

Mais de 10 mil japoneses mudaram oficialmente de género desde 2003, de acordo com documentos judiciais ligados à decisão do tribunal, datada de 11 de Outubro.

Em 2019, o Supremo Tribunal do Japão, num outro caso movido por um homem transgénero que pretendia uma mudança de registo de género sem a necessária remoção de órgãos sexuais e cirurgia de esterilização, tinha considerado a lei em vigor constitucional.

Nessa decisão, o tribunal superior disse que a lei se destinava a reduzir a confusão nas famílias e na sociedade, embora reconhecesse que restringe a liberdade e poderia ficar desactualizada face à mudança dos valores sociais.

Em Junho, um tribunal distrital de Fukuoka, no sul do Japão, decidiu que a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo é constitucional, mas defendeu que a falta de protecção legal para pessoas LGBTQ+ parece ser inconstitucional.

A decisão, ainda longe das expectativas dos activistas, foi vista como um avanço no sentido de pressionar o país a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

O Japão é o único membro do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) sem protecções legais LGTBQ+.

O apoio à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo cresceu entre a população do país, mas o governante do Partido Liberal Democrático, conhecido pelos seus valores conservadores e relutância em promover a igualdade de género e a diversidade sexual, é a principal oposição aos direitos do casamento e outros reconhecimentos da igualdade LGTBQ+.

A decisão envolveu o último dos cinco processos judiciais movidos por 14 casais do mesmo sexo em 2019 que acusavam o governo de violar a igualdade.

26 Out 2023

Japão | Agência de ‘boys band’ admite abusos sexuais a menores durante décadas

A presidente de uma agência de talentos japonesa, especializada em bandas masculinas, admitiu ontem, pela primeira vez, décadas de abusos sexuais de jovens artistas pelo seu tio e antecessor na liderança da Johnny & Associates.

Numa conferência de imprensa, Julie Keiko Fujishima anunciou a demissão e “pediu profundas desculpas às vítimas, pessoas afectadas e fãs”. A demissão surge uma semana depois de uma investigação interna ter confirmado abusos sexuais “repetidos e continuados” cometidos durante décadas por Johnny Kitagawa, cujo número exacto é desconhecido.

O relatório, baseado em entrevistas com 41 supostas vítimas e executivos de agências, recomendou a demissão de Fujishima, que sucedeu a Kitagawa em 2019, argumentando que ela sabia há muito tempo das acusações, mas “não investigou”.

Fujishima será substituída na presidência por Noriyuki Higashiyama, antigo membro do grupo musical Shonentai, actor e apresentador de televisão há muito representado pela agência Johnny’s, que também pediu desculpas publicamente às vítimas.

“As vítimas e as suas famílias sofreram física e mentalmente durante muito tempo. Quero enfrentar esta situação e tenho a firme intenção de lidar com esta questão com sinceridade e com todo o meu esforço”, disse Higashiyama, na conferência de imprensa.

Tanto a anterior presidente como o novo líder não falaram sobre que procedimentos possam ser introduzidos para proteger os artistas ou se será prestada compensação financeira ou apoio psicológico às vítimas. Desde 1988 que vinham sendo publicadas alegações contra Kitagawa, uma figura poderosa no entretenimento japonês. No entanto, o fundador da Johnny & Associates, que morreu em 2019, nunca foi acusado de qualquer crime.

Monstro sob protecção

O caso voltou à ribalta em Abril, quando o músico japonês de origem brasileira Kauan Okamoto se tornou a primeira alegada vítima a vir a público e a permitir tanto a publicação do seu nome como da sua fotografia.

No Clube de Correspondentes Estrangeiros em Tóquio, Okamoto, que assinou um contrato com a Johnny’s quando tinha 15 anos, disse ter sido abusado em pelo menos 20 ocasiões e ter visto colegas seus a serem também abusados. O músico disse que, durante o período em que esteve na agência, entre 2012 e 2016, Johnny Kitagawa terá abusado de entre 100 e 200 menores.

Nas redes sociais surgiu uma campanha de boicote da Johnny’s, incluindo das empresas que assinaram contratos de publicidade e patrocínio com os artistas geridos pela agência. Alguns críticos sublinharam que a imprensa japonesa permaneceu em silêncio durante décadas face às alegações, sugerindo que temiam retaliações e perder o acesso aos artistas geridos pela Johnny’s.

De acordo com as acusações, Kitagawa regularmente convidava jovens cantores e bailarinos, muitos deles ainda menores, para dormirem na sua mansão, onde eram depois pressionados a terem sexo com o magnata.

8 Set 2023

Japão | Homem acusado de tentativa de homicídio de PM

O Ministério Público do Japão acusou ontem formalmente um homem de 24 anos por tentativa de homicídio e outros crimes, num alegado ataque com explosivos contra o primeiro-ministro, Fumio Kishida, em Abril.

Kishida estava em campanha eleitoral no porto de Wakayama, no oeste do Japão, quando o suspeito terá atirado uma bomba improvisada. O primeiro-ministro saiu ileso, mas outras duas pessoas tiveram ferimentos leves. De acordo com a televisão pública japonesa NHK, Ryuji Kimura, de 24 anos, manteve-se em silêncio desde que foi detido, no local da explosão.

No entanto, após uma avaliação psiquiátrica de três meses, os promotores determinaram que o suspeito está mentalmente apto a ir a julgamento e que a bomba usada no ataque era potencialmente letal, informou a agência de notícias japonesa Kyodo.

Registos judiciais mostram que Kimura tinha apresentado uma queixa no ano passado contra o governo, contestando a obrigação de ter pelo menos 30 anos e pelo menos três milhões de ienes (20 mil euros) para concorrer às eleições para o parlamento japonês.

O Japão reforçou os dispositivos de segurança após o assassínio em Julho do antigo primeiro-ministro Shinzo Abe, morto a tiro enquanto discursava num evento de campanha eleitoral. A violência com armas e bombas no Japão é extremamente rara e os ataques a Abe e Kishida chocaram o país.

7 Set 2023

Japão | Pequim garante segurança de estrangeiros no país

A China garantiu ontem a segurança dos estrangeiros no país após actos de assédio ocorridos nas proximidades das instalações da embaixada do Japão e por telefone, desde o início da descarga de água contaminada de Fukushima.

“A China sempre protegeu a segurança, os direitos e interesses legítimos dos estrangeiros, de acordo com a Lei”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa Wang Wenbin, em conferência de imprensa.

A Embaixada japonesa em Pequim disse ontem estar “extremamente preocupada” com actos assédio nas proximidades das suas instalações e por via telefónica, desde o início da descarga de água contaminada da central nuclear de Fukushima. “É claro que lamentamos [o assédio] e estamos extremamente preocupados”, disse um porta-voz da embaixada, citado pela agência France Presse.

“Apelamos ao Governo chinês, de acordo com o Direito internacional, para que forneça segurança às embaixadas e consulados na China, incluindo algumas instalações relacionadas com o Japão e cidadãos japoneses”, afirmou.

Internautas chineses partilharam o número de telefone da embaixada nas redes sociais nos últimos dias, gerando uma onda de chamadas para reclamar do início da descarga de água da central de Fukushima.

Isto não foi condenado pelo Governo chinês, que se opõe às descargas no Oceano Pacífico, aprovadas pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, condenou na segunda-feira o lançamento de pedras contra a embaixada japonesa e escolas japonesas na China desde o início da descarga.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Yoshimasa Hayashi, referiu que foi atirado um tijolo à embaixada.

A embaixada japonesa pediu, este fim de semana, aos seus cidadãos que evitem falar alto em japonês e reforçou as medidas de segurança nas proximidades das escolas japonesas e das missões diplomáticas no país.

30 Ago 2023

Japão | Tempestade faz dois feridos e suspende voos e comboios

Uma forte tempestade tropical atingiu ontem o centro e o oeste do Japão com ventos e chuvas fortes, causando dois feridos, inundações e falhas no fornecimento de energia e paralisando o transporte aéreo e terrestre.

A tempestade Lan atingiu a costa japonesa por volta das 05:00, perto do cabo Shionomisaki, na prefeitura central de Wakayama, de acordo com a Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês).

A tempestade trouxe ventos com rajadas até 144 quilómetros por hora e dirigia-se para noroeste, embora a JMA preveja que possa virar para leste em direcção à ilha de Hokkaido sobre as águas entre o Japão e a península coreana. Em Wakayama, duas pessoas ficaram feridas.

O Lan, que inicialmente foi classificado como um tufão, causou danos em várias zonas do país. Em Maizuru, a norte de Kyoto, um rio galgou as margens, levando torrentes de água e lama para o interior de algumas casas.

Em Nara, a sul de Kyoto, o andaime de um prédio desabou e o colapso parcial de uma parede numa estação de comboios em Tsuruhashi, na província de Osaka, interrompeu os serviços ferroviários locais.

Os municípios locais aconselharam mais de 180 mil residentes na região a abrigarem-se em locais mais seguros, como centros comunitários.

A JMA previa a queda de até 400 milímetros de chuva na região de Tokai, no centro do Japão, até à manhã de quarta-feira.

A agência pediu aos moradores da área para ficarem em casa e alertou para possíveis deslizamentos de terra, inundações e tempestades.

Mais de 50 mil habitações ficaram sem energia em nove províncias nas regiões central e oeste, incluindo Osaka, Wakayama, Mie e Kyoto.

A tempestade, que atingiu o Japão no meio da semana do feriado budista Bon, em que os falecidos são recordados, afectou muitos japoneses que pretendiam viajar, já que muitos operadores de transporte decidiram suspender os serviços.

16 Ago 2023

Fukushima | UGAMM quer proibir importação de peixe

Cheong Sok Leng, vice-presidente da União Geral das Associações de Moradores de Macau (UGAMM), deseja, segundo o jornal Ou Mun, que as autoridades suspendam a importação de marisco e peixe do Japão devido ao despejo das águas de Fukushima no Oceano Pacífico agendado para final deste mês, o que pode originar a contaminação de pescado.

A responsável lembrou que, no final de Julho, as vieiras importadas do Japão para Hong Kong continham níveis elevados de arsénico inorgânico, tido como uma substância cancerígena.

Cheong Sok Leng pede que as autoridades locais reforcem a inspecção e que os comerciantes do sector da restauração procurem mercados alternativos de importação de peixe.

8 Ago 2023

Japão permanece em alerta devido ao retorno do tufão Khanun

O sudoeste do Japão continua sob alerta meteorológico devido à mudança de trajectória do tufão Khanun, que deverá voltar a aproximar-se daquela área do arquipélago japonês, onde já causou estragos na semana passada.

A maior parte das ilhas do sudoeste da província de Okinawa permanece em alerta para o risco de inundações, deslizamentos de terra e outros possíveis desastres provocados pelas fortes chuvas e ventos.

Às 17:00 de ontem, no horário local, o sexto tufão da temporada no Pacífico deslocava-se lentamente para o norte, a cerca de 160 quilómetros da autarquia de Amami, na província de Kagoshima, onde se espera que tenha um impacto mais forte entre amanhã e quinta-feira, segundo a Agência Meteorológica do Japão (JMA).

Nas ilhas do sudoeste de Kyushu e Shikoku, o tufão poderá causar chuvas de mais de 700 milímetros em 48 horas, o que é o dobro ou o triplo da média para todo o mês, explicou ontem um funcionário da JMA em conferência de imprensa.

Mudança de rumo

A aproximação do tufão a esta zona do arquipélago japonês ocorre após a alteração da sua trajectória, quando se estava a dirigir em direcção a Taiwan e à costa sudeste chinesa.

Esta impressionante mudança na direcção do tufão e a sua actual evolução a baixa velocidade deve-se ao efeito das altas temperaturas nas águas marinhas da zona, entre os 29 e os 30 graus Celsius, segundo a mesma fonte.

Ontem, perto de uma centena de voos domésticos foram cancelados em Okinawa devido ao tufão, depois de o tráfego aéreo local ter sido paralisado na primeira metade da semana passada pelo mesmo fenómeno meteorológico, que também deixou dois mortos e dezenas de feridos.

A nova investida dos Khanun no sudoeste do país acontecerá na mesma semana em que se comemora no Japão o Obon, festival em homenagem aos antepassados falecidos e durante o qual muitos japoneses viajam para os seus locais de origem para se reunirem com suas famílias.

Neste contexto, a empresa ferroviária JR West alertou para uma possível interrupção das ligações ferroviárias de alta velocidade entre as cidades de Osaka (oeste) e Fukuoka (sudoeste) entre os dias 09 e 10 de Agosto.

Devido ao tufão, pela primeira vez em 60 anos, a cerimónia anual em memória das vítimas da bomba atómica lançada em 09 de Agosto de 1945, marcada para quarta-feira em Nagasaki, não acontece ao ar livre, mas num centro de convenções na cidade portuária.

O número de participantes foi, portanto, reduzido drasticamente e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, não comparecerá ao evento.

7 Ago 2023

Tufão Khanun faz um morto e deixa 220 mil sem electricidade

Mais de 220 mil casas ficaram sem electricidade ontem de manhã no arquipélago de Okinawa, no extremo sul do Japão, devido à passagem do tufão Khanun, que causou ainda a morte de uma pessoa, avançou a televisão pública NHK.

Descrito como “muito poderoso” pela Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês), o tufão passou perto da ilha principal de Okinawa pouco depois das 09:00, trazendo rajadas de vento de até 180 km/h.

De acordo com a concessionária local de electricidade, a Okinawa Electric Power, cerca de um terço das casas na região de Okinawa estavam sem energia no final da manhã de ontem.

Na terça-feira, as autoridades de Okinawa tinham apelado a mais de 690 mil pessoas que abandonassem as suas casas e procurassem abrigo face à aproximação do Khanun. O apelo foi também alargado a outras áreas de Kagoshima, no sudoeste do Japão.

De acordo com a NHK, um homem de 90 anos morreu na cidade de Ogimi depois de ficar preso numa garagem que desabou na noite de terça-feira, provavelmente devido aos ventos fortes.

A Agência Japonesa de Gestão de Incêndios e Desastres avançou ainda com a existência de 11 feridos. A JMA também alertou para o risco de inundações e deslizamentos de terra em partes da ilha principal de Okinawa.

Mais de 400 voos foram cancelados ontem de ou para este popular arquipélago turístico no Verão, afectando mais de 65 mil passageiros, avançou a NHK. Muitos turistas estavam presos desde terça-feira no aeroporto de Naha, capital de Okinawa.

“Não conseguimos encontrar um hotel e não sabemos quando poderemos reservar um voo de volta”, disse a visitante Minako Kawakami ao jornal local Okinawa Times.

Ares parados

As companhias aéreas Japan Airlines e a All Nippon Airways previram que mais de 74 mil passageiros no total poderiam ser afectados por cancelamentos de voos. O Khanun está a dirigir-se para oeste-noroeste, em direcção ao leste da China, onde deve chegar ainda esta semana.

No início da semana, as autoridades das Filipinas já tinham emitido alertas contra possíveis inundações e deslizamentos de terra devido à influência do Khanun, numa altura em que o país ainda recupera da passagem do tufão Doksuri, que causou pelo menos 25 mortos.

3 Ago 2023

Japão | Banco central permite subida dos juros das obrigações do Estado

O Banco do Japão decidiu que os juros das obrigações do Estado a 10 anos podem subir até 1 por cento, decisão que poderá antecipar futuros aumentos das taxas de juro de referência

 

Os juros das obrigações do Estado japonês vão subir até 1 por cento, anunciou na sexta-feira o Banco do Japão, numa decisão que pode abrir precedentes em termos de novas subidas das taxas de juro de referência num futuro próximo. O conselho de política monetária do banco central japonês subiu a margem de flutuação das obrigações do Estado, até agora fixada em 0,5 por cento, por oito votos a favor e um contra, no final da reunião, de acordo com um comunicado.

A decisão é encarada como um sinal de que o Banco do Japão (BoJ) poderá estar perto de apertar a política monetária, embora o conselho de política monetária tenha aprovado, por unanimidade, a manutenção de taxas de juro de referência negativas (-0,1 por cento).

Esta revisão, que era já esperada pelo mercado financeiro, tem como objectivo mitigar os efeitos negativos das taxas ultrabaixas e evitar uma forte depreciação da moeda japonesa, o iene, face ao dólar norte-americano, como ocorreu nos últimos meses.

No comunicado, o BoJ destacou as “incertezas extremamente altas” em torno da economia japonesa e da inflação, que tem atingido níveis mais elevados do que os projectados pelo banco.

Preços pelos ares

No passado dia 21 de Julho, o Governo japonês tinha anunciado que a inflação se fixou em 3,3 por cento em Junho, em termos homólogos, estando há mais de um ano acima da meta de 2 por cento fixada pelo banco central.

A inflação japonesa tem apresentado sinais de resistência, uma vez que as empresas estão a adiar a repercussão do aumento dos custos nos preços de venda.

O banco central japonês reviu em alta as projecções para o aumento do índice de preços no consumidor para o ano fiscal de 2023, de 1,8 para 2,5 por cento.

Para o próximo ano fiscal, a começar em Abril de 2024, a instituição prevê uma inflação de 1,9 por cento (um décimo a menos do que na previsão anterior).

“Se os movimentos ascendentes de preços continuarem, os efeitos da flexibilização monetária serão reforçados através de uma queda real nas taxas de juros, enquanto, por outro lado, limitar as taxas de juros a longo prazo pode afectar o desempenho dos mercados de títulos e a volatilidade de outros mercados financeiros “, explicou o BoJ.

O banco central japonês prometeu continuar a aplicar “pacientemente” a política de estímulo à economia, respondendo ao mesmo tempo à evolução económica e à evolução dos preços, para estabilizar a inflação em torno de 2 por cento.

Após o anúncio da decisão do BoJ, o principal índice, da bolsa de Tóquio, o Nikkei, que já tinha começado o dia em baixa, chegou a estar a perder 2,19 por cento.

31 Jul 2023

DST | Macau recebe visita de agências japonesas

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e a Air Macau organizaram uma visita ao território para operadores turísticos de Tóquio e Osaka, de acordo com um comunicado emitido ontem.

A visita serviu para “expandir os mercados turísticos internacionais” e os visitantes participaram numa “bolsa de contactos com operadores turísticos locais, para impulsionar contactos e explorar em conjunto oportunidades de negócio”.

A delegação japonesa foi composta por 14 representantes de agências de viagem de Tóquio e Osaka, e estiveram em Macau entre quinta-feira e domingo, visitando locais como o Museu do Grande Prémio de Macau, Estaleiros Navais de Lai Chi Vun, Centro Histórico e instalações hoteleiras.

Em 2019, o último ano antes da adopção das políticas de zero casos de covid-19, Macau recebeu 295,8 mil visitantes do Japão, o terceiro maior mercado turístico internacional. No entanto, nos primeiros seis meses deste ano, apenas foram registadas 22 mil entradas.

25 Jul 2023

IAM | Bloqueio a importações de alimentos do Japão na forja

Uma posição comum, depois do Interior e de Hong Kong, também Macau se prepara para suspender as importações de produtos de várias regiões do país do sol nascente. Em causa, está a possível descarga de águas de Fukushima no oceano

 

A descarga para o oceano das águas residuais nucleares da Central de Fukushima, no Japão, vai levar o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) a suspender as importações de alimentos de diversas áreas do Japão. O cenário foi confirmado por José Tavares, presidente do IAM, em declarações enviada à Rádio Macau.

De acordo com o responsável, caso se confirme a descarga, o IAM vai “alargar imediatamente a área de suspensão de pedidos de importação de produtos alimentares para dez distritos”. Actualmente, está em vigor um bloqueio das importações de alimentos de Fukushima.

No entanto, com a descarga a efectuar-se, o bloqueio às importações vai abranger mais nove distritos, nomeadamente Chiba, Tochigi, Ibaraki, Gunma, Miyagi, Niigata, Nagano, Saitama e Tóquio.

O responsável do IAM explicou ainda que não está “está descartada a imposição da exigência de certificado de teste de radiação dos produtos alimentares frescos e vivos importados dos outros distritos”.

Em relação ao impacto no mercado de alimentos locais, Tavares desvalorizou esse aspecto e indicou que as principais importações de “produtos marinhos” do Japão são provenientes das regiões de Hokkaido, Kagoshima, Fukuoka, Nagasaki e Ehime.

À Rádio Macau, o responsável explicou também que o IACM actualmente realiza análises regulares aos produtos vindos do Japão e que até agora “não se detectou nenhuma anomalia”.

Tema polémico

A polémica em torno dos resíduos nucleares surgiu depois de o Governo do Japão ter anunciado a intenção de, no próximo mês fazer, uma descarga para o mar das águas residuais da Central de Fukushima, onde aconteceu um dos maiores incidentes nucleares da História em 2011.

Apesar de a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), organização criada no seio das Organização das Nações Unidas (ONU), considerar que a descarga é segura, o plano tem encontrado oposição em vários países. Além da China, que em conjunto com as regiões de Hong Kong e Macau se prepara para fazer um bloqueio para os produtos do Japão, também a oposição da Coreia do Sul, ao contrário do Governo, tem sido muito vocal nesta matéria.

Vários grupos de cientistas alertaram também para os perigos da descarga, como foi o caso de Robert H. Richmond, director do Laboratório Marinho Kewalo da Universidade do Havai em Manoa, nos Estados Unidos.

16 Jul 2023

Fukushima | Associação apela a boicote a bens e viagens ao Japão

A Associação Geral dos Chineses Ultramarinos de Macau juntou-se ao coro crítico em relação à decisão do governo japonês de despejar para o mar de água usada na refrigeração da central nuclear de Fukushima. Num comunicado divulgado pelo jornal Ou Mun, a associação apela ao boicote de produtos japoneses e a sugere que cidadãos chineses, que residam na China ou no estrangeiro, e residentes das regiões administrativas especiais abdiquem de passar férias no Japão.
Além disso, a organização de cariz patriótico vincou o total apoio às eventuais medidas de respostas impostas pelo Governo da RAEM, nomeadamente a suspensão de importação de produtos japoneses caso se verifique o despejo das águas que serviram para refrigerar os reactores da central nuclear.
“A associação tem como lema central o amor à pátria e a Macau e apoia incondicionalmente a suspensão de importação de produtos japoneses. Vamos usar as nossas ligações dentro e fora da China para convencer todos os chineses a não consumir produtos japoneses”, é referido.
A entidade salientou que a Administração Geral das Alfândegas da China proibiu desde sexta-feira a importação de alimentos de Tóquio e outros nove distritos, incluindo Fukushima, considerados como locais de risco elevado, medida que a associação descreve como “acto de justiça para garantir a segurança alimentar do povo”.

Milhões pelos ares
Não só os produtos japoneses, alimentação e cosméticos em particular, são muito consumidos em Macau, Hong Kong e no Interior da China, como o Japão é um dos destinos de férias preferenciais. A associação realçou que a indústria turística nipónica é altamente dependente dos turistas chineses e que nos dois anos antes da pandemia mais de 8 milhões chineses visitaram o Japão.
Caso o Japão avance com o despejo para o mar de água usada na refrigeração da central nuclear de Fukushima, os consumidores chineses vão ficar ressentidos e a economia japonesa irá sofrer um “impacto crítico”.
A associação apontou ainda que o despejo de águas no oceano viola a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e o princípio de manter a paz e a segurança internacional regulado pelas Nações Unidas. Porém, não menciona a conclusão do relatório apresentado pela Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), que faz parte das Nações Unidas, que concluiu que a medida terá um impacto “negligenciável” no ambiente e não representa perigo para as populações.

11 Jul 2023

Dili | MNE japonês de visita para analisar relações bilaterais

O chefe da diplomacia japonesa visita Timor-Leste esta semana e os temas centrais serão a cooperação bilateral nos setores de defesa e segurança, desenvolvimento económico e recursos humanos, disse anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros timorense.
Takei Shunsuke, que estará em Timor-Leste cerca de 24 horas, entre hoje e amanhã, é o primeiro governante a deslocar-se ao país desde a tomada de posse, no sábado passado, do novo Governo timorense.
A visita pretende “fortalecer a relação bilateral entre Timor-Leste e o Japão e continuar a explorar caminhos para impulsionar a cooperação bilateral nas áreas de defesa e segurança, desenvolvimento económico, desenvolvimento de recursos humanos e programa de formação de estagiários técnicos, bem como outras cooperações regionais e multilaterais”, divulgou o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado.
Durante a visita, Takei Shunsuke tem encontros previstos com o Presidente da República, José Ramos-Horta, o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, a presidente do Parlamento Nacional, Maria Fernanda Lay, e o seu homólogo timorense, Bendito dos Santos Freitas.
Na agenda está igualmente previsto um encontro com o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Agio Pereira.
A visita ocorre quando o novo Governo está a analisar o programa do executivo para os próximos cinco anos, documento que começou ontem a ser debatido numa reunião alargada do executivo, e que continua hoje.
O executivo reuniu-se pela primeira vez na segunda-feira, com um encontro alargado para discutir os objectivos e metas para os primeiros 120 dias da governação.

6 Jul 2023

Chefe da AIEA no Japão para avaliação do plano para águas de Fukushima

O chefe da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) chegou ontem ao Japão, para apresentar uma avaliação do plano japonês para descarregar parte da água da central nuclear de Fukushima no oceano.

Rafael Grossi vai encontrar-se com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e com o chefe da diplomacia japonesa, Yoshimasa Hayashi, em Tóquio, antes de se deslocar hoje a Fukushima (nordeste) para visitar a central devastada pelo sismo e tsunami que desencadearam o acidente nuclear em 11 de Março de 2011.

O tsunami levou à fusão de três reactores, o pior desastre do pós-guerra no Japão e o mais grave acidente nuclear desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

O acidente provocou fugas radioactivas que obrigaram dezenas de milhares de habitantes das zonas circundantes a Fukushima a fugir das suas casas, em muitos casos para sempre.

Os trabalhos de descontaminação e de desmantelamento da central deverão prolongar-se por várias décadas, mas o Japão vê-se confrontado com o problema imediato de armazenar cerca de 1,33 milhões de toneladas de água proveniente da chuva, das águas subterrâneas ou das injecções necessárias para arrefecer os núcleos dos reactores nucleares no local da central, que se aproxima do ponto de saturação.

 

Descargas polémicas

O Governo japonês tenciona descarregar a água no oceano depois de a tratar com um sistema de descontaminação que elimina todos os elementos radioactivos, excepto o trítio, e de a diluir.

O projecto já foi aprovado pela AIEA, mas o Governo japonês afirmou que as descargas só vão começar depois de uma “revisão completa”, cujos resultados Grossi deverá apresentar agora.

“A análise da AIEA, que é a autoridade em matéria de gestão e aplicação das normas de segurança nuclear, é essencial para os nossos esforços no sentido de promover a compreensão internacional”, declarou o porta-voz do Governo, Hirokazu Matsuno.

Mas o plano foi alvo de fortes críticas por parte da China, enquanto na Coreia do Sul os preços do sal – que contém iodo, usado para tratar exposição radioactiva – subiram em flecha devido aos receios de contaminação radioactiva na sequência da libertação da água de Fukushima no oceano.

As comunidades piscatórias de Fukushima também receiam que os clientes boicotem as capturas da zona, apesar dos rigorosos protocolos de controlo dos alimentos provenientes da região.

O Japão disse que a libertação ia começar este Verão, sem dar mais pormenores, e Hirokazu Matsuno indicou que esse calendário continuava em vigor.

“Explicaremos e comunicaremos exaustivamente, tanto a nível nacional como internacional, os pormenores do relatório da AIEA, os nossos esforços para garantir a segurança e as medidas contra os danos à reputação” do Japão, sublinhou o porta-voz do Governo nipónico.

5 Jul 2023

Japão | Revisto em alta crescimento económico no primeiro trimestre

O ano começou bem para o país do sol nascente com os índices económicos, assentes no consumo interno, a superarem as melhores expectativas nos primeiros três meses de 2023

 

O Japão reviu ontem em alta a estimativa para o crescimento da economia no primeiro trimestre do ano, para 0,7 por cento, em relação aos três meses anteriores, segundo dados preliminares divulgados ontem pelo Governo nipónico.

A estimativa é superior ao valor preliminar de 0,4 por cento divulgado a 17 de Maio pelo Governo japonês e deve–se a um aumento superior ao inicialmente calculado no investimento de capital das empresas.

De acordo com dados oficiais, os investimentos feitos pelas empresas japonesas entre Janeiro e Março subiram 1,4 por cento em comparação com o último trimestre de 2022, uma revisão em alta do valor de 0,9 por cento publicado em Maio.

Esta variação compensou uma revisão em baixa, de um décimo, para 0,5 por cento, da recuperação do consumo nos primeiros três meses do ano. O consumo é o principal motor económico do país, representando cerca de 60 por cento da economia nipónica.

Em comparação com o mesmo trimestre de 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) japonês terá crescido 1,9 por cento, mais seis décimos percentuais do que o inicialmente estimado. O PIB do Japão tinha crescido 1 por cento durante o ano passado devido a uma diminuição do consumo.

O governo japonês também baixou a estimativa para o investimento público feito durante os primeiros três meses de 2023, que, segundo os dados revistos de ontem, aumentou 1,5 por cento em relação ao trimestre anterior, ante os 2,4 por cento indicados no relatório preliminar.

No final de Abril, o novo governador do Banco do Japão (BoJ) disse que a instituição vai manter a ampla estratégia de flexibilização monetária, que inclui taxas ultra baixas, porque a inflação ainda não é suficientemente forte para considerar a retirada destas medidas.

Défice recorde

Questionado se o BoJ está a considerar alterar o plano para controlar a curva de rendimento das obrigações do Estado, Kazuo Ueda disse que isto dependeria da evolução da economia, da inflação e de outros factores.

Contudo, tanto o governador cessante, Haruhiko Kuroda, como Ueda insistiram na necessidade de manter as actuais medidas de flexibilização, dada a situação da economia japonesa, e apesar da aceleração da inflação nos últimos meses devido principalmente à subida global dos preços da energia e das matérias-primas.

O Japão registou um défice comercial recorde de 21,7 biliões de ienes (147,2 mil milhões de euros) no ano fiscal de 2022, que terminou a 31 de Março deste ano.

As importações japonesas cresceram 32,2 por cento, para 121 biliões de ienes (818,4 mil milhões de euros), um crescimento de 32,2 por cento, duas vez mais rápido do que as exportações, que aumentaram 15,5 por cento para 99,2 biliões de ienes (671,4 mil milhões de euros).

Excedentes a subir

A balança de pagamentos do Japão registou um excedente de 1,89 biliões de ienes (12,7 mil milhões de euros) em Abril, mais 76,3 por cento do que em igual mês do ano passado, avançou ontem o Governo. Ainda assim, o excedente foi 16,8 por cento inferior ao obtido em Março, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério das Finanças japonês.

A balança de pagamentos do Japão permaneceu no positivo em Abril devido à balança de rendimentos, referente aos investimentos no estrangeiro, que registou um excedente de 3,1 biliões de ienes (20,5 mil milhões de euros), mais 3,1 por cento do que em igual mês de 2022. A balança de pagamentos reflecte os pagamentos e receitas do comércio exterior de bens, serviços, rendimentos e transferências, sendo considerado um dos mais amplos indicadores comerciais de um país.

9 Jun 2023

Japão | Chuvas torrenciais fazem um morto e dois desaparecidos

As chuvas torrenciais que estão a afectar o Japão fizeram pelo menos um morto, dois desaparecidos e cerca de três dezenas de feridos, disseram sábado as autoridades nipónicas.

O Governo pediu para reforçar a vigilância “face ao risco de deslizamentos de terra, inundações e rios cheios”, na sequência da tempestade tropical Mawar, anteriormente classificada como tufão.

No centro do país, uma equipa de resgate “encontrou um homem de 60 anos mergulhado num carro”. A morte foi confirmada posteriormente, disse à agência France-Presse (AFP) um funcionário da prefeitura de Aichi.

A oeste, na prefeitura de Wakayama, onde vários riachos transbordaram, estão em curso buscas por um homem e uma mulher desaparecidos, disseram as autoridades à AFP.

Um total de seis pessoas apresentam ferimentos graves e outras 24 pessoas são feridos ligeiros, de acordo com a agência de gestão de incêndios e desastres naturais do Japão.

As recomendações de evacuação das zonas mais afectadas – com o nível máximo de alerta – foram emitidas na sexta-feira. No entanto, as autoridades reduziram o nível após o abrandamento das chuvas.

Novas instruções foram comunicadas sábado de manhã aos moradores que residem nas proximidades de Tóquio, devido ao risco de inundações.

Cerca de quatro mil residências em áreas próximas da capital ficaram sem electricidade durante algumas horas. O comboio de alta velocidade, que liga Tóquio e Nagoya, esteve temporariamente suspenso, antes de ser retomado de acordo com a Japan Railways (JR).

4 Jun 2023

Agência de ‘boys band’ japonesa enfrenta acusações de ofensas sexuais

A presidente da Johnny & Associates, uma famosa agência de talentos japonesa, especializada em bandas masculinas, pediu desculpa pelos alegados abusos sexuais de jovens artistas cometidos pelo seu tio e antecessor na liderança.

“Mais do que tudo, peço desculpas profundamente às vítimas”, disse Julie Keiko Fujishima, curvando-se quatro vezes, num vídeo de um minuto, divulgado no domingo, na plataforma YouTube.

Fujishima pediu também desculpas pela “decepção e preocupação” causada entre os fãs dos artistas cujas carreiras são geridas pela Johnny’s, como a empresa também é conhecida. Numa declaração escrita, a executiva garantiu que não sabia de nenhum caso de abuso e disse que a agência criou equipas para estabelecer procedimentos que protejam os artistas e para dar aconselhamento às vítimas.

No entanto, Fujishima não mencionou a possibilidade de pedir uma investigação externa ao comportamento da empresa.

Acusações antigas

Desde 1988 que vinham sendo publicadas alegações contra Johnny Kitagawa, uma figura poderosa no entretenimento japonês. No entanto, o fundador da Johnny & Associates, que morreu em 2019, nunca foi acusado de qualquer crime.

O caso voltou à ribalta no mês passado, quando o músico japonês de origem brasileira Kauan Okamoto se tornou a primeira alegada vítima a vir a público e a permitir tanto a publicação do seu nome como da sua fotografia.

No Clube de Correspondentes Estrangeiros em Tóquio, Okamoto, que assinou um contrato com a Johnny’s quando tinha 15 anos, disse ter sido abusado em pelo menos 20 ocasiões e ter visto colegas seus a serem também abusados.

O músico disse que, durante o período em que esteve na agência, entre 2012 e 2016, Johnny Kitagawa terá abusado de entre 100 a 200 menores.

Após encontrar-se com Okamoto, Julie Keiko Fujishima disse não poder ter a certeza sobre as acusações do músico, mas garantiu que alegações de abuso sexual a envolver a agência “nunca deveriam voltar a acontecer”. “Ainda mal começámos, mas ele deu-nos a oportunidade de mudar”, disse a executiva.

Nas redes sociais surgiu uma campanha de boicote da Johnny’s, incluindo das empresas que assinaram contratos de publicidade e patrocínio com os artistas geridos pela agência.

Entretanto, uma petição de protesto contra a agência já recolheu milhares de assinaturas. Alguns críticos disseram que o pedido de desculpas de Fujishima não era suficiente, defenderam que a executiva deveria convocar uma conferência de imprensa e assumir a responsabilidade, renunciando ao cargo.

Outros criticaram a imprensa japonesa por permanecer em silêncio durante décadas face às alegações, sugerindo que temiam retaliações e perder o acesso aos artistas geridos pela Johnny’s.

De acordo com as acusações, Kitagawa convidava regularmente jovens cantores e bailarinos, muitos deles ainda menores, para dormirem na sua mansão, onde eram depois pressionados a terem sexo com o magnata.

15 Mai 2023

Primeiro-ministro japonês anuncia visita a Seul e encontro com Presidente sul-coreano

O primeiro-ministro japonês anunciou hoje que planeia visitar Seul no domingo e segunda-feira, para conversações com o Presidente sul-coreano, num contexto de reaproximação entre os dois países aliados dos Estados Unidos.

A visita, a primeira de um primeiro-ministro japonês à Coreia do Sul desde 2018, segue-se a uma reunião entre o líder do Governo nipónico, Fumio Kishida, e o chefe de Estado sul-coreano, Yoon Suk Yeol, em Tóquio, em meados de março, quando os dois países concordaram em levantar as restrições comerciais mútuas.

As relações entre os dois vizinhos deterioraram-se nos últimos anos devido a disputas históricas que remontam à colonização japonesa da península coreana (1910-1945), como a questão das “mulheres de conforto” coreanas, escravas sexuais dos soldados japoneses durante a Segunda Guerra Mundial, e os trabalhadores forçados coreanos em empresas japonesas.

Mas os líderes dos dois países estão agora a tentar aproximar-se novamente, tendo como pano de fundo desafios regionais comuns, como a China e a Coreia do Norte.

“Estamos a coordenar [a minha] visita à Coreia do Sul a 07 e 08 de maio, se as circunstâncias o permitirem”, disse Kishida no Gana, a segunda etapa de uma viagem que o levará a quatro países africanos, incluindo a Moçambique, na quarta-feira, e a Singapura.

A visita a Seul, antes da cimeira dos líderes do G7, prevista entre 19 e 21 de maio em Hiroshima, no oeste do Japão, é “uma boa oportunidade para uma troca franca de pontos de vista sobre a aceleração das relações entre o Japão e a Coreia do Sul e sobre a rápida evolução da situação internacional”, disse aos jornalistas.

Kishida disse esperar que a visita dê um novo impulso à “diplomacia de vaivém” entre os dois países, um mecanismo de reuniões regulares entre os seus líderes, suspenso desde dezembro de 2011 e que Kishida e Yoon concordaram em retomar.

O Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão anunciou na semana passada que tinha iniciado o processo de reintegração da Coreia do Sul na chamada “lista branca” de parceiros comerciais de confiança, depois de a ter retirado em 2019.

2 Mai 2023

Japão | Investidos 2.600 Milhões de euros em mísseis de longo alcance

O Japão assinou contratos no valor de 2.600 milhões de euros com a principal empresa de defesa do país, para o desenvolvimento e produção em massa de mísseis de longo alcance para implementação em 2026, divulgou ontem o Governo.

O Ministério da Defesa referiu que os contratos incluem versões modernizadas dos mísseis Type 12 da empresa Mitsubishi Heavy Industries, para lançamentos em terra, mar e ar, e um míssil balístico hipersónico para a defesa de ilhas remotas, noticiou a agência Associated Press (AP).

A produção em massa de mísseis guiados terra-navio Type 12 e mísseis hipersónicos, que já foram desenvolvidos, começará este ano, acrescentou a mesma fonte.

As autoridades recusaram-se a indicar o número de mísseis que o Japão planeia implementar, mas indicaram que a produção deve aumentar gradualmente nos próximos cinco anos.

Devido ao espaço terrestre limitado, o Japão planeia realizar testes de mísseis em bases militares nos Estados Unidos, destacou ainda o Governo japonês.

Outro contrato assinado prevê o desenvolvimento de mísseis guiados antinavio de longo alcance, lançados por submarinos, que começará este ano até 2027. O momento para a sua implantação ainda é incerto.

O plano de desenvolvimento é baseado numa nova Estratégia de Segurança Nacional que o Japão anunciou em Dezembro, enquanto procura aumentar significativamente o seu poder militar.

A nova estratégia inclui o desenvolvimento de uma capacidade de ataque preventivo, uma ruptura acentuada com o compromisso pós-guerra do Japão de limitar as suas Forças Armadas à autodefesa.

13 Abr 2023

Clima | Japão antecipa um Verão sufocante com risco de inundações

As previsões ambientais para o Verão que se aproxima antecipam mais uma vez as catástrofes decorrentes das alterações climáticas

 

O Japão está a antecipar mais um Verão sufocante, com um risco crescente de inundações e deslizes de terras, com os termómetros a ‘dispararem’ e a queima de combustíveis fósseis que alimenta as alterações climáticas a continuar no mundo.

Os dirigentes nipónicos esforçam-se para proteger as comunidades e prometeram reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, mas no curto prazo um clima mais agressivo permanece um ameaça.

“Os riscos das alterações climáticas estão perante nós”, disse Yasuaki Hijioka, vice-director do Centro para a Adaptação às Alterações Climáticas do Instituto Nacional para os Estudos do Ambiente, em Tsukuba, a nordeste do Tóquio. “Em princípio, pode-se tentar escapar de uma inundação. Mas o calor afecta uma área de tal modo vasta, que quase não há escapatória. Todos são afectados”, acrescentou.

O Japão já tem propensão para fenómenos como sismos, tsunamis e tufões. A protecção das infra-estruturas tem permitido manter as pessoas seguras na maior parte dos casos. Mas as alterações climáticas significam que as comunidades são apanhadas com frequências de surpresa, uma vez que os seus sistemas foram concebidos para as condições do clima do passado.

“Se levar uma rede eléctrica concebida para o século XX para um novo século de extremos de aquecimento e calor, então vai ter de considerar se os seus sistemas de energia e cuidados de saúde estão realmente preparados para um planeta que está a aquecer”, disse Kim Cobb, director do Instituto para o Ambiente e a Sociedade da Universidade de Brown.

No ano passado, registaram-se mais de 200 recordes de temperaturas em cidades ao longo do Japão, o que colocou a rede eléctrica perto da utilização plena e levou mais de 71 mil pessoas para os hospitais por causa de insolações, durante os meses de Maio a Setembro.

Os doentes eram idosos na sua maioria, mas também foram hospitalizadas quantidades significativas de crianças e adultos de meia-idade. Por esta causa morreram 80 pessoas. O tempo mais quente significa também mais humidade, o que acrescenta inundações e deslizes de terra às previsões para o verão, algo a que o Japão tem assistido com uma frequência crescente.

Em busca de soluções

Em 2019, comboios de alta velocidade ficaram parcialmente submersos nas inundações causadas pelo tufão Hagibis. Casas e autoestradas ficaram sob terras, que deslizaram. Túneis inundados retiveram pessoas e carros. As barragens não conseguiram suportar uma chuva surpreendentemente forte e persistente.

A investigação de Hijioka foca-se na gestão de inundações, como o desvio de água dos rios a transbordar para campos de arroz e lagoas para as prevenir.

Para evitar mortes por insolação, há uma proposta de lei vai designar alguns edifícios nas comunidades, como livrarias com ar condicionado, como abrigos. Este tipo de lei ao nível nacional é uma novidade no Japão.

12 Abr 2023

Semicondutores | China pede ao Japão que reconsidere restrições

A China pediu no domingo ao Japão que não imponha restrições à exportação de equipamento para fabrico de ‘chips’ semicondutores, como parte de uma batalha geopolítica pelo domínio de componentes essenciais à produção de alta tecnologia.

“Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, ao homólogo japonês, Yoshimasa Hayashi, num encontro em Pequim, segundo um comunicado divulgado pela diplomacia chinesa. O ministro chinês lembrou que os Estados Unidos reprimiram também, no passado, de “forma brutal”, a indústria de semicondutores do Japão, e que, agora, estão a tentar “repetir os seus velhos truques” contra a China. Tal bloqueio vai “apenas estimular a determinação da China em se tornar autossuficiente”, acrescentou Qin Gang, de acordo com o mesmo comunicado.

Foi a primeira visita de um alto diplomata japonês a Pequim em mais de três anos, depois de a China ter mantido as suas fronteiras encerradas, desde Março de 2020, no âmbito da política de ‘zero casos’ de covid-19, entretanto suspensa.

Os semicondutores e a tecnologia necessária para a sua produção são cada vez mais sensíveis, à medida que Pequim tenta desenvolver a sua própria indústria de alta tecnologia, o que tem implicações militares.

4 Abr 2023

Covid-19 | Japão deixa de recomendar uso da máscara

O Japão retirou ontem a recomendação para o uso da máscara em locais fechados, uma das últimas medidas impostas desde o início da pandemia de covid-19, mas a maioria da população continua a utilizar máscaras.

“A partir de hoje, o uso de máscara é deixado a uma decisão individual. Não estamos a forçar ninguém a usá-la ou tirá-la”, disse o primeiro-ministro, Fumio Kishida, aos jornalistas ao chegar ao seu escritório, sem máscara.

Apesar de reconhecer que “haverá mais ocasiões” em que não irá usar máscara, Kishida pediu aos japoneses que coloquem máscaras perto de pessoas vulneráveis para protegê-las dos riscos de infecção. O uso de máscara nunca foi legalmente obrigatório no país e o fim da recomendação para a sua utilização em locais fechados surge numa altura em que o governo do Japão pretende estimular a economia.

No entanto, num país onde a pressão social é extremamente forte, a maioria da população continua a utilizar máscara, mesmo em locais abertos, uma recomendação abandonada pelas autoridades no Verão de 2022.
Restaurantes, lojas e companhias aéreas removeram sinais que pediam aos clientes que usassem máscaras, mas muitos funcionários continuam a utilizar máscaras para mostrar consideração pelos clientes e outras pessoas que precisam de proteção.

Já presente no arquipélago antes da pandemia, sobretudo em períodos de gripes sazonais ou alergias, a máscara tornou-se indispensável desde o início de 2020, quando o novo coronavírus foi detectado no país.

O Japão registou cerca de 73 mil mortos desde o início da pandemia, para uma população de 125 milhões, um número inferior ao de muitos outros países, que alguns peritos atribuem ao uso generalizado de máscaras e ao encerramento prolongado das fronteiras.

14 Mar 2023

Oposição japonesa apresenta projeto de lei para legalizar o casamento homossexual

A oposição japonesa apresentou ontem um projeto de lei ao Parlamento para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, divulgou a imprensa internacional.

O projeto de lei foi apresentado pelo Partido Constitucional Democrático do Japão e pretende modificar o Código Civil do país, que estabelece que o casamento é a união entre pessoas de sexos diferentes, segundo a agência de notícias Kiodo.

As críticas ao Governo em relação à situação das minorias homossexuais e da comunidade LGTBI+ no Japão aumentaram recentemente.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, tem sofrido uma crescente pressão destes grupos, especialmente depois de um ex-assessor do seu gabinete ter feito comentários contra o casamento homossexual.

Kishida teve de se desculpar publicamente, em meados de fevereiro, pelas palavras “extremamente inadequadas” do ex-assessor Masayoshi Arai. O ex-assessor afirmou, naquela ocasião, que “não gostaria de morar ao lado” de um casal LGTBI+ e que até “odiaria vê-los”.

No entanto, Kishida tem sido cauteloso com a ideia de legalizar o casamento homossexual e declarou perante o Parlamento que avançar neste sentido “poderia mudar a sociedade, pois diz respeito à vida privada das pessoas”, defendendo um debate mais aprofundado sobre a questão.

A oposição lamentou a posição do Governo e apontou que “o facto de o casamento homossexual não estar garantido é discriminatório”. Em junho de 2019, várias formações de esquerda apresentaram um projeto semelhante, embora não tenha sido debatido pelos parlamentares.

7 Mar 2023