Infertilidade | Recebidos 340 pedidos de subsídio

Entre Dezembro, e até Março, as autoridades receberam 340 pedidos de financiamento de tratamento de procriação medicamente assistida. Os dados foram divulgados pelos Serviços de Saúde (SS), no âmbito das estatísticas do programa de comparticipação no tratamento de procriação medicamente assistida.
Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Chio Weng, a chefe do Departamento de Administração do Centro Hospitalar Conde de São Januário indicou que 240 candidatos passaram na avaliação clínica preliminar. Vão ser agora encaminhados para o Hospital Macau Union para a segunda fase de avaliações.
Os SS estimam que haja cerca de 200 casos de infertilidade e esterilidade por ano. Actualmente, apenas o Hospital Kiang Wu oferece serviço de fertilização in vitro, mas está previsto que o Hospital Macau Union ofereça também o serviço já na segunda metade deste ano.
No âmbito do subsídio deste programa, cada casal pode receber serviços de procriação medicamente assistida por um período máximo de dois ciclos, limitando-se às técnicas de fertilização “in vitro” – transplante de embriões (IVF) de primeira geração ou de injecção intracitoplasmática de espermatozoide de segunda geração (ICSI). O âmbito da isenção de taxas abrange a avaliação da infertilidade na consulta externa de infertilidade, o ciclo IVF / ICSI e o diagnóstico e tratamento das respectivas complicações.

11 Abr 2025

Alerta para menor consumo de turistas com desvalorização do renminbi

O presidente da Associação da Indústria Turística, Andy Wu, estima que o consumo dos turistas que visitam Macau pode sofrer uma redução devido à desvalorização do renminbi. A posição do representante e empresário do sector surge na sequência da recente quebra da taxa de câmbio de renminbi, que atingiu o ponto mais baixo desde 2010, levando a que as moedas indexadas ao dólar norte-americano, como a pataca e o dólar de Hong Kong, se tornem mais caras no câmbio. No fundo, a frente cambial na guerra comercial entre Washington e Pequim tornou Macau ainda mais dispendiosa para os turistas chineses. Segundo a taxa de câmbio de ontem um renminbi valia 1,09 patacas.
No entanto, Andy Wu encara o volume de turistas verificado durante o fim-de-semana prolongado do feriado do Cheng Ming como um bom indicador que o número de visitantes, que ficou acima dos 130 mil por dia, não está a ser afectado pela guerra comercial.
Em declarações ao jornal Ou Mun, o dirigente associativo acrescentou que Macau, enquanto cidade turística, enfrenta sempre variáveis cambiais que influenciam em grande escala a economia local. Como tal, neste momento, os turistas chineses podem adoptar uma postura mais prudente na hora de abrir a carteira.
O responsável destaca o aumento da pressão sobre o volume de negócios do sector da venda a retalho, que já enfrenta uma crise profunda desde o fim da pandemia, obrigando a várias medidas de apoio lançadas pelo Governo.

Por outro lado
Outro possível duro golpe para a economia de Macau, originado pela desvalorização do renminbi, é o facto de os produtos, viagens e estadias na China se terem tornado mais baratos para os residentes de Macau e Hong Kong.
Em relação aos feriados da Páscoa e do Dia do Trabalhador no fim de Abril e no início de Maio, Andy Wu espera que os turistas de Hong Kong possam compensar a possível falta de visitantes do Interior da China, onde não se celebra a Páscoa e não é feriado.
Porém, o 1º de Maio é uma semana dourada com cinco dias de feriados na China. Neste período, Andy Wu prevê o aumento anual de visitantes face ao mesmo período de 2024.

11 Abr 2025

Tarifas | Fornecedores recorrem a mercados alternativos

Macau estabeleceu acordos comerciais com Canadá, Austrália, Japão, e países europeus e do sudeste asiático que permitem minimizar o efeito das tarifas impostas pela Casa Branca, que entraram ontem em vigor. O presidente Associação da União dos Fornecedores de Macau refere que a partir do fim de Maio os efeitos serão imprevisíveis

 

Entrou ontem em vigor a tarifa adicional a produtos chineses, elevando para 104 por cento a taxa total, implementada pela Administração de Donald Trump, e à qual Pequim respondeu também elevando a parada na guerra comercial que a Casa Branca declarou a um vasto leque de países e regiões.

Para já, a curto-prazo, o presidente da Associação da União dos Fornecedores de Macau, Ip Sio Man, considera que as tarifas impostas pelo Governo dos Estados Unidos da América (EUA) não terão impacto no fornecimento de produtos e nos preços praticados em Macau.

Em declarações ao jornal Ou Mun, o dirigente associativo referiu que nos últimos anos, Macau assinou protocolos comerciais com vários países que garantem a diversificação das fontes de produtos importados, que resultaram na substituição de muitos produtos importados dos EUA. Ip Sio Man revela que, por exemplo, parte da carne oriunda dos EUA foi substituída por carne do Canadá, Austrália e Nova Zelândia, além da fornecida pelo Japão e países europeus.

Em relação a frutas, o representante aponta que a larga maioria é comprada a fornecedores do Interior da China.

Para já, os contentores que foram carregados antes de 5 de Abril e os que já se encontram em rota para Hong Kong foram apenas sujeitos a uma taxa de 10 por cento. Porém, Ip Sio Man confessou ser difícil de prever o que acontecerá às ligações comerciais com os EUA e aos preços quando começarem a chegar navios de carga já com produtos tarifados, algo que deve acontecer no fim do próximo mês.

Problemas de rotas

O presidente da associação de fornecedores tem uma visão optimista do panorama comercial, argumentando que os países e regiões vizinhos, sobretudo do sudeste asiático, podem procurar mercados com impostos baixos, como Hong Kong e Macau, para exportar os seus produtos e que essa concorrência pode levar à descida dos preços.

Além das tarifas de Trump, Ip Sio Man salientou a instabilidade que tem cortado severamente o transporte marítimo no Mar Vermelho, devido às ofensivas de Israel e EUA no Iémen e os ataques dos rebeldes hutis, que têm atacado navios de carga. Esta situação afectou o comércio de bens oriundos de Portugal, com a venda de produtos como o azeite, que passaram a demorar dois meses, o dobro do tempo, a contornar a zona de conflito. O principal impacto foi sentido ao nível dos produtos frescos, de curta validade, como queijos, produtos lácteos e carnes premium, que ficaram mais caros.

O HM falou com um empresário português que importa produtos portugueses e que, devido aos atrasos no transporte marítimo, passou a optar pela via aérea. Apesar do aumento dos custos do transporte, a gestão de stock obrigou à procura de alternativas à rota marítima, que chega a demorar três meses a ligar Portugal a Macau.

9 Abr 2025

Casinos-satélites | PME admitem agonia com encerramentos

Vários empresários de Pequenas e Médias Empresas admitiram que com o encerramento dos casinos-satélite vão ter de fechar os negócios ou avançar para despedimentos em massa

 

As empresas dependentes ou com grandes receitas geradas pelos casinos-satélite reconhecem que estão muito preocupadas com as perspectivas de uma onda de encerramentos, no final do ano. A posição de vários empresários foi tomada em declarações ao jornal Ou Mun.

Os casinos-satélite resultam de acordos entre algumas concessionárias e empresas independentes, que exploram vários espaços de jogo, como acontece com os casinos Kam Pek ou Ponte 16, num total de 11 casinos. Neste modelo, as empresas independentes exploram os casinos, mas com trabalhadores, mesas de jogo e fichas das concessionárias, com quem têm um acordo e a quem efectuam pagamentos.

A última revisão à lei do jogo estabeleceu um período de três anos para acabar com este modelo, que termina no final deste ano. Como resultado, as concessionárias podem optar por assumir, por si, a exploração destes casinos ou fechar os espaços.

Em declarações ao jornal Ou Mun, um residente com o apelido Lam, que é responsável de uma empresa de software, afirmou que metade das receitas da companhia derivam de um dos casinos-satélite. Sem estas receitas, o dirigente admite que a empresa vai começar a perder dinheiro e que nesse cenário só tem duas hipóteses: pagar as perdas com dinheiro do seu bolso, até a situação se tornar insustentável, ou fazer o que apelidou de “cortar um braço”, o despedimento de cerca de 30 a 40 por cento dos trabalhadores.

Lam disse igualmente que os casinos-satélite distribuem muito dinheiro às Pequenas e Médias Empresas, através da contratação de serviços. Porém, se apenas sobreviverem as concessionárias, a economia local vai sentir um impacto que classificou como profundo.

Outro empresário, com o apelido Sin, responsável por uma empresa de limpeza, traçou um cenário semelhante, e reconheceu que com o encerramento dos casinos-satélite vai despedir um quinto do total do pessoal, o que indicou representar cerca de 100 trabalhadores, por falta de trabalho.

Menos transportes

A necessidade de avançar com o despedimento de trabalhadores é igualmente o cenário antevisto por Choi, de acordo com o Jornal Ou Mun. O empresário de uma empresa de transporte privado de pessoas afirmou que actualmente sobrevive no mercado local devido aos serviços prestados aos casinos-satélite.

Choi reconheceu que 80 por cento das receitas provém destes espaços e que em caso de encerramento este volume de negócio não vai ser substituído. O empresário indicou que apesar de Macau receber mais turistas estes têm um perfil muito diferente. Entre as diferenças, apontou que são mais jovens e que não se deslocam através deste tipo de transporte, recorrendo antes aos transportes públicos.

O jornal Ou Mun falou também com um outro empresário Ip, responsável por uma empresa de produtos de iluminação de publicidades. Esta emprega entre 20 e 30 trabalhadores e grande parte dos serviços são prestados aos casinos-satélite. Se estes encerrarem, Ip indica que não só a sua empresa vai encerrar, assim como várias outras lojas nas imediações dos casinos e que dependem destes.

9 Abr 2025

Consumo | Índice de confiança com resultados ambíguos

O índice de confiança dos consumidores subiu ligeiramente durante o terceiro trimestre, mantendo-se ainda assim perto de terreno negativo. Um inquérito, elaborado pela MUST, demonstra o aumento da confiança na compra de casa e investimentos financeiros, mas uma quebra da confiança na economia local, emprego, preços e evolução do nível de vida

 

A Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST, na siga inglesa) publicou na segunda-feira o mais recente índice de confiança dos consumidores relativo aos primeiros três meses deste ano, revelando uma ligeira subida da crença da população em relação ao panorama económico de Macau.

O inquérito realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável da MUST tem por base a análise a seis categorias: “nível de preços”, “compra de habitação”, “nível de vida”, “emprego”, “investimentos” e “economia local”. Das seis categorias, duas registaram subidas e quatro descidas.

De acordo com um comunicado emitido pela equipa que realizou o inquérito, o índice geral aumentou 0,85 por cento face ao trimestre anterior, situando-se, numa escala entre 0 e 200, em 103,82 pontos, atingindo o quarto trimestre seguido de subida do índice geral.

Tendo em conta os resultados gerais, os académicos consideram que a confiança geral dos consumidores de Macau está numa fase de estabilidade. Refira-se que nos últimos três meses de 2024, o índice geral subiu 2,54 por cento face ao trimestre anterior.

Ponto por ponto

Entre as seis áreas analisadas, duas registaram subidas de confiança no primeiro trimestre de 2025. A confiança no mercado accionista e em investimentos financeiros subiu 16,7 por cento, para 112,37 pontos, registando a maior flutuação. Também a confiança na compra de habitação subiu 2,4 por cento, entrando em terreno positivo (100,22 pontos), depois de já ter aumentado 6,5 por cento nos últimos três meses do ano passado, acompanhando a descidas dos preços da habitação.

No campo negativo, a maior descida aconteceu no capítulo da confiança na economia local, que caiu 3,14 por cento para a fronteira da falta de confiança, com 100,61 pontos, quase repetindo a queda registada nos últimos três meses de 2024 (3,13 por cento) e somando o terceiro trimestre consecutivo em quebra.

Também a confiança em relação preços caiu 2,32 por cento para terreno negativo (98 pontos), depois de no último trimestre de 2024 ter subido 6,38 por cento para a neutralidade (100.35).

A confiança no nível de vida passou a ocupar o segundo lugar do pódio, apesar da descida trimestral de 0,2 por cento para 108,3 pontos. Também a confiança no mercado de trabalho desceu 0,76 por cento para 103,39 pontos.

A equipa da MUST destacou o facto de a confiança na economia local estar a cair há três trimestre seguidos, o que considera ser um sinal de alerta para factores riscos no ambiente económico. Os académicos destacam também o fraco crescimento da economia global enquanto influência nos resultados do inquérito, que foi realizado antes da imposição à escala global de tarifas comerciais pela Administração de Donald Trump.

9 Abr 2025

Habitação | Pedido apoio para quem está em lista de espera

Em plena pré-campanha eleitoral, Nick Lei tem insistido no tema da habitação. O deputado divulgou ontem uma interpelação escrita onde pede o retorno do subsídio para quem espera por uma fracção de habitação social, e a redução do tempo de espera pela entrega de uma casa

 

A mais de três meses do início da campanha para as próximas eleições que vão seleccionar o elenco futuro da Assembleia Legislativa, Nick Lei parece ter escolhido uma das suas prioridades: a habitação pública.

Depois de na segunda-feira, o deputado ligado à comunidade de Fujian ter divulgado uma resposta do Instituto de Habitação a uma interpelação escrita sobre habitação económica, ontem foi a vez de endereçar a habitação social.

Nick Lei insiste no retorno do subsídio para ajudar a pagar a renda a candidatos que esperam por uma fracção. O chamado “abono de residência” foi criado no segundo mandato de Edmund Ho na liderança do Governo, para ajudar famílias que cumpriam os critérios de acesso a uma habitação social, mas que se encontravam em lista de espera, por não existir apartamentos disponíveis.

Na última ronda do apoio, em 2022, o valor do subsídio era de 1.650 patacas por mês, para agregados com um ou dois membros, e de 2.500 patacas por mês, para agregados familiares com mais de duas pessoas.

O deputado reconhece que num futuro próximo, a oferta de habitação social poderá satisfazer a procura. Mas, para já, há quem espere por uma fracção há mais de dois anos e meio.

“Importa realçar que as famílias que esperam por habitação social são todas compostas por residentes desfavorecidos economicamente. Apesar de o Governo ter garantido que a espera por uma fracção foi reduzida para um ano, depois da implementação do mecanismo de candidatura permanente, isso continua a não reflectir a espera real entre os vários tipos de tipologia de apartamentos”, afirmou o deputado.

Mais vale sós

Nick Lei dá o exemplo das candidaturas a apartamentos T1 de habitação social, que largamente excedem a oferta. Mas admite que os blocos deste tipo de habitação pública na Zona A dos Novos Aterros, que devem estar concluídos entre 2026 e 2027, podem ajudar a solucionar a situação, oferecendo cerca de 4.088 apartamentos, dos quais 3.276 são T1. Além disso, também o complexo de habitação social da Avenida Venceslau de Morais, o Edifício Mong Son irá ajudar a colmatar as lacunas do lado da oferta. Este prédio é composto por três blocos, com 24 a 35 pisos, três pisos em cave, disponibilizando 885 fracções de tipologia T1 e 705 fracções de tipologia T2, num total de 1.590 fracções de habitação social.

O deputado defende que a pressão financeira provocada pelo mercado de arrendamento afecta seriamente as famílias mais pobres, principalmente face à subida anual de 3,9 por cento das médias das rendas no ano passado.

Outra das exigências do deputado, prende-se com a garantia máxima que o Governo deu de quatro anos, entre o momento em que uma candidatura a habitação social é aceite e a entrega de uma casa. Nick Lei gostaria que este período de garantia fosse reduzido.

9 Abr 2025

Habitação | Centaline avisa que preços vão cair até 20 por cento

A agência imobiliária traça um cenário negativo do mercado imobiliário, que afecta o preço das habitações, mas também as rendas das lojas. Segundo a empresa, após anos em negação, os senhorios de lojas começam a perceber que vão perder dinheiro

 

A agência imobiliária Centaline prevê que os preços da habitação apresentem quebrad de 10 a 20 por cento ao longo do ano. A previsão consta do mais recente relatório da agência sobre o mercado do imobiliário local, publicado no final da semana passada, e que aponta que o sector atravessa uma “idade do gelo”.

“O mercado imobiliário de Macau está a atravessar uma fase de desenvolvimento em forma de ‘U’, pelo que se espera que a pressão para reduzir os preços da habitação se prolongue”, é referido. “Os preços da habitação vão atravessar uma nova vaga de quebras entre 10 e 20 por cento”, foi acrescentado.

Ao referir a forma de “U”, a Centaline prevê que a queda seja seguida de um período de crescimento, após uma fase de estagnação. No entanto, é necessário atingir o fundo. E esse momento é difícil de prever: “A dimensão da queda vai depender de vários factores, incluindo o ritmo da redução dos juros nos Estados Unidos, assim como das políticas de auxílio ao mercado”, foi explicado.

Com base nesta tendência, a agência admite que se vive uma “idade do gelo”: “O mercado imobiliário entrou na idade do gelo, com os preços da habitação e o volume de transacções a caírem”, foi escrito. “No segundo trimestre, as nossas estimativas apontam para que o volume das transacções seja de cerca de 200 transacções por mês”, foi previsto.

Acordar para a realidade

Em relação ao mercado de arrendamento de lojas, a situação não é muito diferente, e a Centaline indica que os proprietários das lojas vão ter de aceitar a nova realidade, e possivelmente desfazer-se das lojas. “No ano passado, muitos dos investidores ainda acreditavam que a queda do preço das rendas se devia à pandemia ou ao aumento das taxas de juro. Acreditavam que tudo ia voltar à ‘normalidade’, pelo que preferiam pagar os juros [das hipotecas] e manter a aposta nos seus investimentos”, foi explicado.
“Recentemente, começaram a aperceber-se que os dias dos bons de investimentos nas lojas chegaram ao fim, o sector da venda a retalho sofreu uma transformação e a dependência das lojas físicas diminuiu consideravelmente. Por isso, o valor das lojas está a diminuir gradualmente. No caso de segurarem os seus investimentos, muito dificilmente vão obter bons resultados”, foi acrescentado.

A Centaline traça assim um cenário a duas velocidades. Nas zonas mais centrais para o turismo, admite que houve perto de 20 arrendamentos em que o valor da renda ficou acima das 100 mil patacas. No entanto, nos bairros comunitários a situação é muito diferente, principalmente ao nível das lojas no NAPE ou Horta e Costa.

7 Abr 2025

Saúde | Alerta para aumento da obesidade e hipertensão

Apesar do aumento da esperança de vida nas últimas duas décadas e meia, o Governo está preocupado com a subida gradual da obesidade, hipertensão, e elevados níveis de colesterol e açúcar no sangue. Em 2024, cerca de 80 por cento das mortes registadas em Macau estiveram relacionadas com doenças crónicas

 

Dados do Inquérito sobre a Saúde de Macau divulgado em 2016 já mostravam que mais de metade da população adulta tinha peso a mais. No entanto, a situação actual deve ser pior, indicou ontem a chefe da Divisão de Promoção da Saúde do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Serviços de Saúde (SS), Wong Weng Man, no programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau.

Tendo em conta que será lançado no próximo ano um novo inquérito à saúde da população, a responsável prevê que a proporção dos casos de obesidade irá aumentar e que a tendência crescente do excesso de peso é um dos desafios dos SS para os próximos anos.

“O risco de excesso de peso, obesidade, hipertensão arterial, colesterol e açúcar elevados no sangue aumenta gradualmente,” explicou Wong Weng Man, ressalvando que os indicadores de excesso de peso e obesidade em Macau são mais rigorosos do que noutras regiões. Uma das estratégias das autoridades passa por alertar os residentes para a importância de monitorizar o peso e mais cedo possível.

Seguindo tendências

Para inverter a tendência, o Governo pretende cooperar com grupos comunitários e informar a população sobre a gestão de peso e formas seguras de combater a obesidade. Além disso, os SS querem alargar a especialidade de medicina através da formação de médicos e criar uma plataforma online para os residentes acederem a médicos, enfermeiros, médicos de medicina tradicional chinesa, dentistas, nutricionistas, psicoterapeutas e fisioterapeutas. Serão também instalados vários postos de controlo de pressão arterial no território.

Wong Weng Man salientou o perigo da obesidade enquanto causa de doenças crónicas, que foram a principal causa de morte, em cerca de 80 por cento dos casos, durante o ano passado.

A representante dos SS destacou ainda o aumento da esperança de vida média em Macau, que subiu cinco anos desde 1999, e se fixou em 83,3 anos em 2024. Importa referir que, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, a esperança de vida média a nível global também subiu cinco anos entre os anos 2000 e 2015.

2 Abr 2025

Fronteira | Estimadas 700 mil travessias no feriado

A Administração Nacional para a Imigração prevê um aumento dos movimentos fronteiriços no feriado do Cheng Ming. As autoridades estimam que na sexta-feira, as fronteiras entre Zhuhai e Macau registem cerca de 700 mil travessias, mais de metade através de Gongbei. A nível nacional, a estimativa aponta para um aumento superior a 20 por cento

 

A Administração Nacional para a Imigração prevê que durante o Cheng Ming, o feriado que se assinala na sexta-feira o Dia dos Finados, as fronteiras entre Zhuhai e Macau registem cerca de 700 mil travessias. O Cheng Ming é um festival tradicional chinês de reverência aos antepassados, que se celebra no início de Abril, quando as famílias visitam cemitérios para limpar os túmulos. Como tal, gera um grande fluxo de viagens, impulsionado pelo facto de ser feriado nacional.

Segundo um comunicado emitido ontem pela Administração Nacional para a Imigração, é previsto que o posto fronteiriço de Gongbei registe cerca de 367 mil movimentos fronteiriços, o mais movimentado, seguido da Ponte de Hong Kong-Zhuhai-Macau com 123 mil travessias. Em terceiro lugar, as autoridades colocam a fronteira de Qingmao com uma estimativa de 114 mil travessias e, finalmente, Hengqin com 95 mil.

A Administração Nacional de Imigração tomou medidas especiais em relação às inspecções fronteiriças para este fim-de-semana prolongado, exigindo aos agentes o reforço da monitorização do tráfego e a divulgação atempada sobre o fluxo de passageiros de entrada e saída nos postos, de forma a permitir informação detalhada às pessoas para planearem os seus itinerários.

Alargando o escopo

A entidade nacional acrescentou que espera um aumento significativo de entradas no Interior da China, sobretudo de pessoas vindas de Hong Kong, Macau, Taiwan e de chineses ultramarinos.

Além disso, a Administração Nacional para a Imigração garante que vai abrir o maior número possível de corredores de inspecção nas fronteiras com Hong Kong e Macau e nos aeroportos com voos directos para Taiwan. No cômputo geral, a entidade prevê que 2,1 milhões de pessoas atravesse fronteiras para a China na sexta-feira, o que representa um aumento de 21,4 por cento face ao ano passado.

No que se refere a Macau, nos primeiros dois meses deste ano houve um aumento de 10 por cento da entrada de turistas. Após o feriado do Dia dos Finados, o fim-de-semana da Páscoa é um período quente do mercado turístico, apesar da Páscoa não ser um feriado nacional. Porém, Macau tem contado tradicionalmente com uma significativa proporção de turistas vindos de Hong Kong, algo que pode ser impulsionado este ano pelas campanhas de promoção e descontos do Governo na região vizinha.

Segundo o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, Andy Wu, o número de turistas durante o fim-de-semana da Páscoa pode aumentar cerca de 10 por cento em termos anuais.

1 Abr 2025

Takeaway | Tarifas de até 50% ameaçam restauração

As aplicações de entrega de comida ao domicílio encostaram o sector da restauração à parede, com a imposição de elevadas taxas de entrega e a alteração de hábitos dos clientes. A Associação da Indústria do Catering de Macau diz que as apps ameaçam a sobrevivência dos negócios e pede intervenção do Governo

 

Quando a pandemia da covid-19 obrigou ao isolamento e distanciamento social, o simples acto de tomar uma refeição fora de casa tornou-se um pesadelo. A partir dessa altura, tornou-se comum ver as estradas de Macau cheias de scooters da mFood e Aomi, e mais tarde a Tikbee. Findas as restrições de combate à pandemia, permaneceu o hábito de pedir refeições, bebidas e sobremesas através destas plataformas, e começaram a surgir queixas do sector da restauração.

O presidente da Associação da Indústria do Catering de Macau, Aeson Lei, tem sido uma das vozes críticas da forma como as aplicações mudaram a indústria e obrigaram restaurantes a pagar elevadas taxas de entrega ou abdicar de uma forma popular de fazer negócio.

“Quando não havia plataformas de takeaway, se facturássemos 100 patacas, esse valor entrava na caixa. Hoje em dia chegamos a entregar 50 dessas 100 patacas às aplicações, além dos custos operativos de um restaurante. É difícil sobreviver neste cenário”, indicou o representante, citado pelo jornal do Cidadão.

O dirigente associativo recorda que as plataformas de entrega de refeições começaram por cobrar mais de 20 por cento do valor cobrado ao cliente como tarifa de distribuição, valor que considerava razoável. Porém, “as apps começaram também a cobrar tarifa de distribuição ou entrega aos clientes”, afirmou, elevando os preços. Como tal, acabaram por “pedir aos comerciantes o pagamento da fatia que deveria ser paga pelo consumidor”, indicou.

Fazer algo

Aeson Lei não percebe porque razão as aplicações passaram a cobrar duas vezes tarifas de distribuição. O facto é que os restaurantes ficam obrigados a pagar duas vezes, se quiserem ocupar um lugar cimeiro no ranking das aplicações.

Com a dupla cobrança, as aplicações ficam com cerca de 40 por cento da facturação das vendas online dos restaurantes, fatia que cresce para 50 por cento durante campanhas de descontos. Aeason Lei considera que a única forma de controlar as cobranças excessivas é através de intervenção do Governo, uma vez que os restaurantes não têm poder negocial para fazer face à prevalência das plataformas online.

Assim sendo, o representante do sector espera que o Executivo elabore uma lei que introduza um mecanismo de supervisão da actuação das plataformas online e de apresentação de reclamações.

1 Abr 2025

PJ | Ourivesarias eram fachada para trocas de dinheiro

A Polícia Judiciária desmantelou na terça-feira dois grupos criminosos de troca de dinheiro ilegal. Do maior grupo, que usava oito ourivesarias como fachada foram detidas 33 pessoas, apreendidos 18 milhões de dólares de Hong Kong. A PJ estima que o grupo, que operava desde 2019, terá trocado verbas equivalentes a 590 milhões de patacas

 

A Polícia Judiciária (PJ) desmantelou na terça-feira dois grupos criminosos que se dedicavam à troca de renminbis para dólares de Hong Kong. O caso de maior dimensão, que foi ontem o foco de uma conferência de imprensa da PJ, diz respeito a um grupo que operava desde 2019. As autoridades detiveram 33 pessoas, 22 residentes locais e 11 do Interior da China, e apreenderam cerca de 18 milhões de dólares de Hong Kong (HKD) em numerário, algumas fichas de jogo, 48 dispositivos electrónicos e 12 livros de contabilidade e recibos de transacções falsas que colocaram a nu as operações do grupo.

Desde o início do esquema, que começou em 2019 com capital avançado pelo cabecilha do grupo, terá rendido mais de 20 milhões de patacas em lucros ilegais na sequência da troca de dinheiro num valor aproximado de 590 milhões de patacas.

Segundo detalhes da investigação da PJ, citados pelo canal chinês da Rádio Macau, o grupo usava oito joalharias localizadas nas imediações de casinos no Cotai como fachada para trocar dinheiro para jogar nas mesas de jogo dos casinos. O esquema passava por encontrar apostadores, conduzi-los até às lojas onde simulavam a compra de produtos, com as transacções registadas na contabilidade falsa das joalharias para esconder o câmbio ilegal de dinheiro.

Nos dois sentidos

A PJ acrescentou que o grupo além de oferecer dólares de Hong Kong depois de receber a transferência bancária dos jogadores, se estes tivessem sorte nas mesas de jogo poderiam voltar a recorrer às falsas joalharias para trocar de volta as dividas para renminbis através de transferências bancárias.

A operação de terça-feira mobilizou cerca de 80 investigadores criminais, que se separaram entre as várias joalharias envolvidas, assim como casas de penhor, um gabinete num centro comercial e várias residências.

Foi acrescentado ontem que o grupo mantinha uma ligação estreita com um banco clandestino na zona norte da península de Macau, que colaborava nas operações na transferência e circulação de dinheiro, com vista a escapar à supervisão das autoridades. Os lucros do grupo eram apurados com base na variação das taxas de câmbio. As autoridades indicaram que vão continuar a investigar a fonte e fluxo dos capitais e procurar suspeitos que não foram agora detidos.

A PJ anunciou ontem ter ainda desmantelado outro grupo de criminosos que se dedicava ao mesmo tipo de delito, que terá trocado cerca de 200 milhões HKD e apurado 1 milhão HKD em lucros indevidos.

28 Mar 2025

IAS | Cortado financiamento a creche Smart

As razões do corte do financiamento não foram clarificadas pelo Governo, que se limitou a indicar que não conseguiu chegar a acordo com a associação Zonta Club de Macau, responsável pela exploração do espaço, sobre “princípio básicos” e “importantes aspectos de organização”

 

O Instituto de Acção Social (IAS) vai cortar o financiamento e recuperar as instalações e equipamentos financiados da creche Smart, operada pela associação Zonta Club de Macau. A informação foi revelada recentemente, mas está a gerar uma onda de preocupação por parte dos pais, que temem pelo futuro da educação das crianças.

Os motivos que levaram ao fim dos apoios do Governo da RAEM à creche não foram tornados públicos. Em explicações ao canal chinês da Rádio Macau, o IAS vincou que o fim do financiamento não está relacionado com qualquer problema com a operação da creche. Contudo, o IAS indicou que não foi possível chegar a um acordo com a associação Zonta Club de Macau sobre os moldes em que iria continuar a funcionar a parceria de financiamento, que está em vigor até Agosto deste ano.

A emissora aponta também que o IAS indicou que a falta de acordo visou “princípio básicos” e “importantes aspectos de organização”, sem adiantar mais detalhes, o que foi justificado com o facto de a associação ainda poder levar o caso para os tribunais da RAEM.

Transferências asseguradas

Ao mesmo tempo que confirmou o fim do financiamento público para a creche, o IAS assegurou igualmente aos encarregados de educação estar disponível para ajudar com as transferências das crianças para outras creches, quando a creche Smart encerrar. Os encarregados de educação foram igualmente informados sobre o desfecho em causa e as opções disponíveis.

O IAS vincou que existem vagas suficientes para todas as crianças que vão ter de ser transferidas, inclusive na Taipa, onde está localizada a creche Smart. Actualmente, informou o IAS, frequentam a creche mais de 80 crianças e cerca de metade vão entrar em jardins-de-infância no novo ano lectivo.

Apesar das garantias, durante o programa Fórum Macau, vários pais mostraram-se preocupados com a necessidade de terem de transferir as crianças no final de Agosto, quando se espera que aconteça o encerramento.

Ligações aos EUA

A Smart é explorada pela associação Zonta Club de Macau, que de acordo com o portal oficial da creche, é uma associação ligada à organização Zona Internacional, desde 2014. Esta é uma organização sem fins lucrativos fundada, em 1919, nos Estados Unidos, e que tem como missão a afirmação do papel profissional da mulher, através de iniciativas filantrópicas, sociais e culturais. Conta com mais de 30 mil membros a nível mundial, entre 1.200 associações em 67 países e regiões.

A nível de Macau, tem actualmente como presidente Christiana Ieong e conta com o apoio da empresária Pansy Ho, como sócia honorária.

28 Mar 2025

Ilha da Montanha | Queixas de obstáculos à integração

Longas filas para atravessar a fronteira, serviços de saúde insuficientes, moradas que não são reconhecidas e cartas que nunca chegam ao destino. São alguns dos problemas dos residentes de Macau em Hengqin, que o deputado Nick Lei espera que o Governo consiga resolver

 

O deputado Nick Lei afirma que existem muitos obstáculos para garantir a integração dos residentes de Macau em Hengqin, e pede às autoridades que tomem novas medidas para melhorar a situação.

Ouvido pelo jornal do Cidadão, o deputado ligado à comunidade de Fujian indicou como um dos principais obstáculos a falta de condições para atravessar a fronteira, o que faz com que quem vive em Hengqin, mas trabalha ou estuda em Macau tenha de enfrentar frequentemente filas longas, principalmente durante os feriados ou nas horas de ponta.

Como solução para esta questão, o deputado propõe que as autoridades de Macau se coordenem com a Alfândega de Hengqin para instalarem balções ou canais de inspecção automáticos nas fronteiras apenas para residentes de Macau, com vista a aumentar a rapidez da passagem fronteiriça.

Em relação aos problemas identificados, Nick Lei aponta também que o centro de saúde do Novo Bairro de Macau, em Hengqin, que começou a funcionar em Novembro do ano passado, não tem serviço regular de colheita de sangue. Outra das falhas identificadas, é o facto de alguns medicamentos disponíveis em Macau não se encontrarem em Hengqin. Os serviços de saúde no bairro para residentes de Macau são assim tidos como insuficientes. Lei revela mesmo que houve residentes que tiveram de vir a Macau receber os tratamentos de saúde necessários, uma vez que não estavam disponíveis em Hengqin.

Problemas burocráticos

No rol de queixas que consta das declarações prestadas ao Jornal do Cidadão, Nick Lei afirma que vários residentes encontram dificuldades quando têm de declarar a morada na Ilha da Montanha junto dos serviços públicos ou instituições financeiras de Macau.

De acordo com o deputado, é frequente que as moradas em Hengqin não sejam aceites nas instituições locais como uma morada reconhecida em Macau. Outra situação frequente, acontece quando a morada na Ilha da Montanha é reconhecida, mas a correspondência nunca chega ao destino. Lei pede assim às autoridades que peçam aos correios do outro lado da fronteira para encontrarem uma forma de ultrapassar este obstáculo.

Por outro lado, Lei lamentou que a medida das autoridades do Interior para que os carros com matrícula de Macau autorizados a circular em Hengqin pudessem circular em toda a província de Cantão ainda não tenha saído do papel, apesar de anunciada.

Nick Lei compreende que a integração é um processo que leva o seu tempo, mas defende que estes aspectos devem ser melhorados rapidamente, para atrair mais residentes de Macau para Hengqin.

27 Mar 2025

Renovação Urbana | Habitação para troca na Areia Preta concluída

A Macau Renovação Urbana revelou ontem a conclusão do complexo habitacional para troca erigido no terreno que esteve destinado ao Pearl Horizon. O complexo é composto por seis blocos que oferecem mais de 2.000 apartamentos, dos quais quase 1.900 já estão escolhidos

 

Ontem foi dado mais um passo para compensar os compradores lesados do projecto de construção Pearl Horizon, na Areia Preta, com o anúncio da empresa de capitais públicos Macau Renovação Urbana que indicou a conclusão do projecto do complexo habitacional para troca, no lote P.

Segundo a apresentação no comunicado da Macau Renovação Urbana, o “Pearl Metropolitan é composto por seis blocos de apartamentos, fornecendo 2.064 fracções autónomas. Cada bloco está equipado com quatro elevadores. O parque de estacionamento tem 1.873 lugares para automóveis e 490 lugares para motociclos. Além disso, o “Pearl Metropolitan” tem clubhouse, piscina, ginásio e parque ao ar livre.

Para já, os seis prédios estão a ser submetidos a uma inspecção para garantir a qualidade, e a Macau Renovação Urbana garante que vai permitir gradualmente visitas a requerentes da habitação para troca que já escolheram as fracções que desejam. Segundo os dados da empresa, até o fim de 2023, havia um total de 1.923 requerentes qualificados e 1.880 fracções já tinham sido escolhidas. No entanto, 47 requerentes acabaram por não escolher apartamentos, e foram suspensos cinco processos.

Terra partilhada

O lote P onde esteve prevista a construção do Pearl Horizon tinha uma área total de cerca de 68 mil metros quadrados. Parte deste lote foi aproveitada para a construção da Residência para Idosos, enquanto cerca de 40 mil metros quadrados do terreno servem para a construção da habitação para troca e a construção da habitação para alojamento temporário.

A construção do Pearl Metropolitan começou em 2021, e o complexo habitacional foi apresentado como uma resposta às necessidades dos compradores lesados depois de um processo litigioso em que o Governo levou a melhor nos tribunais ao promotor Polytec. A concessão do terreno foi declarada inválida em Janeiro de 2016, por ter sido ultrapassado o prazo para concluir a construção, pelo Chefe do Executivo Chui Sai On. No fim da batalha judicial, o Tribunal de Última Instância, na altura presidido por Sam Hou Fai, deu razão ao Governo.

26 Mar 2025

Macau Pass | Milhares de idosos carregaram cartão para descontos

Logo pelas primeiras horas da manhã, idosos formaram filas à porta dos serviços para trocar ou carregar os cartões Macau Pass e aceder aos descontos do Grande Prémio do Consumo. Até às 13h, mais de 22.200 idosos já tinham aproveitado os benefícios do programa de incentivo ao consumo

 

Ainda antes de abrir as portas, uma fila com cerca de meia centenas de pessoas formava-se à entrada do centro de serviços da Macau Pass na Areia Preta, anunciando o início de mais uma ronda do Grande Prémio do Consumo, que começou ontem.

Antes de arrancar a iniciativa destinada a distribuir cupões de consumo aos residentes, para impulsionar os negócios do comércio local nos bairros afastados dos circuitos turísticos, mais de 10 mil residentes pediram para trocar o Macau Pass para idosos, 6 mil dos quais já tinham o cartão pronto para usar. Os restantes, além dos residentes que quiseram carregar o cartão para aceder ao desconto automático de 300 patacas e começar a beneficiar do desconto de 50 por cento em compras, acorreram às lojas da Macau Pass, assim como aos vários postos de serviços para carregar os cartões.

O director dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), Yau Yun Wah, revelou que até às 13h de ontem, mais de 22.200 idosos já tinham aproveitado descontos ao abrigo da iniciativa, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau. O responsável adiantou que o processo estava a decorrer sem problemas.

Porém, alguns idosos que esperavam na fila do centro da Macau Pass na Areia Preta indicavam que a abertura mais cedo da loja teria facilitado a vida aos residentes. Uma idosa adiantou à emissora pública que se descolou à loja para receber o cartão novo, mas que o local estava repleto de residentes que queriam carregar o cartão, ver o seu saldo, pedir segundas-vias de cartões, o que resultou numa situação algo caótica. Nas imediações do centro de serviços da Macau Pass na Areia Preta, a fila de residentes obstruiu portas de prédios, lojas e parques de estacionamento.

Atenção às fraudes

O director da DSEDT afirmou também que o Governo estará atento a actividades fraudulentas durante a campanha de incentivo ao consumo e que foi criado um mecanismo de supervisão em conjunto com as instituições financeiras com aplicações de pagamento para evitar que consumidores comprem algo online para aceder ao sorteio e de seguida cancelem a transacção. Caso sejam detectadas actividades deste género, os residentes serão impedidos de participar no sorteio de cupões para a transacção fraudulenta.

O presidente da Associação Comercial de Macau, Frederico Ma Chi Ngai, mostrou-se optimista em relação ao impacto do Grande Prémio do Consumo nos negócios das pequenas e médias empresas. O dirigente da associação que organiza a iniciativa com o Governo adiantou ao canal chinês da Rádio Macau que cerca de uma centena de comerciantes planeia acrescentar uma campanha de descontos ao programa de incentivo ao consumo, e que é esperado que mais comerciantes sigam o exemplo.

25 Mar 2025

Maternidade | Pedida atribuição de abonos de família

Face à queda da natalidade, as associações pedem ao Governo de Sam Hou Fai que aumente o número de apoios às famílias. Além do subsídio de nascimento, actualmente de 5.418 patacas, pede-se a criação de um abono de família e a extensão das licenças de maternidade e paternidade

 

A Associação Geral das Mulheres de Macau e a Associação dos Jovens do Povo defenderam a atribuição de abonos de famílias para ajudar as famílias locais a fazerem face aos cada vez maiores encargos financeiros.

Através de um comunicado, Loi I Weng, vice-presidente da Associação das Mulheres, indicou que existem actualmente cerca de 23 províncias do Interior a distribuir subsídios. Por exemplo, a cidade Hefei, na província de Anhui, distribui um único abono aos casais com dois ou três filhos, com um valor que vai dos 2 mil renminbis aos 5 mil renminbis. Por sua vez, as autoridades da cidade Jinan, na província de Shandong, distribuem um apoio mensal para as famílias que têm duas ou três crianças de 600 renminbis por criança, até estas perfazerem três anos.

Em Macau, Loi I Weng reconheceu que há um subsídio de nascimento, actualmente no valor de 5.418 patacas. Contudo, Loi defende que o valor deve ser aumentado e deve ser ponderada a distribuição de um abono de família, tendo como referência o valor do subsídio para cuidadores ou do subsídio de família dos funcionários públicos, que têm o valor de 2.175 patacas e 940 patacas, respectivamente.

Por seu turno, o vice-presidente da Associação dos Jovens do Povo Tam Sio Pang também defendeu a ideia do subsídio para assistência na infância.

Ouvido pelo jornal Ou Mun, o responsável da associação subordinada Aliança de Povo de Instituição de Macau sugeriu que o Governo deve seguir a prática da cidade Hohhot, capital da Região Autónoma da Mongólia Interior, que oferece um subsídio único no valor de 10 mil renminbis para os casais que têm um filho. Quando os casais têm dois filhos recebem cerca de 50 mil renminbis ao longo de 5 anos, e se tiverem três filhos recebem 100 mil renminbis ao longo de 10 anos.

Outros pedidos

Além do subsídio, os responsáveis das associações defenderam que também é importante o Governo lançar outras medidas para criar um “ambiente mais favorável” ao aumento da taxa de natalidade.

Loi I Weng sugeriu ao Governo que subsidie as empresas, para estas implementarem medidas laborais de apoio às famílias dos trabalhadores. Além disso, a responsável considera ser necessário o Governo estender a licença de maternidade e paternidade, para que os residentes tenham menos preocupações sobre a natalidade.

Tam Sio Pang também quer a extensão da licença de maternidade e paternidade e defende que a licença de maternidade deve ser aumentada para 90 dias, face aos 70 dias actuais. Tam Sio Pang sugeriu ainda que o Governo aumente as vagas nas creches subsidiadas, bem como uma integração gradual dos serviços de cuidados à criança no sistema de escolaridade gratuita.

25 Mar 2025

Escolas | Novas orientações para o uso de telemóveis

Os serviços sociais da Sheng Kung Hui Macau receberam pedidos de ajuda relacionados com vício de internet referentes a crianças entre os seis e oito anos de idade. A DSEDJ vai lançar orientações para o próximo ano lectivo sobre as alturas e circunstâncias em que os alunos podem usar o telemóvel

 

O Governo vai lançar um conjunto de orientações sobre o uso de telemóveis para alunos de escolas do ensino não superior do território, que passará a vigorar a partir do próximo ano lectivo. A medida foi revelada ontem pelo chefe da divisão de ensino secundário da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DESDJ), Leong I On, durante o programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau.

O responsável indicou que as orientações vão servir de guia de gestão, e um ponto de partida para escolas e pais chegarem a consensos, indicando as circunstâncias em que os estudantes podem utilizar o telemóvel, mas limitando o seu uso durante as aulas e mesmo nos intervalos

Para ajudar as escolas a transitar para a nova realidade, a DSEDJ compromete-se em apoiar as escolas a comprar armários para guardar os aparelhos.

No mesmo programa, o chefe de divisão de desenvolvimento curricular e avaliação da DESDJ, Cheang Sek Kit, lembrou que o Governo difundiu entre as escolas do território instruções que devem ser incluídas no sistema de ensino sobre o bom uso da internet. Estas instruções indicam que um uso adequado e saudável da internet por um jovem não deve ultrapassar uma média diária de uma hora, com intervalos de 20 em 20 minutos.

A chupeta do ecrã

Por outro lado, um representante dos serviços sociais da Associação de Beneficência Sheng Kung Hui (Macau) relevou aos microfones da emissora pública que o vício na internet afecta jovens cada vez mais novos. Ho Ka Hong, assistente social da organização de serviços sociais ligada à Igreja Anglicana, vincou a necessidade de reforçar a literacia cibernética nas escolas e promover o bom uso da tecnologia entre os mais novos.

“A nossa organização acompanha na sua maioria jovens com idades entre 10 e 24 anos viciados na internet. No entanto, já recebemos pedidos de ajuda de pais devido ao uso excessivo de internet por filhos com idades entre seis e oito anos”, referiu o assistente social.

Ho Ka Hong recordou que em 2022, a Sheng Kung Hui realizou um inquérito sobre literacia na internet que mostrou, sem surpresa, que o estado mental dos jovens se deteriora consoante o tempo que passam online, com particular incidência para o uso de redes sociais. “Os jovens estão sempre atentos às notificações das suas redes sociais, o que pode influenciar as suas emoções e causar ansiedade”, acrescentou o assistente social.

20 Mar 2025

CAEAL | Reunião com escolas devida a recolha de assinaturas

Alegações de que teria sido pedido a professores de escolas geridas por associações a recolha de assinaturas para as próximas eleições vai levar a comissão eleitoral a reunir com representantes dos estabelecimentos de ensino. A comissão recebeu também a queixa de um membro de uma associação que alega ter-lhe sido exigido um número mínimo de assinaturas para uma lista

 

Foram partilhadas nas redes sociais queixas de alegados docentes de escolas geridas por associações de que teriam sido solicitados para recolher assinaturas para listas candidatas às próximas eleições legislativas, marcadas para 14 de Setembro. Após a reunião de ontem da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), o presidente da entidade, o juiz Seng Ioi Man, adiantou que irá marcar reuniões com representantes das escolas no início de Abril para partilhar os valores da justiça, integridade e igualdade. De forma geral, o responsável indicou ainda que o uso de coerção ou métodos enganosos para angariar assinaturas é um crime.

Numa conferência de imprensa realizada ontem, o magistrado referiu que se a investigação confirmar as alegações dos professores, os formulários para constituir candidaturas serão considerados inválidos, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau.

A interferência no processo eleitoral de escolas geridas por associações com representação na Assembleia Legislativa, e financiadas pelo Governo, tem sido uma constante em sufrágios anteriores, nomeadamente com o pedido para docentes e funcionários assinarem proposituras de candidaturas e até de encarregados de educação. Por exemplo, em 2021, um professor da escola Choi Nong Chi Tai, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), terá apelado a encarregados de educação para assinarem documentos das comissões de candidatura para as eleições legislativas.

No sufrágio de 2017, também houve queixas semelhantes, sem que tenha havido repercussões para as listas envolvidas.

No capítulo das repercussões, o presidente da CAEAL foi ontem questionado sobre a possibilidade de os candidatos desqualificados poderem ou não submeter candidaturas nestas eleições, que são as primeiras após a exclusão de cinco listas e 21 candidatos, a maioria do campo pró-democracia, em 2021. Sem responder directamente à questão, Seng Ioi Man lembrou que, de acordo com a lei eleitoral, quem não apoiar a Lei Básica e não for leal à RAEM fica afastado das eleições durante cinco anos.

Seguir as pistas

Em relação às suspeitas de que uma idosa terá sido convidada a assinar um boletim de propositura de candidatura às eleições legislativas quando trocava o cartão Macau Pass para idosos, o presidente da CAEAL revelou que o caso foi investigado, mas que não foi possível recolher informações concretas.

Além disso, a CAEAL terá recebido a queixa de um membro de uma associação que foi incumbido de recolher um determinado número de assinaturas para uma lista. Seng Ioi Man garantiu que vai acompanhar este caso. O responsável salientou que quem ajude a angariar apoio para formar uma lista para as eleições deve assinar o formulário de nomeação e prestar assistência de forma voluntária e clara. Além disso, o presidente da CAEAL reiterou que os dirigentes de listas ou organizadores de campanha não podem recorrer a coação, fraude, pressão profissional ou promessas de benefícios para influenciar eleitores no apoio a determinada lista, seja através do voto ou da assinatura para constituir uma lista candidata.

Para já, foram pedidos à CAEAL nove formulários para constituições de listas para as eleições legislativas, mas ainda nenhum foi entregue. O prazo para apresentar as comissões de candidatura termina a 6 de Junho.

19 Mar 2025

GP Consumo | Ngan Iek Hang pede ajustes no programa

O deputado dos Moradores pede uma maior flexibilização do programa que visa reter os consumidores em Macau e tentar salvar o comércio dos bairros comunitários face à concorrência do Interior

 

Com o arranque de uma nova fase do Grande Prémio do Consumo marcado para 24 de Março, o deputado Ngan Iek Hang apelou ao Governo para resolver os problemas das duas edições anteriores, e facilitar a atribuição dos descontos. O Grande Prémio do Consumo é um evento de distribuição de cupões de descontos, para os residentes que consomem no comércio local, e que procura responder à fuga dos consumidores para o Interior.

“Queremos que o Governo ajuste de forma dinâmica o Grande Prémio do Consumo. Por exemplo, recebemos opiniões de alguns residentes que é melhor haver mais flexibilidade a nível dos sorteios dos cupões de desconto e dos períodos em que podem ser utilizados”, afirmou Ngan Iek Hang, que participou numa palestra do Centro da Política da Sabedoria Colectiva, subordinado à Associação dos Moradores.

Nos moldes anteriores, os residentes precisavam de consumir de segunda-feira a sexta-feira para se habilitarem a receber os cupões de desconto, que tinham de ser gastos no fim-de-semana seguinte. Caso esse não fosse o caso, os descontos passavam da validade. Este formato é considerado problemático: “Os residentes explicaram-nos que precisam de trabalhar entre segunda-feira a sexta-feira, ou que têm de trabalhar por turnos [o que impede o consumo nos dias indicados]”, apontou o deputado. “O período de habilitação para participar nos sorteios dos cupões de desconto tem de ser mais amplo e flexível”, frisou.

Elogios da praxe

Apesar de apontar a necessidade de melhorar o programa de apoio ao comércio local, Ngan Iek Hang destacou que a iniciativa merece ser elogiada, uma vez que também permite apoiar os mais idosos e os grupos mais desfavorecidos.

Além disso, Ngan Iek Hang citou comerciantes das pequenas e médias empresas (PME) dos bairros comunitários que confessaram ter falta de liquidez e dificuldades para sobreviver no actual contexto económico, quando têm de fazer frente aos empréstimos contraídos durante a pandemia.

Face a este assunto, Ngan pede o prolongamento temporal das ajudas em vigor: “Esperamos que o Governo prorrogue as medidas que ajudam as PME, tal como o apoio financeiro sem juros e o plano de garantia de créditos”, defendeu.

O deputado dos Moradores sugeriu também ao Governo que faça um estudo sobre o consumo nos diferentes bairros comunitários de Macau, com base nos dados recolhidos através dos meios de pagamentos electrónicos, e que com base nesses dados ajuste as políticas de apoios às empresas.

Por outro lado, Ngan Iek Hang considerou que as PME têm que rever as suas estratégias operacionais e diversificar os produtos segundo a tendência dos residentes e turistas.

O deputado recordou ainda que nos últimos anos, o Governo lançou medidas positivas para a digitalização das PME.

12 Mar 2025

Macau Pass | Idosa convidada a assinar candidatura quando trocava cartão

Uma residente alegou que a sua avó foi convidada a assinar um boletim de propositura de candidatura às eleições legislativas quando tentava trocar o cartão Macau Pass para idosos para o Grande Prémio do Consumo. O prazo para apresentar as comissões de candidatura termina a 6 de Junho

 

“A minha avó queria trocar o cartão Macau Pass para idoso e foi a algumas associações. Quando tratava do processo para trocar o cartão, o funcionário da associação perguntou à minha avó se podia assinar um boletim de propositura para as eleições.” A alegação de aproveitamento eleitoral dos processos de substituição do “Cartão da Macau Pass para Idosos” foi ontem relatada por uma ouvinte do programa “Fórum Macau” do canal chinês da Rádio Macau.

A ouvinte, de apelido Wong, descreveu em poucas palavras o estado de confusão em que ficou a sua avó depois de lhe terem pedido para assinar o boletim durante o processo de troca. “A minha avó ficou confusa e incomodada com a situação. Ela só queria substituir o Macau Pass, sem se envolver em assuntos eleitorais e ficou a pensar que a troca do cartão poderia ter relação com a assinatura do boletim”, contou.

A residente mostrou-se também incrédula perante a forma como o processo de substituição de cartões se processa. “Quando vi a apresentação do programa, reparei que a substituição dos cartões é coorganizada pelo Instituto de Acção Social. Não percebo porque o Instituto de Acção Social não trata directamente da substituição dos cartões, da mesma forma que recebe pedidos e documentos para a atribuição de subsídios”, comentou a ouvinte.

Processo em curso

Estão abertos, até ao próximo dia 20 de Março, 60 postos para a substituição gratuita do “Cartão da Macau Pass para Idosos” espalhados um pouco por todo o território, entre instituições de serviços sociais e associações cívicas.

A troca dos cartões é necessária para os residentes com mais de 65 anos que tenham versões antigas do Macau Pass para idosos, uma vez que estes cartões têm um chip que não suporta o carregamento para obter desconto imediato do Grande Prémio do Consumo. Recorde-se que a medida arranca no dia 24 de Março e, pela primeira vez, oferece a modalidade de uso do Macau Pass para não excluir do programa idosos que não saibam utilizar as plataformas de pagamento online.

Por outro lado, a Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa começou na semana passada a disponibilizar os formulários para constituição de candidaturas. O prazo para as candidaturas, com as assinaturas requeridas por lei, termina a 6 de Junho. As eleições estão marcadas para 14 de Setembro.

O HM enviou questões à Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa e às entidades públicas que organizam a troca de cartões e o Grande Prémio do Consumo (Instituto de Acção Social e Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico) a perguntar se haveria algum caso em investigação relacionado com acções eleitorais durante a troca dos Macau Pass. Até ao fecho desta edição não foram obtidas respostas.

12 Mar 2025

Seac Pai Van | Incêndio resulta na hospitalização de duas idosas

As chamas voltaram a deflagrar no Edifício Lok Kuan, naquele que foi o quarto incêndio em edifícios de habitação em cerca de três semanas. Duas idosas foram transportadas ao hospital, devido à inalação de fumo e problemas de coração

 

Um incêndio na noite de domingo causou duas feridas, e obrigou mais 24 pessoas a saírem de casa. As chamas deflagraram em Seac Pai Van, no Edifício Lok Kuan, no quarto incêndio em edifícios habitacionais em cerca de três semanas.

Segundo as informações citadas ontem pelo canal chinês da Rádio Macau, o Corpo de Bombeiros (CB), após as investigações preliminares, identificou como possível causa das chamas um curto-circuito nos fios eléctricos de uma máquina de lavar roupa.

As chamas deflagraram por volta das 22h, numa das varadas, onde estava a máquina. Os bombeiros terão demorado pouco tempo a receber o alerta e a extinguir o fogo, embora se tivessem deparado com bastante fumo vindo da varada. Apesar da rapidez da operação para extinguir as chamas, 24 pessoas tiveram de abandonar as suas habitações, principalmente devido à propagação do fumo.

Como consequência das chamas, parte das instalações eléctricas da máquina de lavar ficou derretida, assim como o cano para escoar a água da varada. Também grande parte da parede onde estava a máquina de lavar ficou negra.

De acordo com o jornal Ou Mun, os bombeiros tiveram de transportar uma mulher local de 70 anos para o hospital devido à inalação de fumos, assim como uma outra residente, com 90 anos de idade, por sentir sintomas cardíacos. Na manhã de ontem a condição das duas mulheres era considerada “estável”.

Casos que se sucedem

Nas últimas três semanas foram registados quatro incêndios, a contar com este, um deles de maior dimensão, que obrigou a que duas crianças com queimaduras em pelo menos 20 por cento do corpo e uma mulher tivessem de ser hospitalizadas.

Esta também não é a primeira vez nestas semanas que o edifício Lok Kuan é afectado, dado que no dia 26 de Fevereiro um homem morreu vítima de um incêndio, que, de acordo com as autoridades, terá sido iniciado pelo próprio. O homem, que sofria de problemas psíquicos, foi encontrado em casa sentado numa cadeira com os pés atados.

Como consequência da vaga recente de fogos em edifícios habitacionais, alguns deputados, como Lo Choi In e Si Ka Lon, pediram às autoridades que adoptem novas medidas de segurança. Lo Choi In, deputada ligada à comunidade de Jiangmen, mostrou-se preocupada com o facto de no incêndio no Edifício do Lago o alarme de incêndio não ter funcionado. Por sua vez, Si Ka Lon apelou ao Governo para ponderar a hipótese de financiar a utilização de gás natural, ao apoiar a instalação nos edifícios locais dos canos de distribuição.

Também nos últimos dias, o Corpo de Bombeiros anunciou a intensificação de actividades de promoção das medidas de segurança e de inspecção dos edifícios, inclusive com a realização de um simulacro em Seac Pai Van.

11 Mar 2025

Trabalho | Leong Sun Iok quer residentes nas chefias de empresas

Nas concessionárias de jogo, a proporção de profissionais locais em posições de gestão intermédia ou elevada era no ano passado de cerca de 90 por cento. O deputado Leong Sun Iok quer que o Governo incentive empresas de outros sectores a seguir o exemplo das concessionárias

 

Leong Sun Iok quer que as grandes empresas que não pertencem ao sector do jogo sigam o exemplo das concessionárias de casino em termos de políticas de recrutamento e gestão de recursos-humanos. A intervenção tem em conta a meta estabelecida pelo Governo que determina que as concessionárias tenham, pelo menos, 85 por cento dos quadros que ocupam posições de gestão intermédias ou elevadas entregues a residentes de Macau.

O deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) defende que o Governo deve incentivar o tecido empresarial a adoptar uma política semelhante, que dê prioridade aos locais em trabalhos mais apetecíveis a nível salarial.

Recorde-se que, de acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, os rendimentos de profissionais de gestão do sector do jogo aumentaram 22,2 por cento em termos anuais em 2024, para uma média de 68.900 patacas. Tendo em conta estes dados, Leong Sun Iok defendeu, em declarações ao jornal Exmoo, que o Executivo promova a mobilidade ascendente das carreiras dos residentes e o acesso a posições com melhores condições salariais, e argumenta que não só as empresas de jogo devem assumir responsabilidades sociais.

O deputado refere que apesar da taxa de desemprego de Macau ser baixa, actualmente é muito difícil aceder a empregos com boas remunerações.

Tapar buracos

Porém, o deputado da FAOM também apontou baterias às concessionárias de jogo, começando pelo volume total da mão-de-obra contratada pelo sector. No final de 2024, o número dos funcionários das empresas de jogo totalizava 52.971 pessoas. Apesar do aumento anual de 1.200 trabalhadores, Leong Sun Iok destaca a grande diferença para 2019, quando a mão-de-obra totalizava 58.225 pessoas.

A discrepância é ainda mais incompreensível perante a falta de recursos humanos, segundo o deputado, uma vez que é comum os trabalhadores fazerem horas extra. Aliás, Leong Sun Iok explica o aumento salarial de 2,5 por cento do ano passado precisamente com as horas extra feitas pelos funcionários das concessionárias.

Outra área onde o Governo precisa intervir, é na entrada de jovens recém-licenciados no mercado de trabalho. Neste capítulo, o deputado da FAOM realça mais uma vez a responsabilidade social que não deve apenas recair nas concessionárias de jogo, em particular quando são negadas oportunidades a jovens sem experiência laboral.

11 Mar 2025

Toi San | Explosão deixa duas crianças com queimaduras de terceiro grau

O acidente teve origem numa fuga de gás do abastecimento central e causou cinco feridos. Mais de 300 pessoas de 100 apartamentos foram retiradas das suas casas, e uma máquina de lavar roupa foi projectada para a rua

 

Duas crianças com queimaduras em mais de 20 por cento do corpo, uma empregada doméstica com queimaduras em 35 por cento do corpo, e outras duas feridas. Foi este o resultado de uma explosão, seguida de incêndio, no 19.º andar do Edifício Jardim Cidade Nova (também denominado San Seng Si Fa Un), na Avenida Tamagnini Barbosa, no bairro do Toi San, na noite de segunda-feira.

O acidente aconteceu por volta das 21h, e terá sido causado por uma fuga de gás no abastecimento centralizado, que resultou numa explosão de grande dimensão, seguida de um incêndio.

Em relação aos ocupantes do apartamento onde aconteceu a explosão, um menino de dois anos teve de ser transportado para o hospital com queimaduras de terceiro grau em 20 por cento do corpo. Outra criança, uma menina de oito anos, sofreu queimaduras de terceiro grau em 25 por cento do corpo. No apartamento onde aconteceu a explosão estava ainda uma empregada doméstica, com 55 anos e nacionalidade vietnamita, que sofreu queimaduras de segundo grau em 35 por cento do corpo. Todos foram levados para o hospital.

As autoridades contabilizam mais duas pessoas feridas na sequência do incidente, uma vizinha que estava no apartamento ao lado e inalou os fumos do incêndio, e uma transeunte que passava na rua e foi atingida por objectos projectados do 19.º andar, embora sem gravidade.

Máquina de lavar voadora

De acordo com a informação do Corpo de Bombeiros, a explosão terá causado vários danos, não só no interior do apartamento afectado, mas também nos elevadores do edifício, que passaram a funcionar de forma deficiente, impossibilitando a utilização.

Depois de extinto o incêndio, Lam Chon Sang, segundo-comandante do Corpo de Bombeiros, explicou que os bombeiros tiveram de subir os andares pelas escadas, o que dificultou o combate às chamas, principalmente a nível do abastecimento de água. No entanto, depois de ser feita a ligação com a fonte de água, os bombeiros terão demorado cerca de dois minutos a extinguir o incêndio.

Aos órgãos de comunicação social, Lam Chon Sang revelou que as chamas afectaram um dos dois quartos da casa, a sala de estar, além da cozinha. Como consequência, o sistema de gás central teve de ser desligado.

O acidente levou a que cerca de 300 moradores de 100 apartamentos fossem retirados do edifício. Ao contrário de outros incêndios mais recentes, Lam destacou que todos os equipamentos de protecção contra incêndio estavam a funcionar e que os moradores ouviram o alarme de emergência.

As chamas foram combatidas por 56 bombeiros, auxiliados por 19 veículos de resposta a emergências. A explosão fez com que vários objectos fossem projectados para a rua do 19.º andar. Além de peças de vestuário, também uma máquina de lavar roupa foi atirada para fora do aparamento, caindo na rua.

Três em duas semanas

Horas após a ocorrência, o Instituto de Acção Social (IAS) emitiu um comunicado a afirmar estar “muito atento ao incêndio” e que foram enviados para o local “assistentes sociais para prestar o apoio necessário às famílias afectadas pelo incêndio”.

Segundo os dados do IAS, cerca de 30 residentes afectados precisaram de pernoitar nos centros de acolhimento disponibilizados.

Com a ocorrência no Edifício Jardim Cidade Nova, Macau soma três incêndios em prédios de habitação no espaço de duas semanas.

O primeiro, registado a 24 de Fevereiro, aconteceu no Edifício do Lago, causou dois feridos, e obrigou a que 18 pessoas fossem retiradas das suas casas. O incêndio assumiu contornos polémicos, uma vez que os moradores se queixaram que os alarmes de incêndio não tocaram.

Posteriormente, em Seac Pai Van, na quinta-feira passada, outro incêndio num apartamento causou uma vítima mortal. Contudo, neste caso, as autoridades responsabilizaram a vítima pelas chamas, devido a um historial de problemas psicológicos.

Associações polémicas

Após a divulgação do incidente, algumas associações tradicionais deslocaram-se ao local e tiraram fotografias alegadamente a ajudar alguns dos residentes afectados.

As fotografias foram partilhadas nas redes sociais pelas associações, como a Associação das Mulheres, mas as imagens causaram polémica, com internautas a acusarem as associações de aproveitamento eleitoral. As eleições para a Assembleia Legislativa foram agendadas para 14 de Setembro, e actualmente a Associação das Mulheres tem dois deputados.

4 Mar 2025

Jogo | Ron Lam denuncia despedimentos sem justa causa

Ron Lam revelou ter recebido queixas de funcionários de cinco das seis concessionárias de jogo por terem sido demitidos sem justa causa ou qualquer explicação. O deputado revela que desde Janeiro circulava no sector um rumor de que o Governo teria dado “luz verde” para os despedimentos

 

Uma vaga de despedimentos afectou um número ainda indeterminado de funcionários de departamentos administrativos de cinco das seis concessionárias de jogo, revelou na segunda-feira Ron Lam numa publicação no Facebook.

O deputado afirma ter recebido queixas de vários trabalhadores que terão sido de notificados na passada sexta-feira do despedimento sem justa causa, sem que lhes tenha sido dada qualquer explicação para as demissões ou alternativas de transferência para outros departamentos. Sem mencionar o número de trabalhadores ou as empresas onde trabalhavam, Ron Lam afirmou que, até agora, apenas uma das seis concessionárias não avançou para demissões.

Além disso, o deputado revela que a situação não foi propriamente uma surpresa para os trabalhadores. “Os funcionários despedidos afirmaram que desde o início do ano corria um ‘rumor’ de que o Governo teria dado ‘luz verde’ às empresas, permitindo que despedissem trabalhadores”, denunciou o deputado.

Ron Lam considera que a vaga de despedimentos pode ter grande impacto económico, criando um precedente que pode prejudicar o desenvolvimento do território e a vida das pessoas. “A economia de Macau ainda não recuperou totalmente, mas as empresas concessionárias de jogo regressaram os lucros e empregavam em Junho de 2024 mais de 27 mil trabalhadores não-residentes. Face a este cenário, se as concessionárias despedirem sem justa causa residentes locais, não só isso será inaceitável para a comunidade, como poderá abrir um precedente perigoso”, apontou o deputado.

Fazer algo

A situação, que segundo Ron Lam denota o agravar do pessimismo no mercado laboral, devia ser revolvida pelo Governo através de “passos pro-activos” e de uma “investigação exaustivo que ponha um fim à prática” que contraria o princípio do acesso prioritário ao emprego dos residentes locais.

O deputado recordou que nos novos contratos de concessão para exploração de jogo, assinados em 2022, foi previsto o reforço da responsabilidade social das concessionárias e que durante a pandemia, apesar de a indústria ter ficado paralisada, as concessionárias não despediram funcionários.

Face a este cenário, Ron Lam defende que o Executivo deve esclarecer porque as concessionárias foram autorizadas a despedir funcionários locais sem oferecer postos alternativos.

No programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau, uma ouvinte revelou que os casos denunciados por Ron Lam podem ser só a ponta do icebergue. “O que Ron Lam divulgou é real. Não tenho a certeza se o Governo deu ‘luz verde’, mas também espero explicações. Porém, os despedimentos não começaram na semana passada, mas há cerca de dois meses. Um familiar meu foi despedido recentemente, mas em Novembro foram despedidos trabalhadores não-residentes”.

4 Mar 2025