Banco do Japão mantém política monetária inalterada na primeira reunião de 2024

O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) decidiu ontem manter as principais medidas da política monetária, mas prometeu avaliar o aumento dos salários e o impacto económico do sismo de 01 de Janeiro.

O banco central japonês decidiu, por unanimidade, no final da reunião mensal de dois dias sobre política monetária, manter a taxa de juro das obrigações de curto prazo em -0,1 por cento e continuar as compras ilimitadas de obrigações para orientar os rendimentos a 10 anos para 0 por cento.

“Dadas as enormes incertezas que rodeiam a economia e os mercados japoneses e estrangeiros, continuaremos com a política de flexibilização monetária, respondendo com agilidade a qualquer mudança na situação financeira”, disse o BoJ no relatório final da reunião de dois dias.

O banco central reconheceu que o aumento dos salários é um dos fatcores críticos para uma eventual mudança de política, assim como o impacto económico do sismo de magnitude 7,6 que matou pelo menos 202 pessoas na península de Noto, no norte do Japão.

A maioria dos analistas acreditava que o regulador japonês não iria alterar a política monetária, apesar do governador do BoJ, Kazuo Ueda, ter no mês passado feito comentários que sugeriam uma mudança num futuro próximo.

No início de Dezembro, Ueda disse que o banco central tem já várias opções em mente para subir as taxas de juro a valores positivos, declarações que fizeram com que a moeda japonesa subisse para 141 ienes por dólar, uma tendência que ainda se mantém.

Alguns especialistas acreditam que o BoJ poderá pôr fim à sua política de taxas negativas ainda em 2024 e eliminar outras medidas impostas para tentar baixar a inflação, que há 21 meses se fixa acima da meta de 2 por cento definida pelo banco central. O índice de preços no consumidor do Japão subiu 3,1 por cento em 2023, de acordo com dados oficiais, devido ao aumento dos preços dos alimentos e especialmente dos bens de primeira necessidade.

Inflação transitória

No relatório trimestral de perspectivas económicas, também divulgado ontem, o Banco do Japão disse esperar que o actual ano fiscal, entre Abril de 2023 e Março de 2024, termine com a inflação em 2,8 por cento. O BoJ considera que a inflação é de natureza importada e transitória, devido à subida global do preço das matérias-primas e da energia, não reflectindo uma revitalização da economia japonesa capaz de assimilar uma subida das taxas.

O regulador disse esperar que a inflação suba para 2,4 por cento e que o Produto Interno Bruto (PIB) do Japão aumente 1,2 por cento no ano fiscal de 2024, que terá início em Abril e terminará em Março de 2025. O banco central reviu em baixa a estimativa sobre a evolução dos preços, ao mesmo tempo que melhorou a previsão para o PIB.

No relatório anterior, em Outubro, o Banco do Japão tinha previsto um aumento no índice de preços ao consumidor de 2,8 por cento e uma expansão do PIB de 1 por cento. Para 2025, o BoJ prevê um aumento dos preços de 1,8 por cento e uma subida de 1 por cento para o PIB.

Subscrever
Notifique-me de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários