DST | Macau recebe visita de agências japonesas

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e a Air Macau organizaram uma visita ao território para operadores turísticos de Tóquio e Osaka, de acordo com um comunicado emitido ontem.

A visita serviu para “expandir os mercados turísticos internacionais” e os visitantes participaram numa “bolsa de contactos com operadores turísticos locais, para impulsionar contactos e explorar em conjunto oportunidades de negócio”.

A delegação japonesa foi composta por 14 representantes de agências de viagem de Tóquio e Osaka, e estiveram em Macau entre quinta-feira e domingo, visitando locais como o Museu do Grande Prémio de Macau, Estaleiros Navais de Lai Chi Vun, Centro Histórico e instalações hoteleiras.

Em 2019, o último ano antes da adopção das políticas de zero casos de covid-19, Macau recebeu 295,8 mil visitantes do Japão, o terceiro maior mercado turístico internacional. No entanto, nos primeiros seis meses deste ano, apenas foram registadas 22 mil entradas.

25 Jul 2023

IAM | Bloqueio a importações de alimentos do Japão na forja

Uma posição comum, depois do Interior e de Hong Kong, também Macau se prepara para suspender as importações de produtos de várias regiões do país do sol nascente. Em causa, está a possível descarga de águas de Fukushima no oceano

 

A descarga para o oceano das águas residuais nucleares da Central de Fukushima, no Japão, vai levar o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) a suspender as importações de alimentos de diversas áreas do Japão. O cenário foi confirmado por José Tavares, presidente do IAM, em declarações enviada à Rádio Macau.

De acordo com o responsável, caso se confirme a descarga, o IAM vai “alargar imediatamente a área de suspensão de pedidos de importação de produtos alimentares para dez distritos”. Actualmente, está em vigor um bloqueio das importações de alimentos de Fukushima.

No entanto, com a descarga a efectuar-se, o bloqueio às importações vai abranger mais nove distritos, nomeadamente Chiba, Tochigi, Ibaraki, Gunma, Miyagi, Niigata, Nagano, Saitama e Tóquio.

O responsável do IAM explicou ainda que não está “está descartada a imposição da exigência de certificado de teste de radiação dos produtos alimentares frescos e vivos importados dos outros distritos”.

Em relação ao impacto no mercado de alimentos locais, Tavares desvalorizou esse aspecto e indicou que as principais importações de “produtos marinhos” do Japão são provenientes das regiões de Hokkaido, Kagoshima, Fukuoka, Nagasaki e Ehime.

À Rádio Macau, o responsável explicou também que o IACM actualmente realiza análises regulares aos produtos vindos do Japão e que até agora “não se detectou nenhuma anomalia”.

Tema polémico

A polémica em torno dos resíduos nucleares surgiu depois de o Governo do Japão ter anunciado a intenção de, no próximo mês fazer, uma descarga para o mar das águas residuais da Central de Fukushima, onde aconteceu um dos maiores incidentes nucleares da História em 2011.

Apesar de a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), organização criada no seio das Organização das Nações Unidas (ONU), considerar que a descarga é segura, o plano tem encontrado oposição em vários países. Além da China, que em conjunto com as regiões de Hong Kong e Macau se prepara para fazer um bloqueio para os produtos do Japão, também a oposição da Coreia do Sul, ao contrário do Governo, tem sido muito vocal nesta matéria.

Vários grupos de cientistas alertaram também para os perigos da descarga, como foi o caso de Robert H. Richmond, director do Laboratório Marinho Kewalo da Universidade do Havai em Manoa, nos Estados Unidos.

16 Jul 2023

Fukushima | Associação apela a boicote a bens e viagens ao Japão

A Associação Geral dos Chineses Ultramarinos de Macau juntou-se ao coro crítico em relação à decisão do governo japonês de despejar para o mar de água usada na refrigeração da central nuclear de Fukushima. Num comunicado divulgado pelo jornal Ou Mun, a associação apela ao boicote de produtos japoneses e a sugere que cidadãos chineses, que residam na China ou no estrangeiro, e residentes das regiões administrativas especiais abdiquem de passar férias no Japão.
Além disso, a organização de cariz patriótico vincou o total apoio às eventuais medidas de respostas impostas pelo Governo da RAEM, nomeadamente a suspensão de importação de produtos japoneses caso se verifique o despejo das águas que serviram para refrigerar os reactores da central nuclear.
“A associação tem como lema central o amor à pátria e a Macau e apoia incondicionalmente a suspensão de importação de produtos japoneses. Vamos usar as nossas ligações dentro e fora da China para convencer todos os chineses a não consumir produtos japoneses”, é referido.
A entidade salientou que a Administração Geral das Alfândegas da China proibiu desde sexta-feira a importação de alimentos de Tóquio e outros nove distritos, incluindo Fukushima, considerados como locais de risco elevado, medida que a associação descreve como “acto de justiça para garantir a segurança alimentar do povo”.

Milhões pelos ares
Não só os produtos japoneses, alimentação e cosméticos em particular, são muito consumidos em Macau, Hong Kong e no Interior da China, como o Japão é um dos destinos de férias preferenciais. A associação realçou que a indústria turística nipónica é altamente dependente dos turistas chineses e que nos dois anos antes da pandemia mais de 8 milhões chineses visitaram o Japão.
Caso o Japão avance com o despejo para o mar de água usada na refrigeração da central nuclear de Fukushima, os consumidores chineses vão ficar ressentidos e a economia japonesa irá sofrer um “impacto crítico”.
A associação apontou ainda que o despejo de águas no oceano viola a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e o princípio de manter a paz e a segurança internacional regulado pelas Nações Unidas. Porém, não menciona a conclusão do relatório apresentado pela Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), que faz parte das Nações Unidas, que concluiu que a medida terá um impacto “negligenciável” no ambiente e não representa perigo para as populações.

11 Jul 2023

Dili | MNE japonês de visita para analisar relações bilaterais

O chefe da diplomacia japonesa visita Timor-Leste esta semana e os temas centrais serão a cooperação bilateral nos setores de defesa e segurança, desenvolvimento económico e recursos humanos, disse anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros timorense.
Takei Shunsuke, que estará em Timor-Leste cerca de 24 horas, entre hoje e amanhã, é o primeiro governante a deslocar-se ao país desde a tomada de posse, no sábado passado, do novo Governo timorense.
A visita pretende “fortalecer a relação bilateral entre Timor-Leste e o Japão e continuar a explorar caminhos para impulsionar a cooperação bilateral nas áreas de defesa e segurança, desenvolvimento económico, desenvolvimento de recursos humanos e programa de formação de estagiários técnicos, bem como outras cooperações regionais e multilaterais”, divulgou o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado.
Durante a visita, Takei Shunsuke tem encontros previstos com o Presidente da República, José Ramos-Horta, o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, a presidente do Parlamento Nacional, Maria Fernanda Lay, e o seu homólogo timorense, Bendito dos Santos Freitas.
Na agenda está igualmente previsto um encontro com o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Agio Pereira.
A visita ocorre quando o novo Governo está a analisar o programa do executivo para os próximos cinco anos, documento que começou ontem a ser debatido numa reunião alargada do executivo, e que continua hoje.
O executivo reuniu-se pela primeira vez na segunda-feira, com um encontro alargado para discutir os objectivos e metas para os primeiros 120 dias da governação.

6 Jul 2023

Chefe da AIEA no Japão para avaliação do plano para águas de Fukushima

O chefe da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) chegou ontem ao Japão, para apresentar uma avaliação do plano japonês para descarregar parte da água da central nuclear de Fukushima no oceano.

Rafael Grossi vai encontrar-se com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e com o chefe da diplomacia japonesa, Yoshimasa Hayashi, em Tóquio, antes de se deslocar hoje a Fukushima (nordeste) para visitar a central devastada pelo sismo e tsunami que desencadearam o acidente nuclear em 11 de Março de 2011.

O tsunami levou à fusão de três reactores, o pior desastre do pós-guerra no Japão e o mais grave acidente nuclear desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

O acidente provocou fugas radioactivas que obrigaram dezenas de milhares de habitantes das zonas circundantes a Fukushima a fugir das suas casas, em muitos casos para sempre.

Os trabalhos de descontaminação e de desmantelamento da central deverão prolongar-se por várias décadas, mas o Japão vê-se confrontado com o problema imediato de armazenar cerca de 1,33 milhões de toneladas de água proveniente da chuva, das águas subterrâneas ou das injecções necessárias para arrefecer os núcleos dos reactores nucleares no local da central, que se aproxima do ponto de saturação.

 

Descargas polémicas

O Governo japonês tenciona descarregar a água no oceano depois de a tratar com um sistema de descontaminação que elimina todos os elementos radioactivos, excepto o trítio, e de a diluir.

O projecto já foi aprovado pela AIEA, mas o Governo japonês afirmou que as descargas só vão começar depois de uma “revisão completa”, cujos resultados Grossi deverá apresentar agora.

“A análise da AIEA, que é a autoridade em matéria de gestão e aplicação das normas de segurança nuclear, é essencial para os nossos esforços no sentido de promover a compreensão internacional”, declarou o porta-voz do Governo, Hirokazu Matsuno.

Mas o plano foi alvo de fortes críticas por parte da China, enquanto na Coreia do Sul os preços do sal – que contém iodo, usado para tratar exposição radioactiva – subiram em flecha devido aos receios de contaminação radioactiva na sequência da libertação da água de Fukushima no oceano.

As comunidades piscatórias de Fukushima também receiam que os clientes boicotem as capturas da zona, apesar dos rigorosos protocolos de controlo dos alimentos provenientes da região.

O Japão disse que a libertação ia começar este Verão, sem dar mais pormenores, e Hirokazu Matsuno indicou que esse calendário continuava em vigor.

“Explicaremos e comunicaremos exaustivamente, tanto a nível nacional como internacional, os pormenores do relatório da AIEA, os nossos esforços para garantir a segurança e as medidas contra os danos à reputação” do Japão, sublinhou o porta-voz do Governo nipónico.

5 Jul 2023

Japão | Revisto em alta crescimento económico no primeiro trimestre

O ano começou bem para o país do sol nascente com os índices económicos, assentes no consumo interno, a superarem as melhores expectativas nos primeiros três meses de 2023

 

O Japão reviu ontem em alta a estimativa para o crescimento da economia no primeiro trimestre do ano, para 0,7 por cento, em relação aos três meses anteriores, segundo dados preliminares divulgados ontem pelo Governo nipónico.

A estimativa é superior ao valor preliminar de 0,4 por cento divulgado a 17 de Maio pelo Governo japonês e deve–se a um aumento superior ao inicialmente calculado no investimento de capital das empresas.

De acordo com dados oficiais, os investimentos feitos pelas empresas japonesas entre Janeiro e Março subiram 1,4 por cento em comparação com o último trimestre de 2022, uma revisão em alta do valor de 0,9 por cento publicado em Maio.

Esta variação compensou uma revisão em baixa, de um décimo, para 0,5 por cento, da recuperação do consumo nos primeiros três meses do ano. O consumo é o principal motor económico do país, representando cerca de 60 por cento da economia nipónica.

Em comparação com o mesmo trimestre de 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) japonês terá crescido 1,9 por cento, mais seis décimos percentuais do que o inicialmente estimado. O PIB do Japão tinha crescido 1 por cento durante o ano passado devido a uma diminuição do consumo.

O governo japonês também baixou a estimativa para o investimento público feito durante os primeiros três meses de 2023, que, segundo os dados revistos de ontem, aumentou 1,5 por cento em relação ao trimestre anterior, ante os 2,4 por cento indicados no relatório preliminar.

No final de Abril, o novo governador do Banco do Japão (BoJ) disse que a instituição vai manter a ampla estratégia de flexibilização monetária, que inclui taxas ultra baixas, porque a inflação ainda não é suficientemente forte para considerar a retirada destas medidas.

Défice recorde

Questionado se o BoJ está a considerar alterar o plano para controlar a curva de rendimento das obrigações do Estado, Kazuo Ueda disse que isto dependeria da evolução da economia, da inflação e de outros factores.

Contudo, tanto o governador cessante, Haruhiko Kuroda, como Ueda insistiram na necessidade de manter as actuais medidas de flexibilização, dada a situação da economia japonesa, e apesar da aceleração da inflação nos últimos meses devido principalmente à subida global dos preços da energia e das matérias-primas.

O Japão registou um défice comercial recorde de 21,7 biliões de ienes (147,2 mil milhões de euros) no ano fiscal de 2022, que terminou a 31 de Março deste ano.

As importações japonesas cresceram 32,2 por cento, para 121 biliões de ienes (818,4 mil milhões de euros), um crescimento de 32,2 por cento, duas vez mais rápido do que as exportações, que aumentaram 15,5 por cento para 99,2 biliões de ienes (671,4 mil milhões de euros).

Excedentes a subir

A balança de pagamentos do Japão registou um excedente de 1,89 biliões de ienes (12,7 mil milhões de euros) em Abril, mais 76,3 por cento do que em igual mês do ano passado, avançou ontem o Governo. Ainda assim, o excedente foi 16,8 por cento inferior ao obtido em Março, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério das Finanças japonês.

A balança de pagamentos do Japão permaneceu no positivo em Abril devido à balança de rendimentos, referente aos investimentos no estrangeiro, que registou um excedente de 3,1 biliões de ienes (20,5 mil milhões de euros), mais 3,1 por cento do que em igual mês de 2022. A balança de pagamentos reflecte os pagamentos e receitas do comércio exterior de bens, serviços, rendimentos e transferências, sendo considerado um dos mais amplos indicadores comerciais de um país.

9 Jun 2023

Japão | Chuvas torrenciais fazem um morto e dois desaparecidos

As chuvas torrenciais que estão a afectar o Japão fizeram pelo menos um morto, dois desaparecidos e cerca de três dezenas de feridos, disseram sábado as autoridades nipónicas.

O Governo pediu para reforçar a vigilância “face ao risco de deslizamentos de terra, inundações e rios cheios”, na sequência da tempestade tropical Mawar, anteriormente classificada como tufão.

No centro do país, uma equipa de resgate “encontrou um homem de 60 anos mergulhado num carro”. A morte foi confirmada posteriormente, disse à agência France-Presse (AFP) um funcionário da prefeitura de Aichi.

A oeste, na prefeitura de Wakayama, onde vários riachos transbordaram, estão em curso buscas por um homem e uma mulher desaparecidos, disseram as autoridades à AFP.

Um total de seis pessoas apresentam ferimentos graves e outras 24 pessoas são feridos ligeiros, de acordo com a agência de gestão de incêndios e desastres naturais do Japão.

As recomendações de evacuação das zonas mais afectadas – com o nível máximo de alerta – foram emitidas na sexta-feira. No entanto, as autoridades reduziram o nível após o abrandamento das chuvas.

Novas instruções foram comunicadas sábado de manhã aos moradores que residem nas proximidades de Tóquio, devido ao risco de inundações.

Cerca de quatro mil residências em áreas próximas da capital ficaram sem electricidade durante algumas horas. O comboio de alta velocidade, que liga Tóquio e Nagoya, esteve temporariamente suspenso, antes de ser retomado de acordo com a Japan Railways (JR).

4 Jun 2023

Agência de ‘boys band’ japonesa enfrenta acusações de ofensas sexuais

A presidente da Johnny & Associates, uma famosa agência de talentos japonesa, especializada em bandas masculinas, pediu desculpa pelos alegados abusos sexuais de jovens artistas cometidos pelo seu tio e antecessor na liderança.

“Mais do que tudo, peço desculpas profundamente às vítimas”, disse Julie Keiko Fujishima, curvando-se quatro vezes, num vídeo de um minuto, divulgado no domingo, na plataforma YouTube.

Fujishima pediu também desculpas pela “decepção e preocupação” causada entre os fãs dos artistas cujas carreiras são geridas pela Johnny’s, como a empresa também é conhecida. Numa declaração escrita, a executiva garantiu que não sabia de nenhum caso de abuso e disse que a agência criou equipas para estabelecer procedimentos que protejam os artistas e para dar aconselhamento às vítimas.

No entanto, Fujishima não mencionou a possibilidade de pedir uma investigação externa ao comportamento da empresa.

Acusações antigas

Desde 1988 que vinham sendo publicadas alegações contra Johnny Kitagawa, uma figura poderosa no entretenimento japonês. No entanto, o fundador da Johnny & Associates, que morreu em 2019, nunca foi acusado de qualquer crime.

O caso voltou à ribalta no mês passado, quando o músico japonês de origem brasileira Kauan Okamoto se tornou a primeira alegada vítima a vir a público e a permitir tanto a publicação do seu nome como da sua fotografia.

No Clube de Correspondentes Estrangeiros em Tóquio, Okamoto, que assinou um contrato com a Johnny’s quando tinha 15 anos, disse ter sido abusado em pelo menos 20 ocasiões e ter visto colegas seus a serem também abusados.

O músico disse que, durante o período em que esteve na agência, entre 2012 e 2016, Johnny Kitagawa terá abusado de entre 100 a 200 menores.

Após encontrar-se com Okamoto, Julie Keiko Fujishima disse não poder ter a certeza sobre as acusações do músico, mas garantiu que alegações de abuso sexual a envolver a agência “nunca deveriam voltar a acontecer”. “Ainda mal começámos, mas ele deu-nos a oportunidade de mudar”, disse a executiva.

Nas redes sociais surgiu uma campanha de boicote da Johnny’s, incluindo das empresas que assinaram contratos de publicidade e patrocínio com os artistas geridos pela agência.

Entretanto, uma petição de protesto contra a agência já recolheu milhares de assinaturas. Alguns críticos disseram que o pedido de desculpas de Fujishima não era suficiente, defenderam que a executiva deveria convocar uma conferência de imprensa e assumir a responsabilidade, renunciando ao cargo.

Outros criticaram a imprensa japonesa por permanecer em silêncio durante décadas face às alegações, sugerindo que temiam retaliações e perder o acesso aos artistas geridos pela Johnny’s.

De acordo com as acusações, Kitagawa convidava regularmente jovens cantores e bailarinos, muitos deles ainda menores, para dormirem na sua mansão, onde eram depois pressionados a terem sexo com o magnata.

15 Mai 2023

Primeiro-ministro japonês anuncia visita a Seul e encontro com Presidente sul-coreano

O primeiro-ministro japonês anunciou hoje que planeia visitar Seul no domingo e segunda-feira, para conversações com o Presidente sul-coreano, num contexto de reaproximação entre os dois países aliados dos Estados Unidos.

A visita, a primeira de um primeiro-ministro japonês à Coreia do Sul desde 2018, segue-se a uma reunião entre o líder do Governo nipónico, Fumio Kishida, e o chefe de Estado sul-coreano, Yoon Suk Yeol, em Tóquio, em meados de março, quando os dois países concordaram em levantar as restrições comerciais mútuas.

As relações entre os dois vizinhos deterioraram-se nos últimos anos devido a disputas históricas que remontam à colonização japonesa da península coreana (1910-1945), como a questão das “mulheres de conforto” coreanas, escravas sexuais dos soldados japoneses durante a Segunda Guerra Mundial, e os trabalhadores forçados coreanos em empresas japonesas.

Mas os líderes dos dois países estão agora a tentar aproximar-se novamente, tendo como pano de fundo desafios regionais comuns, como a China e a Coreia do Norte.

“Estamos a coordenar [a minha] visita à Coreia do Sul a 07 e 08 de maio, se as circunstâncias o permitirem”, disse Kishida no Gana, a segunda etapa de uma viagem que o levará a quatro países africanos, incluindo a Moçambique, na quarta-feira, e a Singapura.

A visita a Seul, antes da cimeira dos líderes do G7, prevista entre 19 e 21 de maio em Hiroshima, no oeste do Japão, é “uma boa oportunidade para uma troca franca de pontos de vista sobre a aceleração das relações entre o Japão e a Coreia do Sul e sobre a rápida evolução da situação internacional”, disse aos jornalistas.

Kishida disse esperar que a visita dê um novo impulso à “diplomacia de vaivém” entre os dois países, um mecanismo de reuniões regulares entre os seus líderes, suspenso desde dezembro de 2011 e que Kishida e Yoon concordaram em retomar.

O Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão anunciou na semana passada que tinha iniciado o processo de reintegração da Coreia do Sul na chamada “lista branca” de parceiros comerciais de confiança, depois de a ter retirado em 2019.

2 Mai 2023

Japão | Investidos 2.600 Milhões de euros em mísseis de longo alcance

O Japão assinou contratos no valor de 2.600 milhões de euros com a principal empresa de defesa do país, para o desenvolvimento e produção em massa de mísseis de longo alcance para implementação em 2026, divulgou ontem o Governo.

O Ministério da Defesa referiu que os contratos incluem versões modernizadas dos mísseis Type 12 da empresa Mitsubishi Heavy Industries, para lançamentos em terra, mar e ar, e um míssil balístico hipersónico para a defesa de ilhas remotas, noticiou a agência Associated Press (AP).

A produção em massa de mísseis guiados terra-navio Type 12 e mísseis hipersónicos, que já foram desenvolvidos, começará este ano, acrescentou a mesma fonte.

As autoridades recusaram-se a indicar o número de mísseis que o Japão planeia implementar, mas indicaram que a produção deve aumentar gradualmente nos próximos cinco anos.

Devido ao espaço terrestre limitado, o Japão planeia realizar testes de mísseis em bases militares nos Estados Unidos, destacou ainda o Governo japonês.

Outro contrato assinado prevê o desenvolvimento de mísseis guiados antinavio de longo alcance, lançados por submarinos, que começará este ano até 2027. O momento para a sua implantação ainda é incerto.

O plano de desenvolvimento é baseado numa nova Estratégia de Segurança Nacional que o Japão anunciou em Dezembro, enquanto procura aumentar significativamente o seu poder militar.

A nova estratégia inclui o desenvolvimento de uma capacidade de ataque preventivo, uma ruptura acentuada com o compromisso pós-guerra do Japão de limitar as suas Forças Armadas à autodefesa.

13 Abr 2023

Clima | Japão antecipa um Verão sufocante com risco de inundações

As previsões ambientais para o Verão que se aproxima antecipam mais uma vez as catástrofes decorrentes das alterações climáticas

 

O Japão está a antecipar mais um Verão sufocante, com um risco crescente de inundações e deslizes de terras, com os termómetros a ‘dispararem’ e a queima de combustíveis fósseis que alimenta as alterações climáticas a continuar no mundo.

Os dirigentes nipónicos esforçam-se para proteger as comunidades e prometeram reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, mas no curto prazo um clima mais agressivo permanece um ameaça.

“Os riscos das alterações climáticas estão perante nós”, disse Yasuaki Hijioka, vice-director do Centro para a Adaptação às Alterações Climáticas do Instituto Nacional para os Estudos do Ambiente, em Tsukuba, a nordeste do Tóquio. “Em princípio, pode-se tentar escapar de uma inundação. Mas o calor afecta uma área de tal modo vasta, que quase não há escapatória. Todos são afectados”, acrescentou.

O Japão já tem propensão para fenómenos como sismos, tsunamis e tufões. A protecção das infra-estruturas tem permitido manter as pessoas seguras na maior parte dos casos. Mas as alterações climáticas significam que as comunidades são apanhadas com frequências de surpresa, uma vez que os seus sistemas foram concebidos para as condições do clima do passado.

“Se levar uma rede eléctrica concebida para o século XX para um novo século de extremos de aquecimento e calor, então vai ter de considerar se os seus sistemas de energia e cuidados de saúde estão realmente preparados para um planeta que está a aquecer”, disse Kim Cobb, director do Instituto para o Ambiente e a Sociedade da Universidade de Brown.

No ano passado, registaram-se mais de 200 recordes de temperaturas em cidades ao longo do Japão, o que colocou a rede eléctrica perto da utilização plena e levou mais de 71 mil pessoas para os hospitais por causa de insolações, durante os meses de Maio a Setembro.

Os doentes eram idosos na sua maioria, mas também foram hospitalizadas quantidades significativas de crianças e adultos de meia-idade. Por esta causa morreram 80 pessoas. O tempo mais quente significa também mais humidade, o que acrescenta inundações e deslizes de terra às previsões para o verão, algo a que o Japão tem assistido com uma frequência crescente.

Em busca de soluções

Em 2019, comboios de alta velocidade ficaram parcialmente submersos nas inundações causadas pelo tufão Hagibis. Casas e autoestradas ficaram sob terras, que deslizaram. Túneis inundados retiveram pessoas e carros. As barragens não conseguiram suportar uma chuva surpreendentemente forte e persistente.

A investigação de Hijioka foca-se na gestão de inundações, como o desvio de água dos rios a transbordar para campos de arroz e lagoas para as prevenir.

Para evitar mortes por insolação, há uma proposta de lei vai designar alguns edifícios nas comunidades, como livrarias com ar condicionado, como abrigos. Este tipo de lei ao nível nacional é uma novidade no Japão.

12 Abr 2023

Semicondutores | China pede ao Japão que reconsidere restrições

A China pediu no domingo ao Japão que não imponha restrições à exportação de equipamento para fabrico de ‘chips’ semicondutores, como parte de uma batalha geopolítica pelo domínio de componentes essenciais à produção de alta tecnologia.

“Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, ao homólogo japonês, Yoshimasa Hayashi, num encontro em Pequim, segundo um comunicado divulgado pela diplomacia chinesa. O ministro chinês lembrou que os Estados Unidos reprimiram também, no passado, de “forma brutal”, a indústria de semicondutores do Japão, e que, agora, estão a tentar “repetir os seus velhos truques” contra a China. Tal bloqueio vai “apenas estimular a determinação da China em se tornar autossuficiente”, acrescentou Qin Gang, de acordo com o mesmo comunicado.

Foi a primeira visita de um alto diplomata japonês a Pequim em mais de três anos, depois de a China ter mantido as suas fronteiras encerradas, desde Março de 2020, no âmbito da política de ‘zero casos’ de covid-19, entretanto suspensa.

Os semicondutores e a tecnologia necessária para a sua produção são cada vez mais sensíveis, à medida que Pequim tenta desenvolver a sua própria indústria de alta tecnologia, o que tem implicações militares.

4 Abr 2023

Covid-19 | Japão deixa de recomendar uso da máscara

O Japão retirou ontem a recomendação para o uso da máscara em locais fechados, uma das últimas medidas impostas desde o início da pandemia de covid-19, mas a maioria da população continua a utilizar máscaras.

“A partir de hoje, o uso de máscara é deixado a uma decisão individual. Não estamos a forçar ninguém a usá-la ou tirá-la”, disse o primeiro-ministro, Fumio Kishida, aos jornalistas ao chegar ao seu escritório, sem máscara.

Apesar de reconhecer que “haverá mais ocasiões” em que não irá usar máscara, Kishida pediu aos japoneses que coloquem máscaras perto de pessoas vulneráveis para protegê-las dos riscos de infecção. O uso de máscara nunca foi legalmente obrigatório no país e o fim da recomendação para a sua utilização em locais fechados surge numa altura em que o governo do Japão pretende estimular a economia.

No entanto, num país onde a pressão social é extremamente forte, a maioria da população continua a utilizar máscara, mesmo em locais abertos, uma recomendação abandonada pelas autoridades no Verão de 2022.
Restaurantes, lojas e companhias aéreas removeram sinais que pediam aos clientes que usassem máscaras, mas muitos funcionários continuam a utilizar máscaras para mostrar consideração pelos clientes e outras pessoas que precisam de proteção.

Já presente no arquipélago antes da pandemia, sobretudo em períodos de gripes sazonais ou alergias, a máscara tornou-se indispensável desde o início de 2020, quando o novo coronavírus foi detectado no país.

O Japão registou cerca de 73 mil mortos desde o início da pandemia, para uma população de 125 milhões, um número inferior ao de muitos outros países, que alguns peritos atribuem ao uso generalizado de máscaras e ao encerramento prolongado das fronteiras.

14 Mar 2023

Oposição japonesa apresenta projeto de lei para legalizar o casamento homossexual

A oposição japonesa apresentou ontem um projeto de lei ao Parlamento para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, divulgou a imprensa internacional.

O projeto de lei foi apresentado pelo Partido Constitucional Democrático do Japão e pretende modificar o Código Civil do país, que estabelece que o casamento é a união entre pessoas de sexos diferentes, segundo a agência de notícias Kiodo.

As críticas ao Governo em relação à situação das minorias homossexuais e da comunidade LGTBI+ no Japão aumentaram recentemente.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, tem sofrido uma crescente pressão destes grupos, especialmente depois de um ex-assessor do seu gabinete ter feito comentários contra o casamento homossexual.

Kishida teve de se desculpar publicamente, em meados de fevereiro, pelas palavras “extremamente inadequadas” do ex-assessor Masayoshi Arai. O ex-assessor afirmou, naquela ocasião, que “não gostaria de morar ao lado” de um casal LGTBI+ e que até “odiaria vê-los”.

No entanto, Kishida tem sido cauteloso com a ideia de legalizar o casamento homossexual e declarou perante o Parlamento que avançar neste sentido “poderia mudar a sociedade, pois diz respeito à vida privada das pessoas”, defendendo um debate mais aprofundado sobre a questão.

A oposição lamentou a posição do Governo e apontou que “o facto de o casamento homossexual não estar garantido é discriminatório”. Em junho de 2019, várias formações de esquerda apresentaram um projeto semelhante, embora não tenha sido debatido pelos parlamentares.

7 Mar 2023

China protesta contra “desenvolvimentos negativos” do Japão na questão de Taiwan

A China transmitiu hoje ao Japão preocupação pelo que considera serem “desenvolvimentos negativos” por parte de Tóquio na questão de Taiwan “em conluio com potências de fora da região”, durante um diálogo sobre segurança, realizado em Tóquio.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Sun Weidong, transmitiu este protesto ao homólogo japonês, Shigeo Yamada, que manifestou também a preocupação do executivo japonês com as incursões de alegados balões chineses usados para fins de espionagem no espaço aéreo japonês e as crescentes manobras navais chinesas em torno do arquipélago japonês.

Yamada destacou, especificamente, a intensificação dos exercícios militares chineses em torno das ilhas Senkaku, administradas por Tóquio, mas reivindicadas por Pequim (que as designa Diaoyu), e nas proximidades do arquipélago de Okinawa, e também enfatizou que algumas dessas manobras ocorreram em cooperação com a Rússia.

O vice-chanceler japonês enfatizou a importância de continuar o diálogo bilateral sobre questões de segurança, observando que os líderes de ambos os países “partilham um entendimento comum da necessidade de construir relações construtivas e estáveis”. Sun disse que os líderes do Japão e da China “chegaram ao importante consenso de que não representam uma ameaça um ao outro”.

No entanto, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês pediu a Tóquio “uma explicação responsável” para os “desenvolvimentos negativos na questão de Taiwan”, face à recente estratégia japonesa de fortalecer as suas capacidades militares e reforçar a cooperação com os Estados Unidos.

O vice-ministro japonês pediu à China “que aja com responsabilidade pela paz e estabilidade no mundo”, especificamente no que diz respeito à guerra na Ucrânia, segundo revelou o porta-voz do executivo japonês, Hirokazu Matsuno.

“Vamos continuar a discutir sobre as nossas diferenças, visando ter um relacionamento o mais construtivo e estável possível”, acrescentou o porta-voz.

Ambas as partes concordaram com a criação de uma linha de emergência de segurança entre as respetivas autoridades de defesa, uma iniciativa que deve ser lançada na próxima primavera e que visa melhorar a comunicação nesta área.

Entre terça e quarta-feira, Japão e China mantiveram o primeiro diálogo bilateral de segurança desde 2019. Durante o interregno, causado pela pandemia da covid-19, as relações deterioraram-se, face às disputas territoriais e históricas entre os dois países.

Tóquio revelou, em meados deste mês, que, entre 2019 e 2021, detetou três objetos voadores não identificados sobre o seu território, que suspeita serem balões usados pela China para fins de espionagem, como aquele que foi abatido pelos Estados Unidos no início de fevereiro.

22 Fev 2023

Imperador do Japão apresenta votos de Ano Novo pela primeira vez em público desde 2020

O imperador do Japão, Naruhito, apresentou hoje publicamente os votos para o Ano Novo, o que acontece pela primeira vez desde 2020, agora que o país e a família imperial regressam gradualmente à vida normal.

“Estou verdadeiramente feliz por poder celebrar o ano novo convosco após três anos”, disse Naruhito, no regresso à tradição anual. “Desejo felicidade às pessoas do nosso país e do mundo inteiro”, acrescentou.

Naruhito apareceu acompanhado pela imperatriz, Masako, a filha, Aiko, e os pais, o antigo imperador, Akihito, e a anterior imperatriz, Michiko. Apenas cerca de 1.500 pessoas foram autorizados a entrar, à vez, no grande palácio na capital japonesa, de forma a evitar a propagação do novo coronavírus.

Em 2020, antes da pandemia começar a atingir o Japão, cerca de 70 mil pessoas assistiram ao discurso de Ano Novo do imperador. Por razões de saúde, o evento foi cancelado em 2021 e 2022. O casal imperial voltou a aparecer em público gradualmente durante 2022.

2 Jan 2023

Japão quer aumentar orçamento de defesa em 56%

O Japão planeia aumentar o seu investimento militar para 43 biliões de ienes (300 mil milhões de euros) entre 2023 e 2027, um aumento de 56 por cento em relação ao total dos últimos cinco anos, anunciou ontem o Governo nipónico.

O país asiático procura aumentar de forma drástica as suas capacidades de defesa para fazer face às crescentes ameaças que sente nas suas fronteiras, desde a Coreia do Norte à China passando pela Rússia após a invasão da Ucrânia.

O montante de 43 biliões de ienes para 2023-2027 foi anunciado ontem em Tóquio pelo ministro da Defesa, Yasukazu Hamada, após uma reunião com o primeiro-ministro, Fumio Kishida, e o ministro das Finanças, Shunichi Suzuki.

“Com este nível [de investimento] seremos capazes de atingir o nosso objectivo de fortalecer as nossas capacidades de defesa”, disse à imprensa Hamada.

O anúncio surge uma semana após a decisão de Kishida de aumentar o orçamento anual de defesa para atingir 2 por cento do PIB nacional até 2027, de um máximo de 1 por cento até agora.

Pouco pacífico

Mesmo que o Japão estivesse apenas a imitar um princípio há muito estabelecido entre os Estados-membros da NATO, tal objectivo é controverso no país, que tem uma Constituição pacifista desde 1947, o que limita muito os meios e as missões das suas “Forças de Autodefesa”.

De acordo com a imprensa local, um dos objectivos do investimento militar adicional seria adquirir uma capacidade de “contra-ataque” com armas que pudessem atingir os lugares de lançamento de mísseis inimigos, mas que ainda seriam consideradas pelo Governo japonês como defensivas.

O Japão também corre o risco de ter de fazer duras concessões fiscais noutros sectores, se quiser aumentar os seus gastos militares sem aumentar os impostos, enquanto o seu nível de dívida pública já é o mais alto entre os principais países industrializados, que se situa atualmente em mais de 260 por cento do seu produto interno bruto (PIB), segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

7 Dez 2022

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Esta é a centésima crónica que publico no Hoje Macau e com ela encerro esta Confeitaria que abriu há mais de quatro anos. A palavra assinala uma certa herança comum às culturas portuguesa e japonesa, afinal o mote inicial com que se propunha dar alguma coerência temática ao que se viesse a escrever: um olhar português sobre a vida no Japão e o mundo a oriente, tendo como título genérico uma palavra usada nas duas línguas, no caso o confeito, que terá atravessado mares e tormentas até se instalar tranquilamente nas ementas japonesas.

Foi no final de Setembro do já longínquo 2018 que se publicou o primeiro texto, no rescaldo de animado fim de verão em terras lusas e graças às formidáveis alquimias do João Paulo Cotrim, exímio criador de espaços onde respirar fraternidade e desenvolver liberdades criativas. Entretanto deixou-nos, com a desolação inevitável, e deixou também uma Lisboa mais pobre e mais triste. Foi num desses preciosos momentos inventados pelo Cotrim que conheci o Carlos Morais José, director do Hoje Macau, que desde logo acolheu esta Confeitaria e me deu total liberdade para escrever o que quisesse sobre o que quisesse.

Só lhes posso estar agradecido, a ele e ao José Manuel Mendes, o editor que nunca cheguei a encontrar. Desconhecia esta possibilidade de participar num projecto editorial – espaço sempre altamente propenso a conflitos, inerentes a inevitáveis divergências de estilos e perspectivas – sem ter qualquer tipo de problema em mais de quatro anos.

Foram anos extraordinários, estes. A Confeitaria abriu em Sapporo, cidade no norte do Japão com longos invernos cobertos de branco, onde vivia na altura, quando nem sequer conhecia a quente e húmida Hiroshima, onde estou agora a dar por encerrado este longo ciclo de cem crónicas. Essa foi a mudança menor, no entanto, resultante de meras circunstâncias laborais, as inevitáveis formas de subsistência a que temos obrigação de atender, mas que felizmente continuam a contar pouco. No que realmente interessa, as mudanças foram muitíssimo maiores: termino este ciclo de regresso aos jornais com um outro ciclo ainda no início, o do crescimento da Sara, cuja chegada a este precário planeta foi devidamente assinalada com crónica publicada quatro dias depois de nascer, no início do verão do ano 2020.

Nasceu a Sara em plena epidemia de covid-19 e esse foi um dos temas maiores da Confeitaria, como seria talvez inevitável: foram 11 as crónicas directamente dedicadas a este tema, a primeira das quais no início de Março de 2020, quando o vírus que já se tinha instalado na Ásia, desde finais de 2019, e dava os primeiros sinais da sua chegada à Europa. Hoje já parte do mundo vive num ambiente pós-covid mas esse não é certamente o caso de quem vive no Japão – e na Ásia em geral, aliás -, onde os quotidianos ainda carregam esse peso das restrições inerentes à tentativa de controle de uma pandemia que, apesar de tudo, já pareceu bastante mais grave.

A vida e a cultura no Japão constituíam o mote inicial com que se decidiu abrir esta Confeitaria e de facto houve nove crónicas que assinalaram essa perspectiva pessoal sobre os quotidianos no país do sol nascente, sempre a abordar temas que já me fossem familiares mas que ainda assim me parecessem ter qualquer coisa de especial e extraordinário para justificar o tempo e a atenção de quem lesse.

Na realidade, nos primeiros contactos com estes lugares geográfica, cultural e linguisticamente distantes, tudo nos parece estranho e especial. O tempo, no entanto – e às vezes nem é preciso muito – ajuda a distinguir entre o que é novidade ou diferença e o que é ignorância ou preconceito. A “literatura de viagens” contemporânea está cheia disso, vê-se facilmente. Ainda assim, arrisquei partilhar impressões rápidas de visitas a lugares próximos, com cinco crónicas escritas sobre a China, Tailândia e Indonésia, resultado de fugazes experiências de visita.

Em todo o ocaso, foi o turismo – o assunto que me ocupa profissionalmente enquanto investigador e professor – que ocupou a maior arte do espaço desta Confeitaria: 26 crónicas, publicadas entre os fins de Setembro de 2018 e de 2022, que foram assinalando tendências na forma como se usa o tempo e os recursos para o lazer e a viagem ou as particulares implicações de uma pandemia global sobre uma actividade que pressupõe movimento, deslocação e contacto.

Mas o turismo também foi uma porta de acesso à discussão sobre a economia capitalista contemporânea, com a degradação acelerada de recursos, crescentes desigualdades e injustiças sociais ou esmagadores processos de gentrificação mal disfarçados de renovação urbana e branqueados com palavreado “inteligente” e “sustentável”.

Além do turismo, houve 22 as crónicas que discutiram e criticaram a insustentabilidade do capitalismo actual, incluindo os seus cartéis internacionais que determinam políticas económicas, e reinventam as suas máquinas globais de extorsão sistemática, branqueamento de capitais e fuga ao fisco.

Na realidade, todas as 99 crónicas que escrevi têm como pano de fundo um sistema económico irracional, altamente predatório e violento, ainda que essa análise se possa exprimir enquanto se discutem temas aparentemente diferentes, como sejam as alterações climáticas e as ações de mobilização e protesto das gerações que sentem o futuro comprometido e que só encontram como resposta a ameaça de prisão, o que também ocupou quatro crónicas desta Confeitaria.

Este sistema económico que nos tocou viver é também o resultado de uma certa crise das ideologias que contrapõem a solidariedade e a comunidade à competição e ao individualismo – tema que ocupou três crónicas, por manifesta falta de assunto – e tem também implicações sobre o ambiente de violência e ódio racista e fascista que vai ocupando espaço mediático e político contemporâneos – assunto que motivou outras três crónicas. Até a transformação das embaixadas nacionais em pobres gabinetes de prestação de serviços a empresas turísticas, assunto que também ocupou uma crónica, tem e ver com este servilismo de Estados que cada vez menos se preocupam menos com comunidades e mais com a farsa da eficiência dos negócios.

Poucos ou nenhuns destes temas estavam programados desde o início: foi sempre a realidade, na sua imprevisível e surpreendente evolução, que foi abrindo os caminhos que aqui fui explorando. Aliás, mesmo o único tema que tinha à partida espaço garantido nesta agenda em sempre em construção – os Jogos Olímpicos de Tóquio, aos quais dediquei cinco crónicas – acabou por se realizar uns anos depois do previsto e com portas quase fechadas.

Por outro lado, com a devida prudência e contenção, só dediquei ao futebol uma crónica, que é assunto ultra-sensível e capaz de suscitar melindres inconsequentes. Também dediquei uma crónica ao José Mário Branco, das melhores pessoas com quem tive a sorte de me cruzar, e outra perda maior nas nossas vidas. Voltarei eventualmente ao Hoje Macau, num registo mais ocasional, mas agora é tempo de fechar a Confeitaria, que eu sempre gostei de sair quando a festa ainda vai boa. Valeu a pena a travessia. Obrigado!

2 Dez 2022

Primeiro-ministro do Japão demite terceiro ministro num mês

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, demitiu hoje o seu ministro dos Assuntos Internos por irregularidades financeiras, somando já a queda de três ministros num mês, anunciou a televisão japonesa NHK.

O ministro de Assuntos Internos, Minoru Terada, tem sido acusado de várias irregularidades contabilísticas e financeiras, tendo reconhecido, num dos casos, que um dos seus grupos de apoiantes apresentou registos contabilísticos com a assinatura de uma pessoa já morta. Segundo a NHK, Kishida convocou Terada e obrigou o ministro a apresentar uma renúncia ao cargo.

Questionado na semana passada sobre uma possível demissão de Terrada, o primeiro-ministro não defendeu o responsável pela pasta dos Assuntos Internos, adiantando que ele tomaria a sua própria decisão.

Nos últimos dias, Minoru Terada garantiu não ter infringido nenhuma lei, prometeu retificar as questões contabilísticas e mostrou determinação em permanecer no cargo, mas os deputados argumentaram que um ministro de Assuntos Internos – cujo trabalho é supervisionar os fundos políticos – ter problemas com financiamentos é uma questão demasiado séria e exigiram a sua renúncia. Também as sondagens realizadas pela imprensa mostraram que a maioria dos entrevistados defendia a renúncia de Terada.

A sua demissão é mais um golpe para o Governo de Kishida, já abalado por escândalos como o da estreita ligação do Partido Liberal Democrático à Igreja da Unificação, acusada de realizar “lavagens cerebrais” a seguidores para fazerem grandes doações, muitas vezes acabando por separar famílias que não estão de acordo com a situação.

O ministro da Revitalização Económica, Daishiro Yamagiwa, renunciou, em 24 de outubro, depois de enfrentar críticas pela sua falta de explicações sobre os laços à Igreja da Unificação, iniciando o que ficou conhecido como “um dominó de renúncias” do Governo de Kishida.

A saída de Terada acontece apenas 10 dias depois de o ministro da Justiça, Yasuhiro Hanashi, ter também sido forçado a renunciar devido a uma declaração na qual referia que o seu trabalho é pouco atraente e só se torna notícia quando assina uma pena de morte.

A demora de Kishida em demitir o ministro da Justiça também provocou críticas, já que obrigou a adiar a sua ida a três cimeiras asiáticas, sendo vista como uma atitude de indecisão e falta de liderança.

O primeiro-ministro, que regressou a Tóquio no sábado, depois de uma viagem de nove dias, foi recebido com a pressão dos restantes ministros do seu Governo para tomar uma decisão rápida sobre Terrada, antes da retoma da sessão legislativa na segunda-feira.

O partido de Kishida terá de conseguir a aprovação parlamentar de um segundo Orçamento suplementar até março, ao mesmo tempo que finaliza uma nova estratégia de segurança nacional e define, até ao final do ano, novas diretrizes de defesa para o médio e longo prazo.

21 Nov 2022

Ministro japonês demite-se devido a ligações com seita Moon

O ministro japonês da Revitalização Económica, Daishiro Yamagiwa, demitiu-se após críticas às suas ligações com a Igreja da Unificação, também conhecida como “seita Moon”.

A sua demissão pretende travar o desgaste que o Executivo liderado pelo primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, está a sofrer devido as ligações de numerosos membros do partido no poder com esta controversa organização religiosa.

Yamagiwa, que fazia parte do gabinete de Kishida desde a sua nomeação há um ano, comunicou hoje a sua demissão ao primeiro-ministro, que aceitou a sua decisão, explicou o político em declarações aos meios de comunicação.

“Concluímos que era melhor tomar esta decisão agora. Queria ter certeza que o meu problema não teria consequências para o Governo”, disse Yamagiwa sobre o momento da sua renúncia, no final da comissão parlamentar de orçamento.

O ministro japonês recebeu numerosas críticas da oposição desde que foi divulgado que havia participado em eventos da Igreja da Unificação e participado em reuniões com o seu líder.

Yamagiwa não informou, inicialmente, que havia participado em tais eventos e reuniões, quando o seu partido está a realizar uma investigação interna sobre o assunto.

O ministro japonês admitiu ter participado nesses atos, embora tenha afirmado que “não fez nada de ilegal”, sublinhando ainda que as poucas informações divulgadas publicamente aconteceram devido “ao facto de não haver registos suficientes” sobre esses eventos.

O governante Partido Liberal Democrático (PLD) ordenou aos seus membros em agosto passado que tornassem públicos os seus laços com a seita, no auge do escrutínio das práticas desta organização após o assassínio do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe.

Abe foi atacado num ato eleitoral em 08 de julho por um homem que culpava a seita Moon pelos problemas financeiros da sua família e decidiu atacar Abe por considerar que o antigo primeiro-ministro havia apoiado essa organização religiosa. Shinzo Abe morreu no mesmo dia, na cidade de Nara, após ter sido baleado com uma arma de fogo artesanal.

As investigações internas do PLD revelaram que cerca da metade dos parlamentares da formação tinha alguma ligação com o grupo ou organizações filiadas, o que confirmou as críticas ao partido e aprofundou o desgaste da imagem do Executivo Kishida, que passa pelo pior momento de apoio popular.

Nesse contexto, Kishida também promoveu outra investigação para tentar determinar se as práticas da Igreja da Unificação estão de acordo com os regulamentos das organizações religiosas. Fundado em 1954 na Coreia do Sul por Sun Myung Moon, conhecido como reverendo Moon, esse grupo é conhecido pelos seus casamentos em massa.

A seita gera grande polémica no Japão pelas chamadas “vendas espirituais”, em que alegadamente os membros da igreja são coagidos a comprar objetos a preços exorbitantes, prática que gerou vários processos judiciais no país.

25 Out 2022

China critica pacto militar Japão-Austrália

O Japão e a Austrália assinaram no sábado um inédito acordo bilateral de segurança que abrange a cooperação militar, de inteligência, de cibersegurança e espacial, o que comentadores chineses afirmaram “demonstrar a vontade dos dois países de serem peões dos EUA, ameaçando ao mesmo tempo a paz e a segurança regionais”, disseram ao jornal oficial Global Times.

“Não há qualquer menção à China no pacto, mas a maior parte dele é claramente dirigido à China”, salientaram os observadores chineses, considerando que a cooperação em matéria de segurança entre os dois países é “impulsionada pela Estratégia Indo-Pacífico liderada pelos EUA, o que apenas os tornará trampolins para os EUA”.

A Declaração Conjunta sobre Cooperação em matéria de Segurança, um pacto assinado pela primeira vez em 2007, foi o principal resultado da reunião do primeiro-ministro japonês Fumio Kishida com o seu homólogo australiano Anthony Albanese em Perth, informou a AP no sábado.

Os observadores chineses encaram este novo acordo como “uma sequela de um tratado assinado pelos dois países em Janeiro que permite às forças militares de ambos os países treinar nas bases um do outro e colaborar em missões humanitárias”. É o primeiro acordo deste tipo que o Japão celebra com qualquer outro país que não os EUA.

O Japão anunciou que as suas Forças de Auto-Defesa irão treinar e participar em exercícios com os militares australianos no norte da Austrália pela primeira vez ao abrigo do acordo, disse o relatório da AP.

Está dentro das expectativas que o alvo do novo pacto de segurança tenha mudado em relação ao anterior, assinado há 15 anos atrás, uma vez que a estratégia dos EUA mudou significativamente do contra-terrorismo para o actual Indo-Pacífico, e o Japão e a Austrália – aliados próximos dos EUA – seguiram os EUA neste novo jogo, disse Song Zhongping, um especialista militar chinês, no domingo.

“Isto mostra que o Japão e a Austrália não têm iniciativa diplomática ou independência, e estão dispostos a ser peões dos EUA”, disse Song. “Embora o novo pacto de segurança não mencione a China pelo nome, é claro que a cooperação reforçada entre o Japão e a Austrália visa a China”, disse Chen Hong, presidente da Associação Chinesa de Estudos Australianos e director do Centro de Estudos Australianos na Universidade Normal da China Oriental, acrescentando que embora o pacto tenha sido assinado entre o Japão e a Austrália, “é claro que a importante força motriz são, claramente, os EUA”.

“O Japão está a tentar dar relevância o seu estatuto no âmbito do Quad, que também tem os EUA, Austrália e Índia como membros, e procura avanços diplomáticos e militares através deste quadro, uma vez que o governo japonês está a procurar gastar mais com as suas forças armadas como resultado do seu crescente militarismo”, disse Chen.

Além disso, ao estabelecer um mecanismo de partilha de informação com a Austrália, o Japão está mais próximo de adquirir acesso à Five Eyes Alliance, uma aliança de inteligência composta pela Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e EUA, de acordo com Chen.

Os observadores chineses advertiram que o reforço dos laços militares pode não ser tão bom para o Japão e a Austrália como parece. “Tanto o Japão como a Austrália estão a tentar fazer propaganda da ameaça chinesa e a tentar atrair países extraterritoriais para o seu pequeno grupo. Mas isto coloca os países regionais em alerta e ameaça a estabilidade regional”, comentou Da Zhigang, director do Instituto de Estudos do Nordeste Asiático da Academia Provincial de Ciências Sociais de Heilongjiang.

25 Out 2022

Défice da balança comercial do Japão mais que triplica em setembro

O Japão registou um défice comercial de 2,1 biliões de ienes (14,3 mil milhões de euros) em setembro, mais de três vezes superior ao registado em igual mês do ano passado, avançou hoje o Governo.

De acordo com dados oficiais divulgados pelo Ministério das Finanças japonês, o valor de setembro foi ainda assim 25,7% inferior ao de agosto, mês em que o país tinha registado um défice recorde, de 2,82 biliões de ienes. Setembro foi o quarto mês consecutivo em que a terceira maior economia mundial teve um défice na balança comercial.

Apesar do défice as exportações cresceram 28,9%, para 8,8 biliões de ienes. No entanto, as importações subiram ainda mais, 45,9%, para 10,9 biliões de ienes.

O défice japonês deveu-se sobretudo às trocas com a China, o maior parceiro comercial nipónico, nas quais Tóquio teve um défice de 575,8 mil milhões de ienes, quase o dobro do registado em setembro de 2021.

Pelo contrário, o Japão teve um resultado positivo de 606,9 mil milhões de ienes nas trocas comerciais com os Estados Unidos, a maior economia do mundo, mais 54,8% do que em igual mês do ano passado.

Com a União Europeia, o terceiro maior parceiro comercial japonês, o país asiático registou um défice de 183,5 mil milhões de ienes, uma descida homóloga de 16%. Já o défice do Japão com o Brasil subiu 38,6% em setembro para 88,7 mil milhões de ienes.

20 Out 2022

Japão | Tóquio considera “uma provocação” frequência de lançamento de mísseis de Pyongyang

O chefe da diplomacia japonesa considerou na sexta-feira passada “uma provocação” a frequência de lançamento de mísseis pela Coreia do Norte, na sequência do último disparo de um míssil balístico de curto alcance para o mar do Japão.

Os lançamentos frequentes de mísseis são “provocadores e indicam que estão a virar as costas à comunidade internacional”, disse Yoshimasa Hayashi, em conferência de imprensa. “Por isso, condenamos estes actos e estamos a considerar uma resposta”, avisou.

A Coreia do Norte lançou um míssil balístico de curto alcance na direcção do mar do Japão, chamado mar de Leste pelas duas Coreias, no nono lançamento efectuado nos últimos 20 dias, o que representa mais um passo na escalada da tensão na região.

Este último lançamento ocorreu apenas uma hora depois de pelo menos dez aviões norte-coreanos terem realizado manobras perto da fronteira com o Sul, forçando Seul a destacar aviões para uma possível manobra de intercepção. Na quinta-feira, Pyongyang tinha anunciado a realização de um outro teste de mísseis de cruzeiro na direcção do mar Amarelo.

O Governo japonês vai trabalhar com a comunidade internacional, especialmente a Coreia do Sul e os Estados Unidos, para ver qual deve ser o próximo passo, acrescentou. Neste sentido, o porta-voz do Governo nipónico, Hirokazu Matsuno, salientou que o Japão está a observar os movimentos militares da Coreia do Norte, mas escusou avançar quaisquer pormenores “para que não seja possível avaliar a capacidade de contra-ataque”.

O regime de Kim Jong-un está a realizar testes, desde 25 de Setembro, aos sistemas tácticos de armas nucleares, em resposta a manobras recentes de um porta-aviões norte-americano nas águas ao largo da península coreana.

17 Out 2022

Japão | Tóquio pede à ONU firmeza após teste balístico norte-coreano

O Japão pediu ontem ao Conselho de Segurança da ONU que mostre firmeza em relação à Coreia do Norte após o último teste de um míssil balístico norte-coreano, que sobrevoou o território japonês pela primeira vez em cinco anos.

“Nós acreditamos que a Coreia do Norte poderá realizar actos mais provocadores, como um teste nuclear”, afirmou o porta-voz do Governo japonês, Hirokazu Matsuno, numa conferência de imprensa.

O porta-voz classificou o recente aumento de testes de armas norte-coreanas como “uma ameaça à paz e à segurança do Japão e da comunidade internacional”.

O Japão reforçou a vigilância sobre Pyongyang depois de o regime norte-coreano ter lançado um míssil na terça-feira. O míssil norte-coreano viajou cerca de 4.500 quilómetros antes de cair nas águas do Oceano Pacífico.
O projéctil balístico atingiu uma altura de cerca de mil quilómetros e sobrevoou principalmente o Estreito de Tsugaru, que separa as ilhas de Hokkaido (norte) e Honshu, onde fica Tóquio.

É a primeira vez desde 2017 que a trajectória de um míssil norte-coreano inclui parte do território japonês.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) agendou uma reunião em resposta ao último teste da Coreia do Norte e o Japão pediu que o órgão mostre firmeza face à acção norte-coreana.

“O Conselho de Segurança não está a agir diante dos recentes atos da Coreia do Norte, mas esperamos que possa desempenhar um papel real na manutenção da paz e da segurança da comunidade internacional”, disse Matsuno.

6 Out 2022