Política da Juventude | DSEJ troca pensamento crítico por “prudente”

A DSEJ garante que a independência de raciocínio está salvaguardada, apesar de a versão chinesa da Política da Juventude conter o termo “pensamento ponderado”, em vez de “crítico”. A chefe do departamento de juventude frisou que os alunos devem ter uma atitude prudente

A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) defendeu na sexta-feira a substituição do termo “pensamento crítico” por “ponderado” no documento em chinês da Política da Juventude para a próxima década. A chefe do departamento de juventude da DSEJ, Cheong Man Fai, argumentou que não se está a restringir o pensamento dos jovens, apontando razões culturais para a troca. “Na nossa cultura chinesa criticar pode ter um sentimento de negar, ou uma atitude ou posição oposta a tudo”, disse em conferência de imprensa.
No dia anterior, a Associação Novo Macau tinha alertado para as diferenças nos documentos em chinês e português. Sulu Sou considera que a troca do termo “pensamento crítico” está relacionada com o receio do impacto dos movimentos sociais de Hong Kong e outras regiões nos jovens de Macau.
“Sempre enfatizámos o ‘critical thinking’ [como] um pensamento independente”, frisou Cheong Man Fai, descrevendo que os alunos “devem ter conhecimentos suficientes, uma visão alargada e assim poderem julgar o que é correcto ou incorrecto”. A responsável entende que os jovens devem adoptar “uma atitude muito prudente”, só julgando as coisas depois de as conhecerem.
A mudança de terminologia na versão em chinês surgiu durante a recolha de opiniões para a elaboração do documento. “Os alunos devem ter uma atitude ainda mais prudente. Depois de recolher as opiniões do público e revermos o significado deste termo, pensamos que o pensamento prudente ou moderado é melhor”, disse Cheong Man Fai. A responsável da DSEJ apontou que o público também considera o termo “mais adequado”. No entanto, não avançou de quem partiu a ideia. “É difícil indicar qual foi a associação que sugeriu a alteração desse termo”, disse a chefe de departamento.
Em resposta aos jornalistas, frisou que a liberdade dos alunos se mantém. “Não estamos a mudar, limitar ou colocar uma restrição ao seu pensamento. Muito pelo contrário. O pensamento crítico será ainda mais restritivo, porque dentro do pensamento moderado ou prudente também se articulam alguns conteúdos que não contradizem o pensamento crítico”, disse Cheong Man Fai, acrescentando que por vezes traduções são alteradas devido a “questões linguísticas ou culturais”.

Escala emocional

Apesar de o patriotismo ser uma das prioridades do plano para a Política da Juventude, não existem critérios para analisar se um jovem alcança o objectivo. Cheong Man Fai frisou que o “sentimento de amor pela pátria é um sentimento pessoal”, à semelhança do amor pela família, e que passa pela pessoa “estar ciente e saber que o Estado, o país, merece protecção”. A responsável esclareceu que há critérios para avaliar a implementação da política da juventude, mas não para apreciar o sentimento patriótico. “Será que os alunos vão ajudar ou dedicar-se ao país quando este enfrenta uma grande dificuldade? Tudo isso é difícil de avaliar. (…) Não vamos avaliar os alunos com critérios fixos”, descreveu.
Wong Kin Mou, chefe do departamento de estudos e recursos educativos da DSEJ, defendeu que temas como o amor à pátria e a saúde mental dos estudantes têm recebido atenção, mas que “só com continuidade” é possível melhorar.
A DSEJ recolheu mais de 500 opiniões durante as sessões de consulta pública sobre a nova Política da Juventude.

14 Dez 2020

Conhecimento de línguas vantajoso para alunos de Macau

Os vogais do Conselho de Juventude acreditam que a capacidade dos alunos locais para dominarem o inglês e o português pode fazer a diferença na altura de competir com os compatriotas da Grande Baía. O ensino das duas línguas pode sair reforçado nas próximas LAG

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] conhecimento do inglês e do português é considerado como uma das vantagem dos jovens de Macau face aos alunos das outras cidades da Grande Baía. O ponto de vista esteve ontem em discussão durante o Conselho de Juventude, que teve lugar no edifício da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) e poderá ser reforçado nas próximas Linhas de Acção Governativa (LAG).

“Houve membros da comissão que sublinharam o facto dos jovens terem uma capacidade superior no domínio das línguas inglesa e portuguesa”, começou por explicar Wong Ka Ki, Chefe da Divisão de Formação e Apoio ao Associativismo Juvenil da DSEJ.

Contudo, quando questionado sobre o facto de grande parte dos jovens não dominarem as línguas mencionadas, Wong apontou que existe a possibilidade de ser uma das prioridades para a área da educação nas próximas LAG. “Há vogais que acham que as línguas são uma das vantagens e que se deve ajustar as LAG para reforçar essa aposta. Foi uma questão colocada e que pode ser apresentada no próximo ano”, acrescentou.

Na reunião participaram também o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, e o director da DSEJ, Lou Pak Sang. Segundo Wong, Alexis Tam mostrou-se aberto à possibilidade de reforçar a aposta no ensino destas línguas. “Ele reconheceu a importância. Disse que era uma boa iniciativa para as LAG, até porque dá muita importância à promoção da cultura dos jovens”, vincou.

Ainda no que diz respeito às vantagens e perspectivas futuras dos mais novos, os membros da DSEJ foram parcos em palavras, mas Chan Iok Wai, Chefe do Departamento da Juventude da DSEJ, disse que as escolas locais vão visitar as cidades que, além de Macau e Hong Kong, incluem Dongguan, Foshan, Guangzhou, Huizhou, Jiangmen, Shenzhen, Zhaoqing, Zhongshan e Zhuhai. Segundo Chan, que com as visitas de estudo os jovens vão conseguir perceber os pontos em que terão de melhorar para se manterem competitivos no âmbito do projecto nacional.

Apoios às escolas

Na reunião foram ainda abordados os materiais distribuídos às escolas no seio do ensino sobre as catástrofes naturais. Na conferência de imprensa foram prometidos apoios para as escolas que sofreram danos causados pelo tufão Mangkhut.

Também ontem, Alexis Tam entregou os Prémios Juventude 2017. A Associação Voluntária de Jovens de Macau com Habilidade Artística, a Associação de Shaoguan de Macau e a Associação Geral de Estudantes de Chong Wa de Macau foram distinguidas com os Prémios Actividades Juvenis. A rede de Serviços Juvenis Bosco, a Associação Geral de Estudantes de Chong Wa de Macau e a Associação de Juniores de Hou Kong receberam os Prémios Educação Cívica.

5 Out 2018

Ensino Superior | Criada associação de antigos alunos da Universidade Católica

[dropcap style =’circle’] A [/dropcap] Associação dos Antigos Alunos da Universidade Católica Portuguesa é um dos movimentos associativos mais recentes do território. O objectivo passa por promover as relações entre os alunos e ajudar também na formação de quadros locais.

Desde sábado que a Universidade Católica Portuguesa conta com uma associação de antigos alunos no território. A ideia para a criação da Associação dos Antigos Alunos da Universidade Católica Portuguesa surgiu depois de uma visita a Macau da reitoria da instituição de ensino portuguesa.

“A ideia para a criação da associação surgiu após uma visita da reitora da Universidade Católica Portuguesa. Nessa altura, houve um encontro entre antigos alunos e foi sugerida a criação de uma associação que os pudesse representar”, afirmou Bruno Nunes, membro do movimento recém-criado.

“Depois de tomada a decisão, partiu-se para a concretização da ideia e os elementos presentes começaram a preparar a documentação e a recolher os dados sobre o número de ex-alunos da Universidade Católica que estão em Macau”, explicou.

Segundo a informação disponibilizada por Bruno Nunes, nesta altura, o levantamento feito aponta para 120 ex-alunos. No entanto, a lista de potenciais candidatos ainda não está concluída e a associação está aberta a contactos de ex-alunos da instituição.

Quanto aos objectivos da nova associação, Rui Nunes explicou que o essencial passa por agregar todos os ex-alunos da universidade e fazer a ligação com as entidades do Governo da RAEM.

“Neste momento, há muitos alunos de Macau que frequentam cursos da Universidade Católica. Com esta associação também queremos promover a imagem da universidade junto da comunidade educativa. Queremos que saibam na altura de escolher o local onde vão prosseguir os estudos que existe esta alternativa”, clarificou.

 

Formação de locais

Em relação a perspectivas futuras, Bruno Nunes admite que gostava de ver a Universidade Católica assumir um papel importante na formação dos quadros locais, nomeadamente através do envio de estudantes para Portugal: “seria interessante a vinda de professores de Portugal para Macau para leccionarem em sistema de intercâmbio. Para mim, as actividades da associação deveriam focar sempre a formação”, apontou.

Para o membro da associação, uma das vertentes que poderia beneficiar Macau ao nível de cooperação com a Universidade Católica era na área da gestão: “é considerada uma das melhores do mundo neste sector”, justificou.

Para este sábado está agendada uma Assembleia Geral, às 15h no Auditório da Universidade de São José, na qual vão ser eleitos os órgãos sociais da associação. Segundo a informação da associação, vai estar presente a Reitora da Universidade Católica Portuguesa, Isabel Maria de Oliveira Capeloa Gil, que é igualmente Presidente Honorária da Assembleia Geral.

 

24 Abr 2018

Nova creche Helen Liang disponibiliza mais de 500 vagas

Já está a funcionar a creche diocesana Helen Liang, nascida de um antigo instituto de acolhimento de crianças oriundas de famílias problemáticas. A nova instituição do ensino infantil tem capacidade para 510 crianças

 

[dropcap style≠‘circle’]E[/dropcap]stá finalmente concluído o processo de transformação do antigo Instituto Helen Liang numa nova creche. A recém aberto estabelecimento, localizado na zona da Praia Grande num edifício desenhado pelo arquitecto Manuel Vicente, encontra-se em pleno funcionamento desde Dezembro último, tendo o Instituto de Acção Social (IAS) entregue a gestão da instituição à Diocese de Macau.

Numa resposta ao HM, o IAS adiantou que a nova creche tem um total de 510 vagas, 270 das quais para as turmas de um dia inteiro e 240 lugares para crianças que ficam apenas meio dia na instituição.

Em 2016 foi aberto o concurso público para a realização de obras no edifício, sendo que a ideia de transformar o instituto numa creche começou a ser delineada em 2013, para resolver a falta de vagas nas creches em Macau. O projecto começou a tomar forma quando, em 2015, o instituto fechou portas.

De acordo com o IAS, antes do antigo Instituto Helen Liang encerrar, tinha 11 crianças, dez do sexo masculino e apenas uma do sexo feminino. Desses menores, dez foram transferidos para outras instituições, onde recebem os mesmos serviços de apoio, tais como o alojamento permanente durante 24 horas por dia, para suprir a falta de uma famílias com condições para receber estas crianças. Neste processo, apenas uma criança voltou a viver com a sua família.

 

Vagas aumentam

 

A abertura da creche diocesana Helen Liang veio colmatar a falta de vagas em creches, uma problemática que há muito persiste em Macau. No ano passado, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, prometeu aumentar as vagas para um total de 11 mil ao longo deste ano. “O Governo já fez muito trabalho para que os pais sejam ambos empregados possam ter vagas nas creches para os seus filhos”, afirmou o secretário. Alexis Tam disse, contudo, que o actual número de vagas “é suficiente”.

As respostas do secretário foram dadas na Assembleia Legislativa em resposta a uma intervenção da deputada Angela Leong, que lembrou que “quando abrem candidaturas nas creches das zonas mais populosas, às vezes, o número de crianças a disputar uma vaga ascende a mais de 60”.

O ano passado registavam-se em Macau 53 creches com 9803 vagas. Alexis Tam frisou que há vagas que não estão a ser preenchidas, tendo afirmado ainda que cerca das 2.400 ou 30 por cento das 8.000 creches subsidiadas pelo Governo não foram utilizadas.

3 Abr 2018

Ensino | GAES organiza visita de estudantes a Portugal

O Gabinete de Apoio ao Ensino Superior vai organizar a visita de 80 estudantes de Macau a Lisboa e ao Porto durante quatro semanas. Esta viagem acontece depois de docentes e investigadores locais se terem descolado à Universidade de Coimbra para participarem no curso de formação de Verão

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] viagem destina-se a alunos de Macau que estudem no território, no Interior da China, em Hong Kong, em Taiwan, no Reino Unido e noutros países. Os felizes 80 estudantes contemplados pela iniciativa do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) serão divididos em grupos. A viagem, com duração de quatro semanas, tem como objectivo a aprendizagem da língua portuguesa.

Esta actividade será realizada em duas fases. A primeira refere-se ao Curso Básico de Língua Portuguesa ou o exame de conhecimentos de língua portuguesa. A segunda fase é o Curso de Verão em Portugal.

Do universo de alunos concorrentes, o GAES seleccionou 277 pupilos para participarem na primeira fase do curso, entre 463 interessados. Apenas os 80 melhores alunos que se distinguiram participaram na segunda fase.

Os planos de estudo prevêem a organização de duas turmas do Curso de Verão em Portugal, uma este mês e outra em Agosto. No início de Julho partiram 36 estudantes, que frequentam um curso intensivo de Português, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. O segundo grupo irá frequentar o curso na Universidade do Porto.

Além da visita a Portugal, o GAES vai organizar viagens à Austrália e ao Interior da China para que os estudantes do ensino superior de Macau desenvolvam competências ao nível do inglês e mandarim.

Professores alunos

Também uma comitiva de 20 docentes e investigadores de instituições do ensino superior de Macau estiveram em Portugal para participar no curso de formação de Verão na Universidade de Coimbra.

Os professores são oriundos da Universidade de Macau, do Instituto Politécnico de Macau, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, da Universidade da Cidade de Macau e da Universidade de São José.

O GAES realizou uma videoconferência, conduzida por um representante da histórica instituição de ensino português, para dar a conhecer aos formandos algumas informações sobre Portugal.

O curso intensivo, com duração de dez dias, abordou temas como a “Língua e Cultura”, “Direito e Administração Pública”, análises comparativas dos ordenamentos penais e civis de Macau e Portugal, leis europeias, entre outros aspectos históricos e culturais.

Este programa do GAES é organizado desde 2015 e pretende apoiar a formação contínua dos docentes das instituições de ensino superior de Macau.

11 Jul 2017

Educação | Menos alunos nas escolas. Milhões investidos

Em dez anos, as escolas do território ensinam menos 20 mil alunos, mas empregam mais professores. Houve uma maior aposta nas actividades culturais e formação de funcionários públicos. Os alunos do ensino superior receberam menos ajudas

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]número de alunos nas escolas do território diminuiu significativamente nos últimos dez anos, passando de 89,1 mil em 2005 para 69,5 mil no ano lectivo passado. Em Setembro de 2014, a maior percentagem de alunos tinha entre 12 e 17 anos de idade, totalizando 26,2 mil alunos dos quase 70 mil registados. As estatísticas, publicadas recentemente pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), podem querer dizer que menos jovens da RAEM frequentam o ensino. Isto porque, de acordo com as estimativas da população do ano passado, publicadas pelos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC), cerca de 182 mil habitantes de Macau tinham entre cinco e 29 anos, do total dos 636,2 mil registados.
Embora a população tenha aumentado brutalmente desde 2005, esta não foi a faixa etária mais afectada. A justificação é simples: a taxa de natalidade não aumentou e foi contratada muita mão-de-obra não residente (TNR) com idade superior a 25 anos.
No entanto, o número de professores contratados não se alterou muito em função da queda no volume de estudantes. Em 2005, estavam empregados 4363 professores e o ano passado eram 5731. Houve mesmo um aumento – ainda que não muito visível – do número de pessoal recrutado. Em 2005 estavam a trabalhar nas escolas de Macau mais de 4300 professores e pessoal relacionado com o ensino, ao passo que no ano lectivo de 2014/2015 estavam empregados 5700 profissionais. A esmagadora maioria do pessoal docente tem entre 31 e 40 anos e é do sexo feminino, ocupando as mulheres 1372 do total de lugares, comparando com os 550 dos homens.
A estratégia de contratar mais funcionários, mesmo com uma diminuição do número de alunos, não tem em conta o acréscimo de turmas: há dez anos, havia 2414 turmas no ensino formal da RAEM. No ano passado, a DSEJ fala de 2493, uma diferença de 79 turmas.

Alto investimento

O relatório “Inquérito Geral à Educação” da DSEJ mostra estatísticas de 2015, mas outras vão apenas até 2013. Assim, os únicos valores financeiros disponíveis sobre as despesas do Governo no sector educativo são de há dois anos.
Em 2013, o Governo despendeu 46,4 milhões de patacas para o ensino obrigatório e superior, o que totaliza apenas 17,3% dos gastos totais. Na educação não superior foram despendidas 4,8 milhões de patacas, de acordo com o mesmo relatório. Comparando com 2011, o valor investido neste sector aumentou em 1,5 milhões. Entre 2011 e 2013, foi 2012 que contou com mais apoio nesta área, tendo a despesa do Executivo na educação ultrapassado os 22%.

A idade traz dinheiro
A DSEJ aponta para um ligeiro aumento no número de bolsas de estudo atribuídas ao ensino superior. No ano lectivo de 2011/2012 foram dadas bolsas a 7100 alunos, ao passo que em 2013 e 2014, foram distribuídas a 7200. É a área de Economia e Gestão que mais pessoas reúne desde 2011 até ao ano passado. A maioria dos beneficiários está inscrita em universidades da RAEM e Taiwan. Seguem-se aqueles que estudam no continente, em Portugal e Hong Kong.
O mesmo não se verifica nas ajudas atribuídas ao ensino não superior. A DSEJ divide os subsídios do Governo em três: ajuda financeira, ajuda para material escolar e subsídio de alimentação. De 2011 a 2014 houve um decréscimo no número de ajudas atribuídas. Ora veja-se: no ano lectivo de 2011/2012, o Executivo forneceu ajuda a 7367 alunos dos ensinos infantil, primário e secundário nas três vertentes. Já em 2013/2014, apenas 6765 jovens foram beneficiados.

Capacidades que se querem

Os números revelam o cumprimento da promessa do Governo em aumentar as capacidades dos seus funcionários, bem como de promover a actividades desportiva entre os jovens. Quanto à formação de Língua Portuguesa, foram o Instituto Português do Oriente (IPOR) e a DSEJ que mais participantes tiveram nos seus cursos. No ano lectivo de 2013/2014, foram 6000 as pessoas que frequentaram estas formações, com 2400 nos da DSEJ e 2100 no IPOR.
Os cursos de Inglês organizados em 2013 e 2014 tiveram menos adesão do que em anos anteriores, mas mesmo assim contaram com a participação de quase 5000 pessoas. Foi o Instituto de Formação Turística que angariou mais alunos, um total de 3100.
O relatório revela ainda uma maior aposta no desporto escolar. O número de participantes nestas actividades quase duplicou, passando dos 190 alunos em 2012, para os 387 no passado. Também se registou um acréscimo no volume de estudantes que entraram em competições internacionais. No entanto, o total de participantes é significativamente menor no ano lectivo passado do que em 2011/2012, muito devido à diminuição da participação em “outras actividades de lazer”.

29 Out 2015

IPM | Estudantes locais acusados de serem “estúpidos” por aluno do continente

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m estudante do Instituto Politécnico de Macau (IPM), proveniente do interior da China, terá criticado, através das redes sociais, os estudantes locais por estes não terem um nível considerado alto de conhecimento de Mandarim.  
Na página do Facebook “New UM Secrets” foi publicado, no sábado passado, um artigo escrito em Chinês simplificado, que relatava uma situação numa aula em que um professor explicava em Mandarim um termo profissional da língua inglesa, tendo sido pedido pelos estudantes locais a explicação em Cantonês ou em Inglês por estes não entenderem Mandarim.
O autor do artigo acusou os estudantes de Macau de serem “estúpidos” e “terem um nível baixo [de conhecimento] da língua”.
“No nosso lado (interior da China), quem fala Cantonês é quem não tem nenhuma educação, nem tem nenhum conhecimento. Vocês (estudantes de Macau) podem manter o vosso idioma até ao fim da vida, mas serão sempre  estúpidos”, podia ler-se no artigo publicado nas redes sociais.
O autor criticou ainda que o IPM só consiga a classificação de universidade de quatro estrelas devido à inclusão dos estudantes da China continental. É a presença deles que aumenta a qualidade da instituição, diz. “Caso contrário, vocês não passavam de uma instituição não reconhecida”, escreveu o autor.
Em resposta, Bill Chou, ex-professor da Ciência Política da UM, também na mesma rede social, deu a sua opinião defendendo que se deve “respeitar a hospitalidade daqueles que nos recebem”. Este tipo de postura arrogante e de superioridade não deve ser uma postura nos tempos que correm, frisou o académico.
O autor do artigo ainda está por identificar, sendo que se aponta para um aluno que frequenta as aulas no IPM, devido ao uso do discurso directo.
 

9 Set 2015