FRC | Arlinda Frota dá amanhã aula de pintura em porcelana Hoje Macau - 20 Mai 2021 A ceramista Arlinda Frota dá amanhã uma masterclass de pintura em porcelana na Fundação Rui Cunha (FRC), às 16h, com entrada gratuita, sem necessidade de inscrição prévia. A iniciativa surge no contexto da exposição “Padrões de Vida”, patente na galeria da FRC até 31 deste mês. Arlinda Frota vai abordar “a história da pintura em porcelana e demonstrar ao vivo as técnicas e materiais no espaço da galeria, dado o interesse geral do público pelo tema e a afluência de visitantes durante esta mostra”, descreve a FRC. Arlinda Frota aponta que “a intenção deste programa é transmitir a consciência das diferentes técnicas de pintura em porcelana, a compreensão do ambiente de trabalho e do estado de espírito necessário à criação de uma obra, e de todos os cuidados inerentes aos diferentes passos da sua produção, desde a escolha da peça a pintar, à definição do desenho pretendido e adaptado à peça, das cores a escolher e sua preparação, dos cuidados relativos à queima das peças”. A artista pretende também “dar a conhecer uma revisão histórica da porcelana e da pintura em porcelana desde a sua criação, durante a dinastia Han, no período 220 a 206 A.C., e desde a chamada Proto-Porcelana”. A artista é professora na Casa de Portugal em Macau desde 2014, tendo frequentado, nos últimos cinco anos, diversos cursos de livres e ateliers de pintura e cerâmica. Arlinda Frota desenvolveu, entretanto, diversas técnicas de pintura em tintas acrílicas e óleos, bem como azulejaria de matriz portuguesa.
Albergue SCM | “Profound”, exposição de David Sheekwan, abre hoje portas Andreia Sofia Silva - 20 Mai 2021 A segunda parte da exposição “Profound”, do artista David Sheekwan, é inaugurada hoje na galeria do Albergue SCM, ao mesmo tempo que a primeira parte se mantém de portas abertas na galeria At Light. No total, o público pode disfrutar de 14 pinturas a óleo do artista de Hong Kong “Profound – Works by David Sheekwan” abre hoje portas na galeria A2 do Albergue da Santa Casa da Misericórdia (SCM) às 18h30. Um total de 14 pinturas a óleo do artista serão exibidas até 4 de Julho, ao mesmo tempo que continua patente a primeira parte da mesma exposição já patente na galeria At Light, da associação Arts Empowering Lab, até ao dia 26 de Junho. A curadoria está a cargo de Joey Ho que, num texto intitulado “Entre a Ilusão e o Sonho”, descreve o trabalho de David Sheekwan como “profundo, simples e abstracto”, quer seja em fotografia, pintura a óleo ou caligrafia chinesa. “David tem uma grande capacidade de organizar cores profundas e frias, como o cinzento, preto, azul e verde escuro, na tela de uma forma delicada. Com esta organização, as cores frias apresentam uma atmosfera pacífica e amável”, escreveu ainda Joey Ho. Natural de Hong Kong, David Sheekwan é um artista multifacetado. Formado em cerâmica e pintura pelo Instituto de Arte de São Francisco em 1955, com o apoio de uma bolsa de três anos, David fez as malas e partiu depois para Paris, onde abriu um estúdio de design. Em 1972 regressou a Hong Kong onde começou a marca de roupa David & David. Coube à David & David a concepção do guarda-roupa do espectáculo “A Story of White Serpent”, dirigido por Rebecca Pan Dihua, entre outros. Nos anos 80, David Sheekwan tornou-se professor na Parson’s School of Design, ao mesmo tempo que começou a estudar fotografia na Universidade da Califórnia, em Los Angeles. A primeira obra que assinou nesta área seria publicada em 1999, com o nome “Photographs by David Sheekwan”. Uma nota descreve o artista como alguém curioso “sobre o cosmos desde a infância”, um tema recorrente no seu trabalho actual. “A sua caligrafia abstracta e pinturas revelam uma observação única das cores, linhas e proporções. O seu estilo de pintura é simples mas misterioso – as suas obras deixam sempre espaço para as pessoas pensarem”, lê-se. Arte sem explicação Joey Ho destaca a importância do trabalho de David Sheekwan na indústria da moda em Hong Kong e a postura que este assume perante a arte. “Falar com o David é um verdadeiro prazer. Quando discutimos os trabalhos artísticos, os seus olhos brilham com pureza e clarividência, afirmando ‘Quando pinto, o meu cérebro está vazio e não penso em nada. Se a arte pode ser explicada, não existe de todo”, descreveu a curadora. Quando estudou fotografia, em Los Angeles, David Sheekwan já tinha 60 anos de idade, e voltou a pintar com 80. “Estou grata por, graças a um acaso do universo, ter conhecido David Sheekwan, um perfeito exemplo de um fantasma. Através das suas experiências e da criação artística, agarrei um verdadeiro vislumbre entre a ilusão e o sonho”, rematou Joey Ho.
Polícia do Interior deteve suspeito de homicídio no Cotai João Santos Filipe e Nunu Wu - 20 Mai 2021 O homem de 40 anos sufocou uma mulher no início do mês com um cinto de roupão, durante uma troca ilegal de dinheiro. O suspeito foi detido pela polícia do Interior na Província de Hebei A Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção de um homem no Interior suspeito de ter assassinado uma mulher, no início de Maio, num quarto de hotel no Cotai. A informação foi divulgada ontem, em conferência de imprensa. Segundo as explicações da polícia, depois de identificar o suspeito, a PJ recorreu ao mecanismo de cooperação regional e pediu assistência às autoridades do Interior. Na sequência da troca de informações, o homem foi detido a 10 de Maio, na Província de Hebei, onde foi encaminhado para o Ministério Público local. Ouvido no outro lado da fronteira, o suspeito, de apelido Huo e com 40 anos de idade, confessou a autoria do crime. Ontem, a PJ anunciou que vai continuar em conversações com as autoridades do Interior para levar o suspeito à justiça. Ainda em relação ao caso, a PJ anunciou que a investigação revelou que o indivíduo estaria em excesso de permanência, uma vez que tinha entrado em Macau a 9 de Abril e devia ter saído a 16 de Abril. Troca de dinheiro Quando apresentou o caso, no dia 7 de Maio, a PJ já havia anunciado que o corpo da mulher de 50 anos foi encontrado num quarto de hotel, por empregados de limpeza, com feridas à volta do pescoço, e que foi excluída a hipótese de suicídio. A investigação no local concluiu que a mulher tinha sido sufocada com um cinto de roupão branco, que ainda se encontrava enrolado à volta do pescoço da vítima. Os agentes apuraram que o homem tinha levado a vítima para o seu quarto, no dia 3 de Maio, com o pretexto de trocar de dinheiro ilegal. A entrada no quarto deu-se por volta das 22h30, e o homicídio terá ocorrido cerca de 15 minutos depois, com o suspeito a abandonar o local levando o dinheiro e o telemóvel da vítima. A PJ não sabe o valor do montante subtraído, mas um familiar da vítima disse acreditar que ela tinha cerca de 250 mil dólares de Hong Kong, à altura do crime. Posteriormente, o homem deixou Macau, através das Portas do Cerco, mas primeiro usou o dinheiro para jogar no casino.
Eleições | Neto Valente diz que funcionários públicos não devem fazer campanha Andreia Sofia Silva - 20 Mai 202120 Mai 2021 O presidente da Associação dos Advogados de Macau (AAM), Jorge Neto Valente, disse que não há uma lei que proíba funcionários públicos de subscreverem listas candidatas às eleições, mas acredita que não devem participar em campanhas eleitorais em nome da neutralidade. A AAM celebra 30 anos este fim-de-semana Jorge Neto Valente, presidente da Associação dos Advogados de Macau (AAM) defendeu na terça-feira que os funcionários públicos não se devem envolver em campanhas eleitorais, apesar de não haver nenhuma lei que os proíba de subscrever listas candidatas às eleições para a Assembleia Legislativa. “Não conheço nenhuma lei que proíba os funcionários [públicos] de subscreverem listas de candidatura. Mas acho que não devem envolver-se em campanha”, começou por dizer o responsável, em declarações à TDM Canal Macau. “Não é que não tenham liberdade de o fazer, mas os funcionários não podem seleccionar os residentes, aqueles que pensam como eles ou os que pensam o contrário. Os funcionários devem ser neutros em política e devem ser vistos como neutros, porque se são vistos como estando encostados a um lado isso pode afectar a credibilidade do serviço. Não se devem envolver em campanhas, mas isso é uma opção pessoal porque ninguém pode controlar o que vai dentro da cabeça das pessoas. Subscrever uma candidatura não é proibido”, adiantou. Jorge Neto Valente falou à margem da apresentação do programa de celebrações do Dia do Advogado e dos 30 anos da AAM, que acontece até domingo. As comemorações começaram ontem, com a celebração de uma missa na Igreja de São Domingos, prolongando-se ao longo do fim-de-semana. Amanhã decorrem também as actividades do Dia do Advogado, com a cerimónia de inauguração e jantar no MGM Cotai a partir das 18h30. Debate na Universidade Ao longo do fim-de-semana, haverá lugar para a conferência “O Cibermundo e o Direito”, no sábado e domingo entre as 15h e 18h30, no auditório do Centro Cultural da Universidade da Cidade de Macau. Os oradores serão advogados de Guangdong, Hong Kong e Macau, bem como juristas e especialistas da RAEM, informa um comunicado da AAM. Jorge Neto Valente defendeu que o cibercrime “é um tema muito vasto e complicado, porque envolve a protecção de dados pessoais, o que suscita alguns problemas e dúvidas”. “Depois temos uma outra parte do último dia sobre a digitalização da justiça, que é uma matéria na qual Macau está muito, mas mesmo muito, atrasado”, frisou o presidente. À TDM Rádio Macau, Neto Valente defendeu que a profissão de advogado passou “o teste do tempo”. “Naturalmente que o estatuto do advogado em 30 anos tem desactualizações, tem situações que hoje poderiam ser reguladas de maneira algo diferente. Mas o essencial não é isso. O essencial é o que está feito e que continua a provar que passou o teste do tempo. Há outras prioridades, e um dia destes se pensará nisso, um dia destes se pensará melhor como regular as situações que temos hoje em dia”, disse. De 80 advogados inscritos em 1999 para 450, incluindo 130 estagiários, a AAM tem hoje mais licenciados locais e, sobretudo, bilíngues. “Passou a haver muito menos candidatos formados em Portugal e passou a haver muito mais licenciados locais e sobretudo muitos mais advogados e estagiários de língua materna chinesa”, concluiu Neto Valente.
Indústrias Culturais | Primeira edição de prémios distribui 1,8 milhões de patacas Salomé Fernandes e Nunu Wu - 20 Mai 2021 As listas dos vencedores da primeira edição dos “Prémios na área das indústrias culturais” foram anunciadas, reconhecendo o trabalho de oito empresas e quatro projectos. No total, serão distribuídos 1,8 milhões de patacas O Fundo das Indústrias Culturais (FIC) vai atribuir 1,8 milhões de patacas na primeira edição dos “Prémios na área das indústrias culturais”, destinados a empresas e projectos específicos que se tenham destacado da concorrência. Além de ficarem vários prémios por atribuir, nenhum dos candidatos arrecada o de maior valor. A iniciativa inclui duas vertentes. De acordo com um comunicado do FIC, 20 empresas apresentaram candidaturas aos “prémios de excelência de empresas na área das indústrias culturais” para a área de design criativo. Por outro lado, seis projectos concorreram aos “prémios de excelência de projectos na área das indústrias culturais”, focados em exposições e espectáculos culturais, e que se dividem-se em grupos de empresas, personalidades e associações. “Após uma análise preliminar, foram remetidas 23 candidaturas qualificadas à Comissão de Avaliação das Candidaturas a Prémios”, informa o FIC. A Comissão de Avaliação propôs quatro candidatos para os “Prémios de excelência de projectos” e oito para os “Prémios de excelência de empresas”. “De acordo com os regulamentos, caso não haja candidatos qualificados a serem premiados, não haverá atribuição dos respectivos prémios”, descreve o comunicado. Quatro medalhas Podiam ser atribuídos pelo FIC um máximo de dez “prémios de excelência de empresas”, incluindo uma medalha de ouro, prata e bronze do Prémio da Flor de Lótus, com valores entre as 200 mil e 500 mil patacas, bem como sete prémios de distinção no valor individual de 100 mil patacas. Os requisitos ao concurso obrigam a que as empresas pertençam à área de design criativo e tenham sido criadas até ao final de 2016, com operação contínua durante 2017-2019, sendo avaliadas pelo seu crescimento, inovação e impacto. No entanto, ficou por atribuir a medalha de ouro, no valor de 500 mil patacas, e uma distinção. Entre os vencedores destacam-se a empresa Chiii Design Limitada, que recebe a medalha de prata, e a Companhia de O-Moon, Limitada, que arrecada a medalha de bronze. Quanto aos “prémios de excelência de projectos”, estipulava-se um máximo de dez por grupo. Em cada um podia ser atribuída uma medalha de ouro, prata e bronze do Prémio da Flor de Nenúfar, com valores pecuniários a variar também entre 200 mil e 500 mil patacas. Estavam também previstos sete prémios de distinção de 100 mil patacas. Os projectos candidatos deviam ser espectáculos realizados pelo menos cinco vezes entre 2017 e 2019, com venda de bilhetes ao público. A avaliação incidiu sobre a “originalidade e conteúdo cultural, benefício económico, efeitos no impulso da indústria e benefícios sociais, bem como, efeitos na construção da imagem da marca”. Não houve qualquer prémio atribuído no grupo “personalidades”. Nas empresas, foi galardoado com medalha de prata o projecto “Maybe Funny Magic and Musical Show”, da Manner Cultura Lda., e distinguido o teatro de dança e drama musical de rua TDSM “Eu Sou Cantor”. No grupo de associações, o projecto “Piquenique no Cemitério” da Point View Art Association recebeu a medalha de bronze, enquanto o “Kaléidoscope” da Associação de Representação Teatral Hiu Koc foi reconhecida com um prémio de distinção.
ONU | Chefe do Executivo reuniu com coordenador residente na China Hoje Macau - 20 Mai 2021 Ho Iat Seng reuniu na terça-feira com o coordenador residente das Nações Unidas na China, Siddharth Chatterjee. Segundo uma nota de imprensa, a reunião serviu para a “troca de opiniões sobre o incremento da cooperação multilateral, a concretização do objectivo das Nações Unidas no desenvolvimento sustentável e a formação de quadros qualificados na área da ciência e tecnologia”. O Chefe do Executivo falou também do Instituto Internacional para Tecnologia de Programação da Universidade das Nações Unidas em Macau, que “tem formado muitos quadros qualificados”. O governante prometeu ainda “pesquisar, em conjunto, formas de desempenhar um papel mais eficaz” na formação. Huang Jingbo, directora do Instituto, manifestou interesse em criar um mecanismo de formação, no intuito de permitir aos jovens locais e mesmo até os do Interior da China, receberem formação na Universidade das Nações Unidas. Siddharth Chatterjee apontou que Macau pode ser um centro de ciência e tecnologia não só na Grande Baía, como para o Interior da China e para o mundo. Além disso, o território pode desenvolver áreas como o comércio ou a cooperação académica. O coordenador residente da ONU na China frisou também que o Instituto Internacional para Tecnologia de Programação da Universidade das Nações Unidas em Macau e o Governo da RAEM “poderão abordar, em conjunto, formas de transformar Macau num centro principal de actividade na área da ciência e tecnologia”.
Lei Chan U quer data para construção de ETAR na Ponte do Delta Salomé Fernandes e Nunu Wu - 20 Mai 2021 Lei Chan U quer saber quando começa a ganhar forma a ETAR na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Além disso, o deputado ligado aos Operários perguntou também se será construída uma estrutura semelhante na Zona E1 dos novos aterros O deputado Lei Chan U quer saber em que fase está o projecto da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Em interpelação escrita, Lei Chan U recordou que o Governo confirmou que a estrutura seria construída para aliviar a ETAR da Península de Macau, e que as obras da nova estação estariam concluídas em 2026. Como tal, o legislador perguntou que detalhes da obra foram planeados. As Linhas de Acção Governativa para 2021 incluem a conclusão dos documentos de concurso público para as obras de construção da ETAR na Zona de Administração de Macau da Ponte do Delta. Lei Chan U indica que no passado o Governo apontou para a necessidade de construir uma ETAR na Zona E1 dos novos aterros, uma vez que as tubagens de esgoto públicas entre Macau, Taipa e Coloane não estão ligadas. Neste sentido, o deputado quer saber se há agenda para construir a estação de tratamento na Zona E1 e quando será iniciada. Qualidade da água Lei Chan U recorda que as vezes que transbordaram águas residuais da ZAPE para a área marítima do Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior porque não podiam ser transportadas para a ETAR da Península de Macau, levando à construção de uma estação temporária de tratamento de águas residuais perto do terminal marítimo. “Espera-se que o esgoto que transborda possa ser interceptado, e conectado às instalações para tratamento e descarregado de forma apropriada, para melhorar a qualidade da água costeira e os problemas de odor”, escreveu o deputado. O legislador dos operários apontou que nos últimos anos a qualidade da água costeira se tornou assunto frequente devido à insuficiência na capacidade de tratamento das águas residuais recicladas, exemplificando que o volume das águas tratado pela ETAR da Península de Macau ultrapassou o limite. A ETAR da Península de Macau foi inicialmente projectada para ter capacidade de tratamento de 144 000 metros cúbicos de água por dia. No entanto, de acordo com dados da página electrónica da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, actualmente apenas cerca de 70 mil metros cúbicos recebem tratamento biológico, enquanto as restantes águas residuais são sujeitas a um “tratamento básico” antes de serem descarregadas no mar.
Jogo | Operadores e economistas acham que concessões serão prolongadas e concurso público adiado João Santos Filipe - 20 Mai 2021 A pouco mais de um ano do fim das actuais concessões de jogo, e face à incerteza no mercado causada pela covid-19, os operadores do sector e economistas locais acreditam que o adiamento do concurso público é cada vez mais uma possibilidade, que acaba por ser mais vantajosa Com as actuais concessões do jogo a terminar em Junho de 2022, os operadores do sector e economistas locais acreditam que o futuro passa pelo adiamento do concurso público. Esta é uma opção cada vez mais encarada como possível, não só devido à pandemia da covid-19, que afectou o sector com quebras de receitas quase únicas, mas também devido aos procedimentos legais exigidos para fazer uma lei nova. Tudo factores que conjugados parecem materializar o ditado popular “a pressa é inimiga da perfeição”. Na semana passada, o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, esteve na Assembleia Legislativa (AL) a ouvir a opinião dos deputados sobre a atribuição das novas concessões. Quando, horas depois, falou sobre o encontro, Lei limitou-se a dizer que o Governo estava a seguir um planeamento e reafirmou que a consulta pública sobre o futuro do jogo vai ser realizada na segunda metade do ano. Lei Wai Nong foi parco em palavras e não quis revelar se a consulta pública vai começar no terceiro ou no quarto trimestre. No entanto, os prazos para procedimentos formais começam a encurtar. Nesta altura, além da consulta pública, que poderá ter uma grande participação e exigir um maior esforço para organizar a apresentação dos resultados, o Governo vai ter de transpor as conclusões para uma proposta de alteração à lei. A seguir a ser elaborado o documento legal, este terá de passar pela AL, ser aprovado na generalidade, discutido na especialidade, com a elaboração de parecer que poderá ser longo, e submetido a votação final, que é realizada praticamente artigo a artigo. Com vários interesses envolvidos, não é de excluir que os deputados aproveitem a oportunidade para tentar canalizar mais fundos para as suas bases de apoio, o que poderá prolongar a discussão. Após a aprovação da lei, o Executivo vai finalmente poder organizar o concurso público, que exige a escolha de um júri e tempo para que os interessados apresentem propostas. Só depois ficarão a ser conhecidas as futuras empresas do sector, o que pode envolver a entrada e saída de operadores do mercado. O processo ainda poderá sofrer mais atrasos, no caso de alguma operadora optar por recorrer aos tribunais para contestar a decisão do júri. Com muita cautela Para o economista José Sales Marques, o Governo tem adoptado uma postura de cautela face ao futuro do sector do jogo, o que o leva a considerar que o prolongamento das actuais concessões, e o adiamento do concurso, deverá ser o caminho seguido. “As circunstâncias actuais parecem indicar que a viabilidade de se fazer um concurso no próximo ano, ou mesmo daqui a dois anos, é cada vez mais difícil. Nada parece ser, ainda, completamente impossível, mas a questão é saber se será desejável”, afirmou Sales Marques, ao HM. “Por isso, penso que a probabilidade de o concurso acontecer [até Junho] e ter um efeito positivo para o futuro do jogo em Macau não é muito evidente”, acrescentou. O economista acredita que a atitude do Governo reflecte “um certo pragmatismo” para entender melhor o valor de uma indústria que está a lidar com os impactos da covid-19 e, ao mesmo tempo, a sofrer mudanças estruturais. “Obviamente que o Governo está a agir de acordo com a conjuntura. […] O sector ainda não recuperou do impacto da covid-19, embora esteja a dar sinais positivos, e há vários factores cuja evolução é de difícil previsão”, indicou. “Não são factores relacionados apenas com a procura no mercado, mas estão relacionadas com a própria estrutura da procura do jogo. Qualquer observador atento percebe que a estrutura do jogo está a mudar muito no sentido de que o sector VIP vai perdendo peso”, sublinhou. Neste sentido, o economista crê que o Governo está a ganhar tempo para “fazer o concurso numa altura em que a indústria esteja mais consolidada”. Quanto vale o mercado? Também o economista José Morgado acredita que o Governo vai seguir o caminho do adiamento do concurso público. Segundo Morgado, todas as partes têm a ganhar com esta opção porque vai permitir a entrada numa fase de “normalidade” perceber melhor o valor do jogo. “O adiamento parece-me adequado e acho que deveria ser a situação a curto prazo, pelo menos para a indústria normalizar. E depois, com base na normalidade, poderem-se cumprir as previsões de cashflow [fluxos de capital] mais ajustadas à realidade”, afirmou Morgado, ao HM. “Caso não haja adiamento, é complicado para os actuais operadores poderem ajuizar o que vai acontecer no mercado e apresentar propostas bem fundamentadas [no concurso]”, opinou. Em relação aos interesses do Governo, José Morgado acredita que o tempo joga a favor e que vai legitimar maior exigências ao nível da responsabilidade social das concessionárias. “O adiamento seria benéfico para todos, de outra maneira vai estar a jogar-se com base em mais incerteza […] Com mais tempo, o Governo vai conhecer melhor o valor do mercado e vai ter melhor capacidade para estabelecer as contrapartidas às concessionárias”, disse. Neste cenário, o economista defende o prolongamento do prazo: “Não seria mal prorrogar o prazo durante mais um ano, porque haveria mais segurança em relação ao que se conhece do mercado”, vincou. Apesar da posição, José Morgado acredita que “é possível” fazer o concurso até Junho, “desde que a máquina funcione e haja pessoas capazes de fazerem os procedimentos”. Porém, o adiamento, na opinião do economista, pode contribuir para melhores resultados a todos os níveis. Prolongamento das concessões Entre os operadores do sector do jogo existe a opinião que o prolongamento das concessões é a melhor opção. Em declarações ao jornal Hong Kong Economic Journal, citadas pelo portal GGR Asia, Ambrose So, vice-presidente da SJM [Sociedade de Jogos de Macau] Holdings, defendeu o prolongamento da concessão pelo período de pelo menos um ano. Ainda segundo o vice-presidente da empresa responsável pelos casinos Lisboa e Grand Lisboa, o prolongamento permitia às concessionárias recuperar a nível económico do impacto da covid-19, sem prejuízos para a economia local. Ambrose So explicou igualmente que o adiamento permitiria ao Governo ter mais tempo para decidir os critérios do concurso público. Segundo as leis actuais, o Executivo pode prolongar as concessões um máximo de cinco anos, sem ter de recorrer a concurso público. Quanto a argumentos a favor do adiamento do concurso público, o vice-presidente da SJM holdings defendeu que no cenário actual os interessados do exterior estão em desvantagem e que é contranatura realizar um concurso público para atribuir concessões às empresas que já se encontram a operar no sector. A voz da experiência A dificuldade de terminar o processo legislativo antes do fim das actuais licenças foi igualmente reconhecida por Melinda Chan, ex-deputada e membro da direcção da Macau Legend, empresa que gere os casinos Macau Legend Palace e Landmark, através de um acordo com a concessionária Sociedade de Jogos de Macau. Ao portal GGR Asia, Melinda Chan afirmou que finalizar o processo legal para o concurso público a tempo seria “difícil” e não afastou a hipótese de o Governo prolongar as actuais concessões das operadoras de jogo. Por outro lado, Melinda Chan apelou ainda ao Executivo para consultar as operadoras de casinos satélites, como a Macau Legend, na altura de ouvir opiniões sobre o futuro da indústria. Os casinos satélites são geridos por empresas independentes das concessionárias, mas com as quais é acordada a gestão de espaços de jogo. A empresária e ex-deputada deixou ainda o desejo que com as novas concessões se mantenha o mesmo estatuto dos casinos satélite.
Covid-19 | Serviços de Saúde alertam para “consequências graves” de um surto comunitário Andreia Sofia Silva - 19 Mai 202120 Mai 2021 Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), disse ontem que “se houver um surto epidémico as consequências podem ser muito graves”, numa referência à necessidade de atingir uma maior taxa de vacinação contra a covid-19 no território. Alvis Lo visitou ontem o Posto de Inoculação Comunitário sobre vacinas contra a covid-19 dos Serviços de Saúde, instalado no Fórum de Macau, que abre hoje portas. O médico lembrou que actualmente a situação epidémica em todo o mundo “é ainda muito grave”, pelo que “a pandemia espalhada por várias regiões vizinhas é uma ameaça séria a Macau”. “A taxa de vacinação em Macau está ainda num nível baixo e não facilita o trabalho geral de prevenção académica”, lembrou ainda. O director dos SSM frisou que “se houver um surto os profissionais de saúde terão de estar empenhados no combate à epidemia e, ao mesmo tempo, acorrer ao aumento súbito da procura da administração da vacina”, pelo que se pode “agravar os encargos com o trabalho epidémico”. Com marcações disponíveis desde terça-feira, este posto de vacinação terá, para já, duas mil vagas para a administração da vacina da Sinopharm, funcionando entre as 9h e as 17h. Os destinatários são todas as pessoas elegíveis para a vacinação gratuita com idade igual ou superior a 18 anos. Todos os postos de vacinação recebem agora pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, que passam a poder vacinar-se em outros locais além do Centro Hospitalar Conde de São Januário. Os SSM vão também administrar vacinas aos funcionários da MGM entre segunda e terça-feira, dias 24 e 25, e do casino Sands entre os dias 31 de Maio e 3 de Junho.
Pelo menos 33 mortos e 89 desaparecidos após passagem de ciclone na Índia Hoje Macau - 19 Mai 2021 Pelo menos 33 pessoas morreram e outras 89 continuam desaparecidas após a passagem do ciclone Tauktae na Índia, informaram hoje as autoridades locais. Na terça-feira, sete mortes foram registadas, elevando o número de mortos para 33, a maioria destas vítimas do desabamento de casas ou paredes, segundo o chefe do governo de Gujarat, Vijay Rupani. Oitenta e nove pessoas ainda estão desaparecidas e outras centenas de milhares estavam hoje sem energia no oeste da Índia, aumentando o sofrimento de uma nação fortemente atingida pela covid-19. Os navios da Marinha resgataram mais de 600 pessoas de plataformas de petróleo atingidas pelo mar agitado e as operações de salvamento foram particularmente perigosas, disse hoje o Ministério da Defesa indiano. Por outro lado, aviões e helicópteros ainda procuram 89 tripulantes desaparecidos após o naufrágio do seu navio. O barco tinha 273 pessoas a bordo e ficou à deriva devido aos fortes ventos que se abateram na costa ocidental da Índia. O ciclone Tauktae, que obrigou a retirar mais de 200.000 pessoas de zonas de risco, tocou terra na segunda-feira em Gujarat com rajadas de até 185 km/hora, segundo o departamento meteorológico indiano. A tempestade tropical, a mais forte a afetar a região em décadas, fez vítimas nos Estados de Kerala, Goa, Maharashtra e Gujarat. O nível do mar subiu três metros ao longo da costa, informaram as autoridades meteorológicas da cidade costeira de Diu, com ventos de 133km/h. O ciclone atingiu a Índia numa altura em que o país enfrenta uma segunda vaga da pandemia de covid-19 que está a levar ao colapso do sistema de saúde, com oxigénio e medicamentos em falta. A costa ocidental da Índia é muitas vezes assolada por ciclones devastadores, mas a mudança dos padrões climáticos fez com que estes se tornassem mais intensos, em vez de mais frequentes. Em maio de 2020, também durante a pandemia de covid-19, uma centena de pessoas morreu devido ao ciclone Amphan, a tempestade mais poderosa que atingiu o leste da Índia em mais de uma década, que devastou a região e deixou milhões sem energia. Com uma população de 1,3 mil milhões de habitantes, a Índia registou 4.529 óbitos pela covid-19 nas últimas 24 horas, um novo recorde, além de 267.334 novos casos, ultrapassando os 25,4 milhões de casos e registando 283,2 mortes desde o início da pandemia.
Covid-19 | China com 14 novas infecções em 24 horas, todos oriundos do exterior Hoje Macau - 19 Mai 2021 A China detectou 14 pessoas infectadas pelo novo coronavírus, que provoca a covid-19, nas últimas 24 horas, todas oriundas do estrangeiro, anunciaram hoje as autoridades de saúde do país. Os casos foram diagnosticados em viajantes, provenientes do estrangeiro, na cidade de Xangai (leste) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Jiangsu (leste), Hubei (centro) e Shaanxi (centro). A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 296, entre os quais três em estado grave. Desde o início da pandemia da covid-19, o país registou 90.908 casos da doença e 4.636 mortos. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.391.849 mortos no mundo, resultantes de mais de 163,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Arranha-céus em Shenzhen evacuado e isolado após oscilação levar à fuga de pessoas Hoje Macau - 19 Mai 202119 Mai 2021 A oscilação de um arranha-céu na cidade de Shenzhen, sudeste da China, levou esta terça-feira à fuga de centenas de pessoas, revelam vídeos difundidos nas redes sociais chinesas e que estão a ser analisados pelas autoridades. O Gabinete de Gestão de Emergências de Shenzhen está a avaliar as filmagens, que mostram centenas de pessoas a fugir, assustadas, face à oscilação do SEG Plaza, um edifício com 355 metros de altura. A mesma fonte excluiu a ocorrência de um terramoto em Shenzhen ou nas áreas vizinhas. O incidente ocorreu ao início da tarde na China. O vídeo esteve entre os mais vistos no Weibo, uma rede social chinesa semelhante ao Twitter. O edifício foi evacuado e encerrado temporariamente. Os bombeiros e a polícia estão a examinar o caso. O SEG Plaza é o 104.º edifício mais alto da China e o 212.º mais alto do mundo. A densa malha de arranha-céus de Shenzhen, uma das mais prósperas cidades da Ásia, é símbolo do “milagre económico” que transformou a China nos últimos 40 anos.
Economia | Moody’s manteve classificação de Macau como “Aa3” Hoje Macau - 19 Mai 202120 Mai 2021 A agência Moody’s manteve a notação de crédito de Macau em “Aa3”, com a perspectiva de que a actividade económica regresse aos níveis pré-pandemia até 2024, impulsionada pela recuperação no sector do jogo. Num relatório divulgado na segunda-feira, a agência refere ainda que “o impacto no mercado laboral, apesar de severo, não será permanente”. “Apesar da natureza altamente volátil do crescimento económico, as vastas reservas fiscais e externas de Macau – significativamente mais fortes do que as dos seus pares com notações semelhantes – e rendimentos ‘per capita’ muito elevados continuam a apoiar o seu perfil de crédito”, indica o relatório. É ainda descrito como os “amortecedores” fiscais e externos permitiram a Macau adoptar medidas de estímulo ao longo do último ano. De acordo com a Moody’s, apesar da perspectiva “estável”, a volatilidade do crescimento económico de Macau está entre as mais altas, não esperando que os esforços de diversificação se traduzam em resultados a curto prazo. Esta volatilidade decorre de uma estrutura económica “altamente concentrada”, com o jogo e o turismo a representarem metade do crescimento. A agência internacional aponta que há “um forte grau de interdependência entre as duas indústrias”, observando que 70 por cento dos visitantes são do Interior da China e que as receitas do jogo advêm dos turistas. Ligação ao interior “O crescimento do PIB de Macau está intimamente ligado à recuperação na China, incluindo a vacinação no Continente, que poderia permitir um relaxamento das restrições de viagem. Por outro lado, atrasos na recuperação do crescimento ou uma nova onda de infecções na China resultaria num atraso da recuperação económica em Macau”, explica. Além retorno aos níveis habituais de entradas de turistas no território – que a Moody’s prevê que não aconteça até 2023 – são apontados outros factores como apoio à recuperação económica. Entre eles as mudanças estruturais para promover diversificação económica e o investimento público. “As reservas fiscais de Macau continuam a ser suficientes para o Governo continuar a apoiar o crescimento, incluindo através de investimento em infraestruturas do sector público”. A manutenção da notação de crédito pela Moody’s também foi divulgada pela Autoridade Monetária de Macau, que explica que as classificações na categoria “Aa” são de alto grau de investimento e sujeitas a um risco de crédito muito baixo. A notação “Aa3” está posicionada em quarto lugar.
Médio Oriente | China exorta EUA a desempenharem papel diplomático construtivo Hoje Macau - 18 Mai 2021 O recente pedido da China, Noruega e Tunísia para que o Conselho de Segurança da ONU emitisse uma declaração e um pedido de cessação das hostilidades foi negado pelos Estados Unidos que se opuseram à resolução A China renovou ontem os apelos para que os Estados Unidos desempenhem um papel construtivo no conflito em Gaza e parem de bloquear os esforços das Nações Unidas para exigir o fim do derramamento de sangue. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros Zhao Lijian disse que a China, que assume actualmente a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, pediu um cessar-fogo e a prestação de assistência humanitária, entre outras propostas, mas que a obstrução por “um país”, impediu o conselho de se expressar. “Pedimos aos Estados Unidos que assumam a sua responsabilidade e uma posição imparcial para apoiar o Conselho, desempenhar um papel na redução das tensões e reconstruir a confiança para uma solução política”, disse Zhao, em conferência de imprensa. A China “condena veementemente” a violência contra civis e pede o fim dos ataques aéreos, ataques terrestres, com foguetes e “outras acções que agravam a situação”, disse Zhao. Israel deve “exercer contenção, cumprir efectivamente com as resoluções relevantes das Nações Unidas, parar de demolir as casas do povo palestiniano, parar de expulsar o povo palestiniano e parar de expandir o seu programa de anexações, parar as ameaças de violência e provocações contra muçulmanos e manter e respeitar o ‘status quo’ histórico de Jerusalém como um local sagrado religioso”, disse Zhao. Os pedidos para que o governo de Joe Biden tome uma posição mais activa sobre a violência estão a aumentar. Alta tensão Os Estados Unidos, o aliado mais próximo de Israel, bloquearam os esforços da China, Noruega e Tunísia para fazer com que o Conselho de Segurança emitisse uma declaração, incluindo um pedido de cessação das hostilidades. A China há muito se retrata como um forte apoiante da causa palestiniana, enquanto constrói laços políticos, económicos e militares com Israel. Os actuais combates são considerados os mais graves desde 2014. Os combates começaram em 10 de Maio, após semanas de tensões entre israelitas e palestinianos em Jerusalém Oriental, que culminaram com confrontos na Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar sagrado do islão junto ao local mais sagrado do judaísmo. Ao lançamento maciço de ‘rockets’ por grupos armados em Gaza em direcção a Israel opõe-se o bombardeamento sistemático por forças israelitas contra a Faixa de Gaza. O conflito israelo-palestiniano remonta à fundação do Estado de Israel, cuja independência foi proclamada em 14 de Maio de 1948.
Alfândega Antiga | IC promete estudar “mapa histórico” João Santos Filipe - 18 Mai 2021 O Instituto Cultural (IC) admite que vai estudar o mapa de 1838 do cartógrafo Cândido António Osório para tentar apurar se a antiga alfândega chinesa ficou situada nos lotes 5 a 7 do Pátio do Amparo. O volte-face no processo de aprovação da planta de condições urbanísticas para o terreno foi revelado pela presidente do Instituto Cultural, em resposta a uma interpelação da deputada Agnes Lam. “Relativamente ao mapa histórico recentemente descoberto por um académico, o IC irá analisá-lo e estudá-lo devidamente, consultando os correspondentes dados históricos”, é revelado por Mok Ian Ian, presidente do IC. “Presentemente, e em negociação com a Direcção de Solos, Obras Públicas e Transportes, suspendeu-se a emissão da planta de condições urbanísticas dos lotes 5 a 7 do Pátrio do Amparo”, é acrescentado. A aprovação de uma nova planta para se construir no terreno em causa tinha sido discutida no Conselho do Planeamento Urbanístico a 31 de Março deste ano. Na altura, o arquitecto André Lui Chak Keong alertou o IC para o facto de o terreno ter sido o local da antiga alfândega da dinastia Qing, um símbolo da soberania da China sobre Macau. A alfândega acabou por ser destruída pelo Governador Ferreira do Amaral, por volta de 1844, quando decidiu expulsar os mandarins chineses de Macau e fazer com que Portugal deixasse de pagar impostos à China, pelo aluguer do território. Como prova da localização, André Lui referiu o mapa de Macau de Cândido António Osório, que tinha sido elaborado para a Marinha Portuguesa. Contudo, na reunião, o IC, através da vice-presidente Deland Leong, recusou haver vestígios arqueológicos da antiga alfândega no local. Sem provas Os detalhes sobre a falta de provas de localização da alfândega foram agora aprofundados pelo IC, na resposta a Agnes Lam. Segundo a explicação avançada, em 2011 foi convidado “um organismo profissional em arqueologia do Interior da China para realização escavações arqueológicas no Pátrio do Amparo”. No entanto, o IC adianta igualmente que “após quase dois anos de escavações arqueológicas, não foram encontradas provas que comprovassem directamente que os vestígios arqueológicos do terreno em causa ou os objectos desenterrados pertencessem aos Serviços de Alfândega da época”. Só após a conclusão dos trabalhos de escavação, explica o IC, o terreno foi devolvido ao proprietário. O organismo do Governo defende-se ainda face à forma como conduziu o processo. “O IC tem dado sempre a devida atenção aos estudos históricos, à classificação de dados e à preservação do património cultural de Macau”, é realçado. “Sempre que surgem informações novas sobre materiais encontrados e resultados de investigações na comunidade, presta sempre a devida atenção às matérias”, é acrescentado.
Plano de Pensões de Reforma da China David Chan - 18 Mai 2021 A comunicação social de Macau anunciou que a partir de 21 de Maio de 2021, os trabalhadores independentes de Hong Kong, Macau e Taiwan podem vir a beneficiar do seguro básico de pensões para colaboradores de empresas de Guangdong, desde que tenham permissão de residência na China, ou sejam residentes locais. Trabalhadores independentes são trabalhadores sem vínculo a uma empresa, ou trabalhadores em part-time que não descontam para o sistema de pensões, pessoas ligadas a vendas online, etc. A pensão de reforma básica, facultada pela China aos residentes de Hong Kong, Macau e Taiwan não só passou a abranger os trabalhadores independentes, como também quem não tem trabalho. Quem tiver uma permissão de residência na China, passa a ser abrangido pelo Plano de Pensões de Reforma da China (PPRC). Para os residentes de Macau, é mais vantajoso participar no PPRC como trabalhadores independentes, porque a maioria já está vinculada ao plano de Pensões de Macau (PPM). Com a possibilidade de virem a beneficiar de mais um apoio ao abrigo do PPRC, podem obter duas pensões de reforma. Actualmente, os contribuintes podem participar simultaneamente nos planos de reforma da China e de Macau. Embora ambos os planos prevejam a protecção da população durante a reforma, os seus conteúdos divergem. O PPRC tem certas regras. Por exemplo, este plano esta vedado a quem tenha atingido os 60 anos. Os contribuintes que participem no PPRC são subsidiados em 65 por cento pelo Governo chinês e esta contribuição deverá de ser feita ao longo de 15 anos. Caso não se atinja os 15 anos de contribuições, a pensão diminui. É um princípio justo. Actualmente, a contribuição máxima é de RMB$150. No final dos 15 anos a pessoa descontou RMB$27,000, e o Governo chinês contribui com 65 por cento deste valor, ou seja com RMB$17,550. Assim, após este período, o contribuinte acumula RMB$44,550. De acordo com este regulamento, as pessoas devem começar a descontar para este plano pelo menos aos 45 anos para perfazerem os 15 anos de contribuições. Se um residente de Macau tem 50 anos quando começar a participar no PPRC, só pode contribuir durante 10 anos. Neste caso, pode pagar os 5 anos que ficam em falta, mas o Governo chinês não subsidia este período, ou seja, dos 15 anos de contribuições, o Governo só participa em 10. Quem for participar neste plano, vai certamente querer saber quando e quanto virá a receber. O PPRC estipula que as pessoas começam a receber a partir dos 60 anos. Por outras palavras, este plano está dividido em duas partes, a primeira no valor de RMB$460 mensais, que representa um pagamento fixo. A segunda parte será retirada das contribuições efectuadas ao longo do tempo. Esta parte varia de acordo com o valor acumulado. Actualmente, o PPRC prevê que a pensão seja paga durante 139 meses. Ao longo de 15 anos, o contribuinte acumulou RMB$44550. Este valor retirado ao longo de 139 meses, transforma-se numa verba mensal de RMB$320.5, à qual será adicionada a verba fixa que consta da primeira parte do plano, de RMB$460, sendo o total de RMB$780.5. Não será um grande montante, mas não nos esqueçamos que ao longo dos 15 anos de contribuição, as pessoas apenas pagam mensalmente RMB$150, o que no total perfaz RMB$27,000. No entanto, nos 139 meses que se seguem ao seu 60º aniversário, passam a receber RMB$780.5 por mês. Durante este período podem receber RMB$108489.5, um ganho extra de RMB$81489.5, a taxa de retorno é quatro vezes superior ao investimento. Actualmente, o Plano de Pensões para os residentes de Macau implica uma contribuição mensal de 900 patacas. A partir dos 65 anos, passam a receber 3740 patacas por mês. Se também vierem a participar no PPRC, recebem 3740 patacas do Plano de Reforma de Macau e RMB$780.5 do Plano de Reforma da China. Os atractivos do PPRC vão depender da situação financeira de cada pessoa. Após a reforma, deixamos de receber salários mas temos de continuar a viver. É por este motivo que é necessário estarmos preparados para este período das nossas vidas. As contribuições que fizermos hoje vão reverter-se em ganhos futuros, e este é o objectivo do PPRC. Não podemos apenas depender do Governo para garantir a nossa reforma. Todos têm a responsabilidade de preparar este período das suas vidas. Quanto mais cedo começarmos, mais próspera será a nossa vida nos anos vindouros. Este plano permite aos residentes de Macau virem a ter duas pensões de reforma. É um possibilidade importante e rara. Do ponto de vista da China, o PPRC ajuda a promover a integração de Macau na Área da Grande Baía e a aumentar o sentimento de pertença dos habitantes da cidade à China. Isto também explica porque é que cada vez mais instituições de Macau têm manifestado recentemente o seu desejo de ajudar os residentes a aderir ao PPRC. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Instituto Politécnico de Macau Blog:http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
O homem que olhava fixamente o sol Anabela Canas - 18 Mai 2021 Há que fragmentar o medo. Frequentar. Enfrentar bocadinho a bocadinho para que a coragem possa deixar-se ser pequena de cada vez. É nos pequenos gestos que não custam que devemos deter o olhar. Pequenos passos se não os conseguimos enormes como a enormidade do sentir evoca. Há que frequentar o medo. De visita e passagem. Avançar em passo miúdo. Deixá-lo ser. Deixar-nos ter. Passamos uns pelos outros, sem entender sequer a pele do rosto. A vida secreta da carne. Passar. Desfiar campos onde houve pensamentos. Porque os campos descansam na imanência percorrida do tempo. Pele da crosta à flor, de uma terra que atrai os corpos e neles almas em turbilhão uma espécie de arrepio do frio cósmico que habita a caixa pequena do crânio. Pequeno universo fechado a sete chaves. Pequena chave perdida, a de verdade. A cidadela de luzes cénicas a afastar os perigos da noite. Uma encenação de vigilância. O que não dorme. Como um suceder de salas nocturnas de museu fechado. As pessoas, no que é visível, deitam-se cedo ou escondem-se portadas fechadas adentro. Qualquer passo, ecoa de longe num som cavo e único como se da última pessoa do mundo e anunciada de longe. Denunciada. Os cantos misteriosos que tudo podem conter. Surpresas, sustos. Sair das muralhas da cidade, a luz a queimar as areias secas e estéreis, mas é o deserto preciso e necessário. A alucinação dos tapetes de água a iludir os sentidos, sempre. Quando a sede é muita. Quando há e se sabe, e a ilusão se há somente depois se soube. Por isso é o deserto sentido e cumprido como caminho planeado e já visto, já conhecido. Caminha-se, a economizar as águas do corpo como se para nada se sentir perdido. E voltar. Os lábios secos e os ossos doridos, os pés, aos muros da cidadela, a casa, aos confortáveis sentidos. Persegue-me aquele que aquém da fronteira da infância, ao longo de anos encontrei petrificado a olhar o sol. Fixamente. De frente, como experiência literal de mergulho na cegueira. E depois rodava a cabeça levantada e dirigia-me um olhar verde, transparente e com uma espécie de sorriso no fundo que não sei se para mim que passava, ou restos vindos do sol. Não sei se já com o olhar esvaziado da possibilidade de ver. Invejava-lhe apenas a liberdade de parar num lugar qualquer sem se ater à esquadria do lugar ou a preceitos de arrumação do corpo no espaço público. Estava, simplesmente. Num lugar qualquer e sem paralelismo às paredes ou racionalização das diferenças utilitárias. O meio da estrada, como outro lugar qualquer. Ainda o vejo à distância dos anos como se do alto de uma janela para aquele tempo. O rosto nítido barbado de desleixo e impotência. Parado a olhar para o sol. E se existiu existe. Senão sentido, lembrado. Não pode ter sobrevivido O que diz da medida em que se é frágil, aquilo que abismalmente se sente, ou aquilo que resta em imagem sobrevivente e visível do exterior. O que diz da força diz da fraqueza? A terra do nunca é o lugar (de) onde se sonha maior… Maior do que nunca…Maior do que nunca por nunca ser. Com medo da própria sombra que as suas palavras desenham. A fuga para outras. E outras. Como ilhas ínfimas em que os pés quase não assentam de tão mínimas as polegadas de solidez. O olhar errante. O burburinho voluntário da alma a tapar os ouvidos como pode. Que nada entre. Que nada surpreenda, fira, golpeie. Permaneça. Toque. Ao toque. Venho encontra-lo igual, num recanto dos muros da cidadela. Ao lado do feixe de luz. Parado, arrumado agora como a cobrir-se da sombra fantasmagórica que ao lado subia pelas muralhas. Com o saco de plástico caído pela mão abaixo esticado e a conter um pequeno desconhecido. Fuma beatas que recolhe atrás dos passos dos outros. Acende e logo depois já terminou o curto prazer de fósforo. Deixo cair um cigarro novo e sei que não lhe escapa o gesto que nos protege a ambos. A ele a face a mim o medo. Sei que o apanha. Depois. Escuro e clandestino. De olhos intensos. De tanto ter olhado o sol na minha memória de final da infância.
O Brasil do nosso descontentamento Amélia Vieira - 18 Mai 2021 Quando a Filosofia Portuguesa de inspiração messiânica (muitos alegam que ela não existe, mas existe, seja lá em que contexto) se mantinha em modo de ideal pela perspectiva de um Quinto Império, tinha sem dúvida elementos promissores de inspiração humanista que não devemos esquecer. Falei de inspiração messiânica pois que esta Filosofia é muito especial e não se desenvolve propriamente em modelos helénicos, ou outros, e ainda Pinharanda Gomes nos fala de uma inovação quase psíquico – sincrética de uma Nação de nuvens e de vagas. «Desejado» eis o seu nome! Mas o nome de quem desejamos, atirámo-lo para o nevoeiro, e de tanto desejar, ganhámos tempo para aprender coisas do pensamento que certamente coroará a sua vinda. Tivemos todos estes sonhos e pensámos muitos mais na forma filosofante do corpo colectivo, e não obstante, a nossa Jerusalém Celeste, esse apregoado reino do Espírito Santo, entrelaçar de raças e de povos, é hoje uma incubadora de morte para o mundo em estado impróprio para reflectir um sonho que se tornou um estrondoso equívoco. É deste Brasil que é preciso falar. O do berço dos fascistas que a Revolução amedrontou, o das cinturas militares, daqueles que vão literalmente “cantar para esta freguesia” que em busca de não se sabe bem de quê se sentem injustiçados por meros aspectos que não sabem verbalizar, da descarga incivilizada de uma sociedade onde a pobreza crassa e se estende ao martírio indígena que o decompõe, e dos muitos nazis fugidos à Europa e perdidos na mata Amazónica. Também é preciso falar da quietude dos que deviam falar e não o fazem, de uma massa de gentes que nós gostávamos, e que hoje, no meio da podridão, da morte e da mais perturbadora irracionalidade cívica, finalmente se calaram numa inércia que nos enche de espanto e de um memorável sentimento de traição. Este Brasil que está no mundo como um traficante de cadáveres e que nenhuma racionalidade se lhe chega, é sem dúvida o fim das ilusões de um princípio filosófico que fora nosso, e no qual mergulhámos como na morte de todas as ilusões. Que um país de novecentos anos não deve por isso ser destituído da sua “arraia-miúda”- sabemo-lo bem – mas não é preciso o escrevinhar de prefácios com pretextos de comparação sem nexo pois que nada que nos define pode juntar-se a tais estatutos mesmo quando as coisas nos correm incompreensivelmente mal. Não há nenhuma semelhança entre aquilo que continuamos a ser e aquilo em que o Brasil se tornou, e os que carregam na tónica comparativa saberão certamente que nem toda a «Irmandade» funciona por reflexo, e que aqui não há mais «Festa» para os embustes. Nem tudo o que se vê e escuta na presente e convicta noção dos iniciados a pessoa tem alguma importância, são oportunidades a que responderam da pior maneira, mas Nós, temos importância. E não será desta maneira que crescerá mais proximidade, até por que já nos fizeram literalmente andar a reboque de um português que insistimos em não reconhecer com toda a justiça e mérito. Não ajustamos nada! Estamos há séculos ajustados às nossas contingências linguísticas e não a desejamos (a) cordar. Nada se fundará de promissor que interesse referenciar se estas vozes de estadistas menores, ludibriados, consumidos e consumados na nossa consciência, insistirem em fazer-se ouvir. – Não, não somos irmãos! Já não somos sequer, família. Um Padre António Vieira merece que contemplemos outras coisas e que solucionemos este presente, que para ambas as partes é de opróbrio e equívoco gigantesco. E se «brasileiro é ainda um português à solta», na bela expressão de Bandeira, sejamos dignos dos nossos melhores, que nós não vamos deixar que atraiçoem os seus sonhos que se revelaram a única solução. Sentimo-nos, no entanto, tristes e incrédulos perante o ceifar de vidas quotidianas, aos milhares, num país que algures ousámos sonhar como uma perspectiva de redenção. Para eles, o mais profundo pesar. Ninguém merece o abandono a que foram votados.
A essência da literatura Paulo José Miranda - 18 Mai 2021 No seu ensaio «O Espaço Desarmado», pequeno livro de 133 páginas, a escritora nova-iorquina Alice Barnes faz uma análise da literatura – talvez até uma análise do acto de escrita –, buscando o seu fundamento. Escreve: «A carta é a essência de todo o texto literário e de pensamento. Toda a literatura ou tratado é uma carta escrita para nenhures dentro de nós. Escrita para nos socorrer. A carta é uma esperança.» Curiosamente, esta designação não nos mostra o carácter original da carta, mas sim a do texto literário. Pois, é sabido, a origem da carta é encurtar o espaço entre as pessoas, o espaço entre um eu e um outro. Mais do que uma forma de comunicação, a carta é um mecanismo de aproximação, a primeira máquina de aproximação à distância. Mas Barnes põe-nos a ver esse objecto, esse mecanismo que é a carta, de um outro modo. Leia-se: «O que é factualmente uma carta? Palavras escritas e enviadas de um a outro. Que diz factualmente uma carta? Dá informações, pede informações, faz pedidos, concede-os, revela segredos, pergunta por dúvidas muitas vezes tormentosas, responde a essas perguntas, faz confissões, cobra dívidas, salda-as… Enfim, a carta faz tudo ou quase tudo o que se faz na vida. O que caracteriza a carta, acima de tudo, em relação a qualquer outro modo de comunicarmos as palavras, é o tempo.» Barnes enfatiza a questão do tempo e não do espaço na definição de carta e, de certo modo, baralha-nos as contas. Pois, como escrevi atrás, estamos habituados a entender carta como um mecanismo de encurtar distâncias ou de aproximar «distantes». Ou seja, como uma forma de anular ou enfraquecer o espaço. Assim, e até pelo título do livro de Alice Barnes, «O Espaço Desarmado», ficamos perplexos com esta enfatização do tempo e não do espaço no mecanismo da carta. Veja-se como Alice Barnes nos mostra o tempo como característica fundante e fundamental do mecanismo da carta: «O tempo que as palavras que se enviam têm: 1) a sua durabilidade, pois ficam ali guardadas para serem relidas continuamente por quem a recebe, por vezes até ao desespero, até à exasperação; 2) a sua ponderação, pois quem a escreve tem tempo de ponderar nas palavras que vai inscrever no papel. Uma carta pode ser o relato daquilo que está a acontecer longe daquele a quem a carta é enviada. Pode e é, a maioria das vezes. De facto, a carta dá notícia do longínquo, pretende encurtar a distância que separa quem escreve de quem lê, daquele que está no centro dos acontecimentos daquele que está longe deles. A carta desarma o espaço. Como? Com tempo.» Ou seja, a carta encurta o espaço entre os correspondentes, mas ela mesma é tempo. Melhor: a sua natureza é temporal; tanto pela capacidade de se poder repetir e repetir até à exaustão a leitura das palavras, como a possibilidade de se pensar e pensar antes de enviar as palavras escritas. Leia-se à página 79: «A carta leva um coração a outro. Transporta de aqui para ali em palavras, por vezes em continentes de diferença, o amor que se sente. A carta não relata apenas o que está a acontecer a alguém para outrem. A carta tem a intenção de aproximar, de unir ou de manter a união entre os correspondentes. Mas em si mesma ela é tempo. O que subjaz a uma carta é o tempo. O tempo que somos e o tempo dos outros. A carta obriga-nos a uma relação privilegiada com o tempo, connosco mesmos, como mais nenhum mecanismo consegue fazer. A carta congela o tempo. Faz durar para sempre um momento que o seu leitor nunca viu. E é da consciência deste durar para sempre nunca presenciado que nasce a ambição da literatura, o seu fundamento.» Alice Barnes, ela mesma, tem uma obra de ficção que se chama «Carta A Um Amante Para Que Nunca Esqueça Que Me Perdeu», em que a narradora escreve uma longa carta – na esteira de «De Profundis», de Oscar Wilde –, contando o encontro entre ela e o seu amante; e depois o desencontro, devido a um acto ignóbil perpetrado por ele. Amante este que rapidamente se arrepende, mas que a narradora não desculpa e, ao invés disso, escreve uma longa carta – o livro tem mais de trezentas páginas –, que no fundo é um romance, onde expõe o seu amante à sua própria ignobilidade. A quem é dirigida a carta? Ao amante mesmo, tal como De Profundis. O livro é maravilhoso e para além das ligações evidentes ao livro de Wilde, é também traçada uma ligação com um poema de Marina Tsévtaieva, «Tentativa de Ciúme» – poema que surge no livro – que vos deixo aqui numa versão minha, a partir de várias línguas que não a russa: Como é a tua vida com outra mulher? Mais simples, não? Uma simples braçada! Minha memória recua, alcança no horizonte uma ilha flutuante (mas no céu e não nas águas). Alma e alma! Vós sereis irmãs mas não amantes! Como é a tua vida com uma mulher vulgar, sem divino? Agora que destronaste a tua rainha e tu mesmo renunciaste ao trono, como é a tua vida? Que fazes? Não sabes? E como te levantas? Pagando o preço da banalidade imortal, e ficando mais pobre? “Basta de sustos e de suspeitas! Hei-de arranjar um lar!” E como vai a tua vida com essa mulher, tu que foste escolhido para mim? A comida é mais apetitosa? Não te queixas se enjoares? Como é a tua vida com uma pobre coitada – tu, que pisaste o monte Sinai? Como é a tua vida com uma qualquer, uma mulher deste mundo? Diz-me – agradável? A vergonha, como as rédeas de Zeus, não te fustiga a testa? Como é a tua vida? A tua saúde? Vai indo, não? Como cantas? Como enfrentas a consciência imortal que te assalta, pobre homem? Como é a tua vida com um acessório de plástico? O preço é caro, não? Depois do mármore de Carrara, como é a tua vida com um bocado de gesso partido? (Deus talhou-a de um bloco e estilhaçou-o?) Como é a tua vida com uma qualquer, tu, que conheceste Lilith? O teu apetite satisfez-se? E agora que a lascívia não exerce mais poder sobre ti, como é a tua vida com uma mulher deste mundo, sem um sexto sentido? És feliz? Não? Nesse poço sem fundo do mundo como é a tua vida, meu amor? Pior do que a minha vida com um outro homem? No fundo, não será também este poema uma carta? Independentemente de concordarmos ou não com Alice Barnes no tocante à carta ser a essência da literatura, a verdade é que a escrita dela merece toda a nossa atenção. Acima de tudo, as suas reflexões proporcionam-nos prazer e alguma perturbação.
10 de Junho | Celebrações incluem concerto de homenagem a Carlos do Carmo Salomé Fernandes - 18 Mai 202118 Mai 2021 As cerimónias oficiais do 10 de Junho – que este ano voltam a incluir a romagem à gruta de Camões – vão ser complementadas por um concerto de homenagem a Carlos do Carmo. As actividades de celebração do “mês de Portugal” abrangem áreas que variam do cinema à gastronomia, e de acordo com o cônsul-geral Paulo Cunha Alves são as iniciativas “possíveis” em contexto internacional de pandemia Junho volta a contar com um programa para celebrar “o mês de Portugal” na RAEM, com actividades entre os dias 3 e 27 de Junho. “Foram incluídas as actividades possíveis ainda neste contexto internacional de pandemia, com limitações de viagem e de congregação em público”, descreveu o cônsul-geral Paulo Cunha Alves. As celebrações oficiais do 10 de Junho, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, iniciam-se com a cerimónia do hastear da bandeira no jardim do Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, pelas 9h, que volta a contar com a banda da PSP. “Vai existir a presença da banda da polícia, não sabemos ainda com quantos elementos, poderá ser em formato mais reduzido. E estará também presente o grupo de escuteiros aqui de Macau”, descreveu o cônsul-geral na apresentação do programa das festas. Além disso, regressa a romagem à gruta de Camões, que arranca às 10h. “Os moldes desta romagem serão mais limitados ou reduzidos do que aconteceu até 2019. Como se lembram em 2020 não houve romagem, e este ano estamos limitados a uma presença máxima de 100 pessoas, ao uso de máscara e medição de temperatura para todos aqueles que participarem no evento”, disse ontem Paulo Cunha Alves. Será dada prioridade às escolas e entidades ligadas à organização da romagem. Às 18h segue-se a tradicional recepção na residência consular, que este ano acontece num formato diferente, integrando apenas os discursos oficiais e a entoação dos hinos nacionais português e chinês. O Chefe do Executivo vai marcar presença. Neste mesmo dia, decorre ainda um concerto de homenagem a Carlos do Carmos, às 20h na Casa Garden, que conta com a banda da Casa de Portugal em Macau. “As emblemáticas canções interpretadas por Carlos do Carmo vão ser recriadas num concerto de música ligeira com arranjos originais num tributo ao carismático fadista português”, descreve a sinopse do evento. “Estamos convencidos que este será um programa multifacetado e equilibrado num contexto de pandemia que ainda vivemos e, portanto, seremos obrigados a cumprir todas as orientações emanadas pelos Serviços de Saúde da RAEM”, analisou Paulo Cunha Alves. Da joalharia ao desporto O programa do mês de Junho arranca no dia 3 com a exposição de joalharia “O Novo Mundo”, que abre ao público às 18h30 na Casa de Vidro. A comissão que organiza as actividades continua a ser constituída pela Casa de Portugal, Fundação Oriente, Instituto Português do Oriente e AICEP, além do Consulado Geral. Estão previstas actividades ligadas a várias áreas. A nível literário realiza-se, por exemplo, na sexta-feira dia 11 um serão na Casa Garden, pelas 19h. “Um grupo de autores e outros amantes da literatura portuguesa reúnem-se para dizerem textos seus ou de autores portugueses”, pode ler-se na sinopse do evento. Já no dia 15 de Junho, decorre um lançamento de livros no auditório Dr. Stanley Ho, no Consulado Geral, em que serão apresentadas as últimas publicações editadas pelo Instituto Politécnico de Macau. A Casa Garden acolhe também nos dias 17 e 18 o “New York Portuguese Short Film Festival”. O festival de curtas metragens mostra “o trabalho da nova geração de realizadores portugueses” e é a quinta vez que passa por Macau. A par desta iniciativa serão exibidas curtas metragens da CPLP. Também dividida em dois dias, está a iniciativa “Cinema Macau. Passado e Presente”, que tem lugar no auditório da Casa Garden nos dias 26 e 27 de Junho às 17h30. O ciclo de cinema tem como objectivo mostrar “a pluralidade de olhares sobre Macau durante e após o Estado Novo, assim como depois da transição para a administração do território pela China, em 1999”. A gastronomia também tem lugar no calendário. O Restaurante D’Ouro vai acolher a actividade “Experimenta Portugal”, que apresenta cerca de 20 vinhos portugueses e pratos típicos da gastronomia lusitana. Decorre entre as 18h e as 20h dos dias 25 e 26 de Junho. Paralelamente, são organizados nesses dias duas masterclasses de vinhos. E o desporto não ficou esquecido: um torneio de futebol no campo de hóquei do estádio da Taipa no sábado, acontece dia 12, entre as 13h e as 16h. Arraial com exposição Amélia António, presidente da Casa de Portugal (COM), indicou ontem que ainda não se sabe se o Arraial de São João se realiza este ano. Mas o calendário integra um outro arraial, desta vez focado em Santo António. “Há muitos anos chegou-se a festejar o Santo António em Macau, mas foi (…) durante um período muito curto. Estando nós nesta situação de limitação, e sem saber inclusive se o Arraial de São João se faz ou não, pensámos que era boa ideia dar vida de novo ao Santo António de forma um bocadinho diferente”, descreveu Amélia António. “Não é um arraial no verdadeiro sentido da palavra, mas é a aproximação possível, com música e alguns extras que as pessoas apreciam neste espaço de arraial”, descreveu a presidente da Casa de Portugal. Haverá música ao vivo com a banda da CPM, e está ainda a ser analisada a viabilidade de o evento incluir uma venda de artesanato a acompanhar uma exposição que reúne peças artísticas de professores e alunos de vários ateliers da Escola de Artes e Ofícios da CPM. Algo que contou com “uma adesão muito simpática” das pessoas. A exposição decorre dia 12 de Junho, às 18h30, na Casa Garden.
Covid-19 | Suspensos voos de escala em Taiwan. Centenas de alunos querem voltar Andreia Sofia Silva - 18 Mai 2021 As autoridades de Taiwan suspenderam os voos de escala com destino a Macau devido ao aumento de casos de covid-19, mas mantêm-se os voos regulares. Um total de 690 estudantes da RAEM em Taiwan pretendem voltar ao território nos próximos dois meses O aumento do número de casos de covid-19 em Taiwan obrigou a região a suspender os voos de escala oriundos do estrangeiro a partir desta quarta-feira e até ao dia 18 de Junho, o que traz consequências para quem deseja regressar ou sair do território. Mantêm-se, no entanto, os voos regulares entre as duas regiões, tendo chegado ontem a Macau três voos oriundos de Taiwan. “Ainda não recebemos qualquer informação de que os voos de Macau para Taiwan foram suspensos, só recebemos a informação de que os voos de escala por Taipé foram suspensos”, disse um responsável do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Coronavírus, durante a habitual conferência de imprensa de actualização dos dados da pandemia. As autoridades locais estão a prestar atenção ao regresso de alunos do ensino superior de Macau que se encontram na Ilha Formosa. Até ontem 690 estudantes tinham pedido informações à Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). Foram recebidos, no total, 914 pedidos de informação. Quanto à possibilidade de serem organizados voos fretados, os responsáveis nada adiantaram. “Propomos que todos os necessitados mantenham o contacto com os Serviços de Saúde de Macau e Direcção dos Serviços de Turismo para resolverem as suas dificuldades. Vamos prestar atenção para ver como podemos ajudar os alunos a voltar a Macau”, disse o responsável da DSEDJ. Além de aumentar o período de quarentena de 14 para 21 dias para quem chega de Taiwan, o Centro de Coordenação decidiu também implementar um período de auto-gestão de saúde de sete dias para quem tiver testes anti-corpos com resultado positivo realizados durante a quarentena. Isso implica que, nos casos de pessoas chegadas da Índia, Paquistão, Filipinas, Nepal e Brasil a quarentena possa atingir os 35 dias. Das vacinas Foi também anunciado que as pessoas com mais de 60 anos podem agora ser vacinadas contra a covid-19 em qualquer local e não apenas no hospital público. Além disso, o edifício do Fórum irá vacinar, a partir desta quinta-feira, duas mil pessoas contra a covid-19. As marcações começam hoje, sendo administradas apenas vacinas da Sinopharm. As pessoas com as duas doses da vacina passam a estar isentas, a partir de hoje, de realização do teste de ácido nucleico, à excepção das que trabalham em cadeias de frio, hotéis de observação médica, no aeroporto e nas fronteiras, foi ainda adiantado. O Governo deixa também de fornecer testes em eventos organizados pela Administração a partir do dia 18 de Julho. Três meses isolado Em relação ao 50.º caso de covid-19 no território, trata-se de um não residente do Nepal que trabalha no Estabelecimento Prisional de Macau (EPM). “Está sem sintomas neste momento. Os resultados mostram que se trata de uma variante do vírus com o código D614J, não é uma variante do Reino Unido, África do Sul, Brasil, Índia ou EUA”, disse a médica Leong Iek Hou, coordenadora do Centro. O homem será sujeito a regras específicas quando voltar ao trabalho. “O EPM implica um trabalho num ambiente fechado e [este trabalhador] vai ter de usar sempre máscara e ser sujeito à medição da temperatura. Terá de usar luvas e no período inicial de trabalho não vai contactar com os prisioneiros nem ter muito contacto com os outros colegas. Vai também ficar numa residência particular e estar afastado das outras pessoas durante as refeições. Essas medidas serão aplicadas durante três meses”, adiantou a mesma responsável.
Orçamento | Administração mantém cortes de 10% em 2022 João Luz - 18 Mai 2021 É oficial, o corte nas despesas da Administração Pública é para manter em 2022. O orçamento dos serviços públicos para 2022 vai continuar com o mesmo tom de prudência e contenção, protelando o respectivo corte de 10 por cento, em relação aos gastos de 2020, no próximo ano. A manutenção da austeridade nos gastos dos serviços públicos foi ontem oficializada com publicação de um despacho assinado por Ho Iat Seng, remete para as orientações do ano anterior. “Por existir ainda incerteza na conjuntura económica, os serviços e organismos, na elaboração das suas propostas orçamentais, devem avaliar as diversas despesas orçamentais com prudência”, é justificado no despacho que vem regular o enquadramento orçamental do próximo ano. O Governo pretende que os serviços públicos dêem total conhecimento das suas despesas “atendendo à necessidade de adoptar medidas que permitam o conhecimento, de forma clara, da totalidade das receitas e despesas do sector público administrativo”, para não exceder o orçamento de 2021. Citando o despacho assinado em Junho de 2020, Ho Iat Seng voltou a pedir aos serviços e organismos públicos que adoptam o regime de contabilidade de caixa, que o valor orçamentado não exceda o de 2020 “e deduzido de 10 por cento das despesas correntes”. Quanto aos serviços e organismos públicos com regime de contabilidade de acréscimo, também é aplicável a dedução de 10 por cento das despesas correntes, excepto relativamente a “despesas com provisões para riscos diversos, depreciações e amortizações, despesas financeiras, bem como custos de venda de bens e de prestação de serviços”. Aquando do anúncio dos cortes no ano passado, o Chefe do Executivo assegurou que os salários dos funcionários públicos não seriam afectados e sublinhou a continuidade dos apoios pecuniários à população.
Deputados preocupados com revisão da lei do jogo e concurso público Salomé Fernandes - 18 Mai 202118 Mai 2021 As actuais concessões de jogo terminam no próximo ano e a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas reuniu ontem com o Governo, tendo os deputados expressado as suas opiniões sobre os contratos das operadoras. O Governo continua sem revelar como vai proceder. Pereira Coutinho indicou que a maioria dos legisladores sugeriu estender o prazo das concessões A Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas reuniu ontem com o Executivo. Os deputados falaram sobre os contratos de concessão e exploração de jogo e o Governo ouviu as suas preocupações, mas não adiantou novas informações. A revisão da lei do jogo e a calendarização do concurso público estiveram entre os temas levantados pelos deputados, disse Ella Lei, presidente da Comissão. Recorde-se que as actuais concessões de jogo terminam em Junho de 2022. “Segundo o Governo, esta consulta pública [sobre a revisão da lei do jogo] vai ser lançada no segundo semestre deste ano e os deputados entendem que o tempo é muito apertado e esperam que o Governo possa divulgar mais informações sobre estes trabalhos junto da sociedade para assim efectuar o quanto antes esta consulta. Alguns deputados também disseram que na revisão da lei do jogo o mais importante é a estabilidade social e esperam que o Governo tenha em conta esse aspecto”, descreveu Ella Lei. Recordando que no passado o Governo incumbiu uma instituição académica de fazer uma revisão intercalar, alguns dos membros da Comissão defenderam uma nova avaliação da situação de exploração dos casinos. Os legisladores esperam que o Executivo divulgue mais informações para a sociedade “manifestar melhor a sua opinião” durante a consulta. Os deputados apelaram ainda a que as concessionárias promovam o desenvolvimento das pequenas e médias empresas, bem como o apoio ao acesso ao emprego dos residentes. A procura por mais turistas foi também um dos aspectos referido. “No que toca ao alargamento das fontes de clientes, muitos deputados estão atentos ao desenvolvimento dos elementos não jogo e esperam que o Governo possa durante este processo defender mais exigências neste aspecto”, referiu. Ella Lei referiu que o Governo não respondeu às opiniões apresentadas, mas que estas terão sido anotadas. Já a secretária da Comissão, indicou que resta “pouco tempo” para acompanhar o tema. “Nesta sessão [legislativa] temos muitos trabalhos por isso é-nos difícil continuar a dar o correspondente acompanhamento. Seja como for, vamos ver se a situação nos permite realizar mais uma reunião. Provavelmente, se o Governo realizar a consulta pública antes de 15 de Agosto, poderemos ter mais oportunidades”, observou Song Pek Kei. Estender o prazo “Uma grande maioria dos deputados sugeriu que devido à pandemia e ao atraso nos trabalhos preparativos nas alterações legislativas os actuais prazos dos contratos deviam ser prolongados. Alguns deputados questionaram o futuro das salas VIP face às novas restrições introduzidas na lei penal do interior do continente e à falta de competitividade na entrada de divisas do interior comparadas com as novas isenções ao consumo introduzidas na ilha de Hainão”, disse o deputado Pereira Coutinho numa nota à imprensa, no seguimento da reunião. Além disso, o deputado aponta que houve quem questionasse “a legalidade das subconcessões face às outras concorrentes que foram preteridas na altura de concessão de mais licenças de jogo”. De acordo com Pereira Coutinho, perguntou-se ainda quando será verificada a taxa de execução das promessas deixadas nos contratos de jogo, ou os seus excessos de conformidade. O registo de propriedades em nome das concessionárias e as suas responsabilidades sociais em áreas como a habitação ou creches foram também temas abordados na reunião à porta fechada, indica a nota. Tudo sob controlo O secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, foi ontem questionado sobre o andamento da nova lei do jogo e da consulta pública e limitou-se a responder que os trabalhos correm de acordo com os planos do Governo. O secretário recusou a ideia de os trabalhos estarem atrasados, numa altura em que falta pouco mais de um ano para o final das actuais concessões. Na mesma ocasião, o responsável reiterou ainda que as receitas podem atingir as previsões para este ano de 130 mil milhões de patacas.
Restauração | Limites de botijas de gás geram queixas João Santos Filipe - 18 Mai 2021 Devido a medidas de segurança, os restaurantes apenas podem ter no estabelecimento quatro botijas de gás, o equivalente a 200 litros. Ontem, o deputado Ip Sio Kai queixou-se que a limitação cria dificuldades à operação, que se arriscam a ficar sem gás enquanto aguardam distribuição. “Segundo os estabelecimentos do sector da restauração, esse limite legal não dá para satisfazer as necessidades quotidianas, que precisam de ser supridas pelas empresas de combustíveis no período de funcionamento, situação que faz correr o risco de suspensão do abastecimento”, indicou Ip Sio Kai. O deputado diz compreender as preocupações com a segurança, mas pede ao Executivo que reconsidere a situação.