FRC | Mostra que celebra aniversário d’O Clarim inaugurada hoje

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta a partir de hoje, às 18:30, a Exposição Itinerante “Uma Ponte de Diálogo: 75.º Aniversário d’O Clarim”, na continuação da mostra principal que decorreu em Outubro e Novembro de 2023, no Centro Diocesano de Macau.

“O Jornal O Clarim concebeu um conjunto de painéis expositivos móveis, apresentando a história da impressão e a história dos meios de comunicação no território, bem como alguns conhecimentos de introdução à profissão jornalística. O objectivo é passar o testemunho ao público e à próxima geração, preservando a sua missão como ponte de informação e de formação, de diálogo entre a Igreja e os fiéis, bem como entre a Igreja e a sociedade”, aponta a FRC.

Além da exposição, O Clarim realizará ainda uma série de palestras. Na próxima quinta-feira, às 18:30, tem lugar a Palestra “Fotojornalismo: Experiência na Cobertura de Eventos da Igreja”, com o orador convidado, Oswald Vas. Na quinta-feira seguinte, dia 14 de Março também às 18:30, será a vez da Palestra “Liberdade na Imprensa Religiosa”, com o orador José Miguel Encarnação. Ambas serão moderadas por Jasmin Yiu e apresentadas em língua inglesa.

A mostra vai estar patente ao público na FRC até ao dia 16 de Março.

 

5 Mar 2024

FRC | Palestra sobre a Companhia das Índias Orientais hoje à tarde

A Fundação Rui Cunha acolhe hoje, a partir das 19h, a palestra “A Companhia das Índias Orientais e a Política do Conhecimento”, apresentada por Joshua Ehrlich, professor de História da Universidade de Macau. O académico irá discutir a forma como o conhecimento foi central nos contactos entre indianos e europeus

 

Hoje, a partir das 19h, a Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta a palestra “A Companhia das Índias Orientais e a Política do Conhecimento”, inserida no Ciclo de Palestras Públicas de História e Património. O evento resulta da parceria regular entre a FRC e o Departamento de História e Património da Universidade de São José (USJ).

O orador convidado da palestra é Joshua Ehrlich, professor auxiliar de História da Universidade de Macau. O académico tem dedicado grande parte da sua carreira ao estudo do “orientalismo, do conhecimento colonial e da informação com uma nova abordagem: a história das ideias do conhecimento”, descreve a organização da conferência.

“A Companhia das Índias Orientais é lembrada como a corporação mais poderosa, para não dizer notória, do mundo. Mas para muitos dos seus defensores, entre as décadas de 1770 e 1850 foi também a mais esclarecida do mundo”, informa a USJ.

O académico defende que para a saúde das relações que mantinham a Companhia das Índias Orientais a partilha do conhecimento desempenhou um papel fundamental. “Ele recupera a existência de contactos entre os dirigentes e interlocutores da Companhia das Índias, indianos e europeus, sobre os usos políticos do conhecimento” e “revela que o compromisso com o conhecimento era parte integrante da ideologia da Companhia. Demonstra ainda como a Companhia invocou este compromisso em defesa da sua união cada vez mais tensa de poder comercial e político”, refere em comunicado a USJ.

Não só estes agentes históricos eram “altamente articulados sobre o assunto, mas as suas ideias continuam a repercutir-se no presente. O conhecimento era uma presença constante na política da Companhia – tal como parece estar a tornar-se uma presença constante na política de hoje”.

O estudo do Oriente

Joshua Ehrlich é um premiado historiador do Conhecimento e do Pensamento Político, com foco na Companhia das Índias Orientais e no Império Britânico no Sul e Sudeste Asiático. Actualmente professor auxiliar na Universidade de Macau, obteve o seu Doutoramento e Mestrado pela Universidade de Harvard e bacharelato pela Universidade de Chicago.

No ano passado, lançou o seu primeiro livro “The East India Company and the Politics of Knowledge”, obra com o mesmo nome que a palestra que dirige hoje na FRC, com a chancela editorial da Cambridge University Press.

O académico publicou vários artigos sobre tópicos que incluem as características únicas das fronteiras e demarcações das cidades portuárias, sobre a criação, pilhagem e destruição de bibliotecas, assim como sobre a crise da reforma liberal na Índia e as origens da cultura da tipografia indiana.

Joshua Ehrlich contribuiu também para publicações como “Past & Present, The Historical Journal, Modern Asian Studies” e a “Modern Intellectual History”.

A palestra será apresentada em inglês, tem duração de 1 hora e a entrada é livre. A moderação estará a cargo da professora Priscilla Roberts

27 Fev 2024

FRC | Exposição de pintura de Ada Zhang abre hoje ao público

A galeria da Fundação Rui Cunha acolhe a partir da tarde de hoje a exposição individual de pintura de Ada Zhang intitulada “Facing the Sea”. As paisagens de Macau voltam a ser a musa da pintora, que ao longo de quase 40 obras reinventa ruas e lugares familiares do território

 

 

É inaugurada hoje, às 18h30, a Exposição Individual de Pintura “Facing the Sea”, de Ada Zhang, na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC). A mostra “reúne um conjunto de 39 pinturas em aguarela, óleo e acrílico, com imagens que partem do seu talento em observar e captar a essência do que a envolve”, descreve a organização da exposição. A mostra estará patente ao público até dia 2 de Março e tem entrada livre.

As pinturas de paisagens e lugares de Macau voltam a ser o objecto de interesse da artista, que tem detalhado em tela múltiplas facetas da estética e atmosfera da cidade.

Esta é a segunda exposição de Ada Zhang na FRC, depois de “Home’s Where The Heart Is” ter passado pelas paredes da galeria em 2022. No ano que se inicia, a artista volta com novos trabalhos e redobrada energia, justificando o título da exposição com o entusiasmo de quem recebe a inspiração e as ideias que chegam como ondas e brisa do mar.

 

Casa e coração

Ada Zhang, natural da província de Sichuan, no Interior ocidental da China, mudou-se para Macau “há quase uma década, e, com a sua pincelada impressionista, descreve a paisagem urbana e os costumes do território através do seu estilo único e olhar de imigrante”.

Esta abordagem fresca a lugares que são mais do que familiares tem sido um dos trunfos da artista que tem exposto com regularidade em locais como o espaço a Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM) “Hold on to Hope Project”, na vila de Ká-Ho.

Ada Zhang é directora da Associação dos Artistas de Aguarela Contemporâneos de Macau, e membro da Associação de Artes de Macau, da Associação de Arte da Juventude de Macau, da Associação de Pintura de Macau, e da Associação Yü Ün dos Calígrafos e Pintores Chineses de Macau.

As suas obras ganharam o Prémio de Excelência do Concurso de Desenho Cheng Yang Bazhai em 2021 e foram seleccionadas para a Bienal de Aguarela da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau de 2021.

20 Fev 2024

FRC | Exposição de poesia e cultura de Xue Rongxuan a partir de hoje

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, às 18h30, a exposição “A Poesia e Cultura Chinesa de Xue Rongxuan”, tratando-se de uma homenagem póstuma ao mestre calígrafo e poeta também conhecido pelo pseudónimo ‘Lau Pi’ (陋筆 ou caneta ruim), recentemente desaparecido em finais de 2023.

Este artista participou, nos últimos anos, em exposições colectivas e conferências promovidas pela FRC, com co-organização da Associação de Poesia dos Amigos do Jardim da Flora.

A exposição reúne um conjunto de cerca de 40 obras de caligrafia e poesia, representativas do percurso literário e da experiência artística ao longo da vida de Xue Rongxuan. De acordo com os Amigos do Jardim da Flora, ele “não era apenas um estudioso versátil e muito eloquente, tinha também grande talento para citar as escrituras e criar belas frases, especialmente em dísticos, o que o tornou notável no campo da literatura e da poesia”.

Segundo os Amigos do Jardim da Flora, Xue Rongxuan “nunca poupou esforços para promover a cultura tradicional chinesa, e usou os seus anos de experiência pessoal a pesquisar e a elevar o conhecimento das elites da cultura chinesa”.

A FRC descreve ainda que Xue Rongxuan sempre foi “modesto quanto às suas capacidades de escrita”, sendo uma “pessoa de pensamento rápido, um indivíduo com extensa sabedoria”. Além disso, respeitava muito a cultura chinesa e tinha um “profundo conhecimento da sua história, língua, geografia e tradições, bem como de poesia, canções antigas e dísticos”. A mostra vai estar patente até ao dia 17 de Fevereiro.

30 Jan 2024

FRC apresenta exposição de Justin Chiang sobre os direitos dos animais

É hoje inaugurada, a partir das 18h30, a exposição “We Are Not Food” [Nós Não Somos Alimento] de Justin Chiang, que, desta forma, volta a reunir os trabalhos numa só mostra a título individual depois da sua primeira exposição, também apresentada na FRC em 2014.

O tema desta mostra revela, segundo um comunicado da FRC, “uma evolução na obra de Justin Chiang relacionada com a preservação da natureza e o respeito pelos direitos dos animais”. Apresenta-se, assim, um conjunto de 18 quadros em pintura acrílica, representando-se “diversas espécies de fauna comestível, como as vacas, porcos ou peixes, e também não comestível, como abelhas, borboletas, tubarões, aforrecas, tigres ou elefantes”.

Segundo o artista, “We Are Not Food” é “uma exposição de arte muito pessoal, focada no objectivo de reduzir o sofrimento dos animais”, sendo que, “através do poder da arte, esta mostra pretende apresentar ao público as minhas preocupações e reflexões sobre este tema”. Com a pintura, o artista disse esperar conseguir “evocar empatia pelos animais e inspirar os espectadores a procurarem formas de coexistência mais compassivas e sustentáveis”.

Poder ilimitado

Justin Chiang disse ainda acreditar “no poder ilimitado da arte para inspirar e transformar o pensamento das pessoas”. “Com esta exposição espero sensibilizar os espectadores a lutarem colectivamente para minimizar os danos aos animais, forjando um futuro mais harmonioso na nossa relação com eles”, disse o artista, que espera também que o seu trabalho “sirva como um catalisador para a mudança, levando-nos a reavaliar o tratamento dos animais como meras mercadorias”.

Justin Chiang diz-se um apaixonado pelo mundo artístico, tendo já explorado diversas formas, estilos e materiais. Formado pela Faculdade de Artes e Design da Universidade Politécnica de Macau, esta exposição marca a sua nona apresentação individual e é um marco significativo na sua carreira, que contabiliza diversos trabalhos expostos local e internacionalmente, tanto em Macau como na China, Taiwan, Portugal ou França.

23 Jan 2024

Lançado livro em homenagem a professor Augusto Teixeira Garcia

É apresentado amanhã, a partir das 18h30, na Fundação Rui Cunha (FRC), o livro “Lex Mercatoria: Estudos em Homenagem ao Professor Augusto Teixeira Garcia”, que reúne textos de vários autores, sendo coordenado por Gabriel Tong Io Cheng, director da Faculdade de Direito da Universidade de Macau (UM), e pelos docentes Hugo Duarte Fonseca e Ma Zhe. O livro foi publicado pela Associação de Estudos de Legislação e Jurisprudência de Macau, através da editora Almedina.

A obra colige diversos estudos em homenagem ao professor Augusto Teixeira Garcia, na altura da sua jubilação, assinalando a sua carreira académica, que marcou várias gerações de alunos na Faculdade de Direito da UM. Os autores envolvidos são Alexandre de Soveral Martins, Almeida Machava, Anabela Miranda Rodrigues, António Pedro Pinto Monteiro, António Pinto Monteiro, Filipe Cassiano dos Santos, Hugo M. R. Duarte Fonseca, João Ilhão Moreira, Joaquim Adelino, J. M. Coutinho de Abreu, Jorge A. F. Godinho, Luís Pessanha, Ma Zhe, Mafalda Miranda Barbosa, Manuel Porto e Victor Calvete, Manuel Trigo, Miguel Ângelo Loureiro Manero de Lemos, Miguel Quental, M. P. Ramaswamy, Paula Nunes Correia, Paulo Canelas de Castro, Paulo de Tarso Domingues, Rostam J. Neuwirth, Salvatore Mancuso, Teresa Lancry A. S. Robalo, Tong Io Cheng, Ma Zhe e Vera Lúcia Raposo.

Augusto Teixeira Garcia é docente da Faculdade de Direito da UM desde o ano lectivo de 1990-1991, tendo leccionado as disciplinas de Direito do Trabalho e Direito Comercial I e II. Coordenou, a convite do então secretário adjunto para a Justiça de Macau, Jorge Silveira, um grupo de trabalho que elaborou o Código Comercial de Macau, aprovado em 2 de Agosto de 1999.

Augusto Teixeira Garcia exerceu o cargo de subdirector da Faculdade de Direito da UM até Junho de 2023, quando atingiu o limite de idade, sendo mestre em Direito na área de Ciências Jurídico-Empresariais, com a tese intitulada “OPA – Da Oferta Pública de Aquisição e seu Regime Jurídico”, publicada pela Coimbra Editora. A apresentação da obra será realizada por Gabriel Tong Io Cheng, Augusto Teixeira Garcia, Miguel Quental, Hugo Duarte Fonseca e Ma Zhe.

17 Jan 2024

FRC | Exposição de Fortes Pakeong Sequeira apresentada hoje

“Moltirange: Quem é Solace?” é o nome da nova exposição do conhecido artista de Macau Fortes Pakeong Sequeira, e pode ser vista a partir de hoje na galeria da Fundação Rui Cunha. A mostra conta com um total de 30 obras com curadoria de Heidi Ng, com destaque para a presença da personagem fictícia “Solace”

 

É hoje apresentada, na Fundação Rui Cunha (FRC), a partir das 18h30, a exposição “Moltirange: Who is Solace?”, com novos trabalhos do conhecido artista local Fortes Pakeong Sequeira. Segundo um comunicado, trata-se de 30 obras, que vão desde a pintura a instalações de arte digital, com curadoria de Heidi Ng.

Esta iniciativa é co-organizada pela FRC e pela Fortes Solo Workshop Lda, tendo ainda o apoio da Associação Comercial da Indústria da Propriedade Intelectual de Macau e da Associação Promotora de Grandes Eventos Internacionais de Macau. A mostra divulga “os trabalhos mais recentes de Fortes Sequeira, que se debruçam sobre o crescimento pessoal, a transformação e a exploração do desconhecido e da incerteza.

Fortes Pakeong Sequeira utiliza a personagem fictícia “Solace” como “um modelo para revelar o seu mundo interior”, revela a curadora sobre este universo da animação e do imaginário infantil de Pakeong, que funciona como um alter-ego artístico.

“Na exposição, Fortes Sequeira apresenta a sua arte num estilo inovador. Sequeira utiliza ilustrações que contam histórias e integra elementos em espelho para manifestar as suas reflexões sobre o crescimento pessoal, proporcionando aos espectadores a oportunidade de se comoverem com as suas peças inspiradoras e impactantes”, acrescentou a curadora.

Com esta exposição, pretende-se “inspirar todos a enfrentarem corajosamente o desconhecido e a descobrirem a sua resiliência interior, seja perante a adversidade ou na busca das suas aspirações”.

Arte multifacetada

Heidi Ng destaca ainda, segundo o mesmo comunicado da FRC, que Fortes Pakeong Sequeira é “um artista multifacetado, que se destaca na composição musical e tem um estilo visual único na pintura”.

“As suas obras exalam o ritmo e a melodia da música heavy metal, o que cativa o seu público. Nos últimos anos, revitalizou o espaço artístico ‘A Porta da Arte’ em Macau, proporcionando um refúgio para quem procura um momento de tranquilidade. O espaço é um lugar humano, onde os visitantes podem saborear um café enquanto apreciam cada pormenor da casa histórica. É aí que Sequeira estabelece conversas profundas com o seu público, inspirando a sua contemplação artística”, apontou ainda.

Fortes Pakeong Sequeira estreou-se no mundo das artes em 2005, quando realizou, no Armazém do Boi, a primeira exposição individual, intitulada “Louco! Louco! Louco!”. Em 2008, passou a trabalhar como artista a tempo inteiro, dedicando-se também ao mundo da música com a banda “Blademark”. Em 2015, o artista lançou a sua biografia em livro com o nome “Experienciar. Fortes” que inclui também uma colecção das obras mais importantes da sua carreira. A exposição “Moltirange: Who is Solace” vai estar patente na FRC até ao dia 6 de Janeiro.

14 Dez 2023

FRC | Artesanato da ARTM em exibição a partir de hoje

“As Pessoas Primeiro” é o nome da mostra de artesanato deste ano da Associação de Reabilitação de Dependências de Macau, em exibição a partir desta tarde na galeria da Fundação Rui Cunha. Os trabalhos de mais de 30 autores, em processo de recuperação, vão da pintura a óleo e acrílico à cerâmica, alguns com motivos natalícios

 

É inaugurada hoje, às 18h30, na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC) a mostra anual de artesanato da ARTM – Associação de Reabilitação de Dependências de Macau, que estará patente até 2 de Dezembro.

A exposição, intitulada “As Pessoas Primeiro”, reúne um conjunto de peças de pintura e cerâmica realizadas por mais de 30 participantes, em processo de recuperação, do Centro de Serviços Integrados de Ká Hó da ARTM – Associação de Reabilitação de Dependências de Macau.

A FRC explica em comunicado que a mostra deste ano é composta por uma “selecção de trabalhos manuais que inclui pinturas a óleo e acrílico, e peças de cerâmica, muitas com motivos natalícios”.

O mote desta edição foi inspirado no slogan da campanha das Nações Unidas para o Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas, celebrado a 26 de Junho desde 1987, este ano sob o título “As pessoas primeiro: acabar com o estigma e a discriminação, reforçar a prevenção”.

“A campanha visa reforçar a necessidade de aumentar a consciência das comunidades sobre a aceitação de pessoas que usam drogas e dar-lhes o respeito e a empatia que todos os seres humanos merecem. Por outro lado, é importante priorizar a prevenção através da implementação de programas que reduzam os factores de risco. As estratégias de prevenção e intervenção precoce ajudam muito a proteger ou reduzir o consumo de substâncias”, indica a organização do evento.

Cuidar com arte

A arte-terapia é uma disciplina que combina expressão artística e psicologia, preconizada por Carl Jung como “porta” de acesso ao inconsciente. Através do processo criativo e da sua interpretação pelo autor é criado o ambiente para a terapia.

Seguindo essa linhas, nos últimos anos, “as artes têm sido uma componente essencial no quotidiano da comunidade terapêutica da ARTM, através de diferentes actividades e técnicas, com vista a promover a cura física, mental, emocional e espiritual dos pacientes, permitindo o seu crescimento ao longo do processo individual de mudança”.

Segundo a ARTM, o resultado é “uma série de peças de arte com significado. Para algumas pessoas em recuperação, e para pessoas com diferentes tipos de problemas de saúde mental, o envolvimento e a criação artística pode ser uma chave para o seu processo de mudança. Desta forma, as artes expressivas aparecem como uma componente importante da vida quotidiana da comunidade terapêutica da ARTM através de preparação vocacional e de actividades recreativas. Os resultados são sempre satisfatórios e a sensação de dever cumprido é conseguida. Isso dá-nos mais motivação para continuar a explorar métodos para proporcionar em conjunto novas vidas mais bonitas”.

A mostra, que tem sido apadrinhada pela FRC desde 2020, é um momento importante de celebração dos resultados alcançados por cada participante no percurso de reintegração na sociedade local.

A Associação de Reabilitação de Dependências de Macau é uma organização local sem fins lucrativos, que oferece programas terapêuticos para a recuperação da toxicodependência e outras dependências, como o jogo e o álcool. A ARTM também desenvolve serviços de orientação e acompanhamento dos ex-dependentes, bem como serviços de prevenção primária para jovens, famílias, escolas e comunidade, num forte compromisso com a saúde pública e os direitos humanos.

28 Nov 2023

Exposição de Yaya Vai inaugurada na Fundação Rui Cunha

Foi ontem inaugurada, na Fundação Rui Cunha (FRC) a exposição “Healing Garden” [Jardim da Regeneração], da artista local Yaya Vai. No total, são apresentadas 30 pinturas “de diversos estilos”, que vão “do realista ao abstracto”, revelando ainda “todas as variações do tema da cura e do relaxamento”, explica um comunicado da FRC.

Para retratar todos estes elementos, Yaya Vai optou por pintar “flores e cores na composição de bonitos jardins”, tendo-se inspirado “nas histórias das fadas das flores quando era criança”. “O ‘Jardim da Regeneração’ não é necessariamente um jardim físico, pode ser um espaço no seu coração, uma boa lembrança. Nas sociedades modernas, muitas vezes ficamos sobrecarregados com o ritmo acelerado da vida e muitas vezes sentimo-nos tensos e cansados. No entanto, as pessoas começaram a perceber a importância da saúde física e mental e a buscar diversas formas de aliviar o stress e de relaxar. Entre elas, pintar é uma forma de aliviar o stress, pelo menos para mim”, disse a artista, citada pelo mesmo comunicado.

Nesta exposição Yaya Vai pretende “trazer tranquilidade ao público, livrando-se temporariamente da preocupação e da pressão do dia a dia, mergulhando no belo mundo dos jardins”. “A ideia é sentir a harmonia e conectar com a natureza para recuperar energias”, adiantou.

A artista nasceu em Macau e tem um mestrado em Administração de Empresas. Inicialmente, Yaya Vai começou a aprender desenho a lápis e pintura a óleo e, posteriormente, obteve um certificado em Marketing e Gestão de Artes Visuais. As suas obras foram seleccionadas e exibidas em diversas exposições colectivas em Macau.

“Gostando de flores, a sua inspiração preferida são os temas florais e femininos. Para ela, a arte é uma forma de reduzir o stress e espera que o seu trabalho possa estimular a preocupação com a saúde emocional das mulheres”, explica a FRC.

15 Nov 2023

FRC | Exposição alusiva ao Grande Prémio para ver até sábado

Pode ser vista até sábado a exposição de caligrafia e pintura de Ung Choi Kun em parceria com o artista Au Kuen Kin alusiva à 70.ª edição do Grande Prémio de Macau, que arranca precisamente este fim-de-semana. Esta é a oportunidade para ver as artes associadas ao desporto automóvel

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta, até sábado, a exposição de caligrafia e pintura intitulada “Celebrando o 70.º Aniversário do Grande Prémio de Macau”, que tem estado patente desde o dia 1. De frisar que a cerimónia de abertura oficial desta iniciativa, que mostra os trabalhos de Ung Choi Kun e Au Kuen Kin, decorre esta sexta-feira.

Ung Choi Kun, um notável mestre calígrafo, é presidente da Associação Incentivar Políticas de Humanidades e Sabedoria de Macau. Juntamente com Au Kuen Kin, apresenta 30 peças de caligrafia e pintura alusivas ao tema das corridas do Grande Prémio de Macau, que este ano é celebrado de uma forma especial devido à passagem dos seus 70 anos.

Faz-se, assim, uma “retrospectiva por sete décadas de história daquele que é o evento mais internacional e icónico do território”, apostando-se em mostrar “a memória colectiva de muitos corredores”, que são retratados na mostra e que competiram no Circuito da Guia, como Ayrton Senna e Michael Schumacher.

Acrescentam-se ainda imagens de arquivo em vídeo, uma réplica em cartão de um carro de corrida GT, e até uma verdadeira mota Yamaha há muito afastada das pistas de alcatrão.

Citado por um comunicado da FRC, Ung Choi Kun declarou que o evento desportivo “continua a irradiar o seu encanto único através de explosões de velocidade e paixão, conquistando legitimamente o seu lugar de símbolo mais deslumbrante e ‘cartão de visita turístico’ de Macau”.

Desde os anos 50

A primeira vez que os carros de corrida competiram no Circuito da Guia estávamos em 1954, sendo na altura uma mera corrida para amantes locais do desporto automóvel. No entanto, ao longo dos anos o evento transformou-se naquele que muitos consideram a melhor prova em circuito urbano do mundo, e também a única a incluir corridas de quatro e duas rodas.

Ung Choi Kun, que durante muitos anos foi deputado à Assembleia Legislativa, dedica-se às artes como passatempo. Sobre o evento que atrai milhares de pessoas a Macau nos dias de competição, o responsável declarou que “para muitas pessoas em Macau, o Grande Prémio representa não apenas um desporto de corrida, mas também uma ligação emocional, encapsulando inúmeras memórias da população local.”

“(…) Em todos os cantos da cidade sente-se a propagação desta paixão. As luzes na pista, os espectadores nas bancadas e o suor dos pilotos – todos estes detalhes contribuem para a rica essência do Grande Prémio de Macau”, descreveu.

De frisar que a exposição termina no primeiro dia de arranque do Grande Prémio, cuja primeira ronda de provas e treinos termina no domingo. Segue-se mais um fim-de-semana de competições entre os dias 16 e 19.

8 Nov 2023

Concerto de guitarrista Kris Nandharaj amanhã na FRC

Acontece amanhã, a partir das 21h, na Fundação Rui Cunha (FRC), o concerto com o guitarrista tailandês Kris Nandharaj, que integra o ciclo “Meet the Masters” da iniciativa “Saturday Night Jazz”, que a FRC apresenta regularmente aos sábados. Segundo um comunicado da FRC, Kris Nandharaj é também compositor e professor de música no Departamento de Jazz da Universidade Silpakorn em Banguecoque, actuando em Macau ao lado da banda residente da Associação de Promoção do Jazz de Macau (MJPA).

O guitarrista é especializado em jazz moderno, tendo uma sólida formação em jazz tradicional. Kris Nandharaj começou a estudar guitarra aos 15 anos por influência do rock, formando-se em Jazz pela Universidade Silpakorn de Banguecoque em 2004. Depois da formação académica trabalhou como professor e começou a tocar em diversas bandas na Tailândia. Em 2006, o músico mudou-se para Nova Iorque, tendo estudado, a partir de 2008, Música e Artes Performativas na New York Steinhardt University. Aí “teve a oportunidade de praticar guitarra jazz com muitos artistas famosos de classe mundial”, revela um comunicado da FRC.

O guitarrista fez ainda um mestrado em Música e Performance de Jazz em 2010, ano em que se tornou instrutor de guitarra na Universidade de Nova Iorque (NYU) e passou a tocar em espectáculos e festivais de Nova Iorque, Boston e Washington D.C.

Percurso de sucesso

O artista regressou à Tailândia em 2012, onde tem feito um percurso profissional de sucesso, como professor e artista. Além de ter publicado um álbum instrumental de jazz em 2020, intitulado “Kris Nandharaj Quartet Plus One: West Side Story”, tocou e gravou com diversas bandas como os Mellow Motif, um grupo de jazz tailandês, os Bomi’s Homies, uma banda de jazz coreana, os The Begins Grand, a banda de apoio nos programas televisivos The Voice Tailândia e The Voice Kids, Big to the Future, uma banda holandesa de swing jazz. Kris Nandharaj teve ainda participações pontuais em bandas de jazz, pop-funk e ska-reggae tailandesas.

O ciclo de espectáculos “Meet the Masters” é promovida anualmente pela MJPA, apresentando músicos profissionais radicados ou de passagem pelo território. Realiza-se desde 2014 e é uma das actividades de longo prazo da MJPA, tendo já sido convidados inúmeros músicos profissionais a Macau para ensaiar com os membros e actuar em conjunto para o público local.

A MJPA, co-organizadora do Saturday Night Jazz com a FRC desde 2014, é uma associação artística local sem fins lucrativos, criada em 2010. O objectivo da MJPA é promover a música jazz junto do público de Macau e proporcionar oportunidades aos músicos locais, realçando assim a característica multicultural do território.

27 Out 2023

FRC | Música clássica hoje em destaque nas “Soirées Musicales”

A Fundação Rui Cunha apresenta hoje uma sessão de música clássica intitulada “Soirées Musicales”, inserida no ciclo “Os Sons da Praia Grande”. A partir das 18h30, os pianistas Peggy Lau e Chi-Kit Lam, a flautista Kubi Kou e a violetista Kati Ho Weatherly vão interpretar Chopin, Liszt, Dvořák e Rachmaninoff

 

Os amantes de música clássica podem hoje ouvir um painel de músicos na Fundação Rui Cunha (FRC), a partir das 18h30, num concerto intitulado “Soirées Musicales”, evento inserido no ciclo “Os Sons da Praia Grande”. Segundo um comunicado da FRC, o evento é gratuito e traz a Macau o reconhecido pianista e professor de Hong Kong, Chi-Kit Lam, que vai tocar com alguns músicos de Macau, nomeadamente a pianista Peggy Lau, a flautista Kubi Kou e a violetista Kati Ho Weatherly.

O concerto do fim de tarde de hoje é “uma oportunidade única de assistir a uma viagem pelo mundo da música clássica” através de uma “tapeçaria sonora” dos mais conhecidos compositores deste género musical a nível mundial, indica a FRC em comunicado.

O programa inclui composições para piano, flauta e viola de arco, de compositores como o polaco Frédéric Chopin, o húngaro Franz Liszt, o checo Antonín Dvořák e o aclamado compositor russo Sergei Rachmaninoff. Vão constar ainda no repertório interpretações composições do dinamarquês Joachim Andersen, o suíço, naturalizado norte-americano, Ernest Bloch, e ainda o argentino Astor Piazzolla.

Virtuosidades musicais

Segundo o mesmo comunicado, Chi-Kit Lam é um “pianista virtuoso, conhecido pelas suas proezas técnicas e profunda expressão musical”, apresentando composições como Scherzo nº 2 de Chopin e os restantes nocturnos bem conhecidos deste compositor.

O público poderá ainda ouvir o conjunto de músicos nos “ritmos vibrantes das ‘Danças Eslavas’ de Dvořák, nas variações fascinantes das ‘Rapsódia sobre um Tema de Paganini’, de Rachmaninoff, ou na ‘Balada e Dança dos Silfos’, de Andersen, com as suas harmonias que enchem o ar e transportam para um mundo de imaginação e maravilha”, descreve a FRC.

As composições evocativas de Piazzolla, incluindo “Oblivion” e “Libertango”, juntamente com o “Concertino para Flauta, Viola e Piano”, de Bloch, revelam uma “rara combinação de instrumentos que marca uma estreia em Macau e realça a interacção harmoniosa entre eles”.

Chi-Kit Lam iniciou a formação musical na Academia de Artes Performativas de Hong Kong e concluiu o doutoramento em Artes Musicais na Universidade de Kansas. Além disso, estudou piano com Jack Winerock e Pedagogia do Piano com o pioneiro Scott McBride Smith. Foi professor na Oklahoma Panhandle State University e na Universidade do Kansas, nos EUA, e mais recentemente na Faculdade de Piano da Universidade de Hainan, na China.

O músico de Hong Kong já se apresentou pelo mundo inteiro como solista, em importantes concertos e festivais de música, e também como orador e professor, em conferências e masterclasses sobre música e pedagogia, indica a FRC.

19 Out 2023

Pintura | “Um Mundo Psicadélico” de Alice Ieong, na FRC

A galeria da Fundação Rui Cunha acolhe até 28 de Outubro a exposição de pintura “Um Mundo Psicadélico”, da autoria de Alice Ieong. As obras patentes na mostra, que foi inaugurada ontem, procuram retratar visões pessoais de um plano diferente de realidade e percepção

 

Foi inaugurada ontem a exposição individual de pintura de Alice Ieong, intitulada “Um Mundo Psicadélico” [A Psychedelic World], e que pode ser vista até ao dia 28 deste mês. De destacar que Alice Ieong é directora geral da Associação Internacional de Arte Contemporânea de Macau e também da Ark – Associação de Arte de Macau.

A mostra conta com curadoria de Bill Wong e reúne 23 obras de pintura contemporânea que reflectem o percurso estético da artista. Segundo o curador, citado por um comunicado da FRC, a artista “cresceu perto do Largo do Senado, em Macau” e acompanhou o desenvolvimento do território nos últimos anos, acabando por transpor essa evolução para a pintura.

“Quando sai da sua casa tem a zona turística e cultural, repleta de calçada portuguesa. Olhando para trás, Macau passou de uma pequena vila de pescadores para o título de Capital Mundial do Jogo, quase do dia para a noite, o que é muito deslumbrante. Ela tenta pintar na tela imagens exteriores, as ruas, os diferentes cenários, a atmosfera cultural e pública que vê diariamente”, descreveu Bill Wong.

Uma forma de exploração

Nas suas próprias palavras, a artista refere que tem “vontade de explorar a vida, as crenças, o ser humano e a sociedade enquanto formas de arte”, embora Alice Ieong transforme ainda “essas cenas familiares em objectos geométricos planos, como paisagens ocultas”.

Comparada com a pintura de paisagem, esta é mais como uma “pintura de imagens surrealistas, usando cores de contos de fadas para criar uma paisagem que parece não ter estações, nem amanhecer e anoitecer, e nenhum fenómeno astronómico”, aponta ainda o curador.

São usados, nas pinturas, “elementos poéticos e símbolos – como riscas caindo, círculos flutuantes, formas geométricas e objectos aparentemente reconhecíveis e irreconhecíveis”. A atmosfera dos quadros “transmite uma sensação fria e elegante”, como um espaço “desligado da realidade, sem elementos mundanos: não há pessoas, o tempo parece estar parado, as coisas estão estáticas, mas em certo sentido, também estão em movimento”.

Alice Ieong vive e trabalha em Macau, e tem um mestrado em Belas Artes na Universidade Chinesa de Hong Kong. Além de dirigir duas associações criativas no território, a artista conta no currículo com obras expostas em Macau, Hong Kong, Xangai, Guangzhou, Taiwan e no Museu Nacional de Arte da China, em Pequim.

18 Out 2023

FRC apresenta palestra sobre conservação e restauro

Decorre hoje a partir das 19h30, na Fundação Rui Cunha (FRC), a palestra “Diálogos Transdisciplinares e Perspectivas Transformativas no Domínio da Conservação e Restauro”, inserida no Ciclo de Palestras História e Património, em parceria com a Universidade São José (USJ).

A palestra terá como oradores os académicos Célio Marques e Hermínia Sol da Unidade de Investigação TECHN&ART, do Instituto Politécnico de Tomar, em Portugal.

Serão discutidos os novos desafios na área da conservação e restauro, nomeadamente “a necessidade de novas soluções para novas situações”, tendo em conta o progresso científico. “A convergência de novos olhares, posteriormente verbalizados sob a forma de narrativas, é vital para promover a compreensão e a disseminação dos resultados”, denota o comunicado da FRC.

O Centro de Tecnologia, Restauro e Valorização das Artes (TECHN&ART) do Instituto Politécnico de Tomar, tirando partido da sua identidade transdisciplinar, desenvolve actualmente vários projectos de conservação e restauro que beneficiam de uma pluralidade de áreas de especialização. Assim, será feita uma breve apresentação do trabalho de investigação desenvolvido nesta entidade, além de se explorar “novos conceitos”, como é o caso da conservação criativa.

Quem é quem?

Célio Gonçalo Marques é professor no departamento de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) da Universidade Politécnica de Tomar (Portugal). É doutorado em Ciências da Educação com especialização em Tecnologia Educativa, mestre em Comunicação Educativa Multimédia, pós-graduado em Técnicas e Contextos de e-Learning e licenciado em Informática e Gestão.

É ainda director do Laboratório de Inovação Pedagógica e Ensino a Distância e presidente do Conselho Técnico-Científico da Escola Superior de Gestão do IPT. É também investigador integrado e director da Unidade de Investigação TECHN&ART, bem como investigador colaborador do Laboratório de Tecnologia Educativa da Universidade de Coimbra e do Centro de Administração e Políticas Públicas da Universidade de Lisboa.

Os seus interesses de investigação incluem tecnologia educativa, inovação digital, tecnologia aplicada ao património e políticas públicas. Autor de mais de duas centenas de publicações, o académico é membro do conselho editorial de várias revistas, bem como membro de comités organizadores de várias conferências internacionais.

Por sua vez, Hermínia Sol é professora auxiliar no Instituto Politécnico de Tomar (IPT), onde lecciona Inglês e Argumento. É licenciada em Português e Inglês pela Universidade de Coimbra e mestre em Women’s Studies pela Universidade de Limerick, Irlanda, além de doutorada em Literatura Americana pela Universidade de Coimbra. Além disso, é directora-adjunta e investigadora do TECHN&ART do IPT e investigadora do Centro de Estudos Anglísticos da Universidade de Lisboa (CEAUL). Hermínia Sol tem desenvolvido investigação nos domínios da literatura de viagens, ficção curta, cinema e literatura, estudos femininos e estudos americanos.

27 Set 2023

FRC | “Muda as Regras”, exposição de Zheng Yu, a partir de amanhã

Zheng Yu é o artista em destaque na exposição que abre portas amanhã na Fundação Rui Cunha. “Muda as Regras” questiona as formas mais tradicionais de criar arte e traz diversas obras, entre escultura e pintura, apresentadas nos formatos artísticos habituais e também em NFT (Non-fungible Tokens)

A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe, a partir de amanhã, às 18h30, uma nova exposição co-organizada pela Associação Internacional de Arte Contemporânea de Macau. De nome “Muda as Regras” [Change the Rules], a mostra é do artista Zheng Yu, que propõe, com este evento, um exercício de reflexão sobre as formas de apresentar arte ao grande público e a crescente importância da arte digital.

Com curadoria de Bill Wong, esta mostra reúne 79 peças de arte contemporânea, entre pintura acrílica, escultura e NFT (Non-fungible Tokens), criados como obras de arte digital transaccionável, mas apresentados aqui em conjuntos de peças físicas.

Nos últimos anos, com o rápido desenvolvimento da Internet, a tecnologia de blockchain e o surgimento dos NFT tiveram um significativo impacto no mundo da arte contemporânea. A forma como as pessoas apreciam a arte já não se limita aos museus e galerias. O público pode facilmente desfrutar de obras de arte online, em qualquer lugar e a qualquer hora. Para os artistas, a forma de criar e publicar arte também se tornou mais conveniente, rápida e eficaz.

Segundo um comunicado da FRC, Zheng Yu entende que o papel dos NFT no mercado da arte tem sido “dominado pelas regras artísticas da sociedade ocidental”, segundo as quais se um artista criar uma obra de arte física e produzir um NFT da mesma obra, os dois formatos não poderão coexistir. O artista considera, assim, que “se a obra permanecer na forma de NFT, o físico deverá ser destruído. E vice-versa”.

Ainda sobre este mundo da arte digital, mais concretamente o NFT, o curador entende que este tem “características únicas, assim como as obras físicas”. “Zheng acredita que, embora no sentido visual o NFT e o trabalho físico pareçam iguais, a sua existência em diferentes meios determina que eles sejam únicos de forma independente. Na verdade, são duas obras de arte diferentes. Então, porque temos de seguir as regras de arte feitas pelo Ocidente? Por que não tentamos nós mesmos fazer as regras?”, questionou.

Estímulo ao pensamento

O curador adiantou também, sobre esta mostra, que “o mais interessante sobre a arte contemporânea é que os artistas muitas vezes apresentam as suas ideias artísticas de formas inesperadas”.

“No campo da arte contemporânea, a definição de beleza e fealdade tornou-se confusa, as posições de liderança e assistência podem ser invertidas e as regras tradicionais de apreciação das coisas são quebradas. O público também deve tentar mudar os seus próprios hábitos de visualização, de modo a compreender melhor o que é expresso pelas obras de arte contemporânea”, disse.

Bill Wong explica ainda que o trabalho de Zheng Yu pretende, acima de tudo, “estimular o pensamento das pessoas”. “O que é arte? O que é arte “única”? Como apreciar a arte? Qual é o valor da vida? Como convive o ser humano com o meio ambiente? E assim por diante”, sugeriu.

Bilhete de identidade

Zheng Yu é membro do conselho da Associação Internacional de Arte Contemporânea de Macau, vice-director geral da Sociedade Internacional de Pintura a Óleo de Macau e membro do conselho da União dos Artistas da Área da Baía de Guangdong, Hong Kong e Macau. Zheng Yu pertence ainda à Sociedade dos Artistas de Macau. A sua obra “Tsuimu” recebeu o Prémio de Prata na Société Nationale des Beaux Arts 2018. Foi convidado a expor os seus trabalhos em diversas exposições em França, nos EUA e em cidades da China continental, incluindo Hong Kong e Macau. A exposição pode ser vista até ao dia 23 de Setembro e tem entrada livre.

11 Set 2023

FRC | Associação Wa Kei apresenta exposição de caligrafia e pintura

A Fundação Rui Cunha inaugura amanhã a exposição “Obras da Associação de Caligrafia e Pintura Wa Kei 2023”, que estará aberta ao público até ao dia 9 de Setembro. Esta é a oportunidade para ver os trabalhos da associação com o nome do conhecido calígrafo e artista Mok Wa Kei

 

Os amantes de pintura e caligrafia podem ver, a partir das 18h30 de amanhã e até ao dia 9 de Setembro, na Fundação Rui Cunha (FRC) a mostra “Obras da Associação de Caligrafia e Pintura Wa Kei 2023”, criadas pelos membros da Associação de Arte e Estudo de Caligrafia. Esta exposição, com um total de 42 obras, conta com curadoria de Mok Hei Kei, filha do renomado calígrafo e artista Mok Wa Kei, presidente da referida instituição. O público poderá ver, segundo um comunicado da FRC, uma exposição que revela “estilos bem diversificados que incluem a escrita de sinete, a escrita clerical, a escrita regular, a escrita cursiva, entre outros exemplos”.

Além disso, os 41 artistas representados exercem várias profissões. Empresários, funcionários públicos, professores, escriturários, reformados e alunos do ensino básico e secundário, integram o grupo de artistas abrangendo diferentes faixas etárias, dos mais idosos até aos jovens aprendizes.

Citada pelo mesmo comunicado, a curadora, Mok Hei Kei, afirmou que, com a organização desta mostra colectiva “a associação espera oferecer aos membros a oportunidade de mostrarem os seus trabalhos, incentivando as capacidades artísticas de cada um e promovendo a aprendizagem, pesquisa e criação da caligrafia e da pintura, para dinamizar a cultura e a arte tradicionais chinesas em Macau”.

Trabalho permanente

Desde 2018 que a associação se dedica a realizar exposições colectivas regularmente, promovendo também o ensino da calígrafia e pintura. A entidade pretende “melhorar o conhecimento e o talento dos membros, e reunir à sua volta os amantes da caligrafia e da pintura”.

Também artista, a curadora Mok Hei Kei é autora de uma das obras expostas, tal como o pai, Mok Wa Kei, que preside e dá nome à associação, com duas peças assinadas. A família de artistas inclui ainda o irmão, Mok Hei Sai (Elvis Mok), já com nome no circuito artístico local, e até a mãe, Tou Ut Ieng.

A Associação de Arte e Estudo de Caligrafia e Pintura Wa Kei foi criada em 2017, com o objectivo de pesquisar, desenvolver, treinar, promover e propagar a cultura e a arte da caligrafia e pintura chinesa, fornecendo uma plataforma para os entusiastas trocarem ideias e cultivarem o sentimento artístico e espiritual das próximas gerações de talentos chineses.

Fundador e presidente, Mok Wa-Kei é um calígrafo sénior e educador conceituado no território. Nascido em Macau em 1950, formou-se na Universidade Normal do Sul da China com um grau de bacharel em Educação. Mais tarde, estudou Caligrafia na Universidade de Macau, no Guangdong Literary Vocational College e no Xi’an College.

28 Ago 2023

FRC acolhe novamente exposição de Henry Wong

Pode ser vista novamente, na Fundação Rui Cunha (FRC), e até ao dia 5 de Agosto a exposição “Plágio – Extensão”, do artista Henry Wong. Esta mostra já esteve patente na FRC durante uma semana em Junho, apresentando-se agora um período mais alargado.

O público poderá, assim, redescobrir os papéis de rascunho com desenhos a caneta colorida, representando as composições do artista em duetos de antes e depois, desde 1997 até hoje, mas também as reproduções em seda da arquitectura da cidade com pigmentos de cores naturais, usando a técnica Gongbi, da pintura tradicional chinesa, em estilo contemporâneo.

O jovem artista Henry Wong, com 26 anos, apresenta, assim, 50 obras que reflectem não apenas a sua visão como a arte que tem vindo a desenvolver, incluindo o significado das antigas criações e compara com a sua obra actual, em termos de valores inerentes.

Uma “energia visual interessante”

A mostra teve a curadoria de Kuan U Leong, para quem “no processo de reflexão sobre o significado dos seus antigos desenhos, [Henry] Wong descobriu que os trabalhos de infância criados sem interferências externas continham uma energia visual interessante e indefinida, provocada pelo desvio subjectivo da criança. (…) Para Wong, a forma mais intuitiva de os comparar era copiá-los. Mas no processo da cópia, os desvios são racional e deliberadamente minimizados, e a nova obra perde a vitalidade da pintura infantil”.

Assim, “mesmo que duas pinturas idênticas sejam desenhadas pela mesma pessoa, elas terão significados completamente diversos, devido aos diferentes objectivos do artista em cada momento. Ou seja, a pintura não é o mais importante, o que afinal importa é o significado da acção por trás da criação”, continua a curadora, convidando o público a pensar sobre o tema.

Nascido em Macau em 1994, Henry Sio Hang Wong foi professor de inglês do ensino secundário. Em 2022, concluiu o bacharelato em Artes Visuais da Universidade Politécnica de Macau, com especialização em Pintura Chinesa (Belas Artes), explorando principalmente a arte contemporânea e a pintura chinesa. Actualmente, é membro da Associação de Artistas de Macau, da Associação de Pintores e Calígrafos Chineses Yu Un de Macau, da Associação de Arte Juvenil de Macau e da Creative Macau.

25 Jul 2023

Exposição colectiva “MusicArt” abre hoje na Fundação Rui Cunha

A galeria da Fundação Rui Cunha acolhe a partir de hoje a Exposição Colectiva “MusicArt”, uma mostra que reúne trabalhos de 17 artistas locais e do Interior da China. Com curadoria de Giulio Acconci, o conjunto de obras estabelece uma ponte entre sons e imagem através de várias expressões artísticas

 

 

A Exposição Colectiva “MusicArt” vai estar em exibição na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC) a partir de hoje, reunindo obras de 17 artistas de Macau e do Interior da China sob a batuta curadora do cantor, actor e artista local Giulio Acconci.

Com a inauguração marcada para as 18h30 de hoje, a mostra apresenta uma colecção variada de trabalhos e expressões artísticas abrangendo “diferentes meios e formatos, incluindo a pintura – óleo, acrílico, aguarela, digital e técnica mista, fotografia, gravura, colagem, metal, cerâmica, animação 3D, instalação e vídeo”, revela a organização.

A exposição está dividida em quatro partes: String Connections, Synesthesia, Imaging e Fusion. A segmentação conceptual da mostra tem como objectivo “transmitir as várias emoções da sociedade contemporânea e explorar as diversas possibilidades da arte interdisciplinar”, segundo a proposta do curador.

“MusicArt” é um “projecto de arte interdisciplinar experimental que conecta os mundos da cor e das notas musicais através de interpretação mútua, inspirando-se reciprocamente para alcançar um estado harmonioso”, revela o memorando da exposição.

Giulio Acconci acrescenta no documento que apresenta a exposição com o propósito de aliar as essências de formas de expressão diversas.

“É do conhecimento comum que tanto a Música quanto a Arte podem ser explicadas ou decompostas em teorias. Os fundamentos desses dois mundos, aparentemente diferentes, são surpreendentemente semelhantes: existem sete notas básicas na música (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si), assim como existem sete cores básicas no espectro cromático (Vermelho, Laranja, Amarelo, Verde, Azul, Anil e Violeta). Uma experiência interessante poderia ser substituir as notas e cores por números e ver o que acontece”, sugere o curador.

A exposição estará patente ao público até 22 de Julho.

 

Entre telas

Passando da teoria à prática, a FRC propõe alguns concertos, reunir as artes plásticas e a música no mesmo espaço. Assim sendo, o projecto irá contar com a colaboração da Associação Vocal de Macau e da Associação de Promoção do Jazz de Macau, que vão organizar dois concertos.

O primeiro espectáculo, marcado para 8 de Julho às 17h, intitula-se “Bel Canto Saturday”, e o segundo, agendado para 15 de Julho também às 17h, será o “Saturday Night Jazz”

O curador aponta a multiplicidade de meios artísticos como uma forma de integrar a complexidade da época.

“No confronto cada vez mais intenso de diferentes culturas e ideias, esta experiência artística interdisciplinar pode ajudar-nos a compreender melhor a época em que vivemos, e promover o vigoroso desenvolvimento da arte local em Macau”, refere Giulio Acconci.

27 Jun 2023

Via do Meio | Revista dedicada à cultura chinesa a partir de Setembro em Portugal

Uma aposta em conteúdos em português sobre a cultura clássica chinesa é o mote da “Via do Meio”, a primeira revista em língua portuguesa totalmente dedicada a este tema, lançada pelo HM, e que estará disponível em Portugal a partir de Setembro. O lançamento oficial acontece esta quarta-feira na Fundação Rui Cunha

 

A primeira revista em língua portuguesa totalmente dedicada à cultura chinesa, a Via do Meio, lançada pelo jornal diário Hoje Macau (HM), vai estar disponível a partir de Setembro em Portugal, disse à Lusa o responsável pela publicação.

“Como estamos num mundo global e a China é um dos principais parceiros desse mundo global, e uma das principais potências também, acho que é importante que nós conheçamos a cultura chinesa, além de ser esteticamente muito gratificante e teoricamente também muito gratificante conhecer uma cultura com esta vastidão e diversidade”, disse o director do HM, Carlos Morais José.

Ainda persiste a ideia de que “a cultura chinesa é monolítica”, continuou Morais José desde Macau, defendendo que existe “uma gigantesca diversidade de textos, opiniões, maneiras de ver”.

A Via do Meio, com periodicidade trimestral, vai ser distribuída em “universidades que têm cursos de chinês ou universidades com estudos humanísticos”, além de se encontrar à venda em livrarias, avançou Morais José, adiantando que a iniciativa tem o apoio logístico do Centro Científico e Cultural de Macau.

Primeiro no jornal

O projecto nasceu em Outubro do ano passado, inicialmente apenas como uma nova secção do jornal, em substituição do “H”, onde diariamente são publicados artigos e traduções de sinólogos de diferentes partes do mundo, que se expressam em língua portuguesa e abordam temas que vão do “pensamento à história, passando pela literatura, pela ciência e pela própria sociedade”.

“A ideia é todos os dias ir publicando no Hoje Macau e depois, de três em três meses, fazer uma recolha desses textos e fazer então a revista”, salientou o responsável, lembrando que o primeiro número já saiu em Fevereiro no território.

Nomes do estudo da China, como os portugueses António Graça de Abreu, Ana Cristina Alves e Rui Cascais, o alemão Roderick Ptak e o brasileiro Leandro Durazzo são alguns dos colaboradores.

As reações “têm sido excelentes”, notou Carlos Morais José. “Como costumo dizer, os portugueses têm a tradição de ser os primeiros sempre a fazer as coisas”, referiu ainda o jornalista, lembrando que Portugal teve “uma grande importância em termos da sinologia europeia”.

“Porque fomos nós os primeiros a fazer livros sobre a China, se bem que fossem em latim – estamos a falar dos padres jesuítas – , mas foram livros muito importantes para a Europa da altura, porque davam descrições da China que não havia. Mas a nossa sinologia, a partir do século XIX, talvez com o fim dos jesuítas, de algum modo entrou em pousio”, disse.

Carlos Morais José lamenta que Portugal não tenha dado aos estudos nesta área a “importância que eles merecem”, notando, porém, que, nos últimos anos, com a criação de novos cursos de chinês e de cultura chinesa, a situação está a mudar.

“Parece-me que agora estamos a voltar ao bom caminho. Até porque temos de ver que nós temos uma relação secular com a China e, portanto, temos obrigação de ter algum interesse por esta cultura e por este povo”, disse.

Os dois primeiros números da Via do Meio, ambos com 148 páginas, vão ser lançados oficialmente em Macau esta quarta-feira, às 18:30 na Fundação Rui Cunha.

13 Jun 2023

FRC | Juiz Vasco Fong apresenta livro na área do Direito

O juiz Vasco Fong, do Tribunal de Segunda Instância, apresenta na próxima quarta-feira o livro “Comentário ao Crime de Fuga à Responsabilidade (P.P.Art.89º da Lei do Trânsito de Macau)”, da autoria de Pedro Sá Machado, em colaboração com David Sá Machado, e que será apresentado a partir das 18h30 na Fundação Rui Cunha (FRC).

O livro, bilingue, nasce a partir do programa curricular ministrado, por Pedro Sá Machado, na disciplina de Direito Criminal e Processo Criminal I do curso de mestrado em Língua Portuguesa na Faculdade de Direito da Universidade de Macau, o qual passou pela anotação e comentário de decisões de jurisprudência da RAEM suficientemente controversas para uma discussão científica em sala de aula. Ora, um dos acórdãos objecto de debate foi precisamente o que agora dá à estampa.

Na perspectiva do autor, o problema principal do crime de fuga à responsabilidade não está na forma como o juiz decide, mas sim na opção político-criminal do legislador, razão pela qual pretende esta obra oferecer um pouco de dogmática à interpretação do artigo em causa, contribuindo, singelamente, para uma discussão pública do seu conteúdo e, quem sabe, a alteração legislativa desta norma penal.

Esta obra é uma edição CRED-DM – Centro de Reflexão, Estudo e Difusão do Direito de Macau, ligado à FRC.

Pedro Sá Machado é professor convidado da Faculdade de Direito de Macau, Investigador Colaborador no Instituto Jurídico da Faculdade de Direito de Coimbra, doutor e mestre em Ciências Jurídico- Criminais pela Faculdade de Direito de Coimbra e ainda especialista em Direito Penal Económico Europeu da Faculdade de Direito de Coimbra.

9 Jun 2023

FRC | Exposição de pintura de Alley Leong abre hoje ao público

Alley Leong apresenta hoje, na Fundação Rui Cunha, a exposição de pintura “Chakra Illusion Utopia”. Trata-se de uma mostra de pintura que vai buscar influências ao mundo espiritual, sem esquecer a vasta experiência da artista como tatuadora

Pode ser vista hoje, a partir das 18h30, e até ao dia 10 de Junho, uma nova exposição de pintura na Fundação Rui Cunha (FRC). Trata-se da mostra “Chakra Illusion Utopia”, de Alley Leong, uma jovem artista de Macau que começou a trabalhar como tatuadora no território e em Hong Kong. Com a pandemia, Alley regressou a Macau e começou a pintar, descobrindo uma nova faceta da arte que já mostrava nos corpos humanos que tatuava.

A mostra reúne 24 pinturas a óleo sobre tela, mas também aguarelas e tinta acrílica, no traço detalhado das tatuagens e nas cores vivas dos chakras, que transmitem a sua paixão pelo desenho cromaticamente saturado, evocando imagens oníricas do mundo fantástico e espiritual.

A exposição conta com a curadoria de Heidi Ng, que explica que a primeira vez que conheceu a artista viu uma pele “coberta de várias tatuagens, como se fosse uma roupa a vestir o seu corpo”. “O corpo inato não afectou o seu potencial criativo e desempenho, mas preencheu cada um de seus gestos com energia vital e espiritualidade”, adiantou.

Citada por uma nota da FRC, a curadora recorda uma infância de introspecção da artista por causa da sua aparência e da rebeldia vivida na adolescência, que “só depois de aprender a tatuar comecei a ter contacto com a arte e a transformar aos poucos a mentalidade”. Assim, “a pintura tornou-se uma forma de ela se expressar e explorar a vida”, frisou Heidi Ng.

Através da tatuagem, a artista conseguiu perceber o seu dom para o desenho e pintura de cores vibrantes, “o que viria a ter um impacto profundo nas suas criações posteriores”. A pandemia foi, assim, fundamental para a artista perceber o seu potencial como pintora.

Chakras e consciências

Esta exposição marca a estreia da artista como pintora, tendo como tema as cores dos chakras humanos e da autoconsciência interior. Assim, são usadas sete cores para representar a energia das imagens ou objectos.

“No processo criativo ela foi buscar inspiração ao subconsciente e transformou-a em símbolos e imagens nas suas obras. Esse estado, semelhante à meditação, permitiu que ela se aprofundasse no subconsciente e comunicasse com o seu mundo interior. A criatividade foi maximizada e ela adquiriu uma compreensão mais profunda das suas crenças, aprimorando assim o nível artístico”, considera ainda a curadora.

29 Mai 2023

Sheyla Zandonai dá palestra sobre união do jogo com a cidade

Acontece esta quinta-feira, às 18h30, na Fundação Rui Cunha (FRC) a palestra “Urbanismo do Jogo, Turismo e Início da Modernização” protagonizada pela docente e antropóloga Sheyla Zandonai. Esta iniciativa conta com o apoio do departamento de História e Património da Universidade de São José (USJ).

A história da modernização urbana de Macau, desde o advento de um regime colonial de facto em meados do século XIX, tem sido contada através da história do desenvolvimento de infra-estruturas, como é o caso da recuperação da zona ribeirinha, da remodelação da cidade, com a adopção dos planos urbanísticos e das mudanças de estilo arquitectónico.

No entanto, pouco se tem dito sobre a forma como a história da modernização de Macau se sobrepõe à história da urbanização induzida pelo jogo e como esta se encontra ligada à génese do turismo em Macau e no sul da China em geral. Esta história parece também um pouco desligada da sua existência espacial.

Onde se localizaram os primeiros empreendimentos de Macau relacionados com o jogo e porquê? Como é que a transição da era do licenciamento do jogo para os primeiros anos do monopólio do jogo, na década de 1930, se materializou na paisagem urbana?

A palestra analisa o papel do jogo como incubadora de novos tipos e formas urbanas na intersecção das racionalidades coloniais e das modernidades europeias e chinesas no âmbito da categoria de turismo mais alargada em que se insere. Argumenta-se que os esforços de modernização da Macau portuguesa na viragem do século XX evidenciam a emergência do jogo como uma força modeladora da sua imagem urbana e colonial.

Docência e estudos

De frisar que Sheyla Zandonai lançou, no ano passado, o livro ““The City in Review – Episodes of hope and not so in Macau”, que não é mais do que uma colectânea de crónicas publicadas na imprensa nos media em língua inglesa sobre estas temáticas.

Sheyla S. Zandonai lecciona no departamento de História da Universidade de Macau, sendo doutorada em Antropologia Social e Etnologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS). É autora de várias publicações sobre Macau e recebeu o Prémio de Mérito 2022 para a Investigação de Macau em Ciências Humanas e Sociais atribuído Fundação Macau e Ciências Sociais na China Press pelo seu trabalho sobre a calçada portuguesa realizado em parceria com a também investigadora e docente Vanessa Amaro. Os seus actuais interesses de investigação incluem história urbana, modernidade colonial, negócios de lazer, património e jogo.

3 Mai 2023

FRC | Dia Mundial do Livro comemorado com tertúlia na segunda-feira

A Fundação Rui Cunha comemora na segunda-feira o Dia Mundial do Livro com uma “conversa de café” subordinada ao tema: “A Luz dos Livros: Pode um livro mudar as nossas vidas?” Ana Paula Dias, Filipe Saavedra, Lawrence Lei, Pedro d ‘Alte, Sara Augusto e Shee Va são os convidados da tertúlia aberta dedicada ao prazer da leitura

 

No domingo celebra-se o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor. O dia 23 de Abril foi escolhido pela Unesco, na XXVIII Conferência Geral, ocorrida em 1995. Além de ser o dia de promoção da leitura e do respeito dos direitos de autor, 23 de Abril homenageia também os escritores Inca Garcilaso de la Vega, Miguel de Cervantes e William Shakespeare, que, coincidentemente, morreram em 23 de Abril de 1616.

É com este antecedente preambular que se celebra na próxima segunda-feira na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC), a partir das 18h30, o Dia Mundial do Livro com uma “conversa de café” subordinada ao tema: “A Luz dos Livros: Pode um livro mudar as nossas vidas?”

A organização do evento acrescenta ainda que a decisão pela escolha do dia 23 de Abril para celebrar a ferramenta de excelência para a transmissão de conhecimento, além do prazer da leitura, teve também por “base a lenda de S. Jorge e o Dragão, que na Catalunha assinalam para honrar a velha tradição segundo a qual, neste dia, os cavaleiros oferecem às suas damas uma rosa vermelha de S. Jorge (Sant Jordi) e recebem em troca um livro, testemunho das aventuras do cavaleiro”.

Folhas essenciais

No dia em que também se celebra o 11.º Aniversário da FRC, o evento dedicado ao prazer e importância da leitura conta com a participação de Ana Paula Dias, Filipe Saavedra, Lawrence Lei, Pedro d ‘Alte, Sara Augusto e Shee Va. O evento é organizado pela Associação dos Amigos do Livro em Macau e a Associação Luz da Asia (que está em fase de gestação) e será realizado em língua portuguesa com alguns dos diálogos em inglês e/ou chinês.

A FRC refere que os oradores da tertúlia “falarão sobre a verdade, ainda que ficcionada, contida nos livros, assim como sobre a procura do bem (ou do mal) nos meandros obscuros da crueldade que mascara a bondade e define o rumo das nossas vidas”. Apesar da abertura e desejos de participação activa do público, é provável que sejam elencados os benefícios da leitura para a saúde mental, para reforçar a imaginação e criatividade, “contribuindo para um mundo melhor”.

“Os livros constituem pontes de comunicação. Nesse sentido, apelamos a todos os participantes que tragam, igualmente, um livro, para que dessa forma possamos trocar os múltiplos momentos de deleite que a sua leitura proporcionou”, sugere a FRC.

Bibliotecas ao rubro

Um pouco por todo o mundo, o Dia Mundial do Livro é aproveitado para estimular e promover a leitura, a indústria dos livros e os correspondentes direitos de autor.

O Instituto Cultural (IC) também tem eventos de celebração do Dia Mundial do Livro, com “uma série de actividades promocionais, incluindo cabines de jogos, workshops, exposições, palestras, e sessões de leitura em família, com o objectivo de enriquecer a vida cultural e recreativa do público e de promover um ambiente livresco por toda a cidade”.

Uma das actividades é organizada em conjunto pelo IC, DSEDJ, e pela Biblioteca da Universidade de Macau e Associação de Bibliotecários e Gestores de Informação de Macau, “Semana da Biblioteca de Macau de 2023”.
Amanhã e no domingo, o Centro Cultural de Macau acolhe uma série de actividades como troca de livros, jogos de banca e uma feira do livro, de modo a encorajar mais residentes a desenvolverem o hábito de leitura.

A partir de hoje e até 6 de Maio, estarão montadas, em vários locais da cidade, estantes de livros “Biblioteca “Pop-up”” para o público escolher e ler livros de forma gratuita. O IC acrescenta que “as estantes serão montadas aleatoriamente em diferentes esquinas e cantos da cidade, para que os residentes possam, como na caça ao tesouro, ir à sua procura com base nas dicas publicadas pela Biblioteca nas suas redes sociais, encontrando bons livros para ler”.

21 Abr 2023

FRC | Concerto com coro de estudantes amanhã

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta amanhã, às 17h, um concerto com o coro ESLCLGG, composto por estudantes da Escola Secundário Luso-Chinesa de Luís Gonzaga Gomes, e que se integra na série de concertos musicais “Os Sons da Praia Grande”, com co-organização da Associação Vocal de Macau.

Segundo uma nota, os estudantes “estão muito entusiasmados com a oportunidade de participar nesta actuação especial, depois de um resultado bastante satisfatório no concurso de música daquela escola no ano passado”.

Este é mais um dos eventos inseridos no programa de celebrações do 11º aniversário da FRC que acontece ao longo deste mês. Neste concerto serão apresentadas músicas em chinês, inglês e filipino, além de performances a solo de piano. Esta será a primeira apresentação do coro fora da escola. A Associação Vocal de Macau sempre teve como objectivo promover o desenvolvimento da arte da música vocal em Macau, cumprindo a missão de a divulgar junto dos jovens e do público local.

A FRC aponta ainda que a “série de recitais e concertos feitos em parceria com instituições escolares do território visam proporcionar, através da música, um espaço de bem-estar e equilíbrio moral, intelectual, físico, social e estético, para pessoas de todas as idades nos seus tempos livres”.

14 Abr 2023