FRC recebe a partir de hoje “Diligently”, uma mostra de Jane Ng Sok Chan

A galeria da Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe a partir de hoje a mostra de arte de Jane Ng Sok Chan. A mostra “Diligently” reúne 20 pinturas a óleo, a acrílico, digitais e colagens da artista nascida e criada em Macau e conta com a curadoria da amiga de longa data Cinny Leong Sin Teng.

Segundo um comunicado divulgado pela FRC, Ng Sok Chan personifica diversas identidades que se reflectem na sua pintura, como artista, professora e mãe. Através das suas pinceladas, “não só adquirimos uma perspectiva sobre a sua história de vida, como também desenvolvemos uma compreensão mais profunda da força e da resiliência das mulheres modernas”, revela a curadora e também professora, citada pela FRC.

“Sou mãe, filha, professora e, acima de tudo, doméstica. Faço parte da classe trabalhadora, mas também sou pintora. Tal como muitas pessoas na sociedade, concilio vários papéis e identidades e esforço-me por gerir as responsabilidades que cada uma traz. O fardo pode ser avassalador e muitas vezes pergunto-me: porque é que as coisas não podem ser mais simples?”. É por isso que “para mim, pintar é um santuário”, revela a artista.

Percurso de vida

Formada em Desenho pela Universidade Normal de Xangai, em 2007, e com um Mestrado em Educação pela Universidade Normal do Sul da China, em 2013, Ng Sok Chan trabalha nas áreas da educação artística e da criação pictórica, tendo exposto o seu trabalho em todo o mundo. De 2016 a 2021, viveu nos Estados Unidos, onde participou em exposições conjuntas com associações de arte locais.

Após regressar a Macau em 2021, fundou o NUMBER FIVE STUDIO, com foco nas pinturas a óleo, acrílico e aguarela. Os seus trabalhos foram também seleccionados para diversas exposições e concursos, incluindo a Exposição Anual de Artes Visuais de Macau, a Exposição de Investigação de Pinturas com Materiais Abrangentes de Guangdong e o Concurso Internacional de Ilustração Hiii, entre outros.

A exposição, co-organizada pela FRC, a Associação de Arte Juvenil de Macau e a Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau, estará patente ao público até 19 de Julho, com entrada grátis.

7 Jul 2025

Exposição | “Universo em Milímetros”, de Chan Hin Chi na Fundação Rui Cunha

Descreve-se a si próprio “natural de um país estrangeiro”, mas com raízes em Macau. A visão que tem do mundo conta-a em desenhos feitos com caneta e tinta que expressam também as suas idas e vindas entre a China continental e o território. Tudo isto pode ser descoberto na mostra “Universo em Milímetros”, que inaugura hoje na Fundação Rui Cunha

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe na sua galeria, a partir de hoje, mais uma exposição. Trata-se de “Universo em Milímetros”, uma imensa colecção de 245 peças, com 56 desenhos de tamanho médio e 189 pequenos esboços de Chan Hin Chi, artista local cuja vida sempre se pautou por deslocações a várias cidades da China, mas também a diversos países como Japão, Alemanha, Suíça, França ou Portugal, entre outros. Segundo uma nota do autor, este descreve-se como sendo “natural de um país estrangeiro que se mudou para Macau, para fixar residência, na década de 60 do século passado, quando era pequeno”.

Chan Hin Chi não faz da arte a sua profissão a tempo inteiro, sendo jurista. Mas é nos desenhos a caneta e tinta que se expressa plenamente. Segundo a mesma nota, dedica-se aos desenhos, ou esboços, desde criança, e “com o curso do tempo foi-se especializando em fazer desenhos com delicadeza e paciência”, características ganhas “nos estudos de Direito e linguística”, conjugando todos estes elementos “com a exigência de equilíbrio entre a dureza e suavidade de movimentos na prática da arte marcial chinesa Taijiquan”.

Desta forma, os desenhos presentes nesta exposição apresentam um certo “sentido de nostalgia”, procurando o autor recorrer a “papéis específicos de dimensão não superior a um cartão postal, onde se traça o mundo visual com um sentido tridimensional”, para que se possa “ver grande através do pequeno”.

Existem, nestes esboços, “um universo ilimitado e criado pela riqueza das linhas e cores”, que poderão inspirar o público. “É por causa disto que a exposição e retrospectiva de desenhos se intitula ‘Universo em Milímetros'”, é destacado.

Mais do que uma partilha

“Universo em Milímetros” acarreta em si uma mão cheia de intenções por parte do seu autor, que vão além da simples partilha de um trabalho artístico com o público. Chan Hin Chi quer também expressar “alguns entendimentos obtidos ao longo de uma vida de 64 anos, em particular ao nível da vida profissional, que se relaciona com trabalhos feitos nas áreas da assessoria jurídica, gestão pública e tradução”.

A sua vida pessoal, com residência em Macau desde os anos 60, deu-lhe “uma visão muito abrangente e compreensão do mundo sob diversas ópticas”, nomeadamente a nível histórico, administrativo, jurídico ou político”, frisou.

Tal expressa-se nos desenhos que faz, e que apresenta na Galeria da FRC a partir de hoje. O autor “considera que a compreensão do que se passa no mundo não se pode fazer de uma forma fragmentada, pois todas as coisas se interligam. Essa visão constitui o essencial desta exposição, que articula duas actividades que, aparentemente, não têm ligação: o exercício de funções jurídicas e o desenho, sendo que a primeira se faz de forma racional e lógica, e na segunda predomina a subjectividade, a emoção e a paixão”, explicou.

Para o autor e artista, na prática de todas as actividades existe uma certa inclusão e “complementariedade”, bem como “a combinação e coexistência, o que faz com uma pessoa interessada, como o autor, possa ter uma visão mais alargada e aprofundada” de um certo mundo.

Conjunto de emoções

Chan Hin Chi refere ainda que desenhar nasce de uma espécie de “desilusão pela configuração da vida”, em que a composição de um desenho se faz “de forma parecida à complexidade da trajectória de vida, que depende necessariamente do controlo de nós próprios, com ligação ao ego, e factores incontroláveis, que muitas vezes nos são externos”.

“Cada desenho é um desenho para si próprio, sendo algo extremamente semelhante ao que se passa na prática jurídica e nos estudos linguísticos, concluindo-se que cada desafio pode ser uma meditação sobre a vida”, frisou. Desta forma, o autor considera que a “prática do desenho e a prática do Direito são actividades emocionais e racionais, mas que se combinam”.

Por isso, os trabalhos que podem ser vistos nesta exposição “foram produzidas nos intervalos entre as duas actividades”, tratando-se de desenhos que têm “amadurecido e purificado no fundo do coração do autor”, permitindo a este “permanecer entre o passado e a actualidade”.

Para Chan Hin Chi, uma das conclusões que se pode tirar do seu duplo trabalho de jurista e artista é a formação de uma relação com a imagem, as letras e o texto num todo. “Hoje em dia, com o desenvolvimento acelerado das áreas da ciência e tecnologia, a informação é dominada pelo texto, avultado como vastos oceanos, e é por vezes intimidatório para quem quer dominar isso. Perante este efeito secundário da civilização, muitas pessoas tendem, inconscientemente, evitar o texto e fazer uma aproximação às imagens para fundamentar o seu conhecimento da realidade. Mas este fenómeno deve-se ao facto de o texto poder, meramente, descrever a realidade com símbolos, enquanto as imagens demonstram-na como ela é, apresentando-se tendencialmente os objectos reais, tornando estas últimas mais aceitáveis e acessíveis”, descreveu.

A FRC descreve ainda, sobre esta mostra, que se trata de uma colecção que “representa as marcas de tinta deixados pelo autor ao longo dos anos, cuidadosamente seleccionadas de entre mais de duas centenas de pequenas obras, com o objectivo de as partilhar com os apreciadores de desenho, e aperfeiçoar a sua arte através da interacção e da troca de experiências”. A inauguração acontece a partir das 18h30.

24 Jun 2025

FRC | Debate em torno do Tribunal Arbitral da ICC decorre hoje

Integrada no ciclo “Reflexões ao Cair da Tarde”, a conversa de hoje na Fundação Rui Cunha gira em torno do Tribunal Arbitral da Câmara de Comércio Internacional e a ligação à comunidade jurídica local, contando com quatro intervenientes: Winnie Wat, Ana Coimbra Trigo, Mariana Afonso Esteves e Fátima Dermawan

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe hoje, a partir das 18h30, a conferência “Tribunal Arbitral da ICC: Ligando-se à Comunidade Jurídica de Macau”, dedicada a discutir a Corte Internacional de Arbitragem, na qualidade de “instituição arbitral líder mundial” e a sua conexão com a realidade local.

Segundo uma nota de imprensa, “desde 1923 [que esta entidade] tem ajudado a resolver disputas em litígios comerciais e de investimento internacionais”, sendo que a Corte administra “arbitragens exercendo supervisão judicial dos procedimentos arbitrais, garantindo a aplicação adequada das Regras de Arbitragem de 2021 e auxiliando as partes e os árbitros”.

“Esses esforços são apoiados pelo Secretariado da Corte, composto por mais de 100 advogados e funcionários, operando em escritórios em Paris, Nova Iorque, São Paulo, Singapura, Abu Dhabi e Hong Kong”, destaca-se, sendo que o painel de hoje “visa apresentar à comunidade jurídica de Macau o funcionamento do Tribunal Internacional de Arbitragem da ICC [Câmara de Comércio Internacional], apresentando o seu funcionamento e estatísticas relevantes, além de explicar o papel do Secretariado e do Tribunal nos seus serviços de Arbitragem e ADR.

O debate visa ainda apresentar “uma visão geral do quadro jurídico da arbitragem em Macau e os seus desenvolvimentos mais recentes”, além de que serve o interesse de “empresas, advogados internos e externos, funcionários governamentais, juízes, professores e estudantes que estejam interessados em aprender sobre a ICC ou em participar em arbitragens da ICC no futuro, como advogados, peritos ou árbitros”.

As vozes da razão

Nestas “Reflexões ao Cair da Tarde” participam Winnie Wat, vice-conselheira do Secretariado da Câmara de Comércio Internacional de Arbitragem. É credenciada como membro do Chartered Institute of Arbitrators (FCIArb) desde 2021 e mediadora do Centro de Resolução de Litígios (CEDR).

Destaca-se ainda a participação de Ana Coimbra Trigo, associada sénior na área de Resolução de Litígios da sociedade de advogados portuguesa PLMJ Law Firm.

Com 10 anos de experiência, participa regularmente como advogada e secretária do tribunal em arbitragens internacionais e nacionais e processos judiciais relacionados, bem como em outros litígios civis e comerciais, incluindo questões pós-fusões e aquisições, telecomunicações, energia, aviação e imobiliário.

Além disso, é membro do Tribunal Internacional de Arbitragem da ICC para Macau e docente universitária.

Mariana Afonso Esteves, outra das oradoras, é advogada sénior associada da C&C Advogados & Notários desde 2009. As suas áreas de actuação abrangem Contencioso e Resolução de Litígios, Mediação e Arbitragem, Direito do Jogo, Direito dos Seguros, Sucessões, Direito da Família, bem como Direito Administrativo e Público.

Fátima Dermawan é assessora jurídica adjunta na operadora de jogo Sands China, onde supervisiona o departamento de contencioso da empresa. Fátima é licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa e mestre pela Faculdade de Direito de Harvard, exercendo advocacia em Portugal desde 2013, em Macau desde 2016 e no Estado de Nova Iorque desde 2020.

23 Jun 2025

Startups | Debate na FRC analisa papel de Macau como plataforma

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h30, uma conferência subordinada ao tema “Macau como Porta de Entrada às Oportunidades de Investimento nas Start-Ups Tecnológicas”.

Trata-se de um evento organizado pela AEIMCP – Associação para o Empreendedorismo e Inovação Macau – China e Países de Língua Portuguesa, tendo como oradores Rui Ferreira, ex-CEO da Portugal Venture e Sócio-Gerente da Nascente Value Accelerator; Paulo Andrez, empresário, autor e Presidente Emérito da EBAN (European Business Angel Network); e Ana Barjasic, membro do conselho do EIC (Conselho Europeu de Inovação). A moderação fica a cargo de Marco Duarte Rizzolio, Presidente da AEIMCP.

Segundo uma nota da FRC, o debate gira em torno da ideia de Macau poder “servir de ponte fundamental para fomentar a inovação e o investimento em start-ups tecnológicas, ligando a China, os Países Lusófonos e os mercados globais”.

Pretende-se também “explorar oportunidades, desafios e estratégias, para alavancar a posição única de Macau e impulsionar a inovação e o crescimento do investimento”, referiu Marco Rizzolio, citado pela mesma nota.

19 Jun 2025

Fundação Rui Cunha acolhe “Polifonia” até à próxima semana

A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe até sábado da próxima semana, dia 17, a exposição colectiva “Polifonia”, com trabalhos do artista Gu Yue e de seis doutorandos da Faculdade de Humanidades e Artes da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST), co-organizadora do evento.

O projecto dá a conhecer 20 obras que representam as formas e estilos do renomado artista e Professor Gu Yue e dos seus discípulos Luo Su, Zhu Zhaohui, Wang Kongbin, Ding Song, Guo Weiwei, e Wei Dongsheng.

Segundo uma nota da FRC, esta exposição apresenta “um banquete visual que transcende a tradição e a contemporaneidade, o material e o digital, o local e o global, através da colisão de diversos media e da ressonância de ideias”.

Os trabalhos abrangem diversas formas de arte, “como instalações, pinturas a óleo, pinturas em laca, pinturas de areia e trabalhos a pincel de detalhe, exibindo o ecossistema artístico único de Macau como um ponto de convergência cultural”, é referido.

O nome da exposição tem origem “na terminologia musical, referindo-se à oposição e simbiose de múltiplas vozes”. A apresentação da mostra refere que “a missão da arte é criar desorientação cognitiva”, sendo que “através do confronto entre o artesanato tradicional e os novos media, e do entrosamento de genes culturais locais e questões globais, ela quebra a narrativa linear e convida o público a calibrar a sua cognição no ‘fosso entre o brilho e a sombra residual'”.

Trabalho conjunto

O professor Gu Yue alinha os seus trabalhos e a investigação com o tema principal da exposição. As criações dos seis estudantes de doutoramento “partem de experiências individuais e respondem a proposições como a identidade, o tempo e a memória na era do capital digital, formando também uma ressonância multi-voz do pensamento”.

A exposição não é apenas uma exibição concentrada de realizações académicas, mas também uma experiência especulativa sobre a essência da arte. “Neste lugar culturalmente estratificado de Macau, a ‘polifonia’ tenta usar a arte como um prisma para reflectir as possibilidades simbióticas de múltiplas realidades”, descreve a equipa, citada pela mesma nota.

9 Mai 2025

FRC | Recital com estudantes da UPM decorre este sábado

Acontece este sábado, na Fundação Rui Cunha, o “Recital Conjunto de Estudantes de Música da UPM”, integrado na série de concertos “Os Sons da Praia Grande”. Trata-se de uma iniciativa realizada em parceria com a Associação Vocal de Macau que pretende mostrar o talento de sopranos locais e do que de melhor se faz na música no território

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta este sábado, a partir das 17h, o “Recital Conjunto de Estudantes de Música da UPM”, integrado na série de concertos musicais “Os Sons da Praia Grande”, co-organizado pela Macau Vocal Association. A edição desta tarde de Bel Canto, um estilo de canto, irá trazer novas vozes do Curso de Música da Universidade Politécnica de Macau, sob a responsabilidade da Professora de Canto, Wang Xiao.

O programa contará com a presença das sopranos Cai Shiyi, Lei Changkun, Wu Shuangrong, You Xirui e Liao Beijia, além do tenor Yang Junbin e do barítono Zong Xiaohuan, que serão acompanhados ao piano por To Ching Yin.

A música seleccionada para a sessão inclui peças clássicas de compositores como os austríacos Wolfgang Amadeus Mozart e Franz Schubert, o alemão Johannes Brahms, o checo Gustav Mahler, o húngaro Franz Lehár, os franceses Claude Debussy e Reynaldo Hahn, os italianos Giacomo Puccini e Gioacchino Rossini, e ainda os chineses Wang Long, Qing Zhu, Huang Zi, Liu Qing e Li Yan.

O poder da voz

O estilo “Bel Canto” é considerado a expressão máxima da voz humana, destaca a FRC, em comunicado. O termo Italiano foi cunhado no século XVIII. Trata-se de uma técnica vocal que enfatiza a beleza do som e a capacidade técnica do artista, em vez da expressão dramática ou da emoção romântica, que ainda hoje é ensinada em moldes semelhantes aos do passado. As sessões “Sábados de Bel Canto” têm lugar em todos os segundos sábados do mês, com entrada gratuita.

A FRC tem colaborado nos últimos anos com vários grupos e alunos de música e canto para realizar estas sessões. A título de exemplo, em Maio de 2023 foi a vez de o Coro do Colégio Diocesano de São José 6 se apresentar na galeria da FRC sob a batuta do maestro Mars Lei, tendo sido também apresentada uma selecção de composições clássicas diversas.

30 Abr 2025

Caligrafia | FRC acolhe nova mostra a partir de hoje

A galeria da Fundação Rui Cunha acolhe uma nova mostra de trabalhos de caligrafia. Trata-se de “Feelings Expressed in Ink”, da autoria da artista e docente Ao Wan U e de alunos do Centro I Chon da União Geral das Associações de Moradores de Macau, conhecidos também como Kaifong

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) inaugura hoje, a partir das 18h30, a mostra colectiva de caligrafia com o nome “Feelings Expressed in Ink”, com trabalhos da artista e professora Ao Wan U e alunos séniores do Centro I Chon da União Geral das Associações dos Moradores de Macau. A entidade co-organiza este evento em conjunto com a Associação de Poesia dos Amigos do Jardim da Flora.

Esta mostra apresenta cerca de 60 obras de caligrafia a caneta e pincel, ricas em contexto e diversidade, executadas por 40 artistas amadores de idades compreendidas entre os 45 e os 88 anos de vida.

“A caligrafia, um aspecto essencial da cultura chinesa, transporta a sabedoria e as tradições estéticas desenvolvidas ao longo de milhares de anos. Não é apenas uma forma de arte, mas também um caminho para o crescimento espiritual”, refere Ao Wan U, citada por um comunicado da FRC.

A responsável acrescenta ainda que “além de despertar o potencial mental dos nossos participantes mais maduros, a prática da caligrafia serve para enriquecer a sua compreensão e apreciação desta forma de arte, através da aprendizagem colaborativa e da troca. Os participantes transmitem as suas histórias com tinta, expressando as suas emoções através das obras de arte. Este esforço reflecte com perfeição o princípio da “aprendizagem ao longo da vida”, revelou ainda.

A paixão da arte

Na apresentação da mostra, Ao Wan U, que foi tutora deste projecto, refere a sua dedicação ao universo da caligrafia, na ligação à docência.

“Como tutora deste projecto, possuo um mestrado em Educação e mais de 20 anos de experiência no ensino da caligrafia. Recebi vários prémios do Concurso de Caligrafia de Macau para Professores do Ensino Básico e Secundário, reflectindo o meu profundo empenho em nutrir uma paixão por esta forma de arte. A minha dedicação à excelência na educação valeu-me o reconhecimento como ‘Tutora de Excelência'”, explicou.

A responsável ensina também caligrafia não só em escolas de ensino formal, mas também em programas de educação contínua para alunos adultos. “Através destes programas, espero contribuir para aumentar a sua autoconfiança e auto-estima”, disse. A mostra vai estar patente na FRC por um curto período de tempo, terminando já este sábado, 12.

7 Abr 2025

FRC apresenta “Temas de Direito” até final do mês

A Fundação Rui Cunha (FRC) promove hoje, amanhã e depois na próxima semana, nos dias 26 e 27 de Março, às 18h30, um conjunto de palestras de Temas de Direito, sobre as “Vicissitudes do processo (I)”, que tem por finalidade identificar possíveis incidentes nos processos judiciais e debruçar-se sobre os respectivos regimes. As sessões vão decorrer em paralelo, nas línguas portuguesa e chinesa, coordenadas por Teresa Leong.

As sessões são organizadas pelo CRED-DM – Centro de Reflexão, Estudo e Difusão do Direito de Macau da FRC. Este ciclo de conferências pretende abordar, de forma prática e explicativa, temas relevantes do dia-a-dia de todos os operadores judiciários de Macau, um projecto iniciado em anos anteriores e que teve grande adesão da classe.

Segundo Teresa Leong, “o processo judicial inicia-se com o litígio e termina com a decisão para pôr termo a esse litígio”. “Se o processo seguir o seu curso normal, sem grandes sobressaltos, a justiça é naturalmente servida sem transtorno. Contudo, incidentes da mais variada ordem tornam esse desiderato, por vezes, difícil de atingir. Esses incidentes, além de causarem certo transtorno ao processo em curso, podem até pôr em causa os actos laboriosamente praticados, inclusivamente, a própria decisão final”, explica.

Com “Vicissitudes do processo (I)” inicia-se essa abordagem com a análise das circunstâncias em que pode, ou tem que, haver modificação dos sujeitos de um processo judicial e as suas implicações para o processo em curso. Na primeira sessão, ou seja, hoje, irá falar-se da “Modificação subjectiva: Substituição subjectiva vs. cumulação subjectiva” e “Intervenção de terceiros: Intervenção principal”. Na segunda sessão, uma semana depois, será a vez da apresentação do módulo “Intervenção de terceiros: Intervenção acessória e oposição”.

As palestras em português realizam-se hoje e no dia 26 de Março, e as congéneres em chinês realizam-se amanhã, 20, e 27 de Março, na galeria da FRC.

19 Mar 2025

FRC | Arte Gongbi, de Zou Li, para ser vista até 5 de Abril

“Burning Like a Lotus” é o nome da nova exposição patente na Fundação Rui Cunha até ao dia 5 de Abril. Esta é uma oportunidade para conhecer melhor o género de Arte Gongbi, com trabalhos da autoria de Zou Li. A Arte Gongbi é conhecida pela pintura de extremo detalhe com pincéis finos

 

Desde esta terça-feira que há uma nova mostra para visitar na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC). Trata-se de “Burning Like a Lotus”, da autoria da artista Zou Li, e que constitui um exemplo do género de Arte Gongbi, caracterizado pelo uso da tradicional técnica de detalhe a pincel fino e delicado, sobre papel de arroz japonês, tecido de seda ou leques de seda orientais.

Zou Li é considerada “uma pintora de renome com mais de cinquenta anos de carreira e experiência, cujo foco artístico se centra maioritariamente em torno de temas relacionados com a história da mulher chinesa”. As três dezenas de obras agora expostas na FRC foram realizadas entre 1997 e 2022.

No trabalho da artista existe uma “consciência da feminilidade através da sua extraordinária expressão artística”, estando presentes nas criações “harmoniosas e comoventes da beleza do corpo e da alma das mulheres”, defendeu, segundo uma nota da FRC, Ung Si Meng, presidente honorário da Associação de Amizade e Coordenação dos ex-Deputados da Assembleia Popular Nacional e ex-Membros da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês de Macau.

Descreve-se ainda que “durante muito tempo, e para cumprir as suas responsabilidades sociais e a sua vocação como pintora profissional, Zou Li participou activamente em várias criações históricas importantes”.

Trata-se do rolo de pergaminho intitulado “Imperatriz Wu Zetian” ou a colecção “Cem Imagens de Concubinas Chinesas”. Ung Si Meng descreveu ainda Zou Li como sendo “amplamente reconhecida e apreciada por especialistas, académicos, colegas e pela sociedade artística chinesa”.

Grande dimensão

Ainda segundo a mesma nota, refere-se que as obras de Zou Li “reflectem a dimensão do seu conhecimento académico e artístico, que já atraíram a ampla atenção dos círculos artísticos nacionais e internacionais”.

Além disso, “as suas obras têm sido muito apreciadas por galerias de arte, museus, instituições de arte, públicas e privadas, e coleccionadores”. Zou Li criou, ao longo da sua carreira, mais de mil obras, bem como mais de cinquenta exposições individuais, no seu país e no estrangeiro, tendo publicado também mais de dez catálogos de arte individuais. Recentemente, em Abril de 2024, o Museu Nacional de Mulheres e Crianças da China adquiriu uma colecção de 593 peças suas.

Zou Li é membro da Associação de Artistas da China, investigadora do Salão de Investigação Wenshi do Governo Popular da Província de Guangdong, directora do Instituto de Pintura Chinesa da Província de Guangdong e presidente honorária da Associação de Artistas de Foshan. No passado, desempenhou as funções de vice-directora da Filial Sul do Instituto Central de Cultura e História da China, onde fez também trabalho de investigação.

19 Mar 2025

FRC | Debate sobre língua portuguesa na próxima segunda-feira

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta na segunda-feira, 17, às 18h30, uma sessão do ciclo “Roda de Ideias”, intitulada “O potencial da língua portuguesa no mundo contemporâneo”, com a participação do antigo reitor do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, Luís Reto, e o reitor associado da Faculdade de Negócios da Universidade da Cidade de Macau, José Paulo Esperança. O evento vai ser moderado por Marco Duarte Rizzolio, presidente da AEIMCP e co-fundador do programa de empreendedorismo “929 Challenge”.

Os oradores convidados são co-autores do livro “Novo Atlas da Língua Portuguesa”, uma obra lançada pelo ISCTE-IUL em 2016, que procura ser um contributo para a afirmação do valor e potencial de um património único, numa abordagem multidisciplinar e integradora, espelho das múltiplas realidades dos seus falantes, descreve a FRC, em comunicado.

Segundo a AEIMCP – Associação de Empreendedorismo e Inovação Macau – China e Países de Língua Portuguesa, co-organizadora do evento, a sessão irá abordar a importância histórica, cultural e geoestratégica da língua portuguesa no mundo contemporâneo. “A discussão abrangerá os factores históricos que moldaram a expansão da língua portuguesa, a sua influência económica e geoestratégica actual, bem como os desafios e oportunidades relacionados com a promoção e o ensino do português à escala global”, refere a associação, citada pela mesma nota.

Além disso, “o seminário reflectirá sobre as possíveis trajectórias futuras da língua portuguesa no século XXI”, explorando ainda “o papel dos países lusófonos no cenário global, e como a língua portuguesa pode continuar a expandir sua relevância cultural, económica e educacional”, adianta a organização.

12 Mar 2025

FRC | Pinturas sobre Igreja de São Paulo para ver a partir de hoje

O novo ano arranca na Fundação Rui Cunha com uma exposição de pintura. Trata-se de “Ritmos da Tinta Chinesa na Igreja de São Paulo”, da autoria de Tsang Tseng Tseng, artista e docente universitária. Eis a oportunidade para ver a zona das Ruínas de São Paulo pintada a tinta-da-china, sob inúmeras perspectivas

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) inaugura hoje, a partir das 18h30, uma nova exposição, intitulada “Ritmos da Tinta Chinesa na Igreja de São Paulo”, de Tsang Tseng Tseng, artista de Macau que explora os domínios artísticos da pintura tradicional chinesa através das paisagens como tema para expressar as suas emoções. A curadoria é de Jun Zilan.

A mostra, segundo um comunicado, é organizada em parceria com a Associação de Arte Juvenil de Macau e Macau Artists Society. Podem, assim, ver-se 40 pinturas feitas a tinta-da-china, em vários tamanhos, desde obras de maior dimensão a pequenas composições de cuidado detalhe.

O estilo de Tsang Tseng Tseng é descrito como sendo “espontâneo e natural, misturando elementos da tradição antiga com uma sensibilidade moderna”. Citado pela mesma nota, Lok Hei, presidente da Macau Artists Society, revelou que a artista estudou em Jiangnan, “uma região com um rico património cultural, pelo que as suas criações artísticas estão profundamente integradas com os valores culturais tradicionais”.

“Entre os muitos jovens artistas de Macau, Tsang Tseng Tseng destaca-se pela sua dedicação à arte. Enquanto estudava para o seu doutoramento na Academia de Arte da China, centrou-se na exploração de pinturas das dinastias Song e Yuan e conduziu uma extensa pesquisa sobre Wu Li, um artista importante do final da dinastia Ming ao início da dinastia Qing, que teve importantes ligações culturais e artísticas com Macau”, afirmou ainda.

Da tradição para a modernidade

Lok Hei adiantou também que as pinturas da artista “baseiam-se na tradição, ao mesmo tempo que incorporam elementos de inovação, integrando a elegância clássica com um toque contemporâneo”. “Ao enfatizar o pincel e a tinta, ela procura expressar a paz e a liberdade no meio do caos do mundo moderno”, refere ainda Lok Hei.

Há cerca de 20 anos que Tsang Tseng Tseng pinta com recurso à tinta-da-china, tendo vencido, em 2008, o “Prémio Novos Talentos” na 24ª Exposição Colectiva de Artistas de Macau, galardão atribuído pelo Instituto para os Assuntos Municipais de Macau. Após a formação académica, em 2014 foi uma das duas alunas admitidas no programa da Academia de Artes da China de pós-graduação do professor Lin Hai Zhong, reconhecido em toda a Ásia como a referência máxima da pintura da academia tradicional. Desde 2022, a artista é docente na Universidade Cidade de Macau. A exposição na FRC pode ser vista até ao dia 18 de Janeiro.

7 Jan 2025

FRC acolhe palestra sobre Direito comparado em contratos comerciais

A Fundação Rui Cunha (FRC) recebe hoje a conferência “Crise e alterações de circunstâncias: As lições do Direito comparado”, protagonizada por Dário Moura Vicente. O orador, que fala a partir das 18h30, é professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e professor adjunto da Faculdade de Direito da Universidade de Macau.

O tema da palestra incidirá sobre a ligação entre as crises económicas ocorridas nos últimos anos, nomeadamente as “severas crises em 2008-2009 e 2019-2020”, e o facto de terem “colocado em evidência os problemas postos pela alteração anormal das circunstâncias, em que as partes fundaram a decisão de contratar”.

É aqui que se fará o exercício do Direito comparado entre os regimes jurídicos nacionais relativos à contratação, pois estes “diferem substancialmente entre si, revelando-se as diferentes concepções acerca do contrato e da sua função social que lhes estão subjacentes”.

Uns e outros

Segundo o comunicado que apresenta a conferência, os sistemas romanistas do Direito possuem “um princípio de equivalência das prestações contratuais, com longa tradição, que permite à parte lesada reclamar, sob certas condições, a modificação ou a resolução dos contratos”, mas depois os “sistemas da Common Law são muito mais restritivos no tocante à admissibilidade da resolução ou modificação do contracto por alteração de circunstâncias”.

Desta forma, “a diversidade de regimes é, inevitavelmente, fonte de insegurança no comércio internacional”, embora “as partes nos contratos disponham de diversos instrumentos que lhes permitem mitigar o problema”, nomeadamente “os acordos de escolha da lei aplicável, as cláusulas de hardship, as convenções de arbitragem que confiram aos árbitros o poder de adaptarem contratos de prestações duradouras a novas circunstâncias e a designação das regras ou princípios comuns a diferentes sistemas jurídicos”.

Na conferência protagonizada por Dário Moura Vicente falar-se-á também das possibilidades encontradas no Direito Internacional Privado, que “faculta aos interessados, em vários dos sistemas referidos, o apelo à reserva de ordem pública internacional a fim de obstarem aos resultados mais injustos da aplicação de leis estrangeiras ou do reconhecimento de sentenças estrangeiras”.

18 Nov 2024

Grande Baía | Memórias em exposição de pintura na Fundação Rui Cunha

He Honglang, Li Zhuchao e Fu Rao são três jovens artistas de Macau que juntaram as suas veias artísticas para uma exposição conjunta na Fundação Rui Cunha. “The First Moment of Pure Flowers Bloom” terá uma curta duração, com fim apontado para este sábado, mas será possível observar a leitura artística que estes residentes fazem do espaço inerente à Grande Baía

 

Foi inaugurada esta terça-feira uma nova exposição de pintura na Fundação Rui Cunha (FRC). Trata-se de “The First Moment of Pure Flowers Bloom – Memories of Bay Area Cities” [O Primeiro Momento em que as Flores Puras Florescem – Memórias das Cidades da Área da Baía], dos jovens artistas He Honglang, Li Zhuchao e Fu Rao, sendo esta co-organizada pela Associação de Arte Juvenil de Macau.

O público poderá, assim, ver 26 pinturas a óleo e gravuras criadas pelos três artistas que são também estudantes de mestrado da Universidade Politécnica de Macau. Nestes trabalhos expressa-se, segundo uma nota da FRC, “o estilo urbano único e a atmosfera cultural da Grande Baía através da pintura feita com devoção”.

Na nota de intenções, descreve-se que o tema da exposição “simboliza a busca dos artistas pela vida e pela beleza, bem como a exploração de uma nova existência e esperança”. “Enquanto estudam em Macau, os artistas participantes vivenciam o espírito humanístico do continente e da Grande Baía com ‘coração puro’ e geram motivação e força criativa”, é ainda descrito.

Forma de expressão

A exposição que está patente esta semana na FRC traz obras que “não são apenas uma exploração da renovação e da esperança, mas também um olhar afectuoso sobre a passagem do tempo e a mudança da cidade”. Descreve-se ainda que através destes quadros, “o público irá vivenciar o momento puro do início da vida, e sentir o calor e a transitoriedade da memória da cidade”.

Aqui, os artistas “atravessam as fronteiras de regiões e culturas para nos apresentarem cidades repletas de histórias”, nomeadamente no caso do He Honglang, que se centra “na coexistência de edifícios antigos e novos na cidade da Grande Baía e na integração da arquitectura chinesa e ocidental”.

Enquanto isso, Li Zhuchao “centra-se na situação actual da indústria pesqueira de Macau”, e Fu Rao “centra-se nas cenas em movimento”. Ainda segundo o manifesto da mostra, as cidades da Grande Baía “deixaram de ser apenas espaços físicos, mas passaram a ser portadoras de memória e emoção urbana”, pois cada obra apresentada na exposição “é como uma pequena peça de um puzzle, quando juntas formam uma magnífica imagem da cidade, da memória, do tempo”.

A Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau é um projecto político que visa a cooperação e integração regional entre Macau, Hong Kong e nove cidades da província de Guangdong.

13 Nov 2024

FRC | “Tarde Musical de Goa, Damão e Diu” hoje às 18h15

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, pelas 18h15, uma “Tarde Musical de Goa, Damão e Diu”, que traz ao palco da Galeria os artistas convidados Franz Schubert Cotta e Omar de Loiola Pereira, para um dueto de vozes, viola, violino e bandolim com os sons da Música Popular Goesa.

O evento, com entrada gratuita, é co-organizado pelo Núcleo de Animação Cultural de Goa, Damão e Diu, que este ano tem sob destaque a promoção da sua cultura no Festival da Lusofonia em Macau, trazendo ao território demonstrações diversas das tradições e costumes desta Comunidade de Língua Portuguesa, como é o caso dos dois artistas de referência.

Franz Schubert Agnelo de Miranda Cotta, multi-instrumentista e vocalista, nasceu numa família musical com ricas tradições culturais. Deixou uma carreira jurídica, de mais de 15 anos, para ingressar na Universidade de Goa, como professor auxiliar de Estudos Portugueses e Lusófonos.

Omar de Loiola Pereira Octaviano iniciou o seu percurso musical na guitarra aos sete anos de idade. Aos 16 anos fundou e dirigiu um coro juvenil, o Juventus, e mais tarde os Ovation, um ensemble vocal mais pequeno com membros mais experientes. Desde 1991 foi também membro do grupo cultural goês Gavana.

24 Out 2024

André Luiz Reis fala hoje sobre política externa do Brasil na FRC

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h30, a primeira sessão do ciclo de palestras intitulado “Roda de Ideias”, sendo que o debate de hoje tem como nome “Política Externa Brasileira: Qual é o lugar do Brasil no mundo?”, que terá como orador convidado André Luiz Reis da Silva, professor associado da Faculdade de Ciências Económicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no Brasil. A conversa será moderada por Francisco Leandro, professor associado da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Macau (UM).

O tema em reflexão será o lugar do Brasil no mundo, que se encontra em permanente redefinição. No comunicado, que explicita o tema do debate de hoje, lê-se que o Brasil, “quer seja designado como potência emergente ou como potência média ou regional, o tamanho do país não lhe permite desempenhar um papel menor, que não passe de uma simples boleia das grandes potências ou que permaneça acomodado”.

Ao mesmo tempo, “exige-se uma constante avaliação das suas capacidades e limitações conjunturais e estruturais, na procura de uma leitura adequada dos seus interesses e condições de actuação no sistema internacional”, refere a proposta de intenções.

Uma história no estrangeiro

Em termos históricos, “na primeira década do século XXI o país fortaleceu os seus activos diplomáticos nas várias esferas; no entanto, estes foram sendo lentamente consumidos ao longo da segunda década”.

Desta forma, a palestra que hoje se apresenta “aborda a política externa brasileira do início do século XXI até os dias de hoje, tendo como eixos de análise as matrizes de inserção internacional, formuladas nos âmbitos regional, multilateral e bilateral, procurando analisar as principais características, os dilemas e as opções da actuação externa do Brasil do novo Governo Lula, iniciado em Janeiro de 2023, tais como Integração regional, Brasil-China, BRICS, Sul Global e actuação multilateral”, pode ler-se.

A passagem por Macau do professor André Reis insere-se no projecto que estuda a geopolítica do Brasil, como parte do esforço que a Universidade de Macau está a fazer no contexto da promoção do estudo das relações internacionais dos Países de Língua Portuguesa.

20 Out 2024

FRC | Inaugurada hoje exposição “Traços de Elegância e Beleza”

A Fundação Rui Cunha inaugura hoje, às 18h, a Exposição das Calígrafas, Pintoras e Escultoras de selos de Macau “Characters of Elegance and Beauty” [Traços de Elegância e Beleza], uma mostra colectiva dos membros da associação.

O conjunto é composto por 61 obras, criadas por 40 membros participantes, centradas no tema da dupla celebração, ou seja, os 75 anos da fundação da República Popular da China e o 25.º aniversário do estabelecimento da RAEM.

A exposição inclui uma colecção diversificada de caligrafia, escultura em selo e vários elementos artísticos, tais como pinturas de estátuas de Buda, figuras, paisagens, flores e pássaros.

Ao comemorar a dupla celebração durante o Festival do Meio Outono, a associação apresenta esta exposição de caligrafia, pintura e escultura de selos, num cenário vermelho e dourado que simboliza a prosperidade e a felicidade, reflectindo o significado desta ocasião.

Nos últimos seis anos, desde a sua criação, a associação organizou 19 exposições, confirmando o notável progresso e crescimento desta comunidade artística. Utilizando como lema, “O conhecimento, como um mar, não tem limites,” a associação aspira a maiores plataformas, orientação e conhecimento para que possa cumprir a sua missão de preservar e promover a cultura tradicional chinesa. As obras vão estar expostas até ao dia 21 de Setembro.

13 Set 2024

FRC | Mostra de pintura Gongbi abre ao público terça-feira

A galeria da Fundação Rui Cunha inaugura na próxima terça-feira ao fim da tarde a exposição colectiva “Essence Unbounded”, que reúne 32 quadros de membros da Associação de Pintura Gongbi de Macau. A pintura Gongbi é uma forma de expressão artística ancestral marcada pelo realismo e a representação colorida de cenários naturais

 

Na próxima terça-feira, 27 de Agosto, a partir das 18h30, a galeria da Fundação Rui Cunha (FRC) inaugura a Exposição da Associação de Pintura Gongbi de Macau “Essence Unbounded”, uma mostra colectiva dos membros da Associação de Pintura Gongbi de Macau, que conta com curadoria do Mestre Li Jinxiang, que também dirige a associação.

O conjunto é composto por 32 obras de arte, criadas por 32 membros da associação, onde a tradicional pintura meticulosa chinesa figura em temas diversos, como representações realísticas de peixes, gatos e pássaros. A mostra estará patente até 7 de Setembro.

O Gongbi é uma técnica de grande precisão, realista e cuidadosa, geralmente mais descritiva do que interpretativa, que exige pinceladas de inabalável detalhe e delicadeza. É uma arte de paciência e perseverança, cujo desenho requer linhas finas para representar os objectos com minúcia e semelhança exageradas, a que se acrescentam em seguida camadas de tinta e cor, sobre papel de arroz ou seda, até o artista se aproximar da perfeição e do requinte da arte.

Aprender a arte

Segundo o Mestre Li Jinxiang, responsável pela curadoria da mostra, esta expressão artística remonta aos tempos da Dinastia Han (206 AC – 220 DC). “A ‘essência’ da pintura Gongbi é representada através do detalhe meticuloso que tenta captar com realismo o objecto. Já o aspecto ‘ilimitado’ da pintura Gongbi refere-se à capacidade de os artistas retratarem cada aspecto com infinita e desmedida minúcia, dando vida aos temas e transmitindo um sentido que vai além da chamada replicação fotográfica”, refere o curador da mostra explicando o significado do título da exposição “Essence Unbounded”.

Segundo um comunicado da FRC, Li Jinxiang graduou-se em Caligrafia e Pintura pela Universidade Renmin da China, em Pequim, e é formador profissional de Pintura Gongbi, a que se tem dedicado nas últimas duas décadas. Ocupa actualmente o cargo de presidente da Associação de Pintura Gongbi de Macau, e é membro da Associação Chinesa de Pintura Gongbi e da Sociedade de Artistas de Macau.

O curador da mostra é também director do Centro de Educação de Pintura Moquxuan Gongbi de Macau e um artista regularmente convidado pela Associação de Calígrafos e Pintores Chineses. O seu trabalho tem sido amplamente reconhecido, com pinturas seleccionadas para prestigiadas exposições e concursos em Macau, Hong Kong, Taiwan e Interior da China.

Em paralelo com a exposição, Li Jinxiang irá conduzir um Workshop de Pintura Gongbi na FRC, que se realiza no dia 2 de Setembro (segunda-feira), das 16h às 18h, em cantonês e limitado a oito participantes. O artista irá ainda apresentar quatro sessões de demonstração ao vivo na galeria da FRC nos dias 28 e 30 de Agosto, e 4 e 6 de Setembro, sempre entre as 15h e as 17h.

22 Ago 2024

FRC | Manga, “ArmourMan” e outras histórias em exposição

Chama-se “Comics 2024 + ArmourMan 2024” e é a mais recente exposição da Fundação Rui Cunha, inaugurada esta terça-feira. Com curadoria de Howard Chan, a mostra conta com 60 desenhos e obras de Manga, género artístico japonês. Destaque para o trabalho do artista James Khoo, autor da série “ArmourMan”

A Fundação Rui Cunha (FRC) tem patente, desde esta terça-feira, a exposição de artistas de Manga e banda desenhada de Macau, China e Hong Kong, numa homenagem ao trabalho dos artistas oriundos da Grande Baía. A mostra chama-se “Comics 2024 + ArmourMan 2024” e pode ser vista durante de duas semanas. A exposição de banda desenhada, com vários artistas, decorre até ao dia 17 de Agosto, enquanto a exposição da série “ArmourMan”, do conhecido artista de Hong Kong James Khoo, decorre entre os dias 20 e 24 deste mês. No total, são apresentadas 60 obras.
Esta iniciativa decorre graças a uma parceria com a Associação de Promoção de Intercâmbio Cultural de Banda Desenhada e Animação de Macau, contando com curadoria de Howard Chan, presidente desta entidade.
Assim, até ao dia 17, apresentam-se 30 obras da autoria de nove artistas de banda desenhada de Macau, Hong Kong e da China. Depois, entre os dias 20 e 24, os trabalhos de James Khoo, nome de referência no meio artístico de Hong Kong estarão expostos na galeria da Praia Grande.

Vincent Ho e companhia
Um dos artistas locais cujo trabalho estará patente nesta exposição é Vicent Ho, seguindo-se Jet Wu, Yeung Siu e a dupla “Moto&TakTak”. De Hong Kong chegam os artistas Wai On, Linus Liu e Wah Kei, enquanto que, da China, são apresentados os trabalhos de Chen Wei e Lin Min. Todos eles são membros da associação que promove a mostra e que está ligada ao universo da banda desenhada, ilustração e Manga.
Por sua vez, na segunda semana da mostra, será apresentado o trabalho mais recente do mestre de banda desenhada de Hong Kong, James Khoo Fuk Lung, considerado o pai da série “ArmourMan”. Esta tornou-se num “verdadeiro blockbuster” de banda desenhada assim que foi lançada, há um ano, descreve a FRC em comunicado. Além disso, “as revistas semanais também conseguiram vendas recorde em Macau”, com a maioria das edições a esgotar nas bancas em dois dias.
James Khoo é tido como um “autor experiente de banda desenhada”, sendo que a sua primeira obra de grande sucesso, “Iron Marshal”, vendeu 60.000 livros quando foi lançada. Mais tarde vieram outros sucessos de bilheteira como “Eastern Invincible”, “DragonMan” e muitos outros.
“ArmourMan” é o seu mais recente trabalho e tornou-se a revista semanal de banda desenhada mais vendida em Hong Kong. Para celebrar o primeiro aniversário desta publicação, os organizadores pediram autorização ao artista para expor manuscritos recentes de “ArmourMan”.
A FRC aponta que James Khoo não poderá estar presente em Macau para participar presencialmente na exposição, mas alguns números da nova colecção vão estar à venda na Galeria da FRC, numa iniciativa que tem como objectivo “trazer até aos jovens locais e visitantes este super-herói da actualidade”.
A Associação de Promoção do Intercâmbio Cultural de Banda Desenhada e Animação de Macau surgiu em 2014 para apoiar o desenvolvimento profissional da indústria, o intercâmbio técnico e a cooperação entre ilustradores locais e estrangeiros, com vista a assegurar mais projectos de alta qualidade e em grande escala, bem como publicações, palestras e outras actividades que beneficiem a comunidade de Macau. A.S.S.
DESTAQUE
Um dos artistas locais cujo trabalho estará patente nesta exposição é Vicent Ho, seguindo-se Jet Wu, Yeung Siu e a dupla “Moto&TakTak”. De Hong Kong chegam os artistas Wai On, Linus Liu e Wah Kei, enquanto que, da China, são apresentados os trabalhos de Chen Wei e Lin Min

14 Ago 2024

FRC | Livro “A Campanha”, de Vítor Carmona, lançado hoje

É hoje apresentado, na Fundação Rui Cunha (FRC), aquele que é o primeiro romance histórico de Vítor Carmona e que faz parte de uma trilogia a sair até ao próximo ano. “A Campanha” relata a participação dos portugueses na Campanha do Rossilhão, no ano de 1793 em França e traz ao público uma estória relativamente esquecida, destaca o autor

 

“A Campanha”, primeiro romance histórico de Vítor Carmona, é hoje apresentado na Fundação Rui Cunha (FRC) a partir das 18h30. Trata-se de uma obra que “explora um tema inédito no campo da ficção nacional, e pouco estudado pelos historiadores: a participação dos portugueses na Campanha do Rossilhão, na França de 1793.

Editado pela Saída de Emergência, o livro saiu em Maio de 2023 em Portugal e faz parte de uma trilogia a ser apresentada até ao final do ano, conforme disse o autor ao HM. “O segundo volume vai ser lançado em Outubro e o terceiro em Maio. Desde o início que planeei escrever uma trilogia sobre uma campanha militar pouco conhecida dos portugueses e esquecida pelos historiadores”, contou.

Vítor Carmona diz que “A Campanha” é um livro para leitores que “mesmo que não gostem de História, gostem de boas estórias”, contendo partes ficcionadas de um episódio histórico factual ocorrido há mais de 200 anos. “Achei que esta campanha militar tinha todos os ingredientes que fazem uma boa estória, com conflito, personagens interessantes, uma conjuntura europeia com grande turbulência, nos anos seguintes à Revolução Francesa. Peguei em factos que são verídicos e depois coloquei ficção com personagens que poderiam ter existido.”

Trata-se de uma campanha que levou cinco mil soldados portugueses para combaterem, juntamente com os espanhóis, as tropas francesas na zona de Rossilhão, província francesa, após o regicídio de Luís XVI, em plena Revolução Francesa.

Nessa época, alguns países europeus, nomeadamente Inglaterra, Polónia, Espanha e Portugal, tomaram providências militares e diplomáticas face ao perigo de um ataque por parte da França. É neste contexto que, com a declaração de guerra da Inglaterra à França, Luís Pinto de Sousa exerceu esforços diplomáticos para firmar uma aliança militar com a Espanha e a Inglaterra. A 15 de Julho foi assinada a convenção luso-espanhola de auxílio mútuo e a 26 de Setembro assinou-se a convenção com a Inglaterra. O exército português de auxílio a Espanha e com destino ao Rossilhão foi comandado pelo tenente-general João Forbes Skellater e constituído por seis regimentos de infantaria e uma brigada de artilharia com 22 bocas de fogo, num total de 6.000 efectivos, descreve-se no portal do Arquivo Histórico-Militar do Ministério da Defesa em Portugal.

O grupo militar português incluía “militares de grande prestígio como os marechais-de-campo D. António Soares de Noronha, D. Francisco Xavier de Noronha e D. João Correia de Sá, o conde de Assumar e o coronel Gomes Freire de Andrade, entre outros”.

A campanha do Rossilhão durou até ao final de 1794. As conquistas de Ceret, Villellongue, entre outras praças, trouxeram bastante prestígio aos generais portugueses, embora o Inverno de 1793 provocasse a perda de todas as vantagens militares até aí conseguidas. Na Primavera de 1794, os franceses obrigaram as tropas aliadas a retirar para a Catalunha, onde muitos portugueses morreram ou ficaram feridos. Em Novembro, os franceses venceram a batalha da Montanha Negra, que levou os espanhóis a negociar em separado a assinatura do tratado de paz em Junho de 1795 na cidade de Basileia. Após o regresso das tropas a Portugal, a paz foi assinada em 20 de Agosto de 1797, lê-se ainda no mesmo portal.

A história de Diogo

O livro contém um personagem, Diogo Saraiva, “recém-promovido a capitão, [que] procura transformar a sua companhia de granadeiros numa eficiente unidade de combate, mas duas mulheres determinadas e um criminoso sem escrúpulos atravessam-se no seu caminho”, descreve-se na sinopse do livro.

Enquanto isso, “dois jovens amigos de Campo de Ourique decidem alistar-se para a campanha militar em busca de aventura e fortuna”, sendo que, após uma “penosa viagem marítima até aos Pirenéus Orientais, o que aguarda os soldados portugueses é uma sequência de terríveis e encarniçados combates contra o exército mais poderoso da Europa”. Trata-se, segundo a mesma sinopse, de um romance feito de “paixão, guerra e morte, mas também esperança, coragem e lealdade”.

Vítor Carmona nasceu em 1973, em Lisboa. Licenciou-se em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa. Diz ser um apaixonado por História, especialmente pelo período que vai da Revolução Francesa à epopeia napoleónica. Há dez anos criou a Sociedade Napoleónica Portuguesa, um espaço de divulgação e discussão dos combates levados a cabo por Napoleão Bonaparte. A.S.S.

8 Ago 2024

FRC apresenta exposição “Brilho do Sol nas Montanhas”

A Fundação Rui Cunha (FRC) inaugurou esta terça-feira a Mostra de Ensino Voluntário do Colégio Chao Kuang Piu, intitulada “Brilho do Sol nas Montanhas”, que apresenta o projecto solidário de uma equipa de alunos universitários que, duas vezes por ano, se dedicam a ensinar crianças isoladas e desfavorecidas, na região interior e montanhosa da província de Guizhou, no sudoeste da China.

A mostra faz uma retrospectiva destas campanhas pedagógicas, através de 25 imagens fotográficas das viagens mais recentes, um conjunto de cartas escritas pelas crianças às equipas de professores voluntários, e outros artefactos relacionados.

Após a inauguração, foi ainda projectado um documentário de 25 minutos com o mesmo nome da exposição, tendo-se seguido uma sessão de partilha de testemunhos, apresentada por Eliza Lei, locutora sénior e produtora de programas de TV e Rádio em Macau, com alguns participantes do projecto.

Apoiar as crianças

O Colégio Chao Kuang Piu (CKPC), uma das dez instituições residenciais da Universidade de Macau, celebra este ano o seu décimo aniversário, tendo alojado cerca de 500 alunos anualmente num ambiente colectivo multidisciplinar.

“Desde Dezembro de 2018 que a Equipa de Ensino Voluntário do CKPC realiza ensino voluntário todos os invernos e verões na Escola Primária Gantuan Mei’e, no município autónomo de Congjiang, província de Guizhou, na China. Congjiang era uma das zonas mais pobres de Guizhou e muitas crianças pertencentes às minorias étnicas são chamadas de ‘crianças deixadas para trás’ [ao cuidado de familiares], uma vez que os seus pais trabalham longe de casa”, descreve uma nota da FRC sobre a mostra.

Nesta actividade na China, os estudantes universitários “servem de irmãs e irmãos mais velhos durante estas visitas”. Através do ensino, que abrange disciplinas como o inglês, a arte, o desporto, a música e as ciências, e realização de actividades de grupo, as crianças “são ensinadas sobre o mundo e a cultivar bons hábitos e empatia”. A mostra pode ser vista na galeria da FRC até ao dia 10, na próxima semana.

7 Ago 2024

FRC | Pinturas de Zheng Xiaojun apresentadas hoje ao público

Chama-se “Ela.Reino” e é a nova exposição de pintura patente na galeria da Fundação Rui Cunha que pode ser visitada a partir de hoje. Da autoria de Zheng Xiaojun, artista e docente de jornalismo, a mostra revela ao público de Macau figuras de mulheres e crianças que espelham ideais de beleza e do universo feminino

 

É hoje inaugurada, a partir das 18h30, uma nova exposição na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC) para os amantes da pintura. Chama-se “Ela.Reino” e é da autoria da artista e professora universitária Zheng Xiaojun.

A mostra é co-organizada com a Associação de Arte Juvenil de Macau e inclui 35 pinturas de mulheres e crianças, revelando o traço típico de Zheng Xiaojun onde “a sensibilidade e o pensamento linear exploram a essência e o significado da vida”, segundo um comunicado da FRC.

Com “Ela.Reino”, a arte “é um reino magnífico que entrelaça a realidade e a fantasia”, sendo que as obras de Zheng Xiaojun “servem de espelho para o seu mundo interior, captando momentos da vida e reflectindo as suas perspectivas e pensamentos puros”.

“Nesta era cada vez mais distante e ansiosa, (…) as suas obras são uma exploração lírica da linguagem artística, um hino à vida e uma visão da natureza humana. As personagens que ela retrata transcendem o clamor da obra e encarnam, não só a delicada percepção da vida individual da artista, mas também um olhar profundo e uma terna compreensão (…), recriando um mundo de bondade e beleza, trazendo uma rara paz e relaxamento aos espectadores», adianta ainda a proposta expositiva.

Entre a arte e o jornalismo

Zheng Xiaojun é docente na Escola de Jornalismo e Comunicação da Universidade de Jinan, além de ser directora do Centro de Investigação de Inteligência Artificial e Novas Artes dos Media da Universidade de Jinan, cidade na província de Shandong, no Sudeste da China.

A arte e Macau fazem parte da vida desta professora, uma vez que Zheng Xiaojun é membro da Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau. Os seus trabalhos foram seleccionados para integrar mais de 30 importantes exposições e concursos, incluindo a Bienal Internacional de Pequim, a Exposição Nacional de Pintura Chinesa, a Exposição Mundial de Arte e a Exposição Italiana de Design de Arte.

A artista foi ainda enviada por um projecto estatal para cultivar talentos artísticos na Academia de Belas Artes de Roma, Itália, tendo feito diversos intercâmbios culturais também em Taiwan, África do Sul e Japão. As suas obras foram coleccionadas por entidades profissionais e instituições académicas, como o Museu Nacional de Arte da China, a Associação de Artistas Chineses, a Universidade de Rhodes, na África do Sul, a Universidade de Florença, em Itália e a Universidade de Chiba, Japão. É autora de “Twenty Mirrors Looking at the World – Interpretation of Contemporary Art Forms and Concepts” e outras monografias, tendo publicado recensões em importantes revistas a nível nacional e provincial.

As obras vão estar expostas na FRC até ao dia 3 de Agosto.

23 Jul 2024

FRC | Pintura e caligrafia para ver em “2024 – Flores e Cores”

A Fundação Rui Cunha acolhe até ao dia 20 de Julho a exposição “2024 – Flores e Cores”, uma mostra colectiva de pintura e caligrafia organizada em conjunto com duas associações locais ligadas à cultura chinesa. Um total de 38 alunos criou 45 obras diversificadas recorrendo a materiais como acrílico, óleo ou aguarela

 

Foi ontem inaugurada na Fundação Rui Cunha (FRC) mais uma exposição de caligrafia e pintura que pode ser visitada de forma gratuita na galeria da sede da FRC, situada na Avenida da Praia Grande.

Trata-se da mostra “2024 – Flores e Cores”, uma apresentação colectiva de trabalhos que se tem realizado todos os anos, com orientação dos artistas e professores locais Lee Chau Ping, Hong Ka Yan e Wong Ceoi Lam, e curadoria de Chan Lok Yee, presidente da Chinese Artists Exchange Association – Macau. [Associação de Intercâmbio de Artistas Chineses – Macau].

Esta associação co-organiza a mostra em conjunto com a Associação de Amizade de Artes, Pintura e Caligrafia de Macau, revelando-se, assim, ao público um total de 45 peças de caligrafia e pintura chinesas, mas também aguarelas e pinturas a óleo e acrílico criadas por 38 alunos, entre turmas adultas e juvenis.

Num comunicado difundido pela FRC, é referido, por parte de Lee Chau Ping, que “esta maravilhosa plataforma de exibição permite que cada participante partilhe as suas produções criativas e os trabalhos elaborados com outras pessoas”.

“Espero que os artistas seniores, de caligrafia e pintura, também possam comentar e oferecer opiniões valiosas para que alunos e professores alcancem a excelência na sua arte”, frisou o mesmo responsável, um dos mentores do evento.

Lee Chau Ping adiantou também que se espera, desta mostra, “que os alunos possam comunicar ideias entre si, observar e aprender, cultivar a literacia cultural, exprimir sentimentos, enriquecer a sua vida espiritual e promover a cultura tradicional chinesa, para alcançar o objectivo de passar a tocha às gerações vindouras”.

Vida artística

Lee Chau Ping dá cursos de pintura e caligrafia por querer “transmitir a outras pessoas as técnicas, conhecimentos e habilidades da Escola de Pintura de Lingnan, que aprendi e conheço bem, retribuindo assim à sociedade”, referiu o artista. O estilo de pintura Lingnan surgiu na província de Guangdong em meados do século XIX, demarcando-se, à época, da pintura no formato mais tradicional que se fazia na China. Os grandes nomes fundadores da Escola de Pintura de Lingnan são Gao Jianfu, Gao Qifeng e Chen Shuren.

Formou-se no Departamento de Design Tridimensional e trabalhou no Departamento Sénior de Design de Interiores do Instituto de Design e Indústria de Hong Kong. Mais tarde, graduou-se na Royal Canadian University, no Canadá, com um mestrado em Administração de Empresas, um doutoramento em Administração pela Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, e um Doutoramento em Administração de Empresas pela Universidade Renmin da China.

Lee Chau Ping trabalhou ainda como designer de interiores por mais de 40 anos, além de ser licenciado em Medicina Chinesa. Fundou a Associação de Amizade de Artes, Pintura e Caligrafia de Macau em 2000, da qual é presidente.

10 Jul 2024

FRC | Associação de Música Soul actua este sábado

O músico macaense Giulio Acconci junta-se ao próximo concerto que decorre este sábado na Fundação Rui Cunha protagonizado pela Associação de Música Soul de Macau. “Ocean Walker”, o nome do evento, é “inédito”, pois recria o conceito de “pequeno concerto de bolso”, nascido nos EUA

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta este sábado, entre as 17h30 e as 19h, duas sessões do musical em mini-concerto intitulado “Ocean Walker”, um projecto do coro local da Associação de Música Soul de Macau, formado por profissionais e amadores, sob a orientação do compositor e pianista Addison Wong, a quem se junta o músico e artista Giulio Acconci como convidado especial.

Segundo um comunicado, o evento é inédito na galeria da FRC, sendo recriado um pequeno concerto de bolso ao estilo dos Tiny Desk Concerts da NPR Music, uma ideia com grande sucesso nos EUA e a nível internacional via Youtube.

Este coro de música soul, com o nome “Ocean Walker”, vai realizar dois mini-concertos idênticos, cada um de 40 minutos, interpretando vários clássicos de musicais da Broadway.

Antes de cada música haverá uma breve conversa introdutória, onde será apresentado o resumo do musical de origem, a letra destacada e o papel dos personagens que intervêm na respectiva cena. Isso permitirá um maior envolvimento e participação do público. Trata-se de uma produção de teatro musical de pequena escala, incluindo canto a solo e em grupo, coreografia e performance, com direito a coreógrafo, professor de canto e director musical, tudo num espaço limitado de palco.

Raízes musicais

O coro “Ocean Walker” foi fundado em 2021 e tem actualmente 15 cantores residentes, com idades compreendidas entre o período da adolescência e os trinta anos. É conhecido pelas suas performances fortes e enérgicas em palco, com o som coral enraizado na cultura soul e R&B (Rhythm & Blues).

Addison Wong nasceu em Macau e foi para os Estados Unidos estudar música quando tinha 16 anos. Formou-se com um mestrado em Composição Musical, pela Universidade de Oregon, e foi mais tarde nomeado director musical da Bushnell University, onde continuou a reger a sua banda de jazz, coral e orquestra, bem como a leccionar cursos de teoria e composição musical.

De regresso ao território, tem desenvolvido inúmeros projectos pessoais e colectivos nas áreas musicais em que se move, tendo participado já diversas vezes nos concertos “Saturday Night Jazz” da FRC.

4 Jul 2024

Concerto | Jazz na FRC com dois grupos juvenis

Acontece amanhã mais um concerto de jazz na Fundação Rui Cunha (FRC), a partir das 21h. Trata-se do concerto mensal “Saturday Night Jazz”, que este sábado recebe os grupos juvenis “Macau Youth Jazz Orchestra” (MYJO) e “Fanfantasy”.

A Orquestra Juvenil de Jazz de Macau (MYJO), da Associação de Promoção do Jazz de Macau (MJPA), foi criada em 2020. É constituída por alunos locais do ensino primário e secundário e está dividida em vários grupos. O grupo principal, dirigido por Gregory Wong, tem o formato de uma pequena Big Band, que consiste numa secção rítmica mais seis instrumentos de metal.

Este mesmo grupo já actuou no Centro Cultural de Macau, no Teatro Dom Pedro V e no festival HUSH Kids! desde 2021. Para este concerto, a banda apresentará repertório das Big Bands de jazz.

Por sua vez, “Fanfantasy” é um grupo formado recentemente por jovens músicos sob orientação da baterista profissional Fanfan Cheung da MJPA. O grupo é composto pelo guitarrista Sang, pelo pianista Kenny, pelo baixista Joviz e pelo baterista Fai. A banda apresentará um conjunto de músicas animadas e energéticas em vários estilos.

A Associação de Promoção de Jazz de Macau (MJPA), co-organizadora do Saturday Night Jazz com a FRC desde 2014, é uma associação artística local sem fins lucrativos, criada em 2010. O objectivo da MJPA é promover o jazz junto do público de Macau e proporcionar oportunidades aos músicos locais, contribuindo para múltiplos projectos vocacionados para a juventude e realçando, assim, a característica multicultural do território, aponta um comunicado.

20 Jun 2024