Várias plataformas digitais chinesas excluem actor Zhang Zhehan depois de visita polémica

Várias plataformas digitais chinesas excluíram os filmes e relatos pessoais do actor Zhang Zhehan, depois deste ter visitado o santuário japonês de Yasukuni, que abriga os restos mortais de vários soldados que participaram na invasão da China durante a primeira metade do século XX.

O jornal estatal “Global Times” afirmou que os episódios em que Zhang actua nas séries “Demon Girl” e “Word of Honor!”, bem como nos “reality shows” “Everybody Stand By” e “Keep Running” saíram das plataformas mais populares, como a Bilibili.

Outras plataformas de “streaming” de música na Internet, como QQ Music ou NetEase, excluíram as músicas e as contas pessoais de Zhang, que também cantor, enquanto Douyin (homologo chinês do TikTok) também fez o mesmo com seu perfil.

Também marcas como Wahaha, uma empresa de bebidas, a joalheira Pandora ou a têxtil Shanghai Mercury rescindiram os seus contratos com a estrela.

De acordo com o citado jornal, “o boicote contra Zhang acontece depois que a Associação de Artes Cénicas da China ter emitido uma circular, a 15 de agosto, na qual instava a indústria a vetar Zhang, já que sua conduta era altamente imprópria pois não só prejudica os sentimentos nacionais, mas é uma má influência sobre os adolescentes que o seguem”, segundo noticia a agência espanhola Efe.

Esta semana, a Federação Chinesa das Associações de Rádio e Televisão realizou um seminário no qual participaram alguns dos atores e “influenciadores” mais conhecidos do cenário nacional chinês e no qual os organizadores tentaram alertar os participantes para o que o Global Times chama de “violação de leis ou falta da ética”.

Várias fotos compartilhadas nas redes sociais nos últimos dias mostram Zhang nos santuários japoneses Yasukuni e Nogi. O actor e cantor publicou um pedido de desculpas online, que até o momento não tem servido para reverter a situação.

O Santuário Yasukuni é um templo xintoísta construído em 1869 em Tóquio, e nele repousam, entre muitos outros, os restos mortais de catorze militares e políticos de alto escalão considerados criminosos de guerra por suas ações durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) pelo Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente.

23 Ago 2021