BNU | Lança pacote de crédito especial para empresas Hoje Macau - 12 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] Banco Nacional Ultramarino (BNU) anunciou ontem o lançamento de um pacote de crédito especial anti-epidemia para empresas de Macau. As soluções de financiamento vão desde o “suporte operacional do negócio, (…) pagamento de salários ou (…) aquisição de produtos/equipamentos de higiene ou materiais hospitalares”, lê-se no comunicado do BNU. “Em conjunto com as medidas tomadas pelo Governo de Macau, o BNU (…) disponibiliza agora um pacote especial de crédito para apoiar a continuidade dos negócios das empresas locais durante este período difícil”, sublinha-se na mesma nota. Uma das soluções diz respeito ao financiamento a prazo para apoio ao pagamento de salários e rendas, até 1,2 milhões de patacas, que prevê seis meses de carência de capital. As outras duas linhas de crédito são destinadas à aquisição de produtos/equipamentos de higiene e hospitalares de uso próprio, bem como para compra de ‘stocks’/materiais para suporte à operacionalização do negócio, ambas até um milhão de patacas, com um prazo de pagamento estipulado até três anos. “Para além do objetivo de disponibilizar soluções financeiras quando necessárias, especialmente neste período difícil, este lançamento do pacote especial para PME, está em linha com a nossa estratégia de fortalecer o relacionamento com todos os segmentos de empresas de Macau e contribuir para a diversificação económica da região”, frisou a instituição bancária.
BNU | Lança pacote de crédito especial para empresas Hoje Macau - 12 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] Banco Nacional Ultramarino (BNU) anunciou ontem o lançamento de um pacote de crédito especial anti-epidemia para empresas de Macau. As soluções de financiamento vão desde o “suporte operacional do negócio, (…) pagamento de salários ou (…) aquisição de produtos/equipamentos de higiene ou materiais hospitalares”, lê-se no comunicado do BNU. “Em conjunto com as medidas tomadas pelo Governo de Macau, o BNU (…) disponibiliza agora um pacote especial de crédito para apoiar a continuidade dos negócios das empresas locais durante este período difícil”, sublinha-se na mesma nota. Uma das soluções diz respeito ao financiamento a prazo para apoio ao pagamento de salários e rendas, até 1,2 milhões de patacas, que prevê seis meses de carência de capital. As outras duas linhas de crédito são destinadas à aquisição de produtos/equipamentos de higiene e hospitalares de uso próprio, bem como para compra de ‘stocks’/materiais para suporte à operacionalização do negócio, ambas até um milhão de patacas, com um prazo de pagamento estipulado até três anos. “Para além do objetivo de disponibilizar soluções financeiras quando necessárias, especialmente neste período difícil, este lançamento do pacote especial para PME, está em linha com a nossa estratégia de fortalecer o relacionamento com todos os segmentos de empresas de Macau e contribuir para a diversificação económica da região”, frisou a instituição bancária.
PME | Responsáveis dizem que financiamento do Governo não resolve problemas estruturais Andreia Sofia Silva - 12 Fev 202013 Fev 2020 Quatro responsáveis por negócios na área da restauração confessam que o apoio financeiro anunciado pelo Governo para colmatar as dificuldades causadas pelo novo coronavírus ao sector empresarial não chega para resolver problemas estruturais e temem o fecho de muitas PME. A solução pode passar por mais políticas de controlo e apoio nas rendas, defende a deputada Agnes Lam [dropcap]O[/dropcap] surgimento de uma nova estirpe do coronavírus trouxe problemas ao sector empresarial de Macau, já de si frágil devido aos crónicos problemas relacionados com a falta de recursos humanos e as rendas elevadas. Sem clientes e com perdas muitas vezes superiores a 50 por cento, os proprietários de Pequenas e Médias Empresas (PME) assumem que as medidas de financiamento anunciadas pelo Governo não chegam para resolver problemas estruturais. Teme-se mesmo a falência inevitável de muitos negócios, caso as ruas de Macau se mantenham vazias nas próximas semanas. Cristiana Figueiredo, fundadora do espaço Cuppa Coffee, na Taipa, diz ter sofrido uma quebra nas receitas na ordem dos 50 por cento e, apesar de já ter beneficiado dos empréstimos concedidos pelo Governo em fases anteriores, defende que não são suficientes. “Oferecer empréstimos sem juros e não alterar este quadro de condições económicas vai resultar no inevitável fecho de muitas destas empresas e no consequente desperdício destes apoios financeiros, porque tudo o que aconteceu foi estas PMEs adquiriram mais dívida sem que as condições em que operam tenham mudado”, confessou ao HM. Cristiana Figueiredo destaca que “as dificuldades só têm aumentado”, uma vez que as PME “estão completamente à mercê dos proprietários dos espaços que arrendam, com aumentos de renda que não têm limites impostos por lei ou contratos de arrendamento que são obrigadas a cumprir até ao término, sob pena de, mesmo fechando, terem que pagar todas as rendas até ao final do contrato”. A empresária, que fala ainda de regras de licenciamento desfasadas da realidade e da escassez de recursos humanos, defende que o Governo deve reconhecer que as PME são importantes para a economia local, “apesar das receitas serem insignificantes quando comparadas com as receitas do jogo”. “Só quando o Governo da RAEM compreender este papel fundamental das PME é que se vai empenhar com seriedade no urgente apoio às que ainda restam. O primeiro passo talvez seja chamar ao diálogo os pequenos empresários para encontrar soluções em conjunto que evitem a extinção total de PMEs fundadas por residentes de Macau”, acrescentou a proprietária do Cuppa Coffee. Problemas acrescidos Um dos sócios da padaria e pastelaria The Factory Macau, que não quis ser identificado, defendeu ao HM que os empréstimos apenas adiam um problema que existe há muito. “Ajudam momentaneamente, mas só estamos a empurrar uma questão imediata para o futuro, além de que poder-se-á criar outro problema. As PME sofrem diariamente com as rendas elevadas, a aprovação de quotas para trabalhadores não residentes e com a falta de incentivos para que se consuma produtos feitos em Macau.” Nesse sentido, o empresário diz não saber ainda se a Factory se vai candidatar ao apoio financeiro. “O problema agarrado a este empréstimo é que, caso a empresa não consiga recuperar o negócio, ficamos com as perdas e com o pagamento do empréstimo por fazer, pelo que ainda não sabemos se nos vamos candidatar.” No caso da The Factory, as perdas devido ao coronavírus “são significativas e serão ainda maiores, visto que não há certezas que Macau esteja parado apenas 15 dias”. “Estas perdas poderão ditar despedimentos e com isso a redução de serviços prestados. Talvez alguns produtos terão de ser descontinuados e, no pior cenário, [talvez aconteça] o fecho da actividade”, adiantou João Pedro Magalhães. Dificuldades diferenciadas Raquel Fera, uma das fundadoras da Portuguese Bakery, diz já ter beneficiado do empréstimo, que considerou “um investimento”. Sobre a necessidade de novas medidas, nomeadamente um maior equilíbrio do sector imobiliário promovido pelo Governo, Raquel Fera assume ser algo “desafiante e complexo”. “Estes apoios são sempre uma boa iniciativa para as PME, mas não foram criados agora. No nosso caso ajudou, mas cada empresa terá as suas próprias dificuldades, e este apoio pode ou não ajudar a resolver problemas que existam”, frisou. A Portuguese Bakery, que entrega pão ao domicílio, viu-se impedida de o fazer, pois “na grande maioria dos prédios não deixam entrar o pessoal das entregas”. Mas, no meio das dificuldades, acabou por surgir uma oportunidade. “Tivemos uma quebra no fornecimento a restaurantes, mas estamos a conseguir equilibrar [o negócio] com o fornecimento a supermercados e venda directa nas nossas lojas”, rematou. Controlar as rendas Para Fernando Sousa Marques, que explora dois restaurantes na Taipa, o Varandas e o Toca, o empréstimo de 600 mil patacas concedido para o Governo só traria alguns benefícios para um dos espaços. “Para o Varandas, 600 mil é muito pouco, pois só com o cancelamento das festas na altura do Ano Novo Chinês perdi um milhão de patacas. Tenho 30 empregados e preciso de os manter. Vou fechar a partir do dia 15 até ao dia 30, depois veremos se a situação melhora”, contou ao HM. O empresário, há muito ligado ao sector da restauração, teme que muitas PME acabem mesmo por fechar portas. “Acredito que podem fechar, eu sou um deles também. Acredito que há muita gente que não consegue e desiste, simplesmente. Não digo que o Toca feche, pois consigo aguentar se o senhorio for flexível, e ele tem sido, mas o Varandas tem um custo muito maior. O proprietário tem capacidade para explorar, mas eu não tenho.” Fernando Sousa Marques acredita que uma das soluções poderia passar mesmo pelo apoio do Executivo ao nível das rendas. “O Governo pediu que os senhorios sejam flexíveis nas rendas, e acho que isso pode acontecer com aqueles que não tiverem encargos fixos nos bancos. Se não, é chato. O Governo também pode ser flexível com os senhorios e assumir o valor ou metade da renda de alguns espaços. Falo sobretudo das PME, porque as empresas grandes não precisam”, frisou. O empresário estabelece um prazo de seis meses para que a situação volte ao normal, ao nível de negócio e volume de clientes. Para a deputada Agnes Lam, a sobrevivência das PME depende do “tempo em que a situação durar”. “Se durar mais um mês, penso que as PME vão começar a fechar. O maior problema são as rendas, pois não é fácil convencer os proprietários a reduzir a renda para ajudar as PME”, disse ao HM. Agnes Lam diz conhecer casos de “lojas e restaurantes que estão a pagar rendas entre 50 a 100 mil patacas e que não têm clientes”. “Penso que as políticas do Governo devem focar-se na questão das rendas”, adianta. China | Negócios com perdas de um bilião de yuan O surto do coronavírus na China custou mais de um bilião de yuan aos sectores restauração, turismo e entretenimento, durante as férias do Ano Novo Lunar, estimou um conhecido economista chinês. O surto forçou à colocação em quarentena de cidades inteiras e ao encerramento de milhões de restaurantes, hotéis e estabelecimentos comerciais. As receitas dos restaurantes e retalhistas, que no ano passado se fixaram mais de um bilião de yuan durante os dias de férias, caíram este ano para metade, estimou num relatório Ren Zeping, economista-chefe e director da unidade de investigação Thinkgroup Evergrande. A maior cadeia de fondue da China, o Haidilao International Holding, ou as multinacionais MacDonalds e Starbucks, encerraram parte ou a totalidade dos seus estabelecimentos, durante o período do Ano Novo Lunar, que este ano aconteceu entre 24 de Janeiro e 30 de Fevereiro. No final de Junho, o Haidilao operava 550 restaurantes, em 116 cidades da China continental. O Jiumaojiu Group, outro operador de restaurantes listado na bolsa de Hong Kong, encerrou mais de 300 restaurantes. Associações de restauradores de Cantão apelaram já aos senhorios que abdicassem ou reduzissem o valor das rendas durante os próximos dois meses. O grupo chinês Wanda Group, proprietário de mais de 300 centros comerciais em todo o país, renunciou a quase 4 mil milhões de yuan em rendas mensais para apoiar os comerciantes. DSE | Chovem pedidos de ajuda financeira A Direcção dos Serviços de Economia (DSE) divulgou ontem um comunicado onde dá conta do bom funcionamento do processo de candidaturas ao Plano de Apoio a Pequenas e Médias Empresas (PME) no primeiro dia, tendo sido aceites 35 mil pedidos online. “A DSE já enviou mais pessoal para acelerar o tratamento de todos os pedidos relacionados com as PME. Desde meados do mês passado até ontem foram aprovadas 90 candidaturas ao Plano de Apoio a Pequenas e Médias Empresas e as verbas de apoio serão atribuídas às respectivas empresas logo após a conclusão dos procedimentos administrativos”, explica o comunicado.
PME | Responsáveis dizem que financiamento do Governo não resolve problemas estruturais Andreia Sofia Silva - 12 Fev 2020 Quatro responsáveis por negócios na área da restauração confessam que o apoio financeiro anunciado pelo Governo para colmatar as dificuldades causadas pelo novo coronavírus ao sector empresarial não chega para resolver problemas estruturais e temem o fecho de muitas PME. A solução pode passar por mais políticas de controlo e apoio nas rendas, defende a deputada Agnes Lam [dropcap]O[/dropcap] surgimento de uma nova estirpe do coronavírus trouxe problemas ao sector empresarial de Macau, já de si frágil devido aos crónicos problemas relacionados com a falta de recursos humanos e as rendas elevadas. Sem clientes e com perdas muitas vezes superiores a 50 por cento, os proprietários de Pequenas e Médias Empresas (PME) assumem que as medidas de financiamento anunciadas pelo Governo não chegam para resolver problemas estruturais. Teme-se mesmo a falência inevitável de muitos negócios, caso as ruas de Macau se mantenham vazias nas próximas semanas. Cristiana Figueiredo, fundadora do espaço Cuppa Coffee, na Taipa, diz ter sofrido uma quebra nas receitas na ordem dos 50 por cento e, apesar de já ter beneficiado dos empréstimos concedidos pelo Governo em fases anteriores, defende que não são suficientes. “Oferecer empréstimos sem juros e não alterar este quadro de condições económicas vai resultar no inevitável fecho de muitas destas empresas e no consequente desperdício destes apoios financeiros, porque tudo o que aconteceu foi estas PMEs adquiriram mais dívida sem que as condições em que operam tenham mudado”, confessou ao HM. Cristiana Figueiredo destaca que “as dificuldades só têm aumentado”, uma vez que as PME “estão completamente à mercê dos proprietários dos espaços que arrendam, com aumentos de renda que não têm limites impostos por lei ou contratos de arrendamento que são obrigadas a cumprir até ao término, sob pena de, mesmo fechando, terem que pagar todas as rendas até ao final do contrato”. A empresária, que fala ainda de regras de licenciamento desfasadas da realidade e da escassez de recursos humanos, defende que o Governo deve reconhecer que as PME são importantes para a economia local, “apesar das receitas serem insignificantes quando comparadas com as receitas do jogo”. “Só quando o Governo da RAEM compreender este papel fundamental das PME é que se vai empenhar com seriedade no urgente apoio às que ainda restam. O primeiro passo talvez seja chamar ao diálogo os pequenos empresários para encontrar soluções em conjunto que evitem a extinção total de PMEs fundadas por residentes de Macau”, acrescentou a proprietária do Cuppa Coffee. Problemas acrescidos Um dos sócios da padaria e pastelaria The Factory Macau, que não quis ser identificado, defendeu ao HM que os empréstimos apenas adiam um problema que existe há muito. “Ajudam momentaneamente, mas só estamos a empurrar uma questão imediata para o futuro, além de que poder-se-á criar outro problema. As PME sofrem diariamente com as rendas elevadas, a aprovação de quotas para trabalhadores não residentes e com a falta de incentivos para que se consuma produtos feitos em Macau.” Nesse sentido, o empresário diz não saber ainda se a Factory se vai candidatar ao apoio financeiro. “O problema agarrado a este empréstimo é que, caso a empresa não consiga recuperar o negócio, ficamos com as perdas e com o pagamento do empréstimo por fazer, pelo que ainda não sabemos se nos vamos candidatar.” No caso da The Factory, as perdas devido ao coronavírus “são significativas e serão ainda maiores, visto que não há certezas que Macau esteja parado apenas 15 dias”. “Estas perdas poderão ditar despedimentos e com isso a redução de serviços prestados. Talvez alguns produtos terão de ser descontinuados e, no pior cenário, [talvez aconteça] o fecho da actividade”, adiantou João Pedro Magalhães. Dificuldades diferenciadas Raquel Fera, uma das fundadoras da Portuguese Bakery, diz já ter beneficiado do empréstimo, que considerou “um investimento”. Sobre a necessidade de novas medidas, nomeadamente um maior equilíbrio do sector imobiliário promovido pelo Governo, Raquel Fera assume ser algo “desafiante e complexo”. “Estes apoios são sempre uma boa iniciativa para as PME, mas não foram criados agora. No nosso caso ajudou, mas cada empresa terá as suas próprias dificuldades, e este apoio pode ou não ajudar a resolver problemas que existam”, frisou. A Portuguese Bakery, que entrega pão ao domicílio, viu-se impedida de o fazer, pois “na grande maioria dos prédios não deixam entrar o pessoal das entregas”. Mas, no meio das dificuldades, acabou por surgir uma oportunidade. “Tivemos uma quebra no fornecimento a restaurantes, mas estamos a conseguir equilibrar [o negócio] com o fornecimento a supermercados e venda directa nas nossas lojas”, rematou. Controlar as rendas Para Fernando Sousa Marques, que explora dois restaurantes na Taipa, o Varandas e o Toca, o empréstimo de 600 mil patacas concedido para o Governo só traria alguns benefícios para um dos espaços. “Para o Varandas, 600 mil é muito pouco, pois só com o cancelamento das festas na altura do Ano Novo Chinês perdi um milhão de patacas. Tenho 30 empregados e preciso de os manter. Vou fechar a partir do dia 15 até ao dia 30, depois veremos se a situação melhora”, contou ao HM. O empresário, há muito ligado ao sector da restauração, teme que muitas PME acabem mesmo por fechar portas. “Acredito que podem fechar, eu sou um deles também. Acredito que há muita gente que não consegue e desiste, simplesmente. Não digo que o Toca feche, pois consigo aguentar se o senhorio for flexível, e ele tem sido, mas o Varandas tem um custo muito maior. O proprietário tem capacidade para explorar, mas eu não tenho.” Fernando Sousa Marques acredita que uma das soluções poderia passar mesmo pelo apoio do Executivo ao nível das rendas. “O Governo pediu que os senhorios sejam flexíveis nas rendas, e acho que isso pode acontecer com aqueles que não tiverem encargos fixos nos bancos. Se não, é chato. O Governo também pode ser flexível com os senhorios e assumir o valor ou metade da renda de alguns espaços. Falo sobretudo das PME, porque as empresas grandes não precisam”, frisou. O empresário estabelece um prazo de seis meses para que a situação volte ao normal, ao nível de negócio e volume de clientes. Para a deputada Agnes Lam, a sobrevivência das PME depende do “tempo em que a situação durar”. “Se durar mais um mês, penso que as PME vão começar a fechar. O maior problema são as rendas, pois não é fácil convencer os proprietários a reduzir a renda para ajudar as PME”, disse ao HM. Agnes Lam diz conhecer casos de “lojas e restaurantes que estão a pagar rendas entre 50 a 100 mil patacas e que não têm clientes”. “Penso que as políticas do Governo devem focar-se na questão das rendas”, adianta. China | Negócios com perdas de um bilião de yuan O surto do coronavírus na China custou mais de um bilião de yuan aos sectores restauração, turismo e entretenimento, durante as férias do Ano Novo Lunar, estimou um conhecido economista chinês. O surto forçou à colocação em quarentena de cidades inteiras e ao encerramento de milhões de restaurantes, hotéis e estabelecimentos comerciais. As receitas dos restaurantes e retalhistas, que no ano passado se fixaram mais de um bilião de yuan durante os dias de férias, caíram este ano para metade, estimou num relatório Ren Zeping, economista-chefe e director da unidade de investigação Thinkgroup Evergrande. A maior cadeia de fondue da China, o Haidilao International Holding, ou as multinacionais MacDonalds e Starbucks, encerraram parte ou a totalidade dos seus estabelecimentos, durante o período do Ano Novo Lunar, que este ano aconteceu entre 24 de Janeiro e 30 de Fevereiro. No final de Junho, o Haidilao operava 550 restaurantes, em 116 cidades da China continental. O Jiumaojiu Group, outro operador de restaurantes listado na bolsa de Hong Kong, encerrou mais de 300 restaurantes. Associações de restauradores de Cantão apelaram já aos senhorios que abdicassem ou reduzissem o valor das rendas durante os próximos dois meses. O grupo chinês Wanda Group, proprietário de mais de 300 centros comerciais em todo o país, renunciou a quase 4 mil milhões de yuan em rendas mensais para apoiar os comerciantes. DSE | Chovem pedidos de ajuda financeira A Direcção dos Serviços de Economia (DSE) divulgou ontem um comunicado onde dá conta do bom funcionamento do processo de candidaturas ao Plano de Apoio a Pequenas e Médias Empresas (PME) no primeiro dia, tendo sido aceites 35 mil pedidos online. “A DSE já enviou mais pessoal para acelerar o tratamento de todos os pedidos relacionados com as PME. Desde meados do mês passado até ontem foram aprovadas 90 candidaturas ao Plano de Apoio a Pequenas e Médias Empresas e as verbas de apoio serão atribuídas às respectivas empresas logo após a conclusão dos procedimentos administrativos”, explica o comunicado.
Seul designa Macau de “zona contaminada” e abre possibilidade a quarentena de viajantes Hoje Macau - 11 Fev 2020 [dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul anunciou hoje que vai incluir Macau e Hong Kong nas “zonas contaminadas” pelo novo coronavírus, pelo que quem viajar a partir das regiões administrativas especiais da China poderá ser sujeito a quarentena. A designação, que entra em vigor à meia-noite de quarta-feira em Seul, obriga os viajantes a preencherem um questionário sobre o seu estado de saúde e a medições de temperatura, anunciou o vice-ministro da saúde da Coreia do Sul, Kim Gang-lip. Quem apresentar sintomas, incluindo febre, será submetido a análise clínica, e, em caso de suspeita, imediatamente isolado e mantido sob vigilância. A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço hoje divulgado. O novo vírus, que provocou um morto em Hong Kong e outro nas Filipinas, afeta o território de Macau e mais de duas dezenas de países, onde os casos de contágio superam os 350. Das 10 pessoas infectadas em Macau com o coronavírus desde o início da epidemia permanecem nove internadas, mas devem receber alta nos próximos dias, disseram as autoridades de saúde no domingo.
Seul designa Macau de "zona contaminada" e abre possibilidade a quarentena de viajantes Hoje Macau - 11 Fev 2020 [dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul anunciou hoje que vai incluir Macau e Hong Kong nas “zonas contaminadas” pelo novo coronavírus, pelo que quem viajar a partir das regiões administrativas especiais da China poderá ser sujeito a quarentena. A designação, que entra em vigor à meia-noite de quarta-feira em Seul, obriga os viajantes a preencherem um questionário sobre o seu estado de saúde e a medições de temperatura, anunciou o vice-ministro da saúde da Coreia do Sul, Kim Gang-lip. Quem apresentar sintomas, incluindo febre, será submetido a análise clínica, e, em caso de suspeita, imediatamente isolado e mantido sob vigilância. A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço hoje divulgado. O novo vírus, que provocou um morto em Hong Kong e outro nas Filipinas, afeta o território de Macau e mais de duas dezenas de países, onde os casos de contágio superam os 350. Das 10 pessoas infectadas em Macau com o coronavírus desde o início da epidemia permanecem nove internadas, mas devem receber alta nos próximos dias, disseram as autoridades de saúde no domingo.
Vírus | Japão permite que passageiros mais velhos saiam de cruzeiro em quarentena Hoje Macau - 11 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] Governo do Japão vai permitir que passageiros mais velhos e pessoas que sofrem de doenças crónicas deixem o cruzeiro em quarentena no porto de Yokohoma, Japão, no qual pelo menos 135 pessoas estão infectadas com novo coronavírus. De acordo com a agência japonesa Kyodo, essas pessoas podem desembarcar ainda no dia de hoje. Durante mais de uma semana, o Governo japonês mantém 3.600 pessoas a bordo do navio Diamond Princess em quarentena (que deve durar até 19 de Fevereiro), a fim de evitar novas infecções no país. Cerca de 80% dos 2.666 passageiros têm mais de 60 anos de idade, e mais de 200 passageiros têm 80 anos ou mais. As pessoas infectadas já foram levadas para centros médicos de Tóquio e de outras localidades próximas, onde estão a receber tratamento. As autoridades sanitárias continuam a realizar exames médicos aos passageiros e tripulantes do Diamond Princess. A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu na sexta-feira ao Japão que tomasse todas as medidas necessárias para acompanhar os passageiros da Diamond Princess confinados a bordo, incluindo medidas de apoio psicológico.
Vírus | Japão permite que passageiros mais velhos saiam de cruzeiro em quarentena Hoje Macau - 11 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] Governo do Japão vai permitir que passageiros mais velhos e pessoas que sofrem de doenças crónicas deixem o cruzeiro em quarentena no porto de Yokohoma, Japão, no qual pelo menos 135 pessoas estão infectadas com novo coronavírus. De acordo com a agência japonesa Kyodo, essas pessoas podem desembarcar ainda no dia de hoje. Durante mais de uma semana, o Governo japonês mantém 3.600 pessoas a bordo do navio Diamond Princess em quarentena (que deve durar até 19 de Fevereiro), a fim de evitar novas infecções no país. Cerca de 80% dos 2.666 passageiros têm mais de 60 anos de idade, e mais de 200 passageiros têm 80 anos ou mais. As pessoas infectadas já foram levadas para centros médicos de Tóquio e de outras localidades próximas, onde estão a receber tratamento. As autoridades sanitárias continuam a realizar exames médicos aos passageiros e tripulantes do Diamond Princess. A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu na sexta-feira ao Japão que tomasse todas as medidas necessárias para acompanhar os passageiros da Diamond Princess confinados a bordo, incluindo medidas de apoio psicológico.
Wuhan | Estudo diz que período de incubação do novo vírus pode durar até 24 dias Hoje Macau - 11 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] período de incubação do novo coronavírus pode prolongar-se até 24 dias, e não 14 como se apurou anteriormente, segundo um estudo publicado hoje, e realizado por 37 pesquisadores, incluindo o proeminente epidemiologista chinês Zhong Nanshan. O portal de notícias chinês Caixin divulgou as conclusões do último rascunho da investigação, que mostra que a febre – um dos primeiros sintomas – se manifestava em apenas 43,8% dos pacientes na sua primeira visita ao médico. “A ausência de febre é mais frequente [entre os pacientes analisados] do que na Síndrome Respiratória Aguda e Grave (SARS ou pneumonia atípica) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), portanto a deteção dos casos não pode focar-se na medição da temperatura”, lê-se no texto. O mesmo sucede com a tomografia computadorizada, que deteta apenas sintomas de possível infecção em metade dos casos analisados, acrescentou. A amostra incluiu 1.099 pacientes do novo coronavírus, diagnosticados até 29 de janeiro, em 552 hospitais, em 31 sítios diferentes da China, com uma idade média de 47 anos, e entre os quais 41,9% eram mulheres. Entre os pacientes – 26% não estiveram recentemente em Wuhan, o epicentro da epidemia, ou tiveram contacto com pessoas de lá – o período médio de incubação do vírus foi de três dias, mas houve também casos com um período de 24 dias. O estudo também revela que o coronavírus “tem uma taxa de mortalidade relativamente menor que a SARS e a MERS”. A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço hoje divulgado.
Wuhan | Estudo diz que período de incubação do novo vírus pode durar até 24 dias Hoje Macau - 11 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] período de incubação do novo coronavírus pode prolongar-se até 24 dias, e não 14 como se apurou anteriormente, segundo um estudo publicado hoje, e realizado por 37 pesquisadores, incluindo o proeminente epidemiologista chinês Zhong Nanshan. O portal de notícias chinês Caixin divulgou as conclusões do último rascunho da investigação, que mostra que a febre – um dos primeiros sintomas – se manifestava em apenas 43,8% dos pacientes na sua primeira visita ao médico. “A ausência de febre é mais frequente [entre os pacientes analisados] do que na Síndrome Respiratória Aguda e Grave (SARS ou pneumonia atípica) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), portanto a deteção dos casos não pode focar-se na medição da temperatura”, lê-se no texto. O mesmo sucede com a tomografia computadorizada, que deteta apenas sintomas de possível infecção em metade dos casos analisados, acrescentou. A amostra incluiu 1.099 pacientes do novo coronavírus, diagnosticados até 29 de janeiro, em 552 hospitais, em 31 sítios diferentes da China, com uma idade média de 47 anos, e entre os quais 41,9% eram mulheres. Entre os pacientes – 26% não estiveram recentemente em Wuhan, o epicentro da epidemia, ou tiveram contacto com pessoas de lá – o período médio de incubação do vírus foi de três dias, mas houve também casos com um período de 24 dias. O estudo também revela que o coronavírus “tem uma taxa de mortalidade relativamente menor que a SARS e a MERS”. A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço hoje divulgado.
Vírus | Número de mortos aumenta para 1.016 Hoje Macau - 11 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] número de mortos devido ao novo coronavírus (2019-nCoV) aumentou hoje para 1.016, ultrapassando pela primeira vez nas últimas 24 horas uma centena de vítimas mortais, informou a Comissão Nacional de Saúde chinesa. De acordo com as autoridades de saúde de Pequim, citadas pela agência Associated Press, o número total de mortos nas últimas 24 horas é de 108. O número total de casos confirmados é de 42.638, dos quais 2.478 foram confirmados nas últimas 24 horas em território continental chinês. Além das 1.016 mortes confirmadas em território continental chinês, há também uma vítima mortal na região chinesa de Hong Kong e outra nas Filipinas. O novo coronavírus foi detectado em dezembro, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro). O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 350 casos de contágio confirmados em 25 países. Na Europa, o número chegou na segunda-feira a 43, com quatro novas infeções detetadas no Reino Unido. A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para quinta-feira, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução. Vários países já começaram o repatriamento dos seus cidadãos de Wuhan, uma cidade com 11 milhões de habitantes, epicentro da epidemia, que foi colocada sob quarentena, à semelhança de outras cidades da província de Hubei, afetando mais de 56 milhões de pessoas. As saídas e entradas estão interditadas pelas autoridades durante um período indefinido, e diversas companhias suspenderam as ligações aéreas com a China.
Vírus | Número de mortos aumenta para 1.016 Hoje Macau - 11 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] número de mortos devido ao novo coronavírus (2019-nCoV) aumentou hoje para 1.016, ultrapassando pela primeira vez nas últimas 24 horas uma centena de vítimas mortais, informou a Comissão Nacional de Saúde chinesa. De acordo com as autoridades de saúde de Pequim, citadas pela agência Associated Press, o número total de mortos nas últimas 24 horas é de 108. O número total de casos confirmados é de 42.638, dos quais 2.478 foram confirmados nas últimas 24 horas em território continental chinês. Além das 1.016 mortes confirmadas em território continental chinês, há também uma vítima mortal na região chinesa de Hong Kong e outra nas Filipinas. O novo coronavírus foi detectado em dezembro, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro). O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 350 casos de contágio confirmados em 25 países. Na Europa, o número chegou na segunda-feira a 43, com quatro novas infeções detetadas no Reino Unido. A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para quinta-feira, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução. Vários países já começaram o repatriamento dos seus cidadãos de Wuhan, uma cidade com 11 milhões de habitantes, epicentro da epidemia, que foi colocada sob quarentena, à semelhança de outras cidades da província de Hubei, afetando mais de 56 milhões de pessoas. As saídas e entradas estão interditadas pelas autoridades durante um período indefinido, e diversas companhias suspenderam as ligações aéreas com a China.
Parasite – Money – O Vírus Humano Rui Filipe Torres - 11 Fev 2020 [dropcap]Q[/dropcap]uando o Festival de Cannes de 2019, presidido por Alejandro González Iñárritu, entrega a Palma de Ouro ao filme PARASITE, confirma de forma canónica a mestria do olhar cinematográfico sobre a espécie humana do realizador coreano Bong Joon-ho, olhar sem concessão a futuros radiosos nem finais felizes. — Sim, ter conhecimento, entrar no ensino superior, mas primeiro, ganhar dinheiro. É-nos dito, em jeito de frase de epílogo, por Ki-woo, interpretado por Choi Woo-shi, 29 anos, o personagem que ao longo do filme nos conduz neste labiríntico habitar subterrâneo, jardim armadilhado em que o Minotauro é o bezerro de ouro contemporâneo, a moeda e a acumulação de capital. É certo que a motivação para o traçar deste caminho prende-se com a necessidade de capital para libertar o pai do subterrâneo na casa milionária construção de arquitecto, e da experiência da sua vida com cheiro a pobreza entranhado na roupa, do em quotidiano vivido em cave de prédio em bairro periférico. Só comprando a luxuosa mansão, é possível o reencontro com o pai. É provável que a apetência para a acumulação presente no nosso estilo de vida seja ainda a continuação de necessidades arcaicas que se advinham facilmente no tempo distante em que habitávamos em pequenos grupos numa natureza sem mediação por vezes generosa e outras hostil. O certo é que não seja por vontade e consentimento humano, nem capitalismo , nem qualquer outro sistema/modelo de organização da sociedade se torna viável e possível. E hoje, money, money, é grito da multidão ávida do acesso ao prazer, à distinção, ao luxo, antes apenas vislumbrado nos castelos dos senhores, hoje anunciado de meia em meia hora nos canais tv, e mostrado nas montras dos artigos de luxo nas avenidas enfeitadas de colares eléctricos em todas as cidades do mundo. No filme “ Amar ou Morrer”, que o empenho zeloso da burocracia do ICA no ano de 2019 pontapeou para fora do concurso de apoio à produção, o que diz muito sobre como funciona , ou melhor, não funciona , a política pública de apoio ao cinema em Portugal, tema de muito interesse, mas que não é o nosso assunto neste texto, numa cena desse “filme”, diz o Pita, um personagem criado pelo Raúl Brandão: “ Quando a vida era uma passagem e a dor mais negra, maior era o prazer na vida eterna, a coisa andava. Destruíram essa ilusão e agora são milhões os ávidos de gozo.” Em Parasite, filme com um argumento magnífico e de igual adjectivação na realização, são os milhões dos muitos em escassez e dos alguns com vida sem faltas, o tema da história. Filmado com fina e radical ironia, numa verticalidade do visível e do invisível, materializada na visibilidade dos jardins e dos andares à superfície da mansão luxuosa, luminosa e modernista e no habitar do bunker subterrâneo da mesma mansão luxuosa. Na vida nas caves dos milhões disponíveis para o mercado de trabalho que permite o sonho do consumo, e que, no esgravatar constante na tentativa de ultrapassar o sufoco e a miséria, não negam a trapaça ou a faca, o sangue, o assassinato do igual, para a subida à mesa sem faltas dos herdeiros da sorte, da saúde, e da boa aventurança da conta bancária sem faltas, dos que habitam as zonas ricas da cidade. O crítico do The New York Times, descreve o filme como “filme extremamente divertido, o tipo de filme inteligente, generoso e esteticamente energizado que elimina as cansadas distinções entre filmes de arte e filmes de pipoca” Facto é que esta produção de 11 milhões de dólares rodada em aproximadamente dois meses e meio, sem estrelas do panteão de Hollywood e em língua coreana, conta já com uma facturação próxima dos 100 milhões de dólares. Em Toronto, em San Sebastian, em Sydney, em Munique, em todos os festivais onde esteve, foi premiado. Para o OSCAR de 2020, dia 9 de Fevereiro, está indicado para as categorias de; Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Argumento Original, Melhor Montagem, Melhor Direcção de Arte, Melhor Filme Internacional. Não colherá, todas as estatuetas, há outros filmes na corrida com grande mérito, mas algumas, e muito merecidas, e com grande aplauso, serão suas. Este é um dos gigantes da produção cinematográfica estreada em 2019. Não perca. (Nota do editor: O artigo foi escrito antes da cerimónia dos Óscares. O filme sul-coreano viria a conquistar 4 estatuetas:: Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Argumento Original e Melhor Filme Internacional) * Rui Filipe Torres – Cineasta, Jornalista. Doutorando em Estudos Artísticos – Estudos Fílmicos e da Imagem – FL -Universidade de Coimbra Mestre em Estudos Culturais Aplicados em Cinema – Desenvolvimento de Projecto Cinematográfico – ESTC – Instituto Politécnico de Lisboa. Licenciado em Ciências da Comunicação – ISCSP – Universidade de Lisboa
Xunzi 荀子 – Elementos de ética, visões do Caminho Hoje Macau - 11 Fev 2020 Tradução de Rui Cascais [dropcap]O[/dropcap] ritual é aquilo que serve para corrigirmos a nossa pessoa. O mestre é aquele que serve para corrigir a nossa prática ritual. Sem ritual, como corrigirás a tua pessoa? Sem mestre, como saberás que praticas correctamente o ritual? Quando o ritual é correcto e tu és correcto, tal significa que a tua disposição é conforme ao ritual. Quando o mestre explica correctamente e também tu explicas correctamente, tal significa que a tua compreensão é exactamente como a compreensão do teu mestre. Se a tua disposição for conforme ao ritual e a tua compreensão como a compreensão do teu mestre, é isso que significa ser sage. Contradizer o ritual é ser desprovido do modelo adequado e contradizer o teu mestre é ser sem mestre. Se não fores conforme ao teu mestre e ao modelo adequado, preferindo usar do teu próprio juízo, tal é como confiar num cego para distinguir cores, ou num surdo para distinguir sons. Tudo o que conseguirás obter será caos e imprudência. Por isso, no estudo, o ritual é o teu modelo adequado e o mestre é alguém que tomas como bitola correcta e com quem aspiras estar em conformidade. As Odes dizem, “Na ignorância, na ausência de compreensão, escolhe seguir os princípios de Shang Di.” Isto exprime o que quero dizer. Se fores escrupuloso, honesto, agires com obediência adequada e fores um bom irmão mais novo, podes então ser chamado um jovem bom. Se, para além disso, tiveres amor pelo estudo, capacidade de aceitação e uma mente arguta, então terás talentos iguais àqueles a quem ninguém é superior, podendo usar [os teus talentos] para te tornares uma pessoa exemplar. Se fores preguiçoso e cobarde, desavergonhado e preocupado só com comida e bebida, então mereces ser chamado um jovem mau. Se, para além disso, fores ferozmente desobediente e perigoso, desrespeitando vilmente teus irmãos mais velhos, então mereces ser chamado de jovem aziago, podendo mesmo chegar à circunstância de te veres aplicada a pena capital. Quando se trata os velhos como os velhos merecem, a nós virão aqueles que se encontram no seu auge. Se não afligires aqueles que já se encontram em profunda aflição, a ti virão os bem-sucedidos. Se trabalhares na obscuridade e praticares a bondade sem expectativa de recompensa, tanto merecedores como desmerecedores te seguirão unanimemente. Quem se reger por estes três tipos de conduta não será punido pelo Céu, ainda que cometa um qualquer erro grave. Na busca de lucro, a pessoa exemplar age com contenção. No evitar de males, age cedo. No evitar da desgraça, age com temor. Na prossecução do Caminho, age corajosamente. Mesmo vivendo em pobreza, as intenções da pessoa exemplar permanecem grandiosas. Mesmo coberta de riqueza e honrarias, a sua postura permanece reverente. Mesmo vivendo em lazer, o seu sangue e qi não são ociosos. Mesmo cansada de labutar, a sua atitude não é desagradável. Quando irada não é excessivamente severa e, quando feliz, não é excessivamente indulgente. A pessoa exemplar mantém intenções grandiosas mesmo na miséria pois exalta a ren [humanidade; benevolência]. Mantém uma postura reverente mesmo coberta de riqueza e honrarias pois reage com leveza às contingências da fortuna. O seu sangue e qi não se tornam ociosos mesmo no lazer pois se dedica à boa ordem. A sua atitude não é desagradável mesmo cansada de labutar pois lhe agradam as boas relações. Não é nem excessivamente severa quando irada nem excessivamente indulgente quando feliz pois a sua aderência ao modelo adequado suplanta qualquer capricho pessoal. Os Documentos dizem: Não cries novos gostos. Segue a via do rei. Não cries novos desgostos. Atém-te à via do rei. Isto significa que, evitando a parcialidade e recorrendo a yi [propriedade], a pessoa exemplar suplanta os desejos pessoais caprichosos. Nota Xunzi (荀子, Mestre Xun; de seu nome Xun Kuang, 荀況) viveu no século III Antes da Era Comum (circa 310 ACE – 238 ACE). Filósofo confucionista, é considerado, juntamente com o próprio Confúcio e Mencius, como o terceiro expoente mais importante daquela corrente fundadora do pensamento e ética chineses. Todavia, como vários autores assinalam, Xunzi só muito recentemente obteve o devido reconhecimento no contexto do pensamento chinês, o que talvez se deva à sua rejeição da perspectiva de Mencius relativamente aos ensinamentos e doutrina de Mestre Kong. A versão agora apresentada baseia-se na tradução de Eric L. Hutton publicada pela Princeton University Press em 2016.
O outro que há em nós Nuno Miguel Guedes - 11 Fev 2020 [dropcap]E[/dropcap]u não sei nem quero saber da vida social de ninguém, amigos. Por vezes nem da minha, que poderia ser descrita de forma geral como a de um monge que entra numa discoteca. Muitos conhecidos, outros que querem conhecer-nos; mas os amigos estão noutro lugar, para onde se foge mal se possa. E aí nos encontramos e recebemos santuário, nessas catedrais familiares e modestas onde podemos partilhar silêncios. Mas divago. Apesar de tudo devemos estar expostos aos outros, numa dose sensata. Cada um terá a sua e longe de mim querer ser exemplar. Afinal de contas o conceito de alteridade – esse que proclama que o ser humano age intersocialmente e na interdependência do outro – não só existe como muitas vezes é inconveniente e inoportuno. Falo por mim, claro. Mas podemos ser apanhados de surpresa, sobretudo quando procuramos refúgio dentro de nós mas no meio dos que estão à nossa volta. Alguns darão por isso; outros não e são esses que no meio da nossa odisseia imaginária, onde desbastamos as selvas das angústias e alegrias esquecendo-nos facilmente do lugar terreno onde nesse momento temos de pertencer – são esses, dizia, que sem medo ou má vontade nos atiram perguntas como esta: “Alguma vez pensaste em ser outra pessoa?”. Sim, eu sei: as minhas companhias tendem a ser bizarras. Mas com sorte até oferecem temas para estas crónicas de forma involuntária. Além de que, neste caso concreto, trata-se de uma boa pergunta. Efectue o leitor amigo esse mesmo exercício e verá que a resposta não é fácil. Pela minha parte, a primeira reacção foi típica: como de certa forma vivo numa biblioteca itinerante o meu cérebro, em vez de tentar responder à pergunta, preferiu fazer uma pesquisa exaustiva a todos os livros e letras de canções que encontrou pelo caminho. E lá veio Borges a falar com Borges no maravilhoso conto O Outro; e lá vieram mil e uma recordações de filmes que abordavam o tema do doppelgänger ou de livros que me são caros, como Dr.Jekkill e Mr.Hyde ou O Retrato de Dorian Gray. Esta petulância intelectual, tão sintomática como verdadeira, impediu-me mais uma vez de dar a resposta mais óbvia: não, nunca desejei ser outra pessoa. Zanguei-me tantas vezes com quem sou que perdi a conta. Deixei de me falar durante semanas. Mas não: nunca desejei ser outro nem perdi tempo com essa possibilidade. Mais: muitas vezes fiquei grato a essa não-possibilidade. Há um provérbio inglês, com origem no século XVI e que sempre me tocou fundo: ao encontrar alguém mais desafortunado, dizem “There, but for the grace of God, go I”. Eu poderia ser aquele, não fora a graça de Deus. Mesmo os não-crentes compreendem a essência do que se diz nesta paráfrase bíblica: estamos sempre à mercê de algo maior e devemos percebê-lo, ser humildes, estar gratos e ajudar. Não sei como se poderá querer ser outro. Mas sei que já fomos outro. Há algum tempo visitei a maravilhosa exposição de fotografia Aos Meus Amores 2.0, de Álvaro Rosendo, onde está retratada com o olhar terno do fotógrafo gente que atravessou várias décadas, desde os anos 80. E por acaso lá me deparei comigo, ali, espetado na parede. Era eu, com os meus sonhos, a força e a estupidez da juventude, o sorriso imaculado dos vinte e poucos anos. Mas era outro, amigos. E juro, juro que prefiro ser eu agora até porque amanhã já serei outro que gostarei de ser.
Coincidências João Santos Filipe - 11 Fev 2020 [dropcap]N[/dropcap]o ano passado, ou há dois anos, uma menina de quatro anos foi três vezes com gripe ao hospital Kiang Wu. Foi sempre mandada para casa e na última vez ficou internada. Morreu devido a “complicações”. Há uma ou duas semanas, em pleno desenvolvimento da epidemia, uma das vítimas foi uma vez ao hospital público e enviada para casa. Depois, foi mais duas vezes ao Kiang Wu e mandada para casa. Finalmente, apresentou-se no Kiang Wu e pediu para ser internada. O pior confirmou-se e estava infectada. A culpa? Da mulher, pois está claro, que não tinha dito aos médicos que tinha estado num hospital de Zhuhai. Agora, um grupo de trabalhadores sentindo que estavam a jogar roleta russa com as suas vidas apresentou um rol de queixas, inclusive sobre a falta de máscaras adequadas. Como reage o hospital? Garante que está tudo bem e pede que não se lancem “rumores”, apesar de admitir algumas falhas. E do lado do Governo? O normal. O Kiang Wu é sempre um assunto tratado com pinças, para não se chatear quem tem poder. Em última análise a culpa é dos trabalhadores por virem a público porque deviam ter falado internamente, mesmo que já o tivessem feito sem resultados. O histórico de coincidências e “azares” acumula-se. No entanto, eu estou descansado e plenamente confiante, porque no dia em que acontecer algo grave que resulte numa ameaça à saúde pública vamos ouvir os responsáveis a dizer que “nada fazia prever” tal desfecho…
Cerrar fileiras David Chan - 11 Fev 2020 [dropcap]E[/dropcap]ste é o meu primeiro artigo deste Novo Ano Chinês. Para todos vós vão os meus votos de felicidades e de muita saúde. O surto do novo Coronavírus surgiu há cerca de três meses. Durante este período, vários países adoptaram diversas medidas de prevenção para combater a propagação da epidemia, esperando minimizar os seus efeitos. Macau encerrou as escolas por tempo indeterminado; os funcionários públicos podem trabalhar a partir de casa até dia 16 deste mês. Há poucos dias atrás, os casinos e locais de entretenimento da cidade foram fechados, e a maior parte das carreiras de autocarros acaba às 22.30. Estas medidas destinam-se a impedir a concentração de pessoas e evitar a propagação do vírus. Actualmente, as ruas de Macau à noite estão desertas. A fervilhante vida nocturna desapareceu. Embora esta situação implique importantes prejuízos económicos, o Governo de Macau foi obrigado a tomar estas precauções para que todos nós possamos resistir à adversidade com sucesso. As próprias pessoas evitam os contactos. Se possível, não vão trabalhar, não mandam as crianças à escola e quase não saem. Claro que a vida tem de continuar, por isso o isolamento não pode ser total, as pessoas isolam-se apenas na medida do possível. Este procedimento é o que cada um de nós pode fazer de melhor para combater a epidemia. Nesta altura, é muito importante que todos nós tenhamos um cuidado especial com a higiene pessoal. Devemos lavar as mãos com frequência, levantarmo-nos e deitarmo-nos cedo para manter o corpo saudável. Quem não tiver sintomas de gripe deve evitar os hospitais. O Governo tem de focar os seus recursos no tratamento dos doentes infectados pelo vírus. Ao adoptar estes comportamentos, estamos a ajudar o Governo, a nós próprios e aos outros. Todos sabemos que ainda não se descobriu a vacina para neutralizar este vírus. Por enquanto, tudo o que o Governo pode fazer é implementar medidas que evitem a sua propagação. A cada cidadão compete cooperar, evitando o mais possível expor-se a contactos com terceiros e evitando adoecer. Se todos seguirmos à risca estas instruções, conseguiremos combater com sucesso esta epidemia. Parte importante deste combate é travado pelos profissionais de saúde que se dedicam com entusiasmo a velar pelo bem-estar de todos nós. Há poucos dias soubemos que tinha havido um greve de profissionais de saúde em Hong Kong. A greve foi uma forma de exigir ao Governo de Hong Kong o fecho das fronteiras. Estes profissionais salientaram de forma clara que se o Governo mantivesse as fronteiras abertas, os portadores do vírus entrariam em Hong Kong e o número de infectados iria disparar. Se esta situação se vier a verificar, o sistema de saúde irá colapsar e não vai haver profissionais em número suficiente para acudir aos doentes. Todos nós sabemos, que o vírus surgiu em Wuhan. Depois disso, espalhou-se a muitas outras cidades da China. Não há dúvida de que o encerramento de fronteiras e o isolamento das zonas mais afectadas, pode reduzir o risco de propagação a outras comunidades. No entanto, com o intercâmbio que existe actualmente entre a China e Hong Kong, intensificado pelo facto de muitos hongkongers residirem em Shenzhen, devido ao elevado custo das casas em Hong Kong, as entradas e saídas são uma realidade do dia a dia. Se o fecho de fronteiras for implementado, como é que estas pessoas podem vir trabalhar? Mas, para além deste motivo, existem muitas outras razões que levam as pessoas a circular diariamente entre a China e Hong Kong. Com as fronteiras fechadas esta circulação deixa de ser possível. E que consequências podem daí advir? Sem falar nos produtos de primeira necessidade que Hong Kong importa da China. Mais uma vez, o fecho das fronteiras vai impedir este transporte. Quem traz estes produtos vai deixar de poder entrar em Hong Kong. Será isto viável? Embora os profissionais de saúde tenham terminado a greve, este assunto merece ser avaliado em profundidade. Devemos interrogarmo-nos porque é que a greve durou cinco dias mesmo havendo todas estas questões a considerar. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado do Instituto Politécnico de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
Vírus | Estudo indica que gestão do fornecimento de máscaras é a medida mais popular Pedro Arede - 11 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap]s impactos das medidas de prevenção contra o coronavírus já começam a ser sentidos de forma mais ou menos positiva pela população. Quase 90 por cento dos cidadãos de Macau consideraram a medida de apoio à compra de máscaras cirúrgicas lançada pelo Governo de Macau, como a mais satisfatória das acções de prevenção contra o novo tipo de coronavírus decretadas pelo Executivo. A conclusão é da Associação de Educação Patriótica da Juventude de Macau, após um estudo realizado entre 30 de Janeiro e 1 de Fevereiro que analisou 194 questionários enviados a empresas de 16 indústrias. Entre as medidas de prevenção que recolheram mais aplausos estão assim, depois da medida de apoio à compra de máscaras cirúrgicas (88,5 por cento), as políticas de imigração que visam os visitantes de Hubei (82 por cento), o cancelamento das celebrações do Ano Novo Lunar (81,14 por cento), medidas de isolamento aplicadas a viajantes de Hubei que ficam em Macau (78,1 por cento) e, por último, o adiamento do regresso às aulas (76,5 por cento). Já quanto às principais preocupações apontadas pelos diferentes sectores de actividade, o destaque vai para a impossibilidade de operar devido à suspensão temporária, contrariedade referida por 68 por cento dos inquiridos do sector da educação, 60 por cento no sector do turismo e 42 por cento na indústria dos transportes, armazenamento e comunicações. A assinalar preocupações relativas a problemas de liquidez apontaram metade dos inquiridos da indústria hoteleira, transportes, armazenamento e comunicações e do turismo. Por fim, indicando dificuldades no pagamento de salários apontaram a indústria do catering (50 por cento) e a hoteleira (50 por cento). Já metade dos inquiridos da indústria do retalho e por atacado referiram sentir pressão para obter novas encomendas e no pagamento de empréstimos. Lista de desejos De acordo com o estudo da Associação de Educação Patriótica da Juventude de Macau, as medidas que os sectores industriais mais desejam ver implementados na sequência da prevenção da situação epidémica que tem levado ao agravamento da situação económica, está, no topo, a redução ou isenção dos impostos para as empresas, seguida de medidas fiscais como a concessão de empréstimos, a redução da factura da prestação de serviços públicos, a implementação de mais medidas de segurança social e de estímulo social e o apoio na área da formação. Elogiando as medidas decretadas pelo Executivo liderado por Ho Iat Seng no combate ao coronavírus e que “fortaleceram a confiança da comunidade internacional de que Macau é uma cidade segura”, a Associação de Educação Patriótica da Juventude de Macau, sugere ainda quais os pontos nos quais o Governo se deve concentrar. Entre os quais a associação presidida por Wong Ka Lon sugere mais medidas de restrição à circulação e reunião, medidas de estabilização da economia através da manutenção da “competitividade como pilar” e do suporte às pequenas e médias empresas, manutenção de uma baixa taxa de desemprego, apoio psicológico para estudantes e alunos no momento em que as aulas forem retomadas, a melhoria de medidas de segurança social e a alteração das leis destinadas aos trabalhadores estrangeiros.
Vírus | Estudo indica que gestão do fornecimento de máscaras é a medida mais popular Pedro Arede - 11 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap]s impactos das medidas de prevenção contra o coronavírus já começam a ser sentidos de forma mais ou menos positiva pela população. Quase 90 por cento dos cidadãos de Macau consideraram a medida de apoio à compra de máscaras cirúrgicas lançada pelo Governo de Macau, como a mais satisfatória das acções de prevenção contra o novo tipo de coronavírus decretadas pelo Executivo. A conclusão é da Associação de Educação Patriótica da Juventude de Macau, após um estudo realizado entre 30 de Janeiro e 1 de Fevereiro que analisou 194 questionários enviados a empresas de 16 indústrias. Entre as medidas de prevenção que recolheram mais aplausos estão assim, depois da medida de apoio à compra de máscaras cirúrgicas (88,5 por cento), as políticas de imigração que visam os visitantes de Hubei (82 por cento), o cancelamento das celebrações do Ano Novo Lunar (81,14 por cento), medidas de isolamento aplicadas a viajantes de Hubei que ficam em Macau (78,1 por cento) e, por último, o adiamento do regresso às aulas (76,5 por cento). Já quanto às principais preocupações apontadas pelos diferentes sectores de actividade, o destaque vai para a impossibilidade de operar devido à suspensão temporária, contrariedade referida por 68 por cento dos inquiridos do sector da educação, 60 por cento no sector do turismo e 42 por cento na indústria dos transportes, armazenamento e comunicações. A assinalar preocupações relativas a problemas de liquidez apontaram metade dos inquiridos da indústria hoteleira, transportes, armazenamento e comunicações e do turismo. Por fim, indicando dificuldades no pagamento de salários apontaram a indústria do catering (50 por cento) e a hoteleira (50 por cento). Já metade dos inquiridos da indústria do retalho e por atacado referiram sentir pressão para obter novas encomendas e no pagamento de empréstimos. Lista de desejos De acordo com o estudo da Associação de Educação Patriótica da Juventude de Macau, as medidas que os sectores industriais mais desejam ver implementados na sequência da prevenção da situação epidémica que tem levado ao agravamento da situação económica, está, no topo, a redução ou isenção dos impostos para as empresas, seguida de medidas fiscais como a concessão de empréstimos, a redução da factura da prestação de serviços públicos, a implementação de mais medidas de segurança social e de estímulo social e o apoio na área da formação. Elogiando as medidas decretadas pelo Executivo liderado por Ho Iat Seng no combate ao coronavírus e que “fortaleceram a confiança da comunidade internacional de que Macau é uma cidade segura”, a Associação de Educação Patriótica da Juventude de Macau, sugere ainda quais os pontos nos quais o Governo se deve concentrar. Entre os quais a associação presidida por Wong Ka Lon sugere mais medidas de restrição à circulação e reunião, medidas de estabilização da economia através da manutenção da “competitividade como pilar” e do suporte às pequenas e médias empresas, manutenção de uma baixa taxa de desemprego, apoio psicológico para estudantes e alunos no momento em que as aulas forem retomadas, a melhoria de medidas de segurança social e a alteração das leis destinadas aos trabalhadores estrangeiros.
Cinemateca Paixão | Produções locais vão a concurso Hoje Macau - 11 Fev 2020 [dropcap]E[/dropcap]stão abertas as inscrições de produções locais para apresentação no festival “Panorama do Cinema de Macau 2020”. A informação foi divulgada ontem em comunicado pela Cinemateca Paixão, acrescentando que serão aceites todos os géneros, de longas metragens a documentário e animação, desde que as obras tenham sido produzidas não antes de 2018. O festival terá lugar dentro de alguns meses e as inscrições podem ser feitas até 3 de Março. Albert Chu, Director Artístico da Cinemateca, mostra-se confiante acerca do papel que o festival detém na promoção da arte cinematográfica local. “Em anos recentes, todo um conjunto de produções demonstrou vigorosamente a paixão e trabalho incansável da sua equipa. Em termos de escrita de argumento, realização, actuação e outras capacidades, foram muitos os que atingiram um nível profissional. Agora no seu quarto ano, o Panorama do Cinema de Macau prossegue o seu papel de liderança na promoção do cinema e cineastas locais”, pode ler-se no comunicado. Já Rita Wong espera que a edição deste ano possa trazer novidades, sobretudo com a experiências coleccionadas além-fronteiras. No ano passado, ‘O Poder do Cinema Local Independente Local’ mostrou dois tipos de aventuras: as diferentes experiências e exploração de cineastas que continuaram os seus estudos no Reino Unido, Polónia, Austrália, Taiwan e outras regiões; e o aperfeiçoar da capacidade narrativa dos cineastas locais. É absolutamente empolgante assistir à energia que tem lugar durante o festival”.
Cinemateca Paixão | Produções locais vão a concurso Hoje Macau - 11 Fev 2020 [dropcap]E[/dropcap]stão abertas as inscrições de produções locais para apresentação no festival “Panorama do Cinema de Macau 2020”. A informação foi divulgada ontem em comunicado pela Cinemateca Paixão, acrescentando que serão aceites todos os géneros, de longas metragens a documentário e animação, desde que as obras tenham sido produzidas não antes de 2018. O festival terá lugar dentro de alguns meses e as inscrições podem ser feitas até 3 de Março. Albert Chu, Director Artístico da Cinemateca, mostra-se confiante acerca do papel que o festival detém na promoção da arte cinematográfica local. “Em anos recentes, todo um conjunto de produções demonstrou vigorosamente a paixão e trabalho incansável da sua equipa. Em termos de escrita de argumento, realização, actuação e outras capacidades, foram muitos os que atingiram um nível profissional. Agora no seu quarto ano, o Panorama do Cinema de Macau prossegue o seu papel de liderança na promoção do cinema e cineastas locais”, pode ler-se no comunicado. Já Rita Wong espera que a edição deste ano possa trazer novidades, sobretudo com a experiências coleccionadas além-fronteiras. No ano passado, ‘O Poder do Cinema Local Independente Local’ mostrou dois tipos de aventuras: as diferentes experiências e exploração de cineastas que continuaram os seus estudos no Reino Unido, Polónia, Austrália, Taiwan e outras regiões; e o aperfeiçoar da capacidade narrativa dos cineastas locais. É absolutamente empolgante assistir à energia que tem lugar durante o festival”.
Renovação Urbana | Garantido estatuto para construir em Hengqin João Santos Filipe - 11 Fev 2020 A empresa financiada com capitais públicos vai ser a responsável pelo projecto de construção de 3.600 fracções no Novo Bairro de Macau, na Ilha da Montanha. O projecto ainda não foi apresentado à população [dropcap]A[/dropcap] empresa de capitais públicos Macau Renovação Urbana vai ser mesmo a responsável pela construção do “Novo Bairro de Macau”, um empreendimento da Ilha da Montanha, fora da jurisdição da RAEM. A confirmação foi avançada ontem pelo Governo em comunicado, devido à necessidade de se alterar os estatutos da empresa. No próprio comunicado, emitido pelo Conselho Executivo, é reconhecido que esta ambição vai além do intuito para que a empresa foi criada, o que levou a uma alteração das competências. “Com vista a promover a cooperação entre Zhuhai e Macau, o Governo Municipal de Zhuhai disponibilizará terreno na Ilha de Henqin para desenvolver o projecto ‘Novo Bairro de Macau’ e o Governo da RAEM propõe que a Macau Renovação Urbana, S.A. se responsabilize pela respectiva construção”, é explicado. “Tendo em conta que a implementação do referido projecto excede o âmbito do objecto social da Macau Renovação Urbana, S.A., o Governo da RAEM elaborou o projecto de regulamento administrativo intitulado […] para proceder à alteração do seu objecto social”, é acrescentado. Com esta alteração, o objectivo da empresa passa a permitir “desenvolver projectos fora da RAEM”, o que antes estava excluído. Os projectos fora de Macau têm de ter como objectivo “melhorar a qualidade e o ambiente habitacional dos residentes” e necessitam de ser aprovados em Assembleia Geral da empresa. A alteração surge depois das críticas do deputado Sulu Sou, que tinha alertado para o facto de a empresa estar estatutariamente limitada a exercer a actividade na RAEM. “É fantástico. A empresa é financiada a 100 por cento pelo Governo de Macau e a sua área de actividade só pode ser o desenvolvimento urbano local. Até agora, a renovação dos bairros antigos não registou qualquer melhoria, mas a empresa já está a envolver-se em negócios em Hengqin”, criticou, nos finais de Dezembro, o democrata. Dentro da legalidade Segundo o artigo 104.º da Lei Básica (LB), as receitas financeiras “não são entregues” ao Governo Central. No entanto, tal não impede que seja feitos investimentos no Interior, é o que defende o jurista António Katchi: “Embora isto seja certamente discutível, creio que esta norma [artigo 104.º] não impede a RAEM de realizar despesas no Interior da China, seja directamente, por conta do seu erário público, seja indirectamente, por intermédio de outras entidades, de direito público ou privado, dela dependentes ou por ela financiadas (fundações públicas, sociedades comerciais de capitais públicos, etc.)”, considerou. “O importante, do ponto de vista daquela disposição da LB, é que a RAEM não se prive nem seja privada do poder de dispor das suas receitas, ou seja, ela tem de manter a sua autonomia para, ano a ano, decidir sobre a aplicação das suas receitas. Penso que a mera localização geográfica dessa aplicação não é determinante”, sustentou. Já no ponto de vista político, e uma vez que este investimento até vai ter como destinatário os residentes de Macau, António Katchi considera que a RAEM devia integrar Hengqin. “Considero que o Governo de Macau deveria solicitar insistentemente junto do Governo Central a integração plena da ilha da Montanha na RAEM, mesmo que isso pressupusesse uma ligeira alteração da Lei Básica”, defendeu. Prioridades locais Já o deputado José Pereira Coutinho, ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, aponta que a prioridade da Macau Renovação Urbana deveria passar pela RAEM: “Eu acho que a prioridade deve ser em Macau, porque são os bairros estão cada vez mais sujos e velhos. Se a empresa tiver como objectivo principal a actividade em Macau, posso aceitar que haja algum investimento na Ilha da Montanha. Mas só quando houver uma melhoria nas ruas de Macau”, afirmou Coutinho, ao HM. “Se começam a focar-se em outras zonas ainda antes de melhorar as ruas de Macau acho que é um aspecto negativo”, completou. O Novo Bairro de Macau vai ficar na Ilha da Montanha num terrenos com 180.000 metros quadrados, que deverá receber cerca de 3.800 fracções habitacionais. Os pormenores do projecto não são conhecidos, uma vez que ainda não foram apresentados à população, mas a compra e a venda de casas só deverá poder ser feita entre residentes. No terreno em questão, vigora o primeiro sistema, com as respectivas liberdades e restrições, pelo que alguns residentes podem ser discriminados no acesso físico às fracções.
Renovação Urbana | Garantido estatuto para construir em Hengqin João Santos Filipe - 11 Fev 2020 A empresa financiada com capitais públicos vai ser a responsável pelo projecto de construção de 3.600 fracções no Novo Bairro de Macau, na Ilha da Montanha. O projecto ainda não foi apresentado à população [dropcap]A[/dropcap] empresa de capitais públicos Macau Renovação Urbana vai ser mesmo a responsável pela construção do “Novo Bairro de Macau”, um empreendimento da Ilha da Montanha, fora da jurisdição da RAEM. A confirmação foi avançada ontem pelo Governo em comunicado, devido à necessidade de se alterar os estatutos da empresa. No próprio comunicado, emitido pelo Conselho Executivo, é reconhecido que esta ambição vai além do intuito para que a empresa foi criada, o que levou a uma alteração das competências. “Com vista a promover a cooperação entre Zhuhai e Macau, o Governo Municipal de Zhuhai disponibilizará terreno na Ilha de Henqin para desenvolver o projecto ‘Novo Bairro de Macau’ e o Governo da RAEM propõe que a Macau Renovação Urbana, S.A. se responsabilize pela respectiva construção”, é explicado. “Tendo em conta que a implementação do referido projecto excede o âmbito do objecto social da Macau Renovação Urbana, S.A., o Governo da RAEM elaborou o projecto de regulamento administrativo intitulado […] para proceder à alteração do seu objecto social”, é acrescentado. Com esta alteração, o objectivo da empresa passa a permitir “desenvolver projectos fora da RAEM”, o que antes estava excluído. Os projectos fora de Macau têm de ter como objectivo “melhorar a qualidade e o ambiente habitacional dos residentes” e necessitam de ser aprovados em Assembleia Geral da empresa. A alteração surge depois das críticas do deputado Sulu Sou, que tinha alertado para o facto de a empresa estar estatutariamente limitada a exercer a actividade na RAEM. “É fantástico. A empresa é financiada a 100 por cento pelo Governo de Macau e a sua área de actividade só pode ser o desenvolvimento urbano local. Até agora, a renovação dos bairros antigos não registou qualquer melhoria, mas a empresa já está a envolver-se em negócios em Hengqin”, criticou, nos finais de Dezembro, o democrata. Dentro da legalidade Segundo o artigo 104.º da Lei Básica (LB), as receitas financeiras “não são entregues” ao Governo Central. No entanto, tal não impede que seja feitos investimentos no Interior, é o que defende o jurista António Katchi: “Embora isto seja certamente discutível, creio que esta norma [artigo 104.º] não impede a RAEM de realizar despesas no Interior da China, seja directamente, por conta do seu erário público, seja indirectamente, por intermédio de outras entidades, de direito público ou privado, dela dependentes ou por ela financiadas (fundações públicas, sociedades comerciais de capitais públicos, etc.)”, considerou. “O importante, do ponto de vista daquela disposição da LB, é que a RAEM não se prive nem seja privada do poder de dispor das suas receitas, ou seja, ela tem de manter a sua autonomia para, ano a ano, decidir sobre a aplicação das suas receitas. Penso que a mera localização geográfica dessa aplicação não é determinante”, sustentou. Já no ponto de vista político, e uma vez que este investimento até vai ter como destinatário os residentes de Macau, António Katchi considera que a RAEM devia integrar Hengqin. “Considero que o Governo de Macau deveria solicitar insistentemente junto do Governo Central a integração plena da ilha da Montanha na RAEM, mesmo que isso pressupusesse uma ligeira alteração da Lei Básica”, defendeu. Prioridades locais Já o deputado José Pereira Coutinho, ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, aponta que a prioridade da Macau Renovação Urbana deveria passar pela RAEM: “Eu acho que a prioridade deve ser em Macau, porque são os bairros estão cada vez mais sujos e velhos. Se a empresa tiver como objectivo principal a actividade em Macau, posso aceitar que haja algum investimento na Ilha da Montanha. Mas só quando houver uma melhoria nas ruas de Macau”, afirmou Coutinho, ao HM. “Se começam a focar-se em outras zonas ainda antes de melhorar as ruas de Macau acho que é um aspecto negativo”, completou. O Novo Bairro de Macau vai ficar na Ilha da Montanha num terrenos com 180.000 metros quadrados, que deverá receber cerca de 3.800 fracções habitacionais. Os pormenores do projecto não são conhecidos, uma vez que ainda não foram apresentados à população, mas a compra e a venda de casas só deverá poder ser feita entre residentes. No terreno em questão, vigora o primeiro sistema, com as respectivas liberdades e restrições, pelo que alguns residentes podem ser discriminados no acesso físico às fracções.
Sector do jogo angaria mais de 180 milhões para combater o surto Hoje Macau - 11 Fev 2020 [dropcap]A[/dropcap]o todo, seis concessionárias do jogo em Macau, juntamente com outros grupos, doaram um total de 180 milhões de patacas para apoiar os esforços de controlo e de propagação do novo tipo de coronavírus no Interior da China. Segundo a lista do Gabinete de Ligação do Governo Central chinês em Macau, citada pelo Inside Asia Gaming, no topo das doações está o Suncity Group, com uma oferta no valor de 41,5 milhões de patacas. De referir que neste valor estão incluídos 11,5 milhões de patacas oferecidos a título pessoal pelo director Executivo do Suncity Group, Alvin Chau, à sua terra natal, Zhaoqing, na província de Guangdong. As seis concessionárias de jogos fizeram doações semelhantes, com o Galaxy Entertainment Group, MGM China, SJM e Wynn Macau a doar 20 milhões de patacas cada, ao passo que o Sands China doou, além dos 20 milhões destinados ao continente chinês, outros cinco milhões dedicados a apoiar a comunidade de Macau. Já a Melco Resorts fez uma doação no valor de 20,5 milhões de patacas às Cruz Vermelha da província de Hubei. O Grupo Tak Chun anunciou também ter feito uma doação no valor de 20,5 milhões de patacas para a compra de 100 mil máscaras cirúrgicas para a província de Hubei e outras 100 mil para Macau. Já o Meg-Star Group fez uma doação no valor de 10 milhões de patacas para a criação de um fundo especial de apoio dedicado ao novo tipo de coronavírus que tem como objectivo acelerar a implementação de medidas anti-epidémicas na região. O contributo foi articulado com o Gabinete de Ligação do Governo central chinês na RAEM, para “ajudar a província de Hubei a combater a epidemia”, de acordo com o comunicado. Impacto imediato Após o anúncio do encerramento dos casinos decretados pelo Governo, a consultora Fitch Solutions não tardou em rever em baixa, na passada semana, a previsão para a evolução da economia de Macau, agravando a previsão de recessão de 3,2 por cento, em 2019, para 3,8 por cento este ano, devido ao novo coronavírus. No mesmo dia, a agência de notação financeira Fitch Rating apontou que os casinos de Macau, capital mundial do jogo, podem perder três mil milhões de euros nos próximos seis meses.