Empresário Kevin Ho acusa jovens de preconceito contra Partido Comunista

O sobrinho de Edmund Ho acredita que é preciso apostar mais no “Turismo Vermelho”, para que as gerações mais novas não se esqueçam do sofrimento do passado e que o Partido Comunista da China está disponível para sacrificar tudo pelo país

 

[dropcap]O[/dropcap] empresário Kevin Ho acusou os jovens de Macau e de Hong Kong de terem preconceito contra o Partido Comunista da China, durante uma visita à província de Hebei. As declarações do sobrinho de Edmund Ho, primeiro Chefe do Executivo da RAEM, foram citadas num artigo publicado na edição de terça-feira do jornal Ou Mun.

Na visita ao Interior, Kevin Ho sugeriu o reforço da aposta no “Turismo Vermelho”, que foca a história oficial do Partido Comunista, e defendeu que deve haver mais promoção das vitórias alcançadas, apesar das muitas dificuldades sentidas.

Segundo Ho, esta educação devia ser também cada vez mais promovida junto dos jovens locais, para que não se esqueçam dos esforços das gerações anteriores em prol do país, assim como da intenção original e missão do Partido Comunista.

No entanto, as críticas de Kevin não focaram apenas os jovens de Macau e Hong Kong. O empresário, e principal accionista do grupo português Global Media, proprietário do Diário de Notícias, acusou também os países ocidentais de não perceberem a China, o que no seu entender levou à Guerra Comercial com os Estados Unidos.

Como solução para o problema da imagem internacional, o sobrinho de Edmund Ho defendeu que os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 sejam utilizados para promover a imagem de poder da China e mostrar que o país está pronto e vai assumir responsabilidades mundiais.

Elogios ao Partido

Se por um lado, Kevin Ho criticou os jovens de Macau, por outro, não deixou de elogiar as pessoas que vivem no Parque Natural de Saihanba, na Província de Hebei. O local fazia parte de deserto, mas foi recuperado e florestado.

O também representante de Macau na Assembleia Nacional Popular elogiou todos os que se sacrificaram para que Saihanba se tornasse num local melhor e considerou ainda que é um exemplo de como os membros do partido estão disponíveis para se sacrificarem pela China, segundo a intenção original do partido.

Estas são as primeiras declarações públicas de Kevin Ho, após o Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) ter concluído a investigação sobre o empréstimo de 212 milhões de patacas cedido pelo Governo, liderado por Edmund Ho, à VIVA Macau. A empresa acabaria por falir em 2010 e o montante foi considerado irrecuperável. Kevin Ho era director-executivo não só da VIVA Macau, mas também da Eagle Airways, empresa que se tinha comprometido a assumir o pagamento do empréstimo, em caso de incumprimento, mas que nunca o fez.

No relatório, o CCAC considerou haver indícios de que os directores da empresa tinham cometido o crime de falência não intencional, mas que não seira possível acusar os mesmos, uma vez que já teriam prescrito.

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