Lusofonia | Associações pedem aumento de subsídio entre 20 a 30%

Terminado o Festival da Lusofonia, as associações participantes traçaram um balanço francamente positivo. Contudo, mantém-se o problema do financiamento, com dirigentes a pedirem aumentos de 20 a 30 por cento no próximo ano. Amélia António notou menos portugueses nas Casas-Museu da Taipa, concluindo que muitos deixaram o território

 

A música, as cores e os ritmos lusófonos voltaram à zona das Casas-Museu da Taipa quase como os tempos pré-covid, mas, ainda assim, “não foi exactamente um regresso aos bons velhos tempos”, denota Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM). Isto porque “marcaram-se várias iniciativas às mesmas horas e em diversos sítios”, o que levou a um “efeito de dispersão de visitantes que habitualmente estavam na Lusofonia”.

Além disso, continua, segundo a dirigente e advogada, “a não fazer sentido a limitação horária por causa do ruído num sítio onde praticamente não vivem pessoas”, restrição que acaba por “cortar o sentido da festa”.

Tendo em conta que muitas visitantes vieram de Hong Kong para recordar um evento onde gostam de estar quando visitam Macau, Amélia António dá conta da grande ausência de portugueses. “Senti uma diminuição muito grande da comunidade portuguesa. Muita gente foi embora [de Macau].”

Além dos concertos organizados pelo Instituto Cultural (IC) e patrocinados por empresas locais, as noites de Lusofonia são marcadas pela romaria pelas habituais barracas decoradas e geridas pelas associações de Macau de matriz lusófona que todos os anos são obrigadas a gerir um magro orçamento de 50 mil patacas. Por isso, Amélia António defende que está na hora de um aumento decretado pelo IC.

“As coisas estão estabilizadas, mas tudo tem de ser gerido com algum cuidado porque os preços dos serviços e dos bens vão aumentando, mas o financiamento vai-se mantendo. Isso exige um equilíbrio cada vez maior da parte das associações para fazerem bom e diferente.”

A dirigente defende “uma subida entre os 20 e os 25 por cento, que poderia cobrir a diferença de preços”.

Quem também pede alterações a este nível é Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses (ADM). “No próximo ano, seria a altura ideal para darem [o Governo] mais [dinheiro] às associações. Falo de um aumento de cerca de 20 ou 30 por cento.”

“É sempre um desafio fazer a festa porque o subsídio não aumentou, mas o custo das coisas sim. É importante que os responsáveis saibam que as associações lutam por causa disto. É apenas 50 mil patacas de subsídio para cada uma das associações. Para termos uma barraca mais apetrechada, com mais elementos culturais, é preciso mais, porque o valor não aumenta há anos”, frisou.

Miguel de Senna Fernandes destaca que “é importante que a RAEM se lembre que sem estas associações não há Lusofonia”.

Questionado se há espaço para inovar ou fazer diferente, o dirigente considera que o público espera exactamente aquele formato que funciona há muitos anos e que se tornou muito popular, indo muito além do espectro da comunidade portuguesa.

“Acho que há sempre espaço para inovação, mas temos de ver em que termos vão ser feitas modificações. Se o formato funciona, será que se deveria mudar? Foram-se ensaiando, ao longo destes anos, ligeiras diferenças e mudanças. A verdade é que este formato funciona e o público espera exactamente isso. Se calhar, não vale a pena mexer assim muito.”

Associação exige sede

Da parte do Núcleo de Animação Cultural de Goa, Damão e Diu, associação liderada por Vicente Coutinho, os desafios para fazer a festa da Lusofonia começam logo ao nível das infra-estruturas. “Nem temos uma sede, pelo que, quando acaba o evento, somos obrigados a deitar fora muito material que poderia ser reutilizado”, lamenta.

Quanto ao financiamento, Vicente Coutinho também se queixa da ginástica financeira a que obriga o orçamento. “É cada vez mais difícil organizar a festa. As coisas ficaram mais caras e esperamos que o Governo, através das seis concessionárias, consiga veicular alguns subsídios para todas as associações de forma equitativa e de acordo com os projectos de cada uma. As cláusulas dos novos contratos de jogo dizem, preto no branco, que devem ser apoiadas as actividades locais.”

Vicente Coutinho frisa que no território ocorrem outros eventos bem mais caros que nada têm a ver com as especificidades locais. “Vemos muito esbanjamento de dinheiro para outras coisas que não têm características de Macau. Os eventos onde se gastam, talvez, rios de dinheiro para contratar artistas que vêm da China, mas aí não se divulga a cultura de Macau.”

Vicente Coutinho entende que o festival da Lusofonia é “um estandarte fundamental de Macau em relação a Pequim ou a Zhuhai”, sendo da “responsabilidade do Governo de Macau ou de Pequim o apoio às associações, que não têm lucro”.

Elias Colaço, antigo dirigente da mesma associação também denuncia a “redução substancial dos apoios às associações”. “Sentiu-se isso ao olhar para as barracas, percebeu-se que faltava algo. As associações só dependem do festival da Lusofonia e têm de ter apoio do Governo. Nota-se que não há dinheiro para que as associações sozinhas suportem custos tão elevados. Quando não há dinheiro fazem-se as coisas com o que se tem, e isso tem resultados.”

Apesar de tudo, Elias Colaço diz que a edição deste ano obteve “resultados altamente positivos”. “Notei uma grande alegria este ano da parte do público, com uma grande adesão, não só das pessoas ligadas às comunidades, mas até da parte da população chinesa que tem aderido à Lusofonia. No ano passado tivemos a prata da casa que deu uma resposta muito positiva, mas o facto de este ano termos tido artistas internacionais foi muito bom. Todos os concertos estavam cheios.”

O residente recorda que “é a própria RAEM que sai beneficiada com o evento”. “Ir empobrecendo a organização é quase como tirar o tapete debaixo dos pés. As associações não têm [recursos], é quase tudo feito com base na carolice de cada um”, destacou.

Moçambique satisfeito

Ângelo Rafael, que dirige a Associação dos Amigos de Moçambique de Macau, também traça um balanço bastante positivo. “Esta foi a primeira edição depois do fim das restrições ligadas à pandemia e tudo correu sem sobressaltos.” O dirigente revela que houve, inclusivamente, espaço para algumas novidades. “Podemos ter novas peças de artesanato que foram um dos grandes atractivos a quem passava pela nossa tenda. O desenho da tenda foi ilustrativo do processo de renovação da Catedral de Nossa Senhora do Livramento, a Catedral de Quelimane, agora transformada em Museu da Cidade, algo que foi também muito elogiado pelos visitantes.”

A associação promoveu ainda a actuação do grupo de danças “Pérolas do Índico”, composto por estudantes moçambicanos e sócios da associação. “Da nossa parte o evento correu muito bem”, rematou.

Recorde-se que esta edição teve como novidade o regresso de artistas estrangeiros, que actuaram a par de bandas locais. Destaque para o concerto de Carlão, ex-vocalista dos portuguese Da Weasel e da banda cabo-verdiana Fogo Fogo.

1 Nov 2023

Lusofonia | Nova edição do Festival arranca hoje às 19h30

Carlão, antigo integrante do grupo português de hip-hop Da Weasel, é um dos grandes nomes do cartaz de mais uma edição do festival da Lusofonia, actuando amanhã nas Casas Museu da Taipa. Este é o regresso de uma das festas mais populares e representativa da multiculturalidade de Macau após o período da pandemia, contando com os habituais postos de venda das associações locais

 

Arranca hoje mais uma edição do Festival da Lusofonia, que habitualmente acontece na Taipa, nomeadamente nas Casas-Museu, Jardim Municipal, Largo do Carmo e Auditório do Carmo e que junta anualmente as mais diversas culturas que habitam Macau, com destaque para a matriz lusófona. O cartaz deste ano é marcado pela presença do músico português Carlão, ex-integrante do grupo Da Weasel, ligado ao hip-hop, que actua amanhã.

Com inúmeras actividades ligadas ao artesanato, cultura e gastronomia organizadas por dezenas de associações locais, os espectáculos começam hoje no Largo do Carmo às 19h30, prolongando-se até às 22h. Destaque para as actuações de artistas locais, nomeadamente Rita Portela, voz do jazz e do fado, Lulu Tavares, o saxofonista Paulo Pereira, Fabrizio Croce, Daniela da Silva, Jandira Silva, um grupo de música popular portuguesa, a banda Janmed e os Goa Groovie Band. Entre as 19h45 e as 22h, decorre ainda, no anfiteatro das Casas Museu da Taipa, actuações de Betchy Barros e o grupo Fogo Fogo, de Cabo Verde.

Amanhã, entre as 16h e as 23h, no anfiteatro das Casas Museu da Taipa, decorrem diversas actuações, nomeadamente de Carlão, do grupo folclórico infantil da Escola Portuguesa de Macau ou do Grupo Axê Capoeira do mestre Eddy Murphy. Destaque ainda para os concertos da banda Concrete/Lotus, formada por Kelsey Wilhem e Joana de Freitas, ou ainda do grupo João Gomes e Banda.

Das 19h30 às 22h, no Largo do Carmo, haverá mais música com diversos artistas como Fabrizio Croce, Giulliana Fellini e João Mascarenhas, Banda Janmed e Betchy Barros.

The Bridge e amigos

Domingo, último dia do festival, é tempo de fechar mais uma edição de um dos eventos mais populares do território com música. Os espectáculos no anfiteatro das Casas Museu da Taipa começam logo às 16h e 22h, sendo protagonizados por vários artistas, tal como o Elvis de Macau, banda Top Riff, Banda Inova, os The Bridge ou o grupo Fado Oriente.

Das 19h30 às 22h, desta vez no Largo do Carmo, acontecem os espectáculos de bandas ou músicos que actuaram nos dias anteriores, nomeadamente os Concrete/Lotus, Daniela da Silva, Giuliana Fellini e João Mascarenhas ou Benjamim Soares.

27 Out 2023

Lusofonia | Carlão é destaque no regresso de artistas estrangeiros

No cartaz deste ano do Festival da Lusofonia despontam nomes como os portugueses Carlão e Camané, os cabo-verdianos Fogo Fogo e o guineense Sambalá Canuté. A edição do ano passado ficou marcada pelo encerramento forçado devido a um surto de covid-19

 

O Festival da Lusofonia, em Macau, vai voltar a receber artistas estrangeiros, incluindo o português Carlão, vocalista dos Da Weasel, após um interregno de três anos devido à pandemia de covid-19. O anúncio foi feito na sexta-feira.

De acordo com o programa, o 5.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa arranca com o principal evento, o Festival da Lusofonia, entre 27 e 29 de Outubro. Pela primeira vez desde 2019, a zona das Casas da Taipa vai voltar a receber músicos dos países lusófonos, nomeadamente o português Carlão, os cabo-verdianos Fogo Fogo e o guineense Sambalá Canuté.

Algo “de grande importância (…), porque em termos de compreensão e intercâmbio cultural é necessário este contacto frente a frente”, disse Leong Wai Man, a presidente do Instituto Cultural (IC). O outro ponto alto do programa é um concerto do português Camané com a Orquestra Chinesa de Macau, a 18 de Novembro, que vai “misturar fado e música tradicional chinesa”, disse à Lusa Jacky Fong Tin Wan.

O director executivo da Sociedade Orquestra de Macau admitiu que a união das duas músicas “é difícil”, mas sublinhou que Camané mostrou-se “muito interessado” em repetir uma parceria que aconteceu pela primeira vez em 2007.

Visita de activista

Leong Wai Man destacou ainda a presença de Bordalo II, que descreveu como “um escultor muito famoso de Portugal, que usa materiais reciclados”, numa mostra com 21 obras de sete artistas, entre os quais o angolano Lino Damião e o brasileiro Eduardo Fonseca.

Bordalo II ganhou notoriedade em Portugal depois de ter estendido uma passadeira feita com notas falsas de 500 euros no polémico Palco da Jornada Mundial de Juventude, em Lisboa. O palco foi um dos aspectos mais polémico da jornada, devido ao preço da obra, que acabou por ser mais reduzido que o inicialmente previsto.

A exposição, sob o tema “Relações”, vai estar nas Casas da Taipa entre 28 de Outubro e 1 de Janeiro, passando depois, durante seis meses, para a Antiga Fábrica de Panchões Iec Long, também na Taipa, e os Estaleiros Navais de Lai Chi Vun, em Coloane.

A 4 e 5 de Novembro, vários locais de Macau irão receber espectáculos de música e dança lusófona, a cargos dos grupos A Gafieira (Brasil), Escola de Dança de São Tomé e Príncipe, Chalo Correia (Angola), Talik Murak (Timor-Leste), a Associação Cultural de Dança e Canto Londzovota (Moçambique), Nata Nsue (Guiné Equatorial) e o GIPA Dance Group (Goa, Índia).

Uma exposição com mais de 500 livros ilustrados e infantis em chinês ou português estará patente no Auditório do Carmo, na Taipa, entre 27 e Outubro e 5 de Novembro. Macau irá ainda receber, de 10 a 24 de Novembro, um festival de cinema com 20 filmes da China e dos países de língua portuguesa, que encerra com o documentário brasileiro “Miúcha, a Voz da Bossa Nova”. Com o regresso dos artistas estrangeiros, o orçamento do Encontro irá subir de mais de 6 milhões de patacas em 2022 para 9,6 milhões de patacas este ano, revelou Leong Wai Man.

Ocorrência discriminatória

A edição do ano passado causou um grande mal-estar entre a comunidade lusófona, após o Governo ter forçado o cancelamento do evento no último dia. Numa altura em que surgiu um surto de covid-19 com dezenas de casos, o Executivo obrigou a que o festival, que decorria com fortes restrições, como medição da temperatura e utilização de máscaras, fosse mesmo cancelado.

Ao mesmo tempo, em locais como a Praça do Tap Seac e a Rua de Sanches Miranda decorriam enormes concentrações de famílias, que trocavam guloseimas e que celebravam o Dia das Bruxas.

Face à dualidade de critérios Leong Wai Man apontou que o cancelamento aconteceu “com muita pena” do Instituto Cultural.
Na altura, o deputado português José Pereira Coutinho classificou a decisão como um exemplo das “decisões discriminatórias em relação à comunidade lusófona”, lembrando que “não foi aplicado o mesmo critério” a outros eventos, como o Grande Prémio.

“Não foi um caso de discriminação”, limitou-se a insistir na sexta-feira Leong Wai Man, sem fazer mais comentários. Em Dezembro de 2022, Macau, que seguia a política de ‘covid zero’, anunciou o cancelamento gradual, após quase três anos, da maioria das restrições, que incluíam a proibição da entrada de estrangeiros sem estatuto de residente.

16 Out 2023

Lusofonia | Festival entre 27 e 29 de Outubro

O Festival da Lusofonia está agendado para o fim-de-semana entre 27 e 29 de Outubro, de acordo com a Rádio Macau. Este ano, o programa conta com o regresso à festa de artistas dos países lusófonos, estando prevista a actuação de três bandas vindas do exterior, que vão encerrar o programa de cada um dos três dias. Os nomes ainda não são conhecidos, e antes destas vão actuar os grupos e artistas lusófonos de Macau.

No fim-de-semana seguinte, 4 e 5 de Novembro, o Instituto Cultural vai organizar espectáculos de música e dança tradicional em locais como a praça à frente da Igreja de Coloane, na Feira do Carmo, na Taipa, na escadaria das ruínas de S. Paulo e Jardim do Mercado de Iao Hon. Nestes espectáculos vão actuar grupos tradicionais dos países que integram o Fórum Macau, incluindo a Guiné Equatorial e da região de Goa, Damão e Diu e também um grupo chinês, oriundo de Shenzhen.

8 Set 2023

Lusofonia e Festival de Artes e Cultura entre a China e os PLP arrancam sexta-feira

São poucos, mas bons. A Lusofonia arranca com um programa limitado, mas que promete durante os três dias de espectáculo animar a Taipa com ritmos brasileiros, cabo-verdianos, portugueses, macaenses, moçambicanos e chineses

 

Com a 25.ª edição do Festival da Lusofonia este fim-de-semana arranca também a 4.ª edição do Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa, com um programa muito limitado, devido às restrições da covid-19. Como tradicionalmente acontece, a abertura do evento que celebra a Lusofonia está agendada para sexta-feira, pelas 19h00, no Anfiteatro das Casas da Taipa.

Além da cerimónia de abertura oficial, na sexta-feira, até às 22h, há também lugar no Largo do Carmo para a música ligeira, com a actuação de artistas como Fabrizio Croce, Núcleo de Cantares do GDCM, Rita e os Sons da Lusofonia, Gabriel, Jandira Silva, Betchy Barros, Banda Inova, Grupo de Fado e Música Popular Portuguesa.

Ao mesmo tempo, no Anfiteatro das Casas da Taipa, os interessados podem assistir às actuações de Elvis de Macau, Coro do Grupo Dóci Papiaçam di Macau, Concrete Lotus e ainda a Banda 80&Tal, com um tributo aos Resistência. Neste “palco” as actuações também têm fim marcado para as 22h.

No segundo dia da Lusofonia, a animação começa à hora do almoço, com a abertura das barracas para os comes e bebes agendada para o meio-dia.

A música só arranca mais tarde, por volta das 16h30, no Anfiteatro das Casas da Taipa. A primeira actuação é das Crianças do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, seguida pelo Grupo Folclórico Infantil da Escola Portuguesa de Macau. A sessão para os mais novos não se fica por aqui, e os alunos da Escola Portuguesa de Macau vão levar ainda ao palco o espectáculo “Nos Castelos de D. Afonso Henriques”.

Samba e Capoeira

Terminado o tempo para os mais novos, entra em acção no Anfiteatro das Casas da Taipa o Grupo Axé Capoeira do Mestre Eddy Murphy. À sessão de capoeira, segue-se a música e dança cabo-verdiana com o Grupo Striblin, para depois se passarem aos ritmos moçambicanos do grupo Pérolas do Índico.

Com os sons africanos a animarem a tarde, o Anfiteatro das Casas da Taipa vai ainda receber até às 22h as actuações da Associação de Danças e Cantares Portugueses ‘Macau no Coração’, do Grupo de Percussão An Zhishun de Shenzhen, da Banda Jammed, Gabriel & Friends, Banda 100 por cento, Banda Cabo Verde, Betchy Barros e Jandira Silva.

Já no Largo do Carmo, a partir das 19h30, volta a estar em destaque a música ligeira com actuações de Rita e os Sons da Lusofonia, Fabrizio Croce, Concrete Lotus, Banda 80&Tal, Núcleo de Cantares do GDCM, Gabriel e Banda Inova. Ainda no sábado, nas Casas da Taipa, entre as 19h30 e as 20h30, decorre o Desfile da Escola de Samba 1.ª de Macau.

Tuna Macaense

No domingo, último dia da Lusofonia, o programa não varia muito. No palco do Anfiteatro das Casas da Taipa, o dia começa às 16h30, com o espaço para os mais novos, com a actuação da Banda da Escola Oficial Zheng Guanying. Ainda nesse dia vão actuar Santo Prince Dance Group, Grupo Dança Brasil, Grupo de Danças e Cantares de Macau, Grupo de Percussão An Zhishun de Shenzhen, Banda Pop Riff, na primeira actuação no festival, Banda Js & I, Banda The Bridge, Rita e os Sons da Lusofonia e a Tuna Macaense e Germano.

Quem tiver perdido no dia anterior o Desfile da Escola de Samba 1.ª de Macau tem um momento de redenção no domingo, com mais uma actuação agendada para as 19h30.

Ainda ao longo do último dia da Lusofonia, o Largo do Carmo recebe as actuações de Jandira Silva, Grupo de Fado e Música Popular Portuguesa, Fabrizio Croce, Betchy Barros, Banda Jammed, Concrete/Lotus, Banda Inova e a Banda 80&Tal.

26 Out 2022

Lusofonia | Associações preparadas para arranque da festa amanhã

É já este fim-de-semana que começa mais uma edição do festival da Lusofonia, com nomes em palco como Jandira Silva, Concrete Lotus ou The Bridge. A Associação dos Amigos de Moçambique vai contar a história da produção de chá em Gurué, enquanto que a Casa de Portugal em Macau deixará de oferecer os habituais petiscos por falta de orçamento

 

Começa amanhã a 24.ª edição do Festival da Lusofonia que, devido à mudança de calendário, ocorre em moldes diferentes do habitual. Os dirigentes das associações que vão estar presentes este ano esperam que o frio não afaste aqueles que todos os anos, no Verão, procuram divertir-se na zona das Casas-museu da Taipa. O orçamento para este ano é também reduzido, o que obrigou a várias adaptações.

A Casa de Portugal em Macau (CPM) não irá oferecer os habituais petiscos, queijos e enchidos, optando por apenas disponibilizar sangria. “Vamos ter doces e salgados para vender porque o orçamento é mais reduzido. Não foi fácil esta adaptação porque as coisas estão diferentes e não sabemos como é que o público vai reagir”, contou Amélia António, presidente, ao HM.

Quanto ao tema do expositor da CPM, Amélia António optou por manter o segredo. No caso da Associação dos Macaenses (ADM), o stand será transformado em roulotte com as cores da bandeira de Macau. “Vão ser servidos os petiscos habituais. Não vamos ter grandes alterações em termos de comida porque estamos numa altura em que não temos cabeça para mais. Mas penso que a festa vai ser muito boa”, adiantou Miguel de Senna Fernandes, presidente da ADM.

No caso da Associação dos Amigos de Moçambique, está tudo a postos há alguns dias. Helena Brandão, presidente, confessou que a equipa começou a trabalhar mais cedo este ano.

“Quando soubemos que as datas iriam passar para Dezembro já tínhamos tudo programado e não mexemos em nada. Por causa do frio não vamos servir bebidas tão frescas. Tudo se mantém em relação aos snacks que apresentamos habitualmente, bem como os nossos pratos. Espero que as pessoas apareçam, porque uma festa popular é diferente no Inverno”, disse.

O expositor desta associação vai contar a história da produção de chá na zona de Gurué, em Moçambique. Este é um dos produtos mais exportados do país. “Conseguimos que um amigo nos enviasse o chá de Moçambique e vamos também mostrar o produto final. Quem tiver curiosidade pode experimentar”, disse.

Música no anfiteatro

Mesmo com frio, os sons locais prometem fazer-se ouvir no anfiteatro das Casas Museu da Taipa. No cartaz constam nomes como Jandira Silva, cantora brasileira que explora as sonoridades de Bossa Nova e R&B, a banda Concrete Lotus e o grupo de jazz The Bridge, já com uma longa experiência em musical em Macau.

Esta sexta-feira, a partir das 19h30, podem ouvir-se grupos e músicos como Fabrizio Croce, Concrete/Lotus, Banda 80&Tal, Jandira Silva, François & Rita, Orlando Vas, Gabriel e Banda Inova. Estes espectáculos acontecem no Largo do Carmo.

A partir das 19h45, no anfiteatro, acontecem os concertos do Elvis de Macau, Gabriel & Friends, João Gomes e Banda e ainda da banda 80&Tal, que irá fazer um tributo a José Cid.

No sábado, destaque para algumas iniciativas culturais a partir das 16h, com a presença de vários grupos de música e dança, como o Grupo Folclórico Infantil da Escola Portuguesa de Macau, a banda da Escola Portuguesa de Macau ou o grupo Axé Capoeira do Mestre Eddy Murphy, entre outros.

No domingo, o festival da lusofonia dá ainda destaque às sonoridades da China com o grupo de dança Kylin de Dongguan, na província de Guangdong, encerrando portas por volta das 22h.

Ao longo dos três dias de festival haverá sessões de jogos tradicionais portugueses para todas as idades no Largo do Carmo, sendo que a partir das 17h de sábado e domingo serão realizados torneios de matraquilhos. Tal como é habitual, será ainda instalado no Jardim Municipal da Taipa um restaurante temporário que irá servir pratos tipicamente portugueses.

9 Dez 2021

Lusofonia | Festival de 10 a 12 de Dezembro. IC garante ter dialogado com associações

O Festival da Lusofonia vai acontecer entre 10 a 12 de Dezembro integrado no Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. A Presidente do IC garante ter dialogado com as associações participantes. Amélia António diz que a Casa de Portugal apenas foi informada da decisão, mas que “o importante é fazer”

 

Está confirmado. O Instituto Cultural (IC) anunciou ontem que o Festival da Lusofonia será realizado no fim-de-semana de 10 a 12 de Dezembro, integrado na 3.ª edição do “Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa”.

Depois de os novos surtos de covid-19 registados em Macau terem levado ao adiamento do evento para uma data a confirmar em Dezembro, facto que causou algum descontentamento às associações lusófonas participantes devido à sobreposição com actividades natalícias, a presidente do IC, Mok Ian Ian garantiu que houve sempre diálogo e que a decisão de alterar a data “não foi fácil”.

“Há sempre coordenação e diálogo. Temos mantido uma boa comunicação [com todas as associações]”, começou por dizer à margem da apresentação do Festival de Artes e Cultura.

“O Festival de Artes está na 3.ª edição e foi interrompido no ano passado. Esperamos que organizando os dois festivais em conjunto, possamos criar uma sinergia, dinamizar melhor os eventos e trazer um ambiente artístico melhor para a cidade em prol da promoção do intercâmbio cultural”, acrescentou.

Caso a evolução da pandemia assim o permita, Mok Ian Ian garantiu que, no próximo ano, a ideia será retomar o modelo habitual, que passa pela autonomização do Festival da Lusofonia em relação ao festival de artes.

“Para o próximo ano, se tivermos melhores condições com a estabilização da epidemia, esperamos retomar o plano anterior, ou seja realizar (…) o Festival de Lusofonia à parte”, assegurou.

Sobre aquela que será a 24.ª edição do Festival da Lusofonia, foi dito que o espaço das Casas da Taipa vai receber 10 expositores culturais das comunidades lusófonas: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Goa, Damão e Diu, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, e também da comunidade local.

Além disso, não estando prevista uma redução do número de stands, haverá ainda espaço, como habitual, para mostras culturais, espetáculos de música e dança, jogos tradicionais portugueses e gastronomia típica.

É o que temos

Contactada pelo HM, a presidente da Casa de Portugal em Macau, Amélia António, confirmou que houve comunicação por parte do IC sobre as datas, mas que esta foi em sentido único e apresentada “como sendo a alteração possível”. “Não era uma data para ser analisada ou discutida”, apontou.

Segundo Amélia António, que não esconde a frustração com as novas datas, a justificação apresentada para que o festival não aconteça em Novembro prende-se com o facto de o espaço estar reservado “há muito tempo” pelos serviços de turismo (DST). Contudo, frisa, “fazer é sempre o mais importante”.

“Há muitas actividades em Dezembro por causa dos eventos de Natal e, por isso, é preciso fazer uma ginástica muito grande para conciliar tudo, mas é o que há e é preciso fazer o esforço”, rematou.

Por seu turno, o presidente da Associação dos Macaenses (ADM), Miguel de Senna Fernandes, diz “compreender a situação” e não ter ficado surpreendido com as datas anunciadas. Para o responsável, que confirmou ter havido um “diálogo informal” por parte do IC, apesar de estarmos a falar de “datas limite”, é positivo que o evento vá mesmo acontecer.

“Entre 10 e 12 de Dezembro são datas limite para se celebrar a Lusofonia este ano. Mas ainda bem que vai haver Lusofonia, faça frio ou não. A comunidade precisa de uma festa deste género”, acrescentou Senna Fernandes.

“A ADM vai fazer 25 anos [a 11 de Dezembro] e é praticamente impossível estar a 100 por cento [na Lusofonia], mas faremos o melhor possível, porque não faz muito sentido a Lusofonia ser em Macau e a tenda de Macau não ter representação”, rematou.

29 Out 2021

Lusofonia | Miguel de Senna Fernandes diz que festival vai acontecer em Outubro

Miguel de Senna Fernandes garante não haver indicações por parte do Governo para que o Festival da Lusofonia não se realize no próximo mês. Para o membro da organização, apesar da repetição do formato “económico” do ano passado, é “fundamental” que a festa aconteça para aliviar uma população confinada “há muito tempo”

 

Tudo indica que o Festival da Lusofonia estará de regresso já no próximo mês às Casas-Museu da Taipa. De acordo com Miguel de Senna Fernandes, um dos membros da organização do evento, apesar do novo surto de covid-19 registado em Macau no início de Agosto, não há indicações por parte do Governo para que o evento não se realize ou sejam tomadas medidas anti-epidémicas adicionais.

“Até este momento, por parte do Governo não há indicações em contrário, por isso tudo indica que a festa vai acontecer e o número de bancas vai continuar a ser a mesmo”, começou por dizer Miguel de Senna Fernandes ao HM.

“Acho que tudo vai continuar. Tal como no ano passado, conseguimos levar avante o Festival da Lusofonia e este ano esperamos que aconteça a mesma coisa, apenas com público e artistas locais”, acrescentou.

O também Presidente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses acredita que, tal como aconteceu em 2020, a edição deste ano vai ser um “sucesso”, apesar das restrições impostas devido à pandemia, que obrigam a que, tantos os visitantes como artistas, sejam exclusivamente locais.

“No ano passado também estivemos sujeitos às medidas anti-epidémicas, mas depois a festa acabou por vencer e o pessoal esteve muito à vontade. Apesar de tudo, considero que a edição do ano passado foi um sucesso. Esperemos que este ano o mesmo aconteça e que, apesar das restrições ainda vigentes, possamos ter um número bastante bom [de visitantes] para que o ambiente seja efectivamente de festa”, apontou.

Contudo, para Senna Fernandes, a edição de 2021 do Festival da Lusofonia será mais “económica” devido período de contenção financeira que o território está a atravessar.

“Não sei como é que as restrições se vão reflectir nas barraquinhas que cada associação vai ter, até porque estamos em época de contenção de custos e há restrições de financiamento que podem afectar, por exemplo, as decorações e a aquisição de coisas. Portanto vai ser preciso fazer alguns sacrifícios”, admitiu.

Pão para a boca

Para Miguel de Senna Fernandes, apesar das restrições financeiras e da manutenção do mesmo formato, “mais limitado”, a realização do Festival da Lusofonia é “fundamental” para uma população confinada “há muito tempo”.

“Tudo indica que o Festival da Lusofonia vá acontecer mas vai ser uma festa mais económica. Ainda bem que vai acontecer. Muitas vezes não é uma questão de termos ou não dinheiro, porque a festa continua. Estamos há muito tempo confinados e julgo que é fundamental que a festa aconteça. O resto é peixe na rede”, partilhou com o HM.

Sobre a imposição de mais restrições que obriguem, por exemplo, a diminuir o número de bancas presentes no evento, Miguel de Senna Fernandes acredita que tudo irá decorrer como na edição do ano passado.

“Acho que o novo surto não vai levar a mais arranjos especiais. Há um entendimento, embora não tenhamos conversado sobre isto, e é quase certo que todas as associações, pelo menos aquelas que costumam estar presentes no festival, vão ter a sua barraquinha e fazer o melhor possível para que a festa seja festa. Portanto não vai haver uma diminuição do número de barraquinhas, pelo menos não há indicações nesse sentido”, acrescentou o organizador.

9 Set 2021

Fórum Macau | Actividades da Semana Cultural arrancam dia 22

É já na próxima semana que arranca a 12.ª edição da Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa. De aulas de culinária online a exposições, o evento inclui actividades que envolvem 11 países e regiões do mundo. O programa online começa a 22 de Outubro

 

[dropcap]A[/dropcap] 12.ª Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa, organizada pelo Secretariado Permanente do Fórum de Macau conta este ano com actividades através da internet, mas também “offline”. O programa online, que abrange cerca de 40 apresentações culturais de 11 países e regiões do mundo, estreia dia 22 de Outubro. As actividades, que vão do teatro à culinária, podem ser vistas na página electrónica temática da semana cultural.

No mesmo dia, o secretário-geral adjunto do Secretariado Permanente do Fórum de Macau Ding Tian, inaugura a semana cultural em conjunto com embaixadores dos países de língua portuguesa na China à margem da Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa 2020.

De acordo com um comunicado do gabinete de apoio ao secretariado, esta semana cultural dá a conhecer vertentes da cultura do Interior da China (Província de Shandong), Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Goa Damão e Diu, e Macau.

No âmbito da música e dança participam grupos como Tunjila Tuajokota de Angola, a cantora Roberta Sá do Brasil, o Teatro “Ópera Luju” do Município de Jinan, a banda Virgem Suta de Portugal, e o grupo All About Life de Timor-Leste. O programa de teatro inclui os espectáculos “Sandra” da Companhia de Cia 50 Pessoa, de Cabo Verde, “Flexa Divina” da Companhia de Ussoforal, da Guiné-Bissau, e “Alguém do Foragidos do Pântano” da Associação de Representação Teatral “Hiu Koc”, de Macau.

A gastronomia é outra das áreas em destaque, com dez chefes de cozinha a ensinarem online a confecção de diversos pratos.

O artesanato também marca presença no evento através de artesãos que irão difundir culturas tradicionais e técnicas, criando produtos como esculturas de madeira e apresentando espectáculos de teatro de sombras, entre outras actividades.

Presença “offline”

O Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa vai acolher a exposição “1+3” entre os dias 19 de Novembro e 6 de Dezembro. A mostra inclui uma exposição sobre o desenvolvimento do Fórum de Macau, e outras três com obras dos artistas Alexandre Marreiros, de Macau, Raquel Gralheiro, de Portugal, e Bernardino Soares, de Timor-Leste.

As exposições contam com visitas guiadas, intercâmbio com artistas e um encontro com os delegados dos países de língua portuguesa.

O Secretariado Permanente do Fórum de Macau organiza uma Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa desde 2008. Um dos objectivos é “consolidar a amizade entre os povos da China e dos Países de Língua Portuguesa, promovendo continuadamente o entendimento entre os povos e aprofundando o intercâmbio e cooperação cultural”, explica a página electrónica do evento.

14 Out 2020

Festival da Lusofonia | Jandira Silva e The Brazilian Vibe actuam este sábado

É já este fim-de-semana que acontece a 23.ª edição do festival da Lusofonia. Jandira Silva actua no sábado, dia 17, fazendo-se acompanhar dos ritmos latinos que lhe são característicos. O concerto é o espelho dos anos em que a cantora brasileira viveu em Portugal, num “show com axé, samba, forró, reggae” e um pouco de lambada

 

[dropcap]J[/dropcap]andira Silva, cantora brasileira radicada em Macau, é um dos rostos do cartaz deste ano do festival da Lusofonia. Sobe ao palco no segundo dia da festa, a 17 de Outubro, por volta das 22h. O espectáculo acontece, como habitualmente, no anfiteatro das Casas-Museu da Taipa.

Ao HM, a cantora fala de um concerto que se baseia nas suas próprias vivências em Portugal, uma vez que residiu seis anos em Lisboa. “Sei que o público gosta de dançar ao som de Daniela Mercury, Ivete Sangalo ou Gilberto Gil. Tentei inclui sons no show que nos remetem para os grandes sucessos da música dançante brasileira de forma a trazer boas lembranças, principalmente tendo em consideração que, devido à pandemia, muitas pessoas, pela primeira vez, não foram passar o Verão em Portugal.”

Os “The Brazilian Vibe”, banda que acompanhará a cantora no concerto, são compostos por músicos brasileiros, australianos e portugueses, tal como Paulo Pereira, Ivan Pineda ou João Mascarenhas, entre outros. “Vai ficar ainda mais bonito contando com a participação das dançarinas do Dança Brasil. Vai ser um show com axé, samba, forró, reggae e até vou me arriscar no funk”, confessa Jandira Silva, que promete incluir também a lambada no concerto.

“Momento delicado”

Para Jandira Silva, o facto de o Festival da Lusofonia deste ano ser apenas feito com músicos locais torna esta edição ainda mais especial. “É importante que as pessoas saibam que estamos preparando tudo isso para a população festejar e se distrair. Mas o principal é perceberem que aqui moram músicos incríveis que só precisam de mais espaço e oportunidades para montarem projectos interessantes.”

O facto de, no palco das Casas-Museu da Taipa, se reunirem várias nacionalidades é algo “incrível e enriquecedor”. “Cada um traz na bagagem um pouco de si. Juntando tudo resulta numa experiência fantástica para todos”, frisou a cantora.

Numa altura em que todos atravessam um “momento delicado” devido à pandemia da covid-19, nunca Macau precisou tanto de se distrair. “Ficámos muito gratos por terem confiado em nós, os músicos que aqui vivem, e de nos darem a oportunidade de realizar o show, assegurando que o festival se vai realizar.”

A cantora diz-se grata “por morar num lugar onde o Governo toma conta da população e cuida de todos”. “Várias medidas de segurança vão ser postas em prática durante os dias do festival e com certeza vai ser um evento fantástico. Andamos a todo o vapor, com todo o mundo ensaiando, pois temos de preparar um repertório e fazer a festa acontecer”, frisou Jandira Silva. Tudo para manter “o mesmo nível de qualidade musical que sempre fez parte da programação”.

No mesmo dia, mas a partir das 20h15, é a vez de Betchy Barros, cantora da Guiné-Bissau, subir aos palcos e trazer sonoridades de neo-soul e jazz, entre outras.

13 Out 2020

Lusofonia | João Gomes no arranque do Festival que junta a cultura lusófona

O IC descreve o Festival da Lusofonia como “um importante acontecimento de partilha”. Entre os dias 16 e 18 de Outubro estão previstas actividades de música, dança, gastronomia e jogos que representam a cultura de diferentes países e regiões lusófonas

 

[dropcap]O[/dropcap] Festival da Lusofonia arranca na sexta-feira da próxima semana, dia 16, e decorre até dia 18. O cartaz apresenta João Gomes e Banda, Gabriel, Banda Inova e a Banda Groove Ensemble 2 como os nomes do espectáculo que sobe ao palco no anfiteatro das Casas da Taipa no primeiro dia do evento, entre as 19h20 e as 22h00.

Os participantes vão precisar de usar máscara no recinto, mostrar o código de saúde e sujeitar-se a medição de temperatura corporal. São estas as regras anunciadas em comunicado pelo Instituto Cultural (IC), seguindo as orientações dos Serviços de Saúde.

A nota explica que a primeira edição do festival se deu em Junho de 1998, com o objectivo principal de “homenagear as comunidades lusófonas residentes em Macau pelo seu contributo para o desenvolvimento do território”, acrescentando que o evento – que vai agora na 23.ª edição – se tornou “num importante acontecimento de partilha da cultura das comunidades de língua portuguesa com a cultura chinesa”.

As comunidades lusófonas presentes na RAEM, nomeadamente de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Goa, Damão e Diu, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e comunidade macaense vão instalar expositores no local para divulgar elementos culturais, desde artesanato e literatura a petiscos e bebidas típicas.

No sábado, dia 17, passam podem ser vistas actuações do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes e da Escola Portuguesa de Macau, do grupo de dança moçambicano Pérolas do Índico. Já no último dia, é a vez de subirem ao palco nomes como a Banda 80&Tal – Tributo aos Xutos e Pontapés, Grupo Dança Brasil e a Banda 100%.

Outras experiências

Além de todos os dias do Festival da Lusofonia contarem com actuações de grupos artísticos no anfiteatro e no palco instalado no Largo da Igreja do Carmo, o programa prevê outras actividades. Volta a haver lugar para o restaurante provisório, que dia 16 funciona entre as 19h00 e as 22h00, e nos dois dias seguintes com dois horários: entre as 12h00 e as 15h30, e a partir das 18h30, até às 23h00 (no sábado) e às 22h00 (no domingo).

Os visitantes podem também participar em jogos tradicionais portugueses nas tardes de sábado e domingo – estando previstos prémios como garrafas de vinho e bacalhau para os vencedores. Além disso, até às 16h30 de sábado são aceites inscrições para torneios de matraquilhos de sub-15 e maiores de 16 anos, com as finais a acontecerem no domingo. No fim de semana há ainda um espaço recreativo dedicado às crianças, com espectáculos de marionetes.

5 Out 2020

Lusofonia | Cinco companhias na VI mostra de teatro lusófono em Macau

Portugal, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste participam no Teatrau – VI mostra de teatro dos países de língua portuguesa, de 22 a 27 de Outubro, em Macau

 

[dropcap]D[/dropcap]e Portugal participa nesta mostra, coordenada e produzida pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), o colectivo Primeira Pedra, fundado em 2018 e que se destaca “pelas intervenções artísticas, organização de eventos multidisciplinares e produção de espectáculos”

Fundado em 1975, o grupo independente de arte dramática Hiu Hok encenou já mais de 200 peças, que “cobrem diferentes tipos de teatro”, indicou, em comunicado, o IPOR.

Moçambique apresenta o Centro de Teatro do Oprimido, uma associação cultural lançada em 2013, de difusão de “técnicas alternativas de comunicação” e de dinamização cultural “para a formação e educação comunitária” e a procura de “soluções para problemas que afectem o desenvolvimento da comunidade”.

Já a companhia LEGI TÉLA – Grupo tradicional de teatro e dança, de São Tomé e Príncipe, foi considerado no ano em que foi fundado, 2010, o melhor grupo de teatro na competição de teatro nacional do país.

De Timor-Leste participa a companhia Estrela de Ramelau, criada em 2018 e que integra, entre outros, vários estudantes do ensino secundário e superior timorense, além de alunos da Escola Portuguesa de Díli.

Faixa cultural

O Teatrau realiza-se no âmbito da 11.ª semana cultural entre a China e os países de língua portuguesa, inaugurada oficialmente no sábado passado.

O programa das companhias de teatro inclui ainda a realização de oficinas e visitas a instituições educativas para promoção da língua portuguesa, da criatividade e expressão pessoal, referiu.
Com entrada livre, os espectáculos realizam-se no edifício do Antigo Tribunal, no centro da cidade.

Sob o tema “uma faixa, uma rota cultural”, a semana cultural, organizada pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de língua portuguesa e co-organização do Instituto Cultural, apresenta ainda espectáculos musicais, exposição de pintura e fotografia, gastronomia e artesanato do bloco lusófono.

16 Out 2019

Lusofonia | Cinco companhias na VI mostra de teatro lusófono em Macau

Portugal, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste participam no Teatrau – VI mostra de teatro dos países de língua portuguesa, de 22 a 27 de Outubro, em Macau

 
[dropcap]D[/dropcap]e Portugal participa nesta mostra, coordenada e produzida pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), o colectivo Primeira Pedra, fundado em 2018 e que se destaca “pelas intervenções artísticas, organização de eventos multidisciplinares e produção de espectáculos”
Fundado em 1975, o grupo independente de arte dramática Hiu Hok encenou já mais de 200 peças, que “cobrem diferentes tipos de teatro”, indicou, em comunicado, o IPOR.
Moçambique apresenta o Centro de Teatro do Oprimido, uma associação cultural lançada em 2013, de difusão de “técnicas alternativas de comunicação” e de dinamização cultural “para a formação e educação comunitária” e a procura de “soluções para problemas que afectem o desenvolvimento da comunidade”.
Já a companhia LEGI TÉLA – Grupo tradicional de teatro e dança, de São Tomé e Príncipe, foi considerado no ano em que foi fundado, 2010, o melhor grupo de teatro na competição de teatro nacional do país.
De Timor-Leste participa a companhia Estrela de Ramelau, criada em 2018 e que integra, entre outros, vários estudantes do ensino secundário e superior timorense, além de alunos da Escola Portuguesa de Díli.

Faixa cultural

O Teatrau realiza-se no âmbito da 11.ª semana cultural entre a China e os países de língua portuguesa, inaugurada oficialmente no sábado passado.
O programa das companhias de teatro inclui ainda a realização de oficinas e visitas a instituições educativas para promoção da língua portuguesa, da criatividade e expressão pessoal, referiu.
Com entrada livre, os espectáculos realizam-se no edifício do Antigo Tribunal, no centro da cidade.
Sob o tema “uma faixa, uma rota cultural”, a semana cultural, organizada pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de língua portuguesa e co-organização do Instituto Cultural, apresenta ainda espectáculos musicais, exposição de pintura e fotografia, gastronomia e artesanato do bloco lusófono.

16 Out 2019

Festival da Lusofonia | Banda portuguesa Anaquim actua hoje no Largo do Senado

Portugal está este ano representado na 11.ª edição do Festival da Lusofonia com a banda Anaquim. José Rebola, membro do grupo, confessa que não existem ideias pré-concebidas sobre aquilo que vão encontrar em Macau, por constituir uma completa novidade. O compositor, também responsável pela voz e guitarras, confessa que a viagem a Macau pode ajudar os Anaquim a descobrir novas sonoridades

 

[dropcap]A[/dropcap] primeira viagem da banda portuguesa Anaquim a terras orientais faz-se com poucas expectativas, mas com uma mala cheia de tentativas de descoberta. A banda, conhecida por dar uma nova roupagem à música tradicional portuguesa, actua hoje no largo do Senado, o primeiro de quatro concertos incluídos na 11.ª edição do Festival da Lusofonia. Segue-se, esta quarta-feira, um concerto na Doca dos Pescadores, um espectáculo privado na quinta-feira e a actuação nas Casas-Museu da Taipa na sexta-feira, dia 17.

Ao HM, José Rebola, compositor e letrista, além de responsável pela voz e guitarras, contou que ele e os restantes quatro elementos do grupo (Pedro Ferreira, Luís Duarte, Filipe Ferreira e João Santiago) procuram, sobretudo, ser surpreendidos.

“Vamos com as ideias não formatadas, uma vez que nunca estivemos em Macau nem no Oriente e não vamos à espera de uma coisa demasiado específica. Vamos à procura da descoberta e de sermos surpreendidos pelo público de Macau, quer seja pela comunidade portuguesa quer seja por pessoas menos ligadas à lusofonia.”

O espectáculo dos Anaquim será uma viagem aos 12 anos de existência do grupo, criado em 2007 e cujo primeiro álbum foi “A Vida dos Outros”. “Uma vez que nunca tocámos em Macau queremos fazer essa viagem através dos nossos quatro álbuns. Seleccionamos algumas canções que estarão mais ligadas às sonoridades portuguesas e outras às que estão menos ligadas.”

Com a viagem a Macau, os Anaquim esperam ter acesso a um outro tipo de sonoridade. “Quem sabe a viagem a Macau até não nos inspira de outra maneira, musicalmente, a incorporarmos sonoridades diferentes na nossa música”, questiona José Rebola, que se confessa um coleccionador de instrumentos musicais de todo o mundo.

“Por acaso tenho pouca coisa do Oriente e pouco contacto com a música da China, mas contamos com esta viagem para nos familiarizarmos com a música de Macau e da China no geral e talvez trazer algum instrumento para fazer parte das nossas composições futuras”, acrescentou.

O Festival da Lusofonia é conhecido por ter um público diverso, algo que, para José Rebola, pode fazer da presença em Macau “algo especial”. “A beleza de tocarmos em sítios diferentes é ver como o público reage de maneira diferente às coisas. Não vamos com qualquer tipo de expectativa, a achar que vai ser 90 por cento português e dez por cento chinês, algo do género, vamos preparados para dar qualquer coisa de diferente que possa levar as pessoas a identificarem-se com o nosso espectáculo.”

Interacção lusófona

Na nova edição do Festival da Lusofonia os Anaquim vão partilhar o palco e experiências com bandas oriundas de outros países falantes de português. Para José Rebola, essa constitui, sobretudo, uma oportunidade de partilha.

“A festa da Lusofonia tem duas vertentes principais. Uma é a de continuar a mostrar não só a música lusófona que se faz agora, mas todo o património que se fez ao longo de muito tempo.

Os artistas de hoje na cena lusófona vão sempre beber aos artistas do passado e estamos sempre a carregar essa tradição e essa herança de uma longa história de música lusófona. Outra vertente é de facto continuarmos a estreitar e a construir pontes entre os vários países de língua portuguesa.”

Para José Rebola, esse convívio “só acontece com estes festivais e tenho a certeza de que vamos conseguir comunicar com os outros musicalmente”.

Em 2018 foi o ano de lançamento do quarto álbum de originais da banda, intitulado “O Quarto de Anaquim”. Para 2020, haverá um novo projecto, onde a música tradicional portuguesa promete continuar a marcar presença.

“O nosso percurso musical acaba sempre por ser uma descoberta e por ter uma ligação forte a Portugal. Mesmo quando exploramos sonoridades do mundo inteiro, desde a canção francesa aos ritmos balcânicos, não nos conseguimos afastar da música portuguesa e sobretudo na temática das letras, de falar muito no Portugal e do país que nos rodeia.”

“Em termos de temáticas tenho a certeza de que continuaremos a falar da cidade portuguesa como ela é, embora possamos explorar as sonoridades de outros locais do mundo”, adiantou o compositor e letrista.

Quando lançaram o primeiro álbum, em 2010, os Anaquim fizeram parte de uma geração de bandas portuguesas que decidiu ir buscar a influência da música tradicional portuguesa, tal como os Deolinda ou os Diabo na Cruz. José Rebola mostra-se satisfeito pelo facto dessa característica ter continuado no panorama musical português.

“Vejo com agrado que a música portuguesa tenha realmente explodido nos últimos anos. O que vemos é que algumas bandas continuam a fazer essa ligação à música tradicional portuguesa e aos sons de outras gerações, e vejo com igual agrado artistas novos a escolher novos caminhos que não se apoiam tanto na música tradicional. A boa notícia dos últimos anos da música portuguesa é que começou realmente a gostar dela própria e a tornar-se num espaço de colaborações”, assegura.

Para José Rebola, é importante essa ligação ao que é tradicional e contemporâneo. “Há espaço para os que querem seguir uma veia mais tradicionalista e os que querem seguir a linha mais inovadora. Penso que as coisas são igualmente importantes, para que finalmente haja uma atenção a todos esses projectos e que haja espaço para essas duas abordagens.”

No caso dos Anaquim, há espaço para “explorar novos caminhos, seja com colaborações com outros artistas ou com a nossa própria orquestração e maneira de fazer música”. “Continuamos juntos ao fim de 12 anos muito porque queremos continuar a experimentar coisas e a explorar à nossa maneira, que penso que é única de fazer música. Enquanto isso fizer sentido continuaremos aí. Vamos explorar outros caminhos sem deixarmos de ser quem somos”, rematou.

14 Out 2019

Festival da Lusofonia | Banda portuguesa Anaquim actua hoje no Largo do Senado

Portugal está este ano representado na 11.ª edição do Festival da Lusofonia com a banda Anaquim. José Rebola, membro do grupo, confessa que não existem ideias pré-concebidas sobre aquilo que vão encontrar em Macau, por constituir uma completa novidade. O compositor, também responsável pela voz e guitarras, confessa que a viagem a Macau pode ajudar os Anaquim a descobrir novas sonoridades

 
[dropcap]A[/dropcap] primeira viagem da banda portuguesa Anaquim a terras orientais faz-se com poucas expectativas, mas com uma mala cheia de tentativas de descoberta. A banda, conhecida por dar uma nova roupagem à música tradicional portuguesa, actua hoje no largo do Senado, o primeiro de quatro concertos incluídos na 11.ª edição do Festival da Lusofonia. Segue-se, esta quarta-feira, um concerto na Doca dos Pescadores, um espectáculo privado na quinta-feira e a actuação nas Casas-Museu da Taipa na sexta-feira, dia 17.
Ao HM, José Rebola, compositor e letrista, além de responsável pela voz e guitarras, contou que ele e os restantes quatro elementos do grupo (Pedro Ferreira, Luís Duarte, Filipe Ferreira e João Santiago) procuram, sobretudo, ser surpreendidos.
“Vamos com as ideias não formatadas, uma vez que nunca estivemos em Macau nem no Oriente e não vamos à espera de uma coisa demasiado específica. Vamos à procura da descoberta e de sermos surpreendidos pelo público de Macau, quer seja pela comunidade portuguesa quer seja por pessoas menos ligadas à lusofonia.”
O espectáculo dos Anaquim será uma viagem aos 12 anos de existência do grupo, criado em 2007 e cujo primeiro álbum foi “A Vida dos Outros”. “Uma vez que nunca tocámos em Macau queremos fazer essa viagem através dos nossos quatro álbuns. Seleccionamos algumas canções que estarão mais ligadas às sonoridades portuguesas e outras às que estão menos ligadas.”
Com a viagem a Macau, os Anaquim esperam ter acesso a um outro tipo de sonoridade. “Quem sabe a viagem a Macau até não nos inspira de outra maneira, musicalmente, a incorporarmos sonoridades diferentes na nossa música”, questiona José Rebola, que se confessa um coleccionador de instrumentos musicais de todo o mundo.
“Por acaso tenho pouca coisa do Oriente e pouco contacto com a música da China, mas contamos com esta viagem para nos familiarizarmos com a música de Macau e da China no geral e talvez trazer algum instrumento para fazer parte das nossas composições futuras”, acrescentou.
O Festival da Lusofonia é conhecido por ter um público diverso, algo que, para José Rebola, pode fazer da presença em Macau “algo especial”. “A beleza de tocarmos em sítios diferentes é ver como o público reage de maneira diferente às coisas. Não vamos com qualquer tipo de expectativa, a achar que vai ser 90 por cento português e dez por cento chinês, algo do género, vamos preparados para dar qualquer coisa de diferente que possa levar as pessoas a identificarem-se com o nosso espectáculo.”

Interacção lusófona

Na nova edição do Festival da Lusofonia os Anaquim vão partilhar o palco e experiências com bandas oriundas de outros países falantes de português. Para José Rebola, essa constitui, sobretudo, uma oportunidade de partilha.
“A festa da Lusofonia tem duas vertentes principais. Uma é a de continuar a mostrar não só a música lusófona que se faz agora, mas todo o património que se fez ao longo de muito tempo.
Os artistas de hoje na cena lusófona vão sempre beber aos artistas do passado e estamos sempre a carregar essa tradição e essa herança de uma longa história de música lusófona. Outra vertente é de facto continuarmos a estreitar e a construir pontes entre os vários países de língua portuguesa.”
Para José Rebola, esse convívio “só acontece com estes festivais e tenho a certeza de que vamos conseguir comunicar com os outros musicalmente”.
Em 2018 foi o ano de lançamento do quarto álbum de originais da banda, intitulado “O Quarto de Anaquim”. Para 2020, haverá um novo projecto, onde a música tradicional portuguesa promete continuar a marcar presença.
“O nosso percurso musical acaba sempre por ser uma descoberta e por ter uma ligação forte a Portugal. Mesmo quando exploramos sonoridades do mundo inteiro, desde a canção francesa aos ritmos balcânicos, não nos conseguimos afastar da música portuguesa e sobretudo na temática das letras, de falar muito no Portugal e do país que nos rodeia.”
“Em termos de temáticas tenho a certeza de que continuaremos a falar da cidade portuguesa como ela é, embora possamos explorar as sonoridades de outros locais do mundo”, adiantou o compositor e letrista.
Quando lançaram o primeiro álbum, em 2010, os Anaquim fizeram parte de uma geração de bandas portuguesas que decidiu ir buscar a influência da música tradicional portuguesa, tal como os Deolinda ou os Diabo na Cruz. José Rebola mostra-se satisfeito pelo facto dessa característica ter continuado no panorama musical português.
“Vejo com agrado que a música portuguesa tenha realmente explodido nos últimos anos. O que vemos é que algumas bandas continuam a fazer essa ligação à música tradicional portuguesa e aos sons de outras gerações, e vejo com igual agrado artistas novos a escolher novos caminhos que não se apoiam tanto na música tradicional. A boa notícia dos últimos anos da música portuguesa é que começou realmente a gostar dela própria e a tornar-se num espaço de colaborações”, assegura.
Para José Rebola, é importante essa ligação ao que é tradicional e contemporâneo. “Há espaço para os que querem seguir uma veia mais tradicionalista e os que querem seguir a linha mais inovadora. Penso que as coisas são igualmente importantes, para que finalmente haja uma atenção a todos esses projectos e que haja espaço para essas duas abordagens.”
No caso dos Anaquim, há espaço para “explorar novos caminhos, seja com colaborações com outros artistas ou com a nossa própria orquestração e maneira de fazer música”. “Continuamos juntos ao fim de 12 anos muito porque queremos continuar a experimentar coisas e a explorar à nossa maneira, que penso que é única de fazer música. Enquanto isso fizer sentido continuaremos aí. Vamos explorar outros caminhos sem deixarmos de ser quem somos”, rematou.

14 Out 2019

Lusofonia | Organização espera 22 mil pessoas nas Casas-Museu da Taipa 

A edição deste ano do Festival da Lusofonia deverá atrair cerca de 22 mil pessoas. De um cartaz repleto de música e actividades destaca-se a banda Anaquim, em representação de Portugal, que lança um novo álbum de originais em Novembro

 

[dropcap]C[/dropcap]erca de 22 mil visitantes são esperados no 22.º festival da Lusofonia de Macau, que decorre entre 18 e 20 de Outubro e conta com a actuação da banda portuguesa Anaquim, indicou à Lusa a organização.

“No ano passado, o festival atraiu cerca de 22.000 participantes, este ano espera-se a mesma afluência”, apontou o Instituto Cultural (IC). Pelo espaço do festival passam, como habitualmente, artistas de todos os países de língua portuguesa e outros territórios ligados à lusofonia, além de nomes locais.

Os Anaquim, banda portuguesa formada em Coimbra, actuam no dia 19, sábado, no anfiteatro das casas-museu da Taipa. Ao longo de três dias, haverá também concertos de Zé Manel, Karyna Gomes, Eric Daro e Miss Bity (Guiné-Bissau), Voz do Crocodilo (Timor-Leste), Grupo RM (Moçambique), Djodje e Banda (Cabo Verde), Puto Português (Angola), Black in White (Goa, Damão e Diu), Banda Leguelá (São Tomé e Príncipe) e DJ Dolores (Brasil).

Além destes concertos, o festival conta com mostras da cultura das comunidades lusófonas residentes em Macau, incluindo gastronomia, música, danças e artesanato.

À Lusa, a Casa de Portugal em Macau antecipou para este ano “um alargamento da barraca do artesanato, com mais participantes”, no espaço pelo qual é responsável.

O Festival da Lusofonia articula-se com a semana cultural da China e países lusófonos, que arranca este sábado. O certame realiza-se ininterruptamente desde 1998, quando o território ainda era administrado por Portugal e o evento integrou as atividades para assinalar o 10 de Junho.

Novas músicas

A banda Anaquim é composta pelos músicos José Rebola (voz e guitarras), Pedro Ferreira (teclados), Luís Duarte (guitarra), Filipe Ferreira (baixo) e João Santiago (bateria). O grupo tem um novo álbum de originais pronto a estrear, “O Quarto de Anaquim”, com um novo single intitulado “Optimista”, e que terá lançamento oficial dias depois da presença no Festival da Lusofonia, a 8 de Novembro.

Os Anaquim sempre se destacaram no panorama musical português por uma fusão entre música pop e tradicional portuguesa, onde o blues e o jazz também assumem o seu papel. A banda surgiu em 2010 com o álbum “As Vidas dos Outros”. Seguiu-se, dois anos depois, o disco “Desnecessariamente Complicado” e “Um Dia Destes” (2016). Depois disso foi lançada uma edição digital de “Anaquim – 10 anos ao vivo”, concerto que contou com a presença dos músicos Ana Bacalhau, Jorge Palma, Luísa Sobral e Viviane.

Além de actuarem nas Casas-Museu da Taipa, os Anaquim vão também dar concertos no Leal Senado, Doca dos Pescadores e ainda um evento privado, que acontece dia 17.

11 Out 2019

Lusofonia | Organização espera 22 mil pessoas nas Casas-Museu da Taipa 

A edição deste ano do Festival da Lusofonia deverá atrair cerca de 22 mil pessoas. De um cartaz repleto de música e actividades destaca-se a banda Anaquim, em representação de Portugal, que lança um novo álbum de originais em Novembro

 
[dropcap]C[/dropcap]erca de 22 mil visitantes são esperados no 22.º festival da Lusofonia de Macau, que decorre entre 18 e 20 de Outubro e conta com a actuação da banda portuguesa Anaquim, indicou à Lusa a organização.
“No ano passado, o festival atraiu cerca de 22.000 participantes, este ano espera-se a mesma afluência”, apontou o Instituto Cultural (IC). Pelo espaço do festival passam, como habitualmente, artistas de todos os países de língua portuguesa e outros territórios ligados à lusofonia, além de nomes locais.
Os Anaquim, banda portuguesa formada em Coimbra, actuam no dia 19, sábado, no anfiteatro das casas-museu da Taipa. Ao longo de três dias, haverá também concertos de Zé Manel, Karyna Gomes, Eric Daro e Miss Bity (Guiné-Bissau), Voz do Crocodilo (Timor-Leste), Grupo RM (Moçambique), Djodje e Banda (Cabo Verde), Puto Português (Angola), Black in White (Goa, Damão e Diu), Banda Leguelá (São Tomé e Príncipe) e DJ Dolores (Brasil).
Além destes concertos, o festival conta com mostras da cultura das comunidades lusófonas residentes em Macau, incluindo gastronomia, música, danças e artesanato.
À Lusa, a Casa de Portugal em Macau antecipou para este ano “um alargamento da barraca do artesanato, com mais participantes”, no espaço pelo qual é responsável.
O Festival da Lusofonia articula-se com a semana cultural da China e países lusófonos, que arranca este sábado. O certame realiza-se ininterruptamente desde 1998, quando o território ainda era administrado por Portugal e o evento integrou as atividades para assinalar o 10 de Junho.

Novas músicas

A banda Anaquim é composta pelos músicos José Rebola (voz e guitarras), Pedro Ferreira (teclados), Luís Duarte (guitarra), Filipe Ferreira (baixo) e João Santiago (bateria). O grupo tem um novo álbum de originais pronto a estrear, “O Quarto de Anaquim”, com um novo single intitulado “Optimista”, e que terá lançamento oficial dias depois da presença no Festival da Lusofonia, a 8 de Novembro.
Os Anaquim sempre se destacaram no panorama musical português por uma fusão entre música pop e tradicional portuguesa, onde o blues e o jazz também assumem o seu papel. A banda surgiu em 2010 com o álbum “As Vidas dos Outros”. Seguiu-se, dois anos depois, o disco “Desnecessariamente Complicado” e “Um Dia Destes” (2016). Depois disso foi lançada uma edição digital de “Anaquim – 10 anos ao vivo”, concerto que contou com a presença dos músicos Ana Bacalhau, Jorge Palma, Luísa Sobral e Viviane.
Além de actuarem nas Casas-Museu da Taipa, os Anaquim vão também dar concertos no Leal Senado, Doca dos Pescadores e ainda um evento privado, que acontece dia 17.

11 Out 2019

Fórum Macau | Brasil estrela da semana cultural entre China e países lusófonos

O Brasil é o país em destaque da 11.ª semana cultural entre a China e os países lusófonos em Macau, que reúne, entre 12 e 18 de Outubro, vários artistas do espaço lusófono na região

 

[dropcap]M[/dropcap]úsica, dança, teatro, exposições, artesanato e gastronomia reafirmam-se como as “actividades centrais” de um certame que este ano abre portas ao cinema brasileiro e onde a Índia está também representada, através de Goa, Damão e Diu, indicou ontem o secretário-geral adjunto do Fórum de Macau, Rodrigo Brum, em conferência de imprensa.

Com forte presença no cartaz e por ocasião do terceiro festival de cinema brasileiro na China, que decorre em Novembro e passa, pela primeira vez, a integrar Macau na sua rota, o Brasil é o “primeiro convidado de honra” desta semana cultural, a que se seguirão outros países nas próximas edições, afirmou o responsável.

De Portugal, viaja até Macau o grupo originário de Coimbra “Anaquim”, que em 2018 lançou o seu quarto álbum de originais, a artesã Andreia Marques, cujo trabalho se foca no uso de técnicas ancestrais de tecelagem, e o colectivo artístico Primeira Pedra.

O cartaz de música e dança inclui, além dos portugueses, artistas de Angola (Lino Cerqueira Fialho), Brasil (DJ Dolores), Cabo Verde (DJODJE), China (circo de acrobacias da província de Hebei), Guiné-Bissau (José Manuel, Karina Gomes, Miss Bity e Eric Dario), Moçambique (Grupo RM), São Tomé e Príncipe (Leguelá) e Timor-Leste (Voz of Crocodile).

Olhares e horizontes

No campo das artes plásticas, destaque para o brasileiro Rodrigo Braga, com a mostra “Horizontes deslizantes”, e para o guineense António Ferreira Seguy (“Chipi”), com “Outros Olhares”, ambas patentes na Doca dos Pescadores. Em paralelo, a galeria da residência consular de Portugal em Macau irá apresentar obras de 20 jovens de Macau.

A 11.ª semana cultural integra ainda uma mostra de artesanato, com a participação de artistas da China, Portugal e de todo o bloco lusófono, e de gastronomia, com chefes de cozinha provenientes de Angola, Brasil, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau, anunciou a organização.

Uma das novidades deste ano é o “desfasamento da semana cultural”, já que a mostra de teatro decorre “na semana imediatamente a seguir”, uma decisão estratégica com a qual a organização espera atrair mais visitantes.

Esta última mostra integra, além do colectivo “Primeira Pedra”, companhias de Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau.

Sob o tema “Uma Faixa e uma Rota Cultural”, numa alusão à iniciativa chinesa lançada em 2013, o evento tem em 2019 um orçamento de cerca de nove milhões de patacas, precisou a coordenadora do gabinete de apoio ao secretariado permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), Mok Iun Lei.

A responsável salientou que o evento assinala, com “mais elementos culturais”, o 20.º aniversário do regresso de Macau à China, em 1999, e os 40 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e Portugal, em 1979.

26 Set 2019

Fórum Macau | Brasil estrela da semana cultural entre China e países lusófonos

O Brasil é o país em destaque da 11.ª semana cultural entre a China e os países lusófonos em Macau, que reúne, entre 12 e 18 de Outubro, vários artistas do espaço lusófono na região

 
[dropcap]M[/dropcap]úsica, dança, teatro, exposições, artesanato e gastronomia reafirmam-se como as “actividades centrais” de um certame que este ano abre portas ao cinema brasileiro e onde a Índia está também representada, através de Goa, Damão e Diu, indicou ontem o secretário-geral adjunto do Fórum de Macau, Rodrigo Brum, em conferência de imprensa.
Com forte presença no cartaz e por ocasião do terceiro festival de cinema brasileiro na China, que decorre em Novembro e passa, pela primeira vez, a integrar Macau na sua rota, o Brasil é o “primeiro convidado de honra” desta semana cultural, a que se seguirão outros países nas próximas edições, afirmou o responsável.
De Portugal, viaja até Macau o grupo originário de Coimbra “Anaquim”, que em 2018 lançou o seu quarto álbum de originais, a artesã Andreia Marques, cujo trabalho se foca no uso de técnicas ancestrais de tecelagem, e o colectivo artístico Primeira Pedra.
O cartaz de música e dança inclui, além dos portugueses, artistas de Angola (Lino Cerqueira Fialho), Brasil (DJ Dolores), Cabo Verde (DJODJE), China (circo de acrobacias da província de Hebei), Guiné-Bissau (José Manuel, Karina Gomes, Miss Bity e Eric Dario), Moçambique (Grupo RM), São Tomé e Príncipe (Leguelá) e Timor-Leste (Voz of Crocodile).

Olhares e horizontes

No campo das artes plásticas, destaque para o brasileiro Rodrigo Braga, com a mostra “Horizontes deslizantes”, e para o guineense António Ferreira Seguy (“Chipi”), com “Outros Olhares”, ambas patentes na Doca dos Pescadores. Em paralelo, a galeria da residência consular de Portugal em Macau irá apresentar obras de 20 jovens de Macau.
A 11.ª semana cultural integra ainda uma mostra de artesanato, com a participação de artistas da China, Portugal e de todo o bloco lusófono, e de gastronomia, com chefes de cozinha provenientes de Angola, Brasil, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau, anunciou a organização.
Uma das novidades deste ano é o “desfasamento da semana cultural”, já que a mostra de teatro decorre “na semana imediatamente a seguir”, uma decisão estratégica com a qual a organização espera atrair mais visitantes.
Esta última mostra integra, além do colectivo “Primeira Pedra”, companhias de Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau.
Sob o tema “Uma Faixa e uma Rota Cultural”, numa alusão à iniciativa chinesa lançada em 2013, o evento tem em 2019 um orçamento de cerca de nove milhões de patacas, precisou a coordenadora do gabinete de apoio ao secretariado permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), Mok Iun Lei.
A responsável salientou que o evento assinala, com “mais elementos culturais”, o 20.º aniversário do regresso de Macau à China, em 1999, e os 40 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e Portugal, em 1979.

26 Set 2019

Festival da Lusofonia | Chefe Kátia Barbosa em Macau para mostrar o bolinho de feijoada

[dropcap]A[/dropcap] Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa trouxe a Macau a conceituada chef brasileira Kátia Barbosa, famosa em todo o mundo por ter criado o bolinho de feijoada. A iguaria pode ser provada no restaurante Rio Grill, na Doca dos Pescadores, durante esta semana.

Ao HM, Kátia Barbosa recordou o processo de descoberta de uma receita que já a levou a países como Portugal, Dinamarca e França. “Essa receita, na verdade, partiu de uma memória afectiva. Lá no Brasil, sobretudo no nordeste, temos o hábito de fazer um bolinho apertado com a mão, de arroz, feijão e farinha, que chamamos de capitão. A minha mãe me dava a comer isso quando era pequena.”

Depois de ter passado por um festival de botequins em Minas Gerais e ter provado um pastel de feijão que não era aquele que imaginava, Kátia Barbosa decidiu pôr mãos à obra.

“Comecei a testar o bolinho e só me senti bem em mostrar o bolinho às pessoas meses depois, foi um processo longo, de muito trabalho, pesquisa, de tentar. Quando dei para um amigo meu provar, ele disse ‘nossa, isso tem gosto de feijoada’. E eu disse que ele tinha acabado de me dar uma ideia louca. Decidi colocar couve, torresmo, as carnes e a farinha, que já estavam na massa. E cheguei a esse bolinho de feijoada.”

Kátia Barbosa trouxe também o caldo de mandioca, mas quem passar esta semana na Doca dos Pescadores pode também experimentar o típico churrasco brasileiro, como disse Lúcio Leal, chefe residente do Rio Grill, natural de Porto Alegre.

“A nossa maior assinatura é o churrasco brasileiro, a feijoada e o buffet de saladas. Acho que são as estrelas do momento neste restaurante e damos ênfase à feijoada brasileira, porque o churrasco toma conta do espaço e acaba fazendo com que o Brasil seja só churrasco, e nós não somos só churrasco. Somos Kátia Barbosa, temos a culinária feita no tasco e no botequim.”

Para Lúcio, “é muito importante” poder participar nesta semana cultural, além de ser importante contar com a presença de Kátia Barbosa. “Ela é mundialmente conhecida pela criação do bolinho de feijoada. Ela fez um caldo de mandioca, uma receita caseira da mãe dela. Se eu pudesse definir Kátia Barbosa, diria simplicidade”, rematou.

Não perca esta notícia amanhã na edição impressa do Hoje Macau
17 Out 2018

Portugueses D.A.M.A respondem “com energia” à barreira linguística em Macau

A banda portuguesa D.A.M.A estreou-se na Ásia ao actuar em Macau, o primeiro de quatro concertos nos quais o grupo quer responder à barreira linguística com “energia e portugalidade”.

[dropcap]A[/dropcap]banda portuguesa D.A.M.A estreou-se esta segunda-feira na Ásia ao actuar em Macau, o primeiro de quatro concertos nos quais o grupo quer responder à barreira linguística com “energia e portugalidade”.

“Tem um sabor especial cantar em português aqui. Trazemos energia e vamos tentar animar as pessoas, temos de ir por aí para ultrapassar a barreira linguística” disse à Lusa Miguel Cristovinho, um dos vocalistas, antes do primeiro concerto.

A banda pop/rap, oriunda de Lisboa, é um dos destaques da 10.ª semana cultural da China e dos Países de Língua portuguesa, que junta mais de 130 artistas e várias exibições de dança, música, teatro, fotografia e gastronomia lusófonos.

“Acabamos a última digressão e já só queríamos ir para a Ásia, ter a experiência de tocarmos para quem não percebe português. Vai ser um desafio, mas vamos desfrutar”, garantiu à Lusa Francisco Maria Pereira, outro dos membros do ‘trio’.

‘Kasha’, como também é conhecido, desvendou que todos os concertos vão ter o mesmo arranjo, mas que vão condensar as músicas mais conhecidas dos três álbuns, num conceito mais energético para “contagiar o público”.

“Os quatro concertos vão ter o mesmo arranjo e contamos contagiar o público com a nossa portugalidade, até porque só vamos cantar em português”, afirmou.

Miguel Coimbra, também membro do grupo, já viveu no sul da China e promete surpreender o público com “algumas palavras em chinês”. Para o músico, os concertos em Macau podem ser “uma porta para outros espetáculos”.

O Largo do Senado, no coração de Macau, a Doca dos Pescadores e as Casas Museu da Taipa vão ser os palcos de vários concertos lusófonos nos próximos dias.

Além do grupo português, a edição deste ano reúne músicos de Cabo Verde (Grace Évora e Banda), Angola (Paulo Flores), Timor-Leste (Black Jesuz), Moçambique (Moza Band), Brasil (Banda Circulô), Guiné-Bissau (Rui Sangara), São Tomé e Príncipe (Alex Dinho) e China (Grupo Artístico Folclórico de Songjiang).

16 Out 2018

Lusofonia | Festival apresenta D.A.M.A e exposição de Vítor Marreiros

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] cartaz da 10ª Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa, onde está incluído o Festival da Lusofonia, foi ontem apresentado e inclui os portugueses D.A.M.A. e uma exposição de Vítor Marreiros na residência consular. Haverá ainda espaço para o teatro e gastronomia.

A décima edição da Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa arranca no próximo dia 9 de Outubro. À semelhança dos anos anteriores, tem um cartaz repleto de música, gastronomia, exposições e teatro, que vão passar por lugares como as Casas-Museu da Taipa, a Doca dos Pescadores e Largo do Senado.

De Portugal chegam os D.A.M.A., um projecto que mistura a música pop com o rap e que é composto pelos músicos Francisco “Kasha” Pereira, Miguel Coimbra e Miguel Cristovinho. O primeiro álbum da banda foi lançado em 2014 e intitula-se “Uma questão de princípio”. O cartaz tem também artistas oriundos de outros países de língua portuguesa, como é o caso de Black Jesus, de Timor-Leste, Moza Band Feast, de Moçambique, Rui Sangara, da Guiné-Bissau, Banda Circulô, do Brasil, e Grace Évora e Banda, de Cabo Verde. O angolano Paulo Flores, que tem já 28 anos de carreira e cerca de 15 discos gravados, é outro dos destaques. Da China foi convidado o Grupo Artístico Folclórico do Distrito de Songjiang, próximo de Xangai.

Estes artistas vão actuar no festival da lusofonia, que decorre no fim-de-semana de 12 a 14 de Outubro, estando também previstos concertos no Largo do Senado, entre os dias 15 e 17 de Outubro, e na Doca dos Pescadores, entre os dias 13 e 18 de Outubro.

Na área da gastronomia, quatro restaurantes vão acolher a iniciativa “Sabores do Mundo” dos Países de Língua Portuguesa, cujos dez chefes de cozinha foram propostos pelas associações lusófonas locais. Na Doca dos Pescadores estará aberto ao público o “Stand dos produtos alimentares dos países de língua portuguesa”, bem como o workshop entre pais e filhos da cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

Por outro lado, vão estar patentes, nas Casas-Museu da Taipa exposições de arte contemporânea de artistas oriundos de Angola e Cabo Verde, nomeadamente Guilherme Manpuya e Tutu Sousa. Haverá também, na Doca dos Pescadores, uma feira de artesanato com dez artesãos vindos da província de Guizhou.

O Clube Militar acolhe a exposição de pintura lusófona, que decorre entre os dias 15 de Outubro e 4 de Novembro. Para celebrar os 15 anos de existência do Fórum Macau, estará patente na Doca dos Pescadores a exposição de fotografias “Ponto de Encontro, Pontes Intangíveis”, aberta ao público entre os dias 13 de Outubro e 4 de Novembro.

Residência artística

A exposição do designer gráfico Vítor Marreiros, na residência consular, será outro dos pontos altos do cartaz da semana cultural e pode ser visitada entre os dias 12 de Outubro e 8 de Novembro. Autor, há muitos anos, dos cartazes oficiais das comemorações do 10 de Junho, Vítor Marreiros não apresenta uma exposição em nome individual desde 2014.

Numa entrevista concedida o ano passado, explicou as razões dessa ausência. “Não exponho o meu trabalho numa galeria, ele está à vista. Já esteve mais, mas está à vista. Faço poucas exposições, nestes cerca de 30 anos devo ter feito umas quatro ou cinco, incluindo duas em parceria com o meu irmão [Carlos Marreiros] e com Ung Vai Meng, em Osaka. Não trabalho para fazer exposições.”

Com um programa à parte, decorre, este ano no edifício do antigo tribunal, o festival TEATRAU – Mostra de Teatro dos Países de Língua Portuguesa, entre os dias 9 e 14 de Outubro.

A história dos estaleiros navais de Lai Chi Vun será contada pela companhia teatral Dream Theater Association, numa peça com o nome “O nosso estaleiro naval ‘Victory’”, localizado na povoação de Coloane. Vão também participar companhias de teatro vindas do Brasil, Angola, Cabo-Verde e Guiné-Bissau.

Todo o cartaz da semana cultural entre a China e os países de língua portuguesa tem a organização do Fórum Macau e do Instituto Cultural, entre outros e é coordenado pelo Instituto Português do Oriente.

Glória Batalha Ung, secretária-geral adjunta do Fórum Macau, referiu que o orçamento desta edição é de nove milhões de patacas, montante que não representa grande aumento face ao ano passado.

Rodrigo Brum, secretário-geral adjunto do Fórum Macau, explicou a importância crescente que a cultura tem tido nas relações entre a China e os países de língua portuguesa.

“O Fórum está a viver o seu 15º ano de existência e importa referir que o objectivo prioritário, tal como foi estabelecido na sua criação, era a dinamização da interacção económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa, mas não constava a parte cultural. Mas na décima edição do evento já existe uma rotina estabelecida e tem sido dada importância à questão cultural, além dos assuntos económicos”, frisou.

Para Rodrigo Brum, “o maior envolvimento nas questões culturais é um ponto assente do Fórum Macau”, sendo a cultura “a instrumentalização dos objectivos prioritários” definidos na 5ª Conferência Ministerial, concluiu.

27 Set 2018

Lusofonia | Semana Cultural decorre de 14 a 22 de Outubro

Concertos no anfiteatro Casas-Museu da Taipa e a participação, pela primeira vez, na Exposição de Produtos e Serviços de Língua Portuguesa e na Feira Internacional de Macau. Eis as novidades da 9ª Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de 150 artistas vão participar entre 14 e 22 de Outubro na nona Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa, que volta a juntar teatro, gastronomia, arte contemporânea, dança e música de vários continentes.

Esta é uma iniciativa que se realiza em Macau desde 2008. Pela primeira vez, os artistas convidados participam também na Exposição de Produtos e Serviços de Língua Portuguesa (PLPEX) e na Feira Internacional de Macau (MIF).

O cartaz deste ano inclui concertos no Largo do Senado, no coração de Macau, de grupos e artistas de Portugal (Diogo Piçarra), Cabo Verde (Trio Hélio Batalha, Sílvia Medina e Ellah Barbosa), Angola (Yola Semedo), Timor-Leste (Solution Band), Goa, Damão e Diu (True Blue), Moçambique (Os Kassimbos), Brasil (Rastapé), Guiné-Bissau (Klim Mota), São Tomé e Príncipe (Haylton Dias) e China (Grupo de Música e Dança da Província de Guagxi).

Além de subirem ao palco no Largo do Senado, os artistas vão actuar no Festival da Lusofonia, a decorrer entre 19 e 22 de Outubro nas Casas-Museu da Taipa.

Teatro de regresso

Além da música, a Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa de Macau volta a ter uma mostra de teatro de países e territórios lusófonos pelo quarto ano consecutivo.

A mostra de teatro integra quatro companhias de países lusófonos, incluindo Portugal, e uma de Macau.

Assim, entre 14 e 19 de Outubro, o grupo local Hiu Kok Theatre marca presença com a peça “O cuco da noite escura”, o Grupo de Teatro Girassol (Moçambique) leva ao palco “Nkatikuloni (A outra)”, a companhia Nómada – Art & Public Space vai representar “Solange, uma conversa de cabeleireiro”, o grupo Nós Por Cá (São Tomé e Príncipe) leva à cena “Feitiçaria”, e a Arte Naroman (Timor-Leste) apresenta “Nahe Biti”.

Esta semana cultural integra ainda uma vertente de exposições de arte contemporânea de artistas de Moçambique (Pekiwa, escultura), São Tomé e Príncipe (Guilherme Vaz de Carvalho, pintura) e Macau (Filipe Dores, artes plásticas) e uma exposição de animação do artista plástico e cineasta brasileiro Alê Abreu relacionada com o seu filme “O Menino e o Mundo”, que também será exibido em Macau.

As exposições vão decorrer entre 14 de Outubro e 12 de Novembro, no edifício do antigo tribunal, na Galeria de Exposições da Avenida da Praia, na Casa de Nostalgia da Avenida da Praia e na residência do cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong.

A mostra de artesanato poderá ser vista na Feira do Carmo e a mostra de gastronomia “Sabores do Mundo” decorrerá num restaurante da Torre de Macau e também no espaço onde vai decorrer o Festival da Lusofonia.

Este ano estão convidados ‘chefs’ de cozinha de Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Goa, Damão e Diu e Macau.

A Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa é organizada pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), sendo co-organizadores o Instituto Cultural de Macau e o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais da cidade. Conta ainda com a colaboração das associações das comunidades lusófonas que existem em Macau.

Orçamento de milhões

A nona edição da Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa tem um orçamento semelhante ao do ano passado, na ordem de 8,8 milhões de patacas, disse, na apresentação à imprensa, Echo Chan, secretária-geral adjunta do Secretariado Permanente do Fórum Macau.

Eco Chan disse que as actividades desta semana cultural articulam-se com a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” promovida pelo Governo central e destacou a importância de “reforçar o intercâmbio cultural” entre os países e territórios participantes.

“Espero que através desta semana cultural possam mostrar a sua cultura”, acrescentou.

5 Out 2017

José Salgueiro, músico: “Tenho o grande desejo de voltar a Macau com os Trovante”

 

Percussionista, baterista e trompetista, José Salgueiro é um músico que Macau se habitou a ver por cá, em vários projectos e também como agente de outros artistas. Em mais uma passagem pelo território, nas vésperas do Festival da Lusofonia, fala-nos da música em Portugal, da ligação a Macau e da vontade de regressar, numa viagem a lembrar 1987

 

Vem a Macau agenciar o grupo português – HMB – e outras formações que actuam no Festival da Lusofonia. Mas começando pela música, que está no início de tudo. Em que projectos está neste momento envolvido?

Estou com o Tim Tim Por Tim Tum, um grupo que tenho há já muitos anos, de quatro bateristas. Fazemos uma performance muito curiosa, que dá para públicos dos sete aos 77 ou dos dois aos 92 – é um espectáculo para toda a família. Depois tenho um espectáculo meu, o Aduf, que tive oportunidade de apresentar aqui em Macau, na Fortaleza, a convite do Instituto Cultural. Tenho esse projecto em standby, para quando é possível fazê-lo, porque a logística é um pouco mais complexa. Toco com pouca frequência com o Trovante, que ainda existe, de vez em quando ainda se reúne para fazer um concerto ou outro. Um dos meus grandes desejos era voltar a fazer Trovante em Macau, era uma coisa que adorava conseguir, e vou ver se consigo. Depois, toco também com o Resistência. Além disto, ainda tenho o lado do jazz, toco com o projecto Lokomotiv e com outros grupos de jazz em Portugal.

Ser músico em Portugal continua a ser complicado ou a situação é agora mais fácil do que tem sido nestes últimos anos?

Há uma nova geração de músicos que é enorme. Vem das escolas que, entretanto, foram criadas, sobretudo por pessoas da minha geração. Começaram a dar aulas, a abrir escolas e agora há imensos jovens a saírem formados que, por sua vez, também já dão aulas. De repente, abriu-se um leque enorme de possibilidades para músicos em Portugal. O talento existe em grande quantidade, o problema continua a ser muitas vezes os circuitos em que os músicos se mexem.

Independentemente dos vários projectos musicais pessoais que foi tendo, manteve sempre colaborações com outros músicos, até porque se distingue por ser bastante versátil. Como é que está, neste momento, a procura por espectáculos em Portugal?

Existe um mercado grande mas, com a nova fornada de músicos, os mais antigos começaram a perder trabalho e os músicos novos começam a aparecer, a marcar a sua posição. Mas existe cada vez mais movimento artístico em Portugal e há realmente mais capacidade para espectáculos. Lisboa está repleta de turistas e de ofertas culturais, mas também com muita oferta cultural que vem do exterior. Compra-se muita coisa fora, há muitos festivais, muitos grupos também que ninguém conhece de lado nenhum, mas que já são muito conhecidos em Portugal. Há toda uma indústria para movimentar a cultura em Portugal. Se é a cultura mais certa ou menos certa? A verdade é que ainda há muitas coisas que chegam do estrangeiro e somos muito influenciados pelo que vem de fora.

E em relação à evolução da música portuguesa, que análise faz?

Obviamente foi evoluindo também, digamos que não estoirou, mas já existem muitos grupos. Muitos deles têm vindo a Macau, quando há Festival da Lusofonia e não só, o Instituto Cultural também traz imensos grupos. Há uma apetência grande para ir buscar sempre as raízes para a música comercial.

E isso agrada-lhe.

De alguma forma sim, desde que seja bem feito – é uma questão também de gosto. Mas temos os casos dos Virgem Suta e Diabo na Cruz, que são grupos que vêm do rock mas que, ao mesmo tempo, incorporam não só literatura portuguesa, como as próprias raízes musicais: os ritmos, as formas. Há muita coisa a acontecer e isso agrada-me bastante.

Vem ao Festival da Lusofonia há já vários anos, vem a Macau com alguma regularidade. Como é que avalia a evolução do festival?

Sinto que o festival está cada vez mais ligado aos interesses políticos aqui vigentes. Sinto que há maior abertura para que a língua portuguesa venha a estabelecer-se de alguma forma aqui em Macau e acho isso muito positivo, já que estivemos aqui 500 anos sem nunca conseguirmos ser influentes junto da comunidade chinesa. Agora, parece haver mais abertura, mas também há, politicamente, mais interesse do Governo Central em fazer essa fusão. É bom para todos os lados.

Vem a Macau desde 1987, altura em que, segundo diz, se apaixonou pelo território. Que ligação é esta?

Não sei, é muito mística. Quando entrei na escola primária e na escola secundária, tínhamos as colónias e as ex-colónias e Macau fazia parte. Tinhas de decorar Macau, Goa, Damão, Diu, tinhas de decorar isto para estares por dentro da história. Era assim que se ensinava e havia sempre a mística de que nós, portugueses, estivemos tão longe, pelo gostava de conhecer. Quando conheci Macau, fiquei fascinado pela brutalidade de estar tão longe do centro. Só que Macau, entretanto, sofreu grandes transformações. Já não sinto nada daquilo que senti quando vim a primeira vez. A terra acabava junto ao Hotel Lisboa, o resto era mar. O prédio mais alto era exactamente o do Hotel Lisboa, não havia mais do que isto. Felizmente, consegui vir periodicamente a Macau e fui sentindo sempre a evolução disto.

Além da evolução física da cidade, sente que há uma nova comunidade portuguesa? Vai sentindo isso nos concertos, nas passagens por cá?

Continua a haver muita gente nova por Macau, que voltou a ser atractivo até porque, em Portugal, não há assim tantas oportunidades para trabalhar. Quando as há, elas são agarradas e há muita gente que fica de fora e depois procura destinos mais longínquos para poder continuar a vida. Macau está a voltar a ser um desses destinos.

27 Out 2016