Cinemateca | Filme de Éric Rohmer exibido hoje

Numa única exibição, incluída na secção “TGIF – Exibição de Sexta à Noite”, é apresentado hoje, a partir das 20h, na Cinemateca Paixão, o filme “Conto de Verão”, do conhecido realizador francês Éric Rohmer. Visualizado o filme, será altura de uma festa de degustação de vinho francês com uma sommelier

 

Corria o ano de 1996 quando Éric Rohmer, realizador francês, rodou “Conto de Verão”, filme integrado numa série de quatro intitulada “Contos das Quatro Estações”. É uma película que gira em torno das ideias do ser e não-ser, o desejo ou a ausência dele. O terceiro filme desta série pode ser hoje visto na Cinemateca Paixão, na Travessa da Paixão, perto das Ruínas de São Paulo, incluído na secção “TGIF – Exibição de Sexta à Noite”.

Esta é a história de Gaspard, que vai de férias para o litoral, encontrando-se com Lena, a sua namorada. Enquanto espera que ela chegue, conhece as amigas Margot e Soléne, sendo que cada uma delas representa algo que Gaspard aprecia: a amizade, dada por Margot, e Soléne, a promessa de paixão e sensualidade, que busca um compromisso sério com Gaspard. Segundo a sinopse do filme, Lena, a verdadeira namorada, representa o amor verdadeiro. Mas quando esta chega ao local combinado para as férias, o rapaz tem de escolher entre as três mulheres.

Este é um dos quatro “Contos das Quatro Estações”, da autoria do famoso realizador francês Éric Rohmer. Nascido em Nancy a 4 de Abril de 1920, Rohmer foi, além de realizador de cinema, crítico de filmes, guionista e jornalista, sendo tido como uma das grandes personalidades da chamada “Nouvelle Vague” francesa. Editou também a prestigiada revista de cinema “Cahiers du Cinema”.

Não lhe faltam prémios atribuídos nos mais reputados festivais de cinema internacionais, tendo feito a sua primeira curta-metragem em 1950, “Journal d’un scélérat”. Nove anos depois realizou a sua primeira longa-metragem, “Signo del León”.

Segundo a biografia do realizador disponibilizada na plataforma de “streaming” Filmin, “o cinema de Eric Rohmer caracteriza-se pela sua simplicidade e agudeza intelectual, em climas de profunda empatia com os ambientes nos quais se desenvolve a acção e com os personagens que definem o sentido moral de cada uma das suas histórias”.

Rohmer foi nomeado em 1970 para o Óscar de Melhor Filme não falado em Inglês, pela sua longa-metragem “Mi Noche con Maud”. No ano seguinte o filme foi candidato ao melhor guião original.

A série “Contos das Quatro Estações” arrancou em 1990, focando-se “nas relações humanas, das quais o amor é o principal protagonista e o engano”. O realizador é ainda autor de filmes como “O Bom Casamento”, “Noites de Lua Cheia” e “A Mulher do Aviador”, entre outros.

Vinho para rematar

Visualizado o filme de Rohmer, é altura dos interessados provarem vinho francês numa sessão acompanhada por uma sommelier, à semelhança de outros eventos já organizados na Cinemateca Paixão.

Para hoje será a vez de Lauryn, “apaixonada por vinhos”, apresentar um Domaine Gramenon l’Emouvante 2011, da região vinícola do Ródano, em França. Segundo a descrição feita pela organização do evento, Lauryn trabalhou como administradora de bar e fez um curso de WSET, na área dos vinhos e bebidas espirituosas. Além disso, trabalha como designer gráfica.

26 Jul 2024

Cinemateca Paixão | “Dangerous Encounter”, clássico de Hong Kong, em exibição

“Dangerous Encounter of the First Kind” é um clássico de Hong Kong, do realizador Tsui Hark, de 1980, a ser exibido a partir de hoje na Cinemateca Paixão. Trata-se de “uma obra-prima da Nova Vaga de Hong Kong” que rompeu amarras no cinema que se vinha fazendo, até então, nos anos 70. Destaque ainda para a exibição de curtas-metragens de Macau a partir de sábado

 

Os saudosistas dos velhinhos filmes de Hong Kong podem recordar, a partir de hoje, na Cinemateca Paixão, um clássico feito na região vizinha da autoria do realizador Tsui Hark. Trata-se de “Dangerous Encounter of the First Kind” [Não Brinquem com o Fogo], de 1980, considerado uma “obra-prima da Nova Vaga de Hong Kong” e que, à data, “chocou a indústria cinematográfica de Hong Kong” graças ao trabalho “inovador” do realizador, descreve a Cinemateca.

A primeira exibição acontece hoje, às 19h30, seguindo-se apresentações no sábado e domingo, e uma última exibição no sábado, dia 27. Com Lieh Lo, Lin Chen-Chi, Albert Au e Lung Tin Sang no elenco, o filme remete para o período em que as autoridades britânicas de Hong Kong classificaram, nos anos 70, os explosivos como mercadorias perigosas. Os personagens principais, Paul, Long e Ko atropelam acidentalmente um homem numa noite de copos, acidente que é testemunhado por Wan-Chu.

Este ameaça fazer queixa à polícia se eles não seguirem as suas instruções, pelo que não têm outra alternativa senão obedecer, iniciando-se uma onda de assaltos protagonizados por todos. Segue-se uma série de aventuras que envolve dinheiro de japoneses, gangsters e a polícia. Este foi o terceiro filme da carreira de Tsui Hark, sendo considerado uma das suas criações mais marcantes.

Curtas de Macau

A partir de sábado serão exibidas diversas curtas-metragens de Macau no programa “Descubra Macau – Julho”. A ideia é “trazer novas perspectivas e experiências para dar a conhecer a diversidade do cinema” feito localmente, por forma a “romper com a abordagem narrativa habitual”, descreve a Cinemateca Paixão.

As exibições começam sábado às 14h, seguindo-se nova exibição no domingo seguinte, com repetição no fim-de-semana seguinte.

Um dos filmes é “Pelo menos não hoje”, de Io Lou Ian, uma produção de 2021. Esta é a história de Wong Lam e Cheung Keung que vão ser pais. Donos de uma pequena loja de impressão de fotografias, a sua vida muda quando recebem a ordem da polícia para revelar um conjunto de negativos. Um trabalho que, aparentemente, tinha tudo para ser uma tarefa comum, revela-se algo que mudará as suas vidas.

De 2016 chega “Uma História de Fantasmas de Verão”, de Kaiu Choy. A peça central desta história é o desaparecimento de Lee Ho-Sang, tio de Wong Chi-Wa, durante o Festival dos Espíritos Esfomeados. Quinze anos depois, e sem grandes explicações, Lee regressa. Os mistérios deste caso surgem associados à época festiva, típica da cultura chinesa.

“Vem, a Luz” é o filme que se segue. Realizado em 2015, a película conta a história de Wei, trabalhadora num casino, e Chi-ho, o seu namorado, jogam na lotaria sempre na esperança de ganhar fortuna. Um dia, ganham o jackpot, mas Chi-ho sente-se dividido entre o amor e o pagamento de uma dívida que contraíra. Wei, entretanto, tem outros planos para o dinheiro ganho, mas o casal tem de enfrentar cenários de sorte e azar ao mesmo tempo. Um filme de Chao Koi Wang.

“Mundo Ridículo” é a última película apresentada na secção “Descubra Macau – Julho”. Realizado em 2014 por Lei Ka Wai aborda o momento em que todo o mundo é infectado por um vírus, incluindo Macau. Restam cinco sobreviventes no território que decidem subir ao telhado de um edifício industrial procurando sobreviver quando, por todas as ruas, as autoridades governamentais e de protecção civil procuram sobreviventes.

16 Jul 2024

Cinemateca Paixão | “Encantos de Julho” já são conhecidos

São poucos os filmes que integram o cartaz deste mês, intitulado “Encantos de Julho”. Destaque para o filme “The Peasants”, uma obra dramática de animação para adultos, com exibições até ao dia 28. Por esta sala de cinema passam ainda os filmes “Close your Eyes” e “La Chimera”

 

Novo mês, novos filmes. Julho arranca na Cinemateca Paixão com o habitual cartaz “Encantos” dedicado a cada mês do ano. Tendo em conta que, nas próximas semanas, muitos filmes irão passar pelas telas da Cinemateca, nomeadamente os que integram o Festival Internacional de Cinema Infantil de Macau, serão exibidos apenas três filmes até ao final do mês desta selecção mensal.

Assim, “Encantos de Julho” traz “The Peasants”, em português “Em Nome da Terra”, um drama original de animação pensado para adultos da autoria de DK Welchman e Hugh Welchman.

Com exibições amanhã, às 19h30, e depois nos dias 4, 10, 13, 21 e 28, este filme centra-se em torno da trágica história da camponesa Jagna que foi obrigada a casar com um agricultor rico e muito mais velho do que ela, chamado Boryna. Jagna ama o filho do marido que lhe foi destinado, Antek. Com o tempo, Jagna torna-se objecto de inveja e ódio dos aldeões e tem de lutar para preservar a sua independência.

Segue-se “Close your Eyes” [Fechar os Olhos], exibido esta quarta-feira e depois sexta, domingo, e dia 12. Esta película estreou mundialmente no Festival de Cinema de Cannes no ano passado, na secção “Cannes Premiere”, tendo ficado em segundo lugar na lista dos dez melhores filmes de 2023 elaborada pela revista “The Movie Book”, uma das melhores publicações no mundo do cinema.

“Close your Eyes” [Fechar os Olhos] marca o regresso ao ecrã e à realização de Victor Arias, realizador espanhol, que esteve afastado do mundo do cinema durante 30 anos, sendo esta uma história que se centra em torno do desaparecimento do actor espanhol Julio Arenas.

Julio desaparece durante a rodagem de um filme, e as autoridades nunca conseguem encontrar o seu corpo. Porém, vão revelando alguns detalhes do que poderá ter acontecido no dia do desaparecimento, nomeadamente quanto à possibilidade de ter ocorrido um acidente.

Segundo o jornal espanhol “El Confidencial”, o filme é protagonizado pelo actor Manolo Solo, uma espécie de “alter ego” do próprio realizador, sendo “Close your Eyes” um filme sobre a memória e o passar do tempo. A personagem de Manolo Solo decide, anos depois, ir em busca do amigo desaparecido, Julio Arenas, interpretado por José Coronado.

Para rir

Depois de dois filmes mais intensos, o tom desce e é exibido uma comédia. “La Chimera”, de Alice Rohrwacher, é um filme que já passou por algumas salas de cinema europeias, nomeadamente no Festival de Cinema Indie de Lisboa.

“La Chimera” remete, como o nome indica, para a ideia de “quimera”, que é figura ligada à mitologia grega, mas também algo que se pretende alcançar, numa onda utópica ou de esperança.

Na sinopse deste filme, descreve-se uma história em torno de Arthur, um “arqueólogo de um grupo que procura tesouros antigos em tumbas, e um Orfeu que procura a sua quimera, o seu desejo impossível, apesar de todas as regras da realidade”. “La Chimera” viaja, assim, “entre o concreto e o fantasioso, desvendando-se mitos”. Este filme conta com actores como O’Connor, Carol Duarte, Vincenzo Nemolato, Alba Rohrwacher e Isabella Rossellini.

1 Jul 2024

Cinema | Já é conhecido cartaz do primeiro festival para os mais novos

O Instituto Cultural anunciou recentemente a realização, este Verão, do primeiro Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau que, além dos espectáculos, inclui cinema. O cartaz já é conhecido e podem ser vistos, na Cinemateca Paixão, clássicos como “Um Porquinho Chamado Babe”, “Shrek” ou “Família Addams”, sem esquecer “A.I. – Inteligência Artificial”, de Steven Spielberg

 

Decorre entre Julho e Agosto a primeira edição de um festival de cinema inteiramente dedicado a crianças e jovens. Trata-se do Festival Internacional de Cinema Infantil de Macau, iniciativa integrada na primeira edição do Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau, uma estreia no panorama artístico local. Trata-se de uma iniciativa promovida pelo Instituto Cultural (IC) e que, na vertente de exibição de filmes, conta com o apoio da Cinemateca Paixão.

O festival divide-se em quatro secções, nomeadamente “Selecção Anual de Filmes Infantis”, “Êxitos Populares da Infância dos Pais”, para que os adultos também possam acompanhar os filhos à sala de cinema, “Clássicos para Todas as Crianças” ou “Projecções ao Ar Livre no Centro Cultural de Macau”, que passa pela exibição de filmes de animação seleccionados.

A 6 de Julho é exibido um clássico que permanece na memória dos graúdos, como é o caso de “Um Porquinho Chamado Babe”, de 1995. Trata-se da saga do “porquinho” protagonista do filme e da sua chegada à fazenda de Arthur Hoggett.

No mesmo dia é apresentado “Os Argonautas”, cuja exibição se repete no dia 20 de Julho. Sendo este um filme bem mais recente, de 2022, “Argonautas” centra-se na amizade do ratinho Rode e da gata Isabela. Ambos vivem na cidade portuária de Yolcos, na Grécia Antiga, que subitamente enfrenta a ameaça do deus dos mares, o que põe à prova a coragem de Rode e Isabela.

A 7 de Julho, domingo, é dia de voltar aos clássicos ainda mais antigos, desta vez com a película “O Espírito da Colmeia”, de 1973, de Victor Erice.

Este filme passa-se nos anos 40 quando, numa remota aldeia espanhola, Ana, com apenas oito anos, e a irmã mais velha, Isabela, ficam impressionadas quando assistem, pela primeira vez, ao filme “Frankenstein”. Quando as duas visitam um local abandonado, começam a fantasiar com um novo monstro, sempre sem esquecer as imagens do filme que viram.

Na sinopse lê-se que este filme retrata “a curiosidade e imaginação das crianças em relação ao mundo e ao mistério do desconhecido, de forma onírica”, sendo este considerado “um dos maiores filmes espanhóis de todos os tempos”.

No dia 9 de Julho é a vez de ser exibido “Não Sou Estúpido”, filme de Singapura, que volta a passar nos ecrãs da Cinemateca no dia 28 do mesmo mês. Esta comédia, de Jack Neo, faz rir e chorar ao mesmo tempo, tratando-se de uma história que aborda “as lutas travadas por três jovens crianças e suas famílias na procura de uma excelência académica, numa sociedade altamente competitiva”.

Shrek e companhia

A 13 de Julho é dia de ver um dos grandes sucessos do cinema infantil. Trata-se de Shrek, filme de 2001, cujo protagonista é um monstro grande, feio e verde, mas que acaba por se apaixonar por uma bela princesa. No mesmo dia é exibido “Pigsy”, de Taiwan, que repete a 3 de Agosto.

No domingo, 14 de Julho, exibe-se “Ernest & Celestine: Uma Viagem a Gibberitia”, uma produção de 2012 francesa, belga e luxemburguesa que foi indicado para o César na categoria de “Melhor Filme de Animação”.

Celestine é uma ratinha órfã que sempre se sentiu um pouco incompreendida no mundo dos seus pares, os ratos, tendo sido criada num orfanato. Lá sempre ouviu histórias terríveis sobre os ursos e a sua crueldade, sobretudo quando comem ratos ao pequeno-almoço. Um dia, Celestine deixou o orfanato e foi descobrir o mundo, travando amizade com o urso Ernest, que a faz quebrar todas as ideias pré-concebidas que achava serem verdade.

A.I. – Inteligência Artificial, de 2001, entra para a secção “Êxitos Populares da Infância dos Pais”, sendo exibido dia 18 de Julho. Esta produção norte-americana, do grande mestre Steven Spielberg, centra-se na história de Martin, filho de Mónica, que fica doente e que tem de ser internado. É então que a mãe decide adoptar David, uma criança-robot que tenta chamar a atenção de Mónica quando Martin regressa a casa vindo do hospital. “Sirocco e o Reino dos Ventos” é a escolha para o dia 19 de Julho, voltando a ser exibido dia 31 do mesmo mês.

A voz das curtas

Este festival não traz apenas cinema estrangeiro e asiático feito para os mais novos, apresenta também uma selecção de curtas-metragens com assinatura de realizadores de Macau. Estas serão exibidas, também na Cinemateca Paixão, dia 21 de Julho, a partir das 16h30. São elas “Nas Suas Costas”, de 2016, de Sam Kin Hang; “Mui”, de 2021, de Wong Weng Chon; “O Farol”, de Jay Lei, de 2019; “História de Morcegos”, de Peeko Wong e Wong Chi Kin; “Avó Pirata 2: O Conto da Baleia Espiritual”, de Lam Teng Teng ou “Céu Estrelado”, de Zue Ku, entre outras.

Dia 23 de Julho, integrado na “Selecção Anual de Filmes Infantis”, exibe-se “O Inventor”, que repete dia 3 de Agosto. Este é um filme de animação de época, passando-se no século XVI, com uma história centrada no artista Leonardo da Vinci e na sua ida para a corte francesa devido a conflitos com o Papa.

No dia 27 é exibido “Ilo.Ilo”, de Singapura, que traz uma conversa pós-exibição com a presença de Joyce Yang.

O festival regressa aos clássicos mais antigos com “Os Quatrocentos Golpes”, de 1959, e da autoria de um dos mais conhecidos realizadores franceses, François Truffaut. Também este filme conta com uma conversa pós-exibição com Joyce Yang.

Em “Os Quatrocentos Golpes” revela-se a história do pequeno Antoine, que enfrenta dificuldades de vária ordem em casa e na escola.

A 28 de Julho é dia de exibir outro clássico, mais contemporâneo, como é o caso da “Família Addams”, de 1991. Esta história intemporal de Barry Sonnenfeld foca-se na excêntrica família vestida de preto que habita numa mansão bastante sombria e assustadora. Esta vê a sua tranquilidade quando Fester, um irmão há muito desaparecido, decide voltar. “Para o Lado da Luz” exibe-se dia 11 de Agosto.

Destaque ainda para duas sessões de exibições ao ar livre no CCM nos dias 17 de Agosto, nomeadamente com os filmes “O Menino Nicolau: A Felicidade Não Pode Esperar” e as animações ” Linda quer frango!” e a Série “Pundusina”.

25 Jun 2024

Cinemateca Paixão | Filmes e realizadores de Macau em foco

Nos próximos dias será possível descobrir, na Cinemateca Paixão, mais sobre o cinema feito em Macau e também conhecer as grandes inspirações dos realizadores locais. No cartaz “Panorama do Cinema de Macau” cabem longas-metragens, escolhas de realizadores, como é o caso de “O Atalante”, indicado por Ivo M. Ferreira. Destaque para a homenagem à actriz local Eliz Lao

 

A Cinemateca Paixão apresenta, até ao final do mês, o cartaz “Panorama do Cinema de Macau” que apresenta três secções: “Longa-metragem em curso”, que revela alguns dos filmes feitos por realizadores locais; “Realizadores locais e suas inspirações clássicas” e ainda “Feito em Macau”.

O filme “Beijando o chão que pisaste”, do realizador local Hong Heng Fai, foi exibido ontem, fazendo parte da secção “Longa-metragem em curso”. Também integrado nesta parte está “Sisterhood”, o filme premiado de Tracy Choi que a tornou num dos nomes mais conhecidos do panorama contemporâneo do cinema de Macau.

O filme é exibido amanhã às 16h30, num regresso à Cinemateca Paixão, cuja sessão contará com a presença da realizadora. Tracy Choi começou a filmar, de forma amadora, quando ainda estava no ensino secundário. Foi aí que percebeu a sua paixão pela imagem, que a levou a estudar cinema em Taiwan e Hong Kong.

Este domingo, às 16h30, será exibido “Chuva Passageira”, filme de 2017 que estreou numa das edições do Festival Internacional de Cinema de Macau. Este filme é da autoria de Chan Ka Keong, que sempre trabalhou nas áreas do design e artes plásticas antes de enveredar pelo cinema, algo que aconteceu em 2014. “Chuva Passageira” foi o seu primeiro projecto cinematográfico, que obteve apoio financeiro do Instituto Cultural, graças ao “Programa de Apoio à Produção de Longas-metragens” de 2013.

No domingo será também exibido “Embriagado de Amor”, filme de 2002 de Paul Thomas Anderson, integrado na secção “Realizadores locais e suas inspirações clássicas”. Para esta secção foi também escolhido, pelo realizador Ivo M. Ferreira, a obra “O Atalante”, um clássico de 1934 exibido na próxima quarta-feira a partir das 19h30.

Ivo M. Ferreira, realizador português ligado a Macau, onde rodou inúmeros filmes, nomeadamente “Hotel Império”, escolheu esta película que conta a história de Juliette, a rapariga da cidade, que se casa, após um namoro muito rápido, com o capitão Jean. É então que os dois vão morar no barco “L’Atalante”, começando o casal a traçar objectivos e perspectivas diferentes de vida. Quando Juliette decide sair do barco e ir para Paris, o marido começa a pensar que casar com ela foi um erro.

Este filme é de Jean Vigo, realizador que morreu de forma prematura aos 29 anos, resultado da doença pulmonar que o acompanhou ao longo da vida. Deixou apenas quatro filmes, sendo “O Atalante” o último da sua curta carreira. Apesar da curta vida, Jean Vigo tornou-se um dos cineastas franceses mais influentes do século XX.

Destaque ainda para a exibição, na próxima terça-feira, do filme “Uma Viagem na Primavera”, integrado na secção “Feito em Macau”.

A produção de 2023, de Taiwan, e com co-realização de Peng Tzu-Hui, conta a história de Khim-Hok, um idoso com deficiência numa perna que está dependente da esposa. Ambos vivem numa casa antiga nos arredores de Taipei, até que, com a morte repentina da esposa, Khim-Hok congela o corpo e continua a vida como se nada tivesse acontecido. É então que o regresso do filho de ambos força-o a alterar os planos até então traçados.

A vida de Eliz

Até ao final do mês decorre ainda a programação de “Descubra Macau – Actor em Foco”, desta vez dedicada a Eliz Lao. A actriz, apesar de ser natural de Macau, tem-se destacado em diversas produções de Hong Kong e China, não apenas no cinema, mas também em publicidade e apresentação de programas.

As exibições de filmes com Eliz Lao começam este sábado e estão agendadas para domingo, dia 23, sábado, dia 29, e domingo, dia 30.

Esta é a oportunidade para ver títulos como “Flor da Meia-Noite”, de Liu Yi-Hsuan, uma produção de Taiwan, ou “Até ao Fim do Mundo”, da realizadora local Emily Chan.

Este filme, passado no Inverno de 2012, numa noite em que “a lenda do fim do mundo chegou, um casal caminhou pelas ruas estreitas de Macau, relembrando os seus anos de amor e finalmente cumpriu a promessa que fizeram um ao outro”, lê-se na sinopse do filme.

Também de Emily Chan exibe-se a versão curta de “Our Seventeen”, uma história feita em 2017 polvilhada com “juventude, música e a história de um primeiro amor”.

A realizadora Tracy Choi escolheu também Eliz Lao para a sua curta-metragem experimental e narrativa “Caça”, de 2020. Trata-se de um filme feito com película analógica que, mais uma vez, aborda o universo das mulheres. Estas “estão sempre sob escrutínio”, pois “vestir-se com menos parece errado, mas fumar, ser rude e vestir de maneira masculina também parece estar errado”. Assim, a realizadora questiona, com o seu filme, as oportunidades que as mulheres têm para não ser observadas e, consequentemente, julgadas.

20 Jun 2024

Cinemateca Paixão | Maio traz ciclo de cinema dedicado a Cheong Chi Wai

O realizador de Macau Cheong Chi Wai tem direito, este mês, a um ciclo de cinema dedicado aos quatro filmes que realizou até agora. As películas podem ser vistas no próximo fim-de-semana, com duas exibições no domingo. Destaque ainda para dois filmes exibidos no âmbito do ciclo “May Charms”

 

Um novo mês na Cinemateca Paixão arranca com o destaque dado a um realizador local. O nome escolhido é Cheong Chi Wai, cujos quatro filmes produzidos até à data serão exibidos no próximo sábado a partir das 16h e domingo a partir das 11h30 e 14h.

Cheong Chi Wai, nascido em Macau, acabou por se formar em realização, com licenciatura e mestrado, na Universidade Nacional de Artes de Taipei, Taiwan. Realizou um estágio na Golden Horse Film Academy, que organiza os grandes prémios de cinema desta região, além de ter trabalhado também na academia de cinema na Bucheon International Fantastic Film Festival Film Academy, e no projecto “FIRST Training Camp”.

Estreou-se em nome próprio com “Someone Who Was Lost”, filmado em Hong Kong, tendo apresentado, em 2012, “La Maison de la Memóire” [A Casa da Memória] que conta a história de um homem que está desempregado, mas que todos os dias finge que sai de casa para ir trabalhar. A mãe faz de tudo para proteger a família, enquanto o filho sonha estudar no estrangeiro. Os constrangimentos e dificuldades por que têm de passar no dia-a-dia leva-os a tentar perceber o que está nos seus corações. Um aparente final feliz acaba por mostrar que, afinal, nem tudo está resolvido.

Depois desta película, Cheong Chi Wai apresentou, em 2015, “Cup Noodles”, uma história simples que gira em torno de duas raparigas, duas taças de noodles e um segredo. No ano seguinte, foi a vez de estrear “Log in Dinner”, que remete para a solidão sentida por tantos idosos que vivem sozinhos. Neste caso, é o chefe de cozinha reformado Wei que vive uma vida monótona e repetitiva, e que um dia organiza um jantar com o seu filho, nora e neto, onde a comunicação não flui. A vida ganha nova cor quando Wei descobre um canal online em que uma jovem grava o seu jantar.

O filme mais recente deste realizador, “The Son”, é de 2019 e centra-se numa jovem mulher que descobre um filho que o marido teve de uma anterior relação.

Charmes de Maio

“May Charms” é o nome do outro ciclo de cinema que pode ser visto este mês na Cinamateca Paixão e que apresenta dois filmes: “All Shall Be Well”, realizado este ano em Hong Kong, e que será exibido na próxima sexta-feira, domingo, e depois nos dias 18 e 25.

Este filme, do realizador Ray Yeung, estreou-se mundialmente na secção “Panorama” da 74.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim, tendo ganho um “Teddy Award” pelo melhor filme com a temática LGBTQ+. A película foi ainda o filme de abertura na 48.ª edição do Festival de Cinema de Hong Kong.

“All Shall Be Well” gira em torno da história do casal lésbico Angie e Pat, cujo rumo da relação se altera quando Pat morre de forma súbita.

“(Ab)normal Desire”, filme japonês que teve ontem a sua primeira exibição, será novamente exibido no sábado, bem como nos dias 15, 19 e 28. Esta obra é do realizador Yoshiyuki Kishi e baseia-se no romance de sucesso “Seiyoku”, de Ryo Asai.

Ainda em “May Charms” será exibido “The Old Oak”, de Ken Loach, nos dias 18, 22, 26 e 29 deste mês. Este filme recebeu em Cannes a nomeação “Palma d’Ouro” em 2023, além de que Ken Loach já venceu por duas vezes esta distinção no mesmo festival de cinema.

Este ciclo encerra-se com “Snow Leopard”, exibido nos dias 16, 21, 25 e 29. Este filme teve a sua estreia mundial no Festival de Cinema de Veneza, tendo sido dirigido pelo realizador tibetano Pema Tseden. Trata-se de uma história de “humanidade e espiritualidade, vida e fé”, girando em torno do tema do lugar do homem na sociedade.

Clássico chinês

Importa ainda mencionar, no programa deste mês da Cinemateca Paixão, da exibição de um clássico do cinema chinês restaurado. Nos dias 12, 17 e 25 de Maio será exibido “Terrorizers”, de 1986, que ganhou, no mesmo ano, a categoria de “Best Feature Film”, dos Golden Horse Awards, além de ter obtido o prémio Leopardo de Prata no Festival de Cinema de Locarno do ano seguinte.

Da autoria de Edward Yang, o filme conta a história do casamento de Yu Feng e Li Zhong, construindo um contexto em torno dos sentimentos de solidão, despeito e violência na sociedade moderna.

8 Mai 2024

Cinemateca Paixão | Ciclo exibe filmes do sul-coreano Hong Sang-soo até Maio

Um total de dez películas com a assinatura do realizador Hong Sang-soo podem ser vistas na Cinemateca Paixão até 11 de Maio. O ritmo vagaroso com que conta histórias de amor e dilemas do quotidiano da Coreia do Sul são características do realismo doméstico típico dos seus filmes

 

Arrancou na última semana na Cinemateca Paixão um ciclo de cinema inteiramente dedicado ao realizador sul-coreano Hong Sang-soo, que começou a ficar conhecido no cinema asiático e mundial em meados dos anos 1990. “Realizador em Destaque: Exibição Temática de Filmes de Hong Sang-soo” apresenta ao público de Macau um conjunto de dez filmes, incluindo a longa-metragem com a qual se estreou nos grandes ecrãs: “The Day a Pig Fell Into the Well” [O Dia em que o Porco caiu no Poço], que teve uma única exibição no último sábado.

Contudo, os restantes filmes terão direito a duas exibições para que os fãs não percam a oportunidade de conhecer de perto o trabalho do realizador. Ainda esta quarta-feira serão exibidos, às 19h30, a curta-metragem “Lista” e o filme “A Colina da Liberdade”, este último de 2014.

“Necessidades de Uma Viajante”, filme deste ano, exibe-se no próximo sábado às 16h30. Esta película, que ganhou o Urso de Prata no Festival Internacional de Cinema de Berlim, além de ter marcado presença no Festival Internacional de Cinema de Hong Kong, conta a história de uma mulher francesa que tocava flauta de bisel num parque para sobreviver, mas que acaba por se tornar docente de francês de duas mulheres. A filme conta com a participação da actriz Isabelle Huppert.

Também no próximo sábado, às 21h30, passa o filme “Recordando a Porta Giratória”, feito em 2002, e que é novamente exibido no dia 11 de Maio às 21h30. No domingo, às 19h30, exibe-se “Na Praia À Noite Sozinha”, centrando-se nas deambulações da actriz Younghee devido a uma relação com um homem casado.

“A Romancista e o seu Filme”, com uma primeira exibição na última quinta-feira, volta a ser exibido no domingo, 28 de Abril, às 21h30.

Este filme conta a história de uma romancista que faz uma longa viagem para visitar uma livraria gerida por uma colega com a qual perdeu o contacto. Numa ocasião, ao subir sozinha uma torre, cruza-se com um realizador de cinema e a mulher, que a convence a fazer um filme. Contudo, uma série de peripécias, que culmina com uma bebedeira, altera o rumo dos acontecimentos.

“A Romancista e o seu Filme” ganhou um Urso de Prata na edição de 2022 do Festival Internacional de Cinema de Berlim, além de ter marcado presença nos festivais de Nova Iorque e Busan.

Dias de Maio

A Cinemateca Paixão exibe também “O Dia em que Ele Chegar”, pela segunda-vez a 5 de Maio.

O filme de 2011, que marcou presença em Cannes, centra-se em torno de Seongjun, que vai para Seul ter com um amigo próximo. Quando este não atende o telefone, Seongjun decide passear na zona de Seul em que vive o seu amigo, Bukchon, encontrando uma actriz que conhecia. Ao descer até outra zona de Seul, Insadong, Seongjun, que era realizador de cinema, trava conhecimento com várias pessoas, vendo-se obrigado a enfrentar as consequências das suas decisões.

Depois de se estrear com a longa-metragem de 1996, Hong Sang-soo realizou, em 1998, “O Poder da Província Kangwoo”, que volta a ser exibido na Cinemateca Paixão no dia 3 de Maio, às 21h30, depois de uma primeira exibição ontem.

Com este filme, o realizador sul-coreano venceu os Prémios Dragão Azul nas categorias de melhor realizador e melhor argumento, além de ter marcado presença, em 2000, no Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary

“A Nossa Sunhi”, exibido a 2 de Maio às 19h30, também gira em torno de uma personagem que faz filmes. Neste caso é Sunhi, que vai à sua antiga escola pedir uma carta de recomendação a um docente, com o intuito de prosseguir estudos em cinema nos Estados Unidos. Mas esse pedido faz com que Sunhi se reencontre o ex-namorado e o director que se formou na mesma escola que ela, gerando-se um interesse romântico de ambos pela protagonista.

Finalmente, a 9 de Maio, será exibido “Nos Nossos Dias”, centrado na vida de uma mulher de cerca de 40 anos que vive temporariamente em casa de uma amiga que, por sua vez, está a criar um gato. Há ainda outro idoso, na casa dos 70 anos, que vive sozinho e sofre com a morte do seu gato. A trama prossegue em torno destas histórias de vida.

Hong Sang-soo formou-se em cinema na Coreia do Sul, Califórnia e Chicago. Ao longo da carreira, os seus filmes tiveram como foco relatos de vidas e relações modernas, condimentados com pitadas de humor negro. Os bilhetes normais para uma sessão custam 60 patacas, enquanto estudantes e idosos têm desconto de 50 por cento.

22 Abr 2024

Cinemateca Paixão | “Opus”, sobre a vida de Ryuichi Sakamoto, no cartaz de Abril

A Cinemateca Paixão apresenta, a partir de hoje, um cartaz com novos filmes onde se inclui “Opus”, que nos recorda a vida e obra do compositor japonês Ryuichi Sakamoto, recentemente falecido. Hoje é exibido o primeiro filme de Ariane Louis-Seize, “Humanist Vampire Seeking Consenting Suicidal Person”

 

Há novos filmes para ver na Cinemateca Paixão à boleia de um novo mês. “Encantos de Abril” é o nome dado ao programa que traz a esta sala de cinema apenas quatro filmes, sendo que um deles representa a aclamação da vida e obra do compositor japonês Ryuichi Sakamoto.

“Opus”, realizado pelo filho do compositor, Neo Sora, gira em torno de 20 grandes composições clássicas que melhor descrevem o percurso musical do compositor japonês que até começou na música electrónica, ao integrar, em jovem, o grupo Yellow Magic Orchestra.

Falecido com cancro no ano passado, em Março, Sakamoto deixou a memória de muitas músicas que fizeram bandas sonoras de filmes e tantas outras composições em parceria com outros músicos, inclusivamente ligados ao universo da Bossa Nova, como foi o caso de Jacques Morelenbaum no disco “Casa”.

“Opus” apresenta as últimas actuações ao vivo de 20 temas seleccionados por Sakamoto por melhor descreverem os 40 anos de carreira, tendo cabido ao seu filho captar estes momentos. Cria-se, assim, num universo a preto e branco, e também melancólico, “uma celebração comovente da música de Sakamoto”, descreve a Cinemateca.

“Opus” é mais do que um mero filme “essencial para os fãs”, apresentando-se como “uma experiência musical solene que deve ser vista no cinema”. Neo Sora vive entre Tóquio e Nova Iorque e já realizou diversas curtas-metragens de estilo narrativo e documental, bem como vídeoclipes e outras produções ligadas ao mundo da moda e música. O filme sobre Sakamoto estreia esta quinta-feira, 18, sendo exibido a partir das 21h30, tendo ainda uma segunda exibição no dia 25 à mesma hora.

Vampiros e outras histórias

“Encantos de Abril” apresenta hoje o primeiro filme da realizadora Ariane Louis-Seize, intitulado “Humanist Vampire Seeking Consenting Suicidal Person”. Trata-se de uma película que ganhou o prémio de Melhor Realizador edição do ano passado do Festival Internacional de Cinema de Veneza.

O filme conta a história de Sasha, uma jovem vampira que não consegue matar, ao contrário do que acontece com a maioria dos vampiros. O problema adensa-se quando os pais deixam de lhe dar sangue, colocando a vida da filha vampira em perigo. Contudo, Sasha conhece Paul, um adolescente solitário com tendências suicidas que está disposto a dar a vida em prol da sua sobrevivência. O que parecia ser a solução para um grande problema torna-se numa sucessão de episódios marcados pelos últimos desejos de Paul, que devem ser concretizados antes que uma nova manhã se inicie.

Ariane Louis-Seize é uma realizadora do Canadá que começou a carreira no universo das curtas-metragens, nomeadamente com a produção “Wild Skin”. “Humanist Vampire Seeking Consenting Suicidal Person” é exibido hoje às 19h30, com repetição esta sexta-feira às 20h.

Da Filândia chega à Cinemateca Paixão o filme “Fallen Leaves”, o último do mestre do cinema finlandês Aki Kaurismäki e que se estreou mundialmente no Festival de Cinema de Cannes em 2023.

Este filme começa no momento em que Ansa e Holappa, duas almas solitárias, se conhecem num bar de karaoke em Helsínquia. Contudo, o que parecia uma bonita história de amor depressa obriga os seus protagonistas a ultrapassarem uma série de obstáculos.

“Fallen Leaves” é exibido pela primeira vez este sábado, 20, às 19h30, com repetições na próxima terça-feira, 23, quinta-feira, 25, e sábado, dia 27, sempre no mesmo horário.

“All Shall Be Well” é um filme de Hong Kong que também integra o cartaz de “Encantos de Abril”, da autoria de Ray Yeung, e que conta apenas com uma exibição no dia 21, já esgotada.

Este filme estreou mundialmente na secção Panorama do 74.º Festival Internacional de Cinema de Berlim e ganhou o Teddy Award para melhor longa-metragem com temática LGBTQ. “All Shall Be Well” também foi o filme de abertura do 48º Festival Internacional de Cinema de Hong Kong.

17 Abr 2024

Cinemateca Paixão | As películas escolhidas para “Encantos de Fevereiro”

O mês de Fevereiro é o mais curto do ano e é também o momento de celebrar o Ano Novo Chinês. Os amantes de cinema podem passar esta quadra festiva de olhos postos no ecrã da Travessa da Paixão: o cartaz escolhido pela Cinemateca traz, a partir desta sexta-feira, “Old Fox” e “Stonewalling”. Destaque ainda para os filmes da secção “Nova Força Chinesa” para ver nos próximos dias

 

A Cinemateca Paixão prepara-se para apresentar um cartaz em Fevereiro com duas películas asiáticas. Com a secção “Encantos de Fevereiro” a chegar à sala da Travessa da Paixão já a partir desta sexta-feira, os amantes do cinema mais independente podem ver “Old Fox”, uma produção de Taiwan, do realizador Hou Hsiao-Hsien, e ainda “Stonewalling”, um filme sino-japonês.

“Old Fox”, de 2023, conta a história de Liao Jie que, com 11 anos, e no ano de 1989, participa num esquema de poupança com o pai para que juntos possam comprar uma casa dentro de três anos. Mas com o mundo em constante mudança, e com os preços dos imóveis a disparar, rapidamente percebem que as poupanças conseguidas nos últimos anos não são suficientes.

Percebendo pertencer a uma família pobre, Liao Jie começa a olhar para o seu senhorio, um homem a quem chamam “Velha Raposa”, com outros olhos, encarando-o como um modelo a seguir ao invés do próprio pai que nada consegue fazer para melhorar a sua vida.

Este filme integrou, no ano passado, o cartaz do Festival Internacional de Cinema de Tóquio, tendo obtido quatro prémios na 60.ª edição dos Golden Horse Awards [Prémios Cavalo de Ouro], de Taiwan. Este é o quarto filme de Hou Hsiao-Hsien.

Múltiplas personalidades

“Stonewalling”, uma produção sino-japonesa de 2022, será exibida nos dias 18 e 27 de Fevereiro e é outra das produções que também se destacou na última edição dos prémios de cinema de Taiwan, além de ter sido seleccionado nesse ano para a secção “Dias de Veneza” do Festival Internacional de Cinema de Veneza.

Com realização de Ryuki Otsuka e Huang Ji, este filme explora a vida de uma rapariga que, com 20 anos, assume várias vidas e personalidades. Com o seu nome verdadeiro, Lynn, é uma estudante universitária que subitamente descobre estar grávida. Já com o falso nome de “Rainy”, trabalha como promotora a tempo parcial para ajudar a mãe com as despesas, que se vê obrigada a indemnizar um paciente por negligência médica. Após dar à luz o bebé, com o nome de “Sílvia”, decide vender a criança para saldar essa dívida. O problema é que o parto acontece durante a pandemia de covid-19 e o namorado decide aparecer de repente, levando esta mulher com múltiplas personalidades a deparar-se com um novo problema.

Entretanto, nos próximos haverá ainda oportunidade de ver alguns filmes na secção “Nova Força Chinesa”, nomeadamente “Trouble Girl”, que, tendo a sessão de hoje já esgotada, regressa aos ecrãs a partir de sexta-feira e até ao dia 15. Este filme também se destacou na 60.ª edição dos Golden Horse Awards, uma vez que a actriz Audrey Lin obteve o prémio para a melhor actriz principal.

De Chin Chia-Hua, este filme relata a história de Xiao Xiao, que sofre de transtorno do défice de atenção com hiperactividade, de quem se afastam familiares e amigos. Só com o professor Paul é que Xiao Xiao parece encontrar compreensão, mas subitamente esta testemunha um segredo deste com a sua mãe, o que transforma o seu percurso emocional.

Por sua vez, “Love is a Gun” será exibido entre os dias 10 e 25 de Fevereiro. Há ainda a possibilidade de ver amanhã, 31, “Inside the Yellow Cocoon Shell”, exibido novamente dia 7 de Fevereiro, e “Anatomy of a Fall”, exibido pela última vez este sábado às 17h, e que venceu a “Palma de Ouro” no Festival de Cinema de Cannes de 2023.

Da secção “Clássicos Chineses” há ainda o filme, recentemente restaurado, “Yi Yi: A One and A Two”, do ano 2000, a ser exibido dia 10. Com este filme, Edward Yang, de Taiwan, venceu o prémio de Melhor Realizador no Festival de Cinema de Cannes desse ano. Ainda da secção “Encantos de Janeiro” revela-se este sábado, às 20h, numa última sessão, “Evil Does Not Exist”.

30 Jan 2024

Cinemateca Paixão | Novo ano traz último filme de Wim Wenders

Com a primeira exibição a acontecer hoje, às 19h30, a Cinemateca Paixão traz ao público de Macau o novo filme do realizador alemão Wim Wenders. “Dias Perfeitos”, realizado no Japão e já aclamado pela crítica, faz parte do cartaz “Encantos de Janeiro”, que inclui ainda “May December”, com Natalie Portman e Julianne Moore

 

“Perfect Day”, de Lou Reed, é uma daquelas músicas que apetece ouvir vezes sem conta. É ela que dá o mote à banda sonora do novo filme de Wim Wenders, “Dias Perfeitos”, exibido hoje na Cinemateca Paixão às 19h30, e também este sábado às 19h.

O novo filme de Wim Wenders marca o regresso do realizador ao país depois de ter produzido, há cerca de 40 anos, o documentário de homenagem a Yausjiro Ozu. Esta é uma história que fala da beleza das coisas simples, contando com a participação do conhecido actor Koji Yakusho, que já participou em filmes como “Babel”, de Alejandro González Iñárritu, e que, com este papel, ganhou o prémio de Melhor Actor no Festival Internacional de Cinema de Cannes.

“Dias Perfeitos” gira em torno da vida de Hirayama, personagem de Koji Yakusho, um empregado de limpeza em casas de banho públicas que leva uma vida tranquila pautada pelo trabalho, apesar de sujo, e pelo desfrutar da sua colecção de música e livros. O filme leva-nos a descobrir as escolhas de vida deste japonês e as suas razões de ser.

O novo filme de Wim Wenders, autor de outros grandes filmes premiados, como “Paris, Texas”, integra o cartaz de Janeiro da Cinemateca Paixão, intitulado “Encantos de Janeiro”. Já com uma nova empresa gestora, o espaço dedicado aos amantes do cinema independente e de autor apresenta ainda um outro filme aclamado a nível internacional: “May December”, com as actrizes Natalie Portman e Julianne Moore.

Este filme retrata a história verídica de uma professora, Mary Kay Letourneau que, nos EUA, se apaixonou pelo seu aluno menor de idade, com apenas 13 anos, tendo com ele tido filhos e uma relação longa, não sem antes ser condenada pelas autoridades por envolvimento sexual com um menor. Este filme será exibido este sábado às 21h30 e na quinta-feira dia 18 às 19h30.

Outras histórias

“Anatomy of a Fall” é mais um dos filmes integrantes de “Encantos de Janeiro”, sendo exibido amanhã pela primeira vez às 19h30, repetindo no domingo às 21h e sábado, dia 20, às 18h30. Este filme da realizadora Justine Triet, venceu a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes no ano passado e conta a história de Sandra, uma escritora alemã, e do seu marido francês Samuel, que, juntamente com o seu filho Daniel de 11 anos, vivem numa cidade remota nos Alpes franceses. A morte de Samuel e o facto de Sandra ser considerada a principal suspeita do crime dá início a um processo de redescoberta sobre a relação que ambos mantinham.

“Evil Does Not Exist” é ainda outro dos filmem em cartaz em que o ideário japonês marca presença. Vencedor do Grande Prémio do Júri no Festival de Cinema de Veneza no ano passado, a película de Ryusuke Hamaguchi conta a história de Takumi e a sua filha Hana, que vivem na aldeia de Mizubiki, perto de Tóquio, numa vida semelhante à de gerações anteriores, marcada pela modéstia, com ligação à natureza. Até que a ideia de edificar um projecto na aldeia muda para sempre a sua vida, pois põe em causa a preservação ambiental do local.

A primeira exibição de “Evil Does Not Exist” acontece esta sexta-feira às 21h30, seguindo-se exibições no domingo, quinta-feira, 18, quarta-feira, 24, e domingo, 28. A versão restaurada de “Cidade de Deus”, filme brasileiro de 2002, é exibida pela primeira vez na próxima quarta-feira, dia 17, e depois no sábado, dia 20.

O trabalho de Fernando Meirelles e Kátia Lund, que mudou a política de segurança pública no Brasil, esteve nomeado para vários Óscares da Academia e para um Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro no ano de estreia. Com este filme, o público pode conhecer de perto o perigoso mundo das favelas do Rio de Janeiro através da favela, ou bairro de lata, chamado “Cidade de Deus”, que foi crescendo a partir dos anos 60.

Do Vietname, chega-nos “Inside the Yellow Cocoon Shell”, cuja primeira exibição acontece no dia 23 de Janeiro. Este trabalho do realizador Thien An Pham explora o momento da morte da cunhada de Thien, que morreu num estranho acidente de mota em Saigão. Thien tem de levar o corpo da familiar, bem como o seu filho de cinco anos, Dao, sobrevivente do acidente, para a sua cidade natal no campo.

Thien começa a procurar o seu irmão mais velho, que desapareceu há anos, para lhe entregar Dao. Na estrada, Thien tem uma série de sonhos sublimes e encontros fascinantes que reacendem memórias reprimidas e desejos proibidos. No labirinto dessas buscas fantasmas, Thien luta com sua própria crise existencial sobre o que vale a pena viver. Este filme volta a ser exibido nos dias 27 e 31 de Janeiro.

10 Jan 2024

Rita Wong, directora da Associação CUT: “Vamos manter a nossa energia”

Foram responsáveis pela programação no arranque da Cinemateca Paixão, em 2016, e regressam agora em força para uma nova concessão a partir de Setembro. Rita Wong, directora da Associação CUT, diz que a equipa está a preparar uma programação para conquistar novos públicos

 

A CUT vai voltar à gestão da Cinemateca Paixão. Qual a sensação de voltar a este projecto?

Claro que a nossa equipa está feliz, porque no último concurso perdemos a concessão por diversos motivos. Tendo em conta o surgimento de uma nova oportunidade, tentámos o nosso melhor, como ser mais competitivos em termos de projectos e programação. Ficámos muito satisfeitos com este resultado e temos vários planos que pretendemos desenvolver além dos habituais ciclos de cinema. Queremos focar na diversificação, sempre com a aposta nos filmes locais e também no cinema chinês e mundial. Queremos dar resposta a todos os tipos de público. Por um lado, pretendemos atrair novos públicos, mas, por outro, também queremos satisfazer ao público que já temos. Queremos garantir um equilíbrio desse ponto de vista.

Que análise faz à anterior gestão da Cinemateca? Havia receios em termos do tipo de filmes exibidos e conteúdos da programação. Considera que a anterior gestão conseguiu mostrar cinema independente e ter bons filmes em cartaz?

Não tenho muitos comentários a fazer, porque cada operador tem a sua estratégia, e há requisitos e objectivos a cumprir tendo em conta o concurso público aberto pelo Instituto Cultural (IC). É melhor focarmo-nos agora no nosso projecto. O tempo passou e queremos trazer o melhor ao nosso público. Também queremos atrair novas produções relacionadas com as últimas tendências do cinema mundial, ao mesmo tempo que queremos ser uma plataforma para exibir cinema feito localmente.

A Cinemateca Paixão tem tido, desde a abertura, um bom desenvolvimento em termos dos filmes em cartaz, da sua gestão, da capacidade para atrair novos públicos?

Tudo depende do IC, não estamos em posição de comentar essa questão. É melhor focarmo-nos naquilo que podemos fazer a partir daqui.

Uma das ideias que pretende desenvolver é trazer mais cinema independente, por exemplo.

Sim, por um lado queremos manter os filmes mais clássicos na programação, mas, ao mesmo tempo, trazer mais cinema independente, para que as pessoas saibam o que está a acontecer a nível mundial nesta área. Não é fácil mostrar filmes de determinados géneros ou cineastas, é preciso um trabalho de curadoria e nós temos experiência a esse nível. Temos de captar o momento do que está a acontecer agora.

Um dos eventos organizados durante a vossa gestão foi o KINO – Festival de Cinema Alemão, tendo também trazido, por exemplo, um ciclo com filmes de Pedro Almodóvar. Vão manter esse tipo de cooperações com outras entidades, por exemplo?

Claro que sim. Teremos um festival temático de cinema de comédia ou animação já em Outubro e em Setembro vamos apresentar novos filmes, e também alguns clássicos. Iremos divulgar informação em breve quando tivermos toda a programação pronta.

Que diferenças podemos encontrar entre esta nova gestão da CUT e as anteriores?

Vamos manter a nossa energia, tentando encontrar um equilíbrio entre velhos e novos públicos. Estamos a focar-nos na realização de eventos dedicados a determinados cineastas, por exemplo. Depois da pandemia, e tendo em conta que agora já não há restrições, podemos trazer mais cineastas, críticos e académicos de cinema, para virem a Macau partilhar as suas visões com o público local.

Chegou a ser pensado, aquando da inauguração da Cinemateca, na abertura de um café e no desenvolvimento de um arquivo de cinema. Esses projectos poderão ser uma realidade?

Penso que não, porque esses requisitos não constavam no concurso público em que participámos. Não sei se será feito um concurso público só para esses elementos.

Mas considera que é importante desenvolver um arquivo sobre o cinema feito em e sobre Macau, à semelhança do projecto da Cinemateca Portuguesa, por exemplo?

Alguns filmes já estão devidamente documentados e arquivados pelo IC. Se for possível iremos também trabalhar nesse projecto de forma colaborativa. Ter um único espaço que reunisse todos os filmes e arquivos sobre o cinema de Macau seria o ideal, mas é necessário tempo e recursos para o construir. Por outro lado, Macau é um território pequeno e a história do cinema é muito recente. Não é difícil reunirmos todo o cinema feito em Macau, penso que poderemos recuar até 20 anos, por exemplo. Muitos realizadores estão ainda muito activos. Desse ponto de vista não será difícil fazer um arquivo ou um trabalho de curadoria, por ser algo recente. Mas do ponto de vista académico, seria importante ter todo o material reunido num só local. Embora possa haver algum nas universidades locais que já têm cursos de cinema.

Como olha hoje para o sector do cinema local depois da pandemia?

Mesmo durante a covid-19 houve rodagem de alguns filmes ou projectos. Algumas produções já estão prontas para entrar em competição. Acredito que muitos filmes, incluindo documentários ou curtas-metragens, possam chegar ao público em breve. São projectos de jovens universitários ou comissionados em Macau que poderão ser exibidos no final do ano.

Macau é parte integrante do projecto da Grande Baía. A nova gestão da CUT irá também focar-se nos filmes produzidos nestas cidades?

O cinema chinês é muito vibrante. Nas nossas exibições vamos incluir filmes clássicos e novos dessa zona, sem dúvida. Começamos a operar a partir do dia 1 de Setembro, então em meados deste mês teremos a nossa programação completa. Queremos que haja aqui um factor surpresa para o público e não queremos revelar já todos os detalhes. Estamos ainda a contactar algumas associações e empresas.

Em poucas palavras, o que poderemos esperar desta nova concessão?

Mais aventura, mais novidades.

A Cinemateca Paixão pretende também atrair turistas, por exemplo?

Claro. Teremos algumas acções de marketing e publicidade, porque o turismo está à nossa volta e é bom que os visitantes saibam que temos aqui uma Cinemateca. É um ponto positivo fazer com que os turistas saibam mais sobre o cinema que fazemos localmente. Queremos conectar-nos de novo com toda a comunidade.

Foi difícil manter a associação CUT e a sua gestão sem a concessão da Cinemateca e durante a pandemia? Nunca pararam de realizar eventos de cinema, por exemplo.

Não diria que tenha sido difícil, mas tivemos de encontrar uma forma de perceber o que queríamos fazer. A CUT sempre quis fazer coisas relacionadas com cinema, sejam exposições ou workshops. As pessoas da nossa equipa são muito apaixonadas por esta área, então mesmo sem a concessão tínhamos a associação e com ela encontrámos outra forma de ir realizando actividades.

O filme de uma concessão

Para gerir a Cinemateca Paixão, a Associação Audiovisual CUT venceu o concurso público, em que participaram seis candidatas, ficando responsável pela programação deste espaço do Instituto Cultural até Julho de 2026. A proposta de gestão da CUT registou o segundo valor mais baixo, 16,94 milhões de patacas, só “batido” pelo Grupo H.C. (Macau), que apresentou um preço de 14,50 milhões de patacas.

Concorreram também à gestão do espaço o Centro de GMF Cultura e Ciência e Tecnologia (18 milhões de patacas), a 1220 Produção de Filmes (20 milhões de patacas), Companhia de Produção de Entretenimento e Cultura In (20,98 milhões de patacas) e Cultura de Ambição Limitada (21,5 milhões de patacas). O preço máximo do concurso era de 22 milhões de patacas.

A CUT foi a primeira empresa a gerir a Cinemateca Paixão aquando da sua abertura, em 2016, tendo perdido a concessão em 2020 para uma empresa ligada ao grupo Suncity, a Companhia de Produção de Entretenimento e Cultura In Limitada.

Recorde-se que, no decorrer dessa concessão, o grupo Suncity, ligado ao universo do jogo VIP, viu-se envolvido num polémico caso judicial relacionado com práticas de jogo ilegal e lavagem de dinheiro, tendo o seu CEO, Alvin Chau, sido condenado, em Janeiro deste ano, a 18 anos de prisão.

A concessão da Cinemateca Paixão à In Limitada esteve envolta em alguma polémica por se temer profundas alterações na programação, com menos cinema independente. Chegou mesmo a ser criado um grupo nas redes sociais, intitulado “Macau Cinematheque Matters” [A Cinemateca de Macau Importa], da autoria de um grupo de cineastas locais, responsável por uma petição que questionava as razões para a saída da Cut da gestão e a chegada de uma nova empresa que tinha apresentado, à data, a proposta mais baixa a concurso, de cerca de 15 milhões de patacas. A CUT tinha proposto gerir a Cinemateca por 34,8 milhões de patacas.

11 Ago 2023

Cut eleita para gerir Cinemateca Paixão até Julho de 2026

A empresa Cut, ligada à Associação Audiovisual CUT, foi a vencedora do concurso público para operar a Cinemateca Paixão até Julho de 2026. Os resultados do acto lançado a 2 de Fevereiro pelo Instituto Cultural (IC) foram revelados ontem, através do portal oficial, apesar de terem a data de 13 de Julho.

Pelo serviço, a Cut apresentou uma proposta com o valor 16,94 milhões de patacas, que apenas foi superada pela empresa Grupo H.C. (Macau), que apresentou um preço de 14,50 milhões de patacas.

Além das empresas mencionadas, também o Centro de GMF Cultura e Ciência e Tecnologia (18,00 milhões de patacas), a 1220 Produção de Filmes (20,00 milhões de patacas), Companhia de Produção de Entretenimento e Cultura In (20,98 milhões de patacas) e Cultura de Ambição Limitada (21,50 milhões de patacas) tinham entregue propostas para explorarem a Cinemateca Paixão. O preço máximo do concurso era de 22 milhões de patacas.

Além do preço, que tinha um peso de 40 por cento para a pontuação final, os critérios para a escolha da entidade de exploração tiveram ainda em consideração o “grau de perfeição da proposta operacional trienal e do plano operacional para os primeiros doze meses”, a “experiência da pessoa proposta para director de operações”, e a “experiência da pessoa proposta para consultora”.

História que se repete

A escolha da CUT significa também um regresso às origens para a Cinemateca Paixão. Quando o espaço foi inaugurado teve, durante os primeiros três anos, a exploração a cargo da Associação Audiovisual CUT.

No entanto, em 2020, o concurso público para a atribuição da exploração da Cinemateca definiu uma troca de empresa, com a Companhia de Produção de Entretenimento e Cultura In Limitada assumir esse papel. A empresa estava ligada ao junket Suncity, e foi uma das participantes no concurso mais recente.

Segundo o programa do concurso, a exploração da cinemateca começou no início do mês e prolonga-se até Julho de 2026, num total de 36 meses, dado que a In terá suspendido os serviços no início deste mês.

3 Ago 2023

Cinemateca Paixão | Selecção de Julho com Ennio Morricone em destaque

A selecção deste mês da Cinemateca Paixão assenta num eclético conjunto de quatro filmes de géneros diferentes, realizados por cineastas europeus e asiáticos.
A primeira proposta, exibida hoje a partir das 19h30, é o documentário “Ennio” do aclamado realizador italiano Giuseppe Tornatore, que brindou o mundo da sétima arte com clássicos intemporais como “Cinema Paradiso” e “Stanno Tutti Bene”. “Ennio”, que estreou em 2021, é uma celebração em tela da vida e legado do compositor italiano Ennio Morricone, falecido a 6 de Julho de 2020. A produção de Tornatore homenageia o mestre Morricone através de entrevistas com realizadores, argumentistas, músicos, compositores, críticos e colaboradores que trabalharam com ele ou que o apreciaram ao longo da sua longa carreira.
Aliás, da filmografia do próprio Giuseppe Tornatore foi musicada com composições de Morricone. Porém, o compositor italiano foi imortalizado com bandas sonoras como “O Bom, o Mau e o Vilão”, “Era uma Vez na América”, “Os Intocáveis”, “A Missão”, “A Gaiola das Malucas”, entre outras incontornáveis bandas sonoras que marcaram, e continuam a marcar gerações de amantes do cinema.
O documentário reconstitui a vida e obra do lendário compositor, desde a estreia com Sergio Leone até à atribuição do Óscar pela música no filme de Quentin Tarantino “The Hateful Eight”, em 2016.
“Ennio” estreou a 10 de Setembro de 2021 no Festival Internacional de Cinema de Veneza, e nos cinemas em Itália em Janeiro de 2022. Além da exibição de hoje, a Cinemateca Paixão irá apresentar “Ennio” na próxima terça-feira, dia 18, às 19h30, assim como nos dias 20 e 23 de Julho à mesma hora.

Sagrado e profano
Amanhã, às 19h30, será projectado no ecrã da Cinemateca Paixão o filme “A Holy Family”, um documentário da autoria de Elvis Lu que retrata um momento de reconciliação familiar no sul de Taiwan.
O filme acompanha o realizador que veste a “pele” de protagonista no regresso a casa mais de duas décadas depois de ter saído da região rural do sudoeste de Taiwan. Elvis Lu chega à casa onde moram os seus pais e irmão mais velho.
Além do ambiente rural, o realizador depara-se com uma atmosfera profundamente vincada pela superstição. No coração da modesta casa de família está um imponente altar onde a sua mãe presta devoção diária às divindades taoistas. Por sua vez, o seu irmão trabalha como espírita, recebendo em casa visitas de pessoas que procuram uma porta para o além, enquanto o pai vive dominado pela superstição, esbanjando as poucas economias familiares no vício do jogo. Apesar das abordagens diferentes à vida, Elvis Lu procura restabelecer os laços com os parentes.
“A Holy Family” volta a ser exibido no domingo às 21h30, e nos dias 19 e 22 de Julho às 19h30.
Nos dias 19 (21h), 22 e 27 de Julho (19h30) é exibido “Rabiye Kurnaz vs. George W. Bush”, uma produção fraco-germânico baseado em factos reais. Realizado por Andreas Dresen, o filme baseia-se na luta legal de Muratz Kurnaz, um jovem alemão descendente de imigrantes turcos detido ilegalmente em Guantánamo, e da sua mãe que faz tudo para libertar o filho do pesadelo do cárcere.
Na vida real, Muratz foi torturado sistematicamente depois de ter sido detido e tornou-se numa prova viva dos atropelos aos direitos humanos da chamada “Guerra ao Terror” de Bush e Cheney.
Finalmente, nos dias 25 e 28 de Julho às 19h30 e 30 de Julho às 19h a Cinemateca Paixão apresenta “Phases of the Moon”, um drama romântico realizado pelo japonês Ryuichi Hiroki, que tem como epicentro dramático um homem que tenta recompor a sua vida depois de perder a família num acidente.

12 Jul 2023

Cinemateca Paixão | Ciclo de filmes leva arquitectura à Travessa da Paixão

Arranca este fim-de-semana na Cinemateca Paixão o ciclo de cinema “Arquitectura no Ecrã”, que ao longo de três semanas irá exibir seis filmes que servirão de mote para discussões. A sessão inaugural, no sábado, será ritmada pela performance de um DJ e contará com uma palestra, além da projecção de dois filmes

 

O centro de investigação Docomomo Macau vai organizar um ciclo de cinema na Cinemateca Paixão intitulado “Arquitectura no Ecrã”, com a exibição de meia dúzia de documentários, condimentados com palestras após as sessões, ao longo de três semanas, de 20 de Maio a 8 de Junho.

O evento arranca no sábado, às 15h15, com os ritmos iniciais a cargo do DJ Relaxmarco. Meia hora depois é exibida a primeira película, “The Real Thing”, realizado pelo franco-italiano Benoit Felici. O filme que inaugura a primeira edição do “Arquitectura no Ecrã” leva o espectador numa viagem pelo mundo das formas e da interacção entre espaços e pessoas.

Apesar do título, o documentário de Felici traça uma jornada por vários tipos de réplicas de incontornáveis marcos arquitectónicos mundiais, quase como que uma expiação iconográfica de Macau. Para lá da “pirataria arquitectónica”, “The Real Thing” mostra como as pessoas interagem com estas representações, seja uma Torre de Londres nos arredores de Xangai, uma Basílica de São Pedro na Costa do Marfim ou as várias Torres Eiffel espalhadas pela China. O filme será repetido na terça-feira, às 19h15.

Após a exibição do filme, haverá lugar a uma conversa aberta conduzida pelos realizadores locais Maxim Bessmertnyi e Tracy Choi, seguido por mais um interlúdio musical do DJ Relaxmarco.

Às 18h20 é exibido o documentário “Tudo é Projecto”: The Life Blueprint of a Brazilian Architectural Master. Num tom intimista, o filme é centrado em torno da vida e obra do arquitecto e urbanista brasileiro Paulo Mendes da Rocha, contadas na primeira pessoa em entrevistas à sua filha Joana Mendes da Rocha. “Tudo é Projecto” volta a ser exibido a 25 de Maio, às 19h15.

Encontro no meio

A Docomomo, na apresentação do festival de cinema, sublinha a natureza artística criativa da arquitectura, “que é mais que uma forma de arte e, também, uma poderosa via para criar e transformar os ambientes em que habitamos”.

A organização realça a capacidade da sétima arte para transmitir a essência, beleza e os desafios da arquitectura, assim como a sua influência na sociedade e cultura. “Para incidir uma luz sobre esta excitante forma de expressão, o centro de pesquisa da Docomomo Macau organizou este festival de cinema. Um evento único que irá mostrar filmes de vários países que propõem uma exploração de várias facetas da arquitectura, com o objectivo de inspirar e entreter tanto profissionais com entusiastas da arquitectura e cinema, encorajando ao diálogo”, refere a Docomomo.

No dia 27 de Maio, às 15h30, e 30 de Maio, às 19h15, é exibido “City Dreamers”, do realizador canadiano Joseph Hillel, que retrata as alterações constantes no ambiente urbano, através do olhar de quatro arquitectas pioneiras que partilham a sua visão e interpretação sobre as mutações urbanas em curso e as que vão acontecer.

Também no dia 27 de Maio, sábado, às 18h e no dia 1 de Junho às 19h15, é exibido “As Operações Saal”, do realizador português João Dias.

Nos dias 3 e 6 de Junho, às 15h30 e 19h15 respectivamente, a Cinemateca Paixão apresenta “Tokyo Ride”, que, como o nome indica, é um passeio conduzido por um dos mais famosos arquitectos japoneses pelas ruas de Tóquio. À medida que o seu Alfa Romeo percorre a cidade, Ryue Nishizawa discorre sobre as paisagens urbanas e edifícios que o inspiraram ao longo da vida e carreira.

Finalmente, a fecha o ciclo, “Microtopia” é exibido a 3 e 8 de Maio, às 17h30 e 19h15, respectivamente, do realizador sueco Jesper Wachtmeister. Os bilhetes para todas as sessões estão à venda e custam 60 patacas.

17 Mai 2023

Cinemateca Paixão | Quatro dias de documentários de autores chineses

Entre hoje e domingo, a Cinemateca Paixão apresenta diariamente uma obra distinguida no 19.º Festival Internacional de Cinema Documental de Guangzhou. No ecrã da cinemateca vão passar histórias de pessoas que escalam o Evereste, que encontram cor na música apesar da cegueira, ou que procuram amor na frigidez da vida urbana

 

Quatro dias, quatro documentários. Esta é a proposta de programação da Cinemateca Paixão para os próximos dias. Entre hoje e domingo, a Travessa da Paixão irá exibir quatro obras distinguidas no último Festival Internacional de Filme Documental de Guangzhou.

Assim sendo, a programação arranca hoje, às 19h30, com a exibição de “Hear the Light”, um comovente filme de Wang Hon que acompanha um grupo de canto de Fuzhou composto por cegos. O documentário que arranca a programação da Cinemateca Paixão arrebatou o prémio “Golden Rooster”, a categoria de melhor filme educativo no último festival de cinema documental de Guangzhou.

A obra de Wang Hon leva o espectador numa viagem guiada pela luz, através do testemunho de momentos em que o grupo musical realiza o sonho colectivo de gravar um disco. “Hear the Light” é uma jornada entre luz e escuridão, tempo e espaço, e um hino de superação e tenacidade.

Amanhã, também às 19h30, a Cinemateca Paixão apresenta “Hard Love”, um documentário que foca a vida de cinco mulheres solteiras que vivem entre as expectativas sociais, familiares, e mesmo pessoais, e a pressão para casarem e constituírem família, e a vida urbana da actualidade.

O filme de Tracy Dong incide sobre as rápidas transformações da China ao longo do século XX que criaram algumas divisões geracionais, em particular com opiniões contraditórias sobre a instituição do casamento, entre visões tradicionais e a realidade da vida contemporânea.

As apps de telemóvel para encontros românticos ou fortuitos, a independência financeira das mulheres, a constituição de famílias monoparentais e a sociabilização em contexto urbana vieram acrescentar elementos às normas sociais que costumavam regular as relações amorosas. “Hard Love” foi outros dos filmes distinguidos pelo prémio “Golden Rooster” do festival de Guangzhou.

Nos píncaros do mundo

No sábado, mais uma vez às 19h30, é exibido “Captain Everest”, documentário que registou a jornada de oito alpinistas amadores e sete fotógrafos, oriundos de diferentes cidades e com profissões e contextos distintos, até ao cume do Monte Evereste guiados por Sula Wangping, o Capitão Evereste.

O filme de Wu Xi começa com a reunião da equipa na encosta sul do Monte Evereste no Nepal, para depois seguir as perigosas travessias de glaciares com fendas profundas, a subida de paredes de gelo azul que se esticam para o céu, numa ascensão penosa até ao topo do mundo.

A Cinemateca Paixão afirma que “Captain Everest” é o primeiro filme imersivo da autoria de um cineasta chinês que documenta o processo de escalada do Monte Evereste. Além disso, terá sido a produção “mais difícil” da história do cinema chinês e que estabeleceu um novo recorde de descolagem de drones, superando a altitude de 8.470 metros.

Documentários na Baía

A fechar o ciclo, a Cinemateca Paixão apresenta no domingo, às 19h30, o documentário “Burning Ice”, da autoria de Liu Hanxiang. Com uma premissa simples, documentar a paixão de três jovens da classe média de Pequim pelo hóquei no gelo, a obra acaba por abrir uma porta para a reflexão e análise aos papéis dos pais nas ambições e vida dos seus filhos.

“Burning Ice” proporciona um olhar íntimo sobre a vida de três famílias, com foco nos seus filhos de nove anos que jogam numa equipa júnior de hóquei no gelo em Pequim, que alimentam sonhos de estrelato num desporto com pouca, ou nenhuma, tradição na China.

A incerteza quanto ao futuro das crianças, o equilíbrio entre as expectativas dos pais e os sonhos dos filhos cria uma tensão que está no busílis do filme de Liu Hanxiang. Todos os filmes serão exibidos com legendas em inglês, excepto “Captain Everest”. Os preços dos bilhetes para todas as sessões custam 60 patacas.

A 20.ª edição do Festival Internacional de Cinema Documental de Guangzhou já mexe, encontrando-se em fase de submissão de obras até ao final de Agosto.

20 Abr 2023

Cinemateca Paixão | Derradeira oportunidade para ver curtas da China, Taiwan e Hong Kong

Hoje e amanhã são os últimos dias de exibição das curtas-metragens oriundas da China, Taiwan e Hong Kong. Ainda há bilhetes disponíveis para o cartaz da “Semana Euro-Asiática Especial de Curtas-Metragens” em exibição na Cinemateca Paixão

 

Amanhã é o último dia de exibição das curtas-metragens inseridas no programa “Semana Euro-Asiática Especial de Curtas-Metragens” que arrancou no passado dia 2. Hoje é a última oportunidade para ver, a partir das 12h30, curtas-metragens com produção oriunda da China, nomeadamente “The Sorrows of Sali”, de Wen Xiao Lin, uma película na língua uigur, de Xinjiang, que este ano se fez representar no Festival Internacional de Cinema da Rota da Seda e no Carnaval de Curtas-Metragens Juvenis, onde venceu o prémio para o melhor argumento neste formato cinematográfico.

“The Sorrows of Sali” revela a história de Sali, um menino de sete anos que ansiava por ter um telemóvel para poder jogar, mas nunca conseguiu cumprir esse desejo. Assim, decidiu vender um cordeiro para ter dinheiro para comprar o aparelho, mas depressa percebe que o animal seria vendido pelo seu pai para a família ter dinheiro para tratar da doença da mãe, o que traz um enorme sentimento de culpa a Sali.

Hoje, pode também ser vista a curta “Old Hen”, de Ma Jiao Yu, que conta a história da tia Shen, que sofre depois de perder o seu cão de estimação, com quem vivia há muitos anos. Até que Liu, um vizinho, lhe oferece um presente para que Shen se sinta melhor perante a sua perda. Inicia-se, assim, uma ligação interessante que vai mudar gradualmente o dia-a-dia de Shen.

Amanhã há mais

Os amantes do cinema têm ainda o dia de amanhã para ver as curtas-metragens de Taiwan e Hong Kong. De Taiwan chega-nos “Tears of Subhūti”, de Hao Fang-wei, que obteve uma nomeação para os Golden Harvest Awards. O filme retrata a história da ligação há muito terminada entre um pai e um filho que sofre uma alteração quando o pai morre.

O jovem encontra depois um sem-abrigo parecido com o progenitor, começa a segui-lo, dando início a uma vida incrível na rua que terá um final inesperado.

De Taiwan chega ainda a curta “Between the Stars and Waves”, co-produção com a Malásia de Lau Kek-huat. Trata-se de um documentário sobre a existência de cerca de um milhão de apátridas em Sabah, na Malásia, dos quais 50 mil são crianças. Por não terem cidadania, estes jovens não têm o mesmo acesso a uma educação e cuidados de saúde, tendo de encontrar formas alternativas para exprimirem a sua cultura e existência.

Sábado será ainda dia para as curtas-metragens de Hong Kong, nomeadamente “Simon Says, Simon Says”, de Siu Chi-yan, e “Trek of an Extinct Bird”, de Gloria Ho Lok Yee.

14 Abr 2023

Cinemateca Paixão | Festival do Cinema Holandês arranca amanhã

É já amanhã que tem início um novo festival de cinema na Cinemateca Paixão, desta vez dedicado ao cinema holandês, feito inteiramente por realizadores do país ou em co-produção. Até dia 25, o público poderá ver curtas e longas-metragens, das produções mais recentes às antigas

 

“Fazer o caminho holandês” é o nome do novo festival de cinema da Cinemateca Paixão inteiramente dedicado às produções cinematográficas holandesas. Entre amanhã e o dia 25 deste mês, será possível ver curtas e longas-metragens de diversos realizadores. O filme mais antigo data de 2001. Incluem-se ainda co-produções produzidas por realizadores holandeses e de outros países.

Numa nota divulgada no seu website, a direcção da Cinemateca Paixão aponta que os filmes europeus são conhecidos por “revelarem culturas ricas e por apelarem à consciência do público para com diversas questões”, sendo que os filmes da Holanda, ou Países Baixos, “são conhecidos por apresentarem um ponto de vista único e diversificado”, bem como “críticas às questões sociais”.

Alguns os filmes que se apresentam nesta iniciativa foram parte integrante do Festival de Cinema de Roterdão, considerado um dos maiores festivais de cinema do mundo. Com este festival, será possível “vaguear por esta nação livre com uma rica atmosfera artística”, conhecida pela sua “progressividade, igualdade, pragmatismo, abertura, diversidade cultural e inovação”.

Viagens e histórias pessoais

O primeiro filme a ser exibido, já esta sexta-feira, é o mais antigo de todos, datando de 2001, e é uma produção totalmente holandesa, do realizador Nanouk Leopold. Exibido também no dia 22, “Îles Flottantes”, uma comédia, conta a história de três mulheres na casa dos 30 anos que querem mudar de vida, mas acabam por fazê-lo de forma errada.

Nas vidas de Sasha, Kaat e Isa contam-se separações dolorosas, casos de violência doméstica e paixões que se transformam em densos labirintos, onde a amizade é ponto fulcral nesta história.

No sábado, e também no dia 21, será exibido “Zurich”, de Sacha Polak, uma co-produção entre a Holanda, Alemanha e Bélgica. Este filme de 2015 revela a história de Nina que inicia uma viagem de carro sem destino certo para deixar o passado para trás. Pelo meio, encontra-se com um camionista alemão, Matthias, com quem decide prosseguir viagem.

No entanto, opta por esconder a sua identidade e a sua vida, mas esta será uma viagem que lhe dará muitas das respostas que ela procura para si mesma.

No domingo, e também no dia 18, será dia de exibir “Splendid Isolation”, de Urszula Antoniak, uma produção do ano passado feita totalmente na Holanda. Esta é a história de Anna e Hannah e de uma catástrofe pouco conhecida à qual escaparam. É numa ilha algo isolada, e vivendo numa casa abandonada, que Anna toma conta de Hannah, que se encontra numa condição muito frágil. Têm uma relação, mas aquele período fá-las pensar na forma como a vivência entre as duas evoluiu. Quando Hannah vê alguém na praia, que representa a Morte, tudo muda.

A co-produção com a Bósnia e Herzegovina, “Take Me Somewhere Nice”, de Ena Sendijarevic, integra também o cartaz do festival. A película poderá ser vista nos dias 15 e 19 de Março. Destaque ainda para os títulos “Layla M.”, de Mijke de Jong, exibido nos dias 17 e 23 de Março, e ainda “Three Minutes: A Lengthening”, de Bianca Steiger, um trabalho mais recente, de 2021. Este filme será exibido nos dias 14 e 25 de Março.

A Cinemateca Paixão optou ainda por exibir uma selecção de quatro curtas-metragens, nos dias 19 e 24 de Março. São elas “Noor”, de Louka Hoogendijk, “Spotless”, de Emma Branderhorst, “The Walking Fish”, de Thessa Meijer, e “Harbour”, de Stefanie Kolk.

10 Mar 2023

Cinemateca Paixão | Estreia hoje “Império de Luz”, de Sam Mendes

A Cinemateca Paixão exibe hoje o filme “Império de Luz”, realizado por Sam Mendes e tido como um dos favoritos aos Óscares. A película conta com a actriz inglesa Olivia Colman como protagonista. O cartaz dos filmes de Março inclui ainda duas produções asiáticas

 

Olivia Colman tem vindo a tornar-se numa actriz cada vez mais conhecida do grande público sobretudo desde que interpretou o papel da rainha Isabel II na série “The Crown”. Mas a actriz inglesa tem vindo a dar cartas no cinema.

O seu mais recente papel, como protagonista de “Império de Luz”, do realizador Sam Mendes, pode muito bem dar-lhe um novo Óscar. Para já, a actriz foi nomeada para a edição deste ano dos Globos de Ouro, cujos prémios foram entregues em Janeiro, mas não ganhou.

“Império de Luz” estreia hoje na Cinemateca Paixão e terá uma segunda exibição no dia 1 de Março. O papel de Hilary, uma gerente de um cinema situado no litoral de Inglaterra, terá sido escrito especialmente para Olivia Colman, que se entregou totalmente à personagem. Hilary é uma mulher deprimida que inicia uma amizade especial com Stephen, funcionário do cinema, interpretado por Michael Ward, que sonha sair da pequena cidade onde se sente preso. “Império de Luz” promete, assim, ser um filme sobre diferentes estados emocionais e a complexidade e o poder das relações humanas.

Ecrã asiático

Com o mês de Fevereiro a terminar, a Cinemateca Paixão já tem também no cartaz de Março duas produções asiáticas. “GAGA”, produção taiwanesa de Laha Mebow, será exibido nos dias 5 e 23 de Março. O público poderá assistir a uma comédia dramática centrada em torno do regresso de uma mulher do estrangeiro e da forma como o retorno desta figura traz consigo uma série de eventos que mudará para sempre a história da sua família.

Laha Mebow, conhecida por explorar no grande ecrã histórias contemporâneas e, sobretudo, as que contam a génese do povo indígena Atayal, de Taiwan, em “GAGA” aborda todos estes elementos num argumento com uma forte carga realista.

A Cinemateca apresenta também, nos dias 4 e 13 de Março, o filme “A Man” [Um Homem], do realizador japonês Kei Ishikawa. Girando em torno das temáticas do drama e mistério, “A Man” conta a história do advogado Kido que se depara com um estranho pedido de Rie, uma antiga cliente, que pede que Kido averigue o misterioso caso da morte do seu ex-marido, Daisuke, uma vez que, no dia do seu funeral, o seu próprio irmão não o reconhece numa fotografia. É então que Rie percebe que esteve casada com uma outra pessoa, e se dedica a tentar desvendar o seu passado misterioso.

24 Fev 2023

Cinemateca Paixão | Actual gestora vai apresentar candidatura

A empresa que tem gerido a Cinemateca Paixão nos últimos três anos vai a jogo e apresentará uma proposta ao concurso público para continuar a operar o espaço na Travessa da Paixão. Ao HM, a gestora de operações da cinemateca garantiu que se mantém a inspiração para oferecer ao público de Macau um programa diverso e de qualidade

 

Quando a Companhia de Produção de Entretenimento e Cultura In Limitada ganhou o concurso público para a gestão da Cinemateca Paixão em Junho de 2020, o sector local do audiovisual foi apanhado de surpresa em relação ao novo player que surgiu, aparentemente do nada.

O repúdio pela decisão gerou mesmo a entrega de duas petições à secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Leong U, por um grupo de cineastas autodenominado “Macau Cinematheque Matters”.

Volvidos cerca de três anos, e face a um novo concurso público para gerir o espaço da Travessa da Paixão, os ânimos serenaram e voltam a preparar-se candidaturas.

Em declarações ao HM, Jenny Ip, responsável pela gestão das operações da Cinemateca Paixão nos últimos três anos, confirma que a Companhia de Produção de Entretenimento e Cultura In Limitada voltará a participar no concurso público.

“Vamos ter uma discussão interna para analisar as condições do concurso público. Mas a nossa inspiração para o futuro continua a ser a mesma que tivemos nestes três anos, que é proporcionar ao público de Macau um programa diversificado e de qualidade. Mas uma coisa posso garantir, temos a certeza de que vamos apresentar uma nova proposta”, contou ao HM a gestora de operações da Cinemateca Paixão, Jenny Ip.

Questão de milhões

A direcção da Associação Audiovisual CUT, que esteve à frente da Cinemateca Paixão nos primeiros anos de existência do espaço, indicou ontem ao HM estar a analisar as condições do concurso público e a “considerar seriamente” apresentar uma candidatura.

No concurso público anterior, as duas candidatas apresentaram propostas de orçamento para gerir a Cinemateca Paixão bem díspares. Enquanto o montante apresentado pela companhia In foi de 15,24 milhões de patacas, a Cut Limitada colocou em cima da mesa uma proposta de 34,8 milhões de patacas.

24 Fev 2023

IC | Aberto concurso público para gerir Cinemateca Paixão por três anos

O Instituto Cultural abriu ontem o concurso público para adjudicar a gestão das operações da Cinemateca Paixão até ao final de Julho de 2026. Os candidatos podem submeter candidaturas até 11 de Abril, após o pagamento de uma caução de 440 mil patacas

 

A gestão da Cinemateca Paixão durante os próximos três anos volta a ser submetida a concurso público de para adjudicação da prestação de serviços de operação. De acordo com o anúncio publicado ontem pelo Instituto Cultural no Boletim Oficial, a duração da prestação dos serviços é de “trinta e seis meses, de 1 de Agosto de 2023 a 31 de Julho de 2026”.

Os candidatos à adjudicação devem entregar as suas propostas até às 17h do dia 11 de Abril, mas primeiro devem pagar a caução provisória no valor de 440 mil patacas, “mediante depósito em numerário ou garantia bancária a favor do Instituto Cultural”, menos 114 mil patacas do que no anterior concurso público para gerir o espaço.

O anúncio assinado pela presidente do Instituto Cultural (IC), Deland Leong Wai Man, estipula que o limite máximo para o preço proposto se fixa em 22 milhões de patacas.

Três anos depois

O IC estabelece como critérios de apreciação das propostas quatro factores a ponderar. O preço apresentado para os três anos de adjudicação vale 40 por cento, enquanto o “grau de perfeição da proposta operacional trienal e do plano operacional para os primeiros doze meses” vale outros 40 por cento na decisão final.

Finalmente, a “experiência da pessoa proposta para director de operações” tem um peso de 12 por cento na avaliação, enquanto a “experiência da pessoa proposta para consultor” vale oito por cento.

Recorde-se que a Cinemateca Paixão abriu ao público no final de Março de 2017, tornando-se num dos locais de peregrinação para os cinéfilos de Macau. Durante os primeiros três anos de operação, a Associação Audiovisual CUT esteve ao leme da programação no espaço situado na Travessa da Paixão.

Em 2020, num concurso que levantou alguma polémica, a gestão ficou cargo da Companhia de Produção de Entretenimento e Cultura In Limitada, uma entidade ligada ao grupo junket Suncity, através da associação que organizou o Festival Internacional de Cinema de Macau.

O HM contactou a direcção da Associação Audiovisual CUT, que estava a analisar as condições do concurso público e a “considerar seriamente” apresentar uma candidatura. Foram enviadas questões também à Companhia de Produção de Entretenimento e Cultura In Limitada, mas até ao fecho desta edição não recebemos resposta.

22 Fev 2023

Cinemateca Paixão | Filme nomeado para os Óscares em cartaz

A Cinemateca Paixão prossegue com a programação até Março com três novos filmes em cartaz. “Great Freedom”, filme de Sebastian Meise, exibido pela primeira vez no dia de São Valentim, pode ser visto até ao dia 26. Destaque ainda para as películas “My Small Land” e “The Whale” [A Baleia], um dos grandes nomeados para os Óscares

 

Quem não perde a oportunidade de ver um filme fora da sala de estar, na grande tela, tem três opções de escolha na Cinemateca até Março, com histórias que prometem ser envolventes. “Great Freedom”, filme de 2021 do realizador Sebastian Meise, é uma delas.

Eis um filme que se passa na Alemanha do pós-II Guerra Mundial. Hitler morre no bunker e termina o período de perseguições que marcou o nazismo, mas isso não significa que as minorias possam ter uma voz plena na sociedade, tal como os homossexuais. “Great Freedom” retrata, assim, a história de Hans, preso várias vezes por ser homossexual ao abrigo do parágrafo 175, uma lei que criminaliza os gays. Ao longo da trama, acaba por desenvolver uma forte ligação, improvável, com Viktor, o seu companheiro de cela.

Depois de uma primeira exibição esta terça-feira, no Dia de São Valentim, as exibições continuam hoje, amanhã, no domingo e na próxima semana. Esta é uma co-produção austríaca e alemã, que venceu o prémio do júri “Un Certain Regard” no Festival de Cinema de Cannes em 2021, além de ter sido nomeada, no mesmo evento, para um “Queer Palm”.

No mesmo ano, “Great Freedom” foi um dos filmes em cartaz no Festival Internacional de Cinema de Chicago, tendo ganho ainda dois prémios nos Prémios de Cinema Europeu.

Ainda no cinema ocidental, a outra opção é “The Whale”, filme do ano passado que conta a história de Charlie, interpretado por Bredan Fraser, um professor de inglês, obeso, preso a uma cadeira de rodas e que tenta restabelecer uma ligação com a sua filha adolescente. “The Whale” é um dos grandes filmes para a edição deste ano dos Óscares, que poderá inclusivamente render o Óscar de Melhor Actor a Brendan Fraser. Este filme marca, aliás, o regresso do actor aos principais papéis e, pois desde “Perseguidos”, filmado em 2013, que Bredan Fraser não era protagonista.

No cinema até já há um nome para esse fenómeno: “Brendanaissance”, algo como “o renascimento de Brendan”. Além da nomeação para o Óscar de Melhor Actor, o filme está também nomeado para Óscar de Melhor Actor Secundário e Melhor Caracterização. “The Whale” está ainda nomeado para os BAFTA, para o prémio “Melhor Argumento (Adaptado)”. A cerimónia decorre no próximo domingo.

Lugar dos refugiados

A trilogia de filmes seleccionados pela Cinemateca Paixão encerra-se com “My Small Land”, película japonesa de Emma Kawawada que nos revela mais uma história familiar intensa. Desta vez conta-se o percurso de Sarya, refugiada curda de 17 anos que vive no Japão com o pai e dois irmãos há muitos anos. Subitamente a vida muda de rumo quando o estatuto de refugiado do seu pai é rejeitado pelas autoridades japonesas.

Com este filme, Emma Kawawada aborda o facto de o Japão não ser um país que acolhe refugiados de braços abertos. Segundo o Japan Times, em 2019 apenas 44 pessoas de um total de 10,375 candidatos conseguiram ficar no país ao abrigo deste estatuto. Esta não é a primeira vez que este tema é abordado no cinema, tendo sido escolhido por Akio Fujimoto em “Passage of Life”, filme de 2018, e por Thomas Ash no documentário “Ushiku”, de 2021, sobre a dura realidade dos centros de detenção no país.

16 Fev 2023

Cinemateca Paixão | Fevereiro com opções internacionais de qualidade

Há filmes cujas exibições estão na recta final, outros que começam a ser apresentados ao público. No curto mês de Fevereiro, a Cinemateca Paixão apresenta um cartaz com filmes internacionais, onde se inclui o já esgotado Tár, protagonizado por Cate Blanchett, e a triologia de “O Padrinho”

 

Aqueles que não perdem um bom filme na pequena, mas acolhedora, sala da Cinemateca Paixão tem, este mês, um leque alargado de opções. Fevereiro é o mês mais curto do ano, mas isso não significa que o cartaz da Cinemateca seja, também ele, curto.

“Heavens Above”, filme de Srdjan Dragojevic que começou a ser exibido dia 26 de Janeiro, terá uma última exibição esta sexta-feira. O filme, uma co-produção da Sérvia, Alemanha, Eslovénia, Croácia e Bósnia e Herzegovina, é uma comédia de humor negro, com um pouco de drama à mistura, que conta três histórias de uma família passadas em três períodos distintos, 1993, 2001 e 2026, relacionadas com os conceitos de religião e de vivência numa sociedade pós-comunista.

Este filme recebeu, em 2021, no conhecido Festival de Cinema de Locarno, o prémio “Junior Jury Award” na categoria Competição Internacional, além de ter sido nomeado para um Leopardo de Ouro para a categoria de “Melhor Filme”, sendo este considerado o prémio mais importante do mesmo festival.

A partir do dia 15 deste mês, e até 2 de Março, será possível assistir ao filme “The Sacred Spirit”, de Chema García Ibarra, uma co-produção de Espanha, França e Turquia que, em 2021, também foi nomeado para um Leopardo de Ouro na categoria de “Melhor Filme”, sem esquecer as nomeações nos festivais internacionais de cinema de Atenas, Grécia, e São Paulo, Brasil.

“The Sacred Spirit” revela-nos a história de José Manuel, proprietário de um bar que toma conta da sua mãe Carmina. O filme apresenta um argumento que mistura laivos de ficção científica e comédia, cujo enredo se torna mais denso quando José Manuel se transforma na única pessoa que conhece o segredo que pode alterar o destino da humanidade. Tudo isto depois da morte do líder de uma associação ligada ao mundo dos óvnis.

Histórias de Singapura

O único filme de produção asiática que pode ser visto na Cinemateca Paixão este mês, já a partir do dia 12 e até ao dia 21, é “Ajoomma”, de Singapura, com realização de Shuming He. Esta é a história de uma viúva de meia-idade coreana, natural de Singapura, que, pela primeira vez, viaja até Seul e se perde. É então que começa um interessante percurso de auto-descoberta sobre o seu lugar na vida além dos tradicionais papéis de mãe, mulher e esposa.

Depois de um bom desempenho nos festivais de cinema de Busan e de Taiwan, no Festival de Cinema Cavalo de Ouro, “Ajoomma” recebeu uma nomeação na categoria de “Melhor Filme Estrangeiro” no Festival Internacional de Cinema de Palm Springs.

“Summer Survivors”, uma história de 2018 oriunda da Lituânia, é o drama que completa o cartaz de Fevereiro, e que pode ser visto entre os dias 14 e 28 deste mês.

A Cinemateca Paixão apresenta ainda, esta quarta-feira, a última exibição de Tár, protagonizado por Cate Blanchett, sendo que já não há bilhetes para esta sessão. Quem não teve a oportunidade de ver a triologia de “O Padrinho”, de Francis Ford Coppola, pode ainda rever estes três clássicos do cinema de Hollywood esta quinta-feira, domingo e sábado. Já há bilhetes esgotados.

7 Fev 2023

Cinemateca Paixão | Triologia de “O Padrinho”, de Coppola, em exibição

A saga da família Corleone, ligada à máfia italiana, contada de forma soberba pelo realizador Francis Ford Coppola, é a aposta da Cinemateca Paixão para os próximos dias. Destaque ainda para o ciclo “Histórias da Diáspora Asiática”, com filmes que retratam memórias e vivências dos asiáticos a viver em países estrangeiros

 

Quem ainda não viu um dos grandes clássicos do cinema norte-americano e um dos principais filmes do realizador Francis Ford Coppola tem agora essa oportunidade durante os próximos dias na Cinemateca Paixão. Isto porque o cartaz das novas exibições apresenta a triologia de “O Padrinho”, realizada em 1972, 1974 e 1990, onde se conta a história da família Corleone, uma das principais da máfia italiana a operar em Nova Iorque, para onde o patriarca, Vito Corleone, emigrou em criança.

Esta sexta-feira começa a ser exibido o primeiro filme da triologia, que conta, precisamente, a ida de Vito para a América aos nove anos de idade, pequeno e enfezado, em fuga da sua querida Itália. Já casado e com um filho, Corleone começa depois a envolver-se no mundo do crime no seio da comunidade italiana que, no início do século XX, estava bastante presente em Nova Iorque. O primeiro filme de “O Padrinho” volta a ser exibido no dia 21 deste mês.

O segundo filme, que é mais centrado no início da ligação de um dos filhos de Vito Corleone, Michael Corleone (Al Pacino) aos negócios da família, é exibido no sábado e também no dia 21. Nesta película continua a contar-se a história dos Corleone e das suas peripécias pelo mundo do crime, mas com maior foco na juventude de Michael, o eleito para continuar à frente dos negócios da família.

No domingo, é exibido o terceiro filme, uma cópia restaurada. Nesta fase, os destinos da família Corleone são geridos por Michael Corleone após a morte do velho Vito. Michael estreita ligações com a Igreja italiana, está divorciado, tem dois filhos que adora, mas a ligação ao mundo do crime acaba por lhe trazer grandes dissabores no seio familiar.

A saga de “O Padrinho” foi um dos grandes trabalhos de Marlon Brando que, com este filme, ganhou o Óscar de Melhor Actor. Coppola, que fez uma adaptação do romance de Mário Puzo com o mesmo nome, conquistou ainda o Óscar de Melhor Argumento Adaptado e Melhor Filme. O que não correu muito bem nesta produção foi a escolha da actriz para representar a filha de Michael Corleone no terceiro filme. À data, uma muito jovem Sofia Coppola, hoje realizadora de sucesso, teve uma interpretação que gerou bastantes críticas.

Asiáticos lá fora

A Cinemateca Paixão aposta ainda num novo ciclo de cinema destinado a contar as histórias dos asiáticos que emigram. “Asian Diaspora Stories” [As Histórias da Diáspora Asiática] traz filmes como “Joy Luck Club”, de Wayne Wang, produzido em 1993. Este filme, que conta a história de quatro mulheres chinesas nascidas nos EUA que recordam o seu passado, poderá ser visto nos dias 19 e 25 deste mês.

“What People Will Say”, de Iram Haq, é a aposta para o dia 28 deste mês, sendo depois novamente exibido em Fevereiro, no dia 8. Neste filme exploram-se as vivências de uma jovem paquistanesa que vive e estuda na Noruega, debatendo-se permanentemente com as diferenças culturais que fazem parte do seu dia-a-dia.

“Return to Seoul”, de Davy Chou, chega nos dias 7 e 10 de Fevereiro, revelando o percurso do jovem Freddie, de 25 anos, que decide regressar à Coreia do Sul depois de ter nascido e vivido em França até então. Este ciclo de cinema conta ainda com as películas “The Return”, “Gook” e “The Namesake”.

11 Jan 2023

Cinemateca Paixão | Três filmes distintos para ver em Janeiro

“Tori e Lokita”, o filme de animação “Chun Tae-Il: A flame that lives on” e a nova versão de “Outsiders: The Complete Novel’s” são as apostas da Cinemateca Paixão para dar as boas-vindas ao ano de 2023. As exibições arrancam já este domingo

 

São três histórias muito diferentes, mas que prometem captar a atenção do cinéfilo mais apaixonado e atento. A Cinemateca Paixão apresenta três novos filmes já a partir de domingo para que o público possa dar as boas-vindas ao Ano Novo com cinema. Um dos filmes é “Tori e Lokita”, com exibições este domingo, quarta-feira e sexta-feira, um trabalho de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne.

“Tori e Lokita” conta a história de dois refugiados, o rapaz Tori e a adolescente Lokita, que fazem uma grande viagem, completamente sozinhos, de África até à Europa de todos os sonhos, nomeadamente para a Bélgica. Numa fase em que têm de lutar pela sobrevivência e combatendo todos os riscos que correm na viagem, começa a desenvolver-se entre os dois uma grande amizade que, na Bélgica, os vai ajudar a ultrapassar as dificuldades de quem é refugiado num novo país. Este filme foi premiado nos festivais San Sebastian e no 75.º Festival de Cannes, este ano.

A Cinemateca Paixão também aposta no cinema de animação com “Chun Tae-il: a Flame that Lives On”, uma película sul-coreana de Jun-Pyo Hong, de 2021. O filme recorre à animação para abordar uma questão complexa, os direitos laborais, e a história verídica de Chun Tae-il, um trabalhador têxtil que, nos anos 70, se tornou um activista e um símbolo da luta pelos direitos dos trabalhadores na Coreia do Sul. Esta é uma versão alternativa e diferente do filme realizado em 1995. Esta película pode ser visto na quinta-feira, sábado e na semana seguinte, no dia 12.

Recordações de Hollywood

Estávamos no ano de 1983 quando saiu o filme de Francis Ford Coppola que já trazia um muito jovem actor Tom Cruise e outros nomes hoje bem conhecidos do grande público, como Patrick Swayze, Rob Lowe ou Matt Dillon. Com o nome “Os Marginais” (The Outsider’s: The Complete Novel), o filme marcou os anos 80 e foi serviu de pontapé de saída para muitas carreiras no cinema.

Agora, o público da Cinemateca Paixão terá a oportunidade de ver uma cópia restaurada em 4K com muitas novidades. O argumento é uma adaptação da história de S. E. Hinton e conta a epopeia de três órfãos que tentam sobreviver num meio que lhes é alheio, rodeados de mexicanos uns com dinheiro, outros pobres.

Estes jovens vivem no meio rural de Oklahoma, Estados Unidos, vendo-se envolvidos numa série de peripécias e sempre com a polícia à perna. Em 2017, Francis Ford Coppola criou uma nova versão deste filme, com novas cenas, mas esta é uma oportunidade para rever uma grande história numa versão restaurada. As exibições na Cinemateca Paixão estão marcadas para as próximas terça e quinta-feira, incluindo uma sessão no sábado.

30 Dez 2022