Presidente chinês promete redobrar escrutínio sobre empresas de tecnologia

O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou hoje que a atual campanha regulatória para “prevenir a expansão irracional do capital” e “enfrentar o crescimento selvagem” do setor tecnológico “já está a dar frutos” e prometeu redobrar o escrutínio.

“A implementação de todas estas regulações anti-monopólio é absolutamente necessária para melhorar a economia de mercado socialista e promover a prosperidade comum”, afirmou Xi, na segunda-feira, durante uma reunião do Comité Central do Partido Comunista da China.

Xi sublinhou que o partido deve “orientar e supervisionar as empresas” e implementar “regulamentos eficazes e normas precisas”, com o objetivo de “servir os interesses gerais do desenvolvimento económico”.

Nos últimos meses, o país asiático lançou uma ampla campanha regulatória contra as grandes empresas de tecnologia do país. O gigante do comércio eletrónico Alibaba foi multado num valor equivalente a 2.380 milhões de euros, a maior multa anti-monopólio de sempre na China.

A campanha afetou empresas dos setores dos transportes, educação, jogos em rede e tecnológicas financeiras.

As autoridades investigaram empresas como a Meituan e o Didi por supostos riscos para a segurança dos dados dos utilizadores e bloquearam planos da tecnológica Tencent de fundir as plataformas de jogos Huya e Douyu, para “evitar uma situação de monopólio”.

Estas medidas visam “proteger melhor os direitos e interesses dos consumidores” e promover um sistema com “concorrência ordenada” para, em última instância, “alcançar um desenvolvimento de alta qualidade que atenda ao interesse geral”.

Durante anos, o setor tecnológico floresceu na China graças ao grande mercado do país, mas também devido à escassez de regulamentos, ou da sua aplicação.

Proibida importação de palhinhas e misturadores descartáveis

O Governo anunciou ontem a proibição da importação de palhinhas descartáveis de plástico não-biodegradável e de misturadores de plástico, ou seja, os “pauzinhos” utilizado para mexer as bebidas. Segundo o despacho do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, a medida entra em vigor a partir do próximo ano.
A opção política foi bem recebida entre os ambientalistas locais, como é o caso de Joe Chan, presidente da Macau Green Student Union.

Segundo Chan, apesar de Macau ser um território atrasado ao nível das políticas do ambiente, em comparação com o União Europeia, o passo é bem-vindo e abre boas perspectivas: “O significado é mais importante do que a medida em si, se tivermos em conta os resultados na redução em termos de produção de massa poluente”, afirmou Joe Chan. “Mas, concordamos com a medida, apoiamos e esperamos que haja outras políticas semelhantes mais eficazes, com maior impacto na redução da utilização de plásticos descartáveis”, acrescentou.

Para o representante da associação ambientalista, a proibição de garrafas, copos e caixas das garrafas takeaway seria mais importante porque teria uma redução da poluição muito maior. “O Governo tem mostrado determinação em controlar o problema da utilização do plástico descartável. Mas, começou com os passos mais fáceis […] as garrafas, os copos de takeaway, e também as caixas, são o maior desafio no panorama actual”, justificou.

Boa nova

Também Capricorn Leong, responsável pelo grupo Macau for Waste Reduction, elogiou a proibição. “São excelentes notícias para as pessoas eco-conscientes e um grande passo para os regulamentos de Macau”, considerou, ao HM.

Apesar dos elogios, o grupo não deixa de se mostrar preocupado com as alternativas, que passam por materiais compósitos. Este tipo de equipamentos mistura materiais com naturezas diferentes, o que faz com que o processo de reciclagem seja mais complicado.

“Como resposta à medida, o mercado talvez opte por substituir o plástico com papel ou poliácido láctido (PLA), que são os materiais compósitos. No entanto, em Macau não existe capacidade para produzir esses materiais, o que faz que em vez de serem reciclados vão acabar na incineradora”, explicou Capricorn Leong.

No entanto, no que diz respeito à redução da utilização de materiais descartáveis a associação acredita que o melhor é apostar em acções de consciencialização da população: “O Governo deve fazer um esforço maior a nível da educação pública e mudar a mentalidade de recorrer a materiais descartáveis. Assim é que se resolve o problema na raiz”, apontou. “Com mais acções, em vez de as pessoas pensarem com que materiais vão substituir o plástico descartável iriam pensar em como mudar os hábitos”, complementou.

AL | Vitor Cheung Lap Kwan faltou a mais de metade dos plenários e reuniões

Vitor Cheung Lap Kwan compareceu a apenas 21,5 por cento das reuniões de comissão da AL. O Estatuto dos deputados dá direito ao salário por inteiro se as faltas forem justificadas com “doença, casamento, nascimento de filho, luto e missão da Assembleia”

 

Um deputado, mais de 62 faltas. É esta a folha de serviço de Vitor Cheung Lap Kwan na última sessão da Assembleia Legislativa, que começou a 16 de Outubro de 2020 e termina 15 de Outubro deste ano. Feitas as contas, participou em 21,5 por cento dos compromissos que tinha como legislador.

O relatório sobre o último ano da Assembleia Legislativa foi apresentado ontem e mostra que o deputado de 83 anos teve mais faltas do que presenças, não só no plenário, mas também nas comissões de que faz parte. O último ano de legislatura teve 35 sessões plenárias, das quais Vitor Cheung Lap Kwan marcou presença em 16, de longe o deputado que mais faltou. O segundo a faltar a mais reuniões Plenárias foi Si Ka Lon, com quatro faltas.

Ao nível da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, presidida por Vong Hin Fai, Vitor Cheung Lap Kwan foi a apenas uma reunião em 38 encontros. Angela Leong foi a segunda que mais faltou, mas mesmo assim marcou 33 presenças.

O também empresário integra igualmente a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Administração Pública. Em seis reuniões nunca esteve presente.

O HM contactou o escritório do deputado para saber o motivo das faltas, mas o funcionário que atendeu a chamada disse que precisava de falar com um colega, para depois falar com o legislador. À hora de fecho não tinha sido estabelecido outro contacto. A Assembleia Legislativa foi igualmente contactada para perceber se as faltas tinham sido justificadas e os respectivos motivos, solicitação que também não foi retribuída.

Segundo o Regimento da AL, os deputados que excederem o número de faltas injustificadas, cinco reuniões consecutivas do Plenário ou quinze intercaladas, perdem o mandato. Face a este cenário, tudo indica que as faltas foram justificadas.

No caso de as faltas terem sido justificadas, o deputado tem direito ao salário por inteiro, como se estivesse presente.
A remuneração prevista nos estatutos dos deputados não inclui diminuição do salário, quando as faltas são justificadas com “doença, casamento, nascimento de filho, luto e missão da Assembleia”.

O exemplo de Vítor Cheung contrasta com a postura de outros 12 dos 33 legisladores, que não faltaram a qualquer reunião, entre os quais constam os nomes de Mak Soi Kun, Ella Lei, Au Kam San, Sulu Sou, Davis Fong, Agnes Lam, Kou Hoi In, presidente, Chui Sai Cheong, vice-presidente, entre outros.

Apologia do Amor

No relatório do ano, Kou Hoi In, presidente da AL, deixou ainda um recado aos futuros deputados. O presidente, que vai ser reeleito porque o número de candidatos no sufrágio indirecto é igual ao número de vagas, fez a apologia do amor à pátria. “Estou convicto que os deputados da nova legislatura vão cumprir a sua missão, não vão deixar de assumir a pesada responsabilidade que lhes compete”, apontou. “Vão concentrar o espírito de solidariedade e a força de coesão sobre a bandeira do amor pela pátria e por Macau”, vincou.

Sobre os trabalhos legislativas. destacou a assiduidade e o ritmo de uma sessão legislativa que caracterizou com um “grande volume, grande peso e ritmo acelerado”. Kou Hoi In destacou ainda a “alta qualidade e eficiência” na apreciação das diferentes leis.

Professor da UM colabora em livro de homenagem a Gomes Canotilho

Joaquim Gomes Canotilho, considerado um dos grandes especialistas na Constituição portuguesa, celebrou 80 anos recentemente e, para marcar a efeméride, a editora Fórum vai editar o livro “Direito Constitucional – Diálogos em homenagem ao 80º aniversário de J. J. Gomes Canotilho”, que inclui a colaboração de Paulo Canelas de Castro, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Macau (UM).

Ao HM, Canelas de Castro adiantou que escreveu sobre “as novas tendências de desenvolvimento na área do Direito internacional à luz da globalização, questionando se esta ainda é um paradigma dominante das relações internacionais”.

Paulo Canelas de Castro destaca ainda a importância que o trabalho de Gomes Canotilho teve na elaboração do Direito de Macau. O constitucionalista “contribuiu muito através da participação em conferências internacionais, quer antes ou depois da transição, que ajudaram a conceptualizar e ordenar a prática do Direito em Macau”.

Gomes Canotilho “influenciava as pessoas porque tem um pensamento muito organizado e rico do ponto de vista da doutrina, conceitos, e da melhor forma de organizar a prática do Direito. Sempre colhi testemunhos de admiração sobre a sua vinda ao território”, acrescentou o professor da UM.

Parceiros na sala de aula

Paulo Canelas de Castro cruzou-se com Gomes Canotilho ainda na faculdade, onde foi seu aluno. Mais tarde seria assistente do constitucionalista, que foi também seu orientador de doutoramento. “Foi sempre uma pessoa com quem mantive uma relação amiga de grande admiração pessoal. Entendi que a melhor forma de o homenagear era mostrar como ele ajudou a formar modos de pensar na área do Direito internacional. É um contributo modesto, porque o importante é a celebração de uma obra notável.”

Para o docente da UM, Gomes Canotilho é “um jurista com uma capacidade polivalente, que abarca todas as áreas do Direito público e administrativo”. Além disso, “é também um finíssimo cultor do direito internacional e tem um grande mérito de trazer para Portugal o Direito do ambiente”.

Optimização da testagem universal

Depois de ter efectuado a primeira testagem à população, o Governo de Macau analisou o processo e anunciou que o irá aperfeiçoar de futuro.

Existem cinco formas de optimizar a testagem universal. Em primeiro lugar o Governo vai criar uma “Equipa para a Implementação os Testes ao Ácido Nucleico”, chefiada pelo Director dos Assuntos Sociais e Cultura e que será constituída por cinco linhas de força: a vertente médica, a vertente de registos, a organizacional, a logística e de comunicação. O número de postos de testagem aumenta de 10 para 52, dos quais 31 serão postos gerais, 7 postos de acolhimento e 14 postos de auto-testagem. Os locais de tratamento das amostras aumentam de 98 para 367.

Os postos de testagem podem recolher as amostras através de recolha nasal ou oral e terão zonas dedicadas ao acolhimento. Estes postos podem recolher amostras de pessoas com código sanitário amarelo. Para quem tiver código sanitário vermelho a recolha será feita no Centro Hospitalar Conde de São Januário.

Em terceiro lugar, o Governo vai criar um sistema de registo para o pessoal da área da saúde, para fins de inspecção a nível nacional, e vai também adquirir material para imprimir os códigos de barras para tornar a logística mais eficiente.

Em quarto lugar, será criado um “código sanitário e de um sistema de registo e marcações a nível nacional” que permita aos residentes pré-seleccionar o posto e o método recolha da amostra, e ao mesmo tempo criar um sistema de segurança no Centro de Dados dos Serviços de Administração Pública e nas empresas de telecomunicações locais a fim de estabelecer uma “pequena base de dados de segurança para registo e marcações dos testes ao ácido nucleico”. Caso ocorra qualquer avaria, o sistema de segurança é activado num espaço de 15 minutos.

Por último, passa a haver informação em tempo real. Por exemplo, o posto de testagem indica o tempo estimado de espera e o número de marcações a cada 15 minutos, recorrendo a um código de cores. Verde significa que o tempo de espera estimado é inferior a 30 minutos. Amarelo significa que o tempo de espera estimado se situa entre os 31 e os 59 minutos. Vermelho significa que o tempo de espera estimado será de 60 minutos ou mais.

Para além destas cinco acções, o Governo adiantou que se houver necessidade de se fazer uma testagem global, o anúncio poderá ser feito com 10 horas de antecedência. É também expectável que os materiais necessários sejam enviados para todos os postos 5 horas antes do início da testagem. Todo o pessoal envolvido terá de estar a postos 2 horas antes do começo e, se possível, todo o processo deverá estar concluído em dois dias.

Quando se pensa na optimização da testagem universal, a tónica deve ser colocada na estandartização. A criação da “Equipa para a Implementação os Testes ao Ácido Nucleico” é um grupo de trabalho funcional. As cinco linhas de força estão divididas de acordo com as funções que desempenham no quadro da testagem nacional. A característica mais importante desta estrutura organizacional é o cumprimento da sua tarefa e o foco na eficácia. A eficácia é o que todos os residentes esperam e também o que cada posto precisa para que tudo funcione de forma operacional. Seguindo este modelo, no futuro, a testagem universal irá ser decididamente muito mais eficiente e eficaz.

O plano de optimização, que compreende a “estação de acolhimento” a informação em tempo real dos tempos de espera e do número das marcações em cada posto, é a resposta do Governo aos problemas que surgiram na primeira testagem, agravados pelas condições climatéricas adversas. Lembremo-nos que no primeiro dia muitas pessoas esperaram muito tempo em longas filas. Durante o dia fez muito calor e à noite choveu bastante o que dificultou ainda mais a espera. Como nem todos os postos tinham boas condições de acolhimento, as crianças, os idosos, as grávidas e as pessoas com deficiência, ficavam num situação ainda mais fragilizada. A criação das “estações de acolhimento” e a comunicação em tempo real sobre os tempos de espera vão fazer toda a diferença em termos de optimização do processo de testagem.

O desenvolvimento da epidemia ainda não é claro, e existe a possibilidade de termos de testar outra vez toda a população. O Governo de Macau implementou rapidamente a primeira testagem global, tendo feito prontamente uma análise da forma como o processo decorreu. Logo de seguida, criou um plano de optimização do processo, o que se revelou verdadeiramente meritório. Com o actual nível de conhecimento científico, só procedendo desta forma podemos detectar casos de infecção para impedir a propagação do vírus na comunidade. É evidente que todos os residentes de Macau têm de colaborar no processo de testagem global. Só com a cooperação de todos o teste pode ser bem sucedido e a saúde dos habitantes de Macau pode vir a ser garantida.

 

Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Instituto Politécnico de Macau
Blog:http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk

Da discrição

Visitei o Brasil em 2014. Enfim, visitei o Brasil é manifestamente exagerado; estive lá quinze dias e vi um pouco do Rio de Janeiro e um pouco de São Paulo. O Brasil é um continente, é uma escala a que não estamos de todo habituados – resta saber se é possível uma pessoa habituar-se a uma experiência de território como o Brasil, a China ou a Rússia.

Como todos os portugueses que visitam o Brasil pela primeira vez, eu ia carregadinho de preconceitos e de medo. A América do Sul é geralmente bastante mais violenta do que Portugal. Uma pessoa que veja um par de documentários sobre o Rio de Janeiro fica imediatamente em alerta. Os meus amigos brasileiros, em chegando a Lisboa, levavam umas boas três semanas a perder os hábitos de segurança do Rio. Queria muito conhecer «a cidade maravilhosa», mas ia cheio de miúfa.

Levei roupa velha, discreta. Uns calções horríveis que nunca uso a não ser nas poucas vezes que vou à praia. Umas t-shirts rotas para as quais ninguém olharia duas vezes. Umas sapatilhas de boca aberta para calçar à noite e umas havaianas para usar de dia. Nota: eu odeio chinelos e calções de qualquer espécie. Custa-me disfarçar o desprezo e o asco que sinto quando os meus amigos aparecerem nesses preparos. Um homem não usa chinelos e/ou calções. É indigno.

Passadas poucas horas de estarmos no Rio, as minhas havaianas deram de si. Foram provavelmente vítimas da secura acumulada no bas-fond do meu roupeiro e da minha inépcia a andar com elas. Tinha de comprar outras; a ideia que me tinha sido veiculada pelos meus amigos brasileiros era a de passar o mais incógnito possível; nunca parecer um gringo endinheirado. Blend in. E isso implicava usar uma t-shirt discreta, uns calções de banho e umas havaianas.

Muito a contragosto, fui a uma daquelas lojas gigantes de havaianas. Era tão grande e tinha tantos chinelos à mostra que mais parecia um museu ou o guarda-fato do Quaresma. Era daqueles sítios onde não me apetecia passar mais de dois minutos, mas que, por ter as paredes repletas de coisas, dificultava tanto a escolha que acabei por me decidir por um par de chinelos relativamente brancos e sóbrios apenas meia hora depois de lá ter entrado. Felizmente o sítio tinha ar condicionado. Era fevereiro no Rio e estava muito calor.

As havaianas são umas coisas horríveis de se enfiar no pé. Além de grotescamente feias, são desconfortáveis, sobretudo para quem ainda não ganhou um calo interdigital que amorteça as agressões daquele plástico cheio de fome de carne humana. Turistar longas distâncias com aquilo é uma provação a que só um idiota se submete. De cada vez que parava para me sentar num banquinho via a cara dos meus amigos brasileiros, muito compadecidos, a repetirem como num coro grego o quão necessário era aquele sofrimento por este afastar outros, esses sim muito mais fundos e prolongados.

Chegada a noite, nem tive coragem de trocar de calçado. Embora nunca o fosse admitir, estava demasiado calor para usar sapatos fechados. Além disso, aqueles chinelos eram bastante mais discretos que os meus ténis Adidas amarelos. Ou assim pensava eu.

Quando o sol se pôs dei por mim a ser mais mirado na rua do que era previsto. As crianças apontavam para mim, falavam com o adulto que as levava pela mão e riam-se. Os adultos por sua vez, miravam-me e abanavam a cabeça em jeito de desaprovação. As havaianas baratas e «discretas» que tinha adquirido umas horas antes tinham um revestimento de tinta fluorescente que, de dia, as tornava bastante sóbrias, de facto, mas que, de noite, as fazia brilhar num tom amarelo-esverdeado visível a uma distância considerável.

Eu pensava que ninguém lhes pegava na loja por serem brancas e relativamente inócuas. Afinal a razão era outra. Mas, como o corno, o turista é sempre o último a saber.

Automobilismo | Regresso (pontual) de Isaías do Rosário às corridas em Portimão

Um convite inesperado levou Isaías do Rosário a regressar à competição automóvel no fim de semana de 21 e 22 de Agosto no Autódromo Internacional do Algarve. O piloto e comentador de automobilismo de Macau voltou a calçar as luvas e a colocar o capacete, alinhando à partida nas 12 Horas de Portimão, uma prova pontuável para o Troféu C1

 

Arredado das pistas há cerca de dez anos, o sócio fundador do Automóvel Clube de Macau foi convidado para participar na prova algarvia do troféu monomarca português que usa o modelo Citroen C1. Este convite surgiu por parte da equipa Silver Team, uma das trinta e seis formações inscritas no evento, tendo dividido a condução do pequeno carro francês com Miguel Pereira, Manuel Melo, João Silva e Raul Castro.

A corrida de doze horas no circuito de Fórmula 1 de Portimão foi dividida em duas corridas com a duração de seis horas. Na primeira corrida, Isaías do Rosário e os seus companheiros de equipa foram os décimos segundos classificados, enquanto que no segundo confronto terminaram no décimo sexto posto.

“O circuito não é fácil, pois tem várias zonas cegas. Não é fácil memorizar todas as curvas, mas com o tempo fui ganhando confiança e fui melhorando”, explicou ao HM o piloto da RAEM, que foi o segundo piloto do território a realizar uma corrida em Portimão, após a participação de Andy Chang na prova do europeu de Fórmula 3 em 2015.

Missão cumprida

Com pouco tempo de pista, Isaías do Rosário lamentou ter feito “pouco tempo de pista” nos treinos livres e nos treinos cronometrados “tivemos um problema com o carro”, o que atirou a equipa para a 28ª posição da grelha de partida.

Na primeira partida da prova de seis horas, que começou ao final da manhã de sábado e terminou já ao fim da tarde, Isaías do Rosário entrou para o quarto turno de condução. “Entreguei o carro em 13º, o que não foi nada mau. Quem veio atrás de mim ainda conseguiu ganhar uma posição e terminamos de 12º. Foi muito bom, porque saímos lá de trás”, rematou.

Na segunda parte da corrida, disputada no final do dia, o quinteto do Citroen C1 nº126 perdeu tempo com uma estratégia infeliz na escolha de pneus e depois acabou penalizada por não cumprir correctamente o procedimento do safety-car. “No cômputo geral até foi bom, pois começamos em 26º lugar e chegamos em 16º”.

No final da corrida, Isaías do Rosário admitiu que ficou com “a satisfação de terem visto na fase final da corrida, que eu era o quarto piloto mais rápido em pista. Ainda estou um pouco longe dos melhores pilotos, mas com um pouco mais de experiência e conhecimento do carro, que não é assim tão simples, poderia certamente rodar mais próximo dos pilotos da frente”.

Regressar à competição não está por agora nos planos de Isaías do Rosário que, no entanto, não fecha a porta “a futuros convites…”

Qingmao | Posto fronteiriço abre dia 8 de Setembro

O posto fronteiriço de Qingmao vai começar a operar a 8 de Setembro às 15h, de acordo com um comunicado emitido ontem pelo Gabinete de Comunicação Social. Na manhã do dia 8 será organizada a cerimónia de inauguração do edifício situado no cruzamento entre a Avenida do Comendador Ho Yin e Estrada do Canal dos Patos na Ilha Verde.

As autoridades sublinham que esta estrutura será aberta com o propósito de aliviar o fluxo de pessoas das Portas do Cerco, e tem como mais-valia a proximidade com a estação de comboios de Zhuhai. Em termos da organização do espaço, o átrio das partidas fica no terceiro andar e o das chegadas no segundo andar, onde será aplicado o modelo “Inspecção Fronteiriça Integral” com a instalação de 50 canais de passagem automática,

A entrada em funcionamento do novo posto fronteiriço implica a redefinição da zona em termos de transportes e acessibilidades.

A Direcção dos Serviço para os Assuntos de Tráfego destacou que junto e dentro do posto existem cinco parques de estacionamento público, disponibilizando um total 4.782 lugares, incluindo 2.192 lugares para automóveis ligeiros e 2.590 lugares para motociclos e ciclomotores. Além disso, a zona será servida por um total de 16 carreiras de autocarro, com seis paragens nas imediações do posto.

Covid-19 | Jovem que originou surto teve alta

A jovem de 12 anos, infectada com covid-19 depois de uma visita de estudo à China já teve alta, após ter testado negativo por duas vezes. O resto da família continua internada. Com as eleições à porta, continua a não se saber como vão votar os residentes em quarentena

 

Já teve alta a rapariga da família de quatro pessoas infectadas com covid-19. A jovem, de 12 anos, ficou infectada com o novo coronavírus depois de uma visita de estudo à China. Os familiares continuam internados.

“Temos ainda três pacientes [no Centro Clínico de Saúde Pública do Alto de Coloane], mas esta paciente fez três testes de ácido nucleico, dois com resultado negativo, e teve agora alta hospitalar, estando a cumprir o período de isolamento”, adiantou Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus.

Os responsáveis do centro foram ainda questionados sobre a ausência de informações a duas semanas das eleições legislativas, nomeadamente sobre se será usado o carimbo nas mesas de voto, tocado por muitas pessoas, e como será garantida a votação aos residentes que se encontram a cumprir o período de quarentena obrigatório.

“A Comissão para os Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) manteve sempre contacto com os Serviços de Saúde e já realizamos várias reuniões sobre esta questão, mas há ainda muitos pormenores a discutir. Quando tivermos informações definidas vamos divulgá-las. Temos tempo para discutir medidas concretas. Os pormenores devem ser avançados pela CAEAL”, disse Leong Iek Hou.

70% vacinado

Tai Wa Hou, coordenador do programa de vacinação, mostrou-se satisfeito com o facto de cerca de 70 por cento dos profissionais de saúde já estar vacinado contra a covid-19. “Houve um avanço, porque antes a taxa rondava os 40 por cento. Falámos que estas pessoas devem ter sentido de responsabilidade”, frisou.

Relativamente ao regresso às aulas, e à necessidade de realização de testes, um total de 11 mil pessoas já submeteram o pedido, sendo que 80 por cento já foi testada. O Centro de Coordenação continua a reunir com as escolas para promover a vacinação no âmbito do serviço de proximidade. “O regresso às aulas irá fazer-se no tempo previsto”, foi referido na conferência de imprensa de ontem.

Eleições | Associação de Jiangmen volta a oferecer lembranças

A Associação dos Conterrâneos de Jiangmen voltou a distribuir lembranças aos sócios no domingo, levando ao segundo caso em análise no CCAC relacionado com a entidade ligada à lista de Zheng Anting. As ofertas incluíram bolos lunares, guarda-chuvas, sacos para compras, ao mesmo tempo que foram dadas indicações em como votar na lista de Jiangmen

 

A benevolência da Associação dos Conterrâneos de Jiangmen antes das eleições legislativas voltou ao radar do Comissariado contra a Corrupção, depois de no passado domingo a entidade ligada à lista que tem Zheng Anting como líder ter organizado uma sessão de esclarecimento de como preencher o boletim de voto, com a entrega de um cabaz de ofertas.

Segundo o portal All About Macau, foram oferecidos bolos lunares, guarda-chuvas, máscaras, sacos reutilizáveis para compras, pequenas ventoinhas portáteis e folhetos informativos sobre a lista encabeçada por Zheng Anting.

Além disso, um dos participantes afirmou ao All About Macau que nas instalações foram dadas indicações sobre a forma correcta de votar na lista ligada aos conterrâneos de Jiangmen.

Cerca de duas centenas de pessoas acorreram ao local, na zona do Patane, formando filas na rua controladas por funcionários da associação, que informavam os participantes da possibilidade de receberem ofertas.

O All About Macau perguntou à Comissão dos Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) se este comportamento viola a lei eleitoral, ao que a entidade liderada por Tong Hio Fong respondeu afirmando que “as listas candidatas podem distribuir materiais promocionais durante o período da campanha das eleições”. Ainda assim, o caso foi reencaminhado para o Comissariado contra a Corrupção (CCAC).

O valor das coisas

A número dois da lista União de Macau-Guangdong, ligada à Associação de Conterrâneos de Jiangmen, Lo Choi In, relativizou o caso e referiu que o evento de domingo foi apenas uma actividade promocional e que os bens distribuídos não têm valor monetário. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Lo Choi In afirmou que os materiais promocionais foram declarados, de acordo com a lei, e verificados pelo CCAC e CAEAL.

Não foi a primeira vez que a lista ligada a Jiangmen organizou actividades que resultaram em casos reencaminhados para o CCAC, depois da oferta de vales de 100 patacas do supermercado Royal, verificada a meio de Junho.
Também nesse caso, apesar de enviar para o CCAC, o presidente da CAEAL negou a existência de indícios de corrupção eleitoral.

“A associação não apresentou um pedido para constituir uma comissão de candidatura. […] Sobre a eventualidade de haver corrupção, por enquanto, não verificamos indícios de corrupção eleitoral”, afirmou Tong Hio Fong, após a reunião de ontem da CAEAL. “Encaminhámos o caso ao CCAC e lembramos que esses actos, a oferta de lembranças e benefícios, não podem ter ligação com as actividades eleitorais”, acrescentou.

Saúde | Nova relação entre público e privado em estudo

O Director dos Serviços de Saúde (SSM), Alvis Lo Iek Long, revelou que o Governo está a estudar a forma como as instituições médicas públicas e privadas se relacionam. A tomada de posição, divulgada em resposta de uma interpelação escrita de Wong Kit Cheng, surge no seguimento da atribuição da gestão do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas à “Peking Union Medical College Hospital”, empresa privada do Interior da China.

“O Governo (…) está a planear a realização da próxima fase do estudo de serviços médicos clínicos de Macau, para estabelecer o papel e posicionamento das instituições médicas públicas e privadas no futuro, desenvolvimento divergente, complementaridade e alocação razoável dos recursos médicos”, pode ler-se na resposta.

Sobre o Hospital das Ilhas propriamente dito, Alvis Lo Iek Long apontou que serão introduzidos novos serviços e tecnologia avançada destinados à criação de novas áreas como a Medicina Nuclear e um Centro de Radioterapia. Através do aumento da oferta e da qualidade de serviços médicos, os SSM esperam ainda “reduzir a necessidade de [recorrer a] serviços médicos no exterior devido à falta de tecnologia médica”.

Eleições | Coutinho assume-se como único candidato democrata

Caso seja eleito, Pereira Coutinho antevê uma vida “difícil” enquanto único deputado do campo democrata na Assembleia Legislativa. Apelando ao voto da comunidade portuguesa e macaense, promete “actuar” para resolver os problemas que assolam Macau, num momento político que considera “dramático”

 

O cabeça de lista da Nova Esperança, José Pereira Coutinho assumiu-se ontem como o único candidato do campo democrata e antevê dificuldades acrescidas na próxima legislatura, enquanto a “voz incómoda” que ainda resta na Assembleia Legislativa (AL).

Para Pereira Coutinho, o facto de a Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) ter considerado inelegíveis candidatos como Ng Kuok Cheong ou Sulu Sou é uma situação “triste”, que reflecte o “momento dramático” do contexto político que se vive actualmente em Macau.

“É evidente que vai ser difícil trabalhar sem os meus colegas e bons amigos democratas que estavam na AL. Como sabem eu entrei na AL em 2005 e tomei sempre como referência os deputados Ng Kuok Cheong e Au Kam San. Aprendi bastante com eles porque têm uma maneira de intervir bastante diferente, bastante incomodativa e sempre tive o apoio deles”, apontou ontem durante a apresentação do programa eleitoral e dos restantes candidatos da Nova Esperança.

“Nos últimos 16 anos, votei sempre em bloco [com os candidatos democratas]. Sinto pena por não poderem estar connosco. Se a Nova Esperança tiver uma voz na próxima legislatura, vai ser muito difícil, vai ser uma voz contra 32 dentro da AL. Nem quero imaginar”, acrescentou.

Pereira Coutinho revelou ainda que, na altura do anúncio da desqualificação, não foi capaz de falar porque ficou “triste” e “não estava em condições de dizer aquilo que ia dentro do coração”.

Apesar de tudo, o candidato considera que não é altura de “deitar a toalha ao chão” e apela, por isso, a que todos os eleitores exerçam o seu direito de voto no próximo dia 12 de Setembro, para que continue a existir uma “voz incómoda” dentro da AL, capaz de defender os interesses das comunidades portuguesa e macaense.

“Faço aqui um apelo a toda a comunidade portuguesa e macaense, mesmo os que não gostam ou discordam de nós. Estamos a viver momentos dramáticos em termos políticos. Precisamos que exista um candidato (…) na AL a falar português”, referiu Pereira Coutinho.

Da boca para fora

Durante a apresentação, Pereira Coutinho afirmou que, ao contrário das outras listas, a Nova Esperança está pronta para “actuar” em prol dos problemas de Macau como o desemprego, a responsabilização dos titulares dos principais cargos públicos ou o despesismo público.

“Nós fazemos, nós actuamos. Quantas vezes a Nova Esperança não entregou cartas na Sede do Governo. Nós não nos limitamos a falar como as outras listas, nós trabalhamos, nós insistimos, nós chamamos à pedra o senhor Chefe do Executivo e os secretários”, disse José Pereira Coutinho.

Sobre os resultados das eleições, o candidato assume estar “confiante”, embora acredite estar perante “as eleições mais difíceis” de que há memória devido à menor dispersão de votos por existirem menos 10 listas, relativamente às últimas eleições. Por isso, explica Coutinho, a expectativa actual é de eleger apenas um candidato.

“Hoje a situação é diferente. Estamos a falar de 14 listas e 320 mil eleitores, com uma taxa de votação que eu espero que seja de 60 por cento. Feitas as contas, precisamos de 13 mil votos para um lugar, por isso, as contas não são fáceis. Não é fácil, mas, por natureza, sou sempre positivo e, por isso, estou confiante. A nossa expectativa é conquistar um lugar”, apontou.

China apela a que todas as partes contactem com os Talibã

A China pediu hoje a “todas as partes que entrem em contacto com os Talibã”, durante a primeira conversa telefónica entre o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, e o homólogo norte-americano, Antony Blinken, desde os atentados em Cabul.

“Os Estados Unidos, em particular, devem trabalhar com a comunidade internacional para fornecer urgentemente assistência económica e humanitária ao Afeganistão, visando ajudar o novo regime (…), manter a estabilidade e a segurança públicas e embarcar no caminho da reconstrução pacífica o mais rápido possível”, disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros da China a Blinken, segundo nota divulgada no domingo pelo ministério.

Wang afirmou, no entanto, que a cooperação de Pequim com Washington no Afeganistão dependerá de os Estados Unidos “pararem de atacar e provocar a China e danificarem a soberania, segurança e interesses de desenvolvimento” do país asiático.

Em particular, Wang apontou o que Pequim considera ser a “politização da investigação sobre a origem da covid-19” pelos EUA.

“Se o Conselho de Segurança [da ONU] quiser agir, deve aliviar o conflito, em vez de intensificá-lo, e facilitar a transição no Afeganistão, em vez de retornar o país à confusão”, disse Wang.

O mesmo responsável também apontou que os “Estados Unidos devem tomar medidas concretas para conter o terrorismo ,sob a premissa de respeitar a soberania e a independência do Afeganistão, e não devem usar padrões duplos”.

Wang culpou Washington pelo caos no Afeganistão. “Os factos mostraram mais uma vez que a guerra no Afeganistão não atingiu o objetivo de eliminar as forças terroristas” do país, apontou.

O ministro chinês disse que a “retirada precipitada das tropas norte-americanas certamente proporcionará oportunidades para o regresso de várias organizações terroristas”.

A nota publicada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos indicou que Blinken sublinhou a “importância de a comunidade internacional responsabilizar os Talibã pelos compromissos públicos que assumiram”, em relação à liberdade de movimento dos afegãos e estrangeiros.

Blinken acrescentou na rede social Twitter que a conversa com Wang se focou nos “esforços para apoiar o trânsito seguro e a liberdade de circulação para afegãos e cidadãos estrangeiros”, numa altura em que os Estados Unidos tentam retirar os seus cidadãos e colaboradores do país.

A explosão de um homem-bomba do grupo extremista Estado Islâmico, que se opõe aos Talibã, matou 180 pessoas que aguardavam o transporte aéreo para deixar o Afeganistão no aeroporto de Cabul. Quase 114.500 pessoas saíram do país nas últimas duas semanas.

Covid-19 | Japão suspende novos lotes de vacinas da Moderna por suspeitas de contaminação

As autoridades da região de Okinawa, no Japão, suspenderam o uso da vacina da Moderna para a covid-19 após a descoberta de novos lotes contaminados, foi ontem anunciado.

A decisão surge um dia depois da abertura de uma investigação pelo Ministério da Saúde japonês à morte de dois homens que receberam a vacina da Moderna contra o novo coronavírus, provenientes de lotes com 1,63 milhões de doses, após relatos da presença de impurezas em certas embalagens do produto.

A região de Okinawa, localizada no sul do Japão, decidiu hoje “suspender o uso das vacinas Moderna por terem sido detetadas substâncias estranhas em alguns lotes”, segundo indica um comunicado divulgado pelas autoridades locais.

Os lotes afetados por esta contaminação, detetada no sábado em Okinawa, são diferentes dos que foram suspensos após a descoberta de impurezas em alguns frascos, de acordo com as notícias veiculadas pela imprensa local.

Esta decisão surge depois ter sido conhecida a morte de dois homens, de 30 e 38 anos, após receberem a segunda dose da vacina da Moderna de um dos três lotes suspensos em 26 de agosto pelo Governo.

Os dois homens, que tiveram febre depois de receberem a vacina, não apresentavam problemas de saúde ou histórico de alergias, acrescentou a mesma fonte.

Este sábado o Ministério da Saúde anunciou a abertura de uma investigação para determinar a causa daquelas duas mortes, especificando que “a relação de causa e efeito com a vacinação permanece até hoje desconhecida”.

Num comunicado emitido pela Moderna, a empresa refere que, de momento, não tem “qualquer evidência de que essas mortes sejam causadas pela vacina Moderna covid-19, e é importante conduzir uma investigação formal para determinar se há alguma ligação”.

A Moderna acrescenta que está a trabalhar com o distribuidor Takeda e o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão para “investigar as duas mortes”. Estas doses já tinham sido enviadas para mais de 800 centros de vacinação no país.

A Takeda, a empresa que importa e distribui no país a vacina da Moderna, declarou ter recebido relatos de vários centros de vacinação de que substâncias estranhas foram detetadas em frascos por abrir.

Segundo o fabricante, as reclamações “foram centradas num lote específico”, mas, “por uma questão de cautela”, o Governo japonês suspendeu o uso de “três lotes fabricados na mesma série”.

A Moderna adianta que enviou para análise, num “laboratório qualificado”, os frascos suspeitos, esperando ter resultados “no início da próxima semana”.

Covid-19 | Embaixada da China nos EUA denuncia “manipulação política”

A Embaixada da China em Washington acusou os serviços de informações dos Estados Unidos de “manipulação política”, na sequência da publicação de um relatório sobre as origens da pandemia da covid-19

 

“O relatório da comunidade das [agências de] informações norte-americanas mostrou que os Estados Unidos estão determinados em tomar o mau caminho da manipulação política”, declarou a representação diplomática chinesa em Washington, num comunicado divulgado na sexta-feira.

O documento dos serviços secretos “baseia-se numa presunção de culpa da China e apenas para fazer da China um bode expiatório”, acrescentou.

De acordo com um resumo publicado na sexta-feira, os serviços secretos norte-americanos concluíram que o novo coronavírus SARS-CoV-2 não tinha sido desenvolvido “como arma biológica” e “provavelmente” não tinha sido concebido “geneticamente”.

Mas as diferentes agências indicaram continuar divididas entre a hipótese de um primeiro caso originado por uma exposição natural a um animal infectado, ou resultante de um acidente de laboratório.

Apesar das críticas às autoridades chinesas, Washington afirma que Pequim “não tinha conhecimento prévio do vírus antes do surto inicial”, ao contrário do que alegaram membros do Partido Republicano, sem fornecer provas.

Mudanças na Casa Branca

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, insistiu durante meses que o vírus teve origem num laboratório de Wuhan, o que gerou grandes tensões com a China, que acusou mesmo Washington de estar por detrás da pandemia.

Em comunicado, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que “informações cruciais sobre a origem da pandemia existem na China, mas responsáveis governamentais procuram, desde o início, impedir os investigadores internacionais e os actores mundiais [na área] da saúde pública de aceder” a esses dados.

Este relatório, considerado secreto, foi entregue esta semana a Biden, que tinha dado 90 dias aos serviços secretos para “redobrarem esforços” para explicarem a origem da pandemia.

Padre e outros três homens acusados de violação e assassínio de criança na Índia

Um padre e outros três homens foram acusados de violação coletiva e assassínio de uma rapariga de nove anos de uma casta inferior, anunciou hoje a polícia indiana, num caso que está a gerar protestos em Nova Deli. Os quatro homens, detidos desde o início de agosto, podem enfrentar a pena de morte.

Em 01 de agosto, a criança de nove anos teria sido agredida por um padre de 53 anos e três trabalhadores de um crematório, localizado perto da casa da família, no sudoeste de Nova Deli, quando a rapariga estava a ir buscar água.

Os acusados ligaram para a mãe a dizer que a rapariga havia sido electrocutada e se denunciasse o incidente à polícia, os médicos que realizariam a autópsia removeriam os órgãos da criança e os venderiam.

O corpo da criança foi cremado, mas os residentes intervieram para remover os restos carbonizados da pira.

A acusação da polícia de Nova Deli, que tem 400 páginas, refere-se a “evidências científicas, técnicas e outras” e testemunhos, segundo um comunicado divulgado pelo Governo no sábado à noite.

A nota sublinhou que o Governo agiu para que os supostos autores fossem acusados dentro do prazo de 30 dias, o que atestaria a sua “tolerância zero” para os crimes contra mulheres e raparigas neste país de 1,3 mil milhões de habitantes.

Uma média de quase 90 violações de raparigas e mulheres foram registadas diariamente na Índia em 2019, de acordo com dados oficiais. Entretanto, um grande número de agressões sexuais não é relatado.

A comunidade ‘dalit’, que conta com 200 milhões de pessoas pertencentes ao nível mais baixo do sistema hierárquico de castas da Índia, há muito é vítima de discriminação e violência na Índia, com ataques crescentes desde o início da pandemia do novo coronavírus.

Com os médicos não se brinca

Cinquenta crónicas que tive o prazer de vos enviar desde o centro de Portugal. Aproximadamente há um ano que iniciei este contacto com os portugueses que vivem em Macau e com os macaenses que amam a sua terra. Desejo ardentemente saudar todos os leitores que semanalmente se encontram com o Namora e se me permitem, manifestar a minha satisfação de escrever para um diário que tem um prestígio grandioso e onde trabalham profissionais do mais alto nível jornalístico.

Hoje, vou falar-vos de uma conversa que tive com um jovem médico que terminou a sua especialidade de cirurgião cardiovascular com a nota de 19 valores. Os seus mestres no Hospital de Santa Maria prestaram-lhe uma homenagem no fim de curso e esperavam tê-lo como colega no piso daquele estabelecimento hospitalar que tem fama internacional. Contudo, o novo especialista que me transmitiu todos os sacrifícios que a sua família fez para o ajudar a estudar, decidiu abandonar Portugal e aceitar um convite excepcional que lhe chegou de Londres. Em Inglaterra vão-lhe pagar três vezes mais do que auferiria no nosso país, irá habitar uma casa acolhedora paga pelo hospital, pagam-lhe a conta da luz, da água e do telemóvel. Todas as horas que trabalhe na urgência do hospital serão pagas a dobrar tal como as horas extraordinárias e ainda a dobrar será o pagamento de sábados, domingos e feriados. Ainda não acabei. Assim, que adquirir um automóvel, que diariamente o transportará para o trabalho, metade do preço da gasolina que encha o depósito será pago pelo hospital. As batas, máscaras, sapatilhas especiais e estereoscópios serão fornecidos pelo novo “patrão”. Em face do que ouvi, só me apeteceu dizer-lhe “se o hospital não lhe lavava o rabo com água de colónia”…

A verdade é que a situação do número de médicos em Portugal é grave. Cada vez mais os médicos que terminam a sua especialidade recebem propostas tentadoras no estrangeiro. Na Suíça sei de outro especialista que está a receber 20 mil euros mensais e passagens aéreas pagas a Lisboa todos os meses para ver a família. O Governo português ainda não se compenetrou que a profissão de médico é completamente diferente, especialmente os especialistas, porque o que está em causa é a vida de todos nós. Obviamente, que um especialista tem de ter um vencimento superior a um clínico de medicina geral, tem de ter um salário superior a qualquer função profissional. E em Portugal paga-se mal aos médicos e aos enfermeiros. Neste sentido, um grande número de estudantes de medicina durante os estudos já está a consultar a internet para indagar qual o país que lhe poderá dar mais vantagens.

Ainda recentemente, os serviços de Saúde promoveram um concurso para vagas existentes de médicos de família. Quase nenhum dos potenciais interessados concorreu, porque as condições eram deploráveis, se atendermos que um médico residente em Coimbra e se tiver que deslocar-se para Bragança a fim de exercer ali a sua profissão, logo desespera ao tomar conhecimento que nem residência lhe facilitam. O chamado SNS (Serviço Nacional de Saúde), que em boa hora o saudoso António Arnaut criou para todo o povo, não pode estar à míngua de um orçamento estatal que não compreendeu ainda que os médicos é que podem salvar as nossas vidas através de cirurgias cada vez com tecnologia e sabedoria mais avançada.

Um especialista médico, em princípio, não pode falhar no diagnóstico e na intervenção cirúrgica e para isso tem de ser bem compensado. Quando entramos no Instituto Português de Oncologia (IPO) é que damos valor aos profissionais que ali trabalham. A sapiência, coragem e aptidão que são necessárias para tentar salvar quem pensa que já não tem salvação, logo que sente os tratamentos de quimioterapia e de radioterapia. Custa-me imenso, choca-me e revolta-me mesmo, quando assisto ao peditório nacional pelas ruas do país na angariação de dinheiro para os IPO de Lisboa e Porto. Então, o Governo não sente vergonha que se chegue a tal ponto? O povinho, cheio de pena e caridade, lá contribui com o que pode, mas estou certo que será uma migalha do quantitativo necessário para fazer frente à aquisição de materiais de custos elevados. O peditório devia ser proibido pelo próprio Governo que tem a obrigação de contribuir com o pecúlio essencial e necessário nos institutos de tratamento dos cancros.

Dizia certo dia uma criança para o pai, ao entrar num hospital: – “Papá, com estes senhores da bata branca não se brinca, não é?”. O pai sorriu e deve ter pensado que o seu filho tinha razão, mas que as autoridades governamentais “brincam” e de que maneira…

*Texto escrito com a antiga grafia

电话 Telefones em Macau

Os telefones, existentes em Macau desde 1887, nem sempre funcionavam bem, principalmente em tempo de humidade, havendo quarenta anos depois ainda muitas queixas dos Serviços Telefónicos como refere o jornal O Combate de 28 de Janeiro de 1926: “A comunicação telefónica é em toda a parte uma das coisas mais importantes sobretudo para a população comercial. Times is money – dizem os ingleses. E quanto tempo se não perde em consequência não só das péssimas condições em que funcionam os telefones, mas também da insuficiência deles em relação às exigências locais? Até aqui o sistema adoptado tem sido dos piores e pouquíssimos são os indivíduos que podem ter um telefone em suas casas ou nos seus estabelecimentos. E a maior parte desses poucos telefones são reservados para as repartições públicas.

Já em Junho do ano passado circulava a notícia da encomenda de um novo aparelho com 400 números. Parece que o aparelho já aí está, mas até ao presente nenhuma comunicação ao público, nem mesmo àqueles que há tanto tempo necessitam de uma instalação telefónica e que nem um despacho tem obtido aos requerimentos que fizeram! (…) Até parece indiscrição perguntar-se à Repartição dos Serviços Telefónicos qual o número dos assinantes e quem são eles! A resposta é que ‘se não pode dizer’!…

Em toda a parte, ao instalar-se o telefone em qualquer morada ou estabelecimento, fornece-se logo ao assinante um livro com a relação de todos os assinantes e os respectivos números, e para se obter a ligação basta dizer para a estação central o número do assinante, e pronto. Em Macau é mister dizer-se para lá: -Poderia fazer-me o favor de ligar para a casa do sr. Fulano de tal? E fica-se à espera de que o sr. Fulano dê tal toque para cá; torna-se a tocar para lá; de lá toca-se para cá segunda vez, e então é que se fala… quando se fala, porque não é rara a vez em que se não ouve senão um zumbido ou uma mistura de muitas vozes. E tem que se repetir o toque de campainha de cá para lá e de lá para cá! (…) Aqui ainda é preciso, às vezes, inquirir previamente da estação se o sr. Fulano tem telefone em sua casa, ou no seu escritório, ou na sua loja; o que não seria preciso se, como lá fora, onde o serviço é bem organizado, cada assinante possuísse o tal livro, em que encontrasse, num relance, o nome e o número da pessoa ou estabelecimento com quem desejasse falar.

E não poucas vezes se dá também o caso de que, quando A está a falar para B, este não ouve senão aquele zumbido desagradável, e quem tudo ouve é C, com quem D pretende falar! É porque , explicam lá da central. Pois que tenham o cuidado de as conservar sempre desligadas e em boa ordem. Assim é que não pode continuar. Oxalá que o Governo se digne providenciar para que esse ramo de serviço se reorganize de tal modo que dele resulte benefício para o comércio e comodidade para o público em geral”.

Lista telefónica

Apesar da queixa do jornal e assunto de muitos artigos em diferentes datas noutros periódicos, a lista telefónica fora de novo divulgada no Boletim Oficial de 1913, com muitos acrescentos e algumas modificações como a ocorrida a 1 de Junho de 1910 a pedido da casa de fantan Sze-vo, que mandara desligar da rede telefónica a estação de serviço particular n.º 69, número em 1913 da residência do Dr. Camilo A. Pessanha.

Em 1913, a Rede de Macau na Estação de S. Domingos (central) tinha cem números no quadro das estações de serviço, a Rede da Taipa, com a central no Quartel do destacamento e apenas dois números: 1 – Fortaleza da Taipa e 2 – Administração do Concelho. Já a Rede de Coloane, com Estação múltipla, tinha uma sediada no Quartel do destacamento, onde constava 1 – Administração do Concelho e 2 – Posto de Hac-sá e a Estação múltipla de Hac-sá no Quartel do Destacamento com 1 – Posto de Coloane, 2 – Posto de Ká-hó, 3 – Posto de Seac-Pae-Van.
Seguiam as instruções para uso dos aparelhos: A) Estações simples, para expedir um despacho: – Quando qualquer estação quiser comunicar com outra faz soar a campainha, tira o auditor do seu lugar, coloca-o ao ouvido e logo que da central ouvir diz com qual das estações deseja comunicar, citando de preferência o seu número na tabela. Em seguida coloca o auditor no seu lugar, espera novo sinal na campainha, coloca o auditor no ouvido e fala. Acabada a conversação depõe o auditor no seu lugar e por duas voltas rápidas na manivela faz cortar a comunicação.

A) Estações simples, para receber um despacho: -Assim que qualquer estação ouvir tocar a campainha do seu aparelho responde imediatamente fazendo soar a mesma e aplica em seguida o auditor respondendo . Acabada a conversação coloca o auditor no seu lugar sem tocar a campainha.

B) Estações múltiplas. Para expedir um despacho: -Introduz-se a chave do aparelho no orifício da fileira superior do número correspondente à estação com que se deseja falar: faz-se girar a manivela esperando sinal da estação chamada; tira-se o auditor e fala-se. Para receber um despacho: – Logo que soar a campainha eléctrica, introduz-se a chave no orifício da fileira superior correspondente ao número do disco que cai; faz-se girar a manivela e tira-se o auditor e atende-se. Para dar comunicação: -Quando lhe for pedida comunicação duma estação para outra, chama esta fazendo girar a manivela e liga logo as duas estações por meio dum par de chaves que estão colocadas por baixo do comutador introduzindo-as nos orifícios dos números que correspondem a essas estações. Por sinal rápido é indicada o fim da conversação. N.B. Para se fazer uso das chaves deve observar-se o seguinte: A da estação que chama usa-se no orifício de baixo e a outra no de cima, não aplicando nunca chaves com cordões de cores diferentes.

C) – Ligação com terra: -Em ocasião de trovoada iminente coloca-se a chave metálica suspensa do aparelho no orifício do pequeno disco onde passa o fio da terra; aperta-se bem a fim de ser assegurada a ligação. É perigoso não atender a esta indicação. Observação. Aos aparelhos deve falar-se sempre em voz natural.

Observações: a) Para uma estação conseguir arranjo do seu aparelho basta comunicar este desejo, pelo seu ou outro aparelho, à Estação Central de S. Domingos. b) Aos particulares subscritores assiste o direito de reclamação, que sempre será devidamente atendida, de quaisquer desatenções ou irregularidades no serviço de chamadas e comunicação por intermédio da Estação Central em S. Domingos.

Anexa a Tabela das Tarifas do serviço: Estações de uso particular, quota mensal – $5,00. Redução nos termos do art.º 23.º: Leal Senado, funcionários e subscritores antigos – $3,00. Redução nos termos do art.º 24.º: até cinco estações – $4,00; além de cinco estações – $3,00. Conversação nas estações públicas: pelos primeiros cinco minutos ou fracção – $0,20 e por cada um dos cinco minutos ou fracção que se seguir, até final da conversação – $0,10. Era chefe do serviço telefónico José Agostinho de Sequeira.

Fotografia | António Leong expõe na Associação Católica Cultural

Retratar a beleza do catolicismo no quotidiano de Macau e a integração na cidade. Foi este o desafio lançado a António Leong pela Associação Católica Cultural, que o escolheu para uma exposição que marca a inauguração da nova sede

 

A beleza dos detalhes do quotidiano e da integração do catolicismo em Macau foram os pontos de partida para uma viagem fotográfica que culminou na exposição “Descoberta da Beleza da Vida Diária”, de António Leong. A mostra estará patente até ao final de Setembro na nova sede da Associação Católica Cultural de Macau, na Rua Formosa.

Em exibição desde Junho, o fotógrafo admite que o grande objectivo das fotografias escolhidas foi mostrar a beleza dos símbolos da religião. Nesse sentido, a exposição multiplica-se em três, com a exibição de um conjunto de fotografias diferentes a cada mês da exposição.

“O objectivo passa por, através das fotografias, mostrar os diferentes aspectos e detalhes das igrejas em Macau e a integração do catolicismo na cultura local”, explicou António Leong, em declarações ao HM.

O artista procurou captar os melhores ângulos de espaços que reflectem não só a beleza arquitectónica e decorativa, mas também com o património histórico. “Por exemplo, a segunda série [de fotografias da exposição] foi tirada dentro do Seminário de São José, um dos espaços mais importantes durante os séculos XVII e XVIII para a formação e educação do catolicismo em Macau”, justificou.

Apesar das fotos serem de António Leong, a ideia para a exposição partiu da Associação Católica Cultural de Macau, que desafiou o fotógrafo a contribuir para o evento que celebra a inauguração da nova sede. “A associação mostrou interesse nas minhas fotografias, após ter visto o meu perfil no Facebook. Depois, começámos a discutir [sobre o conceito para a exposição] e a ‘Descoberta da Beleza na Vida Diária’ e foi algo que se tornou comum e arrancámos com o projecto”, partilhou.

Viagem histórica

Que imagens transmitem melhor para o artista e para a associação a beleza em Macau no dia-a-dia? Segundo António Leong, a escolha exigiu reflexão das partes envolvidas, e implicou mostrar diferentes aspectos da religião.

“Tivemos uma longa conversa sobre quais as igrejas que devemos mostrar durante estes três meses. No final, decidiu-se que seriam a Igreja da Penha, Igreja de São José e Igreja de São Lourenço, porque em termos de imagem apresentam mais detalhes e mostram diferentes aspectos do catolicismo em Macau”, revelou.

Para António Leong, a possibilidade de fotografar diferentes igrejas foi também uma viagem de descoberta da ligação entre Macau e o catolicismo. “Só depois de participar neste projecto tomei conhecimento das relíquias e monumentos que existem em Macau”, admitiu.

Apesar do teor religioso da exposição, Leong confessa que não é crente. Porém, este não é o primeiro contacto com a igreja: “Fui educado desde a infância numa escola católica, por isso teve uma influência imensa na minha vida”, reconhece. António Leong não afasta o lugar que o divino ocupa no seu trabalho e explica parte do seu processo de criação através das palavras de Ansel Adams, célebre fotógrafo americano do século passado: “Às vezes vou parar a sítios no momento em que Deus está pronto para ter alguém a carregar no botão da máquina”, cita.

Bienal de Macau | Novas obras “espalhadas” pela cidade

A Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau voltou a ocupar o espaço público com obras de artistas internacionais. Uma dela é a escultura do artista tailandês Gongkan, intitulada “Tenho Saudades Tuas”, exposta no espaço Anim’Arte Nam Van.

A peça do tailandês “procura estimular, na realidade de hoje em dia, marcada por metamorfoses constantes e frenéticas, a pró-actividade e a coragem das pessoas para romperem com as limitações físicas, espaciais ou de outra natureza, e para escolherem quem querem amar”.

Este conceito “estabelece a correspondência com o tema da exposição principal”, além de promover “uma reflexão sobre o presente e discussões sobre a procura da felicidade”.

O público pode também visitar “Barca Solar”, do artista egípcio Moataz Nasr, um trabalho que estará patente no Largo do Pagode da Barra.

Outra obra destacada pelo Instituto Cultural é “Aprender com Macau”, um mega panorama da cidade da autoria do Drawing Architecture Studio (China). A obra foi colocada no mural exterior do Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau e visa “registar e homenagear a cultura local de Macau, inspirando-se nas observações da vida diária e recreativa da cidade”.

Economia | PIB cresceu 69,5% no segundo trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) de Macau cresceu 69,5 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, segundo estimativas divulgadas na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). De acordo com o organismo, entre Abril e Junho, o PIB “inverteu a tendência decrescente, registando-se um aumento anual de 69,5 por cento em termos reais”.

“A economia de Macau recuperou o crescimento positivo, principalmente devido à baixa base de comparação do segundo trimestre de 2020, no qual foi marcante o grande entrave às actividades económicas, originado pelas restrições na entrada de visitantes sob o impacto da pandemia (…) e devido ao acréscimo contínuo da procura externa”, pode ler-se numa nota oficial.

Para o resultado do segundo trimestre, contribuiu o aumento das exportações de serviços e da procura interna, registando-se, contudo, uma subida nas importações de bens e de serviços, mas também no investimento em obras públicas e no comércio de mercadorias.

A DSEC destacou ainda que o número de visitantes no segundo trimestre cresceu 43 vezes em termos anuais e que houve aumentos significativos nas exportações de serviços do jogo e associados à indústria turística.

DSEC | Taxa de desemprego mantém-se nos 2,9%

Entre Maio e Julho de 2021, a taxa de desemprego de Macau foi de 2,9 por cento, mantendo-se idêntica em relação ao período anterior (Abril e Junho de 2021). De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), idênticas foram também as taxas de desemprego dos residentes (3,9 por cento) e de subemprego (3,5 por cento).

Segundo o organismo, a população desempregada era composta por 11.000 pessoas, menos 100, face ao período anterior, sendo que a maioria dos que procuram trabalho, exerceram funções relacionadas com “lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos e no ramo da construção”.

Além destes, o número de desempregados à procura do primeiro emprego representou 9,2 por cento do total, ou seja, mais 1,7 pontos percentuais, dado que “os novos graduados entraram no mercado de trabalho”. A população subempregada fixou-se em 13.400 pessoas, menos 200, em relação ao período anterior.

Por seu turno, o número de empregados fixou-se em 372.900 e os residentes empregados eram 275.000, ou seja, menos 3.000 e 1.400, respectivamente. No período em análise a população activa que vivia em Macau totalizou 383.900 pessoas e a taxa de actividade foi de 67,9 por cento.

Casa de Vidro | Amélia António chega a acordo com o Governo

A Casa de Portugal em Macau chegou a acordo com o Instituto Cultural para operar o restaurante na Casa de Vidro, estando previsto o desconto faseado do dinheiro já pago em rendas sem usufruto do espaço. As obras necessárias na cozinha também estão em andamento

 

Está resolvido o impasse que impedia a Casa de Portugal em Macau (CPM) de operar um restaurante na Casa de Vidro, na praça do Tap Seac. Com o concurso público ganho em Novembro de 2019, questões contratuais e a necessidade de obras impediam a CPM de avançar com o projecto.

Ao HM, Amélia António explicou que foi firmado um acordo com o Instituto Cultural (IC), que incluiu um aditamento ao contrato já celebrado. As mais de 200 mil patacas que a CPM já pagou em rendas, sem poder usufruir do espaço, vão ser descontadas de forma faseada.

“Esta foi a solução possível para podermos avançar, pois contaram o tempo de contrato a partir de uma data que não foi a data da escritura. Conseguiu-se recuperar esse tempo.”

No entanto, segundo o contrato, a CPM tinha direito a nove meses sem pagamento para preparar as instalações. “Estamos a tratar da instalação ao mesmo tempo que já estamos a pagar [renda]”, lamenta.

Obras avançam

Outro ponto que a CPM pretendia discutir com o Executivo era a construção de uma segunda porta, sem a qual o restaurante não poderia abrir ao público. Obra que segundo o acordado será da responsabilidade do Governo.

“Recusámos fazer obras naquele edifício, numa fachada de vidro. O IC acabou por concordar serem eles a fazer a porta. Só se conseguiu a licença para essas obras no final de Junho. E só a partir daí é que pudemos contactar empresas especializadas em equipamentos de cozinha.”

Amélia António espera que tudo fique pronto “ainda este mês ou no início do próximo” para que o restaurante comece a operar. Isto porque “não é possível aguentar estas despesas sem funcionar”.

“O que estava em discussão foi resolvido, mas a situação é complicada, porque perdemos muito tempo com obras e instalações. O que havia a resolver com o IC está resolvido, não direi que é da forma ideal, mas foi a forma possível. Perdeu-se mais de um ano e o tempo de contrato acaba por ser menor”, concluiu.

Creches | IAS garante que vagas satisfazem “plenamente” a procura

O Governo acredita que as creches subsidiadas e o sector privado são suficientes para responder à procura. Além disso, o IAS afirma pagar, por ano, uma média de 30 mil patacas por vaga em creches subsidiadas

 

O Instituto de Acção Social (IAS) garante que as vagas existentes nas creches do território chegam “plenamente” para a procura, pelo menos desde 2019, de acordo com uma resposta a interpelação de Song Pek Kei.

Segundo Hon Wai, presidente do IAS, não só as vagas são suficientes, como o horário de funcionamento das creches foi alargado este ano. “As vagas proporcionadas pelas creches para crianças com idade igual a 2 anos concretizam plenamente as suas necessidades de admissão”, lê-se na resposta de Hon Wai. “Desde o novo ano lectivo de 2021, as aulas de meio dia das creches subsidiadas passaram a ser aulas de dia inteiro, para aumentar a oferta das aulas”, é explicado.

Apesar das condições actuais, o IAS diz que vão abrir mais duas creches no norte da península. “Devido à procura de vagas de creches na zona norte, planeia-se a criação de duas creches naquela zona”, é indicado.

Em 2021, as creches subsidiadas disponibilizaram 600 vagas, entre as quais 200 na zona central, 100 na zona sul e 300 nas ilhas. Segundo o IAS, a oferta é complementada com creches privadas “que ainda têm vagas disponíveis para a admissão de crianças”.

Subsídio de 30 mil patacas

O Governo indicou ainda que paga cerca de 30 mil patacas por vaga nas escolas subsidiadas, o que equivale a um valor superior a 200 milhões de patacas. “O IAS atribui, anualmente, o subsídio regular no valor superior a 200 milhões de patacas para creches subsidiadas, sendo que o subsídio atribuído anualmente, em média, para cada vaga é de mais de 30 mil patacas, para que as taxas mensais das creches subsidiadas possam manter um nível baixo”, foi explicado.

Quando junta aos apoios um “determinado número de creches que presta serviços gratuitos”, o Governo considera que “a política de creches” e os “serviços de Macau” correspondem “às necessidades da sociedade”. Além disso, é deixada a promessa de esforços do Governo para diversificar os diferentes serviços de creches.

Nas contas apresentadas a Song Pek Kei, o IAS acrescenta também que há oito vagas por mês para casos de serviço de acolhimento urgente/temporário.