Proibida importação de palhinhas e misturadores descartáveis

O Governo anunciou ontem a proibição da importação de palhinhas descartáveis de plástico não-biodegradável e de misturadores de plástico, ou seja, os “pauzinhos” utilizado para mexer as bebidas. Segundo o despacho do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, a medida entra em vigor a partir do próximo ano.
A opção política foi bem recebida entre os ambientalistas locais, como é o caso de Joe Chan, presidente da Macau Green Student Union.

Segundo Chan, apesar de Macau ser um território atrasado ao nível das políticas do ambiente, em comparação com o União Europeia, o passo é bem-vindo e abre boas perspectivas: “O significado é mais importante do que a medida em si, se tivermos em conta os resultados na redução em termos de produção de massa poluente”, afirmou Joe Chan. “Mas, concordamos com a medida, apoiamos e esperamos que haja outras políticas semelhantes mais eficazes, com maior impacto na redução da utilização de plásticos descartáveis”, acrescentou.

Para o representante da associação ambientalista, a proibição de garrafas, copos e caixas das garrafas takeaway seria mais importante porque teria uma redução da poluição muito maior. “O Governo tem mostrado determinação em controlar o problema da utilização do plástico descartável. Mas, começou com os passos mais fáceis […] as garrafas, os copos de takeaway, e também as caixas, são o maior desafio no panorama actual”, justificou.

Boa nova

Também Capricorn Leong, responsável pelo grupo Macau for Waste Reduction, elogiou a proibição. “São excelentes notícias para as pessoas eco-conscientes e um grande passo para os regulamentos de Macau”, considerou, ao HM.

Apesar dos elogios, o grupo não deixa de se mostrar preocupado com as alternativas, que passam por materiais compósitos. Este tipo de equipamentos mistura materiais com naturezas diferentes, o que faz com que o processo de reciclagem seja mais complicado.

“Como resposta à medida, o mercado talvez opte por substituir o plástico com papel ou poliácido láctido (PLA), que são os materiais compósitos. No entanto, em Macau não existe capacidade para produzir esses materiais, o que faz que em vez de serem reciclados vão acabar na incineradora”, explicou Capricorn Leong.

No entanto, no que diz respeito à redução da utilização de materiais descartáveis a associação acredita que o melhor é apostar em acções de consciencialização da população: “O Governo deve fazer um esforço maior a nível da educação pública e mudar a mentalidade de recorrer a materiais descartáveis. Assim é que se resolve o problema na raiz”, apontou. “Com mais acções, em vez de as pessoas pensarem com que materiais vão substituir o plástico descartável iriam pensar em como mudar os hábitos”, complementou.

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