Macau/20 anos | ADN da gastronomia portuguesa em mãos filipinas Hoje Macau - 21 Dez 2019 [dropcap]O[/dropcap] ADN da gastronomia portuguesa em Macau passa muito hoje por mãos filipinas: é assim também no Clube Militar que promove a cozinha lusa no “restaurante da saudade”, descreve um dos responsáveis da instituição prestes a comemorar 150 anos. O legado gastronómico português, hoje na mão de cozinheiros filipinos no antigo território administrado por Portugal, é de fácil constatação. Da península de Macau à ilha da Taipa, passando por Coloane, em direcção à praia de Hac Sa, o cenário repete-se nas inúmeras cozinhas de restaurantes portugueses de Macau, onde se continua a promover do caldo verde aos rojões, das francesinhas ao bacalhau, do cozido ao toucinho do céu. O festival dedicado à gastronomia e vinhos de Portugal, promovido pelo Clube Militar e que assinala o 20.º aniversário da Região Administrativa Especial de Macau, consegue a proeza de ‘apurar’ uma nova realidade: a equipa de cozinha, inteiramente filipina, se calhar já sabe confeccionar melhor os pratos portugueses do que aqueles da sua terra de origem, sublinha um dos convidados, José Júlio Vintém. O que o mais surpreende o ‘chef’ que veio do Alentejo é a saudade, em Macau. “Isto é um festival de gastronomia (…) que revela o Portugal actual e de antigamente, através dos sabores”, sustenta. “É engraçado ver que nós chegamos, dizemos que queremos um polvo à lagareiro em português e eles, que não falam uma palavra de português, e mal o inglês, percebem perfeitamente e executam a receita muito bem”, precisa, para acrescentar o que é igualmente interessante verificar após a formação: “Quando voltamos [a Macau] e vamos provar, eles às vezes até melhoraram bastante em termos de confeção a receita”. Outro ‘chef’, Óscar Geadas, realça que a autenticidade portuguesa em Macau fica em boas mãos. Afinal, “a equipa dos colaboradores é toda [feita] de filipinos que há 20 anos estão a trabalhar nesta cozinha e vestem a camisa da cozinha portuguesa”, acrescenta. O irmão, António, outro dos ‘chefs’ que veio dar, neste caso, mais sabor transmontano ao festival, enfatiza: “o facto de serem filipinos [ou] chineses a fazerem a cozinha é claramente secundário, o que é importante é realmente o sentimento com que a fazem, e o sentimento é claramente português”, elogia. Do Algarve veio Noélia Jerónimo, para cozinhar e também para dar formação, outro dos objectivos do festival. “Eles [os filipinos] já sabem os nossos sabores, eles já são quase tão portugueses como nós (…), eles pensam como nós”, destaca a ‘chef’. Bons profissionais A filipina Evelyn Gocotano já trabalha há qualquer coisa como 24 anos no Clube Militar. As primeiras iguarias portuguesas que a ‘chef’ confeccionou foi o pudim abade de priscos, toucinho do céu e sericaia. Gosta da cozinha portuguesa “porque é orgânica (…) e pouco processada”, porque só necessita de “um pouco de tempero”, de um pouco de sal e algumas ervas. Hoje partilha a cozinha e a sua vivência da comida portuguesa com o filho, Rae, que também ‘tempera’ os elogios sobre a gastronomia lusa com um sublinhado ao uso e abuso de “ervas e ingredientes frescos”. O que gosta mais de cozinhar? “O que é mais fácil de fazer: gambas fritas em alho e ameijoas”, responde. Outro ‘chef’ filipino, Dani Soriano, entre fáceis elogios à gastronomia portuguesa, faz questão em enumerar alguns dos pratos que gosta de preparar: o tradicional arroz de pato, todas as receitas de bacalhau e o inevitável cozido à portuguesa. “O ‘mercado da saudade’, ou o ‘restaurante da saudade, o Clube Militar faz-nos sentir como em Portugal”, procura resumir o membro da direção Manuel Geraldes, numa referência também ao próprio festival. “Serve também para promover Macau porque diversifica oferta gastronómica”, não sendo, por isso, um acaso que diariamente sirvam dezenas de chineses, japoneses e coreanos, exemplifica, garantindo que o restaurante da instituição já conquistou “o estatuto de [oferecer] a comida portuguesa mais genuína e mais avançada”. Por outro lado, cumpre outra missão. “Serve também, e é muito importante para nós, como escola. É uma referência e não tem nenhum português a trabalhar na cozinha. São todos filipinos. Eles aprendem muitíssimo bem, são excelentes profissionais”, elogia, no dia em que se assinala o 20.º aniversário de Macau, enquanto Região Administrativa Especial da China, depois de mais de 400 anos sob administração portuguesa.
Jogo | Governo arrecada 104 mil milhões até Novembro Pedro Arede - 21 Dez 2019 [dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau arrecadou até Novembro, cerca de 104,04 mil milhões de patacas em receitas provenientes dos impostos directos sobre o jogo. Em relação às receitas brutas totais dos casinos de Macau, segundo dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) citados pelo GGR Asia, o valor acumulado até Novembro, foi de 269,62 mil milhões de patacas, uma quebra de 2,4 por cento relativamente a 2018. O valor referente aos impostos cobrados até Novembro está em linha com os números do ano passado, mas acima das previsões do Governo, fixadas em 98,2 mil milhões de patacas. De acordo com a mesma fonte, os números publicados pela DSF mostraram que a soma dos impostos colectados até ao momento relativos à indústria do jogo correspondem a 105,9 por cento da quantia prevista pelo Governo para o ano inteiro. Os dados oficiais referem também que as receitas colectadas representavam já 85,8 por cento dos quase 121,20 mil milhões de patacas que o Governo recolheu até ao momento de todas as fontes. De referir que a tributação aplicada pelo Governo às receitas brutas totais dos casinos de Macau é de 35 por cento, mas outras taxas fizeram com que essa percentagem subisse para 39 por cento.
Jogo | Governo arrecada 104 mil milhões até Novembro Pedro Arede - 21 Dez 2019 [dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau arrecadou até Novembro, cerca de 104,04 mil milhões de patacas em receitas provenientes dos impostos directos sobre o jogo. Em relação às receitas brutas totais dos casinos de Macau, segundo dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) citados pelo GGR Asia, o valor acumulado até Novembro, foi de 269,62 mil milhões de patacas, uma quebra de 2,4 por cento relativamente a 2018. O valor referente aos impostos cobrados até Novembro está em linha com os números do ano passado, mas acima das previsões do Governo, fixadas em 98,2 mil milhões de patacas. De acordo com a mesma fonte, os números publicados pela DSF mostraram que a soma dos impostos colectados até ao momento relativos à indústria do jogo correspondem a 105,9 por cento da quantia prevista pelo Governo para o ano inteiro. Os dados oficiais referem também que as receitas colectadas representavam já 85,8 por cento dos quase 121,20 mil milhões de patacas que o Governo recolheu até ao momento de todas as fontes. De referir que a tributação aplicada pelo Governo às receitas brutas totais dos casinos de Macau é de 35 por cento, mas outras taxas fizeram com que essa percentagem subisse para 39 por cento.
Hengqin | Inaugurado novo posto fronteiriço Hoje Macau - 21 Dez 2019 Um novo posto fronteiriço entre Macau e o continente chinês abriu ontem em Hengqin, visando agilizar a circulação de pessoas, quando se celebram vinte anos desde a transferência da administração para a China [dropcap]O[/dropcap] novo posto e os terrenos adjacentes, com uma área conjunta de 16.000 metros quadrados, ficam sob a jurisdição de Macau, segundo o Conselho de Estado chinês. A Zona Piloto de Comércio Livre de Hengqin, que pertence à cidade de Zhuhai, já estava ligada a Macau por um posto fronteiriço aberto 24 horas por dia e um túnel de acesso ao novo ‘campus’ da Universidade de Macau, mas cujo terreno foi arrendado por Zhuhai à região. A nova infra-estrutura permite que o fluxo entre o continente e a região, e vice-versa, se reduza a um só controlo fronteiriço, face aos actuais dois – saída e entrada -, ligados por uma viagem de autocarro. As instalações têm capacidade para atender mais de 220.000 pessoas por dia, revelou à agência Lusa o director do comité administrativo local, Yang Chuan. O Governo central encarregou Hengqin, que fica ao lado do Cotai de Macau, onde estão concentrados a maior parte dos casinos da região, de desenvolver atracções turísticas complementares ao jogo. A região conta já com o maior oceanário do mundo, o Chimelong Ocean Kingdom, que integra um complexo com mais de 130 hectares e inclui salas de espectáculo e hotéis de luxo. Assimilando uma herança arquitectónica de Macau, a localidade construiu também calçadas portuguesas e uma praça manuelina, desenvolvida pelo magnata local David Chow. Metro e meio O novo porto servirá também para uma “futura conexão” entre o Metro Ligeiro de Macau e a ligação ferroviária de alta velocidade Hengqin – Cantão, a capital da província de Guangdong, segundo Yang Chuan. “Desde o início que as nossas orientações são promover a cooperação entre Guangdong, Hong Kong e Macau e, sobretudo, promover o desenvolvimento diversificado das indústrias de Macau”, apontou. O objectivo é também facilitar a comuta para residentes de Macau que escolham viver em Hengqin, onde a habitação é mais barata do que em Macau. Vinte e seis autocarros partem já diariamente de Hengqin com destino ao centro de Macau.
Hengqin | Inaugurado novo posto fronteiriço Hoje Macau - 21 Dez 2019 Um novo posto fronteiriço entre Macau e o continente chinês abriu ontem em Hengqin, visando agilizar a circulação de pessoas, quando se celebram vinte anos desde a transferência da administração para a China [dropcap]O[/dropcap] novo posto e os terrenos adjacentes, com uma área conjunta de 16.000 metros quadrados, ficam sob a jurisdição de Macau, segundo o Conselho de Estado chinês. A Zona Piloto de Comércio Livre de Hengqin, que pertence à cidade de Zhuhai, já estava ligada a Macau por um posto fronteiriço aberto 24 horas por dia e um túnel de acesso ao novo ‘campus’ da Universidade de Macau, mas cujo terreno foi arrendado por Zhuhai à região. A nova infra-estrutura permite que o fluxo entre o continente e a região, e vice-versa, se reduza a um só controlo fronteiriço, face aos actuais dois – saída e entrada -, ligados por uma viagem de autocarro. As instalações têm capacidade para atender mais de 220.000 pessoas por dia, revelou à agência Lusa o director do comité administrativo local, Yang Chuan. O Governo central encarregou Hengqin, que fica ao lado do Cotai de Macau, onde estão concentrados a maior parte dos casinos da região, de desenvolver atracções turísticas complementares ao jogo. A região conta já com o maior oceanário do mundo, o Chimelong Ocean Kingdom, que integra um complexo com mais de 130 hectares e inclui salas de espectáculo e hotéis de luxo. Assimilando uma herança arquitectónica de Macau, a localidade construiu também calçadas portuguesas e uma praça manuelina, desenvolvida pelo magnata local David Chow. Metro e meio O novo porto servirá também para uma “futura conexão” entre o Metro Ligeiro de Macau e a ligação ferroviária de alta velocidade Hengqin – Cantão, a capital da província de Guangdong, segundo Yang Chuan. “Desde o início que as nossas orientações são promover a cooperação entre Guangdong, Hong Kong e Macau e, sobretudo, promover o desenvolvimento diversificado das indústrias de Macau”, apontou. O objectivo é também facilitar a comuta para residentes de Macau que escolham viver em Hengqin, onde a habitação é mais barata do que em Macau. Vinte e seis autocarros partem já diariamente de Hengqin com destino ao centro de Macau.
TSI, após exame psiquiátrico, reduz pena a homem que matou o pai Hoje Macau - 21 Dez 2019 [dropcap]N[/dropcap]o ano passado, um indivíduo foi condenado a 16 anos de prisão por ter assassinado o pai após uma acesa discussão. Depois do julgamento em primeira instância, a defesa decidiu que havia justificação para recorrer para o Tribunal de Segunda Instância (TSI). O tribunal superior entendeu que o arguido deveria ser sujeito a peritagem psiquiátrica, um dos motivos para o processo voltar a ser avaliado. De acordo com o jornal Ou Mun, a pena acabou por ser reduzida de 16 para cinco anos e meia de cadeia. O arguido, de apelido Wong, tem 28 anos de idade, é residente de Macau e encontrava-se desempregado à altura do homicídio. Quanto à vítima, pai do arguido, tinha 55 anos de idade, também natural do território e desempregado. Ainda no ano de 1995, o pai de Wong havia sido diagnosticado com uma doença do foro mental no Centro Hospitalar Conde de São Januário. O tratamento a que foi submetido implicou a prescrição de fármacos, algo que terá aliviado consideravelmente os sintomas do paciente, apesar da doença crónica. Apesar das dificuldades, pai e filho conviveram juntos por um ano antes do crime. De acordo com a informação fornecida pela Polícia Judiciária, na madrugada de 3 de Abril de 2018, altercações e conflitos físicos num apartamento na Rua da Tribuna levaram ao homicídio. Na sequência da disputa, alegadamente originada por problemas familiares, o filho apertou o pescoço ao pai até este desmaiar e depois esfaqueou-o na zona do pescoço provocando uma enorme hemorragia. O agressor ligou para a PSP e pediu ajuda, o ferido foi levado para o hospital onde morreu após ter recebido os primeiros socorros. Durante a audiência de julgamento, o psicólogo responsável pela avaliação do estado mental do arguido afirmou que Wong pode assumir as responsabilidades pelo que tinha feito, mas pertence a uma área de grau baixo, dado que, durante o assassinato, estava num estado de perturbação grave. O perito concluiu que mesmo que tivesse capacidade para saber que estava a cometer um erro, a capacidade analítica ficou bastante reduzida devido a alucinações que sofreu durante o episódio. O juiz declarou durante a leitura de sentença que, devido à confirmação de que o arguido sofre de doença mental, a pena seria reduzida para um terço da anunciada anteriormente, ou seja, para um pena de prisão com cinco anos e seis meses.
Crime | Homem detido devido a burla no valor de 200 mil renminbi Inam Ng - 21 Dez 2019 Depois da promessa de um retorno de investimento avultado, na ordem dos 20 por cento, um comerciante chinês apercebeu-se, tarde demais, que havia sido burlado em 200 mil renminbi. O esquema levou à detenção de um dos suspeitos, enquanto o cúmplice ainda é procurado pelas autoridades. Num outro caso, dois amigos foram também burlados no valor de 1 milhão [dropcap]Q[/dropcap]uando o negócio parece bom demais para ser verdade, a grande probabilidade é que não seja mesmo verdade. Esta máxima escapou à percepção de um comerciante chinês de 30 anos interessado em investir no sector do jogo cerca de 200 mil RMB. A quantia em que viria a ser burlado, depois de acreditar num investimento incerto que daria o incrível retorno de 20 por cento ao dia. De acordo com as autoridades policiais, citadas pelo jornal Exmoo, em Novembro a vítima terá conhecido Gao, também comerciante, que teria contacto com um indivíduo envolvido na prática de troca de dinheiro nos casinos de Macau. Depois de uma reunião de negócios, os comerciantes decidiram investir, uma resolução que haveria de os levar a atravessar a fronteira para Macau, acompanhados pelo indivíduo facilitador do negócio, com o intuito de abrir uma conta bancária. Nesse dia, a vítima levantou 200 mil RMB num terminal de ATM instalado numa loja de venda de telemóveis no NAPE, que o suspeito que se encontra a monte depositou numa conta de uma sala VIP de jogo, referindo que o ajudaria a aplicar o dinheiro. Passados dois dias, e sem ouvir palavra dos dois homens que o haviam acompanhado a Macau, a vítima contactou as autoridades. Nessa altura, já o dinheiro havia desaparecido, assim como o suspeito que alegadamente fez a transferência. Citada pela mesma fonte, a Polícia Judiciária revela que o dono da conta VIP, disse que o montante em causa foi transferido para os suspeitos. O promotor de jogo tornou-se testemunha da investigação, e o comerciante de apelido Gao foi acusado de crime de burla em valor elevado e transferido para o Ministério Público. De acordo com a lei, se o prejuízo patrimonial resultante da burla for de valor elevado, o agente é punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias. Marcha de um milhão Um residente foi transferido para o Ministério Público por suspeita de ter cometido crime de burla em valor elevado, um milhão de RMB, que terá vitimado dois indivíduos oriundos do Continente, segundo notícia avançada pelo canal chinês da Rádio Macau. De acordo com Polícia Judiciária, o suspeito foi detido no dia 14 de Dezembro num casino, e o dinheiro em causa já foi gasto no jogo, apesar de o suspeito e as duas vítimas manterem uma amizade com mais de uma década. Segundo as autoridades, o suspeito, que passou a ter residência não permanente depois de casar com uma residente local, contou aos seus amigos que investia no sector do jogo. Uma história que se repete, sempre com o mesmo resultado. Desta vez, o valor da burla chegou à avultada soma de 1 milhão de RMB. Na sequência da investigação, a PJ apurou que o suspeito tinha sido proibido de sair do Continente devido a problemas com a justiça, mas que haveria entrado em Macau ilegalmente.
Crime | Homem detido devido a burla no valor de 200 mil renminbi Inam Ng - 21 Dez 2019 Depois da promessa de um retorno de investimento avultado, na ordem dos 20 por cento, um comerciante chinês apercebeu-se, tarde demais, que havia sido burlado em 200 mil renminbi. O esquema levou à detenção de um dos suspeitos, enquanto o cúmplice ainda é procurado pelas autoridades. Num outro caso, dois amigos foram também burlados no valor de 1 milhão [dropcap]Q[/dropcap]uando o negócio parece bom demais para ser verdade, a grande probabilidade é que não seja mesmo verdade. Esta máxima escapou à percepção de um comerciante chinês de 30 anos interessado em investir no sector do jogo cerca de 200 mil RMB. A quantia em que viria a ser burlado, depois de acreditar num investimento incerto que daria o incrível retorno de 20 por cento ao dia. De acordo com as autoridades policiais, citadas pelo jornal Exmoo, em Novembro a vítima terá conhecido Gao, também comerciante, que teria contacto com um indivíduo envolvido na prática de troca de dinheiro nos casinos de Macau. Depois de uma reunião de negócios, os comerciantes decidiram investir, uma resolução que haveria de os levar a atravessar a fronteira para Macau, acompanhados pelo indivíduo facilitador do negócio, com o intuito de abrir uma conta bancária. Nesse dia, a vítima levantou 200 mil RMB num terminal de ATM instalado numa loja de venda de telemóveis no NAPE, que o suspeito que se encontra a monte depositou numa conta de uma sala VIP de jogo, referindo que o ajudaria a aplicar o dinheiro. Passados dois dias, e sem ouvir palavra dos dois homens que o haviam acompanhado a Macau, a vítima contactou as autoridades. Nessa altura, já o dinheiro havia desaparecido, assim como o suspeito que alegadamente fez a transferência. Citada pela mesma fonte, a Polícia Judiciária revela que o dono da conta VIP, disse que o montante em causa foi transferido para os suspeitos. O promotor de jogo tornou-se testemunha da investigação, e o comerciante de apelido Gao foi acusado de crime de burla em valor elevado e transferido para o Ministério Público. De acordo com a lei, se o prejuízo patrimonial resultante da burla for de valor elevado, o agente é punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias. Marcha de um milhão Um residente foi transferido para o Ministério Público por suspeita de ter cometido crime de burla em valor elevado, um milhão de RMB, que terá vitimado dois indivíduos oriundos do Continente, segundo notícia avançada pelo canal chinês da Rádio Macau. De acordo com Polícia Judiciária, o suspeito foi detido no dia 14 de Dezembro num casino, e o dinheiro em causa já foi gasto no jogo, apesar de o suspeito e as duas vítimas manterem uma amizade com mais de uma década. Segundo as autoridades, o suspeito, que passou a ter residência não permanente depois de casar com uma residente local, contou aos seus amigos que investia no sector do jogo. Uma história que se repete, sempre com o mesmo resultado. Desta vez, o valor da burla chegou à avultada soma de 1 milhão de RMB. Na sequência da investigação, a PJ apurou que o suspeito tinha sido proibido de sair do Continente devido a problemas com a justiça, mas que haveria entrado em Macau ilegalmente.
RAEM, 20 anos | Indicações de Xi Jinping recolhem ecos em Macau Hoje Macau - 21 Dez 2019 [dropcap]O[/dropcap]s quatro pontos apresentados durante o discurso proferido pelo Presidente chinês Xi Jinping, por ocasião do segundo dia de celebrações do 20.º Aniversário do estabelecimento da RAEM, sobre a situação actual de Macau, recolheram ontem reacções de algumas figuras da região. Questionado sobre as quatro “esperanças” suscitadas pelo Presidente Xi, o deputado Wu Chou Kit considerou, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau, que as palavras do Presidente são inspirações importantes para o futuro da região e que merecem de ser estudadas profundamente. Já Angela Leong, deputada à Assembleia legislativa disse à mesma fonte, que considera que os tópicos são um encorajamento muito grande, no sentido em que indicam o futuro do desenvolvimento de Macau. Pegando nas palavras de Xi Jinping, a deputada Ella Lei aponta que Macau precisa de melhorar a administração pública para continuar o desenvolvimento económico local e manter a harmonia social, esperando também que o novo Governo seja capaz de diversificar a economia e as fontes de rendimento da região. Pansy Ho também reagiu. Em declarações à Rádio Macau, a directora executiva da Shun Tak Holdings disse apenas que espera que o novo Governo dê instruções claras para o sector.
RAEM, 20 anos | Indicações de Xi Jinping recolhem ecos em Macau Hoje Macau - 21 Dez 2019 [dropcap]O[/dropcap]s quatro pontos apresentados durante o discurso proferido pelo Presidente chinês Xi Jinping, por ocasião do segundo dia de celebrações do 20.º Aniversário do estabelecimento da RAEM, sobre a situação actual de Macau, recolheram ontem reacções de algumas figuras da região. Questionado sobre as quatro “esperanças” suscitadas pelo Presidente Xi, o deputado Wu Chou Kit considerou, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau, que as palavras do Presidente são inspirações importantes para o futuro da região e que merecem de ser estudadas profundamente. Já Angela Leong, deputada à Assembleia legislativa disse à mesma fonte, que considera que os tópicos são um encorajamento muito grande, no sentido em que indicam o futuro do desenvolvimento de Macau. Pegando nas palavras de Xi Jinping, a deputada Ella Lei aponta que Macau precisa de melhorar a administração pública para continuar o desenvolvimento económico local e manter a harmonia social, esperando também que o novo Governo seja capaz de diversificar a economia e as fontes de rendimento da região. Pansy Ho também reagiu. Em declarações à Rádio Macau, a directora executiva da Shun Tak Holdings disse apenas que espera que o novo Governo dê instruções claras para o sector.
Novo Governo | Ho Iat Seng aposta na diversificação económica e nas orientações de Xi Pedro Arede - 21 Dez 2019 Sem prendas de Xi Jinping, o novo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng defendeu que a aposta na diversificação económica e orientações do Presidente chinês serão os pilares do sucesso de Macau nos próximos anos. Sobre a interdição de entrada de jornalistas na região, o novo Chefe do Executivo afirmou que se trata de um assunto de polícia [dropcap]D[/dropcap]epois do quinto Governo de Macau, liderado por Ho Iat Seng, ter tomado ontem posse perante o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, o novo Chefe do Executivo defendeu, por ocasião da cerimónia de comemoração do 20.º aniversário da RAEM que teve lugar na Torre de Macau, que a prioridade de Macau passa agora pela diversificação económica e por seguir as orientações deixadas pelo Presidente chinês. “Eu e o novo Governo da RAEM iremos implementar seriamente as orientações e as exigências transmitidas pelo Presidente Xi e empenhar esforços na implementação bem-sucedida, estável e duradoura do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ com caraterísticas de Macau”, afirmou. Mas as quatro expectativas apontados por Xi JinPing não foram as únicas orientações deixadas pelo Presidente chinês. No discurso proferido na recepção ao novo Governo, Ho Iat Seng sublinhou que “o Presidente Xi destacou, ainda, que após o retorno de Hong Kong e Macau à Pátria, os assuntos das duas Regiões Administrativas Especiais são totalmente assuntos internos da China, não precisando de nenhuma força externa a apontar o dedo e nos julgar, e que jamais toleramos a ingerência nos assuntos das Regiões Administrativas Especiais”, concluiu. Em jeito de balanço dos últimos 20 anos, o novo Chefe do Executivo enalteceu ainda a capacidade que a região teve de se renovar em tão curto espaço de tempo. “O tempo passa a correr e a Região Administrativa Especial de Macau completa hoje [ontem] os seus invulgares vinte anos, marcados por um rápido desenvolvimento económico, uma melhoria constante da qualidade de vida da população e uma consolidação da harmonia e da estabilidade sociais. À margem da cerimónia e nas primeiras declarações aos jornalistas na qualidade de Chefe do Executivo, Ho Iat Seng confirmou também a inexistência de prendas anunciadas pelo Presidente, em concreto sobre a criação de uma bolsa de valores e a transformação de Macau num centro financeiro. ”Ainda não estamos bem preparados a nível legal e sem ter essa base legal não podemos levar a cabo essa operação”, reconheceu. Assunto de polícia À margem da cerimónia, o novo líder do Governo de Macau escusou-se comentar a recusa de entrada no território a alguns jornalistas já acreditados para cobrir o 20.º aniversário da RAEM, referindo apenas que a proibição de entrada de jornalistas e activistas é uma matéria que compete às autoridades policiais. “É a própria polícia e as autoridades policiais que têm que fiscalizar e avaliar. Temos de respeitar as autoridades policiais. Nós só temos de saber o que está a acontecer a nível interno e de fazer tudo para impedir que as forças externas entrem”, afirmou Ho Iat Seng. Questionado ontem sobre o mesmo assunto, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, prometeu uma análise “caso a caso”, sublinhando, sem pormenores, que as autoridades têm “o direito e o dever de manter a segurança de Macau”. Recorde-se que o apertado controlo das fronteiras de Macau realizado pelas autoridades locais e também pelas forças chinesas na ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau resultou em detenções e recusas de entrada no território nos últimos dias de ativistas pró-democracia e a jornalistas. Com Lusa
Novo Governo | Ho Iat Seng aposta na diversificação económica e nas orientações de Xi Pedro Arede - 21 Dez 2019 Sem prendas de Xi Jinping, o novo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng defendeu que a aposta na diversificação económica e orientações do Presidente chinês serão os pilares do sucesso de Macau nos próximos anos. Sobre a interdição de entrada de jornalistas na região, o novo Chefe do Executivo afirmou que se trata de um assunto de polícia [dropcap]D[/dropcap]epois do quinto Governo de Macau, liderado por Ho Iat Seng, ter tomado ontem posse perante o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, o novo Chefe do Executivo defendeu, por ocasião da cerimónia de comemoração do 20.º aniversário da RAEM que teve lugar na Torre de Macau, que a prioridade de Macau passa agora pela diversificação económica e por seguir as orientações deixadas pelo Presidente chinês. “Eu e o novo Governo da RAEM iremos implementar seriamente as orientações e as exigências transmitidas pelo Presidente Xi e empenhar esforços na implementação bem-sucedida, estável e duradoura do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ com caraterísticas de Macau”, afirmou. Mas as quatro expectativas apontados por Xi JinPing não foram as únicas orientações deixadas pelo Presidente chinês. No discurso proferido na recepção ao novo Governo, Ho Iat Seng sublinhou que “o Presidente Xi destacou, ainda, que após o retorno de Hong Kong e Macau à Pátria, os assuntos das duas Regiões Administrativas Especiais são totalmente assuntos internos da China, não precisando de nenhuma força externa a apontar o dedo e nos julgar, e que jamais toleramos a ingerência nos assuntos das Regiões Administrativas Especiais”, concluiu. Em jeito de balanço dos últimos 20 anos, o novo Chefe do Executivo enalteceu ainda a capacidade que a região teve de se renovar em tão curto espaço de tempo. “O tempo passa a correr e a Região Administrativa Especial de Macau completa hoje [ontem] os seus invulgares vinte anos, marcados por um rápido desenvolvimento económico, uma melhoria constante da qualidade de vida da população e uma consolidação da harmonia e da estabilidade sociais. À margem da cerimónia e nas primeiras declarações aos jornalistas na qualidade de Chefe do Executivo, Ho Iat Seng confirmou também a inexistência de prendas anunciadas pelo Presidente, em concreto sobre a criação de uma bolsa de valores e a transformação de Macau num centro financeiro. ”Ainda não estamos bem preparados a nível legal e sem ter essa base legal não podemos levar a cabo essa operação”, reconheceu. Assunto de polícia À margem da cerimónia, o novo líder do Governo de Macau escusou-se comentar a recusa de entrada no território a alguns jornalistas já acreditados para cobrir o 20.º aniversário da RAEM, referindo apenas que a proibição de entrada de jornalistas e activistas é uma matéria que compete às autoridades policiais. “É a própria polícia e as autoridades policiais que têm que fiscalizar e avaliar. Temos de respeitar as autoridades policiais. Nós só temos de saber o que está a acontecer a nível interno e de fazer tudo para impedir que as forças externas entrem”, afirmou Ho Iat Seng. Questionado ontem sobre o mesmo assunto, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, prometeu uma análise “caso a caso”, sublinhando, sem pormenores, que as autoridades têm “o direito e o dever de manter a segurança de Macau”. Recorde-se que o apertado controlo das fronteiras de Macau realizado pelas autoridades locais e também pelas forças chinesas na ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau resultou em detenções e recusas de entrada no território nos últimos dias de ativistas pró-democracia e a jornalistas. Com Lusa
Governo | Ho Iat Seng cria novo gabinete liderado por Sónia Chan Andreia Sofia Silva - 21 Dez 2019 Sónia Chan, ex-secretária para a Administração e Justiça, vai liderar o novo Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos, uma das primeiras medidas de Ho Iat Seng na qualidade de Chefe do Executivo. Trata-se de um organismo com a responsabilidade de gestão das empresas de capitais públicos e de fundos autónomos [dropcap]A[/dropcap] ex-secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, deixa um cargo que ocupou durante o último mandato de Chui Sai On para supervisionar um novo organismo público que visa fazer a gestão de algo que tem gerado muitas polémicas à Administração: as empresas de capitais públicos. Foi ontem publicado em Boletim Oficial (BO), numa edição extraordinária devido às nomeações para o novo Governo, o despacho que dá conta da criação do Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos, que terá “natureza de equipa de projecto” e que vai “funcionar na directa dependência e sob orientação do Chefe do Executivo”. O mesmo despacho, já assinado por Ho Iat Seng, dá conta que o novo Gabinete “tem por objectivos rever o regime de supervisão e gestão dos activos públicos da RAEM, bem como promover os trabalhos legislativos e acompanhar as medidas de aperfeiçoamento”. A gestão dos activos públicos passa por “analisar e estudar o modo de funcionamento e gestão de empresas cuja participação financeira é detida, directa ou indirectamente, pela RAEM ou por outras pessoas colectivas de direito público (adiante designado por empresas de capitais públicos) e de fundos que possuem autonomia administrativa e financeira (adiante designado por fundos autónomos), bem como submeter opiniões ou sugestões ao Chefe do Executivo”. Sónia Chan, que irá desempenhar este cargo por um período de dois anos, terá também como funções “estudar o aperfeiçoamento do regime global de gestão dos activos, nomeadamente bens imóveis, que a RAEM ou outras pessoas colectivas de direito público possuem”. A ex-secretária é também encarregue de “constituir um sistema de supervisão e gestão centralizado e unificado dos activos públicos”. De notar que, de fora desta gestão fica o Fundo de Pensões e o Fundo de Segurança Social. Lio Chi On será o coordenador-adjunto deste gabinete, que tem uma duração de três anos, renovável. Das falências A necessidade de maior regulamentação das empresas de capitais públicos tem sido um pedido frequente dos deputados da Assembleia Legislativa. Um dos casos mais polémicos deu-se com a situação financeira da Tai Lei Loi – Sociedade de Fomento Predial, que declarou falência em 2016 depois de o Governo ter injectado, em 1995, 417,12 milhões de patacas para a constituição da empresa. A Tai Loi Lei acumulou prejuízos na ordem dos 360 milhões de patacas até declarar falência “desconhecendo-se o montante do capital que o Governo conseguiu recuperar desse investimento”. Antes de assumir o cargo de secretária, em 2014, Sónia Chan desempenhava funções como coordenadora do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais. Licenciada em Direito pela Universidade de Zhongshan e mestre em Direito Penal pela Universidade Popular da China, Sónia Chan entrou para a Função Pública em 1993. Lio Chi On foi assessor do gabinete de Sónia Chan entre 2014 e 2019. Desde 2015 que é membro do conselho consultivo do Fundo de Pensões e do conselho para a Renovação Urbana.
Governo | Ho Iat Seng cria novo gabinete liderado por Sónia Chan Andreia Sofia Silva - 21 Dez 2019 Sónia Chan, ex-secretária para a Administração e Justiça, vai liderar o novo Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos, uma das primeiras medidas de Ho Iat Seng na qualidade de Chefe do Executivo. Trata-se de um organismo com a responsabilidade de gestão das empresas de capitais públicos e de fundos autónomos [dropcap]A[/dropcap] ex-secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, deixa um cargo que ocupou durante o último mandato de Chui Sai On para supervisionar um novo organismo público que visa fazer a gestão de algo que tem gerado muitas polémicas à Administração: as empresas de capitais públicos. Foi ontem publicado em Boletim Oficial (BO), numa edição extraordinária devido às nomeações para o novo Governo, o despacho que dá conta da criação do Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos, que terá “natureza de equipa de projecto” e que vai “funcionar na directa dependência e sob orientação do Chefe do Executivo”. O mesmo despacho, já assinado por Ho Iat Seng, dá conta que o novo Gabinete “tem por objectivos rever o regime de supervisão e gestão dos activos públicos da RAEM, bem como promover os trabalhos legislativos e acompanhar as medidas de aperfeiçoamento”. A gestão dos activos públicos passa por “analisar e estudar o modo de funcionamento e gestão de empresas cuja participação financeira é detida, directa ou indirectamente, pela RAEM ou por outras pessoas colectivas de direito público (adiante designado por empresas de capitais públicos) e de fundos que possuem autonomia administrativa e financeira (adiante designado por fundos autónomos), bem como submeter opiniões ou sugestões ao Chefe do Executivo”. Sónia Chan, que irá desempenhar este cargo por um período de dois anos, terá também como funções “estudar o aperfeiçoamento do regime global de gestão dos activos, nomeadamente bens imóveis, que a RAEM ou outras pessoas colectivas de direito público possuem”. A ex-secretária é também encarregue de “constituir um sistema de supervisão e gestão centralizado e unificado dos activos públicos”. De notar que, de fora desta gestão fica o Fundo de Pensões e o Fundo de Segurança Social. Lio Chi On será o coordenador-adjunto deste gabinete, que tem uma duração de três anos, renovável. Das falências A necessidade de maior regulamentação das empresas de capitais públicos tem sido um pedido frequente dos deputados da Assembleia Legislativa. Um dos casos mais polémicos deu-se com a situação financeira da Tai Lei Loi – Sociedade de Fomento Predial, que declarou falência em 2016 depois de o Governo ter injectado, em 1995, 417,12 milhões de patacas para a constituição da empresa. A Tai Loi Lei acumulou prejuízos na ordem dos 360 milhões de patacas até declarar falência “desconhecendo-se o montante do capital que o Governo conseguiu recuperar desse investimento”. Antes de assumir o cargo de secretária, em 2014, Sónia Chan desempenhava funções como coordenadora do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais. Licenciada em Direito pela Universidade de Zhongshan e mestre em Direito Penal pela Universidade Popular da China, Sónia Chan entrou para a Função Pública em 1993. Lio Chi On foi assessor do gabinete de Sónia Chan entre 2014 e 2019. Desde 2015 que é membro do conselho consultivo do Fundo de Pensões e do conselho para a Renovação Urbana.
RAEs | Xi Jinping avisa que Hong Kong e Macau são assuntos internos João Santos Filipe - 21 Dez 2019 [dropcap]A[/dropcap]lém de atribuir as quatro grandes tarefas para Macau, o Presidente Xi Jinping deixou o aviso de que mesmo em tempos de paz é preciso estarmos preparados para o “perigo” e que Hong Kong e Macau são assuntos “totalmente internos”. O último aviso foi uma das passagens mais aplaudidas pelas cerca de 1.100 pessoas presentes na Nave Desportiva. “É fundamental que o novo Governo e toda a sociedade da RAEM pensem em grande, tenham um visão a longo prazo, e estejam preparados para o perigo, mesmo em tempo de paz”, sublinhou Xi. Já em relação à RAEHK, a Chefe do Executivo, Carrie Lam, ouviu Xi alertar que não vão ser toleradas influências externas. “Queria destacar aqui que após o retorno à Pátria de Hong Kong e Macau que os assuntos das duas Regiões Administrativas Especiais são totalmente domésticos”, vincou. “Não precisamos de nenhuma força externa a apontar o dedo e a julgar-nos. É firme como uma rocha a determinação do Governo e do povo chinês na defesa da soberania, segurança e dos interesses de desenvolvimento do país. Jamais vamos tolerar qualquer ingerência nos assuntos de Hong Kong e Macau”, acrescentou.
RAEs | Xi Jinping avisa que Hong Kong e Macau são assuntos internos João Santos Filipe - 21 Dez 2019 [dropcap]A[/dropcap]lém de atribuir as quatro grandes tarefas para Macau, o Presidente Xi Jinping deixou o aviso de que mesmo em tempos de paz é preciso estarmos preparados para o “perigo” e que Hong Kong e Macau são assuntos “totalmente internos”. O último aviso foi uma das passagens mais aplaudidas pelas cerca de 1.100 pessoas presentes na Nave Desportiva. “É fundamental que o novo Governo e toda a sociedade da RAEM pensem em grande, tenham um visão a longo prazo, e estejam preparados para o perigo, mesmo em tempo de paz”, sublinhou Xi. Já em relação à RAEHK, a Chefe do Executivo, Carrie Lam, ouviu Xi alertar que não vão ser toleradas influências externas. “Queria destacar aqui que após o retorno à Pátria de Hong Kong e Macau que os assuntos das duas Regiões Administrativas Especiais são totalmente domésticos”, vincou. “Não precisamos de nenhuma força externa a apontar o dedo e a julgar-nos. É firme como uma rocha a determinação do Governo e do povo chinês na defesa da soberania, segurança e dos interesses de desenvolvimento do país. Jamais vamos tolerar qualquer ingerência nos assuntos de Hong Kong e Macau”, acrescentou.
Tomada de posse | Ho Iat Seng apontou à necessidade de proceder à reforma administrativa João Santos Filipe - 21 Dez 2019 [dropcap]O[/dropcap] aprofundamento do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, a reforma administrativa, a diversificação económica e as questões da habitação e dos transportes foram os assuntos focados por Ho Iat Seng, ontem, no discurso de tomada de posse como Chefe do Executivo. “Continuaremos a aprofundar a implementação do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ com características de Macau. Iremos acelerar o processo da reforma da Administração Pública, consolidar uma ordem constitucional que tenha como bases fundamentais a Constituição e a Lei Básica, e promover a construção de um sistema e uma capacidade da governação”, começou por apontar o Chefe do Executivo. Ho Iat Seng afirmou que as medidas que tomar vão seguir o lema “Sinergias e Avanço, Mudanças e Inovação”, que escolheu para o V Governo da RAEM. De seguida, focou a economia, área em que disse ir verificar-se uma diversificação assente na criação e no crescimento das indústrias de convenções e exposições, na medicina tradicional chinesa, indústrias culturais e criativas e ainda de alta tecnologia. Ainda nesta vertente, o caminho deverá passar por uma maior cooperação com Zhuhai, para o desenvolvimento da Ilha da Montanha. Mais saúde Após focar a componente política e económica, Ho Iat Seng deixou promessas para a população e apontou para os transportes e a habitação. “Iremos acelerar o planeamento urbano e a construção de habitações públicas, melhorar o trânsito, reforçar a protecção ambiental e impulsionar o desenvolvimento da renovação urbana e cidade inteligente”, indicou. No mesmo discurso, o Chefe do Executivo comprometeu-se a continuar a investir nas áreas que mais afectam a população: “Investiremos eficazmente os recursos nas diversas áreas, designadamente na saúde, educação, assistência social e benefícios sociais”, sublinhou. A posição de Macau como ponto de ligação Ocidente e, em especial, com os Países de Língua Portuguesa também não foi esquecida nem minimizada. “Macau possui vantagens únicas enquanto ponte de ligação caracterizada pelo multiculturalismo entre o Oriente e o Ocidente e entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, destacou. A concluir, Ho destacou os projectos nacionais, como ‘Uma Faixa, Uma Rota’, a Grande Baía e antecipou que com o apoio do Interior do Continente o futuro de Macau será “promissor”.
Tomada de posse | Ho Iat Seng apontou à necessidade de proceder à reforma administrativa João Santos Filipe - 21 Dez 2019 [dropcap]O[/dropcap] aprofundamento do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, a reforma administrativa, a diversificação económica e as questões da habitação e dos transportes foram os assuntos focados por Ho Iat Seng, ontem, no discurso de tomada de posse como Chefe do Executivo. “Continuaremos a aprofundar a implementação do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ com características de Macau. Iremos acelerar o processo da reforma da Administração Pública, consolidar uma ordem constitucional que tenha como bases fundamentais a Constituição e a Lei Básica, e promover a construção de um sistema e uma capacidade da governação”, começou por apontar o Chefe do Executivo. Ho Iat Seng afirmou que as medidas que tomar vão seguir o lema “Sinergias e Avanço, Mudanças e Inovação”, que escolheu para o V Governo da RAEM. De seguida, focou a economia, área em que disse ir verificar-se uma diversificação assente na criação e no crescimento das indústrias de convenções e exposições, na medicina tradicional chinesa, indústrias culturais e criativas e ainda de alta tecnologia. Ainda nesta vertente, o caminho deverá passar por uma maior cooperação com Zhuhai, para o desenvolvimento da Ilha da Montanha. Mais saúde Após focar a componente política e económica, Ho Iat Seng deixou promessas para a população e apontou para os transportes e a habitação. “Iremos acelerar o planeamento urbano e a construção de habitações públicas, melhorar o trânsito, reforçar a protecção ambiental e impulsionar o desenvolvimento da renovação urbana e cidade inteligente”, indicou. No mesmo discurso, o Chefe do Executivo comprometeu-se a continuar a investir nas áreas que mais afectam a população: “Investiremos eficazmente os recursos nas diversas áreas, designadamente na saúde, educação, assistência social e benefícios sociais”, sublinhou. A posição de Macau como ponto de ligação Ocidente e, em especial, com os Países de Língua Portuguesa também não foi esquecida nem minimizada. “Macau possui vantagens únicas enquanto ponte de ligação caracterizada pelo multiculturalismo entre o Oriente e o Ocidente e entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, destacou. A concluir, Ho destacou os projectos nacionais, como ‘Uma Faixa, Uma Rota’, a Grande Baía e antecipou que com o apoio do Interior do Continente o futuro de Macau será “promissor”.
Visita | Xi Jinping foi embora, mas deixou quatro tarefas para o Governo da RAEM João Santos Filipe - 21 Dez 201923 Dez 2019 A tomada de posse de Ho Iat Seng decorreu ontem e o Chefe do Executivo tem quatro tarefas pela frente: melhoria da governação, desenvolvimento sustentável da economia, aumento do nível de vida da população e consolidação da harmonia e estabilidade social [dropcap]N[/dropcap]a tomada de posse de Ho Iat Seng como Chefe do Executivo, que decorreu ontem de manhã na Nave Desportiva, o novo líder da RAEM recebeu trabalho de casa do Presidente Xi Jinping. Durante um discurso de meia hora, e muito virado para os sucessos do sistema ‘Um País, Dois sistemas’ num aparente, mas nunca mencionado, contraste com Hong Kong, Xi admitir ter quatro expectativas para o futuro de Macau. A melhoria da governação, o desenvolvimento sustentável da economia, a aumento do nível de vida da população e a consolidação da harmonia e estabilidade social foram as tarefas deixadas para o novo Executivo de Ho Iat Seng. Em relação à governação da RAEM pelo Executivo local, Xi Jinping afirmou que novos tempos trazem “novas exigências” e que é necessário haver uma adaptação que se reflecte em “fazer reformas institucionais como a da administração pública”, que momentos antes tinha sido prometida por Ho Iat Seng. “O objectivo é aumentar a eficiência, a capacidade governativa e promover a modernização do sistema e capacidade de governação”, explicou Xi Jinping. O líder chinês apelou também à utilização das novas tecnologias a favor das decisões políticas porque permitem “apresentar decisões melhores do governo”, ao mesmo tempo que permitem uma governação social mais precisa. A segunda tarefa para o novo Chefe do Executivo passa por continuar com o trabalho de desenvolver a economia local e promover um crescimento saudável, com especial destaque para a Ilha da Montanha. “No momento, [compatriotas e amigos] podem focar-se na exploração da Ilha de Hengqin mediante a cooperação com Zhuhai, visando abrir espaço e injectar um novo vigor de desenvolvimento de longo prazo para Macau”, indicou. Antes da viagem de Xi havia a expectativa de anúncios na área económica, como a criação de um bolsa de valores ou a cedência de terrenos em Hengqin. Porém, estes não foram anunciados no discurso do Presidente, que apontou os projectos nacionais “Uma Faixa, Uma Rota” e a “Grande Baía Guagdong-Hong Kong-Macau” como os caminhos mais desejados. A força da união Depois de ter dado posse a Ho Iat Seng, Xi recordou aos governantes locais a necessidade de partilhar os recursos gerados pelo crescimento económico. “Há que continuar a ter como objectivo do desenvolvimento a melhoria da vida dos cidadãos”, recordou o Presidente chinês. Xi foi mais longe e pediu ao novo Executivo que responda às preocupações causadas pelo crescimento dos últimos 20 anos e às classes mais desfavorecidas. “Há que responder às preocupações dos cidadãos, tais como as da habitação, serviços médicos e cuidados aos idosos”, sublinhou. “Há que dar mais atenção e ajuda aos grupos vulneráveis. Há que continuar os esforços por um sistema educacional de qualidade, para oferecer melhores condições para o crescimento dos jovens e a formação de talentos”, acrescentou. Através da acção de governar para a população e de promoção do valor essencial do “amor pela Pátria e por Macau”, Xi Jinping deixou o desejo de que todos remem na mesma direcção. Por isso, frisou a necessidade de se continuar trabalhar para a “inclusão social” e na consolidação da “harmonia e estabilidade social”. “Há que defender e persistir nos valores chaves de amor à Pátria e a Macau, porque só assim podemos mobilizar todos os membros da sociedade para contribuir para o desenvolvimento de Macau”, apontou. Este é um trabalho que o Presidente espera que seja feito com recurso a associações locais e de maneira adequada para responder “às contradições sociais” e fazer com que “todos defendam conjuntamente a estabilidade e harmonia social”. No aspecto da sociedade, Xi não escondeu o papel de Macau “como ponto de encontro da cultura chinesa com as ocidentais”, por isso diz que compete às entidades locais promoverem o “intercâmbio cultural e a aprendizagem mútua”, entre as civilizações.
Visita | Xi Jinping foi embora, mas deixou quatro tarefas para o Governo da RAEM João Santos Filipe - 21 Dez 2019 A tomada de posse de Ho Iat Seng decorreu ontem e o Chefe do Executivo tem quatro tarefas pela frente: melhoria da governação, desenvolvimento sustentável da economia, aumento do nível de vida da população e consolidação da harmonia e estabilidade social [dropcap]N[/dropcap]a tomada de posse de Ho Iat Seng como Chefe do Executivo, que decorreu ontem de manhã na Nave Desportiva, o novo líder da RAEM recebeu trabalho de casa do Presidente Xi Jinping. Durante um discurso de meia hora, e muito virado para os sucessos do sistema ‘Um País, Dois sistemas’ num aparente, mas nunca mencionado, contraste com Hong Kong, Xi admitir ter quatro expectativas para o futuro de Macau. A melhoria da governação, o desenvolvimento sustentável da economia, a aumento do nível de vida da população e a consolidação da harmonia e estabilidade social foram as tarefas deixadas para o novo Executivo de Ho Iat Seng. Em relação à governação da RAEM pelo Executivo local, Xi Jinping afirmou que novos tempos trazem “novas exigências” e que é necessário haver uma adaptação que se reflecte em “fazer reformas institucionais como a da administração pública”, que momentos antes tinha sido prometida por Ho Iat Seng. “O objectivo é aumentar a eficiência, a capacidade governativa e promover a modernização do sistema e capacidade de governação”, explicou Xi Jinping. O líder chinês apelou também à utilização das novas tecnologias a favor das decisões políticas porque permitem “apresentar decisões melhores do governo”, ao mesmo tempo que permitem uma governação social mais precisa. A segunda tarefa para o novo Chefe do Executivo passa por continuar com o trabalho de desenvolver a economia local e promover um crescimento saudável, com especial destaque para a Ilha da Montanha. “No momento, [compatriotas e amigos] podem focar-se na exploração da Ilha de Hengqin mediante a cooperação com Zhuhai, visando abrir espaço e injectar um novo vigor de desenvolvimento de longo prazo para Macau”, indicou. Antes da viagem de Xi havia a expectativa de anúncios na área económica, como a criação de um bolsa de valores ou a cedência de terrenos em Hengqin. Porém, estes não foram anunciados no discurso do Presidente, que apontou os projectos nacionais “Uma Faixa, Uma Rota” e a “Grande Baía Guagdong-Hong Kong-Macau” como os caminhos mais desejados. A força da união Depois de ter dado posse a Ho Iat Seng, Xi recordou aos governantes locais a necessidade de partilhar os recursos gerados pelo crescimento económico. “Há que continuar a ter como objectivo do desenvolvimento a melhoria da vida dos cidadãos”, recordou o Presidente chinês. Xi foi mais longe e pediu ao novo Executivo que responda às preocupações causadas pelo crescimento dos últimos 20 anos e às classes mais desfavorecidas. “Há que responder às preocupações dos cidadãos, tais como as da habitação, serviços médicos e cuidados aos idosos”, sublinhou. “Há que dar mais atenção e ajuda aos grupos vulneráveis. Há que continuar os esforços por um sistema educacional de qualidade, para oferecer melhores condições para o crescimento dos jovens e a formação de talentos”, acrescentou. Através da acção de governar para a população e de promoção do valor essencial do “amor pela Pátria e por Macau”, Xi Jinping deixou o desejo de que todos remem na mesma direcção. Por isso, frisou a necessidade de se continuar trabalhar para a “inclusão social” e na consolidação da “harmonia e estabilidade social”. “Há que defender e persistir nos valores chaves de amor à Pátria e a Macau, porque só assim podemos mobilizar todos os membros da sociedade para contribuir para o desenvolvimento de Macau”, apontou. Este é um trabalho que o Presidente espera que seja feito com recurso a associações locais e de maneira adequada para responder “às contradições sociais” e fazer com que “todos defendam conjuntamente a estabilidade e harmonia social”. No aspecto da sociedade, Xi não escondeu o papel de Macau “como ponto de encontro da cultura chinesa com as ocidentais”, por isso diz que compete às entidades locais promoverem o “intercâmbio cultural e a aprendizagem mútua”, entre as civilizações.
Governo liderado por Ho Iat Seng tomou posse perante Xi Jinping Hoje Macau - 20 Dez 2019 [dropcap]O[/dropcap] novo Governo de Macau, liderado por Ho Iat Seng, tomou hoje posse perante o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping. Trata-se do quinto Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), que celebra hoje o seu 20.º aniversário, depois de em 20 de Dezembro DE 1999 o território ter voltado à tutela da China, após mais de 400 anos de administração portuguesa. Depois de Ho Iat Seng prestar juramento perante Xi Jinping, pouco depois das 10:00, foi a vez da tomada de posse dos secretários que integram o novo Executivo. Do Governo anterior, do chefe do Executivo que hoje terminou funções, Fernando Chui Sai On, continuam nas mesmas pastas, Wong Sio Chak, como secretário para a Segurança, e Raimundo Arrais do Rosário, como secretário para os Transportes e Obras Públicas. Como secretário para a Administração e Justiça tomou posse André Cheong Weng Chon, que transita do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), para secretário para a Economia e Finanças foi escolhido Lei Wai Nong, ex-vice-presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (antigo Leal Senado), enquanto Ao Ieong U, que exercia as funções de diretora dos Serviços de Identificação, ocupa desde hoje o cargo de secretária para os Assuntos Sociais e Cultura. Tomaram ainda posse o comissário contra a Corrupção, Chan Tsz King, o comissário da Auditoria, Ho Veng On, que se mantém nas funções, o diretor dos Serviços de Alfândega, Vong Man Chong, que era subdiretor destes serviços, e o procurador do Ministério Público, Ip Son Sang, que se mantém no cargo. Na cerimónia da tomada de posse estiveram presentes os anteriores chefes do Governo a RAEM, Edmund Ho e Fernando Chui Sai On, que exerceram ambos dois mandatos no cargo, e a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam.
Olhos no caminho Pedro Arede - 20 Dez 2019 [dropcap]N[/dropcap]ão chegámos a nenhuma encruzilhada, nem hoje é o fim ou o princípio de alguma coisa. Houve um caminho que nos trouxe até um dia redondo onde se comemora o 20º aniversário da RAEM e para alguém como eu, que ainda está a apalpar terreno numa nova realidade, penso que nunca é demais fixar os olhos no caminho. Não no objectivo. Pois, no limite, este pode até nem existir. Há quem chegue, há quem vá e há quem fique retido no caminho. E houve caminhos também que nos últimos dias terminaram em postos fronteiriços ou jornalistas que tiveram de caminhar de volta para onde vieram. Não me cabe dizer se está certo ou errado mas acredito que nunca é demais apostar naquilo que retiramos quando estamos dispostos a pecorrê-lo e, abstraindo-nos do resto (e do objectivo prático), tal como aqueles dias que antecedem uma grande viagem que nos vai levar, por exemplo, ao nosso destino de férias, continuar. Sem esquecer que, mesmo que não cheguemos, o caminho em si nunca nos pode ser retirado e tem de valer a pena por si só. Porque é o nosso e ainda há muito para percorrer. O resultado será o melhor possível.
Sistema de amor João Luz - 20 Dez 2019 [dropcap]M[/dropcap]acau tem sido citado múltiplas vezes como o exemplo a seguir no que toca à implementação do princípio “Um País, Dois Sistemas”. Visto como o território bem-comportado, que não tuge nem muge, dócil e agradecido pelas oportunidades concedidas e que, por isso mesmo, tem acesso a liberdades que não existem no resto da China. Deixem-me repetir mais uma vez. Macau faz parte da China! Macau é China, mas não é, ainda, um território como Zhuhai. Tem um estatuto administrativo especial, como atesta o E em RAEM. Dizer que Macau é um exemplo da boa implementação de “Um País, Dois Sistemas” enquanto se persegue, ameaça e condiciona a vida de jornalistas e dissidentes políticos é antagónico. Além de ser uma terrível mensagem para Hong Kong e principalmente para Taiwan, é uma postura política que se coaduna mais com o princípio “Um Só País”. Não é por se repetir muito uma coisa que ela se torna realidade. Mas, enfim, estes exemplos de ditadura repressiva vão ser relativizados como um exagero securitário circunstancial, sem repercussões no segundo sistema. Apenas um conjunto de dias em que os direitos, liberdades e garantias foram suspensos, como que por magia. É assim que se aplica o Segundo Sistema escrupulosamente? Perseguindo pessoas, ameaçando, dizendo para “serem bons meninos”? Sem querer, a mensagem transmitida para Hong Kong e Taiwan é a oposta da pretendida. A posição política e administrativa de Macau é o resultado de uma negociação e do consenso que levou a esta bela experiência que é a RAEM, à vida que se tem nesta cidade que todos amamos. Será muito pedir respeito pelo acordado? Pedir o cumprimento de compromissos assumidos com honra e respeito não é uma posição radical, mas um imperativo de amor.
As perspectivas ridículas Carlos Morais José - 20 Dez 2019 [dropcap]C[/dropcap]omparar Macau a Hong Kong é a última moda, derivada das comemorações dos 20 anos da RAEM. E nestas comparações ressaltam, sobretudo, a miopia quando não a ignorância de quem as produz, normalmente com o fito de nos diminuir face à ex-colónia britânica. Que HK tem uma sociedade civil vibrante e Macau não. Que HK luta pela democracia, enquanto aqui se luta para enriquecer. Que HK resiste à investida de Pequim, enquanto Macau obedece como um bom filho. Que os portugueses deixaram aqui um caos, enquanto os ingleses entregaram uma cidade arranjadinha. E muitos outros disparates a que estamos habituados desde o século XIX, momento em que os britânicos assentaram arraiais na China, com o intuito de vender droga. Sim, porque nada disto é novo, tudo isto é fado. E os fadistas vão ocupando o lugar deixado por outros, sempre com o mesmo objectivo de menosprezar Macau e incensar os tristes restos da colónia da pérfida Albion. Contudo, estes disparates têm sempre algo em comum, algo de ridículo, que nem quem os emite talvez compreenda. É que são construídos com base numa perspectiva do mundo radicalmente fundada nos valores do Ocidente, que surgem como divinos e incontornáveis, como se para eles não existisse alternativa, muito enquadrados no pensamento do fim da História de Fukuyama (que ele, por acaso, já abandonou, mas parece que não deram por isso…) e na superioridade inequívoca do homem branco, capaz de levar a salvação ao resto do mundo, ainda que o resto do mundo não esteja interessado. Dantes era o Cristianismo pelas goelas abaixo, agora é o que chamam de democracia. São, por isso, perspectivas ridículas. Neste movimento, o importante para esta gente é sentir-se de algum modo superior ao que a rodeia, ainda que não o compreenda, nem faça um verdadeiro esforço para o compreender. Orientalistas do acaso, mas avessos à cultura alheia, impantes de certezas fundadas em artigos de propaganda, despejam opiniões e insultos como se eles não fossem apenas provas do exercício da sua iniquidade. Ou então chineses cuja visão da História, infectada pelos britânicos, procuram na diferença de Macau razões para se julgarem alguém melhor. O facto é que habitam numa terra ilegalmente conquistada no passado, brutalmente injusta no presente e socialmente desesperante em termos de futuro. Em Macau, 20 anos depois, salvo alguns maus momentos, respeitou-se o princípio “um país, dois sistemas”, conservou-se a liberdade, os direitos civis e políticos, e só não demos mais passos para uma maior representatividade democrática por causa dos acontecimentos de Hong Kong. A comparação é simples: aqui estiveram portugueses, ali ingleses. E quase tudo deriva disto. Sim, ingleses, esses que não sabem estar em lado nenhum.