Mangkhut | Lionel Leong agradeceu às operadoras de jogo Hoje Macau - 19 Set 2018 [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, agradeceu ontem às seis operadoras de jogo a coordenação e cooperação activa durante a passagem do tufão Mangkhut. Recorde-se que os casinos encerraram durante a intempérie, algo que nunca tinha acontecido na história da RAEM. Além disso, o secretário agradeceu disponibilização de mais de 3000 lugares de estacionamento aos residentes. O agradecimento foi feito ontem, num encontro entre Leong e os representantes das seis operadoras de jogo. Em contrapartida, os representantes dos casinos pediram que o Governo clarificasse as instruções para o encerramentos das salas de jogo e que sejam avisados de possíveis fechos com antecedência de modo a organizar melhor a mobilidade de funcionários e clientes.
Transportes | Leong Sun Iok quer que casinos paguem Metro Ligeiro João Santos Filipe - 19 Set 2018 [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]deputado Leong Sun Iok acha que os custos do Metro Ligeiro vão ser um fardo para toda a sociedade. Como tal, quer que as concessionárias sejam chamadas a assumir parte da responsabilidade. As derrapagens orçamentais e as dúvidas sobre a sustentabilidade do projecto do Metro Ligeiro levaram o deputado Leong Sun Iok a sugerir que as concessionárias do jogo assumam uma parte das despesas de funcionamento do transporte público. A interpelação do legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), que foi revelada no fim-de-semana passado, é uma das reacções ao relatório do Comissariado de Auditoria sobre o projecto. “Quando o Metro Ligeiro entrar em funcionamento, existe a expectativa que se torne numa das principais fontes de turistas e numa forma essencial para a promoção do turismo. Por isso, será que o Governo vai considerar obrigar as concessionárias a contribuir com uma percentagem das receitas do jogo para ajudar a cobrir as despesas de funcionamento do metro ou de outros transportes públicos que necessitem?”, pergunta Leong Sun Iok. Esta proposta tem como base a legislação do sector do jogo local, que exige às concessionárias a entrega de cerca de três por cento das receitas brutas para o desenvolvimento da sociedade e promoção do turismo. O deputado questiona também o custo que vai ter cada uma das linhas, dizendo que a ligação ao Interior da China para o Metro Ligeiro vai ficar pronta “nos próximos anos”. “Numa altura em que a ligação entre Zhuhai e Macau vai ficar pronta dentro de breves anos, será que o Governo já fez um estudo global para apurar os detalhes de cada linha, como o custo anual de operações, as receitas dos bilhetes e outros dados com interesse público?”, interroga. Quando entrar em funcionamento, o que se espera que aconteça ao longo do próximo ano, o Metro Ligeiro vai ter um custo de cerca de 900 milhões de patacas, de acordo com o relatório do Comissariado de Auditoria. Benefícios questionados No entanto, e aproveitando as dúvidas e críticas que já tinham sido levantadas pelo CA, Leong Sun Iok mostra preocupações quanto aos reais benefícios do meio de transporte. “Segundo os cálculos dos especialistas, o tráfego diário entre a Linha da Taipa e a extensão para a Estação da Barra vai ser de 60 mil a 174 mil passageiros. Contudo, se a transferência para a Barra não estiver incluída, o fluxo diário vai ser de entre 30 mil e 69 mil pessoas por dia. Porém, só o custo de operação deste segmento vai ser superior a 900 milhões de patacas.”, realça. “Não só este projecto falhou no objectivo de resolver os problemas do trânsito dentro de um prazo razoável, como, ainda por cima, tem derrapado de forma contínua e tornou-se num peso para toda a sociedade”, acusa. A primeira fase do Metro Ligeiro deverá entrar em funcionamento em 2019, com a Linha da Taipa. Segundo a última estimativa do CA, quando toda as linhas entrarem em funcionamento, a obra irá acumular um custo de 51,2 mil milhões de patacas.
Tufões| Chui Sai On elenca três pontos a melhorar no âmbito da prevenção Diana do Mar - 19 Set 2018 [dropcap style≠‘circle’]C[/dropcap]onstrução de infra-estruturas básicas, reforço de barreiras contra cheias nas zonas baixas e formação do pessoal. Eis o trio de aspectos que o Chefe do Executivo entende que têm de ser melhorados para elevar a resposta a tufões após a experiência do Mangkhut Apesar do balanço positivo, o Chefe do Executivo reconheceu ontem que ainda há muito para fazer no âmbito da prevenção de tufões. “Temos muito trabalho para melhorar”, afirmou Fernando Chui Sai On, no início de uma reunião no Centro de Operações da Protecção Civil para apresentação do balanço sobre os trabalhos de resposta ao Mangkhut. “Neste momento, há três pontos que é necessário melhorar: temos de reforçar as nossas infra-estruturas básicas, os portões contra as inundações [no Porto Interior] e também a formação de pessoal”, avaliou. Sublinhando que, “no último ano, tudo o que o Governo esteve a fazer foi a preparar os trabalhos para responder a calamidades naturais e para elevar a capacidade de redução dos seus efeitos”, o Chefe do Executivo fez um balanço positivo da operação montada durante o tufão severo Mangkhut: “Conseguimos. Foi uma experiência que adquirimos, que não foi fácil, [mas] é preciosa”. “O mais importante foi não ter havido vítimas mortais”, realçou Fernando Chui Sai On. “Foi mais ou menos aquilo que tínhamos previsto. Existiram alguns problemas de interrupção de água e de energia e, em resposta, tentámos tomar as medidas necessárias para reduzir o seu impacto”, afirmou, realçando que o trabalho de rescaldo também foi activado “muito cedo”, com a ajuda de organizações civis e voluntários. “Os efeitos foram bastante positivos”, insistiu, apontando que tal ficou patente no facto de a população ter retomado a vida normal depois de um fim-de-semana atribulado. O Chefe do Executivo teceu ainda elogios ao “profissionalismo” demonstrado pelos membros da estrutura da Protecção Civil, deixando uma palavra especial aos trabalhadores da linha da frente que “puseram em causa a sua própria vida”. A população também não foi esquecida, com Fernando Chui Sai On a constatar um aumento da consciencialização por parte dos residentes. No final da reunião, que durou sensivelmente duas horas, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, falou aos jornalistas, sinalizando outros pontos que carecem de melhorias, tais como o plano de evacuação, como já tinha mencionado no dia anterior, no primeiro balanço oficial após a passagem do Mangkhut. Wong Sio Chak destacou ainda o “trabalho contínuo” que tem de ser feito, que inclui, entre outros, o reforço da campanha de sensibilização dos residentes para o risco ou a actualização dos equipamentos ao serviço dos operacionais que vão para o terreno. Para o secretário para a Segurança deve ser também revisto o funcionamento dos 16 centros de abrigo – que entraram pela primeira vez em funcionamento –, em concreto, em termos de recursos humanos. “Se calhar há necessidade de aumentar o pessoal, porque no que diz respeito ao descanso foi difícil”, observou. A distribuição das pessoas que recorreram aos centros de abrigo do Instituto de Acção Social (IAS) foi outro ponto focado. “Havia sítios que tinham muitos utentes e outros com menos. Como distribuir melhor?”, questionou Wong Sio Chak. Os 16 centros de abrigo do IAS, que começaram a funcionar na noite de sábado, acolheram 1.346 pessoas, das quais 808 não eram residentes de Macau (58 eram de Hong Kong, 455 da China e 295 de outros países). Tendo precisamente em mente que a maioria dos que recorreram aos centros de abrigo eram estrangeiros, Wong Sio Chak reconheceu que a língua foi “uma questão” com a qual os operacionais se depararam. “No futuro, também vamos melhorar a formação de línguas estrangeiras”, garantiu. Lixo recolhido superior ao do Hato Entre as 8h de segunda-feira e as 8h de ontem, foram recolhidas 2.115 toneladas de lixo, ou seja, mais 20 por cento do que no mesmo período depois do tufão Hato, que atingiu Macau a 23 de Agosto de 2017. Para o presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), o aumento do lixo recolhido após a passagem do Mangkhut, comparativamente ao que sucedeu aquando do Hato, demonstra que “a eficácia foi acelerada”. “Talvez tenha a ver com a decisão da suspensão das aulas e também dos serviços [públicos]” que permitiu que houvesse “espaço para a limpeza”, observou José Tavares, lançando um apelo à população para colocar o lixo nos 50 postos de recolha previamente indicados de modo a facilitar as operações. O presidente do IACM fez ainda um ponto de situação em termos da segurança alimentar, dando conta de que foram realizadas 450 inspecções entre segunda-feira e ontem, tendo sido destruídas 2,5 toneladas de carne congelada e emitidas instruções para que outras cinco toneladas de produtos alimentares tenham o mesmo destino.
História | Viagem ao passado dos piores tufões que assolaram Macau João Luz - 19 Set 201810 Out 2018 Em altura de rescaldo da passagem do tufão Mangkhut, olhamos para trás e regressamos mais de um século às tempestades que devastaram Macau e a região. Um dos mais fatais tufões de que há memória ocorreu há quase 144 anos e provocou cerca de 5000 mortos no território [dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]o dia 22 de Setembro de 1874, Macau acordou para uma manhã radiosa banhada a sol, a convidar a um passeio. Ao largo da baía da Praia Grande, as lorchas de pesca dedicavam-se afincadamente à labuta do mar, enquanto que em terra a vida prosseguia no seu ritmo normal. Ao começo da tarde, os pescadores regressaram a terra firme com o terror espantado nos rostos gritando “tai-fong!”, que pode ser traduzido como “grande vento” e que foneticamente se assemelha à palavra que usamos em português. O que se seguiria ficou marcado na história de Macau como um dos mais negros episódios nascidos de uma catástrofe natural. Em 2014, do Arquivo Histórico saiu o material para a mostra “Em Tempo de Tufões – Exposição de Documentos Históricos de Macau”. No catálogo da exposição, pode-se ler que durante a tempestade de 1874 “os ventos violentos, as ondas enormes e os incêndios danificaram um número incalculável de prédios e de infra-estruturas, duas mil embarcações de pesca e mercantis naufragaram. Cerca de 5000 pessoas morreram: 3600 na península, 1000 na Taipa e 400 em Coloane. Perderam-se bens, cujo valor atingiu dois milhões de moedas de prata”. Um dos registos mais fidedignos e elegantes em termos linguísticos foi redigido por um secretário do Governador, que passou para escrito o terror que havia testemunhado. Um artigo dos anos 90 da Revista Macau, transcreveu o relato de Pedro Gastão Mesnier, publicado no Boletim Oficial da Província de Macau e Timor que passamos a transcrever: “Durante toda a semana anterior, não tinha havido tão formosa madrugada. Centenas de lorchas de pesca, aproveitando o bom tempo, velejavam à vista da Praia Grande, na larga bacia de mar, que se estende até à ilha de Lantau, e todos estavam entregues à mais tranquila confiança, enganados pelo aspecto risonho da atmosfera. Eram três horas da tarde, e os marinheiros chineses, assustados pela transformação súbita da atmosfera, corriam a abrigar as embarcações em lugar seguro. Impelidas pela brisa cada vez mais fresca, debaixo do firmamento, que de momento a momento se tornava mais medonho, e fazendo espumar sob as rápidas quilhas as águas esverdeadas do nosso porto, milhares de juncos se precipitavam, em confuso tropel, fugindo perante as ameaças que todos aqui sabem compreender. Ao pôr do Sol, os seus raios quase horizontais, refractos pelo raro véu de vapores que cobria o ocidente, derramaram subitamente pelo firmamento uma cor vermelha intensa, que envolvia tudo nos seus ardentes reflexos. Parecia que se abria subitamente a boca de enorme fornalha. Durou poucos instantes o fenómeno luminoso.” A chegada do tufão O relato de Pedro Gastão Mesnier prossegue com a descrição do ponto mais feroz da tempestade. “À meia noite, eram já violentíssimas as rajadas. No Porto Interior, desabrigado do lado Norte, as águas estavam mais desinquietas. Sacudidas pelo ímpeto do temporal, algumas lorchas principiaram a perder a amarração, e apenas se desligavam das âncoras, eram arrastadas em vertiginosa carreira, sobre as vagas espumantes, pelo esforço combinado do mar e do vento. Os nossos navios de guerra, a escuna Príncipe D. Carlos, navio de vela de 150 toneladas, a canhoneira Tejo a vapor de 300 toneladas, e a canhoneira Camões de 80 toneladas, ancoradas entre a Alfândega e a Fortaleza da Barra, viam estas moles passando desordenadamente em todas as direcções, acrescentando mais os perigos com que já se encontravam a braços. A escuna Príncipe D. Carlos, abalroada pela massa de juncos, que se despegara como as neves nos mares árticos durante um debacle foi envolvida, arrancada da sua posição, e seguiu a mesma desesperada carreira, indo-se perder por fim, no interior das terras da ilha da Lapa; a Tejo, depois de receber terríveis choques, escapou milagrosamente de perder os seus ferros; a Camões foi parar pelo rio acima, numa várzea de arroz. Estes acontecimentos haviam principiado quando ainda a parte da cidade exposta a Leste pouco sofrera. Eram duas da manhã, e o barómetro descia com maior rapidez do que antes, quando de repente o vento mudou de Norte para Leste. Essa mudança foi súbita, quase instantânea; houve um segundo de calma, e logo, com indescritível violência, uma rajada ululante varreu toda a extensão do Mar de Lantau. Foi o sinal. Encapelando-se em montes sobrepostos, o mar levantou-se numa vaga medonha, e sopesando-se um instante, precipitou-se de chofre sobre toda a parte oriental da cidade, desde o forte de S. Francisco até à Barra. As portas das casas da Praia Grande foram arrancadas, e a água inundou os andares inferiores, as árvores arrancadas, as cantarias dos parapeitos desmoronadas vinham ferir as casas de envolta com as vagas. Entrava o temporal numa fase, em que mal se pode descrever o excesso de furor, com que o vento e o mar se precipitavam sobre esta cidade como se a quisessem eliminar da superfície da terra. Um estrondo constante, furioso, e rugidor, composto das vozes mais temerosas que a natureza pode soltar na sua ira, estrugiam pelos ares: mal se podiam ouvir duas pessoas vizinhas, e de vez em quando, as vibrações mais fortes da tempestade, acompanhando o esforço aumentado dos elementos, infundiam espanto e terror nos infelizes que viam os seus abrigos ameaçando sepultá-los sob as ruínas. Com o ímpeto das rajadas, dos escarcéus e os choques do mar, o solo estremecia como se estivesse sofrendo um terramoto.” Na altura, ainda não havia o actual sistema de aviso por código de sinais numerado, que viria a ser adoptado pela Capitania dos Portos de Macau apenas em 1912, de acordo com os sistemas usados nas zonas costeiras da China e Hong Kong. O nome das coisas A tempestade que marcou o final do século XIX não é a primeira registada pelas autoridades de Macau. Para encontrarmos o primeiro registo temos de regressar a 5 de Setembro de 1738. À altura, o tufão foi considerado como o pior no território e que mais estragos causou até à data. Obviamente, esta medição não tem qualquer suporte científico, sem registos de velocidade. Estávamos ainda longe de dar nome às tempestades. O baptismo das tempestades viria a acontecer depois da 2ª Guerra Mundial, pelo contingente norte-americano do Centro de Alerta Contra Tufões de Guam. Neste aspecto, importa salientar que até 1979 todas as tempestades tiveram nomes femininos. Já no século XX, Macau foi fustigado por um conjunto de tufões que ainda estão bem presentes na memória dos mais velhos. De acordo com os relatórios anuais dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) sobre tempestades tropicais, entre 1953 e 1983 morreram quatro pessoas na sequência de três tufões. Em 1957, o tufão Gloria ceifou duas vidas. Em 1964, morreu uma pessoa depois da passagem do Ruby, igualando o registo do tufão Lynn de 1981. Antes do Hato, Macau não registou perda de vida desde o tufão Hellen, que em 1983 provocou “mais de uma dezena de mortos, especialmente devido ao afundamento de juncos”, de acordo com o relatório anual dos SMG. O número de fatalidades provocado pelo Hellen não chegou a ter uma contagem oficial. Porém, a imprensa local noticiou, à altura, o falecimento de 18 pessoas, a maioria na sequência de naufrágios no Porto Interior. Desde então, só o Hato teve um balanço mortal em Macau. A braços com as consequências das alterações climáticas e da subida da temperatura dos oceanos, os registos dos SMG mostram uma tendência alarmante para o futuro. De 1956, ano em que começa a recolha de dados pelos serviços, até antes do Hato, apenas cinco tufões levaram ao hastear do sinal máximo de tufão. Em pouco mais de um ano, Macau já passou por duas tempestades passíveis de levar ao alerta de maior severidade. Um rumo que coloca as vidas dos residentes de Macau à mercê do mortal capricho dos ventos.
Mensagem (Botschaft) António de Castro Caeiro - 18 Set 201814 Out 2018 [dropcap]E[/dropcap]u tinha pensado de mim para mim que dias mais lindos Só aqueles poderiam ser chamados, quando nós, ao falar, Transformávamos a paisagem diante dos olhos num domínio Da nossa alma: quando nós, colina acima, Subíamos para o bosque na direcção da sombra, Aí, onde tudo nos envolvia como algo de já vivido, Pois, aí, nos prados distantes, nós encontrávamos, em sossego, o sonho das vidas passadas de criaturas jamais supostas. Encontrávamos aí vestígios do seu terem por lá andado e do seu beber E sobre o lago: uma conversa a deslizar Reflectia abóbadas mais fundas do que o céu. Eu tinha, então, pensado naqueles dias, E que a seguir a estas três coisas: ter saúde, Fruir do próprio corpo e da vida, E de pensamentos, asas de jovens águias, Apenas uma coisa conta: Estar na companhia de amigos. Assim, eu quero que tu venhas e comigo bebas Daquelas taças que são a minha herança, Adornado com folhagem e crianças aladas, E que comigo te sentes no muro do Jardim. Dois jovens estão de guarda no seu portão. Nas suas cabeças, com um olhar absorto e Meio desviado, há um destino monstruoso Que te olha para te empedernir: quero que te cales E olhes para a paisagem Que tu vês estender-se à tua frente; Pois, talvez, então, um verso teu me aconchegue Na solidão futura e que, de quando em quando, Uma lembrança tua se aninhe na sombra E que, ao cair da noite, a estrada entre as copas escuras role, E que caminhos sem sombra rolem e rolem para aí Como relâmpagos do ouro mais fino.
Cimeira entre Coreias começa hoje para fazer avançar desnuclearização Andreia Sofia Silva - 18 Set 201810 Out 2018 [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s líderes das duas Coreias voltam a reunir-se, entre hoje e quinta-feira, no Norte, numa tentativa de desbloquear o diálogo entre o regime de Kim Jong-un e os Estados Unidos para a desnuclearização da península. O líder norte-coreano, Kim Jong-un, tem pedido progressos na assinatura de um tratado de paz que ponha fim ao estado de guerra que tecnicamente se mantém na península para, em troca, executar passos concretos para desmantelar o seu arsenal nuclear e de mísseis tal como exigem os Estados Unidos. Washington, por seu lado, deu a entender que precisa de mais garantias, como a autorização de Pyongyang para a entrada de inspectores ou a divulgação dos inventários de armas, antes de começar a elaborar um acordo de paz e de fim das sanções que pesam sobre o regime. Para o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, a Coreia do Norte “tem vontade de efectuar a desnuclearização” e os Estados Unidos estão prontos a voltar a página das relações hostis. O encontro de Kim e Moon, que viajará de avião para o Norte, será o terceiro desde o final de Abril, o que confirma um excepcional clima de distensão na península. O objectivo é dar um novo impulso às negociações entre Washington e Pyongyang sobre o processo de desnuclearização, há várias semanas num impasse. Moon admitiu, na quinta-feira passada, a existência de bloqueios e afirmou que os dois lados precisam de definir compromissos para avançar na questão chave dos programas nuclear e de mísseis do Norte. “A Coreia do Norte tem vontade de efetuar a desnuclearização e, portanto, desfazer-se das suas armas nucleares (…) e os Estados Unidos têm vontade de pôr fim às relações hostis com o Norte e de dar garantias de segurança”, declarou o Presidente sul-coreano, no final de uma reunião com os seus conselheiros. “Mas há bloqueios, pois cada lado exige ao outro que actue primeiro. Penso que vão estar em condições de encontrar um ponto de compromisso”, declarou. Gabinete de Ligação Na segunda-feira passada, a Casa Branca anunciou que Trump tinha recebido uma carta de Kim sobre a organização de uma nova reunião entre os dois. Um sinal positivo, sobretudo depois de o líder norte-americano ter anulado, no final de Agosto, uma deslocação à capital norte-coreana do Secretário de Estado Mike Pompeo, devido aos insuficientes progressos na questão nuclear. Em antecipação da cimeira de Pyongyang e sinal de aproximação entre os dois vizinhos coreanos, foi aberto na sexta-feira um gabinete de ligação para facilitar as trocas transfronteiriças, melhorar as relações entre o Norte e os Estados Unidos e diminuir as tensões militares. Moon Jae-in é esperado hoje em Pyongyang, numa deslocação de três dias. O primeiro encontro com Kim Jong-un, bem como os principais acontecimentos, vão ser difundidos em directo pela televisão, informou a presidência sul-coreana.
AAM | Sérgio de Almeida Correia visto como capaz e independente por colegas Andreia Sofia Silva - 18 Set 201810 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]esmo sem ser oficialmente candidato à presidência da Associação dos Advogados de Macau (AAM), por lhe faltar ainda uma lista e um programa eleitoral, Sérgio de Almeida Correia parece agradar a alguns colegas de profissão, que também querem renovação, como é o caso de Jorge Menezes. “É uma excelente escolha para substituir o actual presidente, que no passado anunciou que não se recandidataria se surgisse uma candidatura alternativa e que defendeu a renovação da AAM. Um dia teria necessariamente de se virar a página e ele é uma pessoa apropriada para o fazer”, disse ao HM. Sérgio de Almeida Correia “está em Macau desde a década de 90. É uma pessoa inteligente e corajosa, um advogado de integridade e mérito inquestionáveis, que compreende a importância que uma advocacia profissionalizada e de qualidade tem para a segurança do comércio e atracção do investimento estrangeiro”, acrescentou Jorge Menezes. “Tem-se destacado na defesa dos valores constantes na Lei Básica que fazem de Macau um caso singular, como o Estado de Direito e os direitos fundamentais. É a pessoa certa para representar a totalidade dos advogados de Macau de língua chinesa e portuguesa, de Direito penal, civil, tribunal e negócios. Estou certo de que reunirá uma equipa boa e diversificada que contribuirá para o aprofundamento do trabalho feito pela direcção da AAM ao longo destes anos.” João Miguel Barros também apoia Sérgio de Almeida Correia e defende que a direcção da AAM não se pode transformar numa “monarquia”. “Entendo que é importante haver renovação nos órgãos da AAM, independentemente do mérito de quem lá tem estado. O Dr. Neto Valente tem feito um bom trabalho no sentido de garantir estabilidade da AAM, mas está-se a eternizar no poder, é quase um regime monárquico.” Novos estatutos João Miguel Barros defende também a reforma dos estatutos da associação, pois “é saudável que todos os mandatos tenham um limite e, portanto, está na altura e é oportuno haver mais uma pessoa”. “Só o princípio da renovação dos órgãos sociais é saudável, e não consigo compreender como é que na AAM não há um limite para o exercício de funções. Esse é um dos problemas que temos. Acho que a candidatura é uma lufada de ar fresco.” Assumindo desde já apoiar a futura candidatura, João Miguel Barros também destaca a passividade da AAM. A associação “tem obrigações de intervir no espaço público e na sociedade quando estão em causa direitos fundamentais”. “Temos tido muitos problemas de violação de princípios do Estado de Direito na sociedade de Macau e a AAM, de um modo geral, não diz nada. Não se sabe o que é feito por detrás, mas em termos de opinião pública não vejo muito da AAM, ainda que o doutor Neto Valente fale várias vezes de alguns assuntos, mas eu acho que é insuficiente.” Além disso, João Miguel Barros denota conflitos de interesses, uma vez que o actual presidente, Jorge Neto Valente, está também ligado a empresas do sector do jogo e do imobiliário. “O Dr. Neto Valente é suficientemente inteligente para conseguir ter um discurso público e de prática que separa as coisas. Mas há uma imagem de conflito de interesses que, para mim, já está registada há muito tempo. Temos de ter outro presidente que não tenha um interesse tão marcado nos negócios.” Dos advogados ouvidos pelo HM, Pedro Leal foi o único que mostrou apoio à continuação de Neto Valente na presidência da AAM, apesar da “boa impressão” que tem de Sérgio de Almeida Correia. Contudo, só apoia a candidatura se Neto Valente não avançar. “O Dr. Neto Valente tem prestígio pelo trabalho desenvolvido e é a pessoa ideal para continuar na associação. Não ouvi dizer que tenha desistido. Neste momento, é prematuro falar da candidatura do Sérgio Correia de Almeida, embora tenha boa opinião dele. É uma pessoa idónea, competente. Se o Dr. Neto Valente decidir não avançar, é uma candidatura possível.” Para Pedro Leal, “podem haver mudanças na direcção mantendo-se o presidente”. “O Dr. Sérgio de Almeida Correia é bem-vindo para a direcção, não sei se a renovação a que o Dr. Neto Valente se referia era na direcção ou na presidência. Seria uma pessoa bem-vinda para a AAM desde que o Dr. Neto Valente não continue”, rematou. Nota: As declarações de Jorge Menezes originalmente publicadas foram prestadas antes de Neto Valente ter declarado que poderia voltar recandidatar-se à presidência da AAM. Ainda antes do artigo ser publicado, Jorge Menezes alterou o conteúdo das mesmas, face aos desenvolvimentos, mas devido a um problema técnico a actualização só foi feita a 18 de Setembro.
Mangkhut causa quatro mortos na China e caos em Hong Kong Hoje Macau - 18 Set 20189 Out 2018 Quatro pessoas morreram na província de Guangdong, sul da China, devido à queda de árvores e materiais de construção, causada pelo tufão Mangkhut. Em Hong Kong a tempestade provocou mais de 200 feridos e 600 estradas ficaram bloqueadas [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] sul da China continental continuou ontem a ser atingido por chuva e ventos fortes, com o Mangkhut a atravessar a região autónoma de Guangxi, em direcção à província de Yunnan, no sudoeste do país. Em Guangdong, 2,4 milhões de pessoas foram retiradas das suas casas e os voos cancelados, devido à passagem do tufão. As ligações por ‘ferry’ entre Guangdong e a província de Hainan foram também interrompidas. A tempestade deixou ainda quatro pessoas vem vida, depois de terem sido atingidas por árvores e materiais de construção. O Governo de Guangdong ordenou ainda o regresso de mais de 36 mil barcos de pesca aos portos, enquanto a circulação ferroviária nas cidades de Zhanjiang e Maoming foi também suspensa. O Mangkhut entrou no continente chinês durante a madrugada de domingo, com ventos acima dos 160 quilómetros por hora. Vídeos difundidos através da rede social chinesa Wechat mostram um hotel costeiro em Shenzhen a ser inundado com o avanço do mar. Em Taiwan, pelo menos uma pessoa morreu. O sul da China continental continuou ontem a ser atingido por chuva e ventos fortes, com o Mangkhut a atravessar a região autónoma de Guangxi, em direcção à província de Yunnan, no sudoeste do país. Aqui ao lado Mais de 600 estradas estavam ontem bloqueadas em Hong Kong devido aos destroços provocados pela passagem do tufão Mangkhut, que deixou mais de 200 feridos naquele território, noticiou ontem um jornal local. De acordo com o South China Morning Post, centenas de estradas encontravam-se ontem de manhã cortadas ao trânsito, devido a inundações e à queda de árvores. As principais companhias de autocarros anunciaram também a suspensão da maior parte dos serviços. Depois de devastar o norte das Filipinas, onde provocou pelo menos 65 mortos, segundo o último balanço oficial, o Mangkhut atravessou o mar do Sul da China no domingo, atingindo a China continental e as regiões administrativas especiais de Hong Kong e de Macau. Durante várias horas, tanto Macau como Honk Kong estiverem sob o sinal 10 de tempestade tropical, o máximo na escala de alerta. Em Hong Kong, o Governo descreveu os danos como “sérios e importantes”, de acordo com a agência France-Presse (AFP), que refere mais de 300 feridos. Assim que os ventos diminuíram, no domingo à noite, a protecção civil iniciou os trabalhos de limpeza nas ruas. Em vários pontos da antiga colónia britânica podia ouvir-se o som de motosserras a cortar árvores, escreve a AFP. A grande limpeza intensificou-se ontem, pela madrugada, enquanto milhares de pessoas se esforçavam para regressar ao trabalho. Algumas áreas do território foram atingidas por deslizamentos de terra e inundações, ao passo que as rajadas de vento de 230 quilómetros chegaram a fazer tremer arranha-céus. Manhã de caos no MTR em dia de rescaldo da tempestade A manhã de ontem não foi fácil para os residentes de Hong Kong que tentaram chegar ao trabalho a tempo e horas, enfrentando um volume de passageiros muito acima do normal. Os principais problemas sentiram-se no MTR, na sequência da suspensão de funcionamento de várias linhas de comboio e serviços de autocarro. Aliás, as principais companhias de autocarros da cidade anunciaram que a suspensão era para continuar em muitos percursos, enquanto que as operadoras ferroviárias referiram que não podiam restabelecer a actividade em pleno. Em conferência de imprensa, a comissária para os Transportes, Mable Chan, referiu que as autoridades haviam procedido à “limpeza de cerca de 30 vias, em especial as principais autoestradas de forma a permitir a chegada ao emprego dos residentes”. Chan adiantou ainda que mais de 170 semáforos foram afectados e ficaram a necessitar de reparação e pediu paciência aos residentes. Citado pelo South China Morning Post, Ben Lo, que vive perto de Tai Wo, onde o transporte ferroviário foi suspenso, defendeu que o Governo deveria decretar o dia de ontem como feriado. “O MTR fez o seu melhor, mas acho que deveriam ter aumentado a frequência de comboios para de dois em dois minutos”.
Nuclear | Irão exige medidas aos europeus para salvar acordo Hoje Macau - 18 Set 201810 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] responsável pela Organização de Energia Atómica do Irão, Ali Akbar Salehi, instou ontem a França, o Reino Unido e a Alemanha a tomarem medidas concretas para salvar o acordo nuclear entre Teerão e as grandes potências. O acordo nuclear entre o Irão e o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança — Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido — e a Alemanha), concluído em 2015, foi abandonado em Maio por Washington, que já restabeleceu sanções a Teerão. Em troca do compromisso de Teerão de que o seu programa nuclear é apenas civil, o acordo tinha permitido o levantamento de parte das sanções internacionais. Falando na 62.ª conferência da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) – que fiscaliza a aplicação do acordo -, Salehi disse que as propostas europeias para manter o acordo após a saída norte-americana são “encorajadoras”, mas “devem ser complementadas por medidas mais sólidas e concretas”. “Chegou o momento de a União Europeia cumprir as suas obrigações”, disse o também vice-presidente iraniano, após acusar os Estados Unidos de “porem em perigo a paz e segurança internacional e regional com a sua política”. Para o secretário da Energia norte-americano, Rick Perry, o acordo de 2015 é “defeituoso” desde o início. “Estamos a restabelecer as principais sanções e procuramos um acordo focado no programa nuclear (do Irão), nas suas actividades de proliferação (atómica) e nas suas actividades desestabilizadoras”, assinalou Perry na conferência da AIEA. O governante defendeu que a agência da ONU “tem de insistir para que o Irão coopere”. “Temos de evitar que as armas nucleares cheguem a actores não estatais, como terroristas”, disse ainda.
AAM | Sérgio de Almeida Correia chega-se à frente por uma associação mais activa Andreia Sofia Silva - 18 Set 201810 Out 2018 Defende mais pró-actividade na emissão de pareceres sobre propostas de lei, maior participação da classe e medidas para solucionar a morosidade dos tribunais. Sérgio de Almeida Correia quer ser candidato à presidência da Associação de Advogados de Macau, mas falta-lhe uma lista e programa eleitoral [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] a primeira candidatura alternativa a Jorge Neto Valente à presidência da Associação dos Advogados de Macau (AAM) desde meados dos anos 90. Os outros dois presidentes foram Amélia António, advogada que ajudou a fundar a AAM, e António Dias Azedo. Anos depois, Sérgio de Almeida Correia anuncia a intenção de ser candidato à associação de que é membro, pleno de vontade de mudar o rumo das coisas. “É mister que a AAM saia da posição passiva em que tem estado de cada vez que a arbitrariedade sai à rua. Impõe-se que sem tibiezas e com independência defenda a Lei Básica e o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ e que o faça respeitando sempre as instituições e os poderes legítimos da RAEM e da República Popular da China para engrandecimento de ambas, num diálogo regular e construtivo.” Sem falar de casos concretos de passividade, Sérgio de Almeida Correia revelou que decidiu avançar depois de ouvir Jorge Neto Valente dizer, em entrevista à TDM, que desejava a renovação dos dirigentes da AAM. Mas não foi esse o único motivo. “Uma das razões tem a ver com a própria AAM e as dificuldades que se têm vivido nos últimos anos, sobretudo no último biénio. Houve algumas assembleias gerais relativamente participadas, em que as pessoas manifestaram muitas preocupações e entendi que seria necessário avançar.” Afirmando que “a maioria dos advogados de Macau está cansada de listas únicas”, o causídico enumerou algumas questões que devem ser resolvidas. “Estamos a falar do exercício da advocacia no dia-a-dia nos tribunais. Estamos a falar do papel dos advogados na sua contribuição para uma sociedade mais equilibrada e com menos conflitos sociais. Falamos de uma advocacia que seja capaz perante algumas manifestações de arbitrariedade a que temos assistido nos últimos tempos, que seja capaz de se pronunciar imediatamente. Não vou apontar casos concretos, só pretendo reunir a classe de advogados em torno de um projecto.” Para o futuro candidato, “o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ deve ser aplicado diariamente na vida da RAEM”. “Sendo um princípio de aplicação diária exige que os advogados e a sua associação sejam capazes de o defender. Quero que a associação tenha uma posição mais activa em relação a algumas matérias que dizem directamente respeito aos advogados”, adiantou. Há também o problema da “passividade” quanto à emissão de pareceres sobre propostas ou projectos de lei que chegam à Assembleia Legislativa. “Entendo que a AAM deve ser mais activa e reagir prontamente em determinadas situações, que muitas vezes se prendem com a apresentação de propostas ou projectos de lei em relação aos quais não tem havido uma tomada de posição imediata por parte da associação. Esta tem apresentado a sua posição quando lhe são remetidos os textos legislativos, o que leva meses. Quando a AAM se pronuncia sobre esses assuntos, estes já estão quase esquecidos na opinião pública e fica a imagem de que a associação não se pronunciou”, explicou Sérgio de Almeida Correia. AAM não deve ser o TUI Sérgio de Almeida Correia assume que quer quebrar o ciclo repetitivo dominado por Neto Valente. “Quero renovar o que precisa de ser renovado, injectar sangue novo e dar massa crítica à AAM, fortalecê-la. Quero que a advocacia de Macau contribua para a prosperidade económica da RAEM e que dê mais segurança aos negócios dos seus cidadãos.” O advogado quer também participar no acto eleitoral, que se realiza entre 1 e 15 de Dezembro, “para que ninguém diga da advocacia de Macau o que se tem dito do TUI”, numa clara referências às críticas que a classe tem proferido face à manutenção de Sam Hou Fai, presidente do TUI, nos últimos anos. No que diz respeito aos tribunais, Sérgio de Almeida Correia alerta para o permanente atraso no andamento dos processos. “A morosidade dos tribunais é outro dos problemas que tem de ser resolvido e que se fala todos os anos.” “O número de processos continua a crescer, e as cerimónias de abertura do ano judiciário não passam de um desfilar de estatísticas. Importa intervir em relação à situação concreta. As medidas que serão apresentadas constarão do programa eleitoral. São os meus colegas que vão dizer as prioridades que devem ser assumidas”, acrescentou. Na passada sexta-feira, Sérgio de Almeida Correia garantiu não ter ainda nomes para compor uma lista nem sequer programa eleitoral, que vai ser feito com base na consulta à classe. O advogado disse ter contactado Jorge Neto Valente antes do anúncio oficial de candidatura, tendo este congratulado a iniciativa. Este afirma ser desprovido de interesses pessoais ou económicos e assume não ter qualquer tipo de avença financeira com o Governo ou outra instituição pública. “Este projecto não tem na sua génese qualquer desejo de promoção pessoal ou económica. Quero que seja uma candidatura participada e não feita dentro de um gabinete, com meia dúzia de acólitos. Quero ter uma associação aberta e transparente e em que as opiniões das pessoas sejam escutadas.” A corrida terminará oficialmente no próximo dia 31 de Outubro, data em que devem ser apresentadas as últimas listas. Homem e o currículo Há anos que Sérgio de Almeida Correia exerce advocacia em Macau, primeiro no escritório do falecido Rui Afonso, agora com escritório em nome próprio. Não é a primeira vez que Sérgio de Almeida Correia participa em actos eleitorais da AAM, pois fez parte da direcção no ano de 1994/1995, tendo-se demitido antes de terminar o mandato de dois anos. Ultimamente, tem sido uma voz crítica de várias questões sociais e políticas, tanto através de artigos publicados em jornais como na televisão, onde é um dos participantes do programa “Contraponto” da TDM. Licenciado em Direito e mestre em ciência política, o advogado terminou o ano passado o doutoramento na mesma área. Nos anos 80, Sérgio de Almeida Correia trabalhou na Administração portuguesa, primeiro como jurista nos Serviços de Marinha e depois no Gabinete dos Assuntos de Justiça, entre 1987 e 1989. No mesmo período, foi também colaborador do Gabinete de Tradução Jurídica. Em contrapartida [dropcap]E[/dropcap]m declarações à TDM – Rádio Macau, Jorge Neto Valente não revelou a recandidatura à AAM, ou se apoia Sérgio de Almeida Correia. O presidente da AAM argumenta que é a primeira vez que aparece “uma candidatura com tanta antecedência” em relação ao prazo para formalizar as candidaturas (31 de Outubro) para as eleições que decorrem habitualmente na primeira quinzena de Dezembro. “Não faço hipóteses nenhumas. Estou à espera de mais candidaturas. Como é que posso comprometer-me com quem quer que seja, sem saber quantas candidaturas vai haver? É compreensível. Eu não disse que não me candidato nem deixo de me recandidatar. Até ao dia 31 de Outubro eu direi se me vou candidatar, ou se apoio ou não. Não vou dizer agora. Não é a altura”. afirmou. Jorge Neto Valente encara como “natural que haja movimentações de colegas interessados em assumir os cargos da direcção da associação”. Está convencido que vai haver “mais candidaturas e não necessariamente de advogados portugueses”. “Ninguém pode ficar nem admirado, nem aborrecido por haver listas. É bom que as haja, é sinal de vitalidade. Acho que isso tudo é bom, é saudável”, afirmou. Na conferência de imprensa onde se apresentou como candidato, o advogado Sérgio de Almeida Correia defendeu que a AAM deve sair da “posição passiva em que tem estado de cada vez que a arbitrariedade sai à rua”. Neto Valente contesta: “Penso que há aí alguma confusão entre o papel que a associação – na minha opinião e dos colegas com quem tenho trabalhado – deve ter e as considerações políticas que eu acho que não cabem na associação, porque a política dentro da associação só serve para dividir”. “A associação não é nenhum partido, nem defende nenhumas ideias que não sejam os interesses e as posições da classe dos advogados, do sector da advocacia. É uma visão que é minha. Pelos vistos ele terá outra e é para isso que há candidaturas diferentes”, acrescentou à TDM – Rádio Macau.
Jogo | Impacto do encerramento dos casinos pode atingir 1,5 mil milhões João Santos Filipe - 18 Set 20189 Out 2018 Pela primeira vez desde que foi criada a RAEM, os casinos fecharam, devido à passagem de um tufão. A presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo elogiou a medida que coloca em primeiro lugar a segurança dos trabalhadores [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] encerramento das áreas de jogo dos casinos devido à passagem do Tufão Mangkhut, entre as 23h de sábado e as 8h de segunda-feira, poderá ter causados perdas às operadoras na ordem dos 1,5 mil milhões de patacas. As previsões foram feitas pelo banco de investimento Union Gaming. “Uma vez que o encerramento dos casinos aconteceu durante os importantes dias do fim-de-semana, em que, normalmente, as receitas brutas são superiores às receitas do dias úteis, antevemos que o encerramento tenha um impacto entre 1,1 mil milhões e 1,5 mil milhões nas receitas brutas do jogo”, pode ler-se num nota de imprensa, divulgada no domingo. Em relação às receitas brutas para todo o mês de Setembro, ou seja o montante que entra nas caixas dos casinos, antes do pagamento de impostos e outras despesas, a Union Gaming espera agora um crescimento em ritmo mais lento. “A nossa previsão inicial apontava para um montante de 24,5 mil milhões de patacas, o que implicava um crescimento de 14,7 por cento face ao período homólogo. Mas o montante deverá agora ficar entre 23 mil milhões e 23,3 mil milhões de patacas em Setembro, ou seja entre um crescimento de 7,7 por cento e 9,3 por cento”. Esta foi a primeira vez, após a criação da RAEM, que as zonas de jogo dos casinos encerraram devido à passagem de um tufão. Nem durante o Hato, que vitimou 10 pessoas em Macau, os casinos tinham sido encerrados. A decisão partiu da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), com a aprovação do Chefe do Executivo, e foi justificada com a necessidade de garantir a segurança dos trabalhadores. Medida aplaudida Por sua vez, Cloee Chao, presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo, deixou elogios à decisão por considerar que coloca em primeiro lugar a segurança dos trabalhadores do sector. “É uma medida muito boa e é eficaz para garantir que os funcionário dos casinos não ficam feridos quando se estão a deslocar, em altura de tufões. É a primeira vez que foi tomada desde a liberalização”, disse Cloee Chao, em declarações ao HM. “Durante muito tempo houve a discussão sobre se as perdas dos casinos iriam ser muito grandes, caso fossem encerrados nas alturas de tufão. Desta vez, ficou provado que não se podem falar em grandes prejuízos”, defendeu. A presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo revelou ainda que vai tentar agendar uma reunião com a DICJ para que “esta grande melhoria” continue a ser aplicada no futuro.
Mangkhut | Deputados divulgaram acções de voluntariado nas redes sociais João Santos Filipe - 18 Set 20189 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pós a passagem do tufão Mangkhut foram vários os deputados eleitos pela via directa que realizaram acções de voluntariado, nomeadamente na limpeza das ruas. Desde os campos tradicionais aos mais pró-democratas, todos acabaram por partilhar os trabalhos nas redes sociais. “Depois da passagem do tufão Mangkhut ficaram milhares de toneladas de lixo em Macau. Honestamente, apenas um máximo de uma centena de sacos com lixo podem ser removida ao longo de horas de trabalho, mas como as pessoas estão unidas neste esforço, as operações correm muito melhor”, escreveu o pró-democrata Sulu Sou, numa rede social. “Esta tarde senti o poder da comunidade, com o trabalho de todos foi possível reabrir rapidamente o mercado”, acrescentou o legislador da Novo Macau. Também a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) não perdeu a oportunidade de mostrar o trabalho dos seus deputado. Vestidos com as cores da FAOM, Ella Lei, Leong Sun Iok, acompanhado dos outros membros da associação eleitos pela via indirecta, Lei Chan U e Lam Lon Wai, estiveram na Rua Cinco de Outubro, na zona do Porto Interior. “Foi uma acção desenvolvida com o objectivo de mostrar solidariedade com os residentes mais afectados e ajudar as pessoas nas limpezas, no remover da água estagnada e do entulho causado pelo tufão”, foi explicado em comunicado da associação. Os voluntários da FAOM contaram ainda com o agradecimento de Sónia Chan, secretária para a Administração e Justiça, que passou pelo local. Ainda no campo tradicional, Mak Soi Kun levou a Associação de Conterrâneos de Jiangmen para a rua. Acompanhado pelo colega Zheng Anting, os dois surgem em várias fotos no Porto Interior. Já a legisladora Agnes Lam passou o dia em Coloane, em operações de limpeza, inclusive com o guarda prisionais. “Os bloqueios à estrada foram removidos muito cedo e a estrada ficou totalmente desimpedida pelas oito da manhã. No entanto, a limpeza dos esgotos e das lojas foi muito mais complicada”, relatou Agnes.
O IRS chega à China David Chan - 18 Set 201810 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap] o dia 31 de Agosto, o Comité Permanente do Congresso Nacional do Povo (CPCNP) aprovou a resolução de passar a taxar os cidadãos em função dos seus rendimentos. A medida entrará em vigor a 1 de Janeiro de 2019 . O pagamento desta taxa, o IRS em Portugal, é a forma de os cidadãos contribuirem para manter os serviços e infra-estruturas que o Governo coloca ao seu dispôr. Pagar os impostos é um dever de todos. Como o nome indica, imposto sobre rendimentos de pessoas singulares, esta taxa aplica-se a todos os rendimentos, quer sejam salários, contas bancárias, acções, lucros empresariais, rendas etc. Em alguns países, este imposto subdivide-se em dois, o que incide nos rendimentos laborais e o que incide nos redimentos não laborais. A percentagem que se aplica no segundo caso é superior à que se aplica no primeiro. Foram criadas várias emendas à lei sobre este tópico. As mais relevantes serão menciondas a seguir: Qualquer pessoa que permaneça na China, não menos do que 183 dias por ano, fica sujeito ao pagamento de IRS. Nestes casos, este imposto irá incidir nos rendimentos gerados dentro e fora do País. As pessoas sujeitas ao pagamento de IRS passam a ser obrigadas a entregar uma declaração de rendimentos entre Março e Junho de cada ano. As declarações entregues reportam-se sempre aos rendimentos do ano anterior. O IRS tem uma taxação progressiva. Isto significa que o imposto é cobrado a uma percentagem inferior nos rendimentos mais baixos, percentagem que vai aumentando à medida que o rendimento aumenta. As percentagens estão divididas em escalões, de 3%, 10%, 20%, 30%, 35% and 45% etc. Este sistema é justo para os contribuintes, na medida em que, quem ganha menos paga menos e, consequentemente, quem ganha mais paga mais. O sistema de taxamento progressivo tem uma função essencial na sociedade – a redistribuição da riqueza por todos. O objectivo é tornar a sociedade mais justa e pacífica. As pensões de alimentos são um dos principais itens a ser deduzidos no IRS, mas, para além desta, existem muitos outras despesas que podem ser deduzidas. Por exemplo, despesas de educação dos filhos, despesas de educação ou especialização do próprio, despesas de saúde, amortização da casa, renda, encargos com dependentes idosos, etc. Antes destas novas regras, os estrangeiros, incluindo as pessoas vindas de Taiwan, Hong Kong e Macau, só passavam a pagar impostos ao fim de cinco anos de estadia. Era por este motivo que muitas delas saíam da China após quatro anos e meio de permanência, voltando depois passado algum tempo. Devido a estas alterações, podemos depreender que muitos dos que trabalham no país, sobretudo os que estão instalados na área da Grande Baía, vão ser afectados. A instauração do IRS pode fazer com que menos pessoas tenham vontade de vir trabalhar para a China. Tam Yiu Chung, membro do CPCNP de Hong Kong, declarou que, as pessoas de Hong Kong que trabalham na China, mas que possam provar que a sua residência oficial é em Hong Kong, podem vir a ter isenção do imposto. Também os jovens que trabalham e se instalaram na China já há alguns anos, sem residência oficial em Hong Kong, passarão a pagar IRS. Esta situação será cada vez mais comum porque, devido aos preços inflacionados da habitação em Hong Kong, são obrigados a comprar casa na China, pelo que automaticamente passarão a ficar sujeitos ao pagamento de IRS. À semelhança destes jovens, também os reformados que se mudaram para a China serão taxados, desde que tenham rendimentos; por exemplo: recebam rendas ou pensões da China, de Hong Kong ou de Macau. Mais uma vez esta situação será frequente, porque muita gente faz poupanças e investimentos a pensar na reforma. Todas as pessoas querem ter alguns rendimentos na altura da reforma. Pois quem os tiver, terá de pagar IRS. Como sabemos, em Macau temos o fundo da segurança social. Se satisfizermos todos os requisitos, o Governo contribui com 3.450 patacas por mês para este fundo. Um dos nossos reformados que receba esta quantia e esteja a viver na China, vai provavelmente pensar duas vezes sobre a sua permanência. No entanto a regulamentação para a implementação deste novo imposto ainda não entrou em vigor. Esperemos que até lá todos os problemas se resolvam.
Pós-tufão | Chefe do Executivo visita zonas afectadas João Santos Filipe - 18 Set 20189 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, visitou ontem de manhã as zonas baixas da cidade, incluindo o Mercado de S. Lourenço, a zona do Pagode do Bazar, o bairro de Fai Chi Kei e o Mercado Vermelho, para se inteirar do ponto de situação e das inundações após a passagem do Mangkhut. Em comunicado, o gabinete de Fernando Chui Sai On, indicou que o Chefe do Executivo deu instruções nomeadamente no âmbito da execução dos trabalhos de limpeza para que a vida dos residentes regresse à normalidade o mais breve possível. Vítor Sereno enviou abraço de solidariedade Apesar de desempenhar actualmente funções no Senegal, o ex-Cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong não se esqueceu dos territórios, que foram assolados pelo tufão Mangkhut. “Do Senegal, onde agora me encontro, envio a todos os amigos em Macau e Hong-Kong – em particular à nossa querida Comunidade Portuguesa – que passam neste momento por dificuldades devido à passagem do “Mangkhut”, um enorme abraço de solidariedade”, escreveu Vítor Sereno, nas redes sociais. “Estaremos sempre juntos!”, acrescentou.
Mangkhut | Resposta do Governo com “resultados relativamente satisfatórios” Diana do Mar - 18 Set 20189 Out 2018 É a auto-avaliação do Governo à passagem do tufão Mangkhut: houve uma “notável” melhoria tanto ao nível da prevenção como da capacidade de resposta. Factores que, aliados a uma maior consciencialização, permitiram “resultados relativamente satisfatórios” [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]odos estavam mais bem preparados. Depois do tufão Hato, que há um ano ceifou dez vidas e causou prejuízos económicos estimados em 12,55 mil milhões de patacas, a lição foi aprendida. Na perspectiva do Governo, foram alcançados “resultados relativamente satisfatórios” na resposta ao tufão severo Mangkhut. “Após um ano de melhoria dos regimes e preparação, o Governo tem um notável melhoramento e aperfeiçoamento”, afirmou ontem o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, numa conferência de balanço. Essas melhorias foram sinalizadas – sustentou – desde logo em termos do alerta prévio, mas também ao nível das operações de emergência de protecção civil, da coordenação entre serviços ou das medidas de contingência, passando pela consciência e capacidade de resposta em tempestades, até à eficiência da divulgação de informações. Além da “grande atenção dada à situação e com uma permanência longa do Chefe do Executivo no Centro de Protecção Civil, [o balanço positivo] resulta do grande contributo dos diversos serviços”, bem como de uma série de factores, segundo Wong Sio Chak. À cabeça surge “o grande aumento da consciência de protecção civil” por parte da sociedade que se preparou com antecedência, tomou medidas preventivas e colaborou com as autoridades. “No momento da chegada do tufão, a maioria dos cidadãos obedeceu às ordens de evacuação”, “o que evitou casos de morte, originou um número mínimo de feridos [40, a maioria ligeiros] e minimizou as perdas de bens”, realçou. Durante a passagem do Mangkhut foram retiradas 5.650 pessoas das zonas baixas devido ao risco das inundações, das quais 1.343 recorreram aos 16 centros de abrigo, detalhou o comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), Ma Io Kun. Importantes foram também as medidas tomadas com antecedência, como a disponibilização de lugares de estacionamento – tanto em parques do Governo como nos casinos –, bem como o inédito encerramento dos espaços de jogo, que ficaram fechados entre as 23h de sábado e as 8h de segunda-feira. Em paralelo, o Governo destacou também o facto de ter decidido antecipadamente o encerramento temporário das fronteiras, bem como a suspensão das aulas e o encerramento dos serviços públicos (à excepção dos integrados na estrutura da Protecção Civil e dos de representação no exterior) e, por conseguinte, a dispensa dos funcionários públicos durante o dia de ontem. A divulgação oportuna de grande quantidade de informação foi outro dos pontos elencados, com o Governo a salientar que “a maioria dos cidadãos rejeitou, de forma consciente e racional, todos os tipos de rumores falsos”. Margem para melhorar Não obstante, “notámos, sem dúvida, que ainda há espaço para melhoramento no trabalho de resposta”, reconheceu Wong Sio Chak. É o caso da evacuação em cenário de crise. Apesar de a maioria ter obedecido às ordens de evacuação, Wong Sio Chak deu conta de um caso de resistência que acabou por ser resolvido, com o residente a aceder finalmente a sair de casa. “Isso não prova apenas perigos à segurança da sua própria vida e do pessoal das forças de segurança”, mas provoca também “a demora de outros trabalhos de socorro”, sublinhou, não descartando a possibilidade de, no futuro, tornar a evacuação obrigatória: “Nós queremos que saiam [de casa] por vontade própria”, mas “estamos a analisar”. Também em cima da mesa figura a possibilidade de ser introduzida uma norma que obrigue ao encerramento dos casinos quando for içado o sinal 8, algo que nem se encontra previsto, por exemplo, nos contratos com as operadoras de jogo. “Será que, no futuro, o encerramento vai ser regular? Por enquanto, ainda não posso dizer”, afirmou, recordando, porém, que a a futura Lei de Bases da Protecção Civil, cuja consulta pública terminou em Agosto, prevê que o Chefe do Executivo pode decretar como “medida excepcional” o encerramento dos casinos, embora o documento não defina os critérios para o efeito. Outro aspecto que carece de melhorias prende-se com os falsos rumores, tendo, aliás, o secretário para a Segurança adiantado estar a ser investigada a origem de informações falsas divulgadas durante o Mangkhut. “O trabalho de esclarecimento pode ser feito ainda de uma forma mais eficaz”, observou. Reforçada precisa também de ser a sensibilização, como ficou patente com o caso de turistas que foram para áreas perigosas, violando as disposições legais e as ordens da polícia (ver caixa), apontou Wong Sio Chak. Esta avaliação “é apenas uma versão simples e preliminar, não necessariamente abrangente e precisa”, realçou o secretário, indicando que hoje os membros da estrutura da Protecção Civil vão reunir-se para um balanço das operações, sendo que a tutela da Segurança irá fazer uma avaliação específica. Mangkhut versus Hato As comparações entre o Mangkhut Hato foram inevitáveis, nomeadamente no plano da resposta do Governo. Questionado sobre se os danos do Hato, incluindo a ocorrência de mortes, poderiam ter sido evitados caso a atitude tivesse sido a mesma deste ano, Wong Sio Chak afirmou: “Estes resultados em resposta ao tufão Mangkhut já conseguem responder à sua pergunta”. Segundo o director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), Raymond Tam, o Mangkhut bateu diferentes recordes, como o número de horas em que esteve hasteado o sinal 10: foram nove, o que não sucedia desde 1968. Em comparação com o Hato foi mais forte em determinados aspectos, como ao nível dos ventos máximos sustentados que atingiram 173 km/h contra os 165 km/h do Hato. Já as rajadas máximas foram menores (188 km/h contra 217 km/h do Hato) e as inundações ligeiramente menos graves, com a maré a alcançar 5,5 metros contra 5,58 metros durante o Hato, com a água atingir a marca de 1,9 metros acima do pavimento na zona do Porto Interior. Energia e água quase repostos na totalidade Durante a passagem do Mangkhut também houve cortes no fornecimento de energia eléctrica e de água. Até ontem à tarde, entre 1.000 a 2.000 residentes continuavam sem electricidade, segundo estimativas da CEM, depois de, no domingo, aproximadamente 20 mil clientes da eléctrica terem sido afectados pela suspensão do fornecimento nas zonas baixas da cidade. Também houve residentes afectados por cortes no abastecimento de água. Segundo a directora dos Serviços Marítimos e da Água (DSAMA), durante o tufão, 21 prédios ficaram sem água por causa de problemas do sistema interno de abastecimento ou por falhas nas instalações de energia, a qual foi reposta em 15 dos edifícios. Previa-se o restabelecimento do abastecimento “em breve” em três dos seis prédios que, até ontem à tarde, ainda não tinham água, indicou Susana Wong. Para ajudar os residentes afectados, a Sociedade de Abastecimento de Água instalou três postos temporários junto aos edifícios Cheng Chong, Yuet Tak e Ou Va. Multa para cinco turistas que entraram na ponte Foram sujeitos a sanção administrativa, ou seja, a multa os cinco turistas que, no domingo, passaram o cordão policial e atravessaram até ao cimo da Ponte Nobre de Carvalho antes de serem travados e conduzidos à esquadra. Segundo Leong Man Cheong, Comandante do Corpo de Polícia de Segurança Pública (PSP), os turistas relataram que não tinham transporte, dado que estava içado o sinal máximo de tempestade tropical, pelo que decidiram fazer a travessia para regressar ao hotel localizado nas ilhas. Leong Man Cheong não esclareceu qual foi a multa aplicada nem a proveniência dos turistas. Informações divulgadas anteriormente pelo Centro de Operações da Protecção Civil (COPC) indicavam que outras duas pessoas tentaram repetir a mesma façanha com o objectivo de “filmar as ondas”, mas em vão. Quase meia centena de infracções cometidas pelos taxistas Entre as 18h de sábado e as 16h de domingo, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (PSP) detectou 48 infracções cometidas por taxistas, a maioria das quais (31) relativas a cobrança excessiva. Já 11 casos diziam respeito a recusa de transporte, dois a exploração ilícita do serviço de transporte e as restantes quatro a outras irregularidades. Tufão em números 40 feridos (28 homens e 12 mulheres), a maioria dos quais ligeiros, dos quais cinco continuam hospitalizados para observação e tratamento 455 toneladas de lixo recolhidas até às 12h de ontem 2,8 toneladas de alimentos, como carne, de 12 estabelecimentos que têm de ser destruídos por estarem estragados 3.700 árvores afectadas 573 incidentes (das 21h de sábado até às 18h de ontem)
LCA | Paulo Sousa encara encontro como se estivesse em casa João Santos Filipe - 18 Set 20189 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Tianjin Quanjian vai utilizar hoje o Estádio de Macau para a segunda mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões Asiáticos e Paulo Sousa quer surpreender o adversário, depois de ter perdido na primeira mão por 2-0. Em Macau, mas a jogar em casa. É desta forma que Paulo Sousa, treinador do Tianjin Quanjian, encara a partida desta noite, às 19h30, no Estádio de Macau diante do Kashima Antlers. Na primeira-mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões Asiáticos, a formação chinesa perdeu por 2-0, pelo que terá de conseguir um resultado de, pelo menos, 3-0 para se apurar para as meias-finais. “Estamos a jogar fora, mas sentimos que estamos em casa. Por isso, vamos procurar pressionar o adversário desde o início, mantendo a concentração para não sofrer golos. Mas queremos ter a posse da bola e criar as oportunidades para virar a eliminatória”, disse, ontem, o técnico português, no lançamento da partida. Uma das condicionantes da partida passa pelo facto dos trabalhos das equipas terem sido afectados pela passagem do tufão Mangkhut, que impediu que subissem ao relvado. Paulo Sousa considera que esta é uma realidade que encara pela primeira vez, mas que não será justificação para um resultado menos conseguido. “A equipa está recuperada [após a derrota por 1-0 do fim-de-semana diante do Dalian Yifang]. Não fomos autorizados a sair do hotel, mas tivemos duas excelentes sessões de recuperação. Para nós há muitas coisas novas que temos de enfrentar e esta é só mais uma. Mesmo assim, estamos confiantes que podemos ter o resultado que procuramos”, explicou. Ainda em relação ao adversário, o treinador frisou que o futebol japonês está muito mais desenvolvido do que o chinês. “Em termos técnicos, físicos e tácticos o futebol japonês está mais desenvolvido. O jogador japonês tem uma outra forma de ler os jogos. Mas a nível mental somos superiores e podemos ser competitivos. Já mostrámos nos encontros do grupo que podemos vencer equipas japonesas e é isso que temos de repetir”, considerou. Solidariedade nipónica Por sua vez, o treinador dos Kashima Antlers, Go Oiwa, começou a conferência de imprensa por recordar os afectados pelo tufão Mangkhut. “Queremos mostrar a nossa solidariedade por todos os afectados pelo tufão, quer em Macau, quer nas jurisdições vizinhas. Nesta altura difícil, os nossos pensamentos estão com eles”, afirmou o técnico japonês. Apesar de nem Macau nem Hong Kong não terem registado vítimas mortais, nas Filipinas e no Interior da China houve quem não resistisse à passagem tufão. Já sobre a partida, Go Oiwa vincou a vontade da equipa não sofrer qualquer golo e de impor o seu jogo. O técnico japonês alertou também para os perigos da equipa jogar demasiado à defesa e deixar-se surpreender. O encontro está agendado para esta noite. A Associação de Futebol de Macau distribui, no sábado, cinco mil bilhetes para o encontro, que foram todos levantados por residentes em cerca de duas horas.
Bibliotecas e museus fechados e sem data para abrir após Mangkhut Hoje Macau - 18 Set 2018 [dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap]evido à influência do tufão “Mangkhut”, as instalações culturais sob a alçada do Instituto Cultural (IC), incluindo sítios do património, bibliotecas públicas, museus e salas de exposições, entre outras, vão estar encerradas durante o dia de hoje. O Instituto Cultural anunciou que o encerramento dos equipamentos se deve às operações de limpeza e inspecção de forma a garantir “a segurança do público”. As datas para a reabertura das instalações culturais serão anunciadas de acordo com a avaliação. Também as candidaturas ao “Programa de Apoio Financeiro para Actividades/Projectos Culturais”, ao “Programa de Formação de Recursos Humanos na Gestão Cultural e das Artes” e ao “Programa de Subsídios à Arte da Comunidade” para o ano de 2019 foram adiadas.
GP Motos | McGuiness e Jessopp confirmados para Novembro Sérgio Fonseca - 18 Set 20189 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Ducati vai tentar revalidar o título do Grande Prémio de Motos de Macau em 2018, tendo confirmado na passada sexta-feira a sua equipa de pilotos que inclui duas caras bem conhecidas da prova. John McGuinness e Martin Jessopp vão defender as cores do construtor de Borgo Panigale contra, o que se espera, uma armada numerosa de motos da BMW, inscritos pela equipa Be Wiser Ducati Racing Team, que na prática não é mais que a estrutura ganhadora Paul Bird Motorsport com o nome diferente, a mesma formação que venceu a prova de Macau em 2017. Depois do triunfo na prova do ano passado aos comandos de uma Ducati 1199S, Glenn Irwin decidiu contra um regresso a Macau este ano. O piloto da Irlanda do Norte afirmou ainda não ter ultrapassado o trauma do acidente que vitimou David Hagerty, o que obrigou Paul Bird a encontrar substitutos à altura. Ao contrário de Irwin, extremamente motivado para regressar ao Oriente está McGuinness, que foi o grande ausente da edição do ano passado por estar a recuperar de um despiste numa sessão de treinos causado por um problema electrónico na sua mota. Recuperado das mazelas desse despiste, o veterano de 46 anos está de volta às lides, tendo triunfado já este ano na Classic TT. McGuinness venceu no Circuito da Guia em 2001, regressando depois ao pódio por diversas ocasiões. Já Jessopp, que em 2016 partiu da pole-position, quererá quebrar o enguiço e tentar vencer entre nós pela primeira vez. O britânico foi presença no pódio da prova em cinco das sete últimas edições da prova, mas nunca subiu ao degrau mais alto do palanque. A confirmação de McGuiness e de Jessopp é uma mais valia para 52ª edição da corrida de motociclismo mais antiga do continente asiático, isto após Michael Rutter já ter atestado ao HM que voltaria à RAEM em Novembro.
Justiça belga rejeita extradição de rapper espanhol Hoje Macau - 18 Set 2018 [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] justiça belga rejeitou ontem o pedido de extradição para Espanha do rapper Valtonyc, condenado a três anos e meio de prisão por escrever letras de músicas a elogiar grupos terroristas e a insultar a família real. O rapper, cujo nome verdadeiro é José Miguel Arenas Beltran, deveria entregar-se voluntariamente às autoridades espanholas em Maio para cumprir a sentença, mas fugiu para a Bélgica. Um dos seus advogados, Simon Bekaert, disse ontem que “o juiz decidiu que não haverá extradição e descartou as três acusações”. Os advogados explicaram aos jornalistas, à saída do tribunal, que as acusações da justiça espanhola não têm equivalência na lei belga. “Estou satisfeito, feliz”, disse o rapper à imprensa. A justiça espanhola emitiu um mandado internacional de captura a 24 de Maio. Nas letras das suas canções, o rapper aborda o assassínio de membros do Governo, da família real e dos partidos de direita. O rapper, que está exilado na Bélgica e vive nas proximidades de Gant, sempre justificou que as letras das canções pretendiam “chocar a consciência das pessoas” e não atacá-las fisicamente. “Depois de assistir a [filme] ‘Kill Bill’, vocês vão começar a cortar a garganta das pessoas com uma catana? Não, as pessoas entendem que é arte e isso é tudo”, disse.
Manghkut | De volta à normalidade Sofia Margarida Mota - 18 Set 201821 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oram nove horas de sinal 10 içado em Macau. As cheias não pouparam as zonas adjacentes ao Porto Interior onde os danos foram elevados, mas, desta vez, a prevenção também. No dia seguinte à passagem do Manghkut, a zona central de Macau regressava à normalidade. FOTOS: Sofia Mota
Filme português interactivo estreia-se em Macau Hoje Macau - 18 Set 201810 Out 2018 Macau estreia de 24 de Setembro a 2 de Outubro um projecto de produção de um filme interactivo em que os espectadores são chamados a intervir, em tempo real, na narrativa do filme, tornando-os protagonistas e coautores [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] filme é intitulado “Cadavre Exquis” e faz parte do projecto “Os Caminhos que se Bifurcam”, da autoria do investigador Bruno Mendes da Silva, vice-coordenador do Centro de Investigação em Artes e Comunicação da Universidade do Algarve. O filme, que conta com um guião e a ‘voz-off’ de Vítor-Reia Batista, vai concorrer a festivais internacionais e será exibido em 2019, em Portugal, em vários espaços expositivos, informou ontem a organização. A produção do filme, que inclui uma ‘masterclass’ a 26 de Setembro aberta à comunidade também na Universidade de São José, em Macau, é da responsabilidade de Maria Paula Monteiro. Esta é a segunda aposta da produtora em Macau, depois do filme sobre a vida e obra de Camilo Pessanha intitulado de “PeSanlé – O Poeta de Macau”. “É uma honra ajudar a contribuir para a educação científica em instituições académicas em Macau, que se debruçam sobre a investigação inovadora na área dos estudos artísticos e culturais, o caso da Universidade de S. José”, sublinha o mentor do projecto e também realizador de “Cadavre Exquis”, Bruno Mendes da Silva, citado num comunicado da organização. “Devo dizer que estou muito entusiasmado com a produção deste filme, o primeiro do género em Macau. É um desafio fantástico para alguém que, como eu, já trabalhou nesta cidade”, acrescenta o investigador. Parceria algarvia O filme junta 11 parcerias com a Universidade do Algarve, à cabeça das quais estão a Universidade de São José, o Instituto Cultural de Macau e a Creative Macau. A produtora e fundadora da ART 8 Macau, Maria Paula Monteiro, diz que o objectivo do filme passa por “ampliar o espaço de desenvolvimento” em áreas como arte digital, tecnologia e comunicação associada ao cinema, em Macau, aproveitando o intercâmbio da produção, dos produtores artísticos e do conhecimento científico.
Salto – “Rio Seco” Hoje Macau - 17 Set 201817 Jan 2019 “Salto” Tens sede e não queres beber tens medo de quem te dá tens fome de crescer em paz e vontade de viver inteiro E sonho hoje como te devo dizer Que todos os rios vão secar Até os peixes, terem pernas para andar Contas contas que são poucas para te entreter Finges não entender outras que te possam entristecer Acorda e sonha a cores E quando tudo se deixar transformar Passo a passo força-se o hábito Devagar Até as dunas terem voz para cantar Contas contas que são poucas para te entreter Finges não entender outras que te possam entristecer Corto as pontas que são ocas para engrandecer Finjo e fico com as outras Até o rio renascer Acordo e sonho a cores Até os peixes terem pernas para andar Até os peixes terem voz para cantar Acordo e sonho a cores SALTO e emmy Curl
Mangkhut | Pelo menos 17 feridos até às 21h de domingo Hoje Macau - 17 Set 201810 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] té às 21h de ontem, foram assistidas 17 pessoas – 12 homens e cinco mulheres – com idades entre os 3 e os 87 anos. Dos 17 feridos, 15 são residentes e dois oriundos da China. Os feridos foram assistidos devido a ferimentos de diferentes graus, incluindo cortes, entalamentos e fracturas em diferentes membros. Num caso, relativo a um ferido com 87 anos, a situação clínica era considerada grave, noutros seis era moderada, enquanto os restantes dez eram ligeiros.
Mangkhut | Casinos reabriram às 8h Hoje Macau - 17 Set 2018 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] s casinos, que estavam encerrados desde as 23h de sábado, retomaram operações às 8h de hoje (segunda-feira). O anúncio foi feito pelo gabinete do porta-voz do Governo durante a madrugada, logo após os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) terem baixado pelas 4h o sinal de tempestade tropical de 8 para 3. Às 11h, o Mangkhut, que se localizava a cerca de 560 quilómetros a oés-noroeste de Macau, estava a afastar-se gradualmente do território. Segundo os SMG, o sinal 3 de tempestade tropical deve continuar em vigor por um período de tempo, ainda indeterminado.