Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Xi Jinping felicita Lee Jae-myung pela vitória nas presidenciais O Presidente chinês, Xi Jinping, enviou ontem uma mensagem de felicitações ao liberal Lee Jae-myung pela vitória nas eleições presidenciais sul-coreanas e apelou à cooperação para que os dois países mantenham a “boa vizinhança e amizade”. “Nos 33 anos desde o estabelecimento das relações diplomáticas, os dois lados ultrapassaram as diferenças ideológicas e sociais, trabalharam em estreita colaboração, alcançaram êxitos e conseguiram um desenvolvimento estável e saudável das suas relações”, afirmou Xi num telegrama, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua. O líder chinês afirmou que atribui “grande importância” aos laços com Seul e disse que o país está disposto a trabalhar com a Coreia do Sul para “promover conjuntamente a parceria estratégica de cooperação” entre as duas nações, apesar de citar “a crescente incerteza na situação internacional e regional”. A China é o maior parceiro comercial da Coreia do Sul, mas, apesar dos fortes laços económicos, as relações bilaterais são marcadas por um constante braço de ferro sobre rivalidades regionais, sensibilidades históricas e interesses estratégicos contraditórios. Pequim criticou Seul por ter estreitado os laços com Washington no âmbito da estratégia de dissuasão contra a Coreia do Norte, enquanto a China se opôs nos últimos anos à imposição de novas sanções da ONU contra Pyongyang. O liberal Lee Jae-myung venceu as eleições presidenciais da Coreia do Sul na terça-feira com 49,4 por cento dos votos, contra 41,1 por cento do rival conservador Kim Moon-soo.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Candidato da esquerda vence presidenciais O candidato da oposição Lee Jae-myung (centro-esquerda) é dado como vencedor das eleições presidenciais na Coreia do Sul, com 51,7 por cento dos votos, segundo as projecções divulgadas após o encerramento desta votação com uma única volta. De acordo com as sondagens à boca das urnas, Lee Jae-myung (Partido Democrata) obteve 51,7 por cento dos votos, contra 39,3 por cento do seu principal adversário, o conservador Kim Moon-soo (PPP, direita), informaram as três maiores emissoras de televisão sul-coreanas. Esta votação, cujo resultado ainda precisa de ser confirmado pela Comissão Eleitoral Nacional, deve permitir que a Coreia do Sul recupere um líder e a estabilidade política, após seis meses de crise desencadeada pelo anterior chefe de Estado, Yoon Suk Yeol. No início de Dezembro, Yoon declarou surpreendentemente a lei marcial e enviou o exército para assumir o controlo do parlamento, amplamente dominado pela oposição, a fim de silenciá-lo. Na ocasião, um número suficiente de deputados conseguiu reunir-se para votar uma moção e rapidamente fazer fracassar a iniciativa do então Presidente, que foi classificada como um golpe de força. Seguiram-se seis meses de profundo caos político, entre manifestações maciças, prisão e destituição de Yoon Suk Yeol, sucessão inédita de presidentes interinos e outras reviravoltas, nomeadamente judiciais. Se a sua vitória for homologada, Lee Jae-myung, um antigo operário de 61 anos, terá a difícil tarefa de enfrentar a ameaça representada pelo imprevisível vizinho norte-coreano, ao mesmo tempo que se posiciona entre a China, principal parceiro comercial da Coreia do Sul, e os Estados Unidos, aliado e protector histórico.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Excursões da Coreia aumentam 24% Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) relativos ao número de turistas e excursões nos primeiros quatro meses deste ano mostram como Macau recebeu 38 mil excursionistas da Coreia do Sul, um aumento anual de 24,6 por cento face aos primeiros quatro meses de 2024. Em termos gerais, Macau recebeu 757 mil excursionistas em quatro meses, mais 10,2 por cento em termos anuais, com os turistas do Interior da China a dominar: 662.000 eram de visitantes, um aumento de 8,9 por cento. Por sua vez, 76 mil eram excursionistas internacionais, um aumento de 9,3 por cento. Nos quatro primeiros meses deste ano, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos estabelecimentos hoteleiros foi de 89,6 por cento, mais 5,1 pontos percentuais, em termos anuais. Os estabelecimentos hoteleiros hospedaram 4.779.000 indivíduos, menos 3,2 por cento, face a idêntico período de 2024 e o período médio de permanência dos hóspedes manteve-se em 1,7 noites.
João Luz PolíticaCoreia do Sul | DST promove Macau com operação de charme em Seul Entre sexta-feira e segunda-feira, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) vai organizar a promoção de rua “Sentir Macau” em Seul, na Coreia do Sul. A iniciativa pretende incentivar turistas da Coreia do Sul a visitar Macau, em especial jovens “millennials” e da geração Z, durante as férias de Verão e a segunda metade do ano. A delegação de Macau irá organizar vários eventos no maior centro comercial de Seul, o The Hyundai Seoul, e logo no primeiro dia, sexta-feira, irá sortear uma viagem a, de três dias e duas noites, “experienciando de imediato a beleza romântica da cidade e o maravilhoso ‘turismo +’”, indicou ontem a DST. A DST vai apostar no romantismo de Macau para atrair jovens sul-coreanos. Para isso, a DST indica que foram “concebidos jogos interactivos, instalações para tirar fotografias e espectáculos”, para os turistas “explorarem cinco experiências de viagem românticas por Macau”. A aposta do Governo da RAEM passa também pelo lançamento de descontos nos preços dos quartos de hotel e voos, através de parcerias com companhias aéreas como a Cathay Pacific, Korea Airlines, Jeju Air e Air Busan. De acordo com dados provisórios, até 16 de Maio, cerca de 235 mil sul-coreanos visitaram Macau, mantendo a “posição estável” do país no “topo do mercado internacional de visitantes de Macau, com um aumento de 26 por cento em relação ao período homólogo de 2024, e recuperando para 65 por cento” dos valores de 2019. Em Abril, o período médio de permanência dos visitantes sul-coreanos em Macau foi de 2,2 dias. Existem actualmente 35 voos semanais entre a RAEM e cidades da Coreia do Sul.
Hoje Macau China / ÁsiaFavorito às presidenciais sul-coreanas defende segundo mandato O principal candidato à presidência da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, propôs uma alteração à Constituição para encurtar o mandato presidencial para quatro anos, mas acrescentando um segundo mandato, considerando-a uma medida para equilibrar o poder. A proposta, divulgada ontem por Lee na rede social Facebook, surge quando os sul-coreanos estão a duas semanas escolher nas urnas o seu Presidente para um mandato único de cinco anos, numa votação desencadeada pela destituição do antigo Presidente Yoon Suk Yeol. As últimas sondagens mostram que Lee, o candidato do Partido Democrático, da oposição, lidera a corrida às eleições agendadas para 03 de Junho com uma taxa de apoio de 51 por cento. “Vamos tornar o presidente mais responsável e descentralizar o poder”, disse Lee numa publicação no Facebook. “Uma presidência de quatro anos e dois mandatos permitiria avaliações intercalares da administração, o que aumentaria a sua responsabilidade”. Posteriormente, em resposta aos jornalistas num evento em Gwangju, Lee sublinhou que a Constituição sul-coreana não permite que uma revisão do mandato presidencial seja aplicada ao líder em funções, noticiou a Yonhap News. Outras mudanças Lee propôs igualmente uma série de medidas destinadas a conferir mais poderes ao Parlamento, tais como a limitação do direito de veto do Presidente e a exigência de aprovação parlamentar para a declaração da lei marcial. “Se as discussões progredirem suficientemente depressa, poderemos perguntar o que as pessoas querem nas eleições locais de 2026 ou nas eleições gerais de 2028, mesmo que atrasadas”, escreveu Lee no Facebook. A eleição do próximo presidente da Coreia do Sul assume-se como um passo crucial para recolocar a potência exportadora no caminho da estabilidade política, depois de o decreto de lei marcial de Yoon, em Dezembro, ter desencadeado a pior crise constitucional do país em décadas. No sábado, Yoon abandonou o Partido do Poder Popular, abrindo caminho para que os conservadores atraiam mais eleitores indecisos, quando o fracasso da lei marcial ainda projecta uma sombra densa sobre o seu candidato, Kim Moon-soo. Kim, antigo ministro do Trabalho de Yoon, foi elogiado pelos conservadores por se ter oposto à destituição de Yoon e por se ter recusado a pedir desculpa pelo decreto da lei marcial.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Kim Moon-soo confirmado candidato presidencial do partido no poder O Partido do Poder Popular (PPP) da Coreia do Sul formalizou ontem o registo de Kim Moon-soo como candidato às presidenciais do país, após este vencer uma disputa com outro potencial concorrente da formação política. O registo do PPP – partido no poder – foi feito junto da Comissão Nacional de Eleições, depois de a assembleia geral da formação política ter rejeitado, no sábado, uma moção apresentada pela direcção, que queria que o candidato às eleições de 03 de Junho fosse o ex-primeiro-ministro Han Duck-woo. Han e Kim tentaram, sem sucesso, durante a última semana, chegar a um consenso e unir as candidaturas, para evitar uma fragmentação dos votos do partido conservador, que deverá sofrer nas urnas as consequências da profunda crise política desencadeada pela declaração de lei marcial, em dezembro, pelo presidente deposto Yoon Suk-yeol. Han Duck-woo foi presidente interino do país em duas ocasiões distintas, após a destituição de Yoon, e tem procurado dissociar-se do polémico líder e da breve declaração de lei marcial. Kim, por seu lado, foi ministro do Trabalho, tendo sido nomeado candidato presidencial nas primárias do PPP. No entanto, a candidatura do ex-ministro foi posta em causa com o aparecimento de Han, que contava com o apoio da direcção do PPP. “Esta eleição presidencial é crucial, uma vez que irá definir um líder capaz de ultrapassar a crise que a nossa nação enfrenta e trabalhar para a felicidade do povo”, disse Kim aos jornalistas, depois de registar a candidatura nos escritórios do órgão eleitoral em Gwacheon, sul de Seul. Antes das eleições presidenciais de 03 de Junho, o candidato do partido no poder anunciou que vai centrar a estratégia na construção de uma grande coligação, tanto dentro como fora do partido, com o objetivo de alcançar a unidade nacional e ouvir a voz do povo.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Ex-presidente nega insurreição O ex-presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, negou ontem ter cometido qualquer acto de insurreição durante a tentativa de impor a lei marcial em Dezembro “Descrever um acontecimento que durou apenas algumas horas, que não foi violento, e concordar imediatamente em descrever o pedido de dissolução da Assembleia Nacional como uma insurreição (…) parece-me juridicamente infundado”, declarou perante o Tribunal Central de Seul, que após duas audiências preliminares começou ontem a julgar o caso, que pode resultar numa condenação Yoon Suk Yeol a prisão perpétua ou mesmo a pena de morte. Destituído pelo Tribunal Constitucional em 4 de Abril, depois de ter sido suspenso do cargo em meados de Dezembro, Yoon enfrenta agora acusações criminais. Apesar das pesadas penas a que foi sujeito, encontra-se em liberdade, tendo a sua prisão preventiva sido anulada por razões processuais em 8 de Março. Como todos os arguidos, o antigo chefe de Estado teve de começar por dizer o seu nome, data de nascimento e morada. A acusação incrimina Yoon Suk Yeol de “querer provocar uma revolta, com o objectivo de derrubar a ordem constitucional”, salientando que a lei marcial foi preparada com antecedência e que foram dadas ordens ao exército para cortar a electricidade e partir as janelas do Parlamento. Yoon, antigo procurador-geral, eleito chefe de Estado em 2022, começou ontem a refutar as acusações ponto por ponto. A maioria dos especialistas espera que o processo seja longo, fazendo comparações com o do ex-presidente Park Geun-hye, que foi destituído em Março de 2017, mas cuja condenação final por tráfico de influências e corrupção só foi proferida pelo Supremo Tribunal em Janeiro de 2021. “O veredicto em primeira instância deverá ser proferido por volta do mês de Agosto, mas o processo envolve cerca de 70 mil páginas de provas e numerosas testemunhas. Se o tribunal considerar necessário, o julgamento poderá ser prolongado”, declarou à agência de notícias France-Presse o advogado Min Kyoung-sic. Olhar para trás Entre outros, o tribunal vai ouvir o testemunho de dois oficiais do exército citados pelos procuradores, um dos quais afirmou ter recebido ordens dos seus superiores “para retirar os deputados reunidos na Assembleia Nacional para impor a lei marcial”. Na noite de 3 para 4 de Dezembro de 2024, Yoon Suk Yeol impôs de forma inesperada a lei marcial, enviando o exército para bloquear o parlamento, dominado pela oposição. No entanto, poucas horas mais tarde, um número elevado de deputados conseguiu reunir-se para votar pelo levantamento da lei marcial, numa crise que apanhou o país de surpresa. Se for condenado, Yoon será o terceiro antigo presidente da Coreia do Sul a ser condenado por insurreição, depois de Chun Doo-hwan e Roh Tae-woo, em 1996, por um golpe de Estado efectuado em 1979. De acordo com o advogado Min Kyoung-sic, o tribunal poderá aplicar a Yoon a jurisprudência do julgamento de Chun e Roh, uma vez que as suas acções “também envolveram a utilização coerciva das forças armadas”.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Fogos florestais já fizeram 24 mortos Os fogos que deflagraram na passada sexta-feira vão semeando o caos pelo país asiático. Além de destruir templos, casas e fábricas, as chamas já causaram a morte a pelo menos 24 pessoas Os incêndios florestais provocados pelo vento, que estão entre os piores da história da Coreia do Sul, causaram a morte de 24 pessoas, destruíram mais de 200 estruturas e obrigaram à evacuação de 27.000 pessoas, segundo o último balanço. O número de mortos incluiu um piloto que morreu após um helicóptero cair durante os esforços para conter os incêndios florestais na cidade de Uiseong, no sudeste, uma das áreas mais atingidas, de acordo com as autoridades. A aeronave não tinha outros tripulantes. Segundo a Agência Nacional de Incêndios, pelo menos outras 26 pessoas sofreram vários graus de ferimentos. Um antigo templo budista, casas, fábricas e veículos estão entre as estruturas destruídas nos incêndios florestais. O presidente em exercício da Coreia do Sul, Han Duck-soo, disse que os incêndios florestais que começaram na passada sexta-feira estão a causar danos piores do que muitos outros incêndios florestais anteriores. “Os danos estão a aumentar. Tememos ter danos de incêndios florestais que nunca tivemos antes, então temos que concentrar todas as nossas capacidades para apagar os fogos até ao fim desta semana”, disse Han. Segundo o responsável, cerca de 4.650 bombeiros, soldados e outros funcionários estão no terreno, com a ajuda de cerca de 130 helicópteros. Património desaparecido Os maiores incêndios ocorreram em Andong, nos condados vizinhos de Uiseong e Sancheong e na cidade de Ulsan, de acordo com o Ministério do Interior da Coreia do Sul. O incêndio em Uiseong destruiu quase metade de mais de 30 estruturas em Gounsa, um templo que teria sido construído originalmente no século VII. O Serviço Florestal da Coreia elevou o alerta de incêndio florestal para o nível mais alto em todo o país na terça-feira, exigindo que os governos locais designem mais trabalhadores para resposta a emergências, aumentem as restrições de entrada para florestas e parques e recomendem que as unidades militares suspendam os exercícios de fogo real. Autoridades do governo suspeitam que erro humano tenha causado vários incêndios.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Alerta máximo antes de decisão sobre Presidente A polícia da Coreia do Sul vai activar o nível mais elevado de alerta e mobilizar todos os agentes no dia da decisão do Tribunal Constitucional sobre a destituição formal do Presidente Yoon Suk–yeol. As autoridades sul-coreanas anunciaram ontem o plano, num esforço para evitar protestos em massa e possíveis ataques a instalações importantes, incluindo o tribunal, no meio do actual clima de tensão política no país. O plano inclui a mobilização de 14 mil polícias de choque em Seul, representando 60 por cento das forças de controlo de distúrbios disponíveis no país, de acordo com a agência de notícias pública Yonhap. A data exacta da audiência ainda não foi divulgada, mas a expectativa é que aconteça antes do final de Março. O Tribunal Constitucional concluiu no final de Fevereiro a análise do processo de destituição de Yoon, devido à imposição da declaração de lei marcial a 3 de Dezembro. Unidades de segurança pessoal, detectives e forças especiais serão mobilizadas em redor do tribunal, e equipamento antidrone também será mobilizado para impedir voos ilegais sobre a área, que foi declarada zona de exclusão aérea já na semana passada. As autoridades alertaram que qualquer tentativa de invasão do tribunal resultará em detenções imediatas. Há receios sobre uma possível repetição dos incidentes de 19 de Janeiro, quando os apoiantes de Yoon invadiram o Tribunal Distrital Ocidental de Seul para protestar contra a decisão de prolongar a detenção do Presidente. Durante os confrontos, foram relatados ataques contra agentes da polícia e jornalistas, bem como danos em instalações. No sábado, milhares de sul-coreanos encheram as ruas do centro de Seul em grandes manifestações a favor e contra Yoon, sem que se tenham registado incidentes.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Milhares manifestam-se pró e contra Yoon Suk Yeol A destituição do antigo Presidente sul-coreano, após o seu anúncio de lei marcial e posterior detenção, tem gerado fricções de monta na sociedade do país asiático Milhares de sul-coreanos encheram no sábado as ruas do centro de Seul em grandes manifestações a favor e contra o presidente destituído da Coreia do Sul Yoon Suk Yeol, sem que se tenham registado incidentes. As manifestações ocorrem numa altura em que o Tribunal Constitucional sul-coreano vai decidir, na próxima semana, sobre a destituição formal do cargo de Yoon devido à imposição da lei marcial em Dezembro de 2024. Agitando faixas e cartazes que exigem a destituição do presidente conservador, grandes multidões de manifestantes anti-Yoon encheram as ruas perto do tribunal, onde a polícia tinha recentemente reforçado a segurança em antecipação da decisão esperada já na próxima semana. Os apoiantes de Yoon reuniram-se em ruas próximas, agitando bandeiras sul-coreanas e norte-americanas e apelando ao regresso do seu herói, cuja tomada de poder mal concebida evocou memórias das ditaduras militares vistas pela última vez na década de 1980. A polícia enviou milhares de agentes para manter a segurança e não houve relatos imediatos de grandes confrontos ou feridos. Os organizadores dos protestos anti-Yoon estimaram a afluência de 1,1 milhões de pessoas, enquanto a polícia calculou que o número de participantes se situava nas dezenas de milhares. Marchando em direcção às ruas próximas do tribunal, os manifestantes cantaram e entoaram palavras de ordem exigindo a destituição de Yoon e a sua prisão por causa da imposição da lei marcial, que durou pouco tempo, a 3 de Dezembro. Os poderes de Yoon foram suspensos depois de a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, o ter destituído 11 dias depois, dia 14. “Não podemos esperar nem um único dia”, disse um dos líderes do protesto no palco. “Esta é a ordem dos nossos cidadãos – o Tribunal Constitucional deve afastar imediatamente Yoon Suk Yeol, o líder da rebelião!” País dividido Para que Yoon seja formalmente destituído do cargo, pelo menos seis dos oito juízes em funções no Tribunal Constitucional têm de aprovar a moção de destituição aprovada pelos deputados. Se não o fizerem, os poderes presidenciais de Yoon serão imediatamente restabelecidos. Chung Sung-il, um manifestante anti-Yoon, de 72 anos, disse que esperava que o tribunal destituísse Yoon, “a 100 por cento”. “Se ele for reintegrado, muitas coisas perigosas podem acontecer”, advertiu. As manifestações pró-Yoon contaram com a presença de membros do Partido do Poder Popular, conservador, incluindo Yoon Sang-hyun, deputado nos últimos cinco mandatos, que defendeu a imposição da lei marcial pelo Presidente como uma tentativa de travar a “ditadura legislativa” dos liberais, que obstruíram a sua agenda com a maioria na Assembleia. A multidão entoou repetidamente o nome de Yoon Suk Yeol e segurou cartazes onde se lia “Dissolvam a Assembleia Nacional”. “O Presidente Yoon declarou a lei marcial para proteger a Coreia do Sul livre e democrática”, disse Jin Woo-chan, um apoiante de Yoon de 20 anos. Yoon argumentou que o decreto de lei marcial era necessário para vencer a oposição liberal “anti-Estado”, que, segundo disse, utilizou indevidamente a maioria legislativa para bloquear a sua agenda.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | MP prossegue processo penal contra Presidente O procurador-geral da Coreia do Sul disse ontem que vai prosseguir com a acusação no processo de insurreição contra o Presidente destituído, apesar de Yoon Suk-yeol ter sido libertado por ordem judicial. A declaração de Shim Woo-jung surge na sequência de rumores de que a acusação seria retirada e o caso encerrado, depois de o Ministério Público ter decidido não recorrer da decisão do tribunal de libertar o líder. “Segui os princípios do devido processo legal depois de ter recolhido várias opiniões da equipa de investigação e de outros”, disse Shim aos jornalistas, justificando a decisão de não recorrer. Shim considerou que a decisão não justifica a demissão – como pedem forças da oposição – e afirmou que vai responder “em conformidade” se o parlamento sul-coreano tomar medidas para o destituir. Yoon Suk-yeol foi detido em meados de Janeiro sob a acusação de insurreição, por ter declarado lei marcial em Dezembro. Na sequência do decreto, que durou apenas algumas horas, foi destituído pela Assembleia Nacional, mas permanece em funções enquanto o Tribunal Constitucional avalia a legalidade da deposição. Após quase dois meses detido, Yoon acabou por ser libertado no sábado, depois de um tribunal de Seul ter decidido que a detenção excedeu o período legal e que a acusação foi apresentada fora do prazo de detenção. O Procurador-Geral declarou ontem que respeita a decisão do tribunal, tendo em conta a autoridade que tem para decidir sobre estas questões, mas salientou que discorda do cálculo utilizado na decisão e que ordenou à equipa de acusação que refutasse este ponto durante o processo penal em curso. A rebelião é a única acusação contra a qual um Presidente sul-coreano não goza de imunidade.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Banco central reduz taxas de juro devido ao fraco crescimento O banco central da Coreia do Sul reduziu ontem as taxas de juro em 0,25 pontos percentuais, para 2,75 por cento, um mês depois de ter revisto em baixa a previsão para o crescimento económico. O corte acontece depois do Banco da Coreia (BoK, na sigla em inglês) ter mantido as taxas de referência inalteradas em Dezembro e foi a terceira redução desde Outubro. Isto após o banco central ter mantido a taxa de juro em alta durante quatro anos e cinco meses, por receio dos elevados níveis de inflação deixados pela pandemia de covid-19. No relatório de política monetária para 2025, o banco central sul-coreano disse que novos cortes nas taxas visam “manter o ritmo moderado de crescimento da inflação”, bem como “mitigar riscos para a economia”. No documento, o BoK prometeu estar mais atento para evitar qualquer volatilidade nos mercados financeiros, no meio da incerteza causada pelo regresso ao poder nos Estados Unidos de Donald Trump. As perspectivas para as exportações da Coreia do Sul estão mais modestas após a reeleição de Trump, que prometeu impor tarifas a importações, incluindo a indústria automóvel, um dos sectores-chave para a economia sul-coreana. A decisão de ontem sublinhou o foco da política do BoK no crescimento económico, uma vez que, em 20 de Janeiro, a instituição tinha revisto em baixa a previsão para o crescimento em 2025 da quarta maior economia da Ásia, de 1,9 para 1,5 por cento. “A declaração inesperada da lei marcial no início de Dezembro, juntamente com a contínua instabilidade política e o desastre do avião de passageiros da Jeju Air, afectaram significativamente o sentimento económico”, sublinhou na altura o banco central. O acidente e a crise política “levaram a contrações no consumo interno e no investimento em construção, o que provavelmente empurrou a taxa de crescimento do quarto trimestre muito abaixo da projecção de Novembro”, disse o banco central.
Hoje Macau EventosÓbito | Actriz sul-coreana Kim Sae-ron encontrada morta em casa A actriz sul-coreana Kim Sae-ron, de 24 anos, foi encontrada morta, este domingo, em sua casa, em Seul, na Correia do Sul, anunciou a polícia. “Foi encontrada morta e não havia sinais aparentes de violência”, disse um responsável da polícia à Agence France-Presse (AFP). Já segundo a agência noticiosa Yonhap, a actriz foi encontrada morta às 16:55, depois de um amigo que tinha combinado encontrar-se com ela ter chamado a polícia por não a conseguir contactar. Kim Sae-ron ficou conhecida pelo seu desempenho no filme “The Man from Nowhere” (“O homem de lugar nenhum”), de 2010, no qual interpretava uma criança raptada, resgatada por um antigo agente das forças especiais. Este seu papel valeu-lhe o prémio de Melhor Actriz no equivalente sul-coreano dos Óscares. A actriz participou ainda nas séries “Cães de Caça”, da Netflix, e “O Beijo do Destino”, da Apple TV. A sua carreira sofreu uma interrupção depois de ter sofrido um acidente de viação sob o efeito do álcool, em 2022, na sequência do qual pagou uma multa de 20 milhões de won (13.000 euros).
Hoje Macau InternacionalPresidente Yoon Suk Yeol indiciado por rebelião A procuradoria sul-coreana indiciou ontem o Presidente deposto Yoon Suk Yeol de rebelião pela imposição da lei marcial, relatou a imprensa local, uma acusação criminal que pode levá-lo à morte ou a prisão perpétua se for condenado. A agência de notícias Yonhap informou que a acusação a Yoon está relacionada com o decreto de 03 de Dezembro que mergulhou o país numa enorme turbulência política. Outros meios de comunicação sul-coreanos publicaram relatos semelhantes. Yoon foi acusado e preso anteriormente por causa do decreto da lei marcial. O Tribunal Constitucional está a deliberar separadamente se deve demitir formalmente Yoon como Presidente ou restabelecê-lo. Os magistrados acompanharam a decisão de ontem com uma ordem para manter Yoon detido. O Presidente sul-coreano foi preso na semana passada numa operação durante a madrugada. Yoon, um conservador, negou firmemente junto do Gabinete do Promotor Distrital Central de Seul qualquer irregularidade, considerando que a imposição da lei marcial foi um acto legítimo de governação destinado a aumentar a conscientização pública sobre o risco de a Assembleia Nacional, controlada pelos liberais, obstruir a sua agenda e a demissão de altos funcionários. Durante o anúncio da lei marcial, Yoon considerou o Parlamento como “um covil de criminosos” e prometeu eliminar “seguidores descarados da Coreia do Norte e forças anti-Estado”. Após declarar lei marcial, Yoon enviou tropas e polícias para o Parlamento, mas os deputados conseguiram ainda assim entrar no plenário e votar por unanimidade a anulação do decreto, obrigando o seu governo a revogá-lo. A imposição da lei marcial, a primeira do género na Coreia do Sul em mais de 40 anos, durou apenas seis horas. Contudo, evocou memórias dolorosas de regimes ditatoriais das décadas de 1960 a 1980, quando líderes apoiados pelos militares usavam leis marciais e decretos de emergência para suprimir opositores. Sem condições A constituição sul-coreana concede ao Presidente o poder de declarar lei marcial para manter a ordem em tempos de guerra ou situações de emergência comparáveis, mas muitos especialistas afirmam que o país não estava sob tais condições quando Yoon fez a declaração. Yoon insiste que não teve intenção de perturbar o trabalho da assembleia, incluindo a votação do seu decreto, e que o envio de tropas e forças policiais visava apenas manter a ordem. Contudo, comandantes de unidades militares enviadas à assembleia declararam, em audiências parlamentares ou a investigadores, que Yoon ordenou que retirassem os deputados à força. Após um tribunal local, a 19 de Janeiro, aprovar um mandado de prisão formal para prolongar a detenção de Yoon, dezenas de apoiantes do ex-presidente invadiram o edifício do tribunal, destruindo janelas, portas e outros bens. Yoon resistiu anteriormente aos esforços das autoridades para o questionarem ou deterem. Foi, no entanto, capturado a 15 de Janeiro numa operação policial de grande envergadura na sua residência presidencial. A investigação contra Yoon foi liderada pelo Gabinete de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários (CIO), mas, desde a sua detenção, o ex-presidente tem recusado comparecer às audições do CIO, alegando que este não tem autoridade legal para investigar as acusações de rebelião. O CIO entregou o caso de Yoon ao gabinete de procuradores de Seul na sexta-feira, pedindo que o acuse de rebelião, abuso de poder e obstrução dos trabalhos da Assembleia Nacional. Por lei, na Coreia do Sul, o líder de uma rebelião pode enfrentar prisão perpétua ou pena de morte.
Hoje Macau China / ÁsiaInvestigadores pedem ao MP sul-coreano que acuse de insurreição líder deposto O gabinete anticorrupção da Coreia do Sul recomendou ontem ao Ministério Público que o presidente deposto, Yoon Suk-yeol, seja acusado de rebelião e abuso de poder por declarar lei marcial em Dezembro. O Gabinete de Investigação da Corrupção de Altos Funcionários (CIO) anunciou que transferiu o caso para o Ministério Público, que tem o poder de acusar formalmente um chefe de Estado sul-coreano. O CIO considera que Yoon conspirou com o então ministro da Defesa Nacional, Kim Yong-hyun, e outros oficiais militares para iniciar um motim, declarando lei marcial na noite de 03 de Dezembro. Defende, além disso, que Yoon abusou do poder ao enviar tropas para a Assembleia Nacional (parlamento), para impedir que os deputados revogassem a lei marcial. O Ministério Público dispõe agora de 11 dias para decidir se deve ou não dar início ao processo solicitado. Se Yoon for considerado culpado de liderar uma insurreição, crime para o qual um presidente não tem imunidade no país, pode ser condenado a prisão perpétua ou a pena de morte. Yoon encontra-se em prisão preventiva no Centro de Detenção de Seul, em Uiwang, a sul de Seul, desde 15 de janeiro. O Tribunal Constitucional está a realizar simultaneamente um julgamento para determinar se ratifica ou não a destituição aprovada pelos parlamentares em 14 de Dezembro. Se o mais alto tribunal da Coreia do Sul confirmar o ‘impeachment’, têm de ser convocadas eleições presidenciais antecipadas no prazo de 60 dias após a decisão da Justiça. Yoon, recusa-se a testemunhar na investigação sobre o alegado crime de rebelião. Yoon Suk-yeol surpreendeu o país em 03 de Dezembro ao declarar lei marcial, uma medida que fez lembrar os dias negros da ditadura militar sul-coreana e que justificou com a intenção de proteger o país das “forças comunistas norte-coreanas” e de “eliminar elementos hostis ao Estado”. Pressionado pelos deputados e por milhares de manifestantes, Yoon foi obrigado a revogar a decisão horas depois.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Presidente Yoon levado para hospital após depor em tribunal O Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, foi transportado ontem para um hospital militar em Seul depois de comparecer pela primeira vez perante o Tribunal Constitucional no julgamento sobre a sua destituição, noticiou a agência sul-coreana Yonhap. A caravana que deveria transportar Yoon de volta ao centro de detenção a sul de Seul, onde se encontra em prisão preventiva há uma semana, deixou o Tribunal Constitucional a meio da tarde e dirigiu-se directamente para o hospital. De acordo com o gabinete presidencial e fontes jurídicas citadas pela Yonhap, Yoon foi levado ao hospital para efectuar exames médicos. A deslocação ao hospital foi autorizada pelo director do centro de detenção onde se encontra, acrescentou a agência. Perante o tribunal, Yoon negou que tivesse ordenado aos militares que retirassem os deputados do parlamento para os impedir de votar a rejeição do decreto de lei marcial, segundo a agência norte-americana AP. Depois de ter imposto abruptamente a lei marcial a 3 de Dezembro, Yoon enviou tropas e agentes da polícia para cercar a Assembleia Nacional. No entanto, um número suficiente de deputados conseguiu entrar para votar unanimemente a rejeição do decreto, obrigando o gabinete de Yoon a levantar a medida na manhã seguinte. A Assembleia Nacional aprovou a destituição de Yoon a 14 de Dezembro, decisão que terá de ser julgada pelo Tribunal Constitucional. A presença de Yoon no tribunal foi a sua primeira aparição pública desde que se tornou o primeiro presidente em exercício da Coreia do Sul a ser detido por causa declaração de lei marcial, que mergulhou o país numa crise política. O Tribunal Constitucional dispõe de 180 dias desde a data em que recebeu o processo, a 14 de Dezembro, para confirmar a destituição ou para a rejeitar e reintegrar Yoon na chefia do Estado.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Banco central revê em baixa crescimento O banco central da Coreia do Sul reviu ontem em baixa a previsão de crescimento para o país em 2025, devido à crise política desencadeada pela breve imposição da lei marcial, no início de Dezembro. De acordo com um comunicado divulgado pelo Banco da Coreia, a quarta maior economia da Ásia crescerá apenas entre 1,6 e 1,7 por cento este ano. Anteriormente, o banco central tinha previsto um crescimento de 1,9 por cento. “A declaração inesperada da lei marcial no início de Dezembro, juntamente com a contínua instabilidade política e o desastre do avião de passageiros da Jeju Air, afectaram significativamente o sentimento económico”, sublinhou o banco central. Um Boeing 737-800 da companhia aérea sul-coreana Jeju Air despenhou-se a 29 de Dezembro no aeroporto de Muan, matando 179 pessoas, o pior desastre aéreo alguma vez ocorrido em solo sul-coreano. O acidente e a crise política “levaram a contracções no consumo interno e no investimento em construção, o que provavelmente empurrou a taxa de crescimento do quarto trimestre muito abaixo da projecção de Novembro”, disse o banco central. O banco central da Coreia do Sul reviu também em baixa a estimativa de crescimento para 2024, que passa de 2,2 por cento para “um intervalo entre 2 por cento e 2,1 por cento”. O presidente deposto Yoon Suk-yeol surpreendeu o país a 3 de Dezembro ao declarar lei marcial, uma medida que fez lembrar os dias negros da ditadura militar sul-coreana e que justificou com a intenção de proteger o país das “forças comunistas norte-coreanas” e de “eliminar elementos hostis ao Estado”.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Presidente deposto recusa novo interrogatório Depois de ser detido e de recusar responder durante horas às perguntas do interrogatório levado a cabo pelo Gabinete de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários, os advogados de Yoon Suk-yeol alegam agora que este está doente O presidente deposto sul-coreano mantém o silêncio e recusou-se ontem a participar num novo interrogatório, um dia após ter sido detido na residência presidencial, anunciou o advogado de Yoon Suk-yeol. O líder, que se tornou o primeiro chefe de Estado sul-coreano em funções a ser detido, deverá também faltar hoje a uma audiência no Tribunal Constitucional no âmbito do processo de destituição, na sequência da declaração de lei marcial, em Dezembro, escreveu a agência de notícias pública sul-coreana Yonhap. Depois de uma tentativa falhada de deter Yoon, no início do mês, o Gabinete de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários (CIO) e agentes da polícia conseguiram, na madrugada de quarta-feira, entrar na residência, num bairro nobre de Seul, onde o antigo procurador-geral se encontrava escondido há semanas. Destituído pela Assembleia Nacional e investigado por rebelião, um crime punível com a pena de morte, Yoon foi interrogado durante horas na quarta-feira, mas manteve-se em silêncio, antes de ser transferido para um centro de detenção. Os investigadores do CIO deveriam retomar o interrogatório onetm às 14:00 locais, mas o advogado de Yoon disse que este se encontra doente, noticiou a Yonhap. “O presidente Yoon não está bem e explicou de forma completa a sua posição ontem [quarta-feira], pelo que já não há razão para o interrogar”, notou o advogado Yun Gap-geun à Yonhap, numa aparente referência à decisão, nesse dia, de não responder a perguntas. As autoridades estão a tentar obter um novo mandado de detenção que permita manter Yoon sob custódia por mais de 48 horas. Os advogados do presidente deposto, por outro lado, pediram uma revisão do mandado, porque Yoon considera que agiu em conformidade com a lei e que o processo que lhe foi instaurado “é ilegal”. Susto nacional A detenção do líder conservador, eleito em 2022, foi saudada pela oposição. É “o primeiro passo para o regresso à ordem”, afirmou na quarta-feira Park Chan-dae, líder dos deputados do Partido Democrático, a principal força da oposição. O presidente surpreendeu o país a 3 de Dezembro ao declarar lei marcial, uma medida que fez lembrar os dias negros da ditadura militar sul-coreana e que justificou com a intenção de proteger o país das “forças comunistas norte-coreanas” e de “eliminar elementos hostis ao Estado”. No entanto, a Assembleia Nacional frustrou os planos presidenciais ao votar a favor do levantamento do estado de emergência. Pressionado pelos deputados e por milhares de manifestantes pró-democracia, Yoon foi obrigado a revogar a decisão. A 14 de Dezembro, o parlamento aprovou a destituição de Yoon, sendo que o Tribunal Constitucional tem até meados de Junho para confirmar ou anular a moção adoptada pelos deputados. Numa mensagem de vídeo gravada antes de as forças da ordem invadirem a residência presidencial, na quarta-feira, Yoon disse que concordou submeter-se ao interrogatório “para evitar qualquer infeliz derramamento de sangue”.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Yoon mantém-se em silêncio sob custódia policial O líder deposto da Coreia do Sul foi finalmente detido, após uma primeira tentativa falhada. Yoon Suk-yeol exerce o direito de se manter em silêncio O presidente deposto da Coreia do Sul Yoon Suk-yeol detido ontem para prestar declarações sobre a imposição de lei marcial em Dezembro, optou por manter-se em silêncio, afirmaram os investigadores. Yoon, o primeiro chefe de Estado sul-coreano em exercício a ser detido, está “a exercer o seu direito de permanecer em silêncio”, disse à imprensa um responsável do Gabinete de Investigação da Corrupção (CIO). A equipa que está a investigar Yoon executou o mandado de detenção contra o presidente às 10:33, declarou pouco depois o CIO, em comunicado. Após uma primeira tentativa falhada de deter Yoon, no início de Janeiro, agentes do CIO e da polícia chegaram ontem em grande número, antes de amanhecer, à residência presidencial, num bairro nobre de Seul, onde o antigo procurador permanecia sem sair há semanas. Numa mensagem de vídeo gravada antes de as forças da ordem invadirem a residência presidencial esta manhã, Yoon disse que concordou submeter-se ao interrogatório “para evitar qualquer infeliz derramamento de sangue”. “Decidi responder ao Gabinete de Investigação de Corrupção”, anunciou Yoon, acrescentando que não reconhece a legalidade da investigação. Caso único O presidente deposto, que está a ser investigado por rebelião, na sequência da declaração de lei marcial em 03 de Dezembro, é o primeiro presidente sul-coreano em exercício a ser detido. Suspenso pelos deputados e objecto de investigação por rebelião, o líder conservador tem-se recusado desde o início a prestar declarações sobre a imposição da lei marcial, o que levou os procuradores a emitirem um mandado de detenção. Yoon pode permanecer sob custódia policial durante 48 horas, ao abrigo do actual mandado. Os investigadores terão de solicitar um novo mandado para prolongar a detenção. O presidente surpreendeu o país em 03 de Dezembro ao declarar lei marcial, uma medida que fez lembrar os dias negros da ditadura militar sul-coreana e que justificou com a intenção de proteger o país das “forças comunistas norte-coreanas” e de “eliminar elementos hostis ao Estado”. No entanto, a Assembleia Nacional frustrou os planos presidenciais ao votar a favor do levantamento do estado de emergência. Pressionado pelos deputados e por milhares de manifestantes pró-democracia, Yoon foi obrigado a revogar a decisão. Em 03 de Janeiro, os serviços de segurança presidencial, responsáveis pela proteção do chefe de Estado, bloquearam uma primeira tentativa do COI de executar o mandado de detenção. Na segunda incursão, ontem, as autoridades avisaram que deteriam qualquer pessoa que impedisse a detenção.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Caixas negras não registaram minutos antes de acidente aéreo As duas caixas negras do avião que se despenhou a 29 de Dezembro pararam de gravar quatro minutos antes do acidente que matou 179 pessoas, informou sábado o Ministério dos Transportes sul-coreano. “A análise revelou que o gravador de voz da cabine e o gravador de dados de voo não estavam a gravar durante os quatro minutos que antecederam a colisão da aeronave” com o muro que se encontrava no final da pista do aeroporto de Muan, no sul do país, e fez com que o Boeing da Jeju Air explodisse em chamas, disse o ministério, em comunicado. As autoridades planeiam “investigar a causa da perda de dados”, refere o comunicado, enquanto investigações conjuntas entre especialistas sul-coreanos e norte-americanos, incluindo da fabricante aeronáutica Boeing, foram iniciadas após a tragédia. Na terça-feira, as autoridades sul-coreanas lançaram um plano de revisão do perímetro dos aeroportos após o pior acidente aéreo da sua história. O acidente levou as autoridades a rever as estruturas de cimento que foram concebidas para alojar os localizadores que servem para orientar os pilotos e facilitar o alinhamento com a pista. O ministro dos Transportes, Park Sang-woo, indicou que estas paredes serão modificadas independentemente de cumprirem ou não a regulamentação em vigor. “Vamos melhorá-las de uma forma que aumente a segurança”, referiu o governante, sem dar mais detalhes, segundo a imprensa local. O anúncio ocorre depois de o Governo sul-coreano ter apelado à melhoria da segurança aérea. Desde que a polícia começou a avaliar o aeroporto de Muan para recolher dados e provas, vários especialistas questionaram o desenho da infraestrutura, especialmente no que diz respeito ao muro. Cortes à vista A companhia aérea sul-coreana Jeju Air anunciou na terça-feira que vai reduzir as operações. Após o acidente, a companhia aérea de baixo custo já tinha anunciado planos para reduzir os serviços entre 10 e 15 por cento, de forma a reforçar as operações de manutenção de aeronaves. Embora o plano ainda não esteja finalizado, a Jeju Air disse que irá cancelar todos os 78 voos previstos de 22 a 30 de Março entre Gimhae, o aeroporto que serve Busan, no sudeste da Coreia do Sul, e Clark, nas Filipinas. A empresa cancelou também outros 110 entre Gimhae e Kaoshiung, em Taiwan, de 03 de Fevereiro a 29 de Março. Também na terça-feira, os dois principais partidos sul-coreanos anunciaram a criação de uma comissão parlamentar conjunta para investigar o acidente, apesar das divisões políticas. “O Partido do Poder Popular [PPP, no poder] e o Partido Democrático [na oposição] decidiram criar uma comissão especial” para investigar a tragédia e prestar assistência aos familiares, afirmou o PPP. Num comunicado, o PPP revelou que a comissão irá incluir sete deputados de cada um dos dois movimentos e um último membro não pertencente a nenhum dos partidos.
Hoje Macau China / ÁsiaAdvogados desmentem fuga de presidente sul-coreano deposto Os advogados do presidente deposto da Coreia do Sul negaram ontem que Yoon Suk-yeol esteja em fuga, como alega a oposição. As declarações da equipa jurídica surgem numa altura em que as autoridades preparam uma segunda operação para tentar deter Yoon, depois da execução de um primeiro mandado de detenção ter falhado, na sexta-feira, devido a um bloqueio da segurança na residência presidencial. Os advogados encontraram-se com Yoon na residência na terça-feira à noite, disse, em conferência de imprensa, a equipa jurídica do presidente deposto, que está a ser investigado por ter declarado lei marcial a 3 de Dezembro. Um dos advogados, Yun Gap-keun, insistiu que a defesa de Yoon continua a recusar-se a acatar uma investigação baseada naquilo a que voltou a chamar de mandado de detenção inválido e ilegal contra o dirigente, destituído pela Assembleia Nacional a 14 de Dezembro. “O que é claro é que se o Gabinete de Investigação da Corrupção [CIO] solicitar o mandado [de detenção] a um tribunal do Distrito Ocidental de Seul, que está fora da jurisdição, não o podemos aceitar”, disse Yun, sublinhando que o poder para julgar a alegada insurreição de Yoon cabe aos tribunais do Distrito Central de Seul, os principais tribunais do país. Yun fez estas declarações depois de, na terça-feira, ter sido concedida ao CIO uma prorrogação do prazo de execução de uma ordem de detenção emitida por um tribunal da área ocidental da capital sul-coreana. Os advogados do presidente deposto também insistiram que a investigação do alegado crime de insurreição não é da responsabilidade do CIO, mas sim do Ministério Público. As divergências entre o gabinete anticorrupção e o Ministério Público remontam ao tempo de Yoon Suk-yeol como procurador-geral. Sem sucesso O CIO foi criado pelo anterior governo liberal, em 2021, para limitar os poderes do Ministério Público na investigação de titulares de altos cargos da administração pública, depois de uma investigação de Yoon ter levado à demissão do então ministro da Justiça. A sucessora no cargo criou então o CIO, que, por sua vez, forçou a demissão do actual presidente deposto. Três meses depois, Yoon candidatou-se pelos conservadores às eleições de 2022, conduzindo ao cenário actual, marcado por um profundo ressentimento entre as agências e os dois principais partidos políticos, o PPP e o Partido Democrático.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Emitido novo mandato de captura contra presidente deposto Um tribunal sul-coreano emitiu ontem um novo mandado de captura contra o chefe de Estado deposto, Yoon Suk Yeol, anunciaram as autoridades de Seul. “O mandado de captura contra o suspeito Yoon foi emitido hoje”, disseram ontem em comunicado. Os investigadores aguardavam que um tribunal emitisse um novo mandado de captura, numa segunda tentativa de prender o presidente deposto, que se mantém na sua residência em Seul sob a protecção de guarda-costas. O primeiro mandado de captura, emitido a 31 de Dezembro, expirou na segunda-feira, sem que o Gabinete de Investigação da Corrupção (CIO) conseguisse deter Yoon para interrogatório. Na sexta-feira passada, os investigadores do CIO, apoiados por agentes da polícia, entraram na residência, mas no local encontravam-se cerca de 200 soldados e agentes do Serviço de Segurança Presidencial. As autoridades retiraram-se após seis horas em que se registaram confrontos. Na segunda-feira ocorreu um conflito entre serviços, com o CIO a querer confiar apenas à polícia a tarefa de prender Yoon e a polícia a responder que só o CIO tinha competência para o fazer. A crise política no país começou após Yoon Sul Yeol tentar impor a lei marcial no país, no final do ano passado.
Hoje Macau China / ÁsiaAviação | Jeju Air reduzi operações após acidente O acidente da companhia de aviação sul-coreana, no final de 2024, fez 179 vítimas mortais A companhia aérea sul-coreana Jeju Air, sob escrutínio após a queda de um avião em 29 de Dezembro, que causou a morte a 179 pessoas, anunciou ontem que vai reduzir as operações. Após o acidente, a companhia aérea de baixo custo já tinha anunciado planos para reduzir os serviços entre 10 e 15 por cento, de forma a reforçar as operações de manutenção de aeronaves. Embora o plano ainda não esteja finalizado, a Jeju Air disse ontem que irá cancelar todos os 78 voos previstos de 22 a 30 de Março entre Gimhae, o aeroporto que serve Busan, no sudeste da Coreia do Sul, e Clark, nas Filipinas. A empresa cancelou também outros 110 voos entre Gimhae e Kaoshiung, em Taiwan, de 03 de Fevereiro a 29 de Março. O plano geral de redução da Jeju Air para o período de Janeiro a Março, incluindo os voos que opera de e para o aeroporto de Incheon, que serve a capital Seul, deverá ser finalizado esta semana. Especialistas acreditam que o corte nos serviços no primeiro trimestre poderá afectar um total de cerca de 1.900 voos da maior companhia aérea de baixo custo sul-coreana. Alto custo A investigação do acidente ocorrido em Muan, no sudoeste da Coreia do Sul, revelou que a Jeju Air, para obter maior rentabilidade operacional, reduziu o tempo para realizar verificações de manutenção nas aeronaves antes de cada voo. Na primeira metade de 2024 o número de atrasos de voos da Jeju Air (1,01 por cento do total) por motivos de manutenção foi o dobro da média e o mais elevado da Coreia do Sul. Em 02 de Janeiro, o presidente executivo da Jeju Air foi proibido de sair da Coreia do Sul. “A equipa de investigação impôs proibições de viagem a duas pessoas, incluindo o CEO da Jeju Air, Kim E-bae”, disse a polícia da província de South Jeolla, onde se situa o aeroporto de Muan. Também ontem, os dois principais partidos da Coreia do Sul anunciaram a criação de uma comissão parlamentar conjunta para investigar o acidente, apesar das divisões políticas. “O Partido do Poder Popular [PPP, no poder] e o Partido Democrático [na oposição] (…) decidiram criar uma comissão especial” para investigar a tragédia e prestar assistência aos familiares, afirmou o PPP. Num comunicado, o PPP revelou que a comissão irá incluir sete deputados de cada um dos dois movimentos e um último membro não pertencente a nenhum dos partidos. O Partido Democrático confirmou à agência de notícias France-Presse que concordou com o movimento rival. Em 29 de Dezembro, um avião da Jeju Air proveniente de Banguecoque, capital tailandesa, aterrou de barriga no aeroporto de Muan e embateu num muro de betão, no final da pista, acabando por explodir. Apenas duas das 181 pessoas que se encontravam a bordo – uma hospedeira e um comissário – sobreviveram ao acidente, o pior desastre aéreo da história em solo sul-coreano.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Yoon quer testemunhar no Tribunal Constitucional O Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, tenciona testemunhar perante o Tribunal Constitucional (TC) sobre a decisão do parlamento de o destituir por ter declarado a lei marcial em Dezembro, anunciou ontem um dos seus advogados “O Presidente tenciona comparecer numa data apropriada e explicar a sua posição”, disse o advogado Yun Gap-geun aos meios de comunicação social, citado pela agência espanhola EFE. O Tribunal Constitucional (TC) fixou as datas para a realização de cinco audiências no âmbito do processo de destituição de Yoon até ao início de Fevereiro, estando a primeira agendada para 14 de Janeiro. As outras quatro sessões estão previstas para 16, 21 e 23 de Janeiro, e 4 de Fevereiro. A declaração do advogado sugere que Yoon poderá estar presente na primeira audição, segundo a agência sul-coreana Yonhap. Se não comparecer numa das datas fixadas para as cinco sessões ordinárias, a audiência para ser ouvido poderá ser transferida para outro dia. O Presidente não foi obrigado a comparecer nas duas audiências preparatórias do julgamento, embora a lei sul-coreana exija que esteja presente nas audiências regulares. Caso não compareça uma segunda vez, o tribunal fica então habilitado a prosseguir o processo sem a presença do Presidente. Yoon recusou-se a cooperar com as autoridades na investigação criminal em curso de que é alvo por ter declarado a lei marcial em 3 de Dezembro e não compareceu a qualquer convocação para testemunhar. Em consequência, o gabinete anticorrupção obteve um mandado de detenção temporária para o levar a depor. Visita em boa hora O Serviço de Segurança Presidencial (PSS) impediu na sexta-feira o acesso dos investigadores à residência de Yoon em Seul, após várias horas de impasse. Os advogados de Yoon solicitaram a anulação judicial do mandado, argumentando que só o Ministério Público, e não o gabinete anticorrupção, pode pedir uma detenção por um alegado crime de insurreição. Trata-se do único crime a que um presidente sul-coreano não está imune. A Coreia do Sul pune os líderes de um movimento de insurreição com prisão perpétua ou com a pena de morte, em relação à qual existe uma moratória no país há quase 40 anos. Se conseguirem deter Yoon, os investigadores têm 48 horas para o interrogar e até solicitar um mandado para prolongar a detenção, se o considerarem necessário. Yoon, que foi proibido de sair do país, foi destituído pelo parlamento em 14 de Dezembro e aguarda uma decisão definitiva do TC sobre o processo. Milhares de apoiantes e detratores de Yoon voltaram a manifestar-se ontem em Seul, apesar da neve, segundo a agência francesa AFP. À porta da residência de Yoon, os apoiantes do Presidente compareceram em grande número para apelar à anulação da destituição pelo parlamento. Já os opositores de Yoon exigem que seja detido, depois de a guarda presidencial ter impedido uma primeira tentativa na sexta-feira. No meio da crise, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, é esperado hoje no país asiático. Blinken vai reunir-se com o homólogo Cho Tae-yul e “reafirmar a aliança inabalável” entre Washington e Seul, segundo o Departamento de Estado norte-americano. As discussões centrar-se-ão igualmente na actual crise política e na ameaça que a vizinha Coreia do Norte representa para a segurança.