Maternidade | Wong Kit Cheng quer Governo mais pró-activo Hoje Macau - 11 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois de em Hong Kong a Chefe do Executivo, Carrie Lam, ter anunciado ontem que a licença de maternidade vai aumentar de 10 para 14 semanas, a deputada Wong Kit Cheng atacou o Executivo de Macau por manter uma postura passiva face ao assunto. “O Governo tem falhado em assumir um papel de liderança em toda esta discussão”, afirmou Wong Kit Cheng. Recorde-se que o Executivo publicou os resultados de uma consulta pública sobre a revisão da lei laboral no início de Maio. De acordo com o relatório, cerca de 91,9 por cento dos ouvidos defende que além dos 56 dias de licenças de maternidade, actualmente em vigor, houvesse ainda 14 dias de faltas justificadas paras as mães. Em relação à criação da licença de paternidade, mais de 93,2 por cento dos ouvidos defenderam um período de cinco dias para os pais. Contudo, as alterações à lei das relações laborais ainda não entraram na Assembleia Legislativa.
AL | Conselho de Estado deseja visitas regulares de deputados à China Andreia Sofia Silva e Victor Ng - 11 Out 2018 Os deputados da Assembleia Legislativa reuniram ontem em Tianjin com o director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês. Zhang Xiaoming defendeu a realização de visitas regulares dos deputados ao continente [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]antém-se a autonomia, mas reforça-se o intercâmbio. O director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado da República Popular da China (RPC), Zhang Xiaoming, reuniu ontem, em Tianjin, com os deputados da Assembleia Legislativa (AL) e defendeu a criação de um “mecanismo eficaz de longo prazo” que venha a instituir a realização de visitas regulares dos deputados em todas as sessões legislativas, ou seja, uma visita anual, noticiou ontem o canal chinês da Rádio Macau. A ideia é que os membros do hemiciclo possam visitar as cidades do continente e compreender o desenvolvimento do interior da China e aplicar a experiência como referência futura. Neste sentido, Ho Iat Seng, presidente da AL, lembrou que a visita da delegação da AL a Pequim acontece apenas pela segunda vez desde a transferência de soberania de Macau para a China, em 1999. Além da periodicidade das visitas, Zhang Xiaoming felicitou o Governo de Macau pelos trabalhos de prevenção antes da passagem do tufão Mangkhut. Além disso, disse esperar que na nova sessão legislativa os deputados possam cooperar com o Governo na realização dos trabalhos legislativos e de fiscalização da Lei Básica. Zhang Xiaoming referiu também que os membros do hemiciclo continuem a apresentar sugestões ao Executivo. Ip Sio Kai, eleito pela via indirecta pelos sectores industrial, comercial e financeiro, disse que o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês tem prestado atenção e compreendido o território. Além disso, o deputado entende que a reunião em Tianjin vai ajudá-lo a cumprir o seu mandato. Com o chefe máximo Os deputados da AL reuniram também com o vice-primeiro-ministro do Conselho de Estado, Han Zheng. De acordo com declarações de Ho Iat Seng ao canal chinês da Rádio Macau, Han Zheng falou de três expectativas que deposita no arranque da nova sessão legislativa, que passam pela protecção e assumpção de responsabilidades dos deputados à luz da Constituição chinesa e Lei Básica. Na visão de Han Zheng, deve também ser defendida a soberania nacional, mantendo-se o respeito pela predominância do poder Executivo e concretizados mecanismos de cooperação mútua. Além disso, o vice-primeiro-ministro do Conselho de Estado espera que se possa encontrar a posição ideal ao nível da cooperação em prol do desenvolvimento do país após a abertura da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, algo que deverá acontecer no final deste ano. Ho Iat Seng interpretou as palavras de Han Zheng como um grande incentivo para os deputados. Ho Ion Sang referiu que o vice-primeiro-ministro do Conselho de Estado pediu que os membros da AL oiçam as diferentes opiniões dos cidadãos e envidem esforços de cooperação com o Governo.
Nalini Elvino de Sousa, realizadora e produtora: “Macau e Goa partilham uma história com mais de 500 anos” Sofia Margarida Mota - 11 Out 201814 Out 2018 Nalini Elvino de Sousa vai estar em Macau no próximo domingo para inaugurar a exposição “Viagem Oriental”, que estará patente no Jardim de Lou Lim Iok até 18 de Outubro. A realizadora, que também se dedica ao intercâmbio cultural e linguístico, tem na calha projectos para promover o ensino do português em Goa, para os quais espera o apoio de Macau [dropcap]V[/dropciagem Orientalap] começou por ser um livro e agora é uma exposição que traz ao público os objectos de Macau que ainda vivem nas casas de Goa. Como nasceu este projecto e qual foi o processo de recolha de conteúdos? Tudo começou com a minha curiosidade ao verificar que muitas casas de amigos que visitava tinham loiça vinda de Macau. A minha própria casa está cheia de loiça e mobília de Macau. Como nunca ninguém da família esteve em Macau, comecei a investigar. Havia, até há bem pouco tempo, lojas que vendiam loiça e mobília de Macau, e recentemente voltou a abrir uma na capital em Panjim. Entretanto, e enquanto responsável pela ONG Communicare Trust resolvi, através desta entidade, criar uma competição de imagens onde pedimos aos participantes para fotografarem todos estes objectos orientais que encontrassem em casa. Com o apoio do Gabinete de Apoio ao Ensino Secundário e do Instituto Internacional de Macau, foi possível levar o projecto em frente com a criação de um livro contendo as melhores 40 fotografias e dois textos de introdução sobre a relação entre Goa e Macau. Penso que o interesse que as pessoas que vivem em Goa ainda têm por este tipo de peças está puramente relacionado com o seu exotismo. Na verdade, não acredito que alguém use por exemplo, os conjuntos de chá vindos de Macau. Os meus em casa, estão guardados dentro de um armário. Muitas outras pessoas fazem o mesmo. São elementos decorativos da casa. Durante a sua vinda a Macau vai também participar numa palestra sobre as relações entre Macau e Goa. Macau e Goa partilham uma história com mais de 500 anos. Começa em 1557 com o estabelecimento de Macau e a paragem obrigatória na rota da Nau do Trato que também passou a ser conhecida como Nau do Trato de Macau. Era na viagem de regresso do Japão que a Nau vinha carregada de oiro, seda e porcelanas. Muitas das antigas casas em Goa, até hoje, contêm porcelana chinesa dessa altura que é considerada exótica e valiosa: jarrões, jogos de chá variados e pratos decorativos que enchiam as paredes das casas. Também no chão das casas se encontra esta presença através de desenhos extremamente trabalhados feitos de porcelana que se partia durante a viagem de Macau para Goa. Foi a partir destes pequenos pedaços de porcelana coloridos que se criaram pavões, flores, árvores etc. Diz-se até que quando não se conseguiam as cores pretendidas para as decorações se partia uma porcelana de propósito para poder terminar os desenhos. Nos finais do séc. XVI, começaram a crescer as dificuldades para se conseguir fazer esta viagem devido à competição com os holandeses, espanhóis e ingleses. Mais tarde, goeses que vieram trabalhar para Macau também trouxeram porcelanas e outros objectos na mala. Uma ou duas lojas dedicaram-se mais a sério ao comércio destes objectos naquela altura. Actualmente, ainda existe uma que se chama Casa Macaõ. Sim, nem o acento está no lugar correcto. Vou falar sobre isso na palestra. Ter um objecto de Macau em casa é ainda hoje moda. É responsável também por uma produtora e realizou recentemente o documentário “Enviado especial” em que retrata Aquino de Bragança, um goês que lutou pela paz em África. O que a motivou a fazer este filme? Todo o trabalho a que me tenho dedicado, seja através da minha produtora, Lotus Film & TV Production, como com a Communicare Trust e até com o meu canal no Youtube Travel & Learn Goa, tem como base a minha relação com Goa, com Portugal e com a lusofonia. Eu sou um produto disso. Os meus pais são de Goa, foram estudar para Portugal onde eu nasci. Muitos dos meus amigos tinham vindo então de Moçambique e eram de origem goesa. Fiz parte, durante 10 anos, do grupo da Casa de Goa – Ekvat. Depois, há 20 anos atrás, resolvi viver em Goa. Talvez por isso, todos os meus documentários denotem estas relações, ou talvez eu seja atraída por este tema sem me aperceber. Aquino de Bragança nasceu em Goa mas decidiu dar a sua vida pela África. Eu admiro pessoas que largam tudo por uma causa. Deve ser o meu lado romântico. Aquino de Bragança é conhecido pela sua oposição ao colonialismo e intervenção nos processos de descolonização tendo convivido de perto com líderes dos movimentos de libertação das antigas colónias portuguesas, como Samora Machel. Paralelamente, pautava a sua acção pelo humanismo e por uma atitude de abertura. Este tipo de diplomacia pode ainda hoje ser um exemplo? Aquino acreditava que só a conversar nos podemos entender. A Graça Machel chamava-lhe “o nosso submarino” porque ele nunca estava presente em conferências do partido, reuniões oficiais, etc. O discurso nesse tipo de reuniões, para ele, era sempre o mesmo. Ele encontrava-se nos corredores dessas mesmas conferências, chegando a um acordo com este ou aquele diplomata. Levava-o para casa, se possível, e a conversar, tomavam decisões importantes. Lembro-me da Sílvia Bragança (viúva do Aquino) confessar-me que ficava, às vezes, apreensiva pois o marido decidia ir a casa de diplomatas que eram completamente contra o seu pensamento. Aquino dizia: “Não te preocupes. Há que encontrar a razão da sua discórdia e com certeza haveremos de encontrar elementos em comum que nos fará chegar a um acordo”. Por vezes, chegava a reunir pessoas com mais do que uma opinião para discutir e chegar a um consenso. Isso é importantíssimo nas relações entre países, tanto na altura como actualmente. Há que ouvir ambos os lados ou não existe uma equilíbrio entre as relações sejam elas culturais, económicas ou de outra natureza. Pretende trazer o filme a Macau? Gostaria muito de trazer o filme para Macau. Contactei a Cinemateca, mas não obtive ainda resposta. Acho que é um filme que abre portas para muitas questões. Tem produzido inúmeros documentários. Qual foi o que mais gostou de fazer? Quando faço um documentário tenho de estar apaixonada pelo assunto. Então, embrenho-me de corpo e alma ao ponto de perder o sono. Perguntar qual deles gostei mais é como perguntar qual foi o meu namorado preferido. Gostei de todos, por igual. Está em Goa, um território que teve durante muito tempo a presença dos portugueses. Em que é que esta presença ainda se sente? A presença mantém-se na arquitectura, no nome de algumas ruas, algumas lojas que mantêm os antigos nomes portugueses, na gastronomia de Goa e na língua, claro. Hoje temos cerca de 900 alunos a aprender português como língua estrangeira. Os professores são poucos, mas vai-se fazendo o melhor que se pode. A Fundação Oriente tem feito um trabalho fantástico neste sentido. Também eu já passei pelo ensino, mas neste momento tenho outros projectos em mente. A geração dos meus pais ainda fala português fluentemente, mas no futuro não sei. Há muito nesta área que pode ser feito e estou a contar com Macau para que possamos trabalhar juntos na área do ensino. Os professores são pagos, na maioria, pela Fundação Oriente uma vez que são goeses reformados que falavam português em casa e que agora ensinam por amor à língua. Os jovens que ensinam português contam-se pelos dedos da mão. São apenas dois ou três. Nenhum dos professores fez um curso, propriamente dito, para ensinar português como língua estrangeira. A Fundação Oriente, com o apoio do Camões, tem realizado alguns workshops para poder melhorar o ensino da língua. Em Deli, a situação é completamente diferente: os professores são extremamente jovens e aprenderam português como língua estrangeira. Muitos estudam por razões financeiras. Há muitos call centers que precisam de indianos que falem português. No entanto, existem alguns que querem ensinar e é a eles que se tem de dar uma oportunidade. Uma das formas que a Communicare Trust encontrou para promover o português, como também as línguas nacionais dos países com quem trabalhamos, foi através da produção de um livro de histórias escrito e ilustrado pelos próprios alunos. O projecto chama-se: “Histórias Daqui e Dali”. O primeiro livro internacional foi publicado em Abril deste ano e foi criado por 200 alunos em Goa e 200 alunos em Portugal. O livro foi editado em Português, Konkani (língua oficial de Goa), Hindi (língua nacional indiana) e Inglês. Nos próximos anos, estamos a pensar trabalhar com Moçambique, Brasil, Timor mas também com Macau. Estamos, de momento, à procura de parceiros. Este projecto é uma forma de promover não só a leitura do português mas também das línguas nacionais dos países com quem interagimos porque, como disse Nelson Mandela: “Sem a língua, não se pode falar com as pessoas e entendê-las; não se pode compartilhar as suas esperanças e aspirações, compreender a sua história, apreciar a sua poesia, ou a sua música”. https://www.youtube.com/watch?v=7_-94TiowME
Quatro textos inéditos do jovem Gabriel García Márquez foram agora divulgados Hoje Macau - 10 Out 201813 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uatro textos inéditos de Gabriel García Márquez, escritos durante a sua juventude, pouco depois de ter escapado do “Bogotazo” e regressado à sua terra natal, foram agora revelados pelo Banco da República em Bogotá. Corria o ano de 1948, quando o jovem Gabriel García Márquez regressou à região do Caribe colombiano, onde são ambientadas muitas das suas histórias, e começou a construir a sua lenda, com histórias que por vezes passavam despercebidas e que agora são tão cobiçadas quanto as quatro inéditas que foram encontradas. Ao todo, são 66 folhas escritas pelo Nobel da Literatura colombiano, pouco depois de fugir de Bogotá, e que incluem quatro textos originais publicados e quatro inéditos: dois relatos e dois contos. O primeiro dos relatos faz parte de uma coleção que Gabriel García Márquez publicou no diário “El Heraldo”, denominado “os relatos de um viajante imaginário”, que na época não viu a luz do dia, que consiste no “seu primeiro esforço por construir uma série, uma narração mais extensa”, explicou à Efe o investigador do Banco da República Sergio Sarmiento. Os restantes são dois contos e um último relato que “parece fazer parte de uma série mais ampla ou de um conto”, mas do qual só sobreviveu “o fragmento final”, todos eles escritos pouco depois da chegada de Gabo ao Caribe, impressionado pelo horror do “Bogotazo”, os protestos que se seguiram ao assassinato do líder liberal e candidato a presidente Jorge Eliécer Gaitán, a 09 de abril de 1948, no centro de Bogotá. “O meu irmão e eu fomos para as ruas depois de três dias de confinamento. Era uma visão terrível. A cidade estava reduzida a escombros, nublada e turva pela chuva constante que havia humedecido os fogos, mas atrasado a recuperação”, escreveu Gabo no seu livro de memórias, “Viver para contá-la”. Os incêndios eram apenas o rescaldo da violência na capital colombiana depois do assassinato de Gaitán, um crime que marcou a história da Colômbia no século XX e a vida de um García Márquez que já tinha tido em Bogotá o seu primeiro encontro com Literatura. Já mais calmo, começou a trabalhar como jornalista e lançou a sua carreira literária no Caribe, mas ainda com a lembrança recente do incêndio que se espalhou pela Colômbia. “Este período é interessante porque, nesta altura, Gabo já havia publicado três contos em “El Espectador”, que foram escritos na capital, mas daí em diante, as primeiras publicações das suas histórias vão acontecer já na costa Atlântica e é quando se vincula como jornalista pela primeira vez “, acrescenta Sarmiento. Estes textos, agora adquiridos, “são da sua época de jornalista, mas também são possivelmente os mais antigos que se conservam, e representam uma amostra do primeiro período de Gabo, tanto no conto quanto no jornalismo”, acrescenta. Todos eles foram adquiridos por um estudioso da obra de García Márquez, que tentava conhecer melhor o primeiro impulso criativo do escritor. Os textos em causa passaram para as mãos da família de Gabo, por altura da sua morte, que finalmente os ofereceu ao Banco da República (emissor), que tem uma rede de bibliotecas e museus no país. Este organismo restaurou-os e vai colocá-los à disposição dos colombianos na Biblioteca Luis Ángel Arango, em Bogotá. Entre os relatos inéditos está um intitulado “O afogado que nos trazia caracóis”, que não está completo e no qual aparece uma personagem chamada “Ursula” uma reminiscência de Ursula Iguarán de “Cem Anos de Solidão”, o que prova que já então começava a ter esse romance na cabeça. A outra história, a que os investigadores do Banco da República chamaram “Odor antigo”, constitui para Sarmiento uma experiência “com a influência de (Ernest) Hemingway”, que começou a infiltrar-se na sua obra e a subir até ao seu altar pessoal. Aquele que faz parte da saga maior é intitulado “As barras de hortelã” e permite ao leitor aproximar-se da terra natal de Gabo, Aracataca, com “uma visão muito jovem”, construída a partir da visita de um viajante. O quarto, que até agora não tem nome e é o que mais passou despercebido, narra o que acontece numa cidade durante um eclipse. Todos estes documentos representam “um olhar excecional do início de Gabo” e permitem aos leitores conhecer “o período de aprendizagem dos seus primeiros anos” do escritor colombiano, diz Sarmiento. E tudo, depois de ter chegado pela primeira vez a Cartagena, abandonando a sua carreira de advogado, ver as muralhas da cidade a partir da camioneta onde seguia e assistir ao “condutor saltar para fora do veículo e exclamar contundente: La Heroica!” (nome emblemático pelo qual é conhecida a Cartagena de Índias). “O chuvisco e a névoa que persistiam em Bogotá (…) tinham cheiro de pólvora e de corpos podres”, lembra o Nobel, sobre a sua partida, em “Viver para contá-la”.
Selecção portuguesa treina em Chorzow na véspera do jogo com a Polónia Hoje Macau - 10 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] selecção portuguesa de futebol faz hoje um treino de adaptação ao relvado do Estádio Slaski, em Chorzow, na véspera do jogo com a Polónia, na segunda jornada do Grupo 3 da Liga das Nações A. Numa sessão agendada para as 17h30 locais (16h30 em Lisboa), o selecionador Fernando Santos deverá ter à sua disposição todos os 25 jogadores convocados, à semelhança do que sucedeu no treino de terça-feira, ainda na Cidade do Futebol, em Oeiras. Antes, às 16:50 locais (15:50 em Lisboa), Fernando Santos fará a antevisão do encontro em conferência de imprensa. A comitiva portuguesa chegou à Polónia na noite de terça-feira, umas horas mais tarde do que o previsto, devido a uma avaria no avião que a deveria transportar e que provocou o adiamento da viagem para o final da tarde. Depois da vitória sobre a Itália (1-0) na estreia na Liga das Nações, Portugal faz o seu agora o seu segundo jogo na quinta-feira, rumando depois Glasgow para defrontar a Escócia, em jogo particular.
Mulher de ex-director da Interpol desaparecido na China revela ameaças Hoje Macau - 10 Out 201813 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] mulher do ex-director da Interpol que desapareceu na China revelou que tinha recebido um telefonema ameaçador avisando-a de que agentes iriam buscá-la, mas sublinhou que continuará a lutar por informação sobre o paradeiro do marido. Na sua primeira entrevista individual desde que Meng Hongwei desapareceu, Grace Meng negou acusações de suborno ao seu marido, uma figura destacada, e disse que falar publicamente sobre o seu desaparecimento estava a colocá-la “em grande perigo”, em declarações à agência de notícias norte-americana Associated Press (AP). Meng Hongwei – que é também o vice-ministro da Segurança Pública da China – desapareceu numa viagem de regresso à China no fim do mês passado. Membro de longa data do Partido Comunista, com décadas de experiência no grande aparelho de segurança da China, Hongwei, de 64 anos, é o mais recente alto responsável a ser vítima de uma purga contra elementos alegadamente corruptos ou desleais à administração autoritária do Presidente Xi Jinping. Falando à AP na segunda-feira à noite, num hotel em Lyon, França, onde está sediada a Interpol, Grace Meng disse que o marido estava fora há mais de uma semana, numa viagem à China, quando ela recebeu uma chamada ameaçadora no seu telemóvel de um homem que falava chinês. Tinha acabado de pôr os seus dois filhos pequenos na cama em casa, em Lyon, e recordou que o seu último contacto com o marido foi por mensagem escrita, a 25 de setembro, quando este escreveu “espera pela minha chamada” e lhe enviou um ‘emoji’ de uma faca, depois de viajar para a China. Mas afinal, não telefonou à mulher. Em vez dele, ligou um homem que não se identificou, dizendo-lhe “Ouça, mas não fale. Nós trouxemos duas equipas de trabalho, duas equipas só para si”. A única pista que o homem deu sobre a sua identidade foi, segundo Grace Meng, ter dito que costumava trabalhar com o seu marido, o que sugere que fazia parte do aparelho de segurança da China, e que sabia quem ela era. Em resultado disso, Grace Meng encontra-se agora sob proteção da polícia francesa. Ao falar publicamente sobre o desaparecimento do marido, ela adotou uma atitude praticamente inaudita na política chinesa, onde tais jogadas são encaradas como afrontas. O Ministério dos Negócios Estrangeiros não respondeu ainda a um pedido de comentário feito na terça-feira à noite, em Pequim. As autoridades chinesas indicaram na segunda-feira que Meng Hongwei estava a ser investigado judicialmente por aceitar subornos e por outros crimes resultantes da sua “vontade”. Algumas horas antes, a Interpol disse que Meng se tinha demitido do cargo de presidente daquela agência policial internacional, não tendo ficado claro se o fez de livre vontade. A sua mulher sugeriu que a acusação de suborno foi só uma desculpa para o manterem detido por muito tempo. “Como mulher dele, penso que ele é simplesmente incapaz de uma coisa dessas”, sustentou, acrescentando estar disposta a divulgar publicamente o conteúdo das contas bancárias de ambos. Grace Meng explicou que decidiu falar na esperança de que, ao fazê-lo, isso pudesse ajudar outras famílias em circunstâncias semelhantes. “Sinto que tenho a responsabilidade de me erguer. Só quando se por tanta dor como eu se pode compreender que mais pessoas têm estado a sofrer”, frisou.
Sobre o medo, a violação e o Nobel Tânia dos Santos - 10 Out 201813 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]stou honestamente cansada. Estou cansada de ver o mundo nos meus olhos de mulher, que podiam ser uns olhos quaisquer. Cansada da forma leviana como se nomeiam putas. Cansada de tocar a cassete, rebobinar e tocar a cassete de novo. Cansada de ter medo que este mundo esteja a trnasformar-se de forma dramática e que a humanidade que outrora julgava garantida, é afinal altamente contestada. E este cansaço destrói o espírito, o desejo ou a esperança. Pelo menos destrói-me um pouquinho de cada vez. Nem o Nobel pela Paz me trouxe conforto. Mas eu admito a culpa, como já admiti antes. Admito a minha pouca tolerância em perceber como é que as mulheres são sempre as culpadas e manipuladoras em casos de violação, como é que a cultura do estupro é banalizada, de como discursos machistas, homofóbicos e racistas são apoiados pelas massas. A culpa também é minha, mas não entendo se foi a minha inactividade política ou a minha rejeição ideológica. Não é uma dificuldade particularmente minha, leia-se, as comunidades intelectuais foram apanhadas de surpresa também. Aquelas elites que passam o tempo a pensar nestas coisas estão na dúvida sobre o que é que está a correr mal neste mundo. A primeira assumpção é de que a ignorância impera. Ignorância face aos factos e a ausência de uma educação formal acerca de como funciona a sociedade, a política ou o sexo! – não estava a brincar quando escrevi na semana passada que o que falta é mais e melhor educação sexual e de género nas instituições formais de educação e não só – mas o problema do argumento ‘falta de educação’ é que é condescendente. E quem é que gosta de condescendência? Ninguém, porque assim que alguém assume a ignorância do outro, mais cedo ou mais tarde este outro levanta as garras de raiva e contestação. Porque as pessoas têm egos. Mesmo para aqueles que adoram discutir, discutem para quê? Para descobrir quem é que tem razão, e ninguém quer ser aquele que é o estúpido que não sabe nada. Isto é um problema que afecta todas as partes. Se há coisa que a bela da internet trouxe foi a possibilidade de ter acesso a informação – mas há quem tenha estragado isso também. A segunda assumpção é de que as pessoas são machistas, violentas e isentas de um pingo de humanidade. Ninguém gosta de ser chamado uma coisa tão verdadeiramente feia. Cada um de nós protege-se da melhor forma que podemos, e se isso implica ter que reconstruir as nossas realidades colectivamente para que assim sejam, não vejo melhor justificação para o pensamento construtivista – e com isto eu não quero dizer que estamos deliberadamente a criar mundos paralelos. O que acontece é que cada um de nós vive nas nossas bolhas, vivemos na ilusão de que, por exemplo, a violação é categoricamente definida de vítimas e violadores de características particulares. Vivemos na ilusão que os conceitos são universalmente definidos mas não o são. Depois deparo-me com o choque que é um acordão judicial português de ‘sedução mútua’ num caso de violação, toda a história do ‘quarto de Las Vegas’ ou o candidato a Presidente que diz que os homossexuais são resultado de ‘falta de porrada’. Se calhar não sair da minha bolha é minha responsabilidade, se calhar não ter saído da bolha não me preparou para estas notícias destruidoras de espírito, não sair da bolha torna-me incapaz de perceber verdadeiramente o que se passa. A Nadia Murad e o Denis Mukwege ganharam o nobel da paz pelo seu trabalho na sensibilização, prevenção e reparação da violência sexual em contexto de guerra. Por isso como vêem, nem tudo é terrível. Só é desafiante ser um idealista nos dias que correm.
Barco-dragão | Equipa do Hoje Macau sobe ao pódio em Hong Kong Hoje Macau - 10 Out 20185 Set 2019 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] equipa de barco-dragão do Hoje Macau está de parabéns, depois de ficar em segundo lugar na competição 2018 King of The World Dragon Boat Competition, que se realizou no passado domingo em Hong Kong, mais precisamente em Shaukeiwan Aldrich Bay. A competição contou com a participação de 96 equipas, divididas em seis grupos. Na primeira corrida, a equipa do Hoje Macau ficou em primeiro lugar e apurou-se para competir com os vencedores dos seis grupos e terminou essa prova no segundo lugar.
Vela | Macau recebe regata internacional mas Governo recusa revelar custos Sofia Margarida Mota e João Santos Filipe - 10 Out 2018 O Instituto do Desporto vai organizar uma regata internacional com 300 atletas e parada pela orla da Península, mas assinou um acordo com a empresa co-organizadora que o impede revelar o orçamento [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntre 10 e 13 de Janeiro do próximo ano, Macau vai receber a Regata da Taça Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e a Regata Internacional Taça de Macau, com os percursos a terem lugar a sul da Praia de Hac Sá. O evento foi apresentado, ontem, pelo Instituto do Desporto (ID), que vai co-organizar a iniciativa em conjunto com uma empresa do Interior da China, registada em Macau com o nome Gestão de Eventos Em Navegação dos Quatro Oceanos (Macau) Limitada. Apesar de um terço do evento sair dos cofres da RAEM, o ID recusou ontem revelar o montante que vai ser gasto. Em causa está, de acordo com o presidente Pun Weng Kun, uma cláusula de confidencialidade com a empresa co-organizadora, que impede que os montantes sejam conhecidos pelo público. “Quando discutimos a realização do evento ficou definida uma cláusula de confidencialidade com a empresa. O acordo implica que o orçamento não é revelado. O que podemos dizer que é que vamos assumir o pagamento de um terço do total orçamento”, afirmou Pun Weng Kun, quando questionado sobre os custos. A identidade dos accionistas também não foi indicada: “Não foi um critério que tenha sido tido em conta na escola. O que nos interessou foi a experiência e esta empresa conta com uma vasta experiência na organização de regatas com nível internacional”, justificou. Contudo, segundo o HM apurou, os proprietários da sucursal de Macau da empresa do Interior da China estiveram mesmo na conferência de imprensa. A sucursal foi criada a 8 de Junho com um capital inicial de 250 mil patacas, sendo que Ma Man Wai, residente local, é o principal accionista com uma participação de 65 por cento, ou seja de 162,5 mil patacas. Ma, segundo o HM conseguiu apurar não tem ligações à família Ma, do empresário Ma Man Kei. Por sua vez, David Zhong, é natural do Continente, e tem uma participação de 35 por cento, equivalente a 87,5 mil patacas. 300 atletas Esta é a primeira vez que o território vai organizar um evento internacional com esta escala. Pun Weng Kun expressou o desejo que se trate de mais uma marca para o desporto local, à imagem do Grande Prémio de Macau, Maratona Internacional e Torneio de Verão de Basquetebol, conhecido como Asian League. Assim ao longo dos quatro dias, espera-se que passem pelo território cerca de 300 atletas em 20 equipas, que serão convidadas de países como China, Austrália, Rússia, Estados Unidos da América, França, Alemanha, Espanha, entre outros países e regiões. A Regata da Taça Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau vai ser disputada com barcos que cumpram o regulamento IRC, enquanto os participantes da Regata Internacional Taça de Macau têm todos de utilizar embarcações do tipo Beneteau First 40.7. O evento vai ainda contar com dois desfiles marítimos, que vão permitir aos residentes e turistas verem as embarcações ao longo da orla marítima da Península de Macau.
Lá fora, o mundo Nuno Miguel Guedes - 10 Out 201814 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]esta cadeira em que agora escrevo vejo o meu mundo. Sob uma luz macia, quase sépia, estão mesas e estantes carregadas de livros antigos, jornais, gravuras, iluminuras e outras preciosidades. Vejo daqui, do fundo de uma longa sala com paredes de pedra bruta que ali existem há cerca de três séculos. Tomo o lugar de gente ilustre que me antecedeu: Alexandre O’Neill, Ruy Cinatti, David Mourão-Ferreira. Escritores, poetas, jornalistas, amantes dos livros que aqui se sentavam a conversar com o fundador da livraria, Tarcísio Trindade, em tertúlias informais. O número 44 da Rua do Alecrim – a Livraria Campos Trindade – serve-me agora também de santuário, ajudado pela amizade que me liga ao actual proprietário, Bernardo, o filho do fundador. Aqui sacudo os dias, descanso da inclemência do quotidiano e invento o meu tempo e lugar. Porque lá fora está a Babilónia. A Nova Lisboa, serva da mudança e do “progresso” (tão maravilhoso se ao menos o pudéssemos parar, dizia Musil), apressa-se na rua, num cafarnaum de línguas e de sons. É difícil, para quem como eu preza mais a herança do que a mudança, acompanhar a vertigem cosmopolita do que hoje é Lisboa, uma cidade que parece um gigantesco apeadeiro e que está a levar a sua vocação portuária às mais inanes consequências. Compreendam: não reclamo um lugar mitológico algures no passado, onde tudo seria perfeito. Desdenho o “antes é que era bom” e proclamo o “agora é que estou vivo”. Sei que a mudança é inevitável. Mas há uma terrível sensação de perda que atravessa quem conhece e vive esta cidade. Perda do que é familiar (não confundir com “tradicional”, que pode ter várias interpretações), substituído pelo anódino. A própria livraria em que me encontro é a única que sobrevive nesta rua – onde já houve várias – graças ao saber, dedicação e paciente negociação do seu proprietário. Quem ama Lisboa já deveria estar habituado: ela sempre foi senhora e puta, oferecendo a quem a deseja o seu pior e o seu melhor com a mesma generosidade ou falta de vergonha. Foi várias vezes violada e sempre se recompôs. Mas receio que tudo esteja a passar-se depressa demais e a minha cidade ostente agora a dignidade trágica de uma grande dame dos palcos, mal maquilhada e titubeante na sua derradeira representação. Lá fora o mundo, outro mundo. Aqui, no abrigo que oferece o silêncio e esta luz sépia que entra pela montra não consigo escapar à lenta invasão de uma fortíssima melancolia. E é resignado que me ergo desta cadeira que agora também é minha e avanço devagar para a rua, para um lugar em que mal me reconheço.
Brasil | “Prefiro uma prisão cheia de bandidos a um cemitério cheio de inocentes”, diz Jair Bolsonaro Hoje Macau - 10 Out 201813 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] candidato da extrema-direita Jair Bolsonaro, vencedor da primeira volta das presidenciais brasileiras, disse ontem que prefere uma “prisão cheia de bandidos a um cemitério cheio de inocentes”. “Vamos encher a prisão de bandidos. Isso é errado? Basta não fazerem a coisa errada. Eu prefiro a prisão cheia de bandidos do que um cemitério cheio de pessoas inocentes”, disse Bolsonaro, numa entrevista à rádio Jovem Pan. O candidato do Partido Social Liberal (PSL) alcançou 46% dos votos válidos na primeira volta das eleições deste domingo e enfrentará no próximo dia 28 de outubro o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) Fernando Haddad, que conquistou 29% da preferência dos brasileiros. Bolsonaro, um polémico capitão na reserva, ganhou vantagem na corrida presidencial, apesar das manifestações contra si, que levaram milhares de brasileiros às ruas em protesto, principalmente mulheres e representantes das minorias, na véspera das eleições. Nos protestos “havia um terrível cheiro a canábis, as mulheres iam com as axilas peludas. Eles são ativistas de minorias, não estou a generalizar”, disse o candidato da extrema-direita, acrescentando que, caso seja eleito presidente, “não haverá dinheiro público para alimentar esse tipo de pessoas, eles terão que trabalhar”. Nesse sentido, Bolsonaro afirmou que “acabará com esse ativismo xiita (segundo maior ramo de crentes do Islão)”, que, na sua opinião, vive “em grande parte com o dinheiro das ONG”. “Eu acho que você tem que defender a sua posição, mas sem ir ao radicalismo tal como eles fazem, isso tem que acabar, o ativismo não é benéfico e nós temos que acabar com isso”, disse o candidato do PSL. Durante a entrevista, Bolsonaro acusou também alguns meios de comunicação social de fazerem uma “campanha descomunal” contra si e classificou novamente o seu rival, Fernando Haddad, como um “mentiroso”. Bolsonaro, defensor da liberalização do mercado de armas no Brasil e apoiante da ditadura militar que atravessou o país de 1964 até 1985, reiterou que os atos de tortura no período autoritário foram casos “isolados”. “Se houvesse tanta tortura quanto eles dizem, você não estaria aqui”, afirmou o candidato dirigindo-se ao jornalista. Os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) irão defrontar-se na segunda volta das eleições presidenciais brasileiras no dia 28 deste mês, após terem obtido 46% e 29% dos votos, respectivamente.
Presidente chinês elogia combate à corrupção e reformas em Angola Hoje Macau - 10 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, enalteceu o combate à corrupção e reformas “profundas” lançadas pelo homólogo angolano, João Lourenço, durante um encontro no Grande Palácio do Povo, em Pequim. “Após ser eleito Presidente, [João Lourenço] impulsionou reformas profundas, combateu a corrupção e abriu-se ao mundo, com políticas que têm o apoio do povo angolano”, afirmou Xi. “Angola está a conseguir acelerar o seu desenvolvimento e acredito que vai registar progressos ao longo dos próximos anos”, acrescentou. João Lourenço foi recebido hoje, em Pequim, por Xi Jinping, com guarda de honra, salvas de canhão e o hino dos dois países tocado por uma banda militar. A cerimónia decorreu junto à porta leste do Grande Palácio do Povo, de frente para a Praça Tiananmen, o centro físico e político da capital chinesa. Os dois estadistas reuniram-se a seguir num dos salões do Grande Palácio do Povo, onde assistiram à assinatura de acordos para evitar a dupla tributação e de cooperação económica e técnica, e uma linha de crédito de 3.000 milhões de dólares, disponibilizada pelo Banco de Desenvolvimento da China. Os dois lados assinaram ainda um memorando de entendimento para formação de recursos humanos. João Lourenço sublinhou a “reação encorajadora” e “disponibilidade” de Pequim para financiar a construção de infraestruturas em Angola, nomeadamente estradas, caminhos de ferro, barragens, portos e aeroportos. “Devo sublinhar que temos procurado apresentar projetos que possam contribuir para o crescimento económico de Angola, e melhorar a sua capacidade de reembolsar os créditos que recebe”, afirmou. Lourenço, que tomou posse como chefe de Estado angolano a 26 de setembro de 2017, lembrou ao homólogo chinês que Angola vive uma “nova era”, com “maior abertura ao mundo, maiores direitos e liberdades para os seus cidadãos” e “maior transparência e concorrência nos negócios”, com “menos burocracia e mais combate à corrupção”. O líder angolano enfatizou ainda a importância do investimento privado chinês em Angola, numa relação que tem sido dominada pela aliança entre os dois Estados. “Considero que este será um importante fator dinamizador da economia e do desenvolvimento do nosso país, por via da geração de recursos, aumentando a produção interna de bens e serviços de consumo e as exportações, que nos permitirão fortalecer a capacidade interna de geração de divisas”, disse. Trata-se da segunda visita de João Lourenço a Pequim no espaço de 40 dias, depois de ter participado na terceira cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), no início de setembro. A China é hoje o maior cliente do petróleo angolano e, depois de a guerra civil em Angola ter acabado, em 2012, tornou-se um dos principais atores da reconstrução do país, nomeadamente das suas estradas, caminhos de ferro e outras infraestruturas. Segundo estimativas da China Africa Research Initiative, da Universidade Johns Hopkins, desde 2000, Angola recebeu um total de 42 mil milhões de dólares (36,6 mil milhões de euros) em crédito chinês. O programa do Presidente angolano na China inclui ainda uma deslocação a Tianjin, o maior porto do norte do país, a cerca de 150 quilómetros da capital, e uma visita ao Centro Tecnológico da gigante de telecomunicações chinesas Huawei, no norte de Pequim.
Ministro dos Negócios Estrangeiros japonês vai a Díli para analisar relações bilaterais Hoje Macau - 10 Out 201813 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]aro Kono vai efectuar uma visita de 24 horas a Timor-Leste para inaugurar uma ponte e assinar um novo acordo de colaboração entre as duas nações O ministro dos Negócios Estrangeiros japonês inaugura na sexta-feira uma nova ponte em Díli, durante uma visita que efectua a Timor-Leste e em que deverá ser assinado um novo acordo de cooperação, disseram ontem fontes do Governo timorense. Taro Kono inaugura a nova ponte sobre a ribeira de Comoro, na zona ocidental da capital timorense, Díli, oferta do Governo japonês. A ponte, que está aberta ao público desde 13 de Setembro, teve um custo de cerca de 26 milhões de dólares e permite uma ligação alternativa para uma das zonas de maior expansão da cidade. Com um comprimento de 249 metros e ligações dos dois lados da ribeira que totalizam mais de 3,2 quilómetros, a obra inclui ainda uma estrada até perto da zona de Tasi Tolu e uma nova ligação à rotunda do aeroporto Nicolau Lobato, esta última ainda em curso. Segundo as fontes do executivo, deverá ser assinado um novo acordo entre a agência de cooperação japonesa (JICA) e o Instituto Nacional de Administração Pública (INAP) timorense. Dar a conhecer O apoio à formação e capacitação de recursos humanos é um dos elementos centrais da cooperação japonesa com Timor-Leste, em particular através do projecto da Bolsa de Desenvolvimento de Recursos Humanos (JDS, na sua sigla em inglês). Segundo a cooperação japonesa, o objectivo do projeto JDS, atualmente implementado em 15 países, é “apoiar o desenvolvimento de recursos humanos nos países receptores da ajuda japonesa, através de funcionários governamentais altamente capacitados e outros”. O objectivo é conceder bolsas a formandos timorenses para estudarem em universidades japonesas para que adquiram “conhecimento especializado, conduzam pesquisas e construam redes” de contactos. Durante a vista de 24 horas a Díli, Taro Kono deverá reunir-se, entre outros, com o Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo, com o primeiro-ministro, Taur Matan Ruak e com o ministro dos Negócios Estrangeiros interino, Agio Pereira. A deslocação do chefe da diplomacia japonesa a Timor-Leste insere-se numa visita mais ampla à região, que inclui passagens pela Austrália e Nova Zelândia e ainda a participação nas reuniões anuais do FMI, que decorrem em Bali, na Indonésia.
FMI revê em baixa crescimento mundial da economia Hoje Macau - 10 Out 2018 O relatório do Fundo Monetário Internacional indica um crescimento económico global abaixo das previsões de Julho passado. O documento agora divulgado traça vários cenários possíveis da guerra comercial desencadeada pelo Estados Unidos e o seu impacto nas diversas economias mundiais [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa o crescimento da economia mundial devido ao aumento das taxas de juros e às crescentes tensões sobre o comércio. O FMI divulgou na segunda-feira que a economia global crescerá 3,7% este ano, o mesmo que em 2017, mas abaixo dos 3,9% previstos em julho, revendo em baixa a estimativa para o desempenho de 19 países que usam o euro e para a Europa Central e Oriental, América Latina, Médio Oriente e África Subsariana. O relatório foi divulgado no âmbito dos Encontros Mundiais do FMI e do Banco Mundial, que se prolongam até 14 de outubro em Bali, na Indonésia. O FMI indicou esperar que a maior economia mundial, a dos Estados Unidos, cresça 2,9% este ano, o ritmo mais rápido desde 2005, mantendo a previsão de Julho. Em Bali, o economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, afirmou que “o crescimento nos Estados Unidos permanece excepcionalmente robusto no momento”, atribuindo o desempenho à política fiscal da administração do Presidente Donald Trump. Contudo, o FMI previu que o crescimento norte-americano caia para os 2,5% em 2019, por causa da guerra comercial com a China, apesar do impulso que resulta dos recente cortes nos impostos. Mas este efeito deverá diluir-se com o tempo, alertou. Por outro lado, ainda que a organização mundial tenha notado que a inflação pareça estar sob controlo, em torno da meta de 2%, avisou que a verificar-se um aumento dos preços e da inflação “isso pode causar um aumento das taxas de juros mais rápido do que o esperado atualmente” e “um aumento do dólar com efeitos potencialmente negativos sobre a economia global”. Efeitos da guerra O Fundo não alterou também a sua previsão de crescimento da economia chinesa para 2017 (6,6%), mas, também devido à tensão comercial com os EUA, reviu em baixa o crescimento da China no próximo ano, estimando-o em 6,2%, o que a confirmar-se será o menor registado no país desde 1990. As perspectivas para o comércio mundial também expressam um menor optimismo: o FMI estimou que o comércio global cresça 4,2% este ano, abaixo dos 5,2% em 2017 e dos 4,8% esperados na análise realizada em Julho. Para o Fundo Monetário Internacional, uma guerra comercial desenfreada vai desacelerar o crescimento da economia global. Mesmo no pior cenário em que se concretizariam todas as ameaças norte-americanas sobre os produtos importados da China e de outros países, o seu impacto seria inferior a um ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB), para um crescimento global estimado em 3,7% para 2018, 2019 e 2020. No curto prazo, os efeitos dessa guerra comercial seriam duas vezes mais prejudiciais para a economia chinesa do que para a dos Estados Unidos. O crescimento da maior economia do mundo, a norte-americana, baixaria de 2,5% para 1,6% em 2019, enquanto o da segunda cairia de 6,2% para 4,6%, segundo cálculos divulgados pelo FMI. Para a China, esse nível de crescimento seria o menor já registado desde que o país se começou a industrializar. No Japão, a terceira maior economia do mundo, o crescimento passaria de 0,9% para cerca de 0,4%, enquanto a zona do euro, a menos afectada, veria o PIB descer de 1,9% para 1,5%. Tal desaceleração, no entanto, agravaria os problemas de desemprego em alguns países europeus já afetados por altos níveis de endividamento. Uma rápida desaceleração do crescimento colocaria o Japão em risco de gerir uma deflação. Em 2023, a China e os Estados Unidos perderiam cada um 0,6 pontos percentuais do PIB, mas, no longo prazo, uma guerra comercial total seria mais prejudicial para a economia dos EUA do que para a economia chinesa, segundo o FMI. A economia norte-americana perderia um ponto do PIB em relação a uma situação comercial estável, enquanto a China perderia apenas meio ponto. Ainda no pior cenário, em pontos percentuais, o Japão perderia 0,4 e a zona euro 0,2 em 2023. Níveis de impacto O FMI desenvolveu um cenário de cinco níveis com base nas medidas já tomadas ou que os Estados Unidos poderiam tomar em 2019 em relação aos parceiros comerciais, bem como em relação aos efeitos. O primeiro é o aumento das tarifas aduaneiras já registado entre os Estados Unidos e a China, cujo impacto foi incluído na última análise económica global. O segundo leva em conta a taxação de 25% sobre 267 mil milhões de dólares de importações chinesas para os Estados Unidos, o terceiro os efeitos de tarifas punitivas sobre todos os produtos chineses que entram no mercado norte-americano. Nesse nível, a indústria automóvel dos Estados Unidos e os fornecedores seriam particularmente afetados, com efeitos colaterais no México, Canadá e Japão. O quarto nível incorpora os efeitos dessas medidas nos projectos de investimento, enquanto o quinto nível inclui uma deterioração das condições de financiamento das empresas. No entanto, o FMI concluiu a análise antes dos Estados Unidos, Canadá e México anunciarem um amplo acordo que elimina o risco de uma disputa comercial entre os três países.
Taiwan | Exercícios militares na véspera do Dia Nacional Hoje Macau - 10 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]aiwan promoveu ontem exercícios militares na véspera do Dia Nacional, o que não acontecia há décadas, com a participação do Exército e da Força Aérea, e a presença do Presidente Tsai Ing-wen e o homólogo paraguaio Mario Abdo Benítez. O Presidente taiwanês lançou, nos últimos anos, uma forte campanha para fortalecer as defesas, com promessas de aumentar o orçamento militar e acelerar o desenvolvimento do seu próprio equipamento de guerra, incluindo submarinos. Na ocasião, Tsai Ing-wen supervisionou os exercícios de terra e ar do Exército em Taoyuan, norte de Taiwan, em que a defesa era simulada contra ataques inimigos no ar e na costa. Nos exercícios militares participaram tanques, aviões e helicópteros, unidades de artilharia e plataformas de defesa aérea.
Exposição | Gansu recebe Bienal de Artes Visuais de Hong Kong e Macau Hoje Macau - 10 Out 201813 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois da passagem pelo Museu de Arte Minsheng de Pequim, a Bienal de Artes Visuais de Hong Kong e Macau 2018 está agora em patente no Centro Internacional de Convenções e Exposições de Dunhuang, na província de Gansu, onde estará aberta ao público até dia 15 de Outubro. A mostra que congrega as estéticas das duas regiões administrativas especiais entra este ano na 6ª edição. De acordo com um comunicado do Instituto Cultural, a bienal “tornou-se uma importante plataforma de desenvolvimento conjunto e promoção da cooperação e intercâmbio de artes visuais entre o Interior da China, Macau e Hong Kong”. A mostra de este ano tem como tema central “Toque Urbano”, um conceito que explora criações dentro do âmbito da arquitectura, design de espaço, arte pública e criação de arte individual. O espaço expositivo de Macau é dedicado ao tema “Transcendendo a Cidade”, uma noção que se dedica à exploração e “interacção entre as pessoas, a relação entre o Homem e a cidade, as memórias e as experiências que daí advêm assim como a evolução da cidade em conjunto com o seu desenvolvimento”. Participam na exposição seis jovens artistas de Macau, incluindo Ng Man Wai, Lai Sio Kit, Wong Ka Long, Wong Weng Io, Cheong Cheng Wa e Fok Hoi Seng, com obras das mais variadas formas, entre elas pintura, gravura, gravação vídeo e instalação de luzes, exibindo efeitos visuais ricos com uma combinação inovadora de média e design. A mostra estará ainda patente no Museu de Arte de Zhejiang, em Hangzhou, de 30 de Outubro a 11 de Novembro.
Tradução francesa de Valério Romão dá prémio de Arles a Elisabeth Monteiro Rodrigues Hoje Macau - 10 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] tradutora Elisabeth Monteiro Rodrigues venceu o Grande Prémio de Tradução da Cidade de Arles, pela versão francesa do livro de contos “Da família”, do português Valério Romão, anunciou ontem a associação francesa Atlas, para a promoção da tradução literária. Com chancela da editora portuguesa Abysmo, “Da família”, de Valério Romão, agora distinguido com o Grande Prémio de Tradução da Cidade de Arles 2018, foi editado este ano em França, pelas edições Michel Chandeigne. Elisabeth Monteiro Rodrigues é também tradutora de Mia Couto e de Teolinda Gersão, entre outros autores de língua portuguesa, em França, de acordo com o comunicado da Associação para a Promoção da Tradução Literária (Atlas). O júri do prémio considerou “excelente” o trabalho de tradução de “De la famille”, sublinhando que “restitui o nervosismo da escrita de Valério Romão, a sua audácia formal, as suas passagens improvisadas da voz narrativa as vozes relatadas…” Elisabeth Monteiro Rodrigues, segundo o júri, “consegue, igualmente, transmitir com talento a amplitude da frase do autor, seguindo o seu ritmo, a sua música e sua fluência”. A entrega do prémio está marcada para 9 de Novembro, na associação du Méja, por ocasião do 35.º encontro sobre tradução literária em Arles. Desde 1995, o Grande Prémio de Tradução Cidade de Arles recompensa a tradução para francês de uma obra de ficção contemporânea que se tenha evidenciado pela qualidade e pelas dificuldades que soube ultrapassar. O prémio tem um montante de 3.500 euros, com o patrocínio do município de Arles. Dez anos de traduções Nascida em Portugal, em 1973, Elisabeth Monteiro Rodrigues foi viver para França aos quatro anos. Licenciada em História do Médio Oriente, começou depois a interessar-se pela literatura sobre o continente africano, Antilhas e Caribe. Colaboradora da revista Africulturas, de 1999 a 2004, foi também uma das responsáveis da Librairie Portugaise & Brésilienne, em Paris, até 2015. Há dez anos que traduz autores de língua portuguesa como Mia Couto, Teolinda Gersão, João Ricardo Pedro e Susana Moreira Marques.
Saramago, 20 anos de Nobel | O autor difícil que os alunos chineses continuam a procurar Andreia Sofia Silva e Sofia Margarida Mota - 10 Out 201813 Out 2018 Celebraram-se esta segunda-feira os 20 anos da atribuição do prémio Nobel da Literatura a José Saramago, falecido em 2010. Em Macau a sua obra continua bem presente nos currículos de quem estuda português nas universidades e, na Livraria Portuguesa, é um dos escritores lusos mais vendidos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s temas dos livros são fracturantes e polémicos, a pontuação, na maioria das vezes, não existe, mas isso não fez esmorecer o fascínio e interesse que os leitores continuam a ter na obra de José Saramago, único escritor português agraciado com o prémio Nobel da Literatura. Foi há 20 anos que Saramago o recebeu da Academia Sueca, tendo-se tornado um autor ainda mais lido e traduzido em todo o mundo, incluindo na China. Em Macau, José Saramago continua a ser um autor muito presente nos currículos dos que aprendem tradução e interpretação da língua portuguesa na Universidade de Macau (UM) e Instituto Politécnico de Macau (IPM). Apesar de nem todos os alunos escolherem a área da literatura, deparam-se com textos de Saramago durante a licenciatura. “É um dos grandes escritores portugueses e acho que os alunos de português têm de conhecer e ler este autor”, disse ao HM Yao Jingming, director do departamento de português da UM. “A obra dele faz parte das leituras dos nossos alunos, sobretudo os livros que são mais fáceis de ler, como o ‘Ensaio sobre a Cegueira’, por exemplo. Também damos alguns excertos de outros livros para os alunos lerem”, acrescentou. Em o “Ensaio sobre Cegueira”, Saramago questiona o actual sistema eleitoral dos países democráticos, quando a população de um território vota em branco, na sua maioria, não elegendo qualquer candidato político. O tema não é acessível a quem é nativo de chinês, sem esquecer a questão da pontuação. “Para os nossos alunos, sobretudo os de literatura, [Saramago] é ainda um escritor um bocado difícil de ler e de compreender, mas é importante que tenham uma noção da sua escrita. Ele continua a ser lido na China e as suas obras continuam a ser traduzidas para chinês.” Yao Jingming, ele próprio tradutor de poesia e habituado à linguagem complexa dos poetas portugueses, assegura que o Nobel português “fala sobre outro pensamento e realidade, como a religião, e com uma outra mentalidade”. “Era comunista, sempre mostrou ter uma atitude muito própria, e para o compreender é necessário conhecer a sua história e até a história de Portugal”, frisou. No caso do IPM, os alunos estudam os escritos de Saramago no terceiro ano da licenciatura, adiantou Han Lili, directora da Escola de Línguas e Tradução do IPM. “Fazemos uma abordagem geral em que são seleccionados alguns ensaios do autor, com pequenos textos. Já há algumas obras traduzidas para chinês, como é o caso do ‘Memorial do Convento’ e o ‘Ano da Morte de Ricardo Reis’. Os alunos são motivados a ler estes livros desde o segundo ano para que tenham uma aproximação das obras na sua língua mãe.” Uma questão de gramática O facto dos alunos do IPM lerem primeiro em chinês e depois em português reveste-se numa tentativa de aproximação à escrita de Saramago. “Não corresponde às normas gramaticais tradicionais e temos de abordar este aspecto, para que os alunos compreendam que determinadas formas de escrever do autor são uma opção pessoal e não uma forma comum de escrever em português.” Han Lili assegura que o gosto pelas obras do Nobel é genuíno. “Há alunos que gostam mesmo do autor. Recordo-me de uma aluna da Universidade de Pequim a quem recomendei Saramago e que depois acabou por fazer, em Macau, o mestrado e doutoramento sobre o autor, além de que já traduziu duas obras dele para chinês.” Se na UM há um projecto de investigação a decorrer, no IPM não há nenhum aluno a debruçar-se sobre a obra de Saramago. “Ao nível da licenciatura não temos nenhum projecto de tradução, é um autor que exige um nível de proficiência mais elevado. Pode ser uma boa opção para mestrados e doutoramentos.” Boas vendas Na Livraria Portuguesa nota-se bem o fascínio que os livros de José Saramago. De acordo com Filipa Didier, responsável pelo espaço, é um dos autores mais procurados. “Neste momento temos livros em português, inglês e chinês. É um dos autores que mais vende. Não temos muitos turistas a comprar, mas sim mais membros da comunidade portuguesa e estudantes de português, sobretudo os que vêm da China e fazem cá os cursos de Verão”, assegurou. Para Filipa Didier, Saramago “é um autor de referência e muitos procuram-no por indicação dos professores, e também ouviram falar dele por causa do prémio Nobel”. “Os títulos em inglês têm uma procura relativa, sendo que, dos sete títulos que temos, o mais procurado é a tradução do ‘Ensaio sobre a Cegueira’. Este sucesso está ligado ao facto de ter sido feito um filme sobre o livro”, frisou Filipa Didier, que acrescenta: “20 anos depois do Nobel, o sucesso de Saramago está longe de se esgotar”. Este sucesso ao nível das vendas deixou Joaquim Coelho Ramos, director do Instituto Português do Oriente (IPOR), surpreendido. “Parece que há muita procura pela obra de Saramago e vai ao ponto de, quando a livraria não consegue dar resposta com o material que tem cá, encomenda a pedido das próprias pessoas. Os títulos da primeira fase são muito procurados, quando ele trouxe novas visões estruturais à produção literária, e é isso que mantém o interesse e a actualidade”, rematou.
Galgos | ANIMA continua responsável pelos processos de adopção Hoje Macau - 10 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] ANIMA, Sociedade Protectora dos Animais, vai continuar responsável pelos processos de adopção dos cerca de 500 galgos que se encontram a cargo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). A decisão foi tomada ontem depois de um encontro entre o presidente do IACM, José Tavares e o presidente da ANIMA, Albano Martins, de acordo com o canal de televisão da TDM. Uma das maiores preocupações da ANIMA prendia-se com a possibilidade dos cães ficarem retidos no território por tempo indeterminado devido ao processo judicial entre o Governo e a Yat Yuen, entidade que detinha os animais. “O IACM comprometeu-se de que isso não iria acontecer e eu também já tinha garantido que caso haja litígio, a situação se circunscreva apenas à potencial multa sem afectar os processos dos animais”, disse Albano Martins à TDM. No entanto, a ANIMA vai continuar afastada do tratamento dos animais. Neste aspecto, o presidente da associação defende que “o IACM tem pessoal suficiente para o fazer”. Entretanto, os galgos, que até agora tinham de ser esterilizados no território, vão poder ser submetidos à intervenção no país de destino da adopção, evitando assim mais atrasos processos de envio. O anunciado pedido de demissão do responsável pela ANIMA mantém-se, apesar do entendimento de ontem entre a associação e o IACM.
Violência | Mulher trancou-se no quarto durante seis horas para evitar marido João Santos Filipe - 10 Out 201813 Out 2018 Um pedido de divórcio terminou com agressões ao murro, ameaças com um cutelo e com a vítima trancada no quarto durante seis horas. O agressor acabou por ser preso depois da mulher ter contactado familiares, que por sua vez alertaram as autoridades [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem, de 49 anos, nascido em Macau, por suspeitas de violência doméstica. O caso foi revelado ontem pela PJ em conferência de imprensa, depois do alerta dado pelos familiares da vítima, a esposa do indivíduo detido. Segundo o relato das autoridades, a confusão começou por volta da 1h da manhã de segunda-feira, quando a vítima terá dito ao seu marido que pretendia o divórcio e terminar com o casamento de seis anos. Depois de inicialmente ter aceitado o pedido, mais tarde, o homem, mostrou-se inconformado e respondeu com socos na cara da mulher. Além disso, utilizou ainda uma ponta de cigarro para queimá-la e ameaçou cortá-la com um cutelo da cozinha. Perante os ataques descontrolados, a vítima trancou-se, durante mais de seis horas, no quarto. Ao mesmo tempo aguardou que o agressor se acalmasse, o que alegadamente não aconteceu. Por volta das sete da madrugada entrou em contacto com familiares, para que estes alertassem as autoridades sobre o que se estava a passar. Quando entraram na habitação do casal, que fica nas imediações do mercado Iao Hon, na Zona Norte da cidade, as autoridades encontraram o homem na posse do cutelo e a mulher trancada no quarto. Face a este cenário, os agentes procederam à detenção e levaram o homem para interrogatório. Mais tarde, o caso foi entregue ao Ministério Público e o homem vai responder pelo crime de violência doméstica, punido com uma pena de prisão de 1 a 5 anos. Porém, se o tribunal considerar que o crime foi cometido “em circunstâncias que revelem especial censurabilidade ou perversidade do agente”, a pena é de 2 a 8 anos de prisão. Desempregada e dependente O homem e a mulher estavam casados há seis anos. Da relação nasceu uma filha com quatro anos. Além disso, o agressor tem um outro filho, com 17 anos, de uma relação anterior. Segundo a vítima, esta foi a primeira vez que uma discussão entre o casal resultou em agressões. Contudo, segundo a mulher, as repreensões por parte do homem eram frequentes. Ainda de acordo com as informações reveladas, o homem estava empregado como condutor de autocarros em agências de viagens. Já a mulher, de 35 anos, estava desempregada e dependia dos rendimentos do homem.
Saúde | Centro de procriação medicamente assistida do Kiang Wu em vistoria Hoje Macau - 10 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]ommy Lau revelou que o serviço de procriação medicamente assistida do centro hospitalar privado vai estar pronto entre o fim deste ano até ao início de 2019 e que o centro da especialidade se encontra em fase de vistoria. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, Tommy Lau, presidente da Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu, indicou que a unidade pode entrar em funcionamento após a conclusão dos devidos procedimentos administrativos. Tommy Lau referiu ainda que o hospital vai contratar e formar mais pessoal para responder à perda de recursos humanos e que considera normal a mobilidade de pessoal médico. O dirigente associativo adiantou que o Kiang Wu está preparado para remediar a escassez de mão-de-obra e que vai providenciar oportunidades de ascensão profissional a trabalhadores do sector médico.
Estudo | Bifana preferida por visitantes com menos de 35 anos João Santos Filipe - 10 Out 201813 Out 2018 Uma investigação da Universidade Cidade de Macau coloca o pastel de nata português e o pastel de ovo no segundo e terceiro lugares do pódio das preferências de visitantes com menos de 35 anos. Contudo, é apontada a falta de bebidas e sobremesas com características unicamente de Macau [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] bifana é a especialidade gastronómica local que mais encanta os turistas com menos de 35 anos. A seguir segue-se o pastel de nata português e depois o pastel de ovo. Esta é a conclusão de um estudo com o título “Compreender as preferências gastronómicas das Gerações Y e Z: O caso de Macau em 2018, no Ano das Gastronomia” publicado em Setembro, na Revista de Turismo e Hospitalidade, de autoria dos académicos Irini Lai, Perry Ip, Grace Chan e Yuen Cheong Ho, da Universidade Cidade de Macau. “Ao nível da gastronomia, o item mais popular foi a bifana e a principal razão para a escolha deve-se com o facto da maior parte dos pequenos restaurantes, cafés ou até espaços gourmet disponibilizarem a bifana, devido à sua popularidade”, pode ler-se nas conclusões. “Mesmo assim, a forma de cozinhar a bifana varia de estabelecimento para estabelecimento, é possível encontrar locais onde é frita, noutros é grelhada, há também espaços que adicionam as suas características, através de produtos como cebolas brancas ou roxas ou molho de tomate”, é acrescentado. Nos 500 inquéritos realizados a pessoas com menos de 35 anos, ou seja nascidas depois de 1981, 120 colocaram a bifana no topo das preferências. Depois seguiu-se o pastel de nata português, com 114 preferências. Entre o pastel de nata português, a pastelaria Lord Stow, com origem britânica, foi a favorita dos inquiridos. Finalmente, o pastel de ovo conquistou a preferência de 74 inquiridos. No que diz respeito aos motivos, os autores sublinham que em grande parte se deve também a dois factores: o fácil acesso e os custos acessíveis. Por outro lado, o estudo concluiu que muitas vezes os visitantes já vêm predispostos a experimentar este tipo de comida, devido à partilha de experiências de amigos. Sobremesas sem originalidade No que diz respeito às bebidas e sobremesas locais, o estudo aponta a falta de produtos com características locais, à excepção da bebinca. Assim, os principais produtos têm influências principalmente de Taiwan e da Tailândia, como chá com leite ou a água de coco, nas bebidas, ou a sopa de feijão vermelho e o durião, nas sobremesas. “Observámos que as bebidas ou sobremesas populares carecem de características locais que as tornem autênticas, ao mesmo tempo que há várias sobremesas e bebidas com influências de Taiwan e Tailândia”, é defendido. “Não há bebidas ou sobremesas vistas como obrigatórias no território que seja oferecidas apenas em Macau”, é observado. Num patamar diferente, e segundo os autores do estudo, os restaurentes gourmet estão longe de alcançar a popularidade desejada, entre os visitantes com menos de 35 anos. Mas mais do que os preços cobrados, os autores referem a necessidade de promover mais os pratos e serviços prestados, principalmente através das redes sociais.
Escutas | Au Kam San não pede desculpas e escreve a Chui Sai On Hoje Macau - 10 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Au Kam San não vai pedir desculpa pelas declarações em que acusou as forças de segurança de realizar escutas ilegais. A informação é dada numa carta dirigida ao director da Polícia Judiciária que foi também reencaminhada para o Chefe do Executivo. “Considero que é ridiculo e que não sei por que razão devo pedir desculpa”, lê-se na missiva também enviada a Chui Sai On. Para Au, a referência a escutas ilegais foi feita devido a dúvidas que o próprio deputado tem e que considera legítimo manifestar. Como tal, o pró-democrata questiona se a restrição à manifestação das opiniões dos deputados poderá ser um limite à liberdade de expressão. “Se um deputado que levanta dúvidas pode incorrer em responsabilidade penal, o que poderá acontecer aos outros?” A questão suscitada pelo pró-democrata tem em vista a actuação de órgãos de comunicação social, analistas e até os próprios cidadãos. Au Kam San receia que esteja em causa a política de “Um país, dois sistemas”, caso as pessoas comecem a ter medo de expressarem a sua própria opinião, “o que não deve existir em Macau”. O caso começou com declarações de Au Kam San ao um jornal Ou Mun em que disse acreditar na prática de escutas ilegais por parte da PJ e mencionou um caso em 2009. Na altura, um homem ameaçou imolar-se pelo fogo numa esquadra de Macau. Quando chegou ao local já as forças da autoridades estavam preparadas com extintores. A PJ defendeu-se com o facto de o indivíduo ter prestado declarações à imprensa sobre o assunto e ter gritado na rua, até chegar à esquadra. Por isso, as autoridades, sob a tutela de Wong Sio Chak fez um ultimato a Au: ou pedia desculpas ou responde em tribunal.
Habitação Económica | Proposta de lei entregue em breve, afirmou Raimundo do Rosário Hoje Macau - 10 Out 2018 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] proposta de revisão à lei da habitação económica vai ser entregue brevemente na Assembleia Legislativa. A garantia foi dada pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, o governante acrescenta que a abertura de mais um processo de candidaturas a habitação económica não depende do seguimento da nova proposta. Ou seja, se a alteração da lei a este respeito não for aprovada, a abertura de candidatura será realizada de acordo a lei actual. Raimundo do Rosário acredita que um novo processo de candidatura pode ocorrer ainda durante o actual mandato do Governo, refere a mesma fonte. Questionado sobre a atribuição de casas económicas do Edifício do Bairro da Ilha Verde, o secretário lamentou que alguns dos projectos tenham sido adiados devido aos estragos provocados pela passagem dos tufões Hato e Mangkhut. No entanto, Rosário prevê que as obras de reparação do Edifício do Bairro da Ilha Verde estejam concluídas até ao final. O Governante garantiu também que vai instalar comportas contra inundações no auto-silo do edifício e nas zonas de paragem de autocarros.