Vírus | Sociedade de Jogos de Macau doa 20 milhões de patacas a Hubei Hoje Macau - 6 Fev 2020 [dropcap]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM), com 22 casinos no território, anunciou ontem que vai doar 20 milhões de patacas para combater o surto do novo coronavírus chinês. Em comunicado, a SJM indica que a doação destina-se a comprar equipamento de proteção e material médico para ajudar nos esforços de prevenção e de combate à doença na província chinesa de Hubei, onde os primeiros casos de infeção foram detetados em Wuhan. “Desejamos uma rápida recuperação a todas as pessoas e todas as economias afectadas pelo vírus”, disse a presidente do conselho de administração da SJM, Daisy Ho, filha do fundador do grupo Stanley Ho. De acordo com a mesma nota, a concessionária indicou observar estritamente as medidas de prevenção definidas pelo Governo de Macau, mantendo-se unida com a comunidade na luta para evitar a propagação da doença. A SJM é a terceira concessionária a fazer uma doação para a província de Hubei. Em 29 de Janeiro, a Melco Resorts tinha anunciado uma doação de 20 milhões de dólares de Hong Kong para Hubei. Em 2 de Fevereiro foi a vez do Galaxy Entertainment Group, com seis casinos, a anunciar também 20 milhões de patacas para a mesma província. Todas as doações foram feitas em coordenação com o Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau.
Recém-nascido chinês infectado pelo novo coronavírus Hoje Macau - 6 Fev 20206 Fev 2020 [dropcap]U[/dropcap]m bebé chinês com pouco mais de 24 horas de vida foi diagnosticado com o novo coronavírus (2019-nCov) detectado na cidade de Wuhan, na China, anunciaram ontem os meios de comunicação social públicos chineses. O recém-nascido tornou-se no caso mais jovem a ser confirmado com o vírus, desde o surgimento da epidemia em Dezembro passado. Segundo especialistas citados pela televisão pública CCTV, pode tratar-se de um caso de “transmissão vertical”, isto é, uma criança que foi infectada pela sua mãe no útero, durante o parto ou logo após. Antes do parto, a mãe da criança foi diagnosticada com o novo coronavírus. A CCTV não especificou a gravidade dos possíveis sintomas da mãe e do filho e indicou apenas que o recém-nascido se encontra “estável”. A agência de notícias chinesa Xinhua noticiou na segunda-feira que um bebé nascido na semana passada de uma mãe infectada não era portador do vírus. A China elevou ontem para 490 mortos e mais de 24.300 infectados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detectado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países, o último novo caso identificado na Bélgica. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
Vírus | Pessoas internadas voluntariamente em Portugal estão bem de saúde Hoje Macau - 6 Fev 2020 [dropcap]A[/dropcap]s 20 pessoas que estão internadas voluntariamente em Lisboa, onde chegaram no domingo provenientes da China, encontram-se bem de saúde, sem sintomas de infecção causada novo coronavírus (2019-nCov), indicou ontem a directora-geral da Saúde. Graça Freitas falava numa conferência de imprensa, em Lisboa, onde foi feito um novo balanço sobre a infeção pelo ‘2019-nCov’, detectado na China em dezembro. O grupo, que inclui 18 cidadãos portugueses e duas cidadãs brasileiras, esteve na cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto do novo coronavírus – família de vírus que pode causar pneumonia – e chegou no domingo à noite ao aeroporto militar de Figo Maduro, em Lisboa. Com o seu consentimento, as pessoas estão em “isolamento profilático” em instalações no Hospital Pulido Valente e no Parque da Saúde, ambos em Lisboa. A possibilidade de receberem visitas de familiares, se o desejarem, está a ser equacionada, adiantou Graça freitas. A diretora-geral da Saúde referiu que as pessoas “estão bem de saúde, não desenvolveram sintomas” e “têm cumprido as orientações” que lhes são dadas, nomeadamente o uso de máscaras, assinalando que o “isolamento profilático” foi uma “medida excecional”, mas “adequada ao grupo”, que esteve na cidade chinesa onde começou o surto e, por isso, teve “maior probabilidade” de exposição ao vírus. Novos testes de despistagem do ‘2019-nCov’ serão feitos quando forem considerados oportunos. “Não há vantagem de repetir os testes várias vezes”, frisou Graça Freitas. Análises preliminares efetuadas ao grupo tiveram resultados negativos. As 20 pessoas vão estar internadas durante 14 dias, período de incubação (até ao aparecimento de sintomas de infeção) do novo coronavírus. A China elevou hoje para 490 mortos e mais de 24.300 infectados o balanço do surto provocado pelo ‘2019-nCov’, considerado pela Organização Mundial de Saúde uma emergência de saúde pública internacional devido ao risco elevado de propagação do coronavírus à escala global. Além do território continental da China e das regiões de Macau e Hong Kong, há casos de infecção confirmados em mais de 20 países.
Vírus | Pessoas internadas voluntariamente em Portugal estão bem de saúde Hoje Macau - 6 Fev 2020 [dropcap]A[/dropcap]s 20 pessoas que estão internadas voluntariamente em Lisboa, onde chegaram no domingo provenientes da China, encontram-se bem de saúde, sem sintomas de infecção causada novo coronavírus (2019-nCov), indicou ontem a directora-geral da Saúde. Graça Freitas falava numa conferência de imprensa, em Lisboa, onde foi feito um novo balanço sobre a infeção pelo ‘2019-nCov’, detectado na China em dezembro. O grupo, que inclui 18 cidadãos portugueses e duas cidadãs brasileiras, esteve na cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto do novo coronavírus – família de vírus que pode causar pneumonia – e chegou no domingo à noite ao aeroporto militar de Figo Maduro, em Lisboa. Com o seu consentimento, as pessoas estão em “isolamento profilático” em instalações no Hospital Pulido Valente e no Parque da Saúde, ambos em Lisboa. A possibilidade de receberem visitas de familiares, se o desejarem, está a ser equacionada, adiantou Graça freitas. A diretora-geral da Saúde referiu que as pessoas “estão bem de saúde, não desenvolveram sintomas” e “têm cumprido as orientações” que lhes são dadas, nomeadamente o uso de máscaras, assinalando que o “isolamento profilático” foi uma “medida excecional”, mas “adequada ao grupo”, que esteve na cidade chinesa onde começou o surto e, por isso, teve “maior probabilidade” de exposição ao vírus. Novos testes de despistagem do ‘2019-nCov’ serão feitos quando forem considerados oportunos. “Não há vantagem de repetir os testes várias vezes”, frisou Graça Freitas. Análises preliminares efetuadas ao grupo tiveram resultados negativos. As 20 pessoas vão estar internadas durante 14 dias, período de incubação (até ao aparecimento de sintomas de infeção) do novo coronavírus. A China elevou hoje para 490 mortos e mais de 24.300 infectados o balanço do surto provocado pelo ‘2019-nCov’, considerado pela Organização Mundial de Saúde uma emergência de saúde pública internacional devido ao risco elevado de propagação do coronavírus à escala global. Além do território continental da China e das regiões de Macau e Hong Kong, há casos de infecção confirmados em mais de 20 países.
Vírus | Estimadas grandes quebras nas receitas do jogo de massas Andreia Sofia Silva - 6 Fev 2020 [dropcap]A[/dropcap] decisão do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, de encerrar os casinos por um período de duas semanas pode trazer um período negro ao sector do jogo. Analistas dizem ser cedo para fazer previsões, mas algumas estimativas apontam para perdas de 75 por cento nas receitas de Fevereiro, além do impacto nos ganhos anuais. Ao HM, o economista Albano Martins destaca sobretudo as perdas para a economia e PME. “Tomando o ano passado [como referência], e se tudo se mantivesse constante, esses 15 dias representam uma perda de cerca de 4,7 mil milhões de patacas para os cofres públicos. Para a economia, uma perda de 12 milhões.” Ainda assim, Albano Martins prevê que “o impacto será provavelmente muito maior na economia e no sector público”, uma vez que existe ainda “uma grande incógnita quanto ao tempo de impacto do vírus”. De acordo com o portal informativo GGRAsia, a JP Morgan Securities (Asia Pacific) disse num comunicado emitido esta terça-feira que os custos de operação fixos consomem cerca de 19 por cento das receitas obtidas pelas operadoras de jogo, a maioria relacionadas com os funcionários. DS Kim, Derek Choi e Jeremy An, analistas da JP Morgan, falam de perdas na ordem dos 75 por cento em termos das receitas oriundas do jogo de massas em Fevereiro, e uma perda anual de seis por cento, sem esquecer uma quebra do EBITDA na ordem dos dez por cento. A analista Roth Capital Partners LLC defendeu, também na terça-feira, esperar uma quebra anual de 14 por cento nas receitas, comparando com anos anteriores. “Enquanto existem muitas incertezas no que diz respeito ao coronavírus, antecipamos um declínio das receitas do jogo de massas na ordem dos 31 por cento na primeira metade de 2020”, escreveu o analista David Bain. Ambrose So à espera Ao Hong Kong Economist Journal, Ambrose So, vice-presidente e CEO da SJM, disse que o encerramento dos casinos coincide com um período que seria sempre “calmo”, por ser posterior ao Ano Novo Chinês. O empresário disse também que tudo depende das respostas rápidas que as autoridades de Macau apresentem para a crise de saúde pública. No entanto, a redução das despesas com o fecho dos casinos “não compensa completamente” as receitas perdidas. No caso da analista Sanford C. Bernstein Ltd, espera-se uma recuperação das receitas oriundas das apostas de massas caso surja uma melhoria da situação causada pelo coronavírus. “A questão chave em torno de Macau tem a ver com tempo de restituição da emissão de vistos e o regresso aos valores normais de entrada de turistas. A segunda metade do ano deveria constituir uma grande recuperação (a não ser que a situação médica piore)”, escreveram os analistas Vitaly Umansky, Eunice Lee and Kelsey Zhu.
Vírus | Estimadas grandes quebras nas receitas do jogo de massas Andreia Sofia Silva - 6 Fev 2020 [dropcap]A[/dropcap] decisão do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, de encerrar os casinos por um período de duas semanas pode trazer um período negro ao sector do jogo. Analistas dizem ser cedo para fazer previsões, mas algumas estimativas apontam para perdas de 75 por cento nas receitas de Fevereiro, além do impacto nos ganhos anuais. Ao HM, o economista Albano Martins destaca sobretudo as perdas para a economia e PME. “Tomando o ano passado [como referência], e se tudo se mantivesse constante, esses 15 dias representam uma perda de cerca de 4,7 mil milhões de patacas para os cofres públicos. Para a economia, uma perda de 12 milhões.” Ainda assim, Albano Martins prevê que “o impacto será provavelmente muito maior na economia e no sector público”, uma vez que existe ainda “uma grande incógnita quanto ao tempo de impacto do vírus”. De acordo com o portal informativo GGRAsia, a JP Morgan Securities (Asia Pacific) disse num comunicado emitido esta terça-feira que os custos de operação fixos consomem cerca de 19 por cento das receitas obtidas pelas operadoras de jogo, a maioria relacionadas com os funcionários. DS Kim, Derek Choi e Jeremy An, analistas da JP Morgan, falam de perdas na ordem dos 75 por cento em termos das receitas oriundas do jogo de massas em Fevereiro, e uma perda anual de seis por cento, sem esquecer uma quebra do EBITDA na ordem dos dez por cento. A analista Roth Capital Partners LLC defendeu, também na terça-feira, esperar uma quebra anual de 14 por cento nas receitas, comparando com anos anteriores. “Enquanto existem muitas incertezas no que diz respeito ao coronavírus, antecipamos um declínio das receitas do jogo de massas na ordem dos 31 por cento na primeira metade de 2020”, escreveu o analista David Bain. Ambrose So à espera Ao Hong Kong Economist Journal, Ambrose So, vice-presidente e CEO da SJM, disse que o encerramento dos casinos coincide com um período que seria sempre “calmo”, por ser posterior ao Ano Novo Chinês. O empresário disse também que tudo depende das respostas rápidas que as autoridades de Macau apresentem para a crise de saúde pública. No entanto, a redução das despesas com o fecho dos casinos “não compensa completamente” as receitas perdidas. No caso da analista Sanford C. Bernstein Ltd, espera-se uma recuperação das receitas oriundas das apostas de massas caso surja uma melhoria da situação causada pelo coronavírus. “A questão chave em torno de Macau tem a ver com tempo de restituição da emissão de vistos e o regresso aos valores normais de entrada de turistas. A segunda metade do ano deveria constituir uma grande recuperação (a não ser que a situação médica piore)”, escreveram os analistas Vitaly Umansky, Eunice Lee and Kelsey Zhu.
Alterações climáticas e variabilidade climática Olavo Rasquinho - 6 Fev 2020 [dropcap]Q[/dropcap]uando nos debruçamos sobre as notícias referentes a fenómenos meteorológicos extremos podemos verificar que frequentemente os comentários tecidos por várias entidades, por vezes responsáveis governamentais e de organizações internacionais, atribuem essas ocorrências às alterações climáticas. Há que ter cuidado na apreciação das causas desses fenómenos na medida em que é frequente confundir-se variabilidade climática com alterações climáticas. São conceitos diferentes, mas facilmente confundíveis, na medida em que ambos se referem a modificações no comportamento do clima, embora em escalas temporais e espaciais diferentes. Vejamos como se distinguem, de acordo com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (United Nations Framework Convention on Climate Change – UNFCCC). Variabilidade climática, numa determinada região, consiste em variações do estado médio do clima em períodos relativamente curtos como um mês, uma estação ou um ano, enquanto que alterações climáticas se referem a variações estatisticamente significativas do estado médio do clima, que persistem por um período prolongado (décadas ou períodos mais longos) e abrangem regiões mais vastas. Por exemplo, a ocorrência de secas numa determinada região, com certa regularidade, poder-se-á atribuir à variabilidade climática. No entanto, se as secas ocorrerem mais frequentemente e se a tendência para a diminuição da precipitação se mantiver durante algumas décadas, poder-se-á pressupor de que se trata de uma alteração climática. A UNFCCC distingue, assim, a variabilidade climática, que atribui a causas naturais e perdura durante períodos relativamente curtos, das alterações climáticas que considera atribuíveis à atividade humana e se repercutem por muito mais tempo. São frequentemente atribuídas às alterações climáticas a maior frequência de fenómenos meteorológicos extremos, como ciclones tropicais de grande intensidade, períodos de seca mais longos e mais frequentes em algumas regiões e chuvas torrenciais noutras, etc. Na realidade sempre ocorreram alterações do clima durante milhões de anos, desde que a atmosfera do nosso planeta se formou. Basta pensar que as glaciações e os períodos interglaciários foram resultado de milhares de anos de arrefecimento da atmosfera terrestre, alternando com longos períodos de aquecimento. As causas das glaciações estão essencialmente relacionadas com os parâmetros orbitais da Terra, o que implica maior ou menor radiação solar que atinge o nosso planeta. A grande diferença entre essas alterações e as que ocorrem atualmente consiste no facto de as glaciações e os períodos interglaciários se arrastarem durante milhares de anos, enquanto que as alterações climáticas que atualmente se processam estão a ocorrer desde há relativamente pouco tempo e as suas causas são atribuídas à injeção de enormes quantidades de gases de efeito de estufa produzidos desde o início da era industrial, ou seja, há menos de duzentos anos. Um fator importante que está na base de alguma variabilidade climática são as chamadas teleconexões, que consistem em ligações entre certos fenómenos que ocorrem na atmosfera ou no sistema atmosfera-oceanos, em algumas regiões do globo, e que causam alterações na circulação geral da atmosfera e, consequentemente, a ocorrência de fenómenos meteorológicos significativos em regiões distantes. Entre as teleconexões contam-se o “El Niño” e “La Niña”, que se referem, respetivamente, a aquecimento e arrefecimento anómalos da água do mar na região equatorial do Pacífico Sul, próximo do Peru. No caso do El-Niño, a água sobreaquecida aquece o ar que se lhe sobrepõe, provocando perturbação na circulação geral da atmosfera, o que é a causa de fenómenos meteorológicos significativos em regiões distantes. Por exemplo, durante o El-Niño, ocorrem secas no Nordeste brasileiro e chuvas intensas no sul do Brasil, enquanto que nas regiões do Sudeste asiático, onde se situa Macau, os meses de dezembro a maio são anormalmente mais chuvosos. Pode não ser correta, por exemplo, a afirmação de que as alterações climáticas foram a causa de certos fenómenos meteorológicos extremos, como por exemplo o furacão Katrina (agosto de 2005) que causou cerca de 1.800 vítimas mortais nos EUA, ou o tufão Haiyan, que tirou a vida a mais de 7.000 filipinos, em novembro de 2013, ou até o tufão Hato, que afetou Macau em agosto de 2017. Ocasionalmente, ocorre um acontecimento ou sequência de acontecimentos meteorológicos que nunca foram registados antes, como o furacão Catarina que atingiu o estado de Santa Catarina, no Brasil, em março de 2004, ou a temporada excecional de furacões no Atlântico Norte em 2005. O furacão Catarina foi, até à presente data, o único a ser detetado no Atlântico Sul, o que causou estranheza no meio científico ligado às ciências da Terra. Será que tais acontecimentos são manifestações das alterações climáticas ou tratar-se-ão de simples variabilidade natural do clima? Nem o IPCC poderá responder a esta pergunta, mas a realidade é que fenómenos meteorológicos extremos têm vindo a ocorrer com maior frequência, e em latitudes em que são raros ocorrerem. Esta série de acontecimentos incomuns, a tornar-se persistente, poderá sugerir uma muito provável alteração do clima. É o caso, por exemplo, de tempestades tropicais terem vindo a afetar com mais frequência os Açores, e até mesmo o continente português. Esta realidade fez com que Portugal tenha recentemente sido admitido como membro do Comité dos Furacões, com sede em Miami. O aumento da frequência de fenómenos meteorológicos extremos e a sua ocorrência em regiões onde previamente eram raros levam-nos a acreditar que as alterações climáticas causadas pela ação antropogénica são altamente prováveis. Digo “altamente prováveis” porque é arriscado afirmar certeza absoluta quando se trata do comportamento de um sistema tão complexo como é o clima. Mesmo não havendo essa certeza, é absolutamente necessário que os governos tomem medidas para que se recorra cada vez mais às energias renováveis, na medida em que os combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral e gás natural) demoraram milhões de anos a se formarem e não são inesgotáveis. Ao ritmo cada vez mais acelerado a que são consumidos, tornar-se-ão cada vez mais escassos. Não apostar em alternativas é contribuir para que as gerações futuras encontrem um planeta cada vez menos sustentável. Apesar do protocolo de Quioto, em 1997, das vinte e cinco Conferências das Partes promovidas pela UNFCC e do acordo de Paris (2016), o consumo desses combustíveis não diminuiu. Mesmo que as alterações climáticas não fossem uma realidade, o simples facto de a variabilidade climática ser inegável deveria fazer com que os governos de todos os países se empenhassem no incremento da utilização de energias renováveis. A menor exploração dos combustíveis fósseis seria uma benesse para o meio ambiente, evitando terríveis desastres como os que ocorreram com o derramamento de petróleo no Alasca devido ao naufrágio do petroleiro Exxon Valdez, em 1989; na costa da Galiza em 2002 com o naufrágio do petroleiro Prestige; no Golfo do México em 2010 devido a explosão numa plataforma de exploração petrolífera, etc. É evidente que a política de descarbonização interfere com grandes interesses instalados e daí aparecerem dirigentes governamentais de alguns países que, para serem fiéis às forças que financiaram as respetivas campanhas eleitorais, insistem em remar contra esta grande maré que é a tomada de consciência de grande parte da humanidade.
Ensaio sobre a cegueira Pedro Arede - 6 Fev 2020 [dropcap]S[/dropcap]uspender a actividade do sector do jogo em Macau é uma medida que exige coragem e que demonstra, perante uma situação extraordinária como é a epidemia do novo coronavírus, que o Governo parece estar verdadeiramente a colocar a saúde e os interesses da população em primeiro lugar. Para além do conteúdo, a forma desembaraçada (pelo menos) de Ho Iat Seng transmitir as medidas necessárias, passa uma imagem de frontalidade e transparência numa situação de crise. E isso é bom nos tempos que vivemos. O que já não é tão positivo é a “cegueira” de alguns que, em estado de pânico, acorreram aos supermercados, ainda o discurso do Chefe do Executivo não tinha terminado, para fazer precisamente o contrário dos apelos anunciados e da garantia dada, de que existem alimentos suficientes para assegurar o abastecimento da RAEM nas próximas semanas. Como relatado em algumas passagens da obra de Saramago, muitas vezes, maior que o perigo em si de uma epidemia, pode ser o perigo despoletado por actos desesperados, onde reina o egoísmo e decisões extremadas, nunca antes ponderadas num contexto normal, deixando valores fundamentais para segundo plano e não contemplando, por exemplo, os interesses dos mais carenciados. Por isso, para o bem de todos, é preciso estar de olhos bem abertos. Até porque, ao contrário da epidemia romanciada em “Ensaio sobre a cegueira”, o coronavírus é uma epidemia que não impede ninguém de ir vendo o que se passa à sua volta.
Chegámos até aqui Gisela Casimiro - 6 Fev 2020 [dropcap]U[/dropcap]ma mulher entra no autocarro. Assim parecem começar tantas das minhas histórias. Já se fez História a partir de histórias de mulheres em autocarros. Não parece, contudo, pelo menos não hoje, o caso desta. Fala ao telefone, declara: “Não me dói nada. Nadinha me dói.” Haja quem. Ela olha-me, o rosto mais enrugado que me lembro de ver nos últimos tempos. Cabelo grisalho muito comprido, contido com ganchos, molas e uma bandolete. Sorriu-me, já, por duas ou três vezes. Entro, finalmente, numa igreja, em hora de missa mas, para meu espanto, agora há missas em modo aula de cycling no ginásio, o que até deve fazer sentido, se considerarmos que igrejas e ginásios são locais que nunca fecham e onde se pode ir sozinho e ficar sozinho mas menos do que se estivesse fechado em casa. Pelo menos em alguns dias. Em vez do ecrã, temos o púlpito vazio e a voz gravada de um padre, que nem sei se é conhecido de alguma destas pessoas, ou se também opera em modo videochamada. Faço a minha parte e saio, muito antes de estar da missa a metade. Ficam os turistas, a minha estranheza e o meu arrependimento. Mas, voltando ao meu lugar preferido, e preferido de tanta gente, o austríaco na Rua Anchieta, a mesma que ao sábado vira feira de livros e torna tudo mais especial. Tenho voltado aqui muitas vezes, ultimamente. Ela dá as mãos, cotovelos na mesa, o olhar mais parecido com o meu, sempre que regresso do escuro da janela. Agora já não sorri, antes se levanta e prepara para partir, conheci-a durante o tempo de um café e isso pode ser conhecer alguém intimamente e para sempre e como ninguém, ou quase, ela levanta-se e parte, não sem antes trocar umas palavras com o pessoal da casa, como fez quando entrou, e dois amigos do empregado que entraram há pouco, prancha de skate debaixo do braço e a juventude nos ombros, no rosto e no resto. Na mesa, o café e meio copo com água. Volta a olhar-me, diz “Adeus, menina!” com a mão, o rosto e o resto. Eu continuo a escrever à mão. Escrevo sobre ela. Tem feito tanto frio que me doem os olhos quando saio do trabalho às seis da manhã. Dói-me este vento. Encontro, sempre que no turno da noite, dois homens na paragem. Digo bom dia e eles respondem. Um deles deixa-me sempre entrar primeiro e, certa vez em que choveu muito, o outro abriu o chapéu e deu-me cobertura enquanto o autocarro não vinha. Em certos dias, quando o autocarro se atrasa (e é uma hora cruel para atrasos), trocamos reparos, sempre em tom suave, não vá o autocarro ouvir e demorar mais. Às vezes penso que devem ser do mesmo país que eu. Outras, percebo que esse país pode ser este. Outras, ainda, penso se estaremos, realmente, no mesmo país, ou como seria se tivéssemos vindo do mesmo, onde as pessoas são tratadas de forma diferente conforme a tez seja mais clara ou mais escura. É como aqui, afinal, apenas ao contrário: quanto mais claro, pior. Tenho tido tonturas deitada, em pé, sentada. A anemia faz-nos isso. Mas que pode a anemia perante a Olívia, a minha nova melhor amiga de infância que, a três meses dos dois anos, me puxa e segura com as suas mãozinhas, me sorri com todos os dentes, que os tem, me encanta com os caracolinhos loiros perfeitos como numa fábula e ri, ri, ri, e me conduz em rodopio infinito pela sala e pela cozinha? É a brincadeira preferida dela, explicam os pais, e já encontrou uma forma mais eficaz de ficar ainda mais tonta. Giramos e giramos e nada nos aflige. Ela deita-se e eu arrasto-a pelo tapete, no sofá, ao longo das minhas pernas. Balanço-a de mim para os pais. Pelo meio faz festas à gata. O que pode qualquer sombra, o que podem os motoristas, os polícias, os políticos, contra uma bebé, que nos puxa e envolve, que leva sempre a melhor sobre nós, enquanto nos recorda do nosso melhor? No trabalho, sentimos que nos pagam pouco para virmos comer pistachios e conversar. O meu colega diz, “Dia 4 de Fevereiro é o aniversário da minha filha.” Pausa. “E o dia das catanas em Angola.” Rimos. “Faço anos a 15 de Maio”, conta uma colega em contexto da marcação de uma viagem. O primeiro responde, “Eu também, oito dias antes.” Rimos novamente, ou não parámos ainda. Corrijo, “É no mesmo dia, com a diferença de oito dias e uns vinte anos.” Ele, que é um português angolano, com passagem por Macau e pela Bélgica, regressou à primeira casa depois de décadas na África do Sul, onde sentiu, desde o primeiro momento, que estava em casa, que encontrara “O” lugar. E ali encontrou beleza imensa, uma mulher e uma família. Ao contar-lhe sobre a missa em formato podcast, reclama nunca ter encontrado uma igreja aqui onde, na comunhão, para além da hóstia, também aos crentes se desse a beber o vinho. Digo-lhe que, aqui, vinho só para padres e acólitos. Continua a retorquir que está mal, e assim vamos fazendo pausas de galhofar para trabalhar. Há dias assim e passam demasiado rápido. A vida passa demasiado rápido. “Já chegámos até aqui”, diz outra mulher para a amiga. Ambas saem do autocarro e, também, deste texto. E nós, seguimos?
De Tomás ao Ribeiro de Nietzsche Luís Carmelo - 6 Fev 20206 Mar 2020 [dropcap]Q[/dropcap]uando tinha 17 anos, lembro-me de entrar na Faculdade de Ciências, na rua da Escola Politécnica, para almoçar na cantina. Mais do que a feijoada de búzios, o prato forte da ementa eram os discursos de Américo Tomás, ritualmente afixados sem quaisquer comentários nos corredores da entrada. Os génios da colina Monty Python, activos já desde 1969, não ficavam atrás daqueles guiões de verdadeira estultícia iluminada. Anteontem, retirei da estante ‘A Origem da Tragédia’ de Nietzsche por causa de um texto que ando a escrever e eis que, sem saber porquê, me pus a ler o prefácio do tradutor, Álvaro Ribeiro, sobejamente conhecido pelos seus ofícios a bordo da chamada “filosofia portuguesa”. Garanto que tive vontade de o digitalizar, imprimir e ir a correr de novo à cantina daquela faculdade, embora, como se sabe, já não exista na mesma morada. O texto começa por demarcar-se do “racionalismo dos séculos modernos”, realçando a degradação “iluminista e positivista”, para depois vincar um contraste entre a cultura alemã, idealista e pessimista nos seus geniais representantes”, e a “filosofia portuguesa, realista e optimista, de mais nobre e valiosa tradição”. Logo a seguir, o encapelado discurso avança com uma tirada extraordinária: “A tradição portuguesa, desde a época do Infante D. Henrique até à época de Vasco da Gama, fala-nos do Oriente em palavras completamente diversas das que nos são dadas pela erudição alemā. Assim, o orientalismo alemão que começa na filosofia pelos trabalhos de Augusto Schlegel e que atinge o cúmulo na filosofia de Artur Schopenhauer, havia de parecer-nos uma violenta inversão de sabedoria tradicional.”. Se à data da redacção deste prefácio (1953), ou mesmo hoje, fosse possível comparar o estado dos estudos orientais na Alemanha ou na Holanda e em Portugal, eu atirava-me de cabeça das arribas do Douro. Independentemente dos delírios iniciais, o autor continuará a tergiversar sobre a liberdade e a individuação, concluindo que o mal de Nietzsche era a sua ignorância do que qualificava como “filosofia atlântica” dos “europeus que por via marítima chegaram ao Oriente”: “Afastado, como todos os cientistas do seu tempo, da filosofia de Aristóteles, pensa Nietzsche que quanto mais se afirma o princípio de individuação e, com ele, a liberdade, tanto mais o homem cultiva a sua angústia e o seu desespero. Coerentemente, Nietzsche, pensador mediterrâneo, se condena Sócrates também condena Cristo, mas parece desconhecer as verdades que pertenciam já ao ciclo da filosofia atlântica, da filosofia dos europeus que por via marítima chegaram ao Oriente.”. Não contente com este aceno a Nietzsche que, como se sabe não era nenhum anjinho, eis que o nosso Álvaro Ribeiro dispara depois ao nível de um verdadeiro clímax: “A superioridade da filosofia portuguesa sobre a cultura da Europa Central mais uma vez se afirma ao interpretar o Cristianismo e ao situar o mistério da Encarnação no quadro mais adequado à especulação teológica, evitando assim dificuldades como as que necessariamente irritavam o pensamento crítico de Frederico Nietzsche.”. Explicitada assim, sem mais nem menos, a superioridade do pensamento lusitano, segue-se a razão pela qual meio mundo sempre se mostrou negligente face à gesta filosófica dos portugueses: “Teólogos e apologetas que se preocupam demais com os problemas da Reforma e da Contra Reforma não prestam a devida atenção ao significado evangélico e universal dos Descobrimentos, porque do meridiano de Roma não é fácil ver a superioridade do simbolismo do barco sobre o simbolismo do túmulo.”. No derradeiro passo deste luminoso prefácio, o filósofo nascido em Miragaia refere-se ao desespero de Nietzsche, esclarecendo que o pensamento português já há muito havia superado as aleivosias proferidas pelo autor nascido na Alta Saxónia: “O desespero de Nietzsche tem outro significado que foi já surpreendido por alguns teólogos da Alemanha, entre os quais é lícito mencionar Carlos Barth e Alberto Schweitzer. Para os pensadores de tradição portuguesa, este aspecto da obra de Nietzsche representa um momento já ultrapassado pela consciência religiosa que ascendendo evolui para Deus.”. Já a terminar, Álvaro Ribeiro deixa para a posteridade dois tónicos fundamentais. Um primeiro com o objectivo de explicar aos povos do planeta como estudar o pensamento português: “Para bem compreender a profunda religiosidade portuguesa é indispensável a demorada leitura de todos os livros do Novo Testamento, e não só dos Evangelhos. Meditando nas doutrinas dos apóstolos, e, consequentemente, nas dos missionários, não estranharemos que a filosofia portuguesa seja mais especulativa do que teorética, menos contemplativa do que actuante”. Um segundo com o objectivo de relembrar, uma e outra vez, a superioridade da filosofia portuguesa face à alemã e o estranhíssimo interesse de algum público lusitano pelas obras do senhor Friedrich: “Se a filosofia portuguesa, mais por suas verdades cifradas do que pelos seus livros publicados, é superior à filosofia alemā, como explicaremos a inegável predilecção dos católicos portugueses pelas obras de Frederico Nietzsche? Cremos que tal interesse significa a natural reacção contra o racionalismo cristão e utópico que a cultura francesa propagou em certos melos eclesiásticos, e corresponde ao desejo de procurar, para além dos paradoxos germânicos, as verdades que não puderam ser bem formuladas nos sistemas clássicos da mentalidade moderna.”. Enfim, estou a ver-me agora mesmo a sair do Rato, a percorrer de novo a rua da Escola Politécnica e, por fim, a entrar nos portões metálicos que hoje permitem o acesso aos ‘Artistas Unidos’. Na parede da antiga cantina, colo com fita adesiva o texto deste prefácio para que a incredulidade de uns possa ser o ADN de outros (clarifique-se que ADN é a sigla de ácido desoxirribonucléico, um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos, mesmo daqueles que pensam com a cabeça virada para o Império de São Lourenço do Bugio).
Fadiga das pedras António Cabrita - 6 Fev 2020 [dropcap]A[/dropcap]lberto Manguel, o escritor argentino, conta-nos, em “No Bosque do Espelho”, o duro coice que o atingiu quando lhe disseram que o professor que mais importância tivera na sua formação e no gosto pela literatura era um bufo da ditadura argentina, o primeiro carrasco dos seus alunos. É compreensiva a reacção de Manguel, devido ao anelo das emoções, mas labora um erro de perspectiva: a arte ensina a compaixão desde que estejamos comprometidos com ela, e, pelo contrário, funciona unicamente como mais um expediente quando dela nos servimos para outro tipo de intenções, se com ela travamos uma relação de heteronomia, de entretenimento. O problema não está na arte, mas no tipo de “encontro” ou de “pacto” que com ela entabulámos. Manguel e o seu professor percorreram os mesmos livros de forma muito diferente, o assombro, o mistério e o diálogo com a alteridade que transformavam Alberto Manguel, parecia ter eco no teatro de efeitos do seu professor – era uma enganosa coincidência de percursos. O Mal não abdica, não é uma privação do Bem, e aflora pela facilidade com que tendemos a desligar-nos da realidade, ou preferimos desrealizá-la, duplificando-a, a comprometer-nos no seu fluxo. Tudo começa nas modulações com que as ideologias nos alienam. Corrompidos, restam poucos recursos morais: um deles pode ser o nexo com a arte – que a espaços nos sacode e devolve a compaixão que nos desarma. Se há quinze anos me ouvisse proferir a palavra compaixão daria uma gargalhada ou puxaria da minha pistola de esquerda. Era-me uma palavra abominável. Admitia lá coisas que não passassem pela minha decisão!? Porque a compaixão é um sentimento transindividual. Vivo num país difícil, a muitos títulos uma farsa, e, para me manter à tona, em ouvindo a vassoura dos guardas anunciar a alba pego num livro desses poetas que incendiaram todos os horizontes, e traduzo-os, unicamente pelo amor à palavra, para manter-me em contacto com algo que me supera e catapulta acima da contingência. E quando saio à rua, a raiva com que acordei diluiu-se, a amargura cedeu o passo à alegria, a uma disposição que contamina. É essa a lição de Próspero na Tempestade: a arte encaminha-nos para a compaixão e só esta engendra o perdão. Entretanto, há coisas imperdoáveis e a própria percepção do que seja ou não tolerável é uma fronteira flutuante. Pensemos no escândalo francês do momento: o escritor Gabriel Matzneff, acusado de ser pedófilo. Seria hipócrita dizer que o caso não incomoda, a vários títulos. Todavia, também neste: está-se a querer regular excessivamente, de uma forma obsessiva e doentia, os limites da liberdade e do que seja ou não normal. Lembro a histeria da pedofilia em Portugal, por causa do processo da Casa Pia: mais grave que os actos praticados por uns quantos pedófilos sobre uma dúzia de rapazes foi a barragem de medo com que os media destroçaram a confiança de uma geração de crianças que deixaram de ir brincar para a rua. Os jardins das cidades ficaram vazios, os pais estavam em pânico e incutiam isso nas crianças. Um efeito mais grave do que o risco (diminuto) que as crianças corriam até então de encontrar um pedófilo. Depois de Matzneff vai querer catar-se na história da literatura, e Dante, Almeida Garret, Sade vão ser os primeiros a serem proibidos. Não é coincidência esta investida moralista acontecer numa época em que o Presidente do país mais poderoso do mundo é sujeito a um impeachment e poucos acharem que a democracia sofre um estupro quando Donald Trump declara, com o processo a decorrer, que o deputado democrata que lidera o processo de impeachment contra ele, Adam Schiff, “ainda não pagou o preço pelo que fez à América”, numa ameaça nada velada. Não é coincidência poucos acharem que a democracia esteja sob estupro quando um vídeo revelado dia 25 mostra que o presidente afastou à má fila a embaixadora americana que não lhe servia as intenções, que Trump mentiu ao jurar que não conhecia o seu emissário na Ucrânia; ou quando John Bolton, republicano, acaba de confirmar que os democratas têm razão. Que metade do mundo não veja nas acções de Trump nada de ilícito é sintoma de falência simbólica. E que enfadonho este mundo à medida que a pornografia moral cresce! Coitado do Clinton, quase caiu por causa de um charuto e da labilidade de alguns orifícios! Clinton mentiu à mulher e ao país por decoro. Trump, pelo contrário, mente compulsivamente e com descaro; mesmo se apanhado em flagrante é fake news, diz! A mesma loucura, no Brasil. Os vazamentos da Intercept Brasil demonstraram que Moro e os procuradores da Lava Jacto tinham um projecto político de perversas intenções, mas a única coisa que metade dos brasileiros retém é a dúvida sobre se os jornalistas obtiveram as suas informações de “forma legal”, como se Sérgio Moro e companhia tivessem manipulado a seu contento a paisagem jurídico-política do país de “forma legal”. É paradoxal que os eleitores das sociedades hiperindustriais, que se diziam saturados dos políticos reajam afinal contra os mecanismos de vigilância da política e troquem os programas políticos pelo suposto carisma dos políticos mais batoteiros. Eis o mundo cansado de si mesmo, como se houvesse uma imensa fadiga das pedras. Assim como acontecia com o professor de Alberto Manguel com a literatura, o nosso comprometimento com a realidade está a ficar espúrio, mais motivado pelo jogo das aparências e da ventriloquia do que pelo vínculo a qualquer fidelidade, a qualquer busca de dignidade. E se a prática da política já não é o sentimento da “filia” (o sentimento do nós), da necessidade de reparação (social e económica) ou da vergonha e pelo contrário se esvazia de qualquer pudor, quem nos assegura que não estamos a ficar inclusive privados de instrumentos para que ela funcione como o evitamento da guerra?
Hong Kong | Imposta quarentena a visitantes oriundos do Interior da China Hoje Macau - 6 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap]s visitantes que entrarem em Hong Kong a partir do Interior da China vão ser obrigados a um período de 14 dias de quarentena, visando conter a propagação do novo coronavírus, anunciou ontem a Chefe do Executivo local. “A medida é difícil. Mas após este anúncio (…) acredito que o número de chegadas diminuirá”, disse Carrie Lam. A medida, que será tomada através da invocação dos poderes especiais do cargo de Chefe do Executivo sob a Ordem de Prevenção e Controlo de Doenças, entra em vigor no sábado, para dar tempo a que os residentes ajustem os seus planos, afirmou. Lam não referiu o local onde visitantes serão colocados em quarentena, mas acrescentou que dois terminais de cruzeiros, incluindo um onde se encontra actualmente um navio em quarentena, serão encerrados. O Executivo de Hong Kong está à procura de mais instalações para as pessoas que se encontrem em quarentena, a acrescentar aos três campos actualmente existentes. A Chefe do Executivo disse ainda que a região está a preparar um fundo de 10 mil milhões de dólares de Hong Kong para enfrentar a epidemia. Dias decisivos Hong Kong anunciou na terça-feira a sua primeira morte devido ao novo coronavírus e fechou quase todos os postos fronteiriços com o resto do país. A região reportou seis novos casos, nos últimos dois dias, aumentando o total para 21. Os três casos confirmados na terça-feira não fizeram deslocações recentes ao continente chinês. “É preocupante (…) Os próximos 14 dias serão fundamentais”, admitiu Lam. “Devemos unir-nos e deixar de lado as nossas diferenças, para que possamos vencer esta guerra contra a doença”, disse. Lam admitiu carecer de estimativas sobre quantas pessoas ficarão em quarentena. “Posso dizer que esta medida é muito rigorosa. Depois de implementamos as medidas anteriores, o número de entradas diminuiu de 170.991, em 29 de Janeiro, para 28.675, em 4 de Fevereiro. Este número certamente cairá ainda mais após esta última medida”, defendeu.
Hong Kong | Imposta quarentena a visitantes oriundos do Interior da China Hoje Macau - 6 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap]s visitantes que entrarem em Hong Kong a partir do Interior da China vão ser obrigados a um período de 14 dias de quarentena, visando conter a propagação do novo coronavírus, anunciou ontem a Chefe do Executivo local. “A medida é difícil. Mas após este anúncio (…) acredito que o número de chegadas diminuirá”, disse Carrie Lam. A medida, que será tomada através da invocação dos poderes especiais do cargo de Chefe do Executivo sob a Ordem de Prevenção e Controlo de Doenças, entra em vigor no sábado, para dar tempo a que os residentes ajustem os seus planos, afirmou. Lam não referiu o local onde visitantes serão colocados em quarentena, mas acrescentou que dois terminais de cruzeiros, incluindo um onde se encontra actualmente um navio em quarentena, serão encerrados. O Executivo de Hong Kong está à procura de mais instalações para as pessoas que se encontrem em quarentena, a acrescentar aos três campos actualmente existentes. A Chefe do Executivo disse ainda que a região está a preparar um fundo de 10 mil milhões de dólares de Hong Kong para enfrentar a epidemia. Dias decisivos Hong Kong anunciou na terça-feira a sua primeira morte devido ao novo coronavírus e fechou quase todos os postos fronteiriços com o resto do país. A região reportou seis novos casos, nos últimos dois dias, aumentando o total para 21. Os três casos confirmados na terça-feira não fizeram deslocações recentes ao continente chinês. “É preocupante (…) Os próximos 14 dias serão fundamentais”, admitiu Lam. “Devemos unir-nos e deixar de lado as nossas diferenças, para que possamos vencer esta guerra contra a doença”, disse. Lam admitiu carecer de estimativas sobre quantas pessoas ficarão em quarentena. “Posso dizer que esta medida é muito rigorosa. Depois de implementamos as medidas anteriores, o número de entradas diminuiu de 170.991, em 29 de Janeiro, para 28.675, em 4 de Fevereiro. Este número certamente cairá ainda mais após esta última medida”, defendeu.
Bancos | BNU anuncia regime especial e encerra dez sucursais Hoje Macau - 6 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] BNU anunciou a suspensão do serviço em dez agências na RAEM. Esta é uma das medidas anunciadas, através de um comunicado oficial divulgado pelo organismo, como resposta à situação do surto do novo coronavírus, após o anúncio do Governo de encerrar os casinos e os serviços públicos básicos. Assim, segundo as directrizes da Associação dos Bancos de Macau (ABM), desde ontem, dez agências encontram-se encerradas: Mercado Vermelho, Sidónio Pais, Areia Preta, NAPE, Chun Fok, King Light Garden, Rua da Barca, Universidade de Macau, China Plaza e Fai Chi Kei. Quanto às agências que se mantêm abertas, o organismo anunciou que irão funcionar em horário reduzido. “As agências que permanecem abertas, bem como a Sede do BNU, estão abertas ao público até às 16 horas, tentando prestar os nossos serviços da melhor maneira possível, devido às circunstâncias”, pode ler-se no comunicado. De acordo com informações avançadas pelo canal chinês da Rádio Macau as agências de mais de metade dos bancos comerciais a operar em Macau vão seguir o mesmo caminho. As sucursais em funcionamento encerrarão às 16 horas.
Bancos | BNU anuncia regime especial e encerra dez sucursais Hoje Macau - 6 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] BNU anunciou a suspensão do serviço em dez agências na RAEM. Esta é uma das medidas anunciadas, através de um comunicado oficial divulgado pelo organismo, como resposta à situação do surto do novo coronavírus, após o anúncio do Governo de encerrar os casinos e os serviços públicos básicos. Assim, segundo as directrizes da Associação dos Bancos de Macau (ABM), desde ontem, dez agências encontram-se encerradas: Mercado Vermelho, Sidónio Pais, Areia Preta, NAPE, Chun Fok, King Light Garden, Rua da Barca, Universidade de Macau, China Plaza e Fai Chi Kei. Quanto às agências que se mantêm abertas, o organismo anunciou que irão funcionar em horário reduzido. “As agências que permanecem abertas, bem como a Sede do BNU, estão abertas ao público até às 16 horas, tentando prestar os nossos serviços da melhor maneira possível, devido às circunstâncias”, pode ler-se no comunicado. De acordo com informações avançadas pelo canal chinês da Rádio Macau as agências de mais de metade dos bancos comerciais a operar em Macau vão seguir o mesmo caminho. As sucursais em funcionamento encerrarão às 16 horas.
Shun Tak | Apenas 43 trabalhadores concordaram com redução de salários Andreia Sofia Silva - 6 Fev 2020 Wong Yu Loy, membro da Confederação dos Sindicatos de Hong Kong, confirma que apenas 43 trabalhadores, num universo de 800, assinaram a proposta de redução salarial apresentada pela Shun Tak. Contudo, a empresa ainda não terá posto em prática os cortes salariais [dropcap]A[/dropcap] proposta de redução salarial proposta pela Shun Tak foi assinada por uma minoria de trabalhadores, mas, ainda assim, a empresa de Pansy Ho não terá ainda avançado para a implementação efectiva dos cortes salariais. A informação foi adiantada ao HM por Wong Yu Loy, membro da Confederação dos Sindicatos de Hong Kong (HKCTU, na sigla inglesa), que tem lidado directamente com este caso. “Apenas 43 assinaram [a proposta] de um total de 800”, disse. “Contactei com os trabalhadores da Shun Tak. Do que sei, a empresa organizou sessões de esclarecimento para os trabalhadores e falou com dois sindicatos. Eles pediram a cada trabalhador para assinar um documento a dar o seu consentimento [para a redução salarial], mas não um acordo colectivo de negociação com o sindicato.” Wong Yu Loy disse que ainda não há acordo, não concordando com o que está em cima da mesa. “A proposta não é razoável porque foi anunciada de forma unilateral pela empresa, sem qualquer discussão prévia com o sindicato.” Além do HKCTU, que possui cerca de 200 mil membros, também a Federação dos Sindicatos de Hong Kong, uma organização pró-Pequim, tem estado a lidar com este caso. Até ao fecho desta edição, o HM não conseguiu obter qualquer esclarecimento adicional por parte da Shun Tak ou da própria Federação no sentido de perceber quando é que os cortes salariais serão implementados. E a lei sindical? Numa resposta recente enviada ao HM, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) disse estar a acompanhar a situação dos trabalhadores. “Até ao momento a DSAL não recebeu notificações sobre queixas relacionadas com o acordo entre as partes para reduzir os salários. Caso sejam detectadas situações ilegais, a DSAL irá acompanhar o caso de acordo com a lei a fim de proteger os direitos legítimos dos trabalhadores.” Uma vez que Macau não tem sindicatos nem uma lei sindical, o HM questionou o jurista António Katchi no intuito de perceber se os trabalhadores de Macau da Shun Tak ficarão em pé de igualdade com os seus colegas de Hong Kong no que diz respeito à garantia dos seus direitos. Este defendeu que “para evitar uma redução salarial, o melhor será naturalmente os trabalhadores da Shun Tak que sejam residentes de Macau contactarem e concertarem-se com os seus colegas de Hong Kong e, como último recurso, convocarem e realizarem uma greve conjunta”. “Nada na ordem jurídica de Macau os impede de se associarem ou de elegerem representantes, nem tão-pouco de fazerem greve. É certo que não há lei regulamentadora desses direitos, mas, do ponto de vista estritamente jurídico, estes podem ser exercidos mesmo assim, porquanto a norma constante do artigo 27.º da Lei Básica é uma norma auto-exequível”, acrescentou Katchi. Além disso, o jurista recorda a alteração legislativa, levada a cabo em 2008, que permitiu a implementação de cortes salariais desta forma. “Com a lei laboral anterior, a redução de salários só era possível mediante autorização da DSAL, além do acordo entre empregadores e trabalhadores. A nova lei do trabalho, proposta pelo Governo de Edmund Ho deixou de exigir essa autorização administrativa.” “Recordo que esta lei do trabalho, globalmente pior para os trabalhadores do que a lei anterior (um decreto-lei de 1989), foi então apoiada pela Federação das Associações dos Operários de Macau e aprovada com os votos favoráveis dos seus deputados”, rematou António Katchi.
Shun Tak | Apenas 43 trabalhadores concordaram com redução de salários Andreia Sofia Silva - 6 Fev 2020 Wong Yu Loy, membro da Confederação dos Sindicatos de Hong Kong, confirma que apenas 43 trabalhadores, num universo de 800, assinaram a proposta de redução salarial apresentada pela Shun Tak. Contudo, a empresa ainda não terá posto em prática os cortes salariais [dropcap]A[/dropcap] proposta de redução salarial proposta pela Shun Tak foi assinada por uma minoria de trabalhadores, mas, ainda assim, a empresa de Pansy Ho não terá ainda avançado para a implementação efectiva dos cortes salariais. A informação foi adiantada ao HM por Wong Yu Loy, membro da Confederação dos Sindicatos de Hong Kong (HKCTU, na sigla inglesa), que tem lidado directamente com este caso. “Apenas 43 assinaram [a proposta] de um total de 800”, disse. “Contactei com os trabalhadores da Shun Tak. Do que sei, a empresa organizou sessões de esclarecimento para os trabalhadores e falou com dois sindicatos. Eles pediram a cada trabalhador para assinar um documento a dar o seu consentimento [para a redução salarial], mas não um acordo colectivo de negociação com o sindicato.” Wong Yu Loy disse que ainda não há acordo, não concordando com o que está em cima da mesa. “A proposta não é razoável porque foi anunciada de forma unilateral pela empresa, sem qualquer discussão prévia com o sindicato.” Além do HKCTU, que possui cerca de 200 mil membros, também a Federação dos Sindicatos de Hong Kong, uma organização pró-Pequim, tem estado a lidar com este caso. Até ao fecho desta edição, o HM não conseguiu obter qualquer esclarecimento adicional por parte da Shun Tak ou da própria Federação no sentido de perceber quando é que os cortes salariais serão implementados. E a lei sindical? Numa resposta recente enviada ao HM, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) disse estar a acompanhar a situação dos trabalhadores. “Até ao momento a DSAL não recebeu notificações sobre queixas relacionadas com o acordo entre as partes para reduzir os salários. Caso sejam detectadas situações ilegais, a DSAL irá acompanhar o caso de acordo com a lei a fim de proteger os direitos legítimos dos trabalhadores.” Uma vez que Macau não tem sindicatos nem uma lei sindical, o HM questionou o jurista António Katchi no intuito de perceber se os trabalhadores de Macau da Shun Tak ficarão em pé de igualdade com os seus colegas de Hong Kong no que diz respeito à garantia dos seus direitos. Este defendeu que “para evitar uma redução salarial, o melhor será naturalmente os trabalhadores da Shun Tak que sejam residentes de Macau contactarem e concertarem-se com os seus colegas de Hong Kong e, como último recurso, convocarem e realizarem uma greve conjunta”. “Nada na ordem jurídica de Macau os impede de se associarem ou de elegerem representantes, nem tão-pouco de fazerem greve. É certo que não há lei regulamentadora desses direitos, mas, do ponto de vista estritamente jurídico, estes podem ser exercidos mesmo assim, porquanto a norma constante do artigo 27.º da Lei Básica é uma norma auto-exequível”, acrescentou Katchi. Além disso, o jurista recorda a alteração legislativa, levada a cabo em 2008, que permitiu a implementação de cortes salariais desta forma. “Com a lei laboral anterior, a redução de salários só era possível mediante autorização da DSAL, além do acordo entre empregadores e trabalhadores. A nova lei do trabalho, proposta pelo Governo de Edmund Ho deixou de exigir essa autorização administrativa.” “Recordo que esta lei do trabalho, globalmente pior para os trabalhadores do que a lei anterior (um decreto-lei de 1989), foi então apoiada pela Federação das Associações dos Operários de Macau e aprovada com os votos favoráveis dos seus deputados”, rematou António Katchi.
Casinos | Governo pede racionalidade às operadoras Hoje Macau - 6 Fev 2020 [dropcap]U[/dropcap]m comunicado conjunto da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) dá conta do acompanhamento que está a ser feito após o fecho dos casinos por um período de 15 dias. Na mesma nota, a DSAL aponta que “as empresas podem programar trabalhos de forma razoável de acordo com as suas necessidades e com a área das funções do trabalhador, devendo este cooperar com o empregador”. Tanto a DSAL como a DICJ esperam que não haja abusos da lei laboral. “As seis operadoras do jogo prometeram assumir a responsabilidade social e não exigir férias não remuneradas aos trabalhadores, estando dispostos a continuar a pagar a remuneração. A DSAL apela para que empregadores e trabalhadores efectuem a comunicação de boa fé, reconhecendo as necessidades mútuas”, acrescenta a mesma nota.
Casinos | Governo pede racionalidade às operadoras Hoje Macau - 6 Fev 2020 [dropcap]U[/dropcap]m comunicado conjunto da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) dá conta do acompanhamento que está a ser feito após o fecho dos casinos por um período de 15 dias. Na mesma nota, a DSAL aponta que “as empresas podem programar trabalhos de forma razoável de acordo com as suas necessidades e com a área das funções do trabalhador, devendo este cooperar com o empregador”. Tanto a DSAL como a DICJ esperam que não haja abusos da lei laboral. “As seis operadoras do jogo prometeram assumir a responsabilidade social e não exigir férias não remuneradas aos trabalhadores, estando dispostos a continuar a pagar a remuneração. A DSAL apela para que empregadores e trabalhadores efectuem a comunicação de boa fé, reconhecendo as necessidades mútuas”, acrescenta a mesma nota.
Supermercados | Assegurado fornecimento normal de produtos Hoje Macau - 6 Fev 2020 [dropcap]F[/dropcap]uncionários da direcção dos Serviços de Economia (DSE) deslocaram-se ontem aos supermercados e mercearias a fim de fazerem um ponto de situação do fornecimento de bens e produtos alimentares. De frisar que, horas depois do anúncio do fecho dos casinos por duas semanas, a população correu aos supermercados em busca de bens essenciais, o que fez com que muitos produtos tenham esgotado. Ontem foram feitas, por parte da DSE, 50 inspecções. Segundo um comunicado, “o abastecimento dos retalhistas tornou-se, de forma geral, normal e os preços encontram-se estáveis”. Além disso, “os diferentes tipos de produtos alimentares, tais como o arroz, os legumes e as carnes congeladas foram sucessivamente reabastecidos”, sendo que apenas “algumas lojas têm ainda filas de pessoas a fazerem compras”. A DSE assegura ainda que “não foi verificado aumento injusto de preços durante a inspecção”. Na mesma nota é deixado um alerta aos cidadãos, para que estes “não acreditem em rumores nem façam corridas desnecessárias às compras”. “A concentração de multidões na corrida às compras possibilita não apenas o desequilíbrio entre a oferta e a procura, mas também o aumento de risco de infecção cruzada por vírus”, acrescenta a DSE.
Supermercados | Assegurado fornecimento normal de produtos Hoje Macau - 6 Fev 2020 [dropcap]F[/dropcap]uncionários da direcção dos Serviços de Economia (DSE) deslocaram-se ontem aos supermercados e mercearias a fim de fazerem um ponto de situação do fornecimento de bens e produtos alimentares. De frisar que, horas depois do anúncio do fecho dos casinos por duas semanas, a população correu aos supermercados em busca de bens essenciais, o que fez com que muitos produtos tenham esgotado. Ontem foram feitas, por parte da DSE, 50 inspecções. Segundo um comunicado, “o abastecimento dos retalhistas tornou-se, de forma geral, normal e os preços encontram-se estáveis”. Além disso, “os diferentes tipos de produtos alimentares, tais como o arroz, os legumes e as carnes congeladas foram sucessivamente reabastecidos”, sendo que apenas “algumas lojas têm ainda filas de pessoas a fazerem compras”. A DSE assegura ainda que “não foi verificado aumento injusto de preços durante a inspecção”. Na mesma nota é deixado um alerta aos cidadãos, para que estes “não acreditem em rumores nem façam corridas desnecessárias às compras”. “A concentração de multidões na corrida às compras possibilita não apenas o desequilíbrio entre a oferta e a procura, mas também o aumento de risco de infecção cruzada por vírus”, acrescenta a DSE.
Táxis | Associações pedem 10 mil patacas por taxista João Santos Filipe - 6 Fev 2020 Para fazer face ao impacto da epidemia de Wuhan, doze associações de taxistas pedem ao Governo cinco medidas de apoio, como a distribuição de dinheiro, a abertura de linhas de crédito e materiais de esterilização [dropcap]U[/dropcap]m grupo de 12 associações locais relacionadas com os táxis juntou-se para pedir cinco medidas de urgência ao Executivo. Entre o pedido, consta a distribuição de 10 mil patacas a cada taxista, empréstimos de 50 mil patacas sem juros para as empresas e a distribuição de materiais de esterilização. “Devido ao coronavírus, o sector está a ser severamente afectado, com as receitas a diminuírem de forma acentuada”, consta no documento assinado por associações como Associação Geral dos Proprietários de Táxis de Macau, a Associação dos Comerciantes e Operários de Automóveis de Macau ou a Associação de Mútuo de Condutores de Táxi de Macau. “Apesar do sector permanecer muito unido nestes tempos difíceis a união não é suficiente para sobreviver. Por isso, esperamos que o Governo da RAEM acompanhe a nossa situação e que nos dê uma mão para nos aguentarmos”, é reconhecido. A primeira das cinco medidas defendidas pelos taxistas é a distribuição de 10 mil patacas para cada condutor, de forma a corresponder “às necessidades mais urgentes”. Em segundo lugar, as doze associações defendem a criação de linhas de crédito por parte do Governo para que os taxistas possam pagar o aluguer dos táxis aos detentores das licenças. Estes empréstimos seriam cedidos até a um valor máximo de 50 mil patacas sem a cobrança de juros. Outra das preocupações do sector está relacionada com a burocracia das licenças dos táxis, que normalmente são atribuídas por concursos públicos. As associações entendem que algumas das licenças em vigor devem ser prolongadas por mais um ano, de forma a lidar com a instabilidade que se vive e porque nesta fase consideram que não há condições para a atribuição de novas licenças. Numa altura em que o acesso a máscaras e gel desinfectante tem estado condicionado, os taxistas pedem que este tipo de produtos seja distribuídos ao sector, devido ao contacto com as pessoas no dia-a-dia. Sem retorno Finalmente, no caso de vários taxistas optarem mesmo por não circular, são exigidos lugares grátis de estacionamento para as viaturas, assim como cursos de formação que permitam melhorar a qualidade do sector e ainda adaptar as práticas dos profissionais a esta fase de contágio. Este assunto foi abordado ontem pelo vice-secretário geral da Federação das Associações dos Operários de Macau, Choi Kam Fu, no programa de manhã do canal chinês da Rádio Macau. O dirigente associativo revelou que há motoristas que actualmente fazem menos de 100 patacas por dia no trabalho e que este montante torna impossível fazer face às despesas com o aluguer dos táxis aos proprietários das licenças, assim como com o combustível.
Táxis | Associações pedem 10 mil patacas por taxista João Santos Filipe - 6 Fev 2020 Para fazer face ao impacto da epidemia de Wuhan, doze associações de taxistas pedem ao Governo cinco medidas de apoio, como a distribuição de dinheiro, a abertura de linhas de crédito e materiais de esterilização [dropcap]U[/dropcap]m grupo de 12 associações locais relacionadas com os táxis juntou-se para pedir cinco medidas de urgência ao Executivo. Entre o pedido, consta a distribuição de 10 mil patacas a cada taxista, empréstimos de 50 mil patacas sem juros para as empresas e a distribuição de materiais de esterilização. “Devido ao coronavírus, o sector está a ser severamente afectado, com as receitas a diminuírem de forma acentuada”, consta no documento assinado por associações como Associação Geral dos Proprietários de Táxis de Macau, a Associação dos Comerciantes e Operários de Automóveis de Macau ou a Associação de Mútuo de Condutores de Táxi de Macau. “Apesar do sector permanecer muito unido nestes tempos difíceis a união não é suficiente para sobreviver. Por isso, esperamos que o Governo da RAEM acompanhe a nossa situação e que nos dê uma mão para nos aguentarmos”, é reconhecido. A primeira das cinco medidas defendidas pelos taxistas é a distribuição de 10 mil patacas para cada condutor, de forma a corresponder “às necessidades mais urgentes”. Em segundo lugar, as doze associações defendem a criação de linhas de crédito por parte do Governo para que os taxistas possam pagar o aluguer dos táxis aos detentores das licenças. Estes empréstimos seriam cedidos até a um valor máximo de 50 mil patacas sem a cobrança de juros. Outra das preocupações do sector está relacionada com a burocracia das licenças dos táxis, que normalmente são atribuídas por concursos públicos. As associações entendem que algumas das licenças em vigor devem ser prolongadas por mais um ano, de forma a lidar com a instabilidade que se vive e porque nesta fase consideram que não há condições para a atribuição de novas licenças. Numa altura em que o acesso a máscaras e gel desinfectante tem estado condicionado, os taxistas pedem que este tipo de produtos seja distribuídos ao sector, devido ao contacto com as pessoas no dia-a-dia. Sem retorno Finalmente, no caso de vários taxistas optarem mesmo por não circular, são exigidos lugares grátis de estacionamento para as viaturas, assim como cursos de formação que permitam melhorar a qualidade do sector e ainda adaptar as práticas dos profissionais a esta fase de contágio. Este assunto foi abordado ontem pelo vice-secretário geral da Federação das Associações dos Operários de Macau, Choi Kam Fu, no programa de manhã do canal chinês da Rádio Macau. O dirigente associativo revelou que há motoristas que actualmente fazem menos de 100 patacas por dia no trabalho e que este montante torna impossível fazer face às despesas com o aluguer dos táxis aos proprietários das licenças, assim como com o combustível.
Epidemia | Homem doa 100 mil máscaras Hoje Macau - 6 Fev 2020 [dropcap]U[/dropcap]m homem, de nome Zhang Zong Zhen, resolveu doar 100 mil máscaras cirúrgicas ao Governo. De acordo com um comunicado ontem emitido, a doação vai permitir “apoiar os trabalhos de prevenção e combate à epidemia causada pelo novo tipo de coronavírus, nomeadamente no âmbito da redução do risco de transmissão do vírus”. De frisar que, esta terça-feira, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, garantiu que Portugal não tinha mais máscaras em stock para fornecer a Macau e reconheceu as dificuldades na compra de mais material deste tipo. Ainda assim, Ho Iat Seng disse que a China pode sempre apoiar a RAEM nesta matéria. “O Governo da RAEM agradece ao cidadão de Macau Zhang Zong Zhen a sua gentil doação, que permite ajudar na prevenção e combate à epidemia. O Governo da RAEM promete ainda continuar com os seus esforços incessantes para, em conjunto com todos os sectores da sociedade, conseguir controlar a epidemia de forma efectiva, no sentido de vencer finalmente a luta contra o coronavírus”, conclui o comunicado.