Wong Sio Chak não exclui que livros possam ser ameaça à segurança nacional

A possibilidade de um livro representar uma ameaça à segurança nacional depende do conteúdo, deu a entender o secretário para a Segurança. Além disso, Wong Sio Chak indicou que ainda não há “conteúdos concretos” sobre novas medidas no âmbito da lei de defesa de segurança nacional

 

O secretário para a Segurança não afasta a possibilidade de um livro poder ser uma ameaça à segurança nacional, dependendo do seu teor. “É preciso ler o conteúdo. Se o conteúdo constituir um ataque que contraria a segurança nacional e que também viola os princípios de legalidade… Temos de seguir os princípios de legalidade, não podemos fazer o que quisermos”, respondeu Wong Sio Chak aos jornalistas, à margem de uma reunião na Assembleia Legislativa.

Sobre o livro de Joshua Wong que foi retirado das Bibliotecas Públicas de Macau para apreciação, questionado se poderia representar uma ameaça, o secretário disse não conhecer a obra e por isso não teceu comentários. No entanto, enfatizou que “qualquer trabalho de execução de lei é exercido conforme a lei”. “Por isso, se incluir factos contrários à lei de dever de segurança nacional ou outra lei é preciso tomar atenção a esse assunto”. Recorde-se que um representante do Instituto Cultural (IC) indicou recentemente que retirar livros para revisão é um procedimento normal, rejeitando tratar-se de censura.

Garantias de consulta

Recorde-se que em meados deste mês o Chefe do Executivo disse que Macau deve aperfeiçoar o regime jurídico de defesa da segurança nacional e o seu mecanismo de execução. Ho Iat Seng disse que para responder “às mudanças na conjuntura do desenvolvimento” e “às novas exigências”, o Governo vai “persistir no reforço das acções de defesa da segurança nacional”.

“A lei de defesa de segurança nacional já entrou em vigor há mais de 10 anos e porque a sociedade também avança e conforme a situação de segurança nacional, é também preciso aperfeiçoar a lei. (…) Depois de analisarmos e conforme a situação actual e concreta, é preciso fazer uma consulta pública e os cidadãos vão saber claramente sobre o seu conteúdo e orientação. Mas agora ainda não temos conteúdos concretos”, explicou.

30 Abr 2021

Livro de Joshua Wong sem data para regressar às bibliotecas

A obra do activista Joshua Wong intitulada “Não Sou uma Criança”, em chinês, continua sem poder ser requisitada nas Bibliotecas Públicas de Macau. A TDM Rádio Macau noticiou que o livro continua em fase de apreciação e não há previsão de quando regressa às estantes.

“O livro voltou para a fase de apreciação, onde ainda permanece. A fase de apreciação é feita por seis a sete membros, e todos eles têm que ler os livros na íntegra para darem a sua opinião independente. Isso leva algum tempo”, disse Loi Chi Pang, chefe de departamento de gestão de bibliotecas do Instituto Cultural (IC), citado pela rádio. O responsável apontou que há outros livros sob revisão, por conteúdos pornográficos ou violentos.

De acordo com o Canal Macau da TDM, o responsável afirmou tratar-se de um procedimento normal. Depois de os livros serem comprados podem ser retirados para revisão se os leitores apresentarem opiniões críticas. Podem ser inspecionadas anualmente dezenas ou centenas de livros e revistas. “É uma selecção normal, como acabei de referir não é uma censura”, comentou.

Esperar sentado

Loi Chi Pang apontou que os resultados são demorados porque os membros do conselho que inspecionam as obras têm de ler entre dez a vinte livros. A retirada do livro foi confirmada pelo IC em Julho do ano passado, ao HM. Na altura, o organismo público disse que por estar a ser analisado não havia “condições para aceder” à obra. A actuação foi defendida com a necessidade de manter “o equilíbrio das opiniões de conteúdos” e o IC garantia terem sido adoptados os princípios da “Política de Desenvolvimento de Colecções”, que foi criada com base no Manifesto da UNESCO sobre Bibliotecas Públicas.

O manifesto em causa, aprovado em 1949 e revisto em 1994, define que “as colecções e os serviços devem ser isentos de qualquer forma de censura ideológica, política ou religiosa e de pressões comerciais”. Além disso, descreve que “a participação construtiva e o desenvolvimento da democracia dependem tanto de uma educação satisfatória, como de um acesso livre e sem limites ao conhecimento, ao pensamento, à cultura e à informação”. Recorde-se que deixaram de estar disponíveis livros de Joshua Wong e de outros autores em várias bibliotecas de Hong Kong, depois da entrada em vigor da lei da segurança nacional.

26 Abr 2021

Hong Kong | Activista Joshua Wong enfrenta nova acusação por subversão

O activista de Hong Kong Joshua Wong, actualmente a cumprir pena de prisão pelo papel nas manifestações de 2019, foi hoje também acusado de subversão, disseram fontes policiais, citadas pela agência France-Presse (AFP).

O líder estudantil pró-democracia, de 24 anos, já tinha sido condenado a 13 meses e meio de prisão em 02 de dezembro, pelo envolvimento nas manifestações na região administrativa especial no sul da República Popular da China.

Wong, que iniciou o activismo político aos 13 anos e é considerado como uma das principais figuras do movimento pró-democracia em Hong Kong, já passou algum tempo atrás das grades.

Na quarta-feira, mais de 50 figuras da oposição foram presas em Hong Kong, incluindo um advogado dos Estados Unidos, entretanto libertado sob fiança, na maior repressão feita até agora sob a recente lei de segurança nacional imposta pela China. As detenções já foram condenadas pelos Estados Unidos e pela UE, que exigiu a libertação imediata dos activistas.

“Enquanto UE, exigimos a libertação imediata destas pessoas”, disse na quarta-feira o porta-voz da Comissão Europeia para a política externa, Peter Stano, apontando que o assunto será abordado na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, no final deste mês, ocasião na qual serão equacionadas medidas de actuação por parte do bloco comunitário.

Em 2 de Dezembro, três figuras importantes do movimento pró-democracia, Joshua Wong, Agnes Chow e Ivan Lam, foram condenadas a penas de prisão pelo envolvimento nos protestos de 2019.

7 Jan 2021

Joshua Wong diz que combate em Hong Kong continua após ter sido condenado

[dropcap]O[/dropcap] dissidente político de Hong Kong Joshua Wong disse ontem, após ser condenado a 13 meses e meio de prisão, que a sentença “não é o fim do combate” pela democracia e a liberdade. O líder estudantil pró-democracia de Hong Kong foi condenado hoje a 13 meses e meio de prisão pelo envolvimento nas manifestações na região administrativa especial.

“Não é o fim do combate (…) Pela frente temos outra batalha. Agora, vamos juntar-nos à luta na prisão ao lado dos numerosos e corajosos manifestantes, menos visíveis, mas essenciais à luta pela liberdade e democracia em Hong Kong”, declarou Joshua Wong.

As mensagens do activista foram divulgadas através das redes sociais poucos minutos após ter sido conhecia a sentença de Joshua Wong e de outros dois membros do movimento pró democracia de Hong Kong, Agnes Chow e Ivan Lam, condenados a 10 e a sete meses, respetivamente.

Antes de ser escoltado para fora do tribunal, Wong gritou aos apoiantes: “Sei que o caminho pela frente é difícil, mas vou aguentar-me”, com a multidão a gritar de volta palavras de apoio, descreveu a emissora pública de Hong Kong, a RTHK.

Apesar da sua juventude, Wong, que iniciou o seu activismo político aos 13 anos de idade, já passou algum tempo atrás das grades. Tem sido descrito por vários ‘media’ como uma das pessoas mais influentes do mundo, encarnando a opinião internacional sobre a resistência a Pequim na antiga colónia britânica.

Wong, de 24 anos, declarou-se culpado de organizar a manifestação e de incitar outros a juntarem-se. Chow, de 23 anos, também admitiu ter participado e incitado pessoas a juntarem-se à manifestação. Lam, de 26 anos, confessou-se culpado da acusação de incitamento.

A admissão de culpa dos três permitiu que a sentença fosse reduzida, face aos três anos de pena que arriscavam.

Os advogados dos três antigos líderes do agora dissolvido partido Demosisto tinham apelado a penas mais brandas, exortando o magistrado Wong Sze-lai a ter em conta a juventude do trio, o facto de Chow ter um registo sem mácula, e de nenhum deles ter participado em qualquer ato de violência durante o protesto.

Wong e Lam já tinham sido presos no passado após condenações relacionadas com o seu activismo, ao contrário de Chow, que em agosto chegou a ser detida, ao abrigo da lei de segurança nacional, mas sem que tenha sido deduzida qualquer acusação.

Milhares de pessoas cercaram o edifício em Wan Chai a 21 de junho do ano passado, exigindo a retirada da lei de extradição do Governo, reformas democráticas e que a polícia deixasse de descrever os protestos no início do movimento como motins.

A multidão bloqueou entradas, com alguns manifestantes a vandalizarem muros e a destruírem câmaras de vigilância, mas sem que tenham existido confrontos graves com a polícia, algo que foi frequente nos protestos de 2019, que levaram milhões de pessoas para as ruas.

2 Dez 2020

Hong Kong | Activistas Joshua Wong, Agnes Chow e Ivan Lam condenados a penas de prisão

[dropcap]O[/dropcap]s activistas pró-democracia Joshua Wong, Agnes Chow e Ivan Lam foram hoje condenados a penas de prisão por organizarem um protesto junto à sede da Polícia de Hong Kong, em Junho de 2019. Joshua Wong, uma das caras mais conhecidas dos protestos pró-democracia em Hong Kong, foi condenado a 13 meses e meio de prisão, e Agnes Chow e Ivan Lam a 10 e a sete meses, respectivamente.

Antes de ser escoltado para fora do tribunal, Wong gritou aos apoiantes: “Sei que o caminho pela frente é difícil, mas vou aguentar-me”, com a multidão a gritar de volta palavras de apoio, descreveu a emissora pública de Hong Kong, a RTHK.

“Os arguidos apelaram aos manifestantes para sitiarem a sede [da Polícia de Hong Kong] e entoaram ‘slogans’ anti-polícia”, disse a juíza Wong Sze-lai. “A detenção imediata é a opção mais apropriada”, defendeu.

Agnes Chow explodiu em lágrimas ao ser condenada, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP). Apesar da sua juventude, Wong, que iniciou o seu activismo político aos 13 anos de idade, já passou algum tempo atrás das grades. Tem sido descrito por vários ‘media’ como uma das pessoas mais influentes do mundo, encarnando a opinião internacional sobre a resistência a Pequim na antiga colónia britânica.

Wong, de 24 anos, declarou-se culpado de organizar a manifestação e de incitar outros a juntarem-se. Chow, de 23 anos, também admitiu ter participado e incitado pessoas a juntarem-se à manifestação. Lam, de 26 anos, confessou-se culpado da acusação de incitamento. A admissão de culpa dos três permitiu que a sentença fosse reduzida, face aos três anos de pena que arriscavam.

Os advogados dos três antigos líderes do agora dissolvido partido Demosisto tinham apelado a penas mais brandas, exortando o magistrado Wong Sze-lai a ter em conta a juventude do trio, o facto de Chow ter um registo sem mácula, e de nenhum deles ter participado em qualquer ato de violência durante o protesto.

Wong e Lam já tinham sido presos no passado após condenações relacionadas com o seu activismo, ao contrário de Chow, que em agosto chegou a ser detida, ao abrigo da lei de segurança nacional, mas sem que tenha sido deduzida qualquer acusação.

Milhares de pessoas cercaram o edifício em Wan Chai a 21 de junho do ano passado, exigindo a retirada da lei de extradição do Governo, reformas democráticas e que a polícia deixasse de descrever os protestos no início do movimento como motins.

A multidão bloqueou entradas, com alguns manifestantes a vandalizarem muros e a destruírem câmaras de vigilância, mas sem que tenham existido confrontos graves com a polícia, algo que foi frequente nos protestos de 2019, que levaram milhões de pessoas para as ruas.

2 Dez 2020

Hong Kong | Activistas Joshua Wong, Agnes Chow e Ivan Lam detidos a aguardar sentença

[dropcap]O[/dropcap]s activistas de Hong Kong Joshua Wong, Agnes Chow e Ivan Lam vão ficar detidos enquanto aguardam pela sentença de um tribunal por terem organizado uma manifestação não autorizada em Junho de 2019.

A informação foi avançada à agência de noticias espanhola EFE por fontes do extinto partido Demosisto, ao qual pertenciam os três jovens activistas. Os três arguidos, que testemunharam perante o tribunal, estão agora detidos no centro Lai Chi Kok, à espera que os juízes pronunciem a sentença, que poderá ir até cinco anos de prisão. A leitura da sentença deverá ser feita a 2 de Dezembro, indicou Agnes Chow na rede social Facebook.

Horas antes, Joshua Wong anunciou que os três activistas iam declarar-se culpados no julgamento, pela organização e participação numa manifestação não autorizada. “Não ficaria surpreendido se fosse detido ainda hoje”, disse Wong aos jornalistas ao chegar ao tribunal, esta manhã. “Continuaremos a lutar pela liberdade, e este não é o momento de nos achatarmos perante Pequim ou de nos rendermos”, disse o rosto do movimento dos ‘guarda-chuvas amarelos’ em 2014.

Joshua Wong denunciou a detenção de 23 activistas, jornalistas e conselheiros, nas últimas três semanas. “Todos os dias temos activistas em julgamento, manifestantes enviados para a prisão”, de acordo com uma nota enviada aos jornalistas e a que Lusa teve acesso.

“Sob as contínuas investidas contra os dissidentes da cidade, gerações de jovens vão de protestos a prisões. Para salvaguardar a liberdade do lugar onde nascemos, todos eles fizeram um sacrifício silencioso, mas sem arrependimento. Alguns deles foram torturados, forçados ao exílio”, frisou.

A mobilização pró-democracia no território foi muito forte até ao final do ano passado com manifestações que chegaram a ter dois milhões de pessoas, segundo os organizadores dos protestos.

Em junho, a resposta de Pequim aos protestos em Hong Kong surgiu com a imposição da lei da segurança na região administrativa especial chinesa, o que levou activistas a refugiarem-se no Reino Unido e em Taiwan.

23 Nov 2020

Hong Kong | Activistas exigem informações sobre grupo preso em Shenzhen

A agitação volta às ruas em Hong Kong. Desta vez em Lantau, junto à sede do Serviço de Aviação Governamental, onde um grupo, que contava com Joshua Wong e com o antigo deputado Chu Hoi-dick, protestou contra a falta de informações sobre os doze detidos em Shenzen. Os manifestantes afirmam ter provas de que o Governo enviou uma aeronave para rastrear os activistas que se deslocavam numa lancha para Taiwan a 23 de Agosto

 

[dropcap]U[/dropcap]m grupo de activistas e familiares de 12 detidos em Shenzhen, em que se inclui um jovem português, manifestou-se ontem em Hong Kong, exigindo informações sobre as detenções.

O protesto realizou-se junto à sede do Serviço de Aviação Governamental de Hong Kong (GFS, em inglês), em Lantau, e entre os presentes estavam o activista Joshua Wong e o antigo deputado Chu Hoi-dick, que dizem ter provas de que o GFS enviou uma “aeronave de asa fixa” para rastrear o grupo em 23 de Agosto, noticiou ontem a emissora local RTHK.

Segundo a mesma fonte, os activistas não acreditam nas declarações das autoridades de Hong Kong, que dizem não ter estado envolvidas nas detenções.

Durante a acção de protesto, agentes da polícia estiveram no local e exigiram aos manifestantes que retirassem os seus cartazes e alertaram para o risco de violação das restrições contra as concentrações de pessoas em locais públicos, acrescenta a RTHK.

Os protestos surgem depois de o GFS ter anunciado, na quarta-feira, que não divulgaria quaisquer registos de voos de 23 de Agosto, considerando que esta é uma prática comum.

A Chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, disse na terça-feira que a polícia de Hong Kong “não teve absolutamente qualquer papel” na detenção das 12 pessoas.

Sem contacto

Os 12 activistas pró-democracia, que incluem o estudante universitário Tsz Lun Kok, com dupla nacionalidade chinesa e portuguesa, foram detidos em 23 de Agosto pela guarda costeira chinesa, por suspeita de “travessia ilegal”, quando se dirigiam de barco para Taiwan, onde se pensa que procuravam asilo político.

O advogado em Hong Kong do estudante com passaporte português disse à Lusa em 4 de Setembro que as autoridades chinesas recusaram o acesso ao advogado mandatado pela família no continente chinês, alegando que “a investigação do caso não está concluída, e que [o detido] não tem o direito de ver um advogado”.

Segundo familiares dos detidos, desde a detenção nenhum dos activistas pôde contactar a família nem ter acesso a advogados mandatados pelos seus familiares, tendo a China nomeado, em alguns casos, advogados oficiosos.

O jovem de nacionalidade portuguesa Tsz Lun Kok tinha já sido detido em 18 de Novembro em Hong Kong, e mais tarde libertado, durante o cerco da polícia à Universidade Politécnica daquele território, sendo acusado de motim, por ter participado alegadamente numa manobra para desviar as atenções das forças de segurança com o objectivo de permitir a fuga de estudantes refugiados no interior.

9 Out 2020

Hong Kong | Activista pró-democracia Joshua Wong detido por “reunião ilegal”

[dropcap]O[/dropcap] activista de Hong Kong pró-democracia Joshua Wong foi hoje detido pela polícia, acusado de participar numa “reunião ilegal”, numa manifestação no ano passado, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP), que citou o advogado. Wong é ainda acusado de violar uma lei que proibia o uso de máscaras nos protestos pró-democracia que agitaram o território, no ano passado.

Numa mensagem publicada hoje no perfil de Joshua Wong na rede social Twitter, pode ler-se que o activista “foi detido quando se apresentou na Esquadra Central da Polícia, cerca das 13:00 de hoje”.

Na mensagem, acrescenta-se ainda que “a detenção está relacionada com a participação numa assembleia não autorizada em 05 de outubro, no ano passado”, e que Wong é também acusado de “violar a draconiana lei anti-máscara”, cujo texto foi depois considerado inconstitucional.

24 Set 2020

IC | Livro de Joshua Wong continua fora das bibliotecas a ser avaliado

Dois meses depois, o livro “Não Sou uma Criança”, de Joshua Wong continua em avaliação pelo Instituto Cultural, sendo impossível de ser requisitado nas bibliotecas públicas. Livrarias locais afirmam não ter este ou outros volumes do autor disponíveis, para não se envolverem em assuntos políticos. Já a Livraria Portuguesa diz não sentir pressão

 

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) confirmou na segunda-feira ao HM que a obra “Não Sou uma Criança” de Joshua Wong, continua em avaliação, não podendo ser requisitada nas bibliotecas públicas. Além disso, só em 2020 foram inspeccionados, no total, 140 livros.

“As bibliotecas públicas realizam trabalhos de avaliação constantes, tendo avaliado mais de 140 tipos de livros este ano. O livro a que se refere está a ser avaliado”, afirmou o IC na resposta enviada.

A confirmação de que a obra continua inacessível no sistema público de bibliotecas de Macau, surge dois meses depois do IC ter avançado que o título está a ser analisado e que, por isso, “não há condições para aceder ao mesmo”.

Questionada sobre o motivo para manter a obra sob inspecção, o IC argumentou, uma vez mais, com a necessidade de “optimizar a qualidade das colecções e a utilização do espaço das bibliotecas” e com o facto de realizar constantemente “trabalhos de avaliação e triagem de colecções”, em sintonia com as práticas das bibliotecas públicas internacionais.

“As bibliotecas públicas do Instituto Cultural (IC) têm vindo a seguir os princípios estabelecidos na ‘Política de Desenvolvimento de Colecções’, tendo em conta vários factores, incluindo a importância dos livros no local de publicação original, o equilíbrio das opiniões dos conteúdos, a capacidade de referência das entidades editoras, o conteúdo que atende ao escopo das colecções, às características, ao valor de referência de pesquisa e assim por diante”, afirmou o IC.

Recorde-se que após a entrada em vigor da lei da segurança nacional em Hong Kong, várias bibliotecas da região vizinha retiraram livros de Joshua Wong, e de outros autores, das estantes, também para efeitos de “análise”.

Contactado pelo HM, o responsável pela gestão da Livraria Portuguesa, Ricardo Pinto, avançou que não lhe cabe “interpretar ou comentar posições assumidas por serviços do Governo da RAEM”, mas que, se colocada em abstracto, a questão da defesa da livre circulação de ideias, tem sido “desde sempre (…) a postura adoptada”.

Questionado se existe pressão ou auto-censura por colocar à venda obras de activistas de Hong Kong, o responsável afirmou peremptoriamente que não, acrescentando que, desde que começou a gerir a Livraria Portuguesa em 2011, sempre que existiram contactos do Governo, “foi para nos encomendarem a compra de livros, nunca para suprimir a sua venda”.

Ricardo Pinto acrescenta ainda ter sido encomendado e vendido recentemente na livraria Portuguesa um exemplar do livro “(Da falta de) Liberdade de Expressão” de Joshua Wong, a única obra do autor editada em português. “O livro em causa foi já encomendado por um dos nossos clientes, e entregue em devido tempo”, confirmou.

Política à parte

Já na livraria Wan Tat, na Rua do Campo, o discurso é diferente. Uma funcionária do espaço confirmou ao HM que as obras “Unfree Speech: The Threat to Global Democracy and Why We Must Act, Now”, “Não Sou uma Criança” e “Não Sou um Herói” de Joshua Wong e “My Journeys for Food and Justice”, da deputada de Hong Kong Tanya Chan não estão disponíveis para venda no espaço.

Questionada se a procura pelas obras tem aumentado nos últimos tempos, a mesma funcionária apontou “não ser conveniente” divulgar informações relacionadas com clientes. “Não queremos estar envolvidos em assuntos políticos, somos apenas uma loja, que sabe quais são os livros mais populares ou com os temas mais positivos”, acrescentou.

As mesmas reservas foram encontradas na livraria Seng Swong, na Calçada do Monte, onde foi ponto assente que as obras de Joshua Wong nunca estiveram à venda. “Este tipo de livros não é muito bom pois vão contra o Governo Central. Acho que nunca ninguém veio cá à procura dos livros dele”, disse a funcionária do espaço ao HM.

22 Set 2020

Hong Kong | Joshua Wong diz que Portugal tem direito a visitar Tsz Lun Kok

[dropcap]O[/dropcap] activista Joshua Wong disse ontem à agência Lusa que as autoridades portuguesas têm o direito de visitar o jovem estudante de Hong Kong com nacionalidade chinesa e portuguesa detido na China. “A visita do nacional português por parte dos funcionários da embaixada portuguesa é uma exigência legítima e razoável”, afirmou à Lusa o activista de Hong Kong.

Para Joshua Wong, de 23 anos, figura de proa do movimento pró-democracia, que chegou a ser indicado para o prémio Nobel da Paz em 2018, “o que torna a situação tão terrível é que eles [os 12 detidos] estão presos e desligados do mundo exterior”.

Entre os detidos está Tsz Lun Kok, um estudante da Universidade de Hong Kong (HKU), de 19 anos e com dupla nacionalidade portuguesa e chinesa. “Só Deus sabe como é que as autoridades chinesas os tratam em detenção”, frisou Joshua Wong.

17 Set 2020

Hong Kong | Doze candidatos pró-democracia impedidos de concorrer às eleições

[dropcap]D[/dropcap]oze candidatos pró-democracia de Hong Kong, entre os quais Joshua Wong, foram desqualificados para concorrer às eleições de setembro, indicou hoje o Executivo do território. “O Governo defende a decisão (…) de invalidar as 12 candidaturas às eleições do Conselho Legislativo”, anunciou o governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong através de um comunicado.

Os partidos pró-democracia em Hong Kong realizaram em Julho primárias para nomearem os seus candidatos para as eleições parlamentares previstas para Setembro, apesar dos avisos das autoridades de que corriam o risco de violar a nova lei de segurança. A votação, que contou com a participação de 600 mil pessoas, foi considerada ilegal pelas autoridades da República Popular da China.

Na lista dos candidatos impedidos de concorrer figuram alguns destacados líderes do movimento pró-democracia de Hong Kong, como o secretário-geral da extinta organização política Demosisto, Joshua Wong e o deputado e líder do Partido Cívico, Alvin Yeung.

“Acabam de vetar o meu nome para as eleições do Conselho Legislativo apesar de ser o vencedor das primárias (…) Pequim está a levar a cabo a maior repressão contra as eleições na cidade ao desqualificar desta forma quase todos os candidatos pró-democratas”, afirmou Wong através de uma mensagem difundida pela rede social Twitter após ter sido conhecida a decisão.

De acordo com o Executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong, a medida sobre estes doze candidatos foi tomada porque “não apresentaram devidamente assinada a declaração em que se comprometem a proteger a Lei Básica e a jurar lealdade à República Popular da China”.

A autoridade eleitoral considera que aqueles que defendem a independência de Hong Kong, que pedem a outros países para intervir nos assuntos locais ou se neguem a aceitar que a região é território sob soberania de Pequim e se oponham à Lei de Segurança Nacional “não podem proteger a Lei Básica de forma honesta”.

Após os resultados alcançados nas eleições locais de novembro de 2019, a oposição democrata esperava conseguir a maioria nas próximas eleições legislativas de Setembro.

Para a Comissão Eleitoral ​​​​​​​outro dos motivos para a desqualificação foi a rejeição por alguns candidatos ao Conselho Legislativo de propostas de lei, nomeações, e orçamentos no sentido de “obrigarem o Executivo a aceitar certas exigências políticas”. Perante as críticas sobre a desqualificação, o Executivo local diz que “não se trata de nenhum tipo de censura política, restrição, liberdade de expressão ou direito de concorrer às eleições”.

As eleições estão agendadas para o dia 6 de Setembro mas nas últimas horas têm surgido notícias na imprensa local que indicam que o governo está a ponderar adiar a votação para 2012 por causa da “nova vaga” da pandemia de SARS CoV-2 que se regista na antiga colónia britânica.

30 Jul 2020

Joshua Wong: “Voz da sociedade civil [de Macau] foi silenciada”

[dropcap]O[/dropcap] activista Joshua Wong disse à Lusa que a ex-colónia britânica é “um estado policial” e considerou “terrível” o “silenciamento” da população de Macau. “A situação em Macau é terrível, porque a voz da sociedade civil foi silenciada”, frisou Joshua, acrescentando que a República Popular da China é hoje um país que se rege pelo princípio “um país, um sistema”, ao contrário da política de “um país, dois sistemas” proposta por Deng Xiaoping, em 1984.

Questionado sobre a criação de um espaço dedicado à promoção do patriotismo junto dos jovens de Macau, até ao final do ano, Joshua Wong mostrou-se preocupado. “Portugal devia fazer valer o tratado firmado com a República Popular da China”, disse Joshua Wong, que frisa os receios sobre a “supressão da liberdade de opinião” junto da população de Macau.

A informação sobre a “promoção do patriotismo” foi dada a conhecer, na quarta-feira, durante uma reunião plenária do Conselho da Juventude, na qual se adiantou que o espaço intitulado de “Base da Educação do Amor pela Pátria e por Macau” irá ocupar uma parte do Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau.

“Eu penso que os europeus, sobretudo os britânicos e os portugueses, devem fazer com que Pequim cumpra as respectivas declarações conjuntas, porque os tratados foram quebrados”, afirmou criticando a falta de intervenção de organismos internacionais como a ONU sobre a situação em Hong Kong. “As Nações Unidas não devem ser uma plataforma que serve os interesses de Pequim reconhecendo apenas a importância da China”, criticou.

19 Jul 2020

Instituto Cultural retirou livro de Joshua Wong das prateleiras

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) retirou um livro de Joshua Wong das prateleiras da Biblioteca de Seac Pai Van para o analisar. Por esse motivo, explicou o IC ao HM, a obra intitulada “Não Sou uma Criança”, apenas disponível em chinês, não pode ser requisitada.

O desaparecimento do catálogo foi partilhado nas redes sociais, com um internauta a referir que a obra estava disponível em Setembro do ano passado, mas deixou de estar no último mês. Além disso, o catálogo online sobre as colecções do IC também deixou de mostrar a existência do livro. Quando o título é procurado, independente da busca ser em português ou chinês, não surge qualquer resultado.

Ontem, o IC confirmou a retirada e explicou que o mesmo não pode ser requisitado: “Actualmente, as bibliotecas públicas estão a realizar trabalhos de inspecção constantes, e o livro a que se refere está a ser analisado, pelo que não há condições para aceder ao mesmo”, respondeu o IC, numa mensagem enviado ao HM.

Após a entrada em vigor da lei da segurança nacional em Hong Kong, várias bibliotecas da região vizinha retiraram livros de Joshua Wong, e de outros autores, das estantes, também para efeitos de “análise”.

O organismo público de Macau defende a actuação com a necessidade de manter “o equilíbrio das opiniões de conteúdos”, e diz que foram adoptadas as práticas internacionais, inspiradas no Manifesto da UNESCO sobre Bibliotecas Públicas, que em Macau resultou na criação da chamada “Política de Desenvolvimento de Colecções”.

“As bibliotecas públicas do Instituto Cultural têm vindo a seguir os princípios estabelecidos na ‘Política de Desenvolvimento de Colecções’, tendo em conta vários factores, incluindo a importância do livro no local de publicação original, o equilíbrio das opiniões de conteúdos, a capacidade de referência das entidades editoras, o conteúdo que atende ao escopo das colecções, às características, ao valor de referência da pesquisa e assim por diante”, foi sustentado.

Em nome da UNESCO

Ainda no que diz respeito à selecção de colecções, o IC afirmou que a política actual é inspirada no “Manifesto da UNESCO sobre Bibliotecas Públicas”. “De acordo com o ‘Manifesto da UNESCO sobre Bibliotecas Públicas’, foram definidos os princípios de selecção de colecções, procedendo-se, constantemente, à avaliação e triagem das colecções, a fim de optimizar a qualidade das mesmas e a taxa da utilização do espaço, como é a prática comum em bibliotecas públicas internacionais”, foi apontado.

O manifesto da UNESCO sobre as bibliotecas públicas foi aprovado pela primeira vez em 1949 e revisto em 1994. Nele constam várias orientações sobre bibliotecas, que vão do espaço físico à necessidade de se respeitar a pluralidade das populações.

O manifesto repudia ainda a escolha com base em questões ideológicas: “As colecções e os serviços devem ser isentos de qualquer forma de censura ideológica, política ou religiosa e de pressões comerciais”, consta na revisão de 1994.

A denúncia colocada a circular online há três dias apontava também para o facto de uma obra do académico Horace Chin Wan-kan, visto como um dos pais do movimento localista em Hong Kong, ter desaparecido da biblioteca. Porém, neste caso o HM conseguiu encontrar a obra no catálogo online, que se encontra inclusive disponível para reserva.

16 Jul 2020

Hong Kong | Activista Joshua Wong apela à solidariedade internacional

[dropcap]O[/dropcap] activista pró-democracia Joshua Wong pediu hoje ao mundo que “seja solidário com Hong Kong”, depois de Pequim ter imposto uma lei da segurança nacional que faz temer o fim das liberdades no território.

“Temos de continuar a fazer saber ao mundo que chegou o momento de apoiar Hong Kong”, disse Wong aos jornalistas, em frente ao tribunal onde deverá comparecer, com outros activistas, por causa da sua participação nos protestos pró-democracia do ano passado.

Promulgada em 30 de Junho pelo Presidente chinês, Xi Jinping, a nova lei permite punir quatro tipos de crimes contra a segurança do Estado: atividades subversivas, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras que ponham em risco a segurança nacional em Hong Kong. Os crimes contra a segurança nacional passam a ser passíveis de prisão perpétua no território.

A comunidade internacional, com os Estados Unidos e a União Europeia em destaque, além de diversas organizações não-governamentais (ONG), expressaram mais de uma vez o receio de que a lei sirva para silenciar vozes críticas em Hong Kong, após um ano de protestos que levaram a nove mil detenções na ex-colónia britânica.

Um clima de medo já desceu sobre a cidade, com a lei a criminalizar, entre outros, o popular slogan dos protestos “Libertem Hong Kong, revolução do nosso tempo”, por ter conotações separatistas, ou os apelos a uma maior autonomia para Hong Kong.

Nas bibliotecas públicas do território, também foram retirados livros de figuras pró-democracia, incluindo da autoria de Joshua Wong e da política Tanya Chan. A autoridade que dirige as bibliotecas disse estar a rever os livros à luz da nova legislação.

Para Joshua Wong, de 23 anos, figura de proa do movimento pró-democracia, que chegou a ser indicado para o prémio Nobel da Paz em 2018, as autoridades chinesas “não podem ignorar e silenciar a voz do povo de Hong Kong”.

“Com a convicção do povo de Hong Kong de lutar pela liberdade, nunca desistiremos e nunca nos renderemos a Pequim”, disse Wong.

Há cerca de um mês, numa altura em que a lei de segurança nacional ainda não tinha saído do papel, Joshua Wong disse à Lusa que pensava ser “o principal alvo da nova lei”. O activista compareceu em tribunal na terça-feira, mas não foi ouvido.

Joshua Wong passou três meses na prisão em 2019 e está acusado de organizar uma manifestação ilegal em frente ao quartel da Polícia de Hong Kong, em 21 de junho do ano passado.

Na quinta-feira, outro ativista proeminente do movimento pró-democracia, Nathan Law, anunciou que tinha abandonado Hong Kong, por temer perseguições, um dia depois de ter participado remotamente numa comissão do Congresso dos Estados Unidos, presidida pela líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.

Os apelos à solidariedade internacional têm-se sucedido entre os líderes do antigo partido pró-democracia Demosisto, organização que os seus membros decidiram dissolver, horas depois da entrada em vigor da lei da segurança.

Em entrevista à Lusa em 3 de Julho, Isaac Cheng, de 20 anos, membro da organização política fundada em 2016 pelos líderes estudantis que se destacaram na chamada “Revolução dos Guarda-Chuvas”, em 2014, justificou a decisão “devido aos riscos e ameaças potenciais da lei”.

“Ainda esperamos que o mundo possa falar mais alto e defender a democracia com esforços mais concretos e vigorosos”, apelou então Cheng.

6 Jul 2020

Joshua Wong diz estar na mira da lei de segurança nacional

[dropcap]O[/dropcap] activista Joshua Wong disse à Lusa que acredita ser “o principal alvo da nova lei” da segurança nacional que Pequim quer impor a Hong Kong, território que assinala terça-feira um ano desde o início das grandes manifestações.

A lei de segurança nacional, aprovada por Pequim para Hong Kong no dia 28 de Maio, proíbe “qualquer acto de traição, separação, rebelião, subversão contra o Governo Popular Central, roubo de segredos de Estado, a organização de actividades em Hong Kong por parte de organizações políticas estrangeiras e o estabelecimento de laços com organizações políticas estrangeiras por parte de organizações políticas de Hong Kong”.

“A nova lei é a retaliação directa aos esforços internacionais de lobby de Hong Kong no último ano. Provavelmente serei o principal alvo da nova lei”, afirmou à Lusa o activista de 23 anos, co-fundador do partido pró-democrata Demosisto.

Uma das figuras mais mediáticas do movimento pró-democracia em Hong Kong, libertado em Junho de 2019, após ter sido preso na sequência das manifestações de 2014 em Hong Kong, conhecidas como a “Revolução dos guarda-chuvas”, sublinhou que as autoridades em Pequim o têm criticado por participar em audiências no estrangeiro e por “dizer a verdade sobre a opressão autocrática e brutalidade policial ao mundo”.

No ano passado, Joshua Wong e outros activistas, como a cantora Denise Ho, ou a ex-porta-voz do movimento que tem liderado os maciços protestos no território em 2019, Bonnie Leung, participaram em várias audiências um pouco por todo o mundo para apelar à comunidade internacional que intercedesse a favor da democracia em Hong Kong.

Denise Ho, por exemplo, também conhecida por ser activista LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) discursou no Conselho dos Direitos Humanos, em Julho de 2019.

O que há-de vir

Joshua Wong, de 23 anos, que chegou a ser indicado para o prémio Nobel da Paz em 2018, acredita que a “alegação de ‘conluio estrangeiro’ levará, sem dúvida, a processos políticos arbitrários, uma vez que a lei será aplicada, não pelos tribunais locais, mas por um corpo policial secreto recém-criado” por Pequim.

“O chamado conluio estrangeiro é mais do que uma desculpa para afastar as forças pró-democracia”, denunciou.

Por fim, Joshua Wong lança o repto para o futuro: “Continuaremos a nossa causa pela democracia e pelos esforços internacionais de lobby, já que a verdade e a justiça não devem morrer em silêncio”.

8 Jun 2020

Hong Kong | Joshua Wong impedido de concorrer às eleições

[dropcap]O[/dropcap] activista Joshua Wong, figura proeminente do movimento pró-democracia em Hong Kong, anunciou ontem que foi impedido de concorrer às próximas eleições locais, enquanto o território atravessa a pior crise política desde 1997.
O activista foi o único candidato excluído das eleições para o conselho distrital, a 24 de Novembro.
“Condeno com veemência o facto de o Governo estar envolvido em filtragem e censura políticas, privando-me dos meus direitos”, afirmou Joshua Wong, de 22 anos, numa mensagem divulgada na rede social Facebook.
A nomeação do activista a candidato eleitoral foi considerada inválida, de acordo com uma notificação da Comissão dos Assuntos Eleitorais, partilhada pelo próprio na mesma rede social.
Sem nomear Joshua Wong, o Governo afirmou, em comunicado divulgado ontem no site oficial, que a decisão sobre todos os candidatos já estava tomada.
“O candidato não pode de forma alguma cumprir os requisitos das leis eleitorais relevantes, uma vez que advogar ou promover a ‘autodeterminação’ contraria o conteúdo da declaração exigida por lei a um candidato, a de respeitar a Lei Básica e jurar lealdade” a Hong Kong, de acordo com um comunicado do executivo local.
No mês passado, quando anunciou que iria concorrer às eleições em Novembro, Wong advertiu que qualquer tentativa de desqualificação apenas resultaria em mais apoio aos protestos pró-democracia.
Também descreveu a votação como crucial para enviar uma mensagem a Pequim de que a população está mais determinada do que nunca para vencer a batalha por mais direitos.
“Há cinco anos dissemos que voltávamos e agora estamos de volta com uma determinação ainda mais forte”, disse o activista que chegou a ser indicado para o prémio Nobel da Paz em 2018.

30 Out 2019

Hong Kong | Joshua Wong impedido de concorrer às eleições

[dropcap]O[/dropcap] activista Joshua Wong, figura proeminente do movimento pró-democracia em Hong Kong, anunciou ontem que foi impedido de concorrer às próximas eleições locais, enquanto o território atravessa a pior crise política desde 1997.

O activista foi o único candidato excluído das eleições para o conselho distrital, a 24 de Novembro.
“Condeno com veemência o facto de o Governo estar envolvido em filtragem e censura políticas, privando-me dos meus direitos”, afirmou Joshua Wong, de 22 anos, numa mensagem divulgada na rede social Facebook.

A nomeação do activista a candidato eleitoral foi considerada inválida, de acordo com uma notificação da Comissão dos Assuntos Eleitorais, partilhada pelo próprio na mesma rede social.
Sem nomear Joshua Wong, o Governo afirmou, em comunicado divulgado ontem no site oficial, que a decisão sobre todos os candidatos já estava tomada.

“O candidato não pode de forma alguma cumprir os requisitos das leis eleitorais relevantes, uma vez que advogar ou promover a ‘autodeterminação’ contraria o conteúdo da declaração exigida por lei a um candidato, a de respeitar a Lei Básica e jurar lealdade” a Hong Kong, de acordo com um comunicado do executivo local.

No mês passado, quando anunciou que iria concorrer às eleições em Novembro, Wong advertiu que qualquer tentativa de desqualificação apenas resultaria em mais apoio aos protestos pró-democracia.

Também descreveu a votação como crucial para enviar uma mensagem a Pequim de que a população está mais determinada do que nunca para vencer a batalha por mais direitos.

“Há cinco anos dissemos que voltávamos e agora estamos de volta com uma determinação ainda mais forte”, disse o activista que chegou a ser indicado para o prémio Nobel da Paz em 2018.

30 Out 2019

Hong Kong | Joshua Wong concorre ao conselho distrital em Novembro

[dropcap]O[/dropcap] activista pró-democracia de Hong Kong Joshua Wong anunciou ontem que vai concorrer nas eleições do conselho distrital em Novembro e avisou que qualquer tentativa de desqualificá-lo apenas estimulará mais apoio aos protestos pró-democracia.
O anúncio aconteceu antes da manifestação marcada para ontem, para assinalar o quinto aniversário do ‘movimento dos chapéus-de-chuvas amarelos’, quando várias ruas da cidade foram ocupadas por 79 dias pelos manifestantes que exigiam eleições livres, onde o activista alcançou fama como líder da juventude.
Joshua Wong, de 22 anos, disse que vai concorrer nas eleições do conselho distrital em Novembro e que a votação é crucial para enviar uma mensagem a Pequim de que o povo está mais determinado do que nunca para vencer a batalha por mais direitos.
“Há cinco anos dissemos que voltávamos e agora estamos de volta com uma determinação ainda mais forte”, disse em conferência de imprensa, adiantando que “a batalha a travar é a batalha pela nossa casa e pela nossa pátria”
O activista, que tem sido repetidamente preso por causa da organização de manifestações consideradas ilegais, adiantou estar ciente de que pode ser desqualificado, até porque membros do partido Demosisto, que co-fundou em 2016, foram desqualificados no passado na corrida a cargos porque, segundo o activista, defendiam a autodeterminação.
“Se eles me desqualificarem, isso gerará cada vez mais força … eles pagarão o preço”, ameaçou o activista que saiu da prisão no início deste mês depois de pagar a fiança.

30 Set 2019

Hong Kong | Joshua Wong concorre ao conselho distrital em Novembro

[dropcap]O[/dropcap] activista pró-democracia de Hong Kong Joshua Wong anunciou ontem que vai concorrer nas eleições do conselho distrital em Novembro e avisou que qualquer tentativa de desqualificá-lo apenas estimulará mais apoio aos protestos pró-democracia.

O anúncio aconteceu antes da manifestação marcada para ontem, para assinalar o quinto aniversário do ‘movimento dos chapéus-de-chuvas amarelos’, quando várias ruas da cidade foram ocupadas por 79 dias pelos manifestantes que exigiam eleições livres, onde o activista alcançou fama como líder da juventude.

Joshua Wong, de 22 anos, disse que vai concorrer nas eleições do conselho distrital em Novembro e que a votação é crucial para enviar uma mensagem a Pequim de que o povo está mais determinado do que nunca para vencer a batalha por mais direitos.

“Há cinco anos dissemos que voltávamos e agora estamos de volta com uma determinação ainda mais forte”, disse em conferência de imprensa, adiantando que “a batalha a travar é a batalha pela nossa casa e pela nossa pátria”

O activista, que tem sido repetidamente preso por causa da organização de manifestações consideradas ilegais, adiantou estar ciente de que pode ser desqualificado, até porque membros do partido Demosisto, que co-fundou em 2016, foram desqualificados no passado na corrida a cargos porque, segundo o activista, defendiam a autodeterminação.

“Se eles me desqualificarem, isso gerará cada vez mais força … eles pagarão o preço”, ameaçou o activista que saiu da prisão no início deste mês depois de pagar a fiança.

30 Set 2019

Hong Kong | Joshua Wong expressa continuação dos protestos em Berlim

[dropcap]O[/dropcap] activista Joshua Wong, fundador do partido de Hong Kong Demosisto, deu ontem uma conferência de imprensa em Berlim onde garantiu que a luta em prol de uma reforma do sistema político na região vizinha deverá continuar, apesar de Carrie Lam ter retirado a proposta de lei da extradição do Conselho Legislativo.
“Há 30 anos ninguém conseguia prever que a URSS iria cair. Ninguém iria prever que o Muro de Berlim iria cair. Com a nossa paixão e determinação, apenas queremos que o mundo saiba que a população de Hong Kong merece a democracia. Culpam-me de ser um separatista, mas para ser claro, a população de Hong Kong deseja uma reforma do sistema político. Apenas queremos eleger o nosso Governo e o Chefe do Executivo”, declarou, numa conferência reproduzida pela agência Reuters.
Joshua Wong recordou que o sufrágio universal “foi uma promessa feita na mini-constituição de Hong Kong e também na Declaração Conjunta” assinada com o Reino Unido. “Vamos continuar a nossa luta até ao dia em que possamos desfrutar de um sistema”, frisou.

Washington na agenda

O activista pede que sejam canceladas as exportações de gás pimenta e material semelhante para Hong Kong, sobretudo depois dos actos da polícia durante os protestos, apelidados de “terror branco”. “Gostaria de expressar aqui as nossas preocupações relativamente ao abuso de poder levado a cabo pela polícia”, disse Joshua Wong, que relatou ainda casos de assédio sexual alegadamente perpetrados por agentes aquando das detenções de mulheres.
Apesar disso, o activista assumiu também a violência levada a cabo por muitos dos manifestantes. “(O Governo) recusou levar a cabo qualquer reforma do sistema político. Admito que a força foi usada pelos manifestantes, mas todos sabemos que as crises políticas devem ser resolvidas com uma reforma do sistema político”, rematou.
Depois da viagem a Taiwan e à Alemanha, Joshua Wong desloca-se na próxima semana a Washington. Os manifestantes têm apelado ao Congresso norte-americano que aprove uma lei que exige ao país a certificação anual de que Hong Kong permanece com um alto grau de autonomia em relação à China continental. Se Washington concluir que o grau de autonomia está ameaçado, a cidade pode perder alguns privilégios comerciais com os Estados Unidos. Além disso, o diploma pode levar à possibilidade da perda de activos nos EUA e à proibição de entrada no país dos titulares de cargos governativos de Hong Kong que reprimam a democracia, os direitos humanos ou as liberdades dos cidadãos.

12 Set 2019

Hong Kong | Joshua Wong expressa continuação dos protestos em Berlim

[dropcap]O[/dropcap] activista Joshua Wong, fundador do partido de Hong Kong Demosisto, deu ontem uma conferência de imprensa em Berlim onde garantiu que a luta em prol de uma reforma do sistema político na região vizinha deverá continuar, apesar de Carrie Lam ter retirado a proposta de lei da extradição do Conselho Legislativo.

“Há 30 anos ninguém conseguia prever que a URSS iria cair. Ninguém iria prever que o Muro de Berlim iria cair. Com a nossa paixão e determinação, apenas queremos que o mundo saiba que a população de Hong Kong merece a democracia. Culpam-me de ser um separatista, mas para ser claro, a população de Hong Kong deseja uma reforma do sistema político. Apenas queremos eleger o nosso Governo e o Chefe do Executivo”, declarou, numa conferência reproduzida pela agência Reuters.

Joshua Wong recordou que o sufrágio universal “foi uma promessa feita na mini-constituição de Hong Kong e também na Declaração Conjunta” assinada com o Reino Unido. “Vamos continuar a nossa luta até ao dia em que possamos desfrutar de um sistema”, frisou.

Washington na agenda

O activista pede que sejam canceladas as exportações de gás pimenta e material semelhante para Hong Kong, sobretudo depois dos actos da polícia durante os protestos, apelidados de “terror branco”. “Gostaria de expressar aqui as nossas preocupações relativamente ao abuso de poder levado a cabo pela polícia”, disse Joshua Wong, que relatou ainda casos de assédio sexual alegadamente perpetrados por agentes aquando das detenções de mulheres.

Apesar disso, o activista assumiu também a violência levada a cabo por muitos dos manifestantes. “(O Governo) recusou levar a cabo qualquer reforma do sistema político. Admito que a força foi usada pelos manifestantes, mas todos sabemos que as crises políticas devem ser resolvidas com uma reforma do sistema político”, rematou.

Depois da viagem a Taiwan e à Alemanha, Joshua Wong desloca-se na próxima semana a Washington. Os manifestantes têm apelado ao Congresso norte-americano que aprove uma lei que exige ao país a certificação anual de que Hong Kong permanece com um alto grau de autonomia em relação à China continental. Se Washington concluir que o grau de autonomia está ameaçado, a cidade pode perder alguns privilégios comerciais com os Estados Unidos. Além disso, o diploma pode levar à possibilidade da perda de activos nos EUA e à proibição de entrada no país dos titulares de cargos governativos de Hong Kong que reprimam a democracia, os direitos humanos ou as liberdades dos cidadãos.

12 Set 2019

Hong Kong | Pequim critica reunião entre Joshua Wong e MNE alemão em Berlim

[dropcap]O[/dropcap] activista de Hong Kong Joshua Wong reuniu-se na segunda-feira em Berlim com o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão para pedir apoio ao movimento pró-democracia, uma reunião criticada ontem por Pequim que denunciou “desrespeito” à sua soberania.
“Falei com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, sobre a situação dos protestos, a nossa causa de eleições livres e democracia em Hong Kong”, escreveu Joshua Wong na sua conta da rede social Twitter.
O proeminente activista anunciou ainda que nos próximos dias terá “novas discussões com membros do Bundestag (Parlamento) alemão”.
Em relação ao encontro que teve na segunda-feira com Joshua Wong, o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão apontou, também no Twitter, que “o direito à liberdade de expressão é um princípio fundamental”. “Não pode estar sujeito a nenhuma restrição”, acrescentou. A China criticou o encontro denunciando “desrespeito” à sua soberania.
“Alguns meios de comunicação e políticos alemães estão a tentar ser mais atractivos e a chamar a atenção para si mesmos, usando separatistas anti-China. (…) Fazer espectáculo político é (um método) extremamente errado”, respondeu uma das porta-vozes do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim, Hua Chunying.
Quanto à acusação aos meios de comunicação, Hua Chunying estará a referir-se a uma entrevista que Joshua Wong deu ao jornal alemão Bild, na qual comparou Hong Kong com “Berlim Oriental durante a Guerra Fria” e apelou aos “alemães que lutaram pela liberdade”, nessa época.

Carta a Merkel

Já na semana passada, numa carta aberta publicada também no diário alemão Bild, vários líderes do movimento pró-democracia de Hong Kong, entre eles Joshua Wong, pediram à chanceler alemã, Angela Merkel, que recorde “os terrores” do regime comunista da Alemanha Oriental.
“Você viveu em primeira mão os terrores de um governo ditatorial”, escreveu Wong, citado pela imprensa local. A carta tinha como objectivo que Merkel apoiasse o movimento pró-democracia do território durante a sua deslocação a Pequim, que aconteceu na semana passada.
“Eu referi, durante o diálogo, que os direitos e liberdades acordados na Lei Básica [miniconstituição] de Hong Kong devem ser salvaguardados”, afirmou Merkel, durante uma conferência de imprensa com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.
Nos últimos dias os manifestantes que lutam por eleições livres em Hong Kong têm apelado à comunidade internacional que apoie a luta pró-democracia no território.
No domingo, centenas de milhares de manifestantes pró-democracia instalaram-se em frente do consulado norte-americano em Hong Kong para apelarem ao congresso dos Estados Unidos a aprovação de uma lei que exige que Washington certifique anualmente que a cidade asiática permanece com um alto grau de autonomia em relação à China continental.
Se Washington concluir que o grau de autonomia está ameaçado, a cidade pode perder alguns privilégios comerciais com os Estados Unidos.
Outros dos aspectos da proposta de lei é a possibilidade de congelar activos nos EUA e a proibição de entrar no país aos titulares de cargos governativos de Hong Kong que reprimam a democracia, os direitos humanos ou as liberdades dos cidadãos.

11 Set 2019

Hong Kong | Pequim critica reunião entre Joshua Wong e MNE alemão em Berlim

[dropcap]O[/dropcap] activista de Hong Kong Joshua Wong reuniu-se na segunda-feira em Berlim com o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão para pedir apoio ao movimento pró-democracia, uma reunião criticada ontem por Pequim que denunciou “desrespeito” à sua soberania.

“Falei com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, sobre a situação dos protestos, a nossa causa de eleições livres e democracia em Hong Kong”, escreveu Joshua Wong na sua conta da rede social Twitter.

O proeminente activista anunciou ainda que nos próximos dias terá “novas discussões com membros do Bundestag (Parlamento) alemão”.

Em relação ao encontro que teve na segunda-feira com Joshua Wong, o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão apontou, também no Twitter, que “o direito à liberdade de expressão é um princípio fundamental”. “Não pode estar sujeito a nenhuma restrição”, acrescentou. A China criticou o encontro denunciando “desrespeito” à sua soberania.

“Alguns meios de comunicação e políticos alemães estão a tentar ser mais atractivos e a chamar a atenção para si mesmos, usando separatistas anti-China. (…) Fazer espectáculo político é (um método) extremamente errado”, respondeu uma das porta-vozes do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim, Hua Chunying.

Quanto à acusação aos meios de comunicação, Hua Chunying estará a referir-se a uma entrevista que Joshua Wong deu ao jornal alemão Bild, na qual comparou Hong Kong com “Berlim Oriental durante a Guerra Fria” e apelou aos “alemães que lutaram pela liberdade”, nessa época.

Carta a Merkel

Já na semana passada, numa carta aberta publicada também no diário alemão Bild, vários líderes do movimento pró-democracia de Hong Kong, entre eles Joshua Wong, pediram à chanceler alemã, Angela Merkel, que recorde “os terrores” do regime comunista da Alemanha Oriental.

“Você viveu em primeira mão os terrores de um governo ditatorial”, escreveu Wong, citado pela imprensa local. A carta tinha como objectivo que Merkel apoiasse o movimento pró-democracia do território durante a sua deslocação a Pequim, que aconteceu na semana passada.

“Eu referi, durante o diálogo, que os direitos e liberdades acordados na Lei Básica [miniconstituição] de Hong Kong devem ser salvaguardados”, afirmou Merkel, durante uma conferência de imprensa com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.

Nos últimos dias os manifestantes que lutam por eleições livres em Hong Kong têm apelado à comunidade internacional que apoie a luta pró-democracia no território.

No domingo, centenas de milhares de manifestantes pró-democracia instalaram-se em frente do consulado norte-americano em Hong Kong para apelarem ao congresso dos Estados Unidos a aprovação de uma lei que exige que Washington certifique anualmente que a cidade asiática permanece com um alto grau de autonomia em relação à China continental.

Se Washington concluir que o grau de autonomia está ameaçado, a cidade pode perder alguns privilégios comerciais com os Estados Unidos.

Outros dos aspectos da proposta de lei é a possibilidade de congelar activos nos EUA e a proibição de entrar no país aos titulares de cargos governativos de Hong Kong que reprimam a democracia, os direitos humanos ou as liberdades dos cidadãos.

11 Set 2019

Activistas libertados prometem continuar luta pela democracia em Hong Kong

[dropcap]O[/dropcap]s activistas políticos Joshua Wong e Agnes Chow foram hoje libertados e prometeram continuar a luta pela democracia em Hong Kong, depois de serem detidos e acusados de incitamento à participação num protesto não autorizado em Junho.

“Vamos continuar a nossa luta, não importa como nos detenham e nos processem”, disse Wong aos jornalistas logo após a sua libertação. “Nós, pessoas de Hong Kong, não desistiremos e não teremos medo (…) Continuaremos a lutar pela democracia”, acrescentou Chow.

Para além das detenções de dois dirigentes do partido Demosisto, há que somar pelo menos outras quatro conduzidas pelas forças de segurança esta semana.

Andy Chan, líder de um movimento pró-independência, foi detido no aeroporto quinta-feira à noite. Três outras pessoas foram detidas no início desta semana por vandalizarem o edifício do parlamento de Hong Kong durante a invasão ao Conselho Legislativo a 1 de Julho.

Sobre a detenção de Andy Chan, a polícia informou que pende sobre o activista a suspeita de ter participado em motins, sendo ainda acusado de agressões a polícias. Já Wong e Agnes Chow, que saíram sob fiança, estão a ser investigados pelo seu papel num protesto não autorizado em 21 de Junho, no exterior de uma esquadra. Ambos são responsáveis, de acordo com as autoridades, por participarem no protesto e incitarem outras pessoas a manifestarem-se. Wong também é responsável por organizar o protesto.

Wong é secretário-geral de Demosisto e Chow uma das suas dirigentes proeminentes.
Isaac Cheng, vice-presidente do partido, disse que as detenções são uma tentativa de espalhar o medo e entre a população de Hong Kong.

Logo pela manhã, o Demosisto publicou nas redes sociais a informação de que Wong foi empurrado para um carro particular quando se dirigia para uma estação de metro por volta das 07:30 e foi levado para a sede da polícia. Mais tarde, o partido referiu que Chow também havia sido detida, em casa.

Em Junho, Wong tinha cumprido uma sentença de dois meses relacionada com as manifestações pró-democracia de 2014, um movimento de desobediência pública que ficou conhecido pela “Revolução dos Guarda-Chuvas” e na qual se exigia o sufrágio universal.

O dia de hoje ficou marcado também pelo cancelamento de uma manifestação e uma marcha previstas para sábado. O anúncio foi feito pelo próprio movimento que tem liderado desde Junho os maiores protestos em Hong Kong, após perder o recurso contra a decisão da polícia de proibir as iniciativas.

A organização lamentou que, com a proibição do protesto, as autoridades de Hong Kong estejam “a violar um direito básico da população”. Bonnie Leung sublinhou que, a partir deste momento, os habitantes de Hong Kong têm legitimidade para se interrogarem: “’Como vamos fazer para que ouçam o nosso descontentamento?’”. “E isso pode ser perigoso”, avisou.

Na quinta-feira, a polícia de Hong Kong proibiu a manifestação e a marcha pró-democracia, sublinhando que quem desobedecer pode enfrentar até cinco anos de prisão.

Wong, que chegou a ser indicado para o prémio Nobel da Paz em 2018, voltou a envolver-se nos protestos pró-democracia “para fazer pressão sobre o Governo”, apostado “em mostrar ao mundo a determinação do povo de Hong Kong para lutar pela liberdade”, explicou, em entrevista à Lusa, a 20 de Agosto.

As detenções efectuadas pela polícia surgem, também, um dia após a entrada de tropas chinesas na cidade para renderem as que estão estacionadas na guarnição do Exército de Libertação do Povo. Uma operação de rotina, segundo Pequim, uma forma de intimidação, de acordo com deputados e activistas pró-democracia.

Os protestos, que duram quase há três meses em Hong Kong, focaram-se inicialmente na rejeição das emendas propostas pelo Governo à lei da extradição, que permitiria o envio de suspeitos para a China.

30 Ago 2019