Livro de Joshua Wong sem data para regressar às bibliotecas

A obra do activista Joshua Wong intitulada “Não Sou uma Criança”, em chinês, continua sem poder ser requisitada nas Bibliotecas Públicas de Macau. A TDM Rádio Macau noticiou que o livro continua em fase de apreciação e não há previsão de quando regressa às estantes.

“O livro voltou para a fase de apreciação, onde ainda permanece. A fase de apreciação é feita por seis a sete membros, e todos eles têm que ler os livros na íntegra para darem a sua opinião independente. Isso leva algum tempo”, disse Loi Chi Pang, chefe de departamento de gestão de bibliotecas do Instituto Cultural (IC), citado pela rádio. O responsável apontou que há outros livros sob revisão, por conteúdos pornográficos ou violentos.

De acordo com o Canal Macau da TDM, o responsável afirmou tratar-se de um procedimento normal. Depois de os livros serem comprados podem ser retirados para revisão se os leitores apresentarem opiniões críticas. Podem ser inspecionadas anualmente dezenas ou centenas de livros e revistas. “É uma selecção normal, como acabei de referir não é uma censura”, comentou.

Esperar sentado

Loi Chi Pang apontou que os resultados são demorados porque os membros do conselho que inspecionam as obras têm de ler entre dez a vinte livros. A retirada do livro foi confirmada pelo IC em Julho do ano passado, ao HM. Na altura, o organismo público disse que por estar a ser analisado não havia “condições para aceder” à obra. A actuação foi defendida com a necessidade de manter “o equilíbrio das opiniões de conteúdos” e o IC garantia terem sido adoptados os princípios da “Política de Desenvolvimento de Colecções”, que foi criada com base no Manifesto da UNESCO sobre Bibliotecas Públicas.

O manifesto em causa, aprovado em 1949 e revisto em 1994, define que “as colecções e os serviços devem ser isentos de qualquer forma de censura ideológica, política ou religiosa e de pressões comerciais”. Além disso, descreve que “a participação construtiva e o desenvolvimento da democracia dependem tanto de uma educação satisfatória, como de um acesso livre e sem limites ao conhecimento, ao pensamento, à cultura e à informação”. Recorde-se que deixaram de estar disponíveis livros de Joshua Wong e de outros autores em várias bibliotecas de Hong Kong, depois da entrada em vigor da lei da segurança nacional.

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