IPOR | ‘Vistos gold’ e investimento chinês fazem disparar tutorias de português Hoje Macau - 19 Set 2019 O director do IPOR disse à agência Lusa que o número de tutorias de português quase duplicou este ano, muito devido aos ‘vistos gold’ e ao investimento chinês nos países lusófonos. Joaquim Coelho Ramos revelou ainda que o instituto, que completa hoje 30 anos, irá abrir uma delegação em Pequim até Novembro e um centro de línguas em Chengdu ainda este ano [dropcap]A[/dropcap]inda faltam mais de três meses para terminar o ano e o número de horas de tutorias de aprendizagem da língua portuguesa, em relação a 2018, já cresceu quase para o dobro, ultrapassando o meio milhar de horas, salientou, em entrevista, o director do Instituto Português do Oriente (IPOR), Joaquim Coelho Ramos. “Só nos primeiros dois meses deste ano económico ultrapassámos o número de tutorias do ano passado todo”, reforçou o responsável pela instituição que assinala hoje 30 anos de vida em Macau e de actividade na Ásia. Se em 2015 foram apenas contabilizadas 23 horas de tutorias, em 2018 registaram-se 289, contra as 520 deste ano. “Quando perguntamos nas fichas de inscrição as ‘razões’ reparamos que muitos dos interessados são, por exemplo, empresários com vontade de investir ou em Portugal ou num país de língua portuguesa”, assinalou o director, em funções desde Agosto de 2018. “Estão com investimentos em Portugal ou de alguma maneira inseridos na dinâmica dos ‘vistos gold’”, acrescentou. O ‘visto gold’ é uma autorização de residência para actividade de investimento em Portugal concedida a estrangeiros fora da UE. As aulas ministradas à distância, por videoconferência, são cada vez mais populares. “Aqueles que não têm disponibilidade para assistir a uma aula, sempre na mesma hora e no mesmo dia, pretendem algo flexível, mas que produza resultados”, frisou. Tal acontece seja a partir de Hong Kong ou de Shenzhen, onde muitos residem, ou a partir do Dubai, se se encontrarem em viagem: “Para isso basta combinar com o professor”, explicou Joaquim Coelho Ramos. Tendo em conta a expansão da procura dos serviços do IPOR não é de estranhar que o mesmo se passe em termos territoriais e representações. Assim sendo, em Novembro abre uma delegação do IPOR em Pequim e um centro de línguas em Chengdu até final do ano. Em relação à delegação na capital chinesa, a ideia é “começar já dentro de um mês, mês e meio, (…) em produção já em finais de Outubro”, ainda que o cenário “mais realista” aponte para “início de Novembro”, esclareceu Joaquim Coelho Ramos. O projecto começou a ser trabalhado no início do ano e neste momento “ir trabalhar para a China depende apenas de questões administrativas”, adiantou. Outono em Pequim Em Maio, aquando da visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, um protocolo assinado entre o Camões-Instituto da Cooperação e da Língua e a Sociedade de Jogos de Macau definiu a constituição de um fundo para apoiar a difusão e promoção da língua portuguesa na República Popular da China. A abertura de uma delegação em Pequim é justificada “pelos pedidos constantes para formação em língua portuguesa não conferente de grau académico”, mas sim “para efeitos pragmáticos”, casos do “português económico e de introdução à língua portuguesa comunicacional”, indicou o responsável do IPOR. “Há muita gente a fazer cursos de português à distância através de videoconferência” e existem “muitos pedidos de regiões da China continental”, afirmou o director do IPOR. Razão pela qual, após análise do mercado, se entendeu que era importante ter uma presença física em Pequim. A mais-valia da delegação em Pequim, que não só garante um ensino personalizado e uma aprendizagem certificada, é também explicada por se poder assegurar localmente a formação de professores. “Há uma vantagem em ter sempre um canal aberto” em todas as situações em que instituições como as universidades solicitem ajuda directamente ao IPOR em Pequim, com a possibilidade ainda de se garantir algum reforço a partir de Macau, sublinhou Joaquim Coelho Ramos. “O interesse está a crescer e era importante operacionalizar a resposta, e é isso que esta delegação vai fazer”, acrescentou. Por outro lado, até final do ano, o IPOR quer abrir um centro de língua portuguesa em Chengdu, cidade chinesa da província de Sichuan, onde o instituto tem ministrado o ensino de português a médicos, enfermeiros e técnicos do Centro Internacional de Formação na área da Saúde e do Planeamento Familiar. De resto, a província de Sichuan tem mantido uma relação estreita com os países de língua portuguesa, para onde a respectiva autoridade da saúde começou a enviar, desde 1976, equipas médicas. “É um desafio” com dados “muito sólidos” que justificam a decisão, argumentou, lembrando o envolvimento destes profissionais de saúde nesses projectos de cooperação nos países lusófonos. Três desafios O director IPOR disse ainda que o crescimento “muito significativo” da procura pelo ensino do português a um público infantojuvenil já obrigou a instituição a criar uma lista de espera. “Outra área que temos notado um crescimento muito significativo (…) é nas oficinas para o público infantojuvenil. (…) Estamos a falar do ensino de língua portuguesa entre os 6 e os 14 anos, é a franja em que temos sentido um crescimento maior, essencialmente para crianças e jovens de famílias chinesas”, destacou Joaquim Coelho Ramos. O número mais que triplicou em relação a 2018, passando de 30 a 40 inscrições para mais de 120. “Não estávamos à espera deste crescimento (…), um tipo de ‘boom’” que coloca “um problema”, explicou o responsável. A instituição foi obrigada a criar uma lista de espera e para ajustar a oferta está a proceder à contratação de professores a tempo parcial. A estratégia do IPOR tem várias frentes e tem como base “uma equipa e profissionais dedicados que trabalham em conjunto”, assente ainda em várias parcerias, frisou. “Houve uma tentativa de aproximação do IPOR com as instituições locais. Acreditamos que o segredo do sucesso é não estar sozinho. Este tipo de colaboração tem tido resultados por exemplo, ao nível científico e pedagógico com o Instituto Politécnico de Macau, com cursos intensivos de Verão, na produção de materiais didácticos, e também com a Universidade de Macau, num trabalho voltado para o português como língua para fins específicos”, assinalou. O responsável enumerou três desafios que se colocam actualmente à instituição. Um deles passa pela formação interna. “Neste momento, por exemplo, temos de pensar em dar formação complementar de pedagogia didáctica da língua portuguesa para crianças e jovens. Até agora tínhamos um paradigma muito forte no ensino de adultos, esse paradigma continua, mas há um novo desafio”, frisou. Outra área fundamental que constitui o desafio estratégico do IPOR passa pela actualização dos recursos tecnológicos, com uma atenção à estatística e análise de dados: “um instituto deste tipo que consegue antecipar uma tendência de procura é um instituto que vai dar uma melhor resposta”, defendeu. Materiais à medida Por fim, Joaquim Coelho Ramos definiu como prioridade “a organização daquilo que já é a memória do IPOR”, de forma a promover “a preservação, divulgação e disponibilização do acervo da instituição”, e anunciou que depois do guia lexical (um ‘dicionário’ altamente especializado dedicado a uma área específica) de conversação português-vietnamita, o IPOR está prestes a lançar outros. “Temos trabalhado em guias lexicais para a área da saúde, contabilidade e auditoria (…) e agora está para breve a apresentação pública do guia lexical para o jornalismo e para a administração”, avançou Joaquim Coelho Ramos. “A muito breve prazo, estamos a falar de uma semana, semana e meia, [será divulgado] um para o sector do turismo”, indicou. Joaquim Coelho Ramos esclareceu que os guias “já estão produzidos, falta a data da apresentação pública”. O investimento na produção destes guias, com termos contextualizados, mas também expressões e por vezes frases focadas em temas e áreas de trabalho específicas, são importantes no âmbito da “aplicação no terreno” da língua portuguesa e no “desenvolvimento pessoal entre os professores e os alunos”, acrescentou. A atenção ao produto final, de uma forma muito pragmática, está ilustrada num detalhe, assinalou: “o guia lexical para a saúde foi impresso num tamanho que permite ser guardado no bolso da bata de um médico”. Outra área de trabalho na qual o IPOR se tem focado “é na produção de materiais didácticos, na bibliografia e no digital”, assegurou. A justificação destas apostas é simples, concluiu: “As pessoas estão a olhar para a língua portuguesa como um instrumento pragmático, de acção directa no mercado”. O IPOR conta com 27 funcionários a tempo inteiro que, com o apoio de algumas colaborações, procuram assegurar a vocação prioritária de promover o ensino da língua portuguesa, com uma vertente complementar focada na acção cultural. Fundado a 19 de Setembro de 1989 pela Fundação Oriente e pelo Camões-Instituto da Cooperação e da Língua, o IPOR exerce a sua actividade, além de Macau, em países como o Vietname, Tailândia e Austrália, estando para breve a concretização também de projectos em Pequim, Chengdu e Nova Deli.
IPOR | ‘Vistos gold’ e investimento chinês fazem disparar tutorias de português Hoje Macau - 19 Set 2019 O director do IPOR disse à agência Lusa que o número de tutorias de português quase duplicou este ano, muito devido aos ‘vistos gold’ e ao investimento chinês nos países lusófonos. Joaquim Coelho Ramos revelou ainda que o instituto, que completa hoje 30 anos, irá abrir uma delegação em Pequim até Novembro e um centro de línguas em Chengdu ainda este ano [dropcap]A[/dropcap]inda faltam mais de três meses para terminar o ano e o número de horas de tutorias de aprendizagem da língua portuguesa, em relação a 2018, já cresceu quase para o dobro, ultrapassando o meio milhar de horas, salientou, em entrevista, o director do Instituto Português do Oriente (IPOR), Joaquim Coelho Ramos. “Só nos primeiros dois meses deste ano económico ultrapassámos o número de tutorias do ano passado todo”, reforçou o responsável pela instituição que assinala hoje 30 anos de vida em Macau e de actividade na Ásia. Se em 2015 foram apenas contabilizadas 23 horas de tutorias, em 2018 registaram-se 289, contra as 520 deste ano. “Quando perguntamos nas fichas de inscrição as ‘razões’ reparamos que muitos dos interessados são, por exemplo, empresários com vontade de investir ou em Portugal ou num país de língua portuguesa”, assinalou o director, em funções desde Agosto de 2018. “Estão com investimentos em Portugal ou de alguma maneira inseridos na dinâmica dos ‘vistos gold’”, acrescentou. O ‘visto gold’ é uma autorização de residência para actividade de investimento em Portugal concedida a estrangeiros fora da UE. As aulas ministradas à distância, por videoconferência, são cada vez mais populares. “Aqueles que não têm disponibilidade para assistir a uma aula, sempre na mesma hora e no mesmo dia, pretendem algo flexível, mas que produza resultados”, frisou. Tal acontece seja a partir de Hong Kong ou de Shenzhen, onde muitos residem, ou a partir do Dubai, se se encontrarem em viagem: “Para isso basta combinar com o professor”, explicou Joaquim Coelho Ramos. Tendo em conta a expansão da procura dos serviços do IPOR não é de estranhar que o mesmo se passe em termos territoriais e representações. Assim sendo, em Novembro abre uma delegação do IPOR em Pequim e um centro de línguas em Chengdu até final do ano. Em relação à delegação na capital chinesa, a ideia é “começar já dentro de um mês, mês e meio, (…) em produção já em finais de Outubro”, ainda que o cenário “mais realista” aponte para “início de Novembro”, esclareceu Joaquim Coelho Ramos. O projecto começou a ser trabalhado no início do ano e neste momento “ir trabalhar para a China depende apenas de questões administrativas”, adiantou. Outono em Pequim Em Maio, aquando da visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, um protocolo assinado entre o Camões-Instituto da Cooperação e da Língua e a Sociedade de Jogos de Macau definiu a constituição de um fundo para apoiar a difusão e promoção da língua portuguesa na República Popular da China. A abertura de uma delegação em Pequim é justificada “pelos pedidos constantes para formação em língua portuguesa não conferente de grau académico”, mas sim “para efeitos pragmáticos”, casos do “português económico e de introdução à língua portuguesa comunicacional”, indicou o responsável do IPOR. “Há muita gente a fazer cursos de português à distância através de videoconferência” e existem “muitos pedidos de regiões da China continental”, afirmou o director do IPOR. Razão pela qual, após análise do mercado, se entendeu que era importante ter uma presença física em Pequim. A mais-valia da delegação em Pequim, que não só garante um ensino personalizado e uma aprendizagem certificada, é também explicada por se poder assegurar localmente a formação de professores. “Há uma vantagem em ter sempre um canal aberto” em todas as situações em que instituições como as universidades solicitem ajuda directamente ao IPOR em Pequim, com a possibilidade ainda de se garantir algum reforço a partir de Macau, sublinhou Joaquim Coelho Ramos. “O interesse está a crescer e era importante operacionalizar a resposta, e é isso que esta delegação vai fazer”, acrescentou. Por outro lado, até final do ano, o IPOR quer abrir um centro de língua portuguesa em Chengdu, cidade chinesa da província de Sichuan, onde o instituto tem ministrado o ensino de português a médicos, enfermeiros e técnicos do Centro Internacional de Formação na área da Saúde e do Planeamento Familiar. De resto, a província de Sichuan tem mantido uma relação estreita com os países de língua portuguesa, para onde a respectiva autoridade da saúde começou a enviar, desde 1976, equipas médicas. “É um desafio” com dados “muito sólidos” que justificam a decisão, argumentou, lembrando o envolvimento destes profissionais de saúde nesses projectos de cooperação nos países lusófonos. Três desafios O director IPOR disse ainda que o crescimento “muito significativo” da procura pelo ensino do português a um público infantojuvenil já obrigou a instituição a criar uma lista de espera. “Outra área que temos notado um crescimento muito significativo (…) é nas oficinas para o público infantojuvenil. (…) Estamos a falar do ensino de língua portuguesa entre os 6 e os 14 anos, é a franja em que temos sentido um crescimento maior, essencialmente para crianças e jovens de famílias chinesas”, destacou Joaquim Coelho Ramos. O número mais que triplicou em relação a 2018, passando de 30 a 40 inscrições para mais de 120. “Não estávamos à espera deste crescimento (…), um tipo de ‘boom’” que coloca “um problema”, explicou o responsável. A instituição foi obrigada a criar uma lista de espera e para ajustar a oferta está a proceder à contratação de professores a tempo parcial. A estratégia do IPOR tem várias frentes e tem como base “uma equipa e profissionais dedicados que trabalham em conjunto”, assente ainda em várias parcerias, frisou. “Houve uma tentativa de aproximação do IPOR com as instituições locais. Acreditamos que o segredo do sucesso é não estar sozinho. Este tipo de colaboração tem tido resultados por exemplo, ao nível científico e pedagógico com o Instituto Politécnico de Macau, com cursos intensivos de Verão, na produção de materiais didácticos, e também com a Universidade de Macau, num trabalho voltado para o português como língua para fins específicos”, assinalou. O responsável enumerou três desafios que se colocam actualmente à instituição. Um deles passa pela formação interna. “Neste momento, por exemplo, temos de pensar em dar formação complementar de pedagogia didáctica da língua portuguesa para crianças e jovens. Até agora tínhamos um paradigma muito forte no ensino de adultos, esse paradigma continua, mas há um novo desafio”, frisou. Outra área fundamental que constitui o desafio estratégico do IPOR passa pela actualização dos recursos tecnológicos, com uma atenção à estatística e análise de dados: “um instituto deste tipo que consegue antecipar uma tendência de procura é um instituto que vai dar uma melhor resposta”, defendeu. Materiais à medida Por fim, Joaquim Coelho Ramos definiu como prioridade “a organização daquilo que já é a memória do IPOR”, de forma a promover “a preservação, divulgação e disponibilização do acervo da instituição”, e anunciou que depois do guia lexical (um ‘dicionário’ altamente especializado dedicado a uma área específica) de conversação português-vietnamita, o IPOR está prestes a lançar outros. “Temos trabalhado em guias lexicais para a área da saúde, contabilidade e auditoria (…) e agora está para breve a apresentação pública do guia lexical para o jornalismo e para a administração”, avançou Joaquim Coelho Ramos. “A muito breve prazo, estamos a falar de uma semana, semana e meia, [será divulgado] um para o sector do turismo”, indicou. Joaquim Coelho Ramos esclareceu que os guias “já estão produzidos, falta a data da apresentação pública”. O investimento na produção destes guias, com termos contextualizados, mas também expressões e por vezes frases focadas em temas e áreas de trabalho específicas, são importantes no âmbito da “aplicação no terreno” da língua portuguesa e no “desenvolvimento pessoal entre os professores e os alunos”, acrescentou. A atenção ao produto final, de uma forma muito pragmática, está ilustrada num detalhe, assinalou: “o guia lexical para a saúde foi impresso num tamanho que permite ser guardado no bolso da bata de um médico”. Outra área de trabalho na qual o IPOR se tem focado “é na produção de materiais didácticos, na bibliografia e no digital”, assegurou. A justificação destas apostas é simples, concluiu: “As pessoas estão a olhar para a língua portuguesa como um instrumento pragmático, de acção directa no mercado”. O IPOR conta com 27 funcionários a tempo inteiro que, com o apoio de algumas colaborações, procuram assegurar a vocação prioritária de promover o ensino da língua portuguesa, com uma vertente complementar focada na acção cultural. Fundado a 19 de Setembro de 1989 pela Fundação Oriente e pelo Camões-Instituto da Cooperação e da Língua, o IPOR exerce a sua actividade, além de Macau, em países como o Vietname, Tailândia e Austrália, estando para breve a concretização também de projectos em Pequim, Chengdu e Nova Deli.
Hong Kong | Activistas pró-democracia pedem a congressistas dos EUA pressão sobre Pequim Hoje Macau - 18 Set 2019 [dropcap]J[/dropcap]ovens líderes do movimento pró-democracia de Hong Kong pediram ontem aos parlamentares norte-americanos para pressionarem Pequim, alegando que qualquer declínio no estatuto especial daquele território encorajaria a China a impor os seus “valores comunistas” noutras partes do mundo. Joshua Wong, Denise Ho e outros activistas pró-democracia foram recebidos por membros republicanos e democratas numa audiência de um comité do Congresso em Washington. “Se Hong Kong cair pode facilmente tornar-se num trampolim para o regime totalitário chinês empurrar as suas regras e prioridades para o exterior, usando o poder económico para converter outras pessoas aos valores comunistas”, afirmou a cantora ‘pop’ Denise Ho, cuja música foi censurada na China pelo seu envolvimento com o movimento. “Este não é um apelo a uma ‘ingerência estrangeira’, nem à dependência de Hong Kong. É um apelo aos direitos humanos. Um apelo a favor da democracia”, acrescentou a artista de 42 anos. A ex-colónia britânica enfrenta, há mais de três meses, a mais grave crise política desde a sua entrega à China, em 1997, com acções e manifestações quase diárias exigindo reformas democráticas e denunciando a resposta policial, considerada brutal pelos manifestantes. Os membros republicanos e democratas da comissão do Congresso norte-americano enfatizaram a rara união em torno da defesa dos direitos de Hong Kong. Estes congressistas estão a estudar um projecto de lei sobre “os direitos humanos e a democracia em Hong Kong”, que prevê uma revisão anual do estatuto económico especial da região e sanções para qualquer responsável que suprima as “liberdades fundamentais” deste território. “Pequim não deve vencer em todas as frentes, colhendo os benefícios económicos do prestígio de Hong Kong no mundo e erradicando a nossa identidade socio-política”, avisou Joshua Wong, de 22 anos, que se tornou um rosto do movimento pró-democracia. “Enquanto eu falo, Hong Kong está numa encruzilhada crucial. A parada nunca esteve tão alta”, prosseguiu. O jovem alertou que o presidente chinês, Xi Jinping, pode decidir agir com mais força, antes do 70.º aniversário do regime comunista, em Outubro. “Enviarem tanques é irracional, mas não é impossível”, sublinhou o activista.
Hong Kong | Activistas pró-democracia pedem a congressistas dos EUA pressão sobre Pequim Hoje Macau - 18 Set 2019 [dropcap]J[/dropcap]ovens líderes do movimento pró-democracia de Hong Kong pediram ontem aos parlamentares norte-americanos para pressionarem Pequim, alegando que qualquer declínio no estatuto especial daquele território encorajaria a China a impor os seus “valores comunistas” noutras partes do mundo. Joshua Wong, Denise Ho e outros activistas pró-democracia foram recebidos por membros republicanos e democratas numa audiência de um comité do Congresso em Washington. “Se Hong Kong cair pode facilmente tornar-se num trampolim para o regime totalitário chinês empurrar as suas regras e prioridades para o exterior, usando o poder económico para converter outras pessoas aos valores comunistas”, afirmou a cantora ‘pop’ Denise Ho, cuja música foi censurada na China pelo seu envolvimento com o movimento. “Este não é um apelo a uma ‘ingerência estrangeira’, nem à dependência de Hong Kong. É um apelo aos direitos humanos. Um apelo a favor da democracia”, acrescentou a artista de 42 anos. A ex-colónia britânica enfrenta, há mais de três meses, a mais grave crise política desde a sua entrega à China, em 1997, com acções e manifestações quase diárias exigindo reformas democráticas e denunciando a resposta policial, considerada brutal pelos manifestantes. Os membros republicanos e democratas da comissão do Congresso norte-americano enfatizaram a rara união em torno da defesa dos direitos de Hong Kong. Estes congressistas estão a estudar um projecto de lei sobre “os direitos humanos e a democracia em Hong Kong”, que prevê uma revisão anual do estatuto económico especial da região e sanções para qualquer responsável que suprima as “liberdades fundamentais” deste território. “Pequim não deve vencer em todas as frentes, colhendo os benefícios económicos do prestígio de Hong Kong no mundo e erradicando a nossa identidade socio-política”, avisou Joshua Wong, de 22 anos, que se tornou um rosto do movimento pró-democracia. “Enquanto eu falo, Hong Kong está numa encruzilhada crucial. A parada nunca esteve tão alta”, prosseguiu. O jovem alertou que o presidente chinês, Xi Jinping, pode decidir agir com mais força, antes do 70.º aniversário do regime comunista, em Outubro. “Enviarem tanques é irracional, mas não é impossível”, sublinhou o activista.
Ilhas Salomão | Pequim elogia corte de laços com Taipé Hoje Macau - 18 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês enalteceu ontem a decisão das autoridades das Ilhas Salomão de “reconhecer o princípio ‘uma só China'” e romper os laços diplomáticos com Taiwan como a confirmação “da irresistível tendência desta era”. “Apoiamos esta importante decisão, que as Ilhas Salomão tomaram por si, como um Estado soberano independente”, lê-se no comunicado da porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying. Segundo a agência noticiosa oficial de Taiwan CNA, 27 dos 33 deputados da coligação maioritária de quatro partidos no Parlamento de Salomão – que tem 50 cadeiras – votaram a favor de passar a reconhecer Pequim como o Governo legítimo de toda a China, em detrimento de Taipé, enquanto os restantes seis se abstiveram. A decisão foi posteriormente aprovada pelo governo do primeiro-ministro, Manasseh Sogavare, que assumiu o cargo após eleições em Abril. “A decisão do Governo das Ilhas Salomão de reconhecer o princípio ‘uma só China’ e estabelecer laços diplomáticos com a China atesta que este princípio atende ao desejo dos cidadãos e constitui uma tendência irresistível desta era”, defendeu o Governo chinês. Hua enfatizou que “existe apenas uma China no mundo” e que “o governo da República Popular da China é o único governo legítimo que representa toda a China”, sendo Taiwan “parte inalienável do território chinês”. Desde que Tsai Ing-wen, do Partido Progressivo Democrático (PPD), pró-independência, foi eleita Presidente, em 2016, seis países, incluído São Tomé e Príncipe, cortaram relações diplomáticas com Taipé, que tem agora apenas 16 aliados diplomáticos. A presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, acusou Pequim de “causar instabilidade na sociedade internacional” e praticar “diplomacia do dólar”, com “promessas de cheques chorudos”, que “muitas vezes não são cumpridas”.
Ilhas Salomão | Pequim elogia corte de laços com Taipé Hoje Macau - 18 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês enalteceu ontem a decisão das autoridades das Ilhas Salomão de “reconhecer o princípio ‘uma só China'” e romper os laços diplomáticos com Taiwan como a confirmação “da irresistível tendência desta era”. “Apoiamos esta importante decisão, que as Ilhas Salomão tomaram por si, como um Estado soberano independente”, lê-se no comunicado da porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying. Segundo a agência noticiosa oficial de Taiwan CNA, 27 dos 33 deputados da coligação maioritária de quatro partidos no Parlamento de Salomão – que tem 50 cadeiras – votaram a favor de passar a reconhecer Pequim como o Governo legítimo de toda a China, em detrimento de Taipé, enquanto os restantes seis se abstiveram. A decisão foi posteriormente aprovada pelo governo do primeiro-ministro, Manasseh Sogavare, que assumiu o cargo após eleições em Abril. “A decisão do Governo das Ilhas Salomão de reconhecer o princípio ‘uma só China’ e estabelecer laços diplomáticos com a China atesta que este princípio atende ao desejo dos cidadãos e constitui uma tendência irresistível desta era”, defendeu o Governo chinês. Hua enfatizou que “existe apenas uma China no mundo” e que “o governo da República Popular da China é o único governo legítimo que representa toda a China”, sendo Taiwan “parte inalienável do território chinês”. Desde que Tsai Ing-wen, do Partido Progressivo Democrático (PPD), pró-independência, foi eleita Presidente, em 2016, seis países, incluído São Tomé e Príncipe, cortaram relações diplomáticas com Taipé, que tem agora apenas 16 aliados diplomáticos. A presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, acusou Pequim de “causar instabilidade na sociedade internacional” e praticar “diplomacia do dólar”, com “promessas de cheques chorudos”, que “muitas vezes não são cumpridas”.
O gene gay não existe Tânia dos Santos - 18 Set 2019 [dropcap]A[/dropcap] comunidade científica chegou à conclusão que o gene gay não existe. Depois de décadas a ponderar se tal ligação genética existia – inspirados por um trabalho desenvolvido nos anos 90 – chegaram à conclusão contrária. De quem gostamos e quem nos atrai não é definido por um gene. A conclusão detalhada do estudo recentemente publicado na Science e que tem sido amplamente discutido pela imprensa internacional é que não há um único gene que preveja a homossexualidade – mas sim um conjunto de genes em combinação com factores ambientais, dos quais a nossa socialização e experiência fazem parte. Para os mais ignorantes, a ausência de um gene particular e o facto da homossexualidade não ser um fenómeno totalmente genético pode ser erradamente assumido que a homossexualidade é, então, uma escolha. A ausência de uma explicação totalmente genética – e, especialmente, a forma como foi noticiada – não poderá servir de suporte para os que acreditam que direitos LGBTQ+ são meras ‘ideologias’ e não factos naturais. Principalmente para os que acreditam que a homossexualidade é uma opção de vida que pode ser arrancada à força com regimes de ‘conversão’ ou campos de ‘reabilitação’. Nestes casos um argumento exclusivamente genético teria dado muito jeito para calar os que julgam que o sexo e a vida são obras da imaginação e não factos da naturalidade da vida. Como se as coisas naturais nos fossem boas, e as ‘criadas’, más. Desta notícia ficou por enfatizar o papel de possíveis combinações de genes e do ambiente externo, que apesar de não existir o gene gay, existem predisposições genéticas fortes que fazem com que a homossexualidade exista, naturalmente (tal como a heterossexualidade existe, naturalmente). Com as recentes tentativas de reduzir os fenómenos comportamentais a meros factos biológicos (neurológicos, genéticos, fisiológicos) é com alívio que também vemos desmistificar que o que somos possa ser determinado por aquelas moléculas que determinam algumas coisas, mas não todas. As etimologias da sexualidade não podem ser simplificadas. Mas os argumentos complexos levam a discussões difíceis. Em tempos onde vemos o crescer do conceito de ‘ideologia de género’ para falar de direitos humanos básicos sugere que temos que ter algum cuidado com a forma que escolhemos falar destes temas e como queremos divulgar os avanços científicos na área. As tensões e os problemas que existem assentam na visão de como nos tornamos pessoas. Somos o resultado de genes ou somos o resultado de vivências? Nenhum dos dois consegue explicar o complexo processo de ser, mas os dois em conjunto oferecem uma visão mais completa, mais holística, se quiserem. Com a salvaguarda que o estudo não é perfeito, nem a conclusão irrefutável. A amostra de 470.000 participantes – a maior utilizada para estudos deste género – só inclui ‘ocidentais’. Já para não falar que a orientação sexual não é medida como identidade, mas como atracção – que, na minha opinião, oferece uma visão demasiado simplista (a fisiológica) para perceber a orientação sexual. Há também quem tivesse referido que este estudo genético provavelmente mostra melhor os preditores genéticos para participar em estudos, do que comportamento homossexual, já que – das grandes bases de dados – somente uma pequena percentagem se mostrou interessada em participar. A ciência não é perfeita e a comunicação de ciência muito menos. Por isso é preciso oferecer plataformas onde estes temas possam ser discutidos – nesta complexidade que foge de respostas simplistas para os factos do mundo.
Duo do Ouro Negro João Luz - 18 Set 2019 [dropcap]E[/dropcap]sta crónica não é sobre Raul Indipwo, mas “Vou Levar-te Comigo”, meu irmão. Este fim-de-semana, uma série de ataques de drones à maior refinaria de petróleo do mundo, na Arábia Saudita, fez soar os tambores da guerra. Quando a vítima de um atentado é o ouro negro, Washington responde com ira e prontidão para começar uma guerra. Este episódio traz ao de cima, mais uma vez, uma das mais perversas e bizarras alianças geopolíticas dos últimos tempos, o Duo do Ouro Negro. Chamemos os bois pelos nomes. A Arábia Saudita é o Estado Islâmico que conseguiu os seus intentos. Um país que, além de exportar petróleo, exporta wahhabismo, semente do terrorismo sunita que, inclusive, foi a força “espiritual” da Al-Qaeda. Um dos exemplos do enorme poder relativista do petróleo é o facto de que 15 dos 19 terroristas que desviaram os aviões que embateram contra o World Trade Center eram sauditas, assim como Osama Bin Laden. Mas nada importa, pelo menos enquanto o petróleo xiita tiver a Rússia e a China como clientes. Há anos que a Arábia Saudita bombardeia o Iémen com armas norte-americanas, causando uma das maiores crises humanitárias da actualidade que ameaça limpar da superfície terrestre o que resta do país. Agora que houve uma centelha de retaliação, explode o mais podre e hipócrita dos ultrajes. Vá lá, o desdém pela vida e direito internacional não era suposto ser assim tão óbvio, nem demonstrar tão claramente que petróleo vale mais que pessoas. Ao menos o preço do barril de crude subiu. Os mercados vivem, enquanto as pessoas morrem. Viva o Duo do Ouro Negro!
Travessa do Fala-Só Nuno Miguel Guedes - 18 Set 2019 [dropcap]E[/dropcap]ra inevitável. Um acidente à espera de acontecer, um crime à espera de ser testemunhado. Até agora a coisa tinha-me corrido bem, porque sempre estive consciente dos olhares e antes de perpetrar a infracção os alarmes interiores soavam e suspendia o que iria fazer. Mas desta vez não. Estava demasiado distraído, defesas em baixo. Estava até, confesso, a precisar de fazer o que fiz. E não consegui evitá-lo. Sim, amigos: fui apanhado a falar alto e comigo mesmo no meio da rua. Corrija-se, a bem do rigor jornalístico: não foi na rua, foi numa estação de metropolitano. Mas aconteceu. Não me lembro do assunto da conversa que me estava a ocupar; apenas de que falava alto, gesticulava e tinha reacções histriónicas ao que ia dizendo. Só parei quando uma simpática idosa, com o olhar a transbordar de compaixão, se aproximou de mim e perguntou se eu precisava de ajuda e se estava perdido. Podia ter respondido filosoficamente que sim a ambas as perguntas mas percebi que não era a isso que a generosa anciã se referia. Ali estava um marmanjo, no meio de um cais de estação de metro, a ter uma acesa discussão com um amigo imaginário. Mesmo tendo um ar inofensivo e felizmente longe de parecer um sem-abrigo, acredito que a visão possa assustar quem a presencie. Mas eis a verdade: eu pratico estes diálogos desde pequeno. Talvez por ser filho único habituei-me a longas cavaqueiras comigo como interlocutor. Às vezes redundavam em acesas discussões e deixava de me falar por umas horas, zangado com os meus argumentos. Continuei a praticar a modalidade em público e ainda o faço. Não tenho vergonha. Apenas não me esqueço da célebre frase do poeta Dylan Thomas, ele próprio um grande fazedor de enormes diatribes contra ele próprio: “Alguém me está a maçar. Acho que sou eu”. Nessa altura calo-me. Ou então falo mais baixo, não me lembro. É normal para mim passear na rua imaginando-me um Demóstenes ou um Churchill discursando para a House of Commons. Só que neste caso o parlamento sou eu e nem sempre aplaudo o discurso. Acredito que haja mais gente como eu, sem grandes perturbações psiquiátricas, que faça o que eu faço. Deveríamos formar um sindicato, um clube, uma agremiação, uma banda, qualquer coisa. Reparem, meus irmãos do solilóquio: agora até temos os “estudos” que provam que falar sozinho é sinal de génio. Pela minha parte ainda não dei por nada mas a esperança mantém-se. Há pouco tempo vi na rua o que me pareceu ser um destes companheiros. Falava sozinho sem complexos e até sorria, caminhando com uma segurança inaudita e digna da minha admiração. Apeteceu-me abraçá-lo e aproximei-me: afinal estava a falar ao telemóvel, com um aparelho instalado no ouvido. Não nego que fiquei desiludido. Mas por outro lado e por um instante reconciliei-me com as novas tecnologias de comunicação que permitem que tipos como eu possam passar mais despercebidos na via pública. Olhem, amigos: eu até contava mais episódios mas infelizmente não posso. Tenho de sair e há uma conversa longa que preciso de ter comigo mesmo.
Volúpia de grafite João Paulo Cotrim - 18 Set 2019 Galeria do 11, Setúbal, 31 Agosto [dropcap]P[/dropcap]or razões de mera logística, acabei perdendo um daqueles momentos de fruição, o lançamento de obra aparelhada em magnífico cenário, novo e maduro fruto da paixão do Jorge [Silva]: «M. Lapa – Ilustração». Para já, vai deslumbrando, e com isso apaga, nem que seja por instantes, a longa travessia da instável ponte dos orçamentos apertados, das burocracias ameaçadoras, dos perigos constantes, como se dançássemos na ponte bamba sobre desfiladeiro vertiginoso em plena selva, na ilustração expressionista de Lapa, pejada de animais selvagens do mais variado tipo. O grande gozo está na partilha, no desocultar, afastando pesada cortina, do trabalho prolongado e discreto, daqueles que foram fazendo chão, cenário sem importância do que por nós passa. Não me custa, gordo-burguês que aprendi a ser, afastar as questões ideológicas, para desfrutar apenas das imagens. Há muito folheio as páginas da revista «Atlântico», em qualquer afã instrumental, ou apenas para me deixar levar na cadência gráfica da tipografia e do desenho, arremedo da arte antiga da iluminura a seduzir olhar e gesto, o do manuscrito e o dos que queiram entender a disposição da linha, a sempiterna enigmática ocupação da folha. Tenho para mim que um dos momentos de maior fulgor da civilização encontra-se na definição da página como horizonte maior da leitura, terreno de saber e imaginação. Não páram de se suceder os deslumbramentos, alguns menos óbvios, tal os esboços. Tenho que me controlar para regressar a este texto, desobedecendo ao apetite de continuar a folhear. O inacabado abre uma janela para o processo, para o pensamento em acção, como papel e o lápis ou o marcador, enfim, os materiais, também eles a dizer do gosto, do equilíbrio e do seu contrário. Aprecio o incerto, como fresquidão da cerveja na garganta, pelo que me perco com facilidade nos bastidores do inacabado. Com a inteligente simplicidade que colocou na arrumação de mais este volume, o Jorge alimentou este meu vício com secção ocupada com indicações de futuras paginações de vários livros e revistas, como a Prelo, da Imprensa Nacional Casa da Moeda, mas denunciando nesse caso um interesse pela fotomecânica que afecta a costela romântica do desenho, aquela a sujo de grafite. Bela, Lisboa, 3 Setembro Na pauta do verso dito nas colinas da cidade, as «Primas Terças», do mano André [Gago], soam a veterania. [Georg] Trakl foi a floresta escolhida para se erguer na noite, ventosa como convém aos expressionismos chiaroscuro. A celebração de Baco começou antes, no Santa Clara Mix Café, do Jacinto [Gameiro] e da Cila, anfitriões de rara qualidade, que resolveram assentar arraiais ali na beira-panteão. A incorrecção política será castigada, mais tarde ou mais cedo, pelos polícias do gosto, mas interessa sobretudo o bem servir e melhor acolher. Para a função estavam convocados o Carlos [Barretto], que rasgou paisagens no espaço acanhado, o [José] Anjos, na voz cava, e, além do anfitrião-orquestrador, o tradutor e ressuscitador-mor das línguas-mortas, António [de Castro Caeiro]. Brilharam intensidades, em certos casos, no extremo da comoção. Com ponta de estranheza, o poeta aconchegou-se aos meus dias. «Sobre o canto negro, precipitam-se,/ À tarde, os corvos com um forte grasnar./ As suas sombras tocam, ao de leve, nas corças,/ E, às vezes, são vistos a descansar de mau humor.// Oh! como eles perturbam o castanho sossego,/ No qual um campo se exalta / Como uma mulher que um grave pressentimento enfeitiça,/ E, às vezes, podem ouvir-se crocitar.// Por causa de uma carcaça cujo cheiro algures sentiram./ E, de repente, dirigem o voo para norte/ E desaparecem como um cortejo fúnebre/ Na atmosfera que estremece de volúpia.» Horta Seca, Lisboa, 10 Setembro A visão de Robert Frank (1924-2019) não acenderá mais nenhuma câmara. As redes encheram-se das suas imagens, das poucas que resistem ferozmente ao desgaste da incessante multiplicação de imagens. Até ao zero absoluto, o do banal indistinto em nos vemos mergulhados. Milhares de imagens serão ainda mais traficadas por estes dias, meia dúzia de bytes, que não valem uma ampliação sem distorção, mas pouco afectando o seu carácter esmagador que nem cavalo erguido sobre as patas traseiras. Cavalgando as regras, todas e cada uma, as imagens de Frank são momentos de real, abrem a cortina para o teatro que aconteceu naquele exacto lugar, com aquelas pessoas de nome próprio, em conjunto crescendo por inteiro e excessivo, carnal e bruto, etéreo e luminoso, enfim, humano. Era um raptor de histórias. Não sabíamos do tecido do humano até lhe vermos as fotografias. E por isso colecciono para os dias de Inverno e Setembro os seus auto-retratos, mesmo aqueles nos quais inclui outros, por exemplo o da companheira, suprema ternura. Que tem isto a ver com a frieza da banalidade omnipresente nas selfies destes dias? Nele, o humano ergue-se e desafia a escultura: vês que esta ruga não se fez monumento?, sentes o sangue nesta mão?, percebes que existo por causa destes olhos? Somos mais quando somos capazes de ir ao teatro vermo-nos nos outros, corvos saltitantes nos pastos da dor e da alegria. Não sabíamos quem éramos, que corpo tínhamos, de que alma viemos ou iremos, até entrarmos nas fotos de Robert Frank. Horta Seca, Lisboa, 10 Setembro Deixam de ser, para o nosso sempre, íntimo e talvez intransmissível, dias iguais. O calendário de Setembro está picado pelos corvos, umas vezes poisam na pedra do mau humor, noutros grasnam ao desafio pontuando os céus. Há uma estranheza de verso na circunstância de assinalarem tantos e tão queridos. O negro dos corvos brilha de tão definitivo e não sei bem como o interpretar. Horta Seca, Lisboa, 16 Setembro Sabemo-lo, coisa crónica na dita, refrão acompanhado à guitarra pela morte: as segundas-feiras são um concentrado de ansiedade, um nó cego de urgências e desatinos. No meio de mais esta fruste tentativa de, através da palavra, encontrar sentido no que faço – na bisga, sempre na bisga – vejo-me entalado entre inventar tentativa para dar cor à palidez da presença no pavilhão 61, da Feira do Livro do Porto, e rever em definitivo a nossa participação no Fólio deste ano, em torno de «O Tempo e o Medo», e no qual o Hoje Macau deixará também a sua marca. Isto para dizer o mínimo do «instantece» agora mesmo. Já agora, o programa promete, sobretudo nas entrelinhas do que se escreve com holofotes.
Petróleo | Preocupações com preços após ataque na Arábia Saudita Hoje Macau - 18 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês admitiu ontem estar preocupado com o impacto nos mercados do petróleo do ataque com veículos aéreos não tripulados (drones) a instalações petrolíferas na Arábia Saudita, ocorrido no fim de semana. “A China está obviamente muito preocupada com o impacto do ataque na estabilidade e segurança do mercado internacional de fornecimento de petróleo”, afirmou a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying. Os preços do petróleo caíram na terça-feira, depois de subirem no dia anterior, após o ataque. A China é um dos maiores clientes do petróleo do Médio Oriente. Hua afirmou ainda que o país condena os ataques a uma refinaria e a um campo de exploração petrolífera em Aramco, que forçou a Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo, a reduzir a produção para metade. O porta-voz do Gabinete Nacional de Estatísticas chinês Fu Linghui considerou ontem que é muito cedo para avaliar o impacto nos mercados de energia, e observou que os preços do petróleo estavam em queda antes do ataque. Os rebeldes iemenitas Huthis, apoiados pelo Irão e que enfrentam uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita, há cinco anos, assumiram a responsabilidade pelos ataques. O incidente foi condenado pela Casa Branca. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, acusou Teerão de “lançar um ataque sem precedentes ao fornecimento global de energia”.
Petróleo | Preocupações com preços após ataque na Arábia Saudita Hoje Macau - 18 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês admitiu ontem estar preocupado com o impacto nos mercados do petróleo do ataque com veículos aéreos não tripulados (drones) a instalações petrolíferas na Arábia Saudita, ocorrido no fim de semana. “A China está obviamente muito preocupada com o impacto do ataque na estabilidade e segurança do mercado internacional de fornecimento de petróleo”, afirmou a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying. Os preços do petróleo caíram na terça-feira, depois de subirem no dia anterior, após o ataque. A China é um dos maiores clientes do petróleo do Médio Oriente. Hua afirmou ainda que o país condena os ataques a uma refinaria e a um campo de exploração petrolífera em Aramco, que forçou a Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo, a reduzir a produção para metade. O porta-voz do Gabinete Nacional de Estatísticas chinês Fu Linghui considerou ontem que é muito cedo para avaliar o impacto nos mercados de energia, e observou que os preços do petróleo estavam em queda antes do ataque. Os rebeldes iemenitas Huthis, apoiados pelo Irão e que enfrentam uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita, há cinco anos, assumiram a responsabilidade pelos ataques. O incidente foi condenado pela Casa Branca. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, acusou Teerão de “lançar um ataque sem precedentes ao fornecimento global de energia”.
Comércio | Confirmada ida aos EUA para preparar encontro de alto nível Hoje Macau - 18 Set 2019 O vice-ministro das Finanças Liao Min vai chefiar a delegação que se deslocará a Washington para preparar o terreno da décima terceira ronda de negociações entre os Estados Unidos e a China com vista a acabar com a guerra comercial que opõe os dois países [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês confirmou ontem que uma delegação sua vai viajar para os Estados Unidos, visando preparar a reunião de alto nível que tentará, em Outubro, concluir um acordo que ponha fim à guerra comercial. A agência noticiosa oficial Xinhua informou que o vice-ministro das Finanças Liao Min liderará a delegação, que chega na quarta-feira aos Estados Unidos. “A visita abrirá caminho para a décima terceira ronda de consultas económicas e comerciais de alto nível China – Estados Unidos, em Outubro, em Washington”, lê-se no despacho da agência. Pequim e Washington, que travam há mais de um ano uma guerra comercial, têm vindo a dar sinais de apaziguamento. Na semana passada, a China anunciou que excluirá alguns produtos norte-americanas de taxas alfandegárias adicionais, nomeadamente químicos industriais e fármacos, e que retomará a compra de soja e carne de porco aos EUA. O Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu também adiar o aumento de taxas alfandegarias, de 25 por cento para 30 por cento, sobre um total de 250 mil milhões de bens importados da China. Washington e Pequim aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um. Ameaça global No cerne da guerra comercial está a política de Pequim para o sector tecnológico, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes actores globais em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos. Os Estados Unidos consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa. As disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo ameaçam também a economia mundial: o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu este mês as suas projecções de expansão global para 3,2 por cento, em 2019, um décimo a menos do que as previsões feitas em Abril.
Comércio | Confirmada ida aos EUA para preparar encontro de alto nível Hoje Macau - 18 Set 2019 O vice-ministro das Finanças Liao Min vai chefiar a delegação que se deslocará a Washington para preparar o terreno da décima terceira ronda de negociações entre os Estados Unidos e a China com vista a acabar com a guerra comercial que opõe os dois países [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês confirmou ontem que uma delegação sua vai viajar para os Estados Unidos, visando preparar a reunião de alto nível que tentará, em Outubro, concluir um acordo que ponha fim à guerra comercial. A agência noticiosa oficial Xinhua informou que o vice-ministro das Finanças Liao Min liderará a delegação, que chega na quarta-feira aos Estados Unidos. “A visita abrirá caminho para a décima terceira ronda de consultas económicas e comerciais de alto nível China – Estados Unidos, em Outubro, em Washington”, lê-se no despacho da agência. Pequim e Washington, que travam há mais de um ano uma guerra comercial, têm vindo a dar sinais de apaziguamento. Na semana passada, a China anunciou que excluirá alguns produtos norte-americanas de taxas alfandegárias adicionais, nomeadamente químicos industriais e fármacos, e que retomará a compra de soja e carne de porco aos EUA. O Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu também adiar o aumento de taxas alfandegarias, de 25 por cento para 30 por cento, sobre um total de 250 mil milhões de bens importados da China. Washington e Pequim aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um. Ameaça global No cerne da guerra comercial está a política de Pequim para o sector tecnológico, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes actores globais em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos. Os Estados Unidos consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa. As disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo ameaçam também a economia mundial: o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu este mês as suas projecções de expansão global para 3,2 por cento, em 2019, um décimo a menos do que as previsões feitas em Abril.
Coreia do Sul detecta primeiro surto de peste suína africana no país Hoje Macau - 18 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] Governo da Coreia do Sul informou ontem ter detectado o primeiro surto de peste suína africana no país, numa exploração agropecuária perto da fronteira com a Coreia do Norte, onde cinco porcos morreram na sequência do vírus. O ministro da Agricultura sul-coreano, Kim Hyeon-soo, explicou ter sido já activado um protocolo que inclui o abate de cerca de quatro mil porcos em três explorações agropecuárias, incluindo a que abrigava os animais afectados, perto da cidade de Paju (fronteira norte). Durante 48 horas, está interdita a deslocação de suínos para qualquer exploração do país e os matadouros devem interromper todas as operações durante o mesmo período, de acordo com a ordem emitida pelo Governo de Seul. Em conferência de imprensa, Kim Hyeon-soo prometeu “o máximo esforço” das autoridades para evitarem a propagação do vírus e adiantou que estão a ser investigadas as possíveis vias de contágio, que se acredita serem originárias da Coreia do Norte. O surto sul-coreano ocorre quatro meses após a Coreia do Norte ter notificado a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) sobre um primeiro caso detetado perto da fronteira com a China. A peste suína africana não é transmissível aos seres humanos, mas é fatal para porcos e javalis. A actual onda de surtos começou na Geórgia, em 2007, e espalhou-se pela Europa do leste e Rússia, antes de chegar à China, em Agosto passado. Inicialmente, Pequim indicou que a situação estava sob controlo, mas os surtos acabaram por se alastrar a todas as províncias do país. Portugal agradece As autoridades chinesas autorizaram, desde o final do ano passado, os matadouros portugueses Maporal, ICM Pork e Montalva a exportar para o país. As estimativas iniciais apontavam que as exportações portuguesas para China se fixassem em 15.000 porcos por semana, movimentando, no total, 100 milhões de euros. Visto pelos produtores portugueses como o “mais importante” acontecimento para a suinicultura nacional “nos últimos 40 anos”, a abertura do mercado chinês deverá ter efeitos inflaccionários em Portugal.
Seac Pai Van | Biblioteca inaugura na próxima semana Hoje Macau - 18 Set 2019 [dropcap]É[/dropcap] já na próxima semana, dia 24, que o Instituto Cultural (IC) inaugura a nova biblioteca público do complexo de habitação pública de Seac Pai Van, em Coloane. De acordo com um comunicado, a biblioteca de Seac Pai Van ocupa uma área de 2.074 metros quadrados e oferece mais de 300 lugares para leitura, tendo uma capacidade para armazenar até 75,000 volumes. O IC considera que este espaço “fornece uma experiência de leitura e espaço para leitura de qualidade e conveniente, sendo um importante local público para actividades familiares, bem como uma instalação social e cultural que integra funções de aprendizagem, lazer e relações sociais”. A Biblioteca de Seac Pai Van encontra-se aberta à segunda-feira das 14:00 às 00:00 horas, e de terça-feira a domingo das 8:00 às 00:00 horas.
Seac Pai Van | Biblioteca inaugura na próxima semana Hoje Macau - 18 Set 2019 [dropcap]É[/dropcap] já na próxima semana, dia 24, que o Instituto Cultural (IC) inaugura a nova biblioteca público do complexo de habitação pública de Seac Pai Van, em Coloane. De acordo com um comunicado, a biblioteca de Seac Pai Van ocupa uma área de 2.074 metros quadrados e oferece mais de 300 lugares para leitura, tendo uma capacidade para armazenar até 75,000 volumes. O IC considera que este espaço “fornece uma experiência de leitura e espaço para leitura de qualidade e conveniente, sendo um importante local público para actividades familiares, bem como uma instalação social e cultural que integra funções de aprendizagem, lazer e relações sociais”. A Biblioteca de Seac Pai Van encontra-se aberta à segunda-feira das 14:00 às 00:00 horas, e de terça-feira a domingo das 8:00 às 00:00 horas.
Fundação Casa de Macau | Livro de António Mil-Homens apresentado em Lisboa Hoje Macau - 18 Set 2019 [dropcap]D[/dropcap]epois de uma apresentação em Macau, o mais recente livro do fotógrafo António Mil-Homens, intitulado Universália, foi ontem apresentado em Lisboa, graças a uma iniciativa da Fundação Casa de Macau em Portugal. António Mil-Homens, conhecido fotógrafo de Macau, decidiu embrenhar-se no mundo da poesia depois de ter lançado, em 2010, o livro “Vida ou Morte duma Esperança Anunciada”. “Sem ter em atenção a cronologia da escrita, porque tenho projectos mais antigos, resolvi pegar neste ‘Universália’ que, como todos os outros, tem por base sentimentos, emoções, estímulos exteriores”, que surgiram “na quase totalidade dos casos, como eu costumo frisar, de jorro e na forma acabada”, disse ao HM. Na área da fotografia, António Duarte Mil-Homens já conta com 22 exposições individuais de Fotografia e a participação em 27 colectivas de Fotografia e Arte.
Fundação Casa de Macau | Livro de António Mil-Homens apresentado em Lisboa Hoje Macau - 18 Set 2019 [dropcap]D[/dropcap]epois de uma apresentação em Macau, o mais recente livro do fotógrafo António Mil-Homens, intitulado Universália, foi ontem apresentado em Lisboa, graças a uma iniciativa da Fundação Casa de Macau em Portugal. António Mil-Homens, conhecido fotógrafo de Macau, decidiu embrenhar-se no mundo da poesia depois de ter lançado, em 2010, o livro “Vida ou Morte duma Esperança Anunciada”. “Sem ter em atenção a cronologia da escrita, porque tenho projectos mais antigos, resolvi pegar neste ‘Universália’ que, como todos os outros, tem por base sentimentos, emoções, estímulos exteriores”, que surgiram “na quase totalidade dos casos, como eu costumo frisar, de jorro e na forma acabada”, disse ao HM. Na área da fotografia, António Duarte Mil-Homens já conta com 22 exposições individuais de Fotografia e a participação em 27 colectivas de Fotografia e Arte.
Ópera | “A Flauta Mágica” na abertura do Festival Internacional de Música de Macau João Luz - 18 Set 2019 A 33ª edição do Festival Internacional de Música de Macau arranca com a fantasia de “A Flauta Mágica”, a ópera em dois actos de Wolfgang Amadeus Mozart, uma produção da Komische Oper Berlin e da companhia britânica de teatro 1927. O espectáculo sobe ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau entre os dias 4 e 6 de Outubro [dropcap]M[/dropcap]agia e exuberância cénica que cativa espectadores de todas as idades são os trunfos da produção conjunta da Komische Oper Berlin e da companhia britânica de teatro 1927 do clássico “A Flauta Mágica”, a ópera em dois actos escrita por Wolfgang Amadeus Mozart no seu último ano de vida, no final do século XVIII. Este é o grande trunfo do Instituto Cultural (IC) no arranque da 33ª edição do Festival Internacional de Música de Macau. Os espectáculos estão marcados para os dias 4, 5 e 6 de Outubro, no grande auditório do Centro Cultural de Macau. Nos dois primeiros dias, a peça tem hora marcada para as 20h, enquanto no dia 6, domingo, começa às 15h. No dia 3 de Outubro, pelas 17h30, “A Flauta Mágica” será representada para um público constituído por alunos do ensino secundário, com um número máximo de 400 espectadores. Em comunicado, o IC descreve o espectáculo desta forma: “Tamino a voar nas costas do elefante, a Rainha da Noite como uma aranha gigante, constelações dançantes, borboletas e macacos mecânicos preenchem a ‘tela’ – o fascínio que ‘A Flauta Mágica’ exerce sobre o público de todas as idades parece infinito”. A produção mistura filmes de animação e cantores ao vivo, e teve um alcance considerável, com mais de 500 mil espectadores e críticos por todo o mundo. Ao longo de cerca de 2 horas e 45 minutos, o palco do grande auditório será inundado pela “imensa fantasia desta ópera mágica que desafia toda a lógica e razão”. Teatro fraternal Apesar da exuberância visual e musical, a “A Flauta Mágica” está longe de ser uma ópera para crianças. Escrita e dirigida na noite de estreia pelo próprio Mozart, a peça está repleta de referências maçónicas (Mozart era maçon) e de apontamentos sobre os princípios do Iluminismo, reflectindo os valores da época (plena Revolução Francesa). Pode mesmo dizer-se que é uma ópera que rompe com as ideias do feudalismo e da predominância aristocrática. Inspirada nas “camadas mais profundas de experiências humanas fundamentais, para as quais o conto de fadas parece ser simplesmente a forma mais adequada de expressão e somente a música encontra a linguagem apropriada”, “A Flauta Mágica” deixa transparecer em alguns momentos os princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Antes da subida ao palco, a obra de Mozart será tema de uma palestra, com data marcada para o dia 28 de Setembro, entre as 15h e as 17h, no auditório do Conservatório de Macau. A conversa, em cantonense, será liderada por Chow Fan fu, famoso crítico de música, vice-presidente da Associação Internacional de Críticos de Teatro (Hong Kong) e examinador do Conselho de Desenvolvimento das Artes de Hong Kong. O orador irá discorrer sobre a forma como se interligam “temas tão sérios como o valor e o significado da vida, o canto ligeiro e hábeis técnicas expressivas da comédia, fundindo cenas tragicómicas e conotações profundas para criar um mundo mágico muito peculiar”. Os preços dos bilhetes para os espectáculo variam entre as 400 e as 700 patacas.
Ópera | “A Flauta Mágica” na abertura do Festival Internacional de Música de Macau João Luz - 18 Set 2019 A 33ª edição do Festival Internacional de Música de Macau arranca com a fantasia de “A Flauta Mágica”, a ópera em dois actos de Wolfgang Amadeus Mozart, uma produção da Komische Oper Berlin e da companhia britânica de teatro 1927. O espectáculo sobe ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau entre os dias 4 e 6 de Outubro [dropcap]M[/dropcap]agia e exuberância cénica que cativa espectadores de todas as idades são os trunfos da produção conjunta da Komische Oper Berlin e da companhia britânica de teatro 1927 do clássico “A Flauta Mágica”, a ópera em dois actos escrita por Wolfgang Amadeus Mozart no seu último ano de vida, no final do século XVIII. Este é o grande trunfo do Instituto Cultural (IC) no arranque da 33ª edição do Festival Internacional de Música de Macau. Os espectáculos estão marcados para os dias 4, 5 e 6 de Outubro, no grande auditório do Centro Cultural de Macau. Nos dois primeiros dias, a peça tem hora marcada para as 20h, enquanto no dia 6, domingo, começa às 15h. No dia 3 de Outubro, pelas 17h30, “A Flauta Mágica” será representada para um público constituído por alunos do ensino secundário, com um número máximo de 400 espectadores. Em comunicado, o IC descreve o espectáculo desta forma: “Tamino a voar nas costas do elefante, a Rainha da Noite como uma aranha gigante, constelações dançantes, borboletas e macacos mecânicos preenchem a ‘tela’ – o fascínio que ‘A Flauta Mágica’ exerce sobre o público de todas as idades parece infinito”. A produção mistura filmes de animação e cantores ao vivo, e teve um alcance considerável, com mais de 500 mil espectadores e críticos por todo o mundo. Ao longo de cerca de 2 horas e 45 minutos, o palco do grande auditório será inundado pela “imensa fantasia desta ópera mágica que desafia toda a lógica e razão”. Teatro fraternal Apesar da exuberância visual e musical, a “A Flauta Mágica” está longe de ser uma ópera para crianças. Escrita e dirigida na noite de estreia pelo próprio Mozart, a peça está repleta de referências maçónicas (Mozart era maçon) e de apontamentos sobre os princípios do Iluminismo, reflectindo os valores da época (plena Revolução Francesa). Pode mesmo dizer-se que é uma ópera que rompe com as ideias do feudalismo e da predominância aristocrática. Inspirada nas “camadas mais profundas de experiências humanas fundamentais, para as quais o conto de fadas parece ser simplesmente a forma mais adequada de expressão e somente a música encontra a linguagem apropriada”, “A Flauta Mágica” deixa transparecer em alguns momentos os princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Antes da subida ao palco, a obra de Mozart será tema de uma palestra, com data marcada para o dia 28 de Setembro, entre as 15h e as 17h, no auditório do Conservatório de Macau. A conversa, em cantonense, será liderada por Chow Fan fu, famoso crítico de música, vice-presidente da Associação Internacional de Críticos de Teatro (Hong Kong) e examinador do Conselho de Desenvolvimento das Artes de Hong Kong. O orador irá discorrer sobre a forma como se interligam “temas tão sérios como o valor e o significado da vida, o canto ligeiro e hábeis técnicas expressivas da comédia, fundindo cenas tragicómicas e conotações profundas para criar um mundo mágico muito peculiar”. Os preços dos bilhetes para os espectáculo variam entre as 400 e as 700 patacas.
Protestos em Hong Kong tiraram trabalho a guias turísticos de Macau Juana Ng Cen - 18 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap]s protestos em Hong Kong tiveram algum impacto no turismo em Macau. Pelo menos no que diz respeito ao sector das excursões. Quem o diz é Manuel Iok Pui Ferreira, vice-presidente da direcção da Associação dos Profissionais da Indústria de Viagens e Turismo de Macau e responsável por uma agência de viagens, que ao Jornal do Cidadão defendeu que os protestos na região vizinha tiveram um impacto directo nas excursões do continente, que incluíam Macau e Hong Kong no percurso. Estes dois factores levaram a que os guias turísticos do território tenham tido um Verão calmo, com apenas cinco a seis dias de trabalho nos meses de Julho e Agosto. No caso da agência de viagens detida por Manuel Iok Pui Ferreira, registou-se uma quebra de receitas na ordem dos 35 por cento, uma vez que muitos turistas que se deslocavam para Macau através da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau foram afectados pelos protestos no Aeroporto Internacional de Hong Kong. Wu Wai Fong, presidente da Macau International Chartered Tourist Guide Association, disse ao mesmo jornal que, nos últimos dois meses, o trabalho dos guias turísticos tem sido afectado pelos protestos em Hong Kong, uma vez que 70 por cento dos grupos excursionistas que pretendiam visitar os dois territórios no mesmo percurso optaram por não se deslocar a Macau, após decidirem não visitar Hong Kong. Este facto gerou uma quebra no negócio dos guias turísticas de entre 70 a 90 por cento, tendo apenas dois a três dias de trabalho por mês, em média Mais multi-destinos Para Wu Wai Fong, a Direcção dos Serviços de Turismo deve associar-se aos membros das associações turísticas para que sejam estes a realizar as visitas dos programas “Sentir Macau Passo-a-Passo” e “Oito Novas Paisagens de Macau”. A par disso, o responsável defendeu que os guias turísticos sem trabalho poderiam prestar serviço nos museus. Na visão de Manuel Iok Pui Ferreira, os protestos em Hong Kong obrigaram à criação de percursos multi-destinos por parte das agências de viagens. O responsável considerou serem necessárias mais medidas para que os turistas cheguem directamente a Macau oriundos de Taiwan ou da Coreia do Sul, através da promoção online de pacotes turísticos familiares ou individuais. Manuel Iok Pui Ferreira disse ainda que podem ser providenciadas viagens para vários destinos na província de Guangdong. A situação política em Hong Kong tem acelerado a integração do sector turístico na Grande Baía, lançando mais projectos de multi-destinos, acrescentou. Neste sentido, Manuel Iok Pui Ferreira deseja que as autoridades de Macau e Guangdong possam adoptar medidas para acelerar a isenção de visto de entrada nas cidades que fazem parte do projecto da Grande Baía.
Cheoc Van | Afastado perigo de contaminação de cólera Hoje Macau - 18 Set 2019 [dropcap]J[/dropcap]osé Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), defendeu, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lei Chan U, que não existem riscos de contaminação com a bactéria vibrio cholerae, o agente causador da cólera, detectada em Julho na praia de Cheoc Van, em Coloane, e que tem sido assinalada nos últimos dois anos nas praias da zona. “Observando as condições higiénicas das zonas circundantes das praias de Macau, se não ocorrerem casos de infecção em grande escala nas zonas vizinhas ou que provoquem a contaminação da água do mar devido à ocorrência de epidemia na comunidade de Macau, a possibilidade de causar a infecção do público provocada pela água do mar contaminada pela bactéria é relativamente baixa”, apontou. José Tavares acrescentou ainda que a bactéria em causa pode ser “um tipo de bactéria normal que existe na natureza”, sendo que “não contém o gene da toxina da cólera”. O presidente do IAM explica ainda à deputada Ella Lei que a bactéria em questão “por poder crescer sem sal, sobrevive tanto na água do mar como no rio”, não tendo ainda sido registados casos de cólera no território provocados pela bactéria.
Cheoc Van | Afastado perigo de contaminação de cólera Hoje Macau - 18 Set 2019 [dropcap]J[/dropcap]osé Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), defendeu, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lei Chan U, que não existem riscos de contaminação com a bactéria vibrio cholerae, o agente causador da cólera, detectada em Julho na praia de Cheoc Van, em Coloane, e que tem sido assinalada nos últimos dois anos nas praias da zona. “Observando as condições higiénicas das zonas circundantes das praias de Macau, se não ocorrerem casos de infecção em grande escala nas zonas vizinhas ou que provoquem a contaminação da água do mar devido à ocorrência de epidemia na comunidade de Macau, a possibilidade de causar a infecção do público provocada pela água do mar contaminada pela bactéria é relativamente baixa”, apontou. José Tavares acrescentou ainda que a bactéria em causa pode ser “um tipo de bactéria normal que existe na natureza”, sendo que “não contém o gene da toxina da cólera”. O presidente do IAM explica ainda à deputada Ella Lei que a bactéria em questão “por poder crescer sem sal, sobrevive tanto na água do mar como no rio”, não tendo ainda sido registados casos de cólera no território provocados pela bactéria.