Grande Prémio | André Couto fora da edição deste ano João Santos Filipe - 18 Out 2019 A Comissão Organizadora apresentou a lista provisória de participantes na edição das corridas deste ano e o piloto de Macau, assim como a alemã Sophia Florsch, são as principais ausências. Na Fórmula 3 ainda há seis vagas disponíveis [dropcap]O[/dropcap] piloto André Couto é o grande ausente da edição deste ano do Grande Prémio de Macau. O herói local tentou montar um projecto competitivo para participar na prova de GTs ou da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR), mas não conseguiu. “Não consegui reunir as condições ideias para correr e essencialmente faltou-me dinheiro”, afirmou André Couto, em declarações ao HM. “Para correr ia ter condições que estavam longe de serem as ideais, ia de ter de correr de uma certa maneira que não gosto e por isso optei por não participar”, acrescentou. O piloto admitiu também ter ficado desiludido, mas prometeu trabalhar para regressar no próximo ano. “Também não me vou atirar para um poço [por não participar]. É verdade que ninguém fica mais triste com a notícia do que eu, mas vou focar-me em outras provas e pensar na edição do próximo ano. Vou tentar novos apoios, que foi o que faltou”, explicou. A lista divulgada ontem confirmou a participação do piloto local Charles Leong na prova de Fórmula 3, com a Jenzer Motorsport, como o HM já havia adiantado. Entre as ausentes está Sophia Florsch, piloto que no ano passado sofreu um acidente espectacular e que segundo Pun Weng Kun, coordenador da comissão organizadora do Grande Prémio, fica de fora da competição devido à falta de “experiência” com o novo monolugar da F3. Ao nível de presenças, destaque para David Schumacher, filho de Ralf Schumacher, que se vai estrear no Circuito da Guia com as cores da Sauber Junior Team by Charouz. A lista de inscritos revelada ontem é provisória e ainda tem seis lugares disponíveis, que deverão ser preenchidos mais tarde. Tiago Monteiro de regresso Uma das grandes novidades é o regresso de Tiago Monteiro, que vai tripular um Honda Civic com as cores da KCMG, na prova do mundial de carros de Turismo da FIA. O piloto é o único português inscrito na categoria, numa altura em que ainda não são conhecidos os pilotos convidados pela organização o que só deverá acontecer lá mais à frente. Como tradicionalmente acontece, é na Taça de Carros de Turismo de Macau que está o maior contingente de pilotos macaenses. Numa prova que deve ter como principais favoritos os Peugeot RCZ da equipa Suncity, os pilotos Célio Alves Dias (Mini), Luciano Lameiras (Mitsubishi), Delfim Mendonça (Mitsubishi), Rui Valente (Mini), Filipe de Souza (Audi), Jerónimo Badaraco (Chevrolet) e Hélder Assunção (Nissan) são os representantes da comunidade local. Ainda ao nível dos pilotos com as cores portuguesas, André Pires volta a Macau, numa lista que conta com o recordista Michael Rutter e Peter Hickman, vencedor do ano passado. Já no que diz respeito à Taça do Mundo de GT, Augusto Farfus (BMW) vai entrar em acção para defender a vitória conquistada no ano passado, tendo como principais adversários os Mercedes-AMG de Edoardo Mortara e Maro Engel. O Grande Prémio realiza-se entre 14 e 17 de Novembro e, de acordo com Pun Weng Kun, as vendas dos bilhetes estão a decorrer a bom ritmo, pelo que a ocupação das bancadas deverá ser superior a 90 por cento nos dias do fim-de-semana.
Grande Prémio | André Couto fora da edição deste ano João Santos Filipe - 18 Out 2019 A Comissão Organizadora apresentou a lista provisória de participantes na edição das corridas deste ano e o piloto de Macau, assim como a alemã Sophia Florsch, são as principais ausências. Na Fórmula 3 ainda há seis vagas disponíveis [dropcap]O[/dropcap] piloto André Couto é o grande ausente da edição deste ano do Grande Prémio de Macau. O herói local tentou montar um projecto competitivo para participar na prova de GTs ou da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR), mas não conseguiu. “Não consegui reunir as condições ideias para correr e essencialmente faltou-me dinheiro”, afirmou André Couto, em declarações ao HM. “Para correr ia ter condições que estavam longe de serem as ideais, ia de ter de correr de uma certa maneira que não gosto e por isso optei por não participar”, acrescentou. O piloto admitiu também ter ficado desiludido, mas prometeu trabalhar para regressar no próximo ano. “Também não me vou atirar para um poço [por não participar]. É verdade que ninguém fica mais triste com a notícia do que eu, mas vou focar-me em outras provas e pensar na edição do próximo ano. Vou tentar novos apoios, que foi o que faltou”, explicou. A lista divulgada ontem confirmou a participação do piloto local Charles Leong na prova de Fórmula 3, com a Jenzer Motorsport, como o HM já havia adiantado. Entre as ausentes está Sophia Florsch, piloto que no ano passado sofreu um acidente espectacular e que segundo Pun Weng Kun, coordenador da comissão organizadora do Grande Prémio, fica de fora da competição devido à falta de “experiência” com o novo monolugar da F3. Ao nível de presenças, destaque para David Schumacher, filho de Ralf Schumacher, que se vai estrear no Circuito da Guia com as cores da Sauber Junior Team by Charouz. A lista de inscritos revelada ontem é provisória e ainda tem seis lugares disponíveis, que deverão ser preenchidos mais tarde. Tiago Monteiro de regresso Uma das grandes novidades é o regresso de Tiago Monteiro, que vai tripular um Honda Civic com as cores da KCMG, na prova do mundial de carros de Turismo da FIA. O piloto é o único português inscrito na categoria, numa altura em que ainda não são conhecidos os pilotos convidados pela organização o que só deverá acontecer lá mais à frente. Como tradicionalmente acontece, é na Taça de Carros de Turismo de Macau que está o maior contingente de pilotos macaenses. Numa prova que deve ter como principais favoritos os Peugeot RCZ da equipa Suncity, os pilotos Célio Alves Dias (Mini), Luciano Lameiras (Mitsubishi), Delfim Mendonça (Mitsubishi), Rui Valente (Mini), Filipe de Souza (Audi), Jerónimo Badaraco (Chevrolet) e Hélder Assunção (Nissan) são os representantes da comunidade local. Ainda ao nível dos pilotos com as cores portuguesas, André Pires volta a Macau, numa lista que conta com o recordista Michael Rutter e Peter Hickman, vencedor do ano passado. Já no que diz respeito à Taça do Mundo de GT, Augusto Farfus (BMW) vai entrar em acção para defender a vitória conquistada no ano passado, tendo como principais adversários os Mercedes-AMG de Edoardo Mortara e Maro Engel. O Grande Prémio realiza-se entre 14 e 17 de Novembro e, de acordo com Pun Weng Kun, as vendas dos bilhetes estão a decorrer a bom ritmo, pelo que a ocupação das bancadas deverá ser superior a 90 por cento nos dias do fim-de-semana.
Outubro Amélia Vieira - 18 Out 2019 Ô temps! Suspends ton vol, et vous heures propices! Suspendez votre cours Lamartine [dropcap]N[/dropcap]unca é igual o tempo nas suas nuances nem o retorno dos seus ciclos, todavia, temos sempre mais tempo para cada Estação que vai sendo descontada na marcha, pois que se os anos em nós são Primaveras, ninguém festeja os Outonos celebrados. Os hemisférios “Outubram-se” de forma contrária, mas este nosso que suspende por momentos o voo é aquele de que gostamos pelo instante da suspensão, ficando no centro de uma natureza igual, cálida, precisa, como um doce interregno, e sob a seu fleuma não raro se levantam as grandes marés e tempestades colossais a fazer lembrar da repentina fúria dos calmos. Outubro lembra-nos assim do factor da imprevisibilidade em pleno estado de paz e acalenta a nossa liberdade associativa . Aquelas sombras tão pausadas, aquele equilíbrio entre os dias e as noites dão os vinhos que enchem os copos de rubra fraternidade que bem pode ser esse «Lago» do poeta romântico antes de se fechar o postigo e entrar na gruta. Já não há Revoluções, mas aconteceram quase todas entre Abril e Outubro, pois que o Inverno inibe a marcha da rebelião – que de interiores mantido – não gera no seio das colectividades cargas transformáveis, o ciclo delas fechava-se aqui, com Outubro a garantir a legalidade e a cultura dos movimentos como as suas mais altas exigências. A boa conduta do Outono vai engalanar os cabecilhas daquelas com estímulos muito civilizados, os regicidas já cumpriram a sua missão, e as consequências advertem-nos que a História não deve em caso algum andar para trás. Os nossos outrora Outubros foram mais cingidos ao ciclo biológico, nele se iniciavam as aulas quase esquecidas nos longos Verões, se reencontravam os amigos, e a vida voltava às suas rotinas com o formalismo de quem cumpria o primeiro dever básico de uma sociedade, aprender, seria assim o mês mais civilizado enquanto processo criador, pois que as nossas também outrora aprendizagens foram de muitas maneiras também outras que não somente as dos bancos de escola. Vínhamos de Verões selvagens e imensos onde aprendíamos os arrojos, as dores das quedas, as insolências e as aventuras que nos dariam amargas crises de desobediência, formas de aprender a lidar com o todo na cauda de cada Estação que dominávamos. Hoje, é certo, que de quando em vez o próprio amor não dura mais que uma Estação, em muitas delas nem nunca o vimos envelhecer, e destas Outonais folhas, nem já uma lembrança, e neste calor de Outubro apenas um peso de sombras paradas. Passamos assim no esquecimento do que em nós foi o ciclo novo, o tempo que nos dava de beber cedo finda a sua festa, e para que não esqueçamos devemos guardar as suas pétalas secas, deitá-las em nosso leito para quando vier o amanhecer sabermos que estamos nele, e que a sua maior dádiva será a imagem de uma outra qualquer coisa que se foi. Parados, amor e morte, podem assim começar a dar as mãos, que delas nos caem as flores pulverizadas das chamas do ainda tempo próximo do escaldante viver. No calendário romano era o mês oito, e a sua subdivisão vai dar-lhe as características de César, Vergílio canta-o – as festas a Baco principiam – e os judeus têm nele a sua festa mais sagrada, nela se pede perdão, aquele tempo que leva a ser pessoa e a restituir-lhe a natureza do seu reflexo humano. Embora o vinho esteja correndo há uma lucidez que não deve ser perturbada enquanto em suspensão esse tempo se mantiver. Dão-se os Nobéis, o resultado meritório de vidas de trabalho, que se começa a trabalhar em épocas mais combativas e se guardam os louros para a celebração das vindimas. Separam-se os trigos, separam-se os joios num roteiro de parábola, e a natureza selectiva impõe-se como uma medida justa e nunca fraccionária. Um dia outro virá, em que por méritos possamos sair da Roda, ficando nele e não mais esperar que nos tragam de novo a Primavera. “Par délicatesse j´ai perdue ma vie”. Outubro de Rimbaud que o viu nascer e nos lembra como é raro perder assim. Os que ganham andam demasiado ocupados para se darem conta das capacidades dos vencidos, que mais que vencidos, são excluídos, até do fardo obsoleto das vitórias. Viver suspenso por cima da arbitrariedade dos que não têm tempo para delicadamente receber os dons de Outubro, que não é já um jovem Apolo nem um campeão das grandes maratonas, passar por ele como por um lago tão transparente que não o transformemos em espelho para a inércia de um desmedido amor próprio.
Roda livre Valério Romão - 18 Out 201923 Out 2019 [dropcap]S[/dropcap]e há coisa que invejo em criatura alheia é o jeito para tocar um instrumento ou jogar à bola. Eu sempre fui péssimo em tudo quanto implica destreza corporal. É uma espécie de versão caricatural do locked-in syndrome: sou capaz de pensar numa série de escalas no braço da guitarra ou em fintas que poderia fazer mas o meu corpo, ao invés de coadjuvar, conferindo realidade ao que existia somente em potência, não acompanha de todo o que se passa no andar de cima. O cérebro, qual capitão experimentado, exaspera na condução daquele pelotão de recrutas ciclicamente atrapalhando-se a si mesmos. A única coisa vagamente física em que alguma vez fui bom foram os flippers, e mesmo que tivesse idade e determinação para prosseguir uma carreira de jogador profissional, não estou a ver comité olímpico a incluir a modalidade nas olimpíadas num futuro próximo – ou menos muito distante, na verdade. Como quase tudo, de fora parece relativamente simples: um sujeito coloca a guitarra no colo e traduz fisicamente uma interioridade onde sensibilidade e técnica se encontram de modo mais ou menos perfeito. Eu tive aulas de guitarra. Tive aulas de karaté. De ninjútsu. De basquete. O meu sobrinho mais velho tentou ensinar-me a jogar setas. A maior parte das pessoas que vejo embrenhadas numa actividade física qualquer parecem de lá retirar, no mínimo, a moderada satisfação que decorre da produção de endorfinas. Eu começo a correr e passado escassos minutos os órgãos do meu corpo duplicaram misteriosamente de peso, tenho sede, calor, vontade de fazer xixi, frio, dores um pouco por todo o lado e um medo terrível de morrer de calções. Podia ser disléxico de pés e mãos mas robusto como um pónei. Mas não. Nada disso. Tudo quanto é essencial para a prática do desporto eu tenho-o em negativo. O mesmo acontece na música, com uma agravante: tenho bom ouvido, pelo que sou extremamente sensível a minha própria incapacidade técnica. Podia ser um daqueles concorrentes dos programas de talentos, harmonicamente surdos, cujos progenitores incensam as qualidades musicais sob o verniz resistente do estoicismo parental, mas nem essa abençoada ignorância me foi concedida. Não é que uma pessoa tenha de ser boa ou razoável em tudo, mas parece-me meio injusto, pelo menos do ponto de vista da distribuição divina ou genética de competências, que um sujeito não o seja em nada. Quando comecei a andar de bicicleta usavam-se aquelas rodinhas de apoio lateral. Os meus amigos, mais expeditos fisicamente do que eu, faziam gala de andarem somente com duas rodas. Eu tentava acompanhá-los nas deambulações que faziam pela cidade mas raramente conseguia percorrer duzentos metros sem os perder de vista. O que as rodinhas de apoio acrescentam ao equilíbrio retiram à capacidade de acelerar. O meu pai insistia que eu estava preparado. Eu tinha a certeza de que ia ficar sem dentes da frente se lhe pedisse para remover as rodas de apoio. Achando-me mais do que capaz e frustrado com o meu aparentemente incompreensível medo, o meu pai desapertou as porcas que sustinham as rodas quase até ao fim. Assim, quando fui andar de bicicleta, uma delas caiu passado pouco tempo e a outra logo a seguir. Sem me dar conta, estava a andar sem rodinhas. O meu pai, do passeio, aplaudia. Não me tendo apercebido ainda do que estava a fazer, achei que ele estava a gozar comigo. Fui ter com ele e perguntei-lhe pela piada da coisa. Ele ria-se. Deu-me os parabéns. Foi a minha maior proeza desportiva. Em tudo mais não tenho encontrado as rodinhas para as desatarraxar.
Velhos conhecidos Gisela Casimiro - 18 Out 2019 [dropcap]E[/dropcap]la (que gosta muito de estalar os dedos encostando as mãos em mim e fazendo pressão de um lado e do outro até se ouvir aquele crac-crac-crac e eu reclamar), bateu com a cabeça pouco antes de eu apanhar o comboio para ir ao seu encontro. Mandou-me uma fotografia de um galo gigante, com um pequeno furo que em breve começaria a jorrar sangue (esta parte não vi, foi ela quem mo contou, e eu acreditei). Logo se encaminhou para o hospital e, trocando-me pelo namorado que foi lá ter, deixou-me entregue a mim mesma e à missão do dia: comprar óculos pela primeira vez em anos. Eu bem insisti que poderia acompanhá-la, mas há dias em que o que nos aguarda o faz sabendo que não lhe vamos escapar. Na óptica, deambulei de um lado para o outro, experimentando todo o tipo de armações, cores e preços, fazendo caretas, tirando fotos e enviando-as às amigas pacientes para que me dessem a sua opinião. Na mercearia, fico a saber da morte de Tiago, o gato amarelo que vi pela primeira vez de lombo solarengo estendido num banco da paragem do 729 da Carris, num qualquer domingo a descer a Calçada da Ajuda, antes mesmo de vir viver para o bairro. A chinesa Lili, dona do estabelecimento, diz-me que foi atropelado esta manhã. Ela própria, tentando conter as lágrimas, fala de quão triste está o marido, que se levantava sempre mais cedo para ir procurar este agora falecido vizinho e dar-lhe comida. Outra cliente, com a qual a conversa começou, na verdade, lamenta a perda e as saudades que a Doutora (não fixei o nome) da farmácia, terá. Eu mesma já vira Tiago à porta da farmácia algumas vezes, sossegado, observador, pertencente a todos e a si mesmo sobretudo. Falta um mês para o meu aniversário. Finalmente mudei a minha morada no banco, mas não me tenho sentido em casa senão quando estou fora. Comecei mais uma vez a carta que não consigo escrever e sempre acaba no lixo. Fiz um bolo de limão e saí sem saber bem se para ir comprar açúcar em pó ou para resolver a minha vida. Deixei dois rolos a revelar, ao fim de onze meses. Quando estiverem prontos talvez eu também esteja. Comprei açúcar e farinha. Liguei ao meu irmão. Ontem soube que a mãe dele faleceu. E fiquei muito triste, apesar de não saber quase nada sobre ela. Então finalmente liguei à minha própria mãe. E recebi uma mensagem do destinatário da carta que não escrevi. Aprendi outro dia que sonhos, para os brasileiros, são cuecas viradas e que aquilo que para nós são bolas de berlim é que eles chamam de sonhos. Tudo isto me parece da maior importância. Como o post-it amarelo que deixei a marcar a página trinta e dois de “The Genius and the Goddess”, de Huxley. Um livro que ainda não li, na verdade, mas que marquei com uma lista de que constam: duas alfaces, duas latas de atum, duas couves lombardas, dois frangos para assar, quatro cenouras, tomate para salada, salsichas frescas, um pimento, dois litros de leite magro e dois quilos de carne picada. Não sei quanto tempo tem a lista ou o porquê da obsessão com o número dois. De volta à mercearia: uma velhota dispara, ao entrar e sem dizer bom dia, “Mãos nos bolsos dão mau aspecto”, para o dono, sorridente atrás do balcão. Minutos mais tarde ouço-a refilar outra vez “A culpa é das mulheres. Onde estão as mulheres?!”. Foi no corredor do pão. «“The trouble with fiction,” said John Rivers, “is that it makes too much sense. Reality never makes sense.” “Never?” I questioned. “Maybe from God’s point of view,” he conceded.». Faltam duas semanas para o meu aniversário. Há um bolo de laranja que, por este andar, ninguém vai comer porque, embora o tenha feito muitas vezes, as últimas foram sempre na minha cozinha mental. Páro muitas vezes o que estou a escrever para olhar as nuvens sobre o rio, nesta casa abençoada a que vim parar quando a anterior foi vendida. Voltei a ter vista de rio, como há três casas atrás. Hoje estão particularmente interessantes, as nuvens, ou então este assunto é-me particularmente difícil. Escreveu Daniel Faria “Socorre-me / Devolve-me a leveza / da tão primeira nuvem que avistares”. A pessoa tenta. Hoje ia dormir uma sesta feliz, a cabeça naquele lugar estratégico onde bate mais o sol, mas as horas passaram, estou lenta, sonolenta e a luz mudou entretanto. É que precisei, primeiro, de voltar a um outro lugar, de luz branca forte e cruel. Precisei de voltar à óptica, há muitos meses atrás, a ver o meu meio-irmão pela segunda vez na vida, ele a escolher óculos como eu, ele a bater-me ao de leve no ombro, ele a abraçar-me. Como vizinhos ou velhos conhecidos.
Hong Kong | Amnistia Internacional pede investigação ao ataque contra activista Hoje Macau - 18 Out 2019 [dropcap]A[/dropcap] Amnistia Internacional (AI) pediu às autoridades de Hong Kong que iniciem uma “investigação exaustiva” ao ataque, na quarta-feira, contra um proeminente activista pró-democracia do território. “Ficámos devastados ao tomar conhecimento do ataque a Jimmy Sham, um corajoso defensor dos direitos humanos e uma das forças motrizes dos protestos pró-democracia de Hong Kong”, escreveu o investigador da AI para a Ásia, Joshua Rosenzweig. O coordenador da Frente Cívica dos Direitos Humanos (FCDH), que tem liderado os maiores protestos na antiga colónia britânica, foi brutalmente espancado na quarta-feira por quatro homens mascarados, segundo a própria organização e a imprensa local. “Jimmy Sham foi deixado a sangrar na rua e foi hospitalizado com ferimentos na cabeça. Mesmo no contexto de crescentes ataques a activistas, este incidente é chocante na sua brutalidade”, apontou Rosenzweig. O activista pró-democracia foi hospitalizado, mas encontra-se estável, de acordo com informações divulgados ontem nos ‘media’ locais. “As autoridades devem conduzir prontamente uma investigação sobre este ataque terrível e levar todos os responsáveis à justiça”, afirmou ainda o investigador. Os protestos em Hong Kong, que se tornaram maciços em Junho contra as emendas propostas à lei de extradição, transformaram-se num movimento que exige reformas democráticas. Durante os quatro meses de manifestações, registou-se uma escalada de violência. Os manifestantes têm acusado a polícia do uso de força excessiva, enquanto as autoridades condenam as tácticas violentas de alguns grupos, que apelidam de radicais.
Hong Kong | Amnistia Internacional pede investigação ao ataque contra activista Hoje Macau - 18 Out 2019 [dropcap]A[/dropcap] Amnistia Internacional (AI) pediu às autoridades de Hong Kong que iniciem uma “investigação exaustiva” ao ataque, na quarta-feira, contra um proeminente activista pró-democracia do território. “Ficámos devastados ao tomar conhecimento do ataque a Jimmy Sham, um corajoso defensor dos direitos humanos e uma das forças motrizes dos protestos pró-democracia de Hong Kong”, escreveu o investigador da AI para a Ásia, Joshua Rosenzweig. O coordenador da Frente Cívica dos Direitos Humanos (FCDH), que tem liderado os maiores protestos na antiga colónia britânica, foi brutalmente espancado na quarta-feira por quatro homens mascarados, segundo a própria organização e a imprensa local. “Jimmy Sham foi deixado a sangrar na rua e foi hospitalizado com ferimentos na cabeça. Mesmo no contexto de crescentes ataques a activistas, este incidente é chocante na sua brutalidade”, apontou Rosenzweig. O activista pró-democracia foi hospitalizado, mas encontra-se estável, de acordo com informações divulgados ontem nos ‘media’ locais. “As autoridades devem conduzir prontamente uma investigação sobre este ataque terrível e levar todos os responsáveis à justiça”, afirmou ainda o investigador. Os protestos em Hong Kong, que se tornaram maciços em Junho contra as emendas propostas à lei de extradição, transformaram-se num movimento que exige reformas democráticas. Durante os quatro meses de manifestações, registou-se uma escalada de violência. Os manifestantes têm acusado a polícia do uso de força excessiva, enquanto as autoridades condenam as tácticas violentas de alguns grupos, que apelidam de radicais.
5G | Huawei nega ter “instruções” do Estado para espionagem Hoje Macau - 18 Out 2019 A rede 5G e a Huawei estiveram em debate no Parlamento Europeu esta quarta-feira. A gigante tecnológica chinesa voltou a rejeitar as acusações de espionagem lançadas pelos Estados Unidos, afirmando que se o fizesse estaria a cometer suicídio [dropcap]A[/dropcap] companhia tecnológica Huawei negou quarta-feira, num debate no Parlamento Europeu, ter “instruções” do Estado chinês para instalar ‘backdoors’ (portas de acesso) em dispositivos móveis de quinta geração (5G), notando que isso seria “um suicídio” para a empresa. “As pessoas perguntam sempre qual é a relação entre a Huawei e o Estado chinês. É a mesma relação que têm outras empresas privadas ou internacionais que operam na China, como a Siemens ou a Nokia: temos de pagar os nossos impostos e respeitar as leis”, afirmou o representante chefe da Huawei para as instituições europeias, Abraham Liu. O responsável respondia a uma questão relacionada com acusações de espionagem que têm recaído sobre a tecnológica chinesa, nomeadamente sobre a alegada instalação de ‘backdoors’ em equipamentos 5G, num debate público promovido pelo Parlamento Europeu, em Bruxelas. “Nunca recebemos qualquer instrução para instalar ‘backdoors’ nos nossos equipamentos 5G”, vincou Abraham Liu, afastando, assim, “qualquer obrigação legal” para o fazer. E reforçou: “Como empresa privada […], não temos qualquer motivação para fazer algo desse género porque se o fizéssemos isso seria cometer suicídio”. “Nunca faríamos algo que pudesse pôr os dados pessoais dos nossos clientes em perigo”, salientou Abraham Liu. Na sua intervenção inicial, o responsável observou que “a Huawei tem sido um parceiro de confiança da Europa durante 20 anos”. “Temos crescido juntos, mas sabemos que ainda têm dúvidas sobre nós e, por isso, viemos ao Parlamento Europeu responder a todas as vossas questões”, adiantou Abraham Liu. Europa aberta O debate de quarta-feira foi organizado pelos eurodeputados Maria Grapini (dos socialistas europeus), Franc Bogovic (do Partido Popular Europeu), Bill Newton Dunn (do partido Renovar a Europa) e Jan Zahradil (dos conservadores e reformistas), em parceria com a tecnológica chinesa, e foi subordinado ao tema “Manter um ecossistema global aberto com a Huawei: uma perspectiva europeia”. Assumida como uma prioridade europeia desde 2016, a aposta no 5G já motivou também preocupações com a cibersegurança, tendo levado a Comissão Europeia, em Março deste ano, a fazer recomendações de actuação aos Estados-membros, permitindo-lhes desde logo excluir empresas ‘arriscadas’ dos seus mercados. Bruxelas pediu, também nessa altura, que cada país analisasse os riscos nacionais com o 5G, o que aconteceu até Junho passado, seguindo-se depois uma avaliação geral em toda a UE e a adopção de medidas comuns para mitigar estas ameaças, isto até final do ano. Nessa análise feita aos riscos nacionais, os Estados-membros detectaram a possibilidade de ocorrência de casos de espionagem ou de ciberataques vindos, nomeadamente, de países terceiros, segundo um relatório divulgado na semana passada. Apesar de Bruxelas rejeitar incidir no documento sobre uma determinada empresa ou sobre um determinado país, certo é que a tecnológica chinesa Huawei tem vindo a ser acusada, principalmente pelos Estados Unidos, de espionagem através das redes 5G. A Europa é o maior mercado da Huawei fora da China. De um total de 50 licenças que a empresa detém para o 5G, 28 são para operadoras europeias.
5G | Huawei nega ter “instruções” do Estado para espionagem Hoje Macau - 18 Out 2019 A rede 5G e a Huawei estiveram em debate no Parlamento Europeu esta quarta-feira. A gigante tecnológica chinesa voltou a rejeitar as acusações de espionagem lançadas pelos Estados Unidos, afirmando que se o fizesse estaria a cometer suicídio [dropcap]A[/dropcap] companhia tecnológica Huawei negou quarta-feira, num debate no Parlamento Europeu, ter “instruções” do Estado chinês para instalar ‘backdoors’ (portas de acesso) em dispositivos móveis de quinta geração (5G), notando que isso seria “um suicídio” para a empresa. “As pessoas perguntam sempre qual é a relação entre a Huawei e o Estado chinês. É a mesma relação que têm outras empresas privadas ou internacionais que operam na China, como a Siemens ou a Nokia: temos de pagar os nossos impostos e respeitar as leis”, afirmou o representante chefe da Huawei para as instituições europeias, Abraham Liu. O responsável respondia a uma questão relacionada com acusações de espionagem que têm recaído sobre a tecnológica chinesa, nomeadamente sobre a alegada instalação de ‘backdoors’ em equipamentos 5G, num debate público promovido pelo Parlamento Europeu, em Bruxelas. “Nunca recebemos qualquer instrução para instalar ‘backdoors’ nos nossos equipamentos 5G”, vincou Abraham Liu, afastando, assim, “qualquer obrigação legal” para o fazer. E reforçou: “Como empresa privada […], não temos qualquer motivação para fazer algo desse género porque se o fizéssemos isso seria cometer suicídio”. “Nunca faríamos algo que pudesse pôr os dados pessoais dos nossos clientes em perigo”, salientou Abraham Liu. Na sua intervenção inicial, o responsável observou que “a Huawei tem sido um parceiro de confiança da Europa durante 20 anos”. “Temos crescido juntos, mas sabemos que ainda têm dúvidas sobre nós e, por isso, viemos ao Parlamento Europeu responder a todas as vossas questões”, adiantou Abraham Liu. Europa aberta O debate de quarta-feira foi organizado pelos eurodeputados Maria Grapini (dos socialistas europeus), Franc Bogovic (do Partido Popular Europeu), Bill Newton Dunn (do partido Renovar a Europa) e Jan Zahradil (dos conservadores e reformistas), em parceria com a tecnológica chinesa, e foi subordinado ao tema “Manter um ecossistema global aberto com a Huawei: uma perspectiva europeia”. Assumida como uma prioridade europeia desde 2016, a aposta no 5G já motivou também preocupações com a cibersegurança, tendo levado a Comissão Europeia, em Março deste ano, a fazer recomendações de actuação aos Estados-membros, permitindo-lhes desde logo excluir empresas ‘arriscadas’ dos seus mercados. Bruxelas pediu, também nessa altura, que cada país analisasse os riscos nacionais com o 5G, o que aconteceu até Junho passado, seguindo-se depois uma avaliação geral em toda a UE e a adopção de medidas comuns para mitigar estas ameaças, isto até final do ano. Nessa análise feita aos riscos nacionais, os Estados-membros detectaram a possibilidade de ocorrência de casos de espionagem ou de ciberataques vindos, nomeadamente, de países terceiros, segundo um relatório divulgado na semana passada. Apesar de Bruxelas rejeitar incidir no documento sobre uma determinada empresa ou sobre um determinado país, certo é que a tecnológica chinesa Huawei tem vindo a ser acusada, principalmente pelos Estados Unidos, de espionagem através das redes 5G. A Europa é o maior mercado da Huawei fora da China. De um total de 50 licenças que a empresa detém para o 5G, 28 são para operadoras europeias.
Música tradicional de Xangai e artistas locais abrilhantam fim-de-semana João Luz - 18 Out 2019 [dropcap]O[/dropcap] magnífico cenário da Casa do Mandarim será palco para os concertos a cargo da Sociedade de Música Tradicional de Xangai, marcados para as 20h de sexta-feira a domingo. O espectáculo faz parte do cartaz do Festival Internacional de Música de Macau. O tipo de música em questão é designado como jiangnan sizhu, um estilo tradicional de música tradicional instrumental da província de Jiangnan. Este tipo de expressão cultural foi inscrito na Lista Nacional do Património Cultural Imaterial. “Estabelecida na década de 1940, a Sociedade de Música Tradicional de Xangai é uma organização musical chinesa não governamental fundada por Sun Yude, um aprendiz de Wang Yuting, famoso músico de pipa. No início da sua carreira, Sun era conhecido pelas suas apresentações de pipa e, também, por ser um exímio intérprete de dongxiao, sendo considerado, na China e no exterior, o ‘Rei do Dongxiao’”, lê-se no comunicado do Instituto Cultural (IC). O IC refere ainda que a “Sociedade de Música Tradicional de Xangai pretende preservar as músicas tradicionais de Jiangnan Sizhu e manter os seus ritmos e temperamentos elegantes e suaves”. O preço dos ingressos é 150 patacas. Juventude solista Outra proposta cultural para este fim-de-semana é o concerto Bravo Macau!, marcado para o próximo sábado, às 20h, no Teatro Dom Pedro V. O Bravo Macau! é uma plataforma que pretende mostrar o talento das “jovens estrelas da música local”. Desta feita, a iniciativa leva ao palco dois jovens músicos que apresentam música tradicional chinesa. Choi Hio Lam é uma das jovens estrelas que subirá ao palco do Teatro Dom Pedro V. A artista “formou-se na Escola Secundária Pui Ching de Macau, em 2017, e foi a primeira aluna recomendada pela escola para admissão directa ao Conservatório Central de Música”. O outro elemento que toca no sábado é Fang Teng. “Em 2014, ganhou o primeiro prémio da categoria avançada de solo de erhu no Concurso para Jovens Músicos de Macau. Fez uma digressão com a Orquestra Chinesa de Macau como músico convidado e toca, frequentemente, com a Orquestra Chinesa da Radiodifusão da China e com o Ensemble de Música e Dança da China”. Os solistas vão ser acompanhados por Yang Xiaofan (Piano), Kuan Mei Ian (Percussão) e Chen Hui Xin (Yangqin). Os bilhetes para o concerto têm um preço que varia entre as 120 e as 150 patacas.
Música | Bandas como os TFBoys promovem nacionalismo através da Pop João Luz - 18 Out 2019 A boy band chinesa TFBoys é a materialização do soft power do regime de Pequim. Com uma mensagem baseada na propaganda nacionalista do partido, a banda tornou-se num fenómeno de popularidade, com 200 milhões de seguidores no Weibo [dropcap]E[/dropcap]m cima de uma sonoridade que podia ser banda sonora dos “Morangos com Açúcar”, os TFBoys cantam, desde o início da carreira, músicas sancionadas e patrocinadas por Pequim que promovem o nacionalismo. Exemplo disso mesmo é a muitíssima popular versão de “We Are the Heirs of Communism”, que em tradução livre para português será qualquer coisa como “Somos os herdeiros do comunismo”. “A Liga da Juventude Comunista da China tem usado ídolos de pop para atrair os mais jovens e nós sabemos disso. Mas para os nossos ídolos sobreviverem no mercado e terem sucesso, isto é o que têm de fazer. Portanto, nós publicamos comentários patrióticos nos seus posts”, diz Linda Li citada pelo South China Morning Post. Para a jovem de 19 anos, que estuda numa universidade australiana, apoiar a sua banda favorita vai muito além de comprar música ou ir a concertos. Ser fã dos TFBoys significa publicar mensagens nacionalistas pro-China nas redes sociais, mais recentemente a favor do Executivo de Carrie Lam e contra o movimento pró-democrata de Hong Kong. A banda, cujo nome significa The Fighting Boys, marca presença regular em eventos do Partido Comunista Chinês e aparece regularmente nos média estatais. Além disso, um dos membros da boy band participou em 2015 na conferência “Juventude Excelente”, organizada pela Liga da Juventude Comunista de onde nasceram personalidades de relevo da política chinesa como Hu Jintao. Fenómeno de popularidade A fama dos TFBoys ultrapassa as fronteiras da China e vai até onde estiver um jovem chinês. Depois de completar um ano de carreira, o trio já era um dos fenómenos de popularidade, principalmente com o sucesso do single “Manual of Youth”. O valor comercial estimado dos TFBoys é de 430 milhões de dólares, uma loucura consumada pelas vendas de merchandising que, por cada elemento da banda, atingem 17 milhões de dólares por mês. Um produto da campanha nacionalista de Xi Jinping, a fama da mais popular banda chinesa alastrou pela Ásia. Um dos grupos vietnamitas de Facebook dos TFBoys tem 170 mil seguidores. Outro grupo de Taiwan tem mais de 60 mil fãs, a página Twitter de seguidores tailandeses é acompanhada por mais de 31 mil pessoas. As vidas dos membros dos TFBoys transformaram-se em exemplos para gerações de jovens chineses. Além de difusores da propaganda partidária, as jovens estrelas precisam manter uma aparência social de role-models. Papel que foi colocado em causa há 6 meses quando Roy Wang foi apanhado a fumar num restaurante em Pequim. O jovem que havia sido distinguido como uma das figuras públicas mais socialmente responsável, provocou uma enorme convulsão mediática depois da divulgação da imagem em que é visto a fumar. Como não poderia deixar de ser, Wang recorreu à plataforma digital Weibo, onde tem mais de 72 milhões de seguidores, para pedir desculpas. “Este incidente fez-me reflectir profundamente no meu comportamento e em quem eu sou. Estou muito arrependido e envergonhado pelo impacto social negativo que possa ter criado”, declarou à altura a jovem estrela. Cantar o amor à nação A boy band chinesa TFBoys é a materialização do soft power do regime de Pequim. Com uma mensagem baseada na propaganda nacionalista do partido, a banda tornou-se num fenómeno de popularidade, com 200 milhões de seguidores no Weibo Em cima de uma sonoridade que podia ser banda sonora dos “Morangos com Açúcar”, os TFBoys cantam, desde o início da carreira, músicas sancionadas e patrocinadas por Pequim que promovem o nacionalismo. Exemplo disso mesmo é a muitíssima popular versão de “We Are the Heirs of Communism”, que em tradução livre para português será qualquer coisa como “Somos os herdeiros do comunismo”. “A Liga da Juventude Comunista da China tem usado ídolos de pop para atrair os mais jovens e nós sabemos disso. Mas para os nossos ídolos sobreviverem no mercado e terem sucesso, isto é o que têm de fazer. Portanto, nós publicamos comentários patrióticos nos seus posts”, diz Linda Li citada pelo South China Morning Post. Para a jovem de 19 anos, que estuda numa universidade australiana, apoiar a sua banda favorita vai muito além de comprar música ou ir a concertos. Ser fã dos TFBoys significa publicar mensagens nacionalistas pro-China nas redes sociais, mais recentemente a favor do Executivo de Carrie Lam e contra o movimento pró-democrata de Hong Kong. A banda, cujo nome significa The Fighting Boys, marca presença regular em eventos do Partido Comunista Chinês e aparece regularmente nos média estatais. Além disso, um dos membros da boy band participou em 2015 na conferência “Juventude Excelente”, organizada pela Liga da Juventude Comunista de onde nasceram personalidades de relevo da política chinesa como Hu Jintao. Fenómeno de popularidade A fama dos TFBoys ultrapassa as fronteiras da China e vai até onde estiver um jovem chinês. Depois de completar um ano de carreira, o trio já era um dos fenómenos de popularidade, principalmente com o sucesso do single “Manual of Youth”. O valor comercial estimado dos TFBoys é de 430 milhões de dólares, uma loucura consumada pelas vendas de merchandising que, por cada elemento da banda, atingem 17 milhões de dólares por mês. Um produto da campanha nacionalista de Xi Jinping, a fama da mais popular banda chinesa alastrou pela Ásia. Um dos grupos vietnamitas de Facebook dos TFBoys tem 170 mil seguidores. Outro grupo de Taiwan tem mais de 60 mil fãs, a página Twitter de seguidores tailandeses é acompanhada por mais de 31 mil pessoas. As vidas dos membros dos TFBoys transformaram-se em exemplos para gerações de jovens chineses. Além de difusores da propaganda partidária, as jovens estrelas precisam manter uma aparência social de role-models. Papel que foi colocado em causa há 6 meses quando Roy Wang foi apanhado a fumar num restaurante em Pequim. O jovem que havia sido distinguido como uma das figuras públicas mais socialmente responsável, provocou uma enorme convulsão mediática depois da divulgação da imagem em que é visto a fumar. Como não poderia deixar de ser, Wang recorreu à plataforma digital Weibo, onde tem mais de 72 milhões de seguidores, para pedir desculpas. “Este incidente fez-me reflectir profundamente no meu comportamento e em quem eu sou. Estou muito arrependido e envergonhado pelo impacto social negativo que possa ter criado”, declarou à altura a jovem estrela.
Música | Bandas como os TFBoys promovem nacionalismo através da Pop João Luz - 18 Out 2019 A boy band chinesa TFBoys é a materialização do soft power do regime de Pequim. Com uma mensagem baseada na propaganda nacionalista do partido, a banda tornou-se num fenómeno de popularidade, com 200 milhões de seguidores no Weibo [dropcap]E[/dropcap]m cima de uma sonoridade que podia ser banda sonora dos “Morangos com Açúcar”, os TFBoys cantam, desde o início da carreira, músicas sancionadas e patrocinadas por Pequim que promovem o nacionalismo. Exemplo disso mesmo é a muitíssima popular versão de “We Are the Heirs of Communism”, que em tradução livre para português será qualquer coisa como “Somos os herdeiros do comunismo”. “A Liga da Juventude Comunista da China tem usado ídolos de pop para atrair os mais jovens e nós sabemos disso. Mas para os nossos ídolos sobreviverem no mercado e terem sucesso, isto é o que têm de fazer. Portanto, nós publicamos comentários patrióticos nos seus posts”, diz Linda Li citada pelo South China Morning Post. Para a jovem de 19 anos, que estuda numa universidade australiana, apoiar a sua banda favorita vai muito além de comprar música ou ir a concertos. Ser fã dos TFBoys significa publicar mensagens nacionalistas pro-China nas redes sociais, mais recentemente a favor do Executivo de Carrie Lam e contra o movimento pró-democrata de Hong Kong. A banda, cujo nome significa The Fighting Boys, marca presença regular em eventos do Partido Comunista Chinês e aparece regularmente nos média estatais. Além disso, um dos membros da boy band participou em 2015 na conferência “Juventude Excelente”, organizada pela Liga da Juventude Comunista de onde nasceram personalidades de relevo da política chinesa como Hu Jintao. Fenómeno de popularidade A fama dos TFBoys ultrapassa as fronteiras da China e vai até onde estiver um jovem chinês. Depois de completar um ano de carreira, o trio já era um dos fenómenos de popularidade, principalmente com o sucesso do single “Manual of Youth”. O valor comercial estimado dos TFBoys é de 430 milhões de dólares, uma loucura consumada pelas vendas de merchandising que, por cada elemento da banda, atingem 17 milhões de dólares por mês. Um produto da campanha nacionalista de Xi Jinping, a fama da mais popular banda chinesa alastrou pela Ásia. Um dos grupos vietnamitas de Facebook dos TFBoys tem 170 mil seguidores. Outro grupo de Taiwan tem mais de 60 mil fãs, a página Twitter de seguidores tailandeses é acompanhada por mais de 31 mil pessoas. As vidas dos membros dos TFBoys transformaram-se em exemplos para gerações de jovens chineses. Além de difusores da propaganda partidária, as jovens estrelas precisam manter uma aparência social de role-models. Papel que foi colocado em causa há 6 meses quando Roy Wang foi apanhado a fumar num restaurante em Pequim. O jovem que havia sido distinguido como uma das figuras públicas mais socialmente responsável, provocou uma enorme convulsão mediática depois da divulgação da imagem em que é visto a fumar. Como não poderia deixar de ser, Wang recorreu à plataforma digital Weibo, onde tem mais de 72 milhões de seguidores, para pedir desculpas. “Este incidente fez-me reflectir profundamente no meu comportamento e em quem eu sou. Estou muito arrependido e envergonhado pelo impacto social negativo que possa ter criado”, declarou à altura a jovem estrela. Cantar o amor à nação A boy band chinesa TFBoys é a materialização do soft power do regime de Pequim. Com uma mensagem baseada na propaganda nacionalista do partido, a banda tornou-se num fenómeno de popularidade, com 200 milhões de seguidores no Weibo Em cima de uma sonoridade que podia ser banda sonora dos “Morangos com Açúcar”, os TFBoys cantam, desde o início da carreira, músicas sancionadas e patrocinadas por Pequim que promovem o nacionalismo. Exemplo disso mesmo é a muitíssima popular versão de “We Are the Heirs of Communism”, que em tradução livre para português será qualquer coisa como “Somos os herdeiros do comunismo”. “A Liga da Juventude Comunista da China tem usado ídolos de pop para atrair os mais jovens e nós sabemos disso. Mas para os nossos ídolos sobreviverem no mercado e terem sucesso, isto é o que têm de fazer. Portanto, nós publicamos comentários patrióticos nos seus posts”, diz Linda Li citada pelo South China Morning Post. Para a jovem de 19 anos, que estuda numa universidade australiana, apoiar a sua banda favorita vai muito além de comprar música ou ir a concertos. Ser fã dos TFBoys significa publicar mensagens nacionalistas pro-China nas redes sociais, mais recentemente a favor do Executivo de Carrie Lam e contra o movimento pró-democrata de Hong Kong. A banda, cujo nome significa The Fighting Boys, marca presença regular em eventos do Partido Comunista Chinês e aparece regularmente nos média estatais. Além disso, um dos membros da boy band participou em 2015 na conferência “Juventude Excelente”, organizada pela Liga da Juventude Comunista de onde nasceram personalidades de relevo da política chinesa como Hu Jintao. Fenómeno de popularidade A fama dos TFBoys ultrapassa as fronteiras da China e vai até onde estiver um jovem chinês. Depois de completar um ano de carreira, o trio já era um dos fenómenos de popularidade, principalmente com o sucesso do single “Manual of Youth”. O valor comercial estimado dos TFBoys é de 430 milhões de dólares, uma loucura consumada pelas vendas de merchandising que, por cada elemento da banda, atingem 17 milhões de dólares por mês. Um produto da campanha nacionalista de Xi Jinping, a fama da mais popular banda chinesa alastrou pela Ásia. Um dos grupos vietnamitas de Facebook dos TFBoys tem 170 mil seguidores. Outro grupo de Taiwan tem mais de 60 mil fãs, a página Twitter de seguidores tailandeses é acompanhada por mais de 31 mil pessoas. As vidas dos membros dos TFBoys transformaram-se em exemplos para gerações de jovens chineses. Além de difusores da propaganda partidária, as jovens estrelas precisam manter uma aparência social de role-models. Papel que foi colocado em causa há 6 meses quando Roy Wang foi apanhado a fumar num restaurante em Pequim. O jovem que havia sido distinguido como uma das figuras públicas mais socialmente responsável, provocou uma enorme convulsão mediática depois da divulgação da imagem em que é visto a fumar. Como não poderia deixar de ser, Wang recorreu à plataforma digital Weibo, onde tem mais de 72 milhões de seguidores, para pedir desculpas. “Este incidente fez-me reflectir profundamente no meu comportamento e em quem eu sou. Estou muito arrependido e envergonhado pelo impacto social negativo que possa ter criado”, declarou à altura a jovem estrela.
Presidente do BNU confia na resiliência da economia de Macau para superar recessão Hoje Macau - 18 Out 2019 [dropcap]O[/dropcap] presidente do BNU em Macau expressou ontem à Lusa confiança na “resiliente” economia de Macau para superar a recessão prevista pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2019 e 2020. “A economia de Macau é muito resiliente, (…) portanto, estou razoavelmente confiante” que a situação seja ultrapassada e não exista um impacto negativo no emprego e no crédito malparado da banca, defendeu Carlos Álvares. “Não há dívida (…), Macau tem um fundo de reserva na casa dos 60 mil milhões de euros e, portanto, pode aumentar os gastos públicos para compensar um bocadinho os eventuais investimentos privados que possam não ocorrer”, afirmou. O líder do BNU lembrou que “há cinco anos, quando as receitas do jogo caíram para metade, os níveis do desemprego não aumentaram, o Governo continuou a registar superavits” e que “não houve acréscimo de rácios malparados no sector financeiro”. Tal, reiterou, demonstra a resiliência da economia de Macau “a este tipo de oscilações”, ressalvando, contudo, o facto de estar “ainda muito baseada no jogo”, apesar dos “grandes esforços para [garantir] a sua diversificação”. Na terça-feira, o FMI reviu em baixa as previsões no relatório Perspetivas Económicas Globais para Macau este ano, antecipando agora uma recessão de 1,3 por cento e nova contração da economia, de 1,1 por cento, em 2020. Adubo negocial O BNU e o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) assinaram ontem um acordo para aumentar os negócios entre a China e os países lusófonos, disse à Lusa o presidente da instituição bancária. Carlos Álvares explicou que “o grande objectivo é aumentar o volume de negócios e de investimento entre os países de expressão portuguesa e a China, utilizando Macau como uma plataforma”, falando à margem da Feira Internacional de Macau e da Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa, que começou ontem. “Já celebrámos protocolos com outras entidades, com entidades bancárias e achamos que celebrar este entendimento com o IPIM pode ser uma mais-valia para as empresas portuguesas, para as empresas de expressão portuguesa e para as empresas, fundamentalmente, das nove cidades da Grande Baía que estão aqui mais próximas em termos de possibilidade de concretização e realização de negócios”, acrescentou. O responsável frisou que “o BNU faz parte de um grupo, a Caixa Geral de Depósitos [CGD], o maior banco em Portugal, e que (…) está em primeiro em cinco dos países de expressão portuguesa”. “Congregando estes esforços entre a CGD em países de expressão portuguesa e em Portugal, BNU (…), IPIM aqui em Macau e outros bancos chineses (…) será possível com certeza aumentar o volume de negócios entre estes países”, bem como “o volume de investimento”, garantiu. “O que nós sentimos é que se trabalharmos em conjunto com outras entidades que têm objectivos semelhantes é possível fazer mais”, concluiu.
Controlo sanitário animal | Concluída proposta para impedir epidemias João Luz - 18 Out 2019 [dropcap]O[/dropcap] Conselho Executivo apresentou ontem a proposta para de lei de controlo sanitário animal, um diploma que tem como objectivo impedir a propagação de epidemias que afectem animais. A legislação tem como objectivo harmonizar o ordenamento jurídico de Macau com os padrões internacionais de forma a tornar o território numa zona livre de doenças epizoóticas, como a raiva, assegurar a saúde pública. Para já, serão organizadas actividades de divulgação e depois o diploma será submetido à Assembleia Legislativa. De acordo com uma representante do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), já estão listadas 80 doenças e a aprovação do diploma vai aumentar a confiança de outros países quando receberam animais provenientes de Macau. A proposta de lei obriga veterinários e clínicas veterinárias a avisar o IAM, num período de 24 horas depois de identificado um animal infectado. Deve ainda reter o animal, ou o seu cadáver, em local adequado até à chegada do pessoal do IAM. Está previsto também que o Chefe do Executivo possa declarar uma zona infectada e aplicar medidas especiais, como por exemplo, isolamento ou imposição de restrições ou condicionar a movimentação de animais infectados, ou que se suspeitem estarem infectados. O Chefe do Executivo pode ainda proibir a entrada na RAEM de animais provenientes de países ou regiões com ocorrência, surto ou prevalência de doenças epizoóticas; impor restrições ou proibição de venda ou utilização de objectos causadores ou susceptíveis de provocar a ocorrência ou propagação de doenças epizoóticas, ou destruição destes objectos. Quem não cumprir estas obrigações incorre no crime de desobediência. Caso o desrespeito incida sobre medidas especiais ditadas pelo Chefe do Executivo, o crime passa a desobediência qualificada. Se for cometido por pessoa colectiva, a penalização é aplicação de multa até 240 dias.
Controlo sanitário animal | Concluída proposta para impedir epidemias João Luz - 18 Out 2019 [dropcap]O[/dropcap] Conselho Executivo apresentou ontem a proposta para de lei de controlo sanitário animal, um diploma que tem como objectivo impedir a propagação de epidemias que afectem animais. A legislação tem como objectivo harmonizar o ordenamento jurídico de Macau com os padrões internacionais de forma a tornar o território numa zona livre de doenças epizoóticas, como a raiva, assegurar a saúde pública. Para já, serão organizadas actividades de divulgação e depois o diploma será submetido à Assembleia Legislativa. De acordo com uma representante do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), já estão listadas 80 doenças e a aprovação do diploma vai aumentar a confiança de outros países quando receberam animais provenientes de Macau. A proposta de lei obriga veterinários e clínicas veterinárias a avisar o IAM, num período de 24 horas depois de identificado um animal infectado. Deve ainda reter o animal, ou o seu cadáver, em local adequado até à chegada do pessoal do IAM. Está previsto também que o Chefe do Executivo possa declarar uma zona infectada e aplicar medidas especiais, como por exemplo, isolamento ou imposição de restrições ou condicionar a movimentação de animais infectados, ou que se suspeitem estarem infectados. O Chefe do Executivo pode ainda proibir a entrada na RAEM de animais provenientes de países ou regiões com ocorrência, surto ou prevalência de doenças epizoóticas; impor restrições ou proibição de venda ou utilização de objectos causadores ou susceptíveis de provocar a ocorrência ou propagação de doenças epizoóticas, ou destruição destes objectos. Quem não cumprir estas obrigações incorre no crime de desobediência. Caso o desrespeito incida sobre medidas especiais ditadas pelo Chefe do Executivo, o crime passa a desobediência qualificada. Se for cometido por pessoa colectiva, a penalização é aplicação de multa até 240 dias.
IC | Cemitério de S. Miguel Arcanjo na lista de bens classificados João Luz - 18 Out 2019 O Instituto Cultural vai iniciar o processo de classificação de nove bens imóveis, lista que inclui o Templo de Sin Fong, o Cemitério de S. Miguel Arcanjo e a Feira do Carmo. A consulta pública sobre a matéria demonstrou que 90 por cento da população concorda com a classificação destes bens [dropcap]O[/dropcap] Conselho Executivo concluiu a discussão quanto ao regulamento administrativo de “classificação do 2º grupo de bens imóveis”, que tem por objectivo salvaguardar os imóveis de elevado valor cultural que ainda não integram a lista do património a preservar. O conjunto de nove locais a conservar inclui três monumentos propostos para classificação. A saber, as Ruínas do Colégio de S. Paulo, antigo muro situado na Rua de D. Belchior Carneiro, o Posto do Guarda Nocturno (Patane), na Rua da Palmeira, em Macau e o Templo de Sin Fong sito na Travessa de Coelho do Amaral. Estes dois últimos exemplos, são imóveis cujos proprietários são privados. O porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, referiu ontem que a responsabilidade pela manutenção dos imóveis privados cabe aos proprietários. Nesse aspecto, Leong Wai Man, vice-directora do Instituto Cultural (IC), acrescentou que esses proprietários “podem de acordo com a lei pedir o apoio necessário do IC, desde que respeitem os requisitos e exigências da lei”, dando com o exemplo o trabalho já feito no Posto do Guarda Nocturno e o Templo de Sin Fong. A lista prossegue com os seguintes edifícios de interesse arquitectónico: o edifício na Calçada do Gaio, n.º6, que alberga a sede do Instituto de Estudos Europeus, o edifício de dois pisos na Estrada da Vitória onde funciona o Centro do Bom Pastor e, finalmente, a Casa Moosa, um imóvel que serve de habitação a uma família de origem indiana proprietária do imóvel desde o século XIX. A classificar A lista termina com três sítios a classificar. O Cemitério de S. Miguel Arcanjo, derradeira morada do poeta Camilo Pessanha, o antigo mercado do Tarrafeiro e a Feira do Carmo, onde funcionava o antigo Mercado Municipal da Taipa. Neste caso, como o Cemitério de S. Miguel Arcanjo e a Feira do Carmo são propriedade da RAEM, faz com que a manutenção e reparação esteja a cargo o Executivo. A oficialização da classificação desta lista inclui bens imóveis que não se encontram dentro do centro histórico. Ainda assim, Leong Wai Man esclareceu que “estando ou não no centro histórico, um imóvel classificado tem praticamente as mesmas exigências de reparação e conservação, manutenção”.
IC | Cemitério de S. Miguel Arcanjo na lista de bens classificados João Luz - 18 Out 2019 O Instituto Cultural vai iniciar o processo de classificação de nove bens imóveis, lista que inclui o Templo de Sin Fong, o Cemitério de S. Miguel Arcanjo e a Feira do Carmo. A consulta pública sobre a matéria demonstrou que 90 por cento da população concorda com a classificação destes bens [dropcap]O[/dropcap] Conselho Executivo concluiu a discussão quanto ao regulamento administrativo de “classificação do 2º grupo de bens imóveis”, que tem por objectivo salvaguardar os imóveis de elevado valor cultural que ainda não integram a lista do património a preservar. O conjunto de nove locais a conservar inclui três monumentos propostos para classificação. A saber, as Ruínas do Colégio de S. Paulo, antigo muro situado na Rua de D. Belchior Carneiro, o Posto do Guarda Nocturno (Patane), na Rua da Palmeira, em Macau e o Templo de Sin Fong sito na Travessa de Coelho do Amaral. Estes dois últimos exemplos, são imóveis cujos proprietários são privados. O porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, referiu ontem que a responsabilidade pela manutenção dos imóveis privados cabe aos proprietários. Nesse aspecto, Leong Wai Man, vice-directora do Instituto Cultural (IC), acrescentou que esses proprietários “podem de acordo com a lei pedir o apoio necessário do IC, desde que respeitem os requisitos e exigências da lei”, dando com o exemplo o trabalho já feito no Posto do Guarda Nocturno e o Templo de Sin Fong. A lista prossegue com os seguintes edifícios de interesse arquitectónico: o edifício na Calçada do Gaio, n.º6, que alberga a sede do Instituto de Estudos Europeus, o edifício de dois pisos na Estrada da Vitória onde funciona o Centro do Bom Pastor e, finalmente, a Casa Moosa, um imóvel que serve de habitação a uma família de origem indiana proprietária do imóvel desde o século XIX. A classificar A lista termina com três sítios a classificar. O Cemitério de S. Miguel Arcanjo, derradeira morada do poeta Camilo Pessanha, o antigo mercado do Tarrafeiro e a Feira do Carmo, onde funcionava o antigo Mercado Municipal da Taipa. Neste caso, como o Cemitério de S. Miguel Arcanjo e a Feira do Carmo são propriedade da RAEM, faz com que a manutenção e reparação esteja a cargo o Executivo. A oficialização da classificação desta lista inclui bens imóveis que não se encontram dentro do centro histórico. Ainda assim, Leong Wai Man esclareceu que “estando ou não no centro histórico, um imóvel classificado tem praticamente as mesmas exigências de reparação e conservação, manutenção”.
Cáritas | Paul Pun quer angariar mais de oito milhões de patacas Hoje Macau - 18 Out 2019 [dropcap]A[/dropcap] 50a edição do Bazar de Caridade de Caritas Macau terá lugar nos dias 2 e 3 de Novembro no Centro Náutico do Lago Nam Van e no espaço Anim’Arte Nam Van. O secretário-geral da Cáritas, Paul Pun, disse ontem que o evento tem como objectivo angariar fundos no valor de 8 milhões de patacas que serão aplicados na prestação de serviços sociais. Além disso, os fundos obtidos também serão utilizados na construção de lares de idosos e no prolongamento do serviço “Good Take Express”, a fim de aliviar a pressão das famílias necessitadas. O tema deste ano do bazar anual da Cáritas é “With Love, We Come Together”. Além de haver mais de 90 tendas de jogos, comidas e venda de produtos, o evento também contém espectáculos de artes performativas organizados por institutos públicos e privados, escolas e empresas. Os bilhetes para o sorteio serão vendidos a partir de hoje até ao dia 3 de Novembro pelo valor de dez patacas.
Cáritas | Paul Pun quer angariar mais de oito milhões de patacas Hoje Macau - 18 Out 2019 [dropcap]A[/dropcap] 50a edição do Bazar de Caridade de Caritas Macau terá lugar nos dias 2 e 3 de Novembro no Centro Náutico do Lago Nam Van e no espaço Anim’Arte Nam Van. O secretário-geral da Cáritas, Paul Pun, disse ontem que o evento tem como objectivo angariar fundos no valor de 8 milhões de patacas que serão aplicados na prestação de serviços sociais. Além disso, os fundos obtidos também serão utilizados na construção de lares de idosos e no prolongamento do serviço “Good Take Express”, a fim de aliviar a pressão das famílias necessitadas. O tema deste ano do bazar anual da Cáritas é “With Love, We Come Together”. Além de haver mais de 90 tendas de jogos, comidas e venda de produtos, o evento também contém espectáculos de artes performativas organizados por institutos públicos e privados, escolas e empresas. Os bilhetes para o sorteio serão vendidos a partir de hoje até ao dia 3 de Novembro pelo valor de dez patacas.
TUI | Académico diz que não bastam “interesses” da polícia para negar protesto Andreia Sofia Silva e João Santos Filipe - 18 Out 2019 Carlos Vieira de Andrade, professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, defende que os interesses das autoridades policiais não seriam suficientes para negar a realização de um protesto contra a actuação da polícia de Hong Kong, caso fossem os tribunais europeus e portugueses a decidir [dropcap]P[/dropcap]rofessor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC) nas áreas do Direito Constitucional e Administrativo Geral, Carlos Vieira de Andrade surge citado no acórdão do Tribunal de Última Instância (TUI) no que diz respeito a eventuais limitações de direitos fundamentais. O documento em causa diz respeito à proibição da realização de um protesto contra a actuação policial de Hong Kong. Contudo, Vieira de Andrade, em resposta ao HM, contesta a decisão dos juízes do TUI, alertando para o facto de os interesses das autoridades policiais não serem suficientes para recusar a realização de um protesto. “Se a questão fosse decidida pelos tribunais em Portugal ou na Europa, os interesses invocados pela autoridade policial não seriam seguramente suficientes para justificar a proibição.” No acórdão do TUI, lê-se que “entende o Professor Vieira de Andrade que o exercício de direitos fundamentais só pode ser limitado quando se pretende salvaguardar outro valor ou interesse igualmente tutelado pela Constituição.1”. O professor catedrático recorda que “não há dúvida de que os direitos fundamentais não são absolutos e as liberdades podem ser limitadas para a salvaguarda de outros direitos ou valores constitucionais, como, por exemplo, a ordem pública e a segurança, desde que se respeite o princípio da proporcionalidade, isto é, desde que a medida restritiva (recusa de autorização ou proibição de manifestação) seja adequada, necessária e proporcionada.” No concreto Para Vieira de Andrade, “o critério abstracto definido pelo tribunal, fundado na citação que me é atribuída, está correcto. O juízo é, porém, feito pelos juízes nas circunstâncias do caso concreto.” Circunstâncias essas que passam por “saber se a não interferência nos assuntos de Hong Kong e a preservação da imagem da polícia da RAEHK constituem interesses públicos fundamentais da RAEM”, além de “saber se, ainda que o sejam, a crítica política é admissível na ponderação desses interesses com a liberdade de manifestação”. Vieira de Andrade destaca ainda que “a competência para aplicação das normas constitucionais pertence aos tribunais de Macau”. O protesto em causa tinha como objectivo “exortar os órgãos policiais (sobretudo de Hong Kong)” a respeitarem a Convenção contra a Tortura. A decisão do TUI foi bastante contestada no território, não só pelos activistas pró-democracia que pretendiam organizar o protesto como por alguns advogados. Jason Chao, ligado à Associação Novo Macau, disse mesmo que a decisão do TUI acabou por dar mais poderes à polícia para decidir o tipo de protestos que se realizam no território. “A parte mais perigosa do acórdão é que o TUI tornou as decisões oficiais [de instituições públicas] um pré-requisito para as pessoas poderem exercer o direito à manifestação. Esta decisão garante de forma efectiva poderes sem qualquer restrição à polícia de Macau para exercer censura com bases nos temas das manifestações e reuniões, de uma forma […] que pode ser considerada ‘contra a própria lei’.” Também o presidente da Ordem dos Advogados de Hong Kong, Philip John Dykes, afirmou, em entrevista ao portal informativo Macau News Agency, que a argumentação do TUI que impediu a manifestação a condenar a polícia de Hong Kong “não é lógica”. Segundo o causídico, o artigo 27 da Lei Básica de Macau garante o direito de protesto e manifestação e a autorização desta não implica um apoio do Executivo à causa: “Não consigo entender como é que o meu protesto contra uma coisa, que me diz respeito noutra jurisdição, pode ser visto como um apoio de terceiros em outra jurisdição”, rematou.
TUI | Académico diz que não bastam “interesses” da polícia para negar protesto Andreia Sofia Silva e João Santos Filipe - 18 Out 2019 Carlos Vieira de Andrade, professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, defende que os interesses das autoridades policiais não seriam suficientes para negar a realização de um protesto contra a actuação da polícia de Hong Kong, caso fossem os tribunais europeus e portugueses a decidir [dropcap]P[/dropcap]rofessor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC) nas áreas do Direito Constitucional e Administrativo Geral, Carlos Vieira de Andrade surge citado no acórdão do Tribunal de Última Instância (TUI) no que diz respeito a eventuais limitações de direitos fundamentais. O documento em causa diz respeito à proibição da realização de um protesto contra a actuação policial de Hong Kong. Contudo, Vieira de Andrade, em resposta ao HM, contesta a decisão dos juízes do TUI, alertando para o facto de os interesses das autoridades policiais não serem suficientes para recusar a realização de um protesto. “Se a questão fosse decidida pelos tribunais em Portugal ou na Europa, os interesses invocados pela autoridade policial não seriam seguramente suficientes para justificar a proibição.” No acórdão do TUI, lê-se que “entende o Professor Vieira de Andrade que o exercício de direitos fundamentais só pode ser limitado quando se pretende salvaguardar outro valor ou interesse igualmente tutelado pela Constituição.1”. O professor catedrático recorda que “não há dúvida de que os direitos fundamentais não são absolutos e as liberdades podem ser limitadas para a salvaguarda de outros direitos ou valores constitucionais, como, por exemplo, a ordem pública e a segurança, desde que se respeite o princípio da proporcionalidade, isto é, desde que a medida restritiva (recusa de autorização ou proibição de manifestação) seja adequada, necessária e proporcionada.” No concreto Para Vieira de Andrade, “o critério abstracto definido pelo tribunal, fundado na citação que me é atribuída, está correcto. O juízo é, porém, feito pelos juízes nas circunstâncias do caso concreto.” Circunstâncias essas que passam por “saber se a não interferência nos assuntos de Hong Kong e a preservação da imagem da polícia da RAEHK constituem interesses públicos fundamentais da RAEM”, além de “saber se, ainda que o sejam, a crítica política é admissível na ponderação desses interesses com a liberdade de manifestação”. Vieira de Andrade destaca ainda que “a competência para aplicação das normas constitucionais pertence aos tribunais de Macau”. O protesto em causa tinha como objectivo “exortar os órgãos policiais (sobretudo de Hong Kong)” a respeitarem a Convenção contra a Tortura. A decisão do TUI foi bastante contestada no território, não só pelos activistas pró-democracia que pretendiam organizar o protesto como por alguns advogados. Jason Chao, ligado à Associação Novo Macau, disse mesmo que a decisão do TUI acabou por dar mais poderes à polícia para decidir o tipo de protestos que se realizam no território. “A parte mais perigosa do acórdão é que o TUI tornou as decisões oficiais [de instituições públicas] um pré-requisito para as pessoas poderem exercer o direito à manifestação. Esta decisão garante de forma efectiva poderes sem qualquer restrição à polícia de Macau para exercer censura com bases nos temas das manifestações e reuniões, de uma forma […] que pode ser considerada ‘contra a própria lei’.” Também o presidente da Ordem dos Advogados de Hong Kong, Philip John Dykes, afirmou, em entrevista ao portal informativo Macau News Agency, que a argumentação do TUI que impediu a manifestação a condenar a polícia de Hong Kong “não é lógica”. Segundo o causídico, o artigo 27 da Lei Básica de Macau garante o direito de protesto e manifestação e a autorização desta não implica um apoio do Executivo à causa: “Não consigo entender como é que o meu protesto contra uma coisa, que me diz respeito noutra jurisdição, pode ser visto como um apoio de terceiros em outra jurisdição”, rematou.
Bolsa de valores | Mercado internacional em estudo Hoje Macau - 18 Out 2019 [dropcap]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças disse ontem que a viabilidade de estabelecer uma bolsa de valores em Macau depende de estudos sobre o mercado internacional, questões jurídicas, formação de quadros e fiscalização. Lionel Leong afirmou que, além de ser apreciada a realidade local, é preciso “estudar o mercado internacional”, bem como avaliar questões que vão desde o enquadramento jurídico e a formação de quadros, até à respectiva fiscalização da actividade. Em declarações feitas à margem da inauguração da Feira Internacional de Macau e da Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa, o governante deu como exemplo a recente visita a Portugal, durante a qual foram observadas “entidades congéneres”, para se perceber “o que fazem e o tipo de apoio que podem dar”. Elementos que, considerou, vão contribuir para se tomar uma decisão ponderada sobre a criação de um mercado bolsista no território.
Bolsa de valores | Mercado internacional em estudo Hoje Macau - 18 Out 2019 [dropcap]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças disse ontem que a viabilidade de estabelecer uma bolsa de valores em Macau depende de estudos sobre o mercado internacional, questões jurídicas, formação de quadros e fiscalização. Lionel Leong afirmou que, além de ser apreciada a realidade local, é preciso “estudar o mercado internacional”, bem como avaliar questões que vão desde o enquadramento jurídico e a formação de quadros, até à respectiva fiscalização da actividade. Em declarações feitas à margem da inauguração da Feira Internacional de Macau e da Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa, o governante deu como exemplo a recente visita a Portugal, durante a qual foram observadas “entidades congéneres”, para se perceber “o que fazem e o tipo de apoio que podem dar”. Elementos que, considerou, vão contribuir para se tomar uma decisão ponderada sobre a criação de um mercado bolsista no território.
Legislativas | Emigrantes elegeram 2 deputados para PS e 2 para PSD João Luz - 18 Out 2019 Os votos dos emigrantes portugueses elegeram dois deputados do Partido Socialista e dois do Partido Social Democrata. Os socialistas elegeram um deputado pelo círculo eleitoral Fora da Europa 20 anos depois de o ter feito. Augusto Santos Silva foi quem quebrou o enguiço [dropcap]O[/dropcap]s resultados finais estão aí. De acordo com os dados conhecidos, pelo círculo da Europa o Partido Socialista (PS) elegeu Paulo Pisco e o Partido Social Democrata (PSD) Carlos Gonçalves, e pelo círculo fora da Europa foram eleitos José Cesário (PSD) e Augusto Santos Silva (PS). Assim sendo, os socialistas elegeram nas legislativas de 6 de Outubro um total de 108 deputados e o PSD 79. Para a Assembleia da República elegeram ainda deputados o Bloco de Esquerda (19 deputados), PCP-PEV (12), CDS-PP (5), PAN (4), Chega (1), Iniciativa liberal (1) e Livre (1). Quanto aos resultados de Macau, o portal do Ministério da Administração Interna não discrimina o número de votos por consulado, mas agrega os três serviços consulares de Macau, Pequim e Cantão. Contados os votos, na China o PSD ganhou com 1.138 votos, o que representou uma fatia de 32,89 por cento do eleitorado. O PS ficou em segundo lugar, com 598 votos ou 17,28 por cento dos votos. O pódio encerrou com o PAN, que conseguiu 160 votos, o que corresponde a 4,62 por cento. Nos consulados da China, os votos nulos representaram mais de 21 por cento, totalizando 727 votos. Nas representações consulares em solo chinês, apenas 3.460 eleitores, 2.235 dos quais em Macau, exerceram o direito de voto, num total de 65.698 inscritos, ou seja, 5,27 por cento. Curiosamente, entre os 2.235 votos contados em Macau, 1.269 foram depositados na urna no dia 11 de Outubro, sexta-feira. Matar o borrego O PS conseguiu eleger um deputado pelo círculo eleitoral Fora da Europa 20 anos depois de o ter feito, desta vez o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. A última vez que os socialistas tinham conseguido eleger um deputado pelo círculo Fora da Europa foi nas legislativas de 1999, quando António Guterres era líder do PS e primeiro-ministro e conseguiu exactamente metade dos mandatos na Assembleia da República. O PS conseguiu então vencer a eleição nos círculos da emigração, elegendo os dois deputados pelo círculo da Europa e um pelo de Fora da Europa, que se somaram aos 112 eleitos no continente e regiões autónomas. Com metade dos deputados, os socialistas foram então obrigados a negociar a aprovação dos orçamentos, a última das vezes com a colaboração do deputado dissidente do CDS Daniel Campelo, ex-presidente da Câmara de Ponte de Lima, no que viria a ser conhecido como o orçamento limiano. Desde então o PS tem vindo a conseguir equilibrar a eleição no círculo da Europa, dividindo os dois deputados com o PSD, mas perdendo os outros dois mandatos para o PSD por Fora da Europa.