Trabalho | Leong Sun Iok quer residentes nas chefias de empresas João Luz e Nunu Wu - 11 Mar 202511 Mar 2025 Nas concessionárias de jogo, a proporção de profissionais locais em posições de gestão intermédia ou elevada era no ano passado de cerca de 90 por cento. O deputado Leong Sun Iok quer que o Governo incentive empresas de outros sectores a seguir o exemplo das concessionárias Leong Sun Iok quer que as grandes empresas que não pertencem ao sector do jogo sigam o exemplo das concessionárias de casino em termos de políticas de recrutamento e gestão de recursos-humanos. A intervenção tem em conta a meta estabelecida pelo Governo que determina que as concessionárias tenham, pelo menos, 85 por cento dos quadros que ocupam posições de gestão intermédias ou elevadas entregues a residentes de Macau. O deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) defende que o Governo deve incentivar o tecido empresarial a adoptar uma política semelhante, que dê prioridade aos locais em trabalhos mais apetecíveis a nível salarial. Recorde-se que, de acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, os rendimentos de profissionais de gestão do sector do jogo aumentaram 22,2 por cento em termos anuais em 2024, para uma média de 68.900 patacas. Tendo em conta estes dados, Leong Sun Iok defendeu, em declarações ao jornal Exmoo, que o Executivo promova a mobilidade ascendente das carreiras dos residentes e o acesso a posições com melhores condições salariais, e argumenta que não só as empresas de jogo devem assumir responsabilidades sociais. O deputado refere que apesar da taxa de desemprego de Macau ser baixa, actualmente é muito difícil aceder a empregos com boas remunerações. Tapar buracos Porém, o deputado da FAOM também apontou baterias às concessionárias de jogo, começando pelo volume total da mão-de-obra contratada pelo sector. No final de 2024, o número dos funcionários das empresas de jogo totalizava 52.971 pessoas. Apesar do aumento anual de 1.200 trabalhadores, Leong Sun Iok destaca a grande diferença para 2019, quando a mão-de-obra totalizava 58.225 pessoas. A discrepância é ainda mais incompreensível perante a falta de recursos humanos, segundo o deputado, uma vez que é comum os trabalhadores fazerem horas extra. Aliás, Leong Sun Iok explica o aumento salarial de 2,5 por cento do ano passado precisamente com as horas extra feitas pelos funcionários das concessionárias. Outra área onde o Governo precisa intervir, é na entrada de jovens recém-licenciados no mercado de trabalho. Neste capítulo, o deputado da FAOM realça mais uma vez a responsabilidade social que não deve apenas recair nas concessionárias de jogo, em particular quando são negadas oportunidades a jovens sem experiência laboral.
Autocarros | Ella Lei pede melhores abrigos nas paragens Hoje Macau - 11 Mar 2025 A deputada Ella Lei quer saber quantas paragens de autocarro vão ser alvo de obras para criar abrigos maiores. A questão faz parte de uma interpelação escrita, divulgada ontem pelo gabinete da legisladora ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). A pergunta foi colocada pela deputada, depois de revelar que recebeu queixas por parte de idosos que consideram que várias paragens têm falta de espaço: “Alguns residentes referiram que a capacidade de lugares sentados em alguns dos novos abrigos de autocarros é insuficiente, e esperam que se tenha em consideração a utilização dos abrigos por pessoas com dificuldades de mobilidade”, indicou. A deputada aponta também que em muitos locais os abrigos nas paragens de autocarros não oferecem protecção suficiente contra o vento e a chuva. Ella Lei cita ainda os dados oficiais para apontar que em Julho do ano passado havia 439 paragens de autocarro, entre as quais 348 tinham abrigo, ou estavam em espaços interiores. Agora, a legisladora quer saber onde vão decorrer as obras para instalar os novos abrigos. Além disso, face à maior utilização dos autocarros, com o crescimento dos números do turismo, Ella Lei pretende que sejam enviados mais trabalhadores para organizarem as linhas de espera nas paragens. A deputada questiona o Executivo sobre que planos tem nesse sentido. Finalmente, Lei pede ao Executivo que revele os planos para os autocarros que vão circular na Zona A dos Novos Aterros. De acordo com a deputada, a habitação construída nesta zona está praticamente pronta para ser usada, pelo que é necessário começar a preparar a circulação dos transportes públicos.
CCPPC | Aprovada resolução sobre “Um País, Dois Sistemas” Hoje Macau - 11 Mar 2025 O Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) aprovou ontem uma resolução política a vincar a importância de continuar a implementação nas regiões administrativas especiais do princípio “Um País, Dois Sistemas”. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a resolução aprovada por unanimidade no encerramento da sessão deste ano destacou também a importância de manter a implementação do princípio “Hong Kong e Macau governados pelas suas gentes com alto grau de autonomia”. Na resolução política votada favoravelmente por todos os 2.082 delegados, foi também vincado o compromisso de “avançar inabalavelmente com a grande causa da reunificação nacional e consolidar e desenvolver a mais ampla frente unida patriótica”. Numa sessão que contou com a presença do Presidente Xi Jinping, o presidente do Comité Nacional da CCPPC, Wang Huning, apontou como prioridades para os delegados a concentração nas metas nacionais de aprofundamento das reformas, desenvolvimento de alta qualidade, assegurar a estabilidade social e a melhoria da subsistência da população.
“Um País, Dois Sistemas” | Ho Ion Sang diz que Hengqin é um paraíso João Luz - 11 Mar 2025 No fim da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, Ho Ion Sang vincou as vantagens de Hengqin, que considera “um paraíso” que reúne o melhor dos dois sistemas. O deputado acrescentou que a integração com a Ilha da Montanha proporciona a Macau oportunidades e vitalidade sem precedentes Numa conferência de imprensa após o encerramento da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), o membro de Macau e deputado Ho Ion Sang teceu rasgados elogios ao padrão de desenvolvimento e integração entre Macau e Guangdong através da zona de cooperação aprofundada em Hengqin. O deputado da bancada parlamentar dos Moradores afirmou que Hengqin é um paraíso que combina as vantagens dos dois sistemas e dos dois territórios. Na óptica de Ho Ion Sang, o “modelo de desenvolvimento integrado de Hengqin e Macau” provou ao mundo, com factos, que o princípio “Um País, Dois Sistemas” não só é viável, mas também é exequível e popular, proporcionando a Macau oportunidades e uma vitalidade sem precedentes. O membro do Comité Nacional da CCPPC elencou ainda entre os sucessos políticos e sociais a construção do Novo Bairro de Macau, que oferece 3.800 apartamentos a residentes de Macau, e inclui equipamentos sociais, como uma escola, centro de saúde, serviços para idosos e um centro familiar. Saúde e educação O deputado dos Moradores salientou ainda o papel desempenhado pelas autoridades de Guangdong nas campanhas de promoção e publicidade quando começaram as vendas de apartamentos no Novo Bairro de Macau. Ho Ion Sang lembrou o trabalho feito pela associação que representa no hemiciclo, a União Geral das Associações dos Moradores de Macau, que organizou mais de 600 excursões e visitas de grupo para levar residentes ao complexo habitacional. Recorde-se que a Fundação Macau financiou o programa de excursões “Sentimento de Amor por Hengqin e Macau”, com o montante mais avultado a ser distribuído precisamente à União Geral das Associações dos Moradores de Macau, num total de 3,85 milhões de patacas. Ho Ion Sang realçou também a possibilidade de os filhos de residentes poderem beneficiar do mesmo sistema educativo de Macau na Ilha da Montanha, situação que também se verifica no acesso a tratamentos de médicos directamente geridos pelos Serviços de Saúde de Macau.
Augusto Nogueira, presidente da ARTM: “Macau está à frente de Hong Kong” Andreia Sofia Silva - 11 Mar 2025 A Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau faz 25 anos este ano. Augusto Nogueira faz um balanço positivo do quarto de século que começou com uma pequena comunidade terapêutica e atingiu o reconhecimento internacional. O presidente da associação defende que, em prevenção, Macau está à frente de Hong Kong e que o consumo de drogas sintéticas ainda não é problemático no território Que balanço faz do trabalho desenvolvido pela ARTM nestes 25 anos? Fazemos o balanço bastante positivo, pois começámos com uma pequena área e uma pequena comunidade terapêutica. Hoje em dia temos uma comunidade com capacidade para 60 pessoas, muito mais do que as 15 que tínhamos na altura. Desenvolvemos vários programas, nomeadamente o da distribuição de seringas, que é um sucesso, porque levou a uma redução e quase supressão do contágio de VIH por parte de pessoas que injectam drogas. Há nove anos que existe o programa e temos zero casos de infecção. Desenvolvemos apoio à integração social e acompanhamento após o tratamento, com o “After Care”. Fazemos trabalho preventivo nas escolas com o programa “Be Cool”. Temos o projecto “Hold on To Hope”, com aposta na educação vocacional, através do café e da galeria de arte. É um projecto que está bem conseguido e que acaba por ser algo virado para o turismo. Temos visitas de entidades internacionais e diversas organizações não-governamentais, e das próprias Nações Unidas. O mais positivo para nós é sabermos a quantidade de pessoas que estão recuperadas e que hoje estão bem. Infelizmente, não conseguimos recuperar todas as pessoas, mas em cada recaída há sempre a possibilidade da pessoa vir novamente para fazer tratamento. Tem ideia de quantas pessoas recuperaram em 25 anos? Não conseguimos ter essa noção. Mantemos contacto com muitas pessoas, mas outras já deixaram Macau, seguiram a sua vida. Temos alguns contactos nos dois primeiros anos após o tratamento, mas depois a vida segue. As pessoas também querem seguir uma vida sem ter ligação à ARTM, às vezes casam e os novos companheiros não sabem da sua vida anterior e querem manter algum sigilo. Mas às vezes encontramo-nos. No outro dia pagaram-me uma água sem eu saber (risos). São pequenos gestos que nos dão satisfação para continuar e que nos fazem acreditar que a recuperação é sempre possível. Quais os grandes desafios actuais para manter o projecto da ARTM, em termos de espaço e financiamento? Em termos de espaço e locais para tratamento estamos bem. As instalações têm dez anos, há problemas de manutenção, mas isso está mais relacionado com o panorama das construções em Macau. Necessitamos de um espaço para o “After Care”, pois o que temos actualmente é arrendado e está deteriorado. Estamos em conversações com o Instituto de Acção Social (IAS) para termos um espaço novo. No tocante aos fundos, todos os nossos departamentos têm financiamento, mas obviamente procuramos apoios para as nossas actividades de outra forma. Relativamente à postura das autoridades quanto ao consumo e tratamento, entende que é ainda conservadora em relação a outros países e regiões? Essa pergunta é um pouco ambígua. Em termos de tratamento e estratégia no combate ao consumo, penso que Macau está muito à frente em relação a Hong Kong, por exemplo. Em Macau, temos comunidade terapêutica, trabalhamos na prevenção e no tratamento, além do nosso programa de distribuição de seringas e metadona. Temos um leque de tratamentos disponíveis para quem necessita. Na área da prevenção, o Governo tem dado muito apoio. O IAS tem sido bastante aberto nas estratégias de combate ao consumo e prevenção. Em Hong Kong, por exemplo, não existe um programa de distribuição de seringas. Macau é das poucas regiões do Sudeste Asiático que tem um programa de distribuição de seringas apoiado pelo Governo. Mas poderia haver outra interpretação diferente da lei, com uma diferenciação entre o que é tráfico e consumo próprio. Por exemplo, neste momento se a pessoa tiver na sua posse uma quantidade superior ao estipulado é logo considerado tráfico, sem que seja necessária prova. Pensamos que, neste caso, deveria haver uma diferenciação. Cabe depois à polícia investigar se as quantidades encontradas são para consumo ou tráfico. Deveria haver uma abertura para dar às pessoas mais oportunidades para serem encaminhadas para tratamento ao invés de irem para a prisão. Mas, ultimamente, não têm havido tantos casos quanto isso. Como descreve o perfil do consumidor actual em Macau? Existe uma grande redução do consumo de heroína, e as poucas pessoas que o faziam consomem hoje lorazepam, ou dormicum. Neste momento o maior consumo é de metanfetaminas, canábis e alguns resíduos de ketamina. Quanto às novas drogas sintéticas, tem havido alguns registos, mas até ao momento nada de alarmante. Mas claro que temos de estar atentos, temos de continuar a fazer um bom trabalho de prevenção, para que as pessoas tenham conhecimento dos problemas ligados ao consumo de drogas. Em relação ao tráfico, sabemos que antes da pandemia havia muito tráfico de cocaína para Macau, e após a covid-19 essa situação quase deixou de acontecer. Tem sido feito um bom trabalho de dissuasão e tem de continuar a ser feito para que cada vez haja menos tráfico a passar por Macau. Não quer dizer que não haja algumas situações actualmente, mas não estamos numa situação assim tão caótica quanto isso. Falando das drogas sintéticas e do seu consumo, que segundo o último relatório das Nações Unidas atingiu uma situação preocupante em todo o mundo. Qual o seu comentário ao cenário descrito no relatório anual do International Narcotics Control Board? É evidente que o consumo desse tipo de drogas tem vindo a aumentar ao longo dos anos. As drogas sintéticas são um verdadeiro problema nos Estados Unidos da América, por exemplo, com o consumo de Fentanil, e na Ásia em alguns países. É um problema global, pois o consumo e produção são fáceis. Algumas destas drogas são feitas com outros químicos e muitos outros produtos de que não se conhece bem a origem e que podem causar muitas overdoses. A ONU sugere o combate à produção dos ingredientes que são usados para produzir estas drogas, continuarmos a reforçar a investigação para apanhar os traficantes. Mas há pontos deste relatório que é necessário seguir, para muitos países, que é a luta entre ideologias. Em que sentido? Existe uma luta entre aqueles que defendem que a redução de danos é suficiente para combater todos estes problemas que estão a surgir, e que é a solução para tudo. Depois temos aqueles que acham que a redução de danos não faz falta. Na ARTM consideramos que tem de haver um equilíbrio, pois a prevenção é algo importante que não pode parar. O que aconteceu em Portugal, por exemplo, quando liberalizaram a droga e deixaram de fazer prevenção e apoiar o tratamento, [não foi bom], e hoje em dia Portugal está novamente numa situação um pouco caótica a nível do consumo e tráfico. Isso quer dizer que a prevenção não pode nunca deixar de existir. Devem haver tratamentos de qualidade, com supervisão de entidades. A rapidez de acesso ao tratamento tem de existir, e não pode ser como em alguns países em que as pessoas estão vários meses à espera de vaga ou autorização para entrar, pois as organizações não governamentais não deixam a pessoa entrar enquanto não recebem o subsídio para cada cama e paciente. Nesses meses muita coisa pode acontecer. A redução de danos deve ser vista como uma continuidade para recuperação, com salas para consumo com apoio médico e técnico, ou programas de gestão de seringas. Há outro problema, sobretudo na Europa, que é os consumidores de heroína, quando chegam a uma idade mais avançada, já têm muitos problemas de saúde e necessitam de sítios para estar, de uma certa dignidade. Está-se a perder muito tempo com estas guerras ideológicas, sendo que algumas delas existem por uma questão de poder, para se influenciar a liberalização das drogas, e isso é bastante prejudicial. Os direitos das pessoas acabam quando se começa a prejudicar os direitos de todas as outras pessoas, deve haver um equilíbrio. Como diz também o relatório, há falta de medicamentos para alguns países em África. Celebrar com arte Para comemorar os 25 anos, a ARTM inaugurou na sexta-feira a “Exposição do 25º Aniversário da ARTM”, que fica patente na Galeria Hold On To Hope até ao dia 23 deste mês. No espaço cultural na Vila de Nossa Senhora em Ká-Hó, que faz parte do programa de terapia ocupacional para os utentes da ARTM, pode ver-se uma mostra de arte feita por estes, com 45 obras de cerâmica, pintura e trabalhos de madeira. Segundo uma nota de imprensa da associação, a exposição “celebra a resiliência, a criatividade e a cura”. “Ao longo do último quarto de século, a ARTM tem sido um símbolo de esperança para indivíduos na sua jornada de recuperação da dependência. Esta exposição apresenta as extraordinárias obras de arte criadas pelos nossos residentes”, lê-se ainda.
Canadá | Pequim impõe tarifas sobre produtos agrícolas Hoje Macau - 10 Mar 2025 Pequim anunciou no sábado a imposição de direitos aduaneiros adicionais sobre vários produtos agrícolas canadianos, incluindo 100 por cento sobre o óleo de colza, em retaliação à imposição por Otava em 2024 de impostos sobre os veículos eléctricos produzidos na China. Na prática, a medida visa sobretudo a “canola”, uma planta desenvolvida no Canadá, aparentada com a colza e utilizada, nomeadamente, para produzir óleo alimentar e rações para animais. O país norte-americano é um dos principais produtores mundiais e a China é um dos seus principais clientes. No ano passado, o Canadá anunciou a imposição de direitos aduaneiros adicionais sobre determinados produtos fabricados na China: 100 por cento sobre os veículos eléctricos e 25 por cento sobre os produtos de aço e alumínio. Pequim prometeu reagir, mas, na altura, manifestou a sua firme oposição a estas medidas, considerando-as proteccionistas. Um porta-voz do Ministério do Comércio chinês declarou no sábado que um inquérito antidiscriminação lançado a 26 de Setembro concluiu que os impostos canadianos “prejudicavam” as empresas chinesas e “afectavam a ordem normal do comércio”, o que levou a China a retaliar. “Serão aplicados direitos aduaneiros adicionais de 100 por cento ao óleo de colza, ao bagaço de oleaginosas e às ervilhas”, afirmou a Comissão da Pauta Aduaneira do Governo chinês numa declaração separada. Será igualmente imposta uma sobretaxa de 25 por cento aos produtos aquáticos e à carne de porco. Estes direitos aduaneiros entrarão em vigor a 20 de Março. Relações instáveis “As medidas canadianas constituem uma violação grave das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), são claramente proteccionistas e discriminam a China”, declarou a comissão. “A China insta o Canadá a corrigir imediatamente as suas más práticas, a levantar as suas medidas restritivas e a eliminar os seus efeitos negativos”, sublinhou o Ministério do Comércio no comunicado de imprensa. As sobretaxas canadianas aplicam-se a automóveis produzidos na China, camiões, autocarros, carrinhas de distribuição eléctricas e certos modelos híbridos. As relações entre Otava e Pequim estão em conflito há vários anos, nomeadamente desde a crise da Huawei e a detenção, em 2018, de Meng Wanzhou, directora financeira do grupo chinês, seguida da prisão na China de dois canadianos.
Portugal não tem remédio André Namora - 10 Mar 2025 O primeiro-ministro Luís Montenegro enredou-se numa teia de aranha da qual é quase impossível sair. Tudo começou quando Montenegro quis ser político de alto nível e logo apareceram suspeitas de compadrio na transformação de uma casa sua em ruínas, em Espinho, transformada em imóvel de luxo. Montenegro foi para presidente do PSD e tinha, e tem, uma empresa familiar que se dedica a consultoria e imobiliário. Pronto, o credo nunca mais parou e o rol de acusações tem dado água pela barba nas últimas semanas. Montenegro nunca quis divulgar a totalidade dos clientes da sua empresa familiar, sabendo-se que alguns são clientes de grande poder financeiro e que têm tido negócios com o Estado. Montenegro deu uma “conferência de imprensa”, – onde os jornalistas tiveram que estar com fita gomada na boca… porque não lhes foi permitido fazer perguntas -, e onde o primeiro-ministro, rodeado de todos os ministros para compor o ramalhete do poder que apenas tem andado há um ano em campanha eleitoral, veio anunciar aos portugueses que não tinha mais esclarecimentos a prestar e que se a oposição quisesse que avançasse com um moção de censura ao governo e, caso não acontecesse, o governo poderia avançar com uma moção de confiança. O Partido Comunista avançou logo com uma moção de censura, a qual foi chumbada no parlamento. Nessa sessão, o Partido Socialista talvez tenha cometido um erro grave na sua estratégia política. Porquê? Porque se o resultado de umas eleições legislativas antecipadas, derem a vitória escassa aos socialistas, depois não podem esperar apoio dos comunistas para governar. Mas, continuando no interior da teia de aranha, Montenegro foi notícia porque comprou duas casas a pronto pagamento no valor de cerca de 700 mil euros, com dinheiro resultante dos rendimentos da empresa familiar que tem três trabalhadores: a sua mulher e os dois filhos. Pior ainda, Montenegro passou uma vergonha enorme quando na semana passada veio a público que se encontrava a gastar diariamente 400 euros num hotel de luxo. Pelos vistos, o chefe do Executivo acha razoável pagar metade de um salário mínimo nacional, por dia, ao invés de viver na Residência Oficial do Primeiro-Ministro, por essa razão o Palácio de São Bento se denomina “Residência”. Já não bastava a afronta a todos os trabalhadores que têm filhos com 20, 30 e 40 anos que nem de casa dos pais conseguem sair, por não terem salários decentes, tendo a distinta lata de se indignar por os seus filhos, de 19 e 23 anos, não poderem deixar de facturar 900 mil euros em quatro anos, à conta da lista de contactos dos pais. Para que não restem dúvidas, 400 euros por noite equivalem a 12 mil euros por mês. Ora, o primeiro-ministro ganha 4.500 euros líquidos por mês. Quanto a nós, é infame que Luís Montenegro não compreenda a falta de decoro e de respeito por quem trabalha, passa dificuldades e a quem lhe é retirado o subsídio de renda e diminuída a pensão em mais de 100 euros, isto, de um mês para outro sem aviso prévio. Entretanto, o primeiro-ministro anunciou uma moção de confiança que será debatida e votada na Assembleia da República já amanhã, no caso de ontem não ter havido negociações entre Montenegro e o líder dos socialistas Pedro Nuno Santos, no sentido de o PS retirar a proposta de uma Comissão Parlamentar de Inquérito e Montenegro retirar a moção de confiança. Era algo ainda possível para evitar uma crise política que pode prejudicar o país gravemente em termos financeiros. Pensamos que irá acontecer precisamente o que Montenegro deseja. Que o Chega, Partido Socialista, PAN e Bloco de Esquerda votem contra a moção de confiança, possivelmente com a abstenção do PCP, e no final, com a moção de confiança chumbada o Governo cai e o Presidente da República terá de marcar eleições antecipadas. O mesmo Marcelo Rebelo de Sousa que andava todo caladinho sobre a teia de aranha de Montenegro – e que agora já veio falar, e até de mais, porque deu a moção de confiança como chumbada antes de ser votada -, e já anunciou que pelas suas contas as eleições realizar-se-ão lá para o fim de Maio. Estamos mesmo a ver uma campanha eleitoral de lavagem de roupa suja todos os dias on the road. Surpreendente é a táctica política dos homens de Montenegro. Possivelmente como são quase todos aconselhados por Cavaco Silva, estão a pensar, e um ministro já o afirmou publicamente, que a AD poderá vir a ter maioria absoluta… ora bem, nem mais. Um governo que tem deixado o povo pobre em número de 4 milhões cada vez mais na miséria, não estou a vislumbrar que a AD consiga uma maioria absoluta. Perfilam-se tempos difíceis de entender estes políticos. Tivemos eleições legislativas há apenas um ano, vêm aí eleições autárquicas em Setembro e logo a seguir eleições presidenciais em Janeiro de 2026. Para um país na cauda da Europa, não acham que é luxo eleitoral a mais? O povinho está farto desta politiquice balofa que em nada melhora a qualidade de vida dos portugueses. Talvez por esta razão é que, todas as sondagens indicam que os portugueses não querem um Presidente da República político profissional mas sim um militar… Portugal não tem remédio. Vença a AD ou o PS as próximas eleições, continuaremos na mesma a observar os gladiadores com toda a espécie de roupa suja para lavar. Não há remédio, porque ninguém consegue uma maioria absoluta que, pudesse dar luz verde a decisões profundas e estruturais a bem de povo, como por exemplo, desistir daquele supérfluo aeroporto de Alcochete e da venda na totalidade da TAP. Não tem remédio porque governantes e deputados irão continuar a serem proprietários de imobiliárias e a alterarem a Lei dos Solos para que as suas imobiliárias sejam uma mina de ouro em terras raras…
Bienal | “Acima de Zobeida” para ver até 30 de Abril Hoje Macau - 10 Mar 202510 Mar 2025 A exposição que serviu para representar Macau na 60.ª edição da Bienal de Arte de Veneza vai estar disponível no território até ao dia 30 de Abril. A mostra, intitulada “Acima de Zobeida: Arte de Macau na 60.ª Exposição Internacional de Arte de La Biennale di Venezia” está disponível no Museu de Arte de Macau (MAM), tendo sido inaugurada na última sexta-feira. O projecto, da autoria do artista local Wong Weng Cheong, tem inspiração na obra “As Cidades Invisíveis”, de Italo Calvino. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), trata-se de uma “exposição imperdível que explora questões globais a partir da perspectiva de Macau, questionando-se a identidade numa heterotopia”. Leong Wai Man, presidente do IC, declarou, na inauguração da exposição, que a participação do território nesta Bienal em Veneza teve como objectivo “mostrar Macau ao mundo”, tendo “as criações dos jovens participantes misturado habilmente as marcas da vida quotidiana em Macau com as suas experiências de estudo no estrangeiro, propondo uma interpretação única da cultura da cidade”. No romance de Italo Calvino, Zobeida é o nome da cidade fictícia. Para esta exposição, Wong Weng Cheong criou uma alegoria apocalíptica dessa mesma Zobeida, através de “imagens digitais e instalações de grande dimensão”, em que “criaturas mutantes com pernas alongadas vagueiam entre edifícios em ruínas, criando uma sensação de opressão surreal e desolação apocalíptica”. O IC descreve ainda que quando o espectador entra na zona de exposição, o que mais poderá chamar a atenção “são as câmaras de vigilância escondidas que incorporam em tempo real as silhuetas dos visitantes na obra, fazendo com que os visitantes passem de observadores externos a figuras observadas”. Chang Chan, curadora do projecto, descreveu que esta concepção é inspirada pela teoria da “heterotopia”, do filósofo Michel Foucault, que “explora a percepção estabelecida do sentido de pertença, entrelaçando-se a realidade com a ilusão”.
Holi Festival Macau | Evento dedicado à cultura indiana no próximo domingo Hoje Macau - 10 Mar 2025 Decorre no próximo domingo, 16, no Galaxy, mais uma edição do Festival Holi Macau, uma iniciativa da cultura indiana que simboliza a chegada da Primavera. Em Macau, o evento, organizado pela Associação de Cultura Indiana, promete muita cor, música, sessões de yoga e pinturas com Henna Macau volta a receber mais uma edição do “Holi Festival”, um evento da cultura indiana que celebra o fim do Inverno e a chegada da Primavera com explosões de cor e alegria. A edição deste ano do “Holi Festival Macau 2025” realiza-se no domingo, 16, no Galaxy, numa organização da Associação da Cultura Indiana de Macau e do estúdio de yoga “V Studio”, de Victor Kumar, bem como da entidade “Yoga Shala 853”. Victor Kumar, que há vários anos reside em Macau, tem-se dedicado a organizar diversas actividades que espelham a cultura indiana no território. Segundo uma nota de imprensa, esperam-se neste dia “muitas actividades emocionantes”, onde se inclui pinturas com Henna, danças tradicionais indianas, jogos, sessões de yoga coloridas e ainda actuações do “Bollywood Dreams Group”. Trata-se de “um evento maravilhoso a não perder”, onde o público se pode divertir em família e amigos”. O evento decorre no Grand Resort do Galaxy Macau entre as 15h e as 17h, com o preço de entrada a custar 250 patacas, tanto para adultos como para crianças. Tradições antigas No festival Holi, uma celebração hinduísta, o que conta é ficar coberto de pós coloridos que têm significados muito concretos. Estes pós são preparados com ervas medicinais e flores moídos e misturados com água, sendo que cada cor representa um sentimento que se pretende transmitir quando se está em grupo a dançar ou a fazer outra actividade. Esses sentimentos podem ser felicidade, beleza, amor, saúde ou força, dando-se início a uma nova época do ano. O objectivo desta celebração é mesmo que todos se possam divertir de igual forma, sem distinções. O Holi é uma das celebrações mais antigas na Índia, baseando-se em mitologias hindus como a lenda de Krishna e Radha e de um amor que, à partida, seria difícil de concretizar devido às diferenças da pele dos dois apaixonados. Porém, Krishna decidiu pintar o seu rosto com várias cores para ficar da mesma cor da sua amada, a fim de poderem estar juntos. Tradicionalmente, na véspera do festival, é costume recolherem-se galhos ou folhas secas, construindo-se fogueiras com o propósito de afastar os maus espíritos e energias. Quando, na manhã seguinte, o lume se apaga, é hora de iniciar a celebração nas ruas, com cores, danças e alegria, em que as pessoas lançam os pós coloridos entre si.
Regresso ao GIC | Provas locais voltam a Zhaoqing Sérgio Fonseca - 10 Mar 2025 As datas para o Campeonato de Macau de Carros de Turismo (MTCS na sigla inglesa) foram dadas a conhecer na pretérita sexta feira pela Associação Geral-Automóvel de Macau-China (AAMC) através de um boletim informativo. A competição para os pilotos locais e que decide o apuramento para o Grande Prémio de Macau, em Novembro, irá novamente regressar ao Circuito Internacional de Guangdong (GIC). Após um ano em que o MTCS rumou ao Circuito Internacional de Zhuzhou, na província de Hunan, a AAMC ouviu a grande parte dos pilotos do território e optou por realizar estas importantes corridas mais perto da casa dos principais intervenientes – os pilotos. Nos últimos anos, o circuito dos arredores de Zhaoqing tem sido o palco preferencial para a realização destas corridas, devido à proximidade e ao facto de servir de base operacional a grande parte das equipas. O primeiro dos dois eventos programados para o MTCS de 2025 está agendado de 18 a 20 de Abril, ao passo que a segunda jornada está marcada de 16 a 18 de Maio. Diz o boletim informativo da AAMC que “todos os pilotos devem passar por um processo de seleção antes de poderem participar da 72ª edição do Grande Prémio de Macau – Macau Touring Car Challenge”. As inscrições, para a competição que junta em pista os Toyota GR86 (ZN8) e os Subaru BRZ (ZD8), estão abertas até ao dia 29 de Março e após o término do período de inscrição, “todas as candidaturas estarão sujeitas à aprovação da AAMC, que reserva o direito final de aceitar ou rejeitar qualquer inscrição”. O regulamento técnico também foi publicado, assim como foi confirmado oficialmente o uso de pneus da marca italiana Pirelli, que pertence ao conglomerado chinês Sinochem, a exemplo do que já tinha acontecido na passada edição do Grande Prémio de Macau. Confirmação da Grande Baía A AAMC também confirmou as duas provas de apuramento para a Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT4), que se farão em concomitância com o novo campeonato chinês SRO GT Cup. A primeira corrida será disputada de 21 a 23 de Março, no Circuito Internacional de Xangai, no programa do Grande Prémio da China de Fórmula 1. O segundo evento ainda não tem localização definida, mas será entre 16 e 18 de Maio, muito provavelmente no Circuito Internacional de Zhuhai. Também aqui a Pirelli será o fornecedor único de pneus. Estas duas provas servirão de apuramento para a grande festa de fim de ano no Circuito da Guia, estando definido que só 28 carros serão aceites na grelha de partida na prova da RAEm. A 72ª edição do Grande Prémio de Macau decorre de 13 a 16 de Novembro.
APN | Legislatura nacional realiza 2.ª reunião plenária Hoje Macau - 10 Mar 2025 A terceira sessão da 14.ª Assembleia Popular Nacional (APN), a legislatura nacional da China, realizou a sua segunda reunião plenária no sábado para deliberar sobre relatórios de trabalho do Comité Permanente da 14.ª APN, do Supremo Tribunal Popular (STP) e da Suprema Procuradoria Popular (SPP). O Presidente chinês, Xi Jinping, e outros líderes, incluindo Li Qiang, Wang Huning, Cai Qi, Ding Xuexiang, Li Xi e Han Zheng, participaram na reunião, indica o diário do Povo. Zhao Leji, presidente do Comité Permanente da APN, apresentou o relatório de trabalho da legislatura nacional na reunião. Revisando o trabalho da mais alta legislatura em 2024, Zhao destacou o seu empenho em fortalecer a implementação da Constituição e aumentar a supervisão de conformidade para manter a autoridade e a inviolabilidade da Constituição. Sobre a utilização das suas funções legislativas para aprimorar o sistema jurídico socialista chinês, a legislatura nacional deliberou sobre 39 itens legislativos ao longo do ano passado, dos quais 24 foram adoptados, incluindo seis leis novas e 14 leis revisadas, afirmou Zhao. A legislatura nacional exerceu legalmente o seu dever de supervisão, disse Zhao, acrescentando que ouviu e deliberou sobre 21 relatórios do Conselho de Estado, da Comissão Nacional de Supervisão, do STP e da SPP. Zhao mencionou que a legislatura nacional também intensificou esforços para apoiar os legisladores no cumprimento de suas funções de acordo com a lei, incluindo ajudar os legisladores a manterem laços estreitos com o povo. Ao apresentar o relatório de trabalho do supremo tribunal, o presidente do STP, Zhang Jun, disse que os tribunais chineses em todos os níveis aceitaram mais de 46 milhões de casos e concluíram mais de 45 milhões de casos em 2024, aproximadamente no mesmo nível do ano anterior. Zhang disse que os tribunais em 2025 farão novas e maiores contribuições para promover a governança baseada na lei em todas as frentes e construir um país socialista sob o Estado de direito em um nível mais elevado.
Taiwan | Pequim ameaça apertar “o laço” Hoje Macau - 10 Mar 2025 As forças armadas chinesas avisaram ontem que irão apertar “o laço” à volta de Taiwan se o separatismo se tornar mais forte, exortando os apoiantes da independência de Taiwan a evitarem o “precipício”, noticiou a imprensa estatal. Quanto mais invasivos se tornarem os separatistas da “independência de Taiwan”, mais apertado será o laço à volta dos seus pescoços e mais afiada será a espada sobre as suas cabeças”, disse o porta-voz do Exército Popular chinês, Wu Qian, aos delegados presentes no evento político anual ‘Duas Sessões’, citado pela agência noticiosa chinesa, Xinhua. O exército chinês “é uma força de acção para lutar contra o separatismo e promover a reunificação”, descreveu Wu Qian. “Vocês montaram o vosso cavalo até ao precipício de um penhasco, mas atrás de vós está a terra. Se continuarem a ir na direcção errada, chegarão a um beco sem saída”, acrescentou. No âmbito das “Duas Sessões”, que reúnem milhares de delegados em Pequim, a China anunciou na passada quarta-feira que vai aumentar o seu orçamento de defesa em 7,2 por cento em 2025, ao mesmo ritmo do aumento verificado no ano passado.
China | Exportações e importações abrandam Hoje Macau - 10 Mar 2025 As exportações da China aumentaram 2,3 por cento e as importações caíram mais de 8 por cento, em Janeiro e Fevereiro, em termos homólogos, num período marcado pela incerteza em relação às taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos. O excedente da China nas trocas comerciais com o resto do mundo fixou-se nos 170,52 mil milhões de dólares nos primeiros dois meses do ano. As alfândegas da China publicam os dados comerciais para Janeiro e Fevereiro em conjunto, a fim de evitar qualquer distorção decorrente da semana de férias do Ano Novo Lunar, que acontece todos os anos em dias diferentes. “O crescimento das exportações arrefeceu nos primeiros dois meses de 2025, com a antecipação das taxas a dar menos impulso à procura do que tínhamos previsto”, afirmou Julian Evans-Pritchard, da consultora Capital Economics. “Esta desaceleração ocorre antes de qualquer impacto substancial das taxas, o que quase certamente levará a quedas acentuadas nas exportações para os EUA em breve”, disse. O abrandamento das importações sugere que o aumento da procura impulsionado pelas despesas do governo, no final do ano passado, “já se inverteu parcialmente”, indicou Evans-Pritchard. Esta semana, entrou em vigor o segundo de dois aumentos de 10 por cento nas taxas impostas pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, sobre as importações da China, o que deverá afectar as exportações chinesas nos próximos meses. Os compradores e os fornecedores chineses apressaram-se a concluir os negócios, visando evitar o impacto das taxas. As autoridades chinesas manifestaram confiança na capacidade de resistência da economia e no facto de o comércio com outros países poder ajudar a compensar as eventuais reduções das exportações para os EUA após a entrada em vigor das taxas. Pequim afirmou ainda que está aberta a conversações com Washington numa base de respeito mútuo. Saltos e quedas No ano passado, as exportações ajudaram a China a atingir a sua meta de crescimento económico de 5 por cento. Pequim voltou a fixar o objectivo em cerca de 5 por cento, apesar das incertezas quanto às perspectivas comerciais para este ano. As exportações para os EUA cresceram 2,3 por cento, em termos homólogos, em Janeiro-Fevereiro, enquanto as exportações para a União Europeia e o Japão cresceram apenas 0,6 por cento e 0,7 por cento, respectivamente. As exportações para a Rússia caíram 10,9 por cento. A Associação das Nações do Sudeste Asiático continuou a ser o maior parceiro comercial da China, com as exportações a crescerem 5,7 por cento, em termos homólogos. “Embora não se deva dar muita importância a alguns meses de dados, a repartição levanta questões sobre como as tendências de exportação podem mudar quando as taxas começarem a afetar os EUA também”, disse Lynn Song, da ING Economics, num relatório. “Com as taxas a entrarem em vigor em Fevereiro e Março, é provável que o impacto se faça sentir gradualmente nos próximos meses”, afirmou.
Uma interpretação heideggeriana de 嶀 Cheng Hoje Macau - 10 Mar 2025 Por Li Chenyang De todos os conceitos da filosofia clássica chinesa, cheng 嶀 é um dos mais difíceis de decifrar. A questão não se prende apenas com a tradução do termo para inglês ou outra língua. Mesmo em chinês, o seu significado é tão indefinido e elusivo que o proeminente filósofo chinês Zhang Dainian chamou-lhe “o conceito mais ininteligível da filosofia chinesa”. No entanto, cheng é, sem dúvida, um conceito importante; nenhum estudante sério de filosofia chinesa pode evitar encontrá-lo. Neste artigo, examino os vários esforços que têm sido feitos para interpretar o cheng e mostro como essas interpretações lançaram luz sobre diferentes dimensões do conceito. Mostro também que, apesar de Roger Ames ter dado importantes contributos a este respeito, a sua interpretação apresenta, no entanto, uma importante lacuna e que um aspecto crucial do cheng ainda não foi elucidado. Esta lacuna pode ser colmatada por uma leitura heideggeriana. Nessa interpretação, o cheng é um modo de ser humano no sentido mais fundamental. Como característica essencial da humanidade, cheng significa a autêntica existência humana. Através do cheng, a humanidade, o céu e o mundo tornam-se e mantêm-se naquilo que são e naquilo que devem ser. Cheng reflecte a verdade, a criatividade e a realidade, as três dimensões-chave da ontologia humana confucionista. Oferecer esta leitura não significa sugerir que os antigos pensadores chineses filosofavam como Heidegger. Indica, no entanto, que diferentes tradições filosóficas podem partilhar ideias importantes, apesar de possuírem formas de pensamento e de justificação diferentes. O meu foco aqui é o pensamento confucionista pré-Qin, principalmente o cheng no Estudo Maior (Da Xue), no Zhongyong e no Mêncio (Mengzi), os três textos clássicos nos quais o cheng desempenha um papel substancial. Um dos primeiros académicos ocidentais que tentou interpretar o cheng foi James Legge. Ele interpretou cheng como “sinceridade”, tornando-o principalmente um conceito ético-psicológico. De acordo com o The Oxford English Dictionary, “sincero”, a forma adjectiva de “sinceridade”, deriva da palavra latina “sincerus”, que significa “limpo, puro, sólido”. Noutra interpretação, “sinceridade” vem da palavra latina “sine”, ou seja, “sem”, e “cera”, ou seja, “cera”. A palavra significava originalmente que os bons escultores não usam cera para esconder defeitos nas suas produções. Em qualquer das leituras, “sinceridade” pode significar o estado original, sem disfarces artificiais. Legge usou a palavra principalmente como um conceito psicológico. Uma das razões pelas quais ele se agarrou à “sinceridade” na interpretação de cheng talvez se deva ao facto de ter assumido o Estudo Maior antes de abordar o Zhongyong, seguindo a sequência dos Quatro Livros de Zhu Xi . No Estudo Maior, “cheng” é usado em estreita ligação com yi 錓, “intenção” ou “determinação”. A sua conotação é evidentemente psicológica. Tornar de alguém o yi “cheng” (嶀剢錓) significa colocar um coração sincero em algo. Legge também estendeu esta tradução para o Zhongyong. Ele escreveu: A segunda cláusula do par. -嶀巃嫄呇揜濆颾, parece totalmente sinónimo de , no “[Estudo Maior], cap. VI.a, capítulo ao qual vimos que todo o cap. I, tem uma semelhança notável. A interpretação de cheng como sinceridade parece directa e sem problemas na Grande Aprendizagem. É no Zhongyong, no entanto, que Legge encontrou dificuldades. A secção 0 do Zhongyong afirma: 嶀簅, 蘢巃’, 嬣巃’, 嫄徦儢齌〔嫄皵儢’, 贄暺齌’, 寣嬣憟〔嶀巃簅, 鼵鉏儢苀譖巃簅憟〔 Legge traduziu da seguinte forma: “A sinceridade é a Via do Céu. A conquista da sinceridade é o caminho dos homens. Aquele que possui sinceridade é aquele que, sem esforço, atinge o que é correcto, e apreende, sem o exercício do pensamento; ele é o sábio que naturalmente e facilmente incorpora o caminho correcto. Aquele que alcança a sinceridade é aquele que escolhe o que é bom e o mantém firmemente.” A “Via do Céu”, no entanto, não está obviamente confinado à pessoa humana. Usar “sinceridade” como um estado psicológico para descrever o Céu dificilmente faz sentido. Reconhecendo a dificuldade, Legge escreveu: “No entanto, podemos ser levados a encontrar um significado recôndito, místico, para 嶀, na terceira parte deste trabalho”. Comentando a secção , no início da terceira parte do Zhongyong, Legge escreveu: “O ideal da humanidade – o carácter perfeito pertencente ao sábio, que o coloca ao nível do Céu – é indicado por 嶀, e não temos um único termo em inglês, que possa ser considerado como o equivalente completo desse carácter”. E acrescentou rapidamente: “Os próprios chineses tiveram grande dificuldade em chegar a essa definição que é actualmente aceite por todos”. O caso de Legge mostra que, embora a sua interpretação de cheng possa funcionar no Estudo Maior, está longe de ser adequada quando se trata do Zhongyong. O trabalho de Wing-tsit Chan na interpretação do cheng parece ter sido influenciado por Legge. Por exemplo, Chan traduziu a Secção do Zhongyong em estreita semelhança com Legge, como se segue: “A sinceridade é a Via do Céu. Pensar como ser sincero é o caminho do homem. Aquele que é sincero é aquele que atinge o que é correto sem esforço e apreende sem pensar. Ele está natural e facilmente em harmonia com o Caminho. Um homem assim é um sábio. Aquele que tenta ser sincero é aquele que escolhe o bem e se mantém fiel a ele.” Atribuindo a sinceridade ao Céu, Chan depara-se com o mesmo problema de Legge. Seguindo Legge, Chan traduziu “cheng zhe, wu zhi zhongshi (嶀簅, 琲巃蹖 蒴)” como “a sinceridade é o começo e o fim das coisas”. No entanto, se a sinceridade é um estado psicológico, como é que pode ser o princípio e o fim das coisas no mundo? Numa tentativa de resolver esta dificuldade, Chan alargou as suas interpretações de cheng e escreveu: “A qualidade que une o homem e a Natureza é cheng, sinceridade, verdade ou realidade. A sinceridade não é apenas um estado de espírito, mas uma força activa que está sempre a transformar as coisas e a completá-las, e a unir o homem e o Céu (Tien, Natureza) na mesma corrente”. O relato de Chan aponta para um significado-chave de cheng, nomeadamente, é uma força activa que transforma e completa as coisas, e leva a humanidade e o Céu à unidade. No entanto, dizer que essa força é “sinceridade” é claramente forçado; a palavra inglesa simplesmente não tem essa conotação. O tratamento de Chan parece mostrar a influência de Legge. Ligar cheng à verdade e à realidade aproxima-o dos significados da palavra no Zhongyong. Infelizmente, Chan não desenvolveu estas ligações ao explicar cheng. Comentando sobre cheng como uma força criativa, Chan escreveu: “Na medida em que é místico, tende a ser transcendental.” Chan não explicou o que queria dizer com “transcendental”. Se significa “para além do reino humano”, é difícil justificar essa leitura, porque no confucionismo o reino humano não está separado do Céu ou da Terra. Reconhecendo as dificuldades associadas à tradução de cheng como sinceridade, tanto Donald Munro como A. C. Graham evitaram psicologizar cheng e optaram por “integridade”. Munro escreveu: “A minha tradução de cheng como “integridade” em vez de “sinceridade” vem do sentido do termo como uma completude que contém todos os atributos naturais, nenhum dos quais é fraudulento ou está em falta. Esta tradução permite a Munro traduzir “cheng zhe, zi cheng ye 嶀簅, 簏僝憟 “no Zhongyong como “a integridade é aquilo pelo qual as coisas se completam”. Em casos como este, a “integridade” tem claramente uma vantagem sobre a “sinceridade”. Graham expandiu esta tradução para o Estudo Maior, onde “sinceridade” parece ter uma base mais forte do que “integridade”. Ele traduziu “chengyi 嶀錓” como “integrando a intenção”. Ele escreveu, Cheng “integridade” deriva de cheng 僝 “tornar-se inteiro”, usado (em contraste com sheng 蛺 “nascer”) da maturação de uma coisa específica … usamos “integridade, integral e integrar” para combinar os dois sentidos, totalidade e sinceridade Usando “integridade” para cheng, Graham traduziu a Secção X do da Zhongyong seguinte forma: “A integridade é a Via do Céu, a integração é a Via do homem. O homem que é integral está no centro sem esforço, sucesso sem pensar, está sem esforço no Caminho; é o sábio. O homem que se integra é aquele que escolhe o bem e se agarra a ele com firmeza.” A tradução de Graham parece ter sido motivada pelo seu esforço para oferecer uma interpretação consistente de cheng tanto no Estudo Maior como no Zhongyong. A sua tradução de “cheng yi” como “integrar a intenção” sugere que ele leu o significado de cheng no Zhongyong de volta ao Estudo Maior, ou seria difícil compreender como ele chegou à ideia de “integrar a intenção” a partir de cheng yi. Munro aparentemente abordou a questão na direcção oposta à de Graham. Para Munro, o significado correcto de cheng é “sinceridade”, que “se refere à tentativa inabalável de realizar as virtudes sociais específicas”. Tal tentativa é, sem dúvida, um esforço humano. Com base nisto, Munro afirma que “cheng foi então lido na natureza”. Essa leitura de volta à natureza pode ser tanto no Mêncio como no Zhongyong, ambos pertencentes à Escola Si Meng do Confucionismo. A leitura de Munro pode ser apoiada em dois cenários. Primeiro, a palavra “cheng” descrevia originalmente um estado psicológico. Dada a ligação etimológica de cheng 嶀 com o seu homófono 僝 (completar), no entanto, tal conjectura é difícil de sustentar. Em segundo lugar, o Estudo Maior, no qual cheng carrega uma conotação psicológica próxima, foi escrito antes do Zhongyong e do Mêncio, nos quais cheng aparece com significados mais amplos. No entanto, Munro não apresentou nenhuma destas provas. Por conseguinte, não estabeleceu de forma convincente que cheng, enquanto estado pessoal (psicológico) , foi lido de volta à natureza para adquirir significados mais amplos, como integridade, verdade e realidade. Na sua obra Centrality and Commonality, Tu Weiming seguiu a interpretação de Wing-tsit Chan de cheng, mas enfatizou os seus sentidos de “verdade” e “realidade”. Tu escreveu: “Cheng como Via do Céu é certamente diferente de “sinceridade” como uma qualidade pessoal. Dizer que o Céu é sincero parece traduzir a ideia de uma pessoa honesta numa descrição geral da Viado Céu. Para Tu, no entanto, essa leitura de cheng de volta ao mundo é uma interpretação incorrecta. Ao contrário de Munro, Tu defende que, quando o Zhongyong descreve a Via do Céu como cheng, não está a dizer que o Céu é como uma pessoa. Pelo contrário, significa que cheng é inequivocamente uma qualidade do Céu, e que os humanos devem seguir esta qualidade celestial para serem cheng. Assim, Tu colocou “sinceridade” entre aspas e considerou cheng como “um conceito primordial na construção de uma metafísica moral.”0 Para esse fim, Tu citou a tradução de Lau de cheng no Mêncio como apoio. Lau interpretou cheng como “verdadeiro”. Por exemplo, Mêncio afirma: 反身不誠, 不悅於親矣. 誠身有道. 不明乎善, 不誠其身矣. 是故誠者,天之道也. 思誠者, 人之道也. 至誠而不動者, 未之有也. 不誠未有能動者也. (4A12) Lau traduziu a passagem da seguinte forma: “Se, ao olhar para dentro de si, descobrir que não foi fiel a si próprio, não agradará aos seus pais. Há uma maneira de ele se tornar fiel a si próprio. Se ele não compreende a bondade, não pode ser verdadeiro consigo mesmo. Por isso, ser verdadeiro é a Via do Céu; reflectir sobre isso é a Via do homem. Nunca houve um homem totalmente fiel a si próprio que não conseguisse comover os outros. Por outro lado, aquele que não é fiel a si próprio nunca poderá esperar comover os outros.” “Ser verdadeiro” é a chave para a compreensão de Lau sobre o cheng. Como defende Zhang Dainian, existe uma estreita afinidade entre o conceito de cheng no confucionismo e o conceito de “zhen 真” (verdadeiro, verdade) no taoísmo: “O que os daoistas chamam de zhen, os confucionistas chamam de cheng”. Neste contexto, faz todo o sentido interpretar cheng em termos de “verdade”, como fez Lau. Ser verdadeiro é uma forma de ser para a pessoa. Não é meramente psicológico, mas também ético e ontológico. Neste sentido, Lau traduziu “bu ming hu shan, bu cheng qi shenyi , 嫄嶀剢蜰鋿” como, “se ele não entende o que é bom, não pode ser verdadeiro consigo mesmo”. (continua)
Habitação | Preços descem ligeiramente Hoje Macau - 10 Mar 2025 Entre Novembro de 2024 e Janeiro de 2025, o índice global de preços da habitação apresentou uma redução de 1,3 por cento, face ao período entre Outubro e Dezembro, para 204,2. Os dados foram revelados na sexta-feira pelos Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC). O índice de preços de habitações da Taipa e Coloane (212,7) caiu 7,2 por cento, contudo, o índice da Península de Macau (202,1) subiu 0,4 por cento. O índice de preços de habitações construídas (223,6) ascendeu 0,1 por cento, em relação ao período anterior. No entanto, o índice de habitações em construção (222,2) desceu 16,8 por cento, informam os Serviços de Estatística e Censos. Quanto ao índice de preços de habitações construídas, o da Península de Macau (210,3) subiu 0,3 por cento, relativamente ao período precedente, porém, o da Taipa e Coloane (276,4) caiu 0,4 por cento. No período em análise, o índice global de preços da habitação decresceu 11,8 por cento, em comparação com o período de Novembro de 2023 a Janeiro de 2024.
Stanley Ho / Património | Administradores processam descendentes João Luz - 10 Mar 2025 Pansy Ho e Mario Ho estão entre os 18 descendentes de Stanley Ho processados pelos administradores do património do magnata. A acção intentada em Hong Kong tem como objectivo pagar custas e despesas de representação num processo judicial contra o executor do património de Winnie Ho, irmã falecida de Stanley Ho Quase cinco anos após o falecimento de Stanley Ho, multiplicam-se os processos judiciais que chegam aos tribunais de Hong Kong e Macau resultantes de disputas familiares envolvendo o património do magnata. Segundo a agência Bloomberg, o mais recente episódio judicial diz respeito ao processo movido pelos administradores do património de Stanley Ho contra 18 descendentes do magnata para garantir o pagamento de custas e despesas decorrentes da representação de Ho num outro processo judicial que envolve o testamenteiro da sua falecida irmã Winnie Ho. Entre os indivíduos processados, que incluem os seus filhos, destaque para a presidente MGM China Holdings Ltd Pansy Ho e o fundador do NIP Group Inc Mario Ho, assim como vários netos do fundador da SJM, Holdings. Esta última acção foi intentada em Hong Kong por Patrick Cowley e Lui Yee Man da KPMG Advisory (Hong Kong) Ltd, os administradores do património de Stanley Ho. A dupla de representantes está a pedir ao tribunal que lhes conceda o direito de defender o património de Stanley Ho num processo judicial contra o executor do património de Winnie Ho, que morreu em 2018. Além disso, é pedido uma indemnização para cobrir despesas e outros custos. Rivalidade fraternal Em 2019, o executor da propriedade de Winnie Ho processou Stanley Ho, a sua irmã mais velha Nanette Ho e a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM) que controla o negócio de casino da família. O processo que correu nos tribunais de Macau teve por base o não pagamento de dividendos durante mais de uma década relativos a acções da STDM, que foi gerida vários anos por Stanley e Winnie. Os dividendos ascendem a, pelo menos, mil milhões de dólares de Hong Kong, segundo cálculos da Bloomberg News baseados em registos. Na viragem do século, com o fim do monopólio do jogo em Macau e a criação do sistema de concessões para explorar a indústria no território, os dois irmãos envolveram-se numa luta sem precedentes. Desde 2006, Winnie Ho instaurou mais de 30 processos em tribunais de Macau e Hong Kong contra Stanley Ho, relacionados com dívidas, casos de difamação ou disputas sobre a propriedade de participações sociais em empresas. Stanley Ho tinha 98 anos quando morreu em 2020. Foi pai de 17 filhos com diferentes mulheres, o que deu origem a uma árvore genealógica extensa e complexa que culminou uma série de disputas judiciais. Faleceu sem deixar testamento e, face à impossibilidade de a família chegar a um acordo, um tribunal acabou por nomear administradores do património do magnata, que agora processaram os herdeiros.
Gás natural | Pedido financiamento para aumentar segurança João Santos Filipe - 10 Mar 2025 Os incêndios recentes levaram o deputado Si Ka Lon a sugerir uma maior implementação do abastecimento de gás natural, por motivos de segurança e também como parte das políticas ambientais O deputado Si Ka Lon defende o alargamento dos subsídios do Fundo de Reparação Predial à instalação de canalizações para o uso de gás natural nos edifícios de habitação. A posição foi tomada numa interpelação escrita, divulgada na sexta-feira. Após a ocorrência de dois incêndios nas últimas duas semanas, que causaram sete feridos, o deputado veio defender a necessidade de serem adoptadas mais medidas de segurança para evitar nova ocorrências. E uma das medidas sugeridas passa por financiar a instalação de canalizações de distribuição de gás natural nos edifícios: “Tendo em conta os recentes incêndios no Toi San e na Taipa, em que se suspeita que pelo menos um dos casos está relacionado com uma fuga de gás, o que mostra os riscos existentes, as autoridades têm a intenção de acelerar o estudo para lançar mais medidas de segurança, como o alargamento do financiamento Fundo de Reparação Predial?”, questionou Si Ka Lon. Outra das questões do deputado ligado à comunidade de Fujian, indica a necessidade de “aumentar o nível do conhecimento da população sobre o gás natural” e promover uma maior utilização, dado os benefícios ao nível da segurança. “Será que o Governo vai apostar mais no gás natural […] e na maior utilização em Macau?”, perguntou. O deputado aponta que actualmente o sistema de distribuição de gás natural está disponível no território, mas que “está principalmente concentrado nos novos edifícios de habitação pública ou hotéis das concessionárias”. Por isso, Si pede uma actualização dos números sobre a utilização de gás natural. Falta de vontade Como parte das explicações para a pouca implementação do gás natural, que até 2022 tinha 10 mil utilizadores, o legislador indica que os proprietários tendem a não querer pagar pelas obras de instalação: “Os pequenos proprietários geralmente não se mostram disponíveis a fazer as obras de instalação do gás natural, devido aos elevados custos iniciais e ao retorno pouco evidente”, explicou. “São urgentes as medidas necessárias de incentivo para que mais residentes beneficiem da segurança do gás natural”, frisou. Ao argumento da segurança, Si Ka Lon junta também a importância da redução das emissões de carbono, de acordo com os planos ambientais da RAEM. Neste sentido, o deputado pergunta se há planos para que a proporção da energia adquirida a Zhuhai seja proveniente de fontes não fósseis. “Actualmente, a proporção de energia não fóssil na electricidade adquirida por Macau é superior a 40 por cento. As autoridades declararam que antes do contrato terminar, em 2026, que vai haver discussões para ‘aumentar gradualmente a percentagem’. Quando vai ser feita a negociação?”, questionou. Si Ka Lon quer também saber se há metas definidas a cinco ou 10 anos, sobre a redução da proporção da energia importada gerada por combustíveis fósseis.
Saúde | Song Pek Kei pede mais formações para enfermeiros Hoje Macau - 10 Mar 2025 Para fazer face à procura por mais e melhores cuidados de saúde, a deputada Song Pek Kei pediu incentivos adicionais para a formação de novos enfermeiros. Numa interpelação escrita, a deputada ligada à comunidade de Fujian indicou que entre 2013 e 2023, o número de enfermeiros aumentou em 1.126 profissionais, o que considerou insuficiente para responder à procura no território. Além disso, Song indica que em estimativas anteriores, o Governo previu a necessidade de o número de enfermeiros crescer anualmente entre 10 e 15 por cento. Contudo, os dados mais recentes mostram que o crescimento foi inferior a 10 por cento, o que considerou insuficiente e preocupante. Por isso, dado que o Governo pondera a autorização para contratar não-residentes para a profissão, Song Pek Kei pretende saber em que ponto estão os estudos planeados. A deputada também apontou que o Governo ainda não actualizou os dados sobre a procura de quadros qualificados para a carreira de enfermeiro e defende a divulgação regular de dados dos empregados nesta profissão, de forma a proceder ao ajustamento de políticas.
Acidentes de trabalho | Mantidos limites de indemnizações Hoje Macau - 10 Mar 2025 O Governo de Sam Hou Fai optou por manter inalterados os limites de indemnização por danos resultantes de acidentes de trabalho e doenças profissionais. A decisão foi comunicada pela Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), através de um comunicado emitido na sexta-feira. “Após análise aos dados sobre a situação económica, do mercado laboral e das indemnizações por acidentes de trabalho referentes ao ano de 2023 em Macau, […] o Governo da RAEM decidiu, no pressuposto do equilíbrio dos direitos e interesses dos trabalhadores e empregadores, manter os limites vigentes das indemnizações por danos resultantes de acidentes de trabalho e doenças profissionais”, foi comunicado. De acordo com o Executivo, a decisão foi tomada depois de terem sido ouvidos “representantes” de seguradoras, trabalhadores e patrões. Actualmente, as indemnizações por cada trabalhador vítima de acidente de trabalho ou doença profissional têm como limite 3,15 milhões de patacas. Além disso, a indemnização pode prever até 300 patacas diárias, por consulta fora dos estabelecimentos de saúde. Em caso de incapacidade máxima por acidente de trabalho, os limites mínimos de indemnização são de 425 mil patacas e 1,42 milhões de patacas. Já se o trabalhador morrer, os familiares podem receber uma indemnização mínima de 340 mil patacas e máxima de 1,13 milhões de patacas.
Licença de maternidade | Associações pedem extensão para 90 dias Hoje Macau - 10 Mar 2025 Face à redução da natalidade, Operários e Moradores pediram ao Chefe do Executivo melhores condições para mães e pais, além do aumento da flexibilidade nas políticas de habitação A Federação Geral dos Operários de Macau pediu ao Governo o alargamento da licença de maternidade no sector privado dos actuais 70 dias para 90 dias. De acordo com a TDM Macau, a vice-presidente da associação defendeu ainda uma extensão da licença de paternidade, actualmente fixada em cinco dias. Leong Men Ian apelou também ao reforço do apoio financeiro dado aos pais. Actualmente, o Governo atribui 5.418 patacas aos pais de cada recém-nascido. Por outro lado, Leong disse que as autoridades deveriam permitir que casais a viver em habitações públicas mudem para um apartamento maior após terem filhos. A dirigente falava na apresentação de um inquérito às condições de vida e de emprego das mulheres em Macau, cujos resultados mostram que 73 por cento estão preocupadas com as perspectivas de emprego e 48 por cento com os cuidados a crianças e idosos. Também o deputado Ho Ion Sang, vice-presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, questionou o Governo sobre planos para aumentar as licenças de maternidade e paternidade. Em 20 de Fevereiro, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam Vai Man, prometeu permitir que residentes em habitações públicas mudem para um apartamento maior, de forma a encorajar a natalidade. O novo Chefe do Executivo de Macau, que tomou posse no final de Dezembro, admitiu durante a campanha eleitoral que um dos maiores desafios a longo prazo é a baixa natalidade. Baixa da Natalidade Sam Hou Fai disse ser necessário “criar condições em termos de educação e emprego” para subir a natalidade e prometeu estudar a extensão da licença de maternidade e a criação de um fundo de providência central obrigatório. Macau registou em 2024 apenas 0,58 nascimentos por mulher, a menor taxa de fecundidade desde que a Direcção de Serviços de Estatística e Censos começou a compilar estes dados, em 2000, e muito longe do valor necessário para a substituição de gerações (2,1). A taxa de fecundidade é ainda mais baixa do que a estimativa feita num relatório divulgado em Julho pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA, na sigla em inglês): 0,68 nascimentos por mulher. Apesar de mais optimista, a estimativa da UNDESA já indicava que Macau teria tido em 2024 a mais baixa fecundidade do mundo, a uma grande distância da segunda jurisdição na lista, Singapura, com 0,95 nascimentos por mulher. Os dados oficiais mostram que houve 3.607 nascimentos em Macau no ano passado, o número mais baixo desde há quase duas décadas. No final de Janeiro, o subdirector dos Serviços de Saúde, Kuok Cheong U, previu que deverá haver menos de 3.500 nascimentos na região em 2025, número que seria o mais baixo desde 2004.
Maioria das mulheres com salário cortado ou congelado Hoje Macau - 10 Mar 2025 Após a pandemia mais de 80 por cento das mulheres viu o salário congelado ou sofreu cortes. A conclusão faz parte de um inquérito elaborado pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Na sexta-feira, a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) apresentou um inquérito sobre a situação de trabalho e vida das mulheres, com base em inquéritos 970, e 86 por cento das entrevistadas confessaram ainda terem o salário congelado ou reduzido. Ao mesmo tempo, 14 por cento das entrevistadas admitiram que o salário tinha sido aumentado depois da pandemia. Quando questionadas sobre os principais motivos de preocupação na vida quotidiana, 77 por cento das entrevistadas indicou a situação económica, 73 por cento as perspectivas futuras de desenvolvimento da carreira profissional, e 67 por cento a necessidade de tomar conta dos filhos, idosos ou de outros familiares. Já a maioria das pessoas que se queixa do impacto de cuidar de familiares indicou que tem à sua responsabilidade pelo menos duas pessoas. Mais apoios Face aos resultados, os autores do estudo indicaram que muitas mulheres sugeriram uma maior protecção do descanso a nível laboral, melhores oportunidades de emprego e de desenvolvimento profissional. “É necessário que o Governo se foque na primazia do emprego local, não só para as mulheres, mas também para todos os residentes locais com a definição de uma política a longo prazo, além de lançar mais medidas de formação e promoção para os quadros qualificados,” afirmou a deputada da FAOM Ella Lei. Nas conclusões do inquérito, é igualmente defendido que Governo deve aliviar a pressão económica da população, através da melhoria de medida de bem-estar social, como o cheque pecuniário, cartão de consumo, subsídio às tarifas de água e luz ou vales de saúde. Para incentivar a natalidade, as entrevistadas defenderam também o aumento da licença de maternidade e a melhoria das condições de candidatura a habitação pública. Face às conclusões, a equipa de investigadores apelou ao Governo para melhorar as políticas actuais, aumentar o número de dias para a licença de paternidade e elaborar legislação para garantir o tempo de amamentação das mulheres.
Dia da Mulher | Governo enaltece progresso rumo a igualdade João Luz - 10 Mar 2025 No Dia Internacional da Mulher, o Governo exaltou os avanços no acesso ao trabalho, educação, saúde e participação na esfera pública. A diferença de salários entre homens e mulheres, em 2023, era 2 por cento, abaixo da média da OCDE. Nos cargos mais elevados da Administração, Macau caminha para a igualdade, e na magistratura as mulheres são a maioria No sábado celebrou-se o Dia Internacional da Mulher, com o Governo da RAEM a assinalar os avanços da condição feminina no território desde a transferência da administração portuguesa. O Instituto de Acção Social (IAS) fez um resumo das políticas e progressos sociais das mulheres de Macau no acesso a cuidados médicos, educação, emprego, segurança e regalias sociais em mais de duas décadas. “No que diz respeito ao emprego, com elevado nível de educação das mulheres de Macau e a política amigável de mecanismo de cuidados às crianças, a taxa de participação da mão-de-obra das mulheres aumentou de 56,1 (em 1999) para 65,2 por cento (em 2023)”, salienta o organismo liderado por Hon Wai. O IAS afirma que além do aumento de 9,1 por cento da taxa de participação da mão-de-obra das mulheres, entre 1999 e 2023, a diferença para os homens reduziu de 20,3 pontos percentuais para 6 pontos percentuais no período em análise. Além da maior presença no mercado de trabalho, em 2023 a diferença de salários em Macau foi de 2 por cento, ainda com os homens a ganhar mais. Porém, o Governo realça que a diferença salarial verificada no território é inferior ao valor médio em comparação com os países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). No capítulo da participação em assuntos públicos, ainda em 2023, a proporção de mulheres na Função Pública em Macau era de 44,9 por cento, enquanto a proporção de mulheres em cargos de direcção e chefia se situou em 40,7 por cento. Na magistratura local, 51,3 dos juízes do território são mulheres, enquanto no Governo liderado por Sam Hou Fai contam-se três mulheres entre os nove titulares dos principais cargos, ou seja 33,3 por cento. Um órgão onde se denota uma falta de representatividade feminina, e que o Governo não mencionou, é na Assembleia Legislativa onde apenas se contam cinco mulheres num elenco de 33 deputados, ou seja, os homens formam quase 85 por cento do hemiciclo. Outras esferas Antes da entrada no mercado de trabalho e da procura por realização profissional, o IAS destaca a evolução feminina no acesso à educação, começando por referir que a implementação há 15 anos da política de educação gratuita é uma oportunidade para os dois géneros. Mas analisando mais aprofundadamente a situação, o IAS indica que no ano lectivo 2023/2024, a taxa de acesso das mulheres à universidade foi de 97,5 por cento, mais de 0,5 pontos percentuais superiores à dos homens. “A proporção da retenção de habilitação académica de cursos do ensino superior das mulheres aumentou de 6,1 (em 2001) para 30,6 por cento (em 2021)”, uma subida de 24,5 pontos percentuais em 20 anos, acrescenta o IAS. Outro trunfo realçado, prende-se com as vagas em creches para crianças com menos de 3 anos, que é superior a 60 por cento, “muito mais elevado do que o valor médio da taxa de acesso a creches dos países da OCDE”. No plano da saúde, o IAS refere que “a taxa de mortalidade materna mantém-se em um nível baixo há mais de 10 anos. A esperança de vida das mulheres passou de 80,5 anos de idade (em 1999) para 86,1 (em 2024)”, sendo superior à dos homens.
Debbie Lai, directora do Centro do Bom Pastor | “Vítimas precisam de mais protecção” Andreia Sofia Silva - 10 Mar 2025 A propósito do Dia Internacional da Mulher, que se celebrou em todo o mundo no sábado, o HM conversou com Debbie Lai, directora do Centro do Bom Pastor, uma das entidades que acolhe vítimas de violência doméstica no território. A responsável defende celeridade nas investigações de casos de violência doméstica e mais dias de licença de maternidade No que respeita à violência doméstica, a lei continua a não ser revista, com muitos casos em que não se consegue acusar ou condenar o agressor. O que precisa ser alterado na legislação actual? Deve-se acelerar o tempo gasto na investigação do caso, bem como fazer uma simples promoção da lei, para deixar as pessoas compreender o que vão enfrentar caso denunciem a situação à polícia. Continua a haver medo da denúncia à polícia, então o que acontece é que o agressor, perante uma denúncia, fica com raiva, volta novamente a cometer violência e a família fica partida. Quantas mulheres estão actualmente no Centro do Bom Pastor? De acordo com a licença de serviço concedida pelo Instituto de Acção Social (IAS), podemos acolher 14 pessoas, incluindo os filhos. Actualmente, temos 11 pessoas, seis mulheres, três crianças e duas raparigas a viver no nosso centro. Algumas destas mulheres têm problemas devido aos conflitos emocionais, e, apesar de já terem alguma estabilidade a esse nível, continuam a ter dificuldades financeiras. Muitas dessas mulheres não são residentes permanentes e, por isso, não têm condições para se candidatarem a habitação social do Governo, além de que precisam de mais tempo para poupar dinheiro para poderem pagar uma renda em Macau, que não é barata. No caso de existirem crianças pequenas, é mais difícil para elas encontrarem um emprego a tempo inteiro, pelo que estas mulheres não se conseguem mudar num curto espaço de tempo para uma casa, chegando a ficar um ano no nosso centro. E nesta situação, o centro não consegue ter mais quartos vazios para ajudar outras mulheres em crise. Considera que são necessários mais centros de acolhimento para vítimas de violência em Macau, ou mais recursos para garantir a segurança da vítima, dado que o território é tão pequeno? Penso que os recursos são suficientes, mas o processo de investigação é demorado. As vítimas precisam de mais protecção, pois há sempre o risco de o agressor continuar a ameaçá-las. O que é necessário fazer para aumentar a taxa de natalidade e garantir que as mulheres continuem a ter acesso à igualdade de oportunidades económicas e de emprego? A promoção precisa de ser contínua, e devem aumentar os dias de licença de maternidade, pois noutros países existem mais dias de licença de maternidade. Também se poderia diminuir o valor mensal das creches. Poderia ponderar-se também a atribuição de um subsídio por cada criança caso a família tenha problemas financeiros. Há falta de apoio às famílias monoparentais, onde as mulheres ficam sozinhas com crianças dependentes, ou onde as mulheres são cuidadoras? Em termos concretos, o que precisa ser melhorado? Penso que sim. Penso que algumas delas não sabem que existem recursos na sociedade para as ajudar, ou talvez não tenham motivação para procurar ajuda. Muitas destas mulheres também não querem confiar no Governo, nem mesmo nas associações ou organizações não governamentais que prestam serviços à família. Mas estas mulheres podem sempre candidatar-se ao subsídio atribuído pelo Instituto de Acção Social, que lhes dá algum dinheiro e permite ficar em casa a tomar conta dos filhos. Como descreve as mulheres em Macau actualmente, especialmente a comunidade chinesa? Estão mais emancipadas e iguais aos homens no que respeita aos seus direitos? Hoje em dia a capacidade das mulheres mudou muito, pois têm igualdade de oportunidades e direito de se desenvolverem. Muitas empresas locais já são presididas por mulheres, por exemplo. Além de terem força física, podem escolher o emprego que desejam, frequentar o ensino superior, casar e ter a capacidade para assumir posições de liderança. Porém, há muitas mulheres que vêm para Macau e se casam com residentes e que têm uma posição social mais baixa, sofrendo com vários problemas familiares. Falo do machismo que ainda existe, do vício do jogo, situações de toxicodependência ou falta de comunicação. Há homens que controlam tudo, criando um clima em que a mulher tem de ouvir o marido e fica desprovida de auto-estima para sair dessa situação. Nesses casos, é muito fácil haver discussões, conflitos e até casos de violência entre o casal. Trata-se de situações que, obviamente, também afectam os filhos. Dia Internacional da Mulher celebrado em Macau O Dia Internacional da Mulher foi celebrado em Macau de formas muito diversas. No caso da Sands China, foram oferecidas flores às trabalhadoras da operadora de jogo, como forma de expressar “o apreço pelas contribuições indispensáveis que as mulheres fazem no local de trabalho, na família e na sociedade”, pode ler-se num comunicado da empresa. Foi também organizado um debate que focou as questões em torno da mulher, organizado pela equipa voluntária da “Sands EmpowHER”, uma “iniciativa global de diversidade e inclusão liderada por mulheres, que tem como objectivo ligar os membros femininos da equipa para criar oportunidades de trabalho em rede”. Este evento foi transmitido em directo nas diversas plataformas digitais da Sands China. O “Sands EmpowHER” dedica-se, sobretudo, na organização de acções de formação e mentoria para que as mulheres se possam desenvolver em termos profissionais e de carreira. Na mesma nota, refere-se que a empresa “está empenhada em construir e manter um local de trabalho com respeito e igualdade”, defendendo e garantindo os direitos das mulheres. No tocante ao assédio sexual, a Sands afirma que tem levado a cabo uma campanha de prevenção da ocorrência de casos desde Julho de 2018, bem como acções que reduzam casos de discriminação contra mulheres. Esta foi “a primeira em Macau”, tendo-se realizado ainda uma “acção de formação com todos os membros da equipa” sobre essas temáticas. Relativamente aos apoios à maternidade, “a empresa também disponibiliza salas de amamentação para mães e realiza uma grande variedade de actividades para pais e filhos para promover a harmonia familiar”. Na Escola Portuguesa de Macau, o Dia Internacional da Mulher celebrou-se na sexta-feira com o projecto DAC – “Mulheres que Inspiram”, uma iniciativa organizada pelos docentes das disciplinas de Português, Filosofia e Matemática, entre outras. Os alunos do 10º ano desenvolveram vários trabalhos sobre mulheres inspiradoras nas mais diversas áreas. Uma delas foi a poetisa Maria Teresa Horta, recentemente falecida.
Três grupos artísticos de Portugal no desfile internacional de Macau Hoje Macau - 7 Mar 2025 Três grupos artísticos de Portugal vão participar na 11.ª edição do Desfile Internacional de Macau, que sai às ruas a 23 de Março, foi ontem anunciado. A directora do Instituto Cultural de Macau (ICM), Leong Wai Man, destacou o “grupo de percussão jovem” Porbatuka e o projecto Portugal Artfusion, que “mistura fado, música contemporânea portuguesa e dança” no espectáculo “Saudade”. Em conferência de imprensa, o ICM revelou que o programa inclui ainda a companhia portuguesa Teatro Só, que vai apresentar o espectáculo “Sorriso”. O desfile terá cerca de 1.800 artistas, incluindo 23 grupos convidados de 15 países e regiões, entre os quais Itália, Egipto, Polinésia, Marrocos, Espanha, Índia, França, China continental e Hong Kong. O ICM destacou o espectáculo ‘The Gipsy Marionettist’ (O Marionetista Cigano), de Rašid Nikolić, um artista de etnia cigana nascido na Bósnia-Herzegovina, o grupo de dança folclórica argentina Argendance e um grupo alemão de circo. O evento vai contar ainda com 60 grupos locais, escolhidos entre 90 candidatos, entre os quais vários de matriz lusófona, como a Associação Desportiva e Cultural de Capoeira de Macau, a Associação de Danças e Cantares Portuguesa ‘Macau no Coração’ e a Casa do Brasil em Macau. Caretos em Macau Leong destacou um dos grupos locais, a Casa de Portugal em Macau, que vai apresentar um espectáculo inspirado nos Caretos de Podence, que estiveram na região para a quinta edição do desfile, em 2015. O desfile é um dos eventos internacionais organizados para marcar a nomeação de Macau como Cidade Cultural da Ásia Oriental 2025, uma iniciativa conjunta da China, Japão e Coreia do Sul. A iniciativa Cidade Cultural da Ásia Oriental distingue anualmente duas cidades chinesas, uma japonesa e uma sul-coreana. Além de Macau, este ano foram escolhidas Huzhou, no leste da China, Kamakura, no centro do Japão, e Anseong, no centro da Coreia do Sul. Como tal, o desfile vai contar com um grupo que organiza cortejos de samurais em Kamakura, e com o grupo Namsadangnori, que preserva em Anseong um espectáculo tradicional sul-coreano que combina acrobacia, canto, dança e circo. O evento começa nas Ruínas de São Paulo e, ao longo de três horas e meia, irá passar por vários edifícios do Centro Histórico de Macau, considerado Património Mundial pela UNESCO em 2005, incluindo a Igreja de São Domingos e o Largo do Senado. Antes do desfile, entre 16 e 22 de Março, os grupos irão participar numa série de oito actividades de rua e de arte na comunidade. Segredos financeiros Leong recusou-se a revelar o orçamento para este ano, alegando que é “informação confidencial”, uma vez que vai ser financiado na totalidade pelas seis concessionárias de casinos em Macau. O orçamento no ano passado foi de cerca de sete milhões de patacas, menos de um terço do que na última edição, em 2019 (23,3 milhões de patacas). O orçamento inclui um subsídio entre 15 mil e 120 mil patacas para cada grupo, que poderá ainda receber oito prémios atribuídos pela organização, entre os quais melhor actuação, melhor tema e melhor criatividade. Leong disse ter confiança que o desfile possa atrair 150 mil pessoas às ruas de Macau, e lembrou que o evento irá ser transmitido em directo em várias televisões locais e do exterior, com um potencial público alvo de 100 milhões de espectadores.