Função pública | Lei Chan U pede aumento de salários este ano João Santos Filipe - 21 Jan 2025 Com o Governo a recolher opiniões sobre as Linhas de Acção Governativa deste ano, as primeiras de Sam Hou Fai, Lei Chan U espera que seja anunciado o aumento dos salários dos trabalhadores da Função Pública O deputado Lei Chan U defende que o Governo deve aumentar os funcionários públicos este ano e que o anúncio deve ser feito com a apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG). A posição foi tomada através de um artigo publicado no jornal Ou Mun, com o deputado a defender a necessidade de elevar o moral na Função Pública. Entre os argumentos a favor do aumento dos salários, o vice-presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) indicou que os funcionários são “a base da governação” e o contributo para o moral, que vai permitir uma governação mais eficaz. Segundo Lei Chan U, a actualização de rendimentos alivia a pressão financeira dos trabalhadores e serve de exemplo para o sector privado, que o deputado afirmou seguir os aumentos do Governo. “O Governo lidera o mercado privado através do exemplo”, destacou. O legislador apontou também que nos últimos anos da pandemia o anterior Governo apenas por uma vez aumentou os funcionários públicos, apesar da constante subida dos preços de bens de primeira necessidade. Recorde-se que a questão dos aumentos da função pública tinha sido deixada por Ho Iat Seng, em Novembro do ano passado, para o actual Executivo. Subsídios sem modificações Em relação aos funcionários públicos, Lei Chan U defendeu também que o Executivo avance com um aumento de diferentes subsídios, como os apoios de antiguidade, de família, habitação e semelhantes, que indica estarem congelados há cerca de 11 anos. “Estes subsídios representam uma grande parte do rendimento dos funcionários públicos com menores salários. Espera-se que sejam oportunamente revistos e ajustados em função da evolução social e económica”, argumentou. O deputado indicou também que nos últimos anos a reserva financeira tem recuperado, revelando a existência de uma folga orçamental para aumentar a despesas com funcionários públicos. Além disso, o legislador defende que as receitas recolhidas através dos impostos vão aumentar nos próximos tempos, devido às políticas do Governo Central, que permitem aos residentes de Zhuhai virem todas as semanas a Macau.
Oxfam | Relatório diz que fortunas dos mais ricos aumentaram em 2024 Andreia Sofia Silva - 21 Jan 202521 Jan 2025 Um relatório divulgado ontem pela Oxfam indica que as fortunas dos mais ricos do mundo aumentaram dois biliões de dólares no ano passado, o equivalente a 5,7 mil milhões de dólares por dia. A organização não governamental sugere medidas que favoreçam a igualdade e alerta para os riscos da concentração de riqueza e poder Chama-se “Takers not Makers – The unjust poverty and unearned wealth of colonialism” [Os que recebem e não criam – A injusta pobreza e a riqueza não merecida do colonialismo] e é o mais recente relatório da Oxfam, organização não governamental (ONG) que reúne 19 países. O documento chama atenção para a pobreza no mundo e para as desigualdades na distribuição da riqueza. O relatório divulgado ontem conclui que a desigualdade não dá sinais de abrandar. Isto porque, no ano passado, a riqueza combinada de multimilionários, a nível global, aumentou dois biliões de dólares, o equivalente a 5,7 mil milhões de dólares por dia, segundo a Oxfam. Tal significa que cresceu a um ritmo três vezes superior ao do ano anterior, de acordo com a ONG. Esta foi a principal conclusão do relatório divulgado ontem por ocasião do início do Fórum Económico Mundial de Davos, que todos os anos reúne os principais líderes políticos e económicos do mundo na cidade alpina. Só no último ano, refere o relatório, surgiram em média quase quatro novos multimilionários por semana, dado que a Oxfam põe em contraste com os dados da pobreza do Banco Mundial, que estima que o número de pessoas que vivem com menos de 6,85 dólares por dia quase não se alterou desde 1990. Em 2024, havia em todo o mundo 2.769 multimilionários, em vez de 2.565 no ano anterior, e a sua riqueza combinada aumentou de 13 para 15 biliões de dólares em apenas 12 meses. É o segundo maior aumento da riqueza combinada dos multimilionários num único ano desde que há registo. Mais 100 milhões A riqueza conjunta dos dez homens mais ricos do mundo aumentou, em média, quase 100 milhões de dólares por dia, indica o estudo. Mesmo que perdessem 99 por cento da sua riqueza de um dia para o outro, “continuariam a ser multimilionários”. A ONG prevê que, em menos de uma década, surja o primeiro “bilionário” do planeta e não exclui a possibilidade de haver pelo menos cinco. A nível mundial, o relatório revela que 36 por cento da riqueza dos mais ricos é herdada e 61 por cento é também marcada pelo clientelismo e/ou ligada ao poder monopolista. A Oxfam baseia-se nos dados do ‘ranking’ de riqueza da revista Forbes, que mostram que todos os multimilionários com menos de 30 anos herdaram a sua riqueza e, segundo dados do banco suíço UBS, nos próximos 20 a 30 anos, mil dos multimilionários actuais deixarão aos seus herdeiros mais de 5,2 biliões de dólares. Dinheiro do Sul Para a Oxfam, o sistema “faz com que se movam grandes fluxos de dinheiro do Sul global para o Norte, beneficiando a população mais rica”, numa espécie de “colonialismo moderno”. Só em 2023, através do sistema financeiro, terão sido retirados 30 milhões de dólares por hora dos países do Sul global para o 1 por cento mais rico dos países do Norte global, como o Reino Unido, os Estados Unidos e França. Deste modo, os “super-ricos” dos países do Norte global controlam 69 por cento da riqueza mundial, concentram 77 por cento da riqueza conjunta de todos os multimilionários e representam cerca de 68 por cento do total, embora constituam apenas 21 por cento da população mundial.Para contextualizar esta desigualdade, a Oxfam refere o problema da habitação em Espanha e estima que “os cinco futuros bilionários do planeta terão tanto dinheiro que poderão comprar todas as casas do país”. Em contraste, é chamada a atenção para o facto de a “classe trabalhadora lutar para sobreviver.” “Quem vive em pobreza em todo o mundo continua a enfrentar múltiplas crises, pois as cicatrizes da pandemia ainda estão connosco sob forma de dívidas impagáveis, salários mais baixos e preços de géneros alimentícios muito mais elevados”. Além disso, “os conflitos também estão a aumentar, o que contribui para a pobreza, fome e desigualdade”, sem esquecer “o enorme impacto humano da degradação climática que aumenta todos os anos, com mortes causadas por calor excessivo, condições climáticas extremas e fome”. A Oxfam diz mesmo que a reeleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos, em Novembro último, “deu um enorme impulso às fortunas dos bilionários, enquanto as suas políticas estão preparadas para atiçar ainda mais as chamas da desigualdade”. A ONG destaca também dados do Banco Mundial no seu mais recente relatório sobre pobreza, onde é referido que “se as actuais taxas de crescimento se mantiverem e a desigualdade não diminuir, será necessário mais de um século para acabar com a pobreza”. O documento mostra que “se reduzirmos a desigualdade, a pobreza poderia ser eliminada três vezes mais depressa”. Um dos destaques vai para a contribuição das mulheres para a riqueza de poucos. “As mulheres racializadas que vivem na pobreza, especialmente as que estão no ‘Sul Global’, continuam a subsidiar a economia global. Estima-se que todos os dias as mulheres contribuem com 12,5 biliões de horas de trabalho não remunerado, acrescentando pelo menos 10,8 triliões de dólares em valor à economia global”. Nesse contexto, “a contribuição económica do seu trabalho de prestação de cuidados é três vezes superior ao valor financeiro da indústria tecnológica mundial”. Um novo colonialismo É certo que a descolonização de regiões colonizadas por potências europeias começou a ocorrer com mais força a partir da Conferência de Bandung, em 1955, mas persistem sinais de desequilíbrio de poder entre povos e países que explicam, em parte, a desigualdade de riqueza que ocorre hoje. A ideia de um novo colonialismo, no sentido em que regiões como a Europa ou América do Norte continuam a explorar os países do Sul, sobretudo os menos desenvolvidos, está bem patente no relatório da Oxfam. “A ascensão de uma nova oligarquia em que a herança, o clientelismo e o poder de monopólio geram riqueza extrema. Sem controlo, estamos prestes a ver a maior transferência da maior riqueza geracional da história da humanidade, dificilmente ganha, dificilmente tributada”. O que se passa hoje é um panorama de “colonialismo bilionário”, descreve a Oxfam, com a “transferência de riqueza não apenas para os ultra-ricos, mas desproporcionadamente para os ultra-ricos do Norte Global”. Há um “acerto de contas com o colonialismo não só como uma história de extração brutal de riqueza, mas também como uma força poderosa que conduz a níveis extremos de desigualdade hoje”. A Oxfam chama também atenção para uma nova onda de colonialismo patente nas acções das grandes instituições económicas e financeiras que decidem o rumo da economia global, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Banco Mundial. “As instituições globais, os mercados financeiros e as empresas multinacionais, todas elas moldadas pelo colonialismo e domínio dos países ricos, continuam a facilitar a transferência sul-norte de triliões de dólares todos os anos.” Para a Oxfam, a ONU, FMI e Banco Mundial “foram criados há 80 anos, perto do fim do período colonial histórico, e a sua governação desigual pouco se alterou desde então”. “Os países do G7 continuam a deter 41 por cento dos votos no FMI e Banco Mundial, apesar de terem menos de dez por cento da população mundial. Os líderes do Banco Mundial e do FMI continuam a ser decididos pelos Estados Unidos e Europa, respectivamente. De igual modo, os países europeus e outras nações do Norte Global detêm 47 por cento do total de assentos no Conselho de Segurança da ONU, apesar de representarem apenas 17 por cento da população mundial”. De referir que “o FMI e o Banco Mundial continuam a ter uma enorme influência no sistema económico global e, em particular, nas políticas económicas dos países de baixo e médio-baixo rendimento”. Estas entidades, segundo a Oxfam, “insistem sistematicamente na implementação de cortes em despesas críticas”. Um dos exemplos apresentados é do FMI, que “exige que os países devedores priorizem o pagamento das dívidas a credores acima de tudo e que implementem políticas que incluam a privatização, liberalização do comércio e redução dos défices públicos para obter novos empréstimos”. “Estas políticas prejudicam o acesso a uma educação de qualidade e a preços acessíveis e cuidados de saúde, com um impacto negativo na saúde pública”, acrescenta-se. O que fazer? A Oxfam propõe uma série de medidas para mitigar a crescente desigualdade entre os mais ricos e o resto do planeta, sugerindo, entre outras, que os Governos se comprometam a garantir que o rendimento dos dez por cento mais ricos da população não excederá o dos 40 por cento mais pobres, tanto a nível nacional como mundial. O relatório insta também a um aumento dos impostos sobre as grandes fortunas, através de um sistema fiscal internacional concebido pela ONU, e a eliminação dos paraísos fiscais. Com Lusa
EUA | TikTok deixa de funcionar no país Hoje Macau - 20 Jan 2025 A TikTok deixou de funcionar no sábado nos EUA, após o Supremo Tribunal decidir manter uma lei aprovada pelo Congresso que obriga a aplicação a desvincular-se da empresa-mãe, a chinesa ByteDance, ou a enfrentar o encerramento. A plataforma de partilha de vídeos curtos, com 170 milhões de utilizadores nos Estados Unidos, enviou a muitos deles um aviso com a seguinte mensagem: “Desculpe, a TikTok não está disponível neste momento”. Além disso, atribuiu a suspensão das operações à legislação promovida pelo Congresso. No entanto, de acordo com a administração do Presidente cessante, Joe Biden, a TikTok tomou a decisão por iniciativa própria. Na sequência da decisão do Supremo Tribunal, a Casa Branca anunciou que o actual Executivo não faria cumprir a lei, deixando a aplicação desta para o Presidente eleito, Donald Trump, que toma posse hoje. A TikTok luta há meses contra esta lei, aprovada pelo Congresso norte-americano em Março, em nome da segurança nacional. O Supremo Tribunal dos Estados Unidos recusou-se a suspendê-la, selando o destino da rede social no país, a menos que haja uma intervenção de última hora. O novo governo dos Estados Unidos “vai pôr em prática medidas para evitar que a TikTok fique indisponível” no país, disse, na sexta-feira, o conselheiro de segurança nacional escolhido pelo presidente dos Estados Unidos eleito, Donald Trump, numa entrevista.
Mongólia | Novo recorde de turistas em 2024 Hoje Macau - 20 Jan 2025 A Mongólia registou um aumento significativo no número de turistas estrangeiros em 2024, totalizando 727.400 visitantes, número ainda aquém da meta de um milhão estabelecida pelas autoridades. O valor representa um aumento de 22 por cento em comparação com o ano anterior, de acordo com dados divulgados no sábado pelo país asiático. O aumento de turistas, indicam as estatísticas, deve-se sobretudo a uma subida de visitantes asiáticos, nomeadamente chineses, japoneses e taiwaneses. A Mongólia está a promover o desenvolvimento do turismo sustentável para proteger os recursos naturais do país. Criou o programa “Go Mongolia 2.0”, centrado na promoção do turismo nas quatro estações do ano e no desenvolvimento regional do sector, lançando projectos de infra-estruturas, como a construção de 4.440 quilómetros de estradas, a melhoria dos postos fronteiriços e novas ligações ferroviárias e aéreas entre regiões. O Governo mongol sublinhou ainda a importância do planeamento de infra-estruturas – como parques de campismo e rotas de viagem bem definidas – e da protecção de zonas sensíveis. Desde 2019, um projecto de turismo sustentável apoiado pelo Banco Asiático de Desenvolvimento tem incidido na construção de infraestruturas e na gestão de resíduos em destinos chave, como o lago Khovsgol e o complexo natural de Onon Balzhin. O sector do turismo gerou receitas recorde de 1,5 mil milhões de dólares em 2024, desempenhando um papel importante nos esforços da Mongólia para diversificar a economia historicamente dependente da mineração. A administração do país designou os anos 2023-2028 como os “Anos de Visita à Mongólia”, com o objectivo de atrair pelo menos um milhão de turistas por ano.
Burla | Mais de três anos de prisão por uso de notas falsas Andreia Sofia Silva - 20 Jan 2025 Um homem foi condenado a três anos e três meses de prisão efectiva por usar “notas de treino”, ou seja, falsas, num esquema de burla de troca de dinheiro que envolveu contactos via WeChat e um intermediário que apresentou queixa do caso. O acusado recorreu da sentença, sem sucesso Um homem foi condenado a três anos e três meses de prisão efectiva por ter ajudado a transportar “notas de treino”, ou seja, notas falsas num esquema de câmbio promovido através da rede social WeChat. O caso remonta a Outubro de 2023. O acusado recorreu da sentença para o Tribunal de Segunda Instância (TSI), que, no entanto, não deu provimento ao recurso. Tudo começou quando o acusado “alcançou um acordo de cooperação com vários indivíduos via WeChat”, em que estes “mentiam, dizendo que eram capazes de trocar RMB [renminbis] por dólares de Hong Kong”, descreve o acórdão do TSI. Para tal, era feito um pedido nesse grupo para que “quem quisesse cambiar RMB para os transferir para uma designada conta bancária no Interior da China”. O acusado mostrou, nesse grupo”, as chamadas “notas de treino”, em tudo semelhantes às notas de mil dólares de Hong Kong, sendo que o objectivo era “enganá-los visualmente e apoderar-se ilegitimamente do dinheiro”. Sucede que outro homem travou conhecimento com um cambista a operar em Macau “por intermédio de amigos”. Este cambista disse “poder trocar 482.500,00 RMB por 500.000,00 HKD em numerário”, tendo dado todas as informações desse negócio ao acusado, que depois entregou num quarto de hotel um “saco de viagem preto contendo seis maços de ‘notas de treino’ agrupados com gazes brancas”, a fim de concluir o câmbio com o homem que contactou o cambista. Fraca ilusão Já na posse dos 500 mil dólares de Hong Kong, o homem que fez o contacto com o cambista em Macau transferiu o dinheiro, “através de um amigo”, para a conta bancária que tinha sido indicada no grupo do WeChat, mas apercebeu-se então “da falsidade dos dólares de HK entregues por A [acusado]”. Foi aí que, “percebendo que foi enganado por este, participou o acontecimento à polícia”. Na primeira instância houve, assim, uma condenação de três anos e três meses de prisão pelo crime de burla de valor consideravelmente elevado, “cometido em co-autoria material e de forma consumada”, sendo que o acusado foi levado a “assumir responsabilidade solidária com os associados, se houvesse de pagar 482.500,00 RMB a B [homem que contactou o cambista], a título de indemnização”. No recurso apresentado junto do TSI, o acusado argumenta que “foi enganado e utilizado por outrem e que aproveitara a sua viagem a Macau para transportar dinheiro, a fim de ajudar outros”. Este disse ainda não saber “que as notas em questão eram ‘de treino'”, até o homem que fez a queixa à polícia ter verificado isso. O acusado referiu também, para provar a inocência, que nunca teve “intenção de burlar outrem para se enriquecer e em termos objectivos, que nunca havia posto em prática uma artimanha para iludir” o homem que fez a queixa. Assim, “não estavam verificados os requisitos constitutivos do crime de burla”. Porém, o TSI não teve o mesmo entendimento, tendo comprovado que o acusado procurou obter “benefícios ilegítimos tanto para si próprio como para outrem”, juntando-se “a outros por acordo de cooperação, para induzir B [o queixoso] em engano acerca da autenticidade das notas”.
Os desesperados André Namora - 20 Jan 2025 Encontrei um homem com cerca de 60 anos de idade a vender a revista ‘Cais’. Iniciámos uma conversa e fiquei abalado. O senhor foi toxicodependente e sem-abrigo a dormir nas ruas de Lisboa durante anos. Foi identificado e enviado para um centro de recuperação da toxicodependência. Recuperou e passou a vender a referida revista. Transmitiu-me o absurdo que vos quero relatar: há 15 anos que requer à Câmara Municipal de Lisboa uma habitação, nem que fosse uma casinha com apenas um quarto. Há 15 anos que obtém uma resposta que não reúne as condições para a concessão de uma casa. Tem vivido estes 15 anos sem qualquer privacidade e condições mínimas de qualidade numa casa municipal com a sua irmã. Contactámos as autoridades municipais e obtivemos uma resposta de que existem milhares de “desesperados” a solicitar uma casa. Milhares? E todos estes portugueses são a prova de que a Constituição portuguesa não é cumprida há décadas, cuja legislação diz que todo o cidadão tem direito a uma casa. Continuamos a ver pelas ruas de Lisboa um número crescente de sem-abrigo. Muitos não são toxicodependentes. Quando dobram os cobertores que lhes foram oferecidos por pessoas sensíveis a este drama, caminham para um trabalho. É no local de trabalho que ingerem algum alimento, que se lavam e que fazem as suas necessidades. Mas trabalham e acabado o horário de trabalho regressam ao local onde têm alguns cartões no chão e os cobertores a marcar o lugar. Isto, é chocante. O Governo fala demagogicamente em resolver o problema da habitação, mas o que temos visto é a autorização para a construção de condomínios de luxo. Onde está o uso dos muitos milhares de milhões de euros do PRR vindos da União Europeia? Onde está a construção de bairros sociais com dignidade, onde existam centros de saúde, correios, creches, supermercados e jardins infantis? Onde está o anúncio governamental da construção de casas de renda acessível para cidadãos sem residência e de baixos recursos financeiros? O partido Bloco de Esquerda ainda na semana passada, no Parlamento, requereu ao Governo que informasse qual o plano de habitação futura, algo que já solicitou várias vezes. Possivelmente não obterá resposta porque a preocupação do Governo é o aeroporto de Alcochete, é as várias vias férreas de TGV, é a cedência de terrenos baldios para a construção de condomínios de rendas impossíveis de serem pagas por gente pobre e é a privatização da TAP. O país não pode continuar a fingir que não vê a realidade da falta de habitação para estudantes e para pobres. É urgente que tomemos conhecimento oficial da construção de quantas habitações com o fim de serem cedidas a arrendatários de baixos recursos. Viver na rua é doloroso, é chocante, é desumano, é injusto, é ilegal e é acima de tudo uma falta do cumprimento da Constituição. O Governo não pode continuar a aceitar que centenas de oportunistas explorem estudantes universitários e fujam ao fisco. Existem centenas de casos em que esses indivíduos têm uma casa de sete quartos, com duas casas de banho, e seis estão alugados a estudantes ao preço de 500 euros cada, ou seja, têm um rendimento mensal líquido de três mil euros sem passar recibo. O Orçamento do Estado insere milhões de euros para acções supérfluas e isto não pode acontecer. Primeiramente está o nível de vida decente dos portugueses, muito antes de enviar milhões de euros para a Ucrânia. Os “desesperados” são aos milhares e aguardam que lhes seja dada uma casa há mais de uma década. Ministros e autarcas não têm vergonha desta situação? Não lhes dói o coração ao saberem que os seus semelhantes dormem na rua? As autoridades governamentais vivem com a consciência tranquila ao saberem que milhares de portugueses precisam de uma casa e nada fazem para resolver o problema? Muito recentemente num bairro de Lisboa foi inaugurado um edifício de quatro andares com várias fracções em cada piso. Uma construção de qualidade. Quando os alicerces tiveram o seu início nós próprios dirigimo-nos à edilidade lisboeta para nos inscrevermos e requerermos pertencer à possibilidade de obter nesse edifício uma fracção, já que tinha sido anunciado pela edilidade que o referido edifício seria para rendas acessíveis. Terminou a obra e o edifício está ocupado por moradores que entram na garagem do prédio com carros de topo de gama, como BMW, Tesla e Volvo. Os amigos leitores acham que as fracções foram concedidas a lisboetas com baixos rendimentos? Não. Segundo as nossas fontes, foram residir para o prédio em questão somente amigos de alguns directores da Câmara Municipal. Neste sentido, nunca os pobres irão ter uma casa minimamente digna. Em Julho do ano passado, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, anunciou que Lisboa tinha 3378 pessoas em situação de sem-abrigo na cidade e que dessas, 594 não tinham tecto. E em seis meses que, entretanto, passaram, quantas casas foram construídas para todos esses cidadãos? Na altura, Moedas fez-nos rir de assombro quando adiantou que a edilidade iria “gastar cerca de 70 milhões de euros até 2030 com o aumento das vagas de acolhimento para sem-abrigo”. Até 2030? Isto, é gozar com o pagode. Sete anos para arranjar “vagas de acolhimento”? Uma média de 10 milhões de euros por ano? Sejamos sérios e realistas e indagamos o que é que se constrói com 10 milhões num ano? E é este mesmo edil que na semana passada teve a preocupação imediata de arrasar com Alexandra Leitão, assim que a mesma foi anunciada como candidate do Partido Socialista à Câmara Municipal de Lisboa, titulando-a como uma política radical muito próxima do Bloco de Esquerda. Obviamente, que enquanto um edil se comportar como apoiante de um Governo, não existirá a preocupação de construir casas para pobres. E os “desesperados” que continuem à espera que uma casa caia do céu…
Cinema | Studio City exibe comédia “Hit N Fun” passada em Macau Hoje Macau - 20 Jan 2025 Estreou no sábado nos cinemas da Studio City o filme “Hit N Fun”, uma comédia de acção com produção de Hong Kong, que tem as regiões administrativas especiais como pano de fundo. “O enredo do filme passa-se em Macau porque a cultura e o estilo de vida de Hong Kong e Macau são semelhantes. Isso torna a história relacionável com o público de Hong Kong, e a mistura da arquitectura antiga e nova de Macau também acrescentou a riqueza e o contraste aos visuais”, indicou o realizador Albert Mak, num comunicado divulgado pela Studio City. O filme, patrocinado pelo Studio City, conta no elenco com Louis Koo, Philip Ng, German Cheung, Chrissie Chau e Louise Wong. Esta última revelou alguns detalhes da produção. “Toda a gente dizia que o escorrega era muito alto, e só de olhar para ele os meus joelhos fraquejavam. Felizmente, o realizador conseguiu a filmagem em apenas dois takes. O escorrega foi verdadeiramente emocionante”, conta a actriz sobre uma cena de acção filmada no parque aquático da Studio City. Entre os locais de filmagem, destaque o Albergue SCM e o popular Café Cheong Lam Kei.
Governo apresenta cartaz de celebrações para o Ano Novo Lunar Hoje Macau - 20 Jan 2025 A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) apresentou na sexta-feira o programa de celebrações do Ano Novo Lunar, que irá contar com a tradicional Parada de Celebração e três espectáculos de fogo-de-artifício. No cartaz, destaque para o Desfile do Dragão Gigante Dourado, que irá passar por alguns pontos dos bairros comunitários, nos primeiros dois dias do Ano Novo Lunar (29 e 30 de Janeiro). A festa será alargada a vários bairros de Macau, com actuações de grupos de dança do dragão e do leão, o Deus da Fortuna, os três Deuses da Felicidade, Longevidade e Prosperidade, a Cobra do zodíaco chinês. Segundo a DST, estas actuações vão enriquecer “o ambiente festivo nos bairros comunitários, a fim de levar os visitantes aos bairros comunitários e dinamizar a economia dos mesmos”. Outro dos pontos incontornáveis das celebrações, são os “Espectáculos de Fogo-de-Artifício do Ano Novo Chinês”, que se realizam na zona ribeirinha em frente à Torre de Macau no terceiro dia do Ano Novo Lunar (31 de Janeiro), às 21h45, no sétimo dia do Ano Novo Lunar “Dia de Todos os Aniversários” (4 de Fevereiro), e no Festival das Lanternas (12 de Fevereiro), às 21h. As três exibições pirotécnicas vão durar 15 minutos cada. Como é habitual, serão montados locais para visualizar os espectáculos de fogo-de-artifício no Anim ‘Arte NAM VAN, entre o Centro Ecuménico Kun Iam e a Zona de Lazer da Marginal da Estátua de Kun Iam, na Avenida de Sagres (ao lado do Hotel Mandarin Oriental Macau), no passeio ribeirinho do Centro de Ciência de Macau, na Estrada Marginal do Lago (ao lado do Hotel YOHO Ilha de tesouro Resorts Mundial) e na Avenida do Oceano da Taipa. Nestes locais serão instaladas colunas de som para passar música, para criar um ambiente mais festivo. Integração cultural A DST indicou que o programa relativo à Parada de Celebração e ao Desfile do Dragão Gigante Dourado voltaram a ser enquadradas pelo Ministério da Cultura e Turismo da China nas actividades “Feliz Ano Novo Chinês”, apresentando um conteúdo rico e diversificado, que demonstra “a profunda integração cultural e turística de Macau enquanto centro mundial de turismo e lazer”. O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes espera que as celebrações deste ano permitam a “residentes e visitantes, sentir o encanto do “turismo + eventos” e promover a economia comunitária.
AMAGAO | Obras de 32 artistas para ver até Março no Artyzen Grand Lapa Andreia Sofia Silva - 20 Jan 2025 A exposição da galeria AMAGAO, no Artyzen Grand Lapa, traz uma panóplia de artistas locais e estrangeiros, com ligações à lusofonia, muitos deles que já expuseram em Macau. “Good Time” [Bom Momento] faz-se já sem José Isaac Duarte à frente do projecto da AMAGAO, que conta agora com Vítor Hugo Marreiros Chama-se “Good Time” [Bom Momento] e é com ela que a galeria AMAGAO dá as boas vindas ao ano de 2025. A nova exposição patente no Artyzen Grand Lapa até 17 de Março traz uma variedade de artistas e de trabalhos artísticos, num total de 32, oriundos de 12 países e regiões diferentes, não só da China, Macau e Hong Kong como de países como Brasil, França, Guiné-Bissau, Indonésia, Itália, Portugal, São Tomé e Príncipe, Tailândia e Estados Unidos da América. A exposição foi inaugurada na última sexta-feira e apresenta trabalhos de artistas já bem conhecidos do público local, nomeadamente o arquitecto Alexandre Marreiros ou Alice Kok, ligada à curadoria de diversos projectos artísticos e co-fundadora da AFA – Art For All Society. Destaque ainda para o trabalho de joalharia de Cristina Vinhas ou dos desenhos de Eric Fok, conhecido pelos seus mapas artísticos cheios de detalhes, ou ainda Giulio Acconci e Fortes Pakeong Sequeira, só para enumerar alguns residentes que voltam a expor os seus trabalhos. De resto, a AMAGAO resolveu trazer de novo alguns artistas que já expuseram em Macau em mostras anteriormente promovidas por esta galeria, como é o caso de Suzy Bila, artista que trouxe, em 2023, “Paisagens Interiores”, integrada na Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau. Nascida em Moçambique e a residir em Portugal, Suzy Bila confessou ao HM, por altura da exposição, que “a pintura não tem territórios”, e que não faz arte para todos, sujeitando-se a múltiplas análises e olhares. Outro nome que estará representado em “Bom Momento”, é Abílio Febra, natural de Leiria e que trabalha essencialmente com escultura. Além de inaugurar um novo ano com esta exposição, a galeria AMAGAO apresenta uma nova reestruturação interna, uma vez que José Isaac Duarte, co-fundador, deixou o projecto, apurou o HM, estando neste momento o artista e designer macaense Vítor Hugo Marreiros na equipa, ao lado de Lina Ramadas. Inspirações dinásticas “Bom Momento” vai buscar parte da sua essência a um poema do período da dinastia Song, reflectindo, segundo uma nota da organização, “um sentimento de serenidade e gratidão pelas estações da vida”. “Na Primavera há todo o tipo de flores, no Outono há lua, no Verão há brisas frescas e no Inverno há neve. Quando não há nada com que nos preocuparmos, essa é uma boa estação da vida humana”, é descrito. Desta forma, a exposição “convida os visitantes a abrandar o ritmo, a apreciar a arte e a encontrar tranquilidade no seu ‘jardim’ diversificado de expressões criativas”. Esta mostra é, ao mesmo tempo, “um presente de Ano Novo que a galeria AMAGAO oferece à comunidade, enfatizando a capacidade da arte de promover a paz e a harmonia”. Joey Ho, curadora convidada, disse que o objectivo é fazer com que o público possa “abrandar o ritmo e apreciar as obras”, sendo, assim, possível “desfrutar do bom momento partilhado pelos artistas”. Rutger Verschuren, director-geral do Artyzen Grand Lapa, destacou que a colaboração desta unidade hoteleria com a galeria AMAGAO “continua a proporcionar oportunidades inigualáveis de intercâmbio artístico”, sendo que esta mostra “é um reflexo impressionante de como a arte pode unir-nos e enriquecer as nossas experiências, marcando um início de ano significativo”.
China | População diminui pelo terceiro ano consecutivo Hoje Macau - 20 Jan 2025 A população da China diminuiu em 2024 pelo terceiro ano consecutivo, segundo dados divulgados na sexta-feira, que apontam para novos desafios demográficos na segunda nação mais populosa do mundo. A população da China fixou-se em 1,408 mil milhões de pessoas, no final de 2024, o que representa uma diminuição de 1,39 milhões, em relação ao mesmo período do ano anterior. Os números anunciados pelo Governo seguem as tendências mundiais, mas especialmente no Leste da Ásia, onde o Japão, a Coreia do Sul, Hong Kong e outros países e regiões viram as taxas de natalidade cair a pique. Há três anos, a China juntou-se ao Japão e à maior parte da Europa de Leste entre os países cuja população está a diminuir. As razões são, em muitos casos, semelhantes: O aumento do custo de vida está a levar os jovens a adiar ou a excluir o casamento e o nascimento de filhos, enquanto prosseguem estudos superiores e carreiras. Embora as pessoas estejam a viver mais tempo, isso não é suficiente para acompanhar a taxa de novos nascimentos. Os dados ontem divulgados revelaram que o desequilíbrio entre os sexos é de 104,34 homens para cada 100 mulheres, embora grupos independentes considerem que a diferença é consideravelmente maior. Mais preocupante para o Governo foi a queda drástica da taxa de natalidade, com a população total da China a diminuir pela primeira vez em décadas em 2023 e a China a ser ultrapassada pela Índia como a nação mais populosa do mundo no mesmo ano.
Pequim ultrapassa Washington no número de cientistas de topo Hoje Macau - 20 Jan 2025 A China ultrapassou nos últimos anos pela primeira vez os Estados Unidos em número de peritos de alto nível na área da ciência e tecnologia, de acordo com um estudo de uma instituição chinesa. A análise, elaborada pela unidade de investigação Dongbi, incluiu dados relativos ao período entre 2020 e 2024 e revelou que o número de cientistas de topo na China aumentou, enquanto o número nos Estados Unidos diminuiu. A equipa responsável pelo relatório recolheu uma amostra de mais de 40.000 artigos científicos altamente citados, publicados entre 2020 e 2024 em 129 revistas académicas internacionais de topo numa série de disciplinas, extraindo depois informações sobre os autores. Wu Dengsheng, fundador da Dongbi Data e professor na faculdade de administração da Universidade de Shenzhen, disse que a análise mostrou o quanto o sector está a mudar em todo o mundo. “Nos últimos cinco anos, o panorama global do talento científico e tecnológico de alto nível sofreu profundas alterações”, afirmou Wu. “A China e os EUA estão a dominar de forma consistente, mas com tendências diametralmente opostas”, apontou. A Academia Chinesa de Ciências, a maior organização científica do mundo, com mais de 100 institutos em toda a China, encabeçou a lista com 3.615 cientistas de topo. Este número é muito superior ao da Universidade de Harvard, com 1.683, e ao da Universidade de Stanford, com 1.208. Mudanças visíveis As conclusões do relatório, juntamente com os resultados de outras análises semelhantes, apontam para uma mudança na força científica entre os EUA e a China nos últimos anos. De acordo com um relatório publicado em 2023 pelo Instituto de Informação Científica e Técnica da China, sob a tutela do Ministério da Ciência e Tecnologia, a China contribuiu com quase um terço dos artigos académicos publicados nas revistas internacionais mais influentes em 2022. Foi a primeira vez que a China ultrapassou os EUA para assegurar a primeira posição a nível mundial. Na última edição da Nature – uma das mais antigas e prestigiadas revistas científicas – publicada a 8 de Janeiro, quase metade dos estudos incluía trabalhos de investigadores de etnia chinesa.
Diplomacia | Trump e Xi falaram ao telefone Hoje Macau - 20 Jan 202520 Jan 2025 Antes da tomada de posse agendada para hoje, os líderes das maiores economias mundiais trocaram impressões por telefone O Presidente eleito dos EUA e o líder chinês, Xi Jinping, falaram na sexta-feira ao telefone, divulgou Pequim, com Donald Trump a garantir trabalho dos dois países para “tornar o mundo mais pacífico e seguro”. A agência noticiosa AP cita um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, enquanto a agência noticiosa Xinhua escreveu que “o Presidente chinês, Xi Jinping, manteve na sexta-feira uma conversa telefónica com o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump”. A conversa ocorreu três dias antes da tomada de posse de Trump, que confirmou na rede social ‘Truth Social’ ter falado com o líder chinês, referindo que “a chamada foi muito boa tanto para a China como para os EUA”. Trump revelou que entre os assuntos abordados estiveram o comércio, o opiáceo fentanil e a rede social TikTok, entre outros assuntos. “O Presidente Xi e eu faremos tudo o que for possível para tornar o mundo mais pacífico e seguro”, garantiu. Sorrisos frágeis A relação entre Estados Unidos e a China deverá ser um dos principais focos do regresso do republicano à Casa Branca, com tensões entre as duas superpotências em áreas como o comércio, tecnologia e a ilha de Taiwan. Trump já ameaçou impor tarifas de 60 por cento sobre todas as importações chinesas para os Estados Unidos, mas também elogiou no passado a sua relação com Xi, sugerindo ainda como Pequim poderia ajudar a mediar crises internacionais, como a guerra na Ucrânia. Em Dezembro, Trump afirmou ao programa “Meet the Press” que tem comunicado com Xi desde que ganhou as eleições. Nessa entrevista, Trump disse ter “uma relação muito boa” com o líder chinês, garantindo que Taiwan ficou fora dessas conversas. Na segunda-feira, a China será representada na tomada de posse não por Xi, mas pelo vice-presidente Han Zheng. Han Zheng na tomada de posse A China anunciou sexta-feira que o líder chinês, Xi Jinping, decidiu enviar o vice-presidente, Han Zheng, para assistir à tomada de posse de Donald Trump. O presidente eleito dos Estados Unidos, que vai cumprir um segundo mandato, vai tomar posse hoje em Washington. A equipa de transição de Donald Trump anunciou em Dezembro que o republicano quebrou a tradição ao convidar o Presidente do país asiático e outros líderes mundiais para a cerimónia. Han participa na investidura como “representante especial” de Xi Jinping, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “A China adopta os princípios do respeito mútuo, da coexistência pacífica e da cooperação vantajosa para todos ao rever e desenvolver as suas relações com os Estados Unidos”, afirmou, em comunicado, a diplomacia chinesa. “Estamos prontos a trabalhar com a nova administração norte-americana para melhorar o diálogo e a comunicação”, acrescentou. Pequim, lê-se ainda na nota, quer “prosseguir conjuntamente relações estáveis, saudáveis e sustentáveis entre a China e os Estados Unidos e encontrar o caminho certo para que os dois países se entendam”.
A proximidade afectiva de Pan Simu com o ímpar Mi Fu Paulo Maia e Carmo - 20 Jan 2025 Mi Fu (1051-1107), o singular calígrafo, poeta e pintor da dinastia Song que cultivou a estranheza na sua vida pessoal para se abster da contaminação dos assuntos mundanos, de pinturas antigas ou modernas que observava, escreveu que essas «coisas não me tocam nem me agitam quando me sento de pernas cruzadas como um monge, esquecendo todos os problemas e colocando-me em harmonia com o vazio vasto e azul» (Huashi), seria no futuro objecto de uma imensa admiração. Em Dantu, um dos três distritos de Zhenjiang (Jiangsu) onde ele viveu mais de quatro décadas, a sua memória é celebrada num parque único no país onde se podem observar mil e trezentas cópias de gravações de caligrafias em pedra. Aludindo à sua fonte de inspiração, foi adequadamente concebido diante da Colina dos dez li, com aspectos próprios da pintura de paisagens. A admirável novidade da sua arte fora elogiada pelo imperador Huizong (r.1100-1125), que o conheceu e que no seu rolo vertical Pavilhão do despertar das nuvens (tinta sobre seda, 150 x 78,8 cm, no Smithonian) transcreveu a frase de Confúcio que sublinha o que se notará em pinturas ditas shanshui, «rios e as montanhas» em contínua mutação: «Antes do céu enviar as chuvas da estação, montanhas e rios apresentaram as nuvens.» Nas pinturas de Mi Fu nota-se esse olhar para as mutantes formas fluidas onde se podia revelar o espírito, ao contrário do desenho de animais ou pessoas que possuem formas estabilizadas (youdingxing). O seu legado foi também e sobretudo cultivado por pintores ao longo do tempo. Pan Simu (1756-1839) já na última dinastia setecentos anos depois foi um dos que utilizou os pontos horizontais aplicados com precisão pelo pincel sobre papel, figurando sucessivas montanhas retrocedendo que caracterizava o método de Mi Fu. Pan Simu como Zhang Yin ou Pan Gongshou, pintores da cidade de Zhenjiang, procurou estabelecer uma «escola» (pai) de pintura baseada na tradição da cidade. Nessa inquirição à memória, Pan Simu apercebeu-se da sua afinidade com Mi Fu. Fê-lo, por exemplo, em dois rolos verticais: A floresta do Grou (Helin) enevoada à chuva (tinta sobre papel, 128,9 x 31,4 cm, no Instituto de Arte de Minneapolis); e em Chuva e neblina em Helin (tinta sobre papel, 109,9 x 31,8 cm, no Metmuseum). Neste último refere uma visita ao templo onde estava o túmulo de Mi Fu na Montanha do Grou Amarelo (Huanghe shan) escrevendo um poema em que a expressão «velho tolo», laodian, é uma característica manifestação da familiaridade afectuosa um pouco agreste com que se tratavam os adeptos do Dao; «A grande fama da floresta do grou estende-se por anos e anos,/ Lá pernoitei uma vez na Primavera e lá fiz esta pintura lembrando o velho tolo./ Se o velho tolo regressasse agora, daria uma gargalhada dizendo;/ Quem se atreveu a vir roubar a minha meditação no Chan?»
Edifício do Lago | Apontada responsabilidade de proprietários na manutenção Hoje Macau - 20 Jan 2025 O Instituto de Habitação (IH) e a Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) defendem que os proprietários do Edifício do Lago precisam de assumir as responsabilidades de manutenção e reparação do edifício. A posição foi tomada em comunicação, depois do Governo ter arquivado uma investigação à queda de azulejos em espaços comuns no Edifício do Lago. As autoridades recordaram também que em Junho de 2022 o empreiteiro propôs um projecto de reparação para uma parede, com parte dos azulejos a ser reparada, e parte da parede a ser substituída por tinta. No entanto, o projecto foi vetado pelos moradores, nas reuniões da assembleia geral do condomínio entre Dezembro de 2022 e Março de 2023. No comunicado, o IH garante que vai continuar a ajudar os proprietários a realizar uma reunião para discutir a manutenção do prédio e pedirem apoio financeiro e de crédito sem juros para reparação as partes afectadas. Na mesma mensagem, as autoridades recordaram que o condomínio do Edifício Ip Heng, que teve também problemas com a queda de azulejos em espaços comuns, aproveitou o plano da reparação proposto por empreiteiro, o que fez com que em Novembro do ano passado a obra tenha sido realizada.
Bacará | Receitas ultrapassam valores pré-pandemia Hoje Macau - 20 Jan 2025 Após o progressivo regresso à normalidade pós-pandemia iniciado em 2023, as receitas do jogo mais popular dos casinos de Macau ultrapassaram finalmente os recordes pré-pandémicos. No entanto, o sector VIP continua muito longe dos tempos dourados da indústria O jogo mais popular nos casinos de Macau, o bacará, ultrapassou em 2024 os níveis registados antes da pandemia, mas as receitas totais continuam longe dos picos históricos devido às apostas VIP, segundo os dados divulgados na sexta-feira. O bacará no chamado mercado de massas atingiu receitas de 137,9 mil milhões de patacas no ano passado, revelou a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Este valor representa um aumento de 24,8 por cento em comparação com 2023 e também uma subida de 14,2 por cento em relação ao anterior recorde, fixado em 2019, antes do início da pandemia de covid–19. Em 2024, o bacará de massas representou 60,8 por cento do total das receitas dos casinos no território, sendo de longe o jogo de fortuna e azar mais procurado pelos apostadores chineses. Ainda assim, no ano passado as receitas totais dos casinos da cidade – 226,8 mil milhões de patacas – representaram apenas 77,5 por cento do registado em 2019. Isto porque as grandes apostas em Macau estiveram somente a 40,5 por cento dos níveis fixados antes da pandemia, apesar de terem subido 21,2 por cento em 2024, para 54,8 mil milhões de patacas. Novos tempos Em 2019, o chamado jogo bacará VIP representava 46,2 por cento das receitas totais dos casinos de Macau. Mas, em 2024, este segmento ficou–se por uma fatia de 24,1 por cento. As grandes apostas foram afectadas pela detenção do líder da maior empresa angariadora de apostas VIP do mundo, em Novembro de 2021. O antigo director executivo da Suncity, Alvin Chau Cheok Wa, foi condenado em Janeiro de 2023 a 18 anos de prisão por exploração ilícita de jogo e sociedade secreta, num caso que fez cair de 85 para 18 o número de licenças de promotores de jogo emitidas em Macau. Em Abril de 2023, o líder de uma outra angariadora de apostas VIP em Macau, o Tak Chun Group, Levo Chan Weng Lin, foi condenado a 14 anos de prisão por crimes que vão desde o jogo ilegal ao branqueamento de capitais. Em 2024, o território ainda registou 9 milhões de patacas em receitas das apostas em corridas de cavalos, que terminaram em 30 de Março. Após mais de 40 anos, o Governo anunciou em 15 de Janeiro de 2024 a rescisão do contrato devido às “dificuldades de operação” da concessionária do hipódromo, que tinha vindo a acumular prejuízos desde 2002.
Trânsito | Multada condutora que parou à frente da EPM Hoje Macau - 20 Jan 2025 As autoridades multaram duas pessoas na sequência de um vídeo viral nas redes sociais, em que é possível assistir a uma condutora a passar um sinal vermelho, fazer marcha atrás, parar em frente da EPM e fazer um gesto obsceno. O caso tornou-se viral nas redes sociais, gerou uma campanha de cyberbullying contra a condutora com nacionalidade portuguesa, com pedidos de despedimento junto da entidade patronal e ataques anónimos de cariz racista, com a recurso à expressão “mulher-vaca”, um termo pejorativo na língua cantonesa para referir os portugueses. De acordo com o comunicado emitido, na sexta-feira, à noite pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), depois de uma investigação ao caso, as autoridades verificaram que a condutora tinha cometido “múltiplas infracções” no local, e que o condutor do veículo onde foi captado o vídeo também tinha cometido uma infracção. Face ao apurado, o CPSP afirmou ter multado os condutores, de acordo com a lei. No comunicado, as autoridades pediram ainda aos condutores que manterem uma “circulação civilizada”. “O Corpo de Polícia de Segurança Pública apela a todos os condutores para que cumpram conscientemente as regras de trânsito e as leis relevantes e não se envolvam em qualquer comportamento que obstruam o trânsito. Além disso, devemos manter uma circulação civilizada e cortês e construir em conjunto um ambiente rodoviário harmonioso e inclusivo”, foi escrito.
Turismo | Portugal pode ajudar Macau a atrair visitantes europeus Hoje Macau - 20 Jan 2025 A directora dos Serviços de Turismo de Macau considera que Portugal pode ajudar Macau a atrair no futuro mais visitantes vindos do resto da Europa. Helena de Senna Fernandes falou à margem da apresentação das festividades do Ano Novo Lunar, que terá este ano um orçamento 34,8 milhões de patacas “Portugal não serve só para atingir Portugal. Portugal serve também para nos ajudar a atingir o mercado europeu”, disse Senna Fernandes, na sexta-feira, à margem da apresentação do cartaz de festividades para celebrar o Ano Novo Lunar. A dirigente deu como exemplo a reunião semianual da Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos (ECTAA, na sigla em inglês), que se irá realizar em Macau, em Junho. “Isto é também um resultado de boa colaboração entre nós e a APAVT [Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo], porque foi através da APAVT que nós fomos apresentados à ECTAA”, sublinhou a directora dos Serviços de Turismo de Macau (DST) Senna Fernandes. Em Abril de 2024, a vice-presidente da ECTAA, Heli Mäki-Fränti, disse à Lusa, durante a 12.ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau (MITE), que a reunião no território acontece “por iniciativa” da APAVT. Será a segunda vez que a ECTAA se reúne fora da Europa, após Kuala Lumpur, na Malásia. A confederação escolheu também Macau como destino preferido para 2025. “Eu acho que é um bom começo”, disse Senna Fernandes. “Embora vá ter menos do que 100 pessoas, eles representam, no todo, 80 mil agências de viagens de toda a Europa”, sublinhou. A directora da DST demonstrou esperança de que o evento possa no futuro ajudar Macau a atrair mais visitantes europeus. “Para já é importante que as agências de viagens da Europa conheçam Macau. Se calhar, muitos deles não conhecem Macau ou há muitos anos que não visitam Macau”, referiu Senna Fernandes. A dirigente disse acreditar que, após a reunião, haverá uma maior presença europeia na MITE, assim como mais oportunidades para promoção turística de Macau na Europa. Celebração a caminho A DST vai estar presente na Feira Internacional de Turismo de Madrid, de 24 a 26 de Janeiro, e na ITB Berlim, a maior feira de viagens do mundo, entre 4 e 6 de Março, além de realizar seminários nos Emirados Árabes Unidos e na Arábia Saudita. O objectivo é atrair mais visitantes internacionais, mas Senna Fernandes admitiu que no período do Ano Novo Lunar, de 28 de Janeiro a 4 de Fevereiro, Macau vai continuar a depender dos turistas chineses. A directora da DST espera uma média diária de 185 mil visitantes durante os feriados do Ano Novo Lunar, dos quais apenas oito mil deverão ser internacionais. A principal atracção durante este período em Macau será a Parada do Ano Novo Lunar, realizada em 31 de Janeiro e repetida depois em 8 de Fevereiro. As celebrações deste ano vão custar mais 3,2 por cento face ao orçamento do ano passado, para um total de 34,8 milhões de patacas. O evento vai incluir espectáculos de 35 grupos vindos do Japão, Coreia do Sul, França, Roménia, Colômbia, Espanha e Índia, assim como grupos locais, incluindo actuações de grupos da Associação de Danças e Cantares Portuguesa ‘Macau no Coração’ e a Casa de Portugal em Macau.
Função pública | CE quer concretizar o espírito de Xi Hoje Macau - 20 Jan 2025 No primeiro mês de mandato, o Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, realizou sete palestras a apelar aos funcionários público que ponham em prática o espírito dos discursos do presidente Xi Jinping, aquando a passagem por Macau, e que concretizem “os pedidos e esperanças” definidos pelo líder da China. As palestras foram realizadas entre 8 e 17 de Janeiro e presididas pelo Chefe do Executivo. Durante a apresentação dos discursos, Sam Hou Fai destacou que o Presidente Xi pediu aos novos secretários para terem um perspectiva global sobre a governação, e assumirem uma maior responsabilidade, reforçarem a solidariedade e manterem a integridade. Sam Hou Fai apontou ainda que os serviços têm de promover uma melhor comunicação interdepartamental para aumentar a eficácia administrativa. Jiangmen | Associação pede cumprimento das ideias de Xi O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Tam Vai Man visitou no sábado a Associação dos Conterrâneos de Kong Mun de Macau (ou Jiangmen) para recolher opiniões para as linhas de acção governativa da área dos transportes e obras públicas. Segundo o gabinete do secretário, o presidente da associação Chan Sio Cheng apresentou aquilo que considera ser as “exigências da população, em resposta aos discursos importantes que o Presidente Xi Jinping proferiu durante a sua visita a Macau”. O presidente da associação, que tem como vices os deputados Zheng Anting e Lo Choi In, espera que o Executivo, as associações sociais e a população de Macau se unam na implementação pragmática do “princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, para responder às expectativas do Presidente para Macau”. Por sua vez, Lo Choi In salientou o apoio financeiro atribuído a edifícios antigos, que embeleza os bairros antigos, promovendo a renovação urbana.
Imobiliário | Song Pek Kei pede mais apoios para o sector Hoje Macau - 20 Jan 2025 A deputada Song Pek Kei defende a implementação de mais políticas de incentivo à recuperação do mercado imobiliário, como o aumento da flexibilidade em termos do pagamento da entrada na compra de casas ou mesmo o subsídio para a entrada. Numa interpelação escrita, a deputada ligada à comunidade de Fujian apontou que apesar de o Governo ter levantado as medidas de controlo da procura imobiliária, os residentes ainda estão a enfrentar uma grande pressão financeira. Na perspectiva da legisladora, parte desta pressão deve-se ao facto de a entrada na compra de habitação tem de representar pelo menos 30 por cento do valor da habitação privada, o que limita o endividamento a um máximo de 70 por cento do valor. Song, recorda que no passado havia autorização para os residentes atingirem maiores níveis de endividamento, o que fazia com que a pressão sobre os residentes fosse inferior. Song Pek Kei indica igualmente que a taxa de desocupação de escritórios e lojas é alta, perguntando ao Governo que medidas vão ser tomadas para incentivar uma maior taxa de ocupação. A deputada sugeriu ainda que o Governo pode relançar o programa de imigração por investimentos em edifícios comerciais e industriais, para que importe investimentos para Macau, incentive a economia e crie mais oportunidades de emprego. Por último, como o Governo afirmou ter 19 mil metros quadrados de reserva de terrenos para construir no futuro, Song Pek Kei quer agora saber se o Executivo vai realizar a venda de terrenos e se os leilões podem ser feitos de forma regular.
Conselho de Estado | Pedida acção para desenvolver Hengqin João Luz - 20 Jan 2025 O director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, recebeu em Pequim uma comitiva da RAEM liderada por André Cheong. Xia Baolong pediu ao novo Executivo que ponha em prática o espírito dos “discursos importantes e instruções do Presidente Xi Jinping” e crie uma nova conjuntura de desenvolvimento O secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, chefiou uma delegação da RAEM numa viagem de trabalho a Pequim na passada sexta-feira que reuniu com várias entidades do Governo Central, incluindo o director do Gabinete de Trabalho de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China e do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong. Segundo um comunicado divulgado pelo gabinete de André Cheong, o objectivo da visita foi “obter o apoio dos ministérios e comissões relevantes do Governo Central e auscultar os seus pareceres orientadores, concentrando-se na implementação do espírito consagrado nos discursos importantes proferidos pelo Presidente Xi Jinping durante a sua visita a Macau”. Um dos principais temas em cima da mesa foi a aceleração do desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin. André Cheong liderou a comitiva da RAEM também na qualidade, por incumbência do Chefe do Executivo, de subchefe permanente da Comissão de Gestão da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin. Durante a reunião com Xia Baolong, o director afirmou esperar que o novo Governo da RAEM “apreenda, de uma forma aprofundada, e ponha em prática, de uma forma efectiva, o espírito consagrado nos discursos importantes e nas instruções do Presidente Xi Jinping, de modo a criar uma nova conjuntura de desenvolvimento para Macau”. Estar à altura Xia Baolong afirmou também que o Executivo de Sam Hou Fai deverá reforçar “a coordenação interna, estudar e lançar activamente políticas e medidas jurídicas para fomentar o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada, investir mais recursos e trabalhar em estreita cooperação com a Província de Guangdong”. O responsável apontou que estas são as premissas para atingir “o desenvolvimento de alta qualidade da Zona de Cooperação Aprofundada, de forma a estar à altura das altas expectativas do Presidente Xi Jinping e do Governo Central”. Por seu lado, André Cheong deu conta do ponto de situação sobre o estudo e implementação, pelo Executivo e diversos sectores da comunidade, do espírito consagrado nos discursos importantes proferidos pelo Presidente Xi Jinping durante a sua visita a Macau. O secretário apresentou ainda o caminho que o Governo irá seguir na próxima fase da reforma da administração pública e da coordenação legislativa, assim como para o desenvolvimento de Hengqin.
LAG | Associação pede alterações à lei de habitação económica Andreia Sofia Silva - 20 Jan 2025 A Associação Geral dos Conterrâneos de Fukien em Macau entende que a lei de habitação económica deve ser alterada para modificar o tipo de fracção consoante a evolução do tamanho dos agregados familiares. A ideia foi defendida num encontro com o secretário para os Transportes e Obras Públicas a propósito das novas linhas de acção governativa No decorrer dos encontros do Governo com associações locais a propósito das Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano, foi defendida a alteração da lei de habitação económica para que os moradores possam mudar de tipologia de apartamento conforme as mudanças no tamanho dos agregados familiares. A ideia foi deixada pelo deputado Nick Lei, vice-presidente da Associação Geral dos Conterrâneos de Fukien, num encontro de sexta-feira com o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam. Segundo uma nota oficial, Nick Lei sugeriu “a optimização da lei de habitação económica”, sendo que, nesse contexto, “o Governo deve considerar melhorar a lei da habitação pública com base na realidade, permitindo aos residentes mudarem das fracções em que habitam devido a alteração da estrutura familiar, com o intuito de elevar a sua qualidade de vida”. O deputado defendeu ainda o “aproveitamento sensato e de acordo com a lei das reservas de terrenos”. Por outro lado, Chan Meng Kam, presidente da associação e antigo deputado, defendeu melhorias “na tutela dos Transportes e Obras Públicas” ao nível dos procedimentos administrativos, assim como a elevação “do processo de autorização e acelerar o planeamento de construção” em prol do “aperfeiçoamento do desenvolvimento urbano”. As sugestões dos conterrâneos da província de Fujian, para a área das obras públicas, vão ainda no sentido de rever “a gestão de activos da concessão de telecomunicações, o aperfeiçoamento dos serviços de táxi, a gestão de fluxo de passageiros no aeroporto e a reconstrução de prédios antigos na zona norte”, entre outras. Raymond Tam prometeu focar-se “nas construções e instalações complementares nas zonas antigas, procurando conseguir um desenvolvimento equilibrado”. Recorde-se que entre as empresas escolhidas pelo Governo para explorar as novas licenças de táxis surgem os nomes de vários dirigentes de associações ligadas à comunidade de Fujian e à Fundação de Chan Meng Kam. Transportes preocupam Raymond Tam reuniu também, a propósito das LAG, com a Associação Comercial de Macau, na sexta-feira. Ma Chi Ngai, presidente da direcção, lembrou a importância das áreas dos transportes e obras públicas por estarem “intrinsecamente ligadas à vida da população”, tendo sido apresentadas cinco sugestões. Uma delas prende-se com a necessidade de garantir que “a linha este do Metro Ligeiro e outras infra-estruturas essenciais sejam promovidas com sucesso e finalizadas conforme o calendário previsto, melhorando assim a eficiência do trânsito da cidade, proporcionando à população local e aos turistas uma deslocação mais facilitada e confortável”. Foi também pedido um “plano destinado à rede de trânsito nos arredores da zona este da cidade”, tendo sido sugerida “uma concepção e aperfeiçoamento mais sistemático, com vista a aliviar a pressão do trânsito”. Neste encontro, o secretário garantiu que irá tentar resolver estes problemas e que “a que a população está mais atenta, como as deslocações, habitação, planeamento urbano, coordenação entre estradas rodoviárias e obras públicas e o combate às inundações no Porto Interior”, sem esquecer “a protecção ambiental”. No sábado o secretário reuniu com dirigentes da Associação Geral das Mulheres de Macau (AGMM) que sugeriram a elaboração “de um programa especial de trânsito e transportes em articulação com o desenvolvimento dos transportes transfronteiriços”. O organismo representado na Assembleia Legislativa pediu também “a operação estável do Metro Ligeiro e o aperfeiçoamento de instalações complementares”. Foi também solicitada a “optimização do número de táxis e elevar a qualidade dos serviços prestados pelos seus condutores”. Raymond Tam disse que dará “primazia aos transportes públicos”, “crucial para melhorar a situação de tráfego em Macau”, ficando a promessa de resolver “alguns problemas existentes no Metro Ligeiro”, como “a suspensão de serviços por falhas técnicas, a morosidade na retoma dos serviços após condições meteorológicas extremas e a insuficiência relativa ao pagamento electrónico”. Pedido desenvolvimento do sector financeiro Dirigentes da União Geral das Associações de Moradores de Macau defenderam na sexta-feira, num encontro com o secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, a importância do “desenvolvimento do sector financeiro moderno e sector segurador” na elaboração de medidas para o novo relatório das Linhas de Acção Governativa. Segundo uma nota oficial, os dirigentes dos Moradores salientaram também a necessidade de promover a “economia comunitária, o programa de introdução de quadros qualificados e a exploração das actividades por pequenas e médias empresas”. Por seu lado, Tai Kin Ip disse que pretende “analisar de forma séria as opiniões e sugestões apresentadas”. FAOM pede mais recursos para saúde mental Dirigentes da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) pediram mais recursos para tratamento de doenças do foro mental, num encontro no sábado com a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam. Segundo uma nota oficial, foi defendida a necessidade de “aumentar os recursos de apoio à saúde mental, reforçando a ligações entre instituições públicas e privadas”. Para o novo relatório das Linhas de Acção Governativa para 2025, foi também discutida a necessidade de “formar mais quadros qualificados médicos locais” e “implementar medidas amigáveis às famílias, melhorando o ambiente e serviços das creches”, bem como “promover serviços profissionais de voluntários”. O Lam prometeu “a contínua revisão integral dos actuais serviços médicos”, além de se analisar o aumento das pensões e “aperfeiçoar o regime de segurança social”. A secretária reuniu também, no sábado, com a Associação Comercial de Macau, cujos dirigentes apontaram a necessidade de “aperfeiçoar o regime de registo do medicamento tradicional chinês”.
Aviação | HK Express considerada a companhia low-cost mais segura Andreia Sofia Silva - 20 Jan 2025 A nova edição do ranking de companhias áreas mais seguras, da Airline Ratings, destaca a low-cost Hong Kong Express como líder do top 10. Na lista surgem outras companhias com voos para Macau, nomeadamente a AirAsia, em sexto lugar, e a JetStar, de Singapura, em segundo lugar Foi divulgado na semana passada a nova edição do ranking de companhias áreas mais seguras do mundo pela Airline Ratings. E o destaque, no ramo das empresas de baixo custo, vai para a Hong Kong Express, com os organizadores da lista a explicarem que “em comparação com a lista do ano passado não houve mudanças significativas”. A HK Express “não teve nenhum incidente sério e mantém um registo de segurança relativamente impecável “, é ainda referido. Citando a OAG, uma plataforma global que fornece dados de viagens, a Airline Ratings destaca, numa outra nota de 7 de Janeiro, que a HK Express, uma subsidiária da Cathay Pacific, “expandiu as suas operações de forma significativa no ano passado”, aumentando o número de voos em 46 por cento, “passando de 23.940 voos em 2023 para 35.015 em 2024”, graças “a uma rede alargada e à capacidade adicional da frota”. O crescimento da HK Express parece estar em consonância, também segundo a OAG, com a “recuperação abrangente do Cathay Pacific Group, que restaurou totalmente as suas operações para níveis anteriores à pandemia”, tendo actualmente voos para 30 destinos em toda a Ásia, incluindo China, Taiwan, Japão, Coreia do Sul, Malásia, Vietname, Tailândia e Filipinas. Ainda no top 10 das mais seguras do mundo, e a preços mais baixos, estão a JetStar, de Singapura, e a AirAsia em sexto lugar, esta última com uma grande oferta de voos de e para o Aeroporto Internacional de Macau, nomeadamente para as cidades e regiões de Kuala Lumpur, Penang e Kota Kinabalu, na Malásia; Banguecoque e Chiang Mai, na Tailândia; Manila, capital das Filipinas, e ainda Jacarta e Bali, na Indonésia. Em oitavo lugar encontramos a VietJet Air, e a Cebu Pacific em 22º lugar, só para dar alguns exemplos. No caso das companhias aéreas europeias, a Ryanair encontra-se em terceiro lugar em matéria de segurança, seguindo-se a EasyJet em quarto lugar. Os organizadores destacam ainda novas entradas para o ranking das companhias aéreas de baixo custo mais seguras do mundo, tal como a Zipair, Jet2 e a Air Baltic. Pelo contrário, verifica-se “uma notável omissão, este ano, com a Spirit Airlines”, que abriu falência, em Novembro de 2024, “para restruturação das suas finanças e redução da dívida”. Air New Zealand em 1º No que diz respeito às companhias áreas que operam no mercado regular, a mais segura é a Air New Zealand, seguindo-se a Qantas. Hong Kong volta a marcar pontos por ocupar a terceira posição com a Cathay Pacific, lugar partilhado com a Emirates, do Dubai; e a Qatar Airways. Da Ásia constam ainda companhias como a EVA Air, de Taiwan, em quarto lugar; e a Korean Air, em quinto. A portuguesa TAP Portugal surge em oitavo lugar. Sharon Peterson, CEO da Arline Ratings, frisou que “a Air New Zealand e a Qantas voltaram a disputar o primeiro lugar com apenas 1,50 pontos de diferença”. “Embora ambas as companhias aéreas mantenham os mais elevados padrões de segurança e formação de pilotos, a Air New Zealand continua a ter uma frota mais jovem do que a Qantas, o que separa as duas”, acrescentou. A edição deste ano do rating destaca a posição solidificada da Vietnam Airlines, que foi considerada a 22ª mais segura para viajar do mundo e que se destacou em prémios recentes da Airline Ratings. “A Vietnam Airlines não teve nenhum acidente fatal em 27 anos, nem nenhum incidente grave. A companhia aérea opera uma frota de 100 aeronaves modernas, com uma idade média inferior a 10 anos, e a empresa tem passado sem falhas a sua certificação IOSA desde 2006. Além disso, o Vietname também fez grandes progressos na segurança da aviação com melhores aeroportos, actualizações do sistema de navegação e protocolos muito mais rigorosos. Tudo isto, em conjunto, garante-lhes um lugar no nosso top 25”, disse Sharon Peterson. A United Airlines surge em 23º lugar da lista das companhias áreas regulares mais seguras, quase nos últimos lugares. No caso do segmento low-cost, a Air Baltic ocupa a última posição, sendo uma estreia da empresa no ranking. Singapore Airlines de saída Ainda sobre os lugares cimeiros, Sharon Peterson destacou que “o empate a três para o terceiro lugar deveu-se ao facto de simplesmente não conseguirmos separar estas companhias aéreas”, isto porque “desde a idade da frota até às competências dos pilotos, práticas de segurança, dimensão da frota e número de incidentes, as pontuações foram idênticas”, referiu. A CEO estabeleceu ainda uma comparação com a lista de 2024, sendo que “algumas das alterações mais significativas incluem a inclusão da Iberia e da Vietnam Airlines (que fizeram a sua estreia na lista), bem como a subida da Korean Air para o top 10”. No tocante a ausências, refere-se a saída da Singapore Airlines e KLM. “Embora estas companhias aéreas continuem a ser excepcionalmente seguras e mantenham a sua classificação de segurança de sete estrelas, perderam por pouco um lugar este ano devido a incidentes ocorridos”, referiu na mesma nota. Os critérios utilizados pela Airline Ratings prendem-se com a ocorrência de “incidentes sérios nos últimos dois anos”, a idade e tamanho da frota, o rácio de acidentes, o número de mortos, a formação e competências dos pilotos e demais certificações internacionais possuídas pela empresa. Um dos factores a ter em conta na hora de avaliar as empresas é também a forma como os acidentes são geridos. Um estudo recente sobre segurança na área da aviação destaca que entre 2018 e 2022 o risco de mortes por voo foi de um por 13.7 milhões, sendo que, em comparação, “a Organização Mundial de Saúde estimou 1.19 milhões de mortes por acidentes nas estradas em 2023, o que representa mais de duas mortes por minuto”. Trauma recente Um dos acidentes aéreos mais recentes ocorreu na Coreia do Sul, praticamente no final do último ano. Um voo da Jeju Air teve um grave acidente de aterragem no aeroporto de Muan, levando à morte de 179 das 181 pessoas que seguiam a bordo. Os dois sobreviventes eram tripulantes do voo. O Airline Ratings foi criado em 2012, analisando mais de 230 companhias áreas de todo o mundo que abrangem 99 por cento do mercado mundial de passageiros. De fora do top 25 estão companhias aéreas chinesas, incluindo a Air Macau.
BAFTA | “Conclave” é o filme com mais nomeações Hoje Macau - 17 Jan 2025 O filme “Conclave”, de Edward Berger, é o mais nomeado para os prémios britânicos BAFTA, numa edição em que “On Falling”, de Laura Carreira, não chegou às nomeações e “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, figura entre os candidatos. Os BAFTA são atribuídos pela Academia Britânica das Artes de Cinema e Televisão e a lista de nomeados, divulgada esta quarta-feira, dá conta que “Conclave”, filme de conspiração de Edward Berger, ambientado no Vaticano e protagonizado pelo actor Ralph Fiennes, lidera com 12 nomeações. “Conclave” está nomeado, por exemplo, nas categorias de Realização, Filme, Elenco, Direcção de Fotografia, Banda Sonora Original e também Melhor Actor, para Ralph Fiennes, e Melhor Actriz Secundária, para Isabella Rossellini. “Emilia Pérez”, do francês Jacques Audiard, tem 11 nomeações, incluindo o de Melhor Actriz Principal para a espanhola Karla Sofía Gascón, e o de Melhor Filme em Língua Não Inglesa. Nesta mesma categoria está a produção brasileira “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, protagonizada por Fernanda Torres, no papel de uma activista, advogada e viúva de Rubens Paiva, o político brasileiro detido e torturado pela ditadura militar brasileira (1964-1985), no início dos anos 1970. O filme “On Falling”, da realizadora portuguesa Laura Carreira, tinha sido colocado entre os candidatos a uma nomeação para o prémio de Primeiras Obras, mas não chegou às nomeações finais. Produzido pela portuguesa Bro Cinema e pela britânica Sixteen Films, “On Falling” é a primeira longa-metragem de Laura Carreira, uma realizadora portuguesa que vive e trabalha há mais de uma década na Escócia e que é autora ainda das curtas-metragens “Red Hill” (2018) e “The Shift” (2020). A cerimónia dos BAFTA está marcada para 16 de Fevereiro em Londres.
IC | Ano Novo Chinês celebrado com música, exposições e workshops Hoje Macau - 17 Jan 2025 Já são conhecidas as iniciativas culturais destinadas a celebrar o Ano da Serpente que e começa a 29 de Janeiro. O público poderá desfrutar de espectáculos, concertos, workshops e exposições, nomeadamente com grupos artísticos oriundos das províncias de Hebei e Guizhou O Instituto Cultural (IC) preparou um programa recheado de eventos culturais que visam celebrar o Ano Novo Lunar da Serpente, que arranca no dia 29 deste mês. O público poderá, assim, desfrutar do programa “Feliz Ano Novo Chinês – Festividades do Ano Novo Chinês 2025” que decorre entre o primeiro dia do novo ano, 29 de Janeiro e o terceiro dia, 31 de Janeiro. O cartaz inclui a vinda de grupos artísticos das províncias de Hebei e Guizhou que apresentam espectáculos nos diversos bairros de Macau e ilhas, incluindo no espaço Anim’Arte Nam Van. São eles o Grupo de Teatro de Música e Dança de Hebei, a Trupe de Arte Étnica de Congjiang de Guizhou, o Grupo de Teatro de Música e Dança de Guizhou e a Trupe de Acrobacia de Guizhou. Segundo uma nota do IC, trata-se de actuações de “arte folclórica que proporcionarão um ambiente festivo na cidade”, além de estarem disponíveis para o público diversas bancas com materiais e produtos alusivos ao património cultural intangível destas duas regiões chinesas. Música a rodos O cartaz inclui também o “Concerto de Primavera 2025” promovido pela Escola de Música do Conservatório de Macau, que decorre no dia 25 de Janeiro no auditório do Conservatório, sendo que os bilhetes estarão disponíveis a partir do dia 29. Além disso, no dia 8 de Fevereiro, a Orquestra Chinesa de Macau irá apresentar o espectáculo “Rapsódia de Estepe”, concerto de Ano Novo Chinês, no grande auditório do Centro Cultural de Macau. Destaque ainda para o espectáculo, já noticiado, da Orquestra de Macau com músicos coreanos, “Amor em Seul”, para ver e ouvir no Venetian Theatre. Por sua vez, do dia 11, até ao dia 16 de Fevereiro, serão realizados vários workshops e actividades dedicadas ao Ano Novo Lunar em locais classificados como património e demais espaços culturais. Um deles é o “Workshop de Pintura Chinesa para o novo Calendário” ou ainda o “Workshop de Arte Floral em Celebração do Ano Novo Chinês”, num total de mais de dez actividades criativas, todas elas sujeitas a inscrições na plataforma da Conta Única de Macau. Uma vez que os museus e demais espaços culturais estão abertos nos dias do Ano Novo, o público terá a oportunidade para ver mostras como “Novas Perspectivas: Obras Modernas e Contemporâneas do Museu de Arte de Macau” e “Palácio do Duplo Brilho: Exposição Especial do Museu do Palácio”, patentes no Museu de Arte de Macau. No Museu de Macau apresenta-se ainda “Edificação das Massas: Exposição de Relíquias Culturais das Dinastias Zhou, Qin, Han e Tang”, sem esquecer “Brilho da Arte – Exposição de Artesanato em Ouro e Prata das Províncias de Hebei e Guizhou”, disponível a partir do dia 25 de Janeiro na Galeria do Tap Seac.