Sarampo | Macau aconselha vacina a quem viaje para os EUA

O Governo aconselhou os residentes que não são imunes ao sarampo que se vacinem antes de viajarem para os Estados Unidos, onde um surto já infectou mais de 200 pessoas

 

Os Serviços de Saúde (SS) apelaram a todos os habitantes de Macau a vacinarem-se “antes de viajaram para áreas onde o sarampo é endémico” nos Estados Unidos da América, de acordo com um comunicado divulgado na noite de segunda-feira.

“Recentemente, houve muitos surtos de sarampo nos Estados Unidos e países como as Filipinas e o Vietname também estão a ser afectados pela baixa taxa de vacinação contra o sarampo, resultando em casos”, sublinharam os SS.

Os residentes que nasceram a partir de 1970 são apontados como grupo prioritário para a vacinação, gratuita através de marcação nos centros de saúde públicos. Isto porque, embora a vacina contra o sarampo tenha sido introduzida pela então administração portuguesa em Macau no final da década de 1960, a taxa de vacinação permaneceu baixa até ao início dos anos 80.

Segundo o mais recente relatório dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, o país já registou quase 230 casos de sarampo durante o actual surto.

A esmagadora maioria dos casos (94 por cento) atingiu pessoas não vacinadas ou que não completaram a vacinação e 80 por cento dos doentes são crianças ou adolescentes, revelaram os CDC na sexta-feira. Uma criança em idade escolar morreu no final de Janeiro numa região do oeste do estado do Texas onde já foram identificados 159 casos de sarampo.

Inimigo invisível

Os SS alertam para o facto de o sarampo ser “uma doença altamente contagiosa que pode ser transmitida através do ar, de gotículas ou do contacto directo com secreções nasofaríngeas de uma pessoa infectada. O período de incubação é geralmente de 7 a 18 dias, mas pode chegar aos 21 dias”. A entidade liderada por Alvis Lo acrescenta que o sarampo é contagioso quatro dias antes e depois do aparecimento das erupções na pele, e tem como sintomas “febre alta (superior a 38°), manchas na mucosa oral, erupção maculopapular sistémica, conjuntivite, tosse e corrimento nasal”.

Uma vez infectadas, as crianças podem desenvolver complicações como otite média, encefalite e pneumonia. Em casos graves, pode levar à deficiência auditiva, à deficiência intelectual e até à morte.

A vacina contra o sarampo, papeira e rubéola é segura e altamente eficaz na prevenção de infecções e casos graves. A primeira dose é recomendada para crianças dos 12 aos 15 meses, e a segunda para crianças dos 4 aos 6 anos. Lusa / João Luz

MICEF | Número de participantes internacionais a crescer

O Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF, em inglês) garante que a edição deste ano vai ter um aumento de 15 por cento no número de participantes internacionais face ao ano passado.

O evento está agendado para decorrer entre 27 a 29 de Março, e a participação de expositores, comerciantes e delegações provenientes de “quase 40 países e regiões”, segundo os organizadores, apresenta “um aumento significativo” o que torna o evento ainda mais internacional.

Segundo os organizadores, as cinco zonas de exposição do 2025MIECF vão “acolher mais de 60 empresas estrangeiras com os mais recentes projectos de protecção ambiental” destas empresas. “A presença de mais de 100 empresas internacionais da Ásia-Pacífico, da Europa e dos países e regiões de língua portuguesa nas actividades programadas reflecte a profundidade e a amplitude da internacionalização desta edição do evento”, foi destacado.

Durante a exposição, vai decorrer uma mesa redonda sobre a transformação urbana com representantes da Bélgica, Brasil, Vietname, Malásia, Filipinas, Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Uzbequistão, cujo objectivo passa por “incentivar o intercâmbio entre cidades e a cooperação empresarial”.

Vão também ser “organizadas cinco sessões de bolsas de contactos temáticas para compradores e visitantes profissionais nacionais e estrangeiros, com vista a criar oportunidades de encontro e cooperação”.

GP Consumo | Ngan Iek Hang pede ajustes no programa

O deputado dos Moradores pede uma maior flexibilização do programa que visa reter os consumidores em Macau e tentar salvar o comércio dos bairros comunitários face à concorrência do Interior

 

Com o arranque de uma nova fase do Grande Prémio do Consumo marcado para 24 de Março, o deputado Ngan Iek Hang apelou ao Governo para resolver os problemas das duas edições anteriores, e facilitar a atribuição dos descontos. O Grande Prémio do Consumo é um evento de distribuição de cupões de descontos, para os residentes que consomem no comércio local, e que procura responder à fuga dos consumidores para o Interior.

“Queremos que o Governo ajuste de forma dinâmica o Grande Prémio do Consumo. Por exemplo, recebemos opiniões de alguns residentes que é melhor haver mais flexibilidade a nível dos sorteios dos cupões de desconto e dos períodos em que podem ser utilizados”, afirmou Ngan Iek Hang, que participou numa palestra do Centro da Política da Sabedoria Colectiva, subordinado à Associação dos Moradores.

Nos moldes anteriores, os residentes precisavam de consumir de segunda-feira a sexta-feira para se habilitarem a receber os cupões de desconto, que tinham de ser gastos no fim-de-semana seguinte. Caso esse não fosse o caso, os descontos passavam da validade. Este formato é considerado problemático: “Os residentes explicaram-nos que precisam de trabalhar entre segunda-feira a sexta-feira, ou que têm de trabalhar por turnos [o que impede o consumo nos dias indicados]”, apontou o deputado. “O período de habilitação para participar nos sorteios dos cupões de desconto tem de ser mais amplo e flexível”, frisou.

Elogios da praxe

Apesar de apontar a necessidade de melhorar o programa de apoio ao comércio local, Ngan Iek Hang destacou que a iniciativa merece ser elogiada, uma vez que também permite apoiar os mais idosos e os grupos mais desfavorecidos.

Além disso, Ngan Iek Hang citou comerciantes das pequenas e médias empresas (PME) dos bairros comunitários que confessaram ter falta de liquidez e dificuldades para sobreviver no actual contexto económico, quando têm de fazer frente aos empréstimos contraídos durante a pandemia.

Face a este assunto, Ngan pede o prolongamento temporal das ajudas em vigor: “Esperamos que o Governo prorrogue as medidas que ajudam as PME, tal como o apoio financeiro sem juros e o plano de garantia de créditos”, defendeu.

O deputado dos Moradores sugeriu também ao Governo que faça um estudo sobre o consumo nos diferentes bairros comunitários de Macau, com base nos dados recolhidos através dos meios de pagamentos electrónicos, e que com base nesses dados ajuste as políticas de apoios às empresas.

Por outro lado, Ngan Iek Hang considerou que as PME têm que rever as suas estratégias operacionais e diversificar os produtos segundo a tendência dos residentes e turistas.

O deputado recordou ainda que nos últimos anos, o Governo lançou medidas positivas para a digitalização das PME.

Ligações aéreas | Cheung Kin Chung pede inovação ao Governo

O deputado e presidente da Associação dos Hoteleiros de Macau, Cheung Kin Chung, considera que o Governo deve adoptar uma postura mais inovadora, de forma a expandir o número e o tipo de ligações aéreas internacionais com Macau. A posição consta de um artigo publicado ontem no jornal Ou Mun.

De acordo com as declarações de Cheung Kin Chung, as autoridades devem adoptar uma postura mais multifacetada nos esforços para atrair turistas internacionais e com maior poder de compra para promover “o desenvolvimento sustentado do turismo”.

O presidente da Associação dos Hoteleiros de Macau afirma que os esforços da Direcção de Serviços de Turismo (DST) de participar em eventos em Espanha, Emirados Árabes Unidos, Japão ou Coreia do Sul são positivos. No entanto, não são suficientes, e para Cheung a promoção de Macau como destino turístico sem criar melhores ligações internacionais vai sempre ter um impacto limitado.

A nível das ligações, Cheung pede ainda às autoridades que não se limitem às ligações de curta duração com os países e regiões vizinhas, mas que apostem em trazer turistas de outros mercados mais distantes, mas com grande capacidade de consumo.

Ao mesmo tempo, o dirigente associativo pediu uma maior coordenação entre o Governo, concessionárias do jogo, empresas e companhias de aviação neste esforço de maior internacionalização do mercado.

No ano passado, de acordo com a Direcção de Serviços de Estatística e Censos, o território recebeu 34,93 milhões de visitantes, entre os quais 2,42 milhões de visitantes internacionais, uma proporção de 7 por cento.

Segurança nacional | Mais de 25 mil alunos participam em concursos

Os vencedores dos concursos de composição e de curtas-metragens “A minha noção sobre a segurança da sociedade” foram escolhidos, avançou ontem o Gabinete de Comunicação Social.

A iniciativa organizada pelo Governo e o Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM contou com a participação “de oito instituições de ensino superior e 48 escolas de ensino secundário, com mais de 25.700 alunos”.

O Executivo salienta que este ano houve mais 3.000 concorrentes do que no ano passado. Os vencedores para os dois concursos foram divididos em três categorias de ensino superior, secundário e terceiro ciclo e a entrega dos prémios decorrerá durante a cerimónia de inauguração da Exposição sobre a Educação da Segurança Nacional, no dia 15 de Abril. Uma parte das obras premiadas será exibida durante a exposição.

A iniciativa tem como objectivo levar os jovens a “ponderar melhor as relações estreitas entre a segurança nacional a segurança da sociedade, ou até com a vida pessoal, aumentando a consciência cívica e o seu sentido de responsabilidade social”.

O propósito é levar os jovens a “assumir, por sua iniciativa, a responsabilidade na defesa da segurança nacional e estabilidade social”.

Macau Pass | Idosa convidada a assinar candidatura quando trocava cartão

Uma residente alegou que a sua avó foi convidada a assinar um boletim de propositura de candidatura às eleições legislativas quando tentava trocar o cartão Macau Pass para idosos para o Grande Prémio do Consumo. O prazo para apresentar as comissões de candidatura termina a 6 de Junho

 

“A minha avó queria trocar o cartão Macau Pass para idoso e foi a algumas associações. Quando tratava do processo para trocar o cartão, o funcionário da associação perguntou à minha avó se podia assinar um boletim de propositura para as eleições.” A alegação de aproveitamento eleitoral dos processos de substituição do “Cartão da Macau Pass para Idosos” foi ontem relatada por uma ouvinte do programa “Fórum Macau” do canal chinês da Rádio Macau.

A ouvinte, de apelido Wong, descreveu em poucas palavras o estado de confusão em que ficou a sua avó depois de lhe terem pedido para assinar o boletim durante o processo de troca. “A minha avó ficou confusa e incomodada com a situação. Ela só queria substituir o Macau Pass, sem se envolver em assuntos eleitorais e ficou a pensar que a troca do cartão poderia ter relação com a assinatura do boletim”, contou.

A residente mostrou-se também incrédula perante a forma como o processo de substituição de cartões se processa. “Quando vi a apresentação do programa, reparei que a substituição dos cartões é coorganizada pelo Instituto de Acção Social. Não percebo porque o Instituto de Acção Social não trata directamente da substituição dos cartões, da mesma forma que recebe pedidos e documentos para a atribuição de subsídios”, comentou a ouvinte.

Processo em curso

Estão abertos, até ao próximo dia 20 de Março, 60 postos para a substituição gratuita do “Cartão da Macau Pass para Idosos” espalhados um pouco por todo o território, entre instituições de serviços sociais e associações cívicas.

A troca dos cartões é necessária para os residentes com mais de 65 anos que tenham versões antigas do Macau Pass para idosos, uma vez que estes cartões têm um chip que não suporta o carregamento para obter desconto imediato do Grande Prémio do Consumo. Recorde-se que a medida arranca no dia 24 de Março e, pela primeira vez, oferece a modalidade de uso do Macau Pass para não excluir do programa idosos que não saibam utilizar as plataformas de pagamento online.

Por outro lado, a Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa começou na semana passada a disponibilizar os formulários para constituição de candidaturas. O prazo para as candidaturas, com as assinaturas requeridas por lei, termina a 6 de Junho. As eleições estão marcadas para 14 de Setembro.

O HM enviou questões à Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa e às entidades públicas que organizam a troca de cartões e o Grande Prémio do Consumo (Instituto de Acção Social e Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico) a perguntar se haveria algum caso em investigação relacionado com acções eleitorais durante a troca dos Macau Pass. Até ao fecho desta edição não foram obtidas respostas.

Deputado de Macau na APN pede ligação entre Península e Hengqin

Lao Ngai Leong, deputado por Macau na Assembleia Popular Nacional (APN), defendeu a construção de uma nova ligação entre a Macau e a Ilha da Montanha, que deve ser feita na Península. A proposta apresentada no âmbito das reuniões magnas, em Pequim, foi revelada ontem pelo jornal do Cidadão.

Na perspectiva de Lao, actualmente a única ligação, que é feita através da Taipa, pela Ponte Flor de Lótus, é insuficiente para toda a procura e acaba por causar muitos inconvenientes para as pessoas que precisam de se deslocar à Ilha da Montanha. Ao mesmo tempo, o também empresário acredita que a nova ligação seria uma forma de integrar mais as duas regiões, pelo que espera que o projecto seja integrado no 15.º Plano Quinquenal da República Popular da China.

O empresário argumentou ainda que a Península “é a região mais antiga e mais densamente povoada de Macau”, bem como “o centro económico tradicional de Macau” que concentra “mais de metade das entidades industriais e comerciais e da população permanente de Macau”. Como tal, é importante que também se torne um “elo de ligação” com a Hengqin, para servir as necessidades dos residentes da RAEM.

Parte interessada

Além de deputado na APN, Lao Ngai Leong é também empresário com investimentos em Hengqin. Nos anos 80, Lao fundou a Companhia de Fomento Predial Ch’ong Sai, que em inglês tem a denominação Chong Sai, que, de acordo com o portal da instituição, é responsável pelo projecto de habitação iCity Cidade Inteligente de Hong Kong e Macau, em Hengqin. O portal da Ch’ong Sai indica ainda que o projecto iCity Cidade Inteligente de Hong Kong e Macau vai receber um centro internacional de promoção de artes, para promover artistas da RAEM.

Os outros interesses económicos de Lao Ngai Leong envolvem a cadeia de hotéis Golden Dragon, a empresa de serviços financeiros China Huarong, a Pastelaria Cinco de Outubro e a empresa de desenvolvimento de aplicações móveis Pineapple Chain (Macao) Technology Company.

Lares de Idosos | Lo Choi In defende incentivos para privados

A deputada ligada à comunidade de Jiangmen alerta para a falta de camas nos lares de idosos em Macau. Face ao envelhecimento populacional, Lo Choi In defende o incentivo ao desenvolvimento de alternativas aos recursos públicos

 

Face ao envelhecimento da população de Macau, Lo Choi In alertou para a falta de camas em lares de idosos e defende a promoção do sector privado. O assunto foi abordado numa interpelação escrita pela deputada ligada à comunidade de Jiangmen.

De acordo com as contas apresentadas na interpelação, actualmente existem 2.510 camas em lares de idosos, número que não sofreu aumentos desde 2021, circunstância o que a deputada explicou com a pandemia. Até 2028, é expectável que o número de camas aumente até 3.600, incremente que se deve à abertura de novos lares na Zona A dos Novos Aterros.

Todavia, os números são insuficientes na óptica de Lo Choi In, não só devido ao envelhecimento esperado da população, mas porque cita relatórios de especialistas a indicar que o número mínimo aceitável seria de 4 camas em lares de idosos por cada 1.000 habitantes. Em Macau, o número médio está em 3,4 camas por 1.000 habitantes.

A deputada aponta igualmente que apesar da informação oficial sobre estes números nem sempre ser a mais transparente, os dados disponibilizados pelo Executivo permitem apurar que até 2028 haverá um défice de 400 camas. No cenário ideal, Lo indica que até 2026 deveria haver 5.200 camas em lares de idosos, tendo por base as recomendações da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e Organização Mundial de Saúde (OMS). Porém, esta fasquia não se vai concretizar.

Mais mercado privado

Perante esta situação, Lo Choi In pede ao Governo que invista mais recursos na disponibilização de camas, mas também que promova o desenvolvimento do sector privado, com a distribuição de terrenos da reserva da RAEM e a implementação da política de apoio.

“Nos últimos anos, em muitos países e regiões vizinhas, o mercado privado de cuidados a idosos tem vindo a desenvolver-se vigorosamente, o que não só satisfaz as necessidades da comunidade e reduz os encargos para o Governo, como também cria um grande número de postos de trabalho”, aponta. A deputada acrescenta que “em Macau, a procura também está a aumentar e, mesmo que o Governo esteja disposto a investir recursos públicos, continua a ser difícil satisfazer a procura”. “Será que o Governo está a considerar libertar mais terrenos públicos e criar incentivos políticos para o desenvolvimento dos lares privados?”, questiona. Lo Choi In perguntou ainda se o Governo equaciona o papel do mercado privado na resposta às necessidades da comunidade no âmbito da política para os idosos.

Além de terrenos, Lo Choi In admite que é difícil atrair trabalhadores para este sector, porque a maior parte das profissões não é considerada atractiva para os residentes. A legisladora quer assim saber se pode haver uma flexibilização da contratação de não-residentes.

Psicologia clínica | Os benefícios e riscos da introdução da IA

A inteligência artificial está aí para ficar e o seu uso no campo da psicologia começa a ser falado. Recentemente, o deputado Lam Lon Wai defendeu a sua utilização e, em Portugal, a Ordem dos Psicólogos criou a plataforma “PsIA”, que permite detectar sintomas. Nuno Gomes e Goreti Lima, dois terapeutas que trabalham com residentes, falam dos benefícios, riscos e potenciais usos da tecnologia

 

Perceber se emoções podem resultar em doenças do foro psicológico é algo que já é possível fazer com recurso à inteligência artificial (IA). O assunto começa a discutir-se em Macau ainda de forma tímida, nomeadamente através do deputado Lam Lon Wai, que em Fevereiro interpelou o Governo sobre a necessidade de aplicar ferramentas de IA em casos clínicos com jovens.

O HM falou com dois psicólogos clínicos que trabalham com residentes de Macau, de forma presencial ou à distância, sobre os benefícios e riscos de apostar na IA. Nuno Gomes, psicólogo numa clínica local, diz que a IA “é, para já, uma ajuda, e será sempre”.

“A IA é um processo irreversível e é inevitável que abranja todos campos da nossa vida, e neles está a psicologia e ajuda às pessoas. Mas venho de um campo da psicologia que é a Escola Humanista, que tem por base a relação com o paciente, e por isso não vejo grandes benefícios, para já, da utilização da IA, porque nas relações humanas a IA não entra”, defendeu.

Nuno Gomes acredita que a IA pode ajudar na fase de diagnóstico, embora pense que “o psicólogo vai ser sempre a personagem central”. “A IA pode ser uma vantagem em Macau para as pessoas que têm dificuldades em pedir ajuda. O uso da IA bem definido, até em termos éticos, poderá ser bastante útil para o início de uma terapia. Porém, neste momento não temos condições para o uso da IA ao nível de uma terapia mais completa e de fundo”, disse.

Nuno Gomes recorda ainda que para quem deseje falar com alguém, a IA “pode dar a sensação de que não estamos sozinhos e que está alguém do outro lado”. Trata-se de uma sensação que é ainda “estranha”, mas que “no futuro deixará de o ser, porque a IA vai fazer parte dos nossos dias”.

O psicólogo acredita que a IA “poderá funcionar desde que seja eticamente bem regulada, podendo ajudar em terapias breves, mas sempre como complemento de um processo maior”.

Goreti Lima, que já viveu em Macau, continua a fazer psicologia clínica à distância com residentes que vivem no território. É mais céptica em relação ao uso da IA, defendendo que a relação humana é sempre fundamental para um acompanhamento de qualidade.

“A terapia faz-se na relação e estas aplicações não contemplam isso. Acho muito bem que possamos utilizar a IA para diagnosticar, ver sintomas, mas isso também podemos fazer com um livro ou artigo. O ChatGPT já nos diz algumas coisas na área da psicologia, possíveis análises dos sintomas. A IA ajuda nesse processo, mas depois o resto funciona na relação terapêutica. É por isso que as pessoas gostam mais de um psicólogo ou outro. Depois há a questão ética, os dados são armazenados como? Vão para onde? As pessoas podem confiar?”, questiona.

Recomendações em Portugal

Numa interpelação escrita dirigida ao Governo da RAEM, o deputado Lam Lon Wai questionou se vai existir “cooperação” entre departamentos governamentais, empresas tecnológicas e instituições académicas locais no uso da IA na área da saúde mental. Porém, Goreti Lam lamenta que deputado “não fale na figura do psicólogo”.

“Os académicos têm uma experiência diferente dos psicólogos e terapeutas, que adquiriram essa experiência em termos práticos. Isso desenvolve-se ao longo do tempo. Todas essas questões têm de ser pensadas na hora de aplicar a IA. A IA pode identificar o que a pessoa tem e até técnicas a utilizar, mas depois há que ter em conta condições deontológicas. A avaliação tem sempre nuances consoante o contexto social da pessoa, e isso nunca é analisado na IA, ou então é de forma insípida”, acrescentou.

Portugal é um dos países onde a aplicação da IA na psicologia começa a ganhar alguma forma, ao ponto da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) ter criado a ferramenta online “PsIA”, que permite enunciar uma série de sintomas e chegar a um diagnóstico. Os dados pessoais parecem ficar protegidos com a introdução, no website, do número do Cartão de Cidadão, com a Chave Móvel Digital.

Além disso, a OPP criou um manual de boas práticas, intitulado “O factor humano na inteligência artificial – Recomendações estratégicas para a sustentabilidade”, que refere que existem “terapeutas virtuais que conseguem identificar, na comunicação com as pessoas, dificuldades emocionais que facilitam a educação psicológica deliberada”, além de potenciarem “a aprendizagem de técnicas e competências que visam, por exemplo, a redução da ansiedade”.

Além disso, o documento da OPP conclui que “alguns estudos sugerem que estes chatbots, desenvolvidos com base em modelos terapêuticos validados, podem ser eficazes na redução de sintomas depressivos e, inclusive, que algumas pessoas estabelecem com eles um vínculo semelhante ao de uma relação humana”. Porém, “estas evidências não se encontram consolidadas e questões relacionadas com a segurança (de pessoas e dados), a eventual dependência das tecnologias e a responsividade do apoio prestado face a diferentes dificuldades psicológicas não se encontram esclarecidas”, lê-se ainda.

Relativamente ao PsIA, é referido no website da OPP que “em questões muito específicas ou complexas não deve ser utilizado em tarefas que requeiram julgamento e avaliação especializados, análise técnica profunda ou aconselhamento profissional”. É ainda esclarecido que as respostas fornecidas baseiam-se “nos documentos e informações disponíveis” até ao dia 31 de Julho do ano passado, além de que a PsIA “não substitui de forma alguma o papel de um psicólogo ou de quaisquer actividades de supervisão”.

No caso de Hong Kong também começam a surgir algumas soluções, o que motivou, aliás, a interpelação do deputado Lam Lon Wai. É o caso da Hollo, uma aplicação de telemóvel desenvolvida em ligação com a Universidade de Hong Kong (UHK) e que pretende “tornar os cuidados com a saúde mental mais acessíveis aos pacientes, plataformas de serviços e organizações”.

A Hollo usa o poder da IA e tecnologias para levar práticas clínicas estandardizadas a um outro nível de produtividade, inteligência e conectividade digital. Segundo Cameron van Breda, CEO e co-fundador da Hollo, a empresa pretende ser “uma ferramenta facilmente acessível em momentos de stress, oferecendo análises e sugestões de amizade para melhores exercícios da saúde mental”. Em termos práticos, “foca-se nos jovens dos 12 aos 24 anos, funciona em inglês e chinês e introdu-los à terapia e práticas de aconselhamento através de actividades de ‘mindfulness’ e jogos diários”, lê-se no website da UHK.

Quase na mesma

Questionado sobre o panorama da saúde mental de Macau, Nuno Gomes entende que persiste “algum conservadorismo e desconhecimento não só naquilo que é a IA e as áreas onde se pode aplicar, mas também daquilo que a psicologia pode fazer”.

“A psicologia está cá para ajudar pessoas e no contexto de Macau não há ainda esse entendimento. Esse estigma impede muitas pessoas de procurar ajuda e a IA pode dar esse apoio. No entanto, a população mais velha desconhece ainda muito o funcionamento da IA, mas os mais jovens vão recorrer cada vez mais a este tipo de plataformas”, disse.

Em termos gerais, “o panorama da saúde mental pouco mudou desde a pandemia”, pois “no geral, as pessoas não sentem necessidade de expressar emoções e desde pequenas que são encorajadas a guardar as emoções, que quando são más e guardadas muito tempo, começam a fazer mal. As pessoas não sabem como exprimi-las por vergonha ou culpa”. Goreti Lima também entende que na área da saúde mental há ainda algum desconhecimento em Macau.

Seul | MP prossegue processo penal contra Presidente

O procurador-geral da Coreia do Sul disse ontem que vai prosseguir com a acusação no processo de insurreição contra o Presidente destituído, apesar de Yoon Suk-yeol ter sido libertado por ordem judicial.

A declaração de Shim Woo-jung surge na sequência de rumores de que a acusação seria retirada e o caso encerrado, depois de o Ministério Público ter decidido não recorrer da decisão do tribunal de libertar o líder.

“Segui os princípios do devido processo legal depois de ter recolhido várias opiniões da equipa de investigação e de outros”, disse Shim aos jornalistas, justificando a decisão de não recorrer. Shim considerou que a decisão não justifica a demissão – como pedem forças da oposição – e afirmou que vai responder “em conformidade” se o parlamento sul-coreano tomar medidas para o destituir.

Yoon Suk-yeol foi detido em meados de Janeiro sob a acusação de insurreição, por ter declarado lei marcial em Dezembro. Na sequência do decreto, que durou apenas algumas horas, foi destituído pela Assembleia Nacional, mas permanece em funções enquanto o Tribunal Constitucional avalia a legalidade da deposição.

Após quase dois meses detido, Yoon acabou por ser libertado no sábado, depois de um tribunal de Seul ter decidido que a detenção excedeu o período legal e que a acusação foi apresentada fora do prazo de detenção.

O Procurador-Geral declarou ontem que respeita a decisão do tribunal, tendo em conta a autoridade que tem para decidir sobre estas questões, mas salientou que discorda do cálculo utilizado na decisão e que ordenou à equipa de acusação que refutasse este ponto durante o processo penal em curso. A rebelião é a única acusação contra a qual um Presidente sul-coreano não goza de imunidade.

Cheques pecuniários 2025

Recentemente, devido à redução das receitas provenientes da taxação do jogo, um efeito causado pela pandemia, surgiram três correntes de opinião em Macau que defendem que o Governo deve rever a política de distribuição dos cheques pecuniários.

A primeira corrente alega que os benificiários deveriam viver em Macau pelo menos 183 dias por ano para usufruírem deste cheque no valor de 10.000 patacas. No entanto, quem resida na Área da Grande Baía, não seria abrangido por esta medida.

A segunda corrente acredita que se deve criar uma linha temporal, para lá da qual as condições serão diferentes. Este método pode ser sintetizado desta forma, “para os novos residentes o novo sistema, para os antigos residentes o velho sistema”. Esta será também uma forma de reduzir as despesas do Plano de distribuição de cheques pecuniários.

A terceira advoga que em vez de se entregar cheques se deverá colocar as 10.000 patacas em cartões de consumo para encorajar os residentes a fazer as suas compras em Macau, estimulando assim a economia da cidade, beneficiando a população e ajudando a aumentar as receitas do Governo provenientes dos impostos.

Antes de analisar estas três correntes de opinião, é necessário compreender a situação financeira do Governo. Em Setembro de 2024, as reservas financeiras eram de aproximadamente 617 mil milhões de patacas. No orçamente para 2025, prevê-se que as receitas do Executivo sejam de cerca de 121 mil milhões de patacas, as despesas rondarão os 113,3 mil milhões e o lucro bruto do sector do jogo situar-se-á nos 240 mil milhões. Com base neste cálculo, em 2025, o Governo terá um excedente financeiro e as reservas fiscais poderão vir a cobrir cerca de cinco anos de despesas, o que indica sinais de estabilidade.

Então, porque é que surgiram as referidas correntes de opinião? Porque antes da pandemia, as receitas provenientes da taxação do sector do jogo que atingiam anualmente os 300 mil milhões de patacas, caíram a pique em mais de 200 mil milhões durante a epidemia. Este valor foi recuperando lentamente e chegou aos 230 mil milhões em 2024, pelo que o excedente orçamental foi muito reduzido. De acordo com o princípio “viver dentro das nossas possibilidades” estipulado na Lei Básica de Macau, o Governo deve considerar a forma razoável de cortar nas despesas, o que estará em conformidade com as disposições da Lei Básica.

Embora as medidas que defendem estas três correntes reduzam as verbas que o Governo aloca à implementação do Plano, a sua essência, enquanto uma importante política para apoiar a subsistência dos residentes, é permitir que todos possam partilhar os frutos do desenvolvimento económico, aumentando o seu sentimento de pertença e a sua satisfação. Desde que se tenha um bilhete de identidade de Macau e se seja residente da cidade, pode receber-se uma parte do dinheiro partilhado. Por conseguinte, a imposição de qualquer tipo de condições poderia comprometer a equidade e a inclusão do Plano. Mal se estabeleça uma situação em que “alguns têm direito e outros não”, certamente irá criar-se insatisfação social e controvérsia.

De forma a manter a essência, o objectivo e as características do Plano, tanto quanto possível tendo em conta as capacidades financeiras do Governo, a forma mais justa é que os recuos e os avanços incidam sobre todos os residentes. Se o montante dos cheques pecuniários baixar das actuais 10.000 patacas, estará de acordo com o princípio “viver dentro das nossas possibilidades”, mas sendo equitativo, vai afectar as famílias de rendimentos mais baixos e não é exequível. Além disso, com um excedente fiscal e grandes reservas fiscais, porque não considerar a possibilidade de aumentar o valor dos cheques pecuniários em vez de reduzi-lo?

Com a redução das receitas dos impostos, é natural que o Governo queira poupar optimizando as despesas e melhorando a eficácia dos fundos fiscais. Ao mesmo tempo, o Governo deve também explorar activamente o caminho da diversificação económica moderada, reduzir a dependência da indústria do jogo e aumentar as receitas. E como é que isso pode ser feito na prática?

Recentemente, a China continental retomou a política “um visto, múltiplas viagens”, o que injectou sem dúvida uma nova vitalidade na recuperação económica do sector do turismo de Macau. O Governo deve aproveitar esta oportunidade para aumentar a publicidade e promover esforços para atrair mais turistas. Deve também, simultaneamente, encorajar as lojas a inovarem o seu modelo de negócio, a desenvolverem produtos especiais e a aperfeiçoarem a qualidade do serviço para irem ao encontro das diferentes necessidades dos turistas.

O Governo estima que em 2025 Macau receba 36 milhões de turistas. A cidade organizou vários concertos de sucesso em 2024, que não só trouxeram consideráveis benefícios económicos à região, mas também deram novas ideias para o funcionamento da diversificação moderada da economia. O Governo deve continuar a apoiar e a encorajar esta via e também explorar projectos de turismo cultural semelhantes para promover a prosperidade da região. Só aumentando as receitas fiscais poderá o Plano permanecer inalterado e todos continuarem a receber a sua parte e a desfrutar dos bons resultados económicos.

Em resumo, enquanto importante política de apoio à subsistência, a continuação da implementação e a melhoria do Plano são de grande importância para aumentar o sentimento de pertença e satisfação dos residentes. Quando o Governo enfrenta pressões fiscais como a redução das receitas do sector do jogo, deve adoptar uma atitude prudente e procurar soluções justas e razoáveis para garantir que o Plano continua a desempenhar o papel que lhe é devido. Se as receitas do Governo voltarem aos níveis pré-pandémicos, a questão de modificar o Plano naturalmente desaparecerá.

Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
Professor Associado da Escola de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau
Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com

Finais da IAME Ásia de Karting voltam em Dezembro

O Grande Prémio Internacional de Karting de Macau vai voltar a receber, de 11 a 14 de Dezembro, as finais asiáticas da IAME. Tal como no ano passado, a prova no Kartódromo de Coloane atribuirá convites para as muito cobiçadas finais mundiais da IAME em 2026.

Organizado pelo Instituto do Desporto, Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC), OTK Kart Asia e IAME Ásia, o evento de 2024 trouxe de volta o espírito internacional a uma das maiores competições da modalidade no continente asiático. O Kartódromo de Coloane recebeu várias corridas e diferentes categorias da IAME Series Asia, recuperando o prestígio internacional de um evento que já foi palco de provas do Campeonato do Mundo CIK-FIA.

Pilotos oriundos do Interior da China, Singapura, Filipinas, Malásia, Tailândia, Indonésia, Japão, Índia, Sri Lanka, Austrália, Nova Zelândia, Suécia, Itália, França, Áustria, Estados Unidos da América, Brasil, Taipé Chinês, Hong Kong e, naturalmente, Macau, encheram a pista da RAEM em 2024 para quatro dias de intensa competição, algo que já não se via há vários anos.

Depois do sucesso da edição anterior, a fórmula repete-se este ano. A organização de Singapura volta a escolher o Kartódromo de Coloane para o seu maior evento da temporada, confirmando a presença das categorias habituais: Cadete, Júnior, Sénior e Master.

Obrigado Macau!

A IAME (Italian American Motor Engineering) é um dos principais fabricantes mundiais de motores para a modalidade de karting. Fundada em 1968 por Bruno Grana, a empresa tem sede em Itália e é uma das referências no karting internacional, tendo apostado fortemente no mercado asiático nos últimos anos. A presença em Macau faz parte dessa estratégia de crescimento e expansão.

O anúncio do regresso ao território foi feito nas redes sociais: “Depois de uma estreia incrível em 2024, estamos de volta com o Grande Prémio Internacional de Karting de Macau e a Final da IAME Ásia para mais um confronto épico! A cidade das emoções a alta velocidade e das corridas lendárias será novamente o palco para os melhores pilotos da Ásia e de todo o mundo! Maior, mais audaz e ainda mais intenso.”

Satisfeitos com a recepção em 2024, os organizadores da IAME Ásia aproveitaram para deixar um “enorme agradecimento à AAMC e ao Governo de Macau pelo seu contínuo apoio e confiança para tornar isto possível!”

Para além da prova de Macau, o calendário de 2025 da IAME Series Asia inclui três eventos na Malásia e três eventos na Tailândia. Contudo, pela primeira vez, no último fim de semana de março, será realizada a Taça IAME Ásia no kartódromo do Circuito Internacional de Xangai.

China | Esperança média de vida aumenta para 79 anos em 2024

A esperança média de vida na China atingiu os 79 anos, depois de ter aumentado 0,4 anos em 2024, segundo dados da Comissão Nacional de Saúde divulgados ontem.

O “estilo de vida saudável do povo chinês e a implementação de uma série de estratégias” por parte das autoridades tiveram um “efeito directo na melhoria da saúde” da população do país asiático, explicou ontem o director da Comissão Nacional de Saúde, Lei Haichao, numa conferência de imprensa, à margem da sessão anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão legislativo máximo do país.

Lei detalhou que a esperança média de vida em 2024 foi um ano e sete meses superior à de 2019, o que representa um “ritmo de melhoria bastante positivo” em cinco anos.

O responsável destacou ainda a “diminuição do fosso” na esperança de vida entre as diferentes regiões do país, o que disse ser sintomático de “uma melhoria na igualdade [nos acessos] à saúde”. Lei afirmou que a esperança de vida ultrapassa actualmente os 80 anos em cidades como Pequim e Xangai e em províncias costeiras como Jiangsu, Shandong, Zhejiang, Guangzhou e Hainan.

Nas últimas décadas, a China registou ganhos em muitos indicadores de saúde, como a esperança de vida e a mortalidade infantil, embora os dados tendam a ser diferentes entre as prósperas cidades costeiras e as zonas do interior e do leste do país, menos desenvolvidas. A China registou declínios populacionais em 2022, 2023 e 2024, as primeiras contracções desde 1961.

Estima-se que, em 2035, cerca de 400 milhões de pessoas com mais de 60 anos vivam no país asiático, o que representará mais de 30 por cento da população da China, com o consequente impacto negativo na força de trabalho e na economia do país.

Foxconn | Lançado modelo de IA em língua chinesa com tecnologia da Nvidia

A empresa taiwanesa Hon Hai, conhecida internacionalmente como Foxconn, anunciou ontem o lançamento do seu primeiro grande modelo de linguagem (LLM) em chinês tradicional, desenvolvido em apenas quatro semanas graças aos ‘chips’ da norte-americana Nvidia.

O modelo, com o nome de código FoxBrain e originalmente concebido para as aplicações internas do grupo Hon Hai, será de código aberto e “partilhado publicamente no futuro”, afirmou a empresa, em comunicado.

O FoxBrain não só tem “poderosas capacidades de compreensão e raciocínio”, como também está “optimizado para o estilo de linguagem dos utilizadores taiwaneses, mostrando um excelente desempenho em testes de raciocínio matemático e lógico”, lê-se na mesma nota.

“O nosso modelo FoxBrain adoptou uma estratégia de formação muito eficiente, centrando-se na optimização do processo de formação e não na acumulação cega de poder computacional”, afirmou Li Yung-hui, director do Centro de Investigação de Inteligência Artificial (IA) do Instituto Hon Hai, a entidade responsável por este desenvolvimento.

“Através de métodos de formação cuidadosamente concebidos e da optimização de recursos, construímos com êxito um modelo de IA local com poderosas capacidades de raciocínio”, afirmou.

“Embora ainda exista uma ligeira diferença em relação ao modelo de destilação do DeepSeek, o desempenho [do FoxBrain] já se aproxima dos padrões líderes mundiais. Em comparação com os modelos de inferência recentemente lançados no mercado, este método mais eficiente e económico constitui um novo marco para o desenvolvimento da IA em Taiwan”, afirmou a empresa tecnológica.

Taiwan | China promete “todos os esforços” para alcançar reunificação pacífica

A China afirmou ontem que vai fazer “todos os esforços” para alcançar uma “reunificação pacífica” com Taiwan, sublinhando que tomará as “medidas necessárias” para “salvaguardar (a) integridade territorial”.

“A China está disposta a envidar todos os esforços, com a máxima sinceridade, para alcançar uma reunificação pacífica. Ao mesmo tempo, tomaremos todas as medidas necessárias para salvaguardar a nossa soberania nacional e integridade territorial e opormo-nos à independência de Taiwan”, declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa.

Na semana passada, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, disse, na abertura da sessão plenária da Assembleia Popular Nacional, que termina esta terça-feira, que a China vai “avançar firmemente a causa da reunificação” e opor-se a quaisquer “actividades separatistas”.

Na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, reiterou que “apoiar a independência de Taiwan significa interferir nos assuntos internos da China”.

Armamento | Queda de importações sinaliza auto-suficiência militar

A tendência de crescimento da indústria chinesa de armamento acentuou-se significativamente nos últimos anos e assim deverá continuar, segundo um grupo de reflexão sueco

 

As importações chinesas de armamento caíram 64 por cento nos últimos cinco anos, à medida que o país desenvolveu a sua própria tecnologia, indicou ontem um grupo de reflexão sueco. Num relatório, o Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo (SIPRI) afirmou que houve uma queda de 64 por cento nas entregas à China entre 2020-24, em comparação com os cinco anos anteriores.

A mudança foi impulsionada pelo crescimento da indústria de armas doméstica da China, com sistemas projectados e produzidos localmente substituindo equipamentos que antes eram comprados sobretudo à Rússia – uma tendência que provavelmente continuará, indicou o relatório.

Siemon Wezeman, investigador do programa de transferência de armas do SIPRI, afirmou que foram necessários 30 anos para que a China substituísse progressivamente as armas de alta tecnologia importadas por tecnologias desenvolvidas localmente. “Nos últimos cinco anos, as principais coisas que a China ainda importava da Rússia eram basicamente duas: helicópteros e motores – que são extremamente difíceis de produzir se não se tiver experiência no assunto – e foi aí que a China se destacou”, disse.

“A China fabrica actualmente os seus próprios motores para aviões de combate, aviões de transporte e navios. O mesmo se passa com os helicópteros, em que a China desenvolveu os seus próprios helicópteros, totalmente chineses, e está a eliminar gradualmente as importações de helicópteros da Rússia e também de modelos europeus”, frisou Wezeman, no relatório.

A diminuição das importações chinesas contribuiu para uma redução global de 21 por cento no conjunto das remessas de armas para os países da Ásia e da Oceânia. A quota-parte da região nas importações mundiais de armas também diminuiu de 41 por cento em 2015-19 para 33 por cento.

A Ásia Oriental, em particular, viu as importações de armas diminuírem 22 por cento, não só devido à queda da procura por parte da China continental, mas também graças a reduções nas compras de Taiwan e da Coreia do Sul de 27 por cento e 24 por cento, respectivamente. O Japão foi o único país da região a aumentar a quantidade de armamento importado, registando um aumento de 93 por cento, de acordo com o relatório do SIPRI.

A China também saiu do top 10 dos importadores de armas pela primeira vez desde 1990-94, enquanto quatro países da região da Ásia e da Oceânia – Índia, Paquistão, Japão e Austrália – entraram na lista dos maiores receptores de armas do mundo. A tendência reflecte as crescentes preocupações entre alguns dos países vizinhos face à ascensão da China.

Cliente favorito

No leste da Ásia e no sul do Pacífico, Pequim tem adoptado uma postura mais assertiva alargando a sua influência às pequenas nações insulares da região.

No que diz respeito às exportações de armas, o SIPRI afirmou que 44 Estados receberam armas chinesas no período entre 2020 e 2024, a maioria dos quais na Ásia e na Oceânia, que representaram uma quota de 77 por cento, seguidos de África, que recebeu 14 por cento. No entanto, 63 por cento das armas exportadas pela China tiveram como destino um único cliente, o Paquistão.

Os fornecedores de armas chineses tornaram-se ainda mais dominantes nas aquisições e compras de Islamabade, representando 81 por cento das armas recebidas entre 2020 e 2024, em comparação com 74 por cento nos cinco anos anteriores.

Embora a China tenha sido o quarto maior exportador de armas, registou-se uma diminuição de 5,4 por cento nas suas remessas de armas em comparação com 2015-19, bem como uma queda na sua quota de vendas globais de armas, de 6,2 por cento para 5,9 por cento.

Doca dos Pescadores | Aniversário da RUC celebra-se este sábado

A discoteca DD3 Verandah, na Doca dos Pescadores, prepara-se para acolher este sábado a festa de aniversário da RUC – Rádio Universidade de Coimbra. O evento, que arranca às 23h, conta com um DJ Set com nomes locais ligados à rádio, nomeadamente “Bate-Ficha”, o “DJ Sleppy” e ainda “Tongrim”. Margarida Sajara, locutora da TDM Rádio Macau, é a convidada especial.

Os bilhetes custam 180 patacas e dão direito a três bebidas. A RUC celebrou 39 anos de existência no passado dia 1 de Março, sendo que em Portugal o programa de celebrações está recheado com diversas emissões nos estúdios da rádio universitária.

O ano de 1986 marca a data em que o Centro Experimental de Rádio passou a ser RUC, sendo, até aos dias de hoje, uma rádio local de Coimbra, mas também um espaço de aprendizagem para jovens radialistas e locutores, muitos deles saído dos cursos superiores de jornalismo ou comunicação social.

O programa do 39º aniversário tem como grande destaque o espectáculo com “Telectu”, marcado para o dia 29 de Março no Teatro Académico Gil Vicente. Segundo informações da RUC, os “Telectu” são um projecto original “mais velho do que a própria rádio, pois remonta a 1982, marcando para sempre a música experimental em Portugal”.

Também haverá iniciativas na Casa das Artes Bissaya Barreto, entre outros espaços. A Festa de Aniversário da RUC decorreu em Coimbra no dia 1, com uma festa ao ar livre na Praça da República.

Actividade do IC considerada inovadora pela UNESCO

O Instituto do Património Mundial para a Formação e Pesquisa na Região da Ásia-Pacífico da UNESCO (WHITRAP) considerou que a actividade do Instituto Cultural (IC), intitulada “Venha Conhecer Melhor o Nosso Património Mundial” é inovadora, tendo sido classificada como “caso inovador” para a “Base de Educação para Jovens sobre o Património Mundial” de 2024.

Segundo o IC, a iniciativa que decorre na Casa do Mandarim “foi seleccionada como um dos dez casos inovadores da China em 2024, uma distinção que vem reconhecer plenamente o trabalho do Instituto Cultural no âmbito da educação juvenil sobre o património mundial”.

O IC aponta ainda que desde o restauro da Casa do Mandarim, em 2010, que este espaço “tem sido utilizado activamente para organizar várias actividades de promoção cultural junto dos jovens, de modo a orientar os mesmos na compreensão sobre o valor do património mundial”. O objectivo do IC é também “dar a conhecer aos jovens as características culturais do encontro entre as culturas chinesa e ocidental em Macau, cultivando um sentido de patriotismo, fortalecendo a autoconfiança cultural e divulgando a cultura tradicional chinesa”.

Distinção em 2018

A Casa do Mandarim entrou, em 2018, para a “Base de Educação” da UNESCO, sendo que as actividades para celebrar o património local entram também para a mesma lista. Estas actividades visam “encorajar o pensamento criativo e cultivar a inovação cultural e a capacidade criativa dos jovens, através de experiências inovadoras e divertidas, nomeadamente com a pintura chinesa, escultura, cerâmica, desenho, impressão 3D, blocos de construção e outras actividades artísticas e educativas, tendo o Centro Histórico de Macau como tema principal”.

Foi ainda lançada uma sessão online de curtas-metragens de desenhos animados sobre o Centro Histórico de Macau e outros recursos didácticos.

A selecção pelo WHITRAP “constitui um reconhecimento importante sobre o trabalho do IC no âmbito da educação juvenil sobre o património mundial”, é ainda referido. Este ano, será realizado um novo serviço de reserva de visitas para grupos para esta actividade.

O IC promete ainda “continuar a utilizar a Casa do Mandarim como base para organizar mais actividades de divulgação e formação para jovens, de modo a potenciar o papel e a missão da ‘Base de Educação para Jovens sobre o Património Mundial'”.

Hong Kong | MGM junta-se à Art Basel e cria novo prémio artístico

Chama-se “MGM Discoveries” e é o novo prémio na área das artes criado pela operadora de jogo em parceria com a Art Basel de Hong Kong, uma das mais conhecidas e reputadas feiras de arte do mundo. Os vencedores da primeira edição deste prémio serão conhecidos no dia 28 deste mês

 

A operadora de jogo MGM juntou-se a uma das mais reputadas feiras de arte do mundo, a Art Basel Hong Kong, para criar um novo prémio artístico. O “MGM Discoveries” está aí e os primeiros vencedores serão conhecidos a 28 de Março. Segundo o MGM, o principal objectivo desta colaboração é “estimular as próximas estrelas internacionais da arte”, estando ambas as entidades a tentar “promover as artes e cultura globais”.

O “Prémio de Arte MGM Discoveries” será revelado na próxima da Art Basel em Hong Kong. Esta distinção visa “destacar a originalidade e a inovação dos talentos internacionais emergentes no mundo da arte, proporcionando-lhes mais oportunidades de mostrar o seu trabalho e aumentar o seu reconhecimento na comunidade artística global”.

A ideia é ainda “apoiar talentos emergentes de todas as idades e nacionalidades na exploração das infinitas possibilidades da arte, elevando a sua influência no mundo da arte internacional e infundindo uma nova energia na cena artística global”. Com este prémio, a empresa “espera introduzir tendências artísticas emergentes na cidade, convidando artistas premiados para Macau e inspirando a geração mais jovem a envolver-se na criação artística”.

Júri com nome

O “MGM Discoveries” oferece 50 mil dólares ao artista vencedor, que será partilhado com a galeria de arte que o representa. A distinção vai ainda permitir “realizar uma exposição e participar em vários intercâmbios artísticos em Macau, inspirando ainda mais a expressão criativa e as ideias”.

Relativamente ao júri deste prémio, inclui algumas personalidades internacionais, nomeadamente “cinco especialistas da esfera artística e cultural internacional”. São eles Aaron Cezar, director e fundador da Delfina Foundation, uma organização sem fins lucrativos que promove intercâmbios artísticos no Reino Unido; Antonia Carver, directora da Art Jameel no Dubai; Christopher K. Ho, director executivo do Asia Art Archive; X Zhu-Nowell, director executivo e curador-chefe do Rockbund Art Museum, em Xangai; e Sam Seungho Park, presidente da Fundação de Artes e Cultura Parkseobo Foundation, em Seul.

Para já, foram seleccionados três artistas para este prémio, sendo que só um poderá ganhar. São eles Shin Min, representado pela galeria P21 em Seul; Kayode Ojo, representado pela Sweetwater em Berlim; e Saju Kunhan, representado pela galeria Tarq, em Mumbai.

Rua do Almirante Sérgio | Residentes preocupados com obras

Arrancaram ontem as obras de repavimentação e reparação do sistema de drenagem na Rua do Almirante Sérgio. A esperança dos residentes é que cheguem depressa ao fim e que tenham pouco impacto na zona.

A zona no Porto Interior é uma das artérias mais movimentadas da cidade, e as obras têm como objectivo “melhorar a rede de drenagem e o pavimento rodoviário”.

Contudo, um residente de apelido Chio lamentou que as zonas na Rua do Almirante Sérgio e na Rua da Praia do Manduco estejam sempre em obras, sem qualquer descanso para os moradores. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, Chio afirmou ainda que as obras são mais um incómodo para os moradores e condutores, pelo que a esperança é que os problemas sejam resolvidos rapidamente e que haja poucos congestionamentos.

Outro morador de apelido Lei, também se mostrou incomodado com os trabalhos, e apelou às autoridades para começarem a coordenar a realização dos trabalhos, para que não estejam sempre a fazer obras nos mesmos troços.

Já a presidente da Associação de Mútuo Auxílio do Bairro, abrangendo a Rua da Praia do Manduco, Cheong Lai Chan, mostrou-se mais comedido nos comentários, mas não deixou de pedir às autoridades para terem cuidados especiais e fazerem tudo para evitar congestionamentos nas horas de ponta. Por isso, a responsável espera que as autoridades se coordenem para que os trabalhos sejam concluídos o mais rapidamente possível.

Jogo | Jefferies reduz em 2% estimativas de crescimento

O início do ano levou o banco de investimento a moderar as perspectivas de crescimento do mercado do jogo, mas ainda assim é adoptada uma previsão mais optimista do que a da generalidade dos analistas

 

O banco de investimento Jefferies reduziu em 2 por cento as estimativas de crescimento do jogo, para 240 mil milhões de patacas. Antes desta revisão em baixa, as estimativas apontavam para que as receitas rondassem os 245 mil milhões de patacas, previsões semelhantes às do Governo.

“Após os resultados do quarto trimestre de 2024, e com base na tendência de Janeiro/Fevereiro, revimos as estimativas das receitas do jogo”, pode ler-se no relatório mais recente sobre o mercado de Macau, citado pelos portais Inside Asian Gaming e GGR Asia.

O número revisto em baixa, significa ainda assim um crescimento de 5,8 por cento em comparação com 2024. No relatório para os investidores é indicado que este número representa, no entanto, uma estimativa mais elevada em 2 por cento, do que as expectativas consensuais entre os diferentes analistas.

Segundo a Jefferies, a diferença explica-se com o facto de esperarem de o mercado de massas apresentar um crescimento de 6,9 por cento ao longo deste ano, enquanto a maioria das análises é mais conservadora, apontando para um crescimento de 4,8 por cento.

As maiores facilidades ao nível de vistos para turistas do Interior são utilizadas para explicar o optimismo: “Esperamos que o visto de entradas múltiplas para os residentes de Zhuhai, que entrou em vigor em Janeiro de 2025, juntamente com o visto de entradas múltiplas para grupos de turismo, que passou a vigorar em Maio de 2024, continue a impulsionar as visitas a Macau e as receitas do jogo em massa”, foi justificado.

Em comparação com o ano passado, o volume das receitas entre Janeiro e Fevereiro foi semelhante, com um crescimento de 0,5 por cento para 38 mil milhões de patacas. No entanto, os analistas esperam uma aceleração das receitas entre Março e Dezembro.

Mudanças no mercado

Além da revisão das estimativas em baixa, os analistas avançaram com diferentes estimativas face às quotas do mercado local.

No que diz respeito a este ano e ao próximo, os analistas acreditam que as concessionárias Sands China, responsável por casinos como o The Venetian ou Sands, e a Galaxy, que gere o casino com o mesmo nome, vão aumentar a proporção de receitas, face à competição. Todavia, a velocidade do aumento vai ser mais reduzida do que a inicialmente esperada: “No entanto, como a tendência dos visitantes nos dois meses do ano não foi tão elevada como previsto, abrandámos o ritmo do aumento da quota de mercado da Sands China e Galaxy”, observou a instituição. “Com o número de visitantes em 2025 a regressar a 94 por cento do nível de 2019, deve ser um bom presságio para os operadores com grande capacidade hoteleira, como a Sands China e a Galaxy”, indicou a Jefferies.

Em termos do mercado bolsista, o banco de investimento considera que é uma boa altura para investir em acções de todas as concessionárias à excepção da SJM, que ainda necessita de “mais tempo para reforçar a sua margem de lucro no Grande Lisboa Palace” e também devido à incerteza ligada aos casinos satélites.
Os casinos satélites são casinos explorados por empresas independentes das concessionárias, mas com os meios destas, como mesas de jogo, empregados e mesas de jogo. O Governo quer encerrar estes casinos até ao final do ano, ou, pelo menos, que a gestão seja assumida na totalidade pelas concessionárias.

Mahjong | CPSP deteve 19 pessoas em sala de jogo ilegal

O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) anunciou a detenção de 19 pessoas num salão de jogo ilegal de mahjong, situado no 7º andar de um edifício industrial na Rua Quatro do Bairro de Iao Hon. O caso foi divulgado na tarde de ontem, depois da operação das autoridades ter acontecido por volta das 14h de domingo.

Segundo o CPSP, citado pelo jornal Ou Mun, a investigação do caso começou depois de uma denúncia sobre a existência de jogo ilegal num dos andares do edifício industrial.

A polícia decidiu investigar a situação e quando entrou no espaço encontrou 18 jogadores, entre os quais 11 homens e 7 mulheres, com idades entre os 32 e 75 anos. Além disso, foi detido um outro homem, de 60 anos, que as autoridades suspeitam ser o gerente do espaço.

No interior do apartamento industrial foram ainda apreendidas cinco mesas de jogo, 4.900 patacas em dinheiro e outro material de jogo.

Questionado pelas autoridades, o alegado gestor confessou que tinha arrendado o espaço em Setembro do ano passado e que pagava cerca de 19 mil patacas de renda. Pela utilização de cada casa mesa de jogo eram cobradas 100 patacas por hora, e o espaço estava aberto das 13h às 19h, todos os dias, em interrupções.

O detido confessou também ter apurado lucros de 120 mil patacas desde a abertura no espaço e que no dia da detenção estava com um lucro de 330 patacas. Por sua vez, os jogadores afirmaram terem ficado a conhecer o espaço através da conversa com amigos. O caso foi encaminhado para o Ministério Público.

Seac Pai Van | Incêndio resulta na hospitalização de duas idosas

As chamas voltaram a deflagrar no Edifício Lok Kuan, naquele que foi o quarto incêndio em edifícios de habitação em cerca de três semanas. Duas idosas foram transportadas ao hospital, devido à inalação de fumo e problemas de coração

 

Um incêndio na noite de domingo causou duas feridas, e obrigou mais 24 pessoas a saírem de casa. As chamas deflagraram em Seac Pai Van, no Edifício Lok Kuan, no quarto incêndio em edifícios habitacionais em cerca de três semanas.

Segundo as informações citadas ontem pelo canal chinês da Rádio Macau, o Corpo de Bombeiros (CB), após as investigações preliminares, identificou como possível causa das chamas um curto-circuito nos fios eléctricos de uma máquina de lavar roupa.

As chamas deflagraram por volta das 22h, numa das varadas, onde estava a máquina. Os bombeiros terão demorado pouco tempo a receber o alerta e a extinguir o fogo, embora se tivessem deparado com bastante fumo vindo da varada. Apesar da rapidez da operação para extinguir as chamas, 24 pessoas tiveram de abandonar as suas habitações, principalmente devido à propagação do fumo.

Como consequência das chamas, parte das instalações eléctricas da máquina de lavar ficou derretida, assim como o cano para escoar a água da varada. Também grande parte da parede onde estava a máquina de lavar ficou negra.

De acordo com o jornal Ou Mun, os bombeiros tiveram de transportar uma mulher local de 70 anos para o hospital devido à inalação de fumos, assim como uma outra residente, com 90 anos de idade, por sentir sintomas cardíacos. Na manhã de ontem a condição das duas mulheres era considerada “estável”.

Casos que se sucedem

Nas últimas três semanas foram registados quatro incêndios, a contar com este, um deles de maior dimensão, que obrigou a que duas crianças com queimaduras em pelo menos 20 por cento do corpo e uma mulher tivessem de ser hospitalizadas.

Esta também não é a primeira vez nestas semanas que o edifício Lok Kuan é afectado, dado que no dia 26 de Fevereiro um homem morreu vítima de um incêndio, que, de acordo com as autoridades, terá sido iniciado pelo próprio. O homem, que sofria de problemas psíquicos, foi encontrado em casa sentado numa cadeira com os pés atados.

Como consequência da vaga recente de fogos em edifícios habitacionais, alguns deputados, como Lo Choi In e Si Ka Lon, pediram às autoridades que adoptem novas medidas de segurança. Lo Choi In, deputada ligada à comunidade de Jiangmen, mostrou-se preocupada com o facto de no incêndio no Edifício do Lago o alarme de incêndio não ter funcionado. Por sua vez, Si Ka Lon apelou ao Governo para ponderar a hipótese de financiar a utilização de gás natural, ao apoiar a instalação nos edifícios locais dos canos de distribuição.

Também nos últimos dias, o Corpo de Bombeiros anunciou a intensificação de actividades de promoção das medidas de segurança e de inspecção dos edifícios, inclusive com a realização de um simulacro em Seac Pai Van.

Saúde | Denunciada falta de perspectiva de jovens médicos

O médico e deputado Chan Iek Lap entende que há um fosso nas políticas de contratação de médicos entre a formação e a procura efectiva por esses profissionais localmente. Em declarações ao jornal Ou Mun, o legislador denunciou a falta de estudos e de sensibilização de jovens alunos, desde o ensino secundário, para os profissões e sectores mais necessitados de mão-de-obra, de forma a planearem melhor o futuro.

Há cerca de duas semanas, o director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, estimou que nos próximos três anos haverá mais de 1.800 licenciados em cursos da área da saúde, 450 destes licenciados em medicina, e que o sector não terá capacidade para absorver a entrada dos recém-licenciados no mercado.

Face a esta situação, o Governo recomendou aos jovens a entrada no sector de Big Health, solução criticada por Chan Iek Lap. Apesar do grande potencial da indústria de Big Health, o médico argumentou que o sector ainda está na sua infância, inclusivamente em Hengqin. Além disso, a procura de trabalho noutras áreas da saúde, como a geriatria e apoio a idosos, implicaria uma situação laboral com salários mais baixos depois de seis anos de estudo de medicina.

Apesar dos salários mais baixos, Chan Iek Lap aconselhou os jovens licenciados em medicina a procurarem emprego em hospitais de Zhuhai ou Hengqin, para ganharem experiência profissional e, mais tarde, voltarem a Macau para exercer. O deputado alertou para a dificuldade que os jovens podem atravessar se estiverem vários anos sem exercer e sem acumular experiência.