Eleições | Listas de Ron Lam e Alberto Wong excluídas

A Comissão de Defesa da Segurança do Estado excluiu das próximas eleições legislativas as listas Poder da Sinergia, liderada pelo deputado Ron Lam, e a lista Macau Creative People’s Livelihood Force, que tinha Alberto Wong como cabeça de lista. A novidade foi anunciada ontem numa conferência de imprensa pelo presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), o juiz Seng Ioi Man, em que as expressões “de acordo com a lei” e “confidencial por motivos de segurança do Estado” foram as mais usadas.
“Atendendo ao parecer da Comissão de Defesa da Segurança do Estado de que os candidatos não defendem a Lei Básica ou não são fiéis à RAEM, a CAEAL decidiu que os candidatos não possuem capacidade para serem candidatos”, afirmou ontem Seng Ioi Man.
Após mais uma onda de exclusões, as opiniões de concordância à decisão não se fizeram esperar (ver texto híbrido), com o Governo e o Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM a demonstrarem total apoio à decisão da CAEAL.
Também Ron Lam reagiu após a revelação de que não iria poder renovar o seu mandato como deputado, numa publicação nas redes sociais. “Obrigado pelas vossas preocupações e resposta unida. Não recebi nenhuma notificação, apenas vi as notícias em directo como todos vós. Foi muito repentino. Estou muito calmo e de consciência tranquila, a minha dedicação a Macau não vai mudar, mas acredito que o sol brilha sempre depois da tempestade”, comentou. “Só posso pedir desculpas a todos por não poder continuar a servir-vos. Quero sinceramente agradecer a toda a equipa que me acompanhou no serviço a Macau, todos vós”, concluiu Ron Lam.

Testes de pureza
Recorde-se que nas eleições legislativas de 2021, em que foram excluídos 21 candidatos pela CAEAL, a análise ao patriotismo das listas deixou de fora o Poder da Sinergia e Ron Lam, que foi considerado patriota e fiel à RAEM e à Lei Básica.
Entre os dois sufrágios, a lei eleitoral foi alterada para garantir que só podem ser deputados patriotas e pessoas fiéis à RAEM e à Lei Básica, uma avaliação feita pela Comissão de Defesa da Segurança do Estado. Ron Lam foi um dos deputados que ajudou a aprovar a lei que acabaria por justificar a sua exclusão das eleições cerca de um ano e meio depois da aprovação por unanimidade.
A aprovação unânime das alterações à lei eleitoral foi mencionada ontem pela CAEAL num comunicado publicado pelo Gabinete de Comunicação Social após a conferência de imprensa: “A proposta da lei foi votada e aprovada na especialidade na Assembleia Legislativa por unanimidade dos deputados presentes. A CAEAL confia plenamente na determinação da Comissão da Defesa da Segurança do Estado a qual foi efectuada nos termos da lei e possui autoridade e alto nível de especialização.”
O organismo é presidido pelo Chefe do Executivo e constituído pelos secretários para a Administração e Justiça e para a Segurança, o comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários, os directores dos Serviços de Assuntos de Justiça e da Polícia Judiciária, assim como os chefes dos gabinetes do Chefe do Executivo e do secretário para a Segurança.
Além disso, o Governo Central criou, junto da comissão, um lugar de assessor para os assuntos de segurança nacional, a quem cabe a supervisão, orientação, coordenação e apoio à RAEM no desenvolvimento dos trabalhos de defesa da segurança do Estado, e outros três assessores técnicos.

Não se pode
Quando foi questionado sobre os critérios usados para determinar o grau de fidelidade dos candidatos a deputados, Seng Ioi Man recusou revelar os factos que levaram à exclusão, defendendo que “os trabalhos e documentos da Comissão da Defesa da Segurança do Estado são confidenciais”.
O magistrado que preside à CAEAL sublinhou ainda que os pareceres vinculativos da Comissão de Defesa da Segurança do Estado, dos quais não é possível recorrer, “têm um fundamento legal claro e suficiente” e foram elaborados “tendo em conta os factos”, que não pode revelar.
Seng Ioi Man afirmou que a sua divulgação “pode representar certos riscos para a segurança nacional, não devendo nem podendo ser publicado o seu conteúdo”.
Pressionado pelos jornalistas a divulgar qual ou quais dos sete critérios incluídos na nova lei eleitoral, em vigor desde Abril de 2024, levaram a esta decisão, Seng disse apenas que a CAEAL “não tem mais informações a providenciar”.
Pouco depois do anúncio da comissão eleitoral, a Comissão de Defesa da Segurança do Estado sublinhou, num comunicado, que quando um candidato é excluído por falta de patriotismo, todos os outros candidatos da mesma linha são também afastados.
Com a decisão divulgada ontem, vão concorrer às eleições, marcadas para 14 de Setembro, seis listas pelo sufrágio directo, menos oito do que há quatro anos. A lista de Pereira Coutinho e todas as listas de associações tradicionais estão aptas a concorrer.
Questionado pelos jornalistas sobre um eventual novo aumento da abstenção, Seng sublinhou que “o direito de voto é também um dever” e prometeu estar atento a eventuais apelos ao boicote das eleições. A nova lei eleitoral estabelece que “quem, publicamente, incitar os eleitores a não votar, votar em branco ou nulo, é punido com pena de prisão até três anos”.

Visita | Xi Jinping elogia reaproximação com Austrália

O Presidente da China, Xi Jinping, e o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, reuniram-se ontem em Pequim com o objectivo de “impulsionar a relação bilateral”, num contexto de normalização dos laços entre os dois países.
“Pequim está disposta a colaborar com a parte australiana para promover o desenvolvimento da relação bilateral e alcançar novos progressos que beneficiem os dois povos”, afirmou Xi Jinping antes da reunião, segundo um comunicado divulgado pelo Governo australiano.
Albanese destacou os avanços na cooperação com o seu principal parceiro comercial e a vontade de actualizar o Acordo de Livre Comércio entre os dois países, em vigor desde dezembro de 2015, apesar das divergências políticas e comerciais.
“Agradeço a oportunidade de apresentar as opiniões e interesses da Austrália, bem como a nossa perspectiva sobre como manter a paz, a segurança, a estabilidade e a prosperidade na nossa região”, disse o líder australiano, conhecido pelas suas críticas à crescente influência chinesa no Indo-Pacífico.

Objectivos comuns
A visita de Albanese à China surge num momento em que tanto Camberra como Pequim procuram diversificar os seus mercados, perante as elevadas taxas alfandegárias impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
As relações entre os dois países deterioraram-se entre 2018 e 2022, sob o anterior Governo conservador australiano, após o pedido de uma investigação internacional sobre a origem da covid-19.
Em resposta, Pequim impôs tarifas elevadas sobre produtos australianos como vinho, cevada, lagosta e carne bovina – restrições que foram sendo gradualmente levantadas nos últimos anos.
“A relação entre a China e a Austrália superou os retrocessos e deu uma volta positiva, trazendo benefícios concretos para os povos chinês e australiano”, afirmou Xi.
Albanese, que chegou no sábado a Xangai acompanhado por uma comitiva de empresários, deverá reunir-se com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e visitar a cidade de Chengdu amanhã, onde concluirá a sua visita.
Apesar da tradicional proximidade entre Camberra e Washington, o líder australiano ainda não se encontrou com Donald Trump desde o regresso deste à Casa Branca.
Uma reunião bilateral prevista para Junho, à margem da cimeira do G7 no Canadá, foi cancelada à última hora, e Albanese também não participou no encontro da NATO na Holanda.
As relações entre os dois aliados históricos atravessam um momento sensível, devido às tarifas impostas pelos EUA sobre exportações australianas de cobre, alumínio e aço.
Além disso, Trump tem revisto os termos do pacto de segurança AUKUS, assinado em 2021 com Reino Unido e Austrália, no âmbito do qual Camberra planeia adquirir submarinos de propulsão nuclear com tecnologia norte-americana.

Bombeiros | Redução no número de intervenções em incêndios

Entre Janeiro e Junho, o número intervenções do Corpo de Bombeiros em incêndios teve uma redução de 49 ocorrências, ou 10,77 por cento, face ao período homólogo. Os números foram apresentados ontem pelo Corpo de Bombeiros através de uma conferência de imprensa.
Nos primeiros seis meses do ano, o Corpo de Bombeiros foi chamado a intervir em 406 fogos, quando no mesmo período do ano passado tinham actuado em 455 ocasiões. Entre os 406 incêndios, os bombeiros tiveram de recorrer a mangueiras para extinguir as chamas em 85 ocasiões. Nos restantes 321 incêndios, as chamas foram extintas sem utilização de mangueira.
A informação oficial mostra ainda que 78 dos 406 incêndios tiveram origem em comida queimada. “As principais causas dos incêndios deveram-se ao esquecimento de desligar os fogões, ao esquecimento de chamas não extintas, queixa de incensos e velas/papéis votivos, curtos-circuitos em instalações eléctricas e a falhas mecânicas/equipamentos”, pode ler-se no comunicado distribuído durante a conferência de imprensa.

Menos saídas
Em relação ao número de saídas de ambulâncias em serviço, nos primeiros meses do ano registaram-se 22.388 casos, que implicaram a deslocação de 23.983 veículos. Estes números significam uma redução de 3,53 por cento no número de casos com veículos de emergência, dado que no período homólogo tinham sido registados 23.207 casos, mais 819 do que no período mais recente. Quanto ao número de veículos chamados, houve uma redução de 4 por cento para 24.982 veículos, havendo menos 999 saídas.
A redução do número intervenções de veículos de emergência foi explicada com um menor número de casos de indisposições leves, febres ou dificuldades respiratórias. Ainda assim, os principais casos de intervenção das ambulâncias prenderam-se com tonturas, dores abdominais, dificuldades respiratórias, vómitos, febres e ferimentos.
Ao nível das operações de salvamento, verificou-se uma redução de 9,06 por cento para 833 casos, quando no período homólogo 916 casos justificaram intervenções. Uma tendência negativa foi igualmente registada nos serviços especiais, com uma redução de 23,96 por cento para 2.339 casos, quando antes o registo foi de 3.07 situações.
A nível geral, contabilizaram-se assim um total de 25.966 eventos com intervenção do Corpo de Bombeiros, uma redução de 6,1 por cento ou de 1.688 ocasiões, face ao período homólogo, quando se verificaram 27.654 casos.

Investigador altamente qualificado entrega comida (II)

Na semana passada, discutimos a história de Ding Yuanzhao (丁遠昭), um estudante chinês altamente qualificado. Ding Yuanzhao tem um doutoramento e trabalhou como investigador numa universidade. Depois de o seu contrato não ter sido renovado, passou a entregar comida. Quando a sua história se espalhou na internet, passou a ser alvo de muita atenção na China continental. Estavam todos preocupados com a transformação que a sua vida sofrera. A razão é simples. Na cultura chinesa, acredita-se que o estudo cultiva o carácter. Em épocas passadas, era o caminho para aceder a altos cargos oficiais. Por conseguinte, o estudo é admirado e apreciado por todos. Mesmo na sociedade chinesa actual, os pais fazem tudo para que os filhos obtenham sucesso académico e posteriormente um trabalho bem pago. A experiência de Ding é incompatível com a cultura tradicional chinesa e naturalmente atraiu a atenção de toda a gente.
Ding fez um vídeo onde conta a sua história e carregou-o na Internet, afirmando que os estudantes que têm notas boas e aqueles que têm notas más não terão futuros profissionais muito diferentes; isto é certamente uma declaração pessimista. Na sociedade rica em informação dos nossos dias, devemos saber que as universidades transmitem o conhecimento aos alunos para que eles o venham a herdar. Só quando os alunos herdam o conhecimento e produzem inovação pode a sociedade progredir. E é precisamente isto que qualquer sociedade necessita. Portanto, haverá sem dúvida diferença entre as carreiras dos estudantes que receberam formação universitária e as daqueles que não receberam. É impossível que “não haja muita diferença nos trabalhos futuros.”

Em segundo lugar, do ponto de vista económico, um investigador universitário a trabalhar como entregador de comida demonstra que a sociedade ainda não recuperou completamente depois da pandemia. Estima-se que existam mais pessoas com histórias semelhantes à de Ding. Só quando a economia recuperar completamente, podem ser resolvidos gradualmente problemas como o desemprego e a disparidade entre a formação académica e o trabalho efectuado.
Talvez Ding possa considerar vir a pedir ao departamento laboral local que o ajude a encontrar um trabalho adequado à sua formação. Ding é uma pessoa altamente qualificada e as empresas de recursos humanos no mercado de trabalho em geral podem não ser capazes de lhe encontrar uma função compatível. Será benéfico para Ding procurar ajuda junto de departamentos governamentais. Resumindo, procurar trabalho adequado à sua formação das pessoas para “tirar o maior partido dos seus talentos”, é benéfico para a sociedade, para os empregadores e para os trabalhadores.
Em terceiro lugar, com o avanço da sociedade e a democratização da educação, cada vez mais pessoas recebem formação universitária e podemos encontrar por todo o lado doutorados. O aumento de pessoas com este grau académico não é acompanhado do aumento de postos de trabalho adequados à sua formação, e por isso cria-se uma situação em que que haverá “mais marinheiros que marés”, ou seja, em que a procura excede a oferta. Um exemplo típico é o lugar de professor universitário. Antigamente, era fácil encontrar colocação como professor universitário, desde que se tivesse um doutoramento, mas já não é o caso; é o resultado da proliferação das qualificações académicas. Portanto, mesmo que aqueles que procuram emprego tenham uma formação elevada, têm de estar preparados psicologicamente para enfrentar dificuldades. Se não se conseguir encontrar o trabalho que se procura, deve aceitar-se uma segunda opção e continuar à procura em vez de baixar os braços; ou seja, não fazer nada. Esta é a atitude correcta quando somos confrontados com a adversidade.
Para conseguir vantagem na procura de trabalho, as pessoas altamente qualificadas devem continuar a estudar e aprender a ter em muitos aspectos mais competências. Pelo mesmo salário, é melhor contratar alguém com múltiplas competências ou só com uma? A resposta é óbvia. Só acrescentando constantemente valor a nós próprios podemos encontrar o trabalho ideal.
Em quarto lugar, embora os valores estejam correctos, compreenderemos que as capacidades necessárias para entregar comida não são elevadas e o desenvolvimento desta carreira é limitado. Em vez de obter mais competências e continuar a estudar, Ding filmou a sua experiência e publicou-a online para chegar ao conhecimento do público. Isto vai sem dúvida transformar a sua experiência negativa numa oportunidade. Como ele é graduado por várias universidades prestigiadas, nacionais e internacionais, se quiser ser consultor de estudos universitários internacionais, as suas qualificações académicas e a sua experiência internacional facilmente lhe abrirão oportunidades de negócio.
Em quinto lugar, Ding tomou a decisão de trabalhar a entregar comida depois de perder o emprego, o que demonstra que tem uma atitude positiva e maleável. Quando se deparou com o desemprego, mudou de vida em vez de deitar a toalha ao chão, mas mais importante ainda é ter escolhido um trabalho em que “serve a sociedade, sustenta-se a si próprio, esforça-se e é recompensado.” Em resumo, trabalha arduamente, sustenta-se a si próprio e serve a sociedade”. Também em Macau existem muitos estudantes universitários que trabalham como condutores de autocarros e taxistas. Estes valores positivos devem ser encorajados.
A história de Ding lembra-nos que os jovens devem compreender que precisam de receber formação superior e qual deve ser o propósito da educação universitária. No caso de haver uma recessão económica, os jovens devem aceitar a realidade calmamente, manter uma atitude positiva, esforçar-se e ponderar várias saídas. Se baixarmos os braços, aí é que está tudo perdido.

Calor | Alerta para o risco de hipertermia

Com a emissão frequente de alertas para temperaturas altas, pelos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, os Serviços de Saúde avisaram a população para se acautelar face aos riscos de hipertermia. “Quando a temperatura do corpo sobe, o corpo irá naturalmente proceder ao ajustamento fisiológico para diminuir a temperatura corporal, nomeadamente, aumentar a transpiração e a frequência respiratória”, indicaram as autoridades. Quem acumular longos períodos de exposição ao sol, num ambiente húmido ou mal ventilado, deve ter em consideração que nem sempre o corpo consegue o ajuste fisiológico que permite controlar a temperatural corporal. Estas situações podem resultar numa série de consequências, sendo a mais grave a intermação que pode levar à morte.
A intermação ocorre na sequência de uma exposição prolongada a um calor intenso, provocando alterações fisiológicas do organismo, afectando o sistema nervoso central e a perda das funções de ajuste da temperatura do corpo. A pessoa deixa de suar, a pele torna-se seca, quente e vermelha e o pulso fica rápido e fraco à medida que a respiração acelera, podendo resultar em perda de consciência se a temperatura corporal atingir os 41 graus. Sem socorro e medidas que arrefeçam o corpo, o doente pode sofrer lesões cerebrais irreversíveis ou mesmo morrer.
A exposição a calor intenso pode resultar em síncope ou exaustão por calor, que provoca tonturas, pele húmida e fria e enfraquecimento do pulso, ou cãibras por calor, devido à grande quantidade de suor libertado, provocando desequilíbrio de electrólitos. Os efeitos tomam a forma de espasmos e convulsões musculares, sede extrema, cansaço, falta de força dos membros, náuseas, dor de cabeça, tonturas ou inconsciência temporária.

Entretenimento | Actrizes e actores do Japão vão animar o Cotai em Setembro

A actriz e cantora Sora Aoi foi escolhida como a embaixatriz da Expo do Entretenimento PinkD! – Macau, que traz ao Lisboeta alguns dos nomes mais conhecidos da indústria para adultos do Japão. O evento, que vai decorrer entre 26 e 28 de Setembro, no espaço H853 no hotel Lisboeta, traz a Macau cerca e 40 actrizes e actores, e pretende mostrar na Grande Baía as tendências mais recentes da indústria para adultos.
Ao longo dos três dias, os admiradores e curiosos vão poder participar em actividades como encontros um-a-um com as suas actrizes favoritas, visitar cenários utilizados em gravações de filmes e assistir a danças e outras demonstrações ao vivo. Além disso, haverá leilões e venda de produtos especiais lançados apenas para o evento.
Este ano o grande destaque dos organizadores é Sora Aoi, de 44 anos, actriz que no início dos anos 2000 era um dos nomes mais populares na indústria para adultos no Japão e com uma grande legião de fãs no Interior, capaz de até ultrapassar as tensões nacionalistas. A grande aceitação da actriz entre o público do Interior ficou demonstrada em Maio de 2012, durante um momento maior tensão entre a China e o Japão devido à chegada de actividades de Hong Kong às ilhas Diaoyu/Senkuku. Com a tensão em alta entre os dois países, e a internet inflamada com discursos nacionalistas, os internautas chineses não deixaram de tornar célebre a frase: “As ilhas Diaoyu pertencem à China, mas a Sora Aoi pertence ao mundo”.
A grande popularidade da actriz ficou também demonstrada pelo facto de em 2014 Aoi ter mais de 15 milhões de seguidores da rede social Weibo, apesar deste tipo de filmes serem proibidos.
A carreira activa de Aoi na indústria para adultos teve menos de 10 anos, mas trouxe-lhe o reconhecimento necessário para ao mesmo tempo conseguir papéis em séries de televisão no Japão e na Coreia do Sul e para se lançar no mundo da música. Aoi gravou o último filme para adultos em 2011, e deixou de licenciar produtos par adultos com a sua fisionomia em 2019, altura em que foi mãe pela primeira vez e decidiu dedicar-se à vida familiar.

Companhia de luxo
Outro dos nomes conhecidos do público masculino que vai estar presente no Cotai, é a modelo e actriz Shouko Takahashi, de 32 anos. Numa primeira fase, Takahashi começou por cimentar a carreira como capa em várias revistas orientadas para um público masculino, mas em que não aparecia totalmente nua, antes em bikini ou apenas com poses mais sensuais.
Em 2016, a roupa saiu das fotografias e nesse mesmo ano aconteceu a estreia no cinema pornográfico, depois de não ter conseguido o sucesso desejado como guitarrista na banda Camouflage. Apesar dos diferentes caminhos, em 2018 Shouko foi distinguida com quatro prémios Fanza Adult Awards, incluindo o de melhor actriz.
Habituada a constar na lista de nomeadas para os prémios Fanza Adult Awards está também Ayaka Yamagishi, outra das presenças confirmadas no Cotai. Igualmente com 32 anos, à imagem de Shouko Takahashi, Ayaka Yamagishi vai estar no Hotel Lisboeta quando atravessa uma segunda fase na carreira.
Inicialmente conhecida como Aika Yamagishi, a actriz estreou-se nesta área em 2017, depois de ter trabalhado durante alguns meses como apresentadora para um canal de televisão local na região de Tokai, na Prefeitura de Aichi. Com os 30 anos, chegou a vontade de mudança. O nome artístico passou assim de Aika para Ayaka, com a actriz a justificar que procurava fazer um novo tipo de trabalhos, com uma nova imagem, ainda que dentro da mesma indústria.

Companhia masculina
Outro dos grandes nomes que vai participar no evento é Mana Sakura, que também tem 32 anos. Natural da prefeitura de Chiba, Mana terminou os estudos em Engenharia Civil antes de decidir que pretendia ser actriz pornográfica. É a imagens de marca da agência SOD Create, com quem tem um contrato exclusivo de 2012. Além disso, é considerada pela agência como uma grande mais-valia por ser capaz de cativar uma grande audiência feminina.
Em contraste com as grandes actrizes, os nomes dos actores masculinos são menos conhecidos. Entre estes encontram-se Chitose Komei, Taichi Lin e Kazuo Kaden.
Os bilhetes para o evento encontram-se à venda desde o mês passado, e o evento só aceita a entrada a pessoas com mais de 18 anos. Os interessados precisam de fazer-se acompanhar pelo documento de identificação com fotografia. A entrada tem um custo de 280 patacas. O bilhete com encontros personalizados com as actrizes custa 480 patacas.

Terras raras | Exportações sobem 32% após flexibilização de licenças

As exportações chinesas de terras raras aumentaram 32 por cento, entre Maio e Junho, após Pequim ter prometido “rever e aprovar” os pedidos para vender ao exterior este grupo de minerais críticos para indústrias como semicondutores, aeronáutica, automóvel e defesa.
Segundo os dados divulgados ontem pela Administração Geral das Alfândegas da China, o volume exportado de terras raras aumentou 32,02 por cento em Junho, face a Maio, e cresceu 60,34 por cento, em termos homólogos.
No primeiro semestre de 2025, as exportações aumentaram 11,9 por cento face ao mesmo período de 2024, apesar de o valor dessas vendas ter recuado 24,4 por cento, de acordo com os relatórios alfandegários.
Os dados preliminares ontem divulgados não detalham as exportações por elemento nem indicam os países de destino, apresentando apenas o total agregado.

Dá licença?
Desde 02 de Abril, no contexto da guerra comercial com os Estados Unidos, a China implementou um novo regime de licenças que obriga empresas estrangeiras a solicitar autorização para exportar sete dos 17 minerais que compõem o grupo das terras raras – nomeadamente samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio –, bem como ímanes derivados, invocando razões de segurança nacional.
A introdução destas restrições provocou uma queda acentuada das exportações em Abril
(-15,56 por cento), mas em Maio as vendas recuperaram com um aumento mensal de 22,57 por cento, superando inclusive os níveis de Março.
Os controlos têm impacto significativo em sectores altamente dependentes destes materiais, uma vez que a China foi responsável por 99 por cento do processamento global de terras raras pesadas em 2024 e detém cerca de 49 por cento das reservas mundiais.
A promessa de acelerar a emissão de licenças faz parte dos compromissos assumidos por Pequim no âmbito do acordo alcançado durante a mais recente ronda de negociações comerciais com os Estados Unidos, realizada há pouco mais de um mês em Londres.
Na altura, as autoridades chinesas comprometeram-se a “rever e aprovar” os pedidos de exportação de bens restritos, numa aparente referência às terras raras – um dos principais focos de tensão entre as duas potências e que chegou a ameaçar a continuidade da trégua comercial de 90 dias iniciada em meados de Maio.

China prevê aprofundamento do diálogo com os EUA após encontro com Rubio

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, afirmou ontem que a reunião com o homólogo norte-americano, Marco Rubio, realizada na sexta-feira em Kuala Lumpur, criou condições para aprofundar os contactos bilaterais, num momento de crescentes fricções comerciais.
Segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang considerou que o encontro contribuiu para gerir as diferenças entre Pequim e Washington, reconhecendo que ambos os lados representam “a relação bilateral mais importante do mundo”, com impacto global.
“A reunião foi construtiva, com ambas as partes a envolverem-se num diálogo em pé de igualdade e num espírito de respeito mútuo”, afirmou Wang, citado na mesma nota.
“Creio que permitiu melhorar a compreensão dos Estados Unidos sobre a China e preparou o terreno para a próxima fase de contactos entre as equipas diplomáticas dos dois países”, acrescentou.
O comunicado indica que Wang falou aos jornalistas após participar nas reuniões da ASEAN e em encontros relacionados com o Leste Asiático, realizados na capital da Malásia, sem especificar o local exacto da conversa com Rubio.
Segundo o chefe da diplomacia chinesa, o encontro de sexta-feira serviu para reforçar o diálogo, evitar equívocos, gerir divergências e ampliar a cooperação sino-americana.

Clima de tensão
O encontro decorreu num contexto de renovada tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Desde que Donald Trump regressou à presidência dos Estados Unidos, em Janeiro, a administração norte-americana tem endurecido a sua política económica face à China, impondo novas tarifas sobre produtos chineses de sectores estratégicos como veículos eléctricos, baterias, semicondutores e minerais críticos.
Pequim reagiu com medidas de retaliação, incluindo controlos à exportação de metais essenciais para a indústria tecnológica global, como o gálio e o germânio, e novas restrições às exportações de terras raras.
Em paralelo, ambos os países concordaram, em meados de Maio, com uma trégua comercial de 90 dias, que tem permitido negociações técnicas para tentar evitar uma escalada tarifária generalizada.

Arranca julgamento de recurso de 13 activistas em Hong Kong

Treze activistas pró-democracia começaram ontem a recorrer das penas de prisão a que foram condenados no maior julgamento ao abrigo da lei de segurança nacional realizado até hoje na região semiautónoma chinesa de Hong Kong.
Ao todo, 45 figuras da oposição foram condenadas no final de 2024 a penas de prisão efectiva por organizarem, em 2020, uma eleição primária informal, classificada pelas autoridades como uma conspiração para subverter o poder do Estado.
Entre os réus estão antigos deputados, representantes distritais, académicos e sindicalistas, com posições que variam do moderado ao radical. Muitos foram detidos em 2021 e já passaram mais de quatro anos detidos.
A repressão contra a oposição intensificou-se após a imposição, por Pequim, de uma rigorosa lei de segurança nacional, na sequência dos protestos em massa que abalaram Hong Kong em 2019.
Os antigos deputados Leung Kwok-hung (conhecido como ‘long hair’), Lam Cheuk-ting, Helena Wong e Raymond Chan estão entre os 13 activistas que vão contestar as condenações em audiências previstas para decorrer ao longo de dez dias.
Owen Chow, de 28 anos, é o arguido com a pena mais pesada entre os que agora recorrem: sete anos e nove meses de prisão.

Da defesa
“O único modo de restaurar a imagem da cidade como um lugar onde os direitos são respeitados e as pessoas podem expressar livremente as suas opiniões, sem receio de serem presas, é anular estas condenações”, afirmou a directora da Amnistia Internacional para a China, Sarah Brooks.
A eleição primária informal organizada pelos activistas visava aumentar as probabilidades de conquista de uma maioria legislativa nas eleições de Hong Kong, com o objectivo de pressionar o governo local a aceitar reivindicações como a introdução do sufrágio universal, sob ameaça de vetar o orçamento.
Três juízes, designados pelas autoridades para julgar processos relacionados com segurança nacional, consideraram que o plano constituía uma tentativa de provocar uma “crise constitucional”.
Os Estados Unidos, a União Europeia e o Reino Unido já condenaram o processo judicial, considerando que ilustra a erosão das liberdades fundamentais e da oposição política na antiga colónia britânica, transferida para a soberania chinesa em 1997.
Durante a fase de recurso, os procuradores vão também contestar a absolvição do advogado Lawrence Lau, um dos dois únicos réus no processo dos chamados “47 de Hong Kong” a ser declarado inocente em primeira instância.
Entretanto, oito activistas, entre os quais a antiga jornalista e advogada Claudia Mo e o defensor dos direitos LGBT+ Jimmy Sham, já cumpriram as respectivas penas e foram libertados nas últimas semanas.
Em paralelo, um dos últimos partidos de oposição ainda activos em Hong Kong, a Liga dos Sociais-Democratas (LSD), anunciou a dissolução no final de Junho, invocando uma “pressão política imensa”.

Timor-Leste | Xanana em Singapura para reforçar cooperação

O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, iniciou ontem uma visita oficial a Singapura para reforço da relação bilateral e da cooperação entre os dois países.
No primeiro dia da visita, segundo uma informação à imprensa distribuída pelo gabinete do primeiro-ministro, Xanana Gusmão vai reunir-se com o seu homólogo, Lawrence Wong, que acumula também o cargo de ministro das Finanças, e com o Presidente de Singapura, Tharman Shanmugaratnam.
A delegação timorense vai também visitar o Oceanário de Singapura para “conhecer melhor as abordagens nas áreas da educação marinha, investigação e desenvolvimento institucional”, pode ler-se na informação à imprensa.
Timor-Leste está a desenvolver a sua economia azul e no âmbito daquela política pretende estabelecer um Centro de Educação e Investigação Marinha na ilha de Ataúro, situada em frente a Díli, na costa norte da ilha.
Na terça-feira, o chefe do Governo timorense tem prevista uma visita ao Centro de Energia Ambiental Cora, para perceber como Singapura encontrou soluções para resolver os problemas relacionados com os resíduos ao transformá-los em soluções energéticas.
Xanana Gusmão vai também proferir uma palestra numa escola de estudos internacionais dedicada ao tema “Timor-Leste e a ASEAN [Associação das Nações do Sudeste Asiático]: Um novo capítulo na história da região” e plantar uma camélia nos Jardins da Baía.

Sempre a aprender
Ainda no âmbito da visita, que termina quarta-feira, o primeiro-ministro vai visitar o Conselho de Habitação e Desenvolvimento de Singapura para “obter informações sobre a política de habitação pública, os modelos de financiamento e o planeamento urbano com dimensão social”, refere a informação.
“As lições aprendidas com o bem-sucedido modelo de habitação pública de Singapura poderão contribuir para os esforços contínuos de Timor-Leste para desenvolver habitação de qualidade e acessível para o povo timorense”, pode ler-se na informação divulgada à imprensa.
Xanana Gusmão lidera uma delegação que inclui o vice-primeiro-ministro e ministro coordenador dos Assuntos Económicos e ministro do Turismo e Ambiente, Francisco Kalbuadi Lay, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Bendito Freitas, a vice-ministra para os Assuntos da ASEAN, Milena Rangel, e o secretário de Estado da Comunicação Social, Expedito Dias Ximenes.

Reparação Predial | Distribuídos apoios de 8,3 milhões

No segundo trimestre do ano, o Fundo de Reparação Predial distribuiu 8,3 milhões de patacas em apoios públicos, de acordo com os dados oficiais publicados ontem. Os 183 apoios distribuídos variaram entre os valores de 455 patacas e 1,3 milhões de patacas, e em alguns casos são atribuídos a título de empréstimos sem juros.
Os edifícios Lei Hong e Lei Tou, no Complexo Habitacional Fa Seng, foram os que receberam o apoio mais elevado, de 1,3 milhões de patacas, com o objectivo de “suportar as despesas emergentes do pagamento de obras de conservação ou reparação, nas partes comuns do condomínio”. De acordo com a informação oficial, o apoio foi distribuído ao abrigo do Plano de Apoio Financeiro e de Crédito sem Juros para Reparação de Edifícios (Apoio Financeiro para Reparação).
O segundo apoio mais elevado, teve como destinatário o Edifício Industrial Kek Seng, com um montante de 526 mil patacas. Também neste caso, o apoio foi distribuído devido ao Plano de Apoio Financeiro e de Crédito sem Juros para Reparação de Edifícios e serve para auxiliar na reparação de partes comuns.
Além dos apoios para obras, o Fundo de Reparação Predial subsidiou o início das operações de administração de vários edifícios, devido ao Plano de Apoio Financeiro para a Administração de Edifícios. Neste capítulo, os apoios tendem a envolver montantes mais baixos, que vão de valores como 455 patacas, como aconteceu com o edifício M. Residences a 5 mil patacas, como se verificou com o complexo habitacional Kam Keng Fa Un, constituído pelos edifícios Kam Hoi e Ngan Hoi.
Menos é mais
Em comparação com o primeiro trimestre do ano, os números mais recentes mostram uma diminuição de 4,9 milhões nos apoios distribuídos.
Entre Janeiro e Março deste ano, o Fundo de Reparação tinha distribuído entre subsídios e empréstimos sem juros 13,2 milhões de patacas, embora tenha havido um menor número de apoios, um total de 152, o que significa uma média mais elevada dos apoios e subsídios.
Quando a comparação é feita com o segundo semestre do ano passado, os dados mais recentes também apresentam uma redução do montante dos apoios. Entre Abril e Junho de 2024, o Fundo de Reparação Predial entregou 9,2 milhões de patacas entre empréstimos sem juros e subsídios. Este valor significa uma queda de aproximadamente 900 mil patacas em comparação com os dados mais recentes. No segundo trimestre de 2024, o número de apoios aprovados foi de 223.

Jogos Nacionais | Espectadores chineses com visto alargado

Os espectadores chineses que venham a Macau assistir a competições dos Jogos Nacionais vão beneficiar de uma extensão do visto para permanecer na RAEM. A novidade foi revelada no domingo pelo coordenador do gabinete preparatório para a organização dos jogos, Pun Weng Kun, que confirmou negociações com as autoridades de Guangdong no sentido de alargar os vistos para cidadãos chineses que tenham bilhetes para competições em Macau. Pun Weng Kun indicou que a extensão poderá incluir o dia antes e depois da competição.
Para beneficiar da medida, os visitantes precisam apenas de mostrar os ingressos para provas em Macau nos departamentos que tratam dos vistos.
No sentido de tornar mais conveniente as travessias fronteiriças, segundo Pun Weng Kun, as autoridades de Guangdong pretendem tornar o processo de inspecção alfandegária mais fácil, nomeadamente através do uso de tecnologia de reconhecimento facial.
O coordenador do organismo encarregue da preparação logística para a competição espera que as novas medidas permitam aos espectadores ficar mais tempo em Macau, possibilitando ver um espectáculo e apreciar a gastronomia e a cidade.

A bom ritmo
A menos de quatro meses da cerimónia de abertura dos Jogos Nacionais, marcada para 9 de Novembro, é esperado que as três regiões envolvidas (Guangdong, Macau e Hong Kong) coloquem bilhetes à venda no próximo mês de Agosto.
Além da venda online, serão colocados à venda bilhetes em locais específicos para facilitar a compra de ingressos por residentes de Macau.
Para já, Pun Weng Kun afirma que o processo de testes e preparação para o início do evento desportivo está a decorrer com suavidade, com as instruções das autoridades nacionais. Aliás, apesar de existirem situações a corrigir, o feedback das autoridades chinesas sobre os testes feitos em Macau foi elogioso.
Porém, além da boa organização das competições, Pun Weng Kun afirmou que o objectivo é proporcionar aos espectadores uma boa experiência em Macau. Uma das apostas passa pela colaboração com associações locais para angariar voluntários que estarão espalhados pela cidade como “embaixadores da boa vontade”, para ajudar as equipas desportivas e fãs do desporto no que for preciso.
Macau irá acolher competições de cinco modalidades: Ténis de mesa (todos os grupos), basquetebol de três (todos os grupos), basquetebol de cinco (masculino sub-18), voleibol (feminino adultos) e karaté́ (todos os grupos).
Além disso, a prova individual masculina de ciclismo irá atravessar as três regiões.

TNR | Ella Lei sugere recém-licenciados em cargos não qualificados

A substituição de trabalhadores não-residentes (TNR) é um dos pontos preferidos da agenda política dos deputados da Assembleia Legislativa, com particular intensidade antes de eleições.
Ao longo da sua carreira como deputada, Ella Lei mostrou-se uma defensora acérrima da redução de TNR no mercado laboral da RAEM. A legisladora dos Operários lançou uma série de sugestões ao Grupo de Trabalho para a Coordenação da Promoção do Emprego, criado pelo Governo de Sam Hou Fai, a começar pela realização de uma análise às aspirações e planos dos desempregados no regresso ao activo. Ella Lei entende que conhecer as intenções dos candidatos, em especial de recém-licenciados e desempregados de média idade e longo prazo, pode ajudar à criação de medidas específicas de apoio.
Em declarações ao jornal do Cidadão, a deputada citou dados de inquéritos que revelaram que os residentes procuram com mais frequência trabalhos de escritório e venda a retalho e defendeu que o Governo deveria analisar os requerimentos de cargos que não exigem qualificações especiais e que são ocupados por TNR. A ideia é substituir essa mão-de-obra por profissionais locais, incluindo recém-licenciados e jovens.
A deputada lembrou que o Governo estima a substituição de 200 TNR no sector financeiro, algo que não considera suficiente, uma vez que a gestão do número de TNR deve articular-se com a procura de emprego pelos residentes.

Duas realidades
No sector do comércio, os mais de 21 mil TNR que trabalham em vendas a retalho são outro alvo da deputada, que entende que, principalmente, nas lojas de grandes cadeias abertas nos resorts integrados a substituição de TNR deve ser uma prioridade, assim como a formação profissional de residentes.
Outro aspecto a melhorar, é a progressão na carreira profissional. A deputada deseja que a proporção de 85 por cento de cargos de chefia ocupados por residentes nas empresas de jogo seja alargada a outros sectores, mas não adiantou como se poderia atingir esse objectivo.
Apesar do cenário traçado, não só por Ella Lei, os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos mostram que o número de TNR se manteve estável na última década e que a taxa de desemprego de residentes deste ano está entre as três mais baixas dos últimos 10 anos.

Aviação | Deputado quer subsídio para voos entre Macau e Lisboa

O deputado Ip Sio Kai defende a necessidade de o Governo subsidiar a exploração inicial de um voo directo entre Macau e Lisboa. A posição foi tomada ontem na Assembleia Legislativa, com o deputado a alertar para que a falta de ligações directas para a Europa compromete o papel da RAEM como plataforma entre a China e os Países de Língua Portuguesa.
Na intervenção antes da ordem do dia, Ip apontou os dados oficiais de Outubro do ano passado, indicando que o “Aeroporto Internacional de Macau contava com 40 rotas directas regulares para o Interior da China e outras regiões da Ásia”. Contudo, apontou a ausência de “voos directos de médio e longo curso para a Europa e os países de língua portuguesa”.
O legislador considerou que esta falha “compromete, em certa medida, o papel de ligação de Macau na rede internacional”, e “a contribuição e a influência de Macau, enquanto plataforma entre estes países”.
Ao mesmo tempo, Ip afirmou que a ligação directa entre Macau e Portugal pode funcionar como centro de ligação com os outros países da plataforma: “Julgo que a abertura de voos directos entre Macau e Lisboa é a base de uma plataforma, que serve para ligar, através da companhia aérea portuguesa, o Brasil e os países de língua portuguesa em África, o que contribuirá para promover ainda mais o comércio, o turismo e o fluxo de pessoas entre Macau e os países europeus”, justificou.
Além disso, para Ip a falta de ligações torna as deslocações mais inconvenientes: “Devido à falta de voos directos para Lisboa, os residentes e os visitantes de Macau têm de viajar por Hong Kong, Dubai, Istambul, Xangai, etc., o que representa uma longa viagem de ida, tendo de mudar de aeroporto ou esperar por voos de ligação, o que torna o tráfego aéreo consideravelmente inconveniente e não favorece a promoção da normalização das actividades comerciais e empresariais sino-portuguesas, nem a atracção de mais turistas internacionais para Macau”, justificou.

Abrir os cordões
Apesar da sugestão, Ip Sio Kai reconheceu que “este tipo de rotas de longa distância tem custos operacionais elevados e desafios como o longo período de desenvolvimento da clientela”. Como principais custos apontou o preço do combustível, os salários do pessoal de voo e de manutenção, a manutenção do avião, a despesas de descolagem e aterragem no aeroporto ou as tarifas de utilização da rota.
Dado que os custos e a dificuldade inicial de rentabilidade tendem a afastar os interessados da exploração das ligações directas, o deputado considera que o Executivo pode assumir parte dos custos. “O Governo deve estudar a criação de um subsídio específico para apoiar os elevados custos da exploração inicial das rotas aéreas, por exemplo, as despesas com os direitos de tráfego, as tarifas do aeroporto, bem como os custos do pessoal e do combustível, atribuindo subsídios financeiros faseados”, sugeriu. Esses subsídios podem ser atribuídos através de um montante fixo de acordo com o número de voos ou, mais flexível, através da redução gradual e faseada de um montante inicialmente atribuído consoante o número de anos de exploração das rotas, a fim de ajudar as companhias aéreas a reduzir os riscos iniciais e promover a entrada em funcionamento dessas rotas”, acrescentou.
Ip pediu também que se negoceie com as autoridades de Portugal com vista a tentar reduzir parte dos custos de voar para a Europa, em aspectos como as tarifas cobradas no aeroporto.

IPOR ajuda Club Lusitano a elevar qualidade do ensino do português

Os cursos de língua portuguesa oferecidos pelo Club Lusitano de Hong Kong vão ter orientação do Instituto Português do Oriente (IPOR), graças a um acordo assinado em Macau, disseram as duas instituições à Lusa.

O Club Lusitano de Hong Kong, com cerca de 400 membros, tem disponíveis cursos de português há cerca de cinco anos, mas a iniciativa “não é oficial”, indicou à Lusa o presidente a instituição, Patrick Rozario, que quer agora levar mais qualidade à oferta da instituição.

Nesse sentido, Club Lusitano e IPOR assinaram, na quinta-feira, em Macau, um acordo que, entre outros propósitos, quer reforçar a colaboração no ensino e aprendizagem de português. “No futuro, as aulas de português que oferecemos no Club estarão sob a orientação e aprovação do IPOR. Continuaremos a fazer o que temos feito, mas o IPOR vai ajudar-nos com o material e programa”, reforçou o presidente da maior instituição da comunidade lusodescendente de Hong Kong, fundada em 1866.

Rozario espera também no futuro disponibilizar os cursos para não-membros. Para já, especifica, “membros e amigos” – incluindo ‘vistos gold’ – têm recorrido ao programa linguístico. “Parece que temos cada vez mais pessoas interessadas em frequentar aulas de português”, disse o lusodescendente, notando que, nos últimos “quatro, cinco anos”, passaram por ali entre 30 a 40 alunos.

Lançar âncora

Sobre como esta parceria vai funcionar, a directora do IPOR explicou à Lusa que os cursos serão organizados pelo IPOR – incluindo programas e metodologia de ensino – e os formadores orientados pela instituição. “Quando se emitir um certificado das aprendizagens destes cursos, que são feitos no Club Lusitano, tem-se à partida a chancela do IPOR, e a chancela do IPOR oferece a qualidade”, adiantou.

Ainda no que diz respeito ao protocolo assinado na quinta-feira, Patrícia Ribeiro falou na intenção de “estreitar a colaboração na área cultural e realização de eventos” em Hong Kong. “Somos convidados a participar em feiras ou festivais (…) Como o consulado [de Portugal em Macau e Hong Kong] não tem um gabinete [em Hong Kong], mas apenas uma pessoa – e não é todos os dias -, o Club Lusitano será um apoio para podermos desenvolver estas actividades e promover a língua e a cultura portuguesa”, notou.

Totourgências

Antes, tínhamos o Totobola e o Totoloto. Agora, temos o Totourgências. Nada mais, nada menos, que o caos nas urgências dos hospitais do país. Há sempre mais que uma urgência encerrada. Aos fins de semana o povinho fica doido, especialmente as mulheres grávidas. O escândalo está instalado quando ficamos chocados que uma grávida perdeu o filho porque andou de hospital em hospital a ver qual é que tinha a urgência de Obstetrícia aberta.

No mínimo, em cada fim de semana estão seis urgência encerradas e já estiveram dez. Não há compreensão para que o ministério da Saúde gaste milhões de euros e não resolva um problema premente e de importância vital num país onde a natalidade só tem baixado. As mulheres grávidas deviam ser as únicas cidadãs que não deveriam ter uma urgência sequer encerrada.

Chega-se ao ponto de muitas grávidas terem o parto no interior das ambulâncias, porque o Totourgências é andar de hospital em hospital a ver qual é que lhe cai em sorte de modo a aparecer um com a urgência obstétrica aberta. O aumento é notável devido ao encerramento de serviços de urgência obstétrica e de Pediatria em vários hospitais.

Em alguns casos, grávidas são transportadas para hospitais mais distantes devido a essas indisponibilidades, e o parto ocorre durante o transporte. No último ano, cerca de meia centena de bebés nasceram em ambulâncias. E por falarmos em ambulâncias, estamos perante outro grave problema porque um grande número de ambulâncias está num estado de risco elevado de acidente. Há ambulâncias sem revisão e manutenção, com pneus a pedirem substituição e com os motoristas a protestar junto dos responsáveis do INEM que não é mais possível conduzir ambulâncias em tão mau estado de conservação. Mais uma vez, a tutela faz ouvidos de mercador e a propaganda governamental só sabe anunciar que está a gastar muito mais dinheiro na Saúde.

Em quê? Em dermatologistas que ganham num dia 50 mil euros? Em gestores que são demitidos por suspeita de corrupção na aquisição de material hospitalar? Em salários miseráveis a bons médicos cirurgiões que acabam por se transferirem para o privado?… Os milhões desaparecem e o socorro aos cidadãos está cada vez pior. Continuam a decorrer inquéritos às mortes de pessoas sem socorro durante uma greve do INEM. Quando na nossa opinião, INEM, médicos e enfermeiros nunca poderiam fazer greve. Há dias, em Bragança, uma mulher de 69 anos morreu por alegada falha no socorro do INEM, depois de ter sofrido um AVC.

A doente demorou mais de duas horas a dar entrada no hospital, por não haver ambulâncias disponíveis em Alfândega da Fé, no distrito de Bragança, tendo a paciente vindo a morrer. Ainda na passada quinta-feira, uma grávida esperou 40 minutos por socorro do INEM, quando a grávida era levada para o hospital o bebé nasceu na ambulância, mas viria a morrer. Os casos sucedem-se e a ministra da Saúde não se demite e foi reconduzida no novo governo por Luís Montenegro. Isto, quando o último caso escandaloso de falta de socorro tem a ver com a falta de helicópteros ao serviço do INEM. Um concurso público anunciado o ano passado ainda não levou à compra de qualquer aeronave. Actualmente, está apenas um heli do INEM operacional no país, algo inacreditável.

E o que fez a ministra? Combinou com o seu colega da Defesa que houvesse um acordo com a Força Aérea a fim de que os helicópteros militares pudessem transportar os doentes. Em princípio podia ser uma solução provisória. Só que, reina a incompetência e a falta de conhecimento da realidade. Um helicóptero militar levantou voo, socorreu um doente e dirigiu-se ao hospital mais próximo, ali chegado não aterrou porque o heliporto era de pequenas dimensões, edificado para os pequenos helicópteros que o INEM possuía. O heli militar seguiu para outro hospital e a cena repetiu-se até que aterrou em local próximo de um hospital e uma ambulância transportou o doente. Imaginem quanto tempo se perdeu com toda esta manobra e deixando-se de poder contar com os helis da Força Aérea. E isto, não é vergonhoso? Não é motivo para a demissão da ministra?

Para terem uma ideia do Totourgências, no passado fim de semana, sete urgências estiveram encerradas no sábado e oito no domingo, sendo uma de Pediatria e as restantes de Ginecologia e Obstetrícia, indicou o Portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS). As urgências de Obstetrícia e Ginecologia dos hospitais do Barreiro, Setúbal, Vila Franca de Xira, Santarém, Aveiro e Leiria estiveram encerradas no sábado e domingo, enquanto as do Hospital de Abrantes fecharam no domingo. Nos hospitais de Amadora-Sintra, Loures, São Francisco Xavier-Lisboa e Braga encerraram as urgências das especialidades referidas durante a noite ao fim de semana.

Com este panorama nacional, a preocupação governamental continua a ser a venda da TAP, o aeroporto de Alcochete e o TGV para Espanha. Já não há cu que aguente…

P. S. – O semanário ‘Expresso’ publicou em manchete na sua edição de sábado passado, precisamente o que o ‘Hoje Macau’ anunciou aqui há duas semanas, que militares no activo deram instrução a um grupo neonazi com o fim de acções muito violentas e terroristas no país.

Nova edição da Bienal de Macau arranca sábado

É já no sábado, 19, que começa mais uma edição da Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau, que tem como tema “Olá, o que fazes aqui?”. No primeiro dia, a exposição principal da Bienal será inaugurada no Museu de Arte de Macau (MAM), e inclui trabalhos de 46 artistas oriundos de 13 países e regiões, apresentando-se ao público cerca de 80 obras ou conjuntos.

Nesta mostra, que está patente até ao dia 19 de Outubro deste ano, o público é “convidado a reflectir sobre a história e memória ‘local’ de Macau”, bem como as “complexidades da situação global e a explorar a natureza da vida em profundidade”. Participam artistas como Xu Bing, Bart Hess, Zhang Peili, Chan Hung-Lu e Kimsooja.

Também no sábado, decorre, às 15h, uma palestra moderada pelo curador da Bienal, Feng Boyi, que estará a dialogar com os co-curadores Liu Gang e Wu Wei, juntamente com os artistas Song Dong e Xue Feng. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), estas personalidades vão aproveitar a Bienal de Macau como “caso de estudo”, analisando na sessão “os temas de exposição, conceitos, os detalhes de implementação, as discrepâncias resultantes e os resultados, explorando o estado actual, as questões e os dilemas que a curadoria enfrenta actualmente, assim como o pensamento, as estratégias e soluções envolvidas”. Destaque para o facto de esta palestra decorrer em mandarim e ter tradução apenas para inglês.

Explorar alienígenas

Ainda no sábado, decorrem duas sessões de um workshop protagonizado pelo artista Chan Hung-Lu. Este evento tem como tema “Exploração de alienígenas interiores”, recorrendo-se às obras expostas e orientação dos participantes para que estes possam “visualizar mentalmente outros alienígenas através do telemóvel e reflectir sobre as origens e diferenças através de práticas de meditação e tecnologia de geração de imagens por Inteligência Artificial”. Este workshop será ministrado em mandarim.

A Bienal de Macau divide-se em seis secções, nomeadamente a Exposição Principal, a Exposição de Arte Pública, o Pavilhão da Cidade, a Exposição Especial, o Projecto de Curadoria Local e a Exposição Colateral, com cerca de 30 exposições realizadas entre Julho e Outubro deste ano.

Doca dos Pescadores | Festival de Gastronomia até ao próximo domingo

Os curiosos sobre comidas diferentes das dos seus países de origem têm a oportunidade de, até domingo, descobrir a gastronomia do Interior da China, países como Tailândia, Turquia ou mesmo Arábia Saudita, e até o Brasil. Todos os sabores vão dar à Doca dos Pescadores que acolhe a Festa Internacional das Cidades da Gastronomia

 

Arrancou na sexta-feira a Festa Internacional das Cidades da Gastronomia que, até domingo, 20, deambula entre a Praça do Coliseu Romano e Legend Boulevard da Doca dos Pescadores. Além das palestras que decorrem hoje com chefs de renome, o público poderá provar comidas de várias regiões e países, com destaque para a gastronomia do Interior da China, de zonas como Chengdu, Shunde, Yangzhou, Huai’an e Chaozhou. Importa lembrar também a presença de dez bancas que representam cinco cidades de outros países (Phuket, Tailândia; Hatay, Turquia; Buraida, Arábia Saudita; Iloiloi, Filipinas; e Quermanxá, Irão) com “sabores exóticos”; bem como dez bancas que mostram aquilo que se come nas cidades brasileiras de Florianópolis, Belém, Paraty e Belo Horizonte.

Todos estes pontos de atracção para experimentar novas iguarias estão na “Avenida de Gastronomia Internacional”, com mais de 100 bancas complementadas por várias zonas temáticas, como as áreas de café e bar e de jogos. Ao todo, estão representadas 15 Cidades Criativas de Gastronomia de todo o mundo, destacando-se 25 bancas só de cinco cidades do Interior da China.

Macau marca presença com 54 bancas que oferecem pratos macaenses, ocidentais, locais e cantoneses, além de iguarias do Sudeste Asiático, grelhados, opções vegetarianas, sobremesas e bebidas, “reflectindo a diversidade e o pluralismo culinário da cidade”, destaca a Direcção dos Serviços de Turismo (DST), a entidade promotora do evento.

A Avenida de Gastronomia Internacional estará aberta das 15h30 às 22h, de segunda a sexta-feira, e das 15h às 23h aos sábados e domingos. Há um total de cinco zonas de refeição com 1000 lugares. Nos espectáculos programados destacam-se danças folclóricas portuguesas, apresentações de bandas, saltos à corda artísticos e danças de rua, complementados por interacções com marionetas, magia e modelagem de balões por palhaços.

Destaque ainda para o facto de este evento ter entrada gratuita, além de que a organização decidiu disponibilizar três linhas gratuitas de “shuttle bus” que ligam o Posto Fronteiriço das Portas do Cerco, a Rua do Dr. Pedro José Lobo, o Parque Central da Taipa e seis grandes complexos turísticos no Cotai (Grand Lisboa Palace, Wynn Palace, MGM Cotai, Studio City, Venetian Macao e Galaxy Macau) ao recinto da festa. O serviço opera de segunda a sexta-feira, das 15h30 às 22h30, e aos sábados e domingos, das 15h00 às 23h30.

Chefs em diálogo

Para hoje, o cartaz da festa da gastronomia traz o “Fórum Internacional de Gastronomia, Macau”, que decorre entre as 9h e as 13h, no Centro de Convenções e Exposições da Doca dos Pescadores. Tendo como tema “O Sabor da Vida: Conexões Culinárias de Macau”, o fórum é realizado em parceria com o jornal de Hong Kong South China Morning Post. Segundo a DST, o evento “inclui dois discursos inaugurais e três painéis temáticos, com foco no papel essencial das especiarias e ervas aromáticas na gastronomia global”.

Os discursos inaugurais serão apresentados pelo chef e fundador do restaurante das Filipinas Toyo Eatery, Jordy Navarra, e pelo chef do restaurante da Índia Masque Restaurant, Varun Totlani. Nas suas intervenções, os chefs convidados partilharão as suas perspectivas sobre o uso de especiarias e ervas aromáticas, estabelecendo o tom para as discussões que se seguirão ao longo do fórum.

O fórum inclui três sessões de painéis temáticos com a participação de 15 personalidades de relevo na indústria da restauração. No primeiro painel, subordinado ao tema “História e legado das especiarias: Revista às origens da culinária de fusão”, será abordada a influência do comércio de especiarias na evolução do panorama cultural da Ásia.

O segundo painel tem como tema “Sinfonia de sabores: Culinária de fusão na Macau moderna e no mundo”, e conta com a chef macaense Antonieta Fernandes Manhão; o chef executivo e co-fundador do restaurante italiano Estro em Hong Kong, Antimo Maria Merone; a presidente da academia dos prémios Asia’s 50 Best Restaurants e World’s 50 Best Restaurants (regiões de Hong Kong, Macau e Taiwan), Susan Jung; o director de operações culinárias da City of Dreams, Jack Siew; e o chef consultor do MGM e chef-proprietário do Dooreyoo em Seul, Tony Yoo.

O terceiro painel intitula-se “Especiarias como ponte: Celebração da fusão cultural e de comunidades”, sendo que “a discussão centrar-se-á na capacidade das especiarias em unir diferentes comunidades em Macau”.

Suriname | Xi Jinping felicita presidente eleita

O Presidente chinês, Xi Jinping, felicitou ontem Jennifer Geerlings-Simons pela sua eleição como Presidente do Suriname, que considerou como um “parceiro estratégico de cooperação da China na região do Caribe”.

Na sua mensagem de felicitações, citada pela agência oficial chinesa Xinhua, Xi Jinping assinalou que os dois países têm vivido “um crescimento sólido e constante, com uma cooperação prática e frutífera em diversas áreas e uma estreita coordenação em assuntos multilaterais” desde o estabelecimento das relações diplomáticas, há 49 anos.

O chefe de Estado chinês sublinhou a “grande importância” que atribuiu ao desenvolvimento das relações bilaterais entre China e Suriname e, segundo a Efe, mostrou-se disponível para trabalhar com Geerlings-Simons. O trabalho com a Presidente eleita do Suriname pretende “aprofundar a cooperação amigável e mutuamente benéfica, bem como impulsionar a parceria estratégica bilateral de cooperação”, registou.

Jennifer Geerlings-Simons foi eleita Presidente do Suriname no passado fim de semana, tornando-se, aos 71 anos, na primeira mulher a liderar este país sul-americano, num sufrágio em que era a única candidata ao cargo.

Geerlings-Simons foi eleita pelo parlamento, depois de o Partido Nacional Democrático (PND), ao qual pertence, se ter aliado a cinco pequenos partidos para conseguir os dois terços de votos necessários para aceder à Presidência do Suriname.

A investidura de Geerlings-Simons para um mandato de cinco anos à frente do país com cerca de 600.000 habitantes está prevista para 16 de Julho. O Suriname, uma antiga colónia neerlandesa fustigada por rebeliões e golpes de Estado desde que se tornou independente em 1975, dispõe de importantes reservas petrolíferas descobertas recentemente.

Aviação | Pequim defende como legítima aproximação de caça chinês a avião japonês

O Governo da China defendeu ontem a aproximação de um caça chinês a uma aeronave militar japonesa em águas internacionais, no mar da Leste da China, garantindo que a manobra foi “legítima, razoável [e] profissional”.

O incidente ocorreu na quarta-feira, quando um caça-bombardeiro chinês JH-7 se aproximou de uma aeronave de inteligência electrónica japonesa YS-11EB a uma distância considerada insegura pelas autoridades japonesas, que apresentaram um protesto formal a Pequim sobre a manobra.

O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, coronel Jiang Bin, afirmou que as aeronaves de reconhecimento japonesas entraram na Zona de Identificação de Defesa Aérea do mar do leste da China em “múltiplas ocasiões” para realizar “reconhecimento de aproximação”.

Esta zona aérea – que inclui as ilhas Diaoyu, administradas por Tóquio, mas reivindicadas por Pequim – foi anunciada unilateralmente pela China em 2013 e não é reconhecida pelos vizinhos Japão e Coreia do Sul.

“As aeronaves militares chinesas, em conformidade com a lei, realizaram verificações de identificação, rastreio e vigilância, e todas as acções correspondentes foram completamente legítimas, razoáveis, profissionais e em conformidade com os regulamentos”, afirmou Jiang Bin.

O porta-voz realçou que tais actividades de “aproximação e interferência” por parte de navios e aeronaves japonesas “são a causa raiz dos riscos para a segurança aérea e marítima entre a China e o Japão”.

“Esperamos que o lado japonês avance na mesma direcção que a China e crie um ambiente favorável ao desenvolvimento estável das relações bilaterais”, disse Jiang, em declarações citadas pela televisão estatal chinesa CCTV.

Austrália | PM encontra-se com Xi em nova aproximação a Pequim

O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, anunciou sexta-feira que vai reunir-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, durante a visita à China, centrada no reforço das relações económicas bilaterais.

Albanese partiu no sábado para uma digressão que inclui passagens pela capital, Pequim, o principal centro financeiro, Xangai, e Chengdu (capital da província de Sichuan, no sudoeste). O programa da visita inclui encontros com Xi, o primeiro-ministro, Li Qiang, e o presidente da Assembleia Nacional Popular, Zhao Leji.

Segundo o gabinete do chefe do Governo australiano, Albanese vai reunir-se com representantes dos sectores empresarial, turístico e desportivo em Xangai e Chengdu. Em Pequim, liderará uma delegação empresarial e participará numa mesa-redonda com presidentes executivos, amanhã.

“Em áreas como a energia verde, por exemplo, há uma real possibilidade de aprofundar a cooperação”, disse Albanese, aos jornalistas, em Sydney, no sudeste do país.

“Cooperamos sempre que possível e discordamos quando necessário, mantendo conversas francas sobre os temas em que temos divergências”, acrescentou. Esta será a segunda visita de Albanese à China desde que o Partido Trabalhista, de centro-esquerda, chegou ao poder, em 2022. O partido conseguiu uma maioria reforçada nas eleições de Maio.

Yangtsé | Desmanteladas 300 barragens para restaurar ecossistema

A iniciativa de devolver ao rio Yangtsé um ecossistema saudável visa proteger espécies em vias de extinção como o esturjão que voltou a ter comportamentos reprodutivos naturais

 

A China desmantelou 300 barragens e encerrou a maioria das centrais hidroeléctricas no Chishui – um importante afluente do rio Yangtsé – para proteger espécies de peixes ameaçadas e restaurar o ecossistema, informou sexta-feira a imprensa oficial.

De acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua, até Dezembro foram removidas 300 das 357 barragens existentes no Chishui, também conhecido como rio Vermelho. Além disso, foram desactivadas 342 das 373 pequenas centrais hidroeléctricas, permitindo que várias espécies raras de peixes retomassem os ciclos naturais de reprodução.

Com mais de 400 quilómetros de extensão, o Chishui atravessa as províncias de Yunnan, Guizhou e Sichuan, no sudoeste da China, sendo considerado pelos ecologistas como um dos últimos refúgios para espécies raras e endémicas da bacia superior do Yangtsé.

Nas últimas décadas, a construção intensiva de barragens e centrais hidroeléctricas restringiu o fluxo de água a jusante e, em alguns trechos, provocou o completo esgotamento do caudal, segundo a Xinhua. Uma situação que destruiu habitats naturais e zonas de desova, além de bloquear as rotas migratórias de diversas espécies piscícolas.

Zhou Jianjun, professor de engenharia hidráulica na Universidade Tsinghua, explicou que o encerramento das centrais não implica necessariamente a demolição física das infraestruturas. “O mais importante é que, após cessarem a produção de electricidade, se possa alterar o modo de gestão da água para satisfazer as necessidades ecológicas”, afirmou, citado pela Xinhua.

Ganhar vida

A agência acrescentou que, desde o início dos trabalhos de reabilitação ecológica, em 2020, espécies como o esturjão do Yangtsé recuperaram o habitat e vitalidade.

Esta espécie, declarada extinta na natureza pela União Internacional para a Conservação da Natureza em 2022, foi afectada pela construção de barragens e pelo desenvolvimento da navegação fluvial desde a década de 1970.

No entanto, investigadores do Instituto de Hidrobiologia da Academia Chinesa de Ciências, liderados por Liu Fei, registaram sinais encorajadores de recuperação.

Segundo a Xinhua, duas levas de esturjões do Yangtsé foram libertadas no rio Vermelho em 2023 e 2024 e conseguiram adaptar-se com sucesso ao ambiente natural. Em Abril passado, os investigadores libertaram 20 esturjões adultos numa secção do rio em Guizhou, tendo registado comportamentos reprodutivos naturais e a eclosão de ovos.

“Este feito demonstra que o actual ambiente ecológico do rio Vermelho é agora adequado para o habitat e reprodução do esturjão do Yangtsé”, afirmou Liu Fei. Os dados mais recentes do instituto revelam um aumento significativo da biodiversidade aquática no Chishui, com maior diversidade de espécies de peixes detectadas em várias secções do rio.

Medidas de protecção

Desde 2020, a China implementou uma série de medidas para proteger o Yangtsé, incluindo uma moratória de dez anos à pesca e a regulamentação de centrais hidroeléctricas.

No final de 2021, a província de Sichuan concluiu a reestruturação de 5.131 pequenas centrais, encerrando 1.223, segundo um relatório oficial, citado pela Xinhua. As autoridades locais proibiram ainda a extração de areia nos cursos de água, numa tentativa de preservar os habitats aquáticos.

Num comunicado divulgado em Agosto, o Governo chinês indicou que a biodiversidade aquática melhorou de forma constante desde a adopção destas medidas, com destaque para a recuperação de peixes, invertebrados e anfíbios.

Como Gu Bing Iluminou a História da Pintura

Michal Piotr Boym (Bu Migé, 1612-1659), o missionário jesuíta polaco, no seu infatigável labor de mostrar à Europa a língua, os costumes, a fauna e a flora que encontrava no Império do Meio, incluiu entre as inumeráveis revelações que acompanhavam o inédito mapa da Magna Cathay, cinco figuras desenhadas por um autor local e impressas em xilografias.

Entre ela a flor mu furong, o hibiscus mutabilis, ou rosa da China, que possui a admirável capacidade de, a cada manhã apresentar uma cor branca ou rosada e no fim do dia, ao entardecer, revelar a cor vermelha como se fora um prémio outorgado à sua existência sob a luz solar.

O autor dessas figuras, o pintor de Hangzhou Gu Bing, activo entre 1594 e 1603, realizara uma proeza notável e inédita na história da arte em qualquer lugar do mundo, ao juntar à enumeração dos nomes e biografias breves de pintores, poemas, comentários e ilustrações exemplares do seu estilo e modo de proceder. Reproduzidas em xilogravuras, no formato portátil de 26,9 x 41,9 cm, tinham o potencial de mostrar a um muito maior número de observadores uma arte até então reservada a um número limitado de pessoas.

A esse conjunto de cento e seis pintores, apresentados de modo cronológico, desde o lendário Gu Kaizhi à corrente dinastia Ming, editado em 1603, deu-lhe o nome de Lidai minggong huapu, «Álbum de senhores famosos através de sucessivas dinastias». De notar a palavra huapu, «registo de figuras» já usada antes para designar um tratado, uma colecção, um guia ou um manual. E o mais raro uso da palavra laudatória e reverencial gong, «senhores», para referir os pintores.

O álbum alcançaria grande divulgação, chegando até às ilhas do Japão onde foi particularmente acarinhado pelos pintores proíbidos de viajar ao estrangeiro. Conhecido também como Gushi Huapu, «Álbum de pinturas do mestre Gu», mesmo quando a figura do seu autor, que seguiu um percurso incomum, foi por vezes esquecida.

Gu Bing ficara orfão desde muito cedo mas tivera a sorte de ter um avô que o quis poupar ao fastidioso trabalho de decorar os clássicos, imprescindível para se apresentar aos exames imperiais e em vez disso lhe deu a ver os mais excelentes exemplos de caligrafias e pinturas. E depois, ele mesmo se deslocou às mais veneradas montanhas e visitou ilustres literatos, acabando por fixar a sua morada numa cabana no sopé da montanha Wu, a sudeste do Lago do Oeste.

Em 1599 aceitou, brevemente, uma posição na Cidade Proíbida no Wuying dian, o «Pavilhão do valor militar», na altura usado pelo imperador para se reunir com literatos como pintores ou poetas e onde terá tido oportunidade de observar reconhecidas obras da história da pintura. Que depois usou na sua obra, onde os traços esquemáticos na madeira jamais poderiam imitar a complexidade das pinturas mas seriam um precioso auxiliar da memória.

UNESCO | Governo garante que vai responder a preocupações

Macau vai dar “seguimento às resoluções relevantes” da UNESCO. Em questão está a exigência de avaliação de impacto ambiental à construção do viaduto entre as zonas A e B dos Novos Aterros e informações sobre a Linha Leste do Metro Ligeiro. Especialistas salientam que o reconhecimento da UNESCO impulsionou o turismo cultural no território

 

Amanhã, celebram-se os 20 anos da entrada do centro histórico de Macau na lista do património mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO na sigla em inglês). Decorre até à próxima quinta-feira, em Paris, a 47.ª convenção do Comité do Património Mundial, onde a RAEM está representada pelo Instituto Cultural.

No final da semana passada, durante a convenção da UNESCO, o comité emitiu uma resolução de acompanhamento ao estado da conservação patrimonial de Macau. Além de alguns elogios, a instituição internacional pede a avaliação de impacto ambiental abrangente em relação à construção do viaduto que irá ligar as zonas A e B dos Novos Aterros, em especial uma parte que poderá violar as restrições de altura em torno do Farol da Guia.

A questão dos prédios por acabar na Calçada da Guia e a construção da Linha Leste do Metro Ligeiros foram também temas sobre os quais o Comité do Património Mundial pediu informações adicionais, apontando como prazo de entrega de toda a documentação o dia 1 de Dezembro de 2026, noticiou o Jornal Tribuna de Macau (JTM).

Num comunicado divulgado na noite de sexta-feira, o Instituto Cultural indica que “dará seguimento às resoluções relevantes e submeterá ao Comité do Património Mundial da UNESCO os documentos relativos ao acompanhamento dos projectos relevantes para análise, de acordo com o mecanismo geral de comunicação existente no passado”.

A entrega da documentação será feita através da Administração Estatal do Património Cultural da China.

Sem dar cavaco

O JTM indicou também que o comité da UNESCO realça os compromissos e esforços assumidos no Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico, com vista a implementar os pedidos anteriores da organização internacional. Porém, lamenta não ter sido ouvido, como fora solicitado, antes de ter entrado em vigor, no início de Junho do ano passado.

No comunicado na sexta-feira, o IC não menciona o reparo do comité da UNESCO, mas que este congratulou as autoridades da RAEM pela entrada em vigor formal e a implementação do plano de salvaguarda e gestão e pelo trabalho de conservação, monitorização, interpretação e exposição do património de Macau.

História e jogo

Especialistas consideram que a classificação do centro histórico de Macau pela UNESCO impulsionou o turismo cultural no território, apoiando a diversificação de uma economia tradicionalmente dependente dos casinos, mas alertam para desafios na promoção do património.

O templo de Na Tcha e as Ruínas de São Paulo encontram-se lado a lado no centro histórico de Macau. Logo pela manhã, famílias posam para a câmara, na parte inferior da emblemática escadaria de pedra das ruínas.

“Gosto da calçada [portuguesa], é especial”, diz à Lusa Alina Wang, turista de Xangai. O filho, de oito anos, York Xiong, complementa: “Os edifícios são bonitos”. Nem todos na família, porém, conhecem a história por detrás do ‘ex-líbris’ de Macau, reduzido à fachada após incêndios. O patriarca, Li Zijian, ia jurar que tinha sido destruído durante a II Guerra Mundial. Ao lado, outra família, esta de Xi’an, associa a imagem das ruínas a um bombardeamento japonês na Grande Guerra.

Há 20 anos, no dia 15 de Julho de 2005, o centro histórico de Macau, um conjunto de 22 monumentos que combina arquitectura portuguesa e chinesa, entrou para a lista do património mundial da UNESCO.

Esse marco para o património da cidade, refere à Lusa a Direcção dos Serviços de Turismo (DST), trouxe mais turistas a Macau, alterando o perfil do visitante, que deixou de cruzar a fronteira apenas para jogar.

“Isto mudou a imagem de Macau de uma ‘cidade do jogo’ para um destino cultural, diferenciando-o na região Ásia-Pacífico”, sublinhou a DST.

Um estudo aos visitantes conduzido pela DST este ano revela que 53,3 por cento dos turistas chegam ao território para visitar o património, ultrapassando aqueles que querem fazer compras (33,7 por cento) e os que estão mais interessados na gastronomia (18,5 por cento).

Para Lei Ip Fei, historiador e ex-membro do conselho do Património Cultural de Macau, o estatuto UNESCO elevou o perfil global de Macau. “O jogo impulsionou a economia a curto prazo, a cultura deve impulsionar o crescimento a longo prazo”, disse à Lusa.

Parque de diversões

Mas se, por um lado, a inscrição do património veio ajudar a diversificar o perfil do turista, há que pensar naqueles que vivem na cidade diariamente, notou Ka Nok Lo, vice-presidente da Associação dos Embaixadores do Património de Macau.

Em entrevista à Lusa, o responsável alertou para a necessidade de não transformar Macau “numa Disneylândia”, defendendo o equilíbrio entre turismo e as necessidades dos residentes. “Os museus devem servir a comunidade, assim como as bibliotecas, as livrarias, e não apenas os turistas”, considerou.

Ka sublinhou, por outro lado, que ainda falta entregar aos visitantes a narrativa que une os vários locais distinguidos pela UNESCO. “Não há uma história que ligue estes monumentos”, disse.

O Governo de Macau tem como um dos principais objectivos procurar a diversificação económica, com a finalidade de reduzir a sua dependência em relação à indústria do jogo através do desenvolvimento de novos sectores.

Mas o apelo dos casinos é incontornável, como as famílias de Xangai e Xi’an deixaram em evidência. No dia seguinte ao passeio pela zona histórica de Macau, a visita à região iria continuar nas estâncias modernas do jogo concentradas no Cotai, realçando o duplo papel de Macau como destino de jogo e património cultural. Lusa / JL