Hoje Macau China / ÁsiaDefesa | Austrália e China reúnem pela primeira vez desde 2019 A Austrália e a China reuniram-se para discutir matéria de defesa, informou ontem Camberra, dias depois de Pequim ter condenado o plano australiano de se munir de uma frota de submarinos movidos a energia nuclear. As conversações, “conduzidas num ambiente profissional”, indicou o lado australiano, marcaram a primeira reunião formal dos responsáveis de defesa dos dois países desde 2019. Os responsáveis australianos receberam, na quarta-feira, em Camberra, uma delegação do Exército de Libertação do Povo para um diálogo centrado em questões de segurança regional, informou um porta-voz da defesa australiana. O encontro é o mais recente sinal de que a China e a Austrália estão a retomar as relações após um interregno diplomático, apesar das disputas sobre a crescente influência diplomática e militar da China no Pacífico. A China avisou a Austrália, o Reino Unido e os Estados Unidos de que estavam a seguir “um caminho errado e perigoso” depois de terem anunciado, a 13 de Março, um acordo a longo prazo para equipar a Austrália com submarinos de propulsão nuclear armados com mísseis de cruzeiro. A conclusão da aliança entre os três países, com o cancelamento de Camberra do contrato para a aquisição de 12 submarinos franceses, tinha também conduzido a uma crise diplomática com a França em 2021.
Hoje Macau China / ÁsiaNuclear | China adverte Austrália, EUA e Reino Unido após acordo sobre submarinos A China avisou ontem que os Estados Unidos, Austrália e Reino Unido continuam num “caminho errado e perigoso”, após Camberra anunciar a compra de submarinos norte-americanos movidos a energia nuclear para modernizar a sua frota. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Wang Wenbin disse que o acordo, designado AUKUS – acrónimo para Austrália, Reino Unido e Estados Unidos – é resultado de uma “mentalidade típica da Guerra Fria” que “vai apenas motivar uma corrida armamentista, prejudicar o regime internacional de não-proliferação nuclear e prejudicar a estabilidade e a paz regional”. “A última declaração conjunta emitida pelos EUA, Reino Unido e Austrália mostra que os três países estão a seguir um caminho errado e perigoso para os seus próprios interesses geopolíticos, ignorando completamente as preocupações da comunidade internacional”, disse Wang, em conferência de imprensa. O Presidente dos EUA, Joe Biden, voou para San Diego, no estado da Califórnia, para se encontrar com o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, e o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak. Os três líderes saudaram a parceria nuclear que vai dar à Austrália acesso a submarinos movidos a energia nuclear, que são mais furtivos e mais capazes do que navios movidos convencionalmente. A medida é vista como resposta ao crescente músculo militar da China na região da Ásia Pacífico. Biden enfatizou que os navios não vão transportar armas nucleares de nenhum tipo. Albanese disse que não acha que o acordo seja susceptível de azedar o relacionamento entre a Austrália e a China. Wang repetiu as alegações da China de que o AUKUS representa um “grave risco de proliferação nuclear” e uma “violação do objecto e propósito do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares”. “Os três países afirmam que cumprirão os mais altos padrões de não-proliferação nuclear, o que é puro engano”, disse Wang, acusando os três de “coagir” a Agência Internacional de Energia Atómica a dar a sua aprovação. Pactos desagradáveis O AUKUS é um dos vários acordos e parcerias de segurança liderados pelos Estados Unidos que provocaram a ira da China. Juntamente com a Rússia, a China denunciou também o Quad, uma aliança militar que inclui Austrália, Índia, Japão e Estados Unidos, cujos ministros dos Negócios Estrangeiros afirmaram, no início deste mês, que pretendem ser uma alternativa à China. A China também foi abalada por um acordo entre Washington e as Filipinas, que dá às forças dos EUA maior acesso às bases filipinas ao longo do que é designada “primeira cadeia de ilhas”, a chave para a China projectar o seu poder na região. Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, alertou Washington para possíveis “conflitos e confrontos”, se os EUA não mudarem de rumo.
Hoje Macau China / ÁsiaChina critica pacto militar Japão-Austrália O Japão e a Austrália assinaram no sábado um inédito acordo bilateral de segurança que abrange a cooperação militar, de inteligência, de cibersegurança e espacial, o que comentadores chineses afirmaram “demonstrar a vontade dos dois países de serem peões dos EUA, ameaçando ao mesmo tempo a paz e a segurança regionais”, disseram ao jornal oficial Global Times. “Não há qualquer menção à China no pacto, mas a maior parte dele é claramente dirigido à China”, salientaram os observadores chineses, considerando que a cooperação em matéria de segurança entre os dois países é “impulsionada pela Estratégia Indo-Pacífico liderada pelos EUA, o que apenas os tornará trampolins para os EUA”. A Declaração Conjunta sobre Cooperação em matéria de Segurança, um pacto assinado pela primeira vez em 2007, foi o principal resultado da reunião do primeiro-ministro japonês Fumio Kishida com o seu homólogo australiano Anthony Albanese em Perth, informou a AP no sábado. Os observadores chineses encaram este novo acordo como “uma sequela de um tratado assinado pelos dois países em Janeiro que permite às forças militares de ambos os países treinar nas bases um do outro e colaborar em missões humanitárias”. É o primeiro acordo deste tipo que o Japão celebra com qualquer outro país que não os EUA. O Japão anunciou que as suas Forças de Auto-Defesa irão treinar e participar em exercícios com os militares australianos no norte da Austrália pela primeira vez ao abrigo do acordo, disse o relatório da AP. Está dentro das expectativas que o alvo do novo pacto de segurança tenha mudado em relação ao anterior, assinado há 15 anos atrás, uma vez que a estratégia dos EUA mudou significativamente do contra-terrorismo para o actual Indo-Pacífico, e o Japão e a Austrália – aliados próximos dos EUA – seguiram os EUA neste novo jogo, disse Song Zhongping, um especialista militar chinês, no domingo. “Isto mostra que o Japão e a Austrália não têm iniciativa diplomática ou independência, e estão dispostos a ser peões dos EUA”, disse Song. “Embora o novo pacto de segurança não mencione a China pelo nome, é claro que a cooperação reforçada entre o Japão e a Austrália visa a China”, disse Chen Hong, presidente da Associação Chinesa de Estudos Australianos e director do Centro de Estudos Australianos na Universidade Normal da China Oriental, acrescentando que embora o pacto tenha sido assinado entre o Japão e a Austrália, “é claro que a importante força motriz são, claramente, os EUA”. “O Japão está a tentar dar relevância o seu estatuto no âmbito do Quad, que também tem os EUA, Austrália e Índia como membros, e procura avanços diplomáticos e militares através deste quadro, uma vez que o governo japonês está a procurar gastar mais com as suas forças armadas como resultado do seu crescente militarismo”, disse Chen. Além disso, ao estabelecer um mecanismo de partilha de informação com a Austrália, o Japão está mais próximo de adquirir acesso à Five Eyes Alliance, uma aliança de inteligência composta pela Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e EUA, de acordo com Chen. Os observadores chineses advertiram que o reforço dos laços militares pode não ser tão bom para o Japão e a Austrália como parece. “Tanto o Japão como a Austrália estão a tentar fazer propaganda da ameaça chinesa e a tentar atrair países extraterritoriais para o seu pequeno grupo. Mas isto coloca os países regionais em alerta e ameaça a estabilidade regional”, comentou Da Zhigang, director do Instituto de Estudos do Nordeste Asiático da Academia Provincial de Ciências Sociais de Heilongjiang.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Embaixador chinês diz à Austrália para ter cautela As tensões entre a Austrália e a China voltam a aumentar. Desta vez, em torno da questão de Taiwan O embaixador chinês na Austrália avisou ontem que Camberra deve gerir “com cautela” a questão de Taiwan, defendendo que a recente mudança de governo na Austrália é uma oportunidade para redefinir o complexo relacionamento com a China. Xiao Qian disse estar surpreendido por a Austrália ter assinado uma declaração com os Estados Unidos e o Japão a condenar o disparo de mísseis da China, que atravessaram Taiwan e caíram em águas japonesas, em resposta à visita da Presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taipé, na semana passada. “Esperamos que o lado australiano possa abordar as relações China – Austrália com uma atitude séria, que respeite o princípio ‘Uma só China’ e que lide com a questão de Taiwan com cautela”, disse Xiao, citado pela imprensa australiana. Xiao não disse quando é que os exercícios militares ao redor de Taiwan vão terminar, apontando que um anúncio será feito no “momento apropriado”. Para o que der e vier A China quer a reunificação pacífica com Taiwan, que Pequim considera uma província sua, mas Xiao não descartou o uso da força. “Nunca podemos descartar a opção de usar outros meios. Quando for necessário e se obrigados, estaremos prontos para usar todos os meios necessários”, frisou. Questionado sobre o significado de todos os meios necessários, Xiao disse aos jornalistas para usarem a imaginação. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, disse esta semana que a Austrália “criticou voluntariamente as medidas legítimas, justificadas e legais da China para salvaguardar a sua soberania e integridade territorial”. Wang pediu à Austrália que “pare de interferir nos assuntos internos da China”. “Nos últimos anos, as relações China – Austrália atravessaram sérias dificuldades, por razões motivadas pelo lado australiano”, disse Wang. Xiao defendeu as barreiras e apontou para os danos económicos que a Austrália causou à gigante chinesa de telecomunicações Huawei, proibindo-a de implantar a rede 5G no país, por motivos de segurança. O primeiro-ministro interino Richard Marles, que está a preencher o cargo enquanto Albanese está de férias esta semana, não se intimidou com a reacção chinesa hostil às críticas da Austrália aos exercícios militares em torno de Taiwan. “A China vai dizer o que disser. Nós tomamos a nossa posição. Vamos lidar com o mundo com respeito, profissionalismo, sobriedade, com fé na diplomacia”, disse Marles. “E vamos continuar a fazer isso. Embora o governo tenha mudado, o nosso interesse nacional não mudou”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaEmbaixador chinês diz que relações entraram numa “nova conjuntura” O embaixador chinês na Austrália disse este fim de semana que as relações entre os dois países entraram numa “nova conjuntura”, com a eleição do novo Governo australiano e o primeiro contacto ministerial em mais de dois anos. Xiao Qian fez uma avaliação optimista do futuro do relacionamento bilateral, num discurso proferido no sábado, perante a Sociedade para a Amizade Austrália – China, em Perth, na costa oeste australiana. O discurso foi publicado ontem no portal oficial da embaixada. “O cenário internacional, político e económico atravessa mudanças profundas e complexas. A relação China – Austrália entrou numa nova conjuntura, e tem agora muitas oportunidades”, disse Xiao. “A minha embaixada e os consulados-gerais chineses na Austrália estão prontos para trabalhar com o Governo federal australiano, governos estaduais e amigos de todas as esferas da sociedade, para que o relacionamento China – Austrália progrida no caminho certo, para benefício dos nossos países e povos”, acrescentou. O discurso de Xiao foi feito um dia antes da reunião de uma hora entre o ministro da Defesa chinês, o general Wei Fenghe, e o seu homólogo australiano, Richard Marles, à margem de uma cimeira de segurança regional, em Singapura. Marles descreveu a reunião como um “primeiro passo crítico”, na reparação das relações bilaterais. Mas os observadores hesitam em descrever a reunião como um descongelamento das relações diplomáticas entre os países. Dennis Richardson, ex-chefe da Defesa, Negócios Estrangeiros e da agência de espionagem Australian Security Intelligence Organization, e ex-embaixador australiano nos Estados Unidos, observou que ambos os governos aproveitaram a sua primeira oportunidade para terem contacto ministerial, desde que o novo Governo da Austrália foi eleito, no mês passado. As relações bilaterais deterioraram-se, durante os nove anos em que uma coligação conservadora governou na Austrália. “O facto de eles terem concordado em dialogar na primeira oportunidade é digno de nota”, disse Richardson, citado pela imprensa australiana. “Mas temos ainda um longo caminho a percorrer”, acrescentou. Passos em frente O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, deu os parabéns ao novo primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, dias após a sua vitória nas eleições, num gesto visto por alguns como uma tentativa da China de restaurar o relacionamento. Albanese instou a China a mostrar boa vontade através do levantamento de uma série de barreiras comerciais oficiais e não oficiais criadas nos últimos anos contra vários bens oriundos da Austrália, no valor de milhares de milhões de dólares, incluindo carvão, vinho, cevada, carne bovina e frutos do mar. As relações bilaterais bateram no seu ponto mais baixo depois de a Austrália ter pedido uma investigação independente sobre as origens da covid-19 e a resposta da China ao surto inicial. O mais recente embaixador da China na Austrália estabeleceu um tom mais conciliador desde que chegou a Camberra, em Janeiro, do que o seu antecessor, Cheng Jingye. Cheng ameaçou, em 2020, com boicotes comerciais, se a Austrália persistisse com o seu apelo por uma investigação sobre as origens da covid-19.
Hoje Macau China / ÁsiaSingapura | Ministros da Defesa australiano e chinês reúnem-se após três anos de tensão Os dois responsáveis mantiveram uma conversa de mais de uma hora, à margem do fórum de segurança “Shangri-la Dialogue”, que decorreu este fim-de-semana em Singapura Os ministros da Defesa da Austrália e da China reuniram-se ontem pela primeira vez em três anos, um “primeiro passo importante” após um longo período de tensão. A reunião entre Richard Marles e o seu homólogo chinês Wei Fenghe, que durou mais de uma hora, ocorreu à margem do fórum de segurança “Shangri-la Dialogue” em Singapura. “Foi uma oportunidade de ter uma conversa muito franca e completa durante a qual levantei uma série de questões que preocupam a Austrália”, disse o ministro da Defesa australiano, Richard Marles, confirmando a reunião aos jornalistas em Singapura. De acordo com Richard Marles, também vice-primeiro-ministro da Austrália, “é realmente importante neste momento ter linhas abertas de diálogo”. “As relações entre a Austrália e a China são complexas. E é justamente por essa complexidade que é realmente importante dialogarmos neste momento. Foi um primeiro passo importante”, continuou. A China não fez ainda comentários sobre a reunião. O representante de Camberra especificou que, entre outros assuntos que preocupam a Austrália, levantou a recente interceptação pela China de um avião da força aérea australiana sobre o Mar da China Meridional, uma área estratégica onde colidem as reivindicações territoriais de Pequim e de meia dúzia de países: Brunei, Filipinas, Indonésia, Malásia, Taiwan e Vietname. No congelador Tratou-se da primeira reunião de alto nível desde Janeiro de 2020, destacou a ABC, quando as relações diplomáticas começaram a congelar entre os dois países como resultado de várias divergências, incluindo a exclusão por motivos de segurança das empresas chinesas Huawei e ZTE da participação na rede 5G da Austrália. Desde então, as relações deterioraram-se devido a questões como a militarização do gigante asiático ou a aprovação na Austrália de leis contra interferência estrangeira e espionagem. A China, que ficou particularmente incomodada com o pedido da Austrália de uma investigação independente sobre a origem da covid-19, respondeu impondo tarifas de importação a vários produtos australianos. As tensões entre vários países, como Estados Unidos, Canadá e Austrália, com a China desempenharam um papel importante durante o fórum de segurança, que começou na sexta-feira e terminou ontem, que também contou com a presença de chefes de defesa de dezenas de países, incluindo o dos EUA, Lloyd Austin.
Hoje Macau China / ÁsiaJornalista Cheng Lei acusada na China de fornecer segredos de Estado, diz Governo australiano O Governo da Austrália disse hoje que a jornalista australiana Cheng Lei, detida na China, foi acusada de “fornecer segredos de Estado a um país estrangeiro”. A ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Marise Payne, afirmou que as autoridades chinesas apresentaram na sexta-feira uma acusação formal contra Cheng, nascida na China e apresentadora da televisão pública chinesa CGTN, detida desde 13 de agosto. O Governo australiano manifestou “grande preocupação” às autoridades chinesas acerca da detenção de Cheng e está a prestar-lhe assistência consular. “Esperamos que as normas básicas de equidade, justiça processual e tratamento humano sejam cumpridas, de acordo com as normas internacionais”, disse Payne. Além da jornalista, a China também deteve Yang Hengjun, escritor chinês-australiano, desde o início de 2019, por alegada espionagem. As relações já tensas entre Camberra e Pequim têm estado sob pressão crescente desde que a Austrália lançou este ano uma investigação independente sobre a origem do novo coronavírus, cujos primeiros casos da doença foram detetados na cidade chinesa de Wuhan. A Austrália também aprovou várias leis contra a interferência na política interna de países estrangeiros, sem citar explicitamente a China, com Pequim a responder impondo direitos aduaneiros a algumas importações australianas.
Hoje Macau China / ÁsiaAustrália lamenta “deterioração desnecessária” das relações com Pequim O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, denunciou hoje a crescente pressão exercida pela China sobre o seu país, acusando Pequim de estar a causar uma “deterioração desnecessária” das relações bilaterais. Numa intervenção durante um encontro ‘online’ com um ‘think tank’ do Reino Unido, Morrison destacou o desejo da Austrália de ter relações “mutuamente benéficas” com Pequim e com os Estados Unidos, enquanto persegue os seus próprios interesses de forma independente. O primeiro-ministro também negou que a Austrália esteja subjugada aos Estados Unidos, num contexto de deterioração das relações sino-americanas. Nos últimos meses, o relacionamento entre Camberra e Pequim deteriorou-se rapidamente. A Austrália excluiu o grupo chinês das telecomunicações Huawei das suas redes de quinta geração (5G) e solicitou uma investigação independente sobre a origem do novo coronavírus. A China, o maior parceiro comercial da Austrália, retaliou ao suspender as importações de um grande número de produtos australianos, incluindo carne, cevada e madeira. De acordo com Morrison, esta diplomacia coerciva é apenas uma “amostra” do que outros países poderão sofrer no futuro. Aludindo ao futuro governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, o primeiro-ministro insistiu que países como a Austrália não deveriam ser forçados a escolher entre Washington e Pequim. “Será necessária mais latitude por parte das maiores potências do mundo, para satisfazer os interesses individuais dos seus parceiros e aliados. Todos nós precisamos de um pouco mais de espaço para avançar”, disse Morrison, no encontro com a unidade de investigação Policy Exchange, do Reino Unido. “Deve haver uma apreciação mais matizada dos interesses dos diferentes estados na maneira como lidam com as grandes potências. As escolhas difíceis não atendem aos melhores interesses de ninguém”, acrescentou o primeiro-ministro australiano.
Hoje Macau China / ÁsiaAustrália em exercícios militares com EUA, Japão e Índia no Mar do Sul da China A Austrália vai participar, uma década depois, em exercícios militares no Mar do Sul da China, em novembro, com os Estados Unidos, Índia e Japão, quando se intensificam as tensões diplomáticas e comerciais entre Camberra e Pequim. As manobras são “críticas para melhorar as capacidades marítimas da Austrália, criar interoperabilidade com os parceiros próximos e demonstrar (…) determinação coletiva em apoiar um Indo-Pacífico aberto e próspero”, disse a ministra da Defesa australiana, Linda Reynolds, em comunicado. Os exercícios militares, iniciados em 1992 por Washington e Nova Deli, juntam este ano quatro potências indo-pacíficas, onde persistem as preocupações com a militarização da China e as disputas territoriais entre os países da região. Reynolds, que se encontrou com o homólogo japonês, Nobuo Kishi, em Tóquio, na segunda-feira, expressou “forte oposição a qualquer ação unilateral coerciva ou desestabilizadora que possa alterar o ‘status quo’ ou aumentar as tensões no Mar do Sul da China”. Da mesma forma, a ministra australiana indicou que se opõe a qualquer tentativa de modificar o ‘status quo’ do Mar do Sul da China e reafirmou a importância da livre navegação na região estratégica em termos militares e comerciais, sem mencionar abertamente Pequim. O executivo de Camberra “acredita que a participação nas manobras militares vai fortalecer a capacidade da Índia, da Austrália, do Japão e dos Estados Unidos de trabalharem juntos para manter a paz e a estabilidade em toda a região”, disse a chefe da diplomacia australiana, Marise Payne, citada no mesmo comunicado. A Austrália tinha participado, pela última vez em 2007, nestes exercícios denominados de Malibar, descritos por Pequim como ações de uma “coligação antiChina”, após forte pressão sobre o Governo trabalhista de Kevin Rudd para manter relações com o gigante asiático, o maior parceiro comercial. Este ano, as relações entre Pequim e Camberra ficaram ainda mais tensas depois da Austrália lançar uma investigação independente sobre a origem da pandemia da covid-19. A China, por sua vez, suspendeu ou aumentou as tarifas sobre vários produtos importados do país oceânico. Da mesma forma, as recentes leis contra espionagem e interferência em assuntos internos na Austrália também contribuíram para o escalar da tensão com Pequim, além de matérias relacionadas com direitos humanos e liberdade de imprensa.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomatas chineses e australianos discutem no Twitter sobre Mar do Sul da China Diplomatas chineses e australianos envolveram-se numa discussão no Twitter sobre as movimentações de Pequim no Mar do Sul da China, após Camberra ter apoiado a posição dos Estados Unidos sobre as reivindicações territoriais chinesas. A Austrália requisitou recentemente um memorando nas Nações Unidas que aponte que as reivindicações “não têm base legal”, envolvendo-se assim numa controvérsia que atraiu reações fortes de Pequim. O alto comissário australiano nas Nações Unidas Barry O’Farrell escreveu, na quinta-feira, na rede social Twitter, que disse ao ministro dos Negócios Estrangeiros da Índia que as medidas da China são “desestabilizadoras e suscetíveis de provocar uma escalada”. Em resposta, o embaixador chinês Sun Weidong acusou O’Farrell de “desconsiderar os factos”. “É evidente quem salvaguarda a paz e a estabilidade e quem desestabiliza e provoca escaladas na região”, acusou. O’Farrell reagiu ao apontar que a China devia seguir uma decisão do tribunal internacional de Haia, que remonta a 2016, e que rejeitou a maioria das reivindicações de Pequim. A China denunciou a decisão como “ilegal” e não vinculativa. Os comentários de O’Farrell atraíram elogios dos internautas da Índia, onde o público e os políticos têm apelado a uma linha mais dura nas relações com a China, após um confronto sangrento ao longo da fronteira disputada entre os dois países. A China disse hoje que bombardeiros de longo alcance estiveram entre as aeronaves que participaram de exercícios aéreos recentes sobre o Mar do Sul da China, face às crescentes tensões entre Washington e Pequim em torno daquela rota marítima estratégica. Os exercícios incluíram partidas e aterragens noturnas e simularam ataques de longo alcance, disse o porta-voz do ministério da Defesa chinês, Ren Guoqiang. Entre os aviões constaram os bombardeiros H-6G e H-6K, versões atualizadas de aeronaves há muito usadas nas forças armadas da China, disse Ren. Os exercícios foram agendados anteriormente e visam aumentar as habilidades dos pilotos para operar sob todas as condições, independentemente do clima ou da hora do dia. Ren não detalhou se foram usadas bombas reais. A China construiu pistas de aterragem em muitas das ilhas no Mar do Sul da China, incluindo ilhas artificiais sobre recifes de coral. Os navios chineses, incluindo dois porta-aviões do país, realizam operações frequentes na área, às vezes para monitorar e, ocasionalmente, assediar navios de outros países. Pequim reivindica como sua a maioria do Mar do Sul da China, apesar dos protestos do Vietname, Filipinas, Malásia e Brunei. Este mar estratégico, por onde transitam anualmente cerca de 5.000 mil milhões de dólares de mercadorias, tem vastas reservas de gás e petróleo. As tensões recorrentes entre países com fronteiras com o mar do sul da China são consideradas como uma fonte potencial de conflito na Ásia.
João Luz China / Ásia MancheteAustrália | Estudantes chineses burlados por “falsos” contactos consulares Desde o início do ano, as autoridades australianas deram conta de, pelo menos, 25 falsos raptos. Uma estranha realidade que esconde uma burla dirigida a estudantes chineses, depois de receberem chamadas intimidatórias de criminosos que se fazem passar por autoridades chinesas Receber uma chamada, ou fotografia, a retratar o rapto de um filho é, possivelmente, um dos maiores receios para qualquer pai ou mãe. A situação torna-se muito mais bizarra se for uma encenação protagonizada pelo próprio filho. Pelo menos 25 famílias tiveram de enfrentar esse terror nos primeiros cinco meses deste ano, depois de os filhos que estudam na Austrália terem preenchido as estatísticas dos 25 raptos falsos reportados às autoridades locais. Só no estado de New South Wales foram registados oito casos. Segundo as autoridades, os números de burlas podem ser muito superiores aos registados, uma vez que é muito comum as vítimas sentirem intensa vergonha e embaraço por terem sido enganadas. Entre Janeiro e Maio, os esquemas e pedidos de resgate renderam perto de 2,27 milhões de dólares norte-americanos, com a maior perda de uma só família a chegar a 1,4 milhões de dólares, segundo avançou a Agence France-Presse (AFP). O caso desta família é paradigmático do alcance do esquema, com o pagamento a ser efectuado depois de o pai da estudante ter recebido um vídeo em que se via a filha amarrada e amordaçada em local desconhecido. Após contactada a polícia de Sidney, a jovem foi encontrada uma hora depois, em segurança, num quarto de hotel da cidade. Segundo a Polícia Federal Australiana, os alvos principais deste tipo de esquemas “estão distribuídos pelas maiores cidades, particularmente onde há maior concentração de estudantes chineses”. O esquema ilegal começa, por norma, com os burlões a contactar telefonicamente os jovens chineses, em mandarim, fazendo-se passar por oficiais do Governo chinês. Durante a chamada, os estudantes são ameaçados com a possibilidade de serem alvo de investigação, ou mesmo detenção em território chinês. O passo seguinte é a persuasão das vítimas para transferirem largas somas de dinheiro, ou montarem um cenário fictício de rapto para extorquirem a família. Parte do esquema passa por convencer as vítimas a cortarem comunicação telefónica, ou através de redes sociais, com família e amigos, a deixarem o local onde vivem e a enviar vídeos e fotografias a simular que estão amarrados. As imagens são acompanhadas de pedidos desesperados a implorar às famílias, que estão na China, o envio de dinheiro do resgate para serem libertadas em segurança. O fenómeno não é novo, em particular na Austrália, com as autoridades a darem conta de um aumento significativo de falsos raptos na última década. O detective chefe da polícia de New South Wales, Darren Bennett, revelou à emissora australiana SBS que “os telefonemas parecem ter natureza aleatória, mas os burlões aparentam escolher os alvos entre membros vulneráveis da comunidade sino-australiana”. O representante da polícia afirmou ainda que as autoridades de New South Wales tiveram a confirmação do Consulado-Geral da China de que nenhuma autoridade chinesa contactou estudantes pelo telemóvel a pedir pagamentos em dinheiro. Intervenção atempada Em declarações citadas pela BBC News, a polícia de New South Wales declarou que “as vítimas de falsos raptos com quem tiveram contacto ficam traumatizadas com a ocorrência”, assumem a culpa pelo que lhes aconteceu e sentem-se responsáveis por se terem colocado a si e aos seus entes queridos em perigo. A Austrália não é o único país onde acontece este tipo de fraudes, principalmente com o crescimento de associações de crime organizado que exploram vítimas vulneráveis, com registos semelhantes na Nova Zelândia, nos Estados Unidos, Canadá e Singapura. “Os estudantes podem fazer duas coisas para se protegerem contra este tipo de crimes. Em primeiro lugar, estarem sensibilizados para a ocorrência destas fraudes. Em segundo lugar, pedirem ajuda logo ao primeiro contacto se suspeitarem que o mesmo lhes vai acontecer a si, ou a alguém que conheçam”, alerta a polícia australiana. No início do ano, uma estudante chinesa contou à ABC News o esquema em que quase caiu. Segundo o relato da jovem, tudo começou quando recebeu uma chamada de alguém que se identificou como trabalhador da embaixada chinesa, que lhe disse que ela estaria envolvida num caso que estava a ser investigado na China. Apreensiva, a estudante forneceu os seus dados pessoais ao alegado burlão. Porém, os pais, que estavam na China, foram alertados pelas autoridades do esquema em causa antes de ter sido feito qualquer pagamento. Segundo uma organização não governamental, no ano passado os esquemas das “autoridades chinesas” fizeram mais de mil vítimas. Este tipo de burla acontece ao mesmo tempo em que são noticiadas perseguições a grupos étnicos e dissidentes exilados, com apresentação de queixas de assédio de autoridades chinesas, nomeadamente através de telefonemas ameaçadores. Os avisos que apelam à sensibilização de estudantes para esquemas fraudulentos acontecem ao mesmo tempo que instituições de ensino superior tentam seduzir na internet os muito lucrativos alunos, em antecipação do possível relaxamento das restrições de viagens. Os estudantes internacionais têm um importante peso económico na Austrália, país que tem a educação como o quarto maior sector, atrás da mineração do ferro, carvão e gás natural, com mais de meio milhão de estudantes internacionais inscritos no ano lectivo anterior. O sector tem sofrido com as restrições fronteiriças e de viagens, além das tensões diplomáticas com Pequim que afectaram ainda mais o fluxo de jovens chineses para as universidades australianas. Quem te avisa No mês passado, o ministro da Educação da China alertou os estudantes da ocorrência de “múltiplos incidentes de discriminação contra asiáticos na Austrália” durante a pandemia e desencorajou o regresso ao país quando as fronteiras reabrirem. Na semana passada, foi revelado um caso em que seis estudantes chineses da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, foram burlados de forma semelhante, porém, com contornos menos violentos. Cada jovem foi burlado em, pelo menos, 10 mil dólares depois de uma pessoa que se fez passar por um oficial do Governo chinês lhes terem telefonado a avisar que teriam de pagar fiança devido a casos pendentes na China. A polícia de Riverside, que tem jurisdição sobre a universidade, referiu à imprensa local que as chamadas neste tipo de casos são sempre em mandarim, com os burlões por vezes a fazerem-se passar por funcionários de bancos para pedir transferências de dinheiro aos estudantes. A polícia aponta para burlas entre 10 mil e 150 mil dólares, através de transferência bancária ou Bitcoin e para ameaças de prisão imediata se a vítima não pagar. As quantias são enviadas sempre para instituições financeiras chinesas e a partir daí torna-se impossível às autoridades de outros países seguir o rasto do dinheiro. No ano passado, foi noticiado pelos média de Singapura o caso de uma jovem chinesa que se isolou num quarto de hotel, longe da família e amigos, a mando de burlões que também se identificaram como oficiais chineses. Com um modus operandi semelhante, a jovem acreditou estar a ser investigada por suspeitas de pertencer a uma associação criminosa de lavagem de dinheiro. Em menos de uma semana, a estudante de 22 anos enviou aos burlões quase meio milhão de dólares. Só depois de o namorado ter alertado as autoridades para o desaparecimento, a polícia de Singapura conseguiu encontra a estudante, passado um dia da apresentação de queixa. Duas semanas depois, a jovem deu a cara e contou o episódio por que havia passado de forma a alertar outros estudantes para as fraudes. O infortúnio da jovem começou com uma chamada do burlão, que se identificou como funcionário da DHL, que a notificou de que uma encomenda em seu nome tinha sido interceptada pelas autoridades por conter um passaporte e cartão de crédito falso. A chamada foi depois encaminhada para alguém que se fez passar por um agente das autoridades de Xangai, prosseguindo a mesma lengalenga até à extorsão da vítima.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Primeiro morto na Austrália é ex-passageiro de navio onde foram infectados portugueses A Austrália anunciou hoje a primeira morte causada pelo novo coronavírus, um nacional de 78 anos, ex-passageiro de um navio de cruzeiro colocado em quarentena no Japão onde também foram infectados dois portugueses, que permanecem hospitalizados. O homem morreu esta manhã num hospital em Perth (sudoeste), disse um porta-voz do Ministério da Saúde da Austrália. A mulher, de 79 anos, e também contaminada a bordo do navio, continua hospitalizada em Perth. Mais de 700 casos de coronavírus foram identificados entre os passageiros e a tripulação do navio. A epidemia de Covid-19, que teve origem na China, em dezembro de 2019, já infectou mais de 86 mil pessoas em 53 países de cinco continentes, das quais morreram quase três mil. Na Europa, Itália é o país mais atingido pelo surto, com 17 mortos e 605 infectados. A Organização Mundial de Saúde aumentou para muito elevado o nível de ameaça causado pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia. Além da China, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.
admin China / ÁsiaCovid-19 | Primeiro morto na Austrália é ex-passageiro de navio onde foram infectados portugueses A Austrália anunciou hoje a primeira morte causada pelo novo coronavírus, um nacional de 78 anos, ex-passageiro de um navio de cruzeiro colocado em quarentena no Japão onde também foram infectados dois portugueses, que permanecem hospitalizados. O homem morreu esta manhã num hospital em Perth (sudoeste), disse um porta-voz do Ministério da Saúde da Austrália. A mulher, de 79 anos, e também contaminada a bordo do navio, continua hospitalizada em Perth. Mais de 700 casos de coronavírus foram identificados entre os passageiros e a tripulação do navio. A epidemia de Covid-19, que teve origem na China, em dezembro de 2019, já infectou mais de 86 mil pessoas em 53 países de cinco continentes, das quais morreram quase três mil. Na Europa, Itália é o país mais atingido pelo surto, com 17 mortos e 605 infectados. A Organização Mundial de Saúde aumentou para muito elevado o nível de ameaça causado pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia. Além da China, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.
admin China / ÁsiaAustrália | Investigada alegada trama para infiltrar espião chinês no parlamento As autoridades australianas estão a investigar uma alegada conspiração chinesa para infiltrar um agente no parlamento australiano, num caso que o primeiro-ministro do país, Scott Morrison, citado ontem pelos media locais, considerou “profundamente perturbador e preocupante”. O canal de televisão australiano Nine Network divulgou neste domingo o caso em que agentes chineses ofereceram a um vendedor de carros de luxo de Melbourne, chamado Bo Zhao, um milhão de dólares australianos (616.000 euros) para concorrer como candidato a um assento no parlamento em Melbourne. O homem, de 32 anos, foi encontrado morto num quarto de hotel daquela cidade, em Março, depois de ter contactado a ASIO, a agência de contraespionagem da Austrália. A polícia não conseguiu determinar a causa da sua morte. “O Governo nunca esteve tão determinado em manter os australianos livres e a salvo de interferência estrangeira”, disse Morrison, citado pela imprensa australiana. “Eu alerto para que não se tire conclusões precipitadas sobre este assunto”, sublinhou. O director-geral de segurança da ASIO, Mike Burgess, considerou as acusações graves. “A actividade hostil, desenvolvida por serviços de inteligência estrangeira, continua a representar uma ameaça real à nossa nação e à nossa segurança”, apontou. “A ASIO vai continuar a enfrentar e a combater a interferência e a espionagem estrangeira na Austrália”, apontou. O chefe do comité parlamentar para os serviços de inteligência, o deputado Andrew Hastie, pediu uma investigação sobre a morte de Zhao. “Isso não é apenas dinheiro em troca de favores. Trata-se de uma tentativa, patrocinada pelo Estado, de infiltração no nosso Parlamento, recorrendo a um cidadão australiano, para basicamente geri-lo como um agente de influência estrangeira no nosso sistema democrático”, afirmou, em entrevista ao Nine Network. No início do mês, Hastie disse que ele e o senador James Paterson, membro do Partido Liberal, foram impedidos de entrar na China para uma viagem de estudo, devido a críticas feitas ao Governo chinês anteriormente. Enredos e bizarrias Em Pequim, o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, disse ontem que alguns políticos, instituições e meios de comunicação australianos “atingiram um estado de histeria e extremo nervosismo”. “Não importa o quão bizarro é o enredo e como os truques são renovados, a mentira é sempre mentira”, acusou Geng, em conferência de imprensa. “Nunca estivemos e não estamos interessados em interferir nos assuntos dos outros”. O porta-voz pediu às autoridades e jornalistas australianos que adoptem uma atitude saudável em relação à China, no interesse das relações bilaterais, bem como da sua própria “saúde física e mental”. As últimas revelações acontecem dias depois de um alegado espião chinês ter pedido asilo à Austrália em troca de providenciar à ASIO informações secretas sobre como Pequim conduz as suas operações de interferência no exterior e revelar as identidades de altos oficiais da inteligência militar da China a operar em Hong Kong. Wang Liqiang revelou acusações detalhadas de como a China se infiltrou e perturbou os sistemas democráticos na Austrália, Hong Kong ou Taiwan, e como agiu como funcionário de uma empresa listada em Hong Kong, a China Innovation Investment Ltd. Num comunicado divulgado na segunda-feira, a empresa revelou que os funcionários da empresa, identificados como Xiang Xin e Kung Xing, foram parados no aeroporto de Taoyuan, em Taiwan, para interrogatório, e que estão a cooperar com os investigadores. A China tentou desacreditar Wang, dizendo no domingo que ele foi condenado por fraude e é procurado pela polícia de Xangai. “Ele está na Austrália. E temos um Estado de direito na Austrália”, disse Morrison sobre Wang, que mora em Sidney com a esposa e filho, mas tem neste momento um visto de turista. O Governo australiano tem tentado neutralizar a influência da China, proibindo doações por entidades estrangeiras a partidos políticos australianos e toda a interferência estrangeira secreta na política doméstica. A China absorve cerca de um terço das exportações da Austrália, país rico em recursos naturais.
Hoje Macau China / ÁsiaAustrália | Investigada alegada trama para infiltrar espião chinês no parlamento As autoridades australianas estão a investigar uma alegada conspiração chinesa para infiltrar um agente no parlamento australiano, num caso que o primeiro-ministro do país, Scott Morrison, citado ontem pelos media locais, considerou “profundamente perturbador e preocupante”. O canal de televisão australiano Nine Network divulgou neste domingo o caso em que agentes chineses ofereceram a um vendedor de carros de luxo de Melbourne, chamado Bo Zhao, um milhão de dólares australianos (616.000 euros) para concorrer como candidato a um assento no parlamento em Melbourne. O homem, de 32 anos, foi encontrado morto num quarto de hotel daquela cidade, em Março, depois de ter contactado a ASIO, a agência de contraespionagem da Austrália. A polícia não conseguiu determinar a causa da sua morte. “O Governo nunca esteve tão determinado em manter os australianos livres e a salvo de interferência estrangeira”, disse Morrison, citado pela imprensa australiana. “Eu alerto para que não se tire conclusões precipitadas sobre este assunto”, sublinhou. O director-geral de segurança da ASIO, Mike Burgess, considerou as acusações graves. “A actividade hostil, desenvolvida por serviços de inteligência estrangeira, continua a representar uma ameaça real à nossa nação e à nossa segurança”, apontou. “A ASIO vai continuar a enfrentar e a combater a interferência e a espionagem estrangeira na Austrália”, apontou. O chefe do comité parlamentar para os serviços de inteligência, o deputado Andrew Hastie, pediu uma investigação sobre a morte de Zhao. “Isso não é apenas dinheiro em troca de favores. Trata-se de uma tentativa, patrocinada pelo Estado, de infiltração no nosso Parlamento, recorrendo a um cidadão australiano, para basicamente geri-lo como um agente de influência estrangeira no nosso sistema democrático”, afirmou, em entrevista ao Nine Network. No início do mês, Hastie disse que ele e o senador James Paterson, membro do Partido Liberal, foram impedidos de entrar na China para uma viagem de estudo, devido a críticas feitas ao Governo chinês anteriormente. Enredos e bizarrias Em Pequim, o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, disse ontem que alguns políticos, instituições e meios de comunicação australianos “atingiram um estado de histeria e extremo nervosismo”. “Não importa o quão bizarro é o enredo e como os truques são renovados, a mentira é sempre mentira”, acusou Geng, em conferência de imprensa. “Nunca estivemos e não estamos interessados em interferir nos assuntos dos outros”. O porta-voz pediu às autoridades e jornalistas australianos que adoptem uma atitude saudável em relação à China, no interesse das relações bilaterais, bem como da sua própria “saúde física e mental”. As últimas revelações acontecem dias depois de um alegado espião chinês ter pedido asilo à Austrália em troca de providenciar à ASIO informações secretas sobre como Pequim conduz as suas operações de interferência no exterior e revelar as identidades de altos oficiais da inteligência militar da China a operar em Hong Kong. Wang Liqiang revelou acusações detalhadas de como a China se infiltrou e perturbou os sistemas democráticos na Austrália, Hong Kong ou Taiwan, e como agiu como funcionário de uma empresa listada em Hong Kong, a China Innovation Investment Ltd. Num comunicado divulgado na segunda-feira, a empresa revelou que os funcionários da empresa, identificados como Xiang Xin e Kung Xing, foram parados no aeroporto de Taoyuan, em Taiwan, para interrogatório, e que estão a cooperar com os investigadores. A China tentou desacreditar Wang, dizendo no domingo que ele foi condenado por fraude e é procurado pela polícia de Xangai. “Ele está na Austrália. E temos um Estado de direito na Austrália”, disse Morrison sobre Wang, que mora em Sidney com a esposa e filho, mas tem neste momento um visto de turista. O Governo australiano tem tentado neutralizar a influência da China, proibindo doações por entidades estrangeiras a partidos políticos australianos e toda a interferência estrangeira secreta na política doméstica. A China absorve cerca de um terço das exportações da Austrália, país rico em recursos naturais.
Hoje Macau China / ÁsiaSidney | Pequim refuta informações de alegado espião A China afirmou ontem que o alegado espião chinês que pediu asilo na Austrália após ter revelado supostos detalhes de operações de espionagem já foi condenado por fraude e é actualmente procurado pela polícia de Xangai. No sábado, a imprensa australiana noticiou que um desertor chinês, identificado como Wang “William” Liqiang, forneceu às autoridades de Camberra detalhes sobre como Pequim financia e conduz actividades de interferência política. Wang, que está em Sydney com a mulher e o filho e já solicitou asilo na Austrália, disse ter participado em acções como o sequestro do livreiro Lee Bo, um dos cinco editores sequestrados em Hong Kong que foi levado para a China sem qualquer ordem de extradição. Wang também disse que se infiltrou na universidade e nos meios de comunicação de Hong Kong para combater o movimento pró-democracia, participou numa operação para interferir nas eleições em Taiwan, incluindo as eleições presidenciais do próximo ano, e denunciou que a sua organização tem acordos com vários doadores políticos na Austrália. A embaixada chinesa refutou ontem as informações e publicou uma declaração da polícia de Xangai que refere que Wang foi condenado por fraude, em Outubro de 2016, na província de Fujian, a uma pena suspensa de um ano e meio de prisão. A mesma nota policial refere que Wang é agora procurado pela polícia na sequência de uma fraude cometida no início deste ano. De acordo com as autoridades de Xangai, Wang é suspeito de ter enganado uma pessoa em 4,6 milhões de renminbis, com um falso projecto de investimento que envolvia a importação de carros. A embaixada disse que Wang partiu para Hong Kong em 10 de Abril com um passaporte chinês falso e um falso bilhete de identidade e residência de Hong Kong. Wang alertou a imprensa australiana que arrisca ser detido e executado se regressar à China.
Hoje Macau China / ÁsiaAustrália vai analisar pedido de asilo de jovem saudita sob protecção do ACNUR As autoridades australianas confirmaram que receberam o pedido de asilo da jovem saudita que está sob a protecção do ACNUR em Banguecoque, na Tailândia, e que irão analisar o caso. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) enviou, de facto, “o caso para a Austrália para consideração de concessão de asilo como refugiada”, referiu num comunicado o Ministério do Interior australiano. “Se for verificado que é uma refugiada, então nós estudaremos verdadeiramente, realmente a sério, a oportunidade de (concessão de) um visto humanitário”, havia dito anteriormente o ministro da Saúde australiano, Greg Hunt, no canal de televisão ABC. Hunt acrescentou que discutiu o caso com o ministro da Imigração, David Coleman, na terça-feira à noite. A Austrália é conhecida pela sua severa política de imigração. “Vou continuar o meu caminho para chegar a um país onde estarei segura”, disse Rahaf Mohammed Al-Qunun, numa das suas mensagens publicadas em árabe na rede social Twitter. O ACNUR considerou que a jovem saudita Rahaf Mohammed Al-Qunun, que fugiu para a Tailândia, é uma refugiada e pediu à Austrália que lhe concedesse asilo. Rahaf Mohammed Al-Qunun tinha previsto viajar para a Austrália, onde pretendia pedir asilo depois de receber ameaças de morte da sua família por ter rejeitado um casamento arranjado e também a religião islâmica, mas foi detida pelas autoridades tailandesas numa escala em Banguecoque no fim de semana passado. De férias no Kuwait com sua família, Rahaf Mohammed al-Qunun, de 18 anos, fugiu e aterrou no aeroporto de Banguecoque. As autoridades tailandesas queriam deportá-la para a Arábia Saudita na manhã de segunda-feira, mas Rahaf Mohammed al-Qunun barricou-se no seu quarto de hotel do aeroporto, de onde publicou mensagens desesperadas e vídeos na rede social Twitter, afirmando-se ameaçada de morte pela sua família caso regressasse a casa. A adolescente ficou sob a protecção do ACNUR depois de deixar o aeroporto da capital tailandesa. A jovem chegou no sábado ao aeroporto tailandês num voo a partir do Kuwait, onde aproveitou o facto de as mulheres não necessitarem de autorização dos seus “guardiões masculinos” para viajar, como ocorre na Arábia Saudita. As autoridades tailandesas informaram que o pai e um irmão de Rahaf Mohammed Al-Qunun estão em Banguecoque, mas a jovem recusou encontrar-se com ambos.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste e Austrália analisam fronteiras e cooperação na segurança Altos funcionários dos governos de Timor-Leste e da Austrália reuniram-se terça-feira em Díli para analisar a relação entre os dois países, com destaque para as fronteiras e cooperação na segurança, segundo um comunicado conjunto. “As autoridades discutiram a amplitude e profundidade do relacionamento cooperativo de longa data entre Timor-Leste e a Austrália, os interesses partilhados na região e como ambos os países podem colaborar mais estreitamente para promover o seu compromisso comum com a ordem internacional baseada em regras”, pode ler-se no comunicado divulgado. O encontro, a primeira Reunião de Altos Funcionários sobre Relações Bilaterais, foi organizado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MNEC) timorense e reflete, segundo o comunicado, “a dinâmica do relacionamento desde a assinatura do Tratado de Fronteiras Marítimas em março deste ano”. No caso das fronteiras, os dois governos comprometeram-se a avançar na implementação do Tratado das Fronteiras Marítimas “assim que os seus processos internos estivessem concluídos e o novo regime regulador tivesse sido acordado com as empresas cujos interesses se moveriam para território exclusivo de Timor-Leste assim que o tratado entrar em vigor”. Sete meses depois da assinatura do documento, o tratado continua por ser ratificado, tendo o processo sido iniciado na Austrália, não em Timor-Leste, onde o parlamento tem estado envolvido em questões relacionadas com as contas públicas. Na agenda da reunião estiveram assuntos como a “expansão da cooperação bilateral em segurança na região e as direções futuras para a parceria para o desenvolvimento”. A Austrália reiterou ainda “o seu apoio aos esforços de Timor-Leste para se juntar à Associação das Nações do Sudeste Asiático, à Organização Mundial do Comércio e à Commonwealth das Nações, da qual a Austrália é um membro fundador”. A delegação timorense no encontro foi liderada pelo embaixador Isílio Coelho, diretor-geral de Assuntos Bilaterais do MNEC, pelo lado de Timor-Leste, enquanto a delegação australiana foi encabeçada por Julie Heckscher, primeira secretária adjunta da Divisão do Sudeste Asiático do Departamento de Relações Exteriores e Comércio. Camberra acolherá a próxima reunião de altos funcionários em 2019, antes das primeiras conversações anuais entre os chefes da diplomacia dos dois países.
Hoje Macau China / ÁsiaGoverno australiano trata “com cuidado” relacionamento com a China O primeiro-ministro australiano disse hoje que o relacionamento de Camberra com a China é importante e tratado “com cuidado”, embora tenha admitido que as duas nações se mantêm distantes. “A realidade é que temos relações comerciais muito construtivas com a China, [mas] não partilhamos os mesmos valores e princípios”, afirmou Scott Morrison à estação de rádio australiana 3AW. A China é o principal parceiro comercial da Austrália, mas as relações bilaterais têm estado tensas nos últimos meses devido às suspeitas de que Pequim interferiu na política interna de Camberra. Em relação às diferenças comerciais e à crescente tensão entre os Estados Unidos e a China, Morrison destacou o papel da Austrália na aproximação entre as duas nações. “O nosso papel é fechar a lacuna” entre essas duas potências, argumentou Morrison. “Nós partilhamos valores e mantemos uma aliança profunda com os Estados Unidos e temos uma aliança estratégica com a China”, afirmou.
Hoje Macau China / Ásia MancheteAustrália avança com três milhões de euros de ajuda humanitária à Indonésia O Governo australiano ofereceu 3,1 milhões de euros de ajuda humanitária à Indonésia, na sequência do sismo e do tsunami que atingiram a ilha de Celebes na sexta-feira, causando mais de 1.200 mortos. Em declarações à emissora ABC, a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Marise Payne, explicou que os fundos destinam-se aos cuidados de saúde de emergência durante o período inicial de 21 dias. O carregamento, de garrafas de água, artigos de higiene e geradores, entre outros, encontra-se na Austrália e será transportado para a zona do desastre, disse Payne. Além disso, cerca de 50 profissionais médicos vão deslocar-se para a Indonésia para ajudar na resposta à catástrofe, que também causou cerca de 800 feridos, mais de 61.000 deslocados e graves danos nas infraestruturas. “Trabalharemos de perto com o Governo indonésio para garantir que este apoio é altamente direcionado e corresponde às necessidades” do país, disse Payne. Na terça-feira, as autoridades indonésias elevaram para 1.234 o número de vítimas mortais do terramoto de magnitude 7,5 e posterior tsunami que atingiram a ilha de Celebes na passada sexta-feira. A Indonésia assenta sobre o chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma zona de grande atividade sísmica e vulcânica onde, em cada ano, se registam cerca de sete mil terramotos, a maioria moderados. Entre 29 de junho e 19 de agosto, pelo menos 557 pessoas morreram e quase 400.000 ficaram deslocadas devido a quatro terramotos de magnitudes compreendidas entre 6,3 e 6,9, que sacudiram a ilha indonésia de Lombok.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Austrália pediu restos mortais de soldados Aministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Julie Bishop, disse ontem que pediu ao seu homólogo norte-coreano, Ri Yong-ho, a recuperação dos corpos dos 43 soldados australianos desaparecidos na Guerra da Coreia. Os dois ministros reuniram-se no fim-de-semana em Singapura durante a cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático, um dos únicos eventos internacionais no qual o regime de Pyongyang participa. Em Bali, na Indonésia, a governante disse à Sky News que tinha lembrado Ri Yong-ho que a Coreia do Norte já tinha entregado os restos mortais de alguns soldados americanos, na sequência da cimeira de Junho entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. “Eu pedi o acesso àqueles lugares”, disse Bishop, acrescentando que a Austrália ofereceu assistência forense e especializada para recuperar os restos mortais dos soldados australianos” desaparecidos durante a Guerra da Coreia”. A chefe da diplomacia australiana acrescentou que tinha aproveitado a reunião para pressionar o ministro sobre a desnuclearização da Coreia do Norte, uma matéria à qual Ri Yong-ho se mostrou “evasivo”. “Queremos ver um desmantelamento completo, verificável e irreversível do programa nuclear da Coreia do Norte”, disse Bishop, reiterando que, até que isso aconteça, a Austrália continuará a apoiar as sanções impostas contra o regime de Pyongyang.
Hoje Macau China / ÁsiaAustrália | Acusação envolve milionário chinês em suborno na ONU Um deputado acusou na terça-feira um milionário australiano, nascido na China, de conspiração para subornar um quadro de topo da ONU, na sequência de uma alegada doação de somas generosas de dinheiro a partidos da Austrália Andrew Hastie disse ao Parlamento australiano que o milionário Chau Chac Wing, que beneficia de dupla nacionalidade, era o promotor imobiliário referido numa acusação dos Estados Unidos como “CC-3”, uma abreviatura para designar o terceiro co-conspirador. Hastie afirmou ter recebido das autoridades norte-americanas a confirmação da identidade de “CC-3”, durante uma visita realizada aos Estados Unidos no mês passado, declarações que podem inflamar ainda mais a tensão diplomática entre a China e a Austrália. A China já havia protestado face ao anúncio do primeiro-ministro Malcolm Turnbull’s, em Dezembro, de que a Austrália iria banir as interferências estrangeiras na política, fossem realizadas através de espionagem ou de doações financeiras. O primeiro-ministro da Austrália afirmou que não tinha sido avisado com antecedência sobre as declarações do deputado que preside ao Comité Conjunto de Inteligência e Segurança do Parlamento, mas sublinhou que estas não constituíam uma novidade. Esta terça-feira, a China pediu “acções concretas” por parte da Austrália para que fossem melhoradas as relações entre os dois países. Malcolm Turnbull respondeu ontem: “O Ministro dos Negócios Estrangeiros tem o direito de fazer as declarações que entender, mas nós temos um forte relacionamento, que é franco”. Mexer nos media “Chau Chac Wing tem processados os meios de comunicação social que têm publicado acusações similares, mas Andrew Hastie contornou essa ameaça ao depor no Parlamento australiano, o que lhe confere imunidade, bem como aos ‘media’ que o citarem. “‘CC-3’ é um cidadão chinês e australiano. Ele foi um financiador significativo para os dois maiores partidos [australianos]. Os australianos merecem a verdade”, sublinhou o deputado. As declarações daquele que preside ao comité parlamentar foram motivadas pelo alegado envolvimento da Rússia nas eleições de 2016 nos Estados Unidos e pela crescente influência da China no cenário político global. “Na Austrália, é claro que o Partido Comunista Chinês está a trabalhar para, dissimuladamente, interferir nos ‘media’ e universidades, bem como para influenciar o nosso sistema político e debate público”, concluiu o Andrew Hastie.
João Santos Filipe SociedadeEmpresa ligada a piloto Henry Ho investe na Austrália A companhia HoHo Brothers, através do H Group Australia, comprou um edifício de escritórios em Melbourne por 244,4 milhões de patacas. A empresa local tem como accionistas o piloto de Macau Henry Ho e o irmão Jeffrey A empresa HoHo Brothers, ligada à família do piloto Henry Ho, comprou um edifício em Melbourne por 40 milhões de dólares australianos, o equivalente a 244,4 milhões patacas. O negócio foi noticiado na imprensa australiana e confirmado ontem ao HM por Henry Ho, que não quis fazer mais comentários sobre o assunto. A aquisição foi feita através da empresa H Group Australia, segundo o portal Financial Review, que tem como beneficiário final a empresa familiar de Macau HoHo Brothers. Esta é uma companhia ligada à família Ho, que além de Henry conta pelo menos com mais um accionista, Jeffrey Ho, irmão do piloto. O principal ramo de actividade dos irmãos, que são filhos do empresário Ho Chun, é o mercado imobiliário. O edifício em causa tem 11 andares com escritórios e, segundo a imprensa australiana, a empresa ligada ao piloto de Macau conseguiu antecipar-se a outras 14 ofertas, provenientes de regiões como Hong Kong, Alemanha, Malásia ou Singapura. A aquisição foi intermediada pela agência imobiliária de Melbourne CBRE, sendo que o edifício está arrendado durante 10 anos a uma empresa especializada no aluguer de escritórios: a Christie Spaces. Ao portal Macau News Agency, fonte da CBRE Melbourne admitiu que nos últimos tempos foram vendidos três edifícios a compradores de imobiliário, incluindo esta operação, por um valor de 250 milhões de dólares australianos, o equivalente a 1,52 mil milhões patacas. À venda em Fevereiro O edifício de escritórios em Melbourne foi comprado pela empresa com investidores de Macau, depois de ter sido colocado à venda no mês de Fevereiro. Já na altura, os agentes da empresa imobiliário esperam um grande interesse do mercado. “Tendo em conta o apetite pelo mercado de escritórios de Melbourne e a localização do edifício, apontamos para que este negócio desperte um interesse muito significativo entre os investigadores”, afirmou Josh Rutman, agente da imobiliário, na altura em que o edifício foi colocado à venda. Por outro lado, o facto do espaço ter uma renda de 10 anos foi encarado pelos agentes imobiliários como uma vantagem: “Com o mercado de Melbourne a mostrar uma recuperação de volta ao momento de 2007, o facto dos espaços estarem arrendados durante 10 oferece uma oportunidade para os investidores se precaverem contra uma eventual volatilidade no mercado a médio e longo termo”, notou o também agente da CBRE Kiran Pillai.
Hoje Macau China / ÁsiaAustrália abre período de submissões sobre tratado fronteiriço com Timor-Leste O Comité de Tratados do parlamento australiano abriu o período de submissões públicas de cidadãos ou organizações sobre o novo acordo de fronteiras marítimas com Timor-Leste, no âmbito do processo de ratificação do documento O processo de ratificação pelo parlamento é necessário para a entrada em vigor do histórico tratado que os dois governos assinaram a 6 de Março em Nova Iorque e que delimita de forma permanente a fronteira marítima entre Timor-Leste e Austrália. A legislação australiana prevê um prazo anterior ao processo de ratificação, que neste caso termina a 20 de Abril, para submissões públicas sobre o documento, que foi entregue ao parlamento pela ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Julie Bishop, no final de Março. A vontade do governo australiano é que o parlamento possa votar o tratado “ainda este ano”, segundo Bishop, tendo já iniciado o processo de preparação “da legislação de implementação” e a trabalhar com Timor-Leste e com as empresas que operam no Mar de Timor para finalizar o processo transitório relacionado com as alterações impostas pelo documento. Em concreto, o tratado implica, por exemplo, que Timor-Leste passa a receber 100 por cento – agora recebe 90 por cento e a Austrália 10 por cento – das receitas dos poços activos na região, nomeadamente o Bayu Undan. Na altura em que apresentou o tratado ao parlamento, Bishop disse que a Austrália está empenhada em que o futuro de Timor-Leste seja “estável e próspero”, apoiando por isso as suas aspirações de “alcançar o seu potencial económico”. Ouro negro Julie Bishop referiu-se em concreto à maior questão ainda pendente, nomeadamente o desenvolvimento do campo petrolífero de Greater Sunrise, sobre o qual continua sem haver um acordo. “Reconhecemos que o desenvolvimento do [Greater Sunrise] trará benefícios significativos a Timor-Leste em particular. Estamos ansiosos por colaborar com Timor-Leste, enquanto trabalha com as empresas da ‘joint venture’ para encontrar um caminho comercialmente viável para desenvolver o Greater Sunrise”, disse a governante. Para a ministra, “O tratado é uma conquista histórica para a Austrália e Timor-Leste”. “Resolvemos uma longa disputa, estabelecemos limites marítimos permanentes e lançámos as bases para um novo capítulo no relacionamento com um de nossos vizinhos mais próximos”, explicou Julie Bishop na sua declaração ao parlamento. Segundo a chefe da diplomacia australiana, “é um exemplo do valor e da importância do direito internacional na resolução de disputas e divergências entre estados através de negociações pacíficas”. “Como dissemos no documento da Austrália sobre Política Externa divulgado no ano passado, a Austrália acredita que a ordem internacional baseada em regras é fundamental para a nossa segurança e prosperidade colectivas”, frisou ainda. Destacando a “boa vontade e compromisso dos dois países durante as negociações”, Bishop saudou ainda o “papel vital” da comissão de conciliação independente que conduziu as negociações que levaram ao tratado. O processo de ratificação do tratado pelo Parlamento Nacional de Timor-Leste só deverá ocorrer depois da tomada de posse dos deputados que vão ser escolhidos nas eleições antecipadas de 12 de Maio.