Vistos | Isenção entre China e Singapura a partir de 9 de Fevereiro

China e Singapura formalizaram ontem uma isenção mútua de vistos para estadias não superiores a 30 dias, uma medida que entrará em vigor a 9 de Fevereiro, véspera do Ano Novo Lunar. A isenção, acordada por representantes dos dois países, aplica-se tanto a viagens turísticas como a viagens com objectivos familiares ou de negócios, mas não para fins profissionais ou jornalísticos, informou a televisão estatal CCTV.

A iniciativa já tinha sido avançada em Dezembro passado pelo vice-primeiro-ministro de Singapura, Lawrence Wong, durante um fórum bilateral na cidade de Tianjin, no nordeste da China, embora sem especificar a data em que começaria a ser aplicada. Anteriormente, os cidadãos chineses necessitavam de visto para entrar em Singapura, enquanto os cidadãos de Singapura estavam isentos de visto pela China para viagens até 15 dias, desde Julho passado.

A Malásia e a Tailândia, outros destinos populares para os turistas chineses, também aplicaram medidas semelhantes nos últimos meses para atrair os viajantes do país asiático. O director-geral dos Assuntos Consulares do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wu Xi, disse à CCTV que o acordo demonstra “a determinação da China em continuar a promover uma reabertura de alto nível ao mundo”.

“Damos as boas-vindas aos amigos de todo o mundo que vêm à China para viajar, fazer negócios, investir e estudar”, afirmou. Em Setembro, a China aprovou novas medidas para simplificar os pedidos de visto e facilitar o acesso dos estrangeiros aos sistemas de pagamento electrónico do país.

Dois meses mais tarde, o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês anunciou que os cidadãos de Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos e Malásia não precisarão de vistos para entrar no país este ano para estadias até 15 dias.

26 Jan 2024

Ministro dos Transportes de Singapura demite-se após ser acusado de corrupção

O ministro dos Transportes de Singapura demitiu-se ontem após ter sido acusado de 27 crimes ligados à organização do Grande Prémio de Fórmula 1, no primeiro escândalo de corrupção na ilha desde a década de 1980. Subramaniam Iswaran anunciou a demissão num tribunal de Singapura, onde foi acusado num caso que envolve o magnata imobiliário Ong Beng Seng, que trouxe a Fórmula 1 para a cidade-Estado em 2008.

De acordo com documentos judiciais citados pelo jornal The Straits Times, o ministro é acusado de aceitar subornos e bens de luxo, incluindo bilhetes para o Grande Prémio, no valor de mais de 218 mil dólares norte-americanos, entre 2015 e 2021.

O gabinete do primeiro-ministro, Lee Hsien Loong, comunicou a demissão de Iswaran, que também deixará de ser membro do partido no poder e abandonará o seu assento no parlamento de Singapura.

Lee indicou que aceitou a demissão, depois de Iswaran o ter informado, por escrito, da decisão de devolver “todo o dinheiro recebido” em salário como ministro e subsídios como deputado desde o início das investigações, em Julho de 2023. Iswaran, o primeiro governante da ilha envolvido num caso de corrupção desde 1986, declarou-se inocente de todas as acusações e saiu em liberdade sob fiança de 800 mil dólares de Singapura (cerca de 547 mil euros).

“A minha família e eu decidimos devolver o dinheiro porque não podemos beneficiar dele, uma vez que, devido às investigações, não pude cumprir as minhas funções como ministro e deputado”, disse o governante na carta enviada a Lee Hsien Loong.

“Esta é também a coisa certa a fazer por Singapura e está em linha com os elevados padrões de integridade do Governo. Para evitar dúvidas, não procurarei a devolução deste dinheiro se, como acredito firmemente, for absolvido”, prometeu Iswaran. O ministro tinha sido inicialmente acusado de obstrução da justiça em Maio de 2023, apenas dois meses antes de ser detido por corrupção.

Sem dúvidas

Num comunicado, Lee Hsien Loong disse que “o Governo tratou este caso com rigor e de acordo com a lei, e continuará a fazê-lo”. “Estou determinado a defender a integridade do partido e do Governo, e a nossa reputação de honestidade e incorruptibilidade. Os singapurianos não esperam nada menos”, acrescentou o primeiro-ministro.

Singapura tinha até agora tratado o escândalo com discrição, prosseguindo uma forte aposta na Fórmula 1. Em 2022, a ilha prolongou o contrato para receber a competição automobilística até 2028.

De acordo com dados oficiais, o Grande Prémio permite à cidade-Estado arrecadar cerca de 130 milhões de dólares norte-americanos em receitas turísticas anualmente.

19 Jan 2024

MNE de Singapura: Sudeste Asiático precisa de “equilíbrio de poder” e não “guerra por procuração”

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Singapura defendeu no sábado em Lisboa a necessidade de “um equilíbrio de poder” no Sudeste Asiático e não “uma guerra por procuração”, na tensão entre Estados Unidos e China.

“O que queremos é um equilíbrio de poder no Sudeste Asiático, não um Sudeste Asiático dividido, não uma guerra por procuração de um lado ou do outro e certamente não para repetir a Guerra Fria, quando houve guerras por procuração no Sudeste Asiático”, comentou Vivian Balakrishnan, em entrevista conjunta à Lusa, DN e TSF, no seu último dia de visita oficial a Portugal.

“Tanto os Estados Unidos como a China sabem qual é a nossa posição, e não há razão para mudarmos. Ambos sabem que, porque somos pequenos, abertos e expostos, temos que defender a paz e uma abordagem inclusiva”, considerou.

O seu país, salientou, conseguiu cultivar “excelentes relações”, com “uma confiança muito profunda” quer com Pequim, quer com Washington, por se manter, ao longo de décadas, “consistente, honesto e transparente com os dois lados”.

Sobre a relação entre estes dois países, Balakrishnan afirmou que não a descreveria como “uma inimizade”, mas como “uma relação de duas superpotências num momento de viragem muito delicado da história mundial”.

Reiterou que nenhum dos lados pretende desencadear uma guerra, “mas têm de encontrar oportunidades diplomáticas e económicas para trabalhar em conjunto”. EUA e China têm uma falta de confiança estratégica, mas, sublinhou, “o conflito não é inevitável”.

“Que a paz prevaleça”

Este é um momento em que se procurará perceber se “as duas superpotências conseguirão chegar a um novo ‘modus vivendi’, para se darem bem, não necessariamente concordarem em tudo – isso é impossível – mas pelo menos terem um respeito mútuo, procurarem oportunidades para colaborar e estabelecer barreiras de protecção para que as áreas de desacordo não saiam do controle”, considerou. “Portanto, o nosso mundo ideal é aquele em que superamos esta situação delicada. No caso do Sudeste Asiático, o nosso paradigma é o de manter uma arquitectura regional inclusiva, onde ambas as superpotências têm interesses”, destacou.

Questionado sobre as eleições presidenciais em Taiwan, que Pequim reivindica como parte do território chinês, o MNE singapurense considerou que cabe aos eleitores decidir, no próximo dia 13.

“Não nos cabe expressar preferências. Os eleitores de lá, terão que decidir”, disse, ressalvando a necessidade de “líderes e políticos, em ambos os lados e em todo o espectro político, terem muito cuidado, porque na política e na diplomacia, o que dizemos e como dizemos é importante”. Balakrishnan disse esperar que “a paz prevaleça nas ruas”.

8 Jan 2024

Defesa | Singapura pede à China que lidere redução de tensões na região

No encerramento do Fórum de Xiangshan, organizado pela China, o ministro da Defesa de Singapura, Ng Eng Hen, alertou para as consequências devastadoras de uma guerra na Ásia e apelou a Pequim para assumir um papel de liderança no aliviar das tensões regionais

 

O ministro da Defesa de Singapura instou ontem a China a liderar a redução das tensões na Ásia, alertando que uma guerra como a da Ucrânia ou entre Israel e Hamas seria devastadora para a região. No último dia de uma conferência anual sobre Defesa organizada pela China, Ng Eng Hen sublinhou a importância da comunicação entre exércitos para gerir crises, manifestando a esperança de que os Estados Unidos e a China retomem a utilização da sua linha directa militar.

“A paz é precária e nunca é um dado adquirido em nenhuma parte do mundo”, observou. “O que aconteceu na Europa e no Médio Oriente nunca se deve repetir aqui. Temos de fazer tudo o que pudermos para o evitar”, apelou.

O Fórum de Xiangshan, que decorreu no norte de Pequim, reuniu responsáveis pela Defesa de dezenas de países e organizações. A China, que recentemente demitiu o seu ministro da Defesa, foi representada por Zhang Youxia, vice-presidente da Comissão Militar Central, o braço político das Forças Armadas chinesas.

O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, aproveitou o fórum para realçar o aprofundamento dos laços entre Rússia e China, numa altura em que o país enfrenta isolamento internacional, devido à invasão da Ucrânia.

Shoigu foi recebido por uma guarda de honra militar antes de reunir com Zhang na segunda-feira. Citado pela agência de notícias russa Tass, Zhang afirmou que a China está pronta para responder com a Rússia às ameaças e desafios de segurança e “manter conjuntamente o equilíbrio estratégico global e a estabilidade”.

Referindo-se às disputas territoriais no Mar do Sul da China e à ameaça nuclear da Coreia do Norte, Ng disse que é “vital que as instituições militares e de Defesa se empenhem para reduzir o risco de erros de cálculo e acidentes”.

O responsável enalteceu os códigos que foram adoptados para gerir encontros militares não planeados no mar e disse que deveriam ser alargados para incluir as guardas costeiras, que frequentemente se defrontam em águas disputadas.

Diálogo à vista

Pequim reivindica a quase totalidade do Mar do Sul da China, via marítima fundamental para o comércio mundial, apesar das reivindicações das Filipinas, Vietname, Malásia e Brunei.

O diálogo com os EUA em questões de Defesa está congelado desde Agosto de 2022 quando a então líder da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, se deslocou a Taiwan numa visita polémica e considerada pelas autoridades chinesas como altamente provocatória.

Mas as duas partes parecem estar a reiniciar o diálogo, incluindo sobre segurança, antes de uma possível reunião entre os Presidentes Joe Biden e Xi Jinping, em Novembro. Os EUA enviaram uma representante ao fórum de Xiangshan, Cynthia Carras, directora principal do Departamento de Defesa para a China, Taiwan e Mongólia.

Ng pediu à China que garanta às outras nações que não constitui uma ameaça à medida que se torna mais poderosa. “Quer a China o aceite ou não, quer o queira ou não, já é vista como uma potência dominante e deve, portanto, actuar como uma potência benevolente”, defendeu. A China tem procurado apresentar-se como potência global não ameaçadora e diferente das potências ocidentais.

Um funcionário do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, citando o presidente do país, disse na conferência que a China salvaguardaria melhor a paz mundial através do seu próprio desenvolvimento. “Este caminho não é nem o velho caminho da colonização e da pilhagem, nem o caminho tortuoso seguido por alguns países que procuram a hegemonia quando se tornam fortes. É antes o caminho certo do desenvolvimento pacífico”, disse Nong Rong, ministro-adjunto dos negócios estrangeiros.

1 Nov 2023

Indonésia | Incêndios florestais afectam qualidade do ar em Singapura

A qualidade do ar em Singapura caiu para um nível insalubre no sábado, segundo as autoridades locais, uma vez que o aumento dos incêndios florestais na vizinha Indonésia trouxe neblina para a cidade-estado.

Às 14 horas, o Índice de Poluentes Normalizados de 24 horas na parte oriental e central de Singapura era superior a 100, níveis a partir dos quais as pessoas são aconselhadas a reduzir as actividades físicas ao ar-livre.

A neblina transfronteiriça é um problema recorrente no Sudeste Asiático, uma vez que as lacunas regulamentares dificultam às autoridades a eliminação das práticas indonésias de limpeza de terrenos com queimadas.

A Agência Nacional do Ambiente de Singapura afirmou que foram detectados 212 pontos quentes na ilha indonésia de Sumatra, na sexta-feira, em comparação com 65 na quinta-feira e 15 no dia anterior. Segundo a Agência Nacional do Ambiente, uma breve mudança na direcção do vento, na tarde de sexta-feira, soprou parte da névoa mais leve em direcção a Singapura, piorando a qualidade do ar no país insular.

Os métodos tradicionais de desbravamento são utilizados quase todos os anos na Indonésia para a plantação de óleo de palma e de pasta de papel, que, segundo os registos públicos, são propriedade de empresas nacionais, estrangeiras ou cotadas no estrangeiro.

A Indonésia está a apagar os incêndios florestais com água pulverizada por helicópteros e indução de nuvens, afirmou o ministro do Ambiente na sexta-feira, negando que a neblina perigosa esteja a atravessar as fronteiras.

9 Out 2023

Singapura | Nove feridos após incêndio no motor de avião da Air China

Nove passageiros ficaram feridos depois de um incêndio no motor de um avião da Air China, no domingo, ter lançado fumo para a cabina do aparelho, que aterrou em Singapura, de acordo com o aeroporto da cidade-estado.

O Airbus A320, com 146 passageiros e nove tripulantes, fez uma aterragem de emergência por volta das 16:15 de domingo, informou o Aeroporto de Changi numa declaração na rede social Facebook.

O voo tinha partido de Chengdu, capital da província chinesa de Sichuan. Nove pessoas sofreram ferimentos ligeiros relacionados com a inalação de fumo e escoriações durante a evacuação do aparelho, segundo a mesma nota. O piloto declarou a emergência após ter detectado fumo no porão de carga dianteiro e num lavatório.

O fumo ofuscou as luzes do avião e as assistentes de bordo pediram aos passageiros para manterem a calma e permanecerem sentados, depois de alguns se terem levantado, notou um passageiro a meios de comunicação chineses. O incêndio no motor esquerdo foi extinto após a aterragem do avião, de acordo com a imprensa chinesa.

Uma investigação preliminar indicou que a causa foi uma falha mecânica no motor, informou a Air China num comunicado publicado ontem nas redes sociais.

11 Set 2023

Alimentação | Ho Iat Seng reuniu com associação de Singapura

O Chefe do Executivo recebeu ontem na sede do Governo o presidente da Singapore Food Manufacturers’ Association, David Tan Lye Hock, com quem trocou “impressões sobre o impulso da cooperação comercial e industrial entre Macau e Singapura, e a exploração nos mercados do Interior da China e ultramarinos”.

Ho Iat Seng apontou ao responsável que “Macau dispõe de instalações completas nos espaços de convenções e exposições e no sector hoteleiro, incentivando as empresas de Singapura a aproveitar as oportunidades do desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”.

Já o presidente da Singapore Food Manufacturers’ Association, David Tan Lye Hock, salientou que os produtos alimentares de Macau são atraentes para consumidores estrangeiros, enaltecendo os resultados positivos da participação de várias empresas de Macau na “Singapore Food Expo 2023”.

O dirigente associativo mostrou-se esperançado nas possibilidades de reforço da cooperação no âmbito de produção alimentar, expansão da indústria alimentar dos dois territórios e impulso do intercâmbio económico e comercial.

David Tan Lye Hock sugeriu ainda que as empresas de Macau usem Singapura como plataforma para explorar o mercado do Sudeste Asiático.

20 Ago 2023

Cooperação | China e Singapura com linha directa de alto nível

China e Singapura estabeleceram ontem as bases para o estabelecimento de uma linha directa de comunicação, numa altura em que as tensões e ausência de diálogo entre Pequim e Washington preocupam o leste da Ásia.

O ministro da Defesa chinês, Li Shangfu, assinou um memorando de entendimento com o homólogo de Singapura, Ng Eng Hen, para trabalharem no estabelecimento de uma linha telefónica segura “para comunicações de alto nível entre os líderes da Defesa” dos respectivos países, de acordo com um comunicado divulgado por Singapura.

“Estas linhas abertas de comunicação de alto nível são importantes para fortalecer a compreensão mútua e a confiança”, lê-se na mesma nota.

Na sua primeira visita a Singapura como ministro da Defesa, Li está a discutir questões de segurança global e regional com uma série de autoridades do território.

Singapura afirmou que os exércitos dos dois países “interagem regularmente por meio de exercícios bilaterais e multilaterais” e que a sua visita destaca as relações “de longa data, calorosas e amigáveis”.

Singapura é um parceiro militar e económico próximo dos Estados Unidos. O acordo para estabelecer a linha telefónica directa ocorre numa altura de fortes tensões entre Pequim e Washington.

Li também estabeleceu uma linha directa de defesa com o Japão em Março para melhorar a comunicação e ajudar a evitar acidentes na região.

Durante a sua estadia em Singapura, Li deve discursar num fórum sobre segurança, o Diálogo de Shangri-La, que conta com a participação de autoridades de defesa, diplomatas e líderes dos países da Ásia – Pacífico

1 Jun 2023

Singapura | China e EUA recusam diálogo no principal fórum asiático sobre segurança

A reunião de líderes ligados à segurança no continente asiático, Diálogo de Shangri-La, decorre este fim-de-semana em Singapura. O encontro, ou desencontro, entre representantes chineses e norte-americanos centra as atenções do evento

O mais importante fórum sobre segurança na Ásia arranca hoje, marcado pela ausência de diálogo entre China e Estados Unidos, numa altura em que a tensão entre as duas potências suscita preocupações na região.

Iniciado em 2002 pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), que tem sede em Londres, o Diálogo de Shangri-La reúne todos os anos líderes políticos, militares e especialistas em segurança da região Ásia – Pacífico. O fórum decorre este ano entre os dias 2 e 4 de Junho, em Singapura, sede desde a sua fundação.

O ‘prato forte’ do evento é tradicionalmente o encontro entre altas patentes militares da China e dos EUA, visando procurar respostas para a principal preocupação na região: a possibilidade de um conflito em larga escala entre as duas maiores forças armadas do mundo, motivado pelas reivindicações territoriais de Pequim sobre Taiwan ou a quase totalidade do Mar do Sul da China.

Pequim descartou já essa possibilidade para este ano: segundo um comunicado difundido esta semana pelo Pentágono, a China rejeitou uma proposta dos Estados Unidos para organizar uma reunião entre o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, e o seu homólogo chinês, Li Shangfu.

O ministério da Defesa da China disse mais tarde que os obstáculos à comunicação entre os dois exércitos “são da total responsabilidade” dos EUA.

Num comunicado separado, a embaixada da China nos EUA questionou a sinceridade e o significado do convite, apontando para as sanções impostas pelos EUA a autoridades, instituições e empresas chinesas. Em causa, estão as sanções impostas por Washington a Li Shangfu, por ter supervisionado a transferência de armamento oriundo da Rússia.

Ilustrando as dificuldades em apaziguar as tensões, um caça chinês realizou na semana passada manobras de interceção de um avião de vigilância norte-americano, consideradas “desnecessárias e agressivas” pelo Pentágono.

Nos vídeos difundidos pelo Comando para o Indo-Pacífico dos Estados Unidos, o piloto chinês é visto a posicionar-se bem à frente do avião norte-americano, que foi forçado a voar através da turbulência provocada pelo caça chinês, um J-16.

Os Estados Unidos defendem as suas acções no Pacífico e no Mar do Sul da China como “operações de liberdade de navegação”, realizadas de acordo com o direito internacional.

A China afirma que as manobras norte-americanas violam a sua soberania e comprometem a paz e a estabilidade na região.

A velha questão

Os dois países também têm subido de tom na questão de Taiwan. Washington intensificou a venda de armamento e o intercâmbio com as autoridades da ilha. Em retaliação, o Exército de Libertação Popular passou a enviar navios e aviões de guerra com frequência quase diária para perto do território.

A presença de Li Shangfu é, ainda assim, vista por analistas como um sinal de boa vontade de Pequim, face aos comentários recentes do Presidente dos EUA, Joe Biden, que disse esperar uma melhoria nas relações com a China em breve.

Pequim nem sempre enviou ministros da Defesa para o Diálogo de Shangri-La e procurou, no passado, minimizar a importância do evento – visto como uma plataforma dominada por Washington e pelos seus aliados –, enviando sobretudo oficiais de baixo escalão do Exército de Libertação Popular.

Essa abordagem mudou em 2011, quando enviou uma delegação de alto nível liderada pelo então ministro da Defesa, o general Liang Guanglie.

Analistas prevêem ainda que a delegação chinesa vai usar o fórum este ano para explicar a posição da China sobre a guerra na Ucrânia, à medida que a proximidade entre Pequim e Moscovo é alvo de crescente escrutínio.

1 Jun 2023

Banqueiro chinês desaparecido tentou transferir fortuna para Singapura

Bao Fan, um proeminente empresário chinês do sector tecnológico, que desapareceu há vários dias, tentou, no final de 2022, transferir parte da sua fortuna da China e Hong Kong para Singapura, segundo o jornal Financial Times.

O jornal britânico, que cita quatro pessoas com conhecimento dos planos do empresário, informou que Bao tentou, nos últimos meses de 2022, estabelecer um fundo para administrar o seu património, na cidade-estado asiática.

“Como muitos chineses ricos fizeram, após Pequim lançar uma campanha regulatória contra o sector tecnológico, ele tentou diversificar a sua riqueza através da transferência de património para Singapura”, disse uma das fontes citadas pelo Financial Times, sem revelar a sua identidade.

Depois de experimentar anos de forte crescimento devido, em parte, à fraca aplicação de regulamentos, o sector tecnológico da China foi alvo de uma dura campanha regulatória, lançada em 2020, após Pequim ter suspendido, à última hora, a entrada em bolsa da tecnológica financeira (‘fintech’) Ant Group, no que seria a maior operação do género de sempre.

A campanha regulatória resultou em multas multimilionárias contra empresas como o grupo de comércio electrónico Alibaba ou investigações pelos reguladores, incluindo à empresa de serviços de transportes partilhados Didi.

Em parte incerta

Bao Fan, nascido em 1970, é o fundador do China Renaissance, um importante banco de investimento privado chinês especializado no sector da tecnologia. O grupo supervisionou a entrada em bolsa de vários gigantes do sector da Internet, incluindo o grupo de comércio eletrónico JD.com, ou a fusão, em 2015, entre as empresas de serviços de transporte partilhado Didi e Kuaidi Dache.

O China Renaissance “não consegue entrar em contacto com o (chefe-executivo) Bao Fan”, disse o banco de investimento, em comunicado, na sexta-feira passada, sem avançar mais detalhes. Segundo a revista de informação económica Caixin, Bao está incontactável desde o início da semana passada.

Não se sabe se Bao esteve em Singapura durante as negociações, o que não é necessário para abrir um fundo de gestão de património na ilha. A abertura deste tipo de instrumento financeiro dá acesso a autorização de residência na próspera cidade-estado. Também não se sabe se Bao conseguiu concluir os seus planos.

A Autoridade Monetária de Singapura criou uma unidade, em 2019, para atrair mais fundos de gestão patrimonial para o país, o que passou a constituir um sector próspero, com cerca de 1.500 registos, segundo a consultora de análise de dados do território Handshakes.

22 Fev 2023

Jogo | Singapura e Filipinas ultrapassaram Macau

Da indiscutível medalha de ouro, para o bronze. Macau caiu para o terceiro lugar no pódio das receitas brutas do jogo em termos regionais durante o terceiro trimestre do ano. Os casinos de Singapura e Filipinas conseguiram melhores resultados num trimestre em que os casinos de Macau fecharam durante 12 dias

 

Há uns anos seria impensável ver a capital mundial do jogo destronada regionalmente do lugar cimeiro em termos de receitas brutas apuradas. Pois foi isso mesmo que aconteceu durante o terceiro trimestre deste ano, quando Singapura e Filipinas ultrapassaram os resultados dos casinos locais, relegando Macau para o terceiro lugar em termos regionais.

A indústria do jogo das Filipinas amealhou no terceiro trimestre deste ano cerca de 860,7 milhões de dólares, quantia que representou uma subida de 7,6 por cento em relação ao trimestre anterior, segundo dados compilados pelo portal GGR Asia.

No pódio regional, Singapura ficou em segundo lugar. No terceiro trimestre do ano, os dois casinos da cidade estado apuraram 788 milhões de dólares, divididos entre o Marina Bay Sands, que pertence à Las Vegas Sands Corp, e o Resort World Sentosa, gerido pela Genting Singapore Ltd. No cômputo dos resultados de Singapura, o Marina Bay conseguiu 510 milhões de dólares, superando em 2 por cento as receitas brutas do trimestre anterior.

Não cai do céu

O terceiro trimestre deste ano foi sinónimo de um dos piores resultados dos casinos locais desde que o jogo foi liberalizado em Macau, apurando receitas brutas na ordem dos 688,4 milhões de dólares. Valor que representou uma quebra de 34,7 por cento em relação ao já muito negativo trimestre anterior, e que ficou quase 100 milhões de dólares abaixo dos resultados obtidos apenas por dois casinos em Singapura.

Importa recordar que durante o período em análise, Macau enfrentou o mais grave surto de covid-19 desde o início da pandemia, levando ao confinamento parcial da população, a múltiplas rondas de testes em massa, e ao encerramento dos casinos durante 12 dias.

Em termos anuais, os meses entre Julho e Setembro registaram quebras de resultados de mais de 70 por cento em relação ao período homólogo de 2021, representando apenas 7,8 por cento das receitas brutas registadas no terceiro trimestre de 2019.

Os dados compilados pelo portal GGR Asia espelham a diferença entre a política de zero casos implementada no Interior da China, e por arrasto a Macau, e o levantamento de restrições que se faz sentir na região asiática.

18 Nov 2022

Governo criticado por passar responsabilidade da diversificação para concessionárias

Em vez de pedir às concessionárias que encontrem soluções para diversificar a indústria com elementos não-jogo, deve ser o Governo a assumir o lugar do “condutor”. A crítica ao Executivo de Ho Iat Seng foi deixada na feira Global Gaming Expo Asia 2022, que se realiza este ano em Singapura, devido às restrições de viagem existentes em Macau.

De acordo com a opinião de Chen Sin, director executivo da empresa Mohegan Gaming and Entertainment, que no passado esteve ligada à Macau Legend e Las Vegas Sands, tem de ser o Governo a planear e orientar as concessionárias no que pretendem com os elementos não-jogo.

“O Governo tende a contar com as concessionárias porque pensa que têm recursos e capacidade global para atrair muitos desses elementos [não-jogo] para Macau. Mas, na realidade, devia ser o Governo a assumir o lugar do condutor”, defendeu.

O director executivo da Mohegan Gaming and Entertainment considerou ainda que o Governo da RAEM tem objectivos nobres, mas que na prática há falhas que impedem a concretização dessas metas.

“Falta de ligação entre o objectivo da política pública [de Macau] – que é nobre e boa – e o nível prático”, afirmou Chen Sin. “Falta também […] liderança a nível governamental, e até a nível de trabalho, que falha em […] coordenar e desenvolver políticas e desenhar mecanismos que podem conduzir essa oferta [de elementos não-jogo] em Macau”, acrescentou.

À beira da renovação

Apesar de sublinhar que um concurso público é sempre uma caixa de surpresas, e que pode efectivamente mudar o panorama local, Jorge Godinho considerou que existe grande probabilidade de as actuais concessionárias e subconcessionárias serem as vencedoras do procedimento que está a decorrer.

“Há um consenso claro de que existe 90 por cento de hipóteses de as actuais concessionárias e subconcessionárias serem as vencedoras, mas não colocaria as hipóteses em 100 por cento”, afirmou Jorge Godinho. “Nunca se sabe o que pode acontecer num concurso público, e a história mostra-nos que um concurso público é uma caixa cheia de surpresas”, sustentou. Neste capítulo, Jorge Godinho falou ainda da história de Macau e do concurso público, que surpreendeu a sociedade local, quando Stanley Ho obteve o monopólio do jogo, ainda durante a Administração Portuguesa.

26 Ago 2022

Macau anuncia quarta dose da vacina para toda a população

A partir de hoje, está disponível a quarta dose da vacina contra a covid-19. Para grupos de risco, o reforço deve ser administrado três meses depois da última inoculação e seis meses depois para a população geral. Após o período de estabilização, que termina domingo, vão continuar a existir grupos-chave obrigados a testes regulares

 

O Governo anunciou que vai disponibilizar, a partir de hoje, a quarta dose da vacina contra a covid-19 a toda a população, com prioridade para as pessoas mais vulneráveis, nomeadamente idosos e doentes imunodeprimidos.

Num comunicado divulgado na noite de quarta-feira, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus revelou que, desde ontem, passou a ser possível agendar a toma da segunda dose de reforço da vacina contra a covid-19. Para os grupos de maior risco, o centro decidiu reduzir o intervalo mínimo entre a terceira e a quarta doses da vacina de seis meses para três meses.

Mais tarde, durante a conferência de actualização sobre a pandemia, a médica Leong Iek Hou detalhou que estes grupos de risco incluem idosos com mais de 59 anos, portadores de doença autoimune moderada ou grave com mais de 11 anos, incluindo cancro, pessoas que realizaram transplantes, doentes com SIDA e indivíduos que vivam em lares de idosos ou instituições de reabilitação. Para a população em geral, o intervalo mínimo entre a terceira e a quarta doses da vacina continua a ser de meio ano.

Lançando um novo apelo à vacinação, Leong Iek Hou sublinhou ainda que o nível de anticorpos daqueles que optam por levar doses de reforço é crucial para evitar “infecções galopantes” e casos mortais em grupos frágeis e entre os idosos.

 

Misturar é bom

Macau tem administrado vacinas de mRNA da BioNTech-Pfizer e vacinas inactivadas da chinesa Sinopharm. Ao anunciar a possibilidade de tomar a quarta dose, as autoridades de saúde recomendaram ainda aos que receberam duas doses da vacina da Sinopharm, que escolham a vacina mRNA como dose de reforço, uma vez que a “vacinação mista” pode resultar numa imunização mais eficaz.

“De acordo com a Comissão Nacional de Saúde, caso tenham optado pela vacina inactivada, devem, na segunda dose de reforço, escolher uma vacina com outras especificações técnicas. Portanto, se a primeira dose for a inactivada, a dose de reforço pode ser a vacina mRNA. Com vacinas mistas é possível criar um maior efeito protector. Apelo à população para que se vacine porque, por enquanto, esta é a ferramenta mais importante e útil para prevenir a covid-19”, explicou Leong Iek Hou.

Foi ainda recordado que, todas as seis mortes registadas durante o mais recente surto de em Macau, dizem respeito a idosos com doenças crónicas, alguns dos quais não vacinados, sendo que o objectivo de disponibilizar a quarta dose da vacina contra a covid-19 passa por “minimizar o risco de outro surto de grande escala em Macau”.

 

Testes para alguns

Apesar de ter sido confirmado que, a partir de domingo, terminado o chamado período de estabilização, quem sai de casa para ir trabalhar deixa de estar obrigado a fazer testes à covid-19 a cada três dias, Leong Iek Hou admitiu que alguns grupos-alvo vão continuar a ter de fazer testes regularmente. Contudo, a responsável reservou para o futuro a identificação dos grupos-alvo.

“Se conseguirmos manter esta estabilização até ao fim-da-semana, na próxima podemos entrar numa fase de maior normalidade. Os trabalhadores que precisam sair de casa (…) já não têm de fazer o teste de ácido nucleico. Quanto aos grupos-alvo (…), ou seja, profissionais que nós entendemos que têm maior risco de ser infectados, vamos ter que pedir a estas pessoas para continuar a fazer testes regularmente”, começou por explicar a responsável.

“Vamos reavaliar os sectores para termos uma ponderação final em relação aos riscos (…) e ter como referência a experiência do Interior da China para fazer a nossa nova avaliação de risco. Depois anunciaremos ao público”, acrescentou.

 

 

Aeroporto | Reforço de pessoal pode atenuar esperas à chegada

A médica Leong Iek Hou admitiu haver “longos períodos de espera” para aqueles que chegam a Macau do exterior e precisam de aguardar por resultados dos testes de ácido nucleico antes de seguir para os hotéis de quarentena.

Está em cima da mesa a contratação de funcionários para trabalhar em circuito fechado, face ao aumento de passageiros e à falta de recursos humanos.

“Ultimamente, os residentes que vêm dos voos de Singapura (…) têm de esperar um período de tempo mais longo. Ontem, regressaram a Macau 78 pessoas no mesmo voo, o que é um número muito elevado”, começou por dizer. “Como temos três turnos, não conseguimos ter o número de trabalhadores suficientes para responder ao [maior] número de voos de Singapura (…) durante o Verão. Não queremos uma medida mais ágil que possa comprometer a segurança da comunidade (…), pelo que estamos a ver se é possível aumentar o número de trabalhadores no aeroporto (…) e introduzir tratamento informático”, acrescentou.

 

5 Ago 2022

Singapura vai executar preso com dificuldades intelectuais por tráfico de droga

As autoridades de Singapura planeiam executar, na próxima semana, um preso com dificuldades intelectuais por ter entrado no país com uma pequena quantidade de droga, denunciaram hoje organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos.

O malaio Nagaenthran Dharmalingam foi preso, em abril de 2009, com 42,72 gramas de heroína encontrados durante um controlo fronteiriço. Um ano mais tarde foi condenado à morte por um tribunal da cidade-Estado.

Durante o processo judicial, a avaliação psicológica determinou que o acusado sofre de problemas mentais e dificuldades intelectuais, afirmou a organização não-governamental (ONG) International Federation for Human Rights (FIDH).

“O desrespeito pelos direitos humanos e pelas normas internacionais no caso de Dharmalingam é agravado pelo tratamento cruel em relação à família. Depois de o terem mantido no corredor da morte durante mais de uma década, apressam-se agora a executá-lo e tornam quase impossíveis visitas da família”, disse o secretário-geral da FIDH, Adilur Rahman Khan.

Os representantes legais do réu interpuseram um recurso ao Supremo Tribunal da cidade-Estado, que será analisado na segunda-feira, para tentar impedir a execução agendada para quarta-feira, na prisão de Changi.

Numa carta enviada na quarta-feira ao Presidente de Singapura, Halimah Yacob, a ONG de defesa dos direitos humanos, Amnistia Internacional (AI), pediu uma intervenção imediata para impedir a execução do malaio, uma vez que podiam acontecer “múltiplas violações das leis internacionais sobre direitos humanos”.

A AI sublinhou que as dificuldades intelectuais do preso, também demonstradas em análises posteriores em 2013, 2016 e 2017, “podem ter afetado a sua capacidade de avaliar os riscos e o seu relato das circunstâncias do crime”. As autoridades malaias estão também a tentar mediar para tentar anular a execução da pena de morte.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros malaio, Saifuddin Abdullah, disse na quarta-feira ter enviado uma carta à homóloga de Singapura, Vivian Balakrishnan, para discutir o caso do cidadão malaio, e acrescentou que as autoridades malaias estão a acompanhar o progresso, além de prestarem assistência consular ao réu e à família.

Em 2019, Singapura realizou a última execução registada, por enforcamento, de quatro presos, dois dos quais eram toxicodependentes, de acordo com a FIDH.

Singapura e Malásia, que também aplica a pena de morte, defendem que a pena capital é uma medida dissuasora contra o tráfico de droga, homicídios e outros crimes, sendo alvo de críticas de organizações de defesa dos direitos humanos.

4 Nov 2021

Hong Kong e Singapura abrem ‘bolha’ de viagem a partir de 26 de Maio

Hong Kong e Singapura vão abrir uma ‘bolha’ de viagem a partir de 26 de Maio, permitindo que os seus habitantes se desloquem entre as duas cidades sem se submeterem à quarentena obrigatória para combater a covid-19. “Os dois governos chegaram a um consenso”, anunciou hoje o secretário para o Comércio e Desenvolvimento Económico de Hong Kong, Edward Yau, em comunicado.

Os dois territórios tinham anunciado anteriormente condições especiais de viagem, em novembro último, mas os planos acabaram por não se concretizar, depois de Hong Kong ter registado um aumento de infecções.

Os viajantes de Hong Kong terão de estar vacinados duas semanas antes da partida para Singapura, uma exigência que não se aplica no sentido inverso. Além disso, terão de ter passado os 14 dias anteriores numa das duas cidades, sendo obrigados a instalar a aplicação de rastreio de covid-19 do destino.

Ao abrigo do acordo, a bolha de viagem será suspensa caso a média de casos locais sem identificação da origem ultrapasse os cinco, nos sete dias anteriores.

26 Abr 2021

Covid-19 | Hong Kong e Singapura acordam “bolha de viagens aéreas” a partir de 22 de novembro

[dropcap]H[/dropcap]ong Kong e Singapura acordaram uma “bolha de viagens aéreas” a partir de 22 de novembro, sem que os visitantes das duas cidades tenham de cumprir quarentena, um primeiro passo para estimular o turismo durante a pandemia.

De acordo com o plano, os turistas de ambas as cidades devem fazer testes de ácido nucleico antes do voo, após a chegada e antes do regresso, para provar que não estão infetados.

Por outro lado, também terão de viajar em voos designados que levarão apenas passageiros que integrem a tal ‘bolha’, com um máximo de 200 pessoas. Inicialmente, haverá um voo diário para cada cidade, aumentando para dois a partir de 07 de dezembro.

Hong Kong registou mais de cinco mil infetados e 108 mortos desde o início da pandemia. Singapura apresenta um número superior de contágios (mais de 58 mil), mas menos mortos (28).

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.263.890 mortos em mais de 50,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

11 Nov 2020

China e Singapura abrem “corredor aéreo” entre os dois países

[dropcap]A[/dropcap] China e Singapura iniciaram hoje um “corredor aéreo” entre os dois países, com o objectivo de relançar a actividade económica, numa altura em que garantem que a situação da pandemia de covid-19 está controlada.

O acordo bilateral, assinado no final de Maio, prevê que os cidadãos de ambos os países possam retomar a partir de hoje as viagens oficiais e essenciais de negócios entre a cidade-estado e seis cidades chinesas, como Xangai e Guangdong, explicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Singapura.

Os viajantes de Singapura e China têm de requerer visto antecipadamente, embora estejam isentos, graças ao acordo, de uma quarentena obrigatória de 14 dias à chegada.

No entanto, devem fazer uma série de exames médicos e apresentar testes negativos da covid-19, 48 horas antes da viagem e após a chegada ao destino, devendo ainda permanecer isolados durante um ou dois dias até ser conhecido o resultado do último teste.

Além disso, em ambos os países, terão de descarregar uma aplicação para telemóvel de rastreio e geolocalização que permite seguir os seus movimentos. As autoridades também pediram aos viajantes que evitem transportes públicos e recorram antes a automóveis particulares ou táxis.

Singapura e China – onde foi detectado o novo coronavírus, no final de Dezembro, na cidade de Wuhan – são os países asiáticos com o maior número de infeções por covid-19 desde o início da pandemia, embora os dois países afirmem que a propagação do vírus está sob controlo.

A cidade-estado está em conversações com outros países, incluindo a Coreia do Sul, Nova Zelândia e Malásia, para tentar chegar a um acordo que permita abrir outros “corredores aéreos”, informou na semana passada o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Singapura.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 400 mil mortos e infetou mais de 6,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando sectores inteiros da economia mundial, num “Grande Confinamento” que alguns países começaram a abrir.

9 Jun 2020

Singapura apreende várias toneladas de escamas de pangolim e marfim

[dropcap]T[/dropcap]reze toneladas de escamas de pangolim pertencentes a cerca de 2.000 desses mamíferos em perigo e quase 10 toneladas de marfim de elefante foram apreendidas na Singapura, anunciaram hoje as autoridades.

O Conselho do Parque Nacional, a Alfândega da Singapura e a Autoridade os Postos de Segurança da Imigração anunciaram hoje que esta foi a terceira maior apreensão de escamas de pangolim deste ano e a maior de marfim de elefante até à data.

Foram apreendidas precisamente 13,1 toneladas de escamas de pangolim, e também presas de quase 300 elefantes, que estavam em contentores que seriam levados para o Vietname.

A quantidade de escamas de pangolim encontradas tinha o valor de 35,7 milhões de dólares e as presas de elefante valiam 12,9 milhões de dólares.

O pangolim é o mamífero mais traficado no mundo e as suas escamas, que contêm queratina, são usadas para medicinas tradicionais.

23 Jul 2019

Singapura | Facebook investe milhões no primeiro centro de dados na Ásia

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Facebook anunciou ontem a construção de um centro de dados em Singapura, o primeiro na Ásia, no qual prevê investir cerca de 860 milhões euros e que deverá começar a funcionar a partir de 2022. O centro vai ocupar 170 mil metros quadrados de um prédio de 11 pisos e criará “centenas de empregos”, informou a rede social em comunicado. O vice-presidente que gere os centro de dados do Facebook, Thomas Furlong, justificou a escolha de Singapura pela “sua infra-estrutura robusta, acesso a fibra, formação de recursos e apoio de entidades governamentais”. Furlong adiantou que o Facebook tem mil funcionários em Singapura e promove programas para ajudar o crescimento de empresas emergentes locais, segundo o jornal Straits Times. “Os nossos centros de dados são instalações altamente avançadas que ajudam a levar aplicações e serviços do Facebook a pessoas de todo o mundo todos os dias”, informou o Facebook em comunicado. O centro ficará localizado próximo do terceiro centro de dados da Google anunciado em Agosto e que procura responder à crescente procura do seu serviço Google Cloud Platform gerada pelo aumento de utilizadores de telemóveis e de empresas que operam ‘online’ na região.

7 Set 2018

Filme “A Land Imagined” de Yeo Siew Hua vence Leopardo de Ouro em Locarno

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] filme “A Land Imagined”, de Yeo Siew Hua, venceu hoje o Leopardo de Ouro no Festival de Cinema de Locarno, tornando-se no primeiro filme de Singapura a concorrer e a conquistar o certame.

Numa edição em que Portugal teve direito a destaque na secção “First Look” (“Primeiro olhar”), mas em que nenhuma produção portuguesa coube no palmarés, o prémio especial do júri foi para “M”, de Yolande Zauberman, enquanto a melhor realização foi atribuída à chilena Dominga Sotomayor por “Tarde para morir joven”.

O prémio para melhor atriz foi dado a Andra Guti, por “Alice T”, de Radu Muntean, e o melhor ator foi Ki Joobong, em “Hotel by the River”, de Hong Sangsoo, tendo sido atribuída uma menção especial a “Ray & Liz”, de Richard Bilingham.

Na secção “Signs of Life” (“Sinais de Vida”), o vencedor, anunciado já na sexta-feira, foi “The Fragile House”, de Lin Zi.

O prémio do público distinguiu “BlacKkKlansman”, de Spike Lee.

A edição deste ano de Locarno foi a última sob direção de Carlo Chatrian, que viaja até Berlim para assumir o festival de cinema da capital alemã.

O festival de Locarno contou com os filmes portugueses “3 anos depois”, de Marco Amaral, e “Sobre tudo sobre nada”, de Dídio Pestana, em competição.

“3 anos depois”, curta-metragem de Marco Amaral, competiu na secção “Pardi di domani”, enquanto a longa-metragem “Sobre tudo sobre nada”, primeira obra de Dídio Pestana, foi apresentada na secção “Signs of Life”.

O festival contou ainda com duas coproduções portuguesas: “Grbavica”, do catalão Manel Raga Raga (Portugal/Bósnia Herzegovina/Espanha), na secção “Pardi di domani”, e “Como Fernando Pessoa salvou Portugal” (Portugal/França/ Bélgica), do realizador norte-americano Eugène Green e com elenco português, no programa “Signs of life”.

Nesta 71.ª edição do festival de Locarno, que decorreu desde 01 de agosto, o cinema português esteve em foco no programa “First Look”, no qual foram exibidos vários filmes portugueses em fase de pós-produção para uma audiência composta apenas por profissionais, entre programadores, exibidores, distribuidores e produtores.

Nesta categoria, o documentário português “Campo”, de Tiago Hespanha, venceu o principal prémio, no valor de 65 mil euros em serviços de pós-produção.

Já “Viveiro”, de Pedro Filipe Marques, produzido por Luis Urbano e Sandro Aguilar, de O Som e a Fúria, recebeu os prémios de serviços de publicidade, no valor de 5.600 euros, e de design do cartaz internacional do filme, avaliado em 5.000 euros.

Em fevereiro, quando o festival anunciou a escolha de Portugal para este programa, a diretora artística adjunta de Locarno, Nadia Dresti, afirmou que “o cinema português tem sido sempre aclamado pela excelência artística por parte da crítica, mas ao mesmo tempo tem cativado os distribuidores e os principais festivais internacionais”.

12 Ago 2018

Alexis Tam | Secretário foi a Singapura debater saúde e educação

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] saúde e ensino foram os temas que dominaram o encontro do secretário para os assuntos sociais e cultura, Alexis Tam com governantes de Singapura. O secretário liderou as equipas de educação e de saúde do Governo da RAEM que se dirigiram àquela região no passado dia 22.

O foco esteve nas políticas para o ensino bilingue e informática em que o objectivo é “aprender com as experiências de Singapura, reforçando a formação dos estudantes de Macau no âmbito da capacidade multilinguística e literacia informática”, refere o comunicado enviado à comunicação social. Alexis Tam manifestou ainda o seu agradecimento ao Ministério de Saúde de Singapura pelo apoio e assistência dada ao desenvolvimento do sistema de saúde de Macau.

Desde a assinatura de memorando de cooperação em 2005, “as duas regiões têm intensificado a comunicação na área de saúde e desenvolvido uma boa cooperação a nível académico, de formação profissional e de prestação de apoio técnico”, lê-se na nota oficial.

24 Jan 2018

Estudo | Singapura ultrapassa Estados Unidos a atrair investimento chinês

O índice China Going Global Investment de 2017 do jornal The Economist mostra que os Estados Unidos deixaram de ser o principal foco de investimento estrangeiro de Pequim. Singapura passou a ocupar o primeiro lugar, enquanto Hong Kong ocupa o terceiro lugar do pódio, num ano em que o investimento no estrangeiro caiu cerca de 40 por cento, sendo expectável que volte a subir no futuro

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]o longo dos últimos anos, a economia chinesa tem inundado uma multitude de mercados estrangeiros com investimentos milionários. Primeiro com empresas estatais a conquistarem sectores económicos estratégicos e a comprar dívida externa, mais tarde com o sector privado abrir os cordões à bolsa para comprar o que lhes aparecia à frente.

Independentemente da ajuda, ou da coordenação de interesses privados com a cúpula de poder de Pequim, as empresas chinesas investiram fortemente em economias estrangeiras. Que o diga Portugal, o país da União Europeia com maior peso de investimento chinês no PIB local, chegando aos 3,3 por cento em 2011 durante os dias da total sangria de privatizações movidas pelo resgate financeiro à economia portuguesa.

Ao dinheiro chinês estatal gasto nas privatizações da EDP e REN, juntaram-se os milhões privados para a aquisição da seguradora Fidelidade e de empresas do ramo da saúde como as unidades hospitalares da Luz Saúde. Já para não falar dos avultados investimentos na frágil banca portuguesa, com a aquisição da maioria do capital do BCP pelo grupo Fuson e da venda do BES Investimento e no BANIF.

Seguindo as directivas de Xi Jinping, no ano passado o investimento externo em interesses estrangeiros bateu todos os records, ultrapassando os 200 mil milhões de dólares, depois de fortes incentivos de Pequim para aumentar a influência chinesa nos mercados internacionais. Uma tendência que se inverteu este ano, com uma queda considerável do investimento. Portugal passou do lugar 32 em 2015 para 48 na lista dos países onde a China injectou capital.

Montanha chinesa

Entretanto, as aquisições de empresas e dívida abrandaram nos primeiros nove meses deste ano, com o Governo chinês a colocar água na fervura da sangria de capitais para fora do país que estava a colocar uma grande pressão sob o yuan.

De acordo com o Ministro do Comércio chinês, o investimento no estrangeiro em países abrangidos pelo projecto “Uma Faixa, Uma Rota” cresceu 18,2 por cento para 14,8 mil milhões de dólares em 2015. Em 2016, esse valor contraiu 2 por cento, para 14,5 mil milhões de dólares. Entre, Janeiro e Setembro, os investimentos em países do projecto que recria a Rota da Sede caiu 13,7 por cento. No total, o investimento no estrangeiro caiu 40 por cento nos primeiros nove meses de 2017, de acordo com o China Going Global Investment.

A política de estabilização cambial fez com que algumas aquisições de grande montante fossem travadas, como por exemplo os investimentos da gigante Dalian Wanda Group em imobiliário e entretenimento em países como os Estados Unidos.

Outro dos factores de arrefecimento do investimento chinês no estrangeiro prende-se com algumas tensões que surgiram nas relações bilaterais e de comércio externo com países como os Estados Unidos, que perdeu o primeiro lugar da lista de investimentos, e a Índia, que caiu oito lugares. O caso indiano tem algum destaque no relatório do The Economist uma vez que é um dos países com melhores perspectivas de crescimento dentro do projecto “Uma Faixa, Uma Rota”. Além disso, os gigantes dos sectores da electrónica e comunicações Xiaomi e Huawei estabelecerem negócios bem sucedidos na Índia.

Noutro prisma, perspectivas negras de desenvolvimento económico e problemáticas políticas domésticas motivaram o abrandamento do investimento chinês em países como o Brasil e o Reino Unido na sequência do Brexit.

Este ano, Singapura passou a ser o primeiro destino estrangeiro do capital chinês, ultrapassando os Estados Unidos que caíram para segundo lugar. Hong Kong está em terceiro lugar, enquanto a Malásia (que subiu 16 lugares) e Austrália ocupam o quarto e quinto posto, respectivamente.

Pode-se ler no relatório que “Malásia e Singapura destacam-se como países atractivos do projecto Uma Faixa, Uma Rota, providenciando bom ambiente para investimento, assim como oferecendo oportunidades e baixos níveis de risco”.

Recolher as fichas

Um dos elefantes na sala financeira da segunda maior economia mundial é a enorme dívida acumulada desde o crise financeira global de 2007. Ao longo da década de grande crescimento económico chinês, Pequim acumulou uma quantidade considerável de dívida. Em particular a dívida empresarial, que no ano passado ascendeu a 234 por cento do PIB chinês, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional.

Aliás, como resultado desta tendência, duas das mais influentes agências de classificação de risco de crédito, Moody’s e S&P, baixaram o rating da China.

A descida dos investimentos chineses também se ficou a dever à política de Pequim para prosseguir uma campanha de aquisições estrangeiras com maior racionalidade. Em primeiro lugar, o Governo de Xi Jinping proibiu investimentos nas indústrias do jogo e sexo. Os sectores do imobiliário, hotelaria, cinema e desporto passaram a ser sujeitos a restrições impostas pelo Conselho de Estado chinês, em contrapartida encorajou-se o investimento em países do projecto “Uma Faixa, Uma Rota”.

Ao mesmo tempo, Pequim apontou como um dos objectivos para as companhias nacionais o investimento global em tecnologias de ponta, como carros eléctricos, tecnologia financeira e energias renováveis. Nesse aspecto importa referir que os gigantes Tencent e Alibaba têm investido bastante em start-ups espalhadas pela Ásia inteira.

Novas estrelas

Desde o último índice China Going Global Investment, de 2015, ficou demonstrado que apesar do investimento chinês dar primazia à estabilidade de mercados já desenvolvidos, este ano os países em desenvolvimento foram os que registaram maiores subidas de investimento, principalmente aqueles inseridos no projecto “Uma Faixa, Uma Rota”.

Daí as ascensões meteóricas no ranking de países como a Malásia, Cazaquistão, Tailândia e Irão.

O relatório elaborado pela equipa do The Economist aponta 2017 como um ano de acerto, principalmente tendo em conta o fortalecimento de supervisão e regulamentos aos investimentos estrangeiros. Assim sendo, o relatório indica que esta queda de investimento deve ver temporária, mantendo-se o desejo de conquistar novos mercados e adquirir marcas, patentes e tecnologia.

Dan Wang, analista chinês que participou na elaboração do índice, refere que “ainda é uma altura excitante para observar a expansão internacional da economia chinesa”. No entanto, o analista adverte que “as empresas precisam ser mais selectivas quanto às regiões e Estados onde investem”.

O caso do Japão é também de assinalar. Apesar da queda de sexto lugar no ranking para 14º, as relações diplomáticas entre Pequim e Tóquio têm melhorado, apesar de destabilizações episódicas. Ainda assim, uma sondagem do ano passado mostrava que apenas 11,3 por cento dos japoneses têm uma visão positiva da China.

Mas há sobretudo uma razão estrutural para a posição do Japão na lista de países que mais captam investimento chinês. Pode-se ler no relatório que “os Estados Unidos e Japão mantém as suas posições no ranking devido às oportunidades de aquisição de tecnologia e marcas que oferecem às empresas chinesas, através de fusões e aquisições”. Por outro lado, países como a “Índia e o Irão são mercados de desenvolvimento económico acelerado nos quais as empresas chinesas têm boas chances de serem competitivas”.

Apesar de Hong Kong estar entre as três regiões que mais investimento chinês conseguem captar, Macau não entra na lista do The Economist.

11 Dez 2017