SMG | Temperaturas devem subir 1,3 graus entre 2041 e 2060

Com a temperatura em Macau a aumentar, os SMG prevêem que os “fenómenos meteorológicos de temperatura elevada” também se tornem mais frequentes. As previsões foram realizadas com base no relatório sobre alterações climáticas 2023, do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas

 

As temperaturas médias máximas anuais em Macau, em meados do século XXI (2041-2060), devem subir cerca de 1,3°C e 1,6°C, respectivamente, em relação à média de 1995-2014, de acordo com as autoridades locais.

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) de Macau afirmaram que a temperatura global em Macau vai continuar a aumentar e os fenómenos meteorológicos de temperatura elevada vão tornar-se mais frequentes no século XXI.

Os serviços de meteorologia basearam-se no relatório sobre alterações climáticas 2023, do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), para projectar as alterações climáticas de Macau no século XXI sob diferentes cenários de emissões, de acordo com a informação publicada no ‘site’ da DSMG na quinta-feira.

Assim, no futuro, o número de dias muito quentes em Macau vai aumentar à medida que a temperatura global subir.

“No cenário de emissões médias, o número de dias muito quentes em meados do século XXI (2041-2060) vai aumentar para 77,7 dias por ano, em comparação com a média de 27,8 dias por ano em 1995-2014, e o número de dias muito quentes no final do século XXI (2081-2100) deverá ultrapassar os 100 dias por ano”, indicaram.

 

Menos CO2 só após 2050

Os SMG previram ainda que, com base nas actuais medidas globais de redução de emissões, se verifique um declínio gradual das emissões de CO2, depois de um pico em meados do século XXI.

“No entanto, se o público for pró-activo na redução das emissões de gases com efeito de estufa e atingir os objectivos do Acordo de Paris o mais rapidamente possível, ainda é possível limitar o aquecimento futuro de Macau a um nível mais baixo”, consideraram.

O Acordo de Paris é um tratado internacional juridicamente vinculativo sobre as alterações climáticas.

Foi adoptado por 196 Partes na Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas (COP21), em Paris, França, a 12 de Dezembro de 2015, tendo entrado em vigor a 4 de Novembro de 2016.

O objectivo global é manter “o aumento da temperatura média global bem abaixo dos 2°C” em relação aos níveis pré-industriais.

No entanto, nos últimos anos, os líderes mundiais têm sublinhado a necessidade de limitar o aquecimento global a 1,5°C até ao final deste século, de acordo com a ONU.

5 Fev 2024

Temperatura | Empregadores chineses obrigados a limitar trabalho ao ar livre

A China deu ordem às empresas, de determinadas regiões, para limitar o trabalho ao ar livre, devido às altas temperaturas, numa altura em que o país enfrenta calor, inundações e secas.

As autoridades emitiram um alerta laranja, o segundo nível de alerta mais alto, devido às vagas de calor registadas no sul e em grande parte do norte e nordeste da China.

Equipas de resgate estão à procura de sete pessoas desaparecidas, após um deslizamento de terra ocorrido numa estrada em obras, devido às chuvas torrenciais.

O incidente matou pelo menos uma pessoa na cidade central de Yichang, na província de Hubei. Cinco pessoas ficaram feridas, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

Temperaturas acima dos 40 graus estão previstas em Pequim e no centro e sudeste da China. Estão previstos 39 graus para a província de Sichuan, no sudoeste. São ainda esperadas temperaturas acima dos 35 graus na maior parte do norte da China, no restante de Sichuan e em grande parte do sul.

O alerta laranja exige que os empregadores tornem o trabalho ao ar livre o mais breve possível. Apesar disso, trabalhadores de entregas ao domicílio continuam a operar.

Duas mortes relacionadas com a vaga de calor foram relatadas anteriormente em Pequim. Um guia turístico desmaiou no fim de semana passado no Palácio de Verão, um jardim da era imperial e uma mulher morreu no mês passado de insolação.

 

Arroz em risco

O ministério da Agricultura alertou no domingo que o clima quente persistente pode prejudicar as colheitas de arroz. Disseram também que as autoridades locais devem garantir que os arrozais têm água adequada para evitar o amadurecimento prematuro do arroz.

Em outros lugares, dezenas de milhares de pessoas tiveram de deixar as suas casas devido a cheias ocorridas no norte, centro e sudeste da China.

Algumas áreas, incluindo a populosa província de Hebei, que circunda Pequim, emitiram no domingo um alerta vermelho, o alerta de temperatura mais alto.

Moradores de algumas cidades mudaram-se para abrigos antiaéreos subterrâneos para se protegerem do calor.

A temperatura média da Terra estabeleceu um novo recorde não oficial na quinta-feira, o terceiro marco consecutivo registado na semana mais quente desde que há registos.

11 Jul 2023

Xangai registou dia de Maio mais quente em 100 anos

Xangai registou hoje a temperatura mais alta atingida durante o mês de Maio, no espaço de cem anos, anunciou hoje o departamento meteorológico da cidade, situada no leste da China.

“Às 13:09, a temperatura na estação Xujiahui atingiu os 36,1 graus, quebrando um recorde de 100 anos para a temperatura mais alta registada em maio”, informou o serviço meteorológico oficial.

Algumas horas depois, a estação meteorológica no centro de Xangai atingiu 36,7°C, segundo a mesma fonte. A temperatura bateu assim em um grau o recorde anterior que tinha sido registado quatro vezes, em 1876, 1903, 1915 e 2018.

Em meados de Maio, a ONU alertou que o período 2023-2027 será quase certamente o mais quente de sempre registado na Terra, sob o efeito combinado dos gases de efeito estufa e do fenómeno climático El Niño.

Espera-se que as temperaturas globais ultrapassem em breve a meta mais ambiciosa dos acordos climáticos de Paris, alertou a Organização Meteorológica Mundial.

29 Mai 2023

Clima | Japão antecipa um Verão sufocante com risco de inundações

As previsões ambientais para o Verão que se aproxima antecipam mais uma vez as catástrofes decorrentes das alterações climáticas

 

O Japão está a antecipar mais um Verão sufocante, com um risco crescente de inundações e deslizes de terras, com os termómetros a ‘dispararem’ e a queima de combustíveis fósseis que alimenta as alterações climáticas a continuar no mundo.

Os dirigentes nipónicos esforçam-se para proteger as comunidades e prometeram reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, mas no curto prazo um clima mais agressivo permanece um ameaça.

“Os riscos das alterações climáticas estão perante nós”, disse Yasuaki Hijioka, vice-director do Centro para a Adaptação às Alterações Climáticas do Instituto Nacional para os Estudos do Ambiente, em Tsukuba, a nordeste do Tóquio. “Em princípio, pode-se tentar escapar de uma inundação. Mas o calor afecta uma área de tal modo vasta, que quase não há escapatória. Todos são afectados”, acrescentou.

O Japão já tem propensão para fenómenos como sismos, tsunamis e tufões. A protecção das infra-estruturas tem permitido manter as pessoas seguras na maior parte dos casos. Mas as alterações climáticas significam que as comunidades são apanhadas com frequências de surpresa, uma vez que os seus sistemas foram concebidos para as condições do clima do passado.

“Se levar uma rede eléctrica concebida para o século XX para um novo século de extremos de aquecimento e calor, então vai ter de considerar se os seus sistemas de energia e cuidados de saúde estão realmente preparados para um planeta que está a aquecer”, disse Kim Cobb, director do Instituto para o Ambiente e a Sociedade da Universidade de Brown.

No ano passado, registaram-se mais de 200 recordes de temperaturas em cidades ao longo do Japão, o que colocou a rede eléctrica perto da utilização plena e levou mais de 71 mil pessoas para os hospitais por causa de insolações, durante os meses de Maio a Setembro.

Os doentes eram idosos na sua maioria, mas também foram hospitalizadas quantidades significativas de crianças e adultos de meia-idade. Por esta causa morreram 80 pessoas. O tempo mais quente significa também mais humidade, o que acrescenta inundações e deslizes de terra às previsões para o verão, algo a que o Japão tem assistido com uma frequência crescente.

Em busca de soluções

Em 2019, comboios de alta velocidade ficaram parcialmente submersos nas inundações causadas pelo tufão Hagibis. Casas e autoestradas ficaram sob terras, que deslizaram. Túneis inundados retiveram pessoas e carros. As barragens não conseguiram suportar uma chuva surpreendentemente forte e persistente.

A investigação de Hijioka foca-se na gestão de inundações, como o desvio de água dos rios a transbordar para campos de arroz e lagoas para as prevenir.

Para evitar mortes por insolação, há uma proposta de lei vai designar alguns edifícios nas comunidades, como livrarias com ar condicionado, como abrigos. Este tipo de lei ao nível nacional é uma novidade no Japão.

12 Abr 2023

Ambiente | 2019 foi o ano de maior calor desde que existem registos

O ano passado registou a temperatura média mais elevada, 23,6ºC, desde que Macau começou a recolher estes dados. Comparada com 2018, a temperatura média de 2019 subiu 0,8ºC. A insalubridade do ar também afectou no ano passado o território em mais dias do que em 2018, com mais 41 dias irrespiráveis

 

[dropcap]M[/dropcap]acau está cada vez mais quente. O ano passado registou a mais elevada temperatura média, 23,6ºC, desde que se iniciou a anotação destes dados, em 1952, o que representou uma subida de 0,8ºC face a 2018. A conclusão abre o relatório das Estatísticas do Ambiente, divulgado ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Os meses de Julho e Agosto foram os mais quentes, com temperatura máxima de 35,7ºC, um pico que foi ligeiramente inferior (0,1ºC) ao registado no ano passado. No outro lado do espectro, Janeiro teve a temperatura mínima mais baixa, com 8,4ºC, ainda assim 3,8ºC mais quente do que em 2018.

Outro recorde desde o início dos registos verificou-se na quantidade de dias frios, que no ano passado foram apenas 12. As Estatísticas do Ambiente consideram dias frios aqueles em que se registem temperaturas mínimas diárias inferior ou igual a 12ºC.

A chuva e sol, dois parâmetros aparentemente antagónicos, também aumentaram no ano passado, em comparação com 2018. “Quanto à insolação, observou-se um total de 1.791,6 horas, mais 47,2 horas, em termos anuais”, uma subida de quase dois dias inteiros de sol, com Novembro a bater o recorde anual.

Quanto à precipitação, 2019 teve mais 14 dias de chuva em relação ao ano anterior. A precipitação total atingiu 2.248mm, um aumento de 452,4mm em relação a 2018, ou seja, choveu 25 por cento mais de um ano para o outro.

O ar que respiramos

As Estatísticas do Ambiente destacam ainda a ocorrência de cinco tempestades tropicais em 2019 com destaque para a que obrigou as autoridades a içar do sinal nº8: o ciclone tropical Wipha, que passou pelo território no dia 31 de Julho. A rajada máxima da tempestade atingiu os 100,1 quilómetros por hora e a velocidade média do vento, durante 10 minutos, alcançou 67,3 quilómetros por hora.

Mais de quatro dezenas de dias com ar insalubre, quase um mês e meio, em 2019 é outro dos números que salta à vista nas Estatísticas do Ambiente,

As estações de monitorização com os piores resultados verificaram-se nas estações da estrada de Ká-Hó e na estação ambiental da Taipa, ambas 41 dias insalubres, respectivamente mais 29 e 12 dias do que em 2018.

Por outro lado, “quanto aos dias com ar bom, o número mais elevado de dias verificou-se na estação de alta densidade habitacional da Taipa, alcançando 249 dias”, lê-se no documento. Importa referir que o ozono foi o principal poluente atmosférico em Macau durante 2019.

O ano passado foi também marcado pelo maior consumo de água, com um total de 92.815.000 m3, mais 2,1 por cento em termos anuais. Os organismos públicos foram os responsáveis pelo maior aumento do consumo de água (2,8 por cento), seguido pelo consumo doméstico (2,3 por cento) e consumo do comércio e indústria (1,8 por cento)

Outro dado preocupante em termos de ambiente e saúde pública é o aumento da densidade populacional, que passou das 20.000 pessoas por km2 em 2018, para 20.400 por km2 no ano passado.

21 Abr 2020

Japão | Temperaturas recorde com onda de calor mortal

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] temperatura numa cidade a norte de Tóquio atingiu ontem os 41,1 graus Celsius, a mais alta registada no Japão, quando uma onda de calor mortal tomou conta de parte do país e da vizinha Coreia do Sul. O recorde foi atingido na cidade de Kumagaya, na província de Saitama, que fica a cerca de 65 quilómetros a noroeste de Tóquio, informou a Agência Meteorológica do Japão.

Um sistema persistente de alta pressão levou temperaturas recordes para a região já há uma semana, matando mais de 40 pessoas no Japão e 10 na Coreia do Sul. Milhares de pessoas no Japão foram levadas para hospitais com sintomas de insolação. A agência de notícias Kyodo registou mais de 40 mortes no país. Muitas das vítimas são pessoas idosas que não usam ar condicionado.

Na Coreia do Sul, 10 pessoas morreram de insolação e outras causas relacionadas com o calor neste Verão. Sete deles morreram na semana passada, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças da Coreia.

Cerca de 1040 pessoas adoeceram devido ao calor, entre 20 de Maio e 21 de Julho, um aumento de 61 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.

A temperatura mais elevada da manhã de ontem na Coreia do Sul foi registada na cidade de Gangneung, onde os termómetros chegaram aos 31 graus Celsius às 6h45. Já em Seul a temperatura mais baixa foi de 29,2 graus, a maior registada na capital do país, segundo a agência meteorológica da Coreia do Sul.

O mercúrio atingiu 39,9 graus Celsius na cidade de Hayang, no sudeste do país, a mais alta temperatura registada no país este ano. As autoridades japonesas aconselharam a população a permanecer em casa e usar o ar condicionado.

24 Jul 2018

Governo desincentiva uso de casaco e gravata para poupar energia

[dropcap style≠‘circle’]M[/dropcap]acau quer sensibilizar a população para a poupança energética e vai, a partir de hoje, reduzir o consumo dos aparelhos de ar condicionado dos escritórios e desincentivar o uso de gravata e casaco no trabalho.

O Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético de Macau (GDSE) divulgou um comunicado sobre o combate às alterações climáticas “através da promoção de uma cultura de roupa leve, do desincentivo, sempre que possível, ao uso de gravata e de casaco, e do controlo da temperatura do ar condicionado para não menos de 25º celsius”, de forma a poupar energia.

A preocupação com o consumo energético levou as autoridades a lançarem uma campanha que incentiva os funcionários públicos a usarem roupas mais frescas e informais, para que desta forma o ar condicionado nos serviços não esteja tão frio e a consumir tanta energia. A campanha vai decorrer até ao dia 31 de agosto.

“Os trabalhadores das empresas privadas, das organizações industriais e comerciais e das associações são também convidados a participar nesta acção, a fim de se promover, conjuntamente, a cultura de conservação energética e de se criar um ambiente de poupança”, pode ler-se no comunicado.

 

Medida já aplicada

Esta medida não é inédita na Ásia. Todos os verões, geralmente muito quentes e húmidos, funcionários públicos e restantes trabalhadores do Japão são incentivados a deixar em casa o casaco e a gravata para um uso mais racional do ar condicionado nos locais de trabalho.

Esta semana decorre ainda em Macau a “Semana da Conservação Energética de Macau 2018” e por isso, no primeiro dia da semana, as autoridades do território instigaram a sociedade civil e as empresas a desligarem todas as luzes desnecessárias, em casa, nos casinos e nas empresas para promover uma cidade mais amiga do ambiente.

Segundo o GDSE inscreveram-se “seis casinos, vários hotéis, bancos, estabelecimentos comerciais e alguns locais turísticos”. A iniciativa “Desligar as luzes durante uma hora” decorreu entre as 20:30 e as 21:30.

13 Jun 2018

Meteorologia | Calor mantém-se nos próximos dois dias

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m comunicado emitido ontem pelos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) avisa que o calor deverá manter-se por mais dois dias, “com sol e temperaturas elevadas durante o dia”. Contudo, “a nebulosidade aumentará ligeiramente no fim desta semana, prevendo-se aguaceiros ocasionais”.

“Devido à influência contínua de uma crista de alta pressão em meados de Maio, a Estação Meteorológica da Taipa Grande tem registado temperaturas elevadas que rondaram os 33 graus celsius durante seis dias consecutivos entre os dias 19 e 24, o recorde mais longo, durante o mês de Maio e também a temperatura mais alta da mesma estação desde 1991.”

Ontem, a temperatura foi especialmente quente por volta das 13 horas, tendo sido registados 35,8 graus celsius na Estação Meteorológica da Taipa Grande. Esta foi “a mais alta temperatura registada, nesta estação, este ano e foi também a mais elevada em Maio desde 1952”, aponta o mesmo comunicado. Os SMG “aconselham a população a evitar a exposição directa e prolongada ao sol e a beber uma quantidade de água adequada”.

30 Mai 2018

O interminável

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]em estado um calor que não é brincadeira, em Macau. Encontramo-nos naquela fase do Verão em que basta ficar de pé parado na rua para começar a destilar, e não fosse por esses milagres da refrigeração que são os ares condicionados, e estaríamos com a consistência de manteiga deixada ao sol. E fui numa das noites destes dias que fui buscar o puto, regressado de Portugal, ao…Novo Terminal da Taipa! (Música de suspense).

Ora bem, foi ali que calhou o miúdo desembarcar desta vez, mas antes de lá ir gostava de deixar uma palavrinha aos rapazes da Uber, recentemente perecidos em combate contra – e agora não se riam, por favor – a lei! Ó ei. Bem, se querer entrar aqui numa discussão sobre a legalidade da Uber, ou a falta dela, eu diria que existem duas formas de encarar o encerramento desse serviço em Macau; a assertiva: “Macau é um exemplo para outras jurisdições que se têm debatido com este problema”, e a realista: “nem a Uber nos quer”. Escolham uma, portanto. Tudo isto porque me lembrei que fui de táxi para o novo terminal marítimo da Taipa. Dez minutos de “browsing” pelo Smartphone e 70 patacas depois lá estava eu, e o que foi que ali vi?

Antes de continuar, gostava de deixar claro que considero uma maravilha que o terminal exista, e que esteja a funcionar. Quer dizer, que estejam a chegar e a sair barcos de lá – e não é para isso que foi feito? Já ouvi comparações entre o terminal e o aeroporto em matéria de aparência exterior, e de facto parece que é a um aeroporto que estamos a chegar. Macau provoca nos seus habitantes um efeito liliputiano, e ficamos abismados com obras de grande envergadura que não sejam casinos. Mas isso até nem tinha assim tanta importância se estivessem ali os milhões de passageiros para quem aquele terminal foi construído. É assim mesmo, há que o dizer com sinceridade: aquela obra foi pensada para receber milhões de passageiros que simplesmente não existem, ou que ainda não existem.

O design do terminal parece ser uma espécie de “pot pourri” de outras infra-estruturas da nossa gloriosa RAEM. Além da já referida semelhança com o aeroporto, as portas de entrada para as partidas e chegadas são certamente inspiradas na urgência do hospital público (o de Macau, claro, que na Taipa ainda não existe nenhum), e lá dentro dá a impressão de estarmos num daqueles centros de serviços do tipo “loja do cidadão”, só que com menos pessoas e balcões, e sinalizações aumentadas (na imagem) a tal ponto que nem um míope se pode queixar de não ter dado com os lavabos. Finalmente cá em baixo temos o parque automóvel, onde cabem todos os táxis e automóveis privados que se podem imaginar, e ainda uma avioneta. Ou duas.

Mas nada disto é uma crítica negativa. Como já referi mais acima, o terminal existe, e providencia ainda duas coisas que fazem muita falta em Macau nestes dias: espaço e ar-condicionado. Estou em pensar em voltar lá um destes fins-de-semana com a família, levo uma toalha (e a comida) e faço um piquenique, e ainda levo duas raquetes e uma bola de ténis, e jogo ali um bocado com o miúdo. Para descrever o terminal marítimo nas palavras do Presidente Trump, “it’s the biggest, the best, the greatest ever”.

3 Ago 2017

Ambiente | Raimundo do Rosário justifica descarregamento de águas residuais

O secretário para os Transportes e Obras Públicas alega que a descarga no mar de águas residuais não tratadas foi algo que tinha de ser feito. Durante o período da reparação de um colector de descarga de afluentes terão sido despejados para o mar quase 230 mil metros cúbicos de água residuais não tratadas

[dropcap style≠’circle’]”A[/dropcap] quela reparação tinha de ser feita. Há situações de que nós não gostamos, mas que não podemos evitar”, explica Raimundo do Rosário referindo-se à necessidade de descarregar águas residuais não tratadas no mar devido a obras na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Macau.

O secretário para os Transportes e Obras Públicas comparou a operação a “arrancar um dente”, ou seja, algo que “tinha de ser feito”. Os trabalhos decorreram ao longo de um dia e meio, tendo sido necessárias mais umas horas para reabrir a estação. Segundo o responsável, foi feito “um esforço para que o incómodo fosse reduzido ao mais curto espaço de tempo possível”.

Apesar de a ETAR de Macau ter a sua capacidade ultrapassada há muito tempo, o problema poderia ter sido maior. Uma vez que o território vive economicamente da indústria do jogo e da hotelaria, com pouca indústria pesada produtora de químicos que necessitam de tratamento, a descarga poderia ter sido bem mais gravosa ambientalmente. “Trata-se, sobretudo, de águas provenientes de residências, que não têm muitos poluentes que afectam o ambiente”, explica ao HM Morse Lei, especialista em resíduos.

De acordo com Raimundo do Rosário, o volume de águas residuais que se acumulou durante a intervenção na infra-estrutura foi muito grande, impossibilitando o seu armazenamento. Aquando do início das obras, o secretário deu a entender a tarefa hercúlea que seria armazenar o que seria acumulado: “Não temos reservatórios para isso. São muitos metros cúbicos, não há possibilidade de armazenar nem uma hora, nem duas horas, é muita quantidade.”

Sem capacidade

No ano passado, a deputada Ella Lei, citando dados oficiais, alertava para a sobrecarga a que a ETAR estava sujeita desde 2009, tendo capacidade para processar diariamente 144 mil metros cúbicos de águas residuais.

De acordo com as estatísticas disponíveis no site da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, a ETAR recebeu em Maio 4741.825 metros cúbicos de águas residuais por dia. Feitas as contas, em média estamos a falar de um volume de quase 153 mil metros cúbicos a cada 24 horas, o que excede a sua capacidade máxima em cerca de nove mil metros cúbicos. Ou seja, durante um dia e meio, o tempo em que a ETAR não funcionou, terão sido descarregados no mar quase 229 mil metros cúbicos de águas não tratadas.

Morse Lei compreende a necessidade dos trabalhos desenvolvidos na estação. “Apesar de a maior parte das pessoas ficar preocupada com a descarga, estes trabalhos de manutenção obrigatórios, se não fossem realizados atempadamente, trariam ainda piores consequências para o ambiente”, explica.

O especialista em tratamento de resíduos adianta que “como a ETAR foi construída há muitos anos a sua capacidade tecnológica pode não estar adequada ao volume de águas por tratar decorrente da actividade económica dos dias de hoje”. Como tal, Morse Lei entende que outro dos problemas é a infra-estrutura não permitir um plano alternativo para reparações de emergência.

O facto é que, como já foi assumido por Raimundo do Rosário, a ETAR de Macau chegou há muito ao seu limite. Nesse capítulo importa referir que, segundo as Linhas de Acção Governativa deste ano, existe um plano para a construção de uma nova ETAR a sul do posto fronteiriço da Ponte Hong Kong – Zhuhai – Macau. Uma obra que se afigura essencial no futuro do tratamento de resíduos locais.

Fraude | Serviços de Saúde não pedem dinheiro

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde emitiram um comunicado em que dão conta de uma fraude relacionada com serviços farmacêuticos. De acordo com as explicações dadas na nota, os serviços foram notificados da ocorrência de casos de fraude, por via telefónica, praticados por um indivíduo que alegava ser funcionário de uma unidade de monitorização de assuntos farmacêuticos. O indivíduo informava os profissionais do sector farmacêutico de que se encontrava disponível para levantamento um documento “muito importante”, num prazo determinado, e pedia-lhes que procedessem a uma série de operações telefónicas, “sob pena de restrição da sua partida de Macau”. Os Serviços de Saúde sublinham que jamais solicitaram ao sector ou aos cidadãos para procederem às operações em causa, através do telefone, nem pedem aos cidadãos para efectuarem transferências ou remessa de dinheiro.

Trânsito | Há cada vez mais motociclos nas estradas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]  número de novas matrículas atribuídas no segundo trimestre deste ano aumentou 22,6 por cento para 3494, em comparação com o mesmo período de 2016. A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) indica que, do total, os motociclos e ciclomotores subiram 44 por cento. Feitas as contas, até ao final de Junho havia 243.570 veículos matriculados, o que representa uma queda anual de 1,9 por cento. São cada vez mais os motociclos nas estradas (três por cento), sendo que se assistiu a uma diminuição de 1,6 por cento no número de automóveis ligeiros. A DSEC explica ainda que, entre Abril e Junho, registaram-se 3630 acidentes de viação, que envolveram 1141 vítimas, ou seja, mais 2,2 por cento e mais seis por cento, respectivamente, na comparação anual. Na primeira metade de 2017, quatro pessoas perderam a vida nas estradas de Macau.

Calor | Cuidado com a hipertermia

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde apelam aos cidadãos para prevenirem a hipertermia devido às temperaturas elevadas. De acordo com as previsões dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, a temperatura vai manter-se elevada nos próximos dias, sempre acima dos 30 oC. Até ao passado sábado, as urgências do Centro Hospitalar Conde de São Januário não tinham registado qualquer caso relacionado com a vaga de calor. Os Serviços de Saúde recomendam que se evite actividade ao ar livre por um longo período de tempo, a utilização de roupas claras e leves e manter os níveis de hidratação do corpo. Evitar permanecer em veículos estacionados ao ar livre é ainda aconselhado. Pessoas obesas, idosas e de saúde frágil, bebés, grávidas, puérperas e doentes devem permanecer em lugares de boa ventilação e de temperatura adequada.

1 Ago 2017

Pequim funda agência de investigação militar de alta tecnologia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China fundou uma agência de investigação militar de alta tecnologia, inspirada no Pentágono dos Estados Unidos, para desenvolver equipamento de última geração, avançou ontem a televisão estatal CCTV.

O Comité de Gestão da Investigação Militar foi criado no início do ano e responde diretamente à Comissão Militar Central, o braço político do exército chinês, liderado pelo Presidente da China, Xi Jinping.

O novo organismo visa competir com a Agência de Projetos de Investigação Avançada de Defesa dos EUA (DARPA, na sigla em inglês), criadora da Internet ou do sistema GPS.

“A Internet, os sistemas de posicionamento global, caças furtivos, armas eletromagnéticas ou a lazer e outras tecnologias avançadas, estão quase todas vinculadas à DARPA”, explica uma reportagem difundida pela CCTV.

“No mundo actual, a inovação tecnológica converteu-se num elemento central”, acrescenta. “Para conseguir uma vantagem competitiva no âmbito militar, devemos esforçar-nos por promover a investigação científica”.

Historial de reformas

Numa longa reportagem, o programa refere as reformas empreendidas pelo Partido Comunista Chinês, incluindo a reforma de Exército de Libertação Popular, o ambicioso programa de modernização das Forças Armadas do país.

Com a reforma lançada por Xi, o Governo chinês espera eliminar o caráter soviético do seu exército, tornando-o mais ligeiro, rápido e funcional, enquanto moderniza as forças navais, numa altura em que a China reforça a sua presença militar em águas disputadas no Mar do Sul da China.

Em Março passado, a China anunciou a entrada em operação do caça furtivo de quinta geração J-20, o seu modelo mais avançado de aviação, convertendo-se no terceiro país dotado com este equipamento, a seguir aos EUA e Rússia.

Este mês, A China enviou soldados para a sua primeira base militar além-fronteiras em seis décadas, no Djibuti, sugerindo uma mudança na sua estratégia para África, onde nos últimos anos tem reforçado a sua influência.

China opõe-se a novas sanções dos EUA contra Pyongyang

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês disse ontem opor-se à nova ronda de sanções contra a Coreia do Norte aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos, afirmando que esta não “conduz à confiança mútua ou cooperação” entre Pequim e Washington.

“A China sempre se opôs a sanções unilaterais fora do âmbito do Conselho de Segurança da ONU e especialmente a que outros países imponham a sua jurisdição a empresas e cidadãos chineses”, afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Lu Kang.

As novas sanções poderão afectar firmas de terceiros países que fazem negócios com a Coreia do Norte. A China é o principal parceiro comercial do país governado por Kim Jong-un.

O porta-voz afirmou que a China “sempre aplicou estritamente as resoluções [das Nações Unidas] contra a Coreia do Norte” e que, face a suspeitas de violação das sanções por parte de firmas chinesas, iniciaria investigação “de acordo com a lei” chinesa.

A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou na terça-feira novas sanções contra a Coreia do Norte, Irão e Rússia e limitou a capacidade do Governo de Donald Trump para pôr fim a estas sanções, face à intenção do líder norte-americano de relaxar a política para Moscovo.

As sanções chegam numa semana em que se prevê que a Coreia do Norte volte a desafiar a comunidade internacional com novos testes de mísseis balísticos, aos quais Pequim se opõe.

“Opomo-nos firmemente a qualquer palavra ou ação que possa elevar a tensão”, afirmou Lu Kang.

Xangai | Vaga de calor faz quatro mortos

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos quatro pessoas morreram em Xangai, capital económica da China, devido a uma vaga de calor que elevou as temperaturas para o valor mais alto dos últimos 145 anos na cidade, informaram ontem as autoridades.

Na terça-feira, a cidade emitiu o terceiro alerta máximo do ano por altas temperaturas, depois de o termómetro alcançar os 40,5 graus.

Na passada sexta-feira os termómetros atingiram 40,9 graus, o número mais alto desde que há quase um século e meio se começaram a fazer registos. Altos níveis de humidade e poluição fazem com que a sensação térmica seja de cerca de 50 graus.

Segundo o jornal Shanghai Daily, o calor causou a morte de quatro pessoas, enquanto dezenas de outras, muitos idosos, foram internados no hospital com insolações e outras patologias.

A insolação pode resultar em perda de consciência, falhas no organismo, insuficiência cardíaca ou respiratória, ou um edema pulmonar ou cerebral.

Os mortos eram pessoas de idade avançada que se encontravam na rua ou em casas sem sistema de ar condicionado.

Segundo as indicações meteorológicas, as temperaturas começaram ontem a baixar.

27 Jul 2017

“Nada Tenho de Meu” – #02

“Nada Tenho de Meu, um Diário de Viagem no Extremo Oriente”

Autoria: Miguel Gonçalves Mendes, Tatiana Salem Levy, João Paulo Cuenca
Montagem: Pedro Sousa
Narrador: Siung Chong
Desenho de Som: 1927 Audio
Tema Original: Pedro Gonçalves
Produção: JumpCut

21 Jul 2015