Clima | Japão antecipa um Verão sufocante com risco de inundações

As previsões ambientais para o Verão que se aproxima antecipam mais uma vez as catástrofes decorrentes das alterações climáticas

 

O Japão está a antecipar mais um Verão sufocante, com um risco crescente de inundações e deslizes de terras, com os termómetros a ‘dispararem’ e a queima de combustíveis fósseis que alimenta as alterações climáticas a continuar no mundo.

Os dirigentes nipónicos esforçam-se para proteger as comunidades e prometeram reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, mas no curto prazo um clima mais agressivo permanece um ameaça.

“Os riscos das alterações climáticas estão perante nós”, disse Yasuaki Hijioka, vice-director do Centro para a Adaptação às Alterações Climáticas do Instituto Nacional para os Estudos do Ambiente, em Tsukuba, a nordeste do Tóquio. “Em princípio, pode-se tentar escapar de uma inundação. Mas o calor afecta uma área de tal modo vasta, que quase não há escapatória. Todos são afectados”, acrescentou.

O Japão já tem propensão para fenómenos como sismos, tsunamis e tufões. A protecção das infra-estruturas tem permitido manter as pessoas seguras na maior parte dos casos. Mas as alterações climáticas significam que as comunidades são apanhadas com frequências de surpresa, uma vez que os seus sistemas foram concebidos para as condições do clima do passado.

“Se levar uma rede eléctrica concebida para o século XX para um novo século de extremos de aquecimento e calor, então vai ter de considerar se os seus sistemas de energia e cuidados de saúde estão realmente preparados para um planeta que está a aquecer”, disse Kim Cobb, director do Instituto para o Ambiente e a Sociedade da Universidade de Brown.

No ano passado, registaram-se mais de 200 recordes de temperaturas em cidades ao longo do Japão, o que colocou a rede eléctrica perto da utilização plena e levou mais de 71 mil pessoas para os hospitais por causa de insolações, durante os meses de Maio a Setembro.

Os doentes eram idosos na sua maioria, mas também foram hospitalizadas quantidades significativas de crianças e adultos de meia-idade. Por esta causa morreram 80 pessoas. O tempo mais quente significa também mais humidade, o que acrescenta inundações e deslizes de terra às previsões para o verão, algo a que o Japão tem assistido com uma frequência crescente.

Em busca de soluções

Em 2019, comboios de alta velocidade ficaram parcialmente submersos nas inundações causadas pelo tufão Hagibis. Casas e autoestradas ficaram sob terras, que deslizaram. Túneis inundados retiveram pessoas e carros. As barragens não conseguiram suportar uma chuva surpreendentemente forte e persistente.

A investigação de Hijioka foca-se na gestão de inundações, como o desvio de água dos rios a transbordar para campos de arroz e lagoas para as prevenir.

Para evitar mortes por insolação, há uma proposta de lei vai designar alguns edifícios nas comunidades, como livrarias com ar condicionado, como abrigos. Este tipo de lei ao nível nacional é uma novidade no Japão.

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