UNESCO | Urbanista critica decisão unilateral de construir viaduto Nunu Wu e João Luz - 20 Jul 2025 O urbanista Lam Iek Chit criticou a forma como o Governo decidiu avançar com o viaduto para ligar a Zona A à Zona B dos novos aterros, sem ouvir especialistas e a população. O responsável entende que as preocupações da UNESCO podiam ter sido evitadas, assim como possíveis encargos com compensações se o projecto fosse cancelado A decisão de avançar com um concurso público para construir um viaduto entre as zonas A e B dos novos aterros, sem realizar uma consulta pública nem ouvir alertas para a possibilidade de obstrução ao corredor visual do Farol da Guia, motivou críticas do urbanista Lam Iek Chit. O também membro do Conselho do Património Cultural tem criticado frequentemente a polémica obra e aquilo que considera como “erros consecutivos” do projecto. As suas preocupações acabaram por ser reforçadas depois da divulgação do relatório do o Comité do Património Mundial da UNESCO, que pediu uma avaliação de impacto ambiental abrangente em relação à construção do viaduto, em especial uma parte que poderá violar as restrições de altura em torno do Farol da Guia. O conselheiro acredita que os alertas da UNESCO podiam ter sido evitados se as autoridades não tivessem ignorado a opinião pública e tomado decisões erradas. Além disso, o urbanista teme que a postura do Executivo resulte na obrigação de cancelar o projecto do viaduto, causando perdas desnecessárias para o erário público, nomeadamente devido a possíveis compensações aos adjudicatários do projecto. Sentido único Em declarações ao jornal All About Macau, Lam Iek Chit recordou que o Governo tem argumentado que o viaduto entre Zona A e Zona B não teria de obedecer às regras de protecção do corredor visual do Farol da Guia uma vez que não é edifício, e que a UNESCO pediu detalhes sobre o projecto “antes que fossem tomadas decisões irreversíveis”. O urbanista foi surpreendido pelas conclusões “fortes e directas” da UNESCO, que ultrapassaram as suas expectativas, e que, no seu entender, mostraram uma posição clara em relação ao viaduto no sentido de dar prioridade à protecção da paisagem, em detrimento da finalidade prática da obra. “O Governo não tem outras opções, só pode seguir os pedidos do Comité do Património Mundial da UNESCO,” acrescentou. Para evitar males maiores, Lam Iek Chit defende que o Governo tem de abandonar o projecto do viaduto, antes que as obras avancem. O urbanista lançou ainda críticas ao anterior Governo liderado por Ho Iat Seng por, a determinada altura, ter passado a ignorar a vontade da população, não lançando consultas públicas em relação a várias obras públicas, não só o viaduto entre as zonas A e B.
Finanças | China emitiu 6 mil milhões em dívida através de Macau João Santos Filipe - 20 Jul 2025 O Ministério das Finanças do Governo Central colocou 6 mil milhões de renminbis em dívida no mercado através de Macau, com a taxa de juro a variar entre 1,43 por cento e 1,72 por cento. A maturidade das obrigações varia de um ano até 10 anos O Ministério das Finanças do Governo Central emitiu dívida no valor de 6 mil milhões de renminbis através de Macau. Este era o valor disponível para colocar no mercado obrigacionista institucional, pelo que a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) considerou, através de um comunicado, que a emissão decorreu “com sucesso”. “O Ministério das Finanças da República Popular da China realizou, hoje [ontem], com sucesso, a emissão de obrigações nacionais em Renminbi (RMB) na Região Administrativa Especial de Macau”, foi comunicado. “Por sua vez, a Autoridade Monetária de Macau felicita o sucesso da presente emissão, manifestando o seu agradecimento pelo apoio contínuo do Ministério das Finanças ao desenvolvimento do mercado obrigacionista de Macau”, foi destacado. “A presente emissão foi bem acolhida pelo mercado, tendo registado uma subscrição excessiva”, foi acrescentado. A emissão foi destinada a investidores profissionais, o que significa que não estava disponível no mercado a retalho, acessível a qualquer consumidor. Entre os 6 mil milhões de renminbis, 3 mil milhões de dívida foi emitida com um prazo de dois anos e uma taxa de juro de 1,43 por cento. Houve ainda 2 mil milhões de dívida emitida com um prazo de cinco anos, com uma taxa de juro de 1,55 por cento. A restante dívida, foi colocada no mercado com um prazo de 10 anos e uma taxa de juro de 1,72 por cento. Diversificar a economia No comunicado de ontem, a AMCM considerou que a quarta emissão de dívida consecutiva “reflecte plenamente a importância e o apoio prestado pelo Governo Central para acelerar o desenvolvimento do mercado obrigacionista e de outras novas indústrias financeiras em Macau” e a importância de promover “a diversificação adequada da economia”. Com a emissão, o Ministério das Finanças já se endividou num total de 21 mil milhões de renminbis, através da RAEM: “Esta iniciativa aumentou o valor total de uma única emissão e introduziu pela primeira vez a categoria de obrigações de longo prazo. Até ao presente momento, o volume acumulado das obrigações emitidas pelo Ministério das Finanças em Macau atingiu 21 mil milhões de RMB”, foi indicado. “A emissão contínua de obrigações em RMB em Macau contribuiu para a optimização do mecanismo de emissão regular, a expansão da base de investidores e promoverá o desenvolvimento sustentável do mercado offshore de RMB e do mercado obrigacionista em Macau”, foi apontado.
Arte Macau | Obras de nove artistas internacionais juntas em exposição Hoje Macau - 20 Jul 2025 A Sands China apresenta duas exposições no âmbito da Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau, que vão reunir obras de nove artistas internacionais: “Dopamina: Fonte da Felicidade” e “Para Além da Moldura: Obras-primas Internacionais Contemporâneas”. As mostras são inauguradas no fim do mês A Sands China irá exibir duas exposições, parte da programação da Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau. “Dopamina: Fonte da Felicidade” e a “mostras colateral” “Para Além da Moldura: Obras-primas Internacionais Contemporâneas” são inauguradas no 29 de Julho e vão estar em exibição até 15 de Outubro. “Dopamina: Fonte da Felicidade”, que estará patente no Venetian Macao, irá reunir obras de nove artistas contemporâneos internacionais da Ásia, Europa e Estados Unidos: Craig & Karl, os artistas locais Bibi Lei e Hei Lok, GRAFFLEX, Ilya Milstein, Jun Oson, Jonni Cheatwood e Song Zhou. Prosseguindo a tendência crescente de infantilização estética da arte contemporânea actual da região, as obras reinterpretam personagens conhecidas mundialmente do universo da “Rua Sésamo”, como Elmo, Big Bird e Ernie. A Sand China salienta que “os artistas exploram as vastas possibilidades da arte contemporânea, criando estilos distinto através da fusão da mitologia romana com a arte da dopamina”. Até à Rua Sésamo Produzida pela organização sem fins lucrativos Sesame Workshop, a “Rua Sésamo” tem sido pioneira na televisão infantil há mais de 50 anos, misturando educação e entretenimento para nutrir gerações de mentes jovens. A Sands China convidou nove artistas a reimaginarem o espírito e a ética intemporais da “Rua Sésamo” através de uma lente carregada de dopamina. “Através de cores vivas, imaginação sem limites e um novo modo de interacção entre a arte e o espaço público, a exposição transmite alegria em tons vibrantes, convidando os visitantes a passear e a experimentar naturalmente a felicidade e a ressonância emocional que a arte pode oferecer”, indica a Sands China. Por outro lado A mostra colateral, como a organização designa, “Para Além da Moldura: Obras-primas Internacionais Contemporâneas”, que estará patente na Sand Gallery localizada nas Grand Suites do hotel Four Seasons, é composta por criações de seis artistas da exposição principal: Hei Lok, GRAFFLEX, Ilya Milstein, Jun Oson, Jonni Cheatwood e Song Zhou. A organização salienta que as obras que vão estar expostas na galeria “quebram as estruturas convencionais através de linguagens visuais distintas, empregando diversas vias de expressão, como pintura, escultura, instalação artística e meios mistos”. A Sand Gallery irá apresentar mais de 60 obras-primas clássicas e novas, que “navegam livremente entre a materialidade, o espaço e as narrativas culturais, forjando novas fronteiras artísticas”. Prata da casa Entre os artistas convidados para “Dopamina: Fonte da Felicidade”, destaque para dois criadores locais. Nascida em Macau de ascendência luso-chinesa, Bibi Lei é uma artista contemporânea sediada em Tóquio que tem atraído a atenção internacional pelo seu estilo de pintura caprichoso e de cores vivas. Uma criadora autodidacta, Bibi Lei pinta intuitivamente com os dedos, retratando frequentemente uma personagem recorrente – a “Brave Girl” – que simboliza a inocência e a coragem, viajando por um mundo onírico cheio de esperança e maravilha infantil. Lei tornou-se a primeira e mais jovem artista de Macau a atingir um recorde de vendas na Sotheby’s de Londres, com a sua obra a ser vendida a 193 por cento acima do preço estimado, assinalando um marco significativo para a cena artística de Macau. É também a primeira artista feminina de Macau a expor durante a Semana de Arte de Basileia na Art Miami. Desde 2022, a sua carreira tem crescido rapidamente, atraindo a atenção de coleccionadores do Japão, Europa e Ásia. Em apenas dois anos, expôs em Nova Iorque, Paris, Londres, Los Angeles, Dubai, Tóquio, Seul e Hong Kong, estabelecendo-se como uma das artistas emergentes mais promissoras da Ásia. Hei Lok, nascido no seio de uma família artística conhecida em Macau, é um artista proeminente, curador e defensor da cultura. As suas obras de arte centram-se na cultura local e na vida quotidiana de Macau, caracterizando-se por uma técnica delicada e uma expressão emocional rica. Expôs em Macau, Hong Kong e Portugal, demonstrando um forte sentido de identidade cultural. Como Presidente da Sociedade de Artistas de Macau e membro do Conselho da Associação de Artistas da China por dois mandatos, há muito que se dedica a promover o intercâmbio artístico e cultural entre Macau e o Tibete, dando continuidade ao legado do seu pai na cooperação inter-regional. Para além da criação artística, Lok dedica-se também à educação artística, dando início à campanha de arte juvenil “Rainbow Road” que o fim de levar inspiração criativa a comunidades de minorias étnicas em zonas rurais.
Lamborghini | Charles Leong regressa à academia de jovens pilotos Sérgio Fonseca - 20 Jul 2025 A Lamborghini Squadra Corse, a divisão de competição da Automobili Lamborghini, irá dar uma nova oportunidade ao piloto de Macau Charles Leong Hon Chio, que foi novamente seleccionado para integrar a academia de jovens pilotos da prestigiada marca italiana, o “Young Driver Program” Charles Leong, que participa pelo segundo ano consecutivo no Lamborghini Super Trofeo Asia, pela equipa SJM Theodore Racing, lidera actualmente a categoria PRO, com quatro vitórias em seis corridas já disputadas. Este fim-de-semana, o piloto do território viaja até à Coreia do Sul para disputar a quarta prova da temporada da competição monomarca asiática do construtor de Sant’Agata Bolognese, uma pequena localidade na região da Emília-Romanha, no norte de Itália, entre Modena e Bolonha. Em comunicado, a marca transalpina fez saber que, ao todo, foram pré-seleccionados dezasseis pilotos dos vários campeonatos Super Trofeo e cinco dos vários campeonatos internacionais de GT3, entre eles o português Rodrigo Testa, para o programa anual da Lamborghini Squadra Corse, que se concentra tanto no desempenho em pista como fora dela. Os vinte e um jovens pilotos serão acompanhados e avaliados ao longo da temporada, com análises específicas da sua progressão, consistência, experiência, profissionalismo e capacidade de fornecer feedback técnico. Além disso, cinco pilotos adicionais integram a lista de Jovens Pilotos Profissionais da Lamborghini, recebendo apoio directo da fábrica em Sant’Agata Bolognese e da Scuola Federale ACI Sport, uma entidade gerida pela federação italiana. A grande novidade para a edição de 2025 do “Young Driver Program” é o processo de selecção: deixou de assentar apenas em critérios etários, passando a focar-se nos pilotos mais impressionantes das duas primeiras rondas do ano, com base num coeficiente de classificação que abrange os três campeonatos continentais. Os pilotos foram avaliados pelo instrutor-chefe da Scuola Federale ACI Sport, Niki Cadei, em colaboração com os consultores do YDP e os pilotos oficiais da Lamborghini, Andrea Caldarelli (América do Norte), que já competiu no Grande Prémio de Macau, e Marco Mapelli (Europa e Ásia), tendo em conta vários indicadores de desempenho. Os resultados dos treinos de qualificação e das corridas são analisados minuciosamente, tal como a conduta em pista, os relatórios pós-fim-de-semana dos pilotos e o feedback técnico fornecido aos engenheiros e à equipa técnica da Squadra Corse. A pontuação média determina a lista final de pilotos seleccionados para a fase decisiva. Um grupo destes jovens pilotos participará num campo de treino dedicado, na sede da Lamborghini em Sant’Agata Bolognese, bem como na sessão final de selecção em Misano. Os melhores da sessão receberão então apoio da Lamborghini Squadra Corse para a temporada de 2026. Futuro joga-se em Itália Entre os pilotos do Super Trofeo Junior, dez competem na série europeia, enquanto os restantes provêm dos campeonatos norte-americano e asiático. Para além do piloto de 24 anos de Macau, na representação asiática, a Lamborghini escolheu também Ethan Brown, de Singapura, e Alex Denning, da Irlanda, que este ano divide o volante com Charles Leong, para integrar este programa. Charles Leong será avaliado ao longo da temporada, e a selecção final — sobre se integrará ou não o programa de Jovens Pilotos Profissionais da Lamborghini — será feita no mês de Novembro, no circuito italiano de Misano, após o tradicional encerramento da temporada dos vários Super Trofeo, durante as Finais Mundiais da Lamborghini. Recorde-se que o vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 4, em 2020 e 2021, integrou este programa no ano passado, mas acabou por não ser seleccionado. Na altura, a avaliação final teve lugar no Circuito de Jerez, em Espanha — um traçado que lhe era desconhecido, ao contrário dos seus adversários.
Veículos eléctricos | Pequim promete combater “concorrência irracional” no sector Hoje Macau - 20 Jul 2025 O Governo chinês quer pôr ordem no sector através do reforço do controlo sobre os preços e as regras da concorrência As autoridades da China prometeram ontem reforçar a regulação do mercado para travar a “concorrência irracional” no sector dos veículos eléctricos, mergulhado numa prolongada guerra de preços entre fabricantes. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, apelou ao “desenvolvimento de alta qualidade” do sector e à necessidade de “combater a concorrência irracional”, durante uma reunião do Conselho de Estado (o Executivo chinês). Segundo um resumo do encontro, divulgado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua, as medidas previstas incluem “maior regulação da ordem do mercado”, reforço da monitorização de custos e preços e aperfeiçoamento dos mecanismos de concorrência de longo prazo, sem que fossem especificadas acções concretas. Caminho anunciado No início do ano, o secretário-geral da Associação Chinesa de Carros de Passageiros, Cui Dongshu, já tinha antecipado que a guerra de preços no sector automóvel chinês se manteria em 2025, num contexto de “concorrência extremamente feroz”. Nos meses seguintes, marcas locais e internacionais – como a Tesla ou a ‘joint venture’ entre a chinesa GAC e a japonesa Toyota – lançaram campanhas com pagamentos sem juros, reduções nas entradas ou cortes nos preços de alguns modelos. Em Maio, a líder mundial em vendas de eléctricos, a chinesa BYD, anunciou descontos de até 34 por cento em cerca de 20 modelos, decisão que analistas consideraram um sinal das crescentes dificuldades do mercado. Segundo a agência de notícias financeiras Bloomberg, as autoridades chinesas terão convocado em Junho os dirigentes das principais fabricantes para pedir autorregulação e o fim da prática de vender carros abaixo do custo ou com descontos descritos como irracionais. Face à fraca procura interna, causada pela desaceleração económica e pela incerteza, várias empresas chinesas têm procurado expandir-se no exterior, o que motivou o aumento do escrutínio por parte dos Estados Unidos e da União Europeia e a imposição de novas tarifas alfandegárias.
Óbito | Morre aos 114 anos indiano considerado o maratonista mais velho do mundo Hoje Macau - 17 Jul 2025 O homem considerado o maratonista mais velho do planeta, o indiano Fauja Singh, morreu aos 114 anos na Índia, atropelado por um carro, anunciou terça-feira o seu biógrafo. Apelidado de ‘Tornado de Turbante’, este indiano foi atingido por um veículo enquanto atravessava na segunda-feira uma rua na sua terra natal, no distrito de Jalandhar, no Estado de Punjab, no noroeste do país, adiantou Khushwant Singh na sua conta na rede social X. “O meu ‘Tornado de Turbante’ já não existe, descansa em paz, meu querido Fauja”, destacou Khushwant Singh. O clube de atletismo e instituição de caridade, ‘Sikhs in the City’, com sede em Londres, confirmou a sua morte, acrescentando que após o acidente foi transportado para o hospital, onde morreu. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, prestou homenagem a Singh, realçando que foi “extraordinário pela sua personalidade única e pela forma como inspirou os jovens da Índia num tema tão importante: o fitness”. Fauja Singh nunca conseguiu apresentar uma certidão de nascimento, mas a sua família afirma que nasceu em 01 de Abril de 1911, quando a Índia ainda fazia parte do império britânico. Ganhou notoriedade ao começar a correr maratonas aos 89 anos, inspirado pelas transmissões televisivas. Conhecido em todo o mundo, o homem com uma farta barba e de turbante carregou a chama olímpica em 2004 e 2012. Fauja Singh correu a distância de 42,195 quilómetros pela última vez em 2013, em Hong Kong, quando tinha 101 anos. De acordo com os relatos, extraía a sua energia e vitalidade através do consumo regular de ‘laddu’, um doce local, e de leite coalhado.
Espionagem | Pequim diz que julgamento de japonês foi de acordo com a lei Hoje Macau - 17 Jul 2025 O Governo chinês defendeu ontem a condenação de um cidadão japonês a três anos e meio de prisão por alegado envolvimento em actividades de espionagem, assegurando que o processo foi conduzido “de acordo com a lei”. “As autoridades judiciais da China tratam os casos com estrito respeito pela legislação, garantindo os direitos e interesses legítimos das partes envolvidas. Em conformidade com as convenções internacionais e com o acordo consular entre a China e o Japão, facilitámos o trabalho consular da parte japonesa”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Lin Jian, em conferência de imprensa. O porta-voz sublinhou ainda que a China “sempre apoiou a cooperação económica e comercial com o Japão” e assegurou ter proporcionado “um ambiente favorável ao trabalho legal das empresas e cidadãos japoneses no país”. “Damos as boas-vindas às empresas estrangeiras que queiram desenvolver cooperação económica e comercial na China. Desde que os cidadãos estrangeiros cumpram a lei e ajam conforme a legislação, não há motivo para preocupações”, acrescentou. As autoridades chinesas ainda não tinham confirmado oficialmente a condenação, noticiada ontem pelo embaixador do Japão em Pequim, Kenji Kanasugi, após o julgamento. “O cidadão japonês foi condenado a três anos e meio de prisão por suspeita de espionagem. Consideramos esta sentença extremamente lamentável”, declarou o diplomata, citado pela imprensa japonesa. Segundo a televisão pública NHK, Kanasugi garantiu que o Governo nipónico continuará a pressionar por várias vias para que o cidadão seja libertado “o mais rapidamente possível” e prestará “todo o apoio necessário”. O caso remonta a Março de 2023, quando o homem, funcionário da farmacêutica japonesa Astellas Pharma, foi detido pelas autoridades chinesas quando se preparava para regressar ao Japão. O suspeito foi acusado de violar leis de contraespionagem, mas poucos detalhes foram tornados públicos.
Wang Yi chinês enaltece mundo cada vez mais multipolar Hoje Macau - 17 Jul 2025 O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, saudou ontem o avanço de um “mundo multipolar” e o “aprofundamento da globalização”, num momento de “turbulência” internacional. Durante a reunião de chefes da diplomacia dos países membros da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), realizada na cidade chinesa de Tianjin, Wang apelou para um “maior consenso” entre os Estados-membros da OCX face ao “avanço do proteccionismo” e à intensificação dos “conflitos regionais”, segundo um comunicado divulgado pela diplomacia chinesa. O ministro chinês alertou para um contexto de segurança internacional “complexo e grave”, marcado pelo “surgimento constante de novas ameaças e desafios”. Wang condenou ainda os recentes ataques israelitas contra o Irão – país membro da OCX – que classificou como uma “violação da soberania” iraniana. Num apelo à “boa vizinhança” entre os membros da organização, Wang Yi recordou que a OCX inclui países com relações tensas, como a Índia e o Paquistão, que em Maio trocaram ataques aéreos, provocando dezenas de mortos. “A OCX deve aproveitar o 80.º aniversário da fundação das Nações Unidas como uma oportunidade para defender um mundo multipolar, equitativo e ordenado, bem como uma globalização económica inclusiva”, acrescentou o ministro, sublinhando a necessidade de construir um “sistema de governação global mais justo e racional”. A China exerce actualmente a presidência rotativa da OCX, frequentemente apelidada de “NATO asiática”. Wang anunciou que a cimeira anual da organização terá lugar entre 31 de Agosto e 01 de Setembro deste ano. Todos juntos Paralelamente à reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros, o Presidente chinês, Xi Jinping, recebeu os responsáveis diplomáticos da OCX em Pequim, apelando a um reforço dos “mecanismos de resposta” às “ameaças e desafios de segurança globais”. “Devemos unir esforços e liderar o Sul Global para promover a criação de um sistema de governação internacional mais justo e razoável”, afirmou Xi, citado pela imprensa oficial. A OCX é composta por China, Rússia, Índia, Irão, Paquistão, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguizistão, Tajiquistão e Uzbequistão, representando o maior bloco regional do mundo em termos de população e extensão geográfica — cerca de 40 por cento da população mundial. Embora os seus membros insistam que não se trata de uma aliança militar, e que o seu objectivo é proteger os Estados membros contra ameaças como o terrorismo, o extremismo e o separatismo, analistas consideram que a OCX funciona, de facto, como um contrapeso estratégico à NATO.
Air India | Retomadas parte das rotas internacionais Hoje Macau - 17 Jul 202517 Jul 2025 Após o acidente que fez 260 vítimas mortais e deixou apenas um sobrevivente, a companhia aérea indiana volta a usar rotas cortadas para a Europa, Estados Unidos e Ásia Pacífico A companhia aérea Air India anunciou a retoma parcial das rotas internacionais suspensas após o acidente do voo AI171, que deixou 260 mortos em Junho, ao cair segundos após descolar da cidade indiana de Ahmedabad. A Air India anunciou “a reposição parcial dos horários reduzidos ao abrigo da sua ‘Pausa de Segurança’, adoptada após o trágico acidente do AI171 em 12 de Junho de 2025”, informou a transportadora num comunicado divulgado na terça-feira à noite. A companhia prevê reiniciar parte das ligações internacionais a partir de 01 de Agosto, com o objectivo de restaurar completamente a sua rede até 01 de Outubro. Entre as mudanças, destaca-se a operação de três voos semanais entre Ahmedabad e o aeroporto de Londres-Heathrow, entre 01 de Agosto e 30 de Setembro, em substituição das cinco ligações anteriores para Gatwick – rota onde ocorreu o acidente. Durante este período de pausa, a companhia realizou inspecções adicionais aos seus aviões Boeing 787 e ajustou as operações face ao encerramento do espaço aéreo sobre o Paquistão e o Médio Oriente. Viagem trágica O acidente envolveu um Boeing 787 Dreamliner com destino a Londres, que perdeu potência pouco depois da descolagem em Ahmedabad e se despenhou, provocando a morte de 241 das 242 pessoas a bordo, além de 19 vítimas em terra. Na sequência do desastre, a Air India reduziu várias rotas internacionais, incluindo frequências para a Europa, Estados Unidos e Ásia Pacífico. Numa nota interna dirigida aos funcionários na segunda-feira, o presidente executivo da companhia, Campbell Wilson, apelou à cautela e à rejeição de “conclusões prematuras”, assegurando que a investigação inicial “confirma que não houve problemas com o combustível, manutenção ou falhas técnicas ou mecânicas”. A mensagem ajudou a acalmar os mercados e parceiros estratégicos como a Boeing, cujas acções subiram após a divulgação do relatório preliminar, que não apontava para defeitos de conceção. Segundo a Autoridade de Investigação de Acidentes Aéreos (AAIB), todas as manutenções obrigatórias estavam em dia, embora tenha sido identificado que a Air India não realizou inspecções recomendadas em 2018 pela agência de aviação dos EUA (FAA) ao mecanismo de corte de combustível – sistema que terá falhado após a descolagem. A empresa-mãe da companhia, o conglomerado Tata, está a tentar conter os danos reputacionais enquanto decorre a investigação oficial, cujo relatório final está previsto no prazo de um ano.
China/ Irão | MNE chinês garante apoio ao país em encontro com homólogo iraniano Hoje Macau - 17 Jul 2025 Os chefes das diplomacias chinesa e iraniana encontraram-se à margem da reunião da Organização de Cooperação de Xangai. Pequim voltou a manifestar todo o seu apoio a Teerão em defesa da sua dignidade O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, assegurou ontem ao seu homólogo iraniano, Abás Araqchí, que Pequim continuará a apoiar Teerão na defesa da sua “soberania e dignidade nacionais”. O encontro decorreu ontem na cidade chinesa de Tianjin, à margem da reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), segundo comunicado divulgado pela diplomacia chinesa. “China e Irão mantêm relações diplomáticas há mais de meio século, tendo resistido às vicissitudes internacionais com um desenvolvimento estável e saudável”, afirmou Wang Yi, acrescentando que, como parceiro estratégico integral, a China “continuará a apoiar o Irão na defesa dos seus direitos e interesses, através do diálogo”. O chefe da diplomacia chinesa manifestou ainda disponibilidade para “aprofundar a confiança mútua, reforçar a cooperação, expandir os intercâmbios e promover o desenvolvimento estável e de longo prazo” das relações bilaterais. Araqchí agradeceu o “valioso apoio” de Pequim, sublinhando que “a vontade do Irão de desenvolver as relações com a China é ainda mais firme”. “A parceria estratégica integral entre o Irão e a China tem grande potencial e amplas perspectivas”, acrescentou o ministro iraniano. Sobre a questão nuclear, Araqchí reiterou que o Irão “não desenvolve armas nucleares”, mas também “não renuncia ao seu legítimo direito ao uso pacífico da energia nuclear”. “Estamos dispostos a retomar negociações e consultas com todas as partes o mais brevemente possível, desde que exista respeito mútuo, com vista a uma solução política”, afirmou. Via do diálogo Wang Yi reiterou que a China “opõe-se ao uso da força ou à ameaça do uso da força” e defendeu que “as diferenças devem ser resolvidas através do diálogo e da consulta”. “Damos importância ao compromisso do Irão de não desenvolver armas nucleares e respeitamos o seu direito ao uso pacífico da energia nuclear. Apreciamos os esforços iranianos para alcançar a paz por meios diplomáticos”, afirmou o ministro chinês, assegurando que Pequim continuará “a desempenhar um papel construtivo na solução da questão nuclear e na promoção da estabilidade no Médio Oriente”. O encontro entre Wang e Araqchí ocorre após um conflito de 12 dias entre o Irão e Israel, iniciado a 13 de Junho com uma ofensiva israelita contra alvos iranianos. A acção foi na altura condenada pelos membros da OCX, incluindo a China e a Rússia, aliados estratégicos de Teerão.
Encontro | Jantar reuniu mais de 100 ex-militares recrutados em Macau João Santos Filipe - 17 Jul 2025 Mais de 100 militares recrutados em Macau por Portugal estiveram reunidos num jantar da Doca dos Pescadores para recordar os tempos “alegres” na tropa Cerca de 100 antigos militares recrutados em Macau entre 1936 e 1975 estiveram reunidos na terça-feira à noite num jantar de confraternização que decorreu na Doca dos Pescadores. O segundo evento no espaço de cinco anos teve como objectivo reunir colegas, matar saudades de outros tempos, contou com discursos por videoconferência e até um momento para se cantar o hino de Portugal. Um dos presentes no evento foi Mário Lemos, de 86 anos, e por ser o recruta mais antigo na cerimónia, do ano de 1959, teve direito a sentar-se na mesa de honra da comissão organizadora, liderada por Francisco Manhão. Da tropa, Lemos recorda outros tempos, mais agitados: “A tropa foi uma aventura de juventude, onde passei um ano e meio. A recruta foram seis meses e depois passei para assumir funções na secretaria do quartel general”, recordou. “Eu fazia praticamente tudo, porque tinha concluído o segundo ciclo, fiz muitas coisas diferentes. Também fazia tradução porque vinham pessoas de Portugal e não dominavam a língua chinesa. Servi muitas vezes de ligação com a rapaziada de Portugal. Na altura havia muita gente de etnia chinesa e muitos deles não falavam português”, contou. O domínio do cantonês levou também a que muitas vezes Mário Lemos tivesse de lidar com as queixas da população face ao comportamento de alguns tropas, embora realce que não eram coisas muito frequentes. “Às vezes até havia problemas lá fora, as pessoas vinham fazer queixa e eu servia de tradutor para resolver os assuntos. Para mim foi um tempo muito animado”, indicou. “Mas não havia muitas queixas. Eram coisas de juventude”, considerou. E entre as queixas, não era incomum que a população se queixasse do assédio dos militares a algumas raparigas mais jovens. O ex-militar admitiu ter saudades dos tempos da tropa e mostra a cédula militar com orgulho, onde consta um louvor recebido no final do tempo servido no exército: “No final da tropa eu recebi um louvor do Chefe de Estado Maior no Comando Militar em Macau. Não era fácil”, relatou. “Eu fiquei muito orgulhoso”, confessou. Os tempos mais agitados como militar contrastam com aposentação. Após mais de 30 anos na Função Pública, Lemos viveu no Canadá, durante 12 anos, antes de regressar a Macau. Agora a vida é mais calma. “Eu sou uma pessoa que fica sempre muito em casa, não tenho muita vida social”, reconheceu. Ainda assim admitiu gostar do ambiente deste tipo de jantares. Vestido a rigor José Madeira, aos 73 anos, foi recrutado em 1974 em Macau, onde nasceu e vive. Actualmente, encontra-se reformado, depois de uma carreira da Função Pública, e aproveitou o convívio para rever alguns amigos e meter a conversa em dia. “Foi uma boa ocasião para estar com os amigos. Conheço as pessoas quase todas, porque a maioria são macaenses, Macau é uma terra pequena e conhecemo-nos quase todos. É fácil”, contou Madeira, vestido com a camisola alternativa da selecção nacional de futebol. “Para mim não é uma questão de não ver as pessoas, eu vejo regularmente estes amigos, porque temos grupos e encontramo-nos regularmos”, explicou. No entanto, o jantar dos ex-recrutas não deixa de ser diferente, reconhece o macaense, até porque acaba por fazer com que as conversas girem mais à volta dos tempos passados na tropa. “Neste jantar acabamos por recordar mais os nossos tempos de juventude e na tropa”, considerou. Durante o período no exército, José Madeira desempenhou as funções de enfermeiro. “Não tinha muito muito trabalho, normalmente lidava com consultas diárias de rotina”, recordou. Os casos mais comuns implicavam alergias, principalmente entre os militares que vinham de Portugal. “Os militares metropolitanos geralmente não se adaptavam à humidade e a maioria deles sofria de alergias da pele”, lembrou. Sobre a experiência na tropa, o macaense recorda “um período de convívio”, de “amizade”, “solidariedade” e “de trabalho em equipa”. A recruta foi o período mais complicado, porque numa Macau em que o Inverno era mais rigoroso, era necessário entrar dentro do mar nas praias, sem a possibilidade dos militares tomarem banho se lavarem ou secarem, de forma a aprenderem a lidar com as adversidades do combate. Caminhos obrigatórios Recrutado em 1970, Mário Sin, com 75 anos, recorda dos tempos da recruta o impacto causado pelo frio de Inverno. “O clima era um pouco diferente, quando chegava a Janeiro era muito frio. Agora não, o tempo está sempre mais quente”, lembrou. “Por isso, a malta sofria quando entrava na recruta, porque estávamos no Inverno”, atirou. No entanto, mesmo que não houvesse vontade, Sin apontou que a recruta era obrigatória, e sem o cumprimento do serviço militar as oportunidades profissionais ficavam muito limitadas: “Na altura não tínhamos alternativa, tínhamos de cumprir o serviço militar. Sem o cumprimento do serviço militar não era possível trabalhar, não se podia concorrer para a Função Pública, e também não éramos aceites em outros trabalhos”, justificou. Contudo, Sin admite que os tempos como militares foram muitos felizes: “A malta gozava um pouco com aquilo, todos os dias eram muito alegres. Mas havia exercícios muito puxados, aliás os exercícios eram sempre puxados. Só que como a malta vinha da escola tinha boa energia para lidar com aquilo. Havia boa genica”, explicou. “Se fosse agora é que não havia força”, acrescentou a rir-se. Para Mário Sin o jantar foi mais uma oportunidade de conviver com vários colegas, com quem admitiu encontrar-se regularmente.
Rússia | Kremlin pede aos EUA que pressionem Kiev para nova ronda negocial Hoje Macau - 17 Jul 2025 O Kremlin pediu ontem aos Estados Unidos para pressionarem a Ucrânia a aceitar realizar uma terceira ronda de negociações, em Istambul. “O principal são os esforços de mediação dos Estados Unidos, do Presidente Donald Trump e da sua equipa. Foram feitas muitas declarações com muitas palavras sobre decepção, mas esperamos que, ao mesmo tempo, seja exercida pressão sobre a parte ucraniana”, declarou o porta-voz presidencial, Dmitri Peskov, à imprensa local. Peskov, por outro lado, acusou a União Europeia (UE) de se militarizar e de “gastar grandes somas de dinheiro para comprar armas para continuar a instigar a continuação da guerra”. “É difícil prever qualquer coisa diante desse estado de impertinência emocional”, acrescentou. Paralelamente, comentou que a decisão de Trump de vender armas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) tendo como destino final a Ucrânia não lhe parece uma novidade, mas uma política que se prolonga no tempo. “É um negócio”, argumentou, pelo qual “alguns europeus pagarão agora”. Peskov admitiu que a questão do envio de armas é um tema que Moscovo acompanha de perto. Na segunda-feira, Trump deu à Rússia um prazo de 50 dias para chegar a um acordo com a Ucrânia, caso contrário os Estados Unidos tomarão medidas de retaliação, como a imposição de tarifas, que também poderão afectar os principais importadores de petróleo russo: China e Índia.
Espanha | Extremistas de direita perseguiram jornalistas em Torre Pacheco Hoje Macau - 17 Jul 2025 Cerca de uma centena de elementos da extrema-direita perseguiram e insultaram jornalistas, durante a manifestação na terça-feira à noite junto da câmara de Torre Pacheco, na região espanhola de Múrcia, que foi acompanhada pelas forças de segurança. Os insultos, segundo a agência Efe, foram particularmente intensos contra Esther Yáñez, jornalista da estação TVE, que teve de ser escoltada pela Guarda Civil, durante a manifestação contra a agressão a um residente da cidade espanhola, alegadamente por três jovens do Magrebe. Os membros das forças de segurança presentes tiveram de pedir a Yáñez que parasse de fazer reportagens para não incitar a multidão a continuar o assédio, enquanto alguns jornalistas tiveram de retirar as esponjas dos microfones para que não ficasse claro qual o meio de comunicação social que representavam, por medo de represálias. Embora fontes próximas das forças armadas citadas pela Efe tenham inicialmente indicado que os polícias estavam a incentivar os participantes a abandonar o local, onde se concentraram dezenas de pessoas sob o lema “Só o povo salva o povo”, o protesto acabou por juntar cerca de 100 pessoas. Por volta das 22:00 de terça-feira, não se registava qualquer movimento no bairro predominantemente habitado por magrebinos, a cerca de 10 minutos a pé do centro e que estava protegido por numerosos polícias de choque das forças armadas, ainda de acordo com a agência de notícias espanhola. Caça ao imigrante O protesto aumentou a presença de agentes da Guarda Civil neste dia, com mais de 100 elementos de grupos especiais, na expectativa de mais uma noite de tumultos, semelhante aos dos últimos dias. As forças de segurança espanholas já tinham divulgado na terça-feira que o número de em Torre Pacheco, na sequência de distúrbios desencadeados por mobilizações contra imigrantes subiu para 13, após mais três detenções na última madrugada. Os distúrbios e os confrontos entre grupos alegadamente de extrema-direita e residentes em Torre Pacheco, onde 30 por cento da população de 40 mil pessoas é imigrante ou de origem estrangeira, ocorreram nas últimas quatro noites e surgiram após um homem de 68 anos da localidade ter sido agredido por jovens sem razão aparente, segundo contou a própria vítima, na quinta-feira passada, a meios de comunicação social. Segundo as autoridades, três dos 13 detidos nos últimos dias estão relacionados com esta agressão e os restantes são suspeitas de crimes de ódio, agressões e desordem pública.
Associações tradicionais apoiam exclusões Hoje Macau - 17 Jul 202517 Jul 2025 A reacção das associações tradicionais às desqualificações de duas listas para as próximas eleições legislativas não se fez esperar, seja através de comunicados ou declarações ao jornal Ou Mun, alinhando-se com a posição do Governo e do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM. Lao Nga Wong aplaudiu a justiça e legitimidade da decisão da Comissão dos Assuntos Eleitorais para a Assembleia Legislativa (CAEAL) e defendeu que as desqualificações foram necessárias para impedir a entrada de “mentirosos que dizem amar a pátria e Macau” na “estrutura governativa”. O membro do Comité Permanente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, e presidente Associação Geral dos Chineses Ultramarinos de Macau, referiu que a exclusão de candidatos elimina riscos para os interesses do país de Macau. Por sua vez, a presidente da Associação Geral das Mulheres de Macau, Lau Kam Ling, argumentou que os deputados têm de ser “patriotas sinceros”, sob pena de prejudicar os interesses, soberania e segurança nacional, bem como a prosperidade e estabilidade de Macau. Os deputados Chui Sai Peng e Chui Sai Cheong elogiaram que a verificação da capacidade dos candidatos que afastou o seu colega de hemiciclo Ron Lam, por garantir a estabilidade política e a segurança do regime de Macau. Já a presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, Ng Siu Lai, afirmou que este tipo de verificação de capacidade de candidatos é prática comum em todo o mundo, incluindo Hong Kong. Também a presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau, Ho Sut Heng, aplaudiu o trabalho da Comissão de Defesa da Segurança do Estado, porque assegura a governação controlada exclusivamente por patriotas.
Eleições | Candidatos desqualificados vincam lealdade à RAEM e ao país Hoje Macau - 17 Jul 202517 Jul 2025 No rescaldo das desqualificações das duas listas às legislativas, os candidatos vetados sublinham o seu amor à pátria e a Macau e lealdade à RAEM. Ron Lam acredita que “o sol vem sempre depois da tempestade” Os candidatos vetados pela Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEL), que assim lhes nega o direito de participarem nas eleições para a Assembleia Legislativa, respondem com vozes diversas à sua exclusão, mas todos sublinham o mesmo ponto: o indefectível amor a Macau e à Pátria. Um dos afectados, o deputado Ron Lam da lista Sinergia de Macau, admitiu que a sua exclusão “foi muito repentina”. Contudo, Lam mantem-se optimista: “Estou de consciência tranquila. A minha intenção inicial para Macau não se irá alterar. Acredito que o sol vem sempre depois da tempestade”, acrescentou. Já Johnson Ian, também da lista Sinergia de Macau, começou por seguir linha já anteriormente apresentada Ron Lam ou seja, que a notícia da sua desqualificação caiu como uma surpresa. Ian começou por caracterizar de “repentina” a novidade e revelou ter tomado conhecimento do facto através da conferência de imprensa da CAEAL. No entanto, por ter sido agora desqualificado, tal não significa que Ian altere a sua percepção do trabalho feito. “Olhando para os anos que ficaram para trás, independentemente do assunto ou da posição que tomei, nunca me desviei da intenção original de servir a sociedade de Macau. Sempre senti que Macau poderia melhorar e esse sentimento tornou-se central nos meus objectivos. Todo o meu trabalho foi em prol do país e de Macau”, indicou o candidato excluído. Johnson Ian assumiu ainda que o seu percurso não foi feito só de sucesso, mas que está de consciência tranquila. Após agradecer à equipa da Sinergia de Macau e aos residentes pelo apoio demonstrado após a desqualificação, Johnson Ian pediu um momento para reflectir sobre o que se afigura no futuro. “Mas vou continuar a amar Macau, serei sempre a pessoa que vocês conhecem”, vincou. Ambientalista “sem palavras” “Que anedota! A última esperança nesta pequena cidade morreu, nunca desejei ser deputado, mas apenas ajudar um membro da Assembleia Legislativa que queria dar voz à população, não esperava que esta cidade, que costumava ser multicultural e inclusiva, degenerasse numa ‘ditadura’”. Foi desta forma que o ambientalista Joe Chan, que era o quinto candidato da lista desqualificada liderada por Ron Lam, reagiu ontem à decisão da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL). Logo após o anúncio de que a lista lideradas por Ron Lam tinham sido excluída, após o escrutínio político da Comissão de Defesa da Segurança do Estado, Joe Chan mostrou-se “sem palavras”. “Aprendi hoje que, pelos vistos, não apoio a Lei Básica. Acho que está na hora de lutar por algo que valha mais a pena. Estou sem palavras, fui silenciosamente desqualificado”, afirmou nas redes sociais. Segurança impõe silêncio Entretanto, o comentador político Sonny Lo Shiu-Hing disse ontem à Lusa que com a desqualificação de 12 candidatos a deputados em Macau, por falta de patriotismo, prevê-se no futuro um parlamento com “muitos mais leais do que opositores”. A desqualificação de 12 deputados, anunciada na terça-feira pela Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), “significa que os deputados têm de ser mais politicamente correctos e espera-se que haja muitos mais leais do que opositores”, avaliou Sonny Lo Shiu-Hing. “As alterações às regras e regulamentos dos deputados parecem apontar nessa direcção”, acrescentou. Sonny Lo referia-se à aprovação, há uma semana, na Assembleia Legislativa (AL) de alterações às leis do Estatuto dos Deputados e ao normativo do regimento parlamentar, que reforçam os poderes do presidente da assembleia e plasmam nos documentos legal o princípio “Macau governado por patriotas” e da Lei de Defesa da Segurança do Estado. A comissão eleitoral de Macau disse, na terça-feira, que a Comissão da Defesa da Segurança do Estado (CDSE) excluiu, por falta de patriotismo, duas listas candidatas às eleições para a AL. O presidente da CAEAL explicou que 12 candidatos das duas listas “não defendem a Lei Básica e são fiéis à Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China”. A exclusão abrange seis candidatos da lista Força da Livelihood Popular em Macau, liderada pelo assistente social Alberto Wong, que concorria pela primeira vez à AL. A outra lista é a Poder da Sinergia, liderada pelo actual deputado Ron Lam U Tou, que, nas últimas eleições, em 2021, tinha sido a sétima mais votada, com 8.764 votos. Seng Ioi Man garantiu que os pareceres vinculativos da CDSE, dos quais não é possível recorrer, “têm um fundamento legal claro e suficiente” e foram elaborados “tendo em conta os factos”. No entanto, o juiz recusou-se a revelar os factos que levaram à exclusão, defendendo que “os trabalhos e documentos da Comissão da Defesa da Segurança do Estado são confidenciais”. Todos por um “Não sabemos realmente os motivos, pois a lei eleitoral e a lei de segurança nacional incluem uma série de motivos possíveis”, declarou Sonny Lo à Lusa. Na terça-feira, o presidente da CAEAL garantira que os pareceres vinculativos da CDSE, dos quais não é possível recorrer, “têm um fundamento legal claro e suficiente” e foram elaborados “tendo em conta os factos”. No entanto, o juiz recusou-se a revelar os factos que levaram à exclusão, defendendo que “os trabalhos e documentos da Comissão da Defesa da Segurança do Estado são confidenciais”. A divulgação destes “pode representar certos riscos para a segurança nacional, não devendo nem podendo ser publicado o seu conteúdo”, acrescentou. Pouco depois do anúncio da comissão eleitoral, a CDSE sublinhou, num comunicado, que quando um candidato é excluído por falta de patriotismo, todos os outros candidatos da mesma linha são também afastados. O Governo demonstrou, num outro comunicado, “forte apoio” à decisão da CDSE, que descreveu como “uma medida correcta para a plena implementação do princípio fundamental ‘Macau governado por patriotas'”. Assim, vão concorrer às eleições de 14 de setembro, seis listas pelo sufrágio direto, menos oito do que em 2021. Trinta e três deputados integram a AL, sendo que 14 são eleitos por sufrágio directo, 12 por sufrágio indirecto, através de associações, e sete são nomeados posteriormente pelo Chefe do Executivo.
Crime | Dona de restaurante detida por promover empregos falsos Hoje Macau - 17 Jul 2025 Uma residente com nacionalidade filipina dona de um restaurante japonês na zona de Horta e Costa foi detida por burlar 26 compatriotas, com a oferta de emprego. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, a suspeita burlou as vítimas num total de 500 mil patacas, com o pretexto de lhes arranjar uma autorização de trabalho em Macau, o conhecido blue card. No entanto, a investigação da Polícia Judiciária (PJ) apurou que o restaurante não tinha quotas para empregar mais trabalhadores não residentes, nem a suspeita apresentou qualquer pedido de novas autorizações. A PJ recebeu várias denúncias de burlas no mês passado. As vítimas conheceram a alegada burlona através das redes sociais e também através da apresentação por outros cidadãos das Filipinas. Por cada autorização de residência, as vítimas aceitaram pagar entre 14 mil a 22 mil patacas. Depois de receber o dinheiro, a suspeita passou um recibo e prometeu o blue card aos compatriotas a ser emitido no espaço de dois meses. No entanto, as vítimas começaram a desconfiar depois da suspeita ter adiado continuamente a entrega do bluecard e ter recusado devolver o dinheiro recebido. Após ser detida, a suspeita confessou a os crimes de burla e confessou que o dinheiro foi gasto com as despesas do restaurante.
SMG | Tufão leva autoridades a alertarem para calor intenso Hoje Macau - 17 Jul 202517 Jul 2025 Os Serviços de Meteorológicos e Geofísicos (SMG) prevêem a formação de uma Tempestade Tropical que deverá entrar no Mar do Sul da China durante o fim-de-semana e que depois poderá afectar o território, embora a trajectória seja ainda incerta. “Prevê-se que uma perturbação tropical no Oceano Pacífico Noroeste se aproxime da ilha de Luzon, nas Filipinas, nos próximos dois ou três dias, e se transforme gradualmente numa tempestade tropical, entrando na parte norte do Mar do Sul da China durante o fim-de-semana”, foi comunicado, ontem, no portal destes serviços. Segundo os SMG, nesta fase existe a possibilidade de o tufão passar mais perto do sul da foz do Rio das Pérolas entre domingo e segunda-Feira, embora a trajectória ainda seja desconhecida. Ao mesmo tempo, existem previsões de calor intenso que se vai fazer sentir a partir de amanhã. “Devido à influência contínua de um anticiclone em alta altitude e à influência gradual da subsidência periférica de um potencial ciclone tropical, o vento de Macau será fraco, e prevê-se que nos próximos dias (16 a 19 de Julho) o tempo seja muito quente”, foi informado. “A temperatura máxima do ar poderá chegar ou ultrapassar os 35 graus Celsius. Aconselha-se à população que preste atenção a doenças provocadas pelo calor, evite permanecer ao ar livre por longos períodos e beba mais água”, foi alertado.
Casinos | Transacções suspeitas caem 15 por cento João Luz - 17 Jul 202517 Jul 2025 Os dados mais recentes do Gabinete de Informação Financeira (GIF) mostram uma redução do número de transacções financeiras suspeitas comunicadas pelas operadoras de jogo e pelas instituições financeiras Entre Janeiro e Junho, o número de transacções financeiras suspeitas reportadas pelos casinos apresentou uma quebra de 15,0 por cento em comparação com o período homólogo. O número foi divulgado pelo Gabinete de Informação Financeira (GIF) dos Serviços de Polícia Unitários, na terça-feira. Os números mais actualizados mostram que na primeira metade deste ano as operadoras de jogo comunicaram a existência de 1.856 transacções suspeitas. No mesmo período do ano passado o número de transacções financeiras suspeitas tinha sido de 2.181. A redução pelas operadoras do jogo do número de transacções financeiras suspeitas comunicadas é apontada como a responsável pela tendência geral, em que se verificou uma redução de 12,6 por cento do número de transacções financeiras suspeitas reportadas no território. O número total de transacções financeiras suspeitas recebidas pelo o Gabinete de Informação Financeira dos Serviços de Polícia Unitários durante o primeiro semestre de 2025 foi de 2,515, o que significa uma diminuição de 12.6 por cento em relação ao mesmo período de 2024”, pode ler-se com a informação. “A mudança deveu-se principalmente à diminuição do número de transacções financeiras suspeitas reportadas pelo sector do jogo”, foi acrescentado. Ao mesmo tempo, a proporção de transacções financeiras suspeitas reportadas pelas operadoras desceu de 75,8 por cento do total das transacções para 73,8 por cento. “As transacções financeiras suspeitas recebidas do sector financeiro e do sector do jogo foram 19.9 por cento e 73.8 por cento do número total de transacções financeiras suspeitas recebidas, enquanto as recebidos de outras instituições constituíram 6.3 por cento”, foi revelado. Tendências opostas Em relação às instituições financeiras e companhias de seguros, também se verificou uma redução das transacções suspeitas comunicadas, de 556 na primeira metade de 2024 para 500. Esta diminuição representou uma diferença de 10,1 por cento. A única área onde o número de transacções suspeitas aumentou prende-se com as “outras instituições”, que não surgem discriminadas nos dados de terça-feira pelo Gabinete de Informação Financeira, mas que envolvem negócios como lojas de penhores, joalharias, imobiliárias ou casas de leilões. Nesta área, no espaço de um ano registaram-se mais 17 transacções, de 142 na primeira metade de 2025 para 159 para o período mais recente. A diferença de 17 transacções comunicadas implica um aumento de praticamente 12 por cento.
DST | Prometida celeridade no licenciamento de hotéis de baixo custo João Luz - 17 Jul 202517 Jul 2025 A directora dos Serviços de Turismo garante que as autoridades continuam empenhadas em acelerar o processo de licenciamento de “pousadas de juventude” e “hotéis em cápsulas”. O objectivo é aumentar e diversificar o leque de escolhas de vários tipos de alojamento para investidores e consumidores O Governo quer alargar a variedade da oferta hoteleira de Macau, um objectivo que se mantém desde a legislação foi alterada para promover o alojamento de baixo custo, há sensivelmente quatro anos. A posição foi sublinhada pela directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, numa resposta a uma interpelação do deputado Leong Hong Sai. Além de elencar a aprovação de legislação e regulamentos administrativos sobre o assunto, a responsável afirmou que a DST continua a “optimizar os procedimentos de licenciamento” para “acelerar ainda mais os trabalhos de apreciação e autorização das licenças”. A directora da DST dá o exemplo da “criação de um mecanismo de interconexão de dados com outros serviços públicos para obter informações no processo de licenciamento”, assim como a “integração de mais serviços de requerimento” numa plataforma electrónica para tratar a burocracia necessária. A ideia do Governo é facilitar a “instalação de estabelecimentos de alojamento vulgarmente designados por pousadas da juventude e hotéis em cápsulas, de modo a criar mais condições e espaços favoráveis para o sector, ajudar a diversificação de alojamento turístico e aumentar a leque de escolhas nos tipos de alojamento para os investidores e consumidores”. Qualidade e experiência Helena de Senna Fernandes indicou também que em todas as fases do processo de licenciamento de hotéis de baixo custo, a DST mantém “uma boa comunicação com o requerente e os serviços técnicos” responsáveis pelas vistorias e pareceres técnicos. O objectivo é informar com rigor os requerentes que querem abrir unidades hoteleiras de baixo custo, também através de reuniões de trabalho com os serviços envolvidos, e “elevar a eficiência do procedimento de licenciamento”. Além disso, a responsável salienta a clareza com que foram definidas as exigências e critérios relativos “às instalações e aos serviços dos estabelecimentos de alojamento de baixo custo para assegurar que os visitantes possam obter bons serviços e experiências de alojamento”.
O Papa Americano Jorge Rodrigues Simão - 17 Jul 202517 Jul 2025 “The bishop is not supposed to be a little prince sitting in his kingdom, but rather called authentically to be humble, to be close to the people he serves.” Pope Leo XIV Leão XIV encarna a dupla crise da América e da Igreja Católica. Versão contemporânea da antiga tensão entre o império e o papado. Sujeitos incomparáveis por natureza que, por constituição, se excluem mutuamente. Nascidos para redimir o mundo de acordo com os seus princípios. Com a arma do poder em todas as suas dimensões expressas hoje na Terra, depois de amanhã talvez noutros planetas, a América. Com a intenção de converter a humanidade à presença do Reino de Deus encarnado em Cristo, a Igreja de Roma, mediadora entre o Céu e a Terra. Missões impossíveis, mas indispensáveis. Está em jogo a própria identidade. A vida. Cada uma, no seu plano, vive e sofre do crisma original do Ocidente, ao qual ambas se referem de forma diferente; o universalismo. Parte que se sonha inteira. Sonho que se transforma em pesadelo para os Estados Unidos, que temem morrer globalizados por terem ousado americanizar o mundo. Pelo contrário, a Igreja que, com Francisco, esboçou a saída para as periferias constata que as ovelhas não são muito atraídas pelo pastor, muitas vezes fogem dele. Especialmente no seu núcleo de origem, europeu e ocidental. E se a Igreja desaparecesse de si mesma? Cabe ao novo papa, veremos se mais híbrido ou americano, estabelecer em concílio sinodal a trajetória do povo de Deus. Cabe à sua pátria natal discernir se e como aproveitar a sua esteira para se curar. O clima actual informa-nos que Washington e Roma não seguirão caminhos paralelos, muito menos solidários, para curar a doença que parece assimilá-las. A instituição temporal dotada de religião civil, o “American way of life”, opta com Trump por uma dieta geopolítica de emagrecimento de nada de grandes e comprometedoras aventuras no vasto mundo, fortificação do reduto americano em expansão ártica. Fiel à tradição ocidental desfigurada pelos iluministas, positivistas e comunistas. A outra, de inspiração celestial e inculturação variada nos territórios de missão marcados pelas dioceses, herança tardo-romana, não tem casca em que se retrair sem se desfigurar. A abertura à ecúmene é a sua razão de ser. A ser modulada de acordo com uma geopolítica eclesiástica sempre actualizada. Nunca se submetendo ao “Número Um” do momento. Se Trump, entusiasmado com a tomada americana do Vaticano com o advento de Leão XIV, conta com um catolicismo pós-franciscano disposto a oferecer um suplemento de alma ao seu magistério rude e imprevisível, está enganado. Como se ilude o alto clero da Santa Igreja quando confia ter arrancado um bilhete premiado ao escolher um sucessor americano para Pedro. A oferta da Papal Foundation e de outros patrocinadores prometidos do outro lado do Atlântico «tem condições», tem restrições rigorosas, como informam «doadores» em equilíbrio entre Deus e Mamona. É claro que, antes de se encerrarem na Capela Sistina, os cardeais passaram muito tempo a discernir as consequências financeiras da inspiração que o Espírito Santo lhes teria concedido, o que, parafraseando o jargão eclesiástico, é uma revelação. A sede vacante não é tempo de virtudes teologais, mas sim cardinais. Como observou em 1997, com ironia curial, o cardeal Joseph Ratzinger a quem lhe perguntou se o papa era eleito por escrutínio divino afirmou «Eu não diria isso, no sentido de que é o Espírito Santo que o escolhe. Diria que o Espírito Santo não assume exactamente o controlo da questão, mas sim, como bom educador que é, deixa-nos muito espaço e liberdade, sem nos abandonar completamente. Assim, o papel do Espírito Santo deve ser entendido num sentido muito mais elástico, não que dite o candidato em quem se deve votar. Provavelmente, a única certeza que oferece é que o facto não pode ser totalmente arruinado. Há demasiados exemplos de papas que, evidentemente, o Espírito Santo não teria escolhido». Não sabemos se o acaso, a necessidade ou a Providência impuseram Robert Francis Prevost no trono de Pedro precisamente na encruzilhada entre as duas (suas) crises. Certamente é um sinal dos tempos. Vulgarmente representado na selfie artificial divulgada pela Casa Branca, com a qual, na véspera do conclave, o pseudo-Trump disfarçado de papa invadiu a esfera mediática. Quase como para santificar a comunhão entre a Quarta e a Primeira Roma, em ordem hierárquica. Faltava apenas que o pontífice cesariano se dividisse em dois para se dar a unção real. Ironia do conto, pois na fotomontagem, o papa Trump veste-se totalmente de branco, como Francisco. Talvez também por isso, ao ostentar-se urbi et orbi, Leone enriqueceu a batina branca com os símbolos clássicos do pontificado. Mas um grão de verdade expõe essa imagem blasfema. Há muito de eclesiástico na autoconsciência da América. Da mesma forma, há muito de imperial na história da Igreja. Os Estados Unidos nascem e crescem como uma religião autocentrada em peculiares declinações cristãs. Independentemente da seita ou confissão a que pertençam, os americanos vivem versões estreladas e listradas. Católicos incluídos. Os catolicismos americanos, bastante mundanos, mais conscientes e conflituosos do que nunca, ocupam espaços distintos no rebanho do pastor de Roma. Com e contra as ramificações protestantes predominantes, estabelecidas ou neo-evangélicas, professam o Credo Americano. Religião celebrada na sua época áurea pela nação-Igreja autodenominada ápice da humanidade. Farol da Liberdade, portanto, universal. Autocéfala e ao mesmo tempo católica no sentido etimológico e, portanto, ecuménico da palavra. Como consequência de tantas contradições formidáveis, a crise de identidade da superpotência mundana é ao mesmo tempo própria e mundial. A Santa Sé, grandioso repositório de cultura e fé, expressão geopolítica da Igreja de Roma e seu órgão supremo de governo no Estado da Cidade do Vaticano, em plena Urbe, nasce, vive e confronta-se com o imperium sine fine em todas as suas ramificações. Os túmulos romanos de Pedro e Paulo, primeiros impulsionadores da evangelização, confirmam a potentior principalitas, a autoridade preeminente do caput mundi em relação aos veneráveis patriarcados originais de Antioquia, Alexandria, Éfeso, Corinto e Tessalónica. A religião dos apóstolos germina sob Tibério na Palestina, expande-se na pars occidentalis da Primeira Roma, delimitada pela instável bipartição estipulada em Brindisi entre António e Otávio quarenta anos antes de Cristo, sanção da heterogeneidade permanente entre Oriente e Ocidente. Depois, baptiza com Constantino a Segunda Roma, ideal-tipo da metrópole de fundação totalmente cristã. Há um milénio que disputa com a ortodoxia da Terceira Roma, coração do império moscovita que se exibe cristão, na utopia de ser reconhecido como terceiro pulmão do Ocidente, com a Europa e a América. E há oitenta anos convive com a primazia terrena da Quarta Roma, eleita por puríssimos pais peregrinos anglo-irlandeses e erigida por ex-colonos britânicos apaixonados pela tradição helenístico-romana, de modo a corresponder em código através de pseudónimos latinos. A Ecclesia permixta descrita por Santo Agostinho, referência de eleição do papa Prevost, onde se misturam trigo e joio, fertilidade e esterilidade, amor e inveja, descobre-se ferida. Os cismas líquidos que a corroem tendem a coagular. A prioridade do pontificado é a costura das rupturas que dilaceram o corpo da Igreja. Sem renegar Francisco, fechar algumas das brechas por ele abertas, distinguindo aquelas que merecem ser preenchidas das perigosas ou precárias, descartáveis. À espera que os posthumos releiam o seu papado, captando alguns traços proféticos demasiado incoerentes com a realidade, não só eclesial, para poder já agir. Hoje ressoa o aviso de Bento, mestre do agostinianismo, sobre a necessidade de proteger a missão ad extra do excessivo optimismo sobre a fé como «pressuposto óbvio da vida comum» afirmando que «Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e que a luz seja mantida escondida». Mesmo que isso signifique que a Igreja se queira isolar de graça no mundo sem graça? O clero católico divide-se em três. Aqueles que privilegiam a missão, aqueles que privilegiam a instituição e aqueles que navegam entre as duas correntes. A pedra de toque continua a ser o Concílio Vaticano II. Para os primeiros, deve ser desenvolvida a abertura missionária ao povo de Deus, ou seja, à Igreja propriamente dita, juntamente com o impulso ecuménico. Para os segundos, prevalece a defesa da tradição contra a submissão aos sinais dos tempos, que pode induzir à heresia. Sair ad gentes, portanto, contaminar-se para evangelizar, ou entrincheirar-se em nome da fé «pura»? Na história, o carisma do papa inclina o barco de Pedro para um lado ou para o outro. Hoje muito mais do que ontem, com o pontífice superstar, enquanto o seu povo parece contrair-se, em crise de caridade interna e de atracção externa. Na vulgata, Francisco é considerado um campeão irregular da Igreja em saída, pela história, doutrina e carácter. Pastor por excelência. Ou em excesso, para os críticos. Bento XVI, seu predecessor traumatizado pelo peso do múnus petrino, é o epónimo do fidei defensor. Teólogo perspicaz. Herr Professor raro do seminário. Claustrofóbico. Simplificações questionáveis, mas poderosas. Leão XIV nem um nem outro. Pelo menos nas intenções de muitos dos seus eleitores. Convertam-se a ele a partir das margens opostas, conscientes das cisões latentes ou já efectivas que estão a fragmentar o arquipélago eclesiástico em ilhas e ilhotas autocentradas. Católicos diferentes. Certamente não romanos. A biografia e algumas palavras do papa americano exaltam a sua vocação pastoral, a proximidade com os humildes. Gestos pontifícios e outras palavras marcam a recuperação de símbolos e liturgias tradicionais. Com uma metáfora política que outrora nos teria colocado no Índice dos Livros Proibidos, poderíamos ver em Prevost um democrata cristão renascido, ancorado no centro, olha para a esquerda enquanto toma cuidado para não ter muitos inimigos à direita. Ou vice-versa. «Pedro, adelante con juicio» expressão da novela “Os noivos” utilizada para pedir a alguém que proceda con precaução e discernimento em uma situação difícil ou complicada. Leão XIV deve governar a Igreja em missão. Fixar o rumo, manter o leme direito, revitalizar a Cúria e reconectá-la às periferias eclesiais, muitas vezes indiferentes, se não adversas, à cátedra de Pedro. Para manter o mundo à beira do abismo de guerras sem fim. Os princípios da Igreja confiaram a este monarca tranquilo e decidido a tarefa de curar as feridas que sangram o rebanho de Cristo. Para que o fim do catolicismo não antecipe o fim do mundo. Talvez seja tarde, talvez não. Certamente é uma tarefa que Leão XIV poderá iniciar, mas não consolidar. A doença está demasiado disseminada, há muito tempo, para ceder a terapias milagrosas. Passou quase meio século desde o desaparecimento do último pontífice vocacionado (não só) para o governo da Igreja que foi Paulo VI (1963-1978). Os quatro sucessores não quiseram ou não puderam dedicar-se à máquina de Pedro. João Paulo I (1978) por falta de tempo e de firmeza, João Paulo II (1978-2005) por excesso de personalidade, Bento XVI (2005-2013, falecido em 2022) por comovente inaptidão, Francisco (2013-2025) porque queria «fazer barulho» («hagan lío!») para poupar o seu rebanho da morte por asfixia clerical. Papas conservadores e/ou revolucionários, inadequados e/ou relutantes em reformar na continuidade. A decomposição do tecido católico e a desculturação da sua classe dirigente são tais que excluem um Vaticano III. A menos que se aspire a uma implosão libertadora, para recomeçar a partir de micropatriarcados autocefálicos, nacionais ou subnacionais, de tom neo-ortodoxo. Mais facilmente, a partir de seitas espiritualistas emotivas de cunho neo-evangélico, fiéis a Mamona. Para compreender o desafio do Papa Prevost, convém partir daqui. Está em jogo o sentido da Igreja. Tanto espiritual como terreno. Nunca existiu nem poderá existir um cristianismo separado da realidade do mundo. A Santa Igreja Romana foi e continua a ser, apesar de ferida, um formidável sujeito geopolítico que desenhou a história universal. Há dois mil anos, católicos e outros cristãos vislumbram nela vários sinais e cores. Retiram dela lições diferentes. Doutrinárias, pastorais e geopolíticas. Para muitos, confirmação da fé em Cristo. Para menos, mas influentes, anúncio do apocalipse iminente. Aos estudiosos da geopolítica, resta a obrigação de estudar a visão e a acção da Santa Sé no cenário da história, cruzando no sentido próprio e figurado o factor humano e a especificidade religiosa. Elegemos como Carta Magna do modo cristão de estar no mundo o misterioso “Carta a Diogneto”, manuscrito grego anónimo do século II-III encontrado em 1436 em Constantinopla por um clérigo latino.
Rússia | Xi pede apoio mútuo a Moscovo em reunião com Lavrov Hoje Macau - 16 Jul 2025 O Presidente da China, Xi Jinping, pediu ontem, em Pequim, “apoio mútuo” ao ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, que apelidou de “velho amigo do povo chinês”, segundo a agência russa Sputnik. O chefe de Estado chinês reuniu-se com Lavrov, num momento em que os Estados Unidos endurecem o tom contra Moscovo. O Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou, na segunda-feira, impor tarifas adicionais caso não seja alcançado um acordo de paz na Ucrânia nos próximos 50 dias. O encontro ocorreu um dia depois de Trump sinalizar um recuo na sua postura face ao Kremlin, após ter expressado publicamente frustração com o Presidente russo, Vladimir Putin, pela continuidade dos bombardeamentos na Ucrânia. Durante a reunião, Xi apelou à continuação da implementação dos consensos alcançados entre os dois líderes, no quadro de uma relação cada vez mais estreita entre China e Rússia. Segundo Xi, os ministérios dos Negócios Estrangeiros dos dois países devem “prosseguir eficazmente” esse trabalho conjunto. O encontro serviu ainda para discutir “vários temas relacionados com os contactos políticos bilaterais de alto nível”, incluindo a próxima visita de Putin à China, informou a Sputnik. De acordo com a agência russa Ruptly, o líder russo deverá participar no desfile de 03 de Setembro, em Pequim, que assinala os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.
Novos empréstimos para actividades imobiliárias afundam 80,2% Hoje Macau - 16 Jul 2025 Em Maio, os novos empréstimos comerciais para actividades imobiliárias afundaram 80,2 por cento para 573,6 milhões de patacas, em comparação com Maio de 2024. Os dados foram revelados ontem pela Autoridades Monetária de Macau, com “Estatísticas relativas aos empréstimos hipotecários – Maio de 2025”. Em Maio do ano passado, o valor dos novos empréstimos para actividades imobiliárias foi de 2.890 milhões de patacas. Quando a comparação é feita entre Maio e Abril deste ano, os novos empréstimos para actividades imobiliárias mostram uma redução 62,1 por cento. Em relação aos empréstimos para habitação, de acordo com os dados da AMCM, em Maio os novos empréstimos aprovados pelos bancos de Macau apresentaram um aumento de 7,2 por cento, face a Abril, para 946,5 milhões de patacas. No entanto, quando a comparação é feita com o período homólogo também houve uma redução, neste caso de 7,2 por cento, dado que nesse período os novos empréstimos hipotecários para habitação aprovados pelos bancos atingiram 1.020 milhões de patacas. Dívidas a subir Ao mesmo tempo, o rácio das dívidas não pagas dos novos empréstimos comerciais para actividades imobiliárias atingiu os 5,4 por cento, o que representou um aumento de 0,8 pontos percentuais face ao período homólogo. Os dados foram divulgados ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). Quando o rácio das dívidas não pagas dos novos empréstimos comerciais para actividades imobiliárias é comparado com Abril deste ano, o número apresentou uma redução de 0,1 pontos percentuais. Em relação aos novos empréstimos hipotecários para habitação, o rácio das dívidas não pagas foi de 3,6 por cento, o que constituiu um aumento de 0,1 pontos percentuais face ao período homólogo. Em comparação com Abril deste ano, o rácio das dívidas não pagas não apresentou alterações. No final de Maio, o saldo bruto dos empréstimos hipotecários para habitação atingiu 213,58 mil milhões de patacas, uma redução de 0,4 por cento face a Abril e 5,4 por cento face a Maio do ano passado. O saldo bruto dos empréstimos comerciais para actividades imobiliárias fixou-se em 146,64 mil milhões de patacas, uma diminuição de 1,0 por cento face a Abril e de 5,9 por cento em comparação com Maio do ano passado.
Investigada ligação entre 34 apostadores desaparecidos e guerra antidroga nas Filipinas Hoje Macau - 16 Jul 202516 Jul 2025 As Filipinas estão a investigar uma possível relação entre o desaparecimento de 34 homens ligados a apostas em lutas de galos e execuções extrajudiciais durante a guerra antidroga do ex-presidente Duterte, disse ontem uma advogada das vítimas. A ligação entre o desaparecimento e as execuções no âmbito da guerra antidroga, levada a cabo por Rodrigo Duterte, reforçaria o caso perante o Tribunal Penal Internacional contra o ex-presidente, disse à emissora filipina ABS-CBN Kristina Conti, uma das representantes das famílias das vítimas. “Seria uma prova adicional. A polícia, ou em particular esses esquadrões da morte, estiveram envolvidos em assassínios de activistas e outros assassínios direccionados”, afirmou. O caso dos 34 ‘sabungeros’ – como são conhecidos nas Filipinas os adeptos das lutas de galos -, desaparecidos em 2021, tem feito manchetes desde que um dos acusados, Julie Patidongan, afirmou que foram mortos e depois atirados para o lago que rodeia o vulcão Taal. Patidongan acusou o empresário Charlie Ang, envolvido em lucrativas apostas ‘online’ e para quem trabalhava como segurança, de ter ordenado os assassínios, levados a cabo por agentes da polícia. Equipas de mergulhadores da Guarda Costeira das Filipinas continuam a fazer buscas nas turbulentas águas vulcânicas, um processo que pode demorar meses, tendo até agora recuperado vários sacos com restos mortais humanos e de animais que as autoridades estão a analisar. Outras investigações O secretário da Justiça, Jesus Crispin Remulla, disse na segunda-feira que estava a investigar se os polícias acusados dos desaparecimentos estiveram também envolvidos em execuções extrajudiciais durante a guerra de Duterte contra a droga. “Há pessoas envolvidas nos assassínios da guerra contra a droga e no e-sabong [apostas ‘online’], é tudo o que podemos citar para já, mas temos de estabelecer ligações mais claras”, afirmou. Por seu lado, o palácio presidencial sublinhou que irá proceder a uma investigação exaustiva aos desaparecimentos, apesar das críticas dos familiares por anos de inação neste caso. “Isto não será negligenciado, não haverá encobrimento e a investigação continuará; é isso que o Presidente [Ferdinand Marcos Jr.] quer”, disse a porta-voz presidencial Claire Castro, numa conferência de imprensa na sexta-feira.
Economia | Crescimento de 5,2 % no segundo trimestre apesar de tensão comercial com EUA Hoje Macau - 16 Jul 2025 A economia chinesa cresceu 5,2 por cento, no segundo trimestre do ano, em termos homólogos, de acordo com dados oficiais divulgados ontem, num contexto de escalada da guerra comercial com os Estados Unidos. Face ao trimestre anterior, a segunda maior economia do mundo expandiu-se 1,1por cento, segundo dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE). No acumulado do primeiro semestre, o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5,3por cento, em termos homólogos. Um dos principais motores do crescimento foram as exportações. Na segunda-feira, as autoridades chinesas anunciaram que as vendas ao exterior aumentaram 5,8 por cento, em Junho, face ao mesmo mês do ano anterior, acelerando face aos 4,8 por cento registados em Maio. O alívio temporário das tarifas punitivas sobre os produtos chineses nos EUA, no âmbito da retoma das negociações comerciais entre os dois países, levou a um aumento repentino das encomendas por parte de empresas e consumidores. As empresas chinesas têm também procurado diversificar os destinos das exportações e reforçar a produção noutros países, como forma de mitigar o impacto das tarifas impostas por Washington. “De um modo geral, com a aplicação de políticas macroeconómicas mais proativas e eficazes, a economia nacional manteve um crescimento estável, com boa dinâmica, demonstrando resiliência e vitalidade”, lê-se no relatório do GNE. Apesar do crescimento, os dados mostram sinais de fragilidade na procura interna: os preços no consumidor caíram 0,1 por cento, no primeiro semestre de 2025, o que evidencia os persistentes riscos deflacionários no país. Os líderes chineses fixaram uma meta de crescimento de 5 por cento para este ano, em linha com a expansão registada em 2024.