Espaço | Missão de recolha de amostras de asteroide este mês

A sonda não tripulada Tianwen 2, concebida para realizar a primeira missão da China para recolher e trazer amostras de um asteroide, será lançada este mês, de acordo com a Administração Espacial Nacional chinesa.

O dispositivo foi transportado no domingo para a área de preparação de lançamento no centro espacial de Xichang, na província de Sichuan, onde serão realizadas verificações funcionais antes da descolagem, informou o jornal estatal China Daily.

A agência espacial chinesa disse que o lançamento vai ocorrer antes do final de Maio, sem adiantar mais detalhes. O Tianwen 2, composto por um orbitador e um módulo de reentrada, foi transportado para a instalação de Xichang no final de Fevereiro, e a equipa técnica concluiu o abastecimento e várias inspeções desde então.

A missão terá como alvo o 2016 HO3, também conhecido como 469219 Kamo’oalewa, que, embora orbite em torno do Sol e não da Terra, é o asteroide mais pequeno e mais próximo do planeta que foi identificado até ao momento.

O plano prevê que a sonda entre em órbita em torno do asteroide, onde permanecerá durante vários meses, após o que se aproximará o suficiente para utilizar um braço mecânico para recolher amostras da superfície.

Mistérios da evolução

Após esta fase, a sonda regressará à órbita da Terra e libertará o módulo de reentrada, que levará as amostras para a superfície do planeta. O asteróide 2016 HO3 foi detectado pela primeira vez em 2016 por um telescópio de observação de asteroides no Observatório de Alta Altitude de Haleakala, no Havai, Estados Unidos.

Os investigadores acreditam que pode conter informações importantes sobre as primeiras fases do sistema solar, incluindo aspectos da sua composição e evolução originais. A China investiu fortemente no programa espacial e pousou com sucesso a sonda Chang’e 4 no lado oculto da Lua — a primeira vez que tal foi conseguido — e tornou-se o terceiro país — depois da antiga União Soviética e dos Estados Unidos — a chegar a Marte.

Além disso, a China opera a sua própria estação espacial, Tiangong, que funcionará durante cerca de 10 anos e poderá tornar-se a única plataforma orbital em operação. A Estação Espacial Internacional — uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos à qual a China está proibida de aceder devido aos laços militares com o seu programa espacial — deverá ser abandonada em 2030.

Banca | Actividade internacional com aumento no primeiro trimestre

A proporção da actividade internacional do sector bancário de Macau aumentou no primeiro trimestre do ano, de acordo com as estatísticas publicadas ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

Segundo os números disponibilizados, a quota das aplicações financeiras nos mercados internacionais do sector bancário de Macau cresceu de 83,3 por cento, em Dezembro do ano passado, para 83,7 por cento, no final de Março.

Ao mesmo tempo, as responsabilidades internacionais no passivo total do sistema bancário permaneceram em 80,9 por cento. No final de Março, a pataca ocupava uma quota de 0,8 por cento e 0,7 por cento, respectivamente, no total do activo e no total do passivo financeiro internacional.

O dólar de Hong Kong, o dólar dos Estados Unidos, renminbi e outras moedas estrangeiras representaram 31,9 por cento, 40,0 por cento, 22,4 por cento e 4,9 por cento do total do activo internacional e 41,3 por cento, 34,6 por cento, 19,0 por cento e 4,4 por cento do total da responsabilidade internacional.

Imobiliário | Centaline prevê continuação de queda de preços

Nos primeiros três meses deste ano, o preço das fracções para habitação caiu 5,5 por cento face ao último trimestre de 2024. O director da agência imobiliária Centaline prevê a continuação da queda, estimando uma depreciação de 10 por cento, e pede novas medidas de apoio ao sector

 

O mercado imobiliário continua a sofrer, com vendas a níveis que não se comparam com o período antes da pandemia e os preços a caírem. E, segundo o director da agência imobiliária Centaline, Roy Ho, o sector ainda não bateu no fundo.

Segundo os dados oficiais divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, no primeiro trimestre de 2025 o preço das fracções autónomas para habitação desceu 5,5 por cento face aos últimos três meses do ano passado. A queda foi mais acentuada em termos anuais, com as casas a desvalorizarem 15,5 por cento.

Roy Ho espera que o mercado continue a cair no futuro próximo, estimando uma descida de cerca de 10 por cento. Em declarações ao jornal Exmoo, o empresário revelou preocupações com a tendência negativa da evolução do mercado imobiliário. “Não existem, actualmente, factores que sustentem a recuperação do sector, ou a subida dos preços. As transacções que se fazem nesta altura resultam, basicamente, dos preços mais baratos”, lamentou.

Seguindo esta inclinação, Roy Ho prevê que no próximo trimestre, entre Maio e Julho, cheguem ao mercado ofertas de desconto para habitações novas, factor que pode ser determinante para o preço das fracções ser “mais leve” durante esse período.

Importa referir que nos dois primeiros períodos deste ano, o mercado de compra de habitação foi dominado pela venda de fracções em edifícios novos. O director da agência salientou que a variação de preços pode oscilar bastante, dependendo da variação de vendas de apartamentos novos ou em segunda mão, que são, naturalmente, mais baratos.

Resposta do mercado

O responsável argumenta ainda que se o preço das habitações a estrear sofrer um corte, os dados estatísticos irão reflectir uma diminuição de vendas de fracções usadas. Face a este cenário, e apesar de não prever quebras de preços na ordem de 30 a 50 por cento, caso as habitações novas apresentem preços mais competitivos, Roy Ho considera que as maiores desvalorizações se devem verificar em imóveis localizados em prédios mais degradados.

O empresário aponta também para a possibilidade de compradores, que possam oferecer um valor de entrada maior, estarem em condições favoráveis para negociar preços mais competitivos com proprietários que precisem de verbas urgentemente.

Em relação às políticas para impulsionar o sector, Roy Ho entende que o Governo de Macau deve ir além das isenções fiscais e lançar um subsídio para a troca de casa, à semelhança do que foi feito por várias províncias de cidade chinesas e Hong Kong.

Zona de Espectáculos | Aberto concurso para restauração

O Instituto Cultural (IC) abriu ontem as candidaturas para atribuir os lugares de restauração na Zona de Espectáculos ao Ar Livre de Macau para o concerto de DJ Alan Walker, que se realiza a 15 de Junho. As candidaturas podem ser apresentadas até às 17h30 de 30 de Maio.

O Local de Espectáculos ao Ar Livre de Macau situa-se no cruzamento da Avenida do Aeroporto com a Rua de Ténis, na Taipa, perto do hotel Lisboeta. Os espaços de restauração vão ficar instalados em seis contentores, onde vai ser possível disponibilizar “refeições ligeiras” no dia do concerto.

De acordo com o IC, os candidatos escolhidos vão ter de assumir “a responsabilidade exclusiva pelos seus próprios lucros e perdas”, assim como tratar, por si, de eventuais licenças para operar naquele local. Alan Walker é um DJ e produtor norueguês que tem como músicas mais conhecidas os temas Faded, Sing Me To Sleep e Alone.

Estacionamento | Pagamentos por meia hora alargados

A medida tinha sido aplicada pela primeira vez em Abril, de forma experimental, no Parque Público do Edifício Mong Son, mas vai agora abranger os parques de Qingmao, Hospital Macau Union, Edifício de Especialidade de Saúde Pública e Residência para Idosos

 

A partir de 28 de Março, o pagamento do estacionamento por períodos de meia hora vai ser estendido aos parques públicos do Posto Fronteiriço Qingmao, do Hospital Macau Union, do Edifício de Especialidade de Saúde Pública e da Residência para Idosos da Avenida do Nordeste. O anúncio foi realizado ontem através de um comunicado da Direcção dos Serviço para os Assuntos de Tráfego (DSAT).

Este é um modelo de pagamento que foi defendido durante anos por vários deputados e que começou a ser aplicado, de forma experimental, a 1 de Abril no Parque de Estacionamento Público do Edifício Mong Son. Segundo este modelo, os utilizadores apenas precisam de pagar meia hora de estacionamento, nos casos em que nem desse tempo de estacionamento necessitam. É uma forma de pagamento que contrasta com a de outros estacionamentos, onde é necessário pagar por pelo menos uma hora, independentemente do tempo de estacionamento ser muito inferior.

“Após uma avaliação abrangente da utilização actual dos parques de estacionamento público em Macau e dos hábitos de estacionamento dos condutores, a partir do dia 28 de Maio, quatro parques de estacionamento público em Macau passarão a adoptar o sistema de cobrança por meia hora”, foi justificado no comunicado da DSAT. “Esta Direcção de Serviços espera que esta medida permita uma utilização mais eficiente dos recursos de estacionamento nos parques de estacionamento público e acelere a rotatividade das vagas, continuando a monitorizar o funcionamento destes parques de estacionamento e a avaliar as opiniões da sociedade sobre o modelo de tarifação”, foi acrescentado.

Em Qingmao, a meia hora durante o dia vai custar 5 patacas, e desce para 4 patacas no período da noite. Nos restantes estacionamentos, a meia hora custa 4 patacas durante o período do dia, baixando para 2 patacas durante o período da noite. A DSAT admite ainda “no momento oportuno” estender este modelo de pagamento a mais estacionamentos públicos.

Redução de preços

Além do período de estacionamento de meia hora, os preços de estacionamento para motociclos e ciclomotores vão ser reduzidos para metade “com o objectivo de incentivar os motociclistas a utilizarem os parques de estacionamento público”. As alterações abrangem os parques públicos do Hospital Macau Union, do Edifício de Especialidade de Saúde Pública e da Residência para Idosos da Avenida do Nordeste.

Com estas alterações, os preços, após a redução, vão passar para 1 pataca por cada meia hora, durante o período do dia, e descem para 50 avos, por cada meia hora, durante o período da noite.

Trânsito | Governo avança com revisão de 42 passadeiras

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) está a proceder a uma “revisão integral” de 42 cruzamentos onde estão situadas passadeiras na Areia Preta e no Iao Hon. O plano de revisão visa resolver problemas de visibilidade para os condutores que circulam nessas zonas e “conflitos com entradas e saídas de veículos nas proximidades”.

O plano foi apresentado durante uma reunião do Grupo de Trabalho para Simplificação dos Procedimentos e Segurança Rodoviária do Conselho Consultivo do Trânsito (CCT), divulgada através de comunicado da DSAT. Com as revisões vão ser também “instaladas passagens para peões em todas as direcções” nos cruzamentos onde for adequado e “reforçada a clareza da sinalização, para garantir a segurança dos peões”.

Além disso, está prevista uma actualização dos percursos dos autocarros na Zona A dos Novos Aterros e o aumento da frequência dos autocarros que circulam para o Lar de Cuidados de Ká Hó.

Previdência central | Confirmada atribuição de 7 mil patacas

O Chefe do Executivo confirmou ontem a distribuição de 7.000 patacas este ano a título de repartição extraordinária de saldos orçamentais do regime de previdência central não obrigatório. A garantia tomou a forma de um despacho assinado por Sam Hou Fai, publicado ontem no Boletim Oficial

 

“É atribuída no ano de 2025 uma verba de 7.000 patacas, a título de repartição extraordinária de saldos orçamentais, ao titular da conta individual do regime de previdência central não obrigatório que preencha os requisitos legais.” Foi desta forma que o Chefe do Executivo oficializou ontem a distribuição do apoio, através de um despacho publicado no Boletim Oficial, algo que já havia anunciado durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa para este ano. O despacho entrou ontem em vigor.

Recorde-se que o Governo liderado por Ho Iat Seng suspendeu a atribuição do apoio, destinado a residentes idosos, durante três anos marcados pela crise nascida da pandemia da covid-19. Na altura, o Executivo justificou a medida com a falta de saldos financeiros devido à descida das receitas fiscais, enquanto a economia do território esteve paralisada pelas medidas de combate à pandemia.

Como e quando

A repartição extraordinária de saldos orçamentais foi iniciada para adicionar um apoio à rede de assistência social de residentes idosos e ao regime de segurança social. Os destinatários das 7.000 patacas são residentes permanentes com mais de 65 anos de idade que cumpram os requisitos para atribuição do apoio e que estejam inscritos nas listas para receber a verba.

No ano passado, as verbas começaram a ser distribuídas aos primeiros beneficiários no dia 25 de Setembro. O primeiro grupo que recebeu as 7.000 patacas no ano passado era composto por mais de 82 mil pessoas. Porém, no total, de acordo com dados do Fundo de Segurança Social, o universo de beneficiários do apoio foi de quase 390 mil pessoas.

Recorde-se que a RAEM fechou o terceiro trimestre deste ano com um excedente de contas públicas maior do que a previsão do Governo para todo o ano de 2025, de acordo o anúncio da Direcção dos Serviços de Finanças do final de Abril. Nos primeiros três meses, o excedente atingiu 9,25 mil milhões de patacas, mais 11,8 por cento do que no mesmo período de 2024.

Guerra comercial | Frederico Ma enaltece visita de Xia Baolong

O presidente da Associação Comercial de Macau, Frederico Ma, considera que a visita a Macau do director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, trouxe confiança aos “sectores sociais” do território, numa altura de grande preocupação e incerteza económica devido à guerra comercial entre Washington e Pequim.

A posição de Frederico Ma foi deixada em declarações ao jornal Ou Mun. Durante a passagem pelo território, Xia Baolong pediu aos empresários locais que assumam um maior papel no desenvolvimento da RAEM, do país e que contribuam para a diversificação da economia e a construção de Hengqin.

Frederico Ma apontou ainda que os pedidos de Xia Baolong focam desafios que Macau precisa de resolver urgentemente, principalmente no que diz respeito à dependência das receitas do jogo. Face a estes pedidos, Frederico Ma garantiu que os empresários vão acelerar a diversificação económica e o desenvolvimento de Hengqin.

Economia | Deputado defende lei de promoção de PME

O deputado José Chui Sai Peng defendeu no debate de ontem da Assembleia Legislativa a elaboração de uma nova proposta de lei relativa às pequenas e médias empresas (PME).

“Espera-se que o Governo tome como referência a Lei de promoção da economia privada, promulgada recentemente pelo Governo Central, e estude a elaboração da ‘Lei de promoção das micro, pequenas e médias empresas’, em prol da conjugação de um mercado eficaz com um governo eficaz”, apontou.

Chui Sai Peng pediu ainda que o Executivo liderado por Sam Hou Fai “assuma um papel orientador no apoio à valorização e reconversão das micro, pequenas e médias empresas”, através da promoção de “instruções e garantias mais fortes”.

Macau | Aliança Democrática bate socialistas em noite de vitória nacional

A AD venceu as eleições presenciais em Macau, com 43,5 por cento dos votos, e vai manter-se como a principal força política na Assembleia da República. Seguiu-se o PS, com 28,5 por cento dos votos e o Chega, que somou 10,4 por cento

 

A Aliança Democrática (AD) venceu o voto presencial no Consulado de Portugal em Macau, no âmbito das eleições Legislativa de 2025, para escolher a nova constituição da Assembleia da República de Portugal. Com 133 dos 233 inscritos no consulado a votarem presencialmente, a eleição teve uma taxa de participação de 57,1 por cento, o que resultou numa taxa de abstenção de 42,9 por cento.

A lista liderada pelo Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, reuniu um total de 58 votos, entre os 133 votantes, o que representou uma proporção de 43,5 por cento dos votantes.

No segundo lugar ficou o Partido Socialista (PS) com 38 votos, o que significou uma proporção de 28,5 por cento, seguido pelo Chega (CH), com 14 votos, uma proporção de 10,4 por cento.

No quarto lugar, com seis votos, ficou a lista do Livre (L), de Rui Tavares, com uma proporção de 4,5 por cento dos votos, seguida pelas listas da Iniciativa Liberal (IL) e Coligação Democrática Unitária (CDU), cada uma com cinco votos, equivalentes a proporções de 3,8 por cento para cada lista.

Entre as forças que também reuniram votos constam o Bloco de Esquerda (BE), com dois votos (1,5 por cento), e o Reagir Incluir Reciclar (RIR), com um voto (0,8 por cento). Além dos votos nos partidos houve ainda quatro votos em branco, uma proporção de 3 por cento. Os votos presenciais têm ainda de ser somados com os restantes votos da emigração do círculo fora da Europa, e vão resultar na eleição de dois deputados.

Dentro de portas

A nível nacional, e numa altura em que faltam apurar os resultados dos círculos da emigração, a AD foi a vencedora da noite eleitoral, ao eleger 89 deputados e obter uma proporção de 32,7 por cento dos votos.

O segundo lugar foi ocupado pelo PS, com 58 deputados eleitos, uma proporção de 23,4 por cento dos votos, em igualdade com o Chega, que elegeu o mesmo número de deputados, mas com uma proporção de votos mais baixa (22,6 por cento).

No quarto lugar ficou a Iniciativa Liberal, com nove deputados eleitos (5,5 por cento dos votos), seguida pelo Livre, com seis deputados (4,2 por cento dos votos) e a CDU, que conseguiu três mandatos (3,0 por cento). Além destes grupos parlamentares, elegeram ainda um deputado as listas do Bloco de Esquerda (2,0 por cento), Pessoas-Animais Natureza (1,4 por cento) e Juntos Pelo Povo (0,3 por cento).

Emigrantes vão decidir

O apuramento dos resultados nacionais faz com que os votos da emigração possam ser decisivos para determinar a segunda maior força política na Assembleia da República.

Nas Legislativas do ano passado, a AD venceu os votos da emigração Fora da Europa, onde são contabilizados os votos de Macau, ao eleger um deputado. O segundo lugar neste círculo foi ocupado pelo CH, que elegeu o outro deputado. No círculo dentro da Europa, o CH foi o partido mais votado, tendo o PS elegido o outro deputado. Se estes resultados se repetiram, o CH ultrapassa o PS como a segunda força mais representada no parlamento. No entanto, estes resultados só deverão ser conhecidos dentro de aproximadamente 10 dias, uma vez que é necessário contar os votos por correspondência.

Tabela Resultados

2024

Lista Votos Percentagem

1 Aliança Democrática 59 41,8%

2 Partido Socialista 43 30,5%

3 Chega 14 9,9%

4 Bloco de Esquerda 7 5%

5 Iniciativa Liberal 7 5%

6 Livre 4 2,8%

7 CDU 3 2,1%

8 Alternativa Democrática Nacional 2 1,4%

Votos em Branco 1 0,75%

Votos Nulos 1 0,75%

Número de recenseados  213

Número de votantes 141

Taxa de abstenção 33,8%

2025

Lista Votos Percentagem

1 Aliança Democrática 58 43,5%

2 Partido Socialista 38 28,5%

3 Chega 14 10,4%

4 Livre 6 4,5%

5 Iniciativa Liberal 5 3,8%

6 CDU 5 3,8%

7 Bloco de Esquerda 2 1,5%

8 Reagir Incluir Reciclar 1 0,8%

Votos em Branco 4 3,0%

Votos Nulos 0 0,0%

Número de recenseados  233

Número de votantes 133

Taxa de abstenção 42,9%

Xia Baolong | Deputados comentam visita e formulam desejos

A recente visita de Xia Baolong, director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado, entre 8 e 13 deste mês, foi comentada pelos deputados na sessão parlamentar de ontem.

Os legisladores exigiram mudanças no panorama económico, entre eles Leong Sun Iok. “O director Xia atribuiu grande importância ao progresso da diversificação adequada da economia de Macau. Com mudanças económicas e influências externas, o sector do jogo enfrenta certos desafios e há que impulsionar a referida diversificação económica. Mas deparamo-nos, na prática, com muitas dificuldades”, disse, destacando “os recursos limitados” e estruturas insuficientes tendo em conta “o desenvolvimento da indústria”.

Por sua vez, o deputado Lei Chan U lembrou que Xia Baolong “afirmou ser necessário unir esforços para acelerar o desenvolvimento da diversificação adequada da economia, promover a construção da Zona de Cooperação Aprofundada e tratar o desenvolvimento de Hengqin como um assunto próprio de Macau”. Lei Chan U espera que à medida “que se aumenta a resiliência económica de Macau, poderão ser proporcionadas aos residentes mais oportunidades de emprego com perspectivas de desenvolvimento, promovendo-se um emprego de alta qualidade para a população”.

Já Wu Chou Kit defendeu um maior “desenvolvimento coordenado” entre Macau e Hengqin sobretudo ao nível da “articulação das regras do regime de exploração comercial” e também no caso da construção de obras e infra-estruturas.

Saúde mental | Ron Lam pede fim da “política de avestruz”

Ron Lam acusa o Governo de seguir uma “política de avestruz” e de pouco ou nada fazer para travar a tendência crescente de suicídios dos últimos anos. O deputado defendeu ontem na Assembleia Legislativa mais transparência na divulgação de dados e medidas de prevenção na área da saúde mental

 

No período de intervenções antes da ordem do dia da sessão plenária de ontem da Assembleia Legislativa (AL), Ron Lam acusou o Governo de seguir uma “política de avestruz” em relação à saúde mental, fazendo referência a um tipo de política que esconde os verdadeiros problemas. “Solicito ao Governo que abandone a actual política de avestruz e crie, proactivamente, mecanismos específicos e objectivos, para divulgar à comunicação social as informações essenciais sobre os casos de suicídio”, defendeu o deputado.

Na mesma interpelação, o deputado sugeriu que o Executivo “continue a fornecer dados brutos em publicações e estudos estatísticos, para que a sociedade e os sectores em causa tomem conhecimento e prestem atenção à saúde mental e ao suicídio”, defendendo ser necessário “definir objectivos claros para reduzir o número de suicídios”.

No tocante à resposta governamental, o deputado apontou que “os serviços responsáveis pela sua execução, através da colaboração interdepartamental e do reforço do investimento, devem assegurar que as pessoas tenham acesso a apoio suficiente, por forma a travar, efectivamente, o agravamento do suicídio”.

O deputado não deixou de fazer críticas concretas à actual actuação, defendendo que “as informações divulgadas actualmente pelo Governo são limitadas”. “Por exemplo, os números das mortes por suicídio divulgados pelos Serviços de Saúde (SS) são trimestrais e através de notas de imprensa, com dados classificados segundo o sexo, residência de Macau e idades. Como esses dados não são completos, não é possível efectuar uma análise e comparação, e a sociedade também não consegue discutir mais aprofundada e racionalmente este tema”, frisou.

As críticas vão também para a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), pois “nunca responde às questões relacionadas com o suicídio de um aluno, ou seja, simplesmente não as divulga”. Além disso, “segundo algumas pessoas da área da psicologia, nos anteriores relatórios dos SS sobre o ‘Inquérito sobre o Comportamento da Saúde dos Alunos do Ensino Secundário de Macau’, foram incluídos os dados relativos a actos de automutilação dos alunos do ensino secundário, mas no recente relatório esses dados foram eliminados”, indicou o legislador.

A culpa é da economia

Durante o debate dedicado à votação, na especialidade, da alteração ao quadro geral dos docentes de escolas privadas, Ron Lam apresentou os mais recentes dados estatísticos que demonstram a tendência crescente de mortes por suicídio nos últimos anos, destacando que “segundo algumas vozes, se a economia e a sociedade continuarem numa sociedade adversa, é provável que o problema do suicídio passe a ser mais grave”.

Na interpelação oral, são citados dados já avançados por Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, quanto à ocorrência de 91 mortes por suicídio no ano passado, “com a taxa a atingir 13,6 por cada 100 mil pessoas, um valor significativamente superior à média internacional de cerca de 9 a 10 pessoas”. Ainda segundo o deputado, “a taxa de suicídio em Macau aumentou 44 por cento no espaço de 10 anos, em comparação com os 9,4 casos registados em 2015”, sendo que “a situação dos jovens também merece atenção”.

Em 2024, “registaram-se 4 casos de suicídio entre os 5 e os 14 anos, mais do que um caso pela primeira vez nos últimos 10 anos, e 9 casos entre os 15 e os 24 anos, sendo este o maior número verificado nos últimos 10 anos”. “Isto demonstra que é premente dar atenção e lidar com o problema do suicídio em Macau”, rematou.

Lei das escolas privadas aprovada com unanimidade e críticas

Foram ontem aprovadas por unanimidade, na especialidade, as alterações ao quadro geral do pessoal docente das escolas particulares do ensino não superior, uma lei de 2012, para passar a abranger as escolas criadas na Zona de Cooperação de Macau e Guangdong em Hengqin e legislar regalias e direitos dos docentes e funcionários dessas escolas.

Porém, alguns deputados deixaram críticas ao novo regime, nomeadamente Ron Lam, que falou de uma consulta pública pouco abrangente. “Votei a favor, mas peço que no futuro a nossa produção legislativa seja feita de melhor forma. A proposta não teve uma consulta alargada, deveria ter sido feita uma consulta pública mais ampla”, indicou. O deputado demonstrou ter dúvidas quanto à aplicação no Interior da China de uma lei aprovada na RAEM. “Está nas mãos do Governo assumir a função fiscalizadora para que todas as regalias e benefícios do pessoal docente sejam asseguradas”, defendeu.

Em causa está o facto de poderem ser usadas duas legislações em matéria laboral na hora de recrutar funcionários para as escolas. “Para a criação de uma escola na Zona de Cooperação há vários trabalhos que têm de ser feitos pela entidade tutelar, e um deles é assinar, segundo a lei de relações laborais [de Macau], o contrato, a não ser que o trabalhador de Macau opte pelo regime do Interior da China. Isso está claro, há esse direito de escolha”, apontou a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam.

Segundo a versão da proposta de lei apresentada no passado dia 8 de Maio, a nova legislação aplica-se a docentes com residência da RAEM “que tenham celebrado contrato de trabalho com a entidade tutelar” nos termos da lei das relações de trabalho da RAEM. Para os docentes não-residentes, aplica-se a legislação do interior da China. As escolas, para se estabelecerem em Hengqin, devem ter ligação prévia a Macau.

Preferência residencial

Os deputados apelaram ainda à garantia de vagas de trabalho para residentes de Macau. “Esta proposta de lei tem de dar prioridade aos residentes, pois em Macau há professores que podem querer dar aulas ali. Espero que não se trate apenas de uma preferência [na lei, mas algo definido]. Espero que haja mais espaço de desenvolvimento para os professores”, disse Ron Lam U Tou.

Também a deputada Ella Lei pediu “mais postos de trabalho”, lembrando que, com escolas na Zona de Cooperação, “os residentes têm mais escolhas”. “O Governo tem de criar mais postos de trabalho, pois muitos terminam a licenciatura na área da docência e não conseguem encontrar trabalho. É uma boa forma para que os residentes possam trabalhar nas escolas da Zona de Cooperação”, acrescentou.

A secretária frisou que “haverá uma diversidade de trabalhos, com docentes de Macau, do Interior da China e até do exterior, para a criação destas escolas. A nossa postura é que os residentes tenham preferência em termos de contratação”, rematou.

Os deputados Loi Choi In e Zheng Anting assinaram juntos uma declaração de voto, pedindo ao Governo para “encurtar estas diferenças [entre escolas públicas e privadas] para fortalecer o sector da educação, pois vai ter de investir mais e aumentar os salários”.

O escritor

Estava sentado numa esplanada do centro histórico de Santarém. Tinha pedido uma bifana e uma imperial. Pensava nas pessoas que ia vendo passar. Na diferença com que os humanos exteriorizam os seus hábitos nas mais diversas formas de se apresentarem. Passavam raparigas e rapazes com a nova moda de auscultadores nas orelhas, algo que, segundo vários clínicos, vais deixar a nova geração completamente surda aos 60 anos de idade, porque ouvem a música no máximo de decibéis; passavam reformadas com a sua bengala; passavam mães com os seus carrinhos transportando os bebés.

É uma satisfação constatar que a natalidade não pára, mas é triste saber que muitas jovens não podem e não querem ter filhos por falta de condições financeiras para os criar e porque a situação das urgências hospitalares para grávidas está um caos; passavam apressadamente homens de pasta e fato e gravata, possivelmente advogados ou funcionários superiores da municipalidade; passavam crianças aparentando 12 ou 13 anos com a mochila às costas de tal forma pesadas que em nada beneficia o futuro das suas colunas vertebrais; passavam idosos com demência com uma senhora africana de braço dado.

Ai, se não fossem os imigrantes… não sei quem é que trabalhava nas instituições de cuidados continuados, nos lares, nos milhares de casas de portugueses das classes média e alta como empregadas domésticas, nos restaurantes e cafés, na agricultura e nas obras de construção civil. E ainda temos políticos que querem os imigrantes fora de Portugal, quando nós fomos sempre um país que obrigou à factualidade de termos milhões emigrados pelos quatro cantos do mundo; passavam vendedores disto e daquilo. Penso que disse umas seis vezes que não estava interessado em relógios, carteiras, óculos, chapéus ou isqueiros; passavam polícias na conversa e sem boné na cabeça. Ainda me recordo quando os agentes policiais percorriam as ruas garbosamente fardados e faziam continência quando passava um militar superior fardado. Hoje, não ligam a ninguém e até parece que somos nós que temos a culpa dos seus baixos salários.

A dado momento, chegou-se junto a mim um cidadão com o cabelo grisalho mal arranjado, a barba por fazer, com a roupa velha ou pouco limpa e disse-me qualquer coisa que não percebi. Respondi que não tinha trocado porque pagava a conta com o cartão multibanco. O indivíduo balbuciou mais umas palavras e eu pedi para repetir. Ele disse-me que não estava a pedir dinheiro. Desejava que eu lhe pagasse um bolo porque tinha fome. Respondi-lhe afirmativamente e acto contínuo perguntei o que fazia. Respondeu-me, surpreendentemente, que era escritor. Escritor? Mandei-o sentar na mesa e perguntei-lhe se queria uma bifana e uma imperial. Respondeu-me com um sorriso.

– Então, você é escritor e tem fome, certamente por falta de dinheiro, não?

– É assim.

– Mas, não tem dinheiro porquê?

– Porque tenho uma reforma de 700 euros, pago 450 pela renda, tenho de comprar alguns medicamentos não comparticipados, pago a electricidade, o gás, a água e fico com muito pouco dinheiro para a alimentação. Não compro roupa ou sapatos há cinco anos.

– E a Segurança Social não lhe dá apoio?

– Já tentei três vezes e ainda não consegui nada.

– Oiça, meu caro, o que escreve?

– Já escrevi dois livros sobre o capitão Salgueiro Maia e um sobre o que foi o Movimento das Forças Armadas?

– E onde posso comprar os seus livros?

– Esgotaram.

– E a editora não lhe pagou as comissões das vendas?

– Não, porque acordámos que eu não pagaria nada pela produção das obras mas também não receberia nada pelas vendas.

Chegou a bifana e a imperial para o meu interlocutor e de um golo bebeu o líquido alcoólico e de quase uma dentada a bifana. A fome era grande e as lágrimas emudeceram-me os olhos.

– Ó amigo, coma mais uma bifana…

– Se o senhor puder, agradeço muito.

– Não me trate por senhor, chame-me André e dê-me a sua morada para eu lhe enviar qualquer coisa que me diga que precisa e o número da sua conta bancária para quando eu puder enviar-lhe uns euritos.

O escritor, que me pediu para não mencionar o seu nome, depois de lhe dizer que eu escrevia na blogosfera e que iria abordar aquele encontro. Agradeceu-me sensibilizado e ao retirar-se apenas me disse que eu tinha “caído do céu”.

– Porque é que diz isso?

– Porque nos dias de hoje há muita pouca gente que ajude o próximo.

O escritor foi à sua vida e deixou-me a meditar na pobreza escondida que grassa pelo nosso Portugal. Uma pobreza que se intensifica de ano para ano e que os políticos assobiam para o lado. A pobreza em Portugal é uma realidade que afecta quase dois milhões de pessoas, representando 16,4 por cento da população em risco de pobreza ou exclusão social, de acordo com dados recentes. Embora a taxa de risco de pobreza tenha diminuído em 2023, a desigualdade de rendimentos e a pobreza continuam a ser desafios significativos para o país, com crianças, jovens e famílias monoparentais sendo os grupos mais vulneráveis. Em Portugal, uma em cada cinco pessoas vive em risco de pobreza ou exclusão social.

Os pobres estão mais pobres em Portugal. A evolução dos principais indicadores de desigualdade, pobreza e exclusão social divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a partir do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2024, evidencia alguns sinais contraditórios, que devem ser lidos com um cuidado adicional. Uma parte desses sinais contraditórios resulta dos diferentes períodos de observação das suas principais variáveis.

Enquanto os indicadores de nível de rendimento, de desigualdade e de pobreza reflectem a realidade de 2023, os indicadores de privação material e social e de exclusão social traduzem a realidade existente na data do inquérito, isto é, de Março a Junho de 2024.

Contudo, o mais importante é que existe muita pobeza escondida no nosso país e há “escritores” com fome e que têm a dignidade e a coragem de pedir pelas ruas que alguém lhes mate a fome e, isso, é o mais triste de uma realidade que a classe política não demonstra ter preocupação, especialmente em manter reformados com pecúlios mensais de 200, 300 ou 400 euros.

Favorito às presidenciais sul-coreanas defende segundo mandato

O principal candidato à presidência da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, propôs uma alteração à Constituição para encurtar o mandato presidencial para quatro anos, mas acrescentando um segundo mandato, considerando-a uma medida para equilibrar o poder.

A proposta, divulgada ontem por Lee na rede social Facebook, surge quando os sul-coreanos estão a duas semanas escolher nas urnas o seu Presidente para um mandato único de cinco anos, numa votação desencadeada pela destituição do antigo Presidente Yoon Suk Yeol.

As últimas sondagens mostram que Lee, o candidato do Partido Democrático, da oposição, lidera a corrida às eleições agendadas para 03 de Junho com uma taxa de apoio de 51 por cento.

“Vamos tornar o presidente mais responsável e descentralizar o poder”, disse Lee numa publicação no Facebook. “Uma presidência de quatro anos e dois mandatos permitiria avaliações intercalares da administração, o que aumentaria a sua responsabilidade”.

Posteriormente, em resposta aos jornalistas num evento em Gwangju, Lee sublinhou que a Constituição sul-coreana não permite que uma revisão do mandato presidencial seja aplicada ao líder em funções, noticiou a Yonhap News.

Outras mudanças

Lee propôs igualmente uma série de medidas destinadas a conferir mais poderes ao Parlamento, tais como a limitação do direito de veto do Presidente e a exigência de aprovação parlamentar para a declaração da lei marcial.

“Se as discussões progredirem suficientemente depressa, poderemos perguntar o que as pessoas querem nas eleições locais de 2026 ou nas eleições gerais de 2028, mesmo que atrasadas”, escreveu Lee no Facebook.

A eleição do próximo presidente da Coreia do Sul assume-se como um passo crucial para recolocar a potência exportadora no caminho da estabilidade política, depois de o decreto de lei marcial de Yoon, em Dezembro, ter desencadeado a pior crise constitucional do país em décadas.

No sábado, Yoon abandonou o Partido do Poder Popular, abrindo caminho para que os conservadores atraiam mais eleitores indecisos, quando o fracasso da lei marcial ainda projecta uma sombra densa sobre o seu candidato, Kim Moon-soo. Kim, antigo ministro do Trabalho de Yoon, foi elogiado pelos conservadores por se ter oposto à destituição de Yoon e por se ter recusado a pedir desculpa pelo decreto da lei marcial.

Xangai | Nvidia pretende abrir centro de I&D apesar da queda de vendas

A norte-americana Nvidia pretende abrir um centro de Investigação e Desenvolvimento (I&D) em Xangai como parte do renovado compromisso com o mercado chinês, apesar da queda de vendas resultante das restrições de exportação impostas por Wahsington.

A informação é avançada pelo diário britânico Financial Times (FT), que adianta que o novo centro tem como objectivo desenvolver soluções adaptadas às necessidades técnicas dos clientes chineses, ao mesmo tempo que assegura o cumprimento das leis norte-americanas.

A Nvidia esclareceu, de acordo com o FT, que não enviará projectos de unidades de processamento gráfico (GPU) para a China nem permitirá modificações locais para evitar sanções pela transferência indevida de propriedade intelectual. O plano foi discutido em Abril entre o CEO da Nvidia, Jensen Huang, e o presidente da câmara de Xangai, Gong Zheng.

O novo centro também estará envolvido em projectos globais, como verificação de design de ‘chips’, otimização de produtos existentes e áreas aplicadas como a condução autónoma. O governo local terá expressado apoio preliminar à iniciativa, que ainda precisa de ‘luz verde’ dos EUA.

A pressão regulatória tem sido severa, já que o H20 — unidade de processamento gráfico (GPU) que a Nvidia começou a vender na China em 2024 e foi projectada especificamente para atender às regulamentações da era Biden — também está sujeito a controlos de Washington, apesar de ter sido criado em resposta a restrições anteriores em ‘chips’ mais avançados.

Washington alerta que o uso de ‘chips’ de IA produzidos pela Huawei pode levar a consequências legais para empresas norte-americanas ou estrangeiras. Em resposta, a Nvidia ofereceu aos seus clientes chineses o chip L20 de menor potência, que não possui memória de alta velocidade.

Hong Kong | Português condenado por subversão recorre para última instância

O português Joseph John recorreu para a última instância de Hong Kong, após um tribunal intermédio ter rejeitado um pedido para reduzir a pena de cinco anos de prisão pelo crime de incitação à subversão.

Segundo o portal na Internet do Tribunal de Última Instância da região chinesa, o pedido foi recebido mas ainda não foi marcada a data para a audiência do tribunal, que conta entre os seus juízes com o lusodescendente Roberto Ribeiro.

O pedido de recurso foi apresentado na quinta-feira pela defesa de Joseph John, também conhecido como Wong Kin Chung, de acordo com o portal de notícias Hong Kong Free Press.

Em Abril de 2024, a Justiça de Hong Kong condenou Joseph John a cinco anos de prisão pelo crime de incitação à subversão, no primeiro caso de segurança nacional a envolver um arguido com dupla nacionalidade.

Mais tarde, o advogado do português, Randy Shek Shu Ming, pediu ao Tribunal de Recurso que reduzisse a pena para quatro anos e quatro meses, sublinhando que Joseph John se tinha declarado culpado. Mas em Abril passado, o Tribunal de Recurso recusou o pedido da defesa do português, concluindo que qualquer crime ligado à segurança nacional que seja classificado como “sério” implica uma pena mínima de cinco anos.

Joseph John, funcionário do Royal College of Music, no Reino Unido, está detido desde o final de Outubro de 2022 e, caso a pena se mantenha inalterada, poderá sair em liberdade no final de 2027.

Ucrânia | China mantém esperança de se alcançar paz justa

As primeiras negociações entre delegações da Rússia e da Ucrânia desde 2022 aconteceram sexta-feira na Turquia sem, no entanto, contarem com a presença de Putin ou Zelensky. Acordada, ficou a troca de prisioneiros entre ambas as partes

 

A China disse sexta-feira esperar um acordo de paz justo e duradouro entre a Rússia e a Ucrânia, quando Moscovo e Kiev se preparavam para realizar as suas primeiras negociações directas desde 2022 em Istambul, na Turquia.

Ucranianos e russos sentaram-se pela primeira à mesa das negociações desde a Primavera de 2022, mas a ausência do Presidente russo, Vladimir Putin, no encontro mitigou as esperanças sobre eventuais progressos no sentido da assinatura de um acordo de paz. Do encontro, apenas saiu um acordo para a troca de prisioneiros entre as duas nações, mil de cada um dos lados.

“Esperamos que todas as partes envolvidas continuem as conversações e as negociações com vista a chegar a um acordo de paz justo, duradouro e vinculativo, aceitável para todas as partes, de forma a alcançar uma solução política para a crise ucraniana”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jean, numa conferência de imprensa.

Pequim, acrescentou, espera que uma “solução política” para a “crise na Ucrânia” possa ser alcançada em breve.

Papel activo

A China tem afirmado repetidamente que quer desempenhar um papel construtivo para alcançar a paz e sublinhou que a Europa deve ter uma palavra a dizer nas negociações de paz.

Desde o início da guerra, Pequim tem mantido uma posição ambígua sobre o conflito, apelando ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção às “preocupações legítimas de todos” os estados, referindo-se à Rússia.

Assim, opôs-se às sanções unilaterais contra Moscovo, embora o Ocidente tenha acusado a China de apoiar a campanha militar da Rússia, algo que sempre negou, e de fornecer a Vladimir Putin componentes essenciais para produzir armas. Os países europeus têm apelado repetidamente ao líder chinês Xi Jinping para usar a sua influência sobre o seu homólogo russo, Vladimir Putin, para travar o conflito.

Entretanto, o porta-voz Lin anunciou sexta-feira que o vice-primeiro-ministro Zhang Guoqing visitará a Rússia de hoje até dia 22 de Maio para uma reunião dos presidentes do Comité Intergovernamental de Cooperação entre o Nordeste da China e o Extremo Oriente na Rússia.

Comentando a visita, Lin recordou que Xi e Putin concordaram durante a última visita do líder chinês a Moscovo em “continuar a sua cooperação” e explorar formas de a promover “com maior vitalidade e vigor”.

Troca de livros | Nova actividade no próximo fim-de-semana

O Instituto Cultural (IC) promove, no próximo fim-de-semana, concretamente sábado e domingo, mais uma actividade “Trocar um Livro por Outro”, com o objectivo de incentivar a leitura nos bairros comunitários da península de Macau e ilha da Taipa.

As rondas do próximo fim-de-semana decorrem no Parque Urbano da Areia Preta, entre as 12h e 18, sendo que a primeira iniciativa, decorreu este sábado e domingo, na Zona de Lazer da Praça das Orquídeas. A ideia é “aumentar a circulação e partilha de recursos de leitura na comunidade através da construção de uma plataforma de troca de livros, para que mais residentes possam participar e sentir a diversão e o valor da leitura”.

Os participantes precisam apenas de levar os seus livros que cumpram as regras de troca ao pessoal no local, seleccionando os livros preferidos e trocando-os por um número igual ao dos seus próprios livros. Cada um poderá trocar no máximo de 20 livros durante o evento. Não podem ser trocados revistas, panfletos, guias para entrar numa escola de grau superior, livros didácticos, catálogos de eventos, livros de pano infantis, anuários publicados não localmente, livros jurídicos, guias de exames ou livros de ciência e engenharia publicados há mais de cinco anos, entre outros critérios.

Esta actividade integra-se no “Mês de Leitura Conjunta em Toda a Cidade de Macau 2025”, que “visa aprofundar o hábito de leitura dos residentes, permitir que a leitura se enraíze na comunidade e criar um ambiente livresco por toda parte da cidade”, descreve o IC.

Novas candidaturas de filmes a subsídios do FDC até Julho

O Instituto Cultural (IC) aceita candidaturas para atribuição de subsídios a longas-metragens no âmbito do Fundo de Desenvolvimento da Cultura (FDC) até 18 de Julho, sendo que o período de candidaturas arranca hoje. Esta nova edição de apoios diz respeito ao “6.º Plano de Apoio à Produção Cinematográfica de Longas Metragens” e visa “prestar apoio financeiro e aconselhamento profissional aos criadores cinematográficos locais, com vista a reforçar a capacidade de produção profissional da indústria cinematográfica e televisiva de Macau”.

Serão aceites projectos de filmes de residentes permanentes de Macau com 18 ou mais anos, devendo o candidato ser o realizador ou produtor do filme, sendo que o processo deve ser entregue a título individual. O candidato deve ter realizado ou produzido uma longa-metragem de ficção com duração mínima de 80 minutos ou duas curtas-metragens, também do género ficção e com duração superior a 20 minutos cada. Um dos critérios é que ambas tenham sido exibidas ao público.

Por partes

Haverá duas fases de selecção, sendo que na primeira a Comissão de Avaliação de Actividades e Projectos do FDC realiza uma avaliação documental e classificação do projecto segundo cinco critérios de avaliação, nomeadamente a “especialização, competência técnica e experiências anteriores do candidato e da equipa principal e de execução; conteúdo e a criatividade do guião; viabilidade do plano de produção cinematográfica; racionalidade do orçamento; efeito do projecto na formação da imagem de marca cinematográfica e televisiva de Macau”.

Serão admitidos dez projectos para passar à segunda selecção que também serão analisados consoante cinco critérios mais “a integridade do guião e viabilidade do plano de divulgação e promoção do filme”.

Os subsídios terão a duração de 36 meses e são atribuídos a um máximo de quatro projectos seleccionados, sendo que o valor financiado máximo é de 70 a 90 por cento das despesas orçamentais do projecto candidato, até dois milhões de patacas. Este montante, destina-se a pagar custos de produção e publicidade das longas-metragens.

No dia 23 de Maio, decorre uma sessão de esclarecimento no auditório do FDC no sétimo andar do Edifício Centro Comercial Cheng Feng, às 15h, para os interessados.

IC | Workshops em Junho para celebrar património da China

A partir do dia 14 de Junho, o Instituto Cultural (IC) organiza uma série de workshops com vista a celebrar o Dia do Património Cultural e Natural da China. Estas celebrações incluem entradas gratuitas em vários espaços museológicos, nomeadamente na exposição de realidade virtual nas Ruínas de São Paulo ou no Farol da Guia

 

A fim de celebrar o “Dia do Património Cultural e Natural da China”, instituído para o segundo sábado do mês de Junho e que se comemora desde 2006, o Instituto Cultural (IC) lança, no próximo mês, uma série de iniciativas que visam a participação da população, nomeadamente através da realização de diversos workshops e actividades temáticas que visam mostrar a história do país. As inscrições para todas as actividades já começaram a podem ser feitas na plataforma da Conta Única de Macau.

O programa arranca a 14 de Junho e traz “actividades emocionantes inspiradas na cultura tradicional chinesa”, descreve o IC, além de estarem incluídas entradas gratuitas no Farol da Guia, nos dias 14 e 15 de Junho, e na exposição “Visitando as Ruínas de S. Paulo no Espaço e no Tempo – Exposição de Realidade Virtual nas Ruínas de S. Paulo”, com sessões gratuitas de 1 a 29 de Junho.

Assim, a partir de dia 14, diversos espaços museológicos de Macau, como a Casa da Literatura ou a Casa do Mandarim acolhem estes workshops. Mais concretamente, o “Workshop de Caligrafia em Leques Chineses” na Casa da Literatura de Macau; as sessões sobre a “Pirografia de Shandan” e a “Escultura em Ovos de Hezhou” no Museu Memorial de Zheng Guanying; o “Workshop de Pintura em Cerâmica” na Casa do Mandarim, o “Workshop de Pintura em Laca com Madrepérola” no Centro de Preservação e Transmissão do Património Cultural do Museu do Palácio de Macau e o “Workshop de Experiência de Restauro de Livros Antigos” na Biblioteca Sir Robert Ho Tung, que estão disponíveis algumas sessões para idosos.

O programa inclui também workshops mais virados para crianças e as respectivas famílias, como é o caso da sessão sobre as “Cabaças Esculpidas de Lanzhou” e “Quadro em Pintura de Palha”, que decorrem no Museu Memorial de Zheng Guanying e Museu Memorial de Xian Xinghai, respectivamente. Já o “Workshop de Suculentas na Mini Casa de Lou Kau” acontece na Casa de Lou Kau e o “Workshop de Experiência de Artesanato de Argila de Prata” está agendado para a Fortaleza da Guia.

Encontro com livros

Integrada neste cartaz está a iniciativa “Visita Guiada à Biblioteca do Senado”, cujas inscrições podem ser feitas, na mesma plataforma da Conta Única, a partir do dia 28 de Maio. O IC destaca ainda outros eventos que exibem também a cultura chinesa em Macau, como a exposição “Preciosidades de Fornos: Colecção de Cerâmica de Shiwan do Museu de Arte de Macau”, patente no Museu de Arte de Macau até 7 de Outubro. Por sua vez, a mostra “Génese e Espírito – Mostra de Património Cultural Intangível de Gansu” terá lugar entre 14 de Junho e 13 de Julho, no Museu de Macau, enquanto o evento “Génese e Espírito – Actuação de Património Cultural Intangível de Gansu” decorre nos dias 15 e 16 de Junho no Largo do Senado e no Jardim do Mercado de Iao Hon, respectivamente.

A partir de 2017, o “Dia do Património Cultural” passou a ser designado “Dia do Património Cultural e Natural”, pretendendo “reforçar a consciência social sobre a importância do património cultural e natural e da preservação do mesmo”.

Hello Kitty | Autocarro passa por bairros residenciais

Começou a operar este fim-de-semana o autocarro temático da Hello Kitty que transporta gratuitamente residentes e turistas pelos bairros comunitários da zona norte da península.

O autocarro tem como pontos de partida os postos fronteiriços de Qingmao e Portas do Cerco e tem seis paragens no percurso: Rua da Hortense (perto do das Portas do Cerco), Pérola Oriental da Areia Preta, Jardim do Mercado de Iao Hon, Yat Yuen, The Waterfront Duet Macau do Fai Chi Kei e Qingmao.

Apesar de ser grátis, para apanhar o autocarro é preciso pode reservar data e horário da viagem numa página electrónica exclusiva da actividade. Paralelamente, foi lançado um Mapa Gastronómico da Zona Norte, com recomendações de lojas e restaurantes perto das paragens de autocarro, para incentivar residentes e turistas “a explorarem profundamente os bairros comunitários e a divertirem-se e consumirem nesta zona”.

Hipertensão | Um quarto da população afectada

Complicações ligadas à hipertensão resultaram na morte de 1.170 pessoas em Macau entre 2019 e 2023. Os dados foram revelados pelas autoridades de saúde na sexta-feira, numa conferência de imprensa para assinalar o “Dia Mundial da Hipertensão”. A hipertensão é a segunda doença crónica mais comum no território, depois da diabetes.

A médica assistente de saúde pública da Divisão de Promoção da Saúde do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Serviços de Saúde, Ng Nga Teng, afirmou que entre os doentes com hipertensão, 70 por cento tem conhecimento de que sofre da doença.

As autoridades salientaram que no ano passado a taxa de controlo da pressão arterial atingiu 62,6 por cento, “uma melhoria de 14,1 por cento em relação ao ano anterior, permitindo que 11.590 novos doentes alcançassem um nível estável de pressão arterial controlada”.

Em relação aos doentes diabéticos, as taxas de cumprimento dos três parâmetros: glicemia, pressão arterial e lípidos foram de 60,1, 71,2 e 60 por cento, respectivamente, elevando a taxa global de cumprimento para 29,3 por cento, mais 9,1 por cento face a 2023.

Suicídio | Mortes no primeiro trimestre desceram para 18 casos

Apesar da descida das mortes por suicídio nos primeiros três meses do ano, os vários casos registados nos últimos dias levaram o Governo a procurar reforçar a prevenção na comunidade. Na sexta-feira, as autoridades reuniram com associações e instituições comunitárias para descentralizar o apoio a grupos vulneráveis

 

Depois de no ano passado o registo de mortes por suicídio ter batidos recordes, as estatísticas relativas aos primeiros três meses de 2025 trouxeram algum alívio. No primeiro trimestre deste ano, 18 pessoas tomaram a sua própria vida, menos quatro em termos homólogos, representando uma descida de 18,2 por cento. De acordo com os dados oficiais, também as tentativas de suicídio caíram de 99 para 84 no período em análise, um decréscimo de 15,1 por cento.

Entre as pessoas que se suicidaram, 13 eram homens e cinco mulheres, com idades compreendidas entre os 29 e 72 anos. Das 18 mortes registadas nos primeiros três meses do ano, 16 eram residentes de Macau.

Porém, “foram registados bastantes casos de suicídios nos últimos dias”, salientou na sexta-feira o presidente do Instituto de Acção Social (IAS), Hon Wai, num seminário para trocar impressões com as associações e instituições relacionadas relativas à promoção da saúde mental e à prevenção do suicídio. “O Governo acha que existe a necessidade e a urgência de se associar às forças da comunidade para enfrentar o problema”, acrescentou Hon Wai, citado pelo Canal Macau da TDM.

Manter o alerta

O presidente do IAS revelou que o Executivo está preocupado com a situação e que a aposta passa por reforçar a prevenção comunitária para identificar e acompanhar grupos mais vulneráveis.

A posição foi adoptada no seminário dedicado a promover o conceito de “guardião da vida” e a apoiar “cuidadores de pessoas”. O objectivo do evento foi “promover a mensagem de que todos somos ‘guardiões da vida’ e incentivar a população a estar atenta à própria saúde mental e dos seus familiares e amigos, bem como recorrer aos serviços de apoio do governo e privados quando necessário”.

Segundos as autoridades, as principais causas do suicídio continuam a ser problemas emocionais, financeiros ou relacionados com o jogo e doenças mentais. Em termos de acompanhamento da situação, o presidente do IAS garantiu que “o Governo, além de continuar a intensificar a cooperação multi-departamental, vai também tentar descentralizar recursos para a comunidade e promover a participação de mais instituições de serviços sociais”.

Hon Wai voltou a alertar para a contenção na partilha de informações demasiado detalhadas por casos particulares de suicídio, “porque a disseminação das notícias pode ter impacto em algumas pessoas, até porque é sabido que são actos que podem ser imitados”.

Quem se sentir emocionalmente angustiado ou estiver numa situação de desespero deve ligar para a Linha Aberta “Esperança de vida da Caritas” através do telefone 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional.