SAFP | Pereira Coutinho fala de medidas discricionárias nos serviços públicos Andreia Sofia Silva - 26 Fev 2020 O deputado José Pereira Coutinho acusa os Serviços de Administração e Função Pública de imporem medidas discricionárias no regresso ao trabalho dos funcionários públicos, deixando cada serviço escolher o seu modo de funcionamento. A ATFPM, à qual preside, tem recebido “muitas queixas” sobre “desigualdades e injustiças” [dropcap]O[/dropcap] descontentamento reina junto de muitos serviços públicos no regresso ao trabalho, depois do interregno causado pelo Covid-19. De acordo com o deputado José Pereira Coutinho, que também preside à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), o facto de os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) não terem criado regras de funcionamento iguais para todos os serviços está a causar problemas de ordem prática. Pereira Coutinho confessou ao HM que a ATFPM tem recebido “muitas queixas” nos últimos dias. “É esta discricionariedade que torna as instruções injustas, pois uns funcionários vão trabalhar todos os dias, outros só trabalham meio dia e outros nenhum dia, apenas porque alguns serviços são considerados ‘essenciais ao público’ e outros não”, apontou. Os SAFP emitiram instruções para o funcionamento dos serviços públicos até sexta-feira, onde se lê que “os serviços públicos devem manter a prestação de serviços essenciais ao público e garantir o seu próprio funcionamento”. Além disso, é referido que “os dirigentes dos serviços públicos podem, atendendo à conveniência do serviço, ao ambiente do local de trabalho e ao estado de saúde física dos trabalhadores, organizar o horário de serviço ou determinar que os trabalhadores com condições exerçam funções em casa”. Para Pereira Coutinho, os SAFP deveriam ter implementado regras iguais para todos os serviços. “Os SAFP podiam muito bem elencar quais os serviços públicos que devem providenciar serviços mínimos e quais os que estão dispensados. Ao esquivarem-se das suas responsabilidades, os SAFP estão a fazer com que os serviços decidam de forma arbitrária, causando desigualdades e injustiças.” Pouca harmonia A falta de harmonização das regras do funcionamento dos serviços faz com que a distribuição do trabalho seja feita de forma desigual. “Sei de muitos funcionários públicos que vão trabalhar e não têm nada para fazer, enquanto outros colegas estão em casa. Outras queixas prendem-se com o facto de os trabalhadores não serem compensados pelos dias em que têm de prestar serviços mínimos.” O deputado descreve também uma situação que observou no edifício dos SAFP, em que notários e funcionários do conservatório estavam a distribuir senhas para as pessoas serem atendidas. “São eles que fazem estas tarefas? Será uma exigência dos SAFP? Tendo em conta o apelo do Governo para evitar contactos pessoais, e manterem-se apenas serviços básicos, será correcto enviar altos funcionários para a primeira linha? Não deveriam estar a assumir tarefas jurídicas? Incompreensível”, frisou. Na reunião da comissão de acompanhamento para os assuntos de administração pública desta segunda-feira, o deputado Si Ka Lon fez o ponto da situação nesta matéria. “Há entidades em que 80 por cento dos trabalhadores foram destacados para o local de serviço e 20 por cento ficaram em casa. Ou seja, a situação varia, há alguns serviços públicos que não abriram as portas. Isto quer dizer que os funcionários ficaram em casa a trabalhar.”
Hengqin | Dúvidas sobre direito da RAEM Hoje Macau - 26 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap]s deputados da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa estão a discutir a lei que vai atribuir jurisdição à RAEM do “Posto Fronteiriço Hengqin e nas suas zonas contíguas”, mas, têm dúvidas sobre a validade do documento. Segundo o presidente da comissão, Chan Chak Mo, os deputados acreditam que o mesmo vai estar em vigor até 19 de Dezembro de 2049, mas acreditam que este aspecto não é claramente apresentado pelo Governo. Por este motivo vão pedir uma reunião para obter mais explicações.
Hengqin | Dúvidas sobre direito da RAEM Hoje Macau - 26 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap]s deputados da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa estão a discutir a lei que vai atribuir jurisdição à RAEM do “Posto Fronteiriço Hengqin e nas suas zonas contíguas”, mas, têm dúvidas sobre a validade do documento. Segundo o presidente da comissão, Chan Chak Mo, os deputados acreditam que o mesmo vai estar em vigor até 19 de Dezembro de 2049, mas acreditam que este aspecto não é claramente apresentado pelo Governo. Por este motivo vão pedir uma reunião para obter mais explicações.
Cartas de condução | Acordo unilateral sobre reconhecimento mútuo fora de questão Pedro Arede - 26 Fev 2020 [dropcap]N[/dropcap]egociar sim. Mas só bilateralmente. Em resposta a uma interpelação escrita do deputado Sulu Sou, o Governo esclareceu que o acordo com o Interior da China de reconhecimento mútuo de títulos de condução “ainda se encontra em fase de negociação” e não considerou viável uma decisão unilateral sobre o tema. Em causa, na interpelação escrita enviada pelo deputado no dia 30 de Setembro de 2019, estão as preocupações com questões de segurança e a diminuta capacidade de espaço da RAEM para receber veículos de fora, que o reconhecimento mútuo de cartas de condução, tendo por base um modelo de equivalência, entre Macau e o Interior da China, poderia trazer. Assim, perante a sugestão de levar para a mesa das negociações com a China, a hipótese de estabelecer um acordo unilateral para que apenas as cartas de condução de Macau fossem reconhecidas no Interior, o Governo afastou esse cenário. “À luz do ‘Acordo-Quadro de Cooperação Guangdong-Macau’, sob o consenso entre o Governo da RAEM e as autoridades do Interior da China, os trabalhos de reconhecimento de títulos de condução são realizados, de forma programada, tendo por base interesses mútuos e o princípio de reciprocidade, pelo que não convém solicitar apenas que o Interior da China reconheça unilateralmente os títulos de condução de Macau”, pode ler-se na resposta que o Governo divulgou ontem. Consulta afastada O Governo afastou também a possibilidade de vir a realizar uma consulta pública sobre o tema, alegando que “tem vindo a auscultar as opiniões dos diversos sectores da sociedade” e “discutido o assunto nas interpelações orais com os deputados à Assembleia Legislativa”. “Para já, a realização de consulta pública não está em consideração”, afirmou o Governo Já acerca do andamento dos trabalhos, o Executivo afirmou, em resposta à interpelação escrita de Sulu Sou, não haver “novas informações a divulgar”, uma vez que as negociações sobre o reconhecimento mútuo de títulos de condução com os serviços competentes do Interior da China ainda se encontram em fase de negociações.
Cartas de condução | Acordo unilateral sobre reconhecimento mútuo fora de questão Pedro Arede - 26 Fev 2020 [dropcap]N[/dropcap]egociar sim. Mas só bilateralmente. Em resposta a uma interpelação escrita do deputado Sulu Sou, o Governo esclareceu que o acordo com o Interior da China de reconhecimento mútuo de títulos de condução “ainda se encontra em fase de negociação” e não considerou viável uma decisão unilateral sobre o tema. Em causa, na interpelação escrita enviada pelo deputado no dia 30 de Setembro de 2019, estão as preocupações com questões de segurança e a diminuta capacidade de espaço da RAEM para receber veículos de fora, que o reconhecimento mútuo de cartas de condução, tendo por base um modelo de equivalência, entre Macau e o Interior da China, poderia trazer. Assim, perante a sugestão de levar para a mesa das negociações com a China, a hipótese de estabelecer um acordo unilateral para que apenas as cartas de condução de Macau fossem reconhecidas no Interior, o Governo afastou esse cenário. “À luz do ‘Acordo-Quadro de Cooperação Guangdong-Macau’, sob o consenso entre o Governo da RAEM e as autoridades do Interior da China, os trabalhos de reconhecimento de títulos de condução são realizados, de forma programada, tendo por base interesses mútuos e o princípio de reciprocidade, pelo que não convém solicitar apenas que o Interior da China reconheça unilateralmente os títulos de condução de Macau”, pode ler-se na resposta que o Governo divulgou ontem. Consulta afastada O Governo afastou também a possibilidade de vir a realizar uma consulta pública sobre o tema, alegando que “tem vindo a auscultar as opiniões dos diversos sectores da sociedade” e “discutido o assunto nas interpelações orais com os deputados à Assembleia Legislativa”. “Para já, a realização de consulta pública não está em consideração”, afirmou o Governo Já acerca do andamento dos trabalhos, o Executivo afirmou, em resposta à interpelação escrita de Sulu Sou, não haver “novas informações a divulgar”, uma vez que as negociações sobre o reconhecimento mútuo de títulos de condução com os serviços competentes do Interior da China ainda se encontram em fase de negociações.
PJ | Contratação “secreta” gera dúvidas a deputados João Santos Filipe - 26 Fev 2020 A comissão da Assembleia Legislativa que se encontra a analisar as alterações à Lei da Polícia Judiciária está preocupada com a contratação secreta, por considerar que o texto legal é demasiado vago [dropcap]O[/dropcap]s deputados estão preocupados com a proposta do Executivo que autoriza a contratação de pessoal de forma secreta pela Polícia Judiciária (PJ). Em causa está a formulação “muito vaga” do artigo de alteração à lei em vigor, que os membros da 1.ª Comissão Permanente consideram poder abrir diversas possibilidades. O cenário foi traçado ontem pelo presidente da comissão, Ho Ion Sang. “Em casos excepcionais a publicação ‘de actos relativos aos trabalhadores da PJ’ pode ser dispensada da publicação no Boletim Oficial. No entanto, a redacção é muito vaga porque apenas refere ‘actos relativos aos trabalhadores da PJ’. Mas, quais são estes actos? Temos de perguntar ao Governo”, apontou o deputado. Ainda em relação a este assunto, foi frisado que apesar de o artigo ser inspirado na lei do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), há diferenças em termos de clareza. “A redacção deste artigo teve em conta a lei para o CCAC. No entanto, o conteúdo na lei da PJ é muito vago”, indicou. “Estamos preocupados com esta questão […] No nosso ponto de vista, o Governo tem de esclarecer melhor este aspecto”, admitiu. A dúvida vai ser enviada ao Governo, durante esta semana, para que o assunto possa ser debatido nos futuros encontros entre os representantes do órgão Executivo e Legislativo. Por esclarecer Outro assunto que gerou dúvidas nos deputados diz respeito aos crimes “relacionados com informática e cibersegurança” em que a PJ passa a ter competência exclusiva. A proposta não enumera os crimes em particular visados por este artigo, e os legisladores consideram que é necessário ser mais claro. O mesmo acontece nos crimes contra a Segurança de Estado, que a lei também não nomeia. “Vamos pedir ao Governo que nos esclareça algumas dúvidas, nomeadamente quais são os crimes que estão em causa porque esta lei não os especifica”, justificou Ho Ion Sang. Em cima da mesa de discussão entre os deputados estiveram ainda a interconexão de dados e a posse de arma por parte de ex-agentes. Em relação ao primeiro ponto, os membros da comissão querem perceber como é que a PJ se vai ligar à base de dados da Administração Pública e outras entidades, numa alteração que lhe vai permitir aceder a dados pessoais sem autorização prévia do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais. Já para que os ex-agentes possam ter acesso a armas de fogo, os deputados querem perceber se serão realizados testes psicológicos regularmente.
PJ | Contratação “secreta” gera dúvidas a deputados João Santos Filipe - 26 Fev 2020 A comissão da Assembleia Legislativa que se encontra a analisar as alterações à Lei da Polícia Judiciária está preocupada com a contratação secreta, por considerar que o texto legal é demasiado vago [dropcap]O[/dropcap]s deputados estão preocupados com a proposta do Executivo que autoriza a contratação de pessoal de forma secreta pela Polícia Judiciária (PJ). Em causa está a formulação “muito vaga” do artigo de alteração à lei em vigor, que os membros da 1.ª Comissão Permanente consideram poder abrir diversas possibilidades. O cenário foi traçado ontem pelo presidente da comissão, Ho Ion Sang. “Em casos excepcionais a publicação ‘de actos relativos aos trabalhadores da PJ’ pode ser dispensada da publicação no Boletim Oficial. No entanto, a redacção é muito vaga porque apenas refere ‘actos relativos aos trabalhadores da PJ’. Mas, quais são estes actos? Temos de perguntar ao Governo”, apontou o deputado. Ainda em relação a este assunto, foi frisado que apesar de o artigo ser inspirado na lei do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), há diferenças em termos de clareza. “A redacção deste artigo teve em conta a lei para o CCAC. No entanto, o conteúdo na lei da PJ é muito vago”, indicou. “Estamos preocupados com esta questão […] No nosso ponto de vista, o Governo tem de esclarecer melhor este aspecto”, admitiu. A dúvida vai ser enviada ao Governo, durante esta semana, para que o assunto possa ser debatido nos futuros encontros entre os representantes do órgão Executivo e Legislativo. Por esclarecer Outro assunto que gerou dúvidas nos deputados diz respeito aos crimes “relacionados com informática e cibersegurança” em que a PJ passa a ter competência exclusiva. A proposta não enumera os crimes em particular visados por este artigo, e os legisladores consideram que é necessário ser mais claro. O mesmo acontece nos crimes contra a Segurança de Estado, que a lei também não nomeia. “Vamos pedir ao Governo que nos esclareça algumas dúvidas, nomeadamente quais são os crimes que estão em causa porque esta lei não os especifica”, justificou Ho Ion Sang. Em cima da mesa de discussão entre os deputados estiveram ainda a interconexão de dados e a posse de arma por parte de ex-agentes. Em relação ao primeiro ponto, os membros da comissão querem perceber como é que a PJ se vai ligar à base de dados da Administração Pública e outras entidades, numa alteração que lhe vai permitir aceder a dados pessoais sem autorização prévia do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais. Já para que os ex-agentes possam ter acesso a armas de fogo, os deputados querem perceber se serão realizados testes psicológicos regularmente.
Hubei | Rejeitado, para já, voo fretado para residentes Andreia Sofia Silva - 26 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau ainda não tomou uma decisão sobre a possibilidade de enviar um voo fretado para trazer de volta os 148 residentes que se encontram na província de Hubei. Destes, 14 são titulares de documentos de identificação do Interior da China, e há menos de dez crianças residentes de Macau acompanhadas por pessoas sem BIR. Para Helena de Senna Fernandes, trazer estas pessoas num voo fretado comporta riscos. “Há muitas pessoas de Hong Kong na província de Hubei, por isso acredito que Hong Kong esteja numa situação difícil. Macau está a tentar encontrar outras medidas mais adequadas. Temos vários planos preparados, mas temos primeiro de avaliar os riscos e ver qual o melhor meio de transporte.” “Já passaram dois meses e os 148 residentes que estão em Hubei ainda não foram infectados devido à segurança e condições de habitação no local. Consoante as suas necessidades estamos a considerar trazê-los de volta, mas primeiro temos de avaliar o risco”, frisou Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau. Na conferência de imprensa foi referido que acompanhantes de residentes sem BIR só podem entrar em Macau com um certificado médico que comprove que não estão infectados. Está também a ser elaborado um plano de isolamento para o regresso destes residentes a Macau.
Hubei | Rejeitado, para já, voo fretado para residentes Andreia Sofia Silva - 26 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau ainda não tomou uma decisão sobre a possibilidade de enviar um voo fretado para trazer de volta os 148 residentes que se encontram na província de Hubei. Destes, 14 são titulares de documentos de identificação do Interior da China, e há menos de dez crianças residentes de Macau acompanhadas por pessoas sem BIR. Para Helena de Senna Fernandes, trazer estas pessoas num voo fretado comporta riscos. “Há muitas pessoas de Hong Kong na província de Hubei, por isso acredito que Hong Kong esteja numa situação difícil. Macau está a tentar encontrar outras medidas mais adequadas. Temos vários planos preparados, mas temos primeiro de avaliar os riscos e ver qual o melhor meio de transporte.” “Já passaram dois meses e os 148 residentes que estão em Hubei ainda não foram infectados devido à segurança e condições de habitação no local. Consoante as suas necessidades estamos a considerar trazê-los de volta, mas primeiro temos de avaliar o risco”, frisou Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau. Na conferência de imprensa foi referido que acompanhantes de residentes sem BIR só podem entrar em Macau com um certificado médico que comprove que não estão infectados. Está também a ser elaborado um plano de isolamento para o regresso destes residentes a Macau.
Coreia do Sul | Cinco residentes pedem ajuda para voltar Andreia Sofia Silva - 26 Fev 2020 O Governo não sabe ao certo quantos residentes de Macau estão na Coreia do Sul, mas já recebeu cinco pedidos de ajuda de pessoas que tinham voo de regresso marcado via Hong Kong e que não conseguem entrar no território vizinho. Foram sugeridos voos alternativos via Shenzhen ou Guangdong e estão a ser ponderadas outras medidas de acompanhamento [dropcap]O[/dropcap] aumento exponencial de casos de infecção com o novo coronavírus na Coreia do Sul levou ontem Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), a considerar a situação “bastante grave”. Para já, o Governo não sabe ao certo quantos residentes estão no país, mas é certo que o Gabinete de Gestão de Crises de Turismo (GGCT) já recebeu cinco pedidos de ajuda, uma vez que as autoridades de Hong Kong decidiram proibir a entrada a não residentes oriundos da Coreia do Sul. “O GGCT recebeu cinco pedidos de ajuda de residentes que gostariam de regressar [para Macau] via Hong Kong e que não conseguem, uma vez que cancelaram os voos”, explicou Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, na conferência diária sobre a epidemia do Covid-19 promovida pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. O Governo sabe apenas, com base nos dados fornecidos pelas quatro companhias de telecomunicação do território, que há 425 números de telefone de Macau na Coreia do Sul, tendo sido enviadas 125 mensagens escritas com sugestões sobre formas alternativas de regresso. “Sugerimos a essas pessoas que encontrem outras formas para regressarem a Macau. Ainda há voos diários entre a Coreia do Sul e Shenzhen e Guangdong. Para aqueles que não possuam salvo conduto [para viajar na China] sugerimos que voltem via Japão ou outras regiões vizinhas”, acrescentou Helena de Senna Fernandes. Leung Iok Un (…) disse que as autoridades não descartam a possibilidade de adoptarem mais medidas de controlo da epidemia para aqueles que chegam da Coreia do Sul. “Vamos continuar a fazer uma avaliação dos riscos e do número de casos. Vamos considerar se acrescentamos ou não estas zonas de alta incidência [do vírus] na nossa lista, como Itália ou o Japão.” “Não excluímos a hipótese de fazer acompanhamento médico” aos residentes que estão no país, acrescentou Leung Iok Un. “Ainda estamos a avaliar porque a Coreia do Sul é um país muito grande, os residentes podem estar espalhados por diferentes zonas. Se for necessário é melhor permanecer na Coreia, evitando uma viagem”, frisou. Escolas sem data para reabrir As autoridades de Hong Kong anunciaram ontem que as escolas irão permanecer fechadas, no máximo, até 20 de Abril, por forma a evitar mais contágios com o Covid-19, mas em Macau as autoridades preferem manter as escolas fechadas. “Damos prioridade à segurança dos alunos. Todos os pormenores estão a ser discutidos mas, para ser franco, o desenvolvimento epidémico pode variar a qualquer momento e não temos ainda um dia concreto para retomar as aulas”, adiantou o responsável da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, Wong Kin Man. Hotelaria | Pior do que na SARS A directora dos Serviços de Turismo adiantou ontem que 13 hotéis permanecem fechados, alguns deles no Cotai. No que diz respeito à taxa de ocupação hoteleira, esta situa-se nos 11 por cento, um cenário pior do que quando a SARS afectou o território. “Mesmo na SARS não havia uma taxa de ocupação tão baixa. O sector do turismo sofreu um grande ataque e não podemos ainda avaliar a taxa de diminuição dos turistas este ano. Queremos lançar diferentes medidas em diferentes fases. Estamos já a trabalhar e não estamos à espera que a epidemia termine. Esta é uma situação que nunca vi desde que entrei nesta carreira”, confessou. Hospital | Mais uma paciente com alta Ontem foi o dia em que a paciente relativa ao sétimo caso de infecção com o novo coronavírus em Macau teve alta. Trata-se de uma mulher de 67 anos, natural de Wuhan, que entrou no território a 23 de Janeiro, tendo apresentado sintomas de febre e tosse no dia seguinte. Esta paciente pediu a isenção do pagamento do tratamento e internamento no Centro Hospitalar Conde de São Januário, no valor de 37 mil patacas, devido a dificuldades económicas. Restam apenas três pacientes isolados, “todos eles casos ligeiros”, disse um médico responsável dos SSM. Fronteiras |Aumento de 25,2 % de entradas O responsável pelo Corpo da Polícia de Segurança Pública adiantou que entraram esta segunda-feira em Macau 21 mil pessoas, sendo que 15 mil eram residentes, o que representa um aumento de 25,2 por cento. Foram ainda transportadas mais de 2 mil pessoas para o campo dos operários e terminal marítimo do Pac On para observação médica, sendo que 241 se recusaram a fazer os testes de despistagem do vírus e regressaram à China.
Coreia do Sul | Cinco residentes pedem ajuda para voltar Andreia Sofia Silva - 26 Fev 2020 O Governo não sabe ao certo quantos residentes de Macau estão na Coreia do Sul, mas já recebeu cinco pedidos de ajuda de pessoas que tinham voo de regresso marcado via Hong Kong e que não conseguem entrar no território vizinho. Foram sugeridos voos alternativos via Shenzhen ou Guangdong e estão a ser ponderadas outras medidas de acompanhamento [dropcap]O[/dropcap] aumento exponencial de casos de infecção com o novo coronavírus na Coreia do Sul levou ontem Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), a considerar a situação “bastante grave”. Para já, o Governo não sabe ao certo quantos residentes estão no país, mas é certo que o Gabinete de Gestão de Crises de Turismo (GGCT) já recebeu cinco pedidos de ajuda, uma vez que as autoridades de Hong Kong decidiram proibir a entrada a não residentes oriundos da Coreia do Sul. “O GGCT recebeu cinco pedidos de ajuda de residentes que gostariam de regressar [para Macau] via Hong Kong e que não conseguem, uma vez que cancelaram os voos”, explicou Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, na conferência diária sobre a epidemia do Covid-19 promovida pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. O Governo sabe apenas, com base nos dados fornecidos pelas quatro companhias de telecomunicação do território, que há 425 números de telefone de Macau na Coreia do Sul, tendo sido enviadas 125 mensagens escritas com sugestões sobre formas alternativas de regresso. “Sugerimos a essas pessoas que encontrem outras formas para regressarem a Macau. Ainda há voos diários entre a Coreia do Sul e Shenzhen e Guangdong. Para aqueles que não possuam salvo conduto [para viajar na China] sugerimos que voltem via Japão ou outras regiões vizinhas”, acrescentou Helena de Senna Fernandes. Leung Iok Un (…) disse que as autoridades não descartam a possibilidade de adoptarem mais medidas de controlo da epidemia para aqueles que chegam da Coreia do Sul. “Vamos continuar a fazer uma avaliação dos riscos e do número de casos. Vamos considerar se acrescentamos ou não estas zonas de alta incidência [do vírus] na nossa lista, como Itália ou o Japão.” “Não excluímos a hipótese de fazer acompanhamento médico” aos residentes que estão no país, acrescentou Leung Iok Un. “Ainda estamos a avaliar porque a Coreia do Sul é um país muito grande, os residentes podem estar espalhados por diferentes zonas. Se for necessário é melhor permanecer na Coreia, evitando uma viagem”, frisou. Escolas sem data para reabrir As autoridades de Hong Kong anunciaram ontem que as escolas irão permanecer fechadas, no máximo, até 20 de Abril, por forma a evitar mais contágios com o Covid-19, mas em Macau as autoridades preferem manter as escolas fechadas. “Damos prioridade à segurança dos alunos. Todos os pormenores estão a ser discutidos mas, para ser franco, o desenvolvimento epidémico pode variar a qualquer momento e não temos ainda um dia concreto para retomar as aulas”, adiantou o responsável da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, Wong Kin Man. Hotelaria | Pior do que na SARS A directora dos Serviços de Turismo adiantou ontem que 13 hotéis permanecem fechados, alguns deles no Cotai. No que diz respeito à taxa de ocupação hoteleira, esta situa-se nos 11 por cento, um cenário pior do que quando a SARS afectou o território. “Mesmo na SARS não havia uma taxa de ocupação tão baixa. O sector do turismo sofreu um grande ataque e não podemos ainda avaliar a taxa de diminuição dos turistas este ano. Queremos lançar diferentes medidas em diferentes fases. Estamos já a trabalhar e não estamos à espera que a epidemia termine. Esta é uma situação que nunca vi desde que entrei nesta carreira”, confessou. Hospital | Mais uma paciente com alta Ontem foi o dia em que a paciente relativa ao sétimo caso de infecção com o novo coronavírus em Macau teve alta. Trata-se de uma mulher de 67 anos, natural de Wuhan, que entrou no território a 23 de Janeiro, tendo apresentado sintomas de febre e tosse no dia seguinte. Esta paciente pediu a isenção do pagamento do tratamento e internamento no Centro Hospitalar Conde de São Januário, no valor de 37 mil patacas, devido a dificuldades económicas. Restam apenas três pacientes isolados, “todos eles casos ligeiros”, disse um médico responsável dos SSM. Fronteiras |Aumento de 25,2 % de entradas O responsável pelo Corpo da Polícia de Segurança Pública adiantou que entraram esta segunda-feira em Macau 21 mil pessoas, sendo que 15 mil eram residentes, o que representa um aumento de 25,2 por cento. Foram ainda transportadas mais de 2 mil pessoas para o campo dos operários e terminal marítimo do Pac On para observação médica, sendo que 241 se recusaram a fazer os testes de despistagem do vírus e regressaram à China.
Covid-19 | OMS apela a resposta global, enquanto em Itália o surto alastra Hoje Macau - 26 Fev 2020 O repentino pico de mortes causadas pela infecção do Covid-19 em Itália acordou o resto do mundo para o perigo que representa o coronavírus. A Organização Mundial de Saúde apela a uma acção concertada para prevenir uma situação de pandemia. O número de mortos em Itália subiu para sete, o que levou ao encerramento de 11 municípios no norte do país. A Coreia do Sul é outro foco de incidência do coronavírus, com 10 vítimas mortais [dropcap]O[/dropcap] director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o aviso para que o mundo se prepare para uma “eventual pandemia” do novo coronavírus, considerando “muito preocupante” o “aumento repentino” de casos em Itália e na Coreia do Sul. “Devemos concentrar-nos na contenção [da epidemia], enquanto fazemos todo o possível para nos prepararmos para uma possível pandemia”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa em Genebra. No entanto, a epidemia recuou na China, onde o novo coronavírus surgiu no final de Dezembro e onde mais de 77.500 pessoas foram infectadas desde então, refere a OMS. Especialistas da missão conjunta da OMS em várias províncias chinesas, incluindo na cidade Wuhan, o epicentro da epidemia, descobriram que a epidemia de Covid-19 atingiu na China “um pico seguido de 23 de Janeiro a 2 de Fevereiro passado, e está em declínio desde então “, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Isso deve dar aos países esperanças de que esse vírus possa ser contido”, afirmou, mais uma vez saudando as medidas drásticas tomadas pela China, onde dezenas de milhões de pessoas vivem confinadas há semanas. Noutras partes do mundo, a epidemia de pneumonia viral acelerou no início da semana, com relatos de subidas acentuadas na Coreia do Sul, Itália e Irão, que agora registam o maior número de casos de contaminação e mortes fora da China. A Itália, que passou de seis para 229 casos em cinco dias, é o país mais afectado na Europa e o terceiro no mundo, depois da Coreia do Sul e da China. A OMS decidiu enviar missões científicas para a Itália com a intenção de ajudar as autoridades a implementar medidas de contenção, disse o director de emergências de saúde da OMS, Michael Ryan, na conferência de imprensa diária para relatar a evolução do surto epidémico. Tenros Adhanom Ghebreyesus acrescentou que, do ponto de vista científico, a missão conjunta na China também ajudou a demonstrar “que não houve mudança significativa no ADN do coronavírus”. Quanto à taxa de mortalidade na China, é actualmente de 0,7 por cento e entre 2,0 por cento e 4,0 por cento em Wuhan, detalhou. Os especialistas também descobriram que as pessoas que foram infectadas, mas não sofrem de sintomas graves, têm um tempo de recuperação de cerca de duas semanas, enquanto aquelas que são severamente afectadas levam entre três a seis semanas, explicou. Palavra de Guterres O secretário-geral das Nações Unidas (ONU) apelou à comunidade internacional para “fazer tudo o que estiver ao seu alcance” para impedir a propagação do Covid-19, epidemia que poderá ter “consequências sérias” para a saúde e economia globais. “Os países devem fazer tudo o que estiver ao seu alcance para responderem à nova estirpe do coronavírus, o Covid-19”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante uma visita à sede da OMS, em Genebra, na Suíça. Guterres salientou que o novo coronavírus “pode ser contido e vencido”, mas, se não houver esforços da comunidade internacional no sentido de conter a epidemia, “a situação poderá ter consequências sérias e afectar a saúde e a economia” mundiais. O líder da ONU acrescentou que desinvestir na OMS “não é uma questão inteligente”, uma vez que esta organização “quer justamente ajudar a evitar” que este surto se transforme num “pesadelo global”. Por isso, António Guterres apelou para que os países “façam tudo para financiar” a Organização Mundial de Saúde. O secretário-geral das Nações Unidas ressalvou também a “importância da não discriminação, do respeito pelos direitos humanos e da não estigmatização” devido à epidemia. Para lá da Lombardia As autoridades italianas anunciaram ontem o registo do primeiro caso de coronavírus Covid-19 no sul do país, concretamente de uma mulher nascida em Bérgamo, a nordeste de Milão, que estava de férias em Palermo, Sicília. O presidente da região da Sicília, Nello Musumeci, confirmou numa nota que a mulher chegou a Palermo “antes de começar a emergência (do coronavírus) na Lombardia”. Segundo a mesma nota, a mulher encontrava-se na Sicília com um grupo de amigas e demonstrava ter sintomas similares aos do coronavírus. Actualmente, está internada em observação na unidade de doenças infecciosas do hospital Cervello de Palermo, “plenamente consciente e não apresenta condições particulares de mal-estar”. As equipas médicas estão a fazer exames ao marido e a todas as pessoas com quem esteve em contacto nos últimos dias. As amostras examinadas pelo hospital de Palermo serão enviadas “de forma imediata” ao hospital Spallanzani de Roma, onde serão feitas mais análises. Entretanto, o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte apontou a gestão “não completamente apropriada” de “um hospital” para explicar a rápida disseminação do vírus no norte da Itália. “Está claro que existe um foco e é aí que o vírus se espalha”, disse Conte num programa de televisão da emissora pública Rai Uno, acrescentando: “agora sabe-se que houve uma gestão ao nível de uma estrutura hospitalar que não é completamente apropriada segundo os protocolos de prudência recomendados nestes casos e que, certamente, contribuíram para a difusão”. O foco principal da epidemia foi identificado em Codogno, perto de Lodi, 60 km ao sul de Milão. Mattia, um executivo de 38 anos, foi hospitalizado nesta localidade de 15 mil habitantes, sendo considerado o “paciente 1”. Deste paciente surgem um grande número de casos identificados na Lombardia (noroeste), a região mais afectada pelo vírus, com 172 casos detectados em um total de 229 em Itália, incluindo sete mortes. Segundo relatos da imprensa, além da esposa, grávida de oito meses, e outros parentes, vários dos médicos que o examinaram ficaram infectados, assim como enfermeiras, cuidadores e, depois, pacientes e os seus visitantes. O número de casos de contaminação com o novo coronavírus permaneceu estável na segunda-feira em Itália, país que tenta conter o contágio graças a um cordão sanitário estabelecido em onze municípios do Norte, considerado o centro da epidemia. O Covid-19 já causou pelo menos 231 infectados em Itália, entre os quais se registaram sete mortos, todos eles de idade avançada e/ou com outras patologias, tendo a polícia administrado postos de controlo numa dúzia de cidades do norte e que se encontram sob quarentena. De Milão a Seul Entretanto, a União Europeia anunciou que vai contribuir com 230 milhões de euros para conter a propagação do Codvid- 19, com o foco das preocupações em Itália, mas, para já, não foram impostas restrições à circulação de pessoas e bens. Já os italianos que viajam para o estrangeiro, estão a sofrer os efeitos preventivos. Por exemplo, um autocarro oriundo de Milão foi cercado pela polícia quando circulava em Lyon, na França. A acompanhar o surto de Covid-19 em Itália surgiu uma onda racista com chineses como alvo, denunciada por várias associações de direitos humanos, com denúncias de casos de violência, assédio e discriminação. “O que estás a fazer em Itália? Trazes doenças!”, foram as palavras dirigidas a um jovem chinês de 15 anos antes de ser esmurrado e pontapeado na cara em Bolonha, de acordo com a Euronews. Outro dos focos de atenção da OMS é a Coreia do Sul, onde o número de infectados chegou ontem quase a mil, com 144 novos casos, tendo sido já registados 10 mortos pela doença, numa altura em que Seul planeia impor medidas de quarentena. Entre os 144 novos casos, 127 surgiram na cidade de Daegu e na província vizinha de Gyeongsang, no norte do país. Trata-se da área mais afectada na Coreia do Sul, somando 851 casos, num total de 977 a nível nacional, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de doenças contagiosas da Coreia do Sul. Seis novos casos foram registados em Seul, sete na província vizinha de Gyeonggi e oito em Busan, a segunda cidade mais populosa do país. Duas mortes ocorreram nas últimas 24 horas: uma mulher de 68 anos que foi hospitalizada em Chilgok, no norte, e um homem de 58 anos que estava no hospital Daenam, em Cheongdo, um condado adjacente a Daegu. Este último hospital concentra sete dos dez mortos e está a tratar 113 infectados, a maioria parte da igreja cristã Shincheonji, que soma 501 seguidores entre os infectados a nível nacional. Shincheonji prometeu dar ao Governo uma lista com todos os seus seguidores na Coreia do Sul, calculados em cerca de 200 mil em todo o país. O Executivo disse que planeia submeter todos os fiéis a exames físicos. As autoridades de saúde sul-coreanas mantêm sob observação 13.880 pessoas em todo o país. O Partido Democrata (PD), partido no poder, disse estar a planear restringir a movimentação de pessoas nas regiões mais afectadas, mas excluiu um bloqueio total, como o que foi feito em Wuhan. O Governo proibiu ainda jornalistas que visitaram Daegu de entrar na Casa Azul, a residência presidencial em Seul. Em comunicado, o Executivo pediu ainda aos moradores de Daegu e a todos os que visitaram a cidade recentemente para que evitem “actividades fora de casa por pelo menos duas semanas”. Vários eventos importantes foram já adiados no país, como o campeonato mundial de ténis de mesa, originalmente marcado para entre 22 e 29 de Março, em Busan, e que vai agora realizar-se entre os dias 21 e 28 de Junho.
Covid-19 | OMS apela a resposta global, enquanto em Itália o surto alastra Hoje Macau - 26 Fev 2020 O repentino pico de mortes causadas pela infecção do Covid-19 em Itália acordou o resto do mundo para o perigo que representa o coronavírus. A Organização Mundial de Saúde apela a uma acção concertada para prevenir uma situação de pandemia. O número de mortos em Itália subiu para sete, o que levou ao encerramento de 11 municípios no norte do país. A Coreia do Sul é outro foco de incidência do coronavírus, com 10 vítimas mortais [dropcap]O[/dropcap] director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o aviso para que o mundo se prepare para uma “eventual pandemia” do novo coronavírus, considerando “muito preocupante” o “aumento repentino” de casos em Itália e na Coreia do Sul. “Devemos concentrar-nos na contenção [da epidemia], enquanto fazemos todo o possível para nos prepararmos para uma possível pandemia”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa em Genebra. No entanto, a epidemia recuou na China, onde o novo coronavírus surgiu no final de Dezembro e onde mais de 77.500 pessoas foram infectadas desde então, refere a OMS. Especialistas da missão conjunta da OMS em várias províncias chinesas, incluindo na cidade Wuhan, o epicentro da epidemia, descobriram que a epidemia de Covid-19 atingiu na China “um pico seguido de 23 de Janeiro a 2 de Fevereiro passado, e está em declínio desde então “, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Isso deve dar aos países esperanças de que esse vírus possa ser contido”, afirmou, mais uma vez saudando as medidas drásticas tomadas pela China, onde dezenas de milhões de pessoas vivem confinadas há semanas. Noutras partes do mundo, a epidemia de pneumonia viral acelerou no início da semana, com relatos de subidas acentuadas na Coreia do Sul, Itália e Irão, que agora registam o maior número de casos de contaminação e mortes fora da China. A Itália, que passou de seis para 229 casos em cinco dias, é o país mais afectado na Europa e o terceiro no mundo, depois da Coreia do Sul e da China. A OMS decidiu enviar missões científicas para a Itália com a intenção de ajudar as autoridades a implementar medidas de contenção, disse o director de emergências de saúde da OMS, Michael Ryan, na conferência de imprensa diária para relatar a evolução do surto epidémico. Tenros Adhanom Ghebreyesus acrescentou que, do ponto de vista científico, a missão conjunta na China também ajudou a demonstrar “que não houve mudança significativa no ADN do coronavírus”. Quanto à taxa de mortalidade na China, é actualmente de 0,7 por cento e entre 2,0 por cento e 4,0 por cento em Wuhan, detalhou. Os especialistas também descobriram que as pessoas que foram infectadas, mas não sofrem de sintomas graves, têm um tempo de recuperação de cerca de duas semanas, enquanto aquelas que são severamente afectadas levam entre três a seis semanas, explicou. Palavra de Guterres O secretário-geral das Nações Unidas (ONU) apelou à comunidade internacional para “fazer tudo o que estiver ao seu alcance” para impedir a propagação do Covid-19, epidemia que poderá ter “consequências sérias” para a saúde e economia globais. “Os países devem fazer tudo o que estiver ao seu alcance para responderem à nova estirpe do coronavírus, o Covid-19”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante uma visita à sede da OMS, em Genebra, na Suíça. Guterres salientou que o novo coronavírus “pode ser contido e vencido”, mas, se não houver esforços da comunidade internacional no sentido de conter a epidemia, “a situação poderá ter consequências sérias e afectar a saúde e a economia” mundiais. O líder da ONU acrescentou que desinvestir na OMS “não é uma questão inteligente”, uma vez que esta organização “quer justamente ajudar a evitar” que este surto se transforme num “pesadelo global”. Por isso, António Guterres apelou para que os países “façam tudo para financiar” a Organização Mundial de Saúde. O secretário-geral das Nações Unidas ressalvou também a “importância da não discriminação, do respeito pelos direitos humanos e da não estigmatização” devido à epidemia. Para lá da Lombardia As autoridades italianas anunciaram ontem o registo do primeiro caso de coronavírus Covid-19 no sul do país, concretamente de uma mulher nascida em Bérgamo, a nordeste de Milão, que estava de férias em Palermo, Sicília. O presidente da região da Sicília, Nello Musumeci, confirmou numa nota que a mulher chegou a Palermo “antes de começar a emergência (do coronavírus) na Lombardia”. Segundo a mesma nota, a mulher encontrava-se na Sicília com um grupo de amigas e demonstrava ter sintomas similares aos do coronavírus. Actualmente, está internada em observação na unidade de doenças infecciosas do hospital Cervello de Palermo, “plenamente consciente e não apresenta condições particulares de mal-estar”. As equipas médicas estão a fazer exames ao marido e a todas as pessoas com quem esteve em contacto nos últimos dias. As amostras examinadas pelo hospital de Palermo serão enviadas “de forma imediata” ao hospital Spallanzani de Roma, onde serão feitas mais análises. Entretanto, o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte apontou a gestão “não completamente apropriada” de “um hospital” para explicar a rápida disseminação do vírus no norte da Itália. “Está claro que existe um foco e é aí que o vírus se espalha”, disse Conte num programa de televisão da emissora pública Rai Uno, acrescentando: “agora sabe-se que houve uma gestão ao nível de uma estrutura hospitalar que não é completamente apropriada segundo os protocolos de prudência recomendados nestes casos e que, certamente, contribuíram para a difusão”. O foco principal da epidemia foi identificado em Codogno, perto de Lodi, 60 km ao sul de Milão. Mattia, um executivo de 38 anos, foi hospitalizado nesta localidade de 15 mil habitantes, sendo considerado o “paciente 1”. Deste paciente surgem um grande número de casos identificados na Lombardia (noroeste), a região mais afectada pelo vírus, com 172 casos detectados em um total de 229 em Itália, incluindo sete mortes. Segundo relatos da imprensa, além da esposa, grávida de oito meses, e outros parentes, vários dos médicos que o examinaram ficaram infectados, assim como enfermeiras, cuidadores e, depois, pacientes e os seus visitantes. O número de casos de contaminação com o novo coronavírus permaneceu estável na segunda-feira em Itália, país que tenta conter o contágio graças a um cordão sanitário estabelecido em onze municípios do Norte, considerado o centro da epidemia. O Covid-19 já causou pelo menos 231 infectados em Itália, entre os quais se registaram sete mortos, todos eles de idade avançada e/ou com outras patologias, tendo a polícia administrado postos de controlo numa dúzia de cidades do norte e que se encontram sob quarentena. De Milão a Seul Entretanto, a União Europeia anunciou que vai contribuir com 230 milhões de euros para conter a propagação do Codvid- 19, com o foco das preocupações em Itália, mas, para já, não foram impostas restrições à circulação de pessoas e bens. Já os italianos que viajam para o estrangeiro, estão a sofrer os efeitos preventivos. Por exemplo, um autocarro oriundo de Milão foi cercado pela polícia quando circulava em Lyon, na França. A acompanhar o surto de Covid-19 em Itália surgiu uma onda racista com chineses como alvo, denunciada por várias associações de direitos humanos, com denúncias de casos de violência, assédio e discriminação. “O que estás a fazer em Itália? Trazes doenças!”, foram as palavras dirigidas a um jovem chinês de 15 anos antes de ser esmurrado e pontapeado na cara em Bolonha, de acordo com a Euronews. Outro dos focos de atenção da OMS é a Coreia do Sul, onde o número de infectados chegou ontem quase a mil, com 144 novos casos, tendo sido já registados 10 mortos pela doença, numa altura em que Seul planeia impor medidas de quarentena. Entre os 144 novos casos, 127 surgiram na cidade de Daegu e na província vizinha de Gyeongsang, no norte do país. Trata-se da área mais afectada na Coreia do Sul, somando 851 casos, num total de 977 a nível nacional, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de doenças contagiosas da Coreia do Sul. Seis novos casos foram registados em Seul, sete na província vizinha de Gyeonggi e oito em Busan, a segunda cidade mais populosa do país. Duas mortes ocorreram nas últimas 24 horas: uma mulher de 68 anos que foi hospitalizada em Chilgok, no norte, e um homem de 58 anos que estava no hospital Daenam, em Cheongdo, um condado adjacente a Daegu. Este último hospital concentra sete dos dez mortos e está a tratar 113 infectados, a maioria parte da igreja cristã Shincheonji, que soma 501 seguidores entre os infectados a nível nacional. Shincheonji prometeu dar ao Governo uma lista com todos os seus seguidores na Coreia do Sul, calculados em cerca de 200 mil em todo o país. O Executivo disse que planeia submeter todos os fiéis a exames físicos. As autoridades de saúde sul-coreanas mantêm sob observação 13.880 pessoas em todo o país. O Partido Democrata (PD), partido no poder, disse estar a planear restringir a movimentação de pessoas nas regiões mais afectadas, mas excluiu um bloqueio total, como o que foi feito em Wuhan. O Governo proibiu ainda jornalistas que visitaram Daegu de entrar na Casa Azul, a residência presidencial em Seul. Em comunicado, o Executivo pediu ainda aos moradores de Daegu e a todos os que visitaram a cidade recentemente para que evitem “actividades fora de casa por pelo menos duas semanas”. Vários eventos importantes foram já adiados no país, como o campeonato mundial de ténis de mesa, originalmente marcado para entre 22 e 29 de Março, em Busan, e que vai agora realizar-se entre os dias 21 e 28 de Junho.
Covid-19 | Medidas tomadas pela China terão evitado centenas de milhares de casos, diz OMS Hoje Macau - 25 Fev 2020 [dropcap]A[/dropcap]s medidas tomadas pela China para tentar conter a propagação do novo coronavirus Covid-19, “provavelmente evitaram centenas de milhares de casos” no país, afirmou hoje o enviado da Organização Mundial de Saúde (OMS), Bruce Aylward. “A redução dos casos que estamos a ver é real. Podemos dizer, com confiança, que estão a baixar de verdade”, disse o médico canadiano numa conferência de imprensa realizada em Pequim, na qual apresentou as conclusões da missão da OMS que liderou no terreno. A missão começou há duas semanas, quando cerca de 20 peritos internacionais liderados por Aylward chegaram à China para se juntarem aos colegas chineses para estudar a epidemia e avaliar as medidas tomadas pelo governo chinês. “São provavelmente as medidas de contenção de doenças mais ambiciosas, ágeis e agressivas da história”, indicou o médico, acrescentando que “não há dúvidas de que a atitude da China, perante esta nova patologia respiratória, mudou o rumo do que era, e continua a ser, uma epidemia que se expandia rapidamente e era mortal”. Bruce Aylward tentou dissipar as dúvidas sobre a fiabilidade dos dados oficiais fornecidos pela China. “No terreno há muitas estatísticas e dados que apoiam a diminuição (de novos casos). Estão a cair, devido às acções empreendidas”, considerou. O líder da equipa da OMS recordou que até à terceira semana de Janeiro, o crescimento de novos casos era “exponencial”. “Poderíamos esperar que uma curva assim continuasse a crescer e que começasse a cair pouco a pouco, ao não encontrar mais pessoas suscetíveis de infeção. Mas foi bloqueada de uma forma abrupta e acabou por baixar”, declarou. Este “tremendo esforço”, acrescentou, é “extremamente importante para a China e para o resto do mundo”, referiu. “Ganhámos algum tempo, mas temos de usar esse tempo melhor do que até agora. Temos de trabalhar rápido. A comunidade internacional, porém, não está mentalizada”, advertiu, no entanto, Bruce Aylward. O perito da OMS também citou algumas deficiências na reação da China, como os atrasos iniciais dos alertas sanitários e a falta de camas em hospitais, especialmente na província de Hubei, epicentro do surto, apesar de a maioria das suas declarações serem favoráveis às autoridades do país asiático. Desde que foi detetado no final do ano passado, na China, o Covid-19 provocou 2.592 mortos na China Continental e infetou mais de 78 mil pessoas a nível mundial. A maioria dos casos ocorreu na China, em particular na província de Hubei, no centro do país, a mais afetada pela epidemia. Além dos mortos na China continental, já houve também mortos no Irão, Japão, na região chinesa de Hong Kong, Coreia do Sul, Itália, Filipinas, França, Estados Unidos e Taiwan. As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.
Covid-19 | Medidas tomadas pela China terão evitado centenas de milhares de casos, diz OMS Hoje Macau - 25 Fev 2020 [dropcap]A[/dropcap]s medidas tomadas pela China para tentar conter a propagação do novo coronavirus Covid-19, “provavelmente evitaram centenas de milhares de casos” no país, afirmou hoje o enviado da Organização Mundial de Saúde (OMS), Bruce Aylward. “A redução dos casos que estamos a ver é real. Podemos dizer, com confiança, que estão a baixar de verdade”, disse o médico canadiano numa conferência de imprensa realizada em Pequim, na qual apresentou as conclusões da missão da OMS que liderou no terreno. A missão começou há duas semanas, quando cerca de 20 peritos internacionais liderados por Aylward chegaram à China para se juntarem aos colegas chineses para estudar a epidemia e avaliar as medidas tomadas pelo governo chinês. “São provavelmente as medidas de contenção de doenças mais ambiciosas, ágeis e agressivas da história”, indicou o médico, acrescentando que “não há dúvidas de que a atitude da China, perante esta nova patologia respiratória, mudou o rumo do que era, e continua a ser, uma epidemia que se expandia rapidamente e era mortal”. Bruce Aylward tentou dissipar as dúvidas sobre a fiabilidade dos dados oficiais fornecidos pela China. “No terreno há muitas estatísticas e dados que apoiam a diminuição (de novos casos). Estão a cair, devido às acções empreendidas”, considerou. O líder da equipa da OMS recordou que até à terceira semana de Janeiro, o crescimento de novos casos era “exponencial”. “Poderíamos esperar que uma curva assim continuasse a crescer e que começasse a cair pouco a pouco, ao não encontrar mais pessoas suscetíveis de infeção. Mas foi bloqueada de uma forma abrupta e acabou por baixar”, declarou. Este “tremendo esforço”, acrescentou, é “extremamente importante para a China e para o resto do mundo”, referiu. “Ganhámos algum tempo, mas temos de usar esse tempo melhor do que até agora. Temos de trabalhar rápido. A comunidade internacional, porém, não está mentalizada”, advertiu, no entanto, Bruce Aylward. O perito da OMS também citou algumas deficiências na reação da China, como os atrasos iniciais dos alertas sanitários e a falta de camas em hospitais, especialmente na província de Hubei, epicentro do surto, apesar de a maioria das suas declarações serem favoráveis às autoridades do país asiático. Desde que foi detetado no final do ano passado, na China, o Covid-19 provocou 2.592 mortos na China Continental e infetou mais de 78 mil pessoas a nível mundial. A maioria dos casos ocorreu na China, em particular na província de Hubei, no centro do país, a mais afetada pela epidemia. Além dos mortos na China continental, já houve também mortos no Irão, Japão, na região chinesa de Hong Kong, Coreia do Sul, Itália, Filipinas, França, Estados Unidos e Taiwan. As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.
Diversificação moderada David Chan - 25 Fev 2020 [dropcap]N[/dropcap]o momento em que escrevo este artigo, não há notícia de qualquer novo caso de coronavírus em Macau desde há dezoito dias. Este facto prova que na cidade não existe um surto desta doença. Felizmente as pessoas estão saudáveis. O Governo da RAEM anunciou recentemente que iria injectar 20 mil milhões de patacas na cidade para ajudar nos esforços de prevenção da epidemia e para revitalizar a economia depois de o perigo passar, o que é sem dúvida uma boa notícia. Durante este período de prevenção, muitas lojas fecharam e por agora é impossível calcular os prejuízos sofridos. Os fundos do Governo vão ajudar os comerciantes a resolver os problemas imediatos. Todos sabemos que as pequenas e médias empresas auferem lucros limitados e que o encerramento dos negócios as deixou sem receitas durante vários dias. Sem a ajuda do Governo, teriam ficado na miséria. Os 20 mil milhões de patacas que o Governo vai investir derivam dos impostos pagos pela indústria do jogo. Presentemente vale a pena reflectir sobre esta questão. A indústria do jogo tem sido desde há muito a principal fonte de rendimento de Macau, em comparação com a restante actividade económica que ocupa um papel muitíssimo secundário. As receitas do Governo da RAEM provêm também, em grande parte, desta mesma fonte. Imaginando que, por qualquer motivo, o sector do jogo venha a ser afectado, o Governo seria o primeiro a perder a maioria dos seus proventos, e Macau deixaria de poder contar com a sua protecção. Mas a sociedade de Macau sempre teve capacidade para desenvolver outros sectores de actividade. Isto não quer dizer que se deva substituir a indústria do jogo. Pelo contrário, o que seria desejável era que surgissem outros ramos de actividade que pudessem partilhar com o Governo a responsabilidade social, que actualmente depende quase exclusivamente da indústria do jogo – a bem da sociedade de Macau. Presentemente, com as medidas tomadas para prevenir a propagação da epidemia, os casinos não vão estar a funcionar em pleno tão depressa. As receitas do Governo de Macau também serão afectadas. Quantos 20 mil milhões de patacas vão ser necessários para revitalizar a economia e garantir o bem-estar das pessoas, num futuro próximo? É uma questão a considerar. Se o Governo de Macau quiser apostar no desenvolvimento do sector secundário, para criar uma diversificação moderada da economia da cidade, o primeiro passo a dar será “pesquisar”, o que pode levar de um a dois anos. Depois da pesquisa feita, é preciso levar a cabo uma consulta exaustiva junto dos vários sectores da sociedade, e mais tempo será necessário. É certo que não se vai poder chegar a nenhuma conclusão a curto prazo. Com a carência de máscaras de protecção a nível global, Macau não consegue sobreviver sozinho. Embora o Governo tenha desenvolvido esforços para importar máscaras de Portugal, daqui a algum tempo voltarão a faltar. Alguma comunicação social já avançou que o Governo de Macau criou uma linha de produção de máscaras na China continental, esperando vir a conseguir produzi-las em número suficiente para suprir as necessidades da cidade, durante a quarta ronda do “Plano de Garantia de Abastecimento de Máscaras”. Para além disso, esta produção pode também vir a abastecer a área da Grande Baía. Um projecto deste género, se for bem-sucedido, além de resolver a carência de máscaras provocada pela epidemia, a longo prazo, permitirá que Macau se torne auto-suficiente neste aspecto. Claro que só existem cerca de 650.000 pessoas em Macau. Em circunstâncias normais, o número de máscaras necessárias, na totalidade do sistema de saúde, é muito inferior. Quem se dedicar a este negócio não fará grande lucro. No entanto, esta abordagem representa uma diversificação moderada da pequena indústria; além disso pode ir ao encontro das necessidades do Serviço de Saúde e contribuir para o progresso do nosso país – a China. Sabe-se também que Macau produz álcool e desinfectante para as mãos. Se não surgir uma indústria maior nos próximos tempos na cidade, poderemos dar um passo atrás e reconsiderar várias possibilidades de diversificação moderada das pequenas indústrias?
Obediências João Santos Filipe - 25 Fev 202025 Fev 2020 [dropcap]U[/dropcap]ma investigadora da Universidade de Macau afirmou que o facto de as pessoas serem mais obedientes na RAEM faz com que a resposta ao Covid-19 seja melhor do que em Hong Kong. Primeiro, o elogio: há um académico na UM que não culpa os “brancos” pelas desgraças das RAEs. Pode parecer que não, mas sempre é um ar fresco. Mas, não compro o argumento. É desligado da realidade. Quantas pessoas correram para as farmácias, supermercados e andaram nas ruas, apesar dos apelos do Governo? Também esta agenda política do “nós obedientes, eles maus” desvaloriza o trabalho do Governo da RAEM. Foram tomadas medidas de antecipação que inspiraram confiança. Em Hong Kong, as medidas foram sempre tardias. Carrie Lam gere HK como Nero geriu Roma, está a deixar arder. No início da epidemia ficou em Davos. Não conseguiu comprar as máscaras, que ela criminalizou. No meio da paródia, quis impedir os funcionários públicos de utilizarem essas máscaras… Ao mesmo tempo que chegavam infectados de Wuhan por comboio à RAEHK, ela recusava fechar a fronteira. Meteu a política acima da saúde pública. Só tomou as medidas nas fronteiras quando foi forçada por uma greve do pessoal de saúde. Greve essa que foi que um sinal de desespero de quem tinha de tirar a água do porão do Titanic com uma colher de açúcar… Neste contexto de um Governo totalmente falhado, criticado por “azuis” e “amarelos”, vir falar que a diferença está na “obediência” é só cegueira ideológica.
A paródia religiosa Paulo José Miranda - 25 Fev 20204 Mar 2020 [dropcap]A[/dropcap]inda que tenha deixado o seu último romance inacabado, Angel Jesus Tornado pintou uma das maiores reflexões acerca de São Paulo no seu “Ninguém em Damasco”. Foi sempre visível ao longo da sua obra a obsessão pelas figuras marcantes da história e por um tom reflexivo na sua escrita. Apenas como exemplo, lembremos estes três livros: “Um Homem É Uma Ilha”, centrada na figura de Napoleão; “Existência”, cuja narrativa percorre o ano em que Kierkegaard rompe o seu noivado com Regine Olsen; e “Queimar o Mundo”, onde Jesus Tornado explora as tentações de ódio que assaltam o humano na sua relação com o mundo através da figura de Nero. Mas em “Ninguém em Damasco”, Jesus Tornado transfigura-se e transfigura a sua própria ideia de prosa. Talvez a proximidade da morte seja a responsável pelo tom mais metafísico do livro ou, então, seja o próprio tema, a conversão, que assim o exija. Pois toda a conversão é metafísica. “Ninguém se torna outro sem um pé no além”, escreve Juan Mantero, historiador que é o narrador do livro. O salto para o desconhecido implica necessariamente fé, seja ela religiosa ou de outra dimensão. Em “Existência”, Jesus Tornado já havia tocado na questão do salto, imagem tão querida a Kierkegaard, mas o tom do livro mantinha-se junto às sebes, rente ao muro, sem pé no além. No decorrer do romance, Mantero descobre uma pequena passagem de São Paulo, apócrifa, que talvez nos coloque na pista certa: “A morte não é ninguém; quem um dia foi não pode deixar de ser. Morrer é apenas deixar o corpo, pois a morte não passa de tudo o que nunca foi.” Esta descrição de poder morrer e nunca atingir a morte, deixa profundas marcas no narrador do livro, ao ponto de se converter ao cristianismo. Até aí, o seu interesse por São Paulo e pela religião era estritamente “científico”. Mas no romance ficamos a saber que, mais do que o teor da passagem, a responsabilidade da conversão de Mantero se deve à sorte de ter encontrado esses pergaminhos, a que ele chama “Confissões de São Paulo”. Essa descoberta pareceu-lhe um sinal divino, como se São Paulo lhe falasse directamente, como se o tivesse escolhido. Através deste episódio de Mantero, Jesus Tornado tece longas reflexões acerca da necessidade de transformarmos coincidências em sinais, de conferir sentido ao que não tem. “O contrário da morte é Deus e morrer é encontrá-Lo.” Muitos têm visto em Juan Mantero um alter-ego de Angel Jesus Tornado, intuindo assim uma conversão tardia por parte do autor. Talvez fosse isso mesmo que ele pretendeu que nós disséssemos. Talvez tenha entrado na morte nos enganando, ou tentando nos enganar a todos, fazendo-nos confundi-lo com Juan Mantero. Mas não acredito que contrariamente a Saulo e Mantero que se convertem ao cristianismo, Tornado tenha convertido o seu coração ao além. Mais do que ler “Ninguém em Damasco” como se um romance autobiográfico se tratasse, devemos lê-lo como uma acusação, como uma paródia religiosa. Juan Mantero é já ele mesmo uma paródia de São Paulo, e os pergaminhos encontrados, “Confissões de São Paulo”, uma paródia das Epístolas. No fundo, talvez todo o livro seja, não apenas uma paródia à religião, mas uma paródia à humanidade, na sua contínua busca de pergaminhos, de textos antigos, de palavras que nos iluminem a vida. Mas ainda assim, seria sempre uma paródia à religião. Pois a procura de sentido para a vida nas palavras é um acto religioso por excelência. Angel Jesus Tornado deixa o seu livro inacabado com a seguinte frase, escrita por Mantero: “No aeroporto de Roma, percebi que a minha vida ganhava finalmente sentido. Só quem alcança este estádio percebe que nunca esteve realmente vivo.” Tornado depois morre, não Mantero. O tom metafísico da prosa deste seu último livro revela-se então, ele mesmo, uma paródia. O tom metafísico é a formalidade perfeita desta paródia. Sem esse tom, poderíamos ser levados a ver o livro como uma crítica, como uma reflexão séria e condenatória à religião. Assim, não. Angel Jesus Tornado entrou na morte a rir-se dela e de nós, fazendo-nos acreditar numa pseudo-conversão. Não procurou imortalizar a alma, mas imortalizou a sua gargalhada.
O favorito de Vieuxtemps Michel Reis - 25 Fev 2020 Henri Vieuxtemps (1820-1881): Concerto para Violino e Orquestra N.o 4 em Ré menor, Op. 31 Henri François Vieuxtemps, talvez o maior representante da escola violinística franco-belga, e cujo bicentenário se assinalou no passado dia 17, compôs sete concertos para violino, entre várias outras obras para o instrumento. O favorito de Vieuxtemps de entre os seus sete concertos era o quarto, que compôs e estreou durante a sua estadia na corte imperial russa em São Petersburgo, na qualidade de violinista do czar Nicolau I e dos Teatros Imperiais, entre 1846 e 1852. O Concerto para Violino N.° 4 em Ré menor, Op. 31, um trabalho heróico e de escala substancial, foi descrito por Berlioz – que talvez o comparasse com o seu próprio Harold em Itália para viola e orquestra – como uma sinfonia com solo de violino. De facto, a escrita de Vieuxtemps para a orquestra é tão segura e engenhosa e, às vezes, tão imaginativa quanto o tratamento do violino, embora não haja dúvida de que o instrumento solo continua a ser o actor principal do drama. A escrita orquestral da obra é sensível e faz um uso particularmente bom das madeiras. Mas, além da introdução substancial e de várias passagens tutti, o violinista é claramente o centro das atenções. O primeiro andamento, Andante, começa com uma introdução tranquila e quase mística na forma de um coral que aumenta gradualmente de velocidade, volume e intensidade, com os metais e os timbales a proporcionar peso adicional. À medida que tudo isto se esbate, uma figura em turbilhão descendente nas cordas sugere água a fluir na obscuridade. O solista entra finalmente com uma frase declamatória, tocando notas em cordas duplas, mas que quase imediatamente se funde em material mais lírico, mas ainda ardente. Este material recitativo parece uma segunda introdução, mas é de facto a substância temática principal do andamento. Uma cadência longa e tempestuosa acaba por se render a uma passagem orquestral severa que, por sua vez, se funde numa nota de trompa sustida e que serve como uma ponte para o segundo andamento. Este, Adagio religioso, inicia-se com um coral tocado pelas madeiras; o violino entra sem demora, trilando serenamente acima da orquestra e cantando uma oração longa e ardente que gradualmente se eleva a um estado de êxtase. Quando a música se acalma, arpejos de harpa adornam outra passagem de trilos de violino. Alguns ouvintes contemporâneos podem achar inibidora a bonita religiosidade deste andamento, mas o sentimentalismo religioso foi um elemento importante de muita música franco-belga de meados do século XIX, e este andamento lento de Vieuxtemps é um exemplo importante do estilo. O breve Scherzo, marcado Vivace, e que pode ser omitido segundo indicação do compositor, traz um bem-vindo ímpeto ao concerto e tem muito em comum com as vibrantes e assertivas obras de violino de Saint-Saëns. A secção central trio do andamento abranda e alonga-se com um grandioso e abrangente apoio orquestral ao fraseado palpitante e feliz do violino. Após a reprise do scherzo, uma coda cintilante conduz este brilhante andamento à sua conclusão. No início do Finale marziale, cordas e madeiras revisitam o material do início do concerto, proporcionando ao solista um muito merecido descanso. Desta feita, a introdução Andante é sucinta e a orquestra completa apresenta sem demora uma marcha festiva, lembrando novamente o estilo de Saint-Saëns. O solista entra finalmente, primeiro com um recitativo e depois com a melodia principal da marcha. Passagens rápidas e pungentes de cordas duplas impedem o andamento de cair na pomposidade; a certo ponto, o violino toca uma melodia ardente e decididamente não militar. Mais à frente, o solista confere até à melodia da marcha um tratamento notavelmente lírico. Mais para o final do andamento, a música entra no modo maior e o concerto termina em impetuosa bravura.
Sophia Floersch premiada nos Laureus World Sports Awards Sérgio Fonseca - 25 Fev 2020 [dropcap]S[/dropcap]ophia Floersch recebeu o prémio “World Comeback of the Year” na cerimónia dos Laureus World Sports Awards, que decorreu em Berlim na semana passada, pelo seu regresso ao Grande Prémio de Macau depois do seu brutal acidente em 2018. A piloto germânica já tem um programa desportivo para 2020, mas ao HM disse ter dúvidas que regresse a Macau este ano. Floerch superou o tenista Andy Murray e o clube de futebol Liverpool “na corrida” a este prémio. “Este é um sonho tornado realidade”, disse quando recebeu a estatueta. “Em primeiro lugar, estou muito feliz em estar aqui e segurar isto (o troféu) com as minhas mãos é uma grande honra. Estar à vossa frente, que de facto são os meus ídolos, e olhar-vos é algo incrível.” A sucessora de Tiger Woods, Roger Federer e Michael Phelps recordou à plateia que “este acidente em Macau foi mau e em vídeo foi muito mau. Contudo, para mim, dentro do carro não pareceu tão mau. Eu lembro-me de tudo. Aconteceu tão depressa que mal me apercebi.” Depois do acidente no Circuito da Guia, Floersch voltou ao volante no Campeonato Europeu Formula Regional, onde foi sétima classificada, para terminar o ano com uma participação no Grande Prémio de Macau, onde abandonou devido a problemas no seu F3. “Foram tempos duros, mas, para mim, o objectivo principal era regressar a um carro de corrida, o que aconteceu 106 dias depois”, relembrou. Rumo a Le Mans Sophia Floersh vai abraçar um novo desafio na temporada de 2020 e que lhe poderá abrir as portas para a uma participação futura nas míticas 24 Horas de Le Mans, mas que a pode afastar de Macau. A piloto que em 2018 escapou sem mazelas a um assombroso acidente na Curva do Lisboa está a lutar para continuar na disciplina que a tornou célebre, mas a falta de apoios poderá ditar o fim da sua passagem pelos monologares e muito provavelmente do objectivo de regressar à RAEM este ano. Entretanto, a jovem de Munique foi escolhida para fazer parte da Richard Mille Racing Team, uma equipa recém-formada e totalmente financiada pelo relojoeiro suíço Richard Mille e que nos próximos dois anos colocará em pista um protótipo ORECA 07-Gibson LMP2 no campeonato de provas de “endurance” European Le Mans Series. Com a bênção da iniciativa “FIA Woman in Motorsport” e o apoio técnico da equipa francesa Signatech, que venceu o Grande Prémio de Macau de F3 em 2003 (Nicolas Lapierre), 2009 e 2010 (Edoardo Mortara), o protótipo da classe LMP2 da Richard Mille Racing Team será dividido por um trio de senhoras composto por Floersch, Katherine Legge – ex-colega de equipa do português Álvaro Parente – e Tatiana Calderón (21ª classificada no GP Macau F3 de 2014). Para a além das seis provas do European Le Mans Series, uma delas em Portugal, a Richard Mille Racing Team pediu ao Automobile Club de l’Ouest um convite para participar nas 24 Horas de Le Mans. F3 está mais difícil Apesar de ter já um contrato que até a pode ajudar a uma futura profissionalização, Floersh gostaria de cumprir, em concomitância com os seus afazeres nas provas de resistência, uma temporada no Campeonato FIA de Fórmula 3 e regressar no final do ano à RAEM. Porém, este cenário parece, por agora, improvável, pois as verbas pedidas para participar neste escalão de acesso à Fórmula 1 são quase proibitivas. “Ainda estou a trabalhar na F3”, disse ao HM. “Contudo, estamos como em Macau 2019, não parece positivo.” A equipa HWA RACELAB, por quem Floersh alinhou no ano transacto no Grande Prémio, já tem os seus pilotos para a nova temporada. A estrutura que tem ligações privilegiadas com a Mercedes-AMG renovou com o inglês Jack Hughes, um “veterano” da F3 em Macau, e contratou o australiano Jack Doohan, filho do ex-campeão do mundo de motociclismo Mike Doohan, e o brasileiro Enzo Fittipaldi, neto do ex-campeão do mundo de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi. “Saí de Macau com muitas promessas. Parecia muito positivo para 2020. Mas depois a minha equipa assinou contratos com valores altamente dotados. Mais de um milhão de euros para F3 é demasiado”, explicou. “Se algum patrocinador estiver interessado… liguem-me! O campeonato FIA F3 sem uma rapariga é uma pena para o automobilismo”. Em tempos de indefinição, com a competitividade que lhe é característica, a piloto de 19 anos não tem muita vontade de regressar ao Circuito da Guia e à Taça do Mundo de F3 sem ter uma preparação à altura
Infracções de estacionamento cresceram mais de 30% em 2019 João Luz - 25 Fev 2020 [dropcap]E[/dropcap]m 2019 registaram-se 142 casos de estacionamento abusivo em 52 parques de estacionamento público, mais 35 casos em relação a 2018, o que representou um aumento de 32 por cento. De acordo com dados divulgados pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), entre os casos do ano passado, 107 foram automóveis ligeiros e 35 motociclos ou ciclomotores. O maior foco de estacionamentos abusivos, e subsequentemente de veículos removidos, verificou-se no Auto-Silo do Complexo Desportivo das Portas do Cerco, local que reuniu 42 por cento das infracções. Importa recordar que em Julho do ano passado o Governo da RAEM recuperou a administração deste auto-silo. Entre todos os casos, apenas 26 proprietários pagaram a multa e recuperaram os veículos, enquanto os restantes 116 veículos foram transferidos para o parque de depósito da DSAT. Destes, 26 foram recuperados pelos proprietários, 62 revertidos ao Governo após cancelamento da matrícula e os restantes 28 aguardam recuperação ou conclusão de processos. O estacionamento abusivo verifica-se quando um veículo fica num local por mais de oito dias seguidos ou mal-estacionado, o que leva à aplicação de multas, bloqueamento, remoção e recolha em depósito e, em último caso, venda em hasta pública.
Multas obrigam residentes a sair de casa João Santos Filipe - 25 Fev 2020 Os dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública mostram que durante as últimas semanas houve mais gente multada por estacionamento ilegal em locais com parquímetros do que nas vias públicas [dropcap]A[/dropcap]pesar do Governo apelar às pessoas que fiquem em casa, para evitar o contágio do coronavírus Covid-19, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) voltou às ruas e está a multar os veículos estacionados em zonas de parquímetros, para além do tempo pago. Esta situação resultou em várias multas durante o fim-de-semana, como aconteceu na Areia Preta. O cenário foi relatado, ao HM, por Pedro Lobo, que habita na Areia Preta, e se mostra preocupado com a ambiguidade das políticas do Executivo. Isto porque, por um lado, é pedido aos cidadãos que fiquem em casa, mas, por outro, obriga-se a que saiam para colocarem moedas nos parquímetros onde têm as viaturas estacionadas. “O Governo apela-nos a que fiquemos em casa. Por isso, qual não foi o meu espanto quando, no sábado de manhã, quando começaram a aparecer multas atrás de multas na zona da Areia Preta, onde vivo”, relatou. “Estava em casa e fui avisado por mensagem que o carro tinha sido autuado, numa postura da PSP que contrasta com o comportamento das semanas anteriores”, sublinhou. De acordo com o mesmo relato, nas últimas semanas, as autoridades tinham sido permissivas com o estacionamento na Areia Preta, até em locais de paragem para carga e descarga de mercadorias. No entanto, tudo mudou subitamente no sábado: “À hora do jantar, eram pelo menos 15 ou 20 os carros que tinham sido multados. Aliás, a essa hora na Rua Central da Areia Preta todos os carros que passaram o tempo de estacionamento foram multados”, contou. O cenário voltou a repetir-se no domingo. “O Governo tem muito mérito porque conseguiu manter as pessoas em casa, evitando que saíssem ou só saindo por coisas essenciais ou urgentes. Mas agora temos a PSP a multar a torto e a direito. É um contra-senso que não dá para entender”, desabafou. Pedro Lobo mostrou-se ainda preocupado com o movimento de pessoas que terão de sair de casa para fazer o pagamento dos parquímetros. “Assim, de duas em duas horas, todos os residentes com carros nesta zona têm de ir à rua. Se imaginarmos o número de pessoas que vive nestes prédios residenciais, como no La Baie du Noble, Villa de Mer, Residência ou La Cité, vemos que não é pequeno”, apontou. Menos coimas Segundo os dados fornecidos pelo CPSP, entre 22 de Janeiro e 15 de Fevereiro, altura em que o Governo começou a pedir às pessoas para ficarem em casa, devido ao surto do coronavírus, houve uma redução de 62 por cento nas multas por estacionamento ilegal, face ao mesmo período do ano passado. Em 2019, de 22 de Janeiro a 15 de Fevereiro, houve um total de 44.198 autuações por estacionamento indevido, o que representa uma quebra de 62,4 por cento face ao presente ano em que o número de multas por estacionamento ilegal se cifrou em 16.607. As multas nos parquímetros tiveram a redução mais pequena, uma vez que em 2019 tinham sido 14.646 e caíram para 8.545, ou sejam uma redução de 41,7 por cento. Já as multas por estacionamento nas vias sofreram uma redução de 72,7 por cento, de 29.552 autuações para 8.062. Os dados revelam que na altura em que se apelou às pessoas para ficarem em casa, houve mais gente multada por estacionar nos parquímetros do que nas vias públicas.
Suspeito de explorar prostituição entregue ao MP João Luz - 25 Fev 20205 Mar 2020 [dropcap]N[/dropcap]a noite de 13 de Fevereiro, os Serviços de Alfândega entregaram à Polícia Judiciária (PJ) um imigrante ilegal procurado desde 2017 por suspeita de comandar uma rede de prostituição. O homem foi encontrado a bordo de uma embarcação interceptada pelas autoridades alfandegárias junto ao Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa, de acordo com informação prestada pela PJ. O sujeito foi entregue ao Ministério Público sob suspeita dos crimes de lenocínio (por, alegadamente ter fomentado, favorecido ou facilitado o exercício de prostituição por outra pessoa), crime punido com pena de um a cinco anos de prisão, e pelo crime de associação criminosa. Quanto a este último delito, a pena pode oscilar entre três e 10 anos. No entanto, se for considerado cabecilha do grupo, a pena vai dos cinco aos 12 anos de prisão. O caso remonta a Março de 2017, quando as autoridades desmantelaram uma rede de prostituição que funcionava a partir de um apartamento na Taipa. O suspeito agora detido era, segundo a PJ, o arrendatário do apartamento e a sua esposa recebia uma renda diária de 200 HKD de cada uma das cinco prostitutas que usavam o imóvel. O outro elemento da rede era um homem que, a troco de 6 mil HKD mensais, geria o apartamento e providenciava as refeições às prostitutas. Tanto a mulher como o “empregado” foram detidos em Março de 2017.
Ng Kuok Cheong preocupado com não-residentes no sector do jogo João Santos Filipe - 25 Fev 2020 A proporção de trabalhadores não-residentes na indústria do jogo passou de 20 por cento, em 2011, para 30 por cento, em 2018. Ng Kuok Cheong quer que Ho Iat Seng controle este crescimento [dropcap]O[/dropcap] deputado Ng Kuok Cheong exige medidas ao Governo para garantir a presença maioritária de residentes nos principais cargos, intermédios e chefias, durante a emissão das novas licenças de jogo. É este o conteúdo da última interpelação escrita do democrata, divulgada no domingo à noite. Para Ng, apesar de a RAEM ter uma economia próspera, a forma desigual como são geridos os recursos humanos na indústria do jogo faz com que os residentes “não tenham acesso aos benefícios económicos em termos de rendimentos do trabalho”. Por isso, o deputado mostra-se preocupado com a ocupação dos cargos mais altos e intermédios por não-residentes e exige soluções para a situação. “Será que o novo Governo pode fornecer os dados da proporção de trabalhadores não-residentes nas concessionárias na altura em que tomou posse? E pode o Executivo comprometer-se com a política de garantir que a proporção de todos os trabalhadores nas concessionárias é inferior a 30 por cento?”, questiona. “Como é que o Governo pode garantir que as posições de chefia e intermédias são ocupadas em 85 por cento por residentes? Será que o Executivo está a pensar na forma de melhorar os mecanismos em vigor para cumprir essa proporção? Por outro lado, o democrata quer medidas preferenciais para residentes nas posições de chefia e intermédias. Por isso, pergunta se com os novos contratos vai haver mecanismos legais para forçar esse controlo da proporção de não-residentes. Alterações indesejadas No documento, o deputado recorda que em 2011, quando também abordou o assunto, a proporção de não-residentes nas seis concessionárias era de 20 por cento. Nesse ano, a média de residentes para as mesmas posições era de 80 por cento. Contudo, depois de 2013 gerou-se uma alteração que preocupa o legislador: “Em 2018, quando se debateram as Linhas de Acção Governativa para a área da Economia e Finanças, pedi os dados sobre a proporção dos trabalhadores não-residentes e em cinco concessionárias a proporção era superior a 30 por cento, nomeadamente 33,3 por cento, 32,9 por cento, 32,8 por cento, 31,8 por cento e 30,8 por cento”, apontou. “Apenas uma operadora tinha uma proporção inferior a 30 por cento com 23,3 por cento”, atirou o membro da Assembleia Legislativa. Agora, com o novo Governo em funções, desde 20 de Dezembro, e a futura emissão de licenças de jogo, que deverá acontecer em 2022, quando expiram as actuais concessões, Ng Kuok Cheong exige a Ho Iat Seng que obrigue as concessionárias a apresentarem uma proporção de 85 por cento de trabalhadores residentes nas posições intermédias e de topo, de forma a haver uma maior partilha dos benefícios do desenvolvimento económico.