OMS | Pequim indica que infecções têm origens conhecidas

As autoridades chinesas comunicaram na passada sexta-feira à Organização Mundial de Saúde (OMS) que o surto de infecções respiratórias na China se deve a “agentes patogénicos conhecidos”.

Durante uma videoconferência com funcionários da OMS, representantes da Comissão de Saúde da China apresentaram dados de vigilância e detecção dos agentes patogénicos que causam doenças respiratórias, e protocolos de diagnóstico e tratamento, afirmou a autoridade sanitária máxima do país asiático, em conferência de imprensa.

A notificação surgiu depois de a OMS ter solicitado esta semana informações pormenorizadas à China sobre o recente aumento de casos de doenças respiratórias e surtos de pneumonia infantil.

O porta-voz da Comissão, Hu Qiangqiang, afirmou que, de acordo com os relatórios dos sistemas de monitorização e dos hospitais, os casos registados na China “são causados por agentes patogénicos conhecidos”. Também na sexta-feira, as autoridades sanitárias de Pequim informaram que uma “combinação de agentes patogénicos” está na origem do recente surto de infecções respiratórias, sendo o rinovírus, o vírus sincicial respiratório (VSR) e a gripe sazonal os mais comuns.

Entre as crianças, o adenovírus, o VSR e a gripe sazonal foram identificados como os mais comuns. Mais de 40 por cento dos doentes de todas as idades apresentam sintomas de gripe sazonal, principalmente da estirpe H3N2, detalhou o CDC. Os peritos da agência sublinharam a importância de vacinar o público, especialmente os idosos e as pessoas com doenças subjacentes.

Apesar da queda nos casos de pneumonia por micoplasma e de uma baixa prevalência da variante XBB da covid-19, a principal estirpe do coronavírus que ainda circula na China, espera-se um aumento global do número de infecções, devido à presença de vários agentes patogénicos.

27 Nov 2023

Covid-19 | Governo afasta vacinação de rotina e segue OMS

O Governo recomenda que os grupos de alto risco devem tomar uma dose adicional da vacina bivalente contra a variante Ómicron. As novas orientações, que entraram ontem em vigor, seguem as recomendações da Organização Mundial de Saúde

 

Apesar da vacinação nunca ter sido obrigatória em Macau, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus lançou uma série de novas recomendações para preparar uma eventual subida das infecções por covid-19 no território no futuro próximo.

Tendo em conta a predominância da variante Ómicron, o Governo indica que “para as pessoas de alto risco, será necessária a administração de uma dose adicional da vacina bivalente contra a variante Ómicron (ou seja, vacina bivalente de mRNA contra a COVID-19)”. Apesar do comunicado do centro de coordenação de contingência referir que “será necessária” a toma da vacina, não especificando se esta é obrigatória ou não, em esclarecimentos ao Canal Macau da TDM as autoridades admitiram tratar-se apenas de uma sugestão.

Assim sendo, com o objectivo de “aumentar a imunidade dos residentes contra a variante Ómicron, especialmente dos grupos de alto risco”, o Governo indica que a vacinação irá obedecer à “classificação de risco de acordo com as pessoas de diferentes grupos etários e o seu estado de saúde”.

Afastando a hipótese de tornar a vacinação contra a covid-19 numa rotina, as autoridades vão concentrar esforços nos grupos de alto risco com maior probabilidade de desenvolver doenças graves ou consequências graves após infecção. Os grupos de risco incluem idosos, mulheres grávidas, indivíduos com doenças crónicas e profissionais de saúde da primeira linha, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde.

Doses adicionais

Com base nas novas recomendações, as autoridades referem que no geral todos os cidadãos devem completar a vacinação com três ou quatro doses, sendo que a última inoculação deve ser com a vacina bivalente de mRNA.

Assim sendo, crianças entre seis meses e 17 anos, “sem situação de risco”, devem tomar três doses. Para cidadãos entre os 18 e 59 anos, são aconselhadas três ou quatro doses, com as autoridades a indicar que quem não tenha tomado dose da vacina bivalente deve fazê-lo seis meses depois da última dose ter sido administrada.

A mesma recomendação é alargada a pessoas com mais de 60 anos de idade, mulheres grávidas (depois de 16 semanas de gestação) e profissionais de saúde da linha da frente, com a especificação que estes segmentos populacionais podem tomar duas doses da vacina bivalente de mRNA, respeitando o intervalo de seis meses desde a última inoculação.

As autoridades sublinham que quem já tenha sido infectado com covid-19 não deve “reduzir o número de doses administradas”, sendo recomendável a vacina bivalente contra a variante Ómicron três meses após o último teste positivo. Os três meses de intervalo entre infecção e vacina podem ser reduzidos para 28 dias em casos de necessidades urgentes, como por exemplo, por motivos de viagem urgente para o estrangeiro. Para tal, o requerente deve “apresentar um pedido no posto de vacinação e assinar in loco o termo de consentimento”.

1 Mai 2023

Covid-19 | China pede à OMS para adoptar posição imparcial

A China pediu hoje à Organização Mundial da Saúde que adopte uma postura “justa” em relação à covid-19, depois de a organização ter criticado a avaliação de Pequim sobre a epidemia.

O país suspendeu sem aviso prévio no início de dezembro a maioria das suas medidas contra a covid-19, que permitiam que a sua população ficasse amplamente protegida do vírus desde 2020. Desde então, enfrentou o pior surto de casos, com hospitais e crematórios parecem sobrecarregados.

No entanto, as autoridades relatam muito poucas mortes relacionadas com a covid-19, após uma polémica mudança na metodologia de contabilização dos casos.

“Os números atuais divulgados pela China sub-representam o verdadeiro impacto da doença em termos de internamentos hospitalares, internamentos em cuidados intensivos e, principalmente, em termos de mortes”, estimou na quarta-feira Michael Ryan, responsável pela gestão de emergências de saúde da OMS.

“Esperamos que (…) a OMS mantenha uma posição baseada na ciência, objetiva e imparcial e desempenhe um papel ativo na resposta global aos desafios da epidemia”, disse, por seu lado, aos repórteres uma porta-voz da China.

Mao voltou a assegurar que o seu país partilhou “informações e dados relevantes” sobre a epidemia de covid-19 e sublinhou a “estreita cooperação” entre a China e a OMS. A partir de agora, apenas as pessoas que morreram diretamente de insuficiência respiratória ligada à covid-19 são contabilizadas nas estatísticas chinesas.

A China, que tem 1,4 mil milhões de habitantes, registou apenas 23 mortes por covid-19 desde dezembro, apesar da onda de contaminação sem precedentes há três anos no país.

5 Jan 2023

Pequim diz que partilhou dados sobre surtos de forma responsável

A China garantiu ontem ter “partilhado de forma responsável” dados e informações sobre os casos de covid-19 registados no país, e voltou a pedir à comunidade internacional que evite “politizar a pandemia”.

“A China tem partilhado informações e dados sobre a covid-19 com responsabilidade. A comunidade internacional deve evitar politizar a pandemia”, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros Mao Ning, em conferência de imprensa.

Mi Feng, porta-voz da Comissão Nacional de Saúde da China, disse também na terça-feira que, “desde o início da pandemia, há três anos, a China manteve sempre uma atitude aberta e transparente e intercâmbios pragmáticos”, e que “cooperou com a OMS [Organização Mundial da Saúde] e os países e regiões de todo o mundo”.

“A China realizou duas reuniões de intercâmbio técnico com a OMS, onde houve discussões aprofundadas sobre a situação da pandemia, tratamento médico, vacinação e outras questões. A China está disposta a manter a solidariedade e a cooperação com a comunidade internacional, incluindo a OMS, para ajudar o mundo a pôr fim à pandemia o mais rápido possível”, acrescentou, citado pela imprensa local.

A rápida disseminação do vírus na China, após o levantamento da política ‘zero covid’, lançou dúvidas sobre a confiabilidade dos dados oficiais de infecções e mortes, que estão claramente desfasados da realidade no terreno.

Restrições externas

A China anunciou no final de Dezembro que vai reabrir as suas fronteiras a 8 de Janeiro, pela primeira vez desde Março de 2020, o que fez com que vários países decidissem nos últimos dias exigir que os viajantes oriundos do país asiático apresentem um teste negativo para a covid-19 antes de embarcarem.

Pequim descreveu na terça-feira como “desproporcionais” as restrições que vários países impuseram aos viajantes oriundos da China.

Os especialistas chineses ontem citados pela imprensa local qualificaram também como “desperdício de tempo e recursos” as medidas de prevenção que poderão ser impostas pelo Mecanismo Integrado de Resposta Política a Situações de Crise, da União Europeia, devido ao aumento de casos na China.

“Exigir testes para todos os viajantes é desnecessário. Muitos países estão totalmente vacinados para evitar surtos em grande escala. O mais importante e eficaz agora seria analisar as sequências do vírus”, disse o académico Chen Xi, da Universidade de Yale, citado pelo Global Times.

Outros especialistas, citados pelo jornal, garantiram que “o mais importante é que os departamentos de controlo de doenças de todo o mundo continuem a monitorar novas variantes e a manter o público informado”.

Segundo o Global Times, a variante Ómicron que agora se alastra pelo país asiático “já foi encontrada em outros lugares” e “uma nova variante pode surgir em qualquer lugar do planeta, o que significa que as restrições de entrada destinadas à China são completamente desnecessárias”.

5 Jan 2023

Fronteiras | Alargada abertura a estrangeiros. Quarentena de 10 dias em análise

A partir de segunda-feira, os cônjuges e filhos estrangeiros de residentes podem entrar em Macau, mediante autorização prévia dos Serviços de Saúde. Plano de entrada de trabalhadores domésticos alargado a todas as nacionalidades. Redução da quarentena para 10 dias está a ser equacionada, após várias cidades da China adoptarem a medida

 

É mais um passo rumo ao relaxamento das medidas nas fronteiras. Depois da autorização de entrada de não residentes de nacionalidade portuguesa, medida que entra hoje em vigor, os Serviços de Saúde anunciaram que, a partir de segunda-feira, os cônjuges estrangeiros e filhos menores dos residentes de Macau vão poder entrar no território.

Para tal, os residentes de Macau interessados terão de apresentar, digitalmente, um requerimento dirigido às autoridades, juntamente com documentos de identificação e certificados de parentesco (certidão de casamento ou nascimento) a atestar a sua relação com o familiar de nacionalidade estrangeira.

A decisão será comunicada pelos Serviços de Saúde no prazo máximo de 15 dias úteis, podendo a autorização de entrada ser descarregada no website do organismo. Ao entrar em Macau, os beneficiários terão, contudo, que fazer quarentena num hotel designado, apresentar o comprovativo de vacinação contra a covid-19 e um teste de ácido nucleico com resultado negativo.

Dado que a medida se destina a familiares estrangeiros de residentes de Macau “que não possam entrar em Macau através de outros programas de isenção de restrição de entrada”, os nacionais portugueses não residentes continuam isentos de autorização para entrar em Macau.

Durante a conferência de imprensa de actualização da pandemia, a Chefe da Divisão de Prevenção e Controlo de Doenças Transmissíveis dos Serviços de Saúde, Leong Iek Hou anunciou ainda que o plano de entrada de trabalhadores domésticos vai permitir a contratação de não residentes de qualquer nacionalidade. Segundo a responsável, até ao momento, foram recebidos 38 pedidos de contratação de empregadas oriundas das Filipinas e da Indonésia. Destes, 23 foram autorizados.

Quarentena em análise

Questionada sobre a possibilidade de o período de quarentena vir a ser reduzido de 14 para 10 dias, para permitir que os hotéis de observação médica tenham maior capacidade de acolher o expectável aumento de hóspedes nos próximos tempos, Leong Iek Hou referiu que essa é uma decisão “científica” e não “económica”. No entanto, admitiu que essa possibilidade está a ser analisada e que irá depender da experiência recolhida do Interior da China.

“Várias cidades do Interior da China estão a implementar 10 dias de quarentena e mais sete dias de isolamento em casa. Vamos acompanhar os resultados (…) mas primeiro precisamos de observar se essa medida é viável em Macau.

Estamos a analisar essa possibilidade e esperamos ajustar, no futuro, o número de dias de quarentena, a partir dos dados recolhidos com a experiência da China”, explicou.

Sobre o voo especial da Air Macau destinado a trazer estudantes que estão em Xangai, o Chefe do Departamento de Estudantes da DSEDJ, Chan Iok Wai, revelou ontem que a viagem vai mesmo acontecer no dia 1 de Junho e que, dos 200 pedidos de ajuda, cerca de 100 estudantes confirmaram a vontade de voltar a Macau.

Macacos me mordam

Apesar do aumento do número de casos de varíola dos macacos em Portugal e noutras regiões do globo, a médica Leong Iek Hou garantiu que o programa de entrada em Macau de não residentes portugueses e de outras nacionalidades é para continuar. Isto, dado que o risco de transmissão, considerou a especialista quando questionada, é “relativamente baixo”.

“A transmissão da varíola dos macacos entre pessoas acontece por meio de contacto com o sangue ou fluidos corporais, por isso, a capacidade de transmissão é baixa ou reduzida”. No entanto, a responsável assegurou que as autoridades estão a acompanhar o desenvolvimento da doença e que já emitiram instruções sobre o seu tratamento.

Citando o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, Leong Iek Hou indicou que a maioria dos casos “são homens com relações sexuais mais casuais” e que, por isso, estas pessoas devem estar atentas e consultar o médico caso tenham sintomas.

Macau presente na Assembleia Mundial da Saúde

Tendo em vista uma “melhoria contínua das políticas de saúde de Macau”, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, o Director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long e os médicos Tai Wa Hou e Lam Chong participaram por videoconferência na 75.ª Assembleia Mundial da Saúde (WHA75).

Os membros do Governo de Macau integram a delegação chinesa chefiada por Ma Xiaowei, director encarregado da Comissão Nacional de Saúde.

Segundo uma nota divulgada ontem pelos Serviços de Saúde, Ma Xiaowei frisou que considerando a situação da China, o país irá persistir na estratégia “meta dinâmica de infecção zero”, através de “ajustes dinâmicos” e da introdução de “modificações nos planos” de acordo com a situação “real”.

“A China consegue ter um controlo mais eficiente da pandemia com menos prejuízo ao desenvolvimento socioeconómico, protegendo no máximo a segurança da vida e a saúde da sua população”, apontou.

Por seu turno, o Director Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que, embora os casos e mortes por covid-19 estejam a diminuir “significativamente”, ainda não chegou a altura de “baixar a guarda”. Recorde-se que, recentemente, o director da OMS apontou que a estratégia chinesa de tolerância zero à covid-19 “não é sustentável”. A Assembleia Mundial da Saúde começou a 22 de Maio e irá decorrer até 28 de Maio em Genebra, na Suíça.

Detectado caso confirmado proveniente dos EUA

Um residente de 26 anos, proveniente dos Estados Unidos da América, testou positivo para a covid-19 na quarta-feira, dois dias depois de iniciar a quarentena no Hotel Tesouro. Por ter manifestado sintomas como tonturas, febre baixa, dores de cabeça e de garganta foi classificado como 83.º caso confirmado de covid-19 em Macau.

Segundo o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, o homem está vacinado com duas doses da vacina contra a covid-19 e já foi levado para o Centro Clínico de Saúde Pública no Alto de Coloane para isolamento médico.

Além deste, foram ainda detectados três casos importados, sendo que dois deles foram classificados como assintomáticos e um outro como de recaída. Os casos de infecção assintomática são referentes a residentes de Macau e o de recaída a uma residente de Hong Kong. Até ao momento, foram registados em Macau 83 casos confirmados de covid-19 e 143 casos de infecção assintomática.

27 Mai 2022

OMS | Alvis Lo nega que estratégia ‘zero covid’ seja “insustentável”

Reagindo às declarações do chefe da Organização Mundial da Saúde sobre a insustentabilidade da abordagem “zero covid”, Alvis Lo apontou que a estratégia é a “única opção” para proteger a vida dos residentes de Macau. Com cerca de 10 por cento da população por vacinar, o director dos Serviços de Saúde reiterou que “nesta fase” ninguém será obrigado a tomar a vacina

 

O director dos Serviços de Saúde de Macau, Alvis Lo Iek Long, reiterou ontem que a abordagem dinâmica “zero covid” em vigor em Macau e na China é a melhor opção para combater a pandemia e proteger a vida dos residentes.

A tomada de posição de Alvis Lo surge após o director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, ter apontado que a estratégia chinesa de tolerância zero à covid-19 “não é sustentável”.

Em declarações à margem do programa “Fórum Macau” do canal chinês da TDM – Rádio Macau, Alvis Lo começou por dizer que a política de prevenção epidémica da RAEM segue a estratégia geral do Interior da China, não havendo actualmente espaço de manobra para “relaxar” e alterar a abordagem.

“Neste momento, a política de infecções zero é a mais adequada para a situação actual de Macau. Nos últimos dois anos, conseguimos proteger a vida dos cidadãos (…) e manter a normalidade das suas actividades”, disse aos microfones da emissora.

Vincando mais tarde que a estratégia dinâmica “zero covid” é a “única opção para Macau”, o director dos Serviços de Saúde referiu ainda que o “princípio-chave” da prevenção epidémica passa pela “adaptação às condições e ao contexto local”.

“Actualmente, não vemos a possibilidade de alterar esta política. Se muitas pessoas começarem a morrer devido à covid-19, não sei se a população irá aceitar. A única forma de proteger a vida normal das pessoas é estar em sintonia com o país e manter a abordagem dinâmica ‘zero covid’”, apontou de acordo com o canal chinês da TDM-Rádio Macau.

Recorde-se que na terça-feira, Tedros Adhanom Ghebreyesus revelou em conferência de imprensa ter discutido a sustentabilidade da estratégia ‘zero covid’ com especialistas chineses, à luz do comportamento actual do vírus. “Não achamos que a estratégia de ‘zero covid’ seja sustentável, considerando o comportamento actual do vírus e o que prevemos no futuro”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus citado pela agência Lusa. “Discutimos esta questão com especialistas chineses e indicámos que a abordagem não é sustentável (…) acho que uma mudança seria muito importante”, acrescentou.

Também o director de emergências da OMS, Michael Ryan, disse que está na altura de a China repensar a sua estratégia, defendendo que as medidas para combater a pandemia devem mostrar o “respeito pelos direitos individuais e humanos”. “Precisamos equilibrar as medidas de controlo com o impacto na sociedade e na economia, e isso nem sempre é um equilíbrio fácil”, argumentou.

Vacinação insuficiente

Durante a emissão do “Fórum Macau”, Alvis Lo Iek Long revelou ainda que a taxa de vacinação da população de Macau com pelo menos uma dose é de 88,4 por cento, faltando ainda vacinar cerca de 10 por cento da população.

Além disso, apesar de frisar que a taxa de vacinação dos idosos e doentes crónicos “não é suficientemente elevada”, reiterou que “nesta fase” o Governo não tem planos para tornar a vacina contra a covid-19 obrigatória e que o plano de vacinação continuará a ser promovido de forma “voluntária e opcional”.

Por seu turno, o director dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), Kong Chi Meng, que também marcou presença no programa de ontem, apontou que caso haja um surto de grande escala em Macau, o Governo irá coordenar com as escolas de que forma será feito o ensino online. Isto, tendo em conta que as instalações das escolares terão de ser usadas para apoiar a realização de testes de ácido nucleico à população.

12 Mai 2022

OMS diz que estratégia de tolerância zero da China “não é sustentável”

A estratégia de tolerância zero à covid-19 da China “não é sustentável”, advertiu esta terça-feira o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), à medida que o país insiste em medidas cada vez mais severas para conter o vírus.

“Não achamos que a estratégia de ‘zero covid’ seja sustentável, considerando o comportamento atual do vírus e o que prevemos no futuro”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa.

“Discutimos esta questão com especialistas chineses e indicamos que a abordagem não é sustentável (…) acho que uma mudança seria muito importante”, acrescentou.

O diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, disse também que está na altura de a China repensar a sua estratégia, defendendo que quaisquer medidas para combater a pandemia devem mostrar o “devido respeito pelos direitos individuais e humanos”.

“Precisamos equilibrar as medidas de controlo com o impacto na sociedade e na economia, e isso nem sempre é um equilíbrio fácil”, argumentou.

A China continua a praticar uma política de ‘tolerância zero’ à covid-19, que inclui o isolamento de cidades inteiras e a realização de testes em massa, sempre que um surto é detetado.

O isolamento de Xangai e de importantes cidades industriais como Changchun e Cantão, tiveram forte impacto nos setores serviços, manufatureiro e logístico.

Também Pequim, Suzhou, Shenzhen, Dongguan, que desempenham um importante papel na cadeia industrial do país, foram afetadas por medidas parciais ou totais de confinamento este ano. As reclamações sobre a inconveniência causada pelas medidas antiepidémicas aumentaram.

Um consultor português radicado na capital chinesa, que prefere não ser identificado, disse à Lusa ter recebido ordem para ficar em casa nos próximos 17 dias, após um morador no seu condomínio ter testado positivo.

O condomínio, situado na zona oeste de Pequim, é composto por 12 prédios e abriga mais de cinco mil pessoas. Todos os moradores vão ter que cumprir quarentena e serão sujeitos a seis rondas de testes.

Grades foram colocadas em torno dos edifícios, para impedir a saída dos moradores, segundo fotografias partilhas pelo consultor.

“Todos os prédios foram barricados, apesar de apenas num edifício existir um morador que testou positivo”, descreveu. “Isto faz algum sentido?”, questionou.

No final da semana passada, a China declarou novamente que iria continuar com a estratégia de medidas rígidas no combate ao vírus, considerada um “trunfo importante” do país contra a pandemia, apesar da frustração crescente em Xangai, onde vários residentes confinados vão protestando contra as regras, batendo com panelas e frigideiras nas janelas.

Incólume nos últimos dois anos pandémicos, o gigante asiático enfrenta agora o pior surto desde a primavera de 2020, tendo sido identificados hoje 357 novos casos positivos e seis mortes.

11 Mai 2022

OMS diz que China conseguiu erradicar malária 70 anos depois

A China conseguiu erradicar a malária, depois de 70 anos a tentar suprimir a doença, transmitida por mosquitos e que mata centenas de milhares de pessoas todos os anos, anunciou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS). O país, que tinha 30 milhões de casos anuais na década de 40 do século passado, não registou um único caso local, nos últimos quatro anos.

Esta doença, transmitida pelo mosquito Anopheles, matou mais de 400 mil pessoas, em 2019, sobretudo em África. “Felicitamos o povo chinês por ter livrado o país da malária”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“A China junta-se ao número crescente de países que mostram que um futuro sem malária é possível”, apontou o responsável, que atribuiu o êxito chinês a “décadas de ação focada e sustentada”.

Os países que registaram três anos consecutivos sem transmissão local podem inscrever-se para obter a certificação da OMS que valida o seu estatuto de nação livre da malária.

O pedido de certificação deve ser acompanhado com provas dos resultados, e demonstrar a capacidade de prevenir qualquer transmissão posterior.

A China é o 40.º território a obter esta validação da agência da ONU.

Os últimos foram El Salvador (2021), Argélia e Argentina (2019) e Paraguai e Uzbequistão (2018).

A China é o primeiro país da região do Pacífico Ocidental, na nomenclatura da OMS, a receber esta certificação em mais de 30 anos.

Apenas três países daquela região receberam a certificação até agora: Austrália (1981), Singapura (1982) e Brunei (1987).

No relatório de 2020 sobre a malária, a OMS constatou que os avanços na luta contra a doença estagnaram, sobretudo nos países africanos, que apresentam as maiores taxas de contaminação e morte.

Após um declínio constante, desde 2000, quando a doença causou 736 mil mortes, o número de mortos subiu a 411 mil em 2018, e 409 mil em 2019.

Mais de 90% das mortes ocorreram em África e foram sobretudo crianças (265 mil).

Em 2019, houve 229 milhões de casos de malária, patamar que se mantém há quatro anos.

Pequim começou na década de 1950 a identificar os locais onde havia casos de malária e a combatê-la com tratamentos antimaláricos preventivos, observou a OMS.

O país também eliminou áreas favoráveis à criação de mosquitos e aumentou o uso de inseticidas nas residências.

Em 1967, a China lançou um programa científico para encontrar novos tratamentos e que levou à descoberta, na década de 1970, da artemisinina, o principal medicamento contra a doença, extraído de uma planta.

O número de casos caiu para 117 mil, no final de 1990, e as mortes foram reduzidas em 95%. Esforços adicionais, realizados em 2003, permitiram reduzir para cerca de 5.000 contaminações por ano, em dez anos.

“A capacidade da China de se aventurar fora do caminho tradicional foi bem-sucedida na sua luta contra a malária e também teve um importante efeito dominó a nível global”, disse o diretor do programa global de malária da OMS, Pedro Alonso.

Depois de quatro anos sem contaminação local, Pequim candidatou-se à certificação, em 2020.

O risco de casos importados, especialmente dos vizinhos Laos, Myanmar (antiga Birmânia) e Vietname, continua a ser uma fonte de preocupação.

Uma vacina, anunciada no final de abril pela Universidade de Oxford, demonstrou uma eficácia de 77% em testes em África. Esta inoculação poderá ser aprovada nos próximos dois anos.

30 Jun 2021

OMS diz que variante de covid-19 detectada na Índia já está em 17 países

A variante de covid-19 detectada na Índia, a braços com um surto devastador, já foi identificada em pelo menos 17 países, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS), que teme que possa ser mais contagiosa. A estirpe B.1.617 foi detectada em mais de 1.200 sequências de genoma em “pelo menos 17 países”, anunciou a OMS na noite de terça-feira.

A maioria das amostras “vem da Índia, Reino Unido, Estados Unidos e Singapura”, disse a OMS no relatório semanal sobre a pandemia. Nos últimos dias, a variante também foi encontrada em vários países europeus, incluindo Bélgica, Suíça, Grécia e Itália.

Portugal detectou seis casos daquela variante na última semana, todos “associados a Lisboa e Vale do Tejo”, anunciou na terça-feira o investigador João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA). Esta variante, detectada em Outubro, no oeste da Índia, é qualificada como um “mutante duplo”, por ser constituída por duas mutações do vírus SARS-CoV-2.

A primeira, a E484Q, é parecida com a que já tinha sido observada nas variantes detectadas na África do Sul e no Brasil (E484K), suspeita de causar menor eficácia da vacinação e maior risco de reinfecção. A segunda, a L452R, também está presente numa variante encontrada na Califórnia, nos Estados Unidos, e pode causar aumento da transmissão da infeção.

Esta é a primeira vez que estas características foram encontradas juntas numa variante com difusão significativa, levantando preocupações de que a nova estirpe seja “mais resistente” às atuais vacinas contra a covid-19, desenvolvidas para reconhecer a proteína ‘spike’ presente nas outras variantes do novo coronavírus, e mais contagiosa.

“A B.1.617 tem uma taxa de crescimento mais elevada do que outras variantes que circulam na Índia, sugerindo uma maior contagiosidade”, acrescentou a OMS, que, no entanto, continua a considerá-la uma “variante de interesse” e não de “preocupação”. A maior transmissibilidade da nova estirpe poderá explicar a explosão do número de infectados na Índia, a braços com uma segunda vaga que está a provocar o colapso dos serviços de saúde.

A Índia, quarto país com mais vítimas fatais, atrás dos Estados Unidos, do Brasil e do México, ultrapassou já as 200 mil mortes desde o início da pandemia. O país voltou hoje a anunciar um novo máximo diário de mortes (3.293) e de novas infeções, com mais de 360 mil casos num só dia.

Desde o início da pandemia, a Índia acumulou 201.187 óbitos e mais de 17,9 milhões de infeções, sendo o segundo país do mundo com mais casos, atrás dos EUA. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.122.150 mortos no mundo, resultantes de mais de 147,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

28 Abr 2021

Covid-19 | OMS começa a deixar a China sem resultados conclusivos

Especialistas da missão da Organização Mundial da Saúde (OMS) encarregados de investigar as origens do novo coronavírus começaram ontem a deixar a China, país que consideram o “início do caminho” para desvendar a origem da covid-19. “A equipa está a trabalhar até sair [da China]. Este é apenas o início do caminho, com muito trabalho a ser feito, seguindo as pistas dos nossos colegas chineses”, afirmou ontem o britânico Peter Daszak, membro da missão, na rede social Twitter. “Muito orgulhoso das nossas conquistas e realista sobre o percurso que nos espera”, acrescentou.

Também Marion Koopmans, virologista holandesa, declarou-se “exausta”, mas comemorou a missão de 27 dias em Wuhan, a cidade chinesa onde foram diagnosticados os primeiros casos de covid-19. “Estou realmente ansiosa para dar os próximos passos”, escreveu no Twitter.

A epidemiologista dinamarquesa Thea K. Fischer, que considerou na mesma rede social que a missão foi uma “experiência única”, apontou duas teorias preliminares sobre as origens do vírus: através de um animal que serviu de hospedeiro intermediário para humanos ou através de algum alimento congelado.

Esta segunda teoria tem sido defendida pela China repetidamente, nos últimos meses, após a detecção de vestígios do vírus em alguns produtos congelados importados pelo país asiático. A investigação é extremamente sensível para o regime, cujos órgãos oficiais têm promovido teorias que apontam que o vírus teve origem em outros países.

A administração do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump acusou o Instituto de Virologia de Wuhan de ter deixado o vírus escapar, voluntariamente ou não. Peter Daszak admitiu que a equipa teve de realizar as suas investigações num ambiente de pressão política.

O chefe da missão, o especialista em zoonose dinamarquês Peter Ben Embarek, descartou na que o vírus tenha tido origem num laboratório, e considerou a possibilidade de que tenha chegado à China por meio de produtos congelados.

“Tudo continua a apontar para um reservatório deste vírus, ou um vírus semelhante, nas populações de morcegos”, seja na China, em outros países asiáticos ou mesmo em outros lugares, defendeu. O especialista disse que rastrear o percurso do vírus ainda é um “trabalho em andamento”.

11 Fev 2021

China | Equipa da OMS em Wuhan termina quarentena e inicia investigação

Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) terminaram hoje o período de quarentena obrigatório após terem entrado na China, devendo iniciar de seguida a sua investigação no terreno sobre a origem da covid-19. Os investigadores foram vistos a sair do hotel onde cumpriram os 14 dias de quarentena e a entrarem num veículo. Não se sabe qual será o seu primeiro destino.

A covid-19 foi inicialmente detectada no final de 2019, na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, centro da China. A equipa de especialistas da OMS viajou para a China, procedente de Singapura, em 14 de janeiro passado, mas desde então observaram duas semanas de quarentena. A missão prolongar-se-á por mais algumas semanas.

A investigação no terreno, que a China levou mais de um ano a autorizar, é extremamente sensível para o regime comunista, cujos órgãos oficiais têm promovido teorias que apontam para que o vírus tenha tido origem em outros países.

A visita dos especialistas acontece depois de longas negociações com Pequim, que incluíram uma rara reprimenda por parte da OMS, que afirmou que a China estava a demorar muito para fazer os arranjos finais.

Não se sabe com quem é que os especialistas estão autorizados a falar e quais os locais que poderão visitar.

Os próprios especialistas do Governo chinês explicaram inicialmente que a doença teve origem num mercado em Wuhan, onde animais selvagens eram vendidos vivos.

Mas a imprensa estatal chinesa gradualmente descartou essa teoria por outra, não comprovada, segundo a qual o vírus poderia ter sido importado através de bens alimentares congelados.

A OMS absteve-se de emitir um juízo, até à data. “Todas as suposições estão sobre a mesa. É claramente muito cedo para chegar a uma conclusão sobre a origem do vírus, seja na China ou fora da China”, disse na semana passada Michael Ryan, diretor para as emergências de saúde na OMS, Michael Ryan.

A organização foi acusada pelo anterior presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de estar sob as ordens de Pequim. A nova administração dos EUA pediu na quarta-feira que a investigação internacional fosse “clara e completa”. “É imperativo chegar ao fundo desta questão”, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. Washington vai avaliar a “credibilidade do relatório sobre a investigação uma vez concluído”, notou.

28 Jan 2021

Covid-19 | China e OMS ainda não acordaram data para deslocação de especialistas

A China e a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não chegaram a acordo sobre a nova data para a missão que deveria ter viajado esta semana até ao país para investigar a origem do novo coronavírus.

O director da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse, contudo, acreditar que haverá um consenso sobre a nova data da missão, na próxima semana, reconhecendo o atraso nas negociações com Pequim.

“Estamos em contacto com as autoridades chinesas, que concordaram em fornecer as datas específicas da viagem nos próximos dias. Esperamos, nessa altura, que a questão fique resolvida”, explicou Ghebreyesus, durante uma conferência de imprensa em Genebra.

O director de Emergências de Saúde da OMS, Mike Ryan, acrescentou nessa mesma conferência de imprensa que os dois membros da missão que já tinham iniciado a sua viagem para a China no início desta semana voltaram aos seus locais de origem, enquanto se resolve o problema, que, segundo Pequim, se deveu a um “mal-entendido”.
“Esperamos que os planos continuem e que a colaboração com os nossos colegas na China continue”, concluiu Ryan.

Tensões e decepções

Na terça-feira, numa rara demonstração de tensões entre a OMS e o Governo chinês, Tedros Ghebreyesus disse estar “muito decepcionado” com os obstáculos colocados pelas autoridades chinesas à chegada dos especialistas, para uma missão que sofreu meses de atrasos e tem estado rodeada por secretismo de ambas as partes.

A missão é formada por especialistas ligados à OMS, à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e à Organização Mundial de Saúde Animal, tendo como principal objectivo viajar até Wuhan, onde foram notificados os primeiros casos de covid-19, no final de 2019.
Cientistas dos Estados Unidos, Japão, Rússia, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Austrália, Vietname, Alemanha e Qatar farão ainda parte desta missão.

Equipas de especialistas da OMS já visitaram a China, em Fevereiro e Julho do ano passado, para investigar as origens do novo coronavírus, embora em ambas as ocasiões poucos pormenores tenham sido divulgados.

11 Jan 2021

OMS vigia de perto casos de peste bubónica na China e Mongólia

[dropcap]A[/dropcap] Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que está a vigiar de perto os casos de peste bubónica detectados na China e na Mongólia, enfatizando que a situação não representa uma grande ameaça e está “bem administrada”.

“No momento, não consideramos que seja de risco elevado, mas estamos a vigiar de perto” a situação em parceria com as autoridades chinesas e mongóis, disse a porta-voz da OMS, Margaret Harris, numa conferência de imprensa em Genebra.

Vários casos de peste bubónica foram relatados nos últimos dias na China. As autoridades da cidade de Bayannur, localizada na Mongólia Interior, no norte da China, anunciaram várias medidas após a descoberta, neste fim de semana, de um caso de peste bubónica.

O homem, um pastor, está em condições estáveis num hospital em Bayannur, informou num comunicado, no domingo, o comité de saúde da cidade. A comissão proibiu a caça e o consumo de animais que pudessem transmitir a praga – especialmente marmotas – até ao final do ano, e instou os moradores a denunciarem roedores mortos ou doentes.

Outro caso suspeito envolve um rapaz de 15 anos e foi relatado na segunda-feira na vizinha Mongólia, segundo a agência de notícias chinesa Xinhua. E outros dois casos foram confirmados na semana passada na província de Khovd, na Mongólia, envolvendo irmãos que haviam comido carne de marmota, informou a agência. Quase 150 pessoas que entraram em contacto com os dois homens foram colocadas em quarentena.

Em nota enviada aos media, a OMS informou que foi informada pela China “em 6 de Julho de um caso de peste bubónica na Mongólia Interior”.

A OMS enfatiza que a peste é “rara” e que geralmente é encontrada em certas áreas geográficas do globo onde ainda é endémica. “A peste bubónica esteve e está connosco há séculos”, disse Margaret Harris. Na China, casos esporádicos de peste foram relatados na última década, segundo a OMS.

A peste bubónica espalha-se de animais para humanos através das picadas de pulgas infectadas ou através do contacto directo com pequenos animais infectados. Não é facilmente transmitido entre pessoas.

8 Jul 2020

Adiada participação de Taiwan como membro observador na OMS

[dropcap]O[/dropcap]s países membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiram esta segunda-feira, durante a sessão anual da agência da ONU, adiar os debates sobre a participação de Taiwan como observador. No primeiro dos dois dias da assembleia, pela primeira vez virtual, os países aceitaram discutir a questão de Taiwan quando os debates forem retomados, esperando a OMS que tal aconteça ainda este ano.

Nenhum país se opôs à proposta, apesar dos Estados Unidos e de outras nações terem exigido a participação da ilha nos últimos dias. A 6 de Maio, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, pediu ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, para convidar Taiwan para a reunião anual da organização, apelando também a todos os países para apoiarem a participação da ilha na organização como observadora.

Taiwan foi excluído da OMS, onde tinha o estatuto de observador até 2016, por pressão da China. O ministro da Saúde de Taiwan, Chen Shih-chung, reagiu aquele apelo dos Estados Unidos, considerando que a exclusão do seu país da Assembleia Mundial de Saúde podia prejudicar a resposta global à pandemia.

“A coisa mais importante no combate à pandemia é a transparência. Todos devem partilhar o que sabem sobre o tema”, disse Chen, justificando a utilidade da sua presença na reunião da OMS. A Assembleia Mundial da Saúde é o órgão de decisão daquela agência especializada das Nações Unidas.

A reacção dos EUA

Washington tem elogiado a resposta de Taiwan à propagação do novo coronavírus e acusado a China de esconder a verdade sobre a origem e a escala da epidemia, que surgiu no final de 2019 na cidade chinesa de Wuhan. Acredita também que a OMS negligenciou um alerta feito por Taiwan sobre a gravidade da crise sanitária e suspendeu o financiamento norte-americano à organização. A agência da ONU nega qualquer negligência.

Numa nota à imprensa, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, criticou “a falta de independência” de Tedros Ghebreyesus, a quem acusa de ter escolhido “não convidar Taiwan sob pressão da República Popular da China”.

Na abertura da reunião anual da OMS, esta segunda-feira, os países membros concordaram em debater a questão de Taiwan, mas tomar uma decisão apenas até ao final do ano.

“Enquanto o mundo continua a combater a pandemia de covid-19, precisamos de instituições multilaterais que respeitem as suas missões estatutárias e sirvam os interesses de todos os seus estados membros, em vez de se enredarem em fazer política”, protestou o chefe da diplomacia norte-americana.

“Ninguém questiona o facto de Taiwan ter implementado uma das respostas mais eficazes do mundo para conter a pandemia, apesar da sua proximidade geográfica com o berço do vírus, em Wuhan, na China”, disse Pompeo.

“Não é uma surpresa. Democracias transparentes, saudáveis e inovadoras como Taiwan sempre respondem melhor e mais rapidamente a pandemias do que regimes autoritários”, acrescentou o secretário de Estado.

Para Pompeo, o director-geral da OMS tinha “o poder legal e os precedentes necessários” para convidar Taiwan para a reunião anual da organização.

“As acções difamatórias da China para silenciar Taiwan demonstram quão vazias são as suas reivindicações pela transparência e cooperação internacional contra a pandemia e tornam a diferença entre China e Taiwan ainda mais flagrante”, lamentou Mike Pompeo.

19 Mai 2020

Um duro teste

[dropcap]A[/dropcap] OMS declarou pandemia há dois dias. Muito se tem dito e escrito sobre este vírus. Mesmo onde não está ou onde ainda não chegou, já é omnipresente. Não quero alimentar a especulação em redor das melhores práticas ou do desemprenho dos responsáveis em Portugal por administrar a situação. Por razões várias, tenho uma muito pouca consideração e respeito pelos políticos portugueses. O caso em apreço não é excepção.

Cada país está a implementar soluções diferentes que naturalmente produzirão resultados diferentes. Cada país está mais ou menos empenhado a aprender (sobretudo) com os erros dos outros. E cada país, cada povo, reflecte na gestão desta crise as suas características idiossincráticas, os seus recursos e prioridades e, de certo modo, a sua ideia de civilização.

Estamos habituados à quotidianidade e ao ramerrame da situação mais ou menos precária em que quase todos nos encontramos. Há muito tempo e tirando apenas alguns sobressaltos que estamos em velocidade de cruzeiro. No caso especificamente português, o paquete é pobre, flutua graças ao remendo aparentemente inesgotável do desenrascanço e navega para parte incerta. Invejamos a maior parte dos barcos alheios mas temos algum orgulho de conseguir que o nosso não se afunde. “Podia ser pior” devia ser a frase desenhada em cada tapete de limpar os pés à porta de cada casa portuguesa.

Os nossos sucessivos governos poucas oportunidades terão tido de brilhar heroicamente. Inaugurar um CCB ou um aeroporto devem ser suficientes para engalanar o ego e espalhar o nome por meia dúzia de becos polvilhados país fora, mas é pouco para quem tem Aljubarrota ou os descobrimentos inscritos na história. E na gestão do dia-a-dia, pouco contrastam em virtudes e vícios os diferentes partidos que acabam por constituir governo. Em primeiro lugar, o país está cronicamente à beira da falência, o que naturalmente confere pouco espaço de manobra para fazer o que quer que seja de mais ousado; em segundo lugar, porque mudar o estado de coisas implica mexer numa série de interesses muito bem organizados que reagem de forma concertada e agressiva a qualquer tentativa de mudança. O ramerrame é muito mais confortável e tem a vantagem de, não agradando a quem quer mais e melhor, desagradar ainda menos a quem está razoavelmente bem assim.

Mas as crises, as guerras e as epidemias são um teste civilizacional. Cada país tem neste momento um espelho diante de si no qual tudo quanto é bom e mau pode ser perscrutado com uma minúcia de relojoeiro.

A história, mais cedo ou mais tarde, julgar-nos-á. A todos. A civilização, em tudo quanto esta contém de trato intersubjectivo, respeito pelas regras e convenções e defesa de direitos e deveres, é apenas uma camada de verniz. Veremos, em cada país, não só quão espessa é essa demão como quão determinado, exigente e organizado cada povo é sob a liderança dos seus governantes. E veremos quais são as prioridades de cada nação.

No EUA de Trump, com um sistema de saúde basicamente pensando como um campo de treino dos fuzileiros navais, a prioridade é a economia. Dizia Trump na quarta-feira, endereçando-se ao país a respeito do COVID-19, que a imposição do travel ban da Europa para os Estados Unidos, a ser implementada hoje, sexta-feira, não iria afectar produtos, apenas pessoas. A preocupação parece ser clara: o comércio. O negócio. Macau, por outra parte, tornou-se uma referência mundial na abordagem ao problema. Com informação e regras claras, grande empenho das autoridades e da população, uma paralisação de duas semanas e um escrupuloso cumprimento das determinações recebidas, teve apenas dez casos, todos eles já recuperados e não ocorre uma única infecção há mais de trinta dias.

A Europa, habituada há algum tempo a ver o mundo passar lá fora num aborrecimento tardo-juvenil, foi apanhada em contrapé. Diz ser o bastião da civilização. Vamos ver.

13 Mar 2020

Covid-19 | OMS apela a resposta global, enquanto em Itália o surto alastra

O repentino pico de mortes causadas pela infecção do Covid-19 em Itália acordou o resto do mundo para o perigo que representa o coronavírus. A Organização Mundial de Saúde apela a uma acção concertada para prevenir uma situação de pandemia. O número de mortos em Itália subiu para sete, o que levou ao encerramento de 11 municípios no norte do país. A Coreia do Sul é outro foco de incidência do coronavírus, com 10 vítimas mortais

 

[dropcap]O[/dropcap] director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o aviso para que o mundo se prepare para uma “eventual pandemia” do novo coronavírus, considerando “muito preocupante” o “aumento repentino” de casos em Itália e na Coreia do Sul. “Devemos concentrar-nos na contenção [da epidemia], enquanto fazemos todo o possível para nos prepararmos para uma possível pandemia”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa em Genebra.

No entanto, a epidemia recuou na China, onde o novo coronavírus surgiu no final de Dezembro e onde mais de 77.500 pessoas foram infectadas desde então, refere a OMS.

Especialistas da missão conjunta da OMS em várias províncias chinesas, incluindo na cidade Wuhan, o epicentro da epidemia, descobriram que a epidemia de Covid-19 atingiu na China “um pico seguido de 23 de Janeiro a 2 de Fevereiro passado, e está em declínio desde então “, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“Isso deve dar aos países esperanças de que esse vírus possa ser contido”, afirmou, mais uma vez saudando as medidas drásticas tomadas pela China, onde dezenas de milhões de pessoas vivem confinadas há semanas.

Noutras partes do mundo, a epidemia de pneumonia viral acelerou no início da semana, com relatos de subidas acentuadas na Coreia do Sul, Itália e Irão, que agora registam o maior número de casos de contaminação e mortes fora da China.

A Itália, que passou de seis para 229 casos em cinco dias, é o país mais afectado na Europa e o terceiro no mundo, depois da Coreia do Sul e da China.

A OMS decidiu enviar missões científicas para a Itália com a intenção de ajudar as autoridades a implementar medidas de contenção, disse o director de emergências de saúde da OMS, Michael Ryan, na conferência de imprensa diária para relatar a evolução do surto epidémico.

Tenros Adhanom Ghebreyesus acrescentou que, do ponto de vista científico, a missão conjunta na China também ajudou a demonstrar “que não houve mudança significativa no ADN do coronavírus”.

Quanto à taxa de mortalidade na China, é actualmente de 0,7 por cento e entre 2,0 por cento e 4,0 por cento em Wuhan, detalhou.

Os especialistas também descobriram que as pessoas que foram infectadas, mas não sofrem de sintomas graves, têm um tempo de recuperação de cerca de duas semanas, enquanto aquelas que são severamente afectadas levam entre três a seis semanas, explicou.

Palavra de Guterres

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU) apelou à comunidade internacional para “fazer tudo o que estiver ao seu alcance” para impedir a propagação do Covid-19, epidemia que poderá ter “consequências sérias” para a saúde e economia globais.

“Os países devem fazer tudo o que estiver ao seu alcance para responderem à nova estirpe do coronavírus, o Covid-19”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante uma visita à sede da OMS, em Genebra, na Suíça. Guterres salientou que o novo coronavírus “pode ser contido e vencido”, mas, se não houver esforços da comunidade internacional no sentido de conter a epidemia, “a situação poderá ter consequências sérias e afectar a saúde e a economia” mundiais.

O líder da ONU acrescentou que desinvestir na OMS “não é uma questão inteligente”, uma vez que esta organização “quer justamente ajudar a evitar” que este surto se transforme num “pesadelo global”. Por isso, António Guterres apelou para que os países “façam tudo para financiar” a Organização Mundial de Saúde.

O secretário-geral das Nações Unidas ressalvou também a “importância da não discriminação, do respeito pelos direitos humanos e da não estigmatização” devido à epidemia.

Para lá da Lombardia

As autoridades italianas anunciaram ontem o registo do primeiro caso de coronavírus Covid-19 no sul do país, concretamente de uma mulher nascida em Bérgamo, a nordeste de Milão, que estava de férias em Palermo, Sicília.

O presidente da região da Sicília, Nello Musumeci, confirmou numa nota que a mulher chegou a Palermo “antes de começar a emergência (do coronavírus) na Lombardia”. Segundo a mesma nota, a mulher encontrava-se na Sicília com um grupo de amigas e demonstrava ter sintomas similares aos do coronavírus.

Actualmente, está internada em observação na unidade de doenças infecciosas do hospital Cervello de Palermo, “plenamente consciente e não apresenta condições particulares de mal-estar”.

As equipas médicas estão a fazer exames ao marido e a todas as pessoas com quem esteve em contacto nos últimos dias. As amostras examinadas pelo hospital de Palermo serão enviadas “de forma imediata” ao hospital Spallanzani de Roma, onde serão feitas mais análises.

Entretanto, o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte apontou a gestão “não completamente apropriada” de “um hospital” para explicar a rápida disseminação do vírus no norte da Itália.

“Está claro que existe um foco e é aí que o vírus se espalha”, disse Conte num programa de televisão da emissora pública Rai Uno, acrescentando: “agora sabe-se que houve uma gestão ao nível de uma estrutura hospitalar que não é completamente apropriada segundo os protocolos de prudência recomendados nestes casos e que, certamente, contribuíram para a difusão”.

O foco principal da epidemia foi identificado em Codogno, perto de Lodi, 60 km ao sul de Milão.
Mattia, um executivo de 38 anos, foi hospitalizado nesta localidade de 15 mil habitantes, sendo considerado o “paciente 1”. Deste paciente surgem um grande número de casos identificados na Lombardia (noroeste), a região mais afectada pelo vírus, com 172 casos detectados em um total de 229 em Itália, incluindo sete mortes.

Segundo relatos da imprensa, além da esposa, grávida de oito meses, e outros parentes, vários dos médicos que o examinaram ficaram infectados, assim como enfermeiras, cuidadores e, depois, pacientes e os seus visitantes.

O número de casos de contaminação com o novo coronavírus permaneceu estável na segunda-feira em Itália, país que tenta conter o contágio graças a um cordão sanitário estabelecido em onze municípios do Norte, considerado o centro da epidemia.

O Covid-19 já causou pelo menos 231 infectados em Itália, entre os quais se registaram sete mortos, todos eles de idade avançada e/ou com outras patologias, tendo a polícia administrado postos de controlo numa dúzia de cidades do norte e que se encontram sob quarentena.

De Milão a Seul

Entretanto, a União Europeia anunciou que vai contribuir com 230 milhões de euros para conter a propagação do Codvid- 19, com o foco das preocupações em Itália, mas, para já, não foram impostas restrições à circulação de pessoas e bens.

Já os italianos que viajam para o estrangeiro, estão a sofrer os efeitos preventivos. Por exemplo, um autocarro oriundo de Milão foi cercado pela polícia quando circulava em Lyon, na França.

A acompanhar o surto de Covid-19 em Itália surgiu uma onda racista com chineses como alvo, denunciada por várias associações de direitos humanos, com denúncias de casos de violência, assédio e discriminação.

“O que estás a fazer em Itália? Trazes doenças!”, foram as palavras dirigidas a um jovem chinês de 15 anos antes de ser esmurrado e pontapeado na cara em Bolonha, de acordo com a Euronews.

Outro dos focos de atenção da OMS é a Coreia do Sul, onde o número de infectados chegou ontem quase a mil, com 144 novos casos, tendo sido já registados 10 mortos pela doença, numa altura em que Seul planeia impor medidas de quarentena. Entre os 144 novos casos, 127 surgiram na cidade de Daegu e na província vizinha de Gyeongsang, no norte do país. Trata-se da área mais afectada na Coreia do Sul, somando 851 casos, num total de 977 a nível nacional, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de doenças contagiosas da Coreia do Sul.

Seis novos casos foram registados em Seul, sete na província vizinha de Gyeonggi e oito em Busan, a segunda cidade mais populosa do país.

Duas mortes ocorreram nas últimas 24 horas: uma mulher de 68 anos que foi hospitalizada em Chilgok, no norte, e um homem de 58 anos que estava no hospital Daenam, em Cheongdo, um condado adjacente a Daegu. Este último hospital concentra sete dos dez mortos e está a tratar 113 infectados, a maioria parte da igreja cristã Shincheonji, que soma 501 seguidores entre os infectados a nível nacional. Shincheonji prometeu dar ao Governo uma lista com todos os seus seguidores na Coreia do Sul, calculados em cerca de 200 mil em todo o país. O Executivo disse que planeia submeter todos os fiéis a exames físicos.

As autoridades de saúde sul-coreanas mantêm sob observação 13.880 pessoas em todo o país.
O Partido Democrata (PD), partido no poder, disse estar a planear restringir a movimentação de pessoas nas regiões mais afectadas, mas excluiu um bloqueio total, como o que foi feito em Wuhan.
O Governo proibiu ainda jornalistas que visitaram Daegu de entrar na Casa Azul, a residência presidencial em Seul.

Em comunicado, o Executivo pediu ainda aos moradores de Daegu e a todos os que visitaram a cidade recentemente para que evitem “actividades fora de casa por pelo menos duas semanas”.

Vários eventos importantes foram já adiados no país, como o campeonato mundial de ténis de mesa, originalmente marcado para entre 22 e 29 de Março, em Busan, e que vai agora realizar-se entre os dias 21 e 28 de Junho.

26 Fev 2020

Covid-19 | OMS apela a resposta global, enquanto em Itália o surto alastra

O repentino pico de mortes causadas pela infecção do Covid-19 em Itália acordou o resto do mundo para o perigo que representa o coronavírus. A Organização Mundial de Saúde apela a uma acção concertada para prevenir uma situação de pandemia. O número de mortos em Itália subiu para sete, o que levou ao encerramento de 11 municípios no norte do país. A Coreia do Sul é outro foco de incidência do coronavírus, com 10 vítimas mortais

 
[dropcap]O[/dropcap] director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o aviso para que o mundo se prepare para uma “eventual pandemia” do novo coronavírus, considerando “muito preocupante” o “aumento repentino” de casos em Itália e na Coreia do Sul. “Devemos concentrar-nos na contenção [da epidemia], enquanto fazemos todo o possível para nos prepararmos para uma possível pandemia”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa em Genebra.
No entanto, a epidemia recuou na China, onde o novo coronavírus surgiu no final de Dezembro e onde mais de 77.500 pessoas foram infectadas desde então, refere a OMS.
Especialistas da missão conjunta da OMS em várias províncias chinesas, incluindo na cidade Wuhan, o epicentro da epidemia, descobriram que a epidemia de Covid-19 atingiu na China “um pico seguido de 23 de Janeiro a 2 de Fevereiro passado, e está em declínio desde então “, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“Isso deve dar aos países esperanças de que esse vírus possa ser contido”, afirmou, mais uma vez saudando as medidas drásticas tomadas pela China, onde dezenas de milhões de pessoas vivem confinadas há semanas.
Noutras partes do mundo, a epidemia de pneumonia viral acelerou no início da semana, com relatos de subidas acentuadas na Coreia do Sul, Itália e Irão, que agora registam o maior número de casos de contaminação e mortes fora da China.
A Itália, que passou de seis para 229 casos em cinco dias, é o país mais afectado na Europa e o terceiro no mundo, depois da Coreia do Sul e da China.
A OMS decidiu enviar missões científicas para a Itália com a intenção de ajudar as autoridades a implementar medidas de contenção, disse o director de emergências de saúde da OMS, Michael Ryan, na conferência de imprensa diária para relatar a evolução do surto epidémico.
Tenros Adhanom Ghebreyesus acrescentou que, do ponto de vista científico, a missão conjunta na China também ajudou a demonstrar “que não houve mudança significativa no ADN do coronavírus”.
Quanto à taxa de mortalidade na China, é actualmente de 0,7 por cento e entre 2,0 por cento e 4,0 por cento em Wuhan, detalhou.
Os especialistas também descobriram que as pessoas que foram infectadas, mas não sofrem de sintomas graves, têm um tempo de recuperação de cerca de duas semanas, enquanto aquelas que são severamente afectadas levam entre três a seis semanas, explicou.

Palavra de Guterres

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU) apelou à comunidade internacional para “fazer tudo o que estiver ao seu alcance” para impedir a propagação do Covid-19, epidemia que poderá ter “consequências sérias” para a saúde e economia globais.
“Os países devem fazer tudo o que estiver ao seu alcance para responderem à nova estirpe do coronavírus, o Covid-19”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante uma visita à sede da OMS, em Genebra, na Suíça. Guterres salientou que o novo coronavírus “pode ser contido e vencido”, mas, se não houver esforços da comunidade internacional no sentido de conter a epidemia, “a situação poderá ter consequências sérias e afectar a saúde e a economia” mundiais.
O líder da ONU acrescentou que desinvestir na OMS “não é uma questão inteligente”, uma vez que esta organização “quer justamente ajudar a evitar” que este surto se transforme num “pesadelo global”. Por isso, António Guterres apelou para que os países “façam tudo para financiar” a Organização Mundial de Saúde.
O secretário-geral das Nações Unidas ressalvou também a “importância da não discriminação, do respeito pelos direitos humanos e da não estigmatização” devido à epidemia.

Para lá da Lombardia

As autoridades italianas anunciaram ontem o registo do primeiro caso de coronavírus Covid-19 no sul do país, concretamente de uma mulher nascida em Bérgamo, a nordeste de Milão, que estava de férias em Palermo, Sicília.
O presidente da região da Sicília, Nello Musumeci, confirmou numa nota que a mulher chegou a Palermo “antes de começar a emergência (do coronavírus) na Lombardia”. Segundo a mesma nota, a mulher encontrava-se na Sicília com um grupo de amigas e demonstrava ter sintomas similares aos do coronavírus.
Actualmente, está internada em observação na unidade de doenças infecciosas do hospital Cervello de Palermo, “plenamente consciente e não apresenta condições particulares de mal-estar”.
As equipas médicas estão a fazer exames ao marido e a todas as pessoas com quem esteve em contacto nos últimos dias. As amostras examinadas pelo hospital de Palermo serão enviadas “de forma imediata” ao hospital Spallanzani de Roma, onde serão feitas mais análises.
Entretanto, o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte apontou a gestão “não completamente apropriada” de “um hospital” para explicar a rápida disseminação do vírus no norte da Itália.
“Está claro que existe um foco e é aí que o vírus se espalha”, disse Conte num programa de televisão da emissora pública Rai Uno, acrescentando: “agora sabe-se que houve uma gestão ao nível de uma estrutura hospitalar que não é completamente apropriada segundo os protocolos de prudência recomendados nestes casos e que, certamente, contribuíram para a difusão”.
O foco principal da epidemia foi identificado em Codogno, perto de Lodi, 60 km ao sul de Milão.
Mattia, um executivo de 38 anos, foi hospitalizado nesta localidade de 15 mil habitantes, sendo considerado o “paciente 1”. Deste paciente surgem um grande número de casos identificados na Lombardia (noroeste), a região mais afectada pelo vírus, com 172 casos detectados em um total de 229 em Itália, incluindo sete mortes.
Segundo relatos da imprensa, além da esposa, grávida de oito meses, e outros parentes, vários dos médicos que o examinaram ficaram infectados, assim como enfermeiras, cuidadores e, depois, pacientes e os seus visitantes.
O número de casos de contaminação com o novo coronavírus permaneceu estável na segunda-feira em Itália, país que tenta conter o contágio graças a um cordão sanitário estabelecido em onze municípios do Norte, considerado o centro da epidemia.
O Covid-19 já causou pelo menos 231 infectados em Itália, entre os quais se registaram sete mortos, todos eles de idade avançada e/ou com outras patologias, tendo a polícia administrado postos de controlo numa dúzia de cidades do norte e que se encontram sob quarentena.

De Milão a Seul

Entretanto, a União Europeia anunciou que vai contribuir com 230 milhões de euros para conter a propagação do Codvid- 19, com o foco das preocupações em Itália, mas, para já, não foram impostas restrições à circulação de pessoas e bens.
Já os italianos que viajam para o estrangeiro, estão a sofrer os efeitos preventivos. Por exemplo, um autocarro oriundo de Milão foi cercado pela polícia quando circulava em Lyon, na França.
A acompanhar o surto de Covid-19 em Itália surgiu uma onda racista com chineses como alvo, denunciada por várias associações de direitos humanos, com denúncias de casos de violência, assédio e discriminação.
“O que estás a fazer em Itália? Trazes doenças!”, foram as palavras dirigidas a um jovem chinês de 15 anos antes de ser esmurrado e pontapeado na cara em Bolonha, de acordo com a Euronews.
Outro dos focos de atenção da OMS é a Coreia do Sul, onde o número de infectados chegou ontem quase a mil, com 144 novos casos, tendo sido já registados 10 mortos pela doença, numa altura em que Seul planeia impor medidas de quarentena. Entre os 144 novos casos, 127 surgiram na cidade de Daegu e na província vizinha de Gyeongsang, no norte do país. Trata-se da área mais afectada na Coreia do Sul, somando 851 casos, num total de 977 a nível nacional, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de doenças contagiosas da Coreia do Sul.
Seis novos casos foram registados em Seul, sete na província vizinha de Gyeonggi e oito em Busan, a segunda cidade mais populosa do país.
Duas mortes ocorreram nas últimas 24 horas: uma mulher de 68 anos que foi hospitalizada em Chilgok, no norte, e um homem de 58 anos que estava no hospital Daenam, em Cheongdo, um condado adjacente a Daegu. Este último hospital concentra sete dos dez mortos e está a tratar 113 infectados, a maioria parte da igreja cristã Shincheonji, que soma 501 seguidores entre os infectados a nível nacional. Shincheonji prometeu dar ao Governo uma lista com todos os seus seguidores na Coreia do Sul, calculados em cerca de 200 mil em todo o país. O Executivo disse que planeia submeter todos os fiéis a exames físicos.
As autoridades de saúde sul-coreanas mantêm sob observação 13.880 pessoas em todo o país.
O Partido Democrata (PD), partido no poder, disse estar a planear restringir a movimentação de pessoas nas regiões mais afectadas, mas excluiu um bloqueio total, como o que foi feito em Wuhan.
O Governo proibiu ainda jornalistas que visitaram Daegu de entrar na Casa Azul, a residência presidencial em Seul.
Em comunicado, o Executivo pediu ainda aos moradores de Daegu e a todos os que visitaram a cidade recentemente para que evitem “actividades fora de casa por pelo menos duas semanas”.
Vários eventos importantes foram já adiados no país, como o campeonato mundial de ténis de mesa, originalmente marcado para entre 22 e 29 de Março, em Busan, e que vai agora realizar-se entre os dias 21 e 28 de Junho.

26 Fev 2020

Covid-19 | OMS alerta que o mundo tem de se preparar para “eventual pandemia”

[dropcap]O[/dropcap] director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) avisou ontem que o mundo tem de se preparar para uma “eventual pandemia” do novo coronavírus, considerando “muito preocupante” o “aumento repentino” de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão.

“Devemos concentrar-nos na contenção [da epidemia], enquanto fazemos todo o possível para nos prepararmos para uma possível pandemia”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa em Genebra.

No entanto, a epidemia recuou na China, onde o novo coronavírus surgiu no final de dezembro e onde 77.000 pessoas foram infectadas desde então, refere a OMS.

Especialistas da missão conjunta da OMS em várias províncias chinesas, incluindo Wuhan, o epicentro da epidemia, descobriram que a epidemia de Covid-19 atingiu na China “um pico seguido de 23 de janeiro a 02 de fevereiro passado, e está em declínio desde então “, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“Isso deve dar aos países esperanças de que esse vírus possa ser contido”, afirmou, mais uma vez saudando as medidas drásticas tomadas pela China, onde dezenas de milhões de pessoas vivem confinadas há semanas.

Noutras partes do mundo, a epidemia de pneumonia viral acelerou ontem, com relatos de subidas acentuadas na Coreia do Sul e no Irão, que agora registam o maior número de casos de contaminação e mortes fora da China.

Segundo Ghebreyesus, o aumento repentino no número de casos em Itália, no Irão e na Coreia do Sul é muito preocupante”, acrescentando que deverá viajar na terça-feira para Teerão, acompanhado de especialistas.

Na Europa, a Itália, que atualmente contabiliza seis mortos, tornou-se o primeiro país do continente a instalar um cordão de controlo médico-sanitário em torno de dez cidades do norte.

A Itália, que passou de seis para 219 casos em quatro dias, é o país mais afectado na Europa e o terceiro no mundo, depois da Coreia do Sul e da China.

A OMS decidiu enviar missões científicas para a Itália e o Irão, com a intenção de ajudar as autoridades nacionais a implementarem as medidas de contenção necessárias.

A primeira equipa “está a chegar a Itália”, enquanto a segunda viajará terça-feira para Teerão, disse o director de emergências de saúde da OMS, Michael Ryan, na entrevista coletiva diária para relatar a evolução desse surto epidémico.

Ryan considerou provável que, no caso do Irão, a rápida multiplicação de casos esteja relacionada com as festividades religiosas com a participação de muitos milhares de fiéis, já que o centro do surto está localizado em Qom, considerada uma cidade sagrada para os xiitas.

Por seu turno, Tenros Adhanom Ghebreyesus acrescentou que, do ponto de vista científico, a missão conjunta na China também ajudou a demonstrar “que não houve mudança significativa no ADN do coronavírus”.

Quanto à taxa de mortalidade na China, é atualmente de 0,7% e entre 2,0% e 4,0% em Wuhan, detalhou.

Os especialistas também descobriram que as pessoas que foram infectadas, mas não sofrem de sintomas graves, têm um tempo de recuperação de cerca de duas semanas, enquanto aquelas que são severamente afetadas levam entre três a seis semanas, explicou.

A epidemia de Covid-19, que teve origem na China, já infectou mais de 79.000 pessoas em todo o mundo, segundo os números das autoridades de saúde dos cerca de 30 países afetados.

O número de mortos devido ao coronavírus subiu para 2.592 na China continental, contabilizando também mais de 75 mil infectados, quase todos na província de Hubei.

Além das vítimas mortais na China continental, já houve também mortos no Irão, Japão, na região chinesa de Hong Kong, Coreia do Sul, Filipinas, Estados Unidos e Taiwan. Na Europa, os países mais afetados são a Itália e a França.

Em Portugal já existiram 13 casos suspeitos, mas após análises foram dados negativos.

Existe apenas um caso de um português infetado, trabalhador num navio de cruzeiros que se encontra de quarentena no porto de Yokohama, no Japão.

25 Fev 2020

Covid-19 | OMS alerta que o mundo tem de se preparar para "eventual pandemia"

[dropcap]O[/dropcap] director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) avisou ontem que o mundo tem de se preparar para uma “eventual pandemia” do novo coronavírus, considerando “muito preocupante” o “aumento repentino” de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão.
“Devemos concentrar-nos na contenção [da epidemia], enquanto fazemos todo o possível para nos prepararmos para uma possível pandemia”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa em Genebra.
No entanto, a epidemia recuou na China, onde o novo coronavírus surgiu no final de dezembro e onde 77.000 pessoas foram infectadas desde então, refere a OMS.
Especialistas da missão conjunta da OMS em várias províncias chinesas, incluindo Wuhan, o epicentro da epidemia, descobriram que a epidemia de Covid-19 atingiu na China “um pico seguido de 23 de janeiro a 02 de fevereiro passado, e está em declínio desde então “, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“Isso deve dar aos países esperanças de que esse vírus possa ser contido”, afirmou, mais uma vez saudando as medidas drásticas tomadas pela China, onde dezenas de milhões de pessoas vivem confinadas há semanas.
Noutras partes do mundo, a epidemia de pneumonia viral acelerou ontem, com relatos de subidas acentuadas na Coreia do Sul e no Irão, que agora registam o maior número de casos de contaminação e mortes fora da China.
Segundo Ghebreyesus, o aumento repentino no número de casos em Itália, no Irão e na Coreia do Sul é muito preocupante”, acrescentando que deverá viajar na terça-feira para Teerão, acompanhado de especialistas.
Na Europa, a Itália, que atualmente contabiliza seis mortos, tornou-se o primeiro país do continente a instalar um cordão de controlo médico-sanitário em torno de dez cidades do norte.
A Itália, que passou de seis para 219 casos em quatro dias, é o país mais afectado na Europa e o terceiro no mundo, depois da Coreia do Sul e da China.
A OMS decidiu enviar missões científicas para a Itália e o Irão, com a intenção de ajudar as autoridades nacionais a implementarem as medidas de contenção necessárias.
A primeira equipa “está a chegar a Itália”, enquanto a segunda viajará terça-feira para Teerão, disse o director de emergências de saúde da OMS, Michael Ryan, na entrevista coletiva diária para relatar a evolução desse surto epidémico.
Ryan considerou provável que, no caso do Irão, a rápida multiplicação de casos esteja relacionada com as festividades religiosas com a participação de muitos milhares de fiéis, já que o centro do surto está localizado em Qom, considerada uma cidade sagrada para os xiitas.
Por seu turno, Tenros Adhanom Ghebreyesus acrescentou que, do ponto de vista científico, a missão conjunta na China também ajudou a demonstrar “que não houve mudança significativa no ADN do coronavírus”.
Quanto à taxa de mortalidade na China, é atualmente de 0,7% e entre 2,0% e 4,0% em Wuhan, detalhou.
Os especialistas também descobriram que as pessoas que foram infectadas, mas não sofrem de sintomas graves, têm um tempo de recuperação de cerca de duas semanas, enquanto aquelas que são severamente afetadas levam entre três a seis semanas, explicou.
A epidemia de Covid-19, que teve origem na China, já infectou mais de 79.000 pessoas em todo o mundo, segundo os números das autoridades de saúde dos cerca de 30 países afetados.
O número de mortos devido ao coronavírus subiu para 2.592 na China continental, contabilizando também mais de 75 mil infectados, quase todos na província de Hubei.
Além das vítimas mortais na China continental, já houve também mortos no Irão, Japão, na região chinesa de Hong Kong, Coreia do Sul, Filipinas, Estados Unidos e Taiwan. Na Europa, os países mais afetados são a Itália e a França.
Em Portugal já existiram 13 casos suspeitos, mas após análises foram dados negativos.
Existe apenas um caso de um português infetado, trabalhador num navio de cruzeiros que se encontra de quarentena no porto de Yokohama, no Japão.

25 Fev 2020

OMS diz que coronavírus ainda não é uma pandemia

[dropcap]A[/dropcap] Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou hoje que a epidemia do novo coronavírus que surgiu na China não é ainda uma pandemia.

“Actualmente, não estamos em situação de pandemia”, termo que se aplica a uma situação de disseminação global de uma doença, disse à imprensa Sylvie Briand, directora do departamento de preparação global para os riscos infecciosos da OMS. “Estamos numa fase epidémica com múltiplos surtos”, acrescentou.

Desde que surgiu, em Dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei, o novo coronavírus já provocou 426 mortos e infectou mais de 20.400 pessoas.

Sylvie Briand lembrou que o berço da epidemia foi a província de Hubei. “A transmissão de homem para homem é intensa e as autoridades chinesas adotaram medidas” para limitar a propagação da doença, acrescentou

“Esperamos que, com base nessas medidas tomadas em Hubei, mas também em outros lugares em que tivemos casos, possamos parar a transmissão e livrar-nos desse vírus”, sublinhou.

A responsável da OMS considerou que conter o vírus é um autêntico “desafio” devido à deslocação das populações e à facilidade de transmissão. “Não estou a dizer que é fácil, mas (…) achamos que é possível”.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infecção confirmados em 24 outros países.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na passada quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adopção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

4 Fev 2020

Epidemia de Wuhan | Comité de Emergência da OMS volta a reunir hoje

[dropcap]O[/dropcap] Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) volta a reunir-se hoje em Genebra, na Suíça, para decidir se declara emergência de saúde pública internacional o surto de um novo coronavírus na China.

Formado por especialistas de diversos países, incluindo epidemiologistas chineses, o Comité de Emergência da OMS reuniu-se na quarta-feira sem chegar a um consenso sobre a matéria, pelo que decidiu voltar a reunir-se hoje.

A emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas preventivas a nível mundial e foi declarada para as epidemias da gripe H1N1, em 2009, dos vírus Zika, em 2016, Ébola, que atingiu uma parte da África Ocidental, de 2014 a 2016, e a República Democrática do Congo, desde 2018, e pólio, em 2014.

O novo coronavírus (família de vírus), que causa pneumonias virais, foi detetado na China em dezembro e já infetou mais de 400 pessoas e provocou a morte a pelo menos 17.

Portugal já fez accionar os dispositivos de saúde pública devido ao coronavírus proveniente da China e tem em alerta o Hospital de São João, no Porto, o Curry Cabral e Estefânia, em Lisboa, disse na quarta-feira a directora-geral de Saúde (DGS).

Em Portugal foram activados os protocolos estabelecidos para situações do género, reforçando no Serviço Nacional de Saúde a linha Saúde 24, através do número 800242424, e a linha de apoio médico, para triagem e evitar que em caso de eventual contágio as pessoas não encham os centros de saúde e as urgências dos hospitais.

Graça Freitas adiantou que “não há casos suspeitos em Portugal” de infeções com o coronavírus, não existindo uma situação de alarme, mas por precaução está “com mais atenção” aos sete casos exportados fora da China.

Além da China, com o maior número de infeções, vários outros países asiáticos, como Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Tailândia, e os Estados Unidos já reportaram casos.

O vírus em causa é transmitido entre animais e passou para os seres humanos, havendo já registos de transmissão pessoa a pessoa, mas ainda em circunstâncias não totalmente fundamentadas.

Os primeiros casos do coronavírus “2019 – nCoV” apareceram na cidade chinesa de Whuan, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral (infeção nos pulmões provocada por um vírus).

Percebeu-se que todas as pessoas trabalhavam ou visitavam com frequência o mercado de marisco e carnes de Huanan, nessa mesma cidade.

Ainda se desconhece a origem exata da infeção, mas terão sido animais contaminados, que são comercializados vivos, a transmiti-la aos seres humanos.

23 Jan 2020

Epidemia de Wuhan | Comité de Emergência da OMS volta a reunir hoje

[dropcap]O[/dropcap] Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) volta a reunir-se hoje em Genebra, na Suíça, para decidir se declara emergência de saúde pública internacional o surto de um novo coronavírus na China.
Formado por especialistas de diversos países, incluindo epidemiologistas chineses, o Comité de Emergência da OMS reuniu-se na quarta-feira sem chegar a um consenso sobre a matéria, pelo que decidiu voltar a reunir-se hoje.
A emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas preventivas a nível mundial e foi declarada para as epidemias da gripe H1N1, em 2009, dos vírus Zika, em 2016, Ébola, que atingiu uma parte da África Ocidental, de 2014 a 2016, e a República Democrática do Congo, desde 2018, e pólio, em 2014.
O novo coronavírus (família de vírus), que causa pneumonias virais, foi detetado na China em dezembro e já infetou mais de 400 pessoas e provocou a morte a pelo menos 17.
Portugal já fez accionar os dispositivos de saúde pública devido ao coronavírus proveniente da China e tem em alerta o Hospital de São João, no Porto, o Curry Cabral e Estefânia, em Lisboa, disse na quarta-feira a directora-geral de Saúde (DGS).
Em Portugal foram activados os protocolos estabelecidos para situações do género, reforçando no Serviço Nacional de Saúde a linha Saúde 24, através do número 800242424, e a linha de apoio médico, para triagem e evitar que em caso de eventual contágio as pessoas não encham os centros de saúde e as urgências dos hospitais.
Graça Freitas adiantou que “não há casos suspeitos em Portugal” de infeções com o coronavírus, não existindo uma situação de alarme, mas por precaução está “com mais atenção” aos sete casos exportados fora da China.
Além da China, com o maior número de infeções, vários outros países asiáticos, como Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Tailândia, e os Estados Unidos já reportaram casos.
O vírus em causa é transmitido entre animais e passou para os seres humanos, havendo já registos de transmissão pessoa a pessoa, mas ainda em circunstâncias não totalmente fundamentadas.
Os primeiros casos do coronavírus “2019 – nCoV” apareceram na cidade chinesa de Whuan, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral (infeção nos pulmões provocada por um vírus).
Percebeu-se que todas as pessoas trabalhavam ou visitavam com frequência o mercado de marisco e carnes de Huanan, nessa mesma cidade.
Ainda se desconhece a origem exata da infeção, mas terão sido animais contaminados, que são comercializados vivos, a transmiti-la aos seres humanos.

23 Jan 2020

OMS prepara hospitais de todo o mundo para novo vírus com origem na China

[dropcap]A[/dropcap] Organização Mundial de Saúde informou ontem que todos os hospitais do mundo estão a ser preparados para um novo grupo de vírus que já provocou pelo menos um morto na China e mais de 40 casos registados.

“Estamos a preparar-nos para a hipótese de contágios em massa, pelo que estão a ser tomadas medidas de prevenção e controlo de infeções para que todos os hospitais do mundo apliquem as precauções habituais”, disse a diretora interina do departamento de doenças emergentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove.

A especialista admitiu a possibilidade de haver casos de contágio entre humanos, especialmente entre membros da mesma família (embora a possibilidade não tenha sido ainda testada), e enfatizou que o novo coronavírus [grande família viral que causa infeções respiratórias em seres humanos e em animais] é semelhante a outros que surgiram nos últimos anos, como a síndrome respiratória aguda e grave (SARS) ou a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS).

“A experiência com a SARS e a MERS preparou-nos para esta situação, a comunidade global está a tomar medidas preventivas e todos os sistemas estão preparados para serem ativados”, garantiu em conferência de imprensa, hoje realizada.

O alerta para o novo vírus, que aparentemente teve origem num mercado de peixe da cidade chinesa de Wuhan, tornou-se mais grave quando foi conhecido um primeiro caso fora da China (um tailandês que tinha viajado para aquela cidade).

Ainda assim, a OMS não emitiu nenhum alerta para quem visita a cidade nem estabeleceu qualquer comité de emergência.

Dos 41 casos confirmados na China, seis estão em estado grave, mas outros sete já tiveram alta, disse a porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic.

A porta-voz explicou que os laboratórios chineses já sequenciaram o genoma do coronavírus e forneceram os dados à comunidade global de saúde para ajudar a diagnosticar possíveis casos fora do país.

As autoridades de saúde chinesas também estão a vigiar a saúde de mais de 700 pessoas que podem ter estado em contacto com os doentes registados, incluindo funcionários de hospitais e outros centros de saúde, embora nenhum novo caso tenha sido detetado desde 3 de janeiro, exceto o diagnosticado na Tailândia.

Os sintomas do novo coronavírus são, em muitos casos, semelhantes aos de uma constipação, mas podem ser acompanhados de febre e fadiga, tosse seca e dispneia (falta de ar).

15 Jan 2020

OMS | Macau vai ter equipa de resposta a emergências acreditada

Dentro de um ano e meio, Macau poderá ter uma equipa de resposta a emergências acreditada pela Organização Mundial de Saúde. De acordo com Lei Chin Ion, a candidatura já está feita e, findo o processo, será a terceira equipa acreditada da China

[dropcap style≠‘circle’]M[/dropcap]acau vai ter uma equipa de resposta a emergências acreditada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O anuncio foi feito ontem pelo director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, na conferência “Respostas de Emergência e Partilha de Experiências e Capacitação” que teve lugar em Coloane. “Estamos a preparar uma equipa de emergência que esperamos ser acreditada pela OMS”, revelou o responsável.

A candidatura para os procedimentos de certificação já foi entregue, e o processo deverá estar concluído dentro de um ano e meio, referiu Lei Chin Ion.

A equipa será formada por voluntários, todos residentes de Macau e inclui médicos e enfermeiros, técnicos especialistas em emergência e resgate, paramédicos, e pessoal para a parte logística, esclareceu o director dos Serviços de Saúde.

O objectivo desta formação especializada é responder a situações de desastre na região da Ásia Pacífico e deverá estar acreditada até ao final do próximo ano. Além de pretender ser um corpo preparado para responder aos cenários de emergência locais, a ideia é ser também uma força pronta a dar o devido apoio aos países vizinhos quando necessário.

Dentro dos três níveis de equipas de emergência, que têm como função a resposta a catástrofes, acreditados pela OMS, Macau insere-se no nível que diz respeito a um corpo de intervenção médica capaz de atender até 100 utentes em regime ambulatório e que dá assistência às equipas das restantes duas categorias encarregues de realizar cirurgias, criar tendas médicas e hospitais de campanha em desastres.

Macau, um exemplo

A conferência contou com a presença de representantes da OMS. A directora regional para a Segurança da Saúde e Emergências da OMS, Li Ailan, considerou que “quando acontecem desastres, e é pedida ajuda à organização internacional, esta pode demorar algum tempo e, como tal, é necessário ter equipas prontas perto das regiões afectadas”, apontou.

Por outro lado, a responsável entende ainda que o território já tem provas dadas. De acordo com Li, Macau mostrou ter capacidade de resposta a catástrofes e representa uma boa ajuda para territórios terceiros na eventualidade de acontecerem casos semelhantes. “No caso do Tufão Hato e no que diz respeito aos Serviços de Saúde locais, Macau mostrou ter capacidade para lidar com a situação”, começou por dizer. A responsável acrescentou ainda que o território “tem a capacidade para ajudar outros países”, sublinhou a responsável.

Esta será a terceira equipa da China acreditada pela entidade internacional.

No olho do tufão

Na cerimónia de abertura do encontro “Respostas de Emergência e Partilha de Experiências e Capacitação” foi ainda destacada a importância de Macau, não só em termos de resposta a emergência, como pelo facto de estar situado numa das zonas mais delicadas da Ásia Pacífico quando se fala de calamidades.

O alerta foi dado pelo responsável da equipa médica de Emergência e de Operações de Emergência da OMS, Ian Norton. “Fiquei chocado quando estava a fazer pesquisa e verifiquei que a zona do Delta é sítio mais perigoso da região quando se fala de tempestades e de cheias, e Macau está no centro desta região”, disse o responsável.

De acordo com Ian Norton “a Ásia Pacífico e o Sudeste Asiático representam 80 por cento dos desastres naturais em todo o mundo”.

A ideia foi corroborada pela directora regional para a Segurança da Saúde e Emergências da OMS. Para Li Ailan “é inevitável o surgimento de desastres naturais nesta região”, sendo que a solução para responder a calamidades passa, necessariamente, pela colaboração entre os recursos disponibilizados e preparados das várias regiões desta zona.

9 Abr 2018