Comércio entre a China e Portugal aumenta 4,82% em 2020 Hoje Macau - 18 Fev 2021 As trocas comerciais entre a China e Portugal aumentaram 4,82% em 2020, em relação ao ano anterior, segundo dados oficiais. O valor total das trocas comerciais no ano passado foi de 6,9 mil milhões de dólares norte-americanos, de acordo com dados oficiais publicados na semana passada no portal do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de língua portuguesa (Macau), com base nas estatísticas dos Serviços de Alfândega chineses. Em 2019, as trocas comerciais entre a China e Portugal tinham atingido 6,6 mil milhões de dólares. Do valor total, Pequim importou mais 19,6%, ou 2,8 mil milhões de dólares em 2020, comparativamente com o período homólogo do ano anterior. Por outro lado, a China exportou menos 3,1% para Portugal, ou 4,2 mil milhões de dólares. As trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa entre Janeiro e Dezembro 2020 foram de 145 mil milhões de dólares, o que representa uma descida de 2,98% no período homólogo de 2019. O Brasil continua a ser o país lusófono com o maior volume de trocas comerciais com a China, garantindo mais de 80% dos bens transaccionados, seguindo-se Angola, Portugal, Moçambique, Timor-Leste, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.
Exposição | Four Seasons recebe trabalhos de Tai Xiangzhou Hoje Macau - 18 Fev 2021 O hotel Four Seasons acolhe, até ao dia 14 de Março, a exposição “Abode of Immortals – Tai Xiangzhou Ink Paintings”. A mostra conta com um total de 38 obras de Tai Xiangzhou, que representam “as minhas ideias criativas em torno da arte tradicional e cosmológica”, disse o artista, citado por um comunicado. “Espero que os visitantes possam fazer as suas próprias interpretações através dos meus traços e nuvens circulares”, acrescentou. Tai Xiangzhou estudou literatura chinesa e caligrafia com os mestres Hu Gonshi e Wang Wenjun desde tenra idade. O artista concluiu ainda um doutoramento na Universidade Tsinghua sobre cosmologia e arte paisagística tradicional. No seu trabalho, Tai Xiangzhou utiliza materiais como pincéis, papel e seda para criações artísticas que combinam ciência, filosofia e arte, sempre numa exploração entre “o universo e a espiritualidade para definir a cosmologia contemporânea”. As obras de Tai Xiangzhou focam-se muito no período da dinastia Song, em torno das representações das paisagens e da caligrafia, captando elementos da natureza como as rochas, árvores, nuvens e água. O artista chinês já protagonizou 30 exposições em todo o mundo, tendo as suas obras sido adquiridas por 22 museus e galerias de arte, tal como o Brooklyn Museum, Art Institute of Chicago e Yale University Art Gallery. A exposição tem entrada gratuita e pode ser visitada entre as 11h e 19h no espaço Grand Atelier do hotel Four Seasons, situado no sexto andar.
Valores das propinas aumentam para não locais na Universidade de Macau Hoje Macau - 18 Fev 2021 Foram ontem publicados em Boletim Oficial (BO) os novos valores das propinas cobrados pela Universidade de Macau (UM) aos alunos não locais. Enquanto que para os locais os valores a pagar pelas licenciaturas, mestrados e doutoramentos se mantém inalterados, para os não locais há um aumento, mais notório ao nível dos mestrados. Antes este curso custava, a um aluno oriundo do interior da China, Hong Kong e Taiwan 102 mil patacas, e 128 mil para um aluno de outros países. Agora o valor sobe para 150 mil patacas, enquanto que um aluno de Macau paga 72 mil patacas. Estes valores não se aplicam ao mestrado de gestão de empresas. Ao nível dos doutoramentos, um aluno local passa a pagar cerca de 87 mil patacas, enquanto que um estudante não local paga cerca de 111 mil patacas. De frisar que a UM passou a incluir os alunos estrangeiros e das zonas vizinhas de Macau na categoria de “alunos não locais”, sem distinção. No caso das licenciaturas mantém-se a diferença entre alunos vindos da China, Hong Kong e Taiwan e do estrangeiro. Na prática, ao nível dos mestrados e doutoramentos, os alunos do interior da China passam a pagar os mesmos valores que os estudantes internacionais. “Há uma simplificação: passamos a ter apenas alunos locais e não locais, porque a nossa tabela era um bocado complicada. A mudança vai nesse sentido”, disse Rui Martins, vice-reitor da UM, à TDM Rádio Macau. Rui Martins explicou também que foi feita uma “mudança equilibrada e bastante pensada” para se chegar a estes valores. O aumento das propinas para os mestrados, destinado a alunos não locais, tem em consideração “a reputação da universidade e os custos dos cursos, e também os equipamentos e as instalações, que são de nível internacional e comparáveis às universidades, nomeadamente em Hong Kong – e neste caso, as propinas [em Macau] são ainda mais baixas”, disse. Sobre os valores a pagar pelos doutoramentos, Rui Martins explicou que são agora mais baixos para estudantes estrangeiros. “O valor é significativamente mais baixo do que Hong Kong porque estamos interessados em aumentar a investigação e o número de estudantes de qualidade no doutoramento”.
Música | António Vale da Conceição lança novo trabalho em Março Andreia Sofia Silva - 18 Fev 202118 Fev 2021 “António Vale da Conceição – 4 Hand Pianos” é o nome do novo trabalho do músico macaense, que será lançado em Março em diversas plataformas digitais. António Vale da Conceição tem composto música para cinema e televisão e este lançamento é uma compilação das sonoridades que acabaram por não ser utilizadas em diversos projectos Foto de Dóris Marcos Depois de fazer música com os Turtle Giant, o macaense António Vale da Conceição está de regresso aos discos mas, desta vez, em nome próprio e com uma roupagem musical totalmente diferente. “António Vale da Conceição – 4 Hand Pianos” é o novo projecto que será lançado em várias plataformas digitais de música no próximo mês de Março. Este trabalho é o resultado de várias composições feitas para cinema e televisão e que acabaram por não ser incluídas nos projectos. Ainda assim, o músico não quis perder o trabalho feito nos últimos anos. “Fui trabalhando em alguns filmes e pondo de lado vários apontamentos que não funcionavam. São canções de que gosto, mas que não tinham utilidade”, contou ao HM. António Vale da Conceição trabalhou sozinho neste projecto. “Todas as músicas são feitas para piano, mas eu não sou pianista. Este trabalho pretende espelhar mais a composição, a banda sonora, do que a técnica propriamente dita do piano.” Sem instrumentos tocados ao vivo, “4 Hand Pianos” acaba por ter “uma componente expressiva bastante rica”. “Gostava que o álbum espelhasse um pouco as intenções da composição. Este é um álbum de tensão, porque os filmes assim o pedem, independentemente de serem cenas com mais ou menos drama, comédia ou acção. É a tensão que faz com que as coisas sigam para a frente e que exista um desenvolvimento”, acrescenta o músico. Voz e linguagem Para António Vale da Conceição, o “processo de compor é uma procura”, onde há sempre uma voz e “uma forma de abordar em uma linguagem”. Isso foi fundamental para escolher quais as composições que entravam nos projectos de cinema e televisão e as que ficavam de fora. “É algo omnipresente, mas há subtilezas nessa linguagem. Quando se procura fazer coisas para filmes ou personagens, quando se procura o tom da história, uma pessoa tem de se atrever e a escrever algo que possivelmente possa encaixar. É isso que determina o critério daquilo que é ou não importante.” Num processo cinematográfico, a música tem sempre o propósito de servir o filme, assegura o músico. “Os filmes nascem da contribuição de várias partes que são estritamente necessárias. Não é atirar com música épica que vai fazer com que o filme melhore, é nas subtilezas que encontramos algo especial, mas outras vezes não. Mas o critério é sempre servir o filme, fazer com que este fale mais alto, que a música não seja propriamente o centro da atenção, mas sim um veículo para que o filme seja melhor compreensível.” Apesar de este ser o primeiro trabalho lançado em nome próprio, desde os Turtle Giant, a verdade é que para António Vale da Conceição não é uma novidade trabalhar sozinho. “Já tinha feito ‘O Monstro’ há uns anos atrás, mas são coisas diferentes. Já faço há algum tempo música para filmes e séries de televisão. Este processo de trabalhar sozinho não é novo, mas não tenho lançado em formato disco.” De momento, os Turtle Giant não têm planos na agenda, uma vez que os três elementos estão a viver em três continentes diferentes. “Não estamos a gravar nada. Temos de admitir que a banda está um pouco parada, mas todos nós estamos activos a fazer música. O Fred [Ritchie] está em Los Angeles a produzir. Vamos estando atentos a cada um de nós. Todos participamos naquilo que cada um está a fazer.” Documentário premiado “4 Hand Pianos” inclui uma composição feita para o documentário “Beyond the Spreadsheet – The Story of TM1”, dirigido por António Vale da Conceição em parceria com Francisco Santos, e que ganhou recentemente o prémio de melhor documentário no festival internacional de cinema de Anatolia, na Turquia. Este documentário conta a história de Manny Perez, cubano inventor da tecnologia de cálculo TM1, adquirida pela IBM e que “revolucionou o mundo de uma forma muito silenciosa, mas que foi extremamente importante para a sociedade”, considera António Vale da Conceição. “Uma das coisas interessantes do filme é tornar mais evidente o impacto que isto tem nas nossas vidas. Espero que as pessoas estejam atentas e ganhem gosto por este mundo complexo, que é o mundo da informação e dos números, mundo financeiro e político. Esta é uma demonstração de como está tudo tão ligado e interdependente”, rematou.
Turismo | DST espera regresso de inscrição online para emissão de vistos João Luz e Nunu Wu - 18 Fev 2021 A aposta na qualidade em detrimento da quantidade de turistas e o retorno das inscrições online para vistos de entrada em Macau são caminhos para a recuperação do turismo, segundo Helena de Senna Fernandes. A governante destaca o bom sinal da permanência por mais tempo de quem visitou Macau durante o Ano Novo Lunar, apesar dos números fracos A directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, garante que o Governo está a fazer todos os possíveis para os turistas chineses que visitam Macau voltem a poder requer online a emissão de vistos turísticos. O compromisso foi reiterado ontem, no fórum Ou Mun Tin Toi, do canal chinês da Rádio Macau, com a governante a ressalvar a necessidade de dar algum tempo para que as autoridades do Interior da China aliviem as restrições fronteiriças. Actualmente, os turistas chineses têm de fazer a inscrição presencial para a emissão de visto turístico para entrar em Macau, factor de inconveniência a que se junta as orientações das autoridades chinesas para que as pessoas evitem sair das províncias onde residem. Além disso, a dirigente máxima da DST lembrou que Macau ainda é considerado um território do exterior no que diz respeito à emissão de vistos na China e que, por isso, é essencial promover os produtos turísticos da RAEM e transmitir a ideia de destino de confiança. O plano passa pela organização de actividades que visam projectar e promover Macau junto dos sectores do turismo e comércio electrónico na área da Grande Baía, algo que Helena de Senna Fernandes revelou estar previsto com acções concretas já em Março e Abril. O lado positivo Apesar de reconhecer que o número de visitantes durante a semana do Ano Novo Lunar ficou aquém das expectativas do Governo (menos de 77.400 em seis dos sete dias de festividades), Helena de Senna Fernandes destacou aos microfones da Rádio Macau que quem veio ficou mais tempo no território. Um sinal positivo e que pode apontar para o futuro desenvolvimento da indústria, que não procura somente turistas em quantidade, mas em qualidade. Apesar disso, a governante quer alterar o panorama actual, em que só podem entrar visitantes com vistos individuais, para que Macau volte a receber excursões. Mantendo a toada conservadora, a directora da DST estima que em longo de 2021 Macau receba entre 6 e 10 milhões de turistas, o equivalente aos níveis do período entre 1996 e 2001, antes da liberalização do jogo. Foi também revelado que ainda durante o primeiro trimestre deste ano será inaugurado o cais provisório de passageiros da Barra.
Habitação | Vendas e preços por metro quadrado desceram em 2020 Andreia Sofia Silva - 18 Fev 2021 Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) ontem divulgados revelam que o ano passado houve uma quebra na venda de casas e lugares de estacionamento. Ao nível das habitações foram transaccionadas 9.002 fracções e lugares de estacionamento, menos 18,3 por cento face a 2019, pelo valor global de 51,11 mil milhões de patacas, menos 17,9 por cento em relação ao ano anterior. Relativamente ao preço médio por metro quadrado das habitações para venda foi de 105.064 patacas, uma queda de 2,3 por cento em termos anuais. Os preços médios por metro quadrado na península de Macau, Taipa e Coloane registaram quebras de 2,2 por cento, 2,7 por cento e 4,4 por cento, respectivamente. Relativamente ao quarto trimestre de 2020 foram transaccionadas 2.369 casas e lugares de estacionamento, menos 6,8 por cento e 9,2 por cento face ao trimestre anterior, respectivamente. O preço médio por metro quadrado das habitações subiu 4,8 por cento no quarto trimestre de 2020, tendo-se situado nas 108.969 patacas. A DSEC explica que “o preço médio das fracções na Taipa (118.329 patacas) cresceu 10,3 por cento devido à proporção das fracções autónomas habitacionais de edifícios em construção transaccionadas a preços relativamente elevados em relação às fracções transaccionadas nesta zona (36,5 por cento) ter aumentado 9,1 pontos percentuais”. O preço médio das fracções em Coloane (121.007 patacas) e península de Macau (102.842 patacas) aumentou 2,3 por cento e dois por cento, respectivamente.
ANIMA | Faltam 79 mil patacas para pagar salários de Fevereiro Andreia Sofia Silva - 18 Fev 2021 A Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA continua a sua campanha de recolha de fundos para se manter em actividade. Segundo uma nota publicada nas redes sociais por Albano Martins, presidente honorário vitalício, a associação “continua a lutar arduamente para sobreviver”, necessitando agora de 79 mil patacas para pagar os salários de 32 funcionários relativos ao mês de Fevereiro. “Conseguimos em 25 dias obter donativos de cerca de 812 mil patacas e um empréstimo de 50 mil patacas. Com este dinheiro pagámos aos funcionários, as contas de Dezembro e os salários de Janeiro. Agora é tempo de pagar os salários dos funcionários de Fevereiro e depois as contas de Janeiro”, escreveu Albano Martins. “Infelizmente reduzimos o número de funcionários, de 37 para 32, pois não conseguimos garantir o pagamento dos seus salários. Não podemos reduzir mais funcionários devido à nossa enorme actividade, esta é a nossa prioridade”, aponta a mesma nota. O 13º mês de ordenados relativos ao ano passado, e os empréstimos concedidos, serão pagos quando a ANIMA “tiver outros fundos”. Quanto ao apoio habitual concedido pela Fundação Macau (FM), só será obtido em Março, mas ainda não é certo. “Poderemos receber o apoio da FM em Março, mas se não recebermos ficaremos em sérias dificuldades”, descreveu Albano Martins.
Covid-19 | Só dez mil inscrições para vacinação, Ano Novo pode ter afectado Salomé Fernandes - 18 Fev 2021 O primeiro dia de vacinação para a população em geral conta com 2.200 marcações, enquanto no total já se registaram cerca de dez mil inscrições. Leong Iek Hou acredita que o número foi afectado pelo Ano Novo Lunar, mas apontou que corresponde ao previsto Mais de dez mil pessoas inscreveram-se para receber a vacina contra a covid-19. A informação foi avançada ontem pela coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, em conferência de imprensa. Leong Iek Hou destacou que 2.200 pessoas fizeram marcação para dia 22 de Fevereiro, data em que arranca a vacinação para a população em geral. “Acho que isto reflecte que os cidadãos de Macau têm expectativas sobre as vacinas e é de fazer novamente o apelo de que a vacina pode fazer auto-proteçcão, proteger os seus familiares, e também criar uma barreira imunológica colectiva”, comentou. A responsável acredita que o número é afectado pelo Ano Novo Chinês, apontando que a “tradição” leva as pessoas a não quererem receber vacinas durante este período, mas indicou que está “conforme o previsto”. “Acho que esta situação é ideal”, acrescentou. Das dez mil marcações para vacinação, mais de quatro mil são indivíduos que pertencem aos grupos prioritários, sendo que cerca de dois mil destes já foram vacinados. indicou que a vacina com mais adesão está a ser a da farmacêutica Sinopharm, a primeira a chegar ao território. “Todas essas vacinas são inoculadas de acordo com a vontade das pessoas. Actualmente só disponibilizamos a vacina da Sinopharm e em princípio em Março haverá o novo tipo de vacina”, disse. Leong Iek Hou acrescentou que “a maior parte das pessoas escolheram a vacina Sinopharm”, nomeadamente quem teve mais urgência na vacinação, observando que quem optou por outra ainda não pode marcar uma data. Para além de poderem ser tomadas em centros e postos de saúde, há outros dois pontos no Hospital Conde São Januário. Têm uma capacidade diária de vacinação de cinco mil indivíduos. Duração incerta O médico Alvis Lo Iek Long disse não se saber por quanto tempo é válida a protecção gerada pela vacina. “É uma vacina nova, temos de testemunhar e comprovar com o tempo. Claro que não basta só uma vacinação para prolongar esta validade, mas quanto ao período ainda não temos dados ou provas científicas. São dados para tomar referência. Aqueles que foram infectados têm também uma certa capacidade imunológica. Em princípio a protecção deverá ser de seis a 12 meses, mas concretamente qual o período para protecção não sabemos”, descreveu. No entanto, o médico indicou que se houver procura por parte da população serão compradas mais vacinas, e que quando existirem produtos novos que provem ser mais eficazes vão ser tidas em conta “outras considerações para adquirir melhores vacinas”. “Atendendo às circunstâncias eventuais se houve procura e necessidade contínua dos cidadãos para a vacinação, vamos continuar com as encomendas”, disse o médico adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário. Questionado sobre se são equacionadas medidas de alívio das restrições quando se atingir imunidade de grupo, Alvis Lo Iek Long não revelou planos concretos, indicando que é preciso manter atenção às experiências das zonas vizinhas e que a hipótese não é excluída se tal for adequado para Macau. Convalescença à vista Alvis Lo Iek Long referiu ontem que os dois pacientes internados com covid-19 não apresentam febre nem sintomas do trato respiratório, tendo os seus testes dado negativo. “Daqui a uns dias vamos novamente fazer os testes. Se derem negativo vamos enviá-los para convalescença”, disse o médico. Hoje termina o período de auto-gestão dos residentes que vieram no voo de Tóquio em Janeiro, passando os seus códigos de saúde a verde caso os testes de ácido nucleico apontem negativo. Por outro lado, a partir de ontem o Grand Coloane Resort passou a ser uma unidade hoteleira destacada para observação médica por escolha própria, em que pode ser escolhido por residentes e não residentes que pagam os custos do alojamento.
Toi San e Ilha Verde | Wong Kit Cheng pede melhores instalações recreativas Andreia Sofia Silva e Nunu Wu - 18 Fev 2021 A deputada Wong Kit Cheng, que também preside à direcção da Associação da Construção Conjunta de um Bom Lar, sugeriu, em comunicado, uma melhoria das instalações recreativas situadas nos bairros de Toi San e Ilha Verde. Segundo a responsável, os espaços recreativos do parque situado na rua central de Toi San estão degradados, o que impede a utilização por parte das crianças. A deputada citou números oficiais que mostram que só no bairro de Toi San residem 4821 crianças com idade inferior a 14 anos, além de funcionarem sete escolas no local, pelo que há uma grande procura por espaços de lazer, apontou. Wong Kit Cheng lembrou que o Instituto para os Assuntos Municipais criou uma zona de lazer provisória no bairro do Iao Hon, tendo renovado também o parque infantil no jardim do mercado do Iao Hon, mas que não existe, até ao momento, um planeamento para Toi San. A deputada disse existirem condições para melhorar também os espaços de lazer da Rua da Missão de Fátima e do Bairro Social de Tamagnini Barbosa.
Metro Ligeiro | Ho Ion Sang quer mais atracções populares Hoje Macau - 18 Fev 2021 O deputado Ho Ion Sang sugeriu que além de acelerar as construções das linhas do Metro Ligeiro, o Governo deve apostar noutros factores que atraiam a população para usar este meio de transporte, noticiou o jornal Cidadão. Ho Ion Sang defendeu que o Governo deve lutar para as linhas começarem a funcionar em breve, impulsionando o fluxo de utentes. Por outro lado, indicou que se pode negociar com a empresa do Metro Ligeiro para que sejam adoptados elementos comerciais, como alargar as zonas de máquinas de venda automática nas estações ou colocar mais publicidade nas estações. Além disso, sugeriu o lançamento de uma versão especial do cartão do Metro Ligeiro alusiva a festividades, cooperação com empresas do jogo e estabelecimentos comerciais, bem como colaborações com associações para colocar elementos culturais nas estações ou carruagens, com vista a criar pontos populares para os cidadãos tirarem fotografias, ou mesmo vender produtos culturais de edição limitada. Por outro lado, Ho Ion Sang quer que o Governo acabe em breve as preparações para ligações entre o Metro Ligeiro e autocarros, visto que a obra de ligação da linha da Taipa à estação da Barra termina em 2023.
Migração | Deputados questionam aplicação de regras em situações de catástrofe Salomé Fernandes - 18 Fev 2021 Os deputados da 3ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa querem soluções para situações de catástrofe natural que dificultem aos pais não residentes a obtenção do documento de viagem de filhos recém-nascidos no território, já que a proposta de lei do Governo pede a apresentação de provas de documento de viagem em 90 dias O novo regime proposto pelo Governo para controlo de migração e autorização de permanência e residência na RAEM prevê um prazo de 90 dias depois do nascimento de filhos de não residentes com autorização de permanência em Macau, para os seus pais provarem junto das autoridades que obtiveram documento de viagem para as crianças. No entanto, a 3ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa considera que a aplicação desta norma “levanta muitas questões”. Uma delas prende-se com contextos nos países de origem dos pais que impeçam o tratamento da burocracia. “Se por razões de força maior os pais da criança não conseguirem tratar da formalidade para a obtenção do documento de viagem para essa criança nascida em Macau, por exemplo, quando houver algum golpe militar ou catástrofe natural no seu país de origem que venha dificultar a formalidade de obtenção de documento de viagem para o recém-nascido, o que se pode fazer em relação a essa situação?”, questionou Vong Hin Fai, presidente da Comissão. O deputado disse também que a Comissão vai perguntar ao Governo se a norma “é para que os pais da criança tratem do documento de viagem com maior brevidade depois do seu nascimento para evitar que essa criança possa permanecer por prazo indefinido em Macau”. Por outro lado, os deputados querem esclarecimentos sobre a proposta do Governo em que a autorização especial de permanência para exercício de actividades laboral ou em proveito próprio seja regulada por legislação própria. “Será que essa situação de exercício de actividade em proveito próprio tem em vista a captação de investidores e é uma medida pensada para diversificação económica de Macau?”, questionou Vong Hin Fai. Motivos para saída A proposta de lei também prevê que os não residentes tenham a sua autorização de permanência na RAEM revogada por despacho do Chefe do Executivo, por exemplo, quando cometerem “reiteradamente, actos que violem leis ou regulamentos, nomeadamente prejudiciais para a saúde ou o bem-estar da população”. No entanto, a norma levantou dúvidas entre os membros da 3ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa. “Qual o padrão ou critério para avaliação dessa situação de prática reiterada? Esta norma também prevê violação de regulamentos, mas não entendemos que se enquadra numa situação criminal ou penal, mas sim leis ou regulamentos sobre matéria administrativa”, apontou Vong Hin Fai. “O que é que se entende em concreto sobre esse bem-estar da população?”, querem também saber os deputados. O presidente da Comissão reconheceu que a proposta de lei é sobre uma matéria “bastante complexa” e indicou que devem ser convidados representantes do Governo para reunir em Março.
Sulu Sou pede debate sobre nova ronda de apoios financeiros Hoje Macau - 18 Fev 2021 A falta de perspectiva de melhoria económica é um dos motivos que levou Sulu Sou a apresentar uma proposta de debate na Assembleia Legislativa para discutir uma nova ronda de apoios financeiros à população. O deputado reforça a necessidade de mais estímulos com o volume fraco de visitantes durante a semana do Ano Novo Chinês “A pandemia desferiu um severo golpe na vida da população de Macau e o caminho para a recuperação económica é longo.” É com esta frase que Sulu Sou abre as justificações para a proposta, que apresentou ontem, de debate no plenário da Assembleia Legislativa com o intuito discutir a possibilidade lançar mais uma ronda de apoios financeiros à população. O deputado recorda a frieza dos números, nomeadamente as receitas dos casinos que terminaram o ano passado com receitas de 60,4 mil milhões de patacas, o que representou uma quebra de 79,3 por cento em relação a 2019, quando chegaram aos 292,4 mil milhões de patacas. Além disso, as restrições fronteiriças e os confinamentos resultaram na diminuição drástica da entrada de visitantes no território em 2020, menos 85 por cento do que no ano anterior, para um total de apenas 5,9 milhões de turistas. “Apesar de as autoridades do Interior da China terem voltado a emitir vistos para Macau a 23 de Setembro de 2020, a situação económica não melhorou significativamente”, contextualiza Sulu Sou. Porém, durante a semana dourada do Festival de Outono, o Natal e o Ano Novo Lunar, face aos apelos das autoridades chinesas, e ao ressurgimento de infecções na China, o número habitual de visitantes esteve longe de se verificar. Como tal, Sulu Sou refere que a sociedade está ansiosa pela recuperação, expectativa que esbarram na economia que continua “deprimida” e a atravessar uma crise que ameaça a qualidade de vida e subsistência de muitos residentes e suas famílias. “Licenças sem vencimento de longo prazo e despedimentos levaram a que as taxas recordistas de desemprego e subemprego. Muitos residentes perderam a visão de futuro”, escreve o deputado. Água que passou O proponente do debate adianta que as duas primeiras rondas de apoio já foram “consumidas e digeridas” economicamente, o que levou vários sectores da sociedade a pedir ao Governo novas medidas de auxílio financeiro. Sulu Sou recorda que por repetidas vezes o secretário para Economia e Finanças não fechou a porta a novas medidas, quando questionado sobre essa possibilidade, enquanto o Chefe do Executivo prometeu ficar atento à situação económica, mas sem adoptar acções concretas que respondam às necessidades da comunidade. Assim sendo, o legislador pede ao Governo que “dê bom uso das reservas monetárias” da RAEM e, de forma atempada, inicie uma nova ronda de apoios.
Guarda parental | Justiça portuguesa dá razão a João Tiago Martins, ex-residente de Macau Andreia Sofia Silva - 18 Fev 2021 Depois de cumprir pena de prisão por abuso sexual dos dois filhos e maus tratos, João Tiago Martins, ex-residente de Macau, saiu em liberdade condicional e está neste momento em Portugal a tentar “refazer a vida”. A justiça portuguesa deu-lhe razão num processo movido pela ex-mulher para lhe retirar a guarda dos filhos, mas os tribunais de Macau não tiveram o mesmo entendimento. O português assume-se inocente e diz que a “verdade virá sempre ao de cima” A justiça portuguesa deu razão a João Tiago Martins num processo de inibição de guarda parental movido pela sua ex-mulher, macaense. O cidadão português, que foi condenado a uma pena de prisão de cinco anos e seis meses pela prática do crime de abuso sexual de criança contra os seus dois filhos, viu ser-lhe concedida liberdade condicional e está neste momento em Portugal. Segundo a sentença a que o HM teve acesso, e que é ainda passível de recurso, o Juízo da Família e Menores do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa deu razão a João Tiago Martins num processo onde a sua ex-mulher pretendia a total inibição do poder paternal, ou seja, a proibição de ver ou contactar os filhos até aos 18 anos de idade. “Face ao que precede, e com os fundamentos expostos, julgo a acção de inibição e limitação do exercício de responsabilidades parentais intentada por [ex-mulher] contra João Tiago Martins improcedente por não provada”, pode ler-se no documento. A juíza entendeu ainda que “da ponderação de todos os elementos de prova trazidos aos autos não ficou este Tribunal persuadido de que o Requerido tenha praticado os factos que lhe são imputados pela Requerente e que fundamentam o seu pedido de inibição de responsabilidades parentais”. A ex-mulher de João Tiago Martins invocou a decisão em Macau para que este deixasse de ter a guarda partilhada dos filhos. Na visão da ex-mulher, as decisões do tribunal “permitem também concluir que o mesmo não tem idoneidade para exercer sobre elas responsabilidades parentais”. João Tiago Martins, por sua vez, alegou que “mesmo após o divórcio manteve sempre uma relação saudável e harmoniosa com os filhos, ainda que a requerente [ex-mulher] sempre tenha procurado evitar tal convívio tendo sobre eles uma postura de total domínio e controlo.” O português pôs em causa “o modo como o processo criminal foi conduzido em Macau, em particular quanto à recolha de testemunhos das crianças”. De frisar que o Ministério Público de Macau chegou a recorrer da decisão e a pedir a absolvição de João Tiago Martins, mas o Tribunal de Segunda Instância (TSI) e o Tribunal de Última Instância (TUI) validaram a condenação. O julgamento relativo à guarda parental decorreu em Lisboa entre os meses de Fevereiro e Dezembro do ano passado. Ao HM, a advogada de defesa de João Tiago Martins, Ana Rita Relógio, disse estarmos perante uma sentença “muito bem fundamentada”. “O tribunal não tomou uma decisão leviana, analisou as provas na sua globalidade e de uma forma crítica. A nossa expectativa é que consigamos manter esta decisão, mesmo numa fase de recurso.” Para a advogada, o seu cliente “manteve aquela que tem sido a sua luta desde o início em Portugal e em Macau, que é tentar fazer evidência da sua inocência. O tribunal entendeu que de facto não se conseguiu provar que as acusações que por ele impendem eram verdadeiras [abuso sexual], por isso não existem razões para inibir o pai do poder paternal”. Tribunal de Macau deu razão à ex-mulher Se a justiça portuguesa deu razão a João Tiago Martins o mesmo não aconteceu em Macau, onde foi movido um processo semelhante, ganho pela ex-mulher do cidadão português. João Miguel Barros, advogado de defesa de João Tiago Martins, confirmou ao HM que recorreram da sentença junto do TSI, não tendo prestado mais declarações sobre este processo. Em declarações ao HM, João Tiago Martins mostra-se satisfeito com a decisão proferida em Portugal. “É evidente que estou contente [com a decisão] e posso dizer que estou inocente. Sempre afirmei isso em todos os julgamentos e processos e acredito na justiça e que a mesma precisará do seu tempo. A verdade virá sempre ao de cima.” Neste momento João Tiago Martins diz estar em Portugal a “refazer a sua vida”, sendo que neste momento não tem quaisquer contactos com os seus filhos. “Estou a aguardar o desenvolvimento do processo em tribunal para que isso [guarda paternal e os contactos com os filhos] possa ficar regulado. Conto naturalmente conseguir voltar a viver com os meus filhos, que amo, que sempre amei e com quem quero voltar a construir a melhor relação. Sem as decisões do tribunal de família não há forma de o fazer [ter contactos neste momento].” O casal divorciou-se em 2013, tendo os dois filhos nascidos em 2006 e 2008. Processo conflituoso A sentença do tribunal português revela as contradições no discurso da ex-mulher de João Tiago Martins e da mãe desta. Para começar, a “requerente e o requerido apresentaram versões distintas da vida conjugal, bem como dos acontecimentos subsequentes à sua separação”. Já a mãe da ex-mulher apresentou um depoimento com “algumas discrepâncias e incoerências”. A ex-sogra de João Tiago Martins disse em tribunal que “nunca suspeitou de qualquer maltrato que as crianças estivessem a sofrer com o pai”. No entanto, “causa estranheza perante os sinais evidenciados pelos netos/filhos, tal passividade, tanto mais que estamos a falar de pessoas com instrução e meios financeiros para recorrer a advogados contratados, como, aliás, confirmaram fazer”, lê-se. O documento acrescenta ainda que “não pode deixar de causar estranheza que tais sinais [de agressão e abuso] não tenham gerado apreensão e suspeita”, até porque “a avó afirmou que as crianças se agarravam às portas, chorando para não irem visitar o pai”. Também “surpreende que nem mãe, nem avó tenham perguntado ao [filho e neto] qual o motivo pelo qual queria falar com o juiz, conforme agora afirmam que a criança dizia com frequência, a propósito das visitas ao pai que (alegadamente) o desgostavam”, frisa o documento. Além as contradições, “este relato da mãe e da avó materna não teve qualquer suporte probatório adicional”, além de que “nenhuma das testemunhas ouvidas confirmou a descrição feita ou que as crianças mostrassem qualquer receio ou apreensão junto do pai”. Ainda sobre o depoimento da ex-sogra de João Tiago Martins, a sentença dá conta que “causa surpresa o modo como [esta] soube dos alegados abusos sexuais e a sua reacção”. No dia em que o seu neto falou pela primeira vez dos abusos, esta decidiu entregar, no fim-de-semana seguinte, as crianças ao pai para as visitas regulares, como estava estipulado, e isso com o consentimento da mãe. “A testemunha disse ao Tribunal que entregou as crianças ao pai normalmente, na sequência do que lhe foi indicado pela sua filha, mãe deles. Este facto não é compreensível”, aponta a sentença. Uma das testemunhas ouvidas em Portugal foi António José de Sousa Ferreira Vidigal, que exerceu funções no Tribunal de Família e Menores em Macau e que lidou com este caso. Este declarou ter sido um processo “muito conflituoso, com constantes incidentes e muitas mentiras”. António Vidigal frisou mesmo que “nunca tinha visto um processo com tantas mentiras”, apesar de as suas declarações terem sido “pouco concretizadas”. Psiquiatras de uma orelha só Outra ressalva feita pela justiça portuguesa prende-se com o facto de a equipa de psiquiatras que acompanhou as crianças, do gabinete de Daniel Sampaio, não terem ouvido o pai. “O requerido [João Tiago Martins] nunca pode exercer o contraditório quanto a declarações e relatórios médicos juntos pela requerente no processo crime, tendo-lhe sido vedado obter exames médicos e periciais dos filhos ou que os mesmos fossem realizados por médicos ou peritos por si indicados pelas entidades competentes, em Portugal, como na altura requereu.” Daniel Branco Sampaio, Mónica Armada, Raquel Ferreira e Mónica Figueira acompanham as crianças em Portugal, mas “nunca falaram com o pai das crianças, tomando conhecimento dos factos pelos relatos da mãe e das crianças”. “Aquilo que o Tribunal retirou desde logo das declarações destes técnicos é que todos eles aceitaram de imediato que as crianças tinham sido maltratadas, maxime sexualmente, pelo progenitor, não assumindo qualquer distanciamento crítico em relação à versão que lhes estava a ser apresentada, ao menos num primeiro momento. Este pré-juízo prejudica a avaliação feita da situação dos menores”, refere a sentença. O HM tentou contactar o gabinete de Daniel Sampaio, mas até ao fecho desta edição não foi possível estabelecer contacto. As falhas do processo João Tiago Martins também tem tido apoio psicológico. Os três técnicos, José Gameiro, Rute Agulhas e Cristina Soeiro, afirmaram que o português não apresenta “indicadores de patologia no plano sexual”. Foram também referidas “as fragilidades decorrentes do modo como a prova (declarações das duas crianças) foi recolhida em Macau no âmbito do processo crime”. Um ex-namorado da ex-mulher de João Tiago Martins foi outra das testemunhas ouvidas. Este “confirmou ao Tribunal que chegou a visitar o requerido na prisão por ter ficado muito impressionado com as acusações contra o mesmo, tendo deposto a seu favor no julgamento criminal que teve lugar em Macau”. Esta testemunha disse ter convivido com as crianças quando namorou e viveu com a sua mãe, “e nunca verificou que as mesmas não quisessem estar com o pai, que fossem chorosas ou que voltassem cabisbaixas”. Este ex-namorado frisou ainda que “chegou a ir buscar as crianças com a mãe no final do fim de semana com o pai e que nunca observou nas mesmas qualquer tristeza”.
Covid-19 | Japão inicia vacinação a menos de seis meses do início de Jogos Olímpicos Hoje Macau - 17 Fev 2021 O Japão começou hoje a administrar a vacina contra a covid-19, prevendo imunizar toda a população no prazo de um ano, numa altura em que faltam menos de seis meses para o início dos Jogos Olímpicos. As primeiras doses da vacina desenvolvida pela Pfizer, a única até agora aprovada no Japão, foram administradas no Centro Médico de Tóquio, no distrito de Meguro, estando previsto alargar a vacinação a uma centena de centros de saúde em todo o país na próxima semana. A primeira pessoa a receber a vacina foi o director do centro médico, Kazuhiro Araki, que se voluntariou para servir de exemplo e encorajar outros a vacinar-se, disse às televisões. Um total de 12 médicos e enfermeiros foram vacinados no dia do arranque da campanha. O Japão, um país céptico em relação a vacinas desenvolvidas fora do país, após campanhas anteriores terem tido graves efeitos secundários, está a iniciar a vacinação contra a covid-19 mais de dois meses após o Reino Unido, pioneiro mundial, e a cerca de cinco meses da abertura dos Jogos Olímpicos. Tanto o Governo japonês como o comité organizador sublinharam que os Jogos Olímpicos, cuja realização tem sido questionada, devido à pandemia, serão realizados dentro do prazo previsto, a partir de 23 de Julho. “Não estou a ter em conta os Jogos Olímpicos”, disse o ministro responsável pela vacinação, Taro Kono, durante uma conferência de imprensa na véspera do início da campanha, sublinhando que a prioridade do Governo é completar a imunização sem sobressaltos. O Japão deu luz verde à vacina da Pfizer no domingo, um atraso em relação a outras grandes potências, devido em parte ao intrincado processo de aprovação, que requer estudos clínicos com japoneses. O país recebeu até agora vacinas suficientes para as duas doses necessárias para 193.050 pessoas, assumindo que as injeções são administradas com agulhas especiais que aproveitam ao máximo o conteúdo da ampola (seis doses), e das quais o país tem falta. As seringas habitualmente usadas no país só conseguem extrair cinco doses. “Temos agulhas suficientes para vacinar todos os 40.000 trabalhadores de saúde, mas estou determinado a obter agulhas suficientes para toda a vacinação”, disse Kono. O Ministério da Saúde japonês estabeleceu como objectivo completar a campanha de imunização da população, de 126 milhões de pessoas, em cerca de um ano. O primeiro grupo a receber a vacina integra 40.000 médicos e enfermeiras da linha da frente na luta contra a pandemia, que vão também avaliar os possíveis efeitos das duas inoculações necessárias. Seguir-se-ão, em março, cerca de 3,7 milhões de pessoas ligadas ao setor de saúde e cerca de 36 milhões com mais de 65 anos. A etapa final, que abarcará a população em geral com mais de 16 anos, só deverá arrancar no final de Junho ou Julho, quando está previsto o início de Tóquio2020. O Japão chegou a um acordo com três empresas farmacêuticas, Pfizer, Moderna e a britânica AstraZeneca, para fornecer doses suficientes para toda a população e dispor de reservas, pelo que por agora excluiu a aquisição de vacinas desenvolvidas por outras empresas. O Japão enfrentou a terceira vaga da pandemia de covid-19 este inverno e mantém activados os níveis de alerta, embora tenha registado muito menos infecções em comparação com outras grandes economias. Nos últimos dias, o país tem registado entre 1.300 a 1.400 novos casos diários e, no total, contabiliza cerca de 418 mil infeções e 7.139 mortes desde o início da pandemia, de acordo com a contagem independente da Universidade norte-americana Johns Hopkins.
Coreia do Norte | Mulher de Kim Jong-un reaparece em actos públicos após mais de um ano de ausência Hoje Macau - 17 Fev 2021 A mulher do líder norte-coreano Kim Jong-un fez a sua primeira aparição pública após mais de um ano ausente em cerimónias, informaram hoje os medias estatais, encerrando a polémica sobre a sua ausência prolongada. Ri Sol ju acompanhou o marido num concerto destinado a comemorar o nascimento de Kim Jong-il, pai e também antecessor do atual líder norte-coreano. O aniversário do nascimento do segundo integrante da dinastia Kim é conhecido como o “Dia da Estrela Brilhante”. É um dos feriados mais importantes do calendário norte-coreano. O jornal oficial Rodong Sinmun divulgou fotos do casal a sorrir e a aplaudir os artistas que se apresentavam no Teatro de Artes de Mansudae, em Pyongyang. “Quando o secretário-geral entrou no auditório do teatro com a sua mulher Ri Sol ju, ao som de uma música de boas-vindas, todos os participantes os aplaudiram e saudaram”, relatou a agência de notícias oficial KCNA. Nas fotos publicadas, nenhum dos espectadores está a usar máscara. Ri Sol ju não era vista em público desde Janeiro de 2020, durante um evento relacionado com o Ano Novo Lunar. A sua ausência suscitou muitas especulações sobre o seu estado de saúde. Muitos questionaram se a mulher do líder norte-coreano estava isolada para se proteger do novo coronavírus ou se estava grávida. O casal terá, provavelmente, três filhos. A Coreia do Norte encerrou as suas fronteiras no início do ano passado numa tentativa de se proteger da pandemia. Kim afirmou repetidamente que o seu país continuava livre do novo coronavírus, o que os especialistas estrangeiros duvidam. A publicação das fotos ocorre no dia seguinte a uma reunião dos parlamentares sul-coreanos com os serviços de informação de Seul, na qual foi transmitido que a mulher do líder norte-coreano estava a abster-se de qualquer aparição pública devido à pandemia do novo coronavírus e passava o seu tempo junto dos seus filhos. Ri Sol ju é, juntamente com a irmã do seu marido, Kim Yo-jong, uma das mulheres mais conhecidas do regime patriarcal.
Covid-19 | Piratas informáticos norte-coreanos tentam entrar nos sistemas da Pfizer Hoje Macau - 17 Fev 2021 Piratas informáticos norte-coreanos tentaram entrar nos sistemas da Pfizer para encontrar informações sobre a vacina produzida pelo gigante farmacêutico contra a covid-19, de acordo com os serviços secretos da Coreia do Sul citados pela imprensa local. Segundo declarou aos jornalistas a deputada sul-coreana Ha Tae-keung, o Serviço Nacional de Inteligência informou que a Coreia do Norte “tentou obter as tecnologias contidas na vacina e os tratamentos usados contra a covid-19 através de um ciberataque dirigido à Pfizer”. A Coreia do Norte foi o primeiro país do mundo a encerrar as suas fronteiras, no final de janeiro de 2020, para tentar proteger-se da pandemia que surgiu em dezembro de 2019 na vizinha China e que depois se espalhou por todo o mundo. O líder norte-coreano Kim Jong Un afirmou que o país não registou qualquer caso de contaminação pelo novo coronavírus, mas o que é considerado como sendo pouco provável pelos peritos, já que a China faz fronteira com o país e é o seu principal parceiro comercial. O fecho de fronteiras aumentou a pressão sobre a economia norte-coreana, já submetida a sanções internacionais devido ao programa nuclear e balístico desenvolvido por aquele regime comunista. Segundo peritos ocidentais, a Coreia do Norte dispõe de um “exército” de milhares de piratas informáticos muito bem treinados, que já perpetraram ataques a empresas, instituições e centros de investigação, em particular da Coreia do Sul. A coreia do Norte terá, igualmente, desviado ao longo dos últimos meses mais de 300 milhões de dólares em cripto moedas através de ataques informáticos destinados a financiar o seu programa nuclear e balístico, segundo um relatório confidencial da ONU divulgado há poucos dias. Apesar de afirmar estar isenta do vírus, a Coreia do Norte fez recentemente uma encomenda de vacinas contra a covid-19, devendo receber cerca de dois milhões de doses, segundo a Aliança Global de vacinas (Gavi), membro do programa Covax, que coordena a distribuição de vacinas aos países pobres. Embora não haja ainda confirmação oficial, o país terá pedido ajuda internacional, já que as infra-estruturas médicas norte-coreanas são consideradas inadequadas para fazer face a uma pandemia.
É carnaval ou percebi mal? Nuno Miguel Guedes - 17 Fev 2021 Olhem, amigos: está um dia doce, de um azul suave e uma daquelas temperaturas que parecem carícias ternas e castas. Da minha janela entrevejo uma nesga de rio, que como de costume corre indiferente às alegrias e angústias do mundo, seguindo o seu curso com a certeza de que ninguém o irá confinar. Está, portanto, um dia perfeito para a contemplação e para a agrafia serena, uma pausa merecida na batalha ininterrupta destes tempos. Para ser sincero, apetecia-me desfrutar o que se me oferece em silêncio, sem necessidade de tropeçar nas palavras que eu próprio tenho de alinhar. Oh, a doçura do ócio, a vertigem da tranquilidade, a…E foi nesta altura que alguém me lembrou que estávamos no Carnaval. Percebam: a irritação que tenho com esta quadra é já antiga e forte demais para a conseguir ignorar, até em numa época estranha como a que vivemos. Este “adeus à carne” (do latim tardio carne vale e que alegadamente é a etimologia da palavra) e que antecipa por excesso a austeridade da Quaresma nunca me interessou. A razão é simples: não consigo compreender uma selecção de dias em que a maior ambição da Humanidade é obrigar-se a estar alegre e mascarado de minhota. Mesmo em criança aderia à coisa de forma resignada para que os meus pares continuassem a considerar-me. Infelizmente as provas fotográficas desta afirmação ainda existem e foi sem surpresa que redescobri o Zorro mais melancólico de sempre ou o cowboy com o maior tédio a oeste de Pecos. Escusam de vir com explicações religiosas ou antropológicas do fenómeno: estou-me nas tintas mas aparentemente não o suficiente. Talvez se vivesse num país onde a tradição carnavalesca fosse forte e ansiada, como é o caso do Brasil. Mas não: vivo num país onde o Carnaval consiste em recriar o sambódromo sob temperaturas abaixo dos 10ºC, enquanto a genuína Escola de Samba Bota-Aí-No-Cangaço da Bairrada de Baixo executa as suas tiritantes coreografias. Não me levem a mal: eu respeito quem gosta e pratica. Tenho muitos amigos (olá,Alcobaça!) que fazem desta data magníficas super-produções de disfarces e alegria durante dias sem dormir. Quase que tenho inveja. Mas não tenho. Este ano, pelas circunstâncias que sabemos, pensei que a coisa ficasse adiada. Mas ao que parece subestimei a tremenda força de vontade dos foliões e foi assim que soube, estupefacto, que o Carnaval iria ter uma variante online. A sério: pessoas que terão gasto horas preciosas das suas vidas a mascararem-se para em seguida se colocarem em frente a um computador. Foi assim em Torres Vedras mas suspeito que esta versão Zoom da folia teve seguidores um pouco por todo o lado. De repente, amigos, voltei a transformar-me no Zorro triste que fui em criança. Continuo a não perceber. Apenas fiquei a ansiar ainda mais as penitências da Quaresma. Bem preciso.
Cá dentro do lá fora João Paulo Cotrim - 17 Fev 2021 Santa Âncora, Lisboa, um dia qualquer de Fevereiro Não terá sido sonho, dos de acender vigílias, menos ainda pesadelo, dos de pesarem na respiração. Foi só vaga ideia, discutida ainda assim naquela base do tóxico «e se?», que logo tende a transformar-se em pueril «não és homem não és nada!». Passados tantos anos quase dói esta relembrança. Era para ser jornal impresso de distribuição gratuita sobre a internet, mais carta de navegação que outra coisa qualquer, um diagrama em progresso, quanto muito manual de instruções ou relato de viagens. Desvantagens de nativo da floresta de fibras do papel em caçada aos pixeis. Como fixar o movediço? Ou melhor, para quê? Desconfiança do imaterial, talvez. Fascínio por mapas, com certeza. Nestes dias de nojo habitável, se custa aguentar as jeremíadas dos clássicos-médios abrigados e alimentados e ligados pela tomada do umbigo, também se encontram nos territórios do entrelaçamento motivos de alegria. Entra aqui a banda sonora das próximas linhas, projecto velho de mais do que uma década. Tudo começa na pele do tambor. Kutiman, nome de guerra do israelita Ophir Kutiel, resolveu que se podia tocar com pessoas, mais do que instrumentos e sintetizadores e a panóplia completa do deejaying contemporâneo. Foi com uma batida que se atirou ao oceano imenso dos vídeos do youtube, o maior dos espelhos. O resultado foi este magnífico atravessamento das gentes e vozes próprias: http://www.thru-you-too.com/#!/ A improvável orquestra produz música dançável e até comovente, mas os cenários, as roupas, as situações, as origens, enfim, as partes em que queiramos partir a obra fazem do conjunto um dos mais brilhantes testemunhos da época. E inspiradores, que sacrifico com facilidade ao entusiasmo. A doença da pandemia vai tendo gravosas consequências, mas a criatividade ainda nos insufla. Será mais respiração boca-a-boca, mas ainda assim. O Lux Frágil (https://www.facebook.com/luxfragil), navio que soube sempre viajar atracado, foi dos pioneiros na reinvenção dos encontros. Mas nos últimos dias produz um dos inúmeros diários que infestam o éter. Nem me preocupei com a autoria, que acaba sendo o lugar. Portanto aquele que se assina, é o L. e produz as mais elegantes e bem humoradas piscadelas de olho ao humano sob quietude obrigatória. Os pés que dançavam agora arrastam-se. «Dia 409 de 2020. podes fazer um cocktail, podes fazer um molotof, não podes fazer um cocktail molotov; podes fumar e podes beber, podes fumar antes de beber, não podes fumar depois de beber; podes cruzar-te com o amor da tua vida sem sair de casa, não podes sair de casa à procura do amor. // a vossa casa é o vosso mundo. a minha voltará a ser.» A cada leitura estou na varanda de copo na mão em boa companhia. O aforismo desde tempos imemoriais que se vem fazendo meio de transporte. O Rui Vitorino Santos (https://www.facebook.com/rui.v.santos.5) há meses que arranca páginas do seu caderno, mas que se tem revelado um bairro enorme, que digo, uma cidade. Anda na contrafacção de selfies de figuras diversas da urbanidade, que se dizem em pose. Cada corpo apresenta-se com apêndice, a fala como membro. Imagem a figura que diz: «Estou neste momento empenhada num projecto pessoal que conto lançar no dia do meu aniversário». (Outro exemplo na página). Mais melancólica que cómica, desenha-se por ali uma sociologia da afirmação, corpos quase sempre nus em entrega e encenação. O que queres ser quando continuares do mesmo tamanho? O Filipe Homem Fonseca tem tido uma vida cheia e vertiginosa, donde estas «Memórias da Lua Lenta» (https://www.facebook.com/media/set/?vanity=fhfonseca&set=a.10157828636158208). Em hilariante delírio está sempre a cruzar-se no tempo e nos espaços com estrelas desse lugar extraterrestre chamado pop. Extrema atenção à oralidade, a invocação do que está condenado a não existir para além do presente, um levantamento arqueológico que no fundo lá no fundo é de pesos pesados em ambiente sem gravidade. «O Rod Stewart lembrou-se de fazer uma caracolada no intervalo das gravações do videoclip do “Sailing” em Peniche, e o Paul McCartney, que estava lá de férias, desatinou porque achava um desperdício estar-se numa zona pesqueira a comer caracóis. Ligou-me a perguntar se eu podia passar com a carrinha pão de forma à porta da pensão onde ele estava hospedado para carregar dois quilos de petinga e ir ter com o Rod. No caminho, começou-me com a conversa de que o Everton tinha sido roubado pelo árbitro mas eu disse-lhe: “Eia, Paul, se é para falares de bola, ficas já aqui.” Parei à beira de uma estrada de terra batida e ele foi-se embora, todo ofendidão. Mas deixou a petinga. / Fui ter com o Rod Stewart e estivemos a comer caracóis e a beber rosé até às tantas. Acabámos por adormecer todos, eu, o Rod, e a equipa de filmagens, nas traseiras da pão de forma. / Com a petinga fizemos omoletes na manhã seguinte, foi o nosso pequeno-almoço. Eram dois quilos, ainda se estragou peixe.» O culto da personalidade tem os dias contados. Aqui. (continua)
Hong Kong | Activistas no banco dos réus por organizarem manifestação Hoje Macau - 17 Fev 2021 Vários activistas proeminentes da luta pró-democracia em Hong Kong compareceram em tribunal, acusados de organizar uma das maiores manifestações de 2019, em protesto contra a lei da extradição. Entre os nove arguidos, encontram-se algumas das personalidades mais respeitadas da antiga colónia britânica, incluindo o advogado Martin Lee, de 82 anos, que há décadas foi escolhido por Pequim para redigir a Lei Básica, o texto que serve de mini-constituição na região semi-autónoma. Também acusados estão a antiga deputada da oposição Margaret Ng, uma advogada de 73 anos, e o magnata dos media Jimmy Lai, que se encontra actualmente em prisão preventiva, por acusações separadas ao abrigo da lei da segurança nacional. Vários são figuras de destaque na Frente Civil pelos Direitos Humanos, a coligação que organizou as maiores manifestações em 2019, quando a cidade viveu a sua pior crise política desde a entrega em 1997, com ações e mobilizações quase diárias. Quando os arguidos entraram no tribunal, vários activistas fizeram a saudação com três dedos, um gesto que se tornou um símbolo da luta contra o autoritarismo na Ásia. O grupo, que enfrenta até cinco anos de prisão, é acusado de organizar em 18 de Agosto de 2019 a segunda maior manifestação em sete meses de protesto. Os organizadores tinham estimado uma participação de 1,7 milhões de manifestantes, que representariam quase um quarto da população de Hong Kong, um número que não pôde ser verificado de forma independente.
Covid-19 | New York Times acusado de falsificar declarações sobre origem do vírus Hoje Macau - 17 Fev 2021 Profissionais de uma equipa da Organização Mundial da Saúde (OMS), que concluíram sua missão de rastreamento da origem da COVID-19 na China, denunciaram o The New York Times por uma reportagem controversa, enfatizando que os seus colegas foram “selectivamente mal citados” e a história não é verdadeira. “Esta não foi a minha experiência na missão da OMS. Como líder do grupo de trabalho animal/ambiental, encontrei confiança e abertura nos meus colegas da China. Nós tivemos acesso a novos dados críticos durante todo o tempo e aumentámos a nossa compreensão dos caminhos prováveis de propagação”, esclareceu Peter Daszak, membro da equipe da OMS, no Twitter depois de ser citado pelo The New York Times. O notícia acusou cientistas chineses de se recusarem a partilhar dados importantes sobre os primeiros dias da pandemia COVID-19, citando investigadores independentes da OMS. A equipa internacional, tendo terminado seu trabalho em Wuhan, na China, foi composta por especialistas da Austrália, Dinamarca, Alemanha, Japão, Holanda, Qatar, Rússia, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Vietnãame. A equipa também inclui especialistas da OMS e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura e da Organização Mundial da Saúde Animal. No relatório, Daszak disse que sua viagem foi emocionalmente desgastante ao entenderem o trauma dos primeiros dias da pandemia. Thea K. Fischer, a epidemiologista dinamarquesa da equipa, também refutou imediatamente a reportagem, que acusou de “distorcer intencionalmente” as observações dos entrevistados e lançar “sombras sobre importantes trabalhos científicos”. “Esta não foi a minha experiência nem no lado epidemiológico. Construímos um bom relacionamento na equipa epidemiológica chinesa/internacional. Permitir discussões acaloradas reflecte um profundo nível de empenhamento na sala”, explicou no Twitter. Ecoando a raiva de Fischer, Daszak tuitou numa nota de resposta: “Ouça! Ouça! É decepcionante passar tempo com jornalistas explicando as importantes descobertas do nosso exaustivo trabalho de um mês na China, para acabar vendo os nossos colegas, selectivamente mal citados, serem encaixados numa narrativa que foi prescrita antes do início do trabalho. Que vergonha @New York Times!” Outros especialistas em saúde também expressaram as suas opiniões sobre o incidente, pedindo confiança e respeito mútuos à cooperação internacional na pesquisa de COVID-19. “A colaboração é sobre confiança e respeito mútuos. Se não existe isso, ninguém vai partilhar dados. Como cientistas da EID, precisamos urgentemente descartar a porcaria política. Espero que haja boa vontade pessoal duradoura, suficiente para nós procedermos efetivamente…” tuitou Hume Field, um conselheiro científico e político da EcoHealth Alliance em Nova Iorque. A equipa internacional apresentou as suas descobertas iniciais descartando a hipótese de que o vírus escapou de um laboratório. A equipa está a trabalhar num relatório resumido, previsto para ser publicado nesta semana, enquanto um relatório final completo será publicado nas próximas semanas, de acordo com Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da OMS. O chefe da OMS explicou que a missão alcançou uma melhor compreensão dos primeiros dias da pandemia, e identificou áreas para análise e pesquisa posteriores. “Sempre dissemos que, essa missão não encontraria todas as respostas, mas adicionou informações importantes que nos aproximam da compreensão das origens do vírus”, acrescentou. O rastreamento da origem da COVID-19 é “uma questão científica complexa envolvendo muitos países e regiões”, e deve ser realizada por cientistas globais com colaboração, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, no início da semana passada. “O governo chinês tem dado forte apoio e assistência para a visita da missão da OMS à China, como parte da cooperação global de estudos de rastreamento de origens”, observou ele, enfatizando que a China manterá abertura, transparência, estreita comunicação e cooperação com a OMS.
Arquitectura | Projecto de Siza Vieira e Castanheira na China finalista dos prémios Archdaily Hoje Macau - 17 Fev 2021 O MoAE – Museu de Arte e Educação, projecto pelos arquitectos portugueses Álvaro Siza Vieira e Carlos Castanheira na cidade de Ningbo, China, inaugurado em Novembro, é um dos finalistas ao prémio Edifício do Ano 2021 da Archdaily O Museu de Arte e Educação de Ningbo, na costa leste da China, do arquitecto Álvaro Siza Vieira com Carlos Castanheira, é um dos finalistas ao prémio Edifício do Ano 2021, anunciado pela Archdaily. O projecto encontra-se entre os cinco nomeados na categoria Arquitectura Cultural, uma das 15 que compõem os prémios da plataforma internacional de arquitectura, e é o único de arquitectos portugueses entre os candidatos, nesta edição. Os vencedores serão escolhidos por votação dos membros registados na plataforma, até ao próximo dia 18, e anunciados ‘online’ nesse mesmo dia. O museu, situado junto ao Lago Dongqian, tem cerca de seis mil metros quadrados e foi inaugurado no passado mês de Novembro. Em vez de escadas, o edifício, com uma altura de 25 metros, tem uma rampa sem barreiras a ligar os cinco andares e é iluminado apenas por janelas situadas no rés-do-chão e no topo do museu. Numa entrevista concedida ao HM em Dezembro do ano passado, o arquitecto Carlos Castanheira explicou como arrancou este projecto. “Recebemos um convite para fazer cinco vilas. O programa já existia, o senhor já tinha um outro museu no centro da cidade, onde tinha parte da sua colecção. Mas como ele está ligado à educação, pois tem uma série de colégios, queria que através da arte se fizesse educação, e daí o MoAE.” O MoAE acabou por ser um projecto semelhante a um outro já feito por Siza Vieira no Brasil. “Neste caso era muito claro que o espaço existente era relativamente pequeno para o programa que o cliente pretendia, daí ser necessário colocá-lo em altura, com alguns pisos. Depois tivemos a sorte de ter uma colina com muita presença. Esse programa era muito parecido com um outro que o Siza Vieira já tinha feito no Brasil, e foi possível usar algumas dessas experiências neste projecto. Mas este não é o mesmo do Brasil”, disse Carlos Castanheira. Outros museus na corrida O MoAE concorre ao lado de espaços culturais como o Museu Audemars Piguet, em Le Brassus, na Suíça, um projecto conjunto dos ateliês BIG, Bjarke Ingels Group, Brückner e CCHE, com o centro chinês de Arte de Qujiang, em Xi’an – Shanxi, projetado pelo ateliê Gad, de Hangzhou, com o edifício Experimenta, em Heilbronn, na Alemanha, do ateliê Sauerbruch Hutton, de Berlim, e com o MEETT – Centro de Congressos e Exposições de Toulouse, projetado pelo gabinete OMA, de Rem Koolhaas, em Roterdão, que também concebeu o edifício da Casa da Música, no Porto. O museu, situado junto ao Lago Dongqian, tem cerca de seis mil metros quadrados e é um projecto do grupo privado chinês Huamao Group. O presidente deste grupo, Xu Wanmao, convidou Álvaro Siza para a liderança da obra, depois de visitar o Museu de Serralves, que Prémio Pritzker desenhou, no Porto. Os prémios Edifício do Ano da Archdaily são atribuídos em categorias de comércio, cultura, desporto, educação, hotelaria, saúde e indústria, em arquitetura de interiores, arquitectura paisagística e de espaços públicos, em edifícios de escritórios, de habitação, em moradias, edifícios religiosos e em projectos de pequena escala/pequenas instalações. É ainda distinguida a melhor aplicação de materiais. Os 75 finalistas – cinco em cada categoria -, para esta 12.ª edição, foram escolhidos por votação dos membros da ArchDaily, entre 26 de Janeiro e 10 de Fevereiro, a partir dos 4500 projectos submetidos e publicados na plataforma, ao longo de 2020. Os finalistas podem ser vistos em https://boty.archdaily.com/us/2021. A ArchDaily – Plataforma, com base em Nova Iorque, foi criada em 2008, reúne profissionais das áreas da arquitectura, design, construção e meios de comunicação especializados, dos diferentes continentes.
Ano Novo Lunar | Macau recebeu quase 63 mil visitantes em cinco dias Salomé Fernandes e Nunu Wu - 17 Fev 2021 Nos primeiros cinco dias do Ano Novo Lunar o número de visitantes superou os 62 mil, o que ainda assim representa uma descida de 71,6 por cento comparativamente ao ano passado Entre quinta-feira da semana passada e segunda-feira, Macau recebeu 62.984 visitantes, o que equivale a uma quebra anual de 71,6 por cento, indicam dados provisórios dos Serviços de Turismo. Mais de 90 por cento de quem visitou o território nos feriados do Ano Novo Lunar vieram do Interior da China. A diferença em comparação ao ano passado foi diminuindo à medida que os dias do Ano Novo Chinês foram passando. Na segunda-feira registaram-se 15.214 visitantes, menos 43,9 por cento em termos anuais. O dia que atraiu mais visitantes foi domingo, quando entraram mais de 17 mil pessoas na RAEM. Nesse dia – à semelhança dos restantes – a maioria dos turistas chegou pelas Portas do Cerco, seguindo-se o posto fronteiriço de Hengqin. Num contexto de restrições fronteiriças por causa da prevenção da pandemia de covid-19 e em que as autoridades chinesas desaconselharam viagens para o exterior, por enquanto, os números ficam abaixo da estimativa do Governo. Recorde-se que a directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes, disse na semana passada que previa uma média diária entre 16 e 20 mil pessoas nos sete dias do ano novo, num máximo de 100 pessoas. Mais de 660 dúvidas Entre as 8h de segunda-feira e as 8h de ontem, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus recebeu 170 pedidos de informação ou esclarecimentos, a maioria dos quais sobre o código de saúde, testes de ácido nucleico, medidas de isolamento, serviços médicos e vacinas. Desde a manhã de dia 11 deste mês, houve no total 663 pedidos de informação relacionados com a epidemia. Por outro lado, o Centro de Coordenação comunicou que a partir de segunda-feira foram canceladas as medidas de observação médicas e autogestão de saúde para os indivíduos que nos 14 dias anteriores à entrada em Macau tenham estado no subdistrito de Waitan, na Rua da Estrada Leste de Nanjing, na Vila de Youyilu ou no distrito de Angangxi.
Ministério Público arquivou processo contra filhas de Au Kam San Salomé Fernandes e Nunu Wu - 17 Fev 2021 O processo contra Cherry e Christy Au, suspeitas de reunião ilegal, foi arquivado pelo Ministério Público. O pai, o deputado Au Kam San, considera que a decisão foi “justa” mas indica que ainda não receberam confirmação oficial O Ministério Público (MP) indicou ao HM que arquivou o processo contra as filhas do deputado Au Kam San, que estavam a ser investigadas por reunião ilegal. Apesar de o deputado indicar que a família ainda não recebeu informação oficial deste desfecho, mostrou-se satisfeito. “A polícia acusou-as por crimes que não cometeram, é ridículo. O MP tomou a decisão justa porque confirmou a impossibilidade de duas pessoas se sentarem e tirarem fotografias na zona da Igreja de São Domingos consistir numa reunião ilegal”, reagiu o deputado, em declarações ao HM. O caso remonta a 4 de Junho, data em que Cherry e Christy Au foram detidas quando estavam no Largo de São Domingos com duas velas electrónicas e uma imagem do ‘homem do tanque’. “Ainda não recebemos a notificação de arquivamento, não sabemos se é verdadeira, só ouvimos boatos que alegam o arquivamento, sem provas. Segundo a prática correcta, quando o MP decide o arquivamento deve informar as partes”, declarou Au Kam San. No entanto, o deputado admitiu a possibilidade de a comunicação ainda não ter ocorrido por causa dos feriados que se seguiram depois dos dias em que os jornalistas consultaram o Ministério Público. O ano passado foi a primeira vez em que o 4 de Junho não foi assinalado em Macau, em 30 anos, dado que a habitual vigília em memória do massacre de Tiananmen foi proibida. A decisão foi justificada pelas autoridades com as circunstâncias de controlo da propagação da covid-19, apesar de na altura já não registar qualquer infecção no território. Realizou-se apenas uma vigília dentro de portas, na sede da União para o Desenvolvimento para a Democracia (UDD), na qual marcaram presença cerca de nove pessoas, e que foi transmitida pela internet. Perto das 22h30, Cherry e Christy Au encontravam-se sentadas perto da Igreja de Santo Agostinho, com uma imagem de tanques alusiva a Tiananmen entre si, e duas velas electrónicas. Acabaram por ser levadas numa carrinha da polícia para uma esquadra, e por tornar-se suspeitas de reunião ilegal. Caso estacionado O MP arquivou também o processo relativo a um autocarro que circulou pela cidade, em apoio à Lei da Segurança Nacional em Hong Kong. “Uma vez que não foram recolhidas evidências suficientes para as acusações relevantes na investigação, o Ministério Público arquivou os dois casos mencionados”, respondeu o MP. No dia seguinte, a 5 de Junho, um grupo de cerca de 50 pessoas deslocou-se de autocarro pela cidade, mostrando apoio à implementação da Lei da Segurança Nacional em Hong Kong. Depois de as autoridades terem chegado a declarar que o evento não era considerado uma manifestação mas sim uma actividade de natureza igual à de uma parada, o Corpo de Polícia de Segurança Pública acabou por entregar o caso ao Ministério Público por suspeitas de violação da Lei do direito de reunião e de manifestação. Em causa estava a falta de aviso prévio às autoridades.
Sulu Sou pergunta porque abusos e abandono de animais não são punidos João Luz e Nunu Wu - 17 Fev 2021 Depois das macabras e recentes descobertas de gatos mortos no Iao Hon, Sulu Sou quer saber porque os abusadores são raramente punidos. O deputado pede explicações para a aparente falta de eficácia na aplicação da lei de protecção animal e para as garras pouco afiadas das autoridades Na semana passada, foram encontrados mais três cadáveres de gatos no Iao Hon, aumentando para seis a contagem de animais encontrados mortos no bairro da zona norte da península numa semana. O presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), José Tavares, garantiu que estes casos causam preocupação e que o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) iniciou de imediato a investigação do caso. Sulu Sou pegou neste incidente para voltar a questionar a acção das autoridades e a eficácia punitiva da lei de protecção animal. Em interpelação escrita, divulgada ontem, aponta que apesar do CPSP ter revelado, no passado dia 11 de Fevereiro, ter encontrado suspeitas que justificaram abrir uma investigação, desde então não houve novidades. O deputado encontra neste caso um padrão de impunidade, face à falta de correspondência entre casos de abuso de animais revelados e condenações em tribunal. “Mais de quatro anos depois da entrada em vigor da Lei de Protecção dos Animais, a 1 de Setembro de 2016, além da necessidade de rever alguns aspectos do diploma, muitos casos de abandono e tratamento cruel não foram punidos. Os suspeitos de morte de animais acabam por não ser castigados, o que faz com que os cidadãos questionem e exijam maior eficácia e profissionalismo às autoridades na aplicação da lei”. O caso de um gato encontrado decapitado no ano passado, numa travessa perto do Hospital Kiang Wu, é mencionado na interpelação como exemplo de impunidade. O processo acabou por ser arquivado “porque as autoridades não conseguiram encontrar os responsáveis”. Como tal, o legislador pergunta que medidas específicas o IAM e o CPSP planeiam implementar para melhorar a eficácia da lei. Problema arrastado Sulu Sou refere também que desde que entrou em vigor a lei de protecção animal o abandono não diminuiu, de acordo com os relatos de responsáveis de associações e voluntários, fenómeno que resulta na reprodução de animais de rua. Porque razão as condenações por abandono animal têm sido tão baixas desde a implementação da lei? O deputado pergunta também se as autoridades conseguem evitar o “abandono legal”, ou “disfarçado”, quando os donos recorrem ao IAM alegando falta de condições para alimentar ou abrigar, de acordo com a disposição legal que obriga os serviços municipais a receber os animais nessa situação. O site do IAM dá conta de apenas três violações da lei por abandono de animais desde 2019. Sulu Sou recorda ainda que durante 2018 e 2019 o IAM encontrou 507 carcaças de gatos e 75 de cães, um nível de mortandade que não pode excluir casos de tortura e morte resultante de violência. Números que não se reflectem em condenações.